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construcao-dos-curriculos-e-como-voce-pode-participar

Publicado em NOVA ESCOLA 03 de Abril | 2018

Implementação da Base

BNCC: entenda a construção


dos currículos (e como você
pode participar)
Saiba como Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São
Paulo planejam, em parceria com os municípios, construir seus
currículos
Laís Semis

Ilustração: Getty Images

Os conhecimentos essenciais que os alunos de todas as escolas do país devem


aprender ano a ano na Educação Básica foram definidos pela Base Nacional Comum
Curricular (BNCC). O documento foi aprovado em dezembro do ano passado e as redes
de ensino têm até dois anos para implementar a Base. Ou seja: 2018 e 2019 serão anos
decisivos para adequação dos currículos, formação inicial e continuada de professores,
revisão de material didático e das matrizes de competência das avaliações.

Para apoiar estados e municípios no processo de reelaboração dos currículos a partir


dos conteúdos propostos pela Base, o Ministério da Educação (MEC) anunciou no
último dia 26 a criação do Comitê Nacional de Implementação da BNCC. Formado por
membros titulares do MEC, do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed)
e da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), o Comitê deverá
coordenar os processos e as equipes técnicas por etapas e disciplinas.

LEIA MAIS Currículos regionais são aposta para a implementação da Base

A aposta do MEC para a adequação dos currículos é que estados e municípios


trabalhem colaborativamente nessa construção. Esse trabalho conjunto é o chamado
regime de colaboração. O modelo permite que estados e municípios somem recursos
materiais e humanos para potencializar boas práticas e minimizar as desigualdades.
Dentro desse modelo, diferentes arranjos são possíveis. Além da colaboração entre
estado e municípios, o regime permitiria que pequenos municípios de uma mesma
região com características próximas se articulem na adequação do currículo (como é o
caso do Consórcio de Desenvolvimento e Inovação do Norte do Paraná, o Codinorp).
Outro modelo permitiria que um estado se divida em macrorregiões e construa o
currículo em conjunto com os municípios. Apesar da proposta de colaboração, os entes
federados são autônomos para decidir como se dará a construção de seus currículos.

Outra orientação dos órgãos que estão mobilizando essas discussões pelo país é que
os currículos sejam construídos com ampla participação dos educadores. Assim, o
processo terá legitimidade na implementação e os educadores poderão trazer suas
experiências para o documento que será a referência para todas as etapas de ensino.

LEIA MAIS Perguntas e respostas sobre implementação da Base

Veja como os estados da região Sudeste estão pensando a construção dos currículos e
como planejam a participação dos professores nesse processo. Seu estado não está na
lista? Não se preocupe! Nas próximas semanas, NOVA ESCOLA trará informações sobre
como esse processo está sendo planejado nas outras quatro regiões do país.
Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro Foto: Wikimedia
Commons/Wikipedia

RIO DE JANEIRO

Como é hoje: o estado conta com currículo próprio desde 2011. É o documento de
referência de todas as escolas da rede. Embora não tenha sido feito em colaboração
com os municípios, sua construção reuniu professores e especialistas de universidades
do Rio de Janeiro. “A concepção, redação, revisão e consolidação deste documento
foram conduzidas por equipes disciplinares a fim de promoverem um documento que
atendesse às diversas necessidades e demandas do ensino na rede estadual”, explica
Wagner Victer, secretário de Estado de Educação do Rio de Janeiro.

Como será: estado e municípios trabalharão em conjunto para a construção de um


documento curricular único, mas respeitando a diversidade regional característica do
Rio. “Ele será elaborado de forma a garantir espaço para que as especificidades
regionais e locais sejam contempladas”, diz Wagner. O estado prevê que a colaboração
com a Undime será essencial na organização de um só currículo para toda a rede
pública. Isso porque a Base aprovada contempla, nessa primeira fase do processo,
apenas Educação Infantil e Ensino Fundamental, etapas de ensino geridas pelos
municípios. A construção terá o apoio também da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Haverá participação de professores e gestores escolares? Sim. Serão organizados


12 encontros regionais. “Teremos discussões com professores de todas as redes e a
participação de especialistas e instituições variadas”, afirma o secretário. O
planejamento também prevê que educadores de redes privadas possam participar
para ampliar a troca de informações e conhecimentos sobre o tema.

Quando sairá a primeira versão do documento: o estado está seguindo o


cronograma proposto pelo MEC. Assim, o prazo previsto para que haja uma primeira
versão vai até maio de 2018. Não há previsão de consulta pública para esta versão,
mas a rede afirma que garantirá representações ativas dos professores durante a
construção da proposta.

Previsão para implementação: também seguindo o cronograma estabelecido pelo


MEC, o currículo do Rio deverá ser implementado a partir de 2019 e consolidado até
2020.

Além do currículo: o estado tem planos de novos arranjos de colaboração para outras
políticas relacionadas à implementação da Base. “Haverá uma sugestão de parceria
para que a etapa seguinte seja a de formação dos professores, pela necessidade de
apropriação do novo documento curricular”, diz Wagner Victer. A produção de
materiais de apoio pedagógico e proposta estadual de complementação curricular
também integram os próximos passos da implementação da BNCC no Rio.
Palácio Anchieta, sede do governo do Espírito Santo Foto: Fred
Loureiro/SECOM

ESPÍRITO SANTO

Como é hoje: em 2009, a rede estadual criou seu currículo próprio. Mas grande parte
dos municípios capixabas não contavam com currículos próprios. Algumas redes
optam pela elaboração de um programa de ensino ou pelo uso de material
estruturado, ao invés de um documento curricular. Após a divulgação, redes
municipais demonstraram interesse em usar o currículo estadual. “Como a maioria é
de pequenos municípios, com dificuldades técnicas e financeiras, não é comum
fazerem esse investimento. Por isso, criamos um termo de adesão autorizando o uso
do nosso”, conta Haroldo Rocha, secretário estadual de Educação do Espírito Santo.

Como será: o Espírito Santo planeja aprimorar essa experiência do currículo


compartilhado para a criação de um currículo colaborativo alinhado à Base. Os
trabalhos já começaram no ano passado com o Pacto Pela Aprendizagem no Espírito
Santo (PAES), que propõe o regime de colaboração para ações conjuntas entre as
secretarias. Dos 76 municípios, 57 aderiram ao pacto e 16 já demonstraram interesse.
Uma das ações é justamente a criação do currículo capixaba, que já foi iniciada. “O
nosso desafio é construir um documento que seja otimizado e flexível para atender à
diversidade regional do estado. Mas estamos percorrendo todas as regionais desde o
ano passado com conversas sobre a Base”. Desde maio de 2017, há um acordo firmado
entre o estado e o Instituto Ayrton Senna para construir as competências
socioemocionais do documento. A Undime também é parceira no processo.

Haverá participação de professores e gestores escolares? Sim. “Temos


especialistas, técnicos de secretarias e educadores municipais e estaduais trabalhando
na primeira versão”, diz o secretário. São representantes dessas regionais que atuam
nesse primeiro momento e repercutem as discussões dentro das escolas de suas
redes. De acordo com Haroldo, as escolas também receberam de três a cinco volumes
impressos da Base para incentivar a apropriação do documento. Após a finalização do
texto, os educadores poderão opinar e trazer sugestões para o documento, através de
um sistema online, como foi feito com a própria BNCC.
Quando sairá a primeira versão do documento: de acordo com o cronograma, a
construção do novo currículo do Espírito Santo terá três versões. A primeira está
prevista para abril. Do início de maio ao final de junho, a versão ficará disponível para
consulta pública online. “A ideia é que os educadores já tenham se apropriado da Base,
vejam a proposta de currículo, façam discussões em suas escolas e possam estudá-la
para levantar contribuições para o documento”, explica Haroldo Rocha. A
sistematização e análise das sugestões dará origem a uma nova versão, que será
lançada em agosto. De setembro até o final de outubro, uma segunda consulta pública
online deverá acontecer, além de encontros regionais. Em dezembro, uma nova versão
do documento será apresentada a partir das sugestões coletadas.

Previsão para implementação: com o currículo finalizado até 2018, a rede espera
iniciar a implementação já em 2019.

Além do currículo: a Fundação Carlos Chagas (FCC) já foi contratada pelo governo do
Espírito Santo para analisar os currículos de formação inicial dos professores e
concursos públicos e ver o que precisa ser adaptado. A ação acontece paralelamente
às discussões curriculares e uma nova política de formação de professores, que está
sendo estruturada nessa parceria. A previsão é que esteja pronta em julho. “E tem um
capítulo importante nesse processo que é a formação dos professores que estão em
sala, prevista para ter início em outubro, a fim de colocar o currículo em prática em
2019”, explica o secretário. A revisão e adaptação do sistema de avaliação será o
segundo momento dessa mudança.

Bandeira do EStado de Minas Gerais Foto: Getty Images

MINAS GERAIS

Como é hoje: assim como acontece no Espírito Santo, a rede estadual de Minas Gerais
já conta com um currículo próprio, que embora tenha sido construído pelo estado, é
também usado pelos municípios. Ele é conhecido na rede como CBC: Conteúdos
Básicos Comuns. O CBC atendia os alunos dos anos finais do Fundamental e Ensino
Médio e, em 2014, passou a contemplar também os anos iniciais. A última atualização
curricular do Fundamental foi em 2014 e do Médio, em 2005.

Como será: a intenção é que estados e municípios possam ter um único currículo. O
currículo mineiro atenderia todas as etapas básicas de ensino. “Isso facilitará a
transição de nossos estudantes entre as redes municipal e estadual”, diz Geniana
Guimarães Faria, superintendente de avaliação educacional da secretaria de estado de
Educação de Minas Gerais. A construção também será conjunta entre as equipes
técnicas das secretarias das duas instâncias, especialistas e professores. Minas é o
estado com maior número de municípios: 853. “A diversidade é grande, estamos
organizando encontros regionais para garantir que o currículo seja representativo”.

Haverá participação de professores e gestores escolares? Sim. De 9 a 14 de abril, as


escolas farão a Semana D - uma semana dedicada ao estudo da Base. “É um momento
para analisar e fazer um comparativo entre o que temos hoje de currículo e o que a
Base propõe”, diz Geniana. Roteiros foram criados para ajudar na organização dessas
discussões nas escolas. O planejamento inclui seminários regionais para aprofundar
conhecimentos sobre o conteúdo do currículo e o que deve ser considerado na sua
concepção para qualificar os próximos passos do debate.

Quando sairá a primeira versão do documento: a previsão aponta para o final de


maio. Assim como o Rio de Janeiro, Minas Gerais seguirá o cronograma do MEC. O
documento será divulgado e disponibilizado para consulta pública online. As
contribuições serão analisadas e darão origem a uma segunda versão do documento.
Grupos de trabalho por área de conhecimento vão se debruçar sobre essa versão do
currículo. A secretaria estadual ainda não tem definido quantas versões serão
necessárias até novembro, prazo para que a proposta esteja validada, mas calcula que
sejam necessárias duas ou três versões, que serão submetidas novamente a consulta
pública online.

Previsão para implementação: a expectativa é que a implementação nas escolas


aconteça em 2019. “Dependerá do andamento também de outras políticas
relacionadas, como formação de professores”, diz a superintendente de avaliação
educacional. “Não adianta termos um novo currículo se os professores não estiverem
alinhados com esse documento”.

Além do currículo: com a implementação prevista para o próximo ano, Minas já


planeja também a revisão dos materiais didáticos, matrizes de avaliação e formação de
professores. Todas essas políticas estão sendo pensadas paralelamente e de forma
articulada com a construção curricular. “Estamos articulando todas as áreas justamente
para não chegarmos no fim desse processo sem uma unidade”, diz Geniana Faria.
Bandeira do Estado de São Paulo é vista no alto do Farol Santander, no
centro de São Paulo Foto: Reprodução/YouTube

SÃO PAULO

Como é hoje: desde 2008, a rede estadual conta com um currículo base para o Ensino
Fundamental e Médio. Cerca de cinco mil escolas estaduais utilizam o documento
como referência para os trabalhos desenvolvidos em sala de aula.

Como será: o estado trabalhará em parceria com os municípios interessados na


construção de um currículo conjunto. Não existe obrigatoriedade de participação. A
capital paulista, por exemplo, já conta com currículo próprio alinhado à Base,
construído em 2017, e já está em vigor nas escolas municipais neste ano. No dia 6 de
março, a secretaria estadual iniciou uma mobilização para que os municípios -
interessados ou não em aderir ao currículo único - compartilhassem seus próprios
documentos curriculares vigentes. “Queremos que a versão inicial do currículo
contemple a identidade trazida por essas contribuições que recebermos”, explicou Jane
Rúbia Adami da Silva, coordenadora estadual da BNCC, durante o evento do Dia D da
Base da secretaria estadual de São Paulo. Os municípios também foram convidados a
demonstrar interesse na adesão do currículo colaborativo.

Haverá participação de professores e gestores escolares? Sim. Professores,


gestores e técnicos vinculados às escolas poderão participar do processo. Serão feitos
seminários regionais para criação de grupos de trabalho. A intenção é que esses
grupos possam aprimorar o texto inicial do currículo paulista. Outra forma de
participação dos professores na construção do documento é por meio do envio das
suas considerações sobre o texto.

Quando sairá a primeira versão do documento: ela é esperada para maio. Nos
meses seguintes deverá ser aperfeiçoada, mediante as considerações recebidas pelas
redes estadual e municipais. Haverá consulta pública online a cada versão do
documento. Até novembro, São Paulo planeja ter uma versão consolidada do
documento.

Previsão para implementação: a implementação deverá ocorrer em 2019.

Além do currículo: outras políticas precisarão ser desenvolvidas ao longo dos


próximos meses. Será necessário rever a formação inicial e continuada dos
professores, além das matrizes de avaliação e livros didáticos. A rede ainda não
divulgou detalhes sobre essas propostas.

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