Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
CADERNO DO PROFESSOR
6º Ano / Ensino Fundamental
Coordenação de
Língua Portuguesa
ESCOLA MUNICIPAL ________________________________________________________
TERESINA-PI, __________ DE ______________________________ DE _______________
ALUNO (A): _________________________________________________________________
PROFESSOR (A): _____________________ TURMA: _______ TURNO: _______________
CONVERSANDO:
Ouvir e contar histórias faz parte de nossa vida. Podemos recontar histórias que ouvimos de pessoas mais
velhas ou contar nossas próprias, sejam elas reais ou inventadas. Agora você vai ler uma paródia do conto
maravilhoso “Chapeuzinho Vermelho”. Paródia é uma versão de uma história recontada de forma divertida e/ou
crítica.
Ao escrever uma paródia, o autor “brinca” com o texto que lhe serviu como ponto de partida (acrescentando
novas personagens ou alterando o comportamento das personagens do texto de origem, criando situações
inusitadas...), quase sempre com o objetivo de produzir humor ou fazer uma crítica. Em princípio, qualquer gênero
textual pode ser parodiado; no entanto, o leitor da paródia precisa conhecer o texto que deu origem a ela, não só para
entendê-la, mas também para fruir o texto adequadamente.
Agora iremos ler o texto a seguir em voz alta, de acordo com as orientações do professor.
TEXTO 1
Chapeuzinho Vermelho de raiva
– Senta aqui mais perto, Chapeuzinho. Fica aqui mais pertinho da vovó, fica.
– Mas vovó, que olho vermelho… E grandão… Que que houve?
– Ah, minha netinha, estes olhos estão assim de tanto olhar para você. Aliás, está queimada, hein?
– Guarujá, vovó. Passei o fim de semana lá. A senhora não me leva a mal, não, mas a senhora está com um
nariz tão grande, mas tão grande! Tá tão esquisito, vovó.
– Ora, Chapéu, é a poluição. Desde que começou a industrialização do bosque que é um Deus nos acuda.
Fico o dia todo respirando este ar horrível. Chegue mais perto, minha netinha, chegue.
– Mas em compensação, antes eu levava mais de duas horas para vir de casa até aqui e agora, com a estrada
asfaltada, em menos de quinze minutos chego aqui com a minha moto.
– Pois é, minha filha. E o que tem aí nesta cesta enorme?
– Puxa, já ia me esquecendo: a mamãe mandou umas coisas para a senhora. Olha aí: margarina, maionese
Helmman’s, Danone de frutas e até uns pacotinhos de Knorr, mas é para a senhora comer um só por dia, viu? Lembra
da indigestão do carnaval?
– Se lembro, se lembro…
– Vovó, sem querer ser chata.
– Ora, diga.
– As orelhas. A orelha da senhora está tão grande. E ainda por cima, peluda. Credo, vovó!
– Ah, mas a culpada é você. São estes discos malucos que você me deu. Onde já se viu fazer música deste
tipo? Um horror! Você me desculpe, porque foi você que me deu, mas estas guitarras, é guitarra que diz, não é? Pois
é, estas guitarras são muito barulhentas... Não há ouvido que aguente, minha filha. Música é a do meu tempo. Aquilo
sim, eu e seu finado avô, dançando valsas… Ah, esta juventude está perdida mesmo.
– Por falar em juventude o cabelo da senhora está um barato, hein? Todo desfiado, pra cima, encaracolado.
Que qué isso?
– Também tenho que entrar na moda, não é, minha filha? Ou você queria que eu fosse domingo ao programa
do Chacrinha de coque e com vestido preto com bolinhas brancas?
Chapeuzinho pula para trás:
– E esta boca imensa???!!!
A avó pula da cama e coloca as mãos na cintura, brava:
– Escuta aqui, queridinha: você veio aqui hoje para me criticar, é?!
Mario Prata. Disponível em: https://marioprata.net/literatura-2/literatura-infantil/chapeuzinho-vermelho-de-raiva/ Acesso em: 23 dez. 2017.
1- Que diferenças há entre a história original de Chapeuzinho Vermelho e essa que você acabou de ler?
______________________________________________________________________________________________
2- Quando lemos esse texto em voz alta, temos a impressão de que as personagens estão conversando de verdade.
Por quê?
ATIVIDADES DE NIVELAMENTO/SEMEC-2018/6º ANO ENSINO FUNDAMENTAL
______________________________________________________________________________________________
3- Releia este trecho do texto e preste atenção às palavras e expressões destacadas.
– Ah, mas a culpada é você. São estes discos malucos que você me deu. Onde já se viu fazer música deste
tipo? Um horror! Você me desculpe, porque foi você que me deu, mas estas guitarras, é guitarra que diz, não é? Pois
é, estas guitarras são muito barulhentas... Não há ouvido que aguente, minha filha. Música é a do meu tempo. Aquilo
sim, eu e seu finado avô, dançando valsas… Ah, esta juventude está perdida mesmo.
– Por falar em juventude o cabelo da senhora está um barato, hein? Todo desfiado, pra cima, encaracolado.
Que qué isso?
a) As palavras destacadas são usadas principalmente em conversas. Em sua opinião, se esse texto foi escrito (e não
falado), por que há nele tantas marcas como essas?
______________________________________________________________________________________________
b) Volte ao texto da “Chapeuzinho Vermelho de raiva” e encontre mais três exemplos de marcas de oralidade.
Escreva-as.
______________________________________________________________________________________________
4- A gíria é uma marca bastante característica da oralidade. Procure no texto alguma gíria e indique o que ela
significa.
______________________________________________________________________________________________
6- Cite gírias que você conheça. Qual delas você utiliza quando conversa com seu grupo de amigos?
______________________________________________________________________________________________
7- O texto lido apresenta um diálogo entre Chapeuzinho e a vovó. Leia a seguir algumas falas de Chapeuzinho.
a) Nesses trechos, que palavras Chapeuzinho utiliza para se dirigir à vovó? E que palavras utiliza para se referir a ela
mesma?
______________________________________________________________________________________________
b) Que palavras ou expressões a vovó utiliza para se referir à Chapeuzinho? E a ela mesma?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
TEXTO 2
TEXTO 3
Deu a louca na Chapeuzinho
Após o bem sucedido Shrek, os contos de fada nunca mais foram os mesmos. Inversão de valores e novas
leituras entraram na ponta da caneta dos roteiristas de projetos envolvendo personagens outrora símbolos da pura
bondade ou da pura maldade (...). Diria um engenheiro que elas estão mais tridimensionais do que bidimensionais.
Podem ser vistas de mais ângulos. Deu a Louca na Chapeuzinho (Hoodwinked, EUA, 2005) explora as
possibilidades desse novo patamar.
Na floresta de Chapeuzinho Vermelho (voz original de Anne Hathaway, de O Diabo Veste Prada) estão
acontecendo uma série de crimes hediondos, o roubo de receitas secretas de doces. Como muita gente lá vive disso, a
descoberta do segredo de suas guloseimas levou à quebradeira geral das confeitarias. A mais famosa das doceiras, a
Vovó de Chapeuzinho Vermelho (Glenn Close), ainda não havia sido atacada, mas a menina estava preocupada com
o bem-guardado livro de receitas da família. Tenta protegê-lo, levando-o em segredo para a casa da Avó. Lá encontra
um Lobo Mau (Patrick Warburton) usando roupas, cama e máscara da velhinha.
Inicia-se uma perseguição, não fica claro de quem contra quem. A Vovó salta de um armário toda amarrada, e
o Lenhador (James Belushi), com um machado em punho, invade a cena pela janela, sem antes abri-la. Chega a
polícia. Os personagens ficam detidos na casa e são chamados a depor individualmente sobre o que aconteceu. Essa
sequência será contada em quatro versões diferentes, do ponto de vista dos quatro personagens envolvidos. Cada um
terá o direito de se colocar como vítima. E vemos que nem tudo é o que parece, bordão do filme.
(...)
A análise exige que se divida o filme em duas partes. A primeira é exatamente o jogo de gato e rato das
versões. Fica muito interessante graças ao bom desenvolvimento da ideia, criatividade ao levar a MTV para os
contos de fadas e aos personagens, principalmente os secundários. Alguns garantem momentos hilários, como o
Bode enfeitiçado que nunca pára de cantar, o fotógrafo esquilo ligeirinho, o inspetor de polícia sapo perna-longa, o
chefe de polícia urso, os policiais porcos. Todos falando num vocabulário de filmes policiais. Um bom contraste, que
faz com que o filme funcione bem. (...)
Disponível em: http://www.cinerevista.com.br/artigos/DeuLoucaChapeuzinho.htm Acesso em: 23 dez. 2017.
12- Releia:
Após o bem-sucedido Shrek, os contos de fada nunca mais foram os mesmos. Inversão de valores e novas
leituras entraram na ponta da caneta dos roteiristas de projetos envolvendo personagens outrora símbolos da pura
bondade ou da pura maldade (...). Hoje, diria um engenheiro que elas estão mais tridimensionais do que
bidimensionais. Podem ser vistas de mais ângulos.
c) Que palavra, nesse mesmo parágrafo, tem sentido contrário ao sentido de outrora?
______________________________________________________________________________________________
b) “A mais famosa das doceiras, a Vovó de Chapeuzinho Vermelho, ainda não havia sido atacada...” O que a
Chapeuzinho fez para proteger as receitas da família?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
15- Reescreva os trechos a seguir trocando as expressões destacadas por outras, sem mudar o sentido das frases. Se
precisar, consulte o dicionário.
a) “Na floresta de Chapeuzinho Vermelho estão acontecendo uma série de crimes hediondos...”
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
b) “... a descoberta do segredo de suas guloseimas levou à quebradeira geral das confeitarias.”
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
c) “Alguns garantem momentos hilários, como o Bode enfeitiçado que nunca pára de cantar.”
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
GABARITO
1- Entre as várias diferenças, há uma quebra de expectativa: a vovó que conversa com a Chapeuzinho é a vovó
mesmo, e não o Lobo Mau disfarçado.
2- Porque toda a narrativa é construída em forma de diálogo, sem a intervenção de um narrador.
3- a) Como se trata de um texto dialogado, as falas imitam a conversação real e, por isso, estão carregadas de
marcas de oralidade.
b) Sugestões: “Que que houve?”; “Pois é, minha filha”; “mas é para a senhora comer só um por dia, viu?”;
“Também tenho que entrar na moda, não é, minha filha?”.
4- Barato, que significa interessante, diferente e divertido.
5- Sim, a gíria aparece escrita entre aspas.
6- Respostas pessoais.
7- a) Para se referir à vovó: vovó, senhora; para se referir a ela mesma: eu, me.
b) Para se referir à Chapeuzinho: você, minha netinha, minha filha, queridinha; para se referir a ela mesma: eu, me.
8- Na história da Chapeuzinho Vermelho. É possível perceber essa relação pelas personagens.
9- Resposta pessoal.
10- Porque todos são suspeitos de roubarem um livro de receitas.
11- b
12- a) Resposta pessoal.
b) antigamente
c) A palavra hoje.
13- Nas histórias de hoje, as personagens não são sempre boazinhas ou más. Elas podem ser vistas de vários
ângulos.
14- a) O roubo de receitas secretas de doces.
b) Tenta proteger o livro de receitas, levando-o em segredo para a casa da Avó.
15- a) ... crimes horríveis.
b) ... levou à confusão nas confeitarias.
c) ... momentos engraçados...
Ao longo do tempo, o homem criou várias formas de registrar seu modo de vida e sus história. Esses
registros refletem os costumes, o trabalho, a cultura de uma sociedade. Para representar o mundo e interagir com os
semelhantes, o ser humano usa diferentes linguagens. O desenho, a pintura, a escrita, a música, a dança, os gestos são
apenas algumas possibilidades de expressar o modo como cada ser humano vê objetos e pessoas, transmite ideias e
sentimentos, relaciona-se com o outro.
1- Que informações sobre o modo de vida dos egípcios é possível reconhecer na imagem?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
É por meio da linguagem que nos relacionamos com o mundo, comunicando-nos e interpretando as relações
humanas. A linguagem usada pelo homem para se comunicar pode ser verbal ou não verbal. A linguagem verbal
utiliza a palavra escrita ou falada. Na linguagem não verbal, interagimos por meio de gestos, das cores, dos
símbolos etc.
*daltônico: indivíduo que não consegue distinguir algumas cores, confunde principalmente o verde e o vermelho.
Língua: conjunto organizado de palavras e regras que uma comunidade usa para se comunicar.
5- Explique por que, com a proposta do garoto, a língua deixaria de ser um instrumento de comunicação?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
6- Seria possível compreender precisamente o que o garoto quis dizer com “Você não acha isso muito fiambre? É
lubrificado! Bem, eu vou na fase”? Por quê?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
12- No último quadrinho, a expressão da personagem e as letras em negrito indicam que ela ficou
a) aterrorizada.
b) chateada.
c) tranquila.
d) triste.
GABARITO
1- É possível ver uma atividade típica do Egito: a agricultura, com o uso de animais e outros instrumentos.
2- A partir desses registros, é possível recuperar a história, o modo de vida e os costumes do povo egípcio.
3- Linguagem não verbal: as cenas ilustradas na própria tirinha, compostas pela floresta, pelos personagens e os balões que indicam falas.
Linguagem verbal: falas presentes nos balões.
4- A história da Chapeuzinho Vermelho e o significado de “daltônico”.
5- A língua permite a comunicação entre os que fazem parte de um determinado grupo. Como o garoto atribui um significado às palavras
que apenas ele conhece, isso impede a comunicação com outros falantes.
6- Podemos ter uma vaga noção do sentido dessas frases pelo contexto, mas nada exato. O garoto criou significados particulares, ou seja, as
frases só fazem sentido para o próprio falante (ele mesmo).
7- a
8- c
9- d
10- c
11- c
12- b
ATIVIDADES DE NIVELAMENTO/SEMEC-2018/6º ANO ENSINO FUNDAMENTAL
ATIVIDADE 3 – DURAÇÃO: 1 h – PRODUÇÃO DE TEXTO
Certamente você conhece diversos contos maravilhosos. Embora sejam muitos, em geral, todos têm algumas
características em comum. Vamos recordar.
O texto “Chapeuzinho vermelho de raiva” é uma paródia da história de Chapeuzinho Vermelho, pois retoma
a história tradicional usando o humor e construindo contexto diferente. Agora é a sua vez de criar uma paródia. Siga
as orientações abaixo:
a) Escolha um conto tradicional que você gostaria de adaptar aos tempos de hoje usando o humor.
b) Pense em como você pode adaptar o enredo da história escolhida à vida atual de forma bem-humorada.
c) Quais as principais características das personagens?
d) Como é o espaço onde se desenvolve a história?
e) Agora escreva seu texto apresentando todos esses elementos.
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
ATIVIDADE DE CASA
Pesquise, em jornais, revistas e/ou sites, uma fotografia de uma pessoa ou personagem conhecido (políticos,
jogadores de futebol, atores, personagens de desenho animado, filmes ou séries entre outros) e traga na próxima
aula de Produção de Texto.
ATIVIDADES DE NIVELAMENTO/SEMEC-2018/6º ANO ENSINO FUNDAMENTAL
ATIVIDADE 4 – DURAÇÃO: 2 h – GÊNERO: Autobiografia
CONVERSANDO:
A biografia é um gênero textual em que se relata a história de vida de uma pessoa (a palavra biografia vem
do grego: bio = vida, grafia = escrita). Uma biografia pode ser breve (fornecer informações mais relevantes do
biografado) ou extensa (um livro inteiro, com detalhes da trajetória da pessoa). Quando é a própria pessoa quem
escreve sobre a vida dela, temos uma autobiografia.
A médica e escritora Adeline Yen Man escreveu sua autobiografia e a intitulou Cinderela chinesa – a
história secreta de uma filha renegada. Nessa obra, ela relata os episódios mais marcantes de sua infância na China
da década de 1940. O texto que você vai ler a seguir é o primeiro capítulo dessa história.
TEXTO 1
A primeira da classe
Outono, 1941.
Assim que cheguei da escola, tia Baba notou a medalha de prata presa no bolso do peito de meu uniforme.
Ela se penteava na frente do espelho do nosso quarto; entrei correndo e joguei a mala em cima da cama.
"O que é isso em seu vestido?"
"É uma coisa especial que madre Agnes me deu diante da classe inteira hoje. Ela disse que é um prêmio."
Minha tia pareceu animada. "Já? O jardim de infância começou há uma semana. Prêmio por quê?"
"Fui a primeira da classe esta semana. Quando madre Agnes prendeu isto na minha roupa, ela disse que eu ia
usar durante sete dias. Olhe aqui o diploma que veio junto." Abri a mala da escola, entreguei a ela um envelope e
corri para seu colo.
Ela abriu o envelope e dele tirou o diploma.
"Nossa, está todo escrito em francês, ou inglês, ou alguma outra língua estrangeira. Como você quer que eu
leia isso, meu bem?" Sabia que ela estava contente porque ria quando me abraçou. "Um dia, não vai demorar", ela
continuou, "você vai poder traduzir tudo para mim. Enquanto isso, vamos escrever a data de hoje no envelope e
guardar em lugar seguro. Vá fechar a porta direito e passe a chave para ninguém entrar."
Fiquei observando enquanto ela abria a porta do armário e pegava o seu cofre. Apanhou a chave de uma
corrente que trazia no pescoço e guardou meu diploma debaixo da pulseira de jade, do colar de pérolas e do relógio
de brilhantes – como se meu diploma fosse alguma joia preciosa, insubstituível.
Ao fechar a tampa, uma velha fotografia caiu no chão. Peguei a foto esmaecida e vi um homem e uma
mulher moços, solenes, os dois usando roupas chinesas antigas. O homem me pareceu bem conhecido.
"É um retrato de meu pai e da mamãe que morreu?", perguntei.
"Não. Esse é o retrato de casamento de seus avós. Seu Ye Ye tinha vinte e seis anos, e sua Nai Nai tinha
apenas quinze." Ela me tomou a foto depressa e a trancou na caixa.
"Você tem um retrato da minha mamãe que morreu?"
Ela desviou os olhos. "Não. Mas tenho a foto de casamento de seu pai com a madrasta Niang. Você tinha
apenas um ano quando eles se casaram. Quer ver a foto?"
"Não. Essa eu já vi. Só queria ver uma foto da minha mãe de verdade. Eu me pareço com ela?" Tia Baba não
respondeu, ocupada em guardar o cofre de volta no armário. Depois de um momento, perguntei: "Quando minha
mamãe morreu?".
"Sua mãe caiu com febre alta três dias depois que você nasceu. Morreu quando você tinha duas semanas..."
Ela hesitou um momento, depois exclamou de repente: "Como você está com as mãos sujas! Andou brincando na
caixa de areia da escola outra vez? Vá lavar essas mãos, já! Depois volte e cuide da lição de casa!".
Fiz o que ela mandou. Embora eu tivesse apenas quatro anos de idade, entendi que não devia encher tia Baba
com tantas perguntas sobre minha mamãe morta. A Irmã Grande uma vez me disse: "Tia Baba e mamãe eram as
melhores amigas. Muito tempo atrás, as duas trabalharam juntas em um banco de Xangai que é de nossa tia-avó, a
irmã mais nova de vovô Ye Ye. Mas aí mamãe morreu quando teve você. Se você não tivesse nascido, mamãe ainda
estaria viva. Ela morreu por sua causa. Você dá azar".
YEN MAN, Adeline. Cinderela chinesa – a história secreta de uma filha renegada. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 15-16.
1- Adeline relata fatos ocorridos em tempos diferentes de sua vida. Escolha três desses fatos e coloque-os em ordem
cronológica, começando do mais antigo.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
c) Que pessoa da família demonstra estar muito magoada com Adeline? Por quê?
______________________________________________________________________________________________
3- Quem conta a história de A cinderela chinesa? Transcreva um trecho para justificar sua resposta.
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
TEXTO 2
Cinderela
Os pais de Cinderela eram um casal muito feliz, mas seu pai, que era um comerciante rico, ficou viúvo e
após um tempo casou-se novamente. Após alguns anos seu pai também morreu e a madrasta que era malvada junto
com as duas filhas fizeram Cinderela de criada. Um dia houve um baile, porém Cinderela não poderia ir, pois tinha
de limpar a casa e não tinha um vestido bonito para usar na festa. Sua fada madrinha apareceu e limpou toda a casa
num piscar de olhos e deu um vestido lindo para Cinderela, no entanto, ele só duraria até meia noite. O príncipe se
apaixonou por Cinderela e, na volta para casa, ela deixou cair na escada seu sapatinho de cristal. Querendo encontrá-
la, o príncipe ordenou que todas as moças do reino experimentassem o sapato. Cinderela experimentou e o sapato
serviu. A jovem e o príncipe se casaram e viveram felizes para sempre.
Disponível em: http://historiasinfantismpc.blogspot.com.br/2011/06/resumo-da-historia-da-cinderela.html. Acesso em: 28 jan. 2018.
5- Releia um trecho do texto 1. Trata-se da reprodução de uma conversa entre Adeline e tia Baba.
a) Agora, o professor vai solicitar a duas alunas que leiam esse trecho de forma expressiva, com entonação adequada.
Uma conversa também pode ser chamada de diálogo. O diálogo é um tipo de comunicação que acontece
entre duas ou mais pessoas. No diálogo, as pessoas que conversam são chamadas de interlocutores.
c) Que outro sinal de pontuação poderia ter sido utilizado para isso?
______________________________________________________________________________________________
d) O que aconteceria se as falas das pessoas não tivessem sido indicadas no texto?
______________________________________________________________________________________________
6- Leia as frases abaixo e, entre parênteses, o nome da pessoa que disse cada uma. Em seguida, reescreva as frases
conforme o exemplo. Não se esqueça de usar os sinais de pontuação adequados.
TEXTO 3
“Cinderela chinesa é minha autobiografia. Foi difícil e doloroso escrevê-la, mas me senti
compelida a fazê-lo. A história da minha infância é simples e pessoal, mas, por favor, não
subestime a força desse tipo de relato. De uma forma ou de outra, todos nós somos formados e
modelados pelo que lembramos e absorvemos no passado. Todas as histórias, inclusive os contos
de fadas, apresentam verdades elementares que podem às vezes permear nossa vida interior e
passar a fazer parte de nós mesmos.”
YEN MAN, Adeline. Cinderela chinesa – a história secreta de uma filha renegada. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 11.
9- Muitas coisas acontecem durante toda nossa vida. Você é capaz de se lembrar de tudo o que já viveu, em detalhes?
______________________________________________________________________________________________
10- É importante escrever ou registrar, de alguma outra forma, os momentos marcantes de sua vida? Por quê?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
GABARITO
1- I. Casamento dos avós; II. Nascimento de Adeline; III. Morte da mãe; IV. Casamento do pai com Niang, a madastra; V. Diploma como
primeira da classe.
2- a) Tia Baba, Ye Ye (avô), Nai Nai (avó), seu pai, a madrasta Niang e a Irmã Grande.
b) Professor, lembre aos alunos que nomes próprios devem ser escritos com letra maiúscula.
c) A Irmã Grande, que culpa Adeline pela morte da mãe e diz que ela dá azar.
3- A própria Adeline. Sugestão: Assim que cheguei da escola, tia Baba notou a medalha de prata presa no bolso do peito de meu
uniforme.
4- b
5- b) As falas estão sinalizadas por meio de aspas.
c) O travessão ( – )
d) O leitor teria mais dificuldade para distinguir a fala da autora da fala das pessoas.
6- a) Tia Baba perguntou/indagou/questionou:
– O que é isso em seu vestido?
b) Adeline disse/falou/afirmou/declarou:
– Só queria ver a foto da minha mãe de verdade.
7- A autora revela os sentimentos que a levaram a escrever sua autobiografia e a influência da leitura em sua vida, assim como na de
todas as pessoas.
8- Resposta pessoal. Espera-se que levantem a hipótese de Adeline ter considerado importante registrar por escrito as experiências
vividas.
9- Resposta pessoal. Converse sobre a “seleção” que fazemos ao relatar situações vividas, seja oralmente, seja por escrito.
10- Resposta pessoal. Lembre aos alunos que aquilo que não é registrado pode ser esquecido com o tempo.
ATIVIDADE 5 – DURAÇÃO:
ATIVIDADES 2 h – CONTEÚDO:
DE NIVELAMENTO/SEMEC-2018/6º Texto e contexto
ANO ENSINO FUNDAMENTAL
Leia o texto a seguir e responda às questões de 1 a 3.
3- O texto principal da propaganda dialoga com um conhecido provérbio: “Em boca fechada não entra mosquito”.
a) Em que situações esse provérbio é usado?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
b) Na propaganda, a imagem da garrafa aberta causa uma mudança de sentido de provérbio. O que ele passa a
significar no contexto?
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
Para que se entenda o texto, é importante considerar o contexto em que ele foi produzido e veiculado.
Isolado, não é possível atribuir um sentido ao texto nem reagir a ele.
A comparação dos sentidos de “Em boca fechada não entra mosquito” nos diferentes contextos de uso mostra
que produzir textos não é apenas organizar uma sequência de palavras ou sons, de modo oral ou escrito, mas sim
produzir sentido em uma determinada situação comunicativa.
O texto é uma unidade de sentido da língua produzido na interação entre falantes em uma determinada
situação comunicativa.
O contexto contribui para que o leitor construa sentidos. O provérbio, por exemplo, é usado para aconselhar
as pessoas sobre determinada situação. Na propaganda, como possui outro contexto, o provérbio ganhou outro
sentido.
O contexto de produção diz respeito à situação em que os enunciados são produzidos: quem são os
interlocutores (quem fala, a quem se dirige), a intencionalidade/finalidade (informar, divertir, criticar etc), e em
que circunstâncias.
Exceto para retirar um nó ou realizar algum procedimento médico, praticamente não há outro motivo para
raspar o pelo do gato. Os gatos precisam de uma camada espessa de pelos – sua remoção pode desequilibrar sua
temperatura corporal e expor a pele geralmente protegida. [...]
4- As dicas foram publicadas no site Como tudo funciona, na parte relacionada aos cuidados com a casa. Qual é a
relação das dicas com o espaço onde elas foram publicadas?
______________________________________________________________________________________________
Televisão
Continho
Era uma vez um menino triste, magro e barrigudinho. Na soalheira danada de meio-dia, ele estava sentado na
poeira do caminho, imaginando bobagem, quando passou um vigário a cavalo.
— Você, aí, menino, para onde vai essa estrada?
— Ela não vai não: nós é que vamos nela.
— Engraçadinho duma figa! Como você se chama?
— Eu não me chamo, não, os outros é que me chamam de Zé.
MENDES CAMPOS, Paulo. Para gostar de ler — Crônicas. São Paulo: Ática, 1996, v. 1 p. 76.
10- Em “Na soalheira danada de meio-dia, ele estava sentado na poeira do caminho”, a palavra destacada tem o
sentido de
a) calor forte.
b) fraqueza.
c) cansaço.
d) calçada.
Acne, infelizmente, tem tudo a ver com a fase pela qual você está passando (e em alguns casos, ela segue na
idade adulta). Nessa fase da puberdade, os hormônios deixam a pele mais oleosa e, caso não tome algumas
providências, espinhas e cravos vão pipocar no seu rosto.
Além da higiene, comer bem (menos doces, frituras e refrigerantes, mais frutas e verduras) ajuda a pele a
ficar mais bonita, embora a relação entre o consumo de alimentos como chocolate e o aumento da acne não tenha
sido comprovada pelos cientistas. Apesar dos cuidados, uma ou outra espinha sempre aparece, não tem jeito. Daí, a
dica é escondê-la com a maquiagem. Ah, e nada de ficar cutucando o rosto, o que é muito comum nessa fase de
tantas transformações.
O ideal é que você não espere cravos e espinhas aparecerem para cuidar da pele. Quando se fala de acne,
prevenção é “a” palavra!
Witch. São Paulo: Abril, n. 86, p. 11.
No primeiro capítulo de Cinderela chinesa, a autora assim descreve seus avós: “[...] um homem e uma
mulher moços, solenes, os dois usando roupas chinesas antigas. O homem me pareceu bem conhecido.”
Quando escrevemos uma biografia ou uma autobiografia, podemos caracterizar as pessoas que farão parte
dela. Nesse sentido, é útil construir uma ficha de caracterização de pessoas para cada uma delas. Essa ficha pode ser
usada tanto para a caracterização de pessoas reais quanto para personagens criados em histórias fictícias. Veja:
Agora que você já viu como preencher uma ficha de caracterização, mãos à obra! Escolha uma pessoa ou
personagem e preencha a ficha com as informações sobre ela. Depois, troque a sua ficha com as de seus colegas.
Essa é uma ótima oportunidade para conhecer detalhes da vida de várias outras pessoas ou personagens!
REFERÊNCIAS
CAMPOS, Maria Tereza R. Arruda... [et al.]. Projeto Athos: Língua Portuguesa, 6º ano. 1 ed. São Paulo: FTD, 2014.
FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto de; CAMPOPIANO, Sueli. Nos dias de hoje: Português, 6º
ano. 2 ed. São Paulo: Leya, 2015.