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https://novaescola.org.br/conteudo/11608/bncc-entenda-a-
construcao-dos-curriculos-e-como-voce-pode-participar
Implementação da Base
Outra orientação dos órgãos que estão mobilizando essas discussões pelo país é que
os currículos sejam construídos com ampla participação dos educadores. Assim, o
processo terá legitimidade na implementação e os educadores poderão trazer suas
experiências para o documento que será a referência para todas as etapas de ensino.
Veja como os estados da região Sudeste estão pensando a construção dos currículos e
como planejam a participação dos professores nesse processo. Seu estado não está na
lista? Não se preocupe! Nas próximas semanas, NOVA ESCOLA trará informações sobre
como esse processo está sendo planejado nas outras quatro regiões do país.
Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro Foto: Wikimedia
Commons/Wikipedia
RIO DE JANEIRO
Como é hoje: o estado conta com currículo próprio desde 2011. É o documento de
referência de todas as escolas da rede. Embora não tenha sido feito em colaboração
com os municípios, sua construção reuniu professores e especialistas de universidades
do Rio de Janeiro. “A concepção, redação, revisão e consolidação deste documento
foram conduzidas por equipes disciplinares a fim de promoverem um documento que
atendesse às diversas necessidades e demandas do ensino na rede estadual”, explica
Wagner Victer, secretário de Estado de Educação do Rio de Janeiro.
Além do currículo: o estado tem planos de novos arranjos de colaboração para outras
políticas relacionadas à implementação da Base. “Haverá uma sugestão de parceria
para que a etapa seguinte seja a de formação dos professores, pela necessidade de
apropriação do novo documento curricular”, diz Wagner Victer. A produção de
materiais de apoio pedagógico e proposta estadual de complementação curricular
também integram os próximos passos da implementação da BNCC no Rio.
Palácio Anchieta, sede do governo do Espírito Santo Foto: Fred
Loureiro/SECOM
ESPÍRITO SANTO
Como é hoje: em 2009, a rede estadual criou seu currículo próprio. Mas grande parte
dos municípios capixabas não contavam com currículos próprios. Algumas redes
optam pela elaboração de um programa de ensino ou pelo uso de material
estruturado, ao invés de um documento curricular. Após a divulgação, redes
municipais demonstraram interesse em usar o currículo estadual. “Como a maioria é
de pequenos municípios, com dificuldades técnicas e financeiras, não é comum
fazerem esse investimento. Por isso, criamos um termo de adesão autorizando o uso
do nosso”, conta Haroldo Rocha, secretário estadual de Educação do Espírito Santo.
Previsão para implementação: com o currículo finalizado até 2018, a rede espera
iniciar a implementação já em 2019.
Além do currículo: a Fundação Carlos Chagas (FCC) já foi contratada pelo governo do
Espírito Santo para analisar os currículos de formação inicial dos professores e
concursos públicos e ver o que precisa ser adaptado. A ação acontece paralelamente
às discussões curriculares e uma nova política de formação de professores, que está
sendo estruturada nessa parceria. A previsão é que esteja pronta em julho. “E tem um
capítulo importante nesse processo que é a formação dos professores que estão em
sala, prevista para ter início em outubro, a fim de colocar o currículo em prática em
2019”, explica o secretário. A revisão e adaptação do sistema de avaliação será o
segundo momento dessa mudança.
MINAS GERAIS
Como é hoje: assim como acontece no Espírito Santo, a rede estadual de Minas Gerais
já conta com um currículo próprio, que embora tenha sido construído pelo estado, é
também usado pelos municípios. Ele é conhecido na rede como CBC: Conteúdos
Básicos Comuns. O CBC atendia os alunos dos anos finais do Fundamental e Ensino
Médio e, em 2014, passou a contemplar também os anos iniciais. A última atualização
curricular do Fundamental foi em 2014 e do Médio, em 2005.
Como será: a intenção é que estados e municípios possam ter um único currículo. O
currículo mineiro atenderia todas as etapas básicas de ensino. “Isso facilitará a
transição de nossos estudantes entre as redes municipal e estadual”, diz Geniana
Guimarães Faria, superintendente de avaliação educacional da secretaria de estado de
Educação de Minas Gerais. A construção também será conjunta entre as equipes
técnicas das secretarias das duas instâncias, especialistas e professores. Minas é o
estado com maior número de municípios: 853. “A diversidade é grande, estamos
organizando encontros regionais para garantir que o currículo seja representativo”.
SÃO PAULO
Como é hoje: desde 2008, a rede estadual conta com um currículo base para o Ensino
Fundamental e Médio. Cerca de cinco mil escolas estaduais utilizam o documento
como referência para os trabalhos desenvolvidos em sala de aula.
Quando sairá a primeira versão do documento: ela é esperada para maio. Nos
meses seguintes deverá ser aperfeiçoada, mediante as considerações recebidas pelas
redes estadual e municipais. Haverá consulta pública online a cada versão do
documento. Até novembro, São Paulo planeja ter uma versão consolidada do
documento.