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Questão 1
Comecemos pelo Congo, que foi a primeira região com a qual os portugueses se
relacionaram. Na época da chegada dos portugueses, havia no Congo uma organização
política estruturada em uma figura-chave: o mani Congo. O mani Congo era
considerado o chefe- maior, ao qual todos os outros chefes regionais eram
subordinados. 1 A religião católica foi a principal estratégia adotada pelos recém
chegados portugueses como forma de adentrar-se nas sociedades locais dessa região,
crentes de que uma vez católica, a população do reino do Congo estaria a um passo de
seu domínio político. Para isso, missionários portugueses tentaram converter a
população e, principalmente, os chefes. Todavia, tal estratégia portuguesa se mostrou
um verdadeiro fiasco, sendo que a religião católica foi incorporada como uma forma de
legitimação de poder por muitos desses chefes, incluindo o próprio mani Congo, o que
se mostrou como um resultado ainda pior para os portugueses.
1
Cf. M’BOKOLO, Elikia – África negra. História e civilizações. A este respeito ver:
“O reino do Kongo” pp. 180 – 205.
1
Paulo Dias de Novaes, em 1575, na ilha de Luanda. Essa ocupação portuguesa logo
entrou em conflito com o Soba de Angola e desencadeou o processo que deu origem a
longo período de gurra entre os ocupantes portugueses e o Soba de Angola.
2
SILVA, Alberto da Costa e - A manilha e o libambo: A África e a escravidão de 1500
a 1700, pp. 443.
2
Colocando em perspectiva a atuação portuguesa nos dois lados do continente
Africano é possível estabelecer paralelos e verificar diferenças decorrentes desses
processos. Nos dois casos fica clara a atuação de agentes em nome da coroa portuguesa
como protagonistas do processo de conquista, por um lado a fundação da capitania e
depois governo geral em Angola, e a expedição punitiva ao monomotapa no Zambeze.
Esse aspecto em comum torna-se importante ao ser analisado na medida em que os
processos decorrem da mesma lógica de atuação da coroa por serem praticamente
contemporâneos. Ou seja, nos dois casos a atuação dos mercadores e missionários foi
subordinada a uma atuação militar advinda de agentes em nome da coroa.
Questão 2
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suas sociedades. O aprisionamento de cativos africanos tem duas origens principais: 1)
pessoas que são capturadas em decorrência de conflitos militares; 2) pessoas que se
tornam cativos por dividas das mais diversas naturezas.
3
HENRIQUES, Isabel Castro – O pássaro do mel: Estudos de história africana, 57-82.
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Para obter cativos, os europeus se utilizavam de produtos que os chefes africanos
davam grande valor, que eles conseguiam nas mais diversas partes do mundo onde
estavam estabelecidos por meio de colônias e feitorias. O chamado banzo, que continha
armas de fogo, pólvora, tecidos asiáticos, entre outros. No caso portugueses, eles
traziam produtos extremamente valiosos, principalmente têxteis, de Goa, na Índia e
produtos advindos da Brasil, como aguardente, tabaco e ouro, e outros bens africanos
conseguidos em outras regiões. É importante perceber que as trocas por escravos se
davam com as mais diferentes mercadorias e eram realizadas por intermédio de
mercadores europeus.
Bibliografia
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II - M’BOKOLO, Elikia – África negra. História e civilizações. Tomo I (até o século
XVIII) Salvador / São Paulo: EDUFBA / Casa das Áfricas, 2009.