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ALEXANDRE BARBOSA CHAGAS

A LUTA PALESTINA

Natal
1994
ALEXANDRE BARBOSA CHAGAS

A LUTA PALESTINA

Monografia apresentada ao Departamento de


História, da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, para a obtenção de nota no final do
Curso de Graduação em História.

Natal
1994
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 2
A QUESTÃO PALESTINA 3
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E JURÍDICOS DO DIREITO À
AUTODETERMINAÇÃO DO POVO PALESTINO 7
A PAZ POSSÍVEL 11
CONFEDERAÇÃO PALESTINA DA AMÉRICA LATINA E CARIBE /
COPLAC 13
CONCLUSÃO 16
ANEXO 1 17
ANEXO 2 18
ANEXO 3 19
ANEXO 4 20
ANEXO 5 21
ANEXO 6 22
BIBLIOGRAFIA 23
INTRODUÇÃO

A questão Palestina representa um problema aparentemente insolúvel, pois faz


parte de um conflito de longa data e que envolveu, durante bastante tempo, o
interesse das grandes potências.
Essa questão tem que ser inserida em muitos momentos na história mundial,
desde os tempos bíblicos até a Guerra Fria, passando pelo colonialismo europeu, a
expansão do Império Otomano, a criação do Sionismo e outros fatores que serão
aqui enfocados. São esses fatores que tornam tão complexa a Questão Palestina e o
conflito no Oriente Médio.
Propomo-nos analisar este problema com a visão de um historiador
contemporâneo que busca, através dos fatos e fontes, a verdade, que sabemos o
quanto foi escondida e manipulada para favorecer determinadas potências.
Nesse sentido, como dizia Goebbels, uma mentira repetida diversas vezes pode
tornar-se uma "verdade?'.
Este trabalho propõe-se exatamente a buscar os fundamentos históricos e
jurídicos para mostrar o Direito â Autodeterminação do Povo Palestino, além de sua
luta permanente, seja através do terrorismo ou através da diplomacia e divulgação
dos órgãos, governamentais ou não, sobre a Questão Palestina para o mundo.
Entre os órgãos não-governamentais destacaremos a participação da
Confederação Palestina da América Latina e Caribe/COPLAC, e a sua divulgação da
verdadeira história Palestina aos povos latinos, e seus reflexos na sociedade potiguar.

A LUTA PiM^STTHÀ / 2
A QUESTÃO PALESTINA

Sabemos que os povos envolvidos no conflito árabe-israelense são povos de uma


cultura milenar, por isso é comum tentar buscar a origem deste conflito num passado
remoto. Mas a disputa entre árabes e judeus começa, verdadeiramente, com a
criação do sionismo e a implantação sionista na Palestina.
Em meados do século XIX, a maior parte dos judeus vivia na Europa Oriental.
Eram pequenos comerciantes. Proprietários de negócios locais, faziam o comércio e
a usura à margem do modo de produção feudal. Mas ao se desenvolver, na Europa
Oriental, as burguesias nacionais, esses viram no pequeno intermediário judeu um
concorrente indesejável. Paralelamente a este problema, com a revolução industrial, o
esvaziamento dos campos e a migração para as cidades, há um desemprego em
massa que atinge a todos.
As classes dominantes locais culparam os judeus por todos os problemas, afinal,
eles eram seus concorrentes. O anti-semitismo será um sentimento facilmente
explorável pelo nascente capitalismo, criando a imagem do judeu como avaro e
explorador. Surgem, assim, os pogroms, o anti-semitismo selvagem da pequena
burguesia, perseguindo e matando os judeus.
Enquanto isso, na Europa Ocidental, os judeus eram poucos numerosos e o
capitalismo facilitara sua assimilação, distribuindo-os entre as várias classes sociais,
além da Revolução Francesa ter facilitado a participação política e social. No século
XIX, entretanto, ao chegarem os imigrantes judeus da Europa Oriental em busca de
trabalho num mercado já saturado reaviva-se o anti-semitismo, prejudicando,
igualmente, os judeus ocidentais.
É dentro deste contexto que surge o movimento sionista com a proposta da
criação de uma pátria para os judeus.
Em 1896, Theodore Herzl publica O Estado Judeu, preconizando a instalação de
um lar nacional judeu na Palestina. Esta obra torna-se a bíblia do movimento sionista
e Herzl seu líder máximo.
O sionismo, que professava a transferência de uma população mais desenvolvida
para uma região atrasada e pobre, aparece como um fenômeno típico da era
expansionista colonial e consegue êxito graças ao apoio da Inglaterra. É bem verdade
que o sionismo palestino foi a facção vitoriosa, mas houve outras facções favoráveis
ao lar judeu em Uganda, como oferta da Inglaterra e outras facções não menos
importantes.
Foi através de uma carta do Ministro do Exterior britânico, James Balfour,
endereçada ao milionário Lorde Rothschild, e conhecida como a Declaração Balfour,
que se iniciou a implantação sionista na Palestina. O conteúdo desta carta afirma
claramente o apoio do governo inglês ao estabelecimento de um Lar Nacional para o
povo judeu na Palestina. É a partir daí que começam os conflitos na região Palestina,
pois esta região era povoada por árabes palestinos.
Paralelamente, a Inglaterra e a França partilhavam entre si o Oriente Médio,
apesar desses dois países terem se comprometido, após a Primeira Guerra Mundial,
a promover a libertação da região do domínio dos turcos e estabelecer governos
nacionais.

A LUTA PALESTINA / 3
Somente em 1947 a Inglaterra anuncia sua retirada da Palestina e transfere o
problema para a ONU, que decreta a partilha do território em um Estado judeu e
outro árabe. Tudo isto devido á situação econômica difícil que passava a Inglaterra no
fina! da Segunda Guerra Mundial.
O Plano de Partilha estabelecia o término do Mandato, a progressiva retirada das
forças armadas britânicas e a fixação das fronteiras entre os dois Estados e
Jerusalém; pedia a criação dos Estados árabe e judeu, não mais tarde do que
primeiro de outubro de 1948. A Palestina foi dividida em oito partes - três foram
concedidas aos judeus e três aos árabes. A sétima, a cidade de Jaffa, formaria um
enclave árabe em território judeu. A oitava parte, Jerusalém, com status internacional
especial, seria administrada peio Conselho de Tutela das Nações Unidas. { «
Os judeus aceitaram a resolução, apesar da insatisfação com certos aspectos,
como a imigração de judeus da Europa e os limites territoriais propostos para o
Estado judeu. O Plano não foi aceito pelo árabes palestinos nem petos Estados
árabes, com a alegação que violava as disposições da Carta das Nações Unidas, a
qual dava ao povo o direito de decidir sobre o seu destino.
Os árabes palestinos também não aceitaram qualquer plano que determinasse a
divisão, segregação ou partilha de seu país, ou que desse direitos especiais e
preferenciais a uma minoria.
No dia 14 de maio de 1948, a Inglaterra renunciou a seu Mandato sobre a
Palestina e retirou suas forças. No mesmo dia, o Organismo Judeu proclamou a
criação do Estado de Israel, no território que lhe fora adjudicado pelo Plano de
Partilha. Imediatamente, explodiram hostilidades violentas entre as comunidades
árabe e judia. Tropas regulares dos Estados árabes vizinhos entraram no território no
dia seguinte para ajudar os árabes palestinos.
Neste primeiro conflito os israelenses vencem a Liga Árabe (Egito, Iraque,
Jordânia, Líbano e Síria) e aumentam seu território. Jerusalém é dividida entre a
Jordânia (setor oriental) e Israel. A Jordânia anexa os territórios a oeste do rio Jordão
(Cisjordânia) e o Egito conquista a Faixa de Gaza (veja anexo 3).
Os conflitos não pararam por aí. Houve, ainda, a Guerra de Suez, em 1956; a
Guerra dos Seis Dias, em 1967 e a Guerra do Yon Kippur, em 1973. Todos esses
anos de conflitos resultaram em um grande número de refugiados palestinos (veja
anexo 2 e 3).
"A luta que acompanhou o estabelecimento do Estado de Israel, em
1948, ocasionou cerca de 750.000 refugiados, dos 1,3 milhões de
árabes que viviam na Palestina. Fugiram para as zonas que estavam em
poder dos árabes. A maior parte foi para a Margem Ocidental, os outros
para a Faixa de Gaza, Jordânia, Líbano, Síria, e ainda mais longe. O
conflito ârabe-israelense, renovado em 1967, causou um novo
deslocamento de mais de 500.000 palestinos, 220 mil dos quais eram
refugiados que se deslocavam peia segunda vez"1
Após o conflito de 1948, quando a esperança de um retorno rápido dos refugiados
foi perdida, a Assembléia Geral da ONU criou um Organismo de Ajuda e de Trabalho
das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos / UNRWA.
O UNRWA era encarregado de providenciar moradia, alimentação, vestuário,
saúde e escola para a população palestina. Sua direção era formada por uma

1 Dados da Organização das Nações Unidas, novembro de 1986.


A LXJTA PALEJTTKA / 4

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Palestinos e atinge o ponto fraco do sistema de defesa israelense, pois atinge, por
dentro, o muro de defesa construído em torno de Israel e dos territórios ocupados.

A LOTA PALESTINA / 5
Munidos de paus e pedras, a população enfrenta nas ruas os soldados israelenses
equipados de bombas de gás, tanques e balas de borracha. A "INTÍFADA"
proporcionou a união das facções da OLP em torno da criação de um Estado
palestino independente.
Em 15 de novembro de 1988 nasce este Estado, proclamado em Argel pelo
Conselho Nacional Palestino, sendo oficialmente reconhecido por mais de 90 países
durante os primeiros 40 dias após a proclamação. O recém criado Estado aceitou a
existência de Israel como um Estado da região, além de renunciar ao terrorismo em
todas as suas formas, f • „ •

A LUTA PALESTINA / 6
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E JURÍDICOS DO DIREITO A
AUTODETERMINAÇÃO DO POVO PALESTINO

Como normalmente acontece, â história real se opõe a contra-história, a narrativa


adulterada que pretende justificar o delito internacional. Era lugar-comum jamais se
falar do povo palestino sem que, antes, se fizesse referência a uns árabes
desenraizados, nômades de costumes, que abandonaram voluntariamente a terra da
Palestina. Quando se tornou insustentável fechar os olhos ante a evidência dos fatos
- a existência de um povo palestino ao nível de comunidade nacional, e a aspiração
última de seu combate - forjou-se uma nova falsificação histórica: os palestinos são,
por excelência, uns terroristas. Dessa forma oculta-se uma realidade: o povo palestino
está se afirmando como tal e exerce seu direito à livre determinação por todos os
meios ao seu alcance.
"A única história válida da Palestina é a escrita pelos próprios palestinos?'.2
E sua história começaria antes da era cristã, quando sucessivas ondas de
invasões converteriam essa terra num mosaico de culturas: babilónicos, hititas,
amoritas, arameus, egípcios, fenícios, moabitas, edomitas e outros.
Trata-se de emigrações de povos semitas, entre os quais já se encontram os
palestinos, cuja fixação no território remonta aos tempos de Ramsés m (1192 a.C. ).
Desenvolve-se o cultivo da videira e da oliva, fortificam-se as cidades, existe um
comércio florescente.
Trazido pelas sucessivas hostes de transumantes, chega outro povo semita: o
hebreu, proveniente do Eufrates. Os hebreus continuam sua marcha até o Egito dos
faraós, onde permaneceram até que a perseguição destes, pertencentes à 18^
dinastia, os fez atingir novamente a Palestina, onde, pela força das armas,
instalaram-se em territórios nunca totalmente submetidos. Seu grande momento de
esplendor será no reinado de Salomão.
Morto este, o reino será dividido e se conhecerão novas invasões, até que, em 586
a.C., Nabucodonosor arrasa Jerusalém, destruindo-lhe o Templo. O período do
cativeiro da Babilônia irá até 539 a.C., quando o Rei Ciro autoriza aos hebreus
sobreviventes o regresso á Jerusalém e a reconstrução do Templo. Durante esse
período outras comunidades permaneceram nos territórios e mostraram hostilidade
aos hebreus: os filisteus, moabitas, amonitas e samaritanos.
"Durante dois séculos, a Palestina constitui parte de uma satrâpia
persa e vive sob sua tutela, numa existência tranquila, quase monótona.
O aramaico, língua semítica, falada em quase toda a região sírio-
palestina, substitui o hebraico, inclusive para os judeus. O aramaico se
constitui na língua vernácula da Palestina, na língua dos governantes e
dos negócios"3
Alexandre Magno, os Ptolomeus egípcios e os Seleucidas da Síria precederão
Pompeu, que unirá a terra da Palestina à província da Síria, incorporando-a ã Roma
no ano 63 a.C.. Durante o breve período do etnarca Herodes, a Judéia passa a ser
administrada diretamente por Roma. Finalmente, no ano setenta de nossa era,

2Roberto MESA, Fundamentos Históricos e Jurídicos do Direito à Autodeterminação do Povo


Palestino, Madri, p. 11.
3Citado por Bichara KADHER Apud Roberto MESA. Fundamentos Históricos e Jurídicos do Direito à
Autodeterminação do Povo Palestino, Madri, p. 12.
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Jerusalém e seu Templo caem, definitivamente, em consequência do sangrento
assédio de Tito.
Sem os judeus, a Palestina prossegue sua história. Existem reduzidas
comunidades hebréias, e os muçulmanos, liderados por Omar, segundo Califa do
Islã, ocupam Jerusalém no ano 636 d.C.. Omar dividirá o território em duas
circunscrições militares: Palestina (Filastin) e Urdún (Jordânia), situação que
persistirá até 1009, ano em que os Cruzados assaltam Jerusalém. Novamente, a
Palestina conhecerá a cobiça dos invasores: dois Estados cristãos serão criados -
um, na Síria, e outro na Palestina.
A presença cristã terminará no ano de 1187, com a volta de Jerusalém às mãos
muçulmanas. Anos mais tarde, ante a ameaça dos mongóis, serão os egípcios que
ocuparão a região, coincidindo com a decadência que, logicamente, também afetará
a economia e a sociedade Palestina.
O século XVI estará marcado pela expansão do Império Otomano. O domínio
turco, quase que exclusivamente preocupado com a cobrança de impostos e tributos,
não deixará marcas culturais, As guerras e invasões serviram para edificar a
personalidade do povo palestino.
Em 1908, todos os árabes do Império Turco, icluindo os palestinos, tinham os
mesmos direitos que os turcos: tinham o direito de voto e podiam candidatar-se a
cargos de representatividade nacional, inclusive ao Parlamento. Não havia
necessidade de uma potência mandatória "ajudar" aos povos que estavam
subjugados pelos turcos.
Nesse período também se desenvolvia os pogrons, na Rússia, venda de terras a
judeus, instalação de colónias e os primeiro movimentos palestinos de resistência a
essa presença de colônias judias na Palestina.
Com respeito à facilidade com que os agricultores vendiam suas terras aos judeus,
ressalve-se que, na maioria dos casos, os vendedores eram proprietários
latifundiários que praticavam o absenteísmo, obtendo, com tais transações, lucros
rápidos, como faz habitualmente qualquer burguesia, sem consciência de seus
liames com a nação. Além disso, um bom número desses proprietários não eram
palestinos, mas sírios e otomanos.
A história palestina contemporânea é mais conhecida e, também, mais
manipulada. Paralelamente à primeira Guerra Mundial ocorre o renascimento do
mundo árabe, o crescente movimento sionista, a política hegemônica das Grandes
Potências (França e Inglaterra), ansiosas por estabelecerem-se no Oriente Médio.
Quando se emitia a Declaração Balfour, as Grandes Potências, desejosas de obter
o apoio árabe contra o Império Otomano, multiplicaram suas promessas, jamais
cumpridas, de uma imediata independência, para os países árabes do Oriente
Médio. Promessas falsas e pretensões legítimas foram dissolvidas no Art. 22 do
Pacto da Sociedade das Nações, que impôs o sistema de Mandato para as antigas
possessões, dependências e colônias do Império Turco e do Império Alemão. A
Palestina, portanto, em 24 de julho de 1922, torna-se um Mandato britânico, f ^ \
Em 1935, surgem partidos políticos árabes na Palestina que, em número de
cinco, formarão a Frente Unida. Esta Frente exige do Governo Britânico o seguinte: a
cessação da imigração judia, a proibição de que os judeus adquirissem terras árabes
e a substituição do sistema de Mandato por um governo designado pelos
representantes da população. As exigências são negadas pela Inglaterra e surge um
movimento de resistência pacífica e também grupos de guerrilheiros. Em 1939, no

A LUTA PALESTINA / 8
entanto, o Governo Britânico cria o LIVRO BRANCO, documento que propunha, em
dez anos, a criação de um Estado único judeu-árabe. Nos cinco primeiros anos,
limitar-se-ia a imigração judia à 75.000 pessoas e regular-se-ia a venda de terras para
mãos judias.
A Segunda Guerra Mundial deixa em suspense o grande debate. O Movimento
Sionista rechaça o LIVRO BRANCO.
O período entre 1944 e 1948 será importante para a Palestina. A matança de
judeus na Europa, pela Alemanha, e o impulso do nacionalismo árabe que, em 1945,
cria a Liga dos Estados Árabes, serão vitais para o futuro palestino.
Em 15 de maio de 1948 chegaria ao fim o Mandato britânico sobre a Palestina.
Nesse mesmo dia, sem que sequer se expirassem os prazos previstos na Resolução
181 (veja anexo 1), as organizações sionistas proclamavam o Estado de Israel. É
importante ressaltar que a Resolução 181 nunca fala de Estado de Israel, mas de
Estado judeu.
No mesmo dia 15 de maio de 1948 começava a primeira guerra entre Israel e os
Estados árabes. Seria a primeira de uma série de guerras que, isolada ou
conjuntamente, os Estados árabes da região travariam contra Israel (veja anexo 2).
Analisando, agora, os fundamentos jurídicos, observaremos as violações políticas
aos direitos do povo palestino. A primeira violação cometida é a Declaração Balfour
(veja anexo 4), um documento de alto valor histórico na medida em que foi e ainda é
exibido como título de legitimidade pelo Estado de Israel.
Num estudo realizado, em 1939, por J.M.N. Jefries, constava a conclusão da
nulidade da Declaração Balfour em vista do Direito Internacional devido ao seguinte:
1) A Declaração dizia respeito a um território com relação ao qual a Inglaterra
estava destituída de direito, e designava um adjudicatório desprovido de toda
qualificação para recebê-lo. Nem a Inglaterra possuía nenhum título sobre a
Palestina, nem tampouco Rothschild tinha legitimação de qualquer índole como
destinatário da Declaração - era um cidadão britânico que sequer representava a
comunidade judia;
2) O direito de guerra não autorizava a Inglaterra, como potência ocupante, a
dispor, ao seu livre arbítrio, do território da Palestina;
3) A Declaração era dirigida contra os direitos adquiridos do povo palestino,
direitos reconhecidos pelos aliados em reiteradas declarações sobre o futuro dos
povos submetidos ao Império Otomano.
"Nesse documento, uma nação solenemente prometeu a uma segunda nação o
país de uma terceira".4
Outra violação que sofreu o povo palestino foi o Mandato outorgado pela
Sociedade das Nações à Grã-Bretanha. Tanto na Declaração Balfour como no
Mandato, a Grã-Bretanha se atribuía, ou lhe eram atribuídas, responsabilidades que,
em nenhuma hipótese, lhe correspondiam. O detentor da soberania sobre a Palestina
eram seus próprios habitantes que, em nenhum momento, foram consultados sobre
a forma de realizar seu destino histórico enquanto comunidade nacional.
A terceira violação política importante foi a Resolução 181 (veja anexo 1) da
Assembléia Geral das Nações Unidas. Devemos examinar, não a validade desta

4 Arthur KESTLER, In: Promise and Fulfillment^ Londres, 1949.


A LUTA PALESTINA / 9
Resolução, mas seu material, segundo as atribuições do futuro da Palestina que
tinha a ONU.
Houve um grande debate com respeito à continuidade das Nações Unidas nas
funções mandatárias da Sociedade das Nações. Tanto a doutrina como a
jurisprudência coincidiram em que o desaparecimento da Sociedade das Nações
também supunha o fim de todas as suas atribuições.
A ONU assumia certos compromissos anteriores da Comunidade Internacional
organizada com respeito aos territórios não-autônomos e, por assim dizer, sucedia à
Sociedade das Nações no que dizia respeito ao sistema de Mandatos, mas não podia
ultrapassar os limites estipulados pelo artigo 22 do Pacto.5 Em suma, não era a ONU
competente para decidir contra os interesses principais dos habitantes dos territórios
em questão, nem estava facultada para transmitir algo que não lhe pertencia - a
soberania sobre os referidos territórios.
Apesar dessas violações referidas, o povo palestino lutou para ser reconhecido
como sujeito jurídico pela Comunidade Internacional, e demonstrou, com provas
suficientes (ante a história e ante o direito), que faz jus à criação do seu Estado
independente e soberano.

50 referido artigo do Pacto da Sociedade das Nações, de 28 de junho de 1919, define a política mandatária
dos países desenvolvidos sobre as colônias e territórios que estavam subjugados às outras nações no final
da Primeira Guerra Mundial.
A LUTA PALESTINA / 1 0
A PAZ POSSÍVEL

Observa-se que o maior empecilho para a paz entre árabes e judeus está na
política imperialista dos países como a Inglaterra e França após o final da Primeira
Guerra Mundial, e dos EUA e URSS após a Segunda Guerra. Há muito interesse na
região do Oriente Médio, devido principalmente a maior fonte de energia, o petróleo,
que é abundante. Além do principal fator já citado, que é econômico, há também o
fator geográfico. O Oriente Médio representa um ponto estratégico no globo, pois fica
na junção dos continentes europeu, asiático e africano.
A política das potências ocidentais foi sempre a de dividir a nação árabe, pois
sabem da grande ameaça que representam para o ocidente. Vide a crise do petróleo
em 1973, quando se uniram, através da Organização dos Países Exportadores de
Petróleo/OPEP, para pressionar a comunidade internacional, através do embargo,
para forçar Israel a desocupar os territórios conquistados. E, principalmente, com o
aumento do petróleo.
Há uma unanimidade entre historiadores, políticos, sociólogos, enfim, estudiosos
que conhecem o conflito árabe-judeu, que só haverá uma solução pacífica quando se
resolver o problema palestino.
É óbvio que para chegar a tão sonhada paz é preciso solucionar primeiramente
assuntos internos como o radicalismo de algumas facções dos dois lados, tanto
judeus ortodoxos quanto árabes fundamentalistas apoiados pela Síria.
A possibilidade de um Estado binacional democrático, defendida por progressistas
árabes e judeus, é também difícil de ser concretizada, afinal, a ira entre os dois povos
não apagará tão rapidamente. É por esta razão que Helena Salem defende a idéia
que, a curto prazo, a melhor solução seria a criação de um Estado palestino.6
Cada vez mais os palestinos fazem-se ouvir através da sua representação oficial, a
OLP, e só o fato dessa Organização ser reconhecida pela ONU, ser membro da liga
dos Estados Árabes, ser Vice-Presidente Regional do Movimento dos Países Não-
Alinhados e tantas outras funções importantes pelo mundo, é suficiente o bastante
para entender a causa justa deste povo, além de inúmeras Resoluções criadas pela
ONU (veja anexo 1) para condenar as ações de Israel e defender o Direito à
Autodeterminação do Povo Palestino
A verdade é que a possibilidade de paz está se firmando, definitivamente, com a
Declaração de Princípios de Washington - os palestinos estão recebendo de volta
17% das terras que Israel ocupou em 1967. Este acordo de Washington, criado em
setembro de 1993, foi dividido em três tempos:
1) Israel e OLP se reconhecem mutuamente, s palestinos ficarão com o controle
da Faixa de Gaza e a cidade de Jericó;
2) Os palestinos terão nove meses para eleger um conselho que governará os
territórios autônomos por um período de cinco anos. Depois, poderá ser criado um
Estado palestino independente;
3) Num prazo máximo de cinco anos, Israel e OLP deverão iniciar conversações
para definir o status dos outros territórios, inclusive Jerusalém Oriental.

6 1977
A LUTA PALESTINA / 12
O mediador das negociações é o pouco conhecido Ministro das Relações
Exteriores da Noruega, Joergen Holst, que respondia pelo Ministério da Defesa, e não
tem a simpatia do povo norueguês, pela benevolência que tem com os russos.
Do ponto de vista dos palestinos, o acordo ainda está longe de concretizar seus
sonhos de um Estado independente mas, inegavelmente, foi dado um grande passo.
E, como disse o escritor israelense e militante pacifista Amos Oz:
"Hoje, israelenses e palestinos estão mandando uma mensagem para
todas as partes do mundo onde existe guerra: se somos capazes de nos
entender e desistir da violência apesar dos 100 anos de fúria e sangue,
não existe, no planeta, lugar onde a paz entre velhos inimigos não seja
possível".1

1Veja, 22 de setembro de 1993.


A LUTA PALESTINA / 1 2
CONFEDERAÇÃO PALESTINA DA AMÉRICA LATINA E CARIBE ICOPLAC

Devido as dificuldades do povo palestino para sensibilizar a opinião pública


mundial e provar os seus direitos à autodeterminação, foram criadas, em todo o
mundo, entidades, governamentais ou não, com o objetivo de divulgar o verdadeiro
problema palestino.
As Nações Unidas, igualmente preocupadas, convocaram, em 1983, em Genebra,
a Primeira Conferência das Nações Unidas Sobre a Questão Palestina. Participaram
os governos dessas nações e numerosas Organizações Não-Governamentais
(ONGs), representando todas as regiões do mundo, na qualidade de observadores.
Um ano depois, seguindo as recomendações da Conferência de 1983, foi
convocada, em Genebra, a Primeira Reunião Internacional das ONGs da Questão
Palestina. Desta reunião participaram uma variada gama de ONGs, regionais,
nacionais e internacionais, laicas, cristãs, judias e muçulmanas.
As 850 ONGs que formam parte do Comitê e que participam da rede de
cooperação sobre o tema palestino, criada na instância das Nações Unidas, se
identificam com os critérios estabelecidos na Resolução 38/58 C, adotada pela
Assembléia Geral da ONU, em 13 de dezembro de 1983. Entre os critérios, citamos
os seguintes: o reconhecimento da OLP como o único representante legítimo do povo
palestino; o direito de todos os estados da região a existir dentro de fronteiras seguras
e internacionalmente reconhecidas, com justiça e seguridade para os povos e tendo,
como condição sine qua nom, o reconhecimento e a realização dos direitos
inalienáveis do povo palestino.
As funções do Comitê Internacional de Coordenação das ONGs Sobre a Questão
Palestina/CICP são, principalmente; estudar os meios mais adequados para
sensibilizar e informar a opinião pública; preparar a agenda das conferências
regionais e internacionais em cooperação com as Nações Unidas, particularmente
com o Comitê para o Exercfcio dos Direitos Inalienáveis do Povo Palestino e da
Divisão pelos Direitos Palestinos; buscar os meios para assegurar uma colaboração
permanente com os órgãos das Nações Unidas antes citados.
A Confederação Palestina Latino Americana e do Caribe/COPLAC se integrou à
CICP em maio de 1988.
Mas o que vem a ser a COPLAC?
A COPLAC congrega 14 Federações: Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia,
Equador, Honduras, Guatemala, México, Martinica, Nicarágua, Peru, Panamá e
Venezuela. As federações, por sua vez, coordenam as atividades e as diversas
associações culturais, sociais e esportivas das famílias latino-americanas de origem
palestina, em seus respectivos países, reunindo, assim, mais de meio milhão de
pessoas. Essas pessoas representam 8% de toda a população palestina do mundo.
Os objetivos da COPLAC são o de coordenar as federações e suas
representatividades perante as autoridades oficiais latino-americanas, assim como
organismos interamericanos-árabes e internacionais para a defesa da Causa
Palestina.
Os latino-americanos de origem palestina consideram como um dever patriótico
zelar pela coerência das posições de seus respectivos países na política externa,

A LUTA PALESTINA / 1 3
explicar os erros que sucederam e sucedem no Oriente Médio, especificamente na
História da Palestina e Líbano.
É dever da COPLAC divulgar a todas as comunidades da América Latina as ações
da "INTIFADA", suas verdadeiras razões e, principalmente, seus objetivos,
transmitindo, claramente, os ideais políticos dos palestinos nos territórios ocupados e
denunciando, com veemência, a expressão militar que os ocupantes exercem sobre a
população civil.
É dever da COPLAC explicar, claramente, aos governos e comunidades da
América Latina, a liderança da OLP, única e legítima representante dos palestinos, e
Yasser Arafat, seu presidente e líder máximo, eleito pelo povo palestino.
É dever da COPLAC divulgar aos governos e comunidades da América Latina as
resoluções políticas adotadas pelo Conselho Nacional Palestino/CNP.
É dever da COPLAC dialogar com todos os governos da América Latina para que
sustentem uma política externa coerente com as resoluções da ONU, como o
reconhecimento do Estado Palestino, independente e soberano, decretado em 15 de
novembro de 1988, na Argélia (veja anexo 5).
É dever da COPLAC dialogar com as comunidades judias da América Latina, afim
de esclarecer as verdadeiras intenções do povo palestino, para que possam destruir,
juntos, as barreiras psicológicas que impedem um diálogo construtivo, e pedir a
essas comunidades que desempenhem um papel ativo junto ao governo de Israel,
para que este se sensibilize frente âs soluções pacíficas do problema.
É dever da COPLAC, junto às Confederações, zelar para que os latino-americanos
de origem Palestina sejam elementos dinâmicos na sociedade em que vivem, para
que, desta maneira, contribuam ativamente na construção de uma sociedade
democrática e justa na América Latina.
É dever da COPLAC, igualmente, estar sempre aberta para sustentar um diálogo
franco e construtivo com todos aqueles que estão dispostos a trabalhar pela
construção da paz mundial.
A COPLAC é uma instituição apolítica e equidistante de convicções de ordem
religiosa, filosófica e econômica. A Confederação não interfere em assuntos internos
de índole política dos países íatino-amerícanos.
A defesa da Causa Palestina está por cima das questões políticas, posto que se
trata de uma causa humanística e inquestionável, superior, portanto, à política e aos
partidos.
A Confederação assume a defesa da Causa Palestina em conformidade com as
resoluções da ONU. Dentre os objetivos e deveres da COPLAC é importante salientar
estes: criar centros desportivos e culturais, colégios árabes, centros assistenciais e
recreativos em cada país, com o objetivo de servir os membros das instituições de
cada federação.
Em junho de 1987 foi realizado o II Congresso da COPLAC8, sediado em Lima,
Peru. Neste Congresso foram definidos compromissos importantes para a
comunidade palestina na América Latina, como novas formas de atuação nos
campos da cultura, educação da juventude e esporte.
Outro objetivo deste Congresso foi a aprovação de Estatutos e eleição de um novo
Comitê Executivo e sua sede.

8 O primeiro congresso foi realizado em São Paulo, Brasil, em julho de 1984.


A LUTA PALESTINA / 1 4
Os participantes do Congresso formavam o Comitê Executivo, as delegações
oficiais das Federações e entidades de origem Palestina, devidamente credenciados
pela Presidência do Comitê Executivo da COPLAC. O Presidente da COPLAC era o
Sr. Yasser Akel Hussein.
No II Congresso da COPLAC a Comissão Jurídica aprovou os seguintes Estatutos
da Instituição: Estatutos Sociais da COPLAC que, no seu segundo artigo, definia que
a COPLAC tinha como sede provisória a cidade de Santiago, no Chile, e que a sede
da COPLAC estaria sempre imbricada no lugar de domicílio de seu Comitê
Executivo. A Comissão Jurídica definia também as atribuições do Comitê Executivo,
que era integrado por um Presidente, um Vice-Presidente e um Secretário Geral.
Dentre tantas atribuições, vale salientar o seguinte: convocar as Assembléias,
reuniões do Conselho Presidencial e do Comitê Executivo, em conformidade com os
Estatutos e Regulamentos; representar, como porta-voz oficial, a Confederação, em
qualquer lugar e ocasião; coordenar os trabalhos e atividades entre as Federações e
Entidades; inspecionar e visitar as Federações e Entidades.
O mais importante deste Congresso, para a cidade de Natal, foi a eleição do
Comitê Executivo da COPLAC, da sua nova sede e a formação do Conselho
Presidencial.
O Presidente da Federação Palestina da Colômbia, Dr. Antônio Jasbón, propôs o
Brasil como futura sede, ao Comitê Executivo da COPLAC. As delegações do Peru e
Chile aprovaram esta proposta, que foi aceita por unanimidade.
O Presidente da Federação Palestina do Brasil, Sr. Hassan El Emleh, baseando-
se nos estatutos da COPLAC, apresentou uma lista com os nomes para compor o
Comitê Executivo, a qual também foi aprovada por unanimidade. A lista era a
seguinte:
Presidente; Dr. Hanna Safieh
Vice-Presidente: Sr. Yasser Akel
Secretário Geral: Dr. MaisarOmar
A importância, para a cidade de Natal, deste Congresso, ocorre devido à escolha
do Dr. Hanna Safieh como o novo Presidente da COPLAC, pois, como afirma o
segundo artigo dos Estatutos Sociais aprovados pela Comissão Jurídica, a sede da
COPLAC deve estar ligada ao lugar de domicílio do seu Comitê Executivo9. Assim,
Natal passa a ter o privilégio de ser a nova sede da COPLAC (veja anexo 6), sendo
inaugurada no dia 4 de setembro de 1987.
Neste mesmo mês, a COPLAC lançava um boletim informativo mensal, impresso
na Cooperativa dos Jornalistas de Natal Ltda/COOJORNAT. O boletim seria
distribuído para as 14 Federações que compunham a COPLAC e, mais tarde,
passou a circular também nos seguintes países: Angola, Bélgica, Cuba, Espanha,
EUA, França, Inglaterra, Holanda, Jordânia, Portugal, Suécia e outros.

9 0 Dr. Hanna Safieh é morador em Natal, empresário e professor do Departamento de Química da UFRN.
A LUTA PALESTINA / 1 5
CONCLUSÃO

Este trabalho demonstra a luta de um povo pelo direito justo à sua


autodeterminação, direito este defendido pela evolução histórica e jurídica da
Questão Palestina. Sabemos o quanto esta evolução da Questão Palestina foi
intencionalmente deturpada, e este trabalho teve, exatamente, a finalidade de mostrar
uma outra história que, no mundo ocidental, quase não é contada. Se há dúvidas
quanto â veracidade, não há dúvida quanto à sua coerência.
Por isso, o povo palestino, espalhado pelo mundo, quer se fazer ouvir e, através
da OLP, sua representante legítima, e das ONGs, manter aceso o sonho palestino da
criação do seu estado democrático e laico.
Na América Latina, a Organização Não-Govern a mental mais importante e mais
atuante é a COPLAC que, a partir de 1987, tem sua sede em Natal. Entretanto,
apesar de sediar esta importante Confederação, Natal não se beneficiou tanto.
Limitou-se, apenas, em ser sua sede, pois a família palestina em Natal é muito
pequena e sua influência na sociedade potiguar é restrita.
Merece destaque, no entanto, visitas importantes à nossa cidade, devido ã
COPLAC, como a da Prefeita de São Paulo, Luíza Erundina, e a do Prefeito de
Vitória, Vítor Buaiz, quando foram homenageados na sede da COPLAC pelo
reconhecimento à solidariedade para com o povo palestino.
Quem sabe, num futuro próximo, Nata!, ainda sede, promova um Congresso da
COPLAC e, mesmo, recepcione um dos maiores políticos do nosso mundo moderno:
Yasser Arafat.

A LUTA PALESTINA / 1 6
ANEXO 1

AS NAÇÕES UNIDAS E A PALESTINA

O envolvimento das Nações Unidas com a Palestina remonta a


1947, desde então, cerca de 200 resoluções foram adotadas com rela-
ção à Questão da Palestina.

Res. 181 (II), de 29/11/47 - determinou a partilha da Palestina em


dois Estados independentes: um Palestino árabe e outro judeu.
Res. 194 (II), de 11/12/48 - refere-se â internacionalização de Jeru-
salém e ao direito de retomo dos refugiados palestinos a seus lares.
Res. 294 (III), de 11/05/49- admite Israel como membro das Nações
Unidas, com a condição do cumprimento das resoluções 181 e 194.
Res. 237, de 14/05/67 - fala sobre o respeito aos direitos humanos
nos Territórios Ocupados.
Res. 24£ de 22/11/67 - exige a retirada imediata das forças israelen-
ses dos Territórios Ocupados, além de reconhecer o direito de inde-
pendência e soberania de todo Estado na região.
Res. 271, de 15/09/69 - condena o incêndio criminoso da Mesquita
de Al-Aqsa, exigindo que Israel cumpra suas resoluções anteriores.
Res. 338, de 21/10/73 - exige a imediata implementação da Res. 242
de 1967.
Res. 3236, de 22/11/74 - reconhece o direito do povo palestino de
lutar, por todos os meios* pela recuperação de seus direitos inalie-
náveis: de retornarem a seus lares, à autodeterminação e à indepen-
dência e soberania nacionais.
Res.3237, de 22/11/74 - a OIP ó admitida como membro observador
na ONU.
Res. 3379, de 10/11/75 - condena o sionismo como forma de racis-
mo.
Res. 32/4Q de 02/12/77 - institua o dia 29 de Novembro, como o Dia
INTERNACIONAL DE SOLIDARIEDADE COM O POVO PALESTINO.
Res. 465, de 01 /03/80 - declara nulas todas as medidas adotadas por
Israel com o fim de alterar o caráter físico e geográfico de Jerusalém e
exige o desmantelamento dos assentamentos israelenses.
Res. ES 7/2, de 29/07/80 - apoia o direito do povo palestino ao es-
tabelecimento de seu Estado Independente e o direito da OLP de re-
presentá-lo em quaisquer conferências sobre a Questão Palestina.
Res. 38/58, pede a realização de uma Conferência Internacional de
Paz para o Oriente Médio, sob seus auspícios e com a participação de
todas as partes envolvidas no conflito, inclusive a OLP, em igualdade
de direitos e condições.

11

A LUTA PAL5ST1KA / 1 7
ANEXO 2

Conflito Data Oponentes Principais fatos ^ ' X: !


I*" i . * ~"" " M-. * ' -s.-«. * . •« AÍ-ÍÍAI J v n
-Primeira maio de , Israel contra.
'Guerra^f^*- "•1948-janélro " Egito. Iraque. ,-« f A recusa árabe à partilha da Palestina, proposta pela ONLL-gõ^uJ
Arabe-Us^í' ,:de 1949 (os Jordânia/ Lf«;5 !v'a" declaração de gueTTa a Israel, em'15- de maio de 1 ^8,'ura diá :
J
Israelense^ armistícios ^ bano e Síria» - clepois "da fundação do Estado judeu. f *
t membros í Os-israefenses derrotaram seus oponefites. ocupandói ÚáRôiÉl
^Guerra-pia,^ i^çram assina-^
^• e o;deserto de Neguev (antigo limite da Palestina com o Egrtò).^
Independên- dos entre fe-' da
cia de Israel)1 'Véféiro e ju- Árabe Com as conquistas a área israelense passou de 14 500 km^^jara,
t .. ."tÂ.cCíi. _ 20 900 km*. Veja o mapa 51. ,/ t '
. ^ f i T r j i S ^ ^ fíhõ^de 1949)
• Jerusalém (com 105 000 árabes e 100 Õ00 judeus) foí;dívTdÍda^-
r
tre Jordânia (setor oriental) e Israel. Fixaram-se as fcont«irásTémfe1-»
\j4\?XVZ • -rí Israel e. Jordânia, que-incorporou, os territórios a oesteíJojfcííbM
- t i ^ f o l P * } .'•îJ'ïC . - 1 dSo -7 a Cisjordânia.;-H .^ - ^ ^ - . -m
1 ; 5!.. r , i j A Faixa de Gaza,"com 40 quilômetros de comprimento e ÇjfrjJô^a
^ ' metros de largura, 'ficou com 0 Egito, . / 3
Guerra "outubro de Israel, apoia-" • A nacionalização do canal de Suez e 0 fechamento do portod&Q- -1
• 195ò do pelá Fran- lat/no goifo de Acaba, pelo presidente egípcio Nassef, ameóçr-:|
ça e pela In-, vam os projetos judeus de irrigação do deserto de Néguev e coe* ,
Jtf 'í -
glaterra. con- tavam seu único contato com 0 mar Vermelho. '
tra o Egito • Israel conquistou a península do Sinai e controlou 0 golfo de A o
ba, reabrindo 0 porto de Eilat.
i st. 'fcrrK.. - • Pressões da União Soviética e dos Estados Unidos fizeram Israel
Wtffí-r- recuar às fronteiras de 1949, sob supervisão de tropas da ONU.

Guerra dos ^ -5/6ÏÏ967 - Israel contra • A partir de 1959^çom_a_criação da_A1-Fatah,xresceram os^ataques ;


Egitorlorda^ ^terroristas palestinas ôs instalações israelenses. Cada ataque era
nia e Síria- - respondido com uma retaliação israelense, algumas vezes multo 1
müSsfe r - "Í " ; ' - maior que à investida sofrida e nem sempre dirigido especifica-
mente contra os atacantes.
• A tensão na região atingiu níveis críticos, em 1966, pois a Sírta
— í üti < passou a dar apoio efetivo aos fedayin (guerrilheiros) palestinos. ' •
• Em abril de 1967. a Força Aérea israelense atacou a Jordânia, em ; "
í. , /» 5..^ reação a estes ataques. . " ""
• Em ! 5 de maio de 1967,0 Egito colocou suas Forças Armadas em
alerta. Nasser ordenou a retirada das tropas da ONIÍ e as substi-
« v e i Jív tuiu por divisões egípcias: ocupou 0 golfo de Acaba e bloqueou 0
porto israelense de Eilat, que recebia suprimentos petrolíferos do
> V IrS, , J • ' '
•v vViiJ" • Em 50 dè maió, Jordânia e Síria firmaram 0 Acordo de Defesa Mú-
illji lí " r tua com 0 Egito, ' •. „ x ^ ^ ' ^ r
MC*
• Em 5 de junho, Israel atacou sem declaração de guerra7 diziman-
do a Força Aérea egípcia em terra. O exército egípcio foi derrota*
do, juntamente com 0 da Jordânia e 0 da Síria. „ ^
í • Israel conquistou a península do Sinai (devolvida ao Egito em
1982), a Faixa de,Gaza, a Cisjordânia e as colinas de Golã, aumem.
tando sua área para 89 489 km 3 . Ve}a 0 mapa 52. '
<• O cessar-fogo. decretado pela ONU, foi atendido pelos árabes,
mas Israel não retirou suas tropas dos territórios ocupados.
'^ í ' . • t- •
* * : -
iCuertido^- Egito e Síria • Israel manteve os territórios ocupados em 1967, provocando 0
Yom fCippur'. contra Israel ataque da Síria (ao norte) e do Egito (ao sul), no feriado iudeu do
(Dià dói-.Àíi-:' r-r • t- Yom Kippur. ?
PerdSoíI^V*; ' T j . - 1,« • Israel respondeu violentamente, más os egípcios chegaram a pe-
r.-.-'w, S*' w netrar 15 quilômetros em. território judeu.
r • • • j. v * •
• Damasco foi bòmbardeada e as tropas egípcias no Sinai foram iso-
ladas*. . ^ _ ^^ ...... ^ •
T^JEPW. ,L ^ • O confíitefSrmaddlenninou em impasse e a área israelense não
• •(* • * :
mudou. Sòba interferência dos Estados Unidos, da União Soviétn
í w l f r ^ .i
ca e da ONU. foram feitos acordos de paz em 1973. 1974 e 1975.

A LUTA PALfSTWA / 1 8
ANEXO 3

X
X
X
Israel e a questão palestina
>
Tripoli
LÍBANO ^
» /
/

Beirute® * Baalbék
a
Sidon ^ S n n
©Damasco
13 Plano da ONU para o Estado judeu em 1947 A a A
Tiro • ,%-r'N, SÍRIA
Territórios anexados por Israel em 1948 e 1949
Territórios ocupados por Israel em 1967

Território ocupado por Israel em 1967 e devolvido


Haifa • Nazaré'
*
GõÍAN
ao Egito em 1902 /

Áreas de conflitos árabe fsraelenses


A Campos de refugiados palestinos

Telavive • ! M M
t!Nòblusf
A A
CISJORDANI^jú» A®
' W J e r u s a b ^ t J e r i c ó Arná

• Port Said
• W Beersheba • Al Karak
A„;„t,
Al Arish *\ /
EGITO
v ISRAEL
Canal
de Suez NEGUEV /
r
EGITO L JORDÂNIA
/

Suez \ /
PENINSULA
DO SINAI Taba «^caba

/ íut^tj (
Sn/'? ARÁBIA
! Gd/o SAUDITA

Monte Sinai
(<r Vaba

* Charm
el Sheik

AM/« I'/-W/

A LUTA PALESTINA / 1 9
DECLARAÇÃO BALFOUR
Texto da carta dirigida em 2 de novembro de 1917
pelo Secretário da Chancelaria britânica, Sr. AJ. Balfour
ao Barão Lionel Walter Rothschild.
"Tenho o prazer de comunicar-lhe, em nome do Governo de Sua
Majestade, a seguinte declaração de simpatia que foi submetida ao
Gabinete, tendo sido aprovado pelo mesmo:
O Governo de Sua Majestade considera favoravelmente o estabele-
cimento» na Palestina, de um lar nacional para o povo judeu, e empre-
gará todos seus esforços para facilitar a realização de tal objetivo,
ficando claramente entendido que nada se fará que possa prejudicar
os direitos civis e religiosos das comunidades não judias existentes
na Palestina, ou os direitos e o "status" político de que gozam os
judeus em outro país."

A LUTA PALESTINA / 21
1 I

PAÍSES QUE RECONOCIERON FORMALMENTE


AL ESTADO PALESTINO PROCLAMADO EL
Reconocimiento
9,- República Popular de Afganistft).
10.- Bnnei.
10.- Estado Vaticano.
11.- F.stadoS Unidos Mexicanos.
>

m
15-. DE NOVIEMBRE DE 1988. 11.- República Socialista de Vietnám. 12.- RepúUica de Chile. x
12.- República Popular de Kampuchca. 13.- RepúMica dei Perú, entre otros.
13.- RepúUica democrática de Lao». O
PAÍSES AR ABES 14.- República Popular Democrática de Cona. Los países dei Mercado Común Europeo en 8u confunto
K* RepcUíca Islâmica de Mauritania. 15.- Reino de Bután. en aos ocasiones. <71
2.- Reino dé Mairuecos. 16.- República de las Maldivas.
3.- República Argelina Democrática y Popular. 17.- Reino de Nepal. Por último cabe mencionar* que la Internacional
4.- RcpúUici de Túnez. 18.-RepúHica Irfámica de Irfth. Socialista, en gu Congresso último finalizado e) dia
5.- Al lamahirva de Libia. 6 de diciembie saludo ai Estado Palestino, conside-
6.- República Árabe de Egipto. VI.- PAÍSES AFRICANOS: r&nddo * ifti paso adeJante constructivo icia la paz".
7.- ReuWica dei Sudán. 1.- República Federativa de Nigéria. La AsamUca General de la ONU en su última Sesión
8.- Estado Djibuti. 2.- República de) Chad. en Ginebra, aprobó el 15 de diciembre de 1988
9.- República Democrática de Somalía. 3.- República de Burfcina-Fasso. la Resducion 54 L/43 A por 104 votos a favor,
10.- RepúUica Árabe dei Yemén, 4.- RepúUica de] Senegal. que reconoce al Estado Palestino.
11.- Los Emiratos Árabe» Unidos. 5.' República de Guinea-Binau.
12.- Estado de Qatar. 6.- República de Mali.
13.- Edado de Bahrein. 7.- República de Guinea.
14.- Reino de Arabia Saudita. 8.- República Popular de Benin.
15.- Estado de Kuwait. 9.- República Popular dei Congo.
16.- República de Irak. 10.* República dé Uganda.
17.- República dei Líbano. 11.- RepúUica Unida de Tanzânia.
18.- Reino Hachemita de Jordania. 12.- República dd Zímbabwe.
19.- Sultanato de Omán. 13.- RepúUica de Zâmbia.
II.- PAISES SOCIALISTAS: 14.- RepúUica Popular de Angola.
15.- RepúUica Popular de Mozambique.
1.- Unión de Repúblicas Socialistas Soviéticas. 16.- RepúUica Democrática de Madagascar.
2.- República Popiiar de Pdonia 17.- Estado de Maurício.
3.- República Poptfar de Hungria. 18.- RepúUica de Sierra Leona.
4.- ReuHica Popular de Bulgária. 19.- República de Gambia.
5 - República Socialista de Chescoáovaquia. 20.- RepúUica de Ghana.
6.- República Democrática Ale ma na. 21.- RepúUica de Seychelles.
7.- RepúUica Socialista de Rumonia. 22.- República de Niger.
8.- República Popiiaí de Menogdia. 23.- RçpúMica Árabe Saharahuí Democrática.
24.- República de Botswana.
III.- PAÍSES BUROPEOS: 25.- RepúUica de Zaire.
26.- RepúUica de Sao Tomé y Príncipe.
1.- República Socialista Federativa de Yogoslnvia. 27.- República de Guinea EcuatoriaL
2.- República de Malta. 28.- RepúMica de Burundi.
3.- República de Chipre. 29.- RepúUica Centroafricana,
4.- República Popilar Socialista de Albanja. 30.- República de Gabón.
5.- República de Tmnuia, 31.- RepúMica de Ruapda.
6.- RapúUica de Áustria. 32.- Reino de Lesotho.
3 -- República de Etiópia.
PAÍSES DE AMERICA LATINA: 34.- RepúMica de Togo.
1.- Reptil icà de Cüba. PAÍSES QUE EMITIERON COMUNIDOS OF1-
2.^ República de Nicangua. C1ALES SALUDANDO Y APOYANDO LA FOR-
3.- Bifado de Surinam. M AC ION DEL ESTADO PALESTINO:
V.- PAUTES AS1ATICOS: 1.- RepúUica Francesa.
1.- República Popiiar China. 2.- RepúUica Helénica de Grécia.
2.- RepúUica de La índia. 3.- RepúUica Italiana.
3.- República lllámioa de Pasquistán. 4.- Eipatia.
4.* RepúUiaa de Banriadfcsh. 5.- Reino de Suécia.
5.- RepúUica DKiioClítica Socialista de Sri Lanka. 6.- RepúUica Federativa de Brasil.
6.* RepúUica de fndaieÉia. 7.- RepúUica Argentina.
7.- República de Mala«ia 8.- RepúUica de Filipinas.
8.- RepúUica Federal Islâmica de ias Com oras. 9.- RepúUica Árabe de Siria.
BIBLIOGRAFIA

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A LUTA PALESTINA / 2 3

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