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HISTÓRIA DA

CRIMINOLOGIA
1º. SEMESTRE - TURMA 2018.1
PROF. CLODOVIL MOREIRA SOARES
&
PROFª. LISDEILI NOBRE DANTAS
I. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CRIMINOLOGIA
 O QUASE INICIO DA CRIMINOLOGIA:
 1. É bem verdade que a Criminologia como ciência autônoma existe há pouco
tempo, mas também é indiscutível que ela ostenta um grande passado, uma
enorme fase pré-científica. QUANDO ELA NASCEU?
 A. Muitos doutrinadores afirmam que o fundador da Criminologia moderna foi Cesare Lombroso,
com a publicação em 1876 de seu livro O homem delinquente;
 B. Para outros foi o antropólogo francês Paul Topinard quem, em 1879, teria empregado pela
primeira vez a palavra “Criminologia”;
 C. Ao passo que há os que defendem a tese de que foi Rafaelle Garófalo que, em 1885, usou o
termo como nome de um livro científico, dando-lhe conotação internacional;
 D. Ainda existem importantes opiniões de que a Escola Clássica, com Francesco Carrara (Programa
de Direito Criminal/1859), traçou os primeiros aspectos do pensamento criminológico;
 E. Por derradeiro, releva frisar que, numa perspectiva não biológica, o belga Adolphe Quetelet,
integrante da Escola Cartográfica, ao publicar seu Ensaio de física social (1835) seria um expoente
da Criminologia inicial, projetando estudos estatísticos relevantes sobre criminalidade.
II. OBSERVAÇÕES A EVOLUÇÃO
HISTÓRICA
 No plano contemporâneo, a Criminologia decorreu de longa evolução, marcada,
muitas vezes, por atritos teóricos irreconciliáveis, conhecidos por “disputas de
escolas” e discursos criminológicos, nem sempre sucessivos cronologicamente.

 O estudo da criminalidade e do crime é um fenômeno recente relacionado ao


surgimento das ciências sociais. Mas, remonta às práticas religiosas do século XII. Na
Idade Média, entre os séculos XII e XVII, pessoas que violavam crenças, normas ou
costumes sociais eram torturadas para confessar seus pecados e crimes.

 O estudo das teorias criminológicas tem sido um caminho apaixonante,iremos


descobrindo as vinculações com ás épocas sociais e políticas nas quais nasceram e
se desenlvoveram, e suas determinações econômicas e políticas. Na verdade, é o
mesmo caminha das ideias e das sociedades influentes no mundo ocidental.
III. A HISTÓRIA DA CRIMINOLOGIA DEVE, ENTÃO, SER
CONTADA:

 A) cronologicamente;
 B) seguindo suas razões e impulsos históricos;
 C) levando em conta a função dos elementos políticos e econômicos presentes em
determinado momento;
 D) entendendo-a como uma conseqüência de qual é o conceito de Estado que a
sustenta (se é gerado por consenso de estado ou por conflito), e da maneira como
se produz o conhecimento;
 E) detectando suas marcas no tecido social, nas instituições, nas políticas públicas;
e, por último, mas não menos importante:
 F) olhando sua relação com os direitos Humanos.

 ( Lola Anyar de castro e Rodrigo Codino)


IV. AS INFLUÊNCIAS E VERTENTES AO LONGO DA
HISTÓRIA DA CRIMINOLOGIA
 VIMOS QUE EM SÍNTESE A CRIMINOLOGIA É O ESTUDO DAS DETERMINAÇÕES DO
CRIME. NO ENTANTO A ABORDAGEM, OU DISCURSO, POSTO, OS ELEMENTOS EM
DESTAQUE (ESTUDO – DETERMINAÇÕES E CRIME) SOFRERÁ A INFLUÊNCIA DA PRÓPRIA
HISTÓRIA DO PODER, DA ORDEM, DO CONTROLE, DA DOMINAÇÃO, DA LEGITIMAÇÃO,
OU SEJA É NESSA ANÁLISE QUE SEGUIREMOS DESCOBRINDO AS VINCULAÇÕES COM
ÁS ÉPOCAS SOCIAIS E POLÍTICAS NAS QUAIS, ESSES SABERES CRIMINOLÓGICOS,
NASCERAM E SE DESENVOLVERAM.

 OUTRA VINCULAÇÃO QUE DESCOBRIREMOS É QUE A FORMA DE PUNIR PODE REVELAR


UM DOS MODELOS IDENTIFICADOS POR LOUK HOULSMAN (CRIME É SITUAÇÃO
PROBLEMÁTICA): 1º. MODELO PUNITIVO;
2º. MODELO COMPENSATÓRIO;
3º. MODELO TERAPÊUTICO;
4º. MODELO CONCILIATÓRIO.
IV. ANTECEDENTES
 A. IDADE MÉDIA – ANTES DA INQUSIÇÃO
 SEVERIDADE E BARBÁRIE: PENA DE MORTE; DECAPITAÇÃO, MORTE POR FOME, MUTILAÇÕES. IMERSÃO NO AZEITE;
 FORMAS COMUNAIS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS:
 PROVAS ORDÁLIAS;
 PERDÃO DIVINO;
 VINGANÇA PRIVADA E RARAMENTE COMPOSIÇÃO ENTRE VÍTIMA E ALGOZESES.

 B. IDADE MÉDIA – A INQUISIÇÃO


 As Cruzadas teriam inicio nesses séculos que vão do XI ao XIII , mas continuaram posteriormente,
mediante a adoção de outras formas;
 O modelo da Inquisição surgiu no ano de 1.215, no quarto Concílio de Latrão, estabelecendo-se a
primeira agência burocratizada dominante destinada à aplicação de castigos e a definição de verdades;
 Intima ligação entre a Igreja e o “Estado”;
 Caça aos hereges e posteriormente caça as bruxas, ambos tem pacto como demônio;
 Seqüestro da vítima, o crime é uma ofensa a Igreja e ao Soberano;
 A confissão torna-se a principal prova, rotineiramente obtida mediante tortura;
 Tem o seu declínio no início do Séc. XIV com a formação e unificação dos Estados Nacionais;
IV. ANTECEDENTES

 C. ABSOLUTISMO – MERCANTILISMO (SÉC XVI)


 EXPANSÃO UTLRA -MARITIMA - COLONIZAÇÃO
 TRÊS FORMAS DE PUNIR ADEQUADAS, OU UTÉIS, AO MODELO ECONÔMICO:
 GALÉS (remar no s porões dos navios até morrer);
 DEGREDO ( condenados deveriam colonizar os novos territórios);
 INTERNAÇÃO NA CASA DE RASPAGEM (locais de trabalhos manufaturados, raspagem do
pau brasil) ;
 LEI DOS CERCAMENTOS NA INGLATERRA: MIGRAÇÃO DOS POBRES DOS CAMPOS PARA AS
CIDADES;
 CRIMINALIZAÇÃO DA VAGABUNDAGEM – OS POBRES E DESPOSUÍDOS PASSRAM A SER SOLUÇÃO (
PARA A PRODUÇÃO MERCANTIL) E O PROBLEMA (DEVERIAM ESTÁ SOB CONTROLE);
 SEGUNDO FOUCAULT NESSE PERÍODO SURGEM DOIS MODELOS:
 1. MODELO LEPROSÁRIO : SEGREGATIVO E EXCLUDENTE;
 2. MOLDEO DA PESTE: DISCIPLINAR E INCLUSIVO.
 PARA DEFINR ENTRE AMBOS ESSAVA-SE A TÉCNICA DA MEDICINA SOCIAL: A. EXPULSA
INTERNANDO POBRES “CULPADOS” E B. INCLUI DISCIPLINADOS POBRES “INOCENTES”.
IV. ANTECEDENTES

 ILUMINISMO – LIBERALISMO JURÍDICO – REVOLUÇÃO TÉCNICO CIENTIFICA


 ENCICLOPÉDIA : ESPECIALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO;
 DOMÍNIO DA RAZÃO X SABER RELIGIOSO;
 ASCENSÃO DA BURGUESIA – ACUMULAÇÃO DE CAPITAIS;
 QUESTIONAMENTO DO PODER DA MONARQUIA ABSOLUTISTA;
 NECESSIDADE DE MAIS PESSOAS PARA PRODUÇÃO E COMÉRCIO: SURGE O
DISCURSO PELA HUMANIZAÇÃO DAS PENAS;
 AS REVOLUÇÕES LIBERAIS NA AMÉRICA E NA EUROPA.
V. Criminologia pré-científica (precursores) e Criminologia
científica

 Argumenta-se que a etapa pré-científica da


Criminologia ganha destaque com os
postulados da Escola Clássica, muito embora
antes dela já houvesse estudos acerca da
criminalidade.
 Na etapa pré-científica havia dois enfoques
muito nítidos: de um lado os clássicos,
influenciados pelo Iluminismo, com seus
métodos dedutivos e lógico-formais, e, de
outro lado, os empíricos, que investigavam a
gênese delitiva por meio de técnicas
fracionadas, tais como as empregadas pelos
fisionomistas, antropólogos, biólogos etc., os
quais substituíram a lógica formal e a dedução
pelo método indutivo experimental
(empirismo).
VI. ESCOLAS CRIMINOLÓGICAS
O apogeu do Iluminismo deu-se na Revolução
Francesa, com o pensamento liberal e humanista
• Voltaire

Teceram inúmeras críticas à legislação criminal que


vigorava na Europa em meados do século XVIII
MONTESQUIEU

Aduziam a necessidade de individualização da pena,


de redução das penas cruéis, proporcionalidade etc.
• Rousseau,
1. Escola Clássica
¤ As ideias consagradas pelo Iluminismo acabaram por
influenciar a redação do célebre livreto de Cesare Beccaria,
intitulado Dos delitos e das penas (1764), com a proposta de
humanização das ciências penais.
¤ Além de Beccaria, despontam como grandes intelectos dessa
corrente Francesco Carrara (dogmática penal); Giovanni
Carmignani, Jeremy Bentham (Inglaterra) e Feuerbach
(Alemanha).

¤ Beccaria defendeu:
Cesare Bonesana, Marquês de - A codificação e a existência de leis simples;
Beccaria (1738-1794), um - O Princípio da legalidade;
aristocrata milanês, é - A irretroatividade da lei;
considerado o principal
representante
- O livre arbítrio;
do Iluminismo Penal. - Equivalência entre o delito e a pena;
- Humanização das penas;
- Garantias processuais;
Cesare Beccaria
 Para ele, só as leis poderiam
fixar as penas, não sendo
permitido ao juiz aplicar
sanções arbitrariamente.
 Defendeu o fim do confisco
e das penas infamantes, que
recaem sobre a família do
condenado, como ainda o
fim das penas cruéis e da
capital
OS CLÁSSICOS PARTIRAM DE DUAS TEORIAS DISTINTAS

Contratualismo (contrato social ou


Jusnaturalismo (direito natural, de utilitarismo, de Rousseau), em que o
Grócio) em que decorria da natureza Estado surge a partir de um grande
eterna e imutável do ser humano pacto entre os homens, no
qual estes cedem parcela de sua
liberdade e direitos em prol da
segurança coletiva.
OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ESCOLA
CLÁSSICA SÃO:

a) o crime é um ente jurídico, não é uma ação, mas sim uma


infração (Carrara);

b) a punibilidade deve ser baseada no livre-arbítrio;

c) a pena deve ter nítido caráter de retribuição pela culpa moral


do delinquente (maldade), de modo a prevenir o delito com
certeza, rapidez e severidade e restaurando a ordem externa
social;

d) método de raciocínio lógico-dedutivo.


2. ESCOLA POSITIVA

A chamada Escola Positiva deita suas raízes no


início do século XIX na Europa, influenciada no
campo das ideias pelos princípios desenvolvidos
pelos fisiocratas e iluministas no século anterior.

Pode-se afirmar que a Escola Positiva teve três


fases: antropológica (Lombroso), sociológica (Ferri)
e jurídica (Garófalo).
A. Cesare Lombroso
¤ Os estudos científicos de Lombroso
assumiam feição multidisciplinar, pois
emprestaram informes da psiquiatria com
a análise da degeneração dos loucos
morais, bem como lançaram mão de
dados antropológicos para retirar o
conceito de atavismo e da não evolução,
desenvolvendo o conceito de criminoso
nato.
¤ Para ele, não havia delito sem múltiplas
causas, incluindo-se aí variáveis
ambientais e sociais, como, por exemplo, o
clima, o abuso de álcool, a educação, o
trabalho etc.
MÉTODO INDUTIVO-
EXPERIMENTAL
Por isso, afirmou que o crime não era uma entidade
jurídica, mas sim um fenômeno biológico, razão pela
qual o método indutivo-experimental deveria ser o
empregado.
A. Cesare Lombroso
Registre-se, por oportuno, que suas pesquisas
foram feitas na maioria em manicômios e
prisões, alegando que o criminoso era um ser
atávico, um ser que regredia ao primitivismo,
um verdadeiro selvagem (ser bestial) que
nasce criminoso, cuja degeneração é-lhe
causada pela epilepsia que ataca seus centros
nervosos.
A. Cesare Lombroso
DE ACORDO COM LOMBROSO AS CAUSAS DO
CRIME RESIDEM EM UM TRIPÉ, QUE FOI
CHAMADO DE TRÍPTICO LAMBROSIANO:
1- Regressão atávica – figura do criminoso
nato;
2- Taras degenerativas – já tem características
criminais, mas vem a desenvolvê-las futuro, ao
longo da vida;
3- Fatores externos – são causas meramente
desencadeadoras de algo que já existe na
personalidade e aspecto biológico da pessoa,
não é elemento determinante para o crime é
só desencadeante.
A. DETERMINISMO BIOLÓGICO

Embora Lombroso não


FATORES
tenha afastado os fatores
EXÓGENOS exógenos da gênese
criminal, entendia ele que
eram apenas aspectos
motivadores dos fatores
FATORES endógenos; assim, o
ENDÓGENOS clima, a vida social etc.
apenas desencadeariam
a propulsão interna para
o delito, pois o criminoso
FATORES nascia criminoso
EXÓGENOS
(determinismo
biológico).
B. Enrico Ferri (1856-1929)
Genro e discípulo de Lombroso, foi o criador da
chamada “Sociologia Criminal”.
Para ele, a criminalidade deriva de fenômenos
antropológicos, físicos e culturais.
Negou com veemência o livre-arbítrio (mera ficção)
como base da imputabilidade; entendeu que a
responsabilidade moral deveria ser substituída
pela responsabilidade social e que a razão de
punir é a defesa social (a prevenção geral é mais
eficaz que a repressão). Classificou os criminosos
em natos, loucos, habituais, de ocasião e por
paixão.
B. Enrico Ferri (1856-1929)
C. Raffaele Garófalo (1851-1934),
 Jurista de seu tempo, afirmou que o crime
estava no homem e que se revelava como
uma degeneração deste;
 Criou o conceito de temeribilidade ou
periculosidade, a qual seria o propulsor do
delinquente e a porção de maldade que deve
se temer em face deste;
 Fixou por derradeiro a necessidade de se
fazer outra intervenção penal – a medida de
segurança;
 Em suas obras preocupava-se com a
definição psicológica do crime, eis que
defendia a teoria do “crime natural”, para
definir os comportamentos que afrontam os
sentimentos básicos e universais de piedade
e probidade em uma sociedade.
C. Classificou os criminosos

CRIMINOSOS

natos fortuitos (de


defeito moral
especial (assassinos,

(instintivos) ocasião) violentos, ímprobos e


cínicos)

DEFENDIA A PENA DE MORTE


PRINCIPAIS POSTULADOS DA ESCOLA POSITIVA

a) direito penal é obra humana;


b) a responsabilidade social decorre do determinismo social;
c) o delito é um fenômeno natural e social (fatores
biológicos, físicos e sociais);
d) a pena como instrumento de defesa social (prevenção
geral);
e) método indutivo-experimental; e
f) os objetos de estudo da ciência penal são o crime, o
criminoso, a pena e o processo.
D. Adolphe Jaques QUETÉLET (1796 – 1874)
 Em 1846, propôs a organização de censos. Em tal obra, enxerga o crime como produto da
organização social, estudando as características que podem influenciar na prática do
crime, tais como as estações, o clima, o sexo e a idade. Afirma que para a obtenção de
resultados mais autênticos, as circunstâncias em que se encontram os homens devem
ser similares, ou seja, igualmente favoráveis.
 Ao final da pesquisa, concluiu que:
 i) a idade é a característica que mais influi na prática do crime – o auge da força física e das
paixões do homem encontrar-se-ia na idade dos 25 anos;
 (ii) as mulheres, provavelmente por sua fraqueza, comentem mais crimes contra a propriedade
do que crimes contra a pessoa;
 (iii) no verão se cometem mais crimes contra a pessoa e menos crimes contra a propriedade;
 (iv) o clima parece ter influência sobretudo nos crimes contra as pessoas;
 (v) os profissionais liberais estariam mais envolvidos em crimes contra a pessoa, enquanto as
classes trabalhadora e doméstica estariam mais envolvidas em crimes contra o patrimônio.

 Para ele, a educação e a pobreza não são significativas no estudo da prática do crime. A
origem do crime reside na sociedade – e não no indivíduo. Ou seja, quem comete o crime é um
instrumento que executa o que a sociedade gestou. (ACABA ANUNCINADO AS ESCOLAS SOCILÓGICAS)
2.1. ESCOLA DE POLÍTICA CRIMINAL OU MODERNA
ALEMÃ

 Tal corrente foi também denominada Escola


Sociológica Alemã, cujos principais expoentes foram
Franz Von Lizst, Adolphe Prins e Von Hammel, aliás,
criadores da União Internacional de Direito Penal
em 1888.
 Em seu Programa de Marburgo afirma ser o direito
penal um instrumento de luta contra o delito, a
pena teria efeitos de prevenção especial:
intimidação, neutralização e correção.
2.1.1. OS POSTULADOS DA ESCOLA DE POLÍTICA
CRIMINAL FORAM

a) método indutivo-experimental para a


Criminologia;
b) distinção entre imputáveis e
inimputáveis (pena para os normais e
medida de segurança para os perigosos);
c) crime como fenômeno humano-social e
fato jurídico;
d) função finalística da pena – prevenção
especial;
e) eliminação ou substituição das penas
privativas de liberdade de curta duração.
4. Terza Scuola
 A Terza Scuola Italiana, cujos expoentes foram Manuel
Carnevale, Bernardino Alimena e João Impallomeni, fixou os
seguintes postulados criminológicos:

a) distinção entre imputáveis e inimputáveis;


b) responsabilidade moral baseada no determinismo (quem não
tiver capacidade de se levar pelos motivos deverá
receber uma medida de segurança);
c) crime como fenômeno social e individual;
d) pena com caráter aflitivo cuja finalidade é a defesa social.
SOCIOLOGIA CRIMINAL

Nessa perspectiva macrossociológica, as teorias criminológicas contemporâneas não se


limitam à análise do delito segundo uma visão do indivíduo ou de pequenos grupos, mas sim
da sociedade como um todo.
Sociologia criminal
 A sociologia criminal no seu início e postulados confundiu-
se com certos preceitos da antropologia criminal, de sorte
que buscava a gênese delituosa nos fatores biológicos, em
certas anomalias cranianas, na “disjunção” evolutiva.

 No entanto, a moderna sociologia partiu para uma divisão


bipartida, analisando as chamadas teorias
macrossociológicas, sob enfoques consensuais ou de
conflito.
 ENFIM, O CRIME É UM FENÔMENO SOCIAL [ Séc. xx – anos 50]
O pensamento criminológico moderno é influenciado por duas
visões:
Parte do pressuposto de
que existe uma
AUTOPOIESE na ordem

Teorias de social
significa que as regras

consenso
sociais nascem
naturalmente em
determinada sociedade,
então as pessoas
respeitam essa regra
porque fazem parte de
Parte do pressuposto um consenso coletivo,
que as pessoas nasceram nessa
respeitam as regras por Sociedade. Linha de
conta da pensamento sob

Teoria de
coerção, dominação da influência de Emille
violência, linha de Durkheim.
pensamento sob
influência de Karl Marx.
conflito
ESCOLAS \TEORIAS SOCIOLÓGICAS

As teorias consensuais partem dos Os postulados das teorias de conflito


seguintes postulados: toda sociedade são: as sociedades são sujeitas a
é composta de elementos perenes, mudanças contínuas, sendo ubíquas,
integrados, funcionais, estáveis que se de modo que todo elemento coopera
baseiam no consenso entre seus para sua dissolução. Haveria sempre
integrantes. uma luta de classes ou de ideologia a
informar a sociedade moderna (Marx).
1. ESCOLA DE CHICAGO; 1. LABELLING APPROACH ;
2. ESCOLA DA ASSOCIAÇÃO 2. TEORIA CRÍTICA DA CRIMINOLOGIA;
DIFERENCIAL; 3. ABOLICIONISMO PENAL;
3. TEORIA DA ANOMIA; 4. NEO REALISMO DE ESQUERDA;
4. TEORIAS DA SUBCULTURA 5. DIREITO PENAL DO INIMIGO.
DELINQUENTE.
5. A ESCOLA DE CHICAGO
(Principais autores – William Thomas, Robert Park, Ernest Burgess)

 ¤ Escola de Chicago- A partir do século XIX, com a ZONAS DA RELAÇÃO SIMBIÓTICA


Revolução Industrial, Chicago passa a ser um polo
industrial muito forte, onde passou a ser forte ponto de ZONA V

fluxo migratório de negros (antigos escravos e


descendentes de escravos do sul), em busca de uma ZONA IV

vida melhor. ZONA III

ZONA II

 ¤ Em função do crescimento desordenado da cidade de ZONA I - D.C

Chicago, que se expande do centro para a periferia


(movimento circular centrífugo), inúmeros e graves
problemas sociais, econômicos, culturais etc. criam o
ambiente favorável à instalação de uma criminalidade,
ainda mais dada a ausência de mecanismos de controle
social.

O modelo mesmo traduz a idéia de que a cidade cresce a partir de seu centro, essencialmente comercial, rumo à periferia.
A Zona I, conhecida como zona do Loop comportaria as atividades bancárias, comerciais e industriais. Na Zona II, ou zona de transição, encontra-se uma região da
cidade que está sendo invadida pelo comércio e indústria leve e onde se concentram as casas de prostituição e jogo bem como as moradias mais baratas e
decadentes da cidade. Em seguida, a Zona III pode ser caracterizada como zona de moradia dos trabalhadores das indústrias, “que fugiram da área de decadência,
mas que desejam viver em ponto de fácil acesso no seu trabalho”. A zona IV é a zona residencial, composta por residências mais luxuosas e por prédios de
apartamento de alta classe. Finalmente, a Zona V, a rigor fora dos limites da cidade, é a zona do commuters, trabalhadores que residem em vilarejos ou distritos fora
da cidade, mas que a ela se dirigem regularmente para trabalharem 8.
5. A ESCOLA DE CHICAGO
(Principais autores – William Thomas, Robert Park, Ernest Burgess)

 Desse modo, os teóricos da escola de Chicago vão dizer que os


índices de criminalidade altíssimos de Chicago, se deve,
principalmente à duas circunstâncias:
 • Perda das raízes;
 • Desorganização Urbana/da cidade.
 PARA SOLUCIONAR PROPÕEM:
 Para combater a desorganização da cidade tem que se fazer um
planejamento Urbano;
 E, quanto a perda das raízes, esses autores vão dizer que o
Estado promova políticas públicas do resgate das raízes
 CRÍTICAS:
 Concepção Burguesa de organização urbana (etnocêntrica);
 Só prevê a criminalidade dos pobres, os crimes econômicos
ficam fora.
6. ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL-
sociólogo americano Edwin
Sutherland (1883-1950)
6. ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL
sociólogo americano Edwin
Sutherland (1883-1950)

¤ Cunhou-se no final dos anos 1930 a expressão white collar crimes


(crimes de colarinho branco) para mostrar os autores de crimes que se
diferenciavam dos criminosos comuns.
¤ Afirma que o comportamento do criminoso é aprendido, nunca
herdado, criado ou desenvolvido pelo sujeito ativo. Sutherland não
propõe a associação de criminosos e não criminosos, mas, sim, de
definições favoráveis ou desfavoráveis ao delito.
¤ Nesse contexto, a associação diferencial é um processo de
apreensão de comportamentos desviantes que requer conhecimento e
habilidade para se locupletar das ações desviantes.
6. ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL
sociólogo americano Edwin
Sutherland (1883-1950)

• 1 – o comportamento criminal é um comportamento


aprendido;
• 2 – É aprendido mediante a interação com outras
pessoas em um processo comunicativo;
• 3 – A maior carga de aprendizagem se dá nas relações
sociais mais próximas;
• 4 – o aprendizado inclui a técnica do delito, além da
própria justificação do ato;
• 5 – surge o delinquente quanto às definições
favoráveis à violação da norma superam as
desfavoráveis.
7. TEORIA DA ANOMIA
ᐒ A teoria da anomia também é vista como uma teoria de
consenso, porém com nuances marxistas.
ᐒ De plano, convém citar que essa teoria insere-se no plano das
correntes funcionalistas, desenvolvida por Robert King Merton,
com apoio na doutrina de E. Durkheim (O suicídio). Para os
funcionalistas, a sociedade é um todo orgânico articulado, que
para funcionar perfeitamente necessita que os indivíduos
interajam num ambiente de valores e regras comuns.
ᐒ No entanto, toda vez que o Estado falhar, é preciso resgatá-lo,
preservando-o, de modo que, se isso não for possível, haverá
uma disfunção.
7. TEORIA DA ANOMIA
• IDENTIFICAREMOS DUAS VERTENTES:

• A. Émile Durkheim (fundador da sociologia),


cunhou o termo anomia para designar uma
situação de falta de objetivos sociais e ausência de
normas. Enfraquecimento da consciência coletiva.
Seria um “estado de desintegração”, a ser
combatido para assegurar a coesão social e a
solidariedade orgânica.

• B. Robert K. Merton apropria-se desse conceito e


constrói uma teoria criminológica em “Teoria
social e estrutura social” (1938). A ANOMIA é a
quebra da estrutura cultural que se produz pela
assimetria entre as normas , os objetivos
culturais e as capacidades das pessoas para atuar
de acordo com essas e alcançarem seus
propósitos.
7. TEORIA DA ANOMIA
Merton explica que o comportamento
desviado pode ser considerado, no plano
sociológico, um sintoma de dissociação entre
as aspirações socioculturais e os meios
desenvolvidos para alcançar tais aspirações.

Assim, o fracasso no atingimento das


aspirações ou metas culturais em razão da
impropriedade dos meios institucionalizados
pode levar à anomia, isto é, a manifestações
comportamentais em que as normas sociais
são ignoradas ou contornadas.

Então, o conceito de anomia de Merton atinge


dois pontos conflitantes: as metas
culturais(status, poder, riqueza etc.) e os meios
institucionalizados (escola, trabalho etc.).
7. TEORIA DA ANOMIA:
Desse modo, R. Merton, desenvolve sua teoria em 1938, e reflete na questão de que as Anomias são os
modos não conformistas que superam os modos conformistas (ocorre quando a pessoa absorve quando
as metas culturais quanto os meios institucionais).

METAS CULTURAIS MEIOS INSTITUCIONAIS RESULTADO


CONFORMISMO + + Aceita a sociedade e a
cultura (NORMAL)
(inova fora dos meios
INOVAÇÃO + - institucionais para se
enquadrar
socialmente) - DELINQUÊNCIA

(cumpre regras sem


RITUALISMO - + questionar e não inova
em nada) Burocrata
(situação de
RETRAIMENTO - - miséria/mendigo, que não
possui
meio e não quer ter também)
(quer mudar as regras
REBELIÃO +/- +/- culturais e institucionais
contracultura)
*mudança social -
REVOLUCIONÁRIOS
8. SUBCULTURA DELINQUENTE
sociólogo Albert Cohen (Delinquent boys, 1955).

A tese central desse pensamento é de que “cada sociedade é internamente


diferenciada em inúmeros subgrupos, cada um deles com distintos modos
de pensar e agir, com suas próprias peculiaridades e que podem fazer com
que cada indivíduo, ao participar destes grupos menores, adquira “culturas
dentro da cultura”, isto é, subculturas.
8. SUBCULTURA DELINQUENTE
sociólogo Albert Cohen (Delinquent boys, 1955).

Três ideias básicas sustentam a subcultura


1) caráter pluralista e atomizado da ordem social;
2) a cobertura normativa da conduta desviada;
3) semelhanças estruturais na gênese dos comportamentos
regulares e irregulares

A SUBCULTURA DELINQÜENTE, POR SUA VEZ, PODE SER RESUMIDA COMO UM


COMPORTAMENTO DE TRANSGRESSÃO QUE É DETERMINADO POR UM SUBSISTEMA
DE CONHECIMENTO, CRENÇAS E ATITUDES QUE POSSIBILITAM, PERMITEM OU
DETERMINAM FORMAS PARTICULARES DE COMPORTAMENTO TRANSGRESSOR EM
SITUAÇÕES ESPECÍFICAS.
8. SUBCULTURA DELINQUENTE
sociólogo Albert Cohen (Delinquent boys, 1955).

 Nos dizeres de Garcia-Pablos de Molina, Cohen atribui à subcultura delinqüencial três


fatores: não utilitarismo da ação; malícia da conduta; e seu negativismo. Com isso
pretende afirmar que as condutas são um fim em si mesmo e não um meio para
obterem alguma coisa (utilitarismo), realizadas com a intenção de chocar, escandalizar
(malícia) e para negar os valores considerados como universalmente vigentes
(negativismo).

 Albert Cohen acaba por concluir pela normalidade do crime e pela afirmação do crime
como valor do grupo e não como negação de uma pretensa universalidade de valores
sociais.

 Mais importante, porém, é a “lição que se pode tirar de tais teorias, sem qualquer
dúvida, é que dadas suas características particulares, o combate a essa criminalidade
não se pode fazer através dos mecanismos tradicionais de enfrentamento do crime.
Primeiro porque a idéia central dessa forma de prática delituosa tem certas
particularidades que são dessemelhantes de outras formas mais corriqueiras.
9. Labelling approach
(etiquetamento, rotulação ou reação social)
9. Labelling approach
(etiquetamento, rotulação ou reação social)

A teoria do labelling approach (interacionismo simbólico,


etiquetamento, rotulação ou reação social) é uma das mais
importantes teorias de conflito surgida nos anos 1960 nos Estados
Unidos;seus principais expoentes foram Erving Goffman e Howard
Becker.
Por meio dessa teoria ou “enfoque”, a criminalidade não é uma
qualidade da conduta humana, mas a consequência de um processo
em que se atribui tal “qualidade” (estigmatização).
Assim, o criminoso apenas se diferencia do homem comum em razão
do estigma que sofre e do rótulo que recebe. Por isso, o tema central
desse enfoque é o processo de interação em que o indivíduo é
chamado de criminoso.
9. Labelling approach
(etiquetamento, rotulação ou reação social)

 Sustenta-se que a criminalização primária produz etiqueta ou


rótulo, que por sua vez produz criminalização secundária
(reincidência).
 Essa etiqueta ou rótulo (materializado em atestado de
antecedentes, folha corrida criminal, divulgação de jornais
sensacionalistas etc.) acaba por impregnar o indivíduo,
causando uma expectativa social de que a conduta venha a ser
praticada, perpetuando o comportamento delinquente e
aproximando os indivíduos rotulados uns dos outros.
 Uma vez condenado, o indivíduo ingressa numa “instituição”
(presídio) que gerará um processo institucionalizador, com seu
afastamento da sociedade, rotinas do cárcere etc.
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

 ANITUA, Gabriel Ignácio. História dos Pensamentos Criminológicos; tradução Sérgio


Lamarão. – Rio de janeiro: Revan – ICC, 2008. (Pensamentos Criminológicos, 15)
 ANYAR DE CASTRO, Lola, CODINO, Rodrigo. MANUAL DE CRIMINOLOGIA
SOCIOPOLÍTICA; tradução Amina Vergara. 1ª. Ed. – Rio de Janeiro: Revan, 2017.
 BATISTA, Vera Malaguti, 1935. Introdução critica à criminologia brasileira / Vera
Malaguti Batista. – Rio de Janeiro : Revan, 2011, 2. a edição, julho de 2012 a impressão,
2015.
 PENTEADO FILHO, Nestor SampaioCriminologia e medicina legal / Nestor Sampaio
Penteado Filho, Ugo Osvaldo Frugoli, Paulo Argarate Vasques. — São Paulo:Saraiva,
2014. — (Coleção preparatória para concurso de delegado de polícia);
 PENTEADO FILHO, Nestor Sampaio Manual esquemático de criminologia / Nestor
Sampaio Penteado Filho. – 2. ed. – São Paulo: Saraiva, 2012. Bibliografia. 1.
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 SHECARIA, Sergio Salomão, Criminlogia, Editora Revista dos Tribunais;

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