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A especializagao regressiva: um balango do desempenho industrial pés-estabilizacao Luciano Coutinho* * Professor titular do Instituo de Economia da Universidade Estadual de Campinas — Unicamp, .| favoraveis, notadamente durante 0 cl COMPREENDIDA COMO UMA ETAPA avangada da internacionalizagao capita- lista, onde a {massa de riqueza mobilidria Iiquida é imensa e onde a integra- ao financeira € cambial estr u-se sobremodo — sem padréo monetario estavel e sem coordenacio institucionalizada capaz de estabelecer um regime administravel para as paridades cambiais —, a globalizagio, no seu estagio atual, coloca sérios desafios adversos para os pafses em desenvolvimento. Na década de 80 a reestruturacao tecnolégica, organizacional e geren- cial derivada da terceira revolugao industrial reorientou os fluxos de inves- ‘0 comércio internacional e 0 movimento de capitais intra e zadas. Com excegio da China e de timento direto, entre as economias centrais industriali um punhado de economias em desenvolvimento no Leste Asidtico (Coréia do Sul e Taiwan principalmente), que puderam se articular 4 reestruturagao do sistema industrial japonés nas décadas de 70 e 80, a dinamica da econo- mia mundial foi inéspita para os paises em desenvolvimento, particular mente para a América Latina.! Com efeito, uma breve retrospectiva histérica mostra que até o inicio dos anos 80 0 sistema capitalista mundial abriu varias oportunidades para 0 desenvolvimento dos pafses mais avangados da periferia. ‘Ao longo das décadas de 50 € 60, a integragdo da foi impulsionada pela transnacionalizagao das grandes empresas norte-ame- ricanas, num contexto de estabilidade do délar e de hegemonia dos EVA. As grandes empresas européias, por seu tuo, reagiram ao desafio amen , cano e iniciaram movimentos contra-ofensivos de transnacionalizacao nos mos anos da década de 50. O Brasil beneficiou-se dessa rivalidade para | wilt | > A « < ‘ 6 | atrair e negociar a entrada de investimentos estrangeiros em condigoes iclo expansivo 1956-60, sob 0 govern? economia mundial a => Continental Divide: Asian and Latin American ', Labour and Society, vol. 2, ne3. 7 Vide Singh, Ajit (1986). “The G Countries in the World Economie Cri: 82 do Presidente Kubitschek. Investimentos diretos externos em setores dina- micos (automobilistica, mecnica, material elétrico) contribufram decisiva- mente para modificar o perfil da industria brasileira ¢ para concretizar um importante salto no processo de industrializagao, viabilizado pelos investi- mentos publicos ¢ estatais em infra-estrutura e em induistrias de base. x No fim dos anos 60 e inicio dos 70, a crise do délar enquanto moeda- pivé do sistema internacional (provocada pela emergéncia de grandes défi- cits externos norte-americanos) foi acompanhada por crescente desregula- mentagao financeira, 0 que ensejou a notdvel expansdo do ‘euromercada” ‘Este mercado-livre de crédito internacional — alimentado pela maciga oferta de petrodélares apés 1973 — ganhou forte poder de gravitacio, caracterizando uma nova fase de integrago da economia mundial. O Brasil conectou-se intensamente a este novo mercado de crédito, através da con- tratacao de empréstimos em grande escala, para sustentar 0 ultimo ciclo de ; substituigao de importacées (i.e., II PND: insumos basicos, nao-ferrosos, papel-celulose, bens de capital), sob 0 governo do Presidente Geisel. Esta politica de endividamento externo foi posteriormente duramente atingida pela alta da taxa de juros flutuantes externos pés 1979 e pela significativa deterioragiio da relagao de trocas entre 1980-1983. ec elet Simultaneamente, a partir de meados da década de 70 e-com forca crescente na década de 80, a mudanga tecnoldégica acelerou-se e transfor- mou as estruturas industriais dos paises desenvolvidos, sob 0 impacto da veloz difusio das tecnologias de informagio, baseadas na microeletrénica. A desregulamentagao financeira e 0 simultaneo desenvolvimento de redes telematicas mundiais integraram os mercados financeiros e de capitais — diluindo crescentemente as fronteiras entre os diversos sistemas financeiros nacionais e 0 euromercado, na dire¢do de uma verdadeira globalizagao das JFinangas. A emergéncia de um novo paradigma organizacional-tecnolégico € a globalizagao financeira so os tragos especificos mais marcantes da evolugao do capitalismo nos tltimos vinte anos. relevante reiterar que até a década de 90 o estreitamento da integra- 80 econémica se processou fundamentalmente entre as economias da OCDE. A acumulagio de capitais extravasou significativamente as frontei- ras nacionais, sob a égide da globalizagio financeira, implicando forte in- terpenetragZo patrimonial através de fusdes e aquisigdes internacionais e elevados fluxos de investimento direto das grandes empresas dos paises industrializados. Ganhou corpo, dentro dessas tendéncias centripetas, a Constituicao de blocos comerciais regionais, com destaque para a intensifi- cagao do comércio intra-inddstria e intrafirma. Em suma, o estreitamento da interdependéncia e da integracao concentrou-se dentro da OCDE, en- campando apenas alguns paises do Leste Asidtico, e deixou a deriva o res- tante dos paises em desenvolvimento. 83 Ao contrério da trajet6ria hist6rica anterior, que havia criado Tecorten, tes oportunidades de avango para os paises em desenvolvimento, 8 grande, transformagées tecnolégicas ¢ organizacionais e a inte Braco Testrita economia mundial — nos anos 80 — afetaram 0 Brasil a América ing de forma multiplamente desfavoravel. As razdes sio conhecidas: a) A ‘crise da divida’, deflagrada pela abusiva eleva juros pelo FED entre 1979 e 1982, marginalizou 0 pais do si to internacional, segregando a economia brasileira do me: mundial até o inicio dos anos 90, . b) A grave desorganizagio das finangas publicas, decorrente da ‘crise da divida’, minou a capacidade ordenadora do Estado Para uma violenta instabilidade inflaciondria, Produtiva e afastou os investimentos externos d: ¢) A perda de dinamismo da economia Significativo declinio dos investimentos, das exportagdes brasileiras aos mercados ziram a uma defasagem na absorgéio das ganizacionais ¢ a uma Perda de posicSo do Pafs no comércio internacional, dA intensificagzio das fricgSes comerciais interblocos (especialmente entre EUA e Japao) e 0 exercicio cada vez mais agressivo de Pressoes uni- laterais pelos Estados Unidos, iu os graus de liberdade das politicas nacionais de desenvolvimento. O Brasil e vérias Outras economias em de- senvolvimento foram alvo de crescentes Testricdes e constrangimentos na segunda metade dos anos 80. iGo da taxa de stema de créqi. Teado financeirg abrindo 0 caminko que deprimiu a acumulagag le risco, brasileira nos anos 80, com associada & dificuldade de acesso dos paises desenvolvidos, condu- transformagées tecnolégicas e or- ‘a Latina a transferir um fluxo relevante de Tecursos para os credores, no inicio da década de 99 ocorreu uma notdvel reviravolta, A Tecessio, tendo se iniciado nog Estados Unidos, disseminou-se entre os paises do G-7 no ttiénio 1990.92. a, tentativas de fecuperar © crescimento e a marcante fragilidade financeira dos sistemas bancdrios no mundo desenvolvido, neste Perfodo, induziy : trais sob a lideranga do FED a reduzir Sucessivamente as 7 As taxas de juros bisicas foram significativamente reduriag de 8,1 para 3 BUA; de 7.5 para 2.1% no Japto: de 14.8 para 5.99 many Apenas a Al : economia aqueceu-se significaivamente com a uniieagde a 1050-91, retardou a oo dos jurs abrigando o resto da Europa a equ. O relaxaments oe jos natty 2 fedugtio mala tarde (em 1993-98) ¢ provocou, antes, dus fortes donee Mecaniame aha ei europeu,abalando os planos de unilicaco monetria, (Vide PM We, Economic Outnne 1994 e 1995.) 7 0% a.2. nos ‘onon 84 Este permissivo afrouxamento monetério-crediticio nos pafses industriali- zados, com expressiva redugdo das taxas de juros para o quadrante negati- vo, criou uma busca generalizada por aplicagées alternativas, a taxas de Tetorno mais atraentes (i.e., segundo a expresso de Hyman Minsky, | ‘money chasing yield’) e permitiu aos mercados emergentes atrair capitais financeiros em escala crescente no triénio 91-93 (vide Figura 1). Ficura 1 ESTADOS UNIDOS TAXA REAL DE JUROS DE CURTO PRAZO (Fed funds rate) Fontes: The Economist e Dept® de Trabalho dos EUA. & jan/95 jani96 | ja97 Os paises em desenvolvimento foram verdadeiramente inundados por capitais externos, a comegar pelos que haviam adotado as Prescrigdes de teforma liberalizante do Fundo Monetério ¢ do Banco Mundial (Consenso de Washington). Mas, 4 medida que os mercados de capitais destes pafses foram se saturando os investidores procuraram novas alternativas, Na América Latina o processo iniciou-se pelo México, Chile ¢ Argentina, mas 4 partir do fim de 1991 até mesmo o Brasil — ainda ameagado pela hipe- Tinflagao — comegou a receber influxos macigos. Nao ha diivida de que 0 estilo de estabilizagao iniciado na América Latina, no inicio da década de 90, nfo teria sido posstvel sem este forte igresso de capitais, 0 que permitiu congelar ou estabilizar as taxas nomi- hais de cimbio, Com o cAmbio nominal fixo ou em Processo de crescente Sobrevalorizago ocorreu, em todos os casos, uma forte deterioracio da 85 balanca comercial, crescentes déficits em conta corrente © concomitante. mente 0 retrocesso de parcela nao desprezfvel da indistria doméstica. Assim, 0 que inicialmente parecia ser uma béngao — 1.€., 0 retome dos pafses endividados da América Latina ao mercado financeiro intema. ¢ional — foi aos poucos se tornando uma fonte de acuimulo de distorgies, Nao obstante, apés mais de uma década de crise e de inflagao ameagadora, P prego da estabilizago nao parecia tao caro. No inicio de 1994, no entanto, o crescimento acelerado da economia americana € 0 conseqiiente receio do aparecimento de tenses inflacioné. rias levou o FED a subir sucessivamente a taxa real de juros (de 0 para 3% a.a.) em poucos meses (Figura 1). O fluxo de capitais para os mercados emergentes desacelerou-se j4 no primeiro semestre e, 4 medida que foi se contraindo, passou a pressionar as reservas dos paises com elevado déficit €m conta corrente. O México, que vinha financiando enormes déficits em transagSes correntes com o exterior (i.e., déficits superiores a 6% do PIB desde de 1992) através da entrada de capitais, viu a sua posigdo cambial erodir-se inapelavelmente até o colapso em dezembro de 1994, O Brasil que recém iniciara o seu Processo de estabilizagaio também baseado na ‘Ancora’ cambial logo recebeu o impacto da crise mexicana. Mas, gragas a pronta intervencao improvisada pelo Presidente Clinton no ‘inicio de 1995, a crise mexicana foi circunscrita, sem conseqiiéncias sisté- micas que poderiam ter sido funestas para toda a economia mundial. Sendo ainda recente, o programa brasileiro nfo havia chegado a acumular déficits continuados em conta corrente com o exterior e 0 nivel de Teservas era bas- tante elevado. Isso amorteceu a violéncia da crise e brasileiro administr4-la sem desistir da ancora cambial. sido forgado a subir brutalmente as taxas de juros e a elevar fortemente as tarifas aduaneiras para alguns setores mais deficitdrios e, logo depois, em fn de 1995, a provocar uma incisiva recessio através de forte arrocho Permitiu ao governo + muito embora tenha onetrio-crediticio para reduzir 0 déficit comercial e atenuar as necessida, jes de financiamento externo. “Esta opgao de sustentacao da estabilizagao com base em juros muito elevados e na manutengao da taxa de cambio. significativamente defasada ' vem tendo, como veremos nas préximas segdes, om prego elevado a ( facilmente reversivel — i.e., 0 do aumento estrutural : continu ado dopa de importagdes com simultaneo enfraqueciment 10 do ‘ inamismo dag mar des industriais e significativa deteriorac¢do da posigaio colar expo falo, as importagées saltaram de um patamar dessazonalizadg brasileira. “USS "30 bilhdes/ano em meados de 94 para mais de US$ ee de cerca de imeiro trimestre de 1997, ultrapassando em muito as bilhdes/ano no primer déficit comercial potencial de mais de 2% ao exportagdes © criando um ft Tee PIB. Paralelamente, os juros reais investimento — cuja escala tem sido apenas moderada e insuficiente — fragilizando a sustentabilidade da expansio, UM RAPIDO BALANCO DA ABERTURA POS-ESTABILIZACAO, COM “DESPROTECAO” CAMBIAL Vel swe No segundo semestre de 1993 foi antecipada a implementagao do tlti- mo e mais importante estégio da abertura tarifaria, iniciada em 1990. Em decorréncia, se ampliaria a exposigao da industria brasileira A concorréncia extema. Mas, a implementacao do programa de estabilizagao (Plano Real) em meados de 1994, como é sabido, inaugurou uma etapa de significativa apreciagao da taxa de cambio, que agravou ainda mais o nivel de desprote- cdo e instalou um desincentivo 4 agregacao de valor manufatureiro no pais. O saldo da balanga comercial mudou drasticamente de uma Posigdo supera- . vitdria (US$ 10,5 bilhGes em 1994]para uma situagio de crescente desequili- ' brio (- USS 5,5 bilhdes em 1996 e entre —US$ 12,0 a-US$ 15,0 bilhdes em 1997). Esta ripida e profunda reversio do saldo Positivo da balanga comer- cial, particularmente da industria de transformagao, vem acarrentando efei- tos debilitadores sobre seu potencial de crescimento da economia. No trié- nio 1994-96 um volume de cerca de US$ 17,7 bilhdes (vide Figura 5, adiante) foi subtrafdo da demanda final da indistria, o que representou um impacto negativo de -3,0% ao ano sobre o PIB industrial brasileiro. . Teconhecido que a forte sobrevalorizagao da taxa de cambio, com Juros muito elevad los, num contexto de franca abertura comercial, foi ingre- , diente vital para o rapido processo de desinflagdo. Nao ha dtivida de que a Presséo dos produtos importados foi fundamental para conter e fazer decli- nar a inflac4o para nfveis muito baixos. O indice de Precos dos produtos tradeables no varejo, por exemplo, caiu rapidamente, liderando o Processo de desinflagao, como se pode observar nas figuras 2 ¢ 3. FIGURA 2 STRIAIS PRECOS DOS TRADEABLES INDUSTRIA LIDERAM DERRUBADA DA INFLACAO SS 0 dez/94 fev/95 abr/95 jun/95 ago/95 out/95 ——dez/95 IPC-Fine acumulado em 12 meses + Tradeables Industriais em 12 meses FonTe: Fipe/USP. FIGURA 3 PRECOS DOS TRADEABLES INDUSTRIAIS PUXAM INFLAGAO PARA BAIXO EM 1996 1196 jan/97 janis mai/96 set/94 jan mai/7 IPC-Fine acumulado em 12 meses- + «+++ Tradeables Industrais em 1p Meses Fonte: Fipe/USP. 88 a ' be. Esta rdpida desinflacao de precos dos tradeables foi, em grande medi- da, forgada pela verdadeira avalanche de importages em 1994-1995. Estas saltaram de US$ 25,4 bilhdes para US$ 49,7 quase 100% em dois anos! Medidas setoriais de protecio tomadas no inicio de 1995 e 0 desaqueci- mento da economia (segunda metade de 1995 e primeira metade de 1996) ajudaram a conter o crescimento dos bens e servigos importados em 1996._. A taxa de crescimento das importagdes que havia alcangado 50,7% a.a. em 1995 caiu para 6,9% a.a. em 1996, Em 1997, porém, a reativagao do cresci- mento vem excitando novamente as exportacées, cuja taxa dessazonalizada | de erescimento subiu para 20,0% a.a, considerado o primeiro quadrimestre. | No ritmo atual as importagdes se aproximardo de US$ 65 bilhdes no ano ~~ em curso e poderiio causar um deficit comercial de US$ 15,0 bilhdes (supondo que as importag6es neste ano crescerao 5,0%). Oy ae A atual combina¢ao cambio-juros vem sendo, por outro lado, Clara- mente desfavoravel para o desempenho das exportagdes, cuja taxa de cres- cimento se reduziu de 8,5% a.a, no perfodo pré-estabilizagao para 4,7% a.a. na etapa recente, como se pode verificar na Tabela 1. TABELA 1 DESEMPENHO DO COMERCIO EXTERIOR (Taxas Geométricas de Crescimento Anual nos Perfodos Indicados) 1990-94 1994-96 + EXPORTAGOES 85 47 Bésicos 61 5.0 Industrializados 68 44 semimanufaturados 41 10,1 manufaturados 10,1 28 Operagdes Especiais 37 13,7 + IMPORTAGOES 124 a ‘Matétias-primas/intermedidrios 188 349 Bens de consumo 18,8 35.2 ‘Combustiveis e lubrificantes 198 Bens de capital 149 13.9 ee Fonte: Secex. No que toca ao comportamento das importagdes, & importante subli- har que a aceleracao destas é generalizada — devendo-se destacar © forte cTescimento recente das importag6es de bens finais de consumo, Nas-primas e produtos interme desempenho da indistria, : n de maté- ios, com efeitos desfavoraveis sobre ° como veremos a seguir. As importagdes de bens 89 de capitais, embora tenha crescido rapidamente desde 0 inicio do Process, de abertura comercial, nao se aceleraram na etapa Tecente, o que Provayg), mente estd relacionado ao mediocre dinamismo dos investimentos, Como resultado, 0 coeficiente de importages industriais/PIB indus. trial (i.., grau de abertura da indiistria), que j4 vinha subindo desde 1999, saltou de 8,3% em 1993 para 15,6% em 1996, para uma amostra Tepresen. tativa de setores industriais, segundo Mauricio M. Moreira, do BNDES, como se vé na Figura 3. Se considerarmos outra forma de estimativa, baseada em dados agregados, dividindo-se o valor corrente das importagées — exclusive petréleo e outras matérias-primas minerais e agricolas primé. tias — sobre o PIB industrial, também medido em délares Correntes, 0 coe- ficiente de penetragao seria ainda mais elevado, tendo saltado de 11,4% em 1993 para 16,9% em 1996. Tomando como base o PIB da industria de transformagao (i.e., excluindo a construgao civil, servigos ptiblicos e a indistria extrativa mineral), 0 coeficiente de penetragao teria alcangado a significativa cifra de 30,5% em 1996. TABELA 2 DESEMPENHO DA INDUSTRIA BRASILEIRA 1989 19931996 US$ BILHOES CoRRENTES PIB industrial 191,2 Importagdes (exclusive petréleo) e produtos primérios “128 2 5 a Exportagdes de manufaturados me iss ais TAXA MEDIA ANUAL DE CRESCIMENTO NO PERIODO og PIB industrial Importagdes (exclusive petréleo ¢ agricolas) 08% 38 7 Exportagées de manufaturados 37 235 VALORES EM % Coeficiente de penetrago: importacées/producsot (segundo Mauricio M. Moreira) @ i cs ImportagGes (- produtos primérios) / PIB industrial 67 ane Importag6es (- produtos primérios) / PIB Ind, transforma¢ao de 45 setores da industria de transformacio que, em 1999 do setor. bruto da produgao BNDES e FGV. 12,1 30,5 (a) Amostragem * FePresentaya 72% do valor Fontes: IBGE, MICT, on + B, portanto, inegdvel o forte viés antiprodugao no pafs (e pré-importa- 40) da politica econdmica decorrente do programa de estabilizagao. Infor- magdes recém-compiladas pelo citado trabalho de Mauricio M. Moreira confirmam que a penetracio de bens importados vem crescendo de forma veloz e generalizada. Os mimeros sfo impressionantes, como se pode ver na Tabela 3. TABELA 3 (O AUMENTO DO COEFICIENTE DE PENETRACAO DAS IMPORTAGOES IMPORTAGAO SOBRE PRODUGAO (%) [_Gruro SETORES 1993 |—«996 1 Bens de capital 29% entre 65% € 75% Seriados ¢ Bens eletrénicos 2 Matérias-primas entre 20% @ 26% entre 33% € 42% quimicas, Fertilizantes, Resinas 3 Autopegas, Téxteis entre 8% e 15% entre 20% ¢ 25% naturais, Bens de capital sob encomenda, Borracha 4 Farmacéutica, Nao-ferrosos, entre 7% € 11% entre 13% € 16% Tratores, Eletrocletrénicos domésticos, Vidro, Quimicos diversos 5 Texteis sintéticos, entre 3% € 6% entre 9% @ 12% Eletrodomésticos, Petroquimicos intermedirios, Vefculos, Alimentos. Papel ¢ papelo 6 Bebidas, Calgados, entre 0,7%e3% | entre 4%¢ 8% Plisticos, Laticinios, Higiene e limpeza, Alimentos semi- a processados 7 Produtos tipicamente 0,5% a 2,5% 1% 04% no-transaciondveis (eg, cimento, matérias- primas ¢ produtos pesados) Fonte; Tabela 2 da Nota técnica AP/DEPEC n° 9/97 (BNDES) “Abertura comercial ¢ in- dtistria: atualizando os resultados”, de Mauricio M. Moreira, margo de 1997. o1 / Como vimos na: s Tabelas 1 ¢ 2 0 peso das importagdes sobre a Prody, ‘90 no pais ja vinha crescendo expressivamente desde 1990, como Tesult. | do da abertura econémica promovida pelo governo Collor, MAS saltou de a i stabilizagio pelo fato de o Pod, \ forma espetacular depois do programa de estal fi let ry de comps do Real oii termos de délares) ter sido fixado em Patamar anf. ficialmente elevado. A fixagio da URV no primeiro semestre de 1994 jg Partiu de um nivel real pouco confortavel para a taxa de cAmbio, sendo em Seguida agravado pela significativa valorizagfio da nova moeda logo nos primeiros meses de s Este grave erro ua implantagiio. : de calibragem vem custando muito caro: DA desindustrializaciio dos setores € segmentos mais atingidos vem se aprofundando (especialmente nos trés primeiros grupos da Tabela 3) com forte Substituigdo de insumos locais por importados, fechamento de linhas de produgiio e de unidades fabris inteiras, 2) Em muitos setores Ocorre um: tia, dado que as empresas brasileira colocadas em condi¢des desiguais de ¢: Ocorrido nos setores de eletrodomésticos, limpeza). # Para uma classificagdo estrutural de competitividade dos vide, ECIB — Estudo Papirus, Unicamp, 1993. 92 a répida desnacionalizagio da indiis- 's financeiramente mais frdgeis foram ‘ompeticaio (exemplos elogiientes tém autopegas, alimentos, higiene e Setores da indistria b, da competitividade da inditstria. brasileina, Campinas, eae TABELA 4 BRASIL: PARTICIPACAO DOS SETORES DA INDUSTRIA DE TRANSFORMACAO NA GERACAO DO SALDO DA BALANCA COMERCIAL — 1993-96 SALDO VARIACAO —-PARTICIPACAO DiscriminagAo 1993 1996 Do SALDO (%) (US$ MiLHOEs) Alto Desempenho da Produgéo 2.976 -3.066 6.042 34,19 Mat. elét.e de comunicagées — -1.200 -$,303 4.103 23,22 Produtos de mat, plasticas 53-956 1.009 571 Bebidas -19 -298 -279 1,58 Mobiliério 242 187 55 0,31 Material de transporte 1270-911 2.181 12,34 Produtos alimentares 2.654 4.450 1.796 ~10,16 Brinquedos -2%4 — -235 211 1,19 Desempenho intermediério da produgao 4313 601 3.712 21,01 Minerais nfio-metdlicos 360198 162 0,92 Perfumaria, sabdes ¢ velas 37-54 ~91 0,51 Quimica -1.714 -3.838 2.124 12,02 Metalirgica 5.630 4,295 1.335 1,56 Baixo desempenho da produgao 3.443 -4.473 -7.916 44,80 Papel e papelio 1175 927 ~248 1,40 Farmacéutica -171— -701 -530 3,00 Borracha 14-111 ~285 1,61 Mecénica 451 -4.654 ~4.203 23.79 Madei 801 1.016 215 1,22 198 472 274 -155 Textil 418 -1.141 -723 4,09 Vestuério 625 91 ~534 3.02 Couros e peles 283, 1,60 Calgados e componentes ~453 256 Editorial ¢ grafica -339 1192 Indistrias diversas 1.373 in Total -17.670 100,00 FOnTE: Secex. Com a excegao das commodities agroalimentares ¢ ‘madzira, couros.e-peles (semi-extrativos) ¢ de fumo, ure ae 7aes da indistia de- transformagio. apresentaram deterioragiio Gaaiee 18 nenor) da sua posigéo comercial.externa, incluindo tanto os setores gue jue 93 apresentaram crescimento mais rapido no periodo recente, quanto >, que cresceram abaixo da média. “quel vd Em termos quantitativos, as revers6es mais pesadas dos saldos \O, ram nos seguintes setores: indtstria mecfinica (- USS 4,2 bi), matesc™ /) ‘ico © de comunicagées (US$ 4,1 bi), material de transporte (Ugg »)\“ _ bi), quimica (US$ 2,1 bi), metaltirgica (US$ 1,3 bi), matérias plastic \ CUS$ 1,0bi). “s \ E relevante assinalar a clara correlagao existente entre 0 baixo ding le. mismo de muitos setores industriais e a marcante penetragao de Produtos importados. De outro lado, nos setores em que o desempenho recente dy oferta doméstica foi mais dinamico cresceu significativamente a importa, J.¢io de matérias-primas, insumos, partes e componentes, reduzindo-se. grau-de agregagio-de valor ao longo das respectivas cadeias industriais, com impactos negativos sobre 0 potencial de crescimento desses setores, A répida reversdo do superdvit comercial confirmou estudos antetio. res que j4 haviam assinalado a fragilidade estrutural da posi¢ao competitiva brasileira, baseada em setores produtores de commodities, de grandes esca- las de produgao, intensivos em matérias-primas de base agricola, em recur- sos naturais e energia, com grau relativamente baixo de transformagio industrial. Esta fragilidade da nossa posigao competitiva se expressa na vul- nerabilidade comercial em quase todas as éreas de manufatura de alto valor agregado e especialmente de sofisticado contetido tecnolégico. Mesmo ein inddstrias tradicionais de bens ndo-duraveis de consumo (téxtil, calgados, alimentos) a deficiéncia competitiva tornou-se evidente com a sobrevalori- zagio da taxa de cambio. E importante assinalar que, muito embora nao se possa atribuir 3 apre- ciagdio cambial a responsabilidade pela reduzida competitividade estrutural “«, do sistema industrial,‘ nao ha diivida de que ela nao contribui para superé- * | la, Ao contrério, com a protegio tariféria jd reduzida a apreciagdo cambial ¢ \ 9s juros elevados sobreoneram a rentabilidade das empresas ¢ dificultam— se niio inviabilizam — seus processos de reestruturagéio para competir den- tro dos padrées mundiai Cresce, assim, a demanda por protegio e por esquemas casufsticos de fomento setorial, que nao podem ser estendidos a todos. Beneficiam-se os lobbies mais bem estruturados, com maior capacidade de articulago poll- tica, capazes de extrair do Estado a adogio de medidas excepcionais. Em vez de viabilizar uma politica isondmica de incentivo sistémico busca Tfiwen ig . : reduzida competitividade do nosso sistema industrial, com excegio 40s j i fonado a roves produtores de commodities, 0 complexas, especificas por sett &$° | mencionatcrapeadas no ECIB — Estudo da competitvidade da indistria brasilei® a Campinas, Editora Papirus, Unicamp, 1993. indiistria bras 94 competitividade, a distorgio cambio sobrevalorizado-j 7 agravat a heterogeneidade e a desigualdade de oportunidades de desenvol vimento. Este excesso de seletividade darwinjana termina sendo can - producente na medida em que inviabiliza 0 futuro de setores com poten cial. Na seg%o seguinte serio examinadas as atuais estratégias de ase mento do setor industrial, com o objetivo de identificar qual o pert le especializago que vem sendo moldado pelo processo de abertura pos- estabilizagao. - Um rapido balango dos efeitos desse processo sobre a produgao industrial mostra uma tendéncia A desindustrializagéo que avanga em [res (dimensées: 15 Redugao do valor-agregado no pafs em todas as cadeias industriais complexas, onde parte crescente da produgio dos componentes, pegas © matérias-primas é substitufda por importados. Na indistria automobilistica © ‘indice de nacionalizacao’ dos produtos vem caindo velozmente (j4 esta- ria em 85%, a caminho de 70%). No setor eletroeletrénico 0 peso dos insu- mos importados subiu para mais de 50% (alcangando em alguns produtos percentuais ao redor de 70%). 2%) Perda de espacos da oferta doméstica de bens finais pela ocupa- gao de parte do mercado por produtos importados. Com efeito, parcela crescente da oferta de méquinas e equipamentos, bens eletrénicos e de informética, produtos quimicos, plisticos, farmacéutica, bebidas, téxteis, vestuario, borracha, eletrodomésticos leves, brinquedos, produtos graficos, vem sendo suprida por meio de importagées. 3) Finalmente, em muitos casos a produgo no Brasil foi simples- mente suprimida e substitufda por importagdes, ainda que a escala do nosso mercado permitisse produgdo eficiente. E 0 caso de muitos. segmentos-de— ~bens de capital, informatica e telecomunicagées, eletrénicos de consumo, Componentes, autopecas, varias especialidades na drea quimica e farma- Céutica. ‘Todas as evidéncias indicam que esse tipo de abertura da economia brasileira com forte desprote¢ao cambial tormou-se contraproducente, indu- zindo uma tendéncia & desindustrializacio e & redugdo de valor agresado das atividades manufatureiras. \Esta tendéncia s6 nao atingiu os ee competitivos de grande escala de produg’io — cerca de 1/4 da indist ian baseados em recursos naturais e energia abundante (c.g., papel e celulo ie, agribusiness, siderurgia, processamento mineral, alum{nio). Ma: peg caso, a rentabilidade das exportacdes vem sendo onerada pels cana neste tizado, dificultando a capacidade das empresas si ofisticaren io valo- Produtos, agregando mais valor no pais. sua linha de 95 juros altos tende a t AS ESTRATEGIAS ADAPTATIVAS E O SENTIDO DO ATUAL CICLO DE INVERSOES Da secdo anterior ficou evidente a velocidade com que as deci empresariais se adaptaram 4 nova configuragiio dos macropregos (tax, juros, diferencial de juros, taxa de cambio, relagio cimbio/salarige 7 : : a ‘ATI08 reais, ctc.), Em varios setores, as préprias empresas lideres assumiram a diantein do processo de importagzo-substitutiva da produgio local e, em todos casos, efetuou-se um importante movimento de substituigao de mMatérias- Primas, insumos, partes ¢ componentes domésticos por importados, em fungao das condigdes diferenciadas de precos ¢ de financiamento oferecj- das pelos ofertantes estrangeiros. O elevado diferencial entre as taxas de juros interna e externa representava um forte estfmulo & importagao visa. vis © suprimento de fonte doméstica, dadas as condigdes de crédito muito vantajosas obtidas no exterior. Neste sentido, a restrigdo as importagoes financiadas, recentemente adotada (abril de 1997), foi uma medida na dire- “ gio correta pois eliminou parte do incentivo a importar} dado pelo diferen- cial entre os juros domésticos e externos. Mas ela so alcanga metade da . pauta de importados e terd seus efeitos dilufdos na medida em que alternati- P vas financeitas sejam encontradas. Seus efeitos tendem, portanto, a set insuficientes para deter o crescimento das importagdes. f O recurso A importago representa uma opgao que deprime ou pelo menos nao amplia proporcionalmente o volume de inversées no pais, ames- | quinhando os efeitos dinamizadores que decorreriam do aumento da escala \s consumo nacional/Com efeito, o sucesso do programa de estabilizagio representou uma significativa ampliagdo da escala do consumo nacional, tanto de bens durdveis quanto de bens ndo-durdveis:, 1) Aescala do consumo doméstico de bens nfio-durdveis foi vigorosa © quase que instantaneamente amplificada pelo forte efeito redistributive em favor das classes de baixa renda decorrente do sucesso da estabilizagao. Um ganho real médio de 25% no rendimento real da base da piri social, com uma populagao maior (e.g. a populagio brasileira crescet 3 em uma década e meia de crise), fez saltar a escala do consumo em cerca de 50% para a maior parte dos componentes da cesta basica € também para outros nao-durdveis que nao sejam essenciais. . . eile 2) A escala do consumo de bens durdveis foi sendo subseqiientem multiplicada pela répida expansdo do crédito ao consumidor, sob diversas 96 iran’ de modalidades. As vendas domésticas a prazo ‘explodiram’ no perfodo dt 1993-96: televisores (166,34%), refrigeradores ( 147,06%); automévers (41,98%). Neste caso, a escala do consumo ainda nfo parou de crescer, oe do respons4vel pela significativa reativagao do crescimento da econom! partir do segundo trimestre de 1996. Esta elevagiio — notavel e intensa — da escala do consumo brasileiro certamente provocou uma onda de decisoes de investimento para ampliagao a capacidade de oferta. Pesquisa conjunta realizada pela CNI ¢ pela Cepal, _tevintamentos efetuados pelo MICT® ¢ outros estudos em andamento no Instituto de Economia da UNICAMP (projetos “Grupos econémicos” & “Internacionalizagdo produtiva no Mercosul”) demonstram que ocorreu uma visivel reagao das decisdes de investimento nos setores de bens de consumo durdveis, em parte dos setores de bens de consumo nao-durdveis & nos setores competitivos produtores de commodities, que, como vimos, foram os menos afetados pelo processo de estabilizagéo com abertura & cAmbio valorizado. NV ov 4 Os formuladores de politica de governo © depositam no atual ciclo de investimentos a expectativa de que estes deflagrem {um processo ‘virtuoso’ de reestruturagao industrial que tenha as seguintes caracterfsticas: , 1) Aumente a formagio de capital fixo para um novo patamar, sufi- ciente para sustentar um novo ciclo de desenvolvimento. 2) Produza ganhos de produtividade significativos e persistentes, sufi- cientes para neutralizar a apreciagao da taxa de cAmbio e estimular uma significativa reago das exportagdes. 3) Reverta a incisiva expansio dos coeficientes de penetragiio das im- portagdes, induzindo movimentos espontaneos de adensamento das cadeias industriais recém-esvaziadas. 4) Induza, sob a lideranga do investimento direto estrangeiro, uma répida e abrangente atualizacio tecnolégica do setor industrial. TE indispensavel, pois, verificar se existem evidéncias de que este tipo de reestruturagio ‘virtuosa’ estaria em curso./Os mencionados estudos/ TInvestimentos na indistria brasileira 1995-1999: caracteristicas e dete 1999: ca rminantes, CNI- Sn ee rin eee indi no Bra — 1995-2000 «Lape, Maran Sat. Femando, investimenio - pi estraegelto. we jrasil nos anos 90: determinantes e esiratégias, 1E/Unicamp, junho © Mendonca de Barros, JR. & Goldenstein, L. “Avalis OCESSO. inosoal acca REPL WLI) a2, 1597, me O° P Ge reestruturagzo 97 levantamentos a respeito dos projetos de inversao no Brasil fornecem ; magoes interessantes que permitem avaliar as caracteristicas do eee ae to doméstico e do investimento direto estrangeiro no periodo receme mt rifica-se, de saida, uma expressiva concentragio dos projetos ee ie: mento nos complexos produtores de insumos € commodities poe escala produtiva (setores competitivos do ECIB), notadamente nos a de metalurgia basica, quimica basica, agribusiness, papel e celulose a la 5)4Em seguida se destacam o complexo automotriz, incentivado 7 regime especial de protecao e o setor téxtil, também beneficiado orn ie ¢a0 especffica. Finalmente, aparecem os investimentos programados m setor de equipamentos e aparelhos de comunica¢ao. = E importante assinalar que o estagio de amadurecimento dos proces. sos de investimento € bastante heterogéneo. No caso dos setores associados a0 agribusiness, téxtil e material elétrico e de comunicagées, parcela expressiva j4 se encontrava em execugao em 1995. No caso do complexo automotriz os investimentos ganharam félego em 1996 (segundo a pesquisa do IE/Unicamp). Nos setores produtores de bens intermediérios (metalurgia basica, quimica, celulose) 0 grau de amadurecimento das inversées estava relativamente mais atrasado em 1995. TABELA 5S CONCENTRACAO DOS PLANOS DE INVESTIMENTO INDUSTRIAL CNUCEPAL = MICT MICT 1995-99 1995-2000 1995-2000 (intengdes _(decisoes/em edecisies) execu) (% SOBRE 0 TOTAL PROGRAMADO NO PER(ODO) SETOR Metalurgia bisica (inclusive ndo-ferrosos) 35.9 176 82 Quimica 158 193 5 Agribusiness (inclusive bebidas) 17 17.0 26,4 Papel ¢ celulose 10 WS 94 Complexo automotriz 99 15,6 ff Setor téxtil 5,2 42 ue Material elétrico ¢ de comunicagdes 3.0 34 b Subtotal 845 88,6 me Restante da industria 155 M4 28 Torat 700.0 700.0 100d ‘Memo — Valor total das inversdes — ay R$ bilhdes 22,2 82,8 b Fontes: CNICEPAL, MICT. 98 a = ode INo que tange aos (investimentos estrangeiros diretos) como aoe de ver na Tabela 6, também se verifica grande concentragao nos se aa bens de consumo duréveis (hutomobilfstico,#letrdnico de consul: & Oe eletrodomésticos) e nao-durdveis Calimentos, bebidas produtos ae ie ae ¢ limpeza)| Concentram-se nesses setores mais de 78% dos projets Beit ° sados. Os outros projetos estiio distribuidos em setores de bens int sina rios (quimica,"cimento e ‘gesso, @mbalagens e latas de aluminio). nee de bens de capital, os tinicos projetos identificados foram na 4rea aul triz: e.g., equipamentos agricolas e para construgao civil. TABELA 6 DISTRIBUICAO % DOS INVESTIMENTOS DIRETOS ESTRANGEIROS 1994-1998 SETOR % Automotriz 50,6 Eletrénico 19,1 Quimico/farmacéutico a1 Alimentos e bebidas 64 Cimento/gesso 60 Embalagens 34 Eletrodomésticos 29 Higiene e limpeza 24 Total 100,0 Valor Total USS 14,8 bithoes Fontes: Laplane, M. e Sart, F., IE/Unicamp, Wer ae wiht eo O estudo da CNV/Cepal constatou que a grande maioria dos projeto: de investimmento fi Pecos motivada pela forte expansio do mercado interno;-sen- "Wo Pouco expressive o componente exportador destes. Tambéri com G40 aos investimentos estrangeiros, verifica-se que 0 mercado brasilei: Principal alvo dos projetos em andamento. O crescimento recente do me! cado doméstico e seu potencial de expansio sio o Principal determin; 7 dos investimentos das empresas estrangeiras estudadas pelo IE/Uni a Na drea automobilistica, de eletrénica d asamp. 0 e © Consumo e de latas di : expansao prevista da capacidade é eXxpressiva, Nos ie cama, 5 empresas frageis financeiramente e/ou em Processo de redefinii ae 7 rea de atuagao, predominam as aquisigdes e fusdes, Esse bo 40 de sua CaSO Nos seto. tela- iro € 0 99 4 tes: de autopegas, eletrodomésticos, quimica, alimentos € bebidas © gesso, embalagens e higiene e limpeza. Nessas casos, hé a 3S, cimeniy capacidade dos produtores individuais, mas nao necessatiament 2% & nO seu conjunto. Me do seigg Um aspecto relevante das estratégias de investimento do oq; estrangeiro” é a progressiva integrago da capacidade produtiva no SDital tegional (Mercosul), especialmente no caso dos veiculos, da afin mentos, embalagens ¢ latas de alum{nio e produtos de higiene e Timp - onde hd uma efetiva divisdo do trabalho e integracao logistica 1a 7 ie tegional. No caso dos bens eletrénicos de consumo, a integragiio da Ln G0 no Mercosul obstaculizada pela existéncia, tanto no Brasil ecm ‘gentina, de incentivos especiais para pélos de desenvolvimento iegiond. No setor de alimentos e bebidas, ha investimentos diretos intra-regionais (empresas argentinas e chilenas investindo no Brasil e empresas brasileiras investindo na Argentina). A entrada de novos concorrentes € a redefinigao de aliangas estratégi. cas que vem tornando instaveis as estruturas oligopdlicas herdadas das décadas anteriores. Em alguns setores (automéveis, eletrénicos, eletrodo- mésticos, cimento e produtos de higiene e limpeza), constata-se a entrada de concorrentes com atuago importante nos oligopélios mundiais que nio tinham anteriormente presenga expressiva no Brasil. Esse processo de ‘atualizagdo’ das estruturas oligopolistas da indtistria brasileira tem impac- tos disruptores sobre as aliangas vigentes nas cadeias de suprimento, pro- movendo a entrada de novos fornecedores, movimentos de desverticaliza- ¢&o e aumento dos coeficientes de importagao. ; As caracterfsticas j4 identificadas do atual ciclo de inversées permi- tem formular algumas consideracdes sobre a sua contribuigéo para 0 cresc mento e para a competitividade industrial nos préximos anos. 7 Em primeiro lugar, constata-se que o volume agregado da formagio bruta de capital fixo cresceu apenas moderadamente, apesar da significative ampliagiio da escala do consumo nacional, como se pode observar na Tie la 7. Pode-se argumentar que, provavelmente, os novos investimentos § menos intensivos em capital e mais eficientes do ponto de vista Ee cional e tecnolégico. Mas, por outro lado, é também provavel que Les empreendimentos que operarfio com coeficientes mais elevados de ers e componentes importados (portanto, com nivel significativamente ™ ‘ie baixo de agregacao de valor no pais). Os efeitos sobre a geragio int demanda por bens intermediarios e sobre a criagio de empregos ten 7 Vide Laplane, M. e Sarti, F.. op. cit. 100 portanto, ast bastante modestos ¢ o fato de terem como alvo predominan- te o mercado interno nao sanciona projegdes otimistas com relagao ao seu componente exportador. ‘TABELA 7 EVOLUGAO DO CONSUMO, DA FORMACAO BRUTA DE CAPITAL FIXO E SALDO DE BENS E SERVICOS NAO FATORES (Em % do PIB) 1986-89 1990-93 1994-96 ‘Consumo, 76,63 79,09 85,71 famflias 63,81 63,34 68,15 governo 12,82 15,75 17,56 Formagio bruta de capital fixo 17,51 14,76 15,94 Saldo de bens ¢ servigos nao-fatores 5,86 615 1,67 Total 100.0 100,0 100,0 Fonte: IBGE, compilado a partir de Ana C. Além, Fabio Giambiagi ¢ Florinda Pastoriza, em “Cenério macroecondmico 1997-2002”, pp. 14 € 33. No que diz respeito.aos-investimentos diretos estrangeiros, a expansao do mercado doméstico_renovou.o interesse.das-empresas jé instaladas no “Brasil e tem atrafdo novos concorrentes, A instabilizagéio das estruturas ‘gopolicas certamente vem promovendo ganhos importantes de competitivi- dade, Dadas as caracteristicas dos projetos (parte importante destinada a aguisigdes e fusdes), nao se deve esperar, entretanto, que os investimentos em curso tenham impacto igualmente significativo na expansio da renda e do emprego. A questao € saber se a expansao do consumo (¢ 0 ciclo de investimen! tos resultante) é compativel com a evolugiio do setor externo. Em outras, trata-se de avaliar qual € a contribui¢ao dos atuais investimentos, ¢ no médio prazo, para a redugio do déficit comercial. Embora os responsa- \ veis pela politica econémica reiterem scu otimismo em relago a esse pon- to, uma avaliagdo mais realista sugere que o impacto poderd ser, no melhor dos casos, modesto. . Desde logo, a concentragio das inversdes nos setores produtores de commodities com as caracteristicas j4 mencionadas, tende — certamente — a aumentar a capacidade de oferta em setores produtores de tradeables, palavras, 101 mas isto apenas reitera a ‘velha’ especializagao competitiva da economy em produtos de baixo dinamismo no comércio internacional. A ampliagéy de capacidade nos setores automobilfsticos ¢ de material elétrico e de fe municagSes (que concentram os investimentos estrangeiros) reduz necessi_ dades de importagdes de bens finais, mas exige importagGes crescentes de equipamentos e principalmente de pegas e componentes. O estabelegj. mento de acordos que permitam compensar com exportagdes parte das compras no exterior necessdrias para a expansdo desses setores, exiging uma boa dose de pragmatismo. Além de exigir 0 cumprimento desses aco;. dos 0 governo brasileiro tera que vencer resisténcias internacionais nig desprezfveis. Em resumo, as seguintes caracterfsticas do novo ciclo de investimen- ¥ tos podem ser sublinhadas: 1) Do ponto de vista macroeconémico, o aumento das inversdes foi relativamente modesto, desproporcional ao aumento da escala do consumo nacional e do PIB. 2) As decisGes de investimento se concentram nos setores produtores de commodities e bens intermediérios, que correspondem ao padrao de competitividade brasileira estruturado na década de 70. Embora gerem au- mento da capacidade de exportaco, nao se pode esperar deles um desem- penho superior a média de expansao do comércio mundial. 3) A expansao da capacidade instalada em alguns desses setores com- petitivos, produtores de commodities de baixo valor agregado, vem sendo retardada e/ou subdimensionada em fungao da compressao das respectivas margens de lucro resultante da sobrevalorizacao cambial e do desempenho mediocre dos precos internacionais (0 caso da celulose-papel é 0 mais evi- dente). 4) As inversdes também tém se concentrado nos setores de bens duré- veis (automéveis, eletroeletrénicos, eletrodomésticos), especialmente na- queles protegidos por tarifas aduaneiras elevadas (e.g., automéveis, 63%; eletrodomésticos e eletroeletrénicos, 30%) e beneficiados por programas especiais de fomento. O componente importador das atividades industrials resultantes desses investimentos parece ser substancialmente mais elevado que as médias das atividades atuais. Na medida em que a concorréncia ace- lere a introdugao de novos produtos deve-se esperar por redugées adicio- nais do indice de agregacao local de valor nesses setores, aumentando @ elasticidade-produto das importages de partes, peas e componentes. 5) Os investimentos também cresceram nos setores de bens nao-duri- veis, particularmente naqueles que por suas caracterfsticas de suprimento dos mercados e por custos de transportes sao menos afetados pela penet@ ¢40 de produtos importados. 102 6) O mer i ” ‘vetoes ae em expansio tem sido 0 alvo primordial dos | nlio-durdveis, Na nte Nos setores de bens de consumo durdveis & | Na parece realista esperar que o futuro desi hc e \tador destes venha 5 ‘nar eo: Sesemipemioiespon 7) Em mui Ser especialmente dinamico. até? ae selores de produtos intermediérios (componentes ¢ Heokted fe deen Bune palaene no setor de bens de capital, predominam arcial 7 estimento — fechamento de plantas industriais, total ou P ByOEE Substituigdo de varias linhas de produtos por importagées. 8) Os investimentos em infra-estruturas ainda nao se recuperaram expressivamente (excecao parcial feita a telefonia, em 1996), apesar da cor- regdo das tarifas dos servicos, aguardando a defini¢éo dos novos modelos de participagio privada e de definigao das atribuigdes ¢ do escopo regulat6- tio das novas agéncias setoriais. Como resultado, o setor de-bens de capital sob encomenda ainda se encontra relativamente deprimido. Em _resumo,_o novo.ciclo-de-investimentos naio-vem alavancando_a capacidade futura de exportagdo.de forma significativa,pois se concentra Tia ‘velha’ especializagao competitiva em commodities de baixo valor_agre-~ ~gado. Nos setores de maior valor agregado e grau de sofisticagao, os inves- timentos nao se orientam prioritariamente para os mercados externos. Além disso, 0 componente importado parece ser crescente em varios setores, par- ticularmente de bens de consumo duraveis enfraquecendo significativamen- te os efeitos dinamizadores sobre a geragao interna de renda e emprego! O volume agtegado da formacio de capital fixo cresceu, porém ainda € seto- rialmente heterogénco e insuficiente para mover um processo sustentado de crescimento econdmico com equilfbrio externo.} PONTOS DE CONCLUSAO A longa crise de uma década e meia, desde o inicio da década de 80. no permitin que a economia brasileira pudesse acompanhar adequadamen- te a terceira revolugao tecnoldgica e 0 processo de aprofundamento da inte- gragio econémica mundial. Nao obstante, apesar dos percalgos, a geragiio de um superdvit comercial de grande escala (i.e., superior a 2% do PIB ao longo da década de 80) permitia um certo grau de autofinanciamento das transages correntes com o exterior, O que atenuava parcialmente a restri- g&o externa, Sob um horizonte de incerteza, com ameaga recorrente de hiperinflagao, com regressio profunda do sistema de financiamento e com a acumulagio de capitais relativamente entravada, a estrutura empresarial nao pode crescer rapidamente e se concentrar em grandes grupos privados, 103 capazes de se postar ativamente enquanto atores internacionais, Enquan algumas economias do Leste Asiatico (particularmente a Corgia do San puderam saltar para a frente em termos de capacitagao tecnolégica, forma, gfio de grandes grupos econdmicos e afirmacao de marcas mundiais, os.” tema industrial brasileiro foi obrigado a marcar passo. A estabilizagio da economia obtida em 1994 com a implementacs, do Plano Real abriu a possibilidade de retomar 0 crescimento sustentadg da economia, o que permitiria expeditar a recuperacao do terreno Perdido durante os longos anos de crise. No auge do aquecimento econémico de 1994-95 os grandes grupos empresariais vislumbravam planos de investi. mento de grande escala. Anfelizmente, porém, a forte sobrevalorizagéo da taxa de cambio, combinada com a sustentagiio de juros muito elevados, foi moldando uma armadilha dificil de desarmar. Ultrapassada a turbuléncia criada pela crise financeira mexicana no infcio de 1995, com 0 retorno dos influxos de capi- tais, a polftica econémica retomou a rota original e vem apenas evitando 0 agravamento da sobrevalorizagao cambial. Esta caracterfstica do programa de estabilizagao, de resto j4 observada nos casos do México e da Argentina, acarretou um significativo déficit em transagdes correntes com o exterior. A conta comercial e de servigos deteriorou-se velozmente e a resposta da politica econémica tem sido a de desaquecer a economia, para controlar 0 crescente desequilfbrio, dado que o patamar de importagdes vem sendo sig- nificativamente deslocado para cima. A sobrevalorizagio cambial ¢ 0 incentivo a utilizar o financiamento das compras externas com crédito bara- to no mercado internacional intensificou rapidamente a subida do coefi- ciente das importagGes, processo que, como vimos, j4 vinha se desenvol- vendo com o programa de abertura comercial. Resumindo, as condigées conjunturais brasileiras pés-estabilizacio, ante os desafios da globalizago em meados da década de 90, sao de evi- dente fragilidade, considerando: 1) A crescente vulnerabilidade de financiar um elevado e crescente déficit em transagées correntes com a entrada de capitais de perfil relativa- mente curto. 2) A fragilizagfio do desempenho comercial expresso na brutal rever- sao do superavit comercial para um déficit potencial que pode superar a 2% do PIB, mesmo com a economia crescendo modestamente. 3) A dificuldade em retomar 0 crescimento econémico acelerado em face dos condicionantes acima e considerando que a distorgfio das condi- goes de competitividade industrial (dada a combinagao cimbio sobrevalori- zado-juros altos) inviabiliza o futuro de grande mimero de setores/ativir dades. 104, A essas condigées desfavordveis deve-se agregar outras de natureza estrutural, que se fixaram no longo perfodo de crise econémica ¢ nao foram superadas na etapa de estabilizacdo, a saber: Zp { 4) Fragilidade competitiva da industria em todos os complexos indus- triais de alto valor agregado e contetido tecnolégico, com preservacio da competitividade apenas em setores produtores de commodities de elevada escala de produgdo, baixo valor agregado, intensivas em recursos naturais, insumos agricolas ¢ energia. 5) Debilidade estratégica e 0 reduzido tamanho dos grandes grupos empresariais brasileiros, face ao que seria requerido para atuar como atores pré-ativos no plano global. 6) Enfraquecimento das empresas nacionais (inclusive das que Pos- suiam exceléncia gerencial e tecnolégica) em todos os setores manufaturei- ros complexos, de alto valor agregado, processo evidenciado recentemente por um r4pido movimento de desnacionalizagao. 7) Permanéncia da regresso da base doméstica de financiamento de longo prazo, o que onera a competitividade, atrasa a centralizac&o dos capi- tais e obriga A dependéncia de recursos fiscais ou de endividamento externo para alavancar a acumulacdo. Infelizmente os condicionantes de ordem conjuntural acima enumera- dos tendem a agravar as fragilidades estruturais e a causar crescente retro- cesso industrial em muitos setores, na medida em que nao permitem a for- magiio de um horizonte de desenvolvimento sustentado. O atual ciclo de investimentos apenas reitera 0 padrio de especializagao competitiva que a economia brasileira ja havia logrado alcangar na década de 70. Em todos os complexos industriais mais sofisticados, com grau mais elevado de agrega- ¢4o de valor e maior dinamismo tecnol6gico, verifica-se um ineg4vel retro- cesso — sendo este particularmente evidente no caso do complexo eletréni- co. Neste sentido, poder-se-ia precisamente classificar o periodo pés-estabi- lizagio como uma etapa de especializagdo regressiva do ponto de vist: industrial. Este panorama realista das atuais condigdes do Brasil face & globali- zagao no constitui, porém, uma fatalidade imutavel. O Brasil possui ener- gias e potencialidades para optar por outra rota. O programa de estabiliza- Gao pode ser reorientado para assentar-se num novo eixo de desenvolvi- mento estabilizador. Reformas podem ser empreendidas e as vulnerabilid; des podem ser reduzidas com um projeto de desenvolvimento industrial. Ps ; formuladores de politica do governo comecam a perceber a necessidade 8 articular os instrumentos de iantt industrial e de conter a velox: eee , particul : - go das importagées, particularmente das predatérias, de forma mais con- 105 sistente. Preocupam-se com o estimulo as decisées de investimento © enten. dem a necessidade de reverter 0 esvaziamento de importantes cadeias industriais. Mas, seria necessario agir mais rapidamente e fortalecer a coo. denagiio da politica de desenvolvimento industrial no mais alto nivel do governo, incluindo o Ministério da Fazenda e o Banco Central. E também indispensdvel e urgente que se formulem estratégias para os setores de ele. vado dinamismo tecnolégico, notadamente para o complexo-eletrénico, Tudo isso exige, porém, a compreensdo de que a globalizacio ndo é um |fenemeno espontaneamente benigno para os pafses em desenvolvimento da |periferia. Ela certamente cria possibilidades, mas apenas para as sociedades que tém coesio, estratégia e Estado eficiente para delas tirar proveito. BIBLIOGRAFIA CNI-Cepal. Investimentos na indiistria bra- sileira 1995/1999: caracteristicas e de- terminantes, 1997. ECIB. Estudo da compeiitividade da indiis- tria brasileira, Campinas, Editora Papi- rus, Unicamp, 1993 FMI. World Economic Outlook, 1994 ¢ 1995. IBGE, compilado a partir de Ana C. Além, Fabio Giambiagi e Florinda Pastoriza. In Cendrio macroeconémico 1997-2002, pp. 1433. LAPLANE, M. ¢ SARTI, F. O investimento direto estrangeiro no brasil nos anos 90: determinantes e estratégias. IE/Unicamp, junho de 1997. 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