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Bichos eternos
Por A. R. Williams
Uma gazela de estimação de uma rainha era mumificada com a mesma pompa de
membros da família real. Envolta em bandagens e posta num caixão de madeira
feito sob medida, ela seguiu sua dona ao túmulo por volta de 945 a.C.
Eram os idos tempos das expedições que escavavam por toda parte no deserto em busca
de tumbas reais com esquifes e máscaras de ouro. Os muitos milhares de animais
mumificados que apareciam não passavam de coisas a serem removidas para dar
passagem ao que de fato interessava. Pouca gente dedicou-se a estudar esse material, e
sua importância era ignorada.
No século seguinte, a arqueologia tornou-se menos uma caça aos troféus e mais uma
ciência. Os escavadores se deram conta de que boa parte da riqueza dos sítios repousa
na multidão de detalhes sobre pessoas comuns. As múmias de animais são parte
importante dessa empreitada.
"Eles são de fato manifestações da vida cotidiana", afirma a egiptologista Salima Ikram.
"Bichos de estimação, comida, morte, religião. Essa é a gama de interesses dos
egípcios." Especialista em zooarqueologia – o estudo dos despojos de animais antigos -,
Salima ajudou a encaminhar nova linha de pesquisa direcionada a gatos e outras
criaturas. Como professora da Universidade Americana do Cairo, ela adotou a
negligenciada coleção de animais mumificados do Museu Egípcio no âmbito de um
projeto. Ao realizar mensurações precisas, espiar sob as bandagens de linho com raio X e
catalogar suas descobertas, Salima criou uma ala para a coleção. "Você olha para esses
animais e, de repente, diz 'Ah, o rei tal tinha um bicho de estimação. Eu também tenho'. E
eis que os antigos egípcios saltam os mais de 5 mil anos que nos separam deles para se
tornar gente como a gente."
As múmias de animais são agora uma das atrações mais populares no museu. Atrás de
painéis de vidro jazem gatos envoltos em bandagens de linho, formando desenhos de
diamantes, listras, quadrados e xadrês; musaranhos acondicionados em recipientes de
pedra calcárea; carneiros em embalagens adornadas de contas; um crocodilo de
carapaça, com 5 metros de comprimento, que havia sido enterrado ostentando múmias de
jacarezinhos bebês dentro de sua bocarra; fardos recobertos de intrincados apliques
contendo íbis, a ave de pernas longas e bico fino encurvado, endêmica ao longo do rio
Nilo; gaviões; peixes. Até mesmo pequeninos escaravelhos com as bolotas de fezes que
eles comiam.
Alguns animais eram preservados para que seus falecidos donos tivessem companhia na
eternidade. Os antigos egípcios abonados preparavam suas tumbas com toda pompa, na
esperança de que seus pertences pessoais estivessem disponíveis por vias mágicas
depois da morte. A partir de mais ou menos 2950 a.C., os reis da primeira dinastia eram
sepultados em seus complexos funerários, em Abidos, com cachorros, leões e burros.
Mais de 2,5 mil anos depois, durante a 30ª dinastia, um plebeu de Abidos chamado Hapi-
men foi levado ao jazigo com seu cachorrinho encolhido a seus pés.
Alguns animais eram mumificados por serem os representantes vivos de uma divindade. A
cidade de Mênfis, capital do Antigo Egito durante boa parte de sua história, cobria 50
quilômetros quadrados no seu ápice, em torno de 300 a.C., com uma população de cerca
de 250 mil habitantes. Hoje, a maior parte de sua glória jaz sob a aldeia de Mit Rahina. No
entanto, ao longo de uma estrada poeirenta, as ruínas de um templo se erguem entre
tufos de grama. Era ali o local em que se embalsamava o touro Ápis, um dos mais
reverenciados animais daquela época
Símbolo de força e virilidade, o Ápis tinha ligações estreitas com o rei. Ele era meio
animal e meio deus, e foi eleito para veneração por causa de um conjunto incomum de
marcas que ostenta no corpo: um triângulo branco na testa, formas esbranquiçadas de
asas nos quartos dianteiros e traseiros, a silhueta de um escaravelho na língua e pelo
duplo na ponta do rabo. Ao longo de sua vida, era mantido em um santuário especial,
onde se via paparicado pelos sacerdotes, adornado com ouro e joias e adorado pelas
multidões. Ao morrer, acreditava-se que sua essência divina migrava para outro touro,
deflagrando, então, a busca por esse novo escolhido. Nesse meio tempo, o corpo do
falecido era transportado para o templo e depositado em um leito de travertino (um tipo de
rocha calcárea), trabalhado com primor. A mumificação demorava pelo menos 70 dias - 40
para secar o enorme repositório de carne e 30 para cingi-lo de bandagens.
http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/edicao-116/mumias-de-animais-
507096.shtml
A partir da leitura do texto Bichos Eternos, responda as questões de 1 a 3.
(a) que o referido texto não pertence à tipologia expor, uma vez que conta a história
das múmias.
(b) Que o texto pertence à tipologia textual argumentar, uma vez que o autor explicita
as vantagens e as desvantagens de se mumificar animais.
(c) Que o texto pertence à tipologia textual expor, uma vez que informa o leitor sobre
um determinado assunto.
(d) O texto não pertence a nenhuma tipologia, uma vez que o tipo de informação
oferecida é totalmente irrelevante.
“As crianças do vilarejo ofereciam os melhores espécimes aos turistas por qualquer
troco. O resto era vendido a peso como fertilizante. Um navio chegou a transportar
cerca de 180 mil gatos mumificados para Liverpool, uma carga que pesava algo
como 17 toneladas, para serem espalhados pelos campos da Inglaterra.”
múmia s. f.
1. Cadáver conservado por um processo dos antigos Egípcios.
2. Fig.Pessoa magra e de pele ressequida
Outro fator que ainda contribui para a continuação dessa tirania é a falta de desvelo das
escolas com o problema. Essas, por sua vez, preferem omitir a existência dos conflitos
entre alunos, em vez de deixar claro que não aceitarão tais práticas, incitando professores
e coordenadores à supervisão ampla e constante de qualquer forma de intimidação.
http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/redacao/ult4657u660.jhtm
4. O texto Agressividade entre jovens trata de um tema muito ligado ao cotidiano da
escola. Observando a estrutura do texto, é INCORRETO afirmar que:
(a) O texto pertence à tipologia expor, uma vez que apenas apresenta fatos, sem que
o autor expresse suas opiniões sobre os mesmos.
(b) O texto pertence à tipologia argumentar, uma vez que o autor apresenta
argumentos para sustentar sua opinião sobre o assunto.
(c) O texto é argumentativo, uma vez que o autor expressa sua opinião sobre o
assunto tratado.
(d) O texto pertence à tipologia argumentar, pois tem por objetivo persuadir
(convencer) o leitor.
5. A partir da leitura do texto Agressividade entre jovens, é possível afirmar que:
(a) O autor se posiciona favoravelmente em relação à prática do Bullying.
(b) O autor se posiciona contrariamente em relação à prática do Bullying.
(c) Não é possível perceber o posicionamento do autor em relação à prática do
Bullying.
(d) O autor apresenta argumentos favoráveis e contrários à prática do Bullying.
6. Leia o excerto:
“Não demorará e veremos outros ambientes se tornando suporte para a prática do
"bullying". Portanto, é essencial que existam propagandas, campanhas e atividades
que informem os brasileiros, além de orientações e penas mais severas aos
infratores, para que, dessa forma, a convivência entre os jovens seja mais
saudável.”
A conjunção PORTANTO, presente no trecho, poderia ser substituída sem prejuízo
para o sentido por:
(a) mas
(b) porém
(c) então
(d) porventura
1- a
2- d
3–d
4- a
5–b
6- c
7- a
8- c