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“Pai é alguém que, por causa do filho, tem sua vida inteira mudada de
forma inexorável. Isso não é verdadeiro do pai biológico. É fácil demais
ser pai biológico. Pai biológico não precisa ter alma. Um pai biológico se
faz num momento. Mas há um pai que é um ser da eternidade: aquele
cujo coração caminha por caminhos fora do seu corpo. Pulsa,
secretamente, no corpo do seu filho (muito embora o filho não saiba
disso).” Rubem Alves. Um mundo num grão de areia: o ser
humano e seu universo
PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO
(Código de Processo Civil, artigo
1.048 C/C Lei n.º 8.069, de 13 de
julho de 1990)
DIREITO ADMINISTRATIVO. PENSÃO ESPECIAL DE EX-
COMBATENTE. ÓBITO DO TITULAR. REVERSÃO DO
BENEFÍCIO A NETOS MENORES QUE SE ACHAVAM SOB SUA
GUARDA. POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE PREVISÃO NA LEI
Nº 8.059/90 QUE DEVE SER SUPRIDA PELA APLICAÇÃO DO
ECA (ART. 33, § 3º). CRITÉRIO DA ESPECIALIDADE.
PREVALÊNCIA DO PRINCÍPIO DA PRIORIDADE ABSOLUTA
(ART. 227 DA CF/88) E DA DOUTRINA DA PROTEÇÃO
INTEGRAL (ART. 1º DO ECA). CONVENÇÃO SOBRE OS
DIREITOS DA CRIANÇA (ONU/1989). RECURSO
DESPROVIDO. 1. Nos termos do art. 33, § 3º do Estatuto da
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LEI COMPLEMENTAR N. 80/94 ESTATUTO DO DEFENSOR PÚBLICO GARANTIAS E PRERROGATIVAS Seção III Das
Garantias e das Prerrogativas Art. 128. São prerrogativas dos membros da Defensoria Pública do Estado, dentre
outras que a lei estabelecer: I - receber intimação pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição,
contando-se-lhe em dobro todos os prazos (...) XI - representar a parte, em feito administrativo ou judicial,
independentemente de mandato, ressalvados os casos para os quais a lei exija poderes especiais;
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO
A Requerente pleiteia, com fulcro no art. 319,
inciso VII, do Diploma Adjetivo, que seja realizada audiência de autocomposição,
comprometendo-se a parte Autora a comparecer na referida assentada. Requer, ainda, que
as intimações para comparecimento à Audiência sejam feitas na pessoa da Parte, dada as
peculiaridades das atribuições defensoriais, com fulcro no art. 186, §2º, do Código de
Processo Civil.
DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
NOÇÕES GERAIS
Presente na história, as primeiras civilizações,
Excelência, viviam em clãs, homens e mulheres se relacionavam entre si, dentro dos grupos,
sem formação de família. Com o passar dos tempos, o homem passou a exercer o domínio
da terra, fixando-se nelas em busca de trabalho para garantir sua subsistência, surgindo,
daí, as famílias monogâmicas - o homem é marido de uma só mulher - assumindo o papel
de grupo social, acolhendo-se todos os entes nascidos naqueles grupos. O modelo de
família brasileiro origina-se da família romana.
Com o Direito Romano, houve a sistematização de
normas severas que tornaram a família uma instituição patriarcal. O pai ocupava a posição
de chefe da família, detinha o pátrio poder sobre os demais integrantes de seu grupo
familiar. Na sociedade romana, machista e elitista, os poderes patriarcais eram transferidos
ao filho, primogênito, homem e na falta deste, a outro integrante do grupo, desde que
varão.
A SOCIOAFETIVIDADE
PRESSUPOSTOS E EVOLUÇÃO
DA PATERNIDADE SOCIOAFETIVA
RECONHECIMENTO DE FILIAÇÃO–
AÇÃODECLARATÓRIA DE NULIDADE –
INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO SANGÜÍNEA ENTRE AS
PARTES – IRRELEVÂNCIA DIANTE DO VÍNCULO
SÓCIO-AFETIVO. (...) O reconhecimento de paternidade é
válido se reflete a existência duradoura do vínculo sócio-afetivo
entre pais e filhos. A ausência de vínculo biológico é fato que
por si só não revela a falsidade da declaração de vontade
consubstanciada no ato do reconhecimento. A relação sócio-
afetiva é fato que não pode ser, e não é, desconhecido pelo
Direito. Inexistência de nulidade do assento lançado em
registro civil. O STJ vem dando prioridade ao critério biológico
para o reconhecimento da filiação naquelas circunstâncias em
que há dissenso familiar, onde a relação sócio-afetiva