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M a r g a r ita P o r e te
E dición de Blanca Garí
E diciones Siruela
Ú lti m o s títulos
li El m i to del a n d r ó g i n o
J e a n L ib is
24 T e x to s esen ciales
P aracelso
El Ved a n ta y la tra d ic ió n o c c id e n ta l
A n a n d a K. C o o m a r a s w a m y
R a m ó n Llull y el se c re to de la vida
A m a d o r V ega
Del C ie lo y del In f ie rn o
E m an u el Sw edenborg
2K El c o n c e p t o del alma
en la a n tig u a Grecia
Jan N. B re m m e r
O r l e n y la re lig ió n g rie g a
W. K. C. G u t h r i e
I .1 p re s e n c ia de Siva
M ella K r a n i r i s c h
E l Á r b o l d e l P a ra ís o
M argarita Porete
E d ic ió n y tr a d u c c ió n de
B la n c a G a rí
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E d ic io n e s S iru e la
T o d o s los d e r e c h o s re s e r v a d o s . N in g u n a p a r te de e sta p u b lic a c ió n
p u e d e s e r r e p r o d u c id a , a lm a c e n a d a o tra n s m itid a e n m a n e ra alguna
ni p o r n i n g ú n m e d i o , ya s e a e l é c t r i c o , q u í m i c o , m e c á n i c o , ó p t i c o ,
de g ra b a c ió n o de fo to c o p ia , sin p e rm is o p re v io del e d ito r.
T í t u l o o r i g i n a l : Le m i r o u e r d e s s i m p l e s a m e s a n é a n t i e s
En c u b i e r t a : V i s i ó n d e l m i s t e r i o t r i n i t a r i o . R o t h s c h i l d C a n t i c l e s ,
N e w H a v e n , B e i n e c k e R a r e B o o k a n d M a n u s c r i p t L i b r a r y Ms 404, fol. I04r
C o l e c c i ó n d i r i g i d a p o r V i c t o r i a C i r l o t y A m a d o r V ega
D iseñ o grá fic o: G loria G a u g e r
© D e la i n t r o d u c c i ó n , t r a d u c c i ó n y n o t a s , B la n c a G a rí
© E d i c i o n e s S i r u e l a , S. A., 2005
P la z a d e M a n u e l B e c e r r a , 15. «El P a b e l l ó n »
2 8 02 8 M a d r i d . T e l s . : 91 355 57 20 / 91 355 22 02
F a x : 91 355 22 01
siruela@ siruela.com w w w .s iru e la .c o m
P r i n t e d a n d m a d e in S p a i n
índ ice
I n irod u cción
Mímica G a rí 9
C ronología 35
N o t a a la p r e s e n t e e d i c i ó n 37
El e s p e j o de las a l m a s s i m p l e s 39
N otas 199
B ibliografía 231
índ ice b íb lico 237
índ ice patrístico 239
Introducción
El s i g l o d e las m í s t i c a s
9
ventos y se hacen m últiples en la novedad de sus formas, en la cantidad e
im portancia de sus textos, en las vías de difusión de sus ideas, y en el diá
logo audaz y renovador al que responden y, al m ism o tiem po, invitan. Y
así, la escritura fem enina produce en p rim era persona a partir de 1200 una
form idable m ística del am or, una m ística cortés que florece sin in terru p
ción hasta 12704. Testim onio de esta escritura son en p rim er lugar los pro
pios textos, los que el azar y la historia han querido que llegaran hasta
nuestros días. Su procedencia es diversa, pero no del todo aleatoria. A tra
vés de ellos descubrim os los principales focos donde florece u n m odelo
nuevo de religiosidad fem enina. El p rim ero en el norte, en líis ciudades
ricas, dinámicas y comerciales de H ainaut, Brabante y el R in , donde a
caballo del cam bio de siglo aparecen p o r vez prim era las nuevas fórm u
las de vida extraconventual y sem irreligiosa femeninas al tiem po que se
prod u cen los prim eros textos que conocem os de la m ística cortés: los de
H adew ijch de Am beres, B eatriz de N azaret o M atilde de M agdeburgo.
El segundo al sur, en las ciudades italianas de la U m bría y la Toscana,
donde el m ovim iento lleva la im pronta de la revolución franciscana que
hace triu n far en el in te rio r de la Iglesia las formas de vida radicalm ente
unidas a D am a Pobreza, ensayadas ya en el siglo precedente; de este m u n
do proceden Clara de Asís, M argarita de C o rto n a, y tam bién otras. Más
allá de los textos conservados, sabemos que m uy pronto el m odelo de re
ligiosidad fem enina a la que estos textos apuntan ha triunfado p o r do
quier en Europa. Es posible que de algunas figuras sim plem ente no con
servemos sus escritos y es lícito pensar que en otros lugares y m om entos
se produjo, o pudo hacerlo, la escritura m ística fem enina. E n cualquier
caso, a través de otros testim onios, podem os afirm ar que u n gran m ovi
m ien to espiritual fem enino cristalizó en las tierras de O ccidente a partir
de 1200, creando u n m odelo5. Lo atestiguan las fundaciones cistercienses
y, sobre todo, los conventos urbanos de las ramas femeninas de las órde
nes m endicantes: clarisas y dom inicas, que se extienden rápidam ente por
toda Europa; lo atestiguan tam bién la existencia probada de com unidades
inform ales de m ujeres religiosas, la expansión de las nuevas formas de de
voción y de las nuevas prácticas, y la proliferación de m ujeres tenidas por
santas en vida, que, en el m arco de u n cierto paradigma, m oldean sus fi
guras de maestras.
A partir de la segunda mitad del siglo XIII y en especial de los años se
tenta, se suele considerar que se abre una segunda etapa, en la que desta
10
can u n a se g u n d a g e n e ra c ió n de esc rito ra s: Á n g ela d e F o lig n o , M arg arita
de O in g t, la « an ó n im a» H a d e w ijc h II o M a rg a rita P o re te . E sp e c ia lm e n te
e n re la c ió n c o n estas d os ú ltim a s se h a b la d e la e m e rg e n c ia d e u n a m ísti
ca m ás esp ecu lativ a, m e n o s e n raizad a en el a m o r c o rté s, m ás fu e rte m e n
te apoyada en el le n g u a je a p o fá tic o y la v ía negativa. Las fro n teras sin e m
bargo son difusas, los m o d e lo s y el v o c a b u la rio d e estas ú ltim as h u n d e n
in d u d a b le m e n te sus raíces en las p rim e ra s . E s p e c ia lm e n te e n el círcu lo
q u e in clu y e F lan d es, H a in a u t y la z o n a re n a n a se p u e d e n c a p ta r u n a m
b ie n te y u n m a n a n tia l c o m u n e s , q u e e stá n a ú n h o y p e n d ie n te s d e u n es
tu d io a fo n d o . D e ese m a n a n tia l ú n ic o b e b e n las obras d e H a d e w ijc h de
A m b ere s, B e a triz d e N a z a re t, M a tild e d e M a g d e b u rg o , H a d e w ijc h II y la
a u to ra del Espejo1'.
S ó lo te n ie n d o e n c u e n ta este c o n te x to se p u e d e im a g in a r h is tó ric a
m e n te a M a rg a rita e in te n ta r c o m p r e n d e r su o b ra.
11
descubrió seis siglos más tarde de qué libro se trataba: era El espejo de las
almas simples, u n excepcional tratado de mística que circuló p o r toda E u
ropa antes y después de la m uerte de su autora9.
La historia del proceso se rem onta a antes de 1306, cuando el obispo
de C am brai, G ui de C olm ieu, había condenado un libro escrito por
M argarita, lo había hecho quem ar en la plaza pública de la ciudad de Va-
lenciennes en presencia de la autora y le había prohibido a ésta bajo pe
na de ex com unión escribir, difundir o predicar sus ideas. M argarita, sin
embargo, persevera10. N o sólo, al parecer, su voz sigue viva después de esa
fecha, sino que convencida de la ortodoxia de sus tesis busca apoyos en
tre quienes poseen autoridad en el m arco del poder, en la institución
eclesiástica. Las actas la acusarán de propagar en esos años su libro entre
los simples, y de enviárselo al propio obispo de C hálons-sur-M arne, que
actuará com o testigo de cargo. Pero silencian algo. D etrás del enorm e
aparato judicial que se levanta contra M argarita se intuye la sombra de
otras opiniones, favorables al libro y a su autora. C onocem os al m enos las
de tres hom bres, pues su explícita aprobación figura en una traducción
latina del Espejo, y en una versión inglesa de ésta. Tres personajes de peso.
Tres clérigos procedentes de ám bitos de la Iglesia bien diversos: el p ri
mero, u n representante de las órdenes m endicantes, un m isterioso fran
ciscano de gran renombre, vida y santidad, según reza el texto de las aproba
ciones, llam ado Jean (de Q uerayn, dirá la versión inglesa) del que se ha
llegado a insinuar sin pruebas que pudiera tratarse del «doctor sutil» Juan
D uns E scoto"; el segundo, u n m onje cisterciense, Franc, de la famosa
abadía de Villers en Brabante a la que H ildegarda había escrito hablando
de sus visiones; y finalm ente el tercero, u n teólogo, perteneciente al m e
dio eclesiástico que había de condenar a M argarita, G odefroi de Fontai-
nes, el magister regens de la U niversidad de París, titular de una de las más
prestigiosas cátedras de teología en la Sorbona, canónigo de París, Lieja y
Tournai, cercano, pues, geográficam ente tanto a Villers com o a Valen-
ciennes. Es m uy posible que M argarita acudiera a ellos tras la prim era
condena; si así fue, G odefroi debió leer y aprobar el Espejo en los prim e
ros años del siglo XIV, a más tardar en o to ñ o de 1306 poco antes de m o
rir12. Pero aunque m uerto, contrarrestar su opin ió n iba a suponer un gran
esfuerzo para el cual los inquisidores n o habían de escatimar recursos.
M argarita fue detenida a m ediados de 1308 p o r el sucesor de Gui de
C olm ieu, el nuevo obispo de Cam brai, Philippe de Marigny, que ju n to
12
a su h e r m a n o E n g u e r r a n d , g u a rd iá n d e l te so ro y c h a m b e lá n d e la c o rte ,
ju g a rá u n im p o r ta n te p a p e l e n el e n to r n o p o lític o d el rey d e F ran cia, F e
lipe IV. E l o b is p o la d e tie n e , p e ro esta v ez el s u m a rio d e la a c u sa c ió n es
tran sfe rid o a F ra n c ia y llega a las m a n o s d el In q u is id o r g e n e ra l d el re in o ,
el d o m in ic o G u ille r m o d e París, a m ig o y c o n fe so r d el rey. T o d a la d o c u
m e n ta c ió n o ficial d e l p ro c e so p ro d u c id a a p a rtir d e este m o m e n to se h a
lla e n m a n o s d e lo s legistas G u ille rm o d e N o g a re t y G u ille rm o d e P lai-
sians, a m b o s c o n fid e n te s d e l rey y o rg a n iz a d o res d el s u m a rio c o n tra la
O r d e n d e l T e m p le . Es a través d e esos leg ajo s q u e P au l V erd ey en h a p o
d id o r e c o n s tr u ir lo s avatares e n tre la z a d o s d e am b o s p ro ceso s. D e h e c h o ,
c u a n d o e n j u n i o d e 1308 M a rg a rita lle g a arrestada al c o n v e n to d o m in ic o
de S a in t-Ja c q u e s e n París, el I n q u is id o r g e n e ra l se e n c u e n tra e m p e ñ a d o a
lo n d o e n ese escab ro so a su n to d e los te m p la rio s. Tras la d e te n c ió n en
1307 d e los cab allero s d e la O r d e n p o r m a n d a to del rey d e F ran cia, y a
pesar d e la in ic ia l o p o s ic ió n p ap al, los in te rro g a to rio s se su c e d e n d u ra n te
el a ñ o sig u ie n te , y el p ro c e so se re a b re o fic ia lm e n te c o n el n o m b r a m ie n
to d e u n a c o m is ió n a p o stó lic a e n 1309 c o n ju n ta m e n te c o n la p ro m e sa de
u n a c o n v o c a to ria d e c o n c ilio e n V ie n n e p a ra finales d e 1310. E n ese m is
m o m o m e n to , el 1 1 d e a b ril d e 1309, G u ille rm o re ú n e e n la Iglesia d e los
M a th u rin s , sed e ad m in istra tiv a d e la U n iv e rs id a d , a v e in tiú n te ó lo g o s p a
ra e x a m in a r u n a lista d e a rtíc u lo s e x tra íd o s d e E l espejo de las almas sim
ples, el lib ro p r o h ib id o y q u e m a d o tres añ o s an tes e n V alen cien n es, e scri
to p o r u n a b e g u in a a h o ra d e te n id a y e n c a rc e la d a en París, p e n d ie n te de
ju ic io . A l p a re c e r, en base a esas frases, la asam blea ju z g ó el lib ro h e r é ti
co. M a rg a rita , sin e m b a rg o , se n e g ó a c o m p a re c e r a n te el In q u is id o r y,
c u a n d o p o r fin lo h iz o , se n e g ó a p re s ta r el ju r a m e n to re g la m e n ta rio q u e
p re c e d ía al in te rro g a to rio . G u ille rm o d e París p ro n u n c ió e n to n c e s c o n tra
ella la e x c o m u n ió n m a y o r y p e r m a n e c ió e n c a rc ela d a u n añ o . D u r a n te ese
tie m p o s o p o r tó la s e n te n c ia sin re tra c tarse , p e rse v e ra n d o en su silencio.
M ie n tra s ta n to G u ille r m o se o c u p a d e los te m p la rio s y, p re s io n a n d o des
d e los in te re se s d e la m o n a rq u ía fran cesa, c o n tra rre sta las in te n c io n e s del
p a p a d o d e c o n tr o la r el p ro ceso . E l 10 d e m ay o d e 131®, P h ilip p e d e M a -
rigny, q u e h a sid o n o m b r a d o a rz o b isp o d e Sens, re ú n e , sig u ie n d o in s
tru c c io n e s d el rey, u n c o n c ilio p ro v in c ia l y c o n d e n a c o m o h erejes relap
sos, es d e c ir re in c id e n te s , a c in c u e n ta y c u a tro te m p la rio s ya ju z g a d o s y
co n feso s e n 1307, b a jo el a rg u m e n to d e estar d e fe n d ie n d o la O r d e n an te
la c o m is ió n a p o stó lic a ; dos días m ás ta rd e , casi a e sco n d id as, s o n llevados
13
fuera de las murallas de París y, cerca de la p uerta de St. A ntoine, son que
mados vivos. Poco antes, en marzo, el Inquisidor ha retom ado el proce
so contra M argarita, así com o contra u n oscuro personaje, llamado
G uiard de Cressonessart, que al parecer la había defendido públicam ente
y que, confeso, será condenado el 9 de abril a cárcel perp etu a13. O n ce de
los veintiún teólogos que habían exam inado el Espejo en abril del año an
terior rem iten ahora en 1310 el asunto de la beguina a cinco canonistas,
especialistas en derecho. Tres testigos dan fe de que tras la condena de
G ui de C olm ieu la beguina ha seguido propagando sus ideas y su libro:
el Inquisidor de la Lorena y Philippe de M arigny, que atestiguan que
M argarita reconoció seguir poseyendo el libro, y el obispo de C hálons-
sur-M arne, Jean de C hateauvillan, de nuevo u n personaje del entorno
político del rey, a quien al parecer la propia autora envió el libro tras la
prim era condena. E n mayo M argarita es declarada hereje relapsa, es de
cir, reincidente. La sentencia es pronunciada p o r el Inquisidor general y
al día siguiente, uno de junio, veinte días después de la m uerte de los
tem plarios, es entregada al brazo secular y a la hoguera. E n el centro de
París, frente al H o tel de Ville, y con gran espectáculo, arden la beguina y
su libro. M eses más tarde se abre el concilio de V ienne, u n o de cuyos ob
jetivos, al m enos para la política francesa, era la ratificación de la conde
na del Tem ple y la supresión oficial de la O rden; entre las m uchas reso
luciones de este com plejo concilio, dos se entrelazan sutilm ente con el
ju icio de M argarita: la form ulación y condena de la herejía del Libre Es
píritu en el decreto A d nostrum y la condena del m ovim iento religioso de
las beguinas en el decreto Cum de quibusdam mulieribus.
Sin duda, el proceso contra M argarita y su libro es insólito. Sorpren
den en él m uchas cosas, p o r ejem plo, que una m ujer, una beguina de la
región de H ainaut, m erezca tanta atención p o r parte de la Iglesia com o
para que n o baste la condena de su obispo. S orprende que u n libro ya
condenado preocupe tanto com o para necesitar la ratificación de los más
grandes expertos del más prestigioso centro universitario de la época.
Sorprende asimismo que en el ju ic io intervengan con energía los funcio
narios más allegados a la política del rey Felipe, y que sean los mismos
que ju e g a n u n papel fundam ental en el asunto de los tem plarios que se
desenvuelve además con u n ritm o cronológico extrañam ente entrelazado
con el proceso de la beguina. Sorprende encontrar en V ienne, meses des
pués de la m uerte de M argarita, a los mismos teólogos que la juzgaron
14
In-réiica, e la b o ra n d o desd e las tesis e x tra íd a s d e su lib ro la h erejía del Li
lilí- E sp íritu v c o n d e n a n d o «le fe rin a g e n e ra l a las b e g o n ia s 1'1. Per© s®r
I're n d e fin a lm e n te , y quizás so b re i®d®. q u e esa m u je r resp o n d a d u ra n te
mus de u n añ o a la p resió n d e ese in m e n s o ap arato d e p o d e r relig io so y
p o lític o co n un ostentos® y d ig n o s ile n c io q u e em u la una frase de su L.s-
/ ’<¡o: El alm a lib re -había e ser ir® allí — si no quiere, no responde a nadie qui
no seo de su linaje; pues un gentilhombre no se dignaría responder a un t’illano
que lo retara o requiriera a batalla; por ello, quien reta a un A lm a así no la en-
, neutra, sus enemigos no obtienen respuesta '.
Y es q u e tres h isto rias se e n tre la z an y c o n v e rg e n en París en to ril» a
M arg a rita , lie s c a m in o s d ib u jan su destín® . I I prim er® , el ju e g o d e in te
reses p o lític o s del rey de I-rancia, e m p e ñ a d o en a c a b a r c o n el T em p le y
en c o n tro la r la p o lític a del papad®. I I se g u n d o . las c re c ie n tes reticen cias
de la in s titu c ió n eclesiástica c o n tra las fo rm a s de p ied ad q u e d e stru y e n la
fro ntera b ien trazada e n tre c lé rig o s y laicos, e sp e c ia lm e n te c o n tra esas
m u jeres q u e viven una vida religiosa sin h a b e r sid a o rd e n a d a s a través de
los v o to s y q u e se c o n o c e n co n el n o m b re g e n é ric o de b eg u in as. D esde
esos dos c a m in o s a lg u n o s h is to ria d o re s han v iste en el p ro c e so c o n tra
M arg a rita una m o n e d a de c a m b io o fre c id a p o r el rey al papa p o r la cu es
tió n de fes te m p la rio s. Sin d u d a alg® de es® estaba en juego, p e ro fes m ie
dos p o lític o s d e q u ie n e s g o b e rn a b a n O c c id e n te a p rin c ip ie s del sigfe XIV
no p u e d e n velar la g ra n d e z a de! te rc e r c a m in o q u e llevó a la h o g u e ra a
M arg arita: su p ro p ia h isto ria , el tra y e c to de una vida q u e en gran p arte
ig n o ra m o s, p e ro q u e se in tu y e a través d e d os voces s im é tric a m e n te c o n
trapuestas: la palabra q u e se nos ha c o n s e rv a d o en su libro v el silen cio
p ré se n le en su p ro ceso .
I a vida d e M a rg a rita p u e d e re c o n stru irse , im ag in arse, d esd e esas dos
voces q u e d ia lo g a n c o n las acias y las c ró n ic a .. S ab em o s q u e era una b e -
g u iñ a , las ( Ira lides ( ro m eas de F rancia d icen de ella q u e era bequine cler-
gesse, es decir, b e g u in a i'lérig a. y en elergie niiili sujissaul. iiiuv e s p e rta en
clerecía. E xtrañ as ex p re sio n e s para una m u jer. Sin e m b a rg a , n® p arece
nn.iv diñe ¡I d e s e n tra ñ a r su sig u iticad o . Q u ie r e n d ecir q u e era una m u je r
religiosa al m a rg e n de las in s titu c io n e s m o n ásticas v q u e había re c ib id o
una solida fo rm a c ió n , la de los litterali, la q u e c o rre sp o n d ía n o rm a lm e n
te a fes clérig o s. P ro ced ía del c o n d a d o d e I lain au t. p ro b a b le m e n te de la
ciu d ad de \á le n c ie n iie s d o n d e in e q u e m a d o su libro. I labia n a c id o , se
g ú n fes cálculos h ip o té tic o s de R o m a n a C in a ru ie n . e n tre 1250 y 1260 ".
1.5
M arie B ertho, que ensayó hace unos años una bella reconstrucción del
am biente religioso de la ciudad donde es m uy posible que creciera M ar
garita, destaca la im portancia que habían cobrado allí en la segunda m i
tad del siglo XIII las beguinas y la form ación en 1239, con el apoyo con
dal, del im portante beguinato de Santa Isabel17.
Las beguinas de Santa Isabel n o se regían p o r ninguna regla precisa,
pero su vida en el in te rio r de esa residencia y parroquia se vio, com o en
tantos beguinatos de la época, progresivam ente ordenada bajo la tutela de
una de ellas y de su párroco, n orm alm ente u n sacerdote de la orden de
los predicadores. En el beguinato se instituye además oficialm ente a par
tir de 1267 una escuela. ¿Se form ó M argarita com o lo había hecho Bea
triz de N azaret en una escuela semejante? ¿Lo hizo dentro de los muros
de la casa de beguinas de Valenciennes? ¿Fue una de ellas? ¿Estaban pre
sentes las beguinas de Santa Isabel en la plaza de la ciudad el día que ba
jo la m irada de M argarita ardió p o r prim era vez su libro? N o es im posi
ble, pero no podem os saberlo. Q u e M argarita fuera beguina no significa
que viviera en una com unidad, ni que de haberlo hecho siguiera in te
grada en ella en los años ochenta o noventa cuando, al parecer, escribió
su Espejo. P or el contrario, una profunda brecha parece haberse abierto
entre el pensam iento de M argarita y el de las beguinas a ten o r de un pa
saje del Espejo en el que la autora transm ite la sensación de sentirse com
pletam ente sola, sin apoyos, y afirm a que entre los m uchos que piensan
que ella yerra se hallan tam bién «las beguinas»18.
N o es im posible que con el nom bre de beguinas M argarita se refiera
aquí a u n grupo bien concreto de ellas, quizás incluso a sus antiguas com
pañeras de Santa Isabel. E n cualquier caso, form ada o no entre ellas, to
do parece indicar que en su m adurez M argarita no pertenece a ningún
grupo de mujeres religiosas viviendo en una com unidad más o m enos
institucionalizada, sino a esas otras beguinas «independientes», viviendo
solas o a lo sum o con una o dos m ujeres más, construyendo de form a au
tónom a su vida y tam bién su obra. ¿Era entonces una «mendicante», co
m o se llama a sí m ism a en otro m o m en to del Espejo? ¿Andaba vagando
p o r los cam inos en un signo de pobreza voluntaria siguiendo el m odo de
vida de aquellos y aquellas a los que la época dio el nom bre de «giróva
gos»? Se ha afirm ado, con razón, el carácter claramente sim bólico que re
cibe la palabra «mendicante» en el Espejo, y en todo caso es seguro que
no estamos ante una indigente: el núm ero de libros que parecen circular
16
lie su o b ra a p rin c ip io s d el siglo XIV (el q u e q u e m ó G u i d e C o lm ie u , los
tres d e las a p ro b a c io n e s , el q u e m a n d ó al o b isp o d e C h a lo n s su r M a rn e ,
el q u e p o se ía ella, etc.) h a b la n n o só lo d e u n a m u je r cu lta sin o capaz de
sufragar el a ltísim o co ste q u e s u p o n ía la e la b o ra c ió n d e m a n u sc rito s. ¿ C ó
m o p u d o h a c e rlo u n a b e g u in a sola, u n a m e n d ic a n te ? Es sie m p re B e rilio
q u ie n p la n te a este in te rro g a n te y d esarro lla u n a h ip ó tesis a u d a z y a tra c ti
va para r e s p o n d e r a este e n ig m a . M a rg a rita era u n a b e g u in a in d e p e n
d ie n te d esd e el p u n to d e vista re lig io so y social, p e ro ta m b ié n lo era des
de u n p u n to d e vista e c o n ó m ic o , n o ta n to p o rq u e p u d ie ra sufragar los
altísim os co sto s d e e la b o ra c ió n d e m ú ltip le s copias d e su lib ro , sino p o r
q u e quizás era c ap az d e elab o rarlo s ella m ism a ; quizás in c lu so esa « b egui
na clériga» era u n a copista p ro fesio n al e n u n a c iu d a d e n la q u e , c o m o en
todas las d e la é p o c a , existía u n im p o r ta n te m e rc a d o d e lib ro s y d o n d e tal
vez h a b ía m u je re s q u e a p re n d ía n los o ficio s d e m in ia tu rista s y calígrafos.
D e h e c h o c o n o c e m o s varias m u je re s laicas d ed icadas a esos m e n e ste re s en
las c iu d a d e s del n o r te d e Italia, p o r e je m p lo , en B o lo n ia . T a m b ié n las h a
bía en el n o r te d e E u ro p a , al m e n o s e n tre las m o n jas en los m o n a ste rio s
cistercien ses. F a m o s o c o m o escu ela d e m in ia tu rista s y copistas fu e el m o
n a ste rio d e La R a m e e , d o n d e p re c is a m e n te a p re n d ió el o fic io B e a triz de
N a z a re t. N o es im p o sib le q u e alg u n as b e g u in a s fo rm ad as en su infancia
en los b e g u in a to s o e n los p ro p io s m o n a s te rio s h u b ie ra n a p re n d id o ta m
b ién ese a rte y e n c o n tra s e n su c lie n te la e n esos m ism o s m o n a ste rio s o en
los c o n v e n to s d e las ó rd e n e s m e n d ic a n te s . P u d o ser ese el caso de M a r
garita; ella estaba p ro b a b le m e n te e n c o n ta c to con los m o n je s del C íster,
c o m o lo rev elan su p e n s a m ie n to y la a p ro b a c ió n d e su o b ra p o r Fraile,
m o n je d e la ab ad ía d e V illers. liste c e n tro m o n á stic o estaba situ ad o , c o
m o V alen cien n es, en el área fra n c ó fo n a del c o n d a d o d e H a in a u t y era fa
m o so ta n to p o r su ap o y o a las midieres religiosac c o m o p o r su biblioteca'*.
¿T rabajaba h a c ie n d o co p ias p ara ellos? ¿ C o p ió allí y en c o n s e c u e n c ia c o
n o c ió a lg u n o s d e los te x to s de esa b ib lio te c a q u e ta n to in flu y e ro n e n su
p e n sa m ie n to ? ¿ F u e así c o m o ley ó a G u ille r m o de S a in t- T h ie r r y y a B e r
n a rd o de C laravaí? ¿Tal vez ta m b ié n los te x to s d e la escu ela d e San V íc
tor? ¿ C o n o c ió e n V illers el p e n s a m ie n to d e A g u stín , D io n is io , G re g o rio
d e N isa y ta n to s o tro s? ¿F u e así c o m o a p re n d ió los m o d o s y el v o cab u la
rio d e la vía neg ativ a? ¿L legó a c o n o c e r el e je m p la r d el Líber Divinorum
O p cm m q u e H íld e g a rd a h a b ía e n v ia d o al m o n a ste rio ? P r u d e n te , M a rie
B e rth o , q u e f o rm u la sólo a lg u n o s d e estos in te rro g a n te s, los deja sin res-
1.7
puesta, pero esa im agen, o algo sem ejante a ella, parece convincente20.
Sólo debem os com pletarla con otra: la que nos proporciona su propia
obra.
18
lucra de ella, pensó que encontraría consuelo a su desazón imaginando una figu
ra de su amigo por quien a menudo sentía su corazón herido. Entonces se hizo
imitar una imagen que representaba el rostro del rey que amaba lo más cercana p o
sible al modo en que ella le amaba y a la medida del amor que la tenia presa; y
por medio de esta imagen y con otros métodos suyos soñó al propio rey?t‘.
Y d e in m e d ia to M a rg a rita aplica este exem plum a su lib ro : E n verdad
dice el A lm a que h izo escribir este libro— yo os digo algo semejante: oí hablar de
un rey de gran poder, que por cortesía y p or su gran nobleza y generosidad era co
mo un noble Alejandro; pero estaba tan lejos de m í y yo de él que no lograba con
solarme por m í m ism a y para que me acordase de él me dio este libro que repre
senta su amor en algunas de sus formas. Pero aunque tenga su imagen, eso no
quita que me. halle en tierras extrañas y lejos del palacio donde habitan los m uy
nobles amigos de este señor7.
M ás a d e la n te in c lu so , in s istie n d o e n ese ju e g o e n tre lejan ía y cercan ía,
da a la p e rs o n ific a c ió n d e D io s e n su re la c ió n am o ro sa c o n el A lm a el
n o m b re d e Loingprcs, L ejoscerca, e n u n a alu sió n d ire c ta al c o n c e p to del
amor de lonh tro v a d o re sc o , es d ecir, d e ese « am o r d e lejos» q u e can tara J a u -
fré R u d e l y q u e ta m b ié n u tiliza p ara h a b la r de D io s en sus p o e m a s la m ís
tica fla m e n c a H a d e w ijc h i l ;.
M a rg a rita esta b le c e p o r ta n to los fu n d a m e n to s d e su lib ro e n el c o ra
zón del d e b a te e n to r n o al « a m o r d e lejos» q u e v en ía d e sa rro llá n d o se des
de el siglo Xll y a través d e u n a re fe re n c ia d ire cta a su fo rm u la c ió n en la
novela c o rté s. D e este m o d o p o d ría so ste n e rse q u e su spcculum, sig u ie n
do u n a de las a c e p c io n e s posibles d e l c o n c e p to , es u n a im a g e n , u n a re
p re se n ta c ió n , q u e c o n tie n e u n c a rá c te r reflex iv o 2'1. E n este se n tid o la im a
g e n -e sp e jo , q u e refleja en su i n te r io r d e sd e la lo n ta n a n z a a ese rey q u e es
c o m o u n n o b le A lejan d ro , sería, p o r u n lado, el lib ro m ism o , y, p o r o tro ,
ta m b ié n el alm a q u e v acián d o se d e sí (an o n a d án d o se) se h a c e su p erficie
lím p id a p ara re fle ja r y e n g e n d ra r en ella lo div ino.
Y sin e m b a rg o u n a su til d ife re n c ia estab lece u n a d istan cia m u y clara
e n tre el exem plum d e la d o n c e lla y su a p lic a c ió n p o r p a rte d el A lm a al p r o
ceso de e sc ritu ra d e l Espejo. La im a g e n del rey A lejan d ro , q u e la d o n c e
lla se ha h e c h o p in ta r, es la re p re s e n ta c ió n d el a m o r q u e la tie n e «presa»
y q u e le p e r m ite «soñar» al rey, a p ro p ia rse d e él; el lib ro d e M a rg a rita , q u e
refleja «el a m o r d e D io s e n algu n as d e sus form as», re p re se n ta en c a m b io
la lejan ía in fin ita q u e se estab lece e n tre el im p o sib le c o n s u e lo del alm a
p o r sí m ism a y el lu g a r d e D io s; e n tr e el alm a e n «tierras extrañas» y el
19
palacio del rey30. Es precisam ente de esa lejanía de lo que habla el Espejo,
una lejanía que, para alcanzar la libertad, no se debe abolir, sino recono
cer, y que sólo el proceso dé escritura p erm ite recorrer31.
E l c a m in o al p a ís d e la li b e r ta d
20
. I. M arg arita es p u e s to d e re p e n te e n b o c a del p e rso n a je d el A lm a hacia
■I Ini.il d el re la to , e n el c a p ítu lo 1.33. D e l m is in o m o d o , el d iá lo g o d e p e r-
• a ni icacío n es a le g ó ric a s de la p r im e r a p a rte se ve s ú b ita m e n te in te r r u m
pido p o r la p o te n te voz d e u n n a r r a d o r q u e se id e n tific a c o n la a u to ra y
que se abre paso p a ra h a b la r d el a c to d e e sc ritu ra c o m o p ro c e so de lib e -
i .u ion en los c a p ítu lo s 96 y 97.
Y es ju s ta m e n te e n estos c a p ítu lo s d o n d e e n c o n tra m o s u n a refle x ió n
i. crea d e las ra z o n e s p ro fu n d a s y c o n tra d ic to ria s q u e h a n llevado a M a r
garita a o b je tiv a r sus e x p e rie n c ia s in te le c tu a le s y e sp iritu ales. Se ha d is-
■n iíd o m u c h a s v eces so b re el sentid© a u to b io g rá fic o o n o d e estas líneas,
.obre su c o n te n id o sim b ó lic o o literal, so b re su significad© a le g ó ric o -e s -
p iritu a l o de in tro m is ió n de la a u to ra e n su o b ra. Per®, a le g ó ric o o no, lo
im p o rta n te es el ex p re siv o r e c o n o c im ie n to d el p ro p io p ro c e so vital y de
ii relació n c o n la e sc ritu ra . Pues s ú b ita m e n te M a rg a rita , ro m p ie n d o el
iiim ® d e su re la to , d a n d o u n b ru s c o v iraje a su té c n ic a n arra tiv a , a b a n
d o n a a sus p e rso n a je s y. u sa n d o la te rc e ra p e rso n a , da c o m ie n z o a u n a h is
to ria so b re la « m e n d ic a n te criatu ra» q u e e sc rib ió el Espeja*'.
Es c o m o si, d e p ro n to , M a rg a rita h u b ie ra sentid® la n e c e sid a d d e e x
presar su p u n to d e p a rtid a y las ra z o n e s q u e la llevaron a e sc rib ir «sobre
lo q u e nada p u e d e decirse». Y n o s d ic e así q u e en su b ú sq u e d a del c a m i
no de la lib e rta d , in ir é h acia fuera, b u s c ó a D io s en su c re a c ió n , y lo b u s-
c o tal c o m o ella q u e ría verlo, mas n o e n c o n tr é nada; e n to n c e s se p u so a
pensar y ese p e n sa r la c o n d u jo al fond® n o d al del e n te n d im ie n to y desde
allí p e n só q u e e sc rib iría . El e sc rib ir p o r ta n to n a c e d e u n a in te rio riz a c ió n ,
de u n a b ú s q u e d a q u e fracasa m ie n tra s in te n ta hallar u n esp ejo e n el m u n
d o y a h o ra , in v irtie n d o el p ro c e so , ensaya ser ella m ism a en su escritu ra
un esp ejo d e lo d iv in o , u n carral. Al h ac e rlo , sabe q u e sig n e m e n d ig a n d o
y presa de sí m ism a q u e r ie n d o d e c ir lo q u e n o p u e d e d ecirse, p e ro a p e
sar de ello n os d ic e q u e ju s ta m e n te a h í, e n la palab ra, e n c o n tr ó el p u n to
de p artid a de su c a m in o , la fo rm a d e a c u d ir «en su p ro p io so co rro » para
p o d e r «alcanzar la cú spide» d e l esta d o d e lib e rtad . ¿Está d ic ie n d o M arg a
rita q u e la e s c ritu ra del Espejo c o n s titu y ó p ara ella el m o d o m ism o q u e le
c o n d u c e a la u n ió n m ística q u e c a ra c te riz a al A lm a a n o n a d a d a , vacía de
si en la p u ra nada? Si así es, tal v e z su o b stin a d a v o lu n ta d d e d ifu n d ir su
lib ro an tes y d e sp u é s d e la c o n d e n a d e V ale n c ien n es, su b ú s q u e d a de re
fre n d a c ió n y su firm e z a a n te el trib u n a l de la in q u is ic ió n tie n e n q u e ver
c o n esa e s c ritu ra d el Espejo e n te n d id a c o m o u n a ab so lu ta n e c e sid a d de
21
cum plim iento interior que al m ism o tiem po quiere ser, tiene que ser, co
m unicado a los demás37.
Pues E l espejo de las almas simples es, in dependientem ente de cuánto
tenga de experiencia de su autora, una obra didáctica. Es un tratado mís
tico, m istagógico, que pretende com unicar a otros y otras esa experien
cia, y que pretende enseñar desde ella. Para hacerlo, introduce al lector
en una especie de laberinto espiral que le arrastra en una progresión al
tiem po ascendente y descendente. El Espejo es una escalera, pero en m o
do alguno un cam ino lineal y p o r etapas. El discurso de M argarita, al
igual que el cam ino del alma hacia D ios, no asciende linealm ente, sino
que progresan ambos a través de u n m ovim iento argum entativo y lin
güístico circulares, en u n ju e g o espiral de proxim idad y distancia38. E n él
la palabra rem onta la escalera de caracol de un to rreó n de conocim iento
desde cuyas ventanas, al pasar ante ellas, se contem pla siem pre el mismo
paisaje, pero cada vez desde u n nivel distinto, desde una perspectiva su
cesivam ente renovada y con u n h o rizo n te más am plio39.
M argarita com ienza su libro anunciando que existen siete estados y
prom etiendo que habrá explicado antes de que acabe el libro cóm o se lle
ga del prim ero al séptim o40. Y efectivam ente, a lo largo de su obra, da a
conocer la existencia de esa «escalera de perfección» y la form a de reco
rrerla. Sin embargo, ju n to a la estructura de la escalera, inserta en una tra
dición espiritual plurisecular que h u n d e sus raíces en san Agustín, M ar
garita introduce una segunda estructura que se articula con la de la
escalera y que tiene u n carácter «descendente». Esta se com pone de tres
m uertes: la m uerte al pecado, a la naturaleza y al espíritu, y de dos «caí
das» asociadas a esta tercera m uerte: la caída de las virtudes en A m or y la
caída de A m or en N ada41.
Esos estados, m uertes y caídas se organizan en to rno a dos grandes re
gím enes, a dos leyes, a dos gobiernos: el de R azó n que tiene bajo su so
beranía los cuatro prim eros estados y las dos prim eras m uertes, y el de da
m a A m o r de la que dependen y viven directam ente las almas a partir del
quinto estado, aquellas que han traspasado la frontera con la tercera m uer
te, liberándose del dom inio de R azó n , cayendo de R a z ó n (señora de las
virtudes) en A m or y de A m o r en N ada. Al prim ero, al régim en de R a
zón, pertenece «Santa Iglesia la pequeña», en la que está incluida la Igle
sia institucional, y al segundo, al de A m or, pertenece «Santa Iglesia la
grande», form ada p o r esas almas libres. U n o y otro gobierno no son sin
22
e m b a rg o c o n tra rio s , p e ro el d e A m o r está p o r e n c im a d el d e R a z ó n y n o
J e p e n d e d e él, d e tal m a n e ra q u e M a rg a rita dirá d el alm a lib re q u e: está
por encima de la ley, no contra la ley42.
D e este m o d o , q u ie n e s h a n m u e r to al p e c a d o y a la n a tu ra le z a viven
J e la v id a e s p iritu a l e n el c u a rto e sta d o d e gracia. A a lg u n o s d e e n tre es-
las g e n te s e s p iritu a le s M a rg a rita les lla m a «perecidos» p o r q u e p e re c e n en
el c o n v e n c im ie n to d e q u e n o hay e sta d o m e jo r; o tro s, e n c a m b io , y a és
tos d irig e M a rg a rita e x p líc ita m e n te su lib ro , se h allan sólo «extraviados»
en la v ida d e l e s p íritu , p u e s d e s c o n o c e n el re c to c a m in o hacia la lib e rta d ,
m as saben q u e d e b e n b u scarlo . Q u ie n e s h a n m u e r to al e s p íritu , e n c a m
bio, viven d e A m o r, son libres, se e n c u e n tr a n a n o n a d a d o s, v a ciad o s d e sí
e n el q u in to e sta d o de g racia, d o n d e el alm a se ha convertido en nada, lo tie
ne todo y por ello no tiene nada, lo quiere todo y no quiere nada, lo sabe todo y
no sabe nada4'.
A M a rg a rita le in te re sa so b re to d o e n s e ñ a r c ó m o se alcan za ese esta
do, es d e c ir, m o s tra r el paso e n tre a m b o s re g ím e n e s, el d e R a z ó n y el de
A m o r, q u e es a la vez el de la m u e r te al e sp íritu y el q u e a sc ie n d e del
c u a rto al q u in to nivel d e p e rfe c c ió n . P o r ello el Espejo hab la p o c o d e la
escalera en su to ta lid a d y n o se d e tie n e p o r m e n o r iz a d a m e n te en sus p e l
d añ o s (dcyrezj, sin o q u e en la p rim e ra p a rte d e su d íp tic o d e s c rib e con
detalle el m o d o d e se r del A lm a sim p le y a n o n a d a d a y d esp lieg a sistem á
tic a m e n te c u a n ta s o b je c io n e s p u e d a p o n e r a ella R a z ó n , re b a tié n d o la s
c o n los a rg u m e n to s d e A m o r. F n la se g u n d a p a rte , en c a m b io , p o n ie n d o
c o m o e je m p lo su p ro p ia e x p e rie n c ia , se c e n tra en las p rácticas m e d ita ti
vas y c o n te m p la tiv a s q u e d is p o n e n al A lm a e x trav iad a en el c u a rto esta
do a tra n s fo rm a rs e en esa A lm a libre, d e sn u d a y a n o n a d a d a , p ro p ia del
q u in to y c ap az d e la e x p e rie n c ia del sex to . A m bas p a rte s, c o m o h e m o s
visto, se c o m p le m e n ta n , p o r eso es im p o r ta n te , para e n te n d e r a M a rg a ri
ta, o b se rv a r c ó m o ex p resa el c o ra z ó n d e su e n se ñ a n z a , esto es: la travesía
de la fro n te ra e n tr e R a z ó n y A m o r, e n la p rim e ra y s e g u n d a p a rte d e su
Espejo.
E n la p rim e ra p a rte , la q u e se a b re c o n la h isto ria d e A le ja n d ro , c o m
p a re c e de in m e d ia to y e s p lé n d id a m e n te fo rm u la d o el te rn a , q u e ya re c o
gían a u n q u e d e fo rm a m e n o s clara y sistem ática H a d e w ijc h d e A m b eres
y M a tild e d e M a g d e b u rg o , d e la d e s p e d id a lib e ra d o ra d e las V irtu d e s44,
esto es, la caíd a d e las V irtu d e s en A m o r. E l A lm a, q u e va a p ro ta g o n iz a r
esta p a rte d e l Espejo, es el A lm a lib re q u e h a sido esclava d e las V irtu d e s
oor m ucho tiem po, m ientras se hallaba bajo el dom inio de R azó n esfor
zándose en su práctica. A hora, en cam bio, se aleja de esa servidum bre
gracias a la señoría de A m or. C elebrándolo, entona un o de los más fa
mosos fragm entos poéticos del Espejo: Virtudes, me despido de vosotras para
siempre...45, que constituye además la base de uno de los artículos conde
nados en el proceso.
N o se trata, com o interpretara el tribunal que ju zg ó a M argarita, de
que las almas anonadadas obren al m argen de toda virtud, sino, com o
muy bien explica A m or respondiendo a las insistentes preguntas de R a
zón escandalizada p o r este poem a, que el alma vacía de sí, consciente de
su nada, no obra p o r sí misma ni bien ni mal, pues ha abandonado toda
obra, el conocimiento de mi nada —hace decir M argarita al Alma—me ha da
do todo, y la nada de ese todo me ha quitado la oración y la plegaria45. Y sin em
bargo, no hay quietism o en ese n o -o b rar p o r sí mismas, pues se dice de
:ales almas que podrían gobernar un país si juera necesario, y [lo harían] todo
sin ellas mismas47. U na y otra vez vuelve A m or sobre el tem a intentando
aclararle a R azó n el sentido de la despedida de las V irtudes. Al escribir
así, ¿era consciente M argarita del peligro de ser mal com prendida? ¿Sen
da la am enaza que había de cristalizar en París en 1309? Es posible, pero
tío sólo. M argarita insiste en la interpretación de esa «despedida» porque
en ella, com prendida en su sentido profundo, se encuentra el um bral de
ia experiencia mística que se resuelve a partir de aquí en to rn o a las dos
raídas (de las V irtudes en A m or y de A m or en Nada) que llevan al alma
al quinto estado.
Por encim a de este quinto hay, sin embargo, todavía dos estados, el
sexto y el séptimo. D e este últim o nada dice, excepto que no pertenece
a este m undo, pues lo guarda Am or en su interior para otorgárnoslo en la glo
ría eterna48. D el sexto, sin em bargo, sí que habla, y es en él en el que el
alma se convierte p o r com pleto en u n espejo. D escribiendo los siete es-
:ados de su escalera en el capítulo 118 ha dicho del quinto que es aquel
en el que el Alma se reduce a nada: Ahora el Alm a es nula, pues ve por la
ibundancia de conocimiento divino su nada que la anula y la reduce a nada', em -
aelesada en ese conocim iento y asentada en el fondo sin fondo del abis
mo, el Alma cae de Amor en nada, nada sin la cual no podría ser toda. Y es tan
profunda la caída, si es verdadera caída, que el Alma no puede levantarse de ese
abismo, ni debe hacerlo, sino que al contrario debe permanecer en él, y la visión
.le ese estado le arrebata voluntad y deseo de obras de bondad, por ello se ha-
24
ILi en repose, en posesión de un estado de libertad que la reposa de todas las co-
mis por su excelente nobleza4'’. M a rg a rita so stie n e e n to n c e s q u e só lo d esd e
este estad o es p o s ib le la ilu m in a c ió n del se x to , el cual m ás q u e u n estad o
es u n in s ta n te sin tie m p o , «un m o v im ie n to » dirá M a rg a rita , e n el q u e el
relám p ag o d e D io s se refleja en el e sp e jo d el A lm a. E l sexto estado —e sc ri
bí— es aquel en el que el A lm a no se ve, p or mucho que posea un abismo de hu
mildad en sí misma; ni ve a Dios, por grande que sea su altísima bondad. Sino
que Dios se ve en ella en su majestad divina, in s ta n tá n e a m e n te , p u e s esc Lc-
josccrca, que llamamos relámpago a la manera de una abertura que se cierra apre-
sunidamente, rapta al A lm a del quinto estado y la introduce en el sexto mientras
dura su obra y de este modo ella es otra; pero poco le dura ese ser en el sexto es-
lado, pues es devuelta al quinto. Y no es maravilla, dice A m o r; pues la obra del
relámpago, mientras dura, no es otra cosa que el atisbo de la gloria del A lm a , liso
no permanece en ninguna criatura por espacio más largo que el de su movimiento'".
25
la vida del espíritu en el cuarto estado de gracia. N o busca una com
prensión teórica, sino una vivencia interior. N o una com prensión por
Entendement de Raison, sino una com prensión desde el Entendement d’A -
mour, allí donde conocim iento y am or son sólo u n o 54. El objetivo no es
m eram ente didáctico, sino propiam ente mistagógico.
Destinadas a ser retenidas, m em orizadas tal vez, y en todo caso pues
tas en práctica, estas últimas páginas del Espejo se ordenan según una ló
gica visible. El texto se divide claram ente en tres secciones de siete, tres
y siete capítulos respectivam ente, división que no carece de connotacio
nes co n el sim bolism o ascendente y descendente de los siete estados de
gracia y las tres m uertes: la prim era sección contiene siete «considera
ciones» sobre las Escrituras. La segunda, tres «consideraciones» sobre el
abism o de D ios y el A lm a que acom pañan las dos caídas. Y finalm ente
la tercera consta de siete reflexiones sobre las almas extraviadas y las ano
nadadas.
Los siete prim eros capítulos (123-129) enfocan e ilum inan sucesiva
m ente siete imágenes en form a de m editación sobre las Escrituras: los
Apóstoles, M aría M agdalena, Juan Bautista, María, la Encarnación, la Pa
sión y finalm ente el ser de los Serafines. Por un lado, las siete «conside
raciones», útiles sólo para quienes aún se hallan en la vida del espíritu, se
plantean com o prácticas meditativas y contemplativas concretas que, se
nos dice, fueron llevadas a cabo u n día p o r aquella que escribió el libro;
se escenifican así en form a de u n m onólogo (o de un diálogo del alma
consigo misma) donde las expresiones je regarday, je contemplay, je deman-
day a ma pense indican el carácter introspectivo de este ejercicio. Las Es
crituras son aquí la guía del alma extraviada, que al contem plarse en este
Speculum Scripturae avanza paso a paso hacia su propia liberación55. Por
otro lado, las siete «consideraciones», en su núm ero y en su contenido,
parecen aludir a una teología del ascenso que, haciéndose eco de los sie
te estados de la escalera de gracia, plantea el cam ino de la perfección del
alma56. N o en vano cierra la serie meditativa la contem plación del ser de
los Serafines (imagen especular del alma anonadada) que son p o r com
pleto u n o con la voluntad divina. Este séptim o capítulo además acaba con
una recapitulación sobre las siete «consideraciones» para los extraviados,
com o si M argarita quisiera grabar perfectam ente en la m em oria de sus
oyentes esta teología del ascenso interiorizada en las prácticas meditativas.
Pero no basta. D e pronto M argarita da un giro a su discurso. En las
26
lies « co n sid eracio n es» sig u ie n te s su m ira d a e n fo c a u n a im a g e n q u e se in -
iini.iba ya en las m e d ita c io n e s a n te rio re s . P e n e tra en el n u d o d e sus e n -
■i n.mzas: el v e rd a d e ro c a m in o es la caíd a'’'. E l c u m p lim ie n to del c a m in o
d. l alm a se halla en la c o m p re n s ió n d e Ja d istan cia in c o n m e n s u ra b le , d e
la lejanía in a b o rd a b le q u e separa los a b ism o s d e D io s y el a lm a , d e Cal m o
d o q u e el alm a q u e ha c o n te m p la d o la escalera a sc e n d e n te e n el Speculum
S, úpturae d e s c u b re a h o ra s ú b ita m e n te la in so n d a b le p ro fu n d id a d del d e s-
. ru so . Los c a p ítu lo s 130-132 d e s c rib e n ese d e s c u b rim ie n to q u e se sitúa
.■ii el u m b ra l e n tr e el ré g im e n d e R a z ó n y el de A m o r, e n tr e el c u a rto y
.■I q u in to estad o , e n tre el e x tra v ío y el a n o n a d a m ie n to . M a rg a rita lo e x
plica e n el c a p ítu lo 130 c o n tr a p o n ie n d o a D io s y el A lm a a trav és d e u n a
■■crie d e a n títe sis rig u ro s a m e n te s im é tric a s q u e acab an p o r c o n v e rtirse
p rá c tic a m e n te e n u n a letan ía; la p alab ra p ro g resa en un crescendo d e p o
derosa fu erza p o é tic a y ta m b ié n n e m o té c n ic a 5*.
Y así, c o n su m a d e lic a d e za , e n ios d o s sig u ie n te s c a p ítu lo s relata su lle
vada a la fro n te ra d e lo p en sa b le y a la p ro fu n d id a d in so n d a b le del a u to -
. o n o c im ie n to , d el q u e su rg e n tres te rrib le s p re g u n ta s im a g in a ria s q u e la
sitú an e n el n ú c le o d e su yo. q u e la sitú a n —d ic e ella— en el lugar de Dios;
v sólo d esd e a h í, d esd e el c e n tro d e sí m ism a , d o n d e d ic e q u e se am a y
se p o see p o r c o m p le to , p u e d e d a r u n a re sp u e sta y p u e d e , e n u n a c to de
asom b ro sa lib e rta d , r e n u n c ia r a D io s p o r D ios: Después de esto consideré
pensando (reg ard ay en p e n sa n t) como si él me preguntase cómo m e comportaría
•i supiese que le pudiera complacer más que yo amase a otro más que a él [...].
I riego me preguntó cómo me comportaría si fuera posible que él pudiera amar a
otra más que a n ú |. . . |. A u n más, me preguntó qué haría y cómo m e comportaría
si Juera posible que él pudiera querer que otro me amase más que él mismo™. Y
estas tres te rrib le s p re g u n ta s q u e D io s le fo rm u la al A lm a"’ so n la ú ltim a
v decisiva p ru e b a a la q u e d e b e e n fre n ta rs e en «angustia m o rta l» : Hti eso
desfallecía pues no podía responder a ninguna de estas tres cosas, ni negarlas ni re
plicarlas. |...| Y yo estaba lau a gusto y m e amaba lauto con él que me era im
posible contenerme n i hallar en n ú la manera |. . . |. Ahora os diré qué respondí. Le
dije a él, de él, que quería probarme en todo. ¡A h !, ¿qué digo? C iertam ente no
dije una palabra. H l corazón libró esta batalla, él solo respondiendo cu angustia
mortal que quería alejarse de su amor, en el que había vivido y pensaba que ha
bía de vivir largamente; pero puesto que era asi que por suposición pudiera darse
que él quisiera esto y era necesario querer todo su querer, así le respondí y le dije:
|...J S i tuviera, con la creación que me habéis dado, lo mismo que vos tenéis; se-
27
ría, Señor, por tanto, igual a vos excepto en una cosa: que podría cambiar mi vo
luntad por la de otro —cosa que vos no hacéis, puesto que vos queréis sin condición
estas tres cosas que tan penoso me lia resultado sobrellevar y aceptar—, y si yo su
piera, sin duda alguna, que vuestro querer lo quería sin disminuir en nada vues
tra divina bondad, también yo lo querría, sin querer nunca nada más. Y así, Se
ñor, mi voluntad llega a su fin con esta declaración; por ello mi querer es mártir y
mi amor, martirio: vos lo habéis llevado al martirio; su imaginar ha tocado fin.
M i corazón imaginaba que iba a vivir siempre de amor por el deseo de mi buena
voluntad. Ahora en cambio ambas cosas han acabado en mí y me han hecho salir
de mi infancia61.
La respuesta de M argarita, que parece abismarla en la más profunda de
las caídas, es la noche oscura del alma en la que se halla oculto el secreto
que la «hace salir de la infancia». Pues el reconocim iento de la distancia
infinita, de la incom prensibilidad de la impensable lejanía del todo de
Dios y la nada del alma es, com o ha dicho innum erables ocasiones en la
prim era parte del Espejo, el verdadero «más» del alma y la puerta al país
de la libertad62. E n esta segunda parte la enseñanza se repite: es la caída
de am or en nada, la m uerte de am or y voluntad, la que abre el camino,
y entonces —dice M argarita en la prim era línea del capítulo siguiente (132)—
apareció el país de la libertad. Y dama A m or (a la que M argarita ha hecho
decir de sí misma que es D ios y de la que ahora ella nos dice que muchas
veces la ha hecho salir de sus sentidos y que al final le ha dado muerte)
viene al Alma, entonando u n bello canto en el que se le ofrece por com
pleto, y le invita a confesar su voluntad. Pero el Alma le responde que no
quiere absolutam ente nada: Entonces respondí, después que yo ya era pura na
da: ¡Ah! ¿ Y qué voy a querer? La pura nada no tuvo nunca voluntad, no quie
ro nada. Nada me importa la bondad de [dama] Amor, nada me importa por tan
to cuanto es suyo. Está colmada de sí misma. Ella es, nada es si no es de ella; por
eso digo que eso me sacia por completo y me basta“ .
Y es precisam ente la absolutez de esa experiencia de la nada del Alma
la que se abre al esclair, ese relámpago divino al que tam bién ha llamado
Loingpres, «Lejoscerca», y que ahora la ilum ina p o r com pleto: Entonces em
pecé a salir de la infancia y mi espíritu fu e envejeciendo cuando murió mi querer,
acabaron mis obras y aquel mi amor que me hada tan bonita. Pues el derrama
miento del divino amor, que se mostró ante mí por luz divina, me mostró de re
pente en un relámpago altivo y horadador a él y a mí. Es decir: a él tan alto y a
mí tan baja que no pude ya ponerme en pie ni valerme por mí misma; de ahí na-
28
.<>• lo mejor de mi. S i no lo entendéis, no puedo hacer nada. E s obra milagrosa de
/.; ./iic nada puede decirse sin m en tí/'4.
A través d e su tra ta d o d e m ista g o g ía , y en u n esfu erzo c re c ie n te , M a r -
. 1 1 i i,« ha c o n d u c id o la m e d ita c ió n y la c o n te m p la c ió n del A lin a llevan -
29
do de la mistagogía del Espejo: más arriba no se puede ascender (aler), ni más
profundo descender (analer), ni se puede estar más desnudo75.
La r e c e p c i ó n d e E l espejo
30
ir iu n z a en la S o rb o n a , G o d e fro i d e F o n ta in e s , e n el h ip o té tic o caso de
que la a p ro b a c ió n d e este m a e stro en te o lo g ía n o h u b ie r a te n id o lu g a r en
l '■06 s in o a n te s77. M u c h o m ás p ro b a b le , sin e m b a rg o , es q u e el libro lle
gara a sus m a n o s e n 1311. E n tr e los a ñ o s 1303 y 1311, es d e c ir c u a n d o tie
nen lu g a r to d o s los su ceso s d ra m á tic o s q u e afectan a M a rg a rita y a su li
bro, el M a e stro , q u e h a to m a d o a su c a rg o el c u id a d o d e c in c u e n ta
■oliven tos y u n t e r r i t o r i o d e o n c e n a c io n e s e n tre H o la n d a y M a g d e b u r-
g<>, se halla in m e r s o en u n p e r ío d o d e in te n s a a c tiv id a d en la d ire c c ió n
e sp iritu a l, fu n d a c ió n d e c o n v e n to s y o r g a n iz a c ió n d e c a p ítu lo s p ro v in c ia
les, p e ro en 1311 el c a p ítu lo d e los d o m in ic o s re u n id o e n Ñ a p ó le s dis
pensa a E c k h a rt d e sus o b lig a c io n e s y lo en v ía a París p a ra o c u p a r d e n u e
vo tina cátedra™ . E n la c iu d a d del S e n a se instala en el c o n v e n to d o m in ic o
de S a in t-Ja c q u e s. E n ese m is m o c o n v e n to vive el In q u is id o r y ta m b ié n
d o m in ic o G u ille r m o d e París; allí e s tu v o el a ñ o a n te r io r el c e n tro del
p ro ceso c o n tra la b e g u in a , allí p u d o c o n o c e r E c k h a rt el l i s o h e c h o en
V 'ienne d e las actas de ese p ro c e so en la c o n d e n a de los « o c h o errores» del
l ibre E sp íritu ; tal v ez p u d o a p ro p ia rse allí d e lin o d e los m a n u s c rito s re
q u isad o s en París y d e p o s ita d o s ju s ta m e n te en ese c o n v e n to , tal vez lo le
vó allí, tal vez se lo lle v ó c o n s ig o a E stra sb u rg o al p a rtir e n 1313''’. Lo q u e
sab em o s c o n c e rte z a es q u e e n el c o ra z ó n d e a lg u n o s d e los s e rm o n e s ale
m anes del M a e stro , e sc rito s ju s ta m e n te d e sp u é s d e estas fech as, resu en an
co n fu e rz a los e c o s d e a lg u n o s pasajes d e l Espejo’"'. E n p a r tic u la r el ser
m ó n 52, ese Beoti ponpcres spiritu en el q u e el h o m b re p o b re q u e alcan za
rá el re in o d e los cielo s es d e fin id o c o m o a q u e l q u e n a d a q u ie re , n ad a sa
be y n ad a tie n e . ¿ N o h abía d ic h o M a rg a rita p o r b o c a d e A m o r q u e el
alm a lib re y a n o n a d a d a lo tiene todo y por ello no tiene nodo, lo quiere todo y
no quiere nodo, lo sobe todo y no sobe nodo?"'
En to d o caso, la h is to ria d e E l espejo de los olmos simples y la d e su a u
tora se se p a ra n en e ste m o m e n to . A p a r tir d e 1310 la m e m o r ia d e la m u
jer y la d ifu sió n d e su lib ro r e c o r r e n c a m in o s d is tin to s d u r a n te v ario s si
glos. M ie n tra s las c ró n ic a s h a b la n d e u n a b e g u in a c lé rig a o m u y e x p e rta
e n c le re c ía y, c o p iá n d o s e u n a s a o tra s , re la ta n el tris te fin d e esa m u je r
q u e h a b ía traspasado lo divino escrituro, su o b ra re c o rre O c c id e n te , c r u
zan d o b a rre ra s lin g ü ísticas c o m o p o c o s te x to s m ístico s en le n g u a v u lg a r de
su é p o c a y c irc u la n d o ta n to en a m b ie n te s o rto d o x o s c o m o h e te ro d o x o s.
Q u e se p a m o s, e n tr e los siglos XIV y XV, el Espejo se tra d tic e al latín ,
al ita lia n o y al in g lé s, y tal vez ta m b ié n a a lg ú n d ia le c to a le m á n . M ú lti-
31
pies indicios dejan suponer que el núm ero de copias de la obra llegó a ser
alto. R o m an a G uarnieri, que ha perseguido tenazm ente la difusión del
Espejo en los siglos inm ediatam ente posteriores a su condena, muestra có
m o el anónim o, aunque n o siem pre fue visto con buenos ojos, se difun
dió en el in terio r de la Iglesia, y de hecho la mayor parte de las copias de
las que tenem os noticia se localizan en m onasterios y conventos82. U na
de esas copias anónim as llegó a m anos de la reina M argarita de Navarra
y su lectura le im pactó profundam ente83. M argarita de Angulem a, her
mana del rey de Francia, reina de N avarra entre 1492 y 1549, tuvo acce
so probablem ente al único m anuscrito en francés que hoy conservamos
del Espejo, pues m antenía estrechas relaciones con las m onjas del conven
to de Les M adeleines de O rleans, de donde procede la copia que ha lle
gado hasta nuestros días. Escritora y mística com o su hom ónim a del si
glo XIII, se refiere en sus Prisiones a los libros sobre la doctrina del am or
que le son más queridos y, hablando de la autora, para ella anónim a, de
uno de ellos, dice: ¡Oh! Quién era esa mujer atenta / a recibir ese amor que
quemaba / su corazón y el de aquellos a los que hablaba. / Bien conocía por su
espíritu sutil / el verdadero amigo al que ella llamaba Gentil / y su LejoscercaM.
D el m ism o libro dice más adelante que se trata de una obra que sigue
incondicionalm ente la in tención de la Sagrada Biblia: escrito por una mu
jer hace más de cien años, llena de fuego / de caridad, tan ardientemente / que
nada sino amor era su argumento, / principio y fin de su palabra85.
C o m o pasó con tantas otras obras de la mística medieval, los siglos
XVII al XIX fueron siglos de olvido para el Espejo. Sólo en el siglo XX re
nace de nuevo el interés, prim ero p o r la obra y después p o r su autora. El
texto aún anónim o se publica en 1927 en una versión parcial y m oderni
zada basada en el m anuscrito inglés. Y de nuevo una m ujer queda atóni
ta ante su lectura. Se llamaba Sim one W eil y, com o ha dem ostrado Lui
sa M uraro86, im presionada p o r la grandeza de ese Miroir que ella atribuye
a un místico francés del siglo XIV, se hace eco de él en sus Cahiers d ’Améri-
que y en Nuits écrites á Londres, sus dos últimas obras, redactada la prim e
ra entre mayo y noviem bre de 1942, y la segunda, meses antes de m orir
en 1943. Tres años más tarde, en 1946, R o m an a G uarnieri daba la noti
cia de su feliz descubrim iento que restituiría el libro a su autora. El con
trovertido anónim o que había circulado en diversas lenguas p o r toda E u
ropa no era otro que aquel libro pestiferum lleno de herejías y errores,
según lo definieron quienes lo condenaron en 1309. Su autora era aque-
32
LU b e g u in a c lé rig a , p ro c e d e n te d e H a in a u t, q u e , d e sp u é s d e h a b e r h a b la
do en su lib ro , p e r m a n e c ió d u r a n te u n a ñ o e n las cárceles d e la In q u is i
ción en el m ás p r o f u n d o silen cio . S e lla m a b a M a rg a rita y a rd ió viva en el
c o i.i/ó n de París, P la c e de G ré v e , el 1 d e j u n i o d e 1310.
B lanca G a rí
C a m a lle ra 2004
33
C r o n o lo g ía
35
1302-1303 E ckhart enseña en París.
1307-1314 Proceso contra los Templarios.
1308 D eten ció n en ju n io de M argarita Porete.
1308 D eten ció n en o to ñ o de G uiart de Cressonessart p o r defender a
M argarita.
1309 Llega a París R a m ó n Llull.
1309 M uere A ngela de Foligno.
1309 U n a com isión de teólogos de la Sorbona, reunida el 11 de abril,
condena quince proposiciones del Espejo.
1310 E n abril una com isión de canónigos juzga a la autora del Espejo
y concluyen que debe ser condenada com o «relapsa» y entregada al bra
zo secular.
1310 El 10 de mayo cincuenta y cuatro tem plarios son juzgados «re
lapsos» y dos días después m ueren en la hoguera ju n to a la puerta de St.
A ntoine en París.
1310 El inquisidor dicta la sentencia contra M argarita el 31 de mayo,
dom ingo de Pentecostés.
1310 El 1 de ju n io , en la Place de Gréve, ante el Elótel de Ville, M ar
garita Porete m uere en la hoguera. Ju n to a ella arde su Espejo de las almas
simples.
1311 M uere M argarita de O ingt.
1311 E ckhart ocupa de nuevo su cátedra en París.
1311-1313 C oncilio de V ienne. C o n d en a de las beguinas y del m ovi
m ien to del Libre Espíritu.
36
N o t a a la p r e s e n t e e d i c i ó n
37
Q u iero m ostrar mi agradecim iento a Alicia Padrós-W olff, con quien
publiqué en u n m ism o volum en p o r prim era vez m i traducción del Es
pejo ju n to a su traducción del anónim o alemán Hermana Katrei ella cono
ce p o r tanto desde sus orígenes m i pasión por M argarita. Tam bién quie
ro dar las gracias a V ictoria C irlot y A m ador Vega no sólo porque han
hecho posible esta nueva edición, sino tam bién p o r el trabajo com ún, por
las conversaciones, p o r los días, las veladas y las horas de la mística.
38
El e sp e jo d e las alm as sim p les
El e s p e j o d e l a s a l m a s s i m p l e s a n o n a d a d a s
y que s o la m e n t e m o r a n en querer y d e s e o de a m o r 1
A quí comienza el índice para encontrar los capítulos de este libro llamado lil
espejo de las almas simples anonadadas y que solam ente m oran en querer
\ deseo de am or. \ Página 49)
1. E l prólogo. 1511
2. De la tarea de A m or y de p o r q u é m an d ó hacer este libro. |52|
3. Aquí habla A m or de los m and am ien to s de nuestra m adre la Santa
Iglesia. [52]
4. De la noble virtud de C arid ad y de có m o ella no obedece sino a
Amor. [531
5. D e la vida que se llama paz de caridad en vida anonadada. 1541
6. C ó m o el Alm a, viviendo en paz de caridad, se despide de las Vir-
i mies. 1551
7. C ó m o esta Alma no se cuida de nada. [56]
8. C ó m o R a z ó n se asom bra de q u e esta Alma a b an d o n e las V irtu -
drs. [57]
9. C ó m o tales Almas no tienen en absoluto propia voluntad. |58|
10. C ó m o A m o r da a esta Alma, a p etició n de R azó n , doce nom bres
para los activos. |59|
11. C ó m o , a p etició n de R azón, A m o r da co n o cim ien to acerca de es-
ia Alma a los verdaderos contem plativos, aclarando nueve puntos. |60|
12. El verdadero sentido de lo que este libro lia dicho: que el Alma
anonadada no tiene en absoluto voluntad. 16 4 1
13. C ó m o R a z ó n se co n te n ta con las an terio res aclaraciones para los
al tivos y co n tem p lativ o s, pero p re g u n ta todavía para la g en te co m ú n .
M
14. C ó m o esta Alma a través de la fe tiene c o n o cim ien to de Dios. |68j
15. A quí se habla elevadam ente del S anto S acram ento del altar. |68]
16. A quí resp o n d e A m o r a R a z ó n acerca de lo que ha dicho del Al
ma que lo sabe to d o y no sabe nada. [70]
41
17. Aquí A m or responde a R azó n de lo que ha dicho acerca de estas
Almas que dan a N aturaleza lo que les pide. [71]
18. C óm o tales criaturas ya no saben hablar de Dios. [72]
19. C ó m o Fe, Esperanza y C aridad piden a A m or conocim iento acer
ca de tales Almas. [73]
20. A m or responde a R a z ó n acerca de lo que ha dicho de que nadie
conoce a estas Almas sino Dios. [74]
21. A m or responde al argum ento de R azó n acerca de lo que este li
bro dice de las Almas que se despiden de las Virtudes. [75]
22. C óm o esta Alm a es com parada al águila que vuela alto y cóm o se
despide de Naturaleza. [76]
23. C óm o esta Alma tiene dos potencias y está ebria de lo que jamás
bebió. [76]
24. C uándo están esas Almas en la recta libertad de Am or. [78]
25. R azó n pregunta a A m or si esas Almas sienten algún gozo o alegría
en su interior. [78]
26. C ó m o esta Alma no ama nada si no es p o r el am or de Dios. [79]
27. C óm o M editación de A m or puro no tiene más que una sola in
tención. [80]
28. C óm o esta Alma noble nada en el m ar de la alegría. [80]
29. R azó n pregunta a A m or cuándo se halla esta Alma en la pura li
bertad de Amor. [81]
30. C ó m o R a z ó n dice a A m or que satisfaga a esta Alma diciendo de
D ios todo lo que se podría decir. [82]
31. C ó m o apacigua A m or al Alma p o r haber dado a su esposo cuan
to tenía. [83]
32. C ó m o A m or hace perm anecer a esas Almas en sus sentidos. [85]
33. El Alma se embelesa cuando piensa en los dones de la bondad de
Dios. [86]
34. C ó m o el Alma dice que no puede nada por sí misma. [86]
35. C ó m o esta Alma argum enta contra R a z ó n y dice que es amada
por Dios sin com ienzo. [87]
36. C ó m o el Alma es libre y ajena a la sujeción de R azón. [88]
37. A quí dice el Alma que en el paraíso serán conocidos sus pecados
a m ayor gloria suya. [89]
38. C ó m o el Alma reconoce la cortesía de A m or al reconocer perfec
tam ente su pobreza. [90]
42
C ó m o R a z ó n q u ie re ser s ie rv a d e esta A lm a. [91]
lo. C ó m o A m o r lla m a a esta A lm a la e n c u m b r a d a m e n te sabia, y p o r
i". . ¡92]
I I. C ó m o e l A lm a n o s ie n te p e n a a lg u n a p o r el p e c a d o , n i e sp eran za
¡" i el b ie n q u e haya p o d id o h a c e r. [92]
•12. C ó m o el E s p ír itu S a n to e n s e ñ a lo q u e esa A lm a sabe, y to d o lo
i'iicre y tie n e . [93J
•13. C ó m o estas A lm as s o n lla m a d a s «S anta Iglesia» y q u é p u e d e S an ta
Iglesia d e c ir d e ellas. [94]
44. Q u é p rá c tic a s e je rc e el A lm a q u e la n g u id e c e d e a m o r, y en q u é
p u n to se halla el A lm a m u e r ta d e a m o r. [96]
45. C ó m o a q u e llo s q u e n o t ie n e n e n a b s o lu to v o lu n ta d v iv e n en la li-
l"T tad d e c a rid a d . [97]
46. C ó m o [el A lm a] c o n o c e el «más» p o r q u e a su p a r e c e r n o c o n o c e
■i.icla d e D io s al la d o d el «más» d e él. |98]
47. C ó m o el A lm a h a a lc a n z a d o el c o n o c im ie n to d e su n a d a . |98]
48. C ó m o el A lm a n o es lib re c u a n d o d esea q u e la v o lu n ta d d e D io s
' haga en ella p a ra su h o n r a . [99]
49. C ó m o esa A lm a, q u e n o tie n e e n a b s o lu to v o lu n ta d , es n o b le . [100]
50. C ó m o esta A lm a lleva la im p ro n ta d e D ios c o m o la cera d e u n sello.
¡100]
51. C ó m o esta A lm a es s e m e ja n te a la D e id a d . [101 ]
52. C ó m o alaba A m o r a esta A lm a y c ó m o p e r m a n e c e ella en las
a b u n d a n c ia s y a flu e n c ia s d e l d iv in o a m o r. | I02|
53. C ó m o R a z ó n p id e a c la ra c io n e s d e lo q u e se ha d ic h o a n tes. [103]
54. R a z ó n p r e g u n ta d e c u á n ta s m u e r te s tie n e q u e m o r ir el A lm a p a
ra e n te n d e r e ste lib ro . | I04|
55. C ó m o A m o r re s p o n d e a R a z ó n . ¡104]
56. C ó m o las V irtu d e s se q u e ja n d e A m o r p o r el p o c o h o n o r q u e les
hace. [105]
57. D e a q u e llo s q u e se h a lla n e n e sta d o d e e x tra v ío y c ó m o s o n sie r
vos. [106]
58. C ó m o se e n c u e n tr a n las A lm a s a n o n a d a d a s e n el q u in to estad o
j u n t o a su a m ig o . 11071
59. D e q u é h a v iv id o esta A lm a y c ó m o ella está sin ella. [108]
60. C ó m o h ay q u e m o r i r d e tre s m u e r te s p a ra a lc a n z a r la lib re v id a
a n o n a d a d a . [109]
43
61. D e los siete estados del Alma. [111]
62. D e los que han m u erto al pecado m ortal y han nacido a la vida de
la gracia. [112]
63. C ó m o A m or [/A lm a] llama villanos a los que les basta con salvar
se. [113]
64. Aquí habla de las Almas m ortificadas en la vida del espíritu. [113]
65. D e aquellas que to m an asiento en la m ontaña sobre los vientos.
[114]
66. C ó m o el Alma se alegra de haberse despedido de R azó n y de las
otras V irtudes. [115]
67. A quí se habla del país donde m ora esta Alma y de la Trinidad.
[115]
68. C ó m o p o r obra divina esta Alm a se une a la Trinidad y cóm o lla
m a asnos a los que quieren vivir del consejo de R azón. [116]
69. El Alma dice aquí que la práctica de las V irtudes no proporciona
más que trabajo y preocupación. [117]
70. C ó m o u n Alma así es lo que es p o r la gracia de Dios. [118]
71. C ó m o esta A lm a ya no obra ni para D ios, ni para ella misma, ni
para su prójim o. [119]
72. A quí se habla de la distancia entre el país de los que perecen y
extravían y el país de la libertad, y de p o r qué el Alm a tiene voluntad.
[119]
73. C ó m o ha de m o rir el espíritu para perder la propia voluntad. [121]
74. Por qué A m o r llama a esta Alma p o r u n nom bre tan hum ilde co
m o «alma». [122]
75. C ó m o el Alm a ilum inada da en ten d im ien to acerca de las cosas di
chas a través del ejem plo de la transfiguración de nuestro señor Jesucris
to. [122]
76. A quí el Alm a m uestra a través del ejem plo de la M agdalena y de
los santos que el Alma n o siente vergüenza de sus pecados. [123]
77. A quí el Alma pregunta si D ios ha puesto fin y térm in o a los d o
nes de su bondad. [124]
78. C ó m o aquellos que no han obedecido a las enseñanzas de la per
fección quedan atrapados en ellos mismos hasta la m uerte. [126]
79. C ó m o el Alm a libre aconseja que n o se rehúsen las demandas del
bu en espíritu. [127]
80. C ó m o el Alma entona canto y discanto. [128]
44
81. C ó m o a esta A lm a n o le im p o r ta n n i ella, n i su p ró jim o , ni el p ro
pio D io s. [130]
82. C ó m o es lib re p o r sus c u a tro co stad o s. [130]
83. C ó m o el A lm a lleva p o r n o m b r e la tra n s fo rm a c ió n q u e A m o r ha
o b ra d o en ella. [132]
84. C ó m o el A lm a lib re p o r sus c u a tro c o sta d o s a sc ie n d e a la so b e ra
nía y vive lib r e m e n te d e v id a d iv in a . 1132]
85. C ó m o esta A lm a es libre, m á s lib re y libre p o r c o m p le to . |134¡
86. C ó m o R a z ó n se m arav illa d e lo q u e se d ic e d e esta A lm a. [134]
87. C ó m o esta A lm a es se ñ o ra d e las V irtu d e s e luja d e la D e id a d . [136]
88. C ó m o p re g u n ta A m o r lo q u e p re g u n ta ría R a z ó n si e stu v ie ra c o n
vida, es d e c ir, q u ié n es la m a d re d e R a z ó n y d e las o tras V irtu d e s . | 137]
89. C ó m o esta A lm a lo ha d a d o to d o p o r la lib e rta d d e n o b le z a . | 138]
90. C ó m o p u e d e a lcan zarse la p e rfe c c ió n h a c ie n d o lo c o n tr a r io del
p ro p io q u e re r. |1 3 9 |
91. C ó m o la v o lu n ta d d e estas A lm as es la v o lu n ta d d e A m o r v p o r
q u é. | 14 0 1
92. C ó m o se d e sp o ja el A lm a d e D io s, d e ella m ism a y d e su p ró jim o .
M4 1 1
93. A q u í h ab la d e la paz d e la v id a d iv in a . | 1421
94. D e l le n g u a je d e la v id a d iv in a . [143]
95. C ó m o el país d e los e x tra v ia d o s está lejos del país d e los a n o n a d a
dos. | I43|
96. A q u í h abla el A lm a a la T r in id a d . 11441
97. C ó m o el p a ra íso n o es o tra cosa q u e v er a D io s. |I 4 5 |
98. R a z ó n p re g u n ta q u é h a c e n a q u e llo s c u y o e sta d o está p o r e n c im a
d e sus p e n s a m ie n to s . |1 4 6 |
99. C ó m o esas g e n te s q u e se h allan en ese estad o so n s o b e ra n o s. | 147]
100. C o m o e x iste n g ra n d e s d ife re n c ias e n tre u n o s án g eles y o tro s. [ 147j
101. C ó m o esta A lm a n o q u ie re h a c e r n ad a, ni le falta n ad a, al igual
q u e su A m ig o . | I 48|
10.2. A q u í el lin te n d im ie n t© d el A lm a a n o n a d a d a m u e s tra la p ie d a d
q u e sie n te c u a n d o m a ld a d v e n c e a b o n d a d . [1.49]
103. A q u í se m u e stra q u é sig n ifica q u e el ju s to cae sie te veces al día.
[150]
104. A q u í e x p lic a el A lm a c ó m o le h a d a d o D io s lib re m e n te su lib re
v o lu n ta d . ]151]
45
105. [Q ué significa que el justo cae siete veces al día.] [151]
106. C óm o el Alma recita y m uestra la suma de sus peticiones. [152]
107. A quí com ienzan las peticiones del Alma noble. [153]
108. U na bella consideración para evitar el pecado. [153]
109. C óm o se asombra el Alma de no poder dar suficiente satisfacción
p o r sus faltas. [155]
110. C óm o el arte en criatura es un ingenio sutil que se encuentra en
la substancia del Alma. [156]
111. D e la diferencia entre la u nción de paz y la guerra que hace bro
tar el reproche o los rem ordim ientos de conciencia. [157]
112. D e la bondad eterna que es am or eterno. [158]
113. Pensar en la pasión de Jesucristo nos lleva a la victoria sobre no
sotros mismos. [158]
114. Si criatura hum ana puede seguir con vida y estar a un tiem po sin
ella misma. [159]
115. Aquí se habla de la substancia perm anente y de cóm o A m or en
gendra en el Alm a la Trinidad. [160]
116. C ó m o el Alm a se regocija de las dificultades de su prójim o.
[160]
117. C óm o m uestra esta Alma que es ejem plo de salvación para toda
criatura. [161]
118. D e los siete estados del Alma devota que tam bién se llaman m o
dos de ser. [163]
119. C ó m o el Alma que hizo escribir este libro se excusa por haberlo
hecho tan largo en palabras que parece pequeño y breve a las Almas que
m oran en la nada y que de am or han caído en ese estado. [168]
120. C ó m o alaba Verdad a estas Almas. [169]
121. C ó m o Santa Iglesia las alaba. [170]
122. A quí com ienza el Alma su canción. [172]
46
127. La q u in ta consideración versa sobre có m o la naturaleza divina fue
u n id a a la naturaleza hum an a en la p erso n a del H ijo. [183]
128. La sexta consideración versa sobre có m o la h u m an id ad del H ijo
de D ios fue ato rm e n ta d a p o r nosotros. [183]
129. La séptim a consideración versa sobre los Serafines y cóm o se ha
llan unidos a la v o lu n tad divina. [184]
130. A quí habla el A lm a de otras tres herm osaas consideraciones y m e
ditaciones, y de có m o ella n o c o n o c e el poder, la sapiencia y la bon d ad
divinos sino en la m edida que c o n o ce su propia debilidad, ignorancia y
m aldad. [185]
131. [Aquí dice el A lm a que n o q uiere más que la vo lu n tad de Dios.]
[186]
132. C ó m o Justicia, M isericordia y A m o r v ien en al A lm a cuando ella
ha salido de su infancia. [189]
133. A q u í dice el A lm a que todas las consideraciones anteriores son
para los extraviados, y vuelve a explicar quiénes son éstos y có m o estas
consideraciones p e rte n e c en a la vida del espíritu. [191]
134. C ó m o el A lm a se halla en estado de perfección cuando Santa
Iglesia no p u ed e to m a r ejem plo de su vida. [192]
135. C ó m o se engañan los q u e tie n e n suficiente co n gobernarse se
gún el apego de la vida del espíritu. [193]
136. C ó m o para el A lm a anonadada está proh ib id a to d a obra. [193]
137. C ó m o esta A lm a es profesa en su religión y có m o ha guardado,
bien su regla. [194]
138. C ó m o el A lm a re to rn a a su ser prim ig en io . [195]
139. C ó m o N aturaleza es sutil en m uchas cosas. [195]
[140. A probación. (197)]
Explicit
Deo gratias
47
V o so tro s q u e le e ré is e n e ste lib ro 2
S i lo q u e ré is e n t e n d e r b ie n
P e n s a d e n lo q u e d iré is
P u e s es d u r o d e c o m p r e n d e r .
O s h a rá falta H u m i l d a d
Q u e d e C ie n c ia es te s o re ra
Y d e las o tra s V ir tu d e s la m a d re .
T e ó lo g o s y o tro s c lé rig o s
N o te n d r é is e l e n t e n d im ie n to ,
P o r c la ro q u e sea v u e s tr o in g e n io ,
Si n o p r o c e d é is h u m i l d e m e n te
Y si A m o r y F e j u n t o s
N o os h a c e n s u p e r a r a R a z ó n ,
P u e s s o n d a m a s d e la casa.
R a z ó n m is m a n o s a te s tig u a
E n el c a p ítu lo tr e c e d e e ste lib ro ,
Y sin a v e rg o n z a rs e d e ello,
Q u e A m o r y F e le d a n v id a
Y d e ello s n o se lib e r a
P u e s tie n e n s o b r e ella s e ñ o río ,
P o r eso es p re c is o q u e se h u m ille .
H u m illa d , p u e s , v u e s tra s c ie n c ia s
Q u e se fu n d a n e n R a z ó n
Y p o n e d to d a v u e s tra c o n fia n z a
E n a q u e lla s q u e s o n d o n e s
D e A m o r, ilu m in a d a s p o r Fe,
Y así c o m p r e n d e r é is e ste lib ro
Q u e al A lm a h a c e v iv ir d e A m o r 3.
E x p lic it
49
[1] E l p r ó l o g o
51
y p o r su gran nobleza y generosidad era com o un noble Alejandro; pero
estaba tan lejos de m í y yo de él que no lograba consolarm e por mí mis
m a y para que me acordase de él m e dio este libro que representa su am or
en algunas de sus formas. Pero aunque tenga su im agen, eso no quita que
m e halle en tierras extrañas y lejos del palacio donde habitan los m uy n o
bles amigos de este señor, que son todos ellos puros, inmaculados y libres
por los dones de este rey con el que m oran.
El Autor'4: Y p o r ello os diremos, a fin de que los pequeños15 puedan
oírlo alguna vez de vuestra boca, de qué form a, aunque N uestro Señor
no es com pletam ente libre de A m or, A m or lo es de él p o r nosotros, pues
A m o r puede hacer cualquier cosa sin causar daño a nadie.
Y así os dice A m or a vosotros: hay siete m odos de ser de gran noble
za"’ de los que la criatura recibe su ser si se pone en disposición de pasar
por todos ellos hasta llegar al de la perfección; y os direm os cóm o antes
de que el libro finalice.
[2] D e la t a r e a d e A m o r y d e p o r q u é m a n d ó
h a c e r e s t e l i b r o . C a p í t u l o II
[3] A q u í h a b l a A m o r d e l o s m a n d a m i e n t o s
d e S a n t a I g l e s i a . C a p í t u l o III
Amor. Para ello com enzarem os —dice A m or— con los mandam ientos
de Santa Iglesia, para que todos puedan ser apacentados por este libro con
la ayuda de Dios que nos m anda que le am em os con todo nuestro cora
zón, con toda nuestra alma y con toda nuestra virtud; y a nosotros mis
mos com o debem os; y a nuestro prójim o com o a nosotros m ism os18.
E n p rim er lugar, que le am em os con todo nuestro corazón. Es decir,
52
qn<- n u e stro s p e n s a m ie n to s e s té n p u e s to s s ie m p re e n él d e f o r m a v e rd a -
■•‘ i-i- Y c o n to d a n u e s tra alm a. E s d e c ir, q u e a u n q u e n o s c u e s te la v id a
n> > d ig a m o s m á s q u e la v e r d a d 1'1. Y c o n to d a n u e s tra v ir tu d . E s d e c ir, q u e
llagam os to d a s n u e s tra s o b ra s p u r a m e n t e p o r él. [ Q u e n o s a m e m o s ] a n o -
' a ios m is m o s c o m o d e b e m o s . E s to es, q u e h a c ié n d o lo n o b u s q u e m o s
n u estro p ro v e c h o , s in o la p e rfe c ta v o lu n ta d d e D io s. Y a n u e s tro p r ó jim o
• n m o a n o s o tr o s m is m o s . E s d e c ir, q u e n o h a g a m o s , n i p e n s e m o s , n i d i-
",.iinos d e n u e s tr o p r ó jim o lo q u e n o q u e r r ía m o s q u e se n o s h ic ie ra a ñ o
ñi ros. E sto s m a n d a m ie n to s s o n n e c e s a rio s p a ra la sa lv a c ió n d e to d o s : u n a
' ida in f e r io r a e llo s n o p u e d e m e r e c e r la g racia.
Ved a q u í el e je m p lo d e l jo v e n q u e d ijo a J e s u c ris to q u e él lo s h a b ía
g u a rd a d o d e s d e su in la n c ia y J e s u c r is to le d ijo : «Te falta h a c e r u n a cosa si
■Inieres se r p e r f e c to . E s to es: v e y v e n d e to d a s las cosas q u e tie n e s, d áse
la; a los p o b re s , y d e s p u é s s íg u e m e y te n d rá s u n te s o ro e n el cielo » 20. E s-
i" es el c o n s e jo p a ra a lc a n z a r la p e r f e c c ió n d e to d as las V irtu d e s , q u ie n lo
H ie n d a p e r m a n e c e r á e n la c a r id a d v e rd a d e ra .
[4] D e l a n o b l e v i r t u d d e C a r i d a d y d e c ó m o
e l l a n o o b e d e c e s i n o a A m o r . C a p í t u l o IV
53
Y ñjaos que aquel que tuviese caridad perfecta vería m o rir en él á
apego22 a la vida del espíritu p o r obra de caridad.
[5] D e la v i d a q u e s e l l a m a p a z d e c a r i d a d
e n la v i d a a n o n a d a d a . C a p í t u l o V
[Amor.] Mas existe otra vida que llamamos paz de caridad en la vida
anonadada. D e ella querem os hablar —dice A m or—buscando poder en
contrar:
Amor: ¡Ah! —dice A m or—. ¿Y quién dará a esta Alma lo que le falta,
pues es cosa que nunca fue ni será dada?
Amor. Esta Alma —dice A m or—tiene seis alas com o los Serafines25. N o
quiere nada que le llegue p o r m ediación26; es lo propio del ser de los Se
rafines, para los cuales no existe m ediación entre su am or y el am or di
vino. Ellos tienen siempre < am o r> nuevo27, inm ediato, y tam bién el Al
ma, pues no busca la divina ciencia entre los maestros de este siglo, sino
despreciando verdaderam ente al m undo y a sí misma. ¡O h, Dios, qué
gran diferencia entre u n don p o r m ediación del amigo a la amiga y un
don sin m ediación del amigo a la amiga!
Amor: Este libro ha bien dicho la verdad sobre esta Alma de la que di
ce que tiene seis alas com o los Serafines. C o n dos de ellas cubre el rostro
de Jesucristo, nuestro señor. Esto significa que cuanto más conocim iento
tiene el Alma de la bondad divina, más conoce que no conoce nada al la
do de una sola chispa de su bondad, pues él no es com prendido más que
p o r sí mismo.
54
C o n o tras d o s alas c u b re los p ies. E s to sig n ifica q u e c u a n to m ás c o n o
c im ie n to tie n e d e lo q u e Je s u c ris to s u frió p o r n o s o tro s , ta n to m ás c o n o c e
q u e n o c o n o c e n a d a al la d o d e lo q u e él s u frió , p u e s él n o es c o n o c id o
m ás q u e p o r sí m ism o .
C o n o tras d o s alas v u e la el A lm a y se m a n tie n e e rg u id a y sentada. E sto
significa q u e c u a n to c o n o c e , a m a y g o z a d e la d iv in a b o n d a d so n esas alas
c o n las q u e v u e la ; y se m a n tie n e e rg u id a p o r q u e está sie m p re m ira n d o a
D io s; y se n ta d a p o r q u e p e r m a n e c e s ie m p re e n la v o lu n ta d d iv in a 28.
¡Ah! ¿Y d e q u é o c ó m o p o d r ía tal A lm a te n e r m ie d o ? E n v e rd a d , ella
n o p o d r ía n i d e b e r ía te m e r n i d u d a r n a d a , p u e s s u p o n ie n d o q u e e stu v ie
ra e n el m u n d o , y q u e fu e ra p o s ib le q u e el m u n d o , la c a rn e , el d iab lo y
los c u a tro e le m e n to s 29, los p á ja ro s d e l a ire y las b estias q u e m u d a n la p ie l30
la a to r m e n ta s e n , d e s p e d a z a s e n y d e v o ra s e n , a u n así ella n o p o d r ía p e rd e r
n a d a si le q u e d a D io s . P u e s él es t o d o e n to d a s p a rte s 31, t o d o p o d e r, to d a
sa b id u ría y to d a b o n d a d .
[El A lm a:] É l es n u e s tr o p a d re , n u e s tr o h e r m a n o y n u e s tro leal am ig o .
É l es sin c o m ie n z o . In c o m p r e n s ib le sin o p o r sí m ism o . É l es sin fin . T res
p e rso n a s e n u n so lo D io s ; y tal es —d ic e esta A lm a — el a m ig o d e nu estras
alm as32.
[6] C ó m o e l A l m a e n a m o r a d a d e D i o s ,
v i v i e n d o e n p a z d e c a r i d a d , se d e s p i d e
d e las V i r t u d e s . C a p í t u l o VI
[Amor:] E sta A lm a q u e p o s e e ta l a m o r —d ic e el p r o p io A m o r — p u e d e
d e c irle s a las V ir tu d e s q u e y a h a e s ta d o la rg o tie m p o y m u c h o s días a su
s e rv ic io 33.
E l A lm a : O s lo c o n fie s o , d a m a A m o r —d ic e esta A lm a —, h u b o u n
tie m p o e n q u e lo e stu v e , p e r o a h o r a es o tr o m o m e n to ; v u e s tra c o rte sía
m e h a a p a rta d o d e su s e rv id u m b re . P o r e llo a h o ra les p u e d o d e c ir y c a n
ta r a b ie r ta m e n te :
55
Era vuestra, lo sabéis, a vosotras por com pleto abandonada,
E ra entonces vuestra sierva, ahora m e he liberado.
T enía puesto en vosotras todo mi corazón, lo sé bien,
Pues viví por entonces en un gran desfallecer.
Sufrí grandes torm entos mientras duró mi pena,
Es maravilla que haya escapado con vida,
Pero, como es así, poco importa ya: m e he separado de vosotras,
D o y por ello las gracias al Dios de las alturas; el día me es favorable,
M e he alejado de vuestros peligros, en los que m e hallaba con gran
contrariedad.
N unca fui libre hasta que me desavecé de vosotras;
Partí lejos de vuestros peligros y permanecí en paz34.
[7] C ó m o esta A l m a es n o b l e
y cóm o n o se c u i d a d e n a d a . C a p í t u l o V II
56
ella sin e lla, p o r eso n o h a y p e n a q u e p u e d a p e r m a n e c e r e n su in te r io r .
Esta A lm a —d ic e A m o r — y a n o sa b e h a b la r d e D io s , p u e s está a n o n a
dada r e s p e c to a to d o s sus d e se o s e x te rio re s , a sus s e n tim ie n to s in te rn o s y
a to d o a p e g o d e l e s p íritu , e n la m e d id a q u e h a c e lo q u e h a c e p o r la p rá c -
nca d e b u e n a s c o s tu m b re s , o p o r m a n d a m ie n to d e S a n ta Iglesia, sin n in
g ú n d e se o , p u e s e n ella, la v o lu n ta d q u e p ro d u c ía el d e se o , está m u e rta .
[8] C ó m o R a z ó n se a so m b ra d e q u e
e s t a A l m a h a y a a b a n d o n a d o las V i r t u d e s
y c ó m o lo a la b a A m o r . C a p í t u l o V III
57
dejen todas esas cosas y aun le dicen a esa Alma, que les ha dado todo es
to y no ha retenido nada con que confortar a Naturaleza, que «a duras
penas se salva el justo»36. Y por ello esa Alma consternada, que aún está
al servicio de las Virtudes, dice que querría verse dom inada por Tem or y
ser atorm entada en el infierno hasta el ju icio si después había de salvarse.
Y esto es verdad —dice A m o r-; en una sujeción así vive el Alma sobre
la que las V irtudes tienen poder. Pero las Almas de las que hablamos han
puesto en su sitio a las V irtudes, pues estas Almas no hacen nada por ellas.
Sino que son las V irtudes las que hacen todo lo que las Almas quieren,
sin dom inio ni contradicción, pues las Almas son sus dueñas37.
[9] C ó m o t a l e s A l m a s n o t i e n e n
e n a b s o l u t o v o l u n t a d . C a p í t u l o IX
58
A m or. A e sto os re s p o n d o , R a z ó n —d ic e A m o r —, c o m o y a d ije an tes y
«>s lo re p ito u n a v e z m ás, q u e n i to d o s lo s m a e stro s d e las cie n c ia s de n a
tu raleza, n i to d o s lo s m a e s tro s d e la e s c ritu ra 42, n i to d o s c u a n to s p e r m a
n e c e n e n el a m o r y o b e d ie n c ia a las V ir tu d e s lo e n tie n d e n n i lo e n te n
d e rá n c o m o h a y q u e e n te n d e r lo . E s ta d s e g u ra d e ello , R a z ó n —d ic e
A m o r—, p u e s n a d ie e n tie n d e estas c o sas e x c e p to a q u e l a q u ie n A m o r P u
to llam a. Y si p o r v e n tu r a se e n c o n tr a s e n A lm as así, ellas si q u isie ra n d i-
tían la v e rd a d , p e r o n o creáis q u e las e n te n d e r ía n a d ie m á s q u e a q u e l q u e
busca A m o r P u r o 43 y C a rid a d .
E ste d o n —d ic e A m o r — se o to r g a a v eces e n u n in s ta n te ; q u ie n lo re -
<iba q u e lo g u a rd e , y a q u e es e l d o n m á s p e r f e c to q u e D io s c o n c e d e a la
<ria tu ra . E sta A lm a es d is c íp u la d e la D e id a d , to m a a s ie n to e n el valle d e
l.i H u m ild a d y e n la lla n u ra d e la V e rd a d y re p o s a e n la m o n ta ñ a d el
A m o r44.
[10] C ó m o A m o r da a esta A lm a ,
a p etició n de R a z ó n , d o ce n om b res
para los a ctiv o s. C a p ítu lo X
[R azórr] ¡ O h , A m o r! —d ic e R a z ó n —, n o m b r a d a esta A lm a p o r su v e r
d a d e ro n o m b r e , d a d a lg ú n c o n o c im ie n to a los activ o s.
A m o r. P u e d e se r n o m b r a d a —d ic e A m o r — p o r d o c e n o m b re s , a saber:
La m u y m a ra v illo sa .
La n o c o n o c id a .
L a m ás in o c e n te d e las h ijas d e J e r u s a lé n 45.
A q u e lla s o b re la q u e se f u n d a m e n ta to d a la S a n ta Iglesia.
La ilu m in a d a d e c o n o c im ie n to .
La o r n a d a d e a m o r.
L a v iv a e n alab an zas.
La e n to d o a n o n a d a d a p o r h u m ild a d .
La p a c ífic a e n e s ta d o d iv in o p o r d iv in a v o lu n ta d .
A q u e lla q u e n a d a q u ie r e s in o la d iv in a v o lu n ta d .
La to ta lm e n te p le n a y satisfech a d e b o n d a d d iv in a p o r o b r a d e la T r i
nid ad .
S u ú ltim o n o m b r e es: O lv id o .
E sto s d o c e n o m b r e s le d a A m o r.
59
Pura Cortesía: Y ciertam ente es ju sto q u e así sea llam ada —dice Pura
Cortesía—, pues ésos son sus verdaderos nom bres.
Razón: ¡Ah, A m or! —dice R a z ó n —, habéis llam ado a esta A lm a por
m uchos nom bres, p o r ello los activos h an o b ten id o ya algún conoci
m iento au nque sólo fuera p o r h aber o íd o los m u y nobles nom bres p o r los
que la habéis n o m b rad o .
[11] C ó m o , a p e t i c i ó n de R a z ó n , A m o r
da c o n o c i m i e n t o a cé rca d e esta A l m a
a los c o n te m p la t iv o s , aclarando nueve p u n tos
q ue ya h an sido m e n c i o n a d o s antes.
C a p ítu lo X I
60
R azón: ¡A h, p o r D io s! —d ic e R a z ó n —, ¿eso q u é sig n ifica?
Am or. S ig n ific a —d ic e A m o r — q u e e sta A lm a a n o n a d a d a tie n e u n c o
r n i l im ie n to i n t e r i o r ta n g r a n d e e n v i r t u d d e la fe y se e n c u e n tr a ta n o c u -
61
el conocim iento com pleto de todas las criaturas que han sido, son y se
rán, ello no le parecería nada al lado de aquello que ella ama y que jamás
fue ni será conocido. Pues esta Alma ama más aquello que está en D ios y
que nunca fue ni será dado que no lo que ella tiene o tendría si hubiera
de tener todo el conocim iento de todas las criaturas presentes y futuras.
[El Alma:) Y esto no es nada -d ic e esta Alma— al lado de lo que él
realm ente es, pero de ello nada puede decirse.
Amor. El séptim o p u n to es que no se le puede quitar nada.
Razón: ¡Ah, por Dios, Amor! -d ic e R a z ó n -, decid qué significa es®.
Amor: ¿Q ué significa? -d ic e A m o r-. ¿Y qué iban a quitarle? Cierta
m ente no le podrían quitar nada. Pues quien quitase a esta Alma honor,
riqueza y amigos, corazón, cuerpo y vida, todavía no le habría quitado
nada si le queda Dios. Por lo que se hace evidente que por mucha fuer
za que se tenga no se le puede quitar nada.
Amor: El octavo punto es que no se le puede dar nada.
Razón: ¡Amor, p o r Dios! —dice R azón—, ¿qué significa que no se le
puede dar nada?
Amor: ¿Q ué significa? —dice A m o r-. ¿Y qué iban a darle? Si le dieran
cuanto ha sido y será dado, eso no sería nada al lado de lo que ella ama y
amara.
Y dice el Alma: Más bien, D am a Amor, al lado de lo que Dios ama y
amará en mí.
Amor: Fuera de vuestra reverencia —dice A m o r- yo no soy esto.
[Amor al auditorio:] Os diremos -d ic e A m or dirigiéndose a los oyen
tes—que Dios ama más el «más» de esta Alma en él que el «menos» de ella
misma49.
Pero replica el Alma: N o hay «menos»; no hay nada más que el todo, y
eso puedo m uy bien decirlo y decir verdad.
[Amor:] Yo aun digo más -d ic e A m or—, si esta Alma tuviera todo el
conocim iento, el am or y el loor de la divina Trinidad, todo el que jamás
fue ni será dado, esto no sería nada al lado de aquello que ella ama y ama
rá: pero este am or no lo alcanzará nunca por la vía del conocim iento50.
El Alma habla a Amor: ¡Ah! Sin duda no, dulce A m or -d ic e el Alma—,
ni siquiera la más m ínim a parte de m i amor. Pues no hay otro Dios que
aquel de quien nada en absoluto puede conocerse; sólo ése es mi Dios
del que nada sabe decirse y al que ni siquiera todos los seres del paraíso
pueden alcanzar en lo más m ínim o aunque tengan algún conocim iento
62
tlr* él. Y e n e se «m ás» se e n c ie r r a —d ic e el A lm a — la s o b e ra n a m o rtific a -
t Ion d e l a m o r d e m i e s p íritu , y e s to es y s e rá p o r s ie m p re to d a la g lo ria
ilel a m o r d e m i a lm a y la d e to d o s a q u e llo s q u e se e n te n d ie r o n 51.
C)ír a c e rc a d e e sta c u e s tió n m e n o r —d ic e el A lm a — es p o c a co sa al la
tín ile la m a y o r, d e la q u e n a d ie h a b la . Y a u n q u e y o q u ie r o h a b la r d e ella,
liu sé q u é d e c ir. S in e m b a r g o , d a m a A m o r , m i a m o r es d e tal m a n e ra q u e
pi H ie ro o í r m a l - d e c i r 52 a lg o d e v o s q u e q u e n o se d ig a n a d a . Y eso c ie r-
liin ien te es lo q u e h a g o . M a ld ig o , p u e s , t o d o lo q u e d ig o n o es sin o m e -
1,1 m a le d ic e n c ia a c e rc a d e v u e s tr a b o n d a d . P e r o lo q u e y o m a ld ig o m e lo
ilebéis p e r d o n a r .
P ues, S e ñ o r —d ic e el A lm a —, b ie n m a ld ic e d e v o s el q u e sie m p re h abla
ile vos, y a c a b a así p o r n o d e c ir ja m á s n a d a d e v u e s tra b o n d a d . L o m is m o
m e pasa a m í. N u n c a c e so d e h a b la r d e v o s, a trav és d e m is p re g u n ta s o e n
mis p e n s a m ie n to s , o d e e s c u c h a r si m e d ic e n a lg o a c e rc a d e v u e s tra b o n -
<Luí; p e ro c u a n to m á s o ig o h a b la r d e v o s, m á s m e d e s c o n c ie rto . P u e s sería
gran v illa n ía q u e c re y e ra e sta r c o m p r e n d i e n d o c u a n d o m e d ic e n algo; se
en g a ñ a n lo s q u e lo c r e e n , p u e s y o sé c o n c e rte z a q u e n a d a p u e d e d ec irse
V, si p la c e a D io s , y o n o m e e n g a ñ a r é n u n c a n i q u ie ro o ír m e n tir ja m á s
ai crea d e v u e s tr a d iv in a b o n d a d ; q u ie r o , e n c a m b io , c u m p lir c o n la e m
presa d e e ste lib ro d e la q u e [d am a] A m o r es m a e stra y m e h a d ic h o q u e
i m n p la c u a n to h e e m p r e n d id o . P u e s m ie n tr a s p r e g u n te p o r m í m is m a a
| Jam a] A m o r a c e rc a d e ella, m e h a lla ré a ú n c o n m ig o e n la v id a d e l esp i
n a i53, e n la s o m b r a d e l sol, d o n d e n o p u e d e n v e rse las im a g in a c io n e s s u -
i ilt;s d e lo s a tra c tiv o s d e l d iv in o a m o r y d e la d iv in a g e n e ra c ió n .
[El A lm a habla a R a zó n :] P e ro ¿ q u é e s to y d ic ie n d o ? —d ic e ésta A lm a —.
A un c u a n d o p o s e y e r a c u a n to se h a d ic h o , s e g u iría sin s e r n a d a al la d o d e
a q u e llo q u e y o a m o e n él, a q u e llo q u e é l n o d a rá a n a d ie m ás q u e a sí
m ism o, a q u e llo q u e d e b e r e t e n e r d e a c u e r d o c o n la ju s tic ia d iv in a . Y p o r
lau to , a f ir m o , y es v e rd a d , q u e n o se m e p u e d e d a r n a d a d e c u a n to e x is
te. Y esta q u e ja q u e m e o ís e x p re s a r, d a m a R a z ó n —d ic e el A lm a —, es m i
lo d o y lo m e j o r d e m í 54 si se e n t i e n d e c o r r e c ta m e n te . ¡A h , q u é d u lc e es
e n te n d e r esto ! P o r D io s , e n t e n d e d l o p le n a m e n te , p u e s n o o tr a c o sa es el
paraíso s in o ese m is m o e n t e n d e r 55.
A m o r : E l n o v e n o p u n t o , d a m a R a z ó n —d ic e A m o r —, es q u e esta a lm a
no tie n e e n a b s o lu to v o lu n ta d .
[R azón:] ¡A h , p o r D io s ! —d ic e R a z ó n —, ¿ q u é d ecís? ¿E stáis d ic ie n d o
q u e esta A lm a n o tie n e e n a b s o lu to v o lu n ta d ?
63
Amor: Sin duda, no la tiene; pues cuanto esta Alma quiere y consien
te es aquello que D ios quiere que ella quiera y ella lo quiere p o r cumplir
la voluntad de D ios y no p o r su propia voluntad; y no puede querer es
to p o r sí misma, sino que es el querer de Dios que lo quiere en ella; por
ello es evidente que esta Alma n o tiene en absoluto voluntad sin la vo
luntad de Dios que le hace querer todo cuanto ha de querer.
[12] E l v e r d a d e r o s e n t i d o de l o q u e d i c e
e s t e l i b r o e n t a n t o s m o m e n t o s : q u e el A l m a
a n o n a d a d a n o t ie n e en a b s o lu t o v o l u n t a d .
C a p ítu lo X II
[Amor.] Ahora, los que escucháis este libro, oíd y entended bien el
verdadero Jentido de lo que dice en tantas ocasiones, es decir, que el Al
ma anonadada no tiene en absoluto voluntad, ni puede absolutam ente te
nerla, ni puede querer tenerla y que en ello se cumple a la perfección la
voluntad divina; y tam bién que el Alma no se sacia de A m or divino, ni
A m or divino de ella hasta que el Alma se halla en Dios y Dios en ella, de
sí y p o r sí, en ese estado de fundam ento divino, entonces halla el Alma
plena satisfacción.
Entendimiento de Razón: C ierto, pero me parece —dice Entendim iento
de R azón—que el noveno p u n to dice todo lo contrario, pues afirma que
el Alma anonadada no quiere nada al lado de lo que querría querer, pe
ro ese querer no lo puede tener, pues Dios quiere que ella quiera que su
querer sea nada al lado de aquello que la saciaría y que no le será jamás
dado.
Razón: E ntiendo aquí -d ic e R azó n —que el Alma quiere querer y que
Dios quiere que ella quiera un querer que no puede tener; y de ello ob
tiene desfallecimiento y no saciedad.
Entendimiento de Razón: M e parece, dama Am or —dice E ntendim ien
to de R azó n —, que este noveno p unto m e deja entender todo esto des-
diciéndom e lo que el libro m antiene com o verdadero: que el Alma libe
rada no tiene en absoluto voluntad ni puede en absoluto tenerla, ni en
absoluto puede quererla, ni la U nidad divina quiere en absoluto que la
tenga y así obtiene en todo p o r divino amor, según dice este libro, su ple
na satisfacción.
64
I!l A lm a : ¡A h , E n t e n d im ie n t o d e R a z ó n ! —d ic e e l A l m a a n o n ad ad a—,
¡i ii.in a le g r e m e n te ju z g á is ! T o m á is la p a ja y dejáis el g r a n o 56, p u es vu estro
i*n ion d im ie n to es d e m a s ia d o b a jo p a ra q u e p o d á is c o m p r e n d e r e le v a d a -
lilen te c o m o c o n v ie n e al q u e q u ie r e e n te n d e r e l e sta d o d e l q u e estam os
li.iblando. P e ro E n t e n d im ie n t o d e A m o r d iv in o , q u e h a b ita y está e n el
A lm a a n o n a d a d a q u e se h a lib e r a d o , l o c o m p r e n d e b ie n y sin o b stá cu lo s,
pues ella es esto m is m o .
A lte z a de E n te n d im ie n to de A m o r : A h o r a , E n t e n d im ie n t o d e R a z ó n ,
11 ice A lte z a d e E n te n d im ie n t o d e A m o r —, c o m p r e n d e d la ru d e z a d e
vuestro d e s e n te n d im ie n to . S i esta A l m a a n o n a d a d a q u ie r e la v o lu n ta d d e
1 >ios, y q u ie n m ás la q u ie r e m ás la q u e r r á q u erer, n o la p u e d e te n e r p o r
su p e q u e n e z d e c r ia tu ra , p u e s D io s r e tie n e la g r a n d e z a d e su d iv in a j u s
ticia. P e ro D io s q u ie r e q u e ella q u ie r a e sto y q u e e lla te n g a ese qu erer, y
esc q u e r e r es q u e r e r d iv in o , el c u a l d a e l ser a la c r ia tu ra lib re ; y ese q u e -
icr d iv in o , q u e D i o s le da a q u e re r, atrae a ella las v e n a s d e l c o n o c im ie n
to d iv in o , la m é d u la d e l a m o r d iv in o y la u n ió n d e l d iv in o lo o r . E n c a m
ino, la v o lu n ta d d e l A lm a la atasca.
\A m o r :] A d e m á s —d ic e A m o r —, ¿ c ó m o p u e d e el A lm a te n e r v o lu n ta d
si el C la r o C o n o c i m i e n t o c o n o c e q u e él es u n ser e n tre lo s seres, e l m ás
n o b le d e t o d o s , al q u e n in g u n a c ria tu ra p u e d e p o s e e r si n o es a través d e
no q u e r e r nada?
[A m o r al a uditorio :] A h o r a , R a z ó n —d ic e A m o r — y a h a o íd o la resp u es
ta a sus p re g u n ta s , e x c e p t o a a q u e lla e n la q u e R a z ó n d ic e q u e el A lm a
liberad a resta in sa tisfe ch a ; p o r e llo v o y a d e c ir le d e q u é está e l A lm a in
satisfecha. L o está d e q u e r e r e l d iv in o q u e r e r q u e q u ie n m ás lo q u ie r e m e
nos se sacia d e él. P e ro ese m is m o q u e r e r es el so lo q u e r e r d e D io s y la
p,loria d e l A lm a .
[13] C ó m o R a z ó n se c o n t e n t a c o n
las a n t e r io r e s a c l a r a c i o n e s p a r a lo s a c t iv o s
y co n tem p la tiv o s, pero pregunta de nuevo,
a h o r a p a r a la g e n t e c o m ú n . C a p í t u l o X III
[R a zó n :] A h o r a , A m o r —d ic e R a z ó n —, h a b é is c o n d e s c e n d id o a n u e s -
l ros r u e g o s a c la r a n d o las cosas p a ra lo s a c tiv o s y lo s c o n te m p la tiv o s ; p e r o
os r u e g o a ú n q u e se las a claréis a la g e n t e c o m ú n , a lg u n o s d e lo s cu a les
65
podrían por ventura alcanzar ese estado. Pues hay muchas palabras con
d oble sentido que se hacen difíciles de com prender para su entendim ien
to, y si se las explicáis, este libro mostrará a todos la verdadera lu z de ver
dad, la perfección de caridad, y quiénes son los elegidos celosam ente por
D io s, por él llamados y por él amados con soberanía.
Amor: R a zó n —dice A m o r—, ¿dónde se hallan esas palabras de doble
sentido que m e pedís que distinga y explique para provecho de aquellos
p o r quienes nos rogáis tan hum ildem ente y tam bién de todos aquellos
que oigan este libro al que llamaremos «El espejo de las almas simples que
en deseo y querer moran»57?
Razón: A ello os respondo, dama A m o r —dice R a zó n —, que este libro
dice de esta A lm a grandes y admirables cosas; dice, en el séptim o capítu
lo, que a esta A lm a no le im portan ni vergüenza ni honor, ni pobreza ni
riqueza, ni alegrías ni penas, ni am or ni odio, ni infierno ni paraíso. Y
ju n to a esto dice que esta A lm a lo tiene todo y no tiene nada, lo sabe to
do y no sabe nada, lo quiere tod o y no quiere nada, co m o se ha dicho
antes en el capítulo nueve. Y así, no desea —dice R a zó n — ni desprecio ni
pobreza, ni m artirio ni tribulaciones, ni misas ni serm ones, ni ayunos ni
oraciones, y da a naturaleza tod o lo que le pide sin rem ordim ientos de
conciencia.
Y ciertam ente, A m o r —dice R a zó n —, esto no lo puede entender na
die a no ser que lo aprenda de vos a través de vuestras enseñanzas, pero
n o a través de m i entendim iento. Pues desde m i entendim iento, m i sen
tido y m i consejo, lo m ejor que yo sabría aconsejar es que se deseen el
desprecio, la pobreza y todo tipo de tribulaciones, misas y serm ones, ayu
nos y oraciones, que se tem an todas las formas de am or sean cuales sean
p o r los peligros que pueden entrañar, que se desee soberanam ente el pa
raíso y se tenga m iedo al infierno, que se rehúsen cualquier tipo de h o
nor, las cosas tem porales y todos los placeres, negándole a naturaleza lo
que pide, a excep ción de aquello sin lo cual no podría vivir, siguiendo el
ejem plo del sufrim iento y pasión de nuestro señor Jesucristo. Esto es —di
ce R a zó n — lo más que yo sé decir y aconsejar a todos los que viven en
m i obediencia. P or ello digo a todos que nadie entenderá este libro a tra
vés de m í, sino a través de la virtud de Fe y la fuerza de A m o r que son
mis dueñas, pues yo las obed ezco en todo. Y aún quiero decir más —dice
R a zó n —, al que posee esas dos cuerdas en su arco, es decir, la luz de la Fe
y la fuerza de A m or, le es lícito hacer lo que le plazca co m o atestigua el
66
|nop io A m o r q u e le d ice al A lm a : A m ig a , am ad y h a c e d lo q u e queráis58.
Amor: R a z ó n —d ice A m o r —, sois m u y sabia y estáis m u y segura de lo
ijiic os c o rre s p o n d e cu a n d o p ed ís respuesta a las palabras dichas. Y c o m o
me h abéis ro g a d o q u e os d ig a q u é sig n ifica n , os resp o n d e ré en tod o . O s
.iseguro, R a z ó n —d ic e A m o r —, q u e a tales A lm a s llam adas p o r A m o r P u
l o les so n tan caros la v e rg ü e n z a c o m o e l h o n o r, y el h o n o r c o m o la v e r
güenza, la p o b r e z a c o m o la r iq u e z a y la riq u e za c o m o la p o b reza , el to r
m ento d e D io s y sus criaturas c o m o e l co n su e lo d e D io s y sus criaturas,
ser am adas c o m o ser odiadas y odiad as c o m o am adas, estar e n el in fie rn o
ro m o en el paraíso y en el paraíso c o m o en el in fie rn o , hallarse e n u n es
tado in fe r io r c o m o e n u n o s u p e rio r y e n u n o su p e rio r c o m o en u n o in
ferior, p o r ellas m ism as o sus p erso n a s59. V erd ad sabe esto m u y b ie n y sa
l e ta m b ién q u e ellas n o q u ie r e n n i d e ja n de q u e re r n in g u n a d e todas estas
prosperidades n i adversidad es, p u es esas A lm a s n o tie n e n o tra v o lu n ta d
i]iie lo q u e D io s q u iere e n ellas y el d iv in o q u e re r n o o c u p a a estas cria
turas en cu m b ra d a s en la m o n ta ñ a 60 e n esos en g o rro so s asuntos q u e aca
llam os d e m e n c io n a r.
Am or: H e d ic h o antes —d ic e A m o r — q u e tales A lm a s a p re cian p o r ig u a l
todas las ad versid ad es d e l c o ra z ó n , a fe c te n al c u e r p o o al alm a, c o m o la
prosperidad, y la p ro sp e rid a d c o m o la adversidad . Y e llo es cie rto —d ic e
A m o r— si éstas les lle g a n sin q u e su v o lu n ta d sea la causa. Estas A lm a s
tam p o co saben lo q u e es m e jo r para ellas, n i d e q u é m a n era D io s q u iere
procurarles su sa lv a ció n o la d e sus p ró jim o s , n i c o n q u é m o tiv o o e n q u é
circu n stan cia D io s q u ie re o to r g a r ju s tic ia o m ise rico rd ia , n i p o r q u é m o -
t ivo q u ie re dar al A lm a los e n c u m b ra d o s d o n es d e la b o n d a d d e su d iv i
na n o b leza. P o r ello , e l A lm a lib era d a n o tie n e la v o lu n ta d d e q u erer o
i lujar d e q u erer, e x c e p to la d e q u e re r só lo la v o lu n ta d d e D io s y su frir en
paz la d is p o sic ió n d iv in a .
R a zó n : D a m a A m o r , d e b o añadir to d a vía u n a cosa a m i p reg u n ta , ya
qu e este lib ro d ic e q u e esta A lm a lo tie n e to d o y, p o r ello , n o tie n e nada.
A m or: Es verd a d —d ic e A m o r —, p u es esta A lm a tie n e a D io s p o r la g ra
cia d iv in a y q u ie n tie n e a D io s lo tie n e to d o ; y p o r e llo se d ic e q u e n o
tiene nada, p o rq u e to d o lo q u e el A lm a tie n e d e D io s e n ella, p o r el d o n
de la gra cia d iv in a , le p a re ce nada y es nad a al lad o d e a q u e llo q u e ella
am a e n él y q u e él n o dará a n a d ie m ás q u e a sí m ism o . Y e n este sen ti
do esta A lm a lo tie n e to d o y, p o r ello , n o tie n e nada, lo sabe to d o y, p o r
ello, n o sabe nada.
67
[14] C ó m o e s t a A l m a t i e n e c o n o c i m i e n t o
d e D i o s a t r a v é s d e la f e . C a p í t u l o X I V
[15] A q u í se h a b l a d e l S a n t o S a c r a m e n t o
d e l a l t a r 62. C a p í t u l o X V
Amor: Esta divinidad y esta humanidad las reciben los verdaderos cris
tianos cuando tom an el Santo Sacramento del altar. Por cuánto tiempo
perm anece en ellos esta humanidad, Fe lo enseña y los clérigos lo saben.
L u z de Fe: Y p o r ello —dice L uz de Fe—, os diremos cóm o podem os
establecer una com paración con este Sacramento para que se entienda
mejor:
Tom ad este Sacramento, ponedlo en un mortero ju n to con otras co
sas y majadlo hasta que no podáis ver ni sentir nada de la Persona que ha
béis m etido dentro.
Fe: En verdad —dice Fe— os digo que ya no está. Pero entonces podéis
preguntaros: ¿ha partido de nuevo?
Verdad: ¡N o, no! -d ic e Verdad-, Estaba, pero ya no está (entended es
to juiciosam ente, pero no de form a humana). Mas entonces podéis pre-
68
gu litaros: ¿se tu e c o m o v in o t Y yo os digo —dice V erdad— q u e la h u m a
nidad de Je su c risto n o va ni v ien e.
Tentación: ¿ Y q u é p u e d e ser e n to n c e s? —d ic e T e n ta c ió n .
Verdad: E s tu v o —d ic e V erd ad — m ien tra s se la p u d o v e r y sentir, y a h o
ra ya n o está, p u e s to q u e n o se la p u e d e v e r n i sentir; así lo ha dispu esto
el d iv in o p o d e r. Y esta m ism a h u m a n id a d q u e está e n e l S a cra m en to d el
altar n o tie n e o tra a p a rien cia , y n i lo s á n g eles, ni lo s santos, n i la V ir g e n
M aría lo v e n d e o tra m an era q u e a q u e lla c o m o lo v e m o s no sotros m is
m os, y si ellos lo v e n c o n la m ism a a p a rie n c ia q u e n o so tro s, es p o r el e n
te n d im ie n to d e l esp íritu . P u e s v e r la h u m a n id a d d e J e su c risto g lo rific a d a
en el S a c ra m e n to d e l altar n o es p r iv ile g io d e la g lo r ia d e los q u e están
en la g lo ria . Y p o r ello , ello s n o lo v e n g lo r ific a d o , sin o a través d el e n
ten d im ien to .
[El A lm a de Fe:] Y n o so tro s lo v e m o s e n v ir tu d d e la fe c o n tr a d ic ie n
do la r a z ó n y n u estro s se n tid o s q u e n o v e n sin o el p a n y n o sien ten , n i
gustan, n i h u e le n o tra cosa. P e ro n u estra fe n o s los d esd ice, p u es cree fir
m e m e n te , sin d u d a a lg u n a , q u e ahí n o h a y n i b la n cu ra, n i o lo r, n i sabor,
sino el c u e r p o p r e c io s o d e J e su c risto q u e es v e rd a d e ro D io s y ve rd a d ero
h o m b re. A h o r a b ie n , n o so tro s lo v e m o s p o r la fe, co sa q u e n o h a c e n los
q u e están e n la g lo r ia , p u es lo g lo r ific a d o n o n e ce sita d e la fe y p o r ello
no lo v e n c o m o n o so tro s lo v e m o s. D e esta m a n era h a d isp u esto la d iv i
na T r in id a d el S a c r a m e n to d e l altar para alim en tar, n u tr ir y so sten er a la
Santa Iglesia. Y tal es —d ic e e l A lm a d e F e ilu m in a d a d e la d iv in a T r in i
dad— el o r d e n a m ie n to d e l S a c r a m e n to d el altar, p o r e l p o d e r d iv in o , se
g ú n el saber d e D io s y se g ú n y o creo.
Cortesía de B o n d a d de A m or: N o os m ara villéis —d ic e C o r te s ía d e B o n
dad d e A m o r — si os d e c im o s estas cosas p o r am o r, p u es b ie n os p u e d o d e
cir, sin q u e se m e r e p r o c h e , q u e n a d ie p u e d e a lca n za r p r o fu n d o s c im ie n
tos n i altos e d ific io s si n o es a través d e la su tilid ad d e u n g ra n se n tid o
natural y la tra n sp a ren cia d e la lu z d e l E n te n d im ie n to d e l E sp íritu ; y sien
d o así, n o se p o d r á saber m u c h o p r e g u n ta n d o p o r la v o lu n ta d d iv in a .
Pues e l E n te n d im ie n to , q u e ilu m in a , m u estra en su n a tu ra le za al A lm a
a q u e llo q u e ésta am a; y el A lm a , r e c ib ie n d o d e la lu z d el E n te n d im ie n to
la p r o x im id a d y la c o n ju n c ió n , y d e la c o n c o r d ia d e u n ió n e n el a m o r so
b rea b u n d a n te el esta d o h a cia el q u e tie n d e para o b te n e r su a sien to y re
p oso, e scu ch a g u sto sa a C o n o c im ie n t o y L u z q u e le tra en n u evas d e su
a m o r; p u es ella p r o v ie n e d e A m o r y p o r e llo q u ie r e regresar a él a fin d e
69
no tener más que una voluntad en amor, es decir, la sola voluntad de
aquel al que ella ama.
70
Amor: S ig n ific a —d ic e A m o r — q u e esta A lm a n o se p e rte n e c e , p o r lo
i|iie no p u e d e se n tir p en a, p u es su p e n sa m ie n to rep o sa e n lu g a r apacible:
n i la T rin id a d , y p o r ello n o p u e d e m o v e rse d e ahí, n i sen tir p en a m ie n -
li.is su a m ig o esté a legre. P ero q u e a lg u ie n ca iga e n p e c a d o o q u e se c o
meta p e c a d o en a lg u n a o c a sió n —re sp o n d e A m o r a R a z ó n — desagrada a
ni vo lu n ta d c o m o d esagrada a D io s : es ju s ta m e n te su d esagrad o lo q u e
desagrada al A lm a .
C o n to d o —d ic e A m o r —, la T r in id a d n o se ap ena p o r este desagrado,
ni lo h a ce el A lm a q u e e n ella rep o sa. C ie r ta m e n te , si el A lm a , q u e se h a
lla en tan alto lu g a r, p u d ie ra ayu d ar a su p ró jim o , le ayu d aría c o n todas
m i s fuerzas e n lo q u e necesitase. M as los p e n sa m ie n to s d e tales A lm a s son
[17] A q u í A m o r r e s p o n d e a R a z ó n de lo
q u e ha d ic h o acerca de estas A lm a s q u e dan
a N a t u r a l e z a lo q u e les p i d e . C a p í t u l o X V II
[A m o r] E sta A lm a da a N a tu ra le za c u a n to le p id e; y es verd ad —d ic e
A m o r— q u e esta A lm a n o se cu id a n i a m a tan to las cosas tem p o ra les c o
m o para p o d e r g a n a r a lg o c o n rehusárselas a N a tu ra le za ; al co n tra rio ,
siente reparos d e q u ita rle lo q u e es su yo. P ero estas criatu ras so n tan e x
celen tes q u e n o se osa h ablar a b ie rta m e n te d e ellas, e sp e cia lm e n te de sus
prácticas p o r las q u e las A lm a s alcan za n el estado d el b u e n en te n d e r; p o
cos son los q u e lo saborean .
Am or: H e d ic h o antes —d ic e A m o r — q u e n o se osa hablar a b ie rta m e n
te. Y , c ie rta m e n te , n o h a y q u e h a c e rlo p o r q u e lo s e n te n d im ie n to s sim ples
de las otras criatu ras p o d r ía n m alin te rp re ta rlo e n p e r ju ic io suyo.
Las A lm a s, q u e so n c o m o aquellas d e las q u e h abla este lib ro to c a n d o
el tem a d e algu nas d e sus p rácticas, e n v ir tu d d e la ju s tic ia d e su estado,
q u e es estado d iv in o y p u ro , so n d e tal c o n d ic ió n q u e si n o tu v ie ra n n a
da y se hallaran ciertas d e q u e h a b ía n d e v iv ir hasta el J u icio , n o p o d ría n
de c o ra z ó n p re o c u p a rse u n so lo in stan te n i p o r to d o el o ro d e l m u n d o d e
a q u e llo q u e les faltase, sin o ú n ic a m e n te e n la m e d id a en q u e N a tu ra le za
n ecesita de lo q u e le falta y para darle a q u e llo q u e le p e r te n e c e . Y si tu -
71
vieran algo esas Almas que son así - y que pocos saben dónde están, pe
ro que han de existir en virtud de la recta bondad de A m o r para sostener
la fe de la Santa Iglesia—, pues si tuvieran algo y supieran que otros lo ne
cesitaban más que ellas, jamás se lo quedarían aunque estuvieran seguras
de que nunca más había de dar la tierra pan, trigo, ni ningún otro ali
mento.
Y esto es verdad —dice A m o r - y nadie lo duda. Tal es su naturaleza
por pura justicia, y tal justicia es justicia divina que a esta A lm a ha dad®
su medida64.
La Justicia Divina: Es justo —dice la Justicia Divina—, conviene que to
da justicia se cumpla en ella. Y si retuviese lo que su prójim o necesita,
retendría lo que ya no es suyo según la perfección de paz de caridad en
la que vive, pues es éste su justo alimento. Además, ¿por qué iban estas
Almas a poner reparos en tomar lo que les falta cuando sienten la nece
sidad? Sería para tales Almas una falta de inocencia y un obstáculo para la
paz en la que esta Alm a reposa de toda cosa. ¿Q uién es aquel que debe
poner reparos en tom ar lo que necesita de los cuatro elementos: la clari
dad del cielo, el calor del fuego, el rocío del agua y la tierra que nos man
tienen? N os servimos de los cuatro elementos en todas las formas que
necesite Naturaleza sin que R a zó n lo reproche. Estos elem entos, gracio
samente dados, han sido hechos por D ios com o las otras cosas y estas A l
mas usan de todo cuanto, hecho y creado, tiene necesidad Naturaleza en
perfecta paz de corazón, tal com o lo hacen con la tierra sobre la que ca
minan.
[Amor:] T ien en sólidos cimientos -d ic e A m o r - y alto edificio que las
pone a buen recaudo.
[18] C ó m o t a l e s c r i a t u r a s ya n o s a b e n
h ab lar de D i o s . C a p í t u l o X V III
[El Alma:] Tales criaturas ya no saben hablar de D ios, pues igual que
no saben decir dónde está Dios no saben decir quién es Dios. Pues sea
quien sea, quien habla de Dios cuando quiere, a quien quiere y donde
quiere no debe albergar duda alguna -d ic e esta A lm a - de que no ha sen
tido jamás el verdadero nudo 65 de A m or divino que embelesa en todo
m om ento al Alm a sin que se dé cuenta. Pues el nudo verdadero y deli-
72
i iiilo d e l d iv in o A m o r n o tie n e m a te ria d e cria tu ra y, d a d o p o r el C r e a
dor a la c ria tu ra 66, < le a rreb ata p o r c o m p le to ese uso, es d ecir, la p a la -
Im.i ><'7. Y es c o s tu m b re d e tales A lm a s c o m p r e n d e r m u c h o y o lv id a r t o -
iln a causa d e la su tilid a d d e l am an te.
[19] C ó m o F e , E s p e r a n z a y C a r i d a d
p id en a A m o r c o n o c im ie n to acerca
d e tales A lm a s . C a p ítu lo X IX
73
deseo y querer. Pues quien quiera ten er esos dones no debe estar aco m
pañado ni de deseo ni de querer, d e lo contrario no los tendrá jamás.
Amor. ¿Y por qué iba a co n o cer Santa Iglesia —dice A m o r— a estas rei
nas, hijas, hermanas y esposas de rey? Santa Iglesia no podría conocerlas
perfectamente a n o ser que se encontrase en el interior de sus almas. Y
nada que ha sido creado entra en sus almas sino sólo D io s que las creó.
Así que nadie co n o ce a tales Alm as sino D ios que está en ellas.
[20] A m o r r e s p o n d e a R a z ó n acerca d e l o
que ha d i c h o de q u e n a d i e co n o c e a estas
A lm a s sino D i o s . C ap ítu lo XX
74
[21 | A m o r r e s p o n d e a l a r g u m e n t o d e R a z ó n
a c e r c a d e lo q u e e s t e lib r o d ic e d e las A l m a s
q u e se d e s p i d e n d e las V i r t u d e s . C a p í t u l o X X I
75
to con nosotras una más de las Virtudes, aun adm itiendo que estáis por
encim a de nosotras?
Amor. Yo soy D io s —dice A m o r—, pues A m o r es D io s y D io s es
A m o r74, y esta A lm a es D io s por co n d ició n de A m or, y y o soy D io s por
naturaleza divina, y esta A lm a lo es p o r justicia de A m o r75. D e form a que
esta m i preciosa am iga es instruida y conducida por m í sin ella, pues se
ha transformado en m í. Y a tal fin —d ice A m o r— se alim enta de m í76.
[22] C ó m o e s t a A l m a es c o m p a r a d a al á g u i l a
y c ó m o se d e s p id e de N a t u r a le z a . C a p ítu lo X X II
[23] C ó m o e s t a A l m a t i e n e d o s p o t e n c i a s 79
y está eb ria de lo que j a m á s b e b ió . C a p í t u l o X X III
76
!*• i"., una a su d erech a y otra a su izq u ierd a. G racias a am bas potencias, el
Al tu.i se fo rta lece co n tra sus e n e m ig o s, c o m o u n castillo sobre un farallón
ilr m.ir q u e n o p u e d e ser m in a d o . U n a d e esas dos p o te n cia s, que sostiene
•I Alm a fo rta lecid a co n tra sus e n e m ig o s y guarda los d on es de su riq ueza,
n i l c o n o c im ie n to verd adero d e su p ro p ia p o b reza . Y esa p o ten cia d e la
l/quierda, en la q u e siem pre se apoya, es fortaleza. L a de la derecha es el
•'levado c o n o c im ie n to q u e el A lm a re cib e d e la D e id a d p u ra80.
Sobre estas dos p o te n cia s se apoya el A lm a que, p o r lo tanto, n o h a de
guardarse de sus e n e m ig o s n i a diestra n i a siniestra, p u es, hasta tal p u n to
ir llalla em b elesad a —d ic e A m o r — p o r e l c o n o c im ie n to d e su p o b reza q u e
.ni, p o r c o m p le to em belesad a, ap arece a lo s o jo s d el m u n d o y a los suyos
pm pios. Y está tan eb ria d el c o n o c im ie n to d e l a m o r y de la gracia d e la
pina D e id a d , q u e está siem p re e b ria d e c o n o c im ie n to y co lm ad a d e ala-
lunzas d e a m o r d iv in o . Y n o só lo e b ria d e lo q u e h a b e b id o , sino m u y
rln-ia y au n m ás q u e eb ria d e lo q u e n u n c a b e b ió n i ja m á s beberá.
R azó n : ¡A h , p o r D io s , A m o r ! —d ic e R a z ó n —, ¿ Q u é sig n ifica q u e esta
Alm a está eb ria d e lo q u e n u n ca b e b ió n i b e b e rá jam ás? P arece —d ice R a
zón—, p o r lo q u e y o p u e d o e n te n d e r e n estas palabras, q u e para esta A l
ma es cosa m a y o r em b riag arse d e lo q u e su a m ig o b e b e , h a b e b id o y b e -
Iht A d e la d iv in a b e b id a de su p ro p ia b o n d a d q u e em b riag arse d e lo qu e
ella m ism a ha b e b id o y b e b e rá d e esa m ism a tina.
Amor: E so es —d ic e A m o r —: el «más» la em b ria g a n o p o rq u e ella lo h a
ya b eb id o , c o m o se ha d ic h o ; m as sí q u e lo ha b e b id o p u e s to q u e su a m i
go lo ha h e c h o y en tre él y ella, p o r tra n sfo rm a ció n d e am o r, n o existen
diferencias sean cuales sean sus natu ralezas81. A m o r o b ra p o r ju s tic ia e n sí
m ism o esta tra n s fo rm a ció n q u e la e m b ria g a d e l «más» d e su b eb id a y ya
|.unás será o tra82. S u c e d e a v e ce s q u e h a y varias canillas e n u n a sola tina,
pero e l v in o m ás claro, m ás n u ev o , m ás a p ro vech ab le, m ás d eleitab le y más
em b riag ad o r es el d e la can illa su p erio r. Es la b e b id a so b eran a de la q u e
nadie b e b e sin o la T rin id a d . Y d e esta b eb id a , sin h a b erla b eb id o , está
ebria el A lm a a n o n a d a d a, el A lm a lib era d a, el A lm a o lv id a d a , to ta lm e n -
tc eb ria, au n m ás q u e e b ria de a q u e llo q u e n u n c a h a b e b id o n i jam ás b e
berá.
O íd y c o m p re n d e d a h ora para m a y o r clarid ad . E n esta tin a de b e b id a
d ivin a hay, sin d u d a , diversas canillas. L a h u m a n id a d u n id a a la p erso n a
del H ijo de D io s lo sabe y b e b e d e la m ás n o b le d esp u és d e la T rin id a d ;
la V ir g e n M a ría b e b e d e la sig u ie n te y esta n o b le d am a está eb ria d e la
77
más alta. Después de ella beben los ardientes Serafines sobre cuyas alas
vuelan estas Alm as libres.
Santa Iglesia: ¡Ah, D ios! -d ic e Santa Iglesia—, ¡cóm o conviene amar
puram ente y custodiar con cuidado un A lm a así, que tan alto vuela!
Amor: Esa A lm a —d ice A m o r— es un abism o 83 por la h um ildad de su
m em oria, en ten d im ien to y volun tad 84; y su co n o cim ie n to es penetran
te p o r su sutilidad y siem pre libre en tod o lugar gracias al am or de la
D eid ad.
[24] C u á n d o e s t á n e s a s A l m a s e n la r e c t a l i b e r t a d
d el p u ro A m o r . C a p ítu lo X X IV
[25] R a z ó n p r e g u n t a a A m o r si e s a s A l m a s
s i e n t e n a l g u n a a leg ría en su i n t e r i o r . C a p í t u l o X X V
78
Amor: N o —d ic e A m o r —, e n el sen tido q u e lo p reg u n tá is, no. P u es su
naturaleza ha sid o m o rtifica d a y su espíritu está m u e r t o 86. T o d a v o lu n ta d
11.1 h u id o d e ellas y p o r e llo e l A lm a vive, habita y está e n v ir tu d d e esta
m o rtifica c ió n en la v o lu n ta d d iv in a .
I’ero ah ora escu ch a d , R a z ó n —d ice A m o r —, para q u e p o d áis e n te n d e r
m ejor lo q u e p reg u n táis. E l q u e arde n o tien e frío, y e l q u e se a h o g a n o
llen e sed. P u es b ie n , esta A lm a —d ic e A m o r— arde d e tal fo r m a e n el fu e -
pa i de la h o g u e r a d e A m o r q u e se ha co n v ertid o e n el p r o p io fu e g o y n o
u cn te el fu e g o p o rq u e ella es e l fu e g o e n v irtu d d e A m o r q u e la h a trans
ió! m ado en fu e g o d e a m o r87. E se fu e g o arde p o r sí m ism o , en to d o m o
m ento y lu gar, sin alim en tarse n i p o d e r qu erer alim en ta rse d e otra m a te -
1 1.1 más q u e de sí m ism o. P u e s q u ie n siente a D io s a través d e la m ateria
i | i k ‘ p u e d e v e r u o ír fu era de sí, o a través d e su p r o p io esfu erzo , éste n o
[ 2 6] C ó m o e s t a A l m a n o a m a n a d a s i n o
es p o r el a m o r d e D i o s . C a p í t u l o X X V I
79
busque el consuelo de D io s por el sentim iento de consolación impedirá
la empresa de A m o r P uro89.
[27] C ó m o M e d i t a c i ó n d e A m o r p u r o n o t i e n e
más q ue u n a sola in t e n c i ó n . C ap ítu lo X X V II
[Amor:] M e d ita ció n de A m o r puro n o tiene más que una sola inten
ción, es decir, la de amar siempre lealm ente sin buscar galardón, cosa que
el A lm a no puede hacer si no está ella sin ella, pues leal am or no se dig
naría recibir co n su elo alguno que viniera de su adquisición. C iertam en
te no. M editación d e A m o r sabe bien, y para bien, que ella no debe li
brarse más que a su propia obra, esto es, a querer perfectam ente la
voluntad de D ios, y deja obrar a D io s y disponer de su voluntad. Pues
quien tiene la volun tad de que D ios le haga sentir su voluntad de con
suelo no confía en su sola bondad, sino en los dones de las riquezas que
él puede dar.
E l A lm a : Sin duda —dice esta A lm a—, el que amase bien no se acorda
ría de tomar ni pedir, sino que querría estar siempre dando, sin quedarse
nada, para amar lealm ente; pues quien tuviera dos intenciones en un mis
m o acto, con una debilitaría la otra. Y p o r ello, el am or leal sólo tiene
una inten ción que es po der amar siem pre lealm ente, pues p o r el am or de
su noble amante n o le cabe ninguna duda de que él hará lo que es m e
jo r si ella hace lo q u e tiene que hacer. Y ella no quiere sino que la vo
luntad de D ios se haga en ella.
Amor. Está en lo cierto —dice A m o r—, pues todo reside en eso; y tam
p oco puede esta A lm a querer nada del po der de D ios, pues su querer no
le pertenece ni p erm an ece en ella, sino en aquel a quien ama, y eso no
es ya obra suya, sino la de toda la Trinidad que obra en esa A lm a a su v o
luntad.
[28] C ó m o e s t a A l m a n a d a e n e l m a r
de la a le g r í a . C a p í t u l o X X V III
80
I•i i.i .ili^una, p u es ella m ism a es a legría y n ada y flo ta en alegría sin sen -
ni l,i, p o rq u e habita en A le g r ía y A le g r ía h abita e n ella; ella m ism a es ale—
(iii.i en v irtu d d e A le g r ía q u e la ha tra n sfo rm ad o e n sí m ism a.
• Tam bién d ice q u e se a le g r a m ás de a q u ello q u e n o p u e d e c o m u n i-
i .11se q u e de lo q u e p u e d e c o m u n ic a rs e , p u es esto es p o c o y p u n tu al y lo
u iio in fin ito e in term in a b le. >
I lay en to n ces u n qu erer c o m ú n , c o m o fu e g o y llam a, el querer d el
.tíñante y el de la am iga, pu es A m o r ha transform ado al A lm a en él m ism o.
1:1 A lm a: ¡A h , d u lcísim o , p u ro y d iv in o A m o r ! —d ic e esta A lm a —,
¡i ii.in d u lce es la tra n s fo rm a ció n d e m í m ism a en a q u ello qu e am o más
ipil- a m í m ism a! Y hasta tal p u n to m e h e tra n sfo rm a d o q u e h e p erd id o
mi n o m b re para am ar lo q u e apenas p o d ía am ar: e n a m o r [m e h e trans
ió! m ado], pu es n o a m o a o tro q u e a A m o r 90.
[29] R a z ó n p r e g u n t a a A m o r c u á n d o
se h a lla esta A l m a e n la p u r a li b e r t a d
de A m o r . C a p ítu lo X X IX
\R azón:] A h o ra , d am a A m o r —d ic e R a z ó n —, os r u e g o q u e m e digáis
qué sig n ifica lo q u e habéis d ic h o d e q u e esta A lm a está en la ju sta lib e r-
i.ul d el p u ro A m o r cu a n d o n o h a ce nada q u e vaya en co n tra de la e x i
gencia d e p az d e su ser in terio r.
Amor: O s d iré —d ic e A m o r — q u é sig n ifica. S ig n ifica q u e n o h a ce ñ a
d í, pase lo q u e pase, q u e vaya e n co n tra d e la p e rfe c ta p az d e su espíritu.
Así lo h a ce —d ic e A m o r — el ve rd a d ero in o c e n te , y el estado d el q u e h a -
Illamos es verd ad era in o c e n c ia .
R a z ó n —d ic e A m o r —, os p o n g o u n e jem p lo . F ijaos e n el n iñ o q u e es
puro e in o c e n te : ¿h ace o d eja d e h a ce r algo, p o r g ra n d e o p e q u e ñ o qu e
sea, q u e n o le plazca?
R a zó n : N o , sin d ud a, A m o r , b ie n p u e d o verlo . Y p o r ello m i p reg u n ta
lia sido satisfecha.
81
[30] C ó m o R a z ó n d i c e a A m o r q u e s a t i s f a g a
a esta A l m a d ic ie n d o de D io s t o d o lo que
se p o d ría decir. C apítulo X X X
82
El A lm a embelesada : ¡Ay, d u lc ís im o A m o r ! —d ice esta A lm a em b elesa-
•1 1 , p o r D io s , d e c id m e : ¿p o r q u é h a p u e sto él tan to em p e ñ o en crear
me-, red im irm e y re cre a rm e p ara d a rm e tan p o c o , él q u e tan to tien e p a
ta tl.ir? P ero en el fo n d o , n o se osa h ablar de lo q u e él q u iere hacer. E n
vcnlad, y o n o sé, p e r o creo q u e si así fu e ra q u e y o p u d ie ra darle algo, n o
I*- liaría u n a p o r c ió n tan p e q u e ñ a ; y o q u e n o so y n ada y él, en ca m b io ,
linio. C ie r ta m e n te , si y o tu v ie ra a lg o q u e dar, n o p o d ría co n serva rlo p a
la mí, sino q u e se lo daría to d o ; y de lo p o c o q u e te n g o d e valor n o he
i ni ¡servado nada para m í a co sta d e él, n i c u e rp o , n i c o ra z ó n , n i alm a, eso
¡ I bien lo sabe. Y si le h e d ad o to d o n o te n ie n d o nad a q u e dar, es e v i-
ilcnte q u e c o n g u sto le daría to d o lo q u e tu v ie ra si tu v ie se algo q u e dar.
I'rio él ha to m a d o cu a n to y o ten ía d e v a lo r y n o m e ha d ad o nada, sin o
que lo h a re te n id o to d o . ¡Ay, A m o r , p o r D io s !, d ecid : ¿es eso c o rre sp o n -
ilencia d e a m ig o ?
A m o r : ¡Ay, d u lc e A lm a ! —d ic e A m o r —, sabéis más d e lo q u e decís. Si le
It.ibéis d ad o to d o , es lo m e jo r q u e os p o d ía o c u rr ir; y a ú n n o le estáis
il.mdo nada q u e n o fu era su yo ya antes d e q u e se lo dierais. V ed e n to n -
i es q u é es lo q u e h acéis p o r él.
El A lm a : D e c ís verd ad , d u lc e A m o r —d ic e e l A lm a —, n o p u e d o ni
quiero n egarlo .
[ 3 1 ] C ó m o a p a c i g u a A m o r al A l m a
p o r h a b e r d a d o a su e s p o s o t o d o
cu a n to tenía. C a p ítu lo X X X I
83
r
vuestra voluntad le basta a vuestro amigo. Y esto os ordena a través d
mí: que confiéis en él, y me dice que os diga que él no amará nada s'
vos ni tampoco vos lo haréis sin él. Es un bello privilegio. Y, si queré’
creerme, dulce A lm a, eso os basta. |
El Alma: ¡Ay, dama Am or, por Dios!, sobre esto callaos vos —dice
A lm a-, pues ciertam ente yo no podría callar, ni para salvar al m undo en'
tero si así hubiere de ser salvado. Pues no tengo nada que ame más qu
aquello que no m e basta, ya que si m e bastase93 lo que amo, decaería .
me apartaría del p o co am or que poseo. Mas no, dama Am or, pues uní
cosa me basta, y os la voy a decir: que aquel a quien amo más que a i
misma, y no amo ninguna otra cosa sino por él94, tiene en sí mismo aque l
lio que me habéis dicho que nadie conoce más que él. Y dado que 1
amo más que a m í misma y que es la suma de todos los bienes, m i seño
mi Dios, mi todo, él es —dice el Alm a— todo mi consuelo. Y así, aunqu
desconsolada por lo que m e falta, m e consuela, sin embargo, saber que ;
él nada le falta. Pues tiene en sí mismo la abundancia de todos los biene
sin falla; y esto es m i suprema paz y el verdadero reposo de m i pensa í
miento, pues no am o sino a través de él. Y puesto que no amo sino a tra
vés de él, nada m e falta, por m ucho que haya dicho antes. Así es, con to
da seguridad, para el que entiende correctamente, pero quería hablar d
él, porque nadie m e decía nada mientras yo habría oído con gusto habí
acerca de él, y dama A m or m e ha dicho la verdad: que m e calmase, pue
lo m ejor que podrían decirm e es nada al lado de aquello que es propi®
de él; y no he menester de oír nada más que oír decir que mi amigo es
incomprensible. Y es verdad, pues no hay la m enor cosa comprensible
la que se le pudiera comparar; de tal form a que mi amor, por m uy gran
de que sea, no encontraría nunca lím ite en amor, recibiendo siempre
amor nuevo de aquel que es todo amor. Esto es la conclusión de cuant®
podrían decirm e —dice el Alm a— y nada m e habría apaciguado más que:
lo que A m or ha dicho de él. Por ello proclamo que hallo respuesta a la
suma de todas mis preguntas en el que no se me pueda decir nada; así es
el amigo de m i alma —dice la propia Alma.
84
[32 ] C ó m o A m or hace perm anecer
a e s a s A l m a s e n s u s s e n t i d o s 95. C a p í t u l o X X X I I
85
ce esta Alma—, ¡más vale o ír lo que se d ice y describe que n o oír decir
nada!
[33] E l A l m a se e m b e l e s a c u a n d o p i e n s a
en l o s d o n e s de la b o n d a d de D i o s .
C a p ít u lo X X X III
[34] C ó m o el A l m a d i c e q u e n o p u e d e
n a d a p o r sí m i s m a . C a p í t u l o X X X I V
[El Alma:] ¡Por D ios, A m or! —dice esta A lm a—, os ru eg o que digáis
qué voy a hacer, yo que co n o zco estas cosas y los dones de la b o ndad de
m i am igo.
Amor: O s lo diré —dice A m o r—, y n o m e pidáis nada más. Lo m ejor
86
p u e d o d eciro s es q u e si c o n o c é is p e r fe c ta m e n te v u e stra nada, n o h a
léis nada y esta n a d a os dará to d o . Y si n o alcanzáis a c o n o c e r p e rfe c ta
m ente vu estra nad a, q u e a d e c ir ve rd a d es c u a n to ten éis, os c o n v ie n e h a -
1er algo, lo m e jo r q u e p o d á is, a fin d e n o d e c r e c e r —d ic e A m o r — e n
aquello q u e h ab éis c o n c e b id o e n vu estro esp íritu . S i D io s os ha transfor
m ado en él, n o d eb éis p o r e llo o lv id a r v u estra nada. E s d ecir, n o d ebéis
olvidar q u ié n erais c u a n d o os creó p o r v e z p rim e ra , y q u é habríais sido si
el h u biera to m a d o e n cu e n ta vuestras obras, y q u ié n sois y seríais si n o
lucra p o r lo q u e d e é l h a y en vos.
E l A lm a: ¡Ay, S eñ o r! —d ice esta A lm a —, te n g o p o r c ie r to q u e n o p o se o
nlro v a lo r m ás q u e m is h o rrib le s faltas p o r las q u e sufristeis la m u erte p a
la liarm e la vid a . P ero, Señ or, aú n m ás allá d e esto, c o m p re n d o y espero,
V en verd ad es así, q u e si n ad ie h u b iera p e c a d o sino sólo y o , ig u a lm en te
habríais re d im id o m i alm a desviada d e vu estro am or, m u rie n d o p o r m í
desnudo en la c ru z, u san d o d el p o d e r d ispu esto para d estruir el p eca d o .
Así pues, Señ o r, cu a n to habéis su frid o e n vu estra d u lce h u m a n id a d lo h a
béis su frid o p o r m í c o m o si n ad ie m ás h u b ie ra p eca d o , sin o y o sola; de
lorm a, Señ o r, q u e só lo y o os lo d eb o . Y aú n os d e b o m ás, Señor, es d e -
i ir: p o r e n cim a d el v a lo r q u e y o n o p o seo , os d e b o cu a n to valéis m ás q u e
yo, p o r q u ie n os habéis dado. Y c o n to d o , sabéis q u e n o p u e d o h a cer na
da, pues m e habéis en d eu d a d o c o n v o s hasta ese p u n to ; p ero os ru e g o ,
dulce y co rtés a m ig o , q u e m e co n d o n é is esta d eu d a, vos q u e lo p o d é is h a -
i er to d o . Y sin d ud a, Señ o r, lo haréis —d ic e el A lm a — siem p re q u e d e a h o
ra en adelante q u iera e n to d o m o m e n to vu estra p erfecta vo lu n tad .
[ 3 5] C ó m o e s t a A l m a a r g u m e n t a c o n t r a R a z ó n
y d i c e q u e es a m a d a p o r D i o s sin c o m i e n z o .
C ap ítu lo X X X V
\E l A lm a:] A h o r a , d u lcísim o A m o r —d ic e e l A lm a —, os lo r u e g o : m o s -
Iradm e d e q u é fo r m a te n g o e n m í o b ra d e la T rin id a d .
A m or: D e c id m e lo q u e pensáis —d ic e A m o r —, p u es n o d eb éis o c u ltá r
m elo.
E l A lm a: D a m a A m o r —d ice el A lm a —, os lo diré. M e h abéis d ic h o q u e
aquel q u e es en sí y d e sí sin c o m ie n z o n o am ará n ada sin m í, n i y o sin él.
A m or: Y es v e rd a d —d ic e A m o r —, os lo aseguro.
87
E l Alma: Pues dado que no amará jam ás, es decir, sin fin, cosa algún
sin m í, digo que de ello resulta que nunca lia amado cosa alguna sin n
Y además, dado q u e él estará en m í sin fin p o r amor, yo he sido amad?
p o r él sin com ienzo.
Razón: ¡G uardaos de lo que decís, dam a Alma! —dice R a z ó n —. ¿Ha-'
liéis olvidado q u e no hace m ucho tiem po que habéis sido creada y qu
no erais? ¡Por D ios, dulce Alma, guardaos de caer en error!
E l Alma: Si yerro sosteniendo esta o p in ió n , dama R azón, A m o r yerra
conm igo, pues él m e lo hace creer, pensar y decir.
Razón: P ro b ad entonces, dama A lm a, lo que decís —dice R azó n .
El Alma: ¡Ah, R a z ó n —dice el Alma—, qué enojosa sois y cuánta des
gracia y pena sufren los que viven de vuestro consejo! R azó n —dice el Al
ma—, si yo soy am ada sin fin por las tres personas de la T rinidad, yo lie si
do asimismo am ada p o r ellas sin com ienzo. Pues así com o p o r su bondad
él m e amará sin fin, del m ism o m o d o m e hallaba yo en el saber de su Sa
biduría para ser creada p o r obra de su divino poder. Así pues, dado que
desde que D ios es, y es sm com ienzo, yo m e he hallado en el saber divi
no, y me hallaré sin fin, resulta que desde siem pre ama él dice el Alma
p o r su bondad la obra que liará en mí su divino poder.
Amor. Es verdad —dice A m o r-, pues desde siem pre no ha querido
contenerse en su am o r hacia vos, co m o n o lo hace ahora.
E l Alma: R azó n , ya habéis oído el testim onio de A m or; cesad pues de
ahora en adelante de m eteros conm igo.
Razón: Sí. dam a Alma —dice R'azón.., puesto que A m or os guía y no
guiáis vos a A m or; es decir, puesto que A m or os habita y hace su volun
tad en vos sin vos, no osaré m eterm e con vos ni en tro m eterm e. Al co n
trario. dama Alma, de ahora en adelante os p ro m eto obediencia y paz con
todas mis fuerzas, pues hacerlo m e conviene necesariam ente, y porque si
A m or lo quiere, no p u ed o estar en contra, sino que a vos me rindo por
com pleto —dice R azón.
[36] C ó m o el A l m a es l i b r e y a j e n a
a la s u j e c i ó n de R a z ó n . C a p í t u l o XXXVI
88
lililí,n i;i d e ja r m e m ás en v u e s tra se rv id u m b r e n i e n la d e n in g ú n otro ;
Jilirt c o n v ie n e q u e e l esp o so lib e re a la esposa q u e h a to m a d o v o lu n ta -
I lili líente.
Amor. E s v e rd a d , d u lcísim a A lm a —d ic e A m o r —, os lo o to r g o y c o n
fieso.
Rozón: ¡A h , p o r D io s , d am a A lm a ! —d ic e R a z ó n —, p en sa d , d e c id y h a -
m *<!lo q u e qu eráis p u e s to q u e A m o r lo q u ie re y o to r g a .
/:’/ A lm a : ¡Ay, R a z ó n —d ic e esta A lm a —, q u é ru d a sois! A m o r q u ie re y
me o to rga q u e d ig a , p ie n se y h a g a to d o lo q u e m e p la zca , ¿y p o r q u é n o
||m .1 h acerlo ? E s su p r o p io h a cer, p u e s y o n o p u e d o h a c e r nad a si m i p r o -
|i|n a m ig o n o lo h a c e e n m í. ¿ O s m aravilláis —d ic e e l A lm a a R a z ó n — d e
que q u iera lo q u e y o q u iero ? Y , sin e m b a rg o , le c o n v ie n e q u ererlo , p u es
yo no q u ie ro m ás q u e lo q u e él q u ie re e n m í y q u e é l q u ie re q u e qu iera;
su co rtesía m e h a situ ad o d e tal fo r m a q u e él q u ie r e lo q u e y o q u ie ro y
lio qu iere lo q u e n o q u ie ro y o . Y m e h a llo e n p a z, R a z ó n , p o rq u e en tre
él y yo te n e m o s este acu erd o .
¡A h, d u lc ís im o m aestro d e esta o b ra !, ¿ c ó m o p u e d o y o te n e r tal p a z,
yo q u e r e c o n o z c o h a b e r p e r d id o m i p r o p ia o bra? C ie r ta m e n te p u e d o , S e
ñor, pues v u e stra n o b le z a y co rte s ía q u ie r e n q u e, d a d o q u e vo s ten éis p a z,
l.im bién y o la te n g a . D e fo r m a q u e, S e ñ o r, sé b ie n q u e d e esta d eu d a , es
decir, d e la d e d a r m e p a z, os h a b éis la r g a m e n te c o n d o n a d o , p u es cu a l
quier co sa q u e e n c u e n tr e , o q u e m e su ce d a o m e h a ya su c e d id o p o r m is
pecados, siem p re m e q u e d a v u e s tra p a z.
[37] A q u í d ic e el A lm a q u e en el p a r a íso
serán c o n o c i d o s sus p e c a d o s a m a y o r g lo r ia suya.
C a p ítu lo X X X V II
[El A lm a :] S e ñ o r —d ic e el A lm a —, e n este m u n d o n a d ie m ás q u e vo s
puede c o n o c e r m is p e c a d o s , tan fe o s y h o rr ib le s c o m o so n . P e ro en el
paraíso, S e ñ o r, c u a n to s se e n c u e n tr e n e n é l lo s c o n o c e r á n , n o p ara m i
i d if u s ió n sin o a m a y o r g lo r ia m ía; p u e s, v ie n d o d e q u é fo r m a os e n o jé
i u n m is p e ca d o s , c o n o c e r á n , S e ñ o r, v u e s tra m is e r ic o r d ia y v u e s tra g e n e -
m sidad llen as d e co rte sía .
[Amor.] C o r te s ía —d ic e A m o r — q u e da p a z d e c o n c ie n c ia al A lm a , h a
ga o d eje d e h a c e r co sa a lg u n a , p o r qu erer, [Señ or,] vu estra v o lu n ta d , p u es
89
querer perfectamente vuestra voluntad es caridad perfecta. Y quien tenri
siempre en su voluntad caridad perfecta no tendrá nunca remordimiento ,
ni reproches de conciencia98. Pues remordimientos y reproches de con1
ciencia en el Alm a no son sino falta de caridad; y el Alm a no ha sido crea
da para otra cosa que para tener en ella sin fin el estado de pura caridad
E l Alma: ¡Ah, Señor —dice el Alm a—, qué he dicho de vos! !
Amor. Pensadlo —dice Am or—, y ved si sabéis conocer vuestras palabra*
El Alma: ¡Ay, dama A m or —dice esta Alm a—, sois vos quien me ha
béis dado conocim iento, atended entonces: nada es la obra, cuando c,
m enester que sea nada; por ello es menester —dice esta A lm a— que yó
tenga la certeza de que lo que he dicho es menos que nada. Pero lo qur
está en mí o pasa por mí y que es de conocim iento divino lo habéis di
cho en mí a través de mí vos misma en vuestra bondad, dama A m or, pa
ra mi provecho y el de otros; y por ello, a vos, la gloria, y a nos, el pro
vecho si todas estas cosas no perm anecen en los oyentes que leerán este
libro.
[38] C ó m o el A l m a r e c o n o c e la c o r t e s í a
d e A m o r al r e c o n o c e r p e r f e c t a m e n t e su p o b r e z a .
C a p í t u l o X X X V III
90
A \ / ¡ A h , p o r D io s , d am a A m o r ! —d ice R a z ó n —, b ie n h e o íd o lo
1)111' se lia d ic h o , y n u n ca o í n a d a c o n tan to g u sto a u n q u e n o lo h aya e n -
|*>iululo p erfecta m en te; p ero esto, A m o r , n o le p u e d e v e n ir más q u e de
Vns ,i aqu ella a la q u e tal d o n le es o to rga d o .
. 1 mor: Sí —d ic e A m o r —, c o m o d e la p ro p ia p e rso n a d el E sp íritu Santo.
| R a z ó n :] A h o ra , os lo r u e g o , d am a A m o r —d ic e R a z ó n —, g u ia d m e a
lili de qu e y o sirva e n to d o al A lm a c o m o su p o b re sierva; p u es c o n o z c o
i|iir no p o d ré te n e r m a y o r g o z o n i m ay o h o n o r q u e e l d e ser sierva de tal
ii*i lora.
A m or : O s c o n fie s o q u e sí —d ic e A m o r —, y vos n o p o d ía is h a c e r nada
m ejor q u e co n fesa rlo y d ecirlo .
Razón: ¡A h , d u lc e A m o r ! —d ic e R a z ó n —, ¿y q u é h aré d el p u e b lo al
que d eb o g o b e rn a r y q u e n o verá en esta A lm a o rd e n a lg u n o en sus p rá c -
llt ,is y asuntos ex tern o s?
Amor: ¿P or q u é d ecís eso? —d ic e A m o r - ; ¿hay o rd e n m e jo r q u e el d e
esla A lm a?
R azón: N o , p o r c ie r to —d ic e R a z ó n —, para aq u ello s q u e v e n u n p o c o ,
0 para lo s q u e h a n sido e le g id o s así; p e r o d e esos h a y p o c o s en la tierra.
Hien oso d ecirlo .
Am or. V ea m o s, R a z ó n —d ic e A m o r —, ¿a q u é llam áis orden ?
R azón: L la m o o rd e n —d ic e R a z ó n — a la v id a se g ú n las obras de las V i r -
llides llevada d e fo r m a c o n tin u a p o r c o n s e jo m ío y d e D is c e r n im ie n to ,
M guiendo el e je m p lo d e las obras de n u estro se ñ o r Jesucristo.
A m o r R a z ó n —d ic e A m o r —, d e lo q u e su frió la h u m a n id a d d e Jesu -
1 i isto la d iv in id a d n o se resin tió . Y lo m ism o os d ig o al co m p ara rla c o n
•iquella q u e se le asem eja; p u es lo q u e d ecís d e las V ir tu d e s y d e vo s m is
ma, R a z ó n , esta A lm a n o lo tie n e e n cu e n ta . P u e d e o b ra r m e jo r, p u es
A m or, q u e la h a tra n sfo rm a d o e n sí m ism o , h a b ita e n ella; d e fo r m a q u e
la p ro p ia A lm a es A m o r , y A m o r n o tie n e e n sí d is ce rn im ie n to . E l d is-
91
cern im ien to es necesario en todas las cosas excepto en am or. O s voy i
p o n e r un ejem plo: si un señor quiere c o b ra r el censo de su tierra porque
se lo deb en en justicia, n o será el señor q u ien deba el trib u to a sus siepl
vos, sino que son los siervos los que se lo d e b en a su señor. Lo m ism o «i
digo de m í, R a z ó n —dice A m o r—, todas las cosas m e deben trib u to , si so l
obra de las V irtudes aconsejadas p o r R a z ó n y purificadas en D iscerni
m iento, excepto aquel, y sólo aquel, q u e sobrecogido p o r A m o r se h¡
transform ado en A m o r; éste n o m e debe sino am or, y p o r ello queda li
bre, pues am or lo libera.
[40] C ó m o A m o r l l a m a a e s t a A l m a
la e n c u m b r a d a m e n t e s a b i a , y p o r q u é . C a p í t u l o X L
[41] C ó m o e l A l m a n o s i e n t e p e n a a l g u n a
p o r el p e c a d o , ni e s p e r a n z a p o r el b ie n
q u e h a y a p o d i d o h a c e r . C a p í t u l o XLI
92
Imnil.id d e D io s . Y e l se cre to te so ro d e esa so la b o n d a d la h a a n o n a d a d o
( m e n o r m e n te a tal p u n t o q u e h a m u e r to a lo s s e n tim ie n to s in te rio re s o
MHleriores, e n la m e d id a e n q u e esta A lm a y a n o h a c e o b ra a lg u n a , n i p o r
( líos ni p o r sí m ism a , y así h a p e r d id o a tal p u n to sus se n tid o s en esta p r á c -
l(i ,i q u e n o sabe b u sc a r n i e n c o n tra r a D io s , n i c o n d u c ir s e a sí m ism a.
A m or. E sta A lm a —d ic e A m o r — n o está c o n s ig o , p o r lo q u e to d o s d e -
1 11 excu sarla; y a q u e l e n e l q u e ella está o b ra p o r ella, p o r lo q u e se h a
lla liberada, s e g ú n a te stig u a D io s m is m o —d ic e A m o r —, q u e es el a u to r d e
n i .i o b ra e n p r o v e c h o d e esta A lm a q u e n o tie n e o b ra e n sí m ism a.
’lém or: ¡Ay, A m o r ! —d ic e T e m o r —, ¿ d ó n d e está esta A lm a si n o está
i onsigo?
A m o r: A llá d o n d e a m a, sin se n tirlo —d ic e A m o r —. Y p o r ello v iv e es-
t.t A lm a sin r e p r o c h e s d e c o n c ie n c ia , p o r q u e n o h a c e n a d a q u e salga d e
rila. P u es q u ie n h a c e a lg o g ra cia s a u n m o v im ie n to p r o p io n o está —d ic e
A m o r— sin él m is m o , sin o q u e t ie n e c o n s ig o a N a tu r a le z a y R a z ó n . P e
to a q u el —d ic e A m o r — q u e m u e r e d e a m o r n o sie n te n i c o n o c e R a z ó n n i
N atu raleza. P o r e llo , u n A lm a así n o q u ie r e lo s g o z o s d el paraíso, a u n q u e
ir los d e n a e s c o g e r , n i r e c h a z a lo s to r m e n to s d e l in fie r n o , s u p o n ie n d o
que to d o d e p e n d ie r a d e su v o lu n ta d .
Santa Iglesia: ¡A h , p o r D io s !, ¿y e n to n c e s q u é ? —d ic e S a n ta Iglesia.
Am or: E so q u e e lla m ism a es e n su c o n o c im ie n t o —d ic e A m o r .
Santa Iglesia: ¿ Y q u é es esta A lm a ? —d ic e S a n ta Iglesia—. D u lc ís im o E s
píritu S an to , e n se ñ á d n o s lo , p u e s esta p a lab ra so b rep asa n u estras E s c r itu
ras y p o r eso n o p o d e m o s e n te n d e r p o r m e d io d e R a z ó n lo q u e ella d i
re. N o s h a s o r p r e n d id o ta n to —d ic e S a n ta Iglesia— q u e n o o sa m o s estar e n
su co n tra .
[42] C ó m o el E sp ír itu S a n to e n se ñ a lo
q u e e s a A l m a s a b e , q u i e r e y t i e n e . C a p í t u l o XLII
93
turaleza divina —d ic e el E sp íritu Santo—, p ues esto no p u ed e ser, sino ¡por
la fuerza de am or, p u e s es m en ester q u e sea.
Amor. Ya habéis oído, Santa Iglesia —dice A m or—, la razó n p o r la que
esta A lm a lo tie n e todo.
E l Espíritu Santo: E fectivam ente —dice el E spíritu Santo—, incluso lo
que yo tengo del Padre y del H ijo. Y pues tiene ella to d o cu an to tengo
y el Padre y el Elijo n o tien en nada q u e n o se halle en m í, esta A lm a, i[tal
com o] A m o r dice, tie n e en ella —dice el E sp íritu Santo— el tesoro de ].i
T rinidad, o culto y esco n d id o en su in te rio r.
Santa Iglesia: Si es así —dice Santa Iglesia al E spíritu S anto—, es m enes
ter entonces q u e la T rin id ad h abite y viva en ella.
E l Espíritu Santo: Es razonable —dice el E sp íritu Santo—, p u esto que ha
m u e rto al m u n d o y el m u n d o lia m u e rto en ella, la T rin id ad m o rará por
siem pre en ella.
94
Aln i . i s p o r su p u ra b o n d a d , siem p re y cu a n d o n o p u d ie ra verse p e rju d i-
idi lo nadie a causa d e su ru d e z a al o ír esta le c c ió n d iv in a .
Unor: ¡Ay, R a z ó n ! —d ice A m o r —, siem p re seréis tu e rto s vos y los q u e
ir ,iIImentan d e vu estra d o ctrin a . P u e s cie rta m e n te está m e d io c ie g o el
ijiie tien e las cosas d ela n te d e los ojos y n o las r e c o n o c e . Y eso es lo qu e
iiii p.isa a vos.
/ 7 E spíritu S a n to : Si h e d ic h o —d ic e el E sp íritu S a n to — qu e le daré a
95
1 44 1 Q u é p r á c tic a s e je r c e el A lm a q u e
l a n g u i d e c e d e a m o r , y e n q u é p u n t o se h a l l a
el A lm a m u e r ta d e a m o r . C a p ítu lo XLIV
96
145J C ó m o a q u e l l o s q u e n o t i e n e n e n a b s o l u t o
v o l u n t a d v i v e n e n la l i b e r t a d de c a r i d a d .
Capítulo X LV
97
[46] C ó m o el A l m a t i e n e el c o n o c i m i e n t o
del « m á s » p o r q u e a su p a r e c e r n o c o n o c e
n a d a d e D i o s al l a d o d e l «más» de él.
Capítulo XLVI
[47] C ó m o el A l m a ha a l c a n z a d o
el c o n o c i m i e n t o de su n a d a . C a p í t u l o X L V I I
98
in u s ig o , d e f o r m a q u e p a ra esa p a z c u a lq u ie r s itio y c u a lq u ie r co sa le
i ni iv ie n e n . S e sie n ta i n m ó v i l e n e l tr o n o d e la p a z , e n el lib ro d e la v i -
e n t e s t im o n io d e b u e n a c o n c ie n c ia y e n lib e r t a d d e ca rid a d p e r -
Iri la.
[48] C ó m o el A l m a n o es l i b r e c u a n d o
’ d e s e a q u e la v o l u n t a d d e D i o s se h a g a
e n e l l a p a r a su h o n r a . C a p í t u l o X L V I I I
[Am or.] E n to n c e s , el A lm a n o q u ie r e n a d a —d ic e A m o r — p u e s to q u e
rs libre; y a q u e n o es lib re a q u e l q u e q u ie r e a lg o , sea lo q u e sea, c o n su
vo lu n tad in te r io r , p u e s es escla v o d e sí m is m o in c lu s o el q u e q u ie r e q u e
I )ios h a g a e n él su v o lu n t a d p a ra su p r o p ia h o n r a . Y q u ie n esto q u ie r e n o
lo q u ie r e s o la m e n te p a ra q u e , e n é l y e n lo s d em ás, se c u m p la só lo la v o
luntad d e D io s . A tales g e n te s —d ic e A m o r — les h a n e g a d o D io s su rein o .
R a z ó n : ¡A h , sin d uda! —d ic e R a z ó n —, lo h a ría n p ara eso.
E l A lm a : L o h a ría n p a ra eso. Y c ie r t a m e n te —d ic e e l A lm a — d e b e n h a
cerlo o p e r d e ría n e l p e q u e ñ o b e n e fic io q u e o b tie n e n .
R a z ó n : E s v e rd a d , d a m a A lm a —d ic e R a z ó n —, lo co n fie so .
A m or: T a les g e n te s —d ic e A m o r — n o están e n p a z a u n q u e crea n lo c o n -
Irario y a u n q u e , al c r e e r lo , ese esta d o les baste.
E l A lm a : N o v a le n ta n to c o m o p a ra p e n sa r q u e a lg u ie n sea m ás g ra n
de q u e ellas —d ic e esta A lm a — y eso les im p id e m e jo r a r, y p e r m a n e c e n así
c o n sus b u e n a s v o lu n ta d e s .
A m or: N u n c a se sa cia ro n tales g e n te s —d ic e A m o r .
E l A lm a : N o , p o r c ie r to —d ic e e l A lm a —, p u e s al p e r m a n e c e r le s la v o
lun tad, so n sus esclavas. E sa es la s e r v id u m b r e e n la q u e en tra el A lm a q u e
cree fir m e m e n t e e n estas d os v ir tu d e s : R a z ó n y T e m o r, y e n la tirá n ica
V o lu n ta d . E s lib re e n c a m b io —d ic e esta A lm a lib era d a — so la m e n te a q u e l
ni q u e F e y A m o r g o b ie r n a n , p u e s le a rra n c a n d e to d a s e rv id u m b r e , sin
te m o r a las cosas te r r ib le s n i d e se o d e las co sas d ele ita b les.
99
[49] C ó m o es a A l m a , q u e n o t i e n e
e n a b s o l u t o v o l u n t a d , es n o b l e . C a p í t u l o X L I X
[5 0] C ó m o e s t a A l m a l l e v a la i m p r o n t a
d e D i o s c o m o la c e r a d e u n s e l l o . C a p í t u l o L
100
IHmdad, y m e lo d eb ía p o r q u e su d iv in a v o lu n ta d lo qu ería; p o r tan to
ilu e esta A lm a —, n o n o s am a e n a b so lu to c o n tr a sí m ism o . P u es aun
i liando tq d o a q u e llo q u e la T r in id a d c r e ó e n su saber h u b ie ra d e b id o re -
millar p e r ju d ic a d o sin fin , J esu cristo , el H ijo d e D io s , n o h u b ie ra p o r ello
d ero g ad o la v e rd a d p ara salvarn os a to d o s n o so tro s.
¡A y d e m í! —d ic e esta A lm a —, ¿ D e d ó n d e m e v ie n e lo q u e h e d ic h o ?
,iNo sabe to d o el m u n d o q u e esto n o p u e d e ser?
Am or: Sí, m i d u lc e a m ig a —d ic e A m o r —. M is a m ig o s saben b ie n q u e
esto n o p u e d e ser.
\Persona de D io s Padre:] P ero v o s, q u e sois m i m ás cara am iga, vos lo
decís —d ic e la p e rso n a d e D io s P ad re— p o r q u e así tie n e q u e ser m i p r i
m o g én ita , h e re d e ra d e m i rein o , sa b e d o ra d e lo s secreto s d e l H ijo p o r el
■ imor d e l E s p ír itu S an to , q u e se lo s h a d a d o al A lm a d e sí m ism o.
[51] C ó m o esta A l m a es s e m e j a n t e
a la D e i d a d . C a p í t u l o LI
101
Amor. ¡O h, preciosísim a E sther!"3 —dice A m or—, vos que perdisteis to
das vuestras prácticas y, gracias a esa pérdida, ganasteis la de no hacer na
da, fuisteis p o r ello verdaderam ente preciosa, pues en verdad esa práctica
y esa pérdida se h acen en la nada de vuestro amigo, y en esa nada —dice
A m o r— os extasiáis vos y perm anecéis m u erta. Pero vivís, am iga, total
m en te en su querer; ésa es su alcoba, d o n d e le place dem orarse.
102
iln paz y n o v iv o sin o de la p a z n acid a d e sus d on es e n m i alm a, sin p e n -
»,inliento; y así n o p u e d o n ada si n o m e es dado. E sto es m i to d o y lo m e -
|i ii de m í. U n estado así h a ce te n e r u n so lo am or, u n so lo qu erer y u n
nuil) o b rar e n dos n aturalezas119. É se es el p o d e r d el a n o n a d a m ien to e n la
unidad d e la ju s tic ia d ivin a.
¡Amor:] Esta A lm a deja a lo s m u e rto s en terrar a lo s m u e rto s 120 y a los
i*s l raviados o brar segú n las v ir tu d e s 121, y se rep osa d el «menos» en el
«más», p ero se sirve de todas las cosas. E se «más» le m u estra su nada, des
nuda, sin co b ija , y esa d e sn u d e z le es m ostrada p o r el T o d o p o d e ro so p o r
1.1 b o n d ad de la ju s tic ia d ivin a. Esas p e rc e p c io n e s la h a ce n p ro fu n d a y an-
i lia, alta y segura, pues la d esn u d an c o n tin u a m e n te , to d a y nula, m ientras
1.1 p o see n 122.
103
[54] R a z ó n p r e g u n t a d e c u á n t a s m u e r t e s
t i e n e q u e m o r i r el A l m a para e n t e n d e r
e s t e l i b r o . C a p í t u l o LIV
[55] C ó m o A m o r responde
a las p r e g u n t a s d e R a z ó n . C a p í t u l o L V
[Amor] R a zó n —dice A m or—, los que viven com o este libro dice, es
decir, los que han alcanzado el estado propio de esa vida, lo entienden en
breve, sin necesidad de aportarles glosas. Pero os aclararé algunas cosas re
lacionadas con vuestras preguntas: atended pues.
H ay dos tipos de gente que viven en la vida de la perfección por las
obras de las virtudes en el apego al espíritu.
U nos son los que m ortifican por com pleto su cuerpo haciendo obras
de caridad; y se com placen tanto en sus obras que no alcanzan el cono
cim iento de que hay un estado m ejor que el de las obras de las virtudes
104
y l.i m u erte del m a rtirio , m e jo r q u e el d el d eseo d e p erseverar c o n la a y u -
il.i ile la o ra ció n co lm a d a d e p leg a ria s, a b u n d an d o e n b u en a vo lu n tad ; y
■ ni, aplicán dose siem p re a esto, cre e n q u e éste es e l m e jo r de los estados
|imibli\s129.
lisas gentes —d ic e A m o r — so n b ien aven tu rad as, p ero p e re ce n e n sus
n i m . is p o r la su fic ie n cia q u e h a lla n e n su estado.
A esas gentes —d ice A m o r — se las llam a reyes, p e ro e n u n país d o n d e
Indos so n tuertos. S in duda, lo s q u e tie n e n dos o jo s los tie n e n p o r siervos.
I :'/ A lm a: Y siervos so n r e a lm e n te —d ic e el A lm a —, p ero n o alcan zan a
•.iberio. Se p a re cen a la le c h u z a , q u e p ien sa q u e n o h ay en el b o sq u e p á -
|aii i más b ello q u e sus le c h u c ito s . L o m ism o su ce d e c o n los q u e v iv e n
•lempre en el deseo. P u e s p ie n sa n y cr e e n q u e n o h a y estado m e jo r q u e
1 1 del d eseo e n el q u e p e r m a n e c e n y q u ie re n se gu ir p e rm a n e c ie n d o ; y
|»n ello p e re c e n e n el ca m in o , p u es se sacian c o n lo q u e les dan d eseo y
u limitad.
[56] C ó m o las V i r t u d e s se q u e j a n d e A m o r
p o r el p o c o h o n o r q u e les h a c e . C a p í t u l o L V I
105
bre sueldo. Mas las Virtudes se han dado cuenta y han reconocido (oyen
dolo cuantos han querido oírlo) que no entienden en absoluto el estado
de Amor Puro. Y entonces me digo —dice esta Alma—: ¿cómo van a mus
trar las Virtudes a sus súbditos lo que ellas no poseen ni poseerán? M a s
quien quiera entender y aprender por qué perecen los que permanecen
con las Virtudes, que se lo pregunte a Amor.
Sí, a esa [dama] Amor que es maestra de Conocimiento, y no a esa
[dama] Amor hija de Conocimiento, pues esta última no sabe nada; o
mejor aún, que se lo pregunten a esa [dama] Amor, que es madre de Co
nocinuento y de Divina Luz, pues ella lo sabe todo a través del «más» de
todo; «más» en el que el Alma se detiene y mora, y no puede, sino en ese
todo, establecer su casa.
106
V pm ello se tie n e n p o r m alva d o s y ex tra via d o s. Y lo están, sin duda, en
lii.u ¿<'>11 c o n el estado de lib e rta d d e a q u ello s q u e están ah í y q u e jam ás
<t m ueven. Y c o m o c o n c ib e n y saben ve rd a d era m e n te q u e se han ex tra -
v tu lo, a m e n u d o c o n ard ien te d eseo p re g u n ta n el c a m in o a aqu ella q u e
|t i i ni toce, es d ecir, a d o n ce lla C o n o c im ie n t o , ilu m in a d a de d iv in a g ra -
i l,i. Y esta d o n c e lla se apiada d e sus p reg u n ta s y eso lo sab en los q u e h an
rtl.iilo extraviad os. P o r ello , ella les enseña el re cto c a m in o re g io q u e
til i ,i viesa e l país d el n o q u e re r nada. E s la d ir e c c ió n co rrecta: q u ie n la si—
jjur sabe q u e d ig o verd ad . Y lo saben ta m b ié n esas extraviadas g en tes q u e
ir llen en p o r m alvadas. P u es si se h an ex tra via d o , p u e d e n lleg a r al estado
«Ir libertad d el q u e hab lam o s a través d e las enseñanzas de D iv in a L u z , a
l.i que la p e q u e ñ a alm a ex tra via d a p re g u n ta p o r el ca m in o y la d ire cc ió n .
R a zó m ¿P equ eñ a? —d ic e R a z ó n —, S í, e n verd a d , y aú n más q u e p e
queña.
lispíritu Santo: —Y aú n añade el E s p íritu S a n to — P e q u e ñ a tan to y p o r
l.iiiln tie m p o c o m o n o r u e g u e n i a C o n o c im ie n t o n i a A m o r y se cu id e
iIr cosas q u e n o p u e d e n estar en am or, en c o n o c im ie n to n i en lo o r ; p u es
rl p ru d en te n o reza sin causa n i le im p o rta lo q u e n o p u e d e ser. P o r ello
puede d ecirse m u y b ie n q u e es p e q u e ñ o y p o b r e el q u e p id e a m e n u d o
u, lo q u e es lo m ism o , n o p id e nada. P u e s fren te al su p re m o estado d e n o
querer n ada en el q u e p e r m a n e c e n in m ó v ile s los libres, cu a lq u ie r otro es
culo, sea cu a l fu ere, n o es m ás q u e u n j u e g o d e p e lo ta y u n j u e g o de n i
dos; pues el q u e es lib re e n su ju s to estado n o p o d ría n i rechazar, n i q u e -
iit , n i p r o m e te r n ada en fu n c ió n d e lo q u e se le qu isiera dar, sino qu e
querría tan só lo dar to d o para g u ard ar lealtad.
[ 5 8] C ó m o se e n c u e n t r a n las A l m a s
a n o n a d a d a s e n el q u i n t o e s t a d o j u n t o a su a m i g o .
C a p í t u l o L V III
107
hatada al sexto estado, pero p o r poco tiem po. Pues se trata de u n a aber
tura a la m anera de un relám pago q u e se cierra ap resu rad am en te11' en el
que no se p u ed e p e rm a n e c er de fo rm a prolongada1-’4, y [el A lm a] no ha
ten id o nunca una m adre que supiera hablar de ello15'.
La abertura arrebatadora de la expansión de ese relám pago hace al Al
m a, una vez se ha cerrado de nuevo y en virtud de la paz que co m porta,
tan libre, tan noble, tan desasida de to d o (mientras dura la paz q u e ha si
do dada p o r la abertura) q u e quien se m antenga libre después de tal aven
tura se encontrará en el q u in to estado sin caer en el cuarto, pues en el
cu arto tiene volu n tad , y en el qu in to , no. Y porque no hay en absoluto
voluntad en el q u in to estado del que habla este libro —[estado] e n el que
m ora el Alma después de la obra del arrebatador Lejoscerca”6, al que lla
m am os relám pago a la m anera de una abertura que se cierra apresurada
m en te —, nadie q u e no haya sido eso " podría creer -d ic e A m o r— la paz
sobre la paz de paz que esa Alm a recibe.
¡O yentes de este libro, en ten d ed estas palabras de form a divina, por
am or! Ese Lejoscerca, que llam am os relám pago a la m anera de u n a aber
tura que se cierra apresuradam ente, rapta al Alma del qu in to estado y la
in tro d u ce en el sexto m ientras dura su obra, y de este m o d o ella es otra
pero p oco dura ese ser en el sexto estado, pues es devuelta al quinto.
Y no es maravilla —dice A m or—, pues la obra del relám pago, m ientras
dura, no es otra cosa que el atisbo de la gloria del Alma. Eso no p erm a
nece en n inguna criatura p o r espacio más largo que el de su m o v im ien
to"*. Y p o r ello ese don es tan noble —dice A m or—, porque obra en el Al
ma sin que ésta llegue a apercibirse ni te n e r constancia. Pero la paz —dice
A m or—de la obra de mi obra que p erm an ece en el Alma cu an d o obro es
tan deliciosa que Verdad la llama alim en to glorioso, del que no puede n u
trirse nadie que h abite en el deseo. G entes así podrían g o b ern ar un país
si fuera necesario, y [lo harían] to d o sin ellas m ism as15'.
[59] D e q u é ha v i v i d o e s t a A l m a y c ó m o
y cuándo ella está sin ella. C a p í t u lo LIX
[Amor:] Al p rin cip io esta Alm a vivía de la vida de la gracia, gracia que
nace de la m u e rte del pecado. D espués vivió -d ic e A m or— de la vida del
espíritu, y esta vida de! espíritu nace de la m u erte de la naturaleza; aho-
108
M vive d e la v id a d iv in a , y esta vid a d ivin a n a ce d e la m u erte d el espíritu.
A m or: Esta A lm a —d ic e A m o r — q u e v iv e de la v id a d ivin a está p e rm a
n en tem en te sin ella.
R azón: ¡A h , p o r D io s! —d ic e R a z ó n —, ¿cu á n d o está esa A lm a así, sin
[60 ] C ó m o h a y q u e m o r i r d e tres m u e r t e s
p a ra a l c a n z a r la l ib r e v i d a a n o n a d a d a . C a p í t u l o LX
109
de la vida de la gracia, y a éstos les basta con guardarse de h a c e r lo que
D ios prohíbe y p o d e r hacer lo que D ios manda.
¡Ah, nobilísimas gentes anonadadas y elevadas por la gran adm iración
y el arrebato de la co n ju n ció n en la u n ió n con Divino A m or!, n o os de
sagrade que to q u e algunas cuestiones referentes a los pequeños, pu es muy
p ro n to hablaré de vuestro estado. Adem ás, poner el blanco ju n to al ne
gro hace ver m e jo r los dos colores, u n o gracias al otro, que n o cada uno
p o r separado.
P or tanto, vosotros los elegidos y llamados a ese estado suprem o, en
ten d ed y apresuraos, pues ardua es la ru ta y largo el cam ino desde el p ri
m er estado de gracia hasta el últim o estado de gloria que otorga el gen
til Lejoscerca. Si os digo —dice A m or— que entendáis y os apresuréis, es
porque ese en ten d im ien to es intenso, sutil y m uy noble. Para ello, la gen
te de tem peram ento sanguíneo encuentra ayuda en su naturaleza y, sin la
precipitación del cortante querer del ardor del deseo del espíritu, tam bién
los coléricos en cu en tran ayuda en su naturaleza142. Y cuando se conjugan
en alguien esas dos naturalezas, es decir naturaleza y ardor del deseo del
espíritu, existe u n a gran ventaja pues gente así se adhiere e im plica tan
intensam ente en lo que em prende que se da p o r entero a ello p o r fuerza
de espíritu y naturaleza; y cuando estas dos naturalezas se u n en a la ter
cera, que en justicia debe venir a su encuentro para siem pre (se trata del
ropaje de gloria q u e las atrae p o r justicia de form a natural hacia su pro
pia naturaleza), entonces esa concordancia es delicadam ente noble. Y pa
ra que se la conozca m ejor, voy a form ular una pregunta: ¿qué es más n o
ble, el ropaje de gloria que atrae al A lm a y la embellece con la belleza de
su propia naturaleza o el Alm a que a tal gloria se une?
El Alma: N o sé si esto os aburre —dice esta Alma—, pero no puedo de
jarlo de lado, habréis de excusarm e, pues celo de am or y obra de caridad
de los que yo m e hallaba sobrecargada m e hicieron hacer este libro para
que seáis de esta m anera cuanto antes, al m enos en voluntad, si todavía
tenéis voluntad; y si ya estáis desasidos de todas las cosas y sois de esa gen
te sin voluntad que lleva una vida p o r encim a de su entendim iento, en
tonces, para que gloséis el sentido de este libro.
110
[61] A q u í habla A m o r
de los siete es tad o s del A l m a .
C a p ítu lo L X I
111
que n o lo conozca, p orque de lo con trario —dice esta Alma— n o tendré
conocim iento alguno. Y si quiere que m e conozca, que m e q u ite el co
nocim iento de m í misma, pues de lo contrario no podré ten er conocí
m ien to alguno.
Amor: Lo que decís es cierto, dama Alm a -d ice A m or—. N o hay más
segura cosa que pu eda conocerse, ni más provechosa que pueda poseer
se, que esa obra.
112
I )cseo: S in d u d a so n p o c o c o rte s e s —d ic e D e s e o —. H a n o lv id a d o q u e a
IrM icristo n o le b a stó h a c e r a lg o p o r ello s, sin o só lo t o d o lo q u e es ca p a z
dr so p o rta r la h u m a n id a d hasta la m u e rte .
[63] C ó m o el A l m a [ / A m o r ] l l a m a v i l l a n o s
a l o s q u e les b a s t a c o n s a l v a r s e . C a p í t u l o L X I I I
|E l A lm a :] ¡A h , d u lc ís im o J e s u c ris to —d ic e el A lm a —, n o os p r e o c u p é is
por esas g en tes! E stá n tan o c u p a d o s e n e llo s m ism o s q u e se o lv id a n d e
ros, p o r su p r o p ia r u d e z a e n la q u e h allan sa tisfa cció n .
A m o r: S in d u d a —d ic e A m o r —, eso es g ra n v illa n ía .
B l A lm a : É se es el u so —d ic e e l A lm a — d e las g e n te s d e l n e g o c io a las
ipie el m u n d o d a el n o m b r e d e v illa n o s 146, p u e s v illa n o s so n , y a q u e el
g e n tilh o m b re n o sab e m e z c la r s e c o n las m e rca d e ría s n i p ro c u ra rse su e s-
l.ido. P e ro os d iré q u é m e tra n q u iliza d e esas g en tes: q u e so n e x p u lsa d o s,
dam a A m o r , d e la c o r t e d e v u e s tro s se cre to s c o m o lo sería u n v illa n o d e
la c o rte d e u n g e n t ilh o m b r e e n u n j u i c i o e n tre p ares, e n e l q u e n a d ie
p u ed e p a rtic ip a r si n o es d e a lto lin a je —al m e n o s e n la c o r t e d e l re y —. Y
i*ii ello e n c u e n tr o d e n u e v o la p a z —d ic e esta A lm a —, p u e s ta m b ié n ello s
son e x p u lsa d o s d e la c o r t e d e v u e s tro s se cre to s a la q u e so n lla m a d o s
aqu ellos o tro s q u e ja m á s o lv id a rá n las o b ras d e v u e s tra d u lc e co rte sía : el
d esp recio , las p o b r e z a s y lo s in s u frib le s t o r m e n to s q u e h a b é is p a d e c id o
por n o so tro s; ésto s n o o lv id a rá n ja m á s lo s d o n e s d e v u e s tro s u frim ie n to ,
piie, al c o n tr a r io , so n sie m p re p ara e llo s e s p e jo y e je m p lo .
[Amor:] A g e n te así se le o to r g a —d ic e A m o r — c u a n to n e c e sita , tal c o
m o J e su c risto lo p r o m e t ió e n e l E v a n g e lio 147. E llo s se salvan d e fo r m a m u
ch o m ás c o rté s q u e lo s o tro s; p e r o n o p o r e llo d e ja n d e ser p e q u e ñ o s al
lado d e la g ra n d e z a d e lo s q u e h a n m u e rto a la v id a d el esp íritu.
[64] A q u í se h a b l a d e las A l m a s m u e r t a s
a la v i d a del e s p í r i t u . C a p í t u l o L X I V
113
quieren nada. Almas así n o pueden sufrir el recuerdo de ningún am o r hu
mano, ni el q u erer de sentim ientos divinos, en razón del pu ro am or di
vino que estas Almas profesan a A m o r1'18.
Amor. Este ú n ico dom inio de A m or —dice Amor—les da la flo r del ar
dor de amor, c o m o A m or mismo atestigua.
Es verdad —dice A m or—. Este am or del que hablamos es la u n ió n di
los amantes y el fuego abrasado que arde sin fuelle.
[65] A q u í se h a bl a d e a q u e l l o s q u e t o m a n
a s i e n t o e n la al ta m o n t a ñ a s o b r e l o s v i e n t o s .
C apítulo LXV
[Amor.] Así pues, R azó n —dice A m or—, ya habéis oído algunas cosas
acerca de las tres m uertes p o r las que se alcanzan esas tres vidas. A hora os
diré quién es el que tom a asiento en la m ontaña por encim a de los vien
tos y las lluvias. Se trata de aquellos que en la tierra no tienen vergüen
za, h o n o r ni tem o r p o r cosa que les acontezca. Tales gentes se hallan se
guras, sus puertas están p o r ello abiertas, y así nada puede forzarlas, ni
obra de caridad osa penetrar por ellas: tales gentes tom an asiento en la
m ontaña donde ningún otro se sienta más que ellos149.
Razón: ¡Ah, p o r Dios, dama Amor! —dice R azón—, dinos qué será de
Vergüenza, la más bella de las hijas de H um ildad; y tam bién de Tem or, que
tantos bienes ha hecho al Alma y tantos bellos servicios; y qué será de mí
misma, que no he d orm ido mientras m e han necesitado. ¡Ay de mí! —di
ce R azó n —. ¿Nos echará de su casa ahora que ha alcanzado señoría?
Amor: ¡No, no! —dice A m or—. Al contrario, vosotras tres perm anece
réis en su mesnada y seréis las tres guardianas de su puerta, de form a que
nadie que vaya contra A m or pueda penetrar en su casa sin que os des
pertéis; pero no os com portéis de ninguna otra manera más que com o
porteras, pues si no os veríais confundidas; y no seréis escuchadas en nin
gún caso más que com o tales, aun si sucediera que el Alma se hallara tan
abajo que pudiera haber m enester o necesidad de ello. U na criatura así
—dice A m or—se halla m ejor vestida de la vida divina, de la que hem os ha
blado, que no de su propio espíritu, que fue puesto en su cuerpo al crear
lo. Y así el cuerpo está m ejor vestido de su espíritu, que no lo está el es
píritu de su cuerpo, pues el cuerpo se ha visto despojado y dism inuido
114
tlr lo m ás basto d e sí m ism o p o r obras d ivin as. D e tal fo r m a q u e esta A l
lí m se halla m ás a g u sto e n la d u lc e r e g ió n nad a c o n o c id a 150, allá d o n d e
•mi.t, q u e n o e n su p r o p io c u e r p o , al q u e d a vid a ; y ése es el p o d e r d e la
lllirrtad d e A m o r 151.
[66] C ó m o el A l m a se a l e g r a d e h a b e r s e
d e s p e d i d o d e R a z ó n y d e las o t r a s V i r t u d e s .
Capítulo L X V I
[67] A q u í se h a b l a d e l p a í s d o n d e m o r a es ta A l m a
y de la T r i n i d a d . C a p í t u l o I X V II
[Razón:] ¡A h , A m o r ! —d ic e R a z ó n —, os r u e g o q u e m e d ig á is a ú n a lg o
iicerca d e l país e n e l q u e esta A lm a m o ra .
A m or: O s d ig o —d ic e A m o r — q u e a q u e l q u e está allí d o n d e está esta
A lm a es d e él m ism o , e n él y p o r él, sin to m a r n ada d e n a d ie, sin o só lo
de él. Y está el A lm a a h o ra —d ic e A m o r — e n él, d e él, p o r él, sin to m a r
d e n a d ie, sin o d e él.
115
Verdad: Está, p o r tanto, en Dios Padre —dice Verdad—. Pues creemos
que no hay otra persona en la Trinidad que no haya tom ado su person.i
de otra persona, sino sólo la persona del Padre135.
Amor: Es verdad —dice A m or—, pues Dios Padre tiene de sí m ism o su
divina potencia sin tomarla de nadie, pues posee la em anación d e su di
vina potencia y le da al Hijo lo que él tiene de él, y el H ijo lo to m a del
Padre. D e tal form a que el Hijo nace del Padre y es igual a él. Y del Pa
dre y del H ijo es el Espíritu Santo una persona en la Trinidad: n o nace,
es; pues por un lado, el Hijo nace del Padre, y por otro, el E spíritu San
to es del Padre y del Hijo.
[68] C ó m o p o r o b r a d i v i n a esta A l m a
se u n e a la T r i n i d a d y c ó m o l l a m a a s n o s a l o s
q u e v i v e n d e l c o n s e j o de R a z ó n . C a p í t u l o L X V I I I
116
[ 6 9] E l A l m a d i c e a q u í q u e la p r á c t i c a
de las V i r t u d e s n o p r o p o r c i o n a m á s q u e tr a b a jo
y p r e o c u p a c ió n . C ap ítu lo L X I X
| Razón:] ¡A h , p o r D io s! —d ic e R a z ó n —, ¿q u é os p a re ce en to n ces, d u l-
t Puna flo r sin m á cu la , nu estra p ráctica?
El A lm a: M e p a re ce u n trabajo lle n o de p re o c u p a c io n e s —d ic e esta A l
lí i ,i . N o o b sta n te, n o es m e n o s c ie r to q u e c o n ese trabajo y p re o c u p a -
t lun se g an a el p a n y la su bsistencia. J e su cristo lo en salzó en su p ro p io
i uiTpo, p u e sto q u e v e ía la b estia lid a d d e los q u e se ten ía n qu e salvar a tra
v é s de ese trabajo y q u e p o r e llo h a b ía n m e n e ste r d e u n a certeza. Y Je
sucristo, q u e n o lo s q u ería p erd er, se la d io él m ism o a través d e su m u e r -
ir. d e lo s E v a n g e lio s y d e las E scritu ras; ahí es d o n d e las gentes d e la b o r
en cu entran el re cto ca m in o .
R azón: Y ¿d ó n d e lo en co n trá is vos?, d u lcísim a señ o ra nuestra —d ice
R iz ó n —, vo s q u e n o h a céis n i em p ren d éis la b o r a lgu n a entre estas p r e o -
i u p acion es, sin o p o r fe; ¿de d ó n d e recib ís esos dones?
E l A lm a : N o , c ie rta m e n te —d ic e el A lm a —, y o esto y libre d e estas c o -
ms1’7. A lle n d e se e n c u e n tra lo m e jo r d e m í, tan a lejad o de to d o esto q u e
no p u ed e estab lecerse c o m p a r a c ió n ; su fin está e n D io s , q u e ca rece de
tiem po, p e ro y o sí c o n o z c o el tie m p o para p o d e r esperar lo m ío d e él; y
lo m ío es estar arraigada en m i nada.
A h o ra b ie n , n o s p reg u n táis, R a z ó n , d ó n d e en co n tra m o s el b u e n ca
m ino. Y y o os d ig o q u e só lo e n a q u el q u e es tan fu e r te q u e jam ás p u e d e
m orir, cu y a d o c tr in a n o h a sid o n u n c a escrita, n i en obras ejem p lares n i
cu d o ctrin a s d e h o m b re s , p u es al d o n q u e é l h a ce n o se le p u e d e dar fo r
ma. E l sabía, d esd e siem p re sin c o m ie n z o , q u e y o creería en él sin n e c e
sidad d e p ru eb a s. ¿ H a y villa n ía m a y o r —d ic e el A lm a — q u e la de q u erer
pruebas en am o r? C ie r ta m e n te n o , o eso m e p a rece, p u es A m o r m ism o
es la prueba: eso m e basta; si q u iero m ás, e n to n ces n o esto y creyen d o en él.
R a zó n : ¡Ay, d am a A lm a ! —d ic e R a z ó n —, ten éis dos leyes, a saber, la
vuestra y la nuestra: la n u estra para c re e r y la vu estra para amar. A s í q u e
d ecid n os, si os p la ce, p o r q u é habéis lla m a d o a nu estros p u p ilo s asnos y
bestias.
E l A lm a : Esas g en tes —d ic e esta A lm a —, a las q u e lla m o asnos, bu scan
.i D io s e n sus criatu ras, en lo s m o n a s te rio s m e d ia n te rezo s, e n paraísos
creados, e n palabras d e h o m b re y en las E scritu ras. ¡A h ! S in d ud a, B e n -
117
jam ín no ha nacido en esas gentes -d ic e esta Alma—, pues R a q u e l vive ni
ellas; y es m enester que m uera R aquel para que nazca B enjam ín, y hasl.i
que R aq u el no m uera, no podrá nacer Benjamín158. A los n o experi
m entados159 les parece que esas gentes, que buscan a Dios así p o r valles y
m ontañas, tienen p o r cierto que él se halla sujeto a sus sacram entos y .1
sus obras.
¡Ay, qué piedad producen los males que sufren y los que sufrirán
m ientras sigan practicando esas costumbres! En cambio, gozan d e prove
chosa bonanza los que no sólo rezan a Dios en templos y m onasterios, si
no que lo adoran p o r todas partes p o r unión de divina v o lu n tad 160.
Razón: ¡Ah, p o r Dios, bien nacida! —dice R azón—, decidnos: ¿Dónde
lo buscáis y dónde lo encontráis vos?
El Alma: Lo encuentro p o r todas partes -d ice el Alma—, ahí es donde
está. Es una D eidad, un solo D ios en tres personas, y este Dios está todo
en él en todas partes; ahí —dice—lo encuentro.
[70] C ó m o un A l m a así es l o q u e es
p o r la g r a c i a d e D i o s . C a p í t u l o L X X
118
[ 7 1] C ó m o e s t a A l m a y a n o o b r a n i p a r a D i o s ,
ni p a r a e lla m i s m a , n i p a r a su p r ó j i m o .
C a p ítu lo L X X I
[ 7 2] A q u í se h a b l a d e la d i s t a n c i a en tr e
el p a í s d e l o s q u e p e r e c e n y e x t r a v í a n y el p a ís
d e la l i b e r t a d , y d e p o r q u é el A l m a t i e n e v o l u n t a d .
C ap ítu lo L X X I I
119
E l A lm a: C ierto -d ic e el A lm a-, a despecho de Voluntad, e n la qui
perm anecen los que perecen y extravían, llevando así sin más su vida di
perfección.
Amor. C uando la divina Trinidad creó a los ángeles de la cortesía di
su divina bondad, los malvados, por su perversa elección, se adhirieron al
malvado querer de Lucifer que quiso tener por su propia naturaleza 1<*
que sólo podía ten er por la gracia divina. Y tan pronto com o lo quisie
ron, p o r su felona voluntad, perdieron el estado de bondad. Se hallan
ahora en el infierno privados de ese estado y sin poder recuperar jamás ln
misericordia de ver a Dios. Y fue su voluntad la que les hizo perder esa
suprema visión que hubieran tenido si hubieran dado esa m ism a volun
tad que retuvieron. ¡Mirad en manos de quién han caído!
Verdad: ¡Ay, ay! -d ic e Verdad—, ¿por qué amáis tanto, Almas, la volun
tad, si voluntad causó tal pérdida?
Amor: Os diré —dice A m or—p o r qué el Alma tiene voluntad: porque
vive aún en el espíritu y en la vida del espíritu aún hay voluntad.
Razón: ¡Ah, Dios, dama Amor! -d ic e R a z ó n -, decidm e ¿por qué ha
béis escogido a esta Alma, a la que tanto amáis y a la que desde el co
m ienzo del libro habéis llamado «alma»? Y si decís que las personas ex
traviadas tienen voluntad porque viven aún en la vida del espíritu, ¿cómo
habéis llamado a aquélla tantas veces p o r un nom bre tan pequeño como
«alma», que es m enos que el nom bre de «espíritu»?
Amor: U na buena pregunta, ¡creedme! —dice Amor—; pues natural
m ente todos los que viven en la vida de la gracia por cum plim iento de
los m andam ientos y se perm iten satisfacerse con ello tienen el nom bre de
«alma», pero no el de «espíritu», sino sólo el de «alma» en vida de gracia.
Pues todas las jerarquías celestes no reciben un solo y mismo nom bre que
designe sus más nobles nombres; todos son ángeles, pero el prim er ángel
no recibió el nom bre de Serafín, sino sólo el de ángel, en cam bio los Se
rafines reciben ambos nombres.
E ntended lo que quiero decir con esto. Pues de form a semejante yo
os digo que los que guardan los m andam ientos y con esto les basta reci
ben el nom bre de «alma» y no de espíritu, y su nom bre correcto es «al
ma» y no «espíritu», pues se hallan lejos de la vida del espíritu.
Razón: ¿Y cuándo es el alma toda espíritu? —dice R azón.
Amor. C uando se ha m ortificado el cuerpo, y la voluntad se regocija
en la vergüenza, la pobreza y la tribulación: entonces, es toda espíritu y
120
un de o tra fo rm a . Y esas criatu ras esp iritu a les p o s e e n e n to n c e s p u reza d e
i o u c ie n cia , p a z d e a p eg o s y e n te n d im ie n to d e razó n .
[73] C ó m o ha d e m o r i r el e s p ír it u para
perd er l a p rop ia v o lu n ta d . C a p ítu lo L X X I I I
|R azón:] ¡A h , p o r D io s ! —d ic e R a z ó n —, d am a A m o r , os r u e g o q u e m e
digáis p o r q u é ha d e m o r ir e l esp íritu p ara p e rd e r la p ro p ia v o lu n ta d .
Amor: P o rq u e el esp íritu —d ic e A m o r — está lle n o d e v o lu n ta d esp iri-
lual, y n a d ie p u e d e v iv ir la v id a d iv in a m ien tras te n g a v o lu n ta d , n i p u e
de nadie hallar sa tisfa cció n si n o ha p e r d id o la v o lu n ta d . Y el esp íritu n o
m uere p o r c o m p le to hasta q u e p ie rd e e l se n tim ie n to d e su a m o r y hasta
i|iie m u ere su v o lu n ta d q u e le daba v id a , y es e n esa p érd id a q u e el q u e
rer se c o lm a to ta lm e n te d e sa tisfa cció n d e d iv in a co m p la c e n c ia . Y en esa
m uerte c r e c e la v id a e n c u m b ra d a en la m o n ta ñ a q u e es siem p re lib re o
glo rio sa165.
Verdad: ¡A h , p o r D io s !, d am a A m o r D iv in o , os r u e g o q u e m e m ostréis
dice V erd ad — u n alm a p e rfe c ta , e n ese estado.
Am or: C o n m u c h o g u sto —d ic e A m o r —, y si n o es c o m o os v o y a d e -
i ir, os p id o q u e la rep ren d áis y q u e le digáis q u e se halla m al o rn a d a y
guarn ecid a para h a b la rm e e n m i secreta a lc o b a , allí d o n d e n ad ie en tra si
no está p rep arad o d e la fo r m a c o m o m e o iréis d e c ir 166. N o te n g o o tra
■ muga —d ic e A m o r D iv in o — q u e la q u e n o te m e p e rd e r o ganar, salvo tan
sólo p o r m i p la cer; de o tro m o d o ella n o estaría c o n m ig o para m í, sino
i o n sigo para ella; y la q u e fu era m i esposa n o p o d ría ser p ara ella. Y si
hubiera c o m e tid o tan tos p eca d o s c o m o to d o s los c o m e tid o s a lg u n a v e z
en el m u n d o , y h u b ie r a h e c h o tan to b ie n c o m o el d e to d o s cu a n to s se
hallan en el paraíso, y to d o s estos b ie n e s y estos m ales e stu v ie ra n a la v is -
1.1 d el p u e b lo , esa A lm a n o sen tiría e n ella v e rg ü e n z a n i h o n o r, n i v o lu n -
I id de o cu lta r o d isim u la r sus m ales; y si actu ara d e o tra fo r m a , n o esta-
i ía c o n m ig o para m í, sin o para ella y c o n ella.
¿ Q u é v e rg ü e n z a sie n te n los d e m i paraíso a u n q u e se v e a n sus p eca d o s
y los d o n es d e la g lo r ia q u e d e m í recib en ? C ie r ta m e n te n o tie n e n n in
gun a v o lu n ta d d e o c u lta r sus p e ca d o s, n i v e rg ü e n z a d e q u e se c o n o z c a n ,
o de m o stra r m i g lo ria .
Verdad: ¡A h , sin d u d a n o ! —d ic e V erd ad —, D e ja n q u e él m a e stro 167 d e -
121
i ida ocultarlos o m ostrarlos a su voluntad. Y tam bién las Almas de las que
hablam os que son recipiente de esa elección: el Lejoscerca les representa
esc noble don.
[75] C ó m o el A l m a i l u m i n a d a da
e n t e n d i m i e n t o a c e r c a d e l as c o s a s d i c h a s
a t r a v é s d e l e j e m p l o d e la t r a n s f i g u r a c i ó n
de Jesu cristo. C ap ítu lo LXXV
122
cristo se transfiguró en el m o n te Tabor, d on de se encontraban sólo tres
de sus discípulos. Les dijo qu e n o hablasen de ello ni dijesen nada a na
die hasta que él hubiera resu citad o170.
E l A lm a libre: H abéis d ich o bien —dice el A lm a libre a las siervas de
N aturaleza que se escon den p o r esa causa—, m e habéis dado el arma co n
la que os venceré.
E l Alm a: B ien , ahora os p regun to —d ice esta A lm a—: ¿por qué h izo
D ios esto?
[La que se esconde:] Lo h izo p o r nosotras —d ice la qu e se esconde—, Y
puesto qu e nos lo enseñó, ¿por qué n o habríam os de hacerlo?
E l Alm a: ¡A h, corderillos!, ¡qué bestial es vuestro entendim iento! D e
jáis el grano y cogéis la paja. Y y o os d ig o que, cuand o Jesucristo se trans
figuró ante tres de sus discípulos, lo h izo a fin de que supierais que p o
cos son los que verán la claridad de su transfiguración y que sólo la
muestra a sus am igos más especiales; y p o r eso sólo estaban tres. Y así su
cede en este m u nd o cuando D io s se da p o r ardor de lu z en corazón de
criatura. Ya sabéis, pues, p o r qu é sólo estaban tres.
A h o ra os diré p o r qué su cedió en la m ontaña. Fue así para m ostrar y
significar que nadie pu ed e ver las cosas divinas m ientras se encuentra
m ezclado y en trem ezclad o en cosas tem porales, es decir, en cu alqu ier c o
sa m enos que D io s. A h o ra os diré p o r qu é D io s les dijo que n o hablasen
hasta que hubiera resucitado: para dem ostrar que no podéis d ecir palabra
de los secretos divinos m ientras podáis vanagloriaros de ello; y hasta en
tonces nadie debe hablar. Pues os aseguro que qu ien tiene algo que disi
m ular o esconder —dice esta A lm a— tiene algo que mostrar, pero el que
nada tiene qu e m ostrar nada tiene que esconder.
[76] A q u í se m u e s t r a , a tr a v é s d e l e j e m p l o
d e la M a g d a l e n a y d e l o s s a n t o s , q u e el A l m a
n o s ie n te v e r g ü e n z a a lg u n a de sus p e c a d o s .
Capítulo L X X V I
123
.... .. el propio Evangelio atestigua cuando dice, ovándolo todos, que
I >i<>s expulso siete enemigos fuera de ella17. Y no sintió vergüenza aul»
nadie nús que ante aquel al que había fallado; pues se hallaba prendada,
poseída y arrebatada, y por ello no se preocupaba de nadie sino de él.
¿Y qué vergüenza tuvo san Pedro cuando Dios sacó a los muertes de
las sombras después de que él le había negado tres veces? ( lientamente no
tuvo ninguna, al contrario, sintió un gran honor171.
¿Y qué vergüenza o gloria sintió san Juan evangelista, aunque Dios lu
ciera a través de él el verdadero Apocalipsis, después de que hubiera hui
do cuando prendieron a Jesucristo?1 '
1:1 A l m a : Yo creo —dice esta Alma—que ni él ni ninguno de los •tros
sintieron vergüenza ni honor, ni voluntad de disimularlo o esconderlo; y
que poco les importó lo que Dios hiciera a través de ellos, por ellos y por
el pueblo, aunque se tratara de obra divina, listos ejemplos bastan sobra
damente a los que tienen entendimiento para comprender lo que queda
por decir. En cuanto a los otros, no es para ellos que está escrito este libro.
[77] A q u í el A l m a p r e g u n t a si D i o s ha p u e s t o
f i n y t é r m i n o a l o s d o n e s d e su b o n d a d .
C a p í t u l o I-XXVII
124
lil A lm a: P e ro h a y algo q u e m e g u staría d e c ir —d ice esta A lm a— n o p a -
tit los q u e ya e stá n e n ese estad o , p u e s ésos n o h a n d e h a c e r n ad a, sin o
p.ita los q u e n o lo está n y a lg ú n día lo e sta rá n (¡y ésos sí tie n e n q u e h a -
i ri algo!), y es q u e se m a n te n g a n e n g u a rd ia a fin d e q u e , si A m o r les p i-
ilirra algo su y o q u e les h u b ie ra p re sta d o , n o se re h ú s e n , su c e d a lo q u e s u -
tcila, a la h o ra q u e sea y sea c u a l sea la V ir tu d q u e A m o r en v íe c o m o
m ensajera. P u e s las V irtu d e s tra e n a m o d o d e m en sajes la v o lu n ta d d e
A m or e n cartas selladas p o r su s e ñ o r175, así c o m o h a c e n los ángeles d e la
tercera je r a r q u ía 176.
Y sep an ta m b ié n to d o s a q u e llo s a q u ie n e s A m o r en v ía sus m en sajes
«H10 si re h ú s a n e n ese m o m e n to lo q u e las V irtu d e s le p id e n a su ser in
terior, q u e h a d e te n e r s e ñ o río so b re su c u e rp o , n o h a rá n ja m á s las paces
to n el s o b e ra n o q u e e n v ía el m e n sa je , sin o q u e se v e rá n presos d e tu rb a -
t ión e n su c o n o c im ie n to , y atrap ad o s e n ellos m ism o s p o r falta d e c o n -
li.tnza. P u e s, A m o r d ic e q u e e n g ra n n e c e s id a d se c o n o c e al am ig o .
R a zó n : R e s p o n d e d m e e n to n c e s a e sto —d ice R a z ó n —, ¿si n o lo ay u d a
en la n e c e sid a d , c u á n d o lo v a a ayudar? D e c íd m e lo .
Am or: ¿ Q u é tie n e d e m a ra v illa —d ic e A m o r— si yo n o m e a c u e rd o d e
el? M e es n e c e s a rio g u a rd a r la p a z de la ju s tic ia d iv in a y d ar a cad a u n o
lt> q u e le c o r r e s p o n d e y n o lo q u e n o es suyo, sin o lo suyo.
[A m or al A lm a :J E n te n d e d a h o ra la g lo sa d e este lib ro . U n a cosa vale
lo q u e se la a p re c ia y n e c e sita , y n o m ás. Y c u a n d o yo quise, m e p lu g o y
tuve n e c e s id a d d e vos (e n tie n d o p o r n e c e s id a d a q u e llo p ara lo q u e os los
m andab a), vos reh u sa ste is m u c h o s de m is m en sajes; n a d ie lo sabe sin o yo,
so lam en te yo. O s e n v ié a los T ro n o s p a ra re p re n d e ro s y p re p a ra ro s, a los
Q u e ru b in e s p a ra ilu m in a ro s , y a los S erafin es p a ra ab razaro s177. P o r m e
dio d e to d o s esos m e n sa je s os d ic té (y ellos os lo h ic ie ro n saber) m i v o
lu n tad y los estad o s a lo s q u e os c o n v id a b a , y ja m á s prestasteis a te n c ió n .
C u a n d o v i esto, d e jé e n v u estras p ro p ia s m a n o s v u e stra salvación; si m e
hu b ierais o b e d e c id o , h u b ie ra is sid o d ife re n te s, c o m o vos m ism a a testi
guáis; p e ro os salvaréis vos m is m a a u n c u a n d o h a b ré is d e h a c e rlo e n u n a
vida a tra p a d a e n v u e s tro p ro p io e s p íritu q u e ja m á s d ejará de p o n e ro s tra
bas. Y p u e s n o o b e d e c is te is a m is m e n sa je s y a las V irtu d e s c u a n d o a tra
vés d e ellos q u ise s o m e te r v u e stro c u e r p o y lib e ra r v u e stro e s p íritu , y
pues n o o b e d e c iste is a c u a n to os p e d í a través d e las sutiles V irtu d e s , a las
q u e os en v ia b a , y a trav és d e m is A n g e le s, c o n los q u e os u rg ía , n o p u e
do daros e n ju s tic ia la lib e r ta d q u e p o se o , p u e s ju s tic ia n o p u e d e h a c e rlo .
125
V m a i,in d o os lo pedí, hubierais o b ed ecid o -d ic e A m o r— a la volum.nl
ilc las V irtudes q u e os envié y a mis mensajeros, hubierais te n id o en jir,
ticia m i libertad.
Amor. ¡Ay, Alma! -d ic e A m or—, ¡cuán presa estáis de vos m ism a!
E l Alma: Es verdad —dice esta A lm a—, mi cuerpo es débil y m i alm.i
tem e. Pues, lo q u iera o no, a m e n u d o siento a causa de esas do s natuv.i
lezas178 una p re o c u p a c ió n q u e los libres n o sienten ni p u e d e n sentir.
[78] C ó m o a q u e l l o s q u e n o h a n o b e d e c i d a
l as e n s e ñ a n z a s d e la p e r f e c c i ó n q u e d a n a t r a p a d o s
e n e l l o s m i s m o s h a s t a la m u e r t e .
C a p í tu l o L X X V I I I
126
i tierpo. Y a m e n u d o lo h a c e a ú n , p e ro n u n c a e n a q u e l q u e n o te n g a fe
n i ello.
Así p u e s , p o d é is v e r y o ír a q u í q u e e l q u e es así es g ra n d e , fu e rte , li-
lm* y d esasid o d e to d a s las cosas. Q u i e n e n D io s co n fía , D io s lo santifica.
I fe d ic h o —d ic e A m o r — q u e a q u ello s a los q u e u rg ía in te r io r m e n te p a -
la q u e o b e d e c ie r a n a la p e r f e c c ió n d e las V irtu d e s y n o h ic ie ro n n a d a se
iu llarán a tra p a d o s e n sí m is m o s hasta la m u e r te ; y d ig o m ás, si trab ajasen
it d ia rio p o r a m p lia r e n ellos la p e rfe c c ió n d e los a p ó sto les c o n la a p lica-
i ión d e su v o lu n ta d , a ú n asi n o se d e s p o ja ría n d e ellos m ism o s, ¡que n a
die se lla m e a e rro r!, n i d e c u e r p o n i d e alm a. N o , in c lu so así ta m p o c o ,
dado q u e la r u d e z a y lo s a rg u m e n to s d e su se r in te r io r n o p u e d e n o b te
nerlo, n o p o d r á n a lc a n z a rlo n u n c a , y to d o lo q u e h a g a n p o r sí m ism o s se -
i.i sie m p re a p ris io n a rs e e n sí m ism o s. Q u e lo sep an c u a n to s e m p re n d e n
obras c o n sus solas fu e rz a s sin el a rd o r d e l fe rv o r in te rio r.
[79] C ó m o el A lm a lib re a c o n s e j a
q u e n o se r e h ú s e n las d e m a n d a s del
b u e n e s p í r i t u . C a p í t u l o I.X X IX
127
| l/nor] Esta [Alma] es la hija p rim o g én ita del altísim o R ey, e n la que
no falta ningún e n c a n to 181. Y esta dam a —dice A m or—ha alcanzado ese ri
lado del que hablam os, allí d o n d e es más noble, y os diré c ó m o : no li.iy
en ella vacuidad —dice A m o r- que n o esté llena de m í p o r co m p leto , por
lo q u e n o p u ed e albergar p reo cu p ació n ni rem em branza, y de esa forniii
tam p o co hay en ella n in g u n a im a g e n 182. Y sin em bargo —dice A m o r-, j
su tiem p o y lugar, Piedad y C ortesía p erm anecen con ella.
E l Alma: Es ju sto —dice el Alm a—q u e Piedad y C ortesía perm anezcan
con m ig o , pues tam p o co se alejaron de Jesucristo, p o r el q u e he vuelto .1
la v ida183; y p o r m u ch o que su dulce alm a fuera glorificada tan p ro n to c<>
1 1 1 0 fue unida al c u e rp o m o rtal y a la naturaleza divina en la perso n a del
[80] C ó m o el A l m a e n t o n a c a n t o y d i s c a n t o 186.
C apítulo LXXX
128
I le d ic h o an te s q u e u n A lm a así h a c a íd o p o r m í e n nada; m ás aú n ,
en m e n o s q u e n a d a in te r m in a b le m e n te . P u e s así c o m o D io s e n su p o d e r
t"< in c o m p re n sib le , así ta m b ié n esta A lm a está e n d e u d a d a c o n su in c o m
prensible n a d a p o r u n so lo m o m e n to e n q u e alzó c o n tra él su v o lu n ta d .
I c d eb e sin d e s c u e n to la d e u d a q u e su v o lu n ta d le c o stó , y tan tas veces
m in o tu v o la v o lu n ta d d e h u r ta r le a D io s su v o lu n ta d .
E l A lm a: ¡O h , D io s v e rd a d e ro q u e veis y sufrís esto! —dice esta A lm a —,
,u|iiién p a g a rá esa d e u d a ?
Responde la propia A lm a : ¡A h, caro S e ñ o r!, vos m is m o la p ag aréis. P u es
la p le n itu d d e v u e s tra b o n d a d q u e e m a n a d e c o rte s ía n o p o d ría su frir q u e
yo n o q u e d a s e lib re p o r el d o n d e A m o r al q u e h a c é is p ag ar e n u n in s
tante to d a s m is d e u d a s. E se d u lc ís im o L e jo sc e rca h a p u e s to h asta la ú lti
ma m o n e d a d e m i d e u d a , y m e d ic e q u e m e d eb éis ta n to c o m o y o a vos.
I’ues si y o os d e b o ta n to c o m o valéis, vos m e d eb éis ta n to c o m o ten éis;
esa es la g e n e ro s id a d d e v u e stra n a tu ra le z a d iv in a. Y p o r ello se an u la n ,
me d ic e ese g e n til L e jo sc e rc a d e l q u e h e h a b la d o an tes, esas do s d eu d as,
una c o n la o tra , y s o n d e a h o ra e n a d e la n te u n a sola; y estoy d e a c u e rd o ,
pues ése es el c o n s e jo d e m i p ró jim o .
R a zó n : ¡A h, p o r D io s , d a m a A lm a! —d ic e R a z ó n —, ¿ q u ié n es v u e stro
más p ró jim o ?
E l A lm a: L a a rre b a ta d o ra e x a lta c ió n q u e m e se d u c e y m e u n e al c e n -
Iro d e la m é d u la d e D iv in o A m o r e n la q u e m e f u n d o 18" —d ic e el A lm a -;
es ju s to , p u e s, q u e m e a c u e rd e d e él, ya q u e m e h e e n tre g a d o e n él. M as
sobre ese e sta d o —d ic e esta A lm a — se d e b e g u a rd a r silen cio , p u e s n a d a
p u ed e d e c irse .
Am or: C ie r ta m e n te n o —d ic e A m o r —. A sí c o m o n o se p o d ría e n c e rra r
el sol y g u a rd a rlo p e r m a n e n te m e n te , ta m p o c o p u e d e esta A lm a d e c ir n a
da d e esa v id a, al la d o d e lo q u e v e rd a d e ra m e n te es.
Embeleso: ¡A h, d a m a A lm a! —d ic e E m b e le s o —, sois m a n a n tia l d e d iv i
no a m o r, d e l q u e m a n a la f u e n te d e l c o n o c im ie n to d iv in o ; y d e este m a
nantial d e d iv in o a m o r y d e esta f u e n te d e c o n o c im ie n to d iv in o , n a c e el
río d el d iv in o l o o r 189.
E l A lm a: A b a n d o n o to d o p o r c o m p le to —d ic e esta [A lm a] c o n firm a
d a 190 e n la n a d a — a la v o lu n ta d d iv in a.
129
[81] C ó m o a esta A lm a no le im p o r ta n n i e lla ,
n i su p r ó jim o , n i el p r o p io D io s. C a p ítu lo LXXXI
[82] C ó m o e s t a A l m a es l i b r e p o r sus c u a t r o
c o s t a d o s 195. C a p í t u l o L X X X I I
[Amor:] El Alma, que es perfectam ente así, es libre p o r sus cuatro cos
tados. Pues, en efecto, cuatro son los cuarteles que necesita u n hom bre
130
lloN e p a ra p o d e r ser lla m a d o g e n tilh o m b re , y así es ta m b ié n e n se n tid o
i'upi ritual.
El p r i m e r c u a rte l, p o r el q u e esta A lm a es lib re, es q u e n o h ay re p ro
che e n ella a u n q u e n o h a g a n i o b re las o b ras d e las V irtu d e s. ¡A h, p o r
I )ios!, v o so tro s q u e escu ch áis, ¡e n te n d e d lo si podéis! ¿ C ó m o p o d ría
A m or a c tu a r c o n o b ras d e V irtu d e s si es m e n e s te r q u e cese to d a o b ra
cuan d o A m o r actúa?
El s e g u n d o c u a rte l es q u e n o tie n e e n a b s o lu to v o lu n ta d , ta n ta c o m o
los m u e rto s e n sus sep u lcro s, e x c e p tu a n d o la v o lu n ta d divina. P o c o le im
po rtan a esa A lm a ju s tic ia y m is e ric o rd ia ; p o n e y deja todas las cosas e n
la sola v o lu n ta d d e a q u e l q u e la am a; y éste es el seg u n d o c u a rte l p o r el
i|oe es libre.
El te rc e ro es q u e p ie n sa y c re e q u e n u n c a h a e x istid o ni existirá n ad ie
p eo r q u e ella, n i m ás a m a d a q u e ella p o r a q u e l q u e la am a p o r lo q u e ella
es. ¡T o m ad n o ta d e ello y n o lo e n te n d á is m al!
E l c u a rto c u a rte l es q u e p ie n sa y c re e q u e d e la m ism a fo rm a q u e n o
es p o sib le q u e D io s p u e d a q u e r e r o tra co sa q u e b o n d a d , ta m p o c o p u e d e
liarse q u e ella p u e d a q u e r e r o tra cosa m ás q u e su d iv in a v o lu n ta d . A m o r
la h a o rn a d o d e sí m is m o d e tal fo r m a q u e le h a c e re te n e r eso d e él; él,
que e n v ir tu d d e su b o n d a d la h a tra n s fo rm a d o e n tal b o n d a d m e d ia n te
su m ism a b o n d a d ; q u e e n v ir tu d d e su a m o r la ha tra n sfo rm a d o e n tal
am o r m e d ia n te su p ro p io a m o r; y q u e e n v ir tu d d e su q u e re r la h a tran s
fo rm a d o to ta lm e n te e n q u e re r m e d ia n te su d iv in o q u erer. É l es eso d e sí
y e n sí m is m o p o r ella; y eso p ie n sa y c re e ella. D e o tra fo rm a , n o sería
libre p o r sus c u a tro co stad o s.
E n te n d e d la glosa, o y en tes d e este lib ro , p u e s a h í está el g ra n o q u e ali
m e n ta a la esposa. A sí es m ie n tra s se e n c u e n tra e n el ser e n el q u e D io s
le h a c e ser; allí d o n d e h a d a d o su v o lu n ta d y n o p u e d e p o r ello q u e re r si
no la v o lu n ta d d e a q u e l q u e d e sí m is m o y p o r ella la h a tra n s fo rm a d o en
su b o n d a d . Y si ella es así d e lib re p o r sus c u a tro co stad o s, p ie rd e su n o m
bre, p u e s alcan za so b e ra n ía . Y p o r e llo su n o m b r e se p ie rd e e n a q u e l c o n
el q u e ella se h a fu n d id o , y q u e la h a d isu e lto d e él e n él p o r ella. A lgo
así su c e d e c o n el a g u a q u e p r o c e d ie n d o d e l m a r tie n e a lg ú n n o m b re , c o
m o p o r e je m p lo A isn e o S e n a '96 o el d e a lg ú n o tro río , y c u a n d o c o m o
río o c o m o a g u a re g re sa al m ar, p ie rd e su c u rso y su n o m b re c o n el q u e
c o rrió p o r d istin to s países c u m p lie n d o su tarea; a h o ra q u e está e n el m a r
d o n d e re p o sa , h a p e r d id o su o b ra r. D e f o r m a se m e ja n te le su c e d e al A l-
131
ma. Este ejem plo os basta para e n te n d e r la glosa, esto es: có m o esta A l
m a v in o del m ar y tuvo u n n o m b re y c ó m o regresa al m ar y p ierd e así su
n o m b re y n o tie n e otro q u e el de aq u el en el que se ha tran sfo rm ad o por
com p leto ; es decir, e n el am or del esposo de su ju v e n tu d que h a trans
fo rm a d o a la esposa p o r entero en él197. El es, luego ella es; y esto le bas
ta m aravillosam ente, de lo que ella se maravilla; esto es el placentero
A m o r p o r el q u e ella es am o r y ello la deleita.
[84] C ó m o el A l m a l i b r e p o r s us c u a t r o
c o s t a d o s a s c i e n d e a la s o b e r a n í a y v i v e l i b r e m e n t e
de vida divina. C a p ítu lo L X X X IV
132
mi más p ró jim o . E n to n c e s esa A lm a v iv e —d ice A m o r— n o de m e ra v id a
de gracia n i d e la d e l e s p íritu , sin o d e v id a d iv in a , lib re m e n te , a u n q u e n o
g lo rio sa m e n te , p u e s n o h a sid o g lo rific a d a , p e ro sí d iv in a m e n te ; p u es
desde este m o m e n to D io s la h a sa n tific a d o d e sí m ism o ; y ahí n o p u e d e
p e n e tra r n a d a q u e sea c o n tr a r io a la b o n d a d .
E n te n d e d s a n a m e n te , p u e s así es e n ta n to e n c u a n to ella se halla e n ese
estado: ¡D ios os c o n c e d a p e r m a n e c e r p o r sie m p re e n ese estado, sin salir
de él! D ig o esto a las p e rs o n a s p a ra las q u e A m o r h a h e c h o h a c e r este li
bro, y aquellas p a ra las q u e lo h e e sc rito . E n c u a n to a los q u e n o estáis,
ni estuvisteis, n i estaréis e n s e m e ja n te estad o , os cansaréis e n v a n o si lo
ipieréis e n te n d e r. N o p u e d e sa b o re a rlo q u ie n n o sea esto: o e n D io s sin
ser, o D io s e n él e n el ser. E n te n d e d la glosa, p u e s se alim en ta q u ie n sa
borea; p u e s, c o m o se d ic e a m e n u d o , «m al n u tre lo q u e n o se saborea».
R a zó n confusa: ¡Ay, sin d u d a h a b é is d ic h o b ien ! —dice R a z ó n co n fusa.
E l A lm a embelesada de nada pensar: V e rd a d e ra m e n te —dice esta A lm a
em b elesad a d e n a d a p e n s a r p o r el c e rc a n o L ejo scerca q u e la d e le ita e n
paz—, la c e rra z ó n y r u d e z a d e R a z ó n s o n in d e c ib le s e im p en sab les. ¡P or
sus d iscíp u lo s la c o n o c e ré is! N i u n a sn o lo g ra ría n ad a caso q u e q u isiera
escucharles. P e ro D io s m e h a g u a rd a d o d e esos d iscíp u lo s —d ic e esta A l
ma—; n u n c a m e te n d r á n b a jo su c o n se jo , n i q u ie ro e scu ch ar n u n c a m ás su
d o c trin a , p u e s ya lo h e h e c h o d e m a sia d o tie m p o , a u n si eso fu e b u e n o
para m í; a h o ra , sin e m b a rg o , n o es lo q u e m e va m e jo r, a u n q u e ellos n o
lo sep an , p u e s su m e n g u a d o s e n tid o n o p u e d e p o n e r p re c io a cosa d ig n a
de v a lo r n i e n te n d e r n a d a d e lo q u e R a z ó n n o es d u e ñ a 199, y si lle g a n a
e n te n d e rlo , n o será m u y a m e n u d o .
P o r ello d ig o q u e n o q u ie ro o ír m ás sus g roserías: ¡a m í n o m e las van
a d e c ir m ás!, ¡ya n o p u e d o sufrirlas!, y n o te n g o d e q u é n i p o r q u é h a
cerlo. E sto es o b ra d e D io s q u e o b ra e n m í; yo n o le d e b o o b ra alg u n a
pues él m is m o o b ra e n m í y si e n tr o m e tie r a m i o b ra , desh aría la suya. Y
así, los d isc íp u lo s d e R a z ó n m e q u e r r ía n r e d u c ir a la p o b re z a d e sus c o n
sejos, si lleg ara a c re e rlo s. P ie rd e n su tie m p o , p u e s es cosa im p o sib le ; p e
ro les e x c u so p o r su b u e n a in te n c ió n .
133
[85] C óm o esta A lm a es lib re, m á s lib r e
y lib r e p o r c o m p le t o . C a p ítu lo LXXXV
[86] C ó m o R a z ó n se m a r a v i l l a d e l o q u e
se d i c e d e e s t a A l m a . C a p í t u l o L X X X V I
[Razón:] ¡Ay, D ios!, ¡ay, Dios!, ¡ay, Dios! —dice R a z ó n —. ¿Q ué dice es
ta criatura? ¡Es para dejar pasm ado al m u n d o entero! Pero ¿qué van a de
cir los q u e se alim entan de mí? ¡N o voy a saber qué decirles, ni có m o res
ponderles para ju stificar esto!
E l Alma: Yo n o m e m aravillo en absoluto —dice esta A lm a—, pues, en
relación a ese estado, todos los vuestros son g en te de pies sin cam ino, m a
nos sin obra, boca sin palabra, ojos sin claridad, orejas que n o oyen, ra
zón que n o razona, c u erp o sin vida y corazó n sin enten d im ien to . P o r ello
los q u e se alim entan de vos van de m aravilla en m aravilla de maravilla.
134
Amor. C ie r ta m e n te p a ra ello s —d ic e A m o r — to d o esto so n m aravillas
lijen m aravillosas, p u e s se e n c u e n tr a n d e m a sia d o lejos del país d o n d e es-
las cosas so n usu ales p a ra q u e p u e d a n estar a la a ltu ra. P ero los q u e so n
tisí y s o n d e ese p aís, y v iv e D io s e n ello s, n o se m arav illan e n ab so lu to .
El A lm a : ¡N o , D io s n o lo q u iera! —d ic e el A lm a lib erad a—, sería u n sig
no de v illan ía, y os d iré y m o s tra ré c ó m o c o n la ay u d a de u n e je m p lo : si
lin rey d iese a u n o d e sus se rv id o re s, q u e le h u b ie ra serv id o le a lm e n te , u n
gran d o n q u e le h ic ie ra r ic o p a ra s ie m p re sin v o lv e r a p re sta r serv icio ,
¿por q u é h a b ría d e m arav illarse d e e llo u n h o m b r e sabio? S in d u d a , n o se
m aravillaría, p u e s h a c e rlo sería c e n s u ra r al rey, a su d o n y al q u e tal d o n
libera.
Cortesía: Y y o os d iré —d ic e C o rte s ía — e n q u é y p o r q u é . P o rq u e u n
h o m b re sab io n o se m a ra v illa c u a n d o se le h a c e lo q u e c o rre s p o n d e q u e
se le h a g a , sin o al c o n tra rio , lo alaba, lo a p re c ia y le place; si se m a ra v i
llase d e m o s tra ría q u e n o se h a b ía h e c h o lo q u e co n v en ía. P e ro el c o ra z ó n
villano y p o c o sabio, q u e p o r falta d e s e n tid o n o sabe q u é so n h o n o r n i
cortesía n i d o n d e g ra n se ñ o r, s ie n te a n te ello g ra n m aravilla.
Verdad: Y n o es m arav illa —d ic e V erd ad —, e n él m ism o resid e el p o r
qué, tal c o m o h a b é is o íd o .
N ob leza de U nidad del A lm a: ¡Ay, p o r D io s! —d ic e N o b le z a d e U n id a d
del A lm a —, ¿ p o r q u é h a b ría de m arav illarse c u a lq u ie ra q u e te n g a se n tid o
en su i n te r io r si d ig o cosas g ra n d e s y n u ev as, y si te n g o p o r to d o , d e t o
llo y e n to d o m i p le n a satisfacció n ? M i a m ig o es g ra n d e y m e d a g ra n
d o n , él es sie m p re n u e v o y n u e v o d o n m e d a, y tal c o m o él se h alla p le
no y saciad o d e to d o s los b ie n e s d e sí m ism o , así m e h allo yo, p le n a y sa
ciada, y a b u n d a n te m e n te c o lm a d a d e m ú ltip le s delicias d e b o n d a d d e rra
m ada d e su d iv in a b o n d a d , sin b u scarlas c o n p e n a o carg a e n estas
satisfacciones so b re las q u e p la tic a e ste lib ro .
E l A lm a : E l es —d ic e esta A lm a —, y eso m e sacia.
Pura Cortesía: S in d u d a es ju s to —d ic e P u ra C o rte s ía —. E so le c o rre s
p o n d e al a m a n te , p u e s tie n e la c a p a c id a d d e saciar a su am ig a c o n su b o n
dad.
135
En M aría n o hay más que u n solo espíritu, o sea una sola inten ció n
que la llena de paz; en M arta hay m u ch o s, p o r lo q u e tie n e a m e n u d o
u n a paz turbada, p u es el A lm a liberada n o puede ten er más que u n a sola
in ten ció n .
[87] C ó m o e s t a A l m a es s e ñ o r a d e l as V i r t u d e s
e h i j a d e la D e i d a d . C a p í t u l o L X X X V I I
136
g.i -d ice A m o r a esta A lm a q u e es el p ro p io A m o r y n o o tra cosa q u e
A m or, d e sp u é s d e q u e A m o r e n su d iv in a b o n d a d h a p u esto a sus pies y
lu d a d o m u e r te sin r e m e d io a R a z ó n y a las o b ras d e las V irtu d e s.
[88 ] C ó m o p r e g u n t a A m o r l o q u e p r e g u n t a r í a
R a z ó n si e s t u v i e r a c o n v i d a , es d e c i r , q u i é n
e s la m a d r e d e R a z ó n y d e la s o t r a s V i r t u d e s .
C a p ítu lo L X X X V III
137
Huta I lumildad, que es abuela y madre208,
hija es de Divina Majestad y nació de Divinidad.
Deidad es madre y abuela de sus ramas,
cuyos retoños producen fruto en abundancia.
Callaremos, pues hablar los daña.
Ella, es decir, Humildad,
ha dado el tronco y el fruto de esos retoños,
por ello se acerca
la paz de ese Lejoscerca
que la descarga de toda obra;
hablar la perturba,
pensar la hace umbría,
el Lejoscerca la descarga
y nada le es obstáculo.
Está a salvo de todo servicio,
pues vive de libertad.
Quien sirve no es libre,
quien siente no ha muerto,
quien desea quiere,
quien quiere mendiga,
quien mendiga no alcanza
la divina saciedad.
Pero aquellos que le son siem pre leales están siempre prendados de
A m or, anonadados p o r A m o r y p o r com pleto arrebatados de A m or, y no
se cuidan sino de A m o r para sufrir y soportar por siempre más sus tor
m entos, aunque fueran tan grandes com o grande es la b o ndad de Dios.
N o ha am ado nunca inm aculadam ente el Alm a que duda de que esto sea
verdad.
[89] C ó m o e s t a A l m a l o ha d a d o t o d o
p o r la l i b e r t a d d e n o b l e z a . C a p í t u l o L X X X I X
138
l i m e d e q u é p e c a r , p u e s s in v o l u n ta d n o se p u e d e p e c a r. Y así n o g u a r -
il.i c u id a d o d e l p e c a d o si d e ja s u v o lu n ta d a h í d o n d e h a e c h a d o ra íc e s, es
d ecir, e n a q u e l q u e le d io lib r e m e n te y p o r su b o n d a d esa m is m a v o lu n -
l.id q u e q u e r ía , p o r su b i e n , r e c u p e r a r p a r a sí d e su a m ig a , lib re y d e s n u -
il.t, sin n i n g ú n p o r q u é p o r p a r te d e e lla , p o r d o s m o tiv o s : p o r q u e lo q u ie
te y p o r q u e lo m e r e c e . Y ella n o t e n d r á p le n a y a sid u a p a z h a s ta q u e se
halle p u r a m e n t e d e s p o ja d a d e s u q u e r e r .
L a q u e es así se a s e m e ja s ie m p r e a u n b o r r a c h o . A l e b r io n o le im
p o rta n a d a d e lo q u e le p u e d a a c o n te c e r , sea c u a l fu e re su a v e n tu ra , y n o
más q u e si n o le a c o n te c ie r a n a d a . Y si le im p o r ta s e , n o e sta ría e b r io d e l
lo d o . A sí le s u c e d e al A lm a q u e a ú n tie n e d e q u é q u e re r, es d e c ir, q u e es
tá m a l a r ra ig a d a y, p o r ello , a ú n p u e d e p r e o c u p a r s e d e a lg o si le asaltan
a d v e rsid a d o p r o s p e r id a d . E n ta l caso , ella n o es «toda» d e l to d o , p u e s to
q u e n o es d e l t o d o «nula», y a q u e t i e n e d e q u é q u e r e r ; p u e s su p o b r e z a y
su r iq u e z a r e s id e n e n q u e r e r d a r o r e te n e r .
Y a ú n q u ie r o d e c ir —d ic e A m o r — a to d o s lo s lla m a d o s y s o lic ita d o s p o r
su d e s e o i n t e r i o r h a c ia las o b ra s d e p e r f e c c i ó n p o r las e n s e ñ a n z a s d e R a
z ó n , lo q u i e r a n o n o , q u e si q u is ie r a n s e r lo q u e p o d r ía n ser, a lc a n z a ría n
el e s ta d o d e l q u e h a b la m o s y s e ría n ta m b i é n e llo s s e ñ o re s d e sí m is m o s ,
del c ie lo y d e la tie r r a .
R a z ó n : ¿ C ó m o s e ñ o re s ? —d ic e R a z ó n .
E l A lm a : E s o n a d ie sa b e d e c ir lo —d ic e el A lm a lib re q u e to d o lo m a n
tie n e sin c o r a z ó n , y s in c o r a z ó n ti e n e to d o ; y si el c o r a z ó n s ie n te , n o se
tra ta d e ella.
[90] C ó m o p u e d e a l c a n z a r s e la p e r f e c c i ó n
h a c ie n d o lo c o n tr a r io del p r o p io q uerer.
C a p ítu lo X C
[Am or:] H e d i c h o —d ic e A m o r — q u e q u i e n s ig u ie ra la e x ig e n c ia i n te
r io r d e su e s p ír itu —si e stá lla m a d o a a lc a n z a r el b i e n q u e r e r , p u e s d e lo
c o n tr a r io n o d ig o n a d a —, y si a b a n d o n a s e t o d o su q u e r e r e x t e r n o p a ra v i
v ir la v id a d e l e s p ír itu , a lc a n z a ría e n to n c e s to ta l s e ñ o ría .
E l E spíritu: ¡A h , p o r D io s ! —d ic e e l E s p ír itu q u e b u s c a j u s t a m e n t e es
to e n la v id a e x tr a v ia d a —, ¡d in o s c ó m o !
E l A lm a : E s o —d ic e el A lm a lib e r a d a — n a d ie sa b e d e c ir lo e x c e p to a q u e l
139
que es así en su criatura p o r su b o n d ad hacia la criatura. Pero lo q u e si
pu ed o deciros —dice esta Alm a liberada— es que es m enester, antes d e lle
gar a esto, que se haga perfectam ente lo co ntrario del propio querer, de
ja n d o q u e las V irtudes se alim enten de u n o hasta hartarse, m anteniénd® -
se firm e sin falla, para que el E spíritu tenga siem pre señoría sin
contrariedad209.
Verdad'. ¡Ay, Dios! —dice Verdad—, ¿cóm o habría de enferm ar el cu er
po de u n corazón que contiene tal espíritu?
E l Alma: O so decir —dice el Alm a liberada—que un querer así, que c®-
rresponde al de la vida extraviada, es decir, la vida del espíritu, acabaría
en breves m om entos c o n los hum ores de todas las enferm edades. Esa ca
pacidad curativa210 posee el ardor del espíritu.
Amor. Es verdad —dice A m o r-, q u ien lo dude que lo p ru eb e y sabrá
la verdad. Y he aquí lo que os digo -d ic e A m o r-: al contrario que en el
A lm a liberada, la vida de la que hablam os, que llamamos vida del espíri
tu, n o p u ed e ten er paz si el cuerp o n o hace siempre lo co n trario de su
voluntad; es decir, q u e tales gentes hacen lo contrario de la sensualidad,
pues si n o recaerían en la perdición de esa vida, si no vivieran co n tra
riando su placer.
Los que son libres, en cam bio, hacen lo opuesto. Pues de la misma
form a en que es necesario hacer en la vida del espíritu lo co ntrario de la
propia v oluntad si n o se quiere p erd er la paz, los Ubres en cam bio han de
hacer lo que les plazca si no quieren p erder la paz, ya que han alcanzad®
el estado de libertad, es decir, que h an caído de las V irtudes en A m or, y
de A m o r en nada211.
[91] C ó m o la v o l u n t a d d e e st a s A l m a s
es la v o l u n t a d de A m o r , y c u á l es la r a z ó n .
Capítulo X CI
[Amor:] N o hacen nada si n o les place, y si lo hacen eso les quita a ellas
paz, libertad y nobleza. Pues el Alm a n o es inm aculada hasta que hace 1©
que le place y n o se reprocha ese placer.
Es ju sto - d ic e A m o r-, pues su voluntad es nuestra: han pasado el M ar
R o jo 212, sus enem igos quedaron en él. Su placer es nuestra voluntad, p o r
la pureza de la unidad del q uerer de la D eidad en la que la hem os en ce-
140
i rado. S u v o lu n ta d es n u e s tr a ; p u e s h a c a íd o d e la g r a c i a e n la p e r l e i i i n n
de las o b ra s d e las V ir tu d e s , y d e las V ir tu d e s e n A m o r , y d e A m o r e n n a
ila, y d e n a d a e n c la r id a d d e D io s , v ié n d o s e c o n lo s o jo s d e su m a j e s t a d ,
q u e j u s t o a h í213 le h a d a d o su c la rid a d . Y a ta l p u n t o se h a e n tr e g a d o e n
él q u e n o se v e a sí m is m a n i lo v e a é l y, p o r ello, él se v e so lo en su d i
vina b o n d a d . E l se rá d e sí m is m o e n ta l b o n d a d e so q u e sab ía d e sí m is
m o a n te s d e q u e ella fu e r a y él le d ie r a su b o n d a d p o r la q u e la h iz o d a
m a. Y fu e p o r la L ib re V o lu n ta d , q u e é l n o p u e d e r e c u p e r a r p a ra sí sin el
p la c e r d e l A lm a . A h o r a la tie n e sin n i n g ú n p o r q u é 214, tal c o m o la te n ía
an tes d e q u e el A lm a f u e r a d a m a . N o h a y n a d a m á s q u e él; n a d ie a m a si
no él, p u e s n a d a es s in o él, p o r e llo a m a c o m p le ta m e n te so lo , se v e c o m
p le ta m e n te so lo , a la b a s o lo su p r o p io ser. Y e sto es el p u n t o 215, p u e s es el
m ás n o b le e s ta d o q u e a q u í a b a jo p u e d a el A lm a alcan zar.
P e ro h a y c in c o e s ta d o s p o r d e b a jo d e é s te y h a y q u e llev arlo s a la p e r
fe c c ió n d e lo q u e c a d a u n o d e ello s e x ig e p a ra q u e e l A lm a p u e d a a lc a n
zar éste, q u e es el s e x to , el m á s p ro v e c h o s o , el m á s n o b le y el m á s g e n til
de to d o s . E n el P a ra íso e s tá e l s é p tim o , q u e es p e r f e c to sin falla. A sí c u m
ple D io s p o r su b o n d a d sus o b ra s d iv in a s e n las c ria tu ra s. E l E s p ír itu S a n
to in s p ira allí d o n d e se h a lla , y así es e n sus c ria tu ra s m ara v illo so .
[92] C ó m o se d e s p o j a el A l m a d e D i o s ,
d e ella m i s m a y d e su p r ó j i m o . C a p í t u lo X C I I
141
E l Alma: E n te n d e d pues, si queréis y si tenéis ese d o n —dice esta Al
m a a los siervos de R a z ó n y de N atu raleza para incitarlos—. N o d e b o tu
da, a m enos que A m o r sea sierva y que la nada n o sea, lo que no puede
ser; y cuando esa nada es, vive ento n ces D io s en tal criatura sin q u e ést.i
se lo im pida.
[93] A q u í h a b l a d e l a p a z d e la v i d a d i v i n a .
C a p í tu l o X C I I I
142
[94] D e l l e n g u a j e d e l a v i d a d i v i n a .
C a p ítu lo X C IV
[95 ] C ó m o e l p a í s d e l o s e x t r a v i a d o s e s t á l e j o s
del país de lo s a n o n a d a d o s . C a p ítu lo X C V
143
dada, el de los clarificados q u e se hallan en el su prem o estado d o n d e D ios
se ab an d o n a de sí m ism o en sí m ism o. D o n d e ya n o es, p o r ello m ism o,
ni co n o cid o , n i am ado, n i loado p o r las criaturas, sino en la m edida en
que n o se le p u ed e co n o cer, n i amar, ni loar. Ésta es la sum a de to d o su
am o r y el ú ltim o trech o del cam ino: el ú ltim o concuerda con el p rim e
ro, pues n o hay discordancia en el del m edio. Y ya que el A lm a ha aca
bado su cam inar, es ju s to q u e repose e n aquel que puede cuanto quiere
p o r la p ro p ia b o n d a d de su ser divino. Y esta A lm a p u ed e cu an to q u ie
re sin q u e le sean arrebatados los dones de aqu el que tiene su p ro p io ser.
¿Y p o r qué no? Esos dones son tan grandes c o m o el m ism o que los ha
dado, y es el propio d o n el que la transform a de sí m ism o y en sí mism®.
Se trata del pro p io A m o r; y A m o r p u ed e cu a n to quiere; p o r ello ni Te
m or, n i D iscreción, n i R a z ó n p u e d e n d ecir nada contra A m or.
Esta A lm a vive la p le n itu d de su e n te n d im ien to ; pero es D ios quien
lo vive en ella sin im p e d im e n to de ella, y p o r ello las V irtudes n o tien en
de qué reprenderla. P o r eso ella le dice así:
[96] A q u í h a b l a el A l m a a l a T r i n i d a d .
C apí tu lo X C V I
144
p ró jim o s e n c o n tr a s e n a D io s e n ella a trav és d e sus e s c rito s y sus palabras,
lis d ec ir, y así se h a d e e n te n d e r , q u e ría q u e su p r ó jim o fu era p erfe c ta
m e n te c o m o ella d is c u rría (al m e n o s to d o s a q u e llo s a lo s q u e (.pieria di
rig ir sus p alab ras); y h a c ie n d o esto , d ic ie n d o e sto y q u e r ie n d o esto seguía,
sab ed lo , m e n d ig a n d o y p re sa d e sí m ism a ; p o r q u e q u e ría a c tu a r así, se veía
re d u c id a a m e n d ig a r 226.
[ 9 7] C ó m o e l p a r a í s o n o e s o t r a c o s a
q u e v er a D i o s . C a p ítu lo X C V II
145
IttiV M »ll ajo, llevar el m u n d o sobre la p u n ta d e u n ju n c o , e ilu m in a r el
lili t(MI u n farol o u n a a n to rc h a . E ra m ás n e c ia q u e q u ie n quisiera h a c e r
eMa* tres cosas
c u a n d o el A lm a m o ra en la p u ra n ad a sin p e n s a m ie n to ; y n o antes.
[98] R a z ó n p r e g u n t a q u é h a c e n a q u e l l o s
c u y o e s t a d o e s tá p o r e n c i m a d e sus
p e n s a m ie n t o s . C a p ítu lo X C V III
146
—p ero sí lo so n e n D io s, p o r q u e lo serán— re c o n o c e rá n ese estado y lo
sen tirá n , p o r la fu erza del lin aje al q u e p e r te n e c e n y h a b rá n de p e r te n e
cer, m ás fu e rte a ú n de lo q u e n u n c a lo h a n re c o n o c id o y sen tido. Y esas
g en te s d e las q u e h ab lam o s, q u e lo so n y serán, sabedlo, re c o n o c e rá n , tan
p ro n to c o m o o ig an de él, e l lin a je al q u e p e rte n e c e n .
[99] C ó m o e s a s g e n t e s , q u e s e h a l l a n
en ese estado, tien en soberanía sobre
t o d a s las c o s a s . C a p í t u l o X C I X
[ 10 0 ] C ó m o e x i s t e n g r a n d e s d i f e r e n c i a s
entre unos ángeles y otros. C a p ítu lo C
147
ih is ' m c ii i I ii‘ini) ilc los cielos233. D e b e creerse, pero nadie lo cree si no
i •, i I m i s m o eso m ism o 236. El q u e es lo q u e cree lo cree de verdad; pero
<111 K-i i cree lo q u e él n o es n o .vive lo q u e cree, y éste no lo cree de v er
il. ul, p ues la verdad del c re e r reside en ser lo q u e se cree. Y aquel que es
to cree esto es. N o tie n e m ás q u e h acer ni d e sí m ism o, ni de los otros ni
del p ro p io D ios; c o m o si n o fuera, p ero es. ¡E n ten d ed la glosa! Su v o
lu n ta d q u iere q u e lo q u e es n o sea, para él, m ás q u e si n o fuese.
E n estas tres palabras se c u m p le toda p e rfe c ció n de esta vida de clari
dad. Y la llam o «de claridad» p o rq u e sobrepasa la ciega vida anonadada;
la vida ciega le sostiene a esta o tra sus pies237; la de claridad es la m ás n o
ble y g en til. Esta n o sabe q u ié n sea D ios ni h o m b re, pues ella n o es; p e
ro D io s lo sabe de sí m ism o en sí, p o r ella de ella m ism a. Tal dam a n o
busca jam ás a D ios. N o tie n e c o n q u é, n i tie n e q u é hacer c o n él. N o le
hace falta; ¿para q u é e n to n c e s iba a buscarlo? Q u ie n busca está consigo,
y así se posee, p ero a la vez le falta algo, p u esto q u e se p o n e a buscar.
[El Alma:] ¡Ah, p o r D ios! —dice esta A lm a—, ¿por qué ten d ría q u e h a
c e r yo lo q u e m i A m ig o n o hace? ¿Si a él nada le falta, p o r q u é m e iba a
faltar a m í? E n verdad erraría si m e faltase algo, cu an d o nada le falta a él.
Y a él nada le falta, nada m e falta p o r ta n to a m í. Y ello m e roba el a m o r
de m í m ism a; y m e da a él, sin m e d ia c ió n n i reten ció n . H e d ic h o —dice
esta A lm a— q u e a él nada le falta, ¿por q u é h abría de faltarm e e n to n ces a
m í? Él nada busca, ¿p o r q u é e n to n c e s habría de buscar yo? Él nada p ie n
sa, ¿p o r q u é habría yo de pen sar nada?
E l A lm a anonadada: Yo n o haré nada, R a z ó n —dice esta A lm a an o n a
dada y clarificada p o r la ausencia de a m o r de sí m ism a—, mas buscad o tro
que haga; y lo haréis, q u e os c o n o z c o b ien ; pero, gracias a D ios, ya n o he
de g u a rd a rm e de vos. Ya lo h e h e c h o to d o —dice esta A lm a.
R azón: ¿D esde cu án d o ? ¿En q u é época? —dice R a z ó n .
E l A lm a: E n la ép o c a —dice el A lm a— en q u e A m o r m e a b rió su li
bro. P u es este libro es de tal c o n d ic ió n q u e tan p ro n to c o m o lo abre
A m o r, el A lm a lo sabe to d o , y tie n e to d o , y se co lm a en ella to d a o b ra
148
d e p e r f e c c ió n p o r la a b e r tu r a d e e s te lib ro . E s ta a b e r tu r a m e h a h e c h o
v e r ta n c la ro q u e m e h a h e c h o d e v o lv e r lo q u e le p e r te n e c e y r e to m a r
lo m ío . E s d e c ir, q u e él es, y p o r e llo está s ie m p re e n p o s e s ió n d e sí m is
m o ; y y o n o soy, y p o r e llo es j u s t o q u e y o n o m e te n g a e n a b s o lu to . Y
la lu z d e la a b e r tu r a d e e ste lib r o m e h a h e c h o e n c o n tr a r lo q u e es m ío
y p e r m a n e c e r e n e llo ; y p o r e llo n o te n g o s e r b a s ta n te p a ra q u e p u e d a
v e n ir m e d e él. A sí J u s tic ia m e h a d e v u e lto p o r ju s tic ia lo q u e m e p e r t e
n e c e y m e h a m o s tr a d o d e s n u d a m e n te q u e n o so y e n a b s o lu to ; p o r e llo
q u ie r e e n ju s tic ia q u e n o m e te n g a e n a b s o lu to ; esa le y está e s c rita e n el
p le n o c e n tr o d e l lib r o d e la v id a . Y así s u c e d e c o n el lib r o y c o n m ig o
—d ic e esta A lm a —, c o m o s u c e d ió c o n D io s y las c ria tu ra s c u a n d o las c re ó .
L o q u is o c o n su d iv in a b o n d a d , y t o d o fu e h e c h o e n e se m o m e n to p o r
su p o d e r d iv in o , y e n esa m is m a h o r a to d o fu e o r d e n a d o p o r su d iv in a
s a p ie n c ia 238.
¡Ay, p o r D io s! —d ic e esta A lm a —, v e d lo q u e h iz o , h a c e y h a rá y te n
d ré is p a z , p a z c o m ú n y p a z c o m p le ta , y p a z d e p a z , y os v eréis p o se íd a s
p o r tal p a z q u e la c o r r u p c i ó n d e v u e s tra c o m p le x ió n n o p o d r á ja m á s e n
tr a ñ a r c a stig o si p e r m a n e c é is p o s e íd o s p o r ella. ¡Ay, D io s , q u é bellas y
g ra n d e s p alab ras p a ra el q u e e n tie n d e la v e rd a d d e las glosas!
[102] A q u í el E n t e n d i m i e n t o d e l A l m a
a n o n a d a d a m u e s t r a la p i e d a d q u e se s i e n t e
c u a n d o m a l d a d v e n c e a b o n d a d . C a p í t u l o CII
149
lo i|iiii'ii< N o cHisir pecado p eq u eñ o : si algo no place a la v o lu n tad divi
na, es ni'i esai io que lo aborrezca.
Conocimiento de Divina L uz: ¡Ay, Dios! —dice C o n o c im ie n to de Divi
na Luz—, ¿quién es aquel que osa llam ar a esto pequeño? Yo creo que
q u ien así le llam a no ha visto la luz, n i la verá si no enm ienda. P ero hay
algo aú n peo r, puesto q u e ha llevado a ese grado de negligencia el placer
de su señor. H ay m u c h o que decir de la diferencia entre u n serv id o r asi
y el que sirve a su señor en to d o m o m e n to y en todo cu an to sabe que
p u ed e causar m ayor p lacer a su voluntad.
150
[104] A q u í e x p l i c a e l A l m a c ó m o l e h a d a d o
D i o s su l i b r e v o l u n t a d . C a p í t u l o C IV
[105] Q u é s i g n i f i c a q u e el j u s t o
c a e s i e t e v e c e s al d í a . C a p í t u l o C V
151
podéis e n te n d e r c ó m o el ju s to cae de ta n alto a tan bajo y c ó m o esa caí
da, p o r bajo q u e caiga, es m ás b ie n v irtu d q u e n o v icio 242.
A te n d e d ah o ra. P u e sto q u e el ju s to cae siete veces al día, siete veces
es n e c e sa rio q u e sea elevado, o n o p o d ría d e c a er siete veces. B ie n a v e n tu
rad o aq u el q u e cae a m e n u d o , p u es es señal d e q u e vien e c ie rta m e n te d e
allí a d o n d e n adie va si n o tie n e p o r d e re c h o p ro p io el n o m b re de ju sto ;
c o n to d o , m ay o r v e n tu ra tie n e q u ie n siem p re p e rm a n e c e allí. N a d ie p u e
d e estar allí siem p re m ie n tra s el alm a esté en este m u n d o aco m p añ ad a d e
este c u e rp o m alvado; p e ro esa caída n o h ace p e rd e r la paz c o n rep ro ch es
y re m o rd im ie n to s d e c o n c ie n c ia al p u n to q u e el A lm a no p u ed a vivir d e
la paz d e los d o n es q u e le son c o n c e d id o s m ás allá de las V irtu d es —n o e n
c o n tra d e las V irtu d es, p e ro sí p o r en c im a —. Si esto pu d iera n o ser así,
D io s sería esclavo de sus V irtu d e s, y esas m ism as V irtu d es estarían c o n tra
el A lm a, ellas q u e re c ib e n el ser de su se ñ o r en pro v ech o de él.
[106] C ó m o e l A l m a r e c i t a l a s u m a
de sus p e t i c i o n e s . C a p ít u lo CVI
152
para m í, n i d e lo q u e y o p id o , sin p e d ir a través m ío , p o r la se d u cció n de
su p u ra n atu raleza, n o p u e d o sab er n ad a —d ice esta A lm a— c o m o n o p u e
d e n los q u e están e n la g lo ria , e x c e p to aquel q u e es u n o e n D e id a d y tr i
n o e n P ersonas.
Am or. P ero lo q u e h a d ic h o el A lm a: q u e recitará la sum a de sus p e ti
cio n es, significa q u e a q u e l q u e tie n e lo q u e ella tie n e las recitará. E n v er
dad, ella tie n e lo q u e n o p u e d e ser d ic h o n i p en sad o , sino p o r D ios, q u e
c u m p le c o n tin u a m e n te su o b ra e n ella, sin la o b ra d e ella, p o r su divina
b o n d a d , es decir, sin la o b ra d e esta A lm a.
[1 07] A q u í c o m i e n z a n l a s p e t i c i o n e s
del A lm a . C a p ítu lo C V II
[ 108 ] U n a bella c o n s id e r a c ió n
p a r a e v i t a r el p e c a d o . C a p í t u l o C V III
153
I m I i I.i librenic-ntc de su bondad. Pues quien hace el bien y ve un
i lili lt t
lili lí mayor que podría hacer, si se le pide y no lo hace, peca. C.onsidi
ad, pues, lo que le debéis por una de vuestras faltas y os encontraréis con
que le debéis a Dios tanto por una sola como vale su voluntad que le lia
liéis quitado al hacer la vuestra.
Considerad ahora, para mejor entender, qué cosa es la voluntad di
Dios. Es la Trinidad entera, que es una sola voluntad; pues es la voluntad
de Dios Trino una naturaleza divina; y todo esto es lo que el Alma debe
a Dios por una sola falta.
Vamos a establecer una comparación para los entendimientos más tu
dos. Supongamos que esta Alma, que es nada, fuese ahora tan rica como
Dios: si quisiese librarse de su deuda y pagar a Dios ni más ni menos qui
lo que le debe por una sola de sus taitas, no le quedaría nada y permane
ccría en la nada, si así fuera que hubiese querido cometer una falta —aun
suponiendo que ella no fuera ya por sí misma nada y suponiendo que tu
viera por su naturaleza lo mismo que tiene Dios—, por eso mismo tilín
poco le quedaría nada que la sostuviese y le impidiera, por justicia, que
dar reducida a nada para liberarse de su falta y pagar a justicia en todo su
rigor.
Y ¿qué podría decir Verdad, si quisiese hablar de los otros innumera
bles pecados, si hablando en justicia puede ya decir esto de uno solo? Y
decirlo le conviene, pues ella misma es justicia y nada más que justicia.
H I A l m a : ¡Ay, Alma! -dice esta Alma para sí misma-, aunque tuvierais
cuanto dice este escrito, no podríais darle nada, sino al contrario, sería su
yo por deuda antes de que pudierais ser liberada. Y ¿cuánto debo enton
ces por las otras faltas —dice esta Alma—si no hay quien sepa contarlas ex
cepto Justicia y Verdad? ¡Ay de mí! —dice esta Alma—, debo toda esa deuda
y la deberé por siempre sin descuento. Pues antes de que debiera nada,
no tenía nada, eso lo sabéis y lo veis. Y Dios me dio voluntad para hacer
su voluntad, para ganarle a él por medio de él. ¡Ay de mí!, y yo lie aña
dido a mi pobreza la gran pobreza del pecado, pero del pecado que na
die conoce sino sólo Verdad.
154
[109] C ó m o s e a s o m b r a el A l m a d e n o p o d e r
dar s u f i c i e n t e s a t i s f a c c i ó n p o r sus faltas.
Capítulo C IX
[El Alm a:] ¡Ay, ay, ay, D io s! —d ice esta A lm a—, ¿q u é es lo q u e soy a h o
ra si n o era n a d a c u a n d o n a d a debía? ¿ Q u ié n soy a h o ra p o r o b ra d e m i
propia v o lu n ta d , si ya n o e ra n a d a an tes d e q u e d e b ie ra n a d a a m i D ios?
Y seg u iría sin se r n a d a si tu v ie ra lo q u e d ic e este lib ro c u a n d o h abla de
esa c o m p a ra c ió n q u e h ab éis o íd o , an tes d e q u e p u d ie ra lib ra rm e d e u n a
sola de m is faltas, ¡de u n a sola, sin m ás, sin m ás! Y n o te n g o e n m í n i eso
i ú n in g u n a o tra cosa, n i p u e d o te n e rlo . Y si lo tu v ie ra , ya veis lo q u e se
ría c u a n d o m e h u b ie ra lib ra d o d e u n so lo p e c a d o . P ero n a d a tu v e jam ás,
ni p u e d o g a n á rm e lo p o r m í m ism a , n i n a d ie m e p u e d e d ar n a d a p ara p a
gar m is d eu d as.
¡Ay, V erdad! —d ic e esta A lm a —, ¿ q u ié n soy yo? O s ru e g o q u e m e lo di
gáis.
Verdad: E rais n a d a —d ic e V erd ad — d e sd e an tes d e q u e h u b ie ra is faltado
en n a d a a lo q u e os di. A h o ra sois o tra , p u e s sois m e n o s q u e n ad a, ta n to
m e n o s c o m o v eces h a b é is q u e r id o o tra co sa q u e m i v o lu n ta d .
E l A lm a: Es v e rd a d —d ic e el A lm a —, v e rd a d d e la v erd ad ; y o tra cosa
n o soy, lo sé b ie n ; d e vos, V erd ad —d ic e esta A lm a—, lo h e a p re n d id o . N o
hay cosa q u e sep a m e jo r q u e esto: si a c o n te c ie ra q u e D io s se to m a se ju s
ticia sin m is e ric o rd ia d e u n o so lo d e m is p e c a d o s, n o d e b e ría su frir u n
to r m e n to e te r n o m e n o r al p o d e r q u e él tie n e . P e ro si vos sois recta, V er
d ad —d ic e el A lm a p e c a d o ra —, y Ju stic ia ríg id a y rig u ro sa, In d u lg e n c ia y
M ise ric o rd ia , q u e so n v u estras h e rm a n a s c a m a le s, du lces y co rteses, m e
ap o y a rá n c o n tra v o so tras e n to d a s m is d e u d a s, y ello —d ic e esta A lm a— m e
tra n q u iliz a . C u á l d e estas h e rm a n a s v e n g a e n m i ay u d a p o c o m e im p o r
ta, to d a m i v o lu n ta d está ahí: Ju stic ia o M is e ric o rd ia , V erd ad o In d u lg e n
cia. N o m e im p o r ta de cu ál d e las d o s p a rte s caiga yo, las dos so n la m is
m a p a ra m í, sin a le g ría n i in q u ie tu d .
¿ P o r q u é sin a le g ría n i in q u ie tu d ? P o rq u e él n o se ve a c re c e n ta d o n i
p o r la ju s tic ia q u e m e aplica n i p o r la m is e ric o rd ia q u e m e h ace. Y yo h a
g o lo m ism o , n o m e aleg ro p o r u n a n i m e a p e n o p o r la o tra. P u e sto q u e
m i a m ig o n o p ie rd e n i g an a n a d a e n ello, to d o es u n a sola cosa p ara m í
p ro c e d e n te d e a q u e l q u e es u n o . E sto m e h a c e u n a a m í m ism a , p e ro si
m e im p o rta s e n estas cosas, y o sería d o s p u e s estaría c o n m ig o . E l H ijo de
155
i *i.. I' ii11 • en esto ini espejo; pues D io s Padre nos d io a su H ijo sal
n os o to rg ó ese d o n , n o tuvo otro objetivo q u e el de
n n i ......... , ( i i . m d o
mu .11,1 salvación tan sólo. Y el H ijo nos rescató m u rien d o , actu an d o en
la o b ediencia de su Padre. Y no tuvo o tra consideración al h acerlo que
i um p lir la v oluntad de D ios Padre. Y el H ijo de D ios es nuestro ejem
pío, p o r ello le debem os seguir en esto, pues hem os de q u erer e n todas
las cosas sólo la divina voluntad; y así serem os hijos de D ios Padre si
g u ien d o el ejem plo de Jesucristo su hijo.
¡Ay, D ios, q u é dulce consideración! El ha puesto a nuestro alcance ha
cer esto: n o p o rq u e sea im posible q u e yo p eq u e si quiero, sino p o rq u e es
im posible q u e p eq u e si m i volu n tad n o quiere. P or tanto, está com pleta
m e n te a nuestro alcance cu m p lir co n su querer, si m ora él en nosotros,
sin buscarlo. Q u ie n busca lo que tiene es q u e le falta c o n o cim ien to . N o
posee el arte q u e esa ciencia otorga.
[110] C ó m o e l a r t e e n c r i a t u r a es u n i n g e n i o
s u t i l q u e s e e n c u e n t r a e n la s u b s t a n c i a d e l A l m a .
C apítulo CX
156
i .nlo e x p e r im e n ta p e rc e p c io n e s y m e d ita c io n e s, p u es es el estado c o n -
i< in p lativ o q u e r e tie n e c o n sig o e n su ay u d a a P e n sa m ie n to 244. E n cam b io
iliora p e rm a n e c e e n n a d a , p u e s A m o r h a b ita e n ella, y ella está e n ese es
culo sin ella, y p o r e llo n ad a tie n e q u e la e n triste z c a o q u e la alegre: p e n -
im ie n to ya n o la g o b ie rn a . H a p e rd id o el uso de sus sen tid o s, n o sus sen-
lulos, p e ro sí el u so 245. P u es A m o r la h a a rre b a ta d o del lu g ar e n q u e se
hallaba, d e ja n d o sus se n tid o s e n paz, y así le ha a rre b a tad o su uso. Es el
i iim p lim ie n to d e su p e re g rin a c ió n y la v u e lta al a n o n a d a m ie n to c o n la
in stitu c ió n de su v o lu n ta d , q u e h a b ía sid o p u e sta en ella. Es la co n q u ista
de alta m ar, p u e s vive sin su p ro p ia v o lu n ta d y se halla así e n u n estado
que so brepasa su c o n se jo ; p u es d e lo c o n tr a r io sería re p re n d id a p o r el so
b eran o q u e ah í la p o n e sin ella, y e n tra ría en g u e rra co n A m o r, q u e es el
K spíritu S an to , re p re n d id a p o r el P ad re, ju z g a d a p o r el H ijo.
[111] D e l a d i f e r e n c i a e n t r e la u n c i ó n d e p a z
y la g u e r r a q u e h a c e b r o t a r el r e p r o c h e
o los r e m o r d im ie n to s de co n cien cia .
C ap ítu lo CXI
157
\ i | <i11 leñ em o s v o lu n tad q u e em an a de su b o n d a d y es e x te rio r
ii 11 »mle i ju ra que seam os más libres, igual que su pro p ia v o lu n ta d está
luei.i del alcance de n u estro p o d e r en su p ro pia libertad. Pero la B ondad
divina vio que iríam os p o r cam inos de pestilencia y p e rd ic ió n c o n la li
bre v o lu n tad q u e nos había dado, q u e b ro ta de su b o n d ad y q u e p o r b o n
dad nos ha sido dada; p o r ello u n ió la naturaleza h u m an a a la b o n d a d di
vina en la p erso n a del H ijo, para pagar las felonías com etidas p o r nuestra
felona v oluntad.
Felona Voluntad24*': Y ah o ra n o p u e d o ser lo que debo ser —dice Felo
na V oluntad— hasta q u e vuelva a h allarm e d onde estaba, en el p u n to en
q u e estaba antes de q u e saliera de él tan desnuda co m o lo está el q u e es;
tan desnuda c o m o lo estaba yo cu an d o era aquella que n o era. Eso n e c e
sito te n e r si q u iero re c u p e rar lo m ío; de o tra form a no lo te n d ré jam ás247.
G losad esto si queréis, p ero sobre to d o si podéis; si n o podéis, es que
n o estáis ahí, si estuvierais, se os abriría. A u n q u e en v erdad n o estaréis
p erfectam en te anonadadas si tenéis co n q u é p o d e r oírlo, pues de otro
m o d o n o lo digo. Si su b o n d a d os ha ro b ad o la facultad de oír, yo n o lo
desvelo.
[112] D e l a b o n d a d e t e r n a q u e es a m o r e t e r n o .
C ap ítu lo C X II
[113] P e n s a r e n la p a s i ó n d e J e s u c r i s t o
n o s llev a a la v i c t o r i a s o b r e n o s o t r o s m i s m o s .
C a p ítu lo C X III
158
■I.i la v id a q u e J e s u c r is to lle v ó y n o s p r e d ic ó . P u e s él d ijo , ( « u n o <Iij ■■
q u ie n c re a e n m í h a r á ta m b ié n las o b ra s q u e y o h a g o y a ú n n ia y o n :. qm
estas»24". Y es m e n e s t e r q u e h a g a m o s e s to p a r a o b t e n e r la v ic to r ia so h n
n o so tro s m is m o s . Y si lo h a c e m o s e n la m e d id a d e n u e s tra s p o s ib ilid a d e s ,
a lc a n z a re m o s a p o s e e r to d o e sto , e x p u ls a n d o d e n o s o tro s to d o s lo s po n
■;aalientos d e d e v o c ió n y to d a s las o b ra s d e p e r f e c c ió n y to d a s las p r e
g u n ta s d e R a z ó n , p u e s n o s s e r á n in ú tile s . Y s ó lo e n to n c e s la D e id a d h a
ría e n n o s o tro s , p a r a n o s o tr o s , sin n o s o tr o s , sus d iv in a s o b ra s. E l es el q u e
es; p o r e llo es lo q u e d e é l es: a m a n te , a m a d o , a m o r 25". < Y p o r e llo so
m os n a d a , p u e s n a d a t e n e m o s d e n o s o tr o s m is m o s . V ed to d o e sto sin es
c o n d e r n i v e la r el n o d u l o y e n to n c e s el q u e es e n n o s o tro s te n d r á su v e r
d a d e ro s e r > 251.
159
| I I 5] A q u í s e h a b l a d e la s u b s t a n c i a
p e r m a n e n t e y de c ó m o A m o r e n g e n d r a
e n e l A l m a la T r i n i d a d . C a p í t u l o C X V
f 1 1 6 J C ó m o el A l m a se r e g o c i j a d e las d i f i c u l t a d e s
d e su p r ó j i m o . C a p í t u l o CXVI
160
p íritu , y lo sabe sin su p ro p io saber, q u e ésa es la vía p o r la qu* Ilegal ím
al p u e r to de su salvación. E sta A lm a p e rc ib e la lu z de sí m ism a *11 *1 Itl
par so b e ra n o de su u n ió n y se c o m p la c e así e n el placer de aquel al que
está u n id a; p u e s su p la c e r es la salvación de las criaturas; y esta Alma está
u n id a a la v o lu n ta d [de su am ig o ], p o r ello goza d e su b o n d a d CU vlftlld
de la c o n c o rd ia p o r la q u e su b o n d a d la h a u n id o , sin q u e R a z ó n lo «p|ia,
P e ro e n to n c e s R a z ó n se da c u e n ta d e q u e ella está alegre y le dice que
c o m e te p e c a d o reg o c ijá n d o se c o n las d ificultades ajenas. R a z ó n Juzga
siem p re p o r lo q u e sabe, p u e s siem p re q u ie re c u m p lir c o n la tarea que le
c o rre sp o n d e . P e ro e n este caso es tu e rta y n o p u e d e v er ta n lejos, p o r eso
eleva esa queja al A lm a. T u e rta es R a z ó n , n o p u e d e negarse, pues nadie
p u e d e v e r ta n altas cosas si n o h a de ser e te r n o 254. Y e n ju stic ia R azó n
n o p u e d e v er esto, p u es es m e n e ste r q u e su ser perezca.
[117] C ó m o m u e s t r a e s t a A l m a q u e e s e j e m p l o
de s a lv a c ió n para to d a c r ia tu r a . C a p ítu lo C X V II
161
I , I, , nlm.ii i l .iliismo del fondo de m i propia maldad más que la acu-
.....I n mu di- l.i abundancia de toda su bondad. Y a través de ello tengo
■n mi de su pura bondad toda su bon d ad divina, y la he tenido sin co-
11 lien zo y la tendré sin fin; pues él ha conocido desde siempre m i nece
162
H a b é is v is to p u e s —y l o p o d é is v e r si h a y e n v o so tro s u n p o c o d e luz—,
c ó m o , e n q u é y p o r q u é y o so y la sa lv a c ió n d e to d a c ria tu ra y la glo ria
de D io s. Y p u e s te n g o t o d a su b o n d a d , so y a q u e llo m is m o q u e él es, p o r
tra n s fo r m a c ió n d e a m o r, p u e s e l m á s f u e r te tra n s fo rm a al m á s d éb il.
E sta tr a n s f o r m a c ió n es d e lic io s a e n e x tr e m o , eso lo s a b e n los q u e la
lian p ro b a d o . M a s la p u p ila d e u n o jo al q u e se le m e tie r a n d e n tro fuego,
h ie rro o p ie d ra s , lo c u a l le c a u sa ría la m u e r te , n o es ta n v u ln e ra b le c o m o
lo es el a m o r d iv in o si se h a c e a lg o c o n tr a él y si n o se está sie m p re e n la
p len a p e r f e c c ió n d e su p u r o q u e re r.
A sí p o d é is e n t e n d e r c ó m o m i m a ld a d es la causa d e q u e te n g a su b o n
d ad e n f u n c ió n d e m i n e c e s id a d ; p u e s D io s d e ja a veces q u e se h ag a algún
m al p o r el b ie n m a y o r q u e h a b rá d e n a c e r d e sp u é s. P u e s to d o s aq u ello s
q u e, tra s p la n ta d o s d e l P a d re , h a n v e n id o a e ste m u n d o , h a n d e s c e n d id o de
lo p e rfe c to a lo im p e r f e c to p a ra a lc a n z a r lo m ás p e rfe c to . A h í está la llaga
a b ie rta p a ra c u r a r a lo s q u e sin sa b e rlo e sta b a n h e r id o s 258. Esas g e n te s se h a n
h u m illa d o a sí m is m o s . H a n lle v a d o la c r u z d e J e s u c ris to e n el a c to de
b o n d a d d e lle v a r la suya p ro p ia .
[118] D e l o s s i e t e e s t a d o s d e l A l m a d e v o t a
q u e t a m b i é n s e l l a m a n m o d o s d e s e r 259 .
C a p ítu lo C X V III
E l prim er estado o p e ld a ñ o es a q u e l e n el q u e el A lm a , to c a d a d e D io s
p o r la g ra c ia y d e s p o ja d a d e su p o d e r p e c a r, tie n e la in te n c ió n d e g u ard ar,
a u n q u e le c u e s te la v id a , es d e c ir, h a sta la m u e r te , los m a n d a m ie n to s q u e
D io s e s ta b le c e e n la Ley. P o r e llo esta A lm a m ira y c o n s id e ra c o n g ra n te
m o r q u e D io s le h a o r d e n a d o q u e le a m e c o n to d o c o r a z ó n y q u e a m e .1
su p r ó jim o c o m o a sí m is m a 260. E s to le p a re c e ta re a b a s ta n te a esta A lm .i
p a ra lo q u e ella sab e h a c e r; y le p a re c e q u e , a u n q u e tu v ie ra q u e v iv ir mil
a ñ o s, su p o d e r tie n e b a s ta n te c o n o b s e rv a r y g u a rd a r lo s m a n d a m ie n to » .
163
El Alma libre: En ese p u n to y en ese estado m e encontré yo una vez
hace tiem po —dice el A lm a libre—. Pero que nadie tem a ir más allá hasta
lo más alto; y nadie tem erá hacerlo si su corazón es gentil y está in te
rio rm e n te colm ado de noble coraje; mas corazón pequeño n o osa em
prender grandes cosas, ni rem ontar alto p o r falta de am or; tales gentes son
así de cobardes y no es maravilla, pues viven en la pereza que no les de
ja buscar a Dios, y no lo encontrarán si n o lo buscan con diligencia.
El segundo estado.
El segundo estado o peldaño es aquel en el que el Alma tom a en c o n
sideración lo que D ios aconseja a sus más especiales amigos más allá de lo
que m anda. Y no es am igo aquel que se perm ite dispensa en el cum pli
m ien to de lo que sabe que com place a su amigo. Así pues, la criatura se
abandona y se esfuerza en actuar p o r encim a de todo consejo hum ano,
m ortificando la naturaleza, despreciando las riquezas, delicias y honores
para cum plir la perfección que aconseja el Evangelio, de la que Jesucris
to es ejem plo. N o tem e entonces la pérdida del haber, ni la palabra de las
gentes, ni la debilidad del cuerpo, pues no las tem ió su am igo y no p u e
de hacerlo tam poco el Alm a prendada de él.
El tercer estado.
El tercer estado es aquel en el que el Alm a se considera a sí misma
apegada al am or hacia las obras de perfección, p or lo que su espíritu d e
cide, p o r un ferviente deseo de amor, m ultiplicar esas obras en ella; cosa
que hace la sutilidad cognoscible del en tendim iento de su am or, que no
sabe hacer otra ofrenda a su am igo para reconfortarlo que no sea aquello
que ella ama. Pues no hay en el am or otro d on más preciado que dar al
am igo lo más amado.
Y resulta que la voluntad de esta criatura no ama sino las obras de
bondad, en el rigor de las grandes empresas de todos los trabajos en los
que alim enta su espíritu. Por ello le parece ver justam ente que ella no
ama sino las obras de bon d ad y no sabe qué darle a A m or si no le sacri
fica esas mismas obras; pues ninguna m uerte le resultaría m artirio más
que la abstinencia de la obra que ella ama, que es el deleite de su placer
en la vida de voluntad que de ello se alim enta. P or ello rechaza esas obras,
que tanto la deleitan, y da m uerte a su voluntad que vivía de ello, y se
obliga com o m artirio a som eterse al querer de otro, absteniéndose de to-
164
ila o b ra y to d o q u e re r, c u m p lie n d o el q u e re r d e o tro para d e s tru ir su p ro
pio q u e re r. Y este estad o es m ás fu e rte , m u c h ís im o m ás fu e rte q u e los
otros dos a n te rio re s ; p u e s es m ás fu e rte v e n c e r las obras d el q u e re r del es
p íritu q u e n o v e n c e r la v o lu n ta d d el c u e r p o o h a c e r la v o lu n ta d del espí
ritu . Y así es n e c e s a rio tritu ra rs e , ro m p ié n d o s e y rasgándose a sí m ism o,
para am p liar el e sp a c io e n el q u e q u e r r á instalarse A m o r; p ro b arse a sí
m ism o e n m u c h o s estados p a ra d esp o jarse u n o m ism o a fin d e alcanzar
su p ro p io estado.
E l cuarto estado.
E l c u a rto estad o co n siste e n q u e el A lm a es arrebatada, p o r la supre
m acía d e am o r, e n el d e le ite d el p e n s a m ie n to e n m e d ita c ió n , apartada de
lo trab ajo s e x te rn o s y de la o b e d ie n c ia a o tro , p o r la elev ació n de la c o n
tem p la c ió n . A h í el A lm a es ta n v u ln erab le, n o b le y deliciosa q u e n o p u e
de su frir q u e n a d ie la to q u e sin o el to q u e del p u ro d eleite d e A m o r261, que
le a p o rta sin g u lar re g o c ijo y belleza. E sto la h ace org u llo sa p o r la ab u n
d ancia d e am o r, p o r el q u e es d u e ñ a d e l resp landor, es decir, d e la clari
d ad d e su alm a, q u e la c o lm a m arav illo sa m e n te d e a m o r d e g ra n fe, p o r la
c o n c o rd a n c ia d e u n ió n q u e la ha p u e s to e n p o sesió n de estas delicias.
E n to n c e s c o n sid e ra el A lm a q u e n o h ay v id a m ás alta q u e te n e r esto
d e lo q u e ella es se ñ o ra ; p u e s A m o r la h a saciado a tal p u n to c o n sus d e
licias q u e n o c ree q u e D io s te n g a d o n m a y o r para darle a u n alm a aquí
ab ajo q u e ese a m o r q u e A m o r p o r a m o r h a d e rra m a d o d e n tro de ella.
¡A h!, n o es m arav illa si esta A lm a está a rreb atad a, p u e s G racia de
A m o r la e m b ria g a p o r c o m p le to y ta n to la e m b ria g a q u e n o le deja aten
d e r a o tra sin o a ella, p o r la fu erza c o n q u e A m o r la d eleita. P o r ello n o
p u e d e el A lm a a p re c ia r o tro estado; p u e s la g ra n c larid ad d e A m o r la des
lu m b ra a tal p u n to q u e n o le d eja v e r n a d a m ás allá d e su am o r. Y e n eso
se eq u iv o c a , p u e s e x iste n o tro s d os estad o s a q u í abajo, q u e D io s o to rg a y
q u e so n m ayores y m ás n o b le s q u e éste; p e ro A m o r h a en g a ñ a d o a m u
chas alm as p o r la d u lz u ra d e l p la c e r d e su a m o r q u e em b elesa al A lm a tan
p ro n to c o m o se le a p ro x im a . C o n tr a esa fu e rz a n a d a p u e d e contrastarse;
esto lo sabe el A lm a a la q u e A m o r h a ensalzado, p o r a m o r p u ro , más allá
d e sí m ism a.
Q uinto estado.
E l q u in to esta d o es a q u e l e n el q u e el A lm a co n sid era q u e I )ios es el
165
. |t •• i .Ic I 1111 c- toda cosa es, y que ella n o es y, por tanto, n o es d e la que
ii.il i . i.s.i es. Y esas dos consideraciones le otorgan u n m aravilloso em-
U I.",amiento, y ve que es todo b o ndad el que le ha dado libre voluntad
.i ella, que no es sino toda maldad.
Ahora bien, la divina B ondad ha puesto en ella libre voluntad, p o r pu-
u divina bondad. Y he aquí que aquella que no es al m argen de la mal
dad, que es, p o r tanto, toda maldad, lleva encerrada en su in te rio r libre
voluntad del ser de D ios, q u e es Ser y q u e quiere que quien no tien e ser
lo tenga de él a través de este don. Y p o r ello la B ondad divina derram a
ante sí el flujo arrebatador del m ovim ien to de la Luz divina. Y ese m o
vim iento de Luz divina, que se vierte en el interior del Alm a con la luz,
m uestra al Q u e re r < d el alma la equidad de aquello que es y le da el co
n o cim ien to de lo q u e n o es, a fin de m over el Q u erer del A lm a> 262 del
lugar en el que se encuentra y en el que no debería estar, y hacerla re
gresar allí donde no es, de d onde viene y donde debe estar.
E ntonces ve Q u e re r p o r la claridad desbordante de divina Luz (Luz
que se entrega a u n tal Q u e re r para hacerle retornar a D ios, pues sin esa
Luz n o pued e regresar) que no puede sacar provecho de sí m ism o si no
se aleja de su propio querer; pues su naturaleza es maligna p o r inclinación
a la nada hacia la que la naturaleza tiende, y el querer la ha h u n d id o en
m enos que nada. E ntonces ve el Alm a esta inclinación y esta perdición
de la nada de su naturaleza y del propio querer y ve así, p o r la luz, que
Q u e re r debe q uerer el sólo q uerer divino, sin otro querer, y que para ello
le fue dado tal querer. Por ello se aleja el Alm a de ese querer, y querer se
aleja del Alm a, y se rem ite, da y vuelve a D ios del que había salido sin re
ten er nada propio, para colm ar la perfecta voluntad divina que n o puede
colm arse en el A lm a sin ese d o n so pena de que el Alm a siga en guerra
y desfallecer; y este d o n obra en ella esta perfección y la transform a así
en naturaleza de A m or, que la deleita de paz plena y la sacia de divina
pastura. Y p o r ello n o se cuida ya de la guerra de la naturaleza; pues su
querer ha sido devuelto desnudo al lugar de donde fue tom ado y donde
debe estar en justicia; y esta Alm a con o ció siem pre la guerra p o r tanto
tiem po com o retuvo en ella el propio Q u erer, fuera de su estado.
A hora esta Alm a es nula, pues ve p o r la abundancia de co n ocim iento
divino su nada que la anula y la reduce a nada. Y p o r ello es toda, pues
ve p o r la profundidad del co n o cim ien to de su propia m aldad que ésta es
tan profunda y grande que no en cuentra com ienzo, m edida ni fin, sino
166
sólo u n a b ism o a b ism a d o sin fo n d o ; a h í se e n c u e n tra sin e n c o n tra rse y sin
f o n d o 263. N o p u e d e e n c o n tra rs e a q u e llo q u e n o p u e d e alcanzarse; y q u ie n
más se ve e n u n tal c o n o c im ie n to d e m a ld a d m ás c o n o c im ie n to tie n e de
q u e n o p u e d e e n v e rd a d c o n o c e r m ín im a m e n te su m a ld a d q u e h ace de
ella a b ism o d e m a ld a d y sim a q u e la a lb e rg a y da re fu g io , c o m o el d ilu
v io d e a q u e llo q u e el p e c a d o es q u e c o n tie n e e n él to d a p e rd ic ió n . Así se
ve el A lm a sin v erlo . ¿Y q u ié n le p e r m ite v erse? La p ro fu n d id a d d e h u
m ild a d q u e la e n tro n iz a y a h í re in a sin o rg u llo . A h í n o sabría p e n e tra r o r
g u llo p u e s to q u e ella se v e a ella m ism a y así n o se ve; y ese n o v e r le p e r
m ite v erse p e rfe c ta m e n te ella m ism a.
E n to n c e s esta A lm a se a sie n ta e n el f o n d o d e lo b ajo, d o n d e n o hay
fo n d o , p o r eso se h a c e h o n d o 264. Y ese h o n d o le h a c e v e r claro el v erd a
d e ro S o l d e la altísim a b o n d a d ; p u e s n a d ie le im p id e esta v isió n . Y esa d i
v in a B o n d a d se m u e s tra a n te ella p o r b o n d a d , a tra y é n d o la , tra n s fo rm á n
d o la y u n ié n d o la p o r c o n ju n c ió n d e b o n d a d e n p u ra d iv in a B o n d a d , y de
ella b o n d a d es la d u e ñ a . Y el c o n o c im ie n to d e esas d o s n a tu ralezas d e las
q u e h e m o s h a b la d o , la d iv in a B o n d a d y su m a ld a d , es el in s tru m e n to q u e
la h a d o ta d o d e esa b o n d a d . P o r ello q u ie re u n o solo: el E sp o so d e su j u
v e n tu d q u e es u n o . M is e ric o rd ia h a h e c h o las p aces c o n la firm e Ju sticia,
tra n s fo rm a n d o esta A lm a e n su b o n d a d . A h o ra es to d a y n u la, p u es su
A m ig o la h a c e u n a .
E n to n c e s esta A lm a cae d e a m o r e n n ad a, n ad a sin la cu al n o p o d ría
ser to d a . Y es ta n p ro fu n d a la caída, si es v e rd a d e ra caída, q u e el A lm a n o
p u e d e le v a n ta rse d e ese ab ism o , n i d e b e h a c e rlo , sin o q u e , al c o n tra rio ,
d e b e p e r m a n e c e r e n él. A h í p ie rd e el A lm a o rg u llo y ju v e n tu d , p u e s e n
v e je c e el e s p íritu q u e ya n o la d e ja ser a le g re y b o n ita , p u e s se h a alejado
d e ella el q u e re r q u e a m e n u d o la h acía, p o r s e n tim ie n to d e a m o r, altiva
y o rg u llo sa , v u ln e ra b le e n las altu ras d e la c o n te m p la c ió n d el c u a rto esta
do. E l q u in to la h a u ltim a d o al m o stra rle a ella m ism a. A h o ra ella ve p o r
ella y c o n o c e la d iv in a B o n d a d , y ese c o n o c im ie n to le p e r m ite volverse
a v e r ella m ism a; y esas d o s v isio n e s le q u ita n v o lu n ta d y d eseo d e obras
d e b o n d a d , p o r ello se halla en re p o so , e n p o s e sió n d e u n estad o d e li
b e rta d q u e la re p o sa d e to d a s las cosas p o r su e x c e le n te n o b leza.
E l sexto estado.
E l se x to esta d o es a q u e l e n el q u e el A lm a n o se ve, p o r m u c h o q u e
p o se a u n a b ism o d e h u m ild a d 265 e n sí m ism a; n i ve a D io s, p o r g ra n d e
167
<111< sr.i su altísima b o n d ad , sino q u e D ios se ve en ella en su m ajestad di
. i que clarifica a esta A lm a de sí m ism o de tal form a q u e ella n o v e qus
v i i i
naila sea sino D ios, q u e es el que es, d el q u e toda cosa es; y lo que es es
el pro p io D ios; p o r eso ella n o ve sino a sí m ism a, pues q u ien ve lo que
es n o ve sino el p ro p io D ios que se ve a sí m ism o en esa m ism a A lm a en
su m ajestad divina. E n to n ces se halla el A lm a en el sexto estado liberada
de todas las cosas, p u ra y clarificada, pero n o glorificada; pues la glorifi
cación p e rte n e c e al sép tim o estado en el q u e alcanzarem os la gloria d e la
que n adie sabe hablar. Pero esta A lm a, así de p ura y clarificada, n o v e ni
a D ios ni a ella, sino q u e D ios se ve a sí m ism o en ella, p o r ella y sin ella;
él, es d ecir D ios, le m uestra q u e n o hay sino él. P or ello n o co n o ce na
da el A lm a sino a él, y n o am a sino él, ni alaba sino él, pues n o hay sino
él. Pues lo q u e es es p o r su b o n d ad ; y D io s am a su b o n d ad , sea cual fu e
re la p arte de ella que p o r su b o n d a d ha dado, y su b o n d ad dada es el p ro
p io D io s y D ios n o p u e d e alejarse de su b o n d a d sin que ésta p e rm a n e z
ca en él; p o r ello él es lo que es b o n d a d y b o n d a d es lo que D ios es. P o r
ello B o n d a d se ve en su b o n d a d p o r divina luz, que clarifica al A lm a, en
el sexto estado. Y así n o es sino aquel q u e es y que se ve en ese estado de
divina m ajestad p o r la tran sfo rm ació n de a m o r de b o n d ad derram ada y
reto rn a d a a él. Y p o r ello se ve a sí m ism o en esa criatura sin darle nada
p ro p io ; to d o es suyo p ro p io , su p ro p io m ism o 266. Este es el sexto estado
de la em presa de A m o r q u e p ro m etim o s explicar a los oyentes, y A m o r
ha pagado de sí m ism o, p o r su elevada nobleza, esa deuda.
[119] C ó m o el A l m a q u e h i z o e s c r i b i r e s t e l i b r o
se e x c u s a p o r h a b e r l o h e c h o t a n l a r g o e n p a l a b r a s
q u e p a r e c e p e q u e ñ o y b reve a las A l m a s q u e
m o r a n en la n a d a y q u e de a m o r han c a í d o
en ese e s t a d o . C a p í t u l o C X IX .
168
co n o c id o , e n v e rd a d sois d esc o n o c id a s; p e ro eso su ced e e n el país d o n d e
R a z ó n g o b ie rn a . O s p id o ex cusas a to d a s las q u e m oráis e n la nada y que
de a m o r habéis c a íd o e n tal estado, p u e s h e h e c h o este lib ro ta n extenso
en palabras q u e a v o so tras os p a re c e m u y b rev e para q u e yo p u e d a c o n o
ceros. E x c u sa d m e p o r c o rte sía , p u e s n e c e sid a d n o tie n e ley. N o sabía a
q u ié n ex p licar lo q u e e n tie n d o . A h o ra re c o n o z c o , p o r v u estra p az y p o r
la verd ad , c u á n b a jo es. C o b a rd ía lo h a g u ia d o , rin d ie n d o la co m p re n sió n
a R a z ó n a través d e las respuestas d e A m o r a las p reg u n tas d e R a z ó n ; y
así h a sido h e c h o p o r c ie n c ia h u m a n a y se n tid o h u m a n o ; p e ro ra z ó n h u
m ana y se n tid o h u m a n o n o sa b e n n a d a d e a m o r d e e n tra ñ a 268, n i am o r de
en tra ñ a , d e c ie n c ia d iv in a. M i c o ra z ó n es atra íd o ta n a rrib a y tragado tan
abajo q u e n o p u e d o alcan zarlo ; p u es c u a n to p u e d e decirse y escribirse de
D ios y lo q u e p u e d a p ensarse, q u e es a ú n m ás q u e decirse, resulta ser más
b ie n m e n tir q u e d e c ir v erd ad .
H e d ic h o —d ic e esta A lm a — q u e A m o r lo h iz o e sc rib ir p o r ciencia h u
m an a y p o r q u e r e r tra n s fo rm a r m i e n te n d im ie n to q u e m e p o n ía obs
táculo s, c o m o se m u e stra e n éste lib ro , p u es A m o r lo h a h e c h o despo
ja n d o m i e s p íritu a través d e los tres m e d io s 269 d e los q u e h e m o s hablado.
P o r eso d ig o q u e es b ie n b a jo y p e q u e ñ o p o r g ra n d e q u e m e p areciera al
p rin c ip io c u a n d o e m p e c é a d e sc rib ir este estado.
[ 120 ] C ó m o a l a b a V e r d a d a e s t a s A l m a s .
C ap ítu lo CX X
169
„ i
J g | Wl *#[*lMlli« por verdadera sapiencia;
$ t | |e i|ilrfiiiliir lio* hace brillar siempre.
III Alma:
¡Olll Verdad —dice el Alma—, p o r Dios, no digáis
Q ue yo dije nunca p o r mí misma nada de él, sino por él;
Y eso es verdad, no lo dudéis,
Pues nunca fui en ello m i dueña,
Y si os place saber de quién soy,
Lo diré p o r pura cortesía:
A m or me dene tan p o r com pleto en su bailía
Q ue no tengo sentir ni querer,
N i razón para hacer nada,
Sabedlo, si no es sólo p o r él.
[Santa Iglesia:]
Cortés y bien instruida —dice Santa Iglesia—, ¡cuán sabiamente habéis
hablado!
Sois estrella verdadera que manifiesta el día,
El sol puro sin tacha que nada puede mancillar,
Y la luna llena que nunca se esconde.
Y sois así la oriflama que va precediendo al rey,
Vos vivís sólo de grano pues no tenéis voluntad,
Los otros viven de paja, salvado y burdo forraje,
Los que han conservado el uso de la hum ana voluntad.
Tales gentes siervas son de la ley, pero ella está p o r encima de la ley
N o contra la ley271. C o m o Verdad atestigua,
Ella está plena y ahíta: tiene a Dios a voluntad.
E l Alm a:
¡Ay!, dulcísimo A m or D ivino que estáis en la Trinidad,
Tal es m i ventura que m e maravillo de que puedan seguir ahí
Los que están bajo el gobierno de R azón y Tem or, Deseo, O bra y Voluntad,
170
Y no co nocen la gran nobleza del ser sin nada que d e c ir72.
La Santísim a Trinidad21*:
d )h, piedra celestial! —dice la Santísima T rinidad—,
( >s lo ruego, hija querida, dejadlo estar,
No hay en el m u n d o clérigo tan grande que sepa hablaros;
( )s habéis sentado a m i m esa y os he dado mis manjares,
Sois de tal m o d o instruida y habéis saboreado tan bien mis alimentos,
Y de mis vinos de tina llena os habéis saciado a tal punto,
Q ue el solo arom a os em briaga y nun ca seréis distinta.
171
| i • • | A q u í c o m i e n z a el A l m a su c a n c i ó n .
C a p ít u lo C X X II
Ya no me vale pensar,
N i obra, ni elocuencia,
T an alto m e arrastra A m or
(Ya no me vale pensar)
C on sus divinas miradas,
Q ue no tengo ya intento alguno275.
Ya no m e vale pensar,
N i obra, ni elocuencia277’.
172
Am or m e ha h echo, p o r su nobleza,
T rovar los versos de esta canción.
I¡s ésta la D eidad pura
I )e la que n o sabe hablar R azó n ,
Y de u n amigo
Q u e yo tengo sin madre,
Y que ha salido de D ios Padre,
Y tam bién de D ios H ijo,
Su nom bre es Espíritu Santo,
I )e quien tengo en el corazón tal u nión
Q u e m e trae alegría.
Es éste el país de los pastos
Q u e el amigo da al amarle.
Nada quiero pedirle,
Pues sería gran m aldad,
Sino que he de fiarm e p o r entero
En am ar a tal am ante.
173
Y lllf lid liecho así ascender tan alto
lili una unión y concordia
Q ue jamás debo revelar.
174
Y divino A m or m e dice que ha penetrado en mis entraña».
Por ello puede cuanto quiere,
lisa fuerza m e ha dado
I )el amigo que tengo en amor,
A quien m e hallo consagrada,
lil quiere que le ame
Y p o r eso le amaré;
Explicit
175
A q u í siguen algunas con sid e ra cio n es
p a r a a q u e l l o s q u e s e h a l l a n e n el e s t a d o
d e l o s e x t r a v i a d o s y p r e g u n t a n p o r el c a m i n o
al p a í s d e l a l i b e r t a d 280
177
11 2 4 ] L a s e g u n d a c o n sid e r a c ió n versa
s o b r e la M a g d a l e n a . C a p ítu lo C X X IV
178
más v a lo r p ara re c ib ir el trig o q u e se h a de sem b rar e n su in te rio r y del
que d e b e rá v iv ir el q u e h a trab ajad o la tie rra y h a sem b rad o el trigo. Esas
dos cosas h a n d e h acerse a la fuerza an tes de q u e ese h o m b re p u ed a o b te
ner los fru to s d e su tie rra p ara vivir. P e ro u n a vez q u e el trab ajad o r sabio
ha ro tu ra d o , la b ra d o y se m b ra d o el trig o e n su tierra, to d o su p o d e r se aca
ba aquí. Es m e n e s te r en c a m b io q u e d e je a D io s p ro c u ra r en to d o si q u ie
re sacar p ro v e c h o de su trab ajo ; p u e s él n o p u e d e h a c e r ya n a d a m ás p o r
sí m ism o ; y esto lo p o d é is v e r p o r s e n tid o n atu ral. A h o ra ya, p o r m u c h o
q u e se haya trab ajad o , es n e c e sa rio q u e el trig o se p u d ra e n la tierra antes
de q u e p u e d a d ar n u e v o f ru to 288, d el cu al el tra b ajad o r p u e d a recib ir soco
rro. C ó m o se p u d re ese g ra n o y c ó m o reap arece d a n d o fru to m ultiplica
do p o r cien , eso n o lo sabe m ás q u e D io s, q u e lleva a cabo él solo esa obra,
después de q u e el la b ra d o r h a h e c h o lo q u e le to c a y n o antes.
O s d ig o algo se m e ja n te d e M a ría . La tie rra q u e M a ría lab ró fue su
c u e rp o , q u e p e n ó e n d e sb o rd a n te s y m aravillosas obras de ard ien tes d e
seos q u e le h ic ie ro n r e c o rre r su tie rra , la b rá n d o la c o n obras de b o n d ad ;
c o n ellas tra b a jó ella m ism a su tie rra d e la fo rm a e n q u e sabía q u e p o d ía
estar m e jo r p re p a ra d a p a ra re c ib ir la v e rd a d e ra sim ien te d e la gracia de
D io s. P u es u n a sola b u e n a o b ra n o basta p ara e n g e n d ra r v irtu d , p ero m u
chas la aseg u ran re a lm e n te , y v irtu d h a c e las obras perfectas; p o r ello le
era n e c e sa rio a M a ría h a c e r m u c h a s obras antes de q u e las v irtu d e s fu e
ra n perfectas e n ella.
Ya h ab éis o íd o c ó m o trab ajó M a ría la b ra n d o la tie rra q u e D io s le dio
a cultivar. A h o ra os ex p lic a ré el trig o sin m ezcla q u e se m b ró e n su la
b ran za. E ste fu e e n v e rd a d la p u ra in te n c ió n q u e d irig ió a D io s. P ues se
ría d e m asiad o d u ro q u e fu e ra m ala y n o a p o rta se n in g ú n fru to la o b ra c u
ya in te n c ió n fu e v e rd a d e ra m e n te el a m o r d e D io s. Y tal in te n c ió n fue
sie m p re la suya e n to d o lo q u e hacía; p u e s su afecto estaba p u e sto siem
p re e n D io s, p o r el a m o r d el cual lab rab a y sem b rab a la tie rra q u e él le
h a b ía d a d o p a ra q u e la trabajase. E se tra b a jo lo re c ib ió p o r cu lp a d el p e
c ad o y p ara q u e p o r m e d io de él se e lim in a ra n las p ro tu b e ra n c ias de su
te r r e n o 289.
A h o ra b ie n , p o d é is p re g u n ta ro s c ó m o p u e d e ser q u e u n a o b ra d e b o n
d ad c o n in te n c ió n v e rd a d e ra p u e d a estar e n el alm a p o r culpa del pecado.
C ie rta m e n te n o siem p re fu e así n i e n to d o lugar. Si esa o b ra estuvo p re
sen te e n Je su c risto fu e p o r la cu lp a del g é n e ro h u m a n o , p e ro si está e n n o
sotros, es e n v e rd ad p o r n u e stra culpa, a u n si los ciegos llam an a u n a vida
179
i .i i i.l t ,1, \ i-iil.ulci.i perfección y q u e así se la llame para aquellos que no
n \ ii iliiH-nU- no lo p u ed en entender. Pero los que tien en dos ojos la
l l i i n . n i i ulp.i de pecado; y así es sin duda, pues así com o el niño tiene que
m i y obrar co m o u n n iñ o antes de ser u n perfecto hom bre, así tam bién el
hom bre tiene que hacer el to n to y el loco a través de sus obras hum anas
antes de alcanzar el verdadero n o d u lo del estado de libertad, en el q u e el
alm a obra co n prácticas divinas, sin su p ropia obra. Y esas prácticas divi
nas nos im p id en y guardan ciertam en te de o b rar en nosotros co n nuestra
culpa, sea a través de obras de bond ad , o a través de obras de m aldad.
Ya habéis oído, p o r tanto, que la obra de b on d ad es culpa del pecado;
ahora os diré p o r qué. Pues p o rq u e el «menos» tom a el lugar del soberano
y p o r culpa nuestra el «menos» tiene ahí su estado a conveniencia, y ese
«menos» nos hace p e rd e r el noble estado divino; ya que si obram os en n o
sotros obras de b o ndad, que son el «menos», n o podem os ten er el noble
estado divino; pues él n o p u ed e albergarse co n ellas, es dem asiado grande
para p o d e r albergar ju n to a él a u n huésped extraño. Este le fue necesario
a M aría p o r la culpa que habéis oído. Y ella llevó con tal ardor esa obra de
bondad, se cargó tan to y a tal p u n to se llenó que esta acum ulación la des
pojó verdaderam ente de ella misma. Así labró y sem bró M aría su tierra: la
labranza son sus grandes obras de perfección, la semilla, su inten ció n pura.
Esas dos obras debem os hacerlas p o r culpa nuestra, pero nuestro trabajo n o
p u ed e ir más allá, p o r ello es necesario que D ios haga el resto, y así lo h i
zo y así es m anifiesto en M aría; pues después de su labranza M aría se des
pojó de sí m ism a cuando h u b o h ech o lo q u e dependía de ella. P or ello fue
necesario que D ios hiciera el resto de ella, sin ella, p o r ella y en ella: ya que
había hech o lo que debía hacer, dejó que D ios dispusiera p o r com pleto en
ella, cuando h u b o h e ch o lo que de ella dependía. Así debiéram os hacer
nosotros. M as de có m o su labranza y su labor p rodujeron en ella de ella, y
de có m o M aría obtuvo vida de esto y su fru to se m ultiplicó p o r cien, eso
no lo sabe más que D ios, q u e obra él solo esta m ultiplicación. Eso ob ró en
M aría, en el desierto de M aría, cuando M aría reposó de él y no m ientras
corría tras él, sino cuando la divina b o n d ad se reposó en María; y esa b o n
dad reposó de él a M aría, sin M aría, p o r M aría.
E n to n ces M aría vivió de nuevo fruto, n acido de la sola obra de D ios;
pues de ella fueron el trabajo, la labranza y la siem bra, pero n o el fruto;
y en to n ces alcanzó la m eta de su estado, n o cu an d o habló y buscó, sino
cu an d o calló y se sentó.
180
[12 5 ] La tercera c o n sid e r a c ió n versa
sob re Juan B a u tista . C a p ítu lo CXXV
[ 12 6 ] La cu a r ta c o n s i d e r a c i ó n versa
s o b r e la v i r g e n M a r ía . C a p í t u l o C X X V I
181
mu lino más co n o cim ien to , am o r y lo o r de la divina T rinidad que el que
llenen todos aquellos, excepto ella, que están en la gloria. ¡Ah, Señora!,
¿cóm o n o ibais a recibirlo? C reo que el b u e n Bautista al lado vuestro es
com o u n pececillo295 al lado de una ballena, aun si él fue colm ado d e luz
divina en el seno de su m adre más p erfectam ente de lo que lo fu ero n los
doce A póstoles el día de P entecostés cu an d o recibieron la abundancia de
los dones del E spíritu S anto296. ¡Ah, orn ad a dama, os iba a h acer verda
dera falta! Pues creo q u e si el H ijo de D ios hubiese enco n trad o el m en o r
vacío en vos, fuera siquiera el ser en vano la réplica de u n «m eulequin»,
que es u n gusano p eq u e ñ o e innecesario, n o h u biera h echo de vos su m a
dre. Señora, n o h u b iera p o d id o ser que lo fueseis, com o no podía ser que
n o lo fueseis.
D espués consideré a esta dam a ju n to a la cruz, en presencia de la
m u e rte de su hijo, cu an d o los ju d ío s lo crucificaron desnudo p o r c o m
pleto ante ella. ¡Ah, q u é piedad! ¿C o n o cía alguien m ejor que esta dam a
la rectitu d de Jesucristo? ¿N o sabía ella m uy b ien que le daban m u erte in
ju stam en te? ¿Y en ese saber n o era m adre? Y, en cam bio, Señora, ¿qué
m al les quiso p o r ello vuestro pensam iento? Señora, ¿qué palabras c ru e
les salieron de vuestra boca? ¿Y qué obra hicisteis, Señora, a cam bio del
m al que com etían? V erdaderam ente, si h u b iera sido necesario, hubierais
dado en aquel m o m e n to vuestra propia vida a fin de o b ten er para ellos el
p erd ó n de D ios p o r lo q u e estaban haciendo, p ero no era necesario; pues
Jesucristo acordó su p e rd ó n de form a tan ab u n d ante y angustiosa que bas
tó p o r todo. ¿Por q u é tan abundante? P orque la cantidad de su bendita
sangre q u e cabe en la p u n ta de una aguja h u b iera bastado para rescatar
cien m il m un d o s si existieran; y sin em bargo, dio tanta que nada le q u e
dó. Y esta consideración m e hizo salir de m í para hacerm e vivir de divi
na com placencia. T am bién he dicho que o b ró ese p erd ó n con gran an
gustia. ¿Por q u é co n gran angustia? P orque creo que, si todas las penas de
m u e rte y to rm e n to q u e hayan existido, existan o hayan de existir desde
los tiem pos de A dán hasta los del A nticristo se ju n tasen en una, en ver
dad esa u n a sería una m inucia al lado de la p en a que hubiera sufrido Je
sucristo si h ubiera sido h e rid o en su precioso y digno cu erp o p o r u n dar
do o p u n z ó n sin más, y ello en razón de la delicadeza o finura de la
tern u ra de su pureza.
182
[ 127 ] La q u in ta c o n s id e r a c ió n versa sobre
c ó m o la n a t u r a l e z a d i v i n a f u e u n i d a a la n a t u r a l e z a
h u m a n a en la p e r s o n a d e l H i j o . C a p í t u l o C X X V II
[ 128 ] La s e x t a c o n s i d e r a c i ó n v e r s a s o b r e
c ó m o la h u m a n i d a d d e l H i j o d e D i o s f u e
a t o r m e n t a d a p o r n o s o tr o s . C a p ítu lo C X X V III
183
Im* n e a d a p o r la divina T rinidad y unida a cuerpo m ortal y naturaleza di
vina en la persona del H ijo: en el m ism o m o m en to en que fue creada y
unida a esas dos naturalezas, fue tan perfecta com o lo es ahora. N o podía
ser de otra m anera: puesto que el A lm a estaba unida a la naturaleza divi
na, el cuerpo, q u e era m ortal, n o podía supo n er im p edim ento alguno.
E n tonces consideré q u ién ascenderá al cielo. Y Verdad m e dijo que
«nadie ascenderá sino sólo aquel que ha descendido, es decir, el propio
H ijo de Dios»298. Es decir, que nadie p u ed e ascender sino sólo aquellos
que son hijos de D ios p o r la gracia divina. Y p o r eso el propio Jesucris
to dijo: «éste es m i herm an o , y m i h erm ana, y m i m adre, q u ien hace la
voluntad de D ios m i Padre»299.
[129] La s é p t i m a c o n s i d e r a c i ó n v e r s a
s o b r e l o s S e r a f i n e s y c ó m o se h a l l a n u n i d o s
a la v o l u n t a d d i v i n a . C a p í t u l o C X X I X
184
[ 13 0 ] A q u í h ab la el A l m a d e otras tres h e r m o s a s
c o n s i d e r a c i o n e s y m e d i t a c i o n e s , y de c ó m o ella
n o c o n o c e el p o d e r , la s a p i e n c i a y la b o n d a d d i v i n o s
s i n o e n la m e d i d a q u e c o n o c e su p r o p i a d e b i l i d a d ,
ig n o ra n cia y m a ld a d . C apítulo C X X X
185
vos sois un solo D ios en tres personas, Padre, H ijo y Espíritu
•S crto r,
S a n to .Y yo soy una sola enem iga en tres males, a saber, debilidad, igno
rancia y maldad».
«Señor, ¿cuánto com p ren d o de vuestro poder, vuestra sapiencia y
vuestra bondad? Tanto com o com prendo de m i debilidad, m i ignorancia
y m i maldad».
«Señor, ¿cuánto co m prendo de m i debilidad, m i ignorancia y m i m al
dad? Tanto com o co m prendo de vuestro poder, vuestra sapiencia y vues
tra bondad. Y si pudiera com prender una de estas dos naturalezas, c o m
p re n d e ría am bas. Pues si p u d iera c o m p re n d e r vuestra b o n d ad ,
com prendería m i m aldad, y si pudiera com prender m i m aldad, co m
prendería vuestra bondad: ésta es la m edida. Y porque no conozco nada
acerca de m i m aldad al lado de lo que es, p o r eso no conozco nada de
vuestra bondad, al lado de lo que es. Y lo poquísim o que conozco de vues
tra bondad, Señor, m e da el conocim ien to que tengo de m i m aldad. Y lo
poquísim o que conozco de m i m aldad m e da, Señor, el conocim iento
que tengo de vuestra bondad. Y en verdad, Señor, que es tan poco que
m ejo r p u ede decirse que no es nada com parado con el resto, y no p u e
de decirse que sea cosa alguna al lado del resto. Por ello vos sois todo:
vuestra Verdad os lo otorga en m í y así lo reconozco»3112.
[131] A q u í d i c e el A l m a q u e n o q u i e r e
m á s q u e la v o l u n t a d d e D i o s . C a p í t u l o C X X X I
186
él, para así n o h a b e r p e c a d o n u n c a c o n tra su v o lu n ta d , si eso le i om pla
ciera, sería ta m b ié n m i c o m p la c e n c ia .
D e sp u é s to d av ía le d ije q u e , si fu e ra p o sib le q u e yo regresase a la na
da c o m o de la n a d a v in e, a fin de q u e él fu e ra v en g ad o e n m í, si eso le
co m p la c ie ra, sería m i c o m p la c e n c ia .
Y a ú n d esp u és dije q u e si y o tu v ie ra tantas riq u ezas m ías c o m o él tie
n e suyas d e fo rm a q u e n a d a p u d ie ra n q u ita rm e ni restarm e sin que yo y
sólo yo lo q u isiera, v e rte ría e n él to d o ello y regresaría a la n ad a antes q u e
p u d ie se o q u isiese r e te n e r algo q u e n o v in ie ra de él; y a ú n más, pu es si
fuera p o sib le q u e y o p u d ie ra te n e r in fin ita m e n te c u a n to h e d ich o , n o p o
dría n i q u e rría h a c e r o tra cosa.
Y d ije a ú n m ás, si tu v ie ra p o r m i p ro p ia c o n d ic ió n c u a n to h e dicho,
es d e c ir tantas riq u e z a s c o m o él tie n e p o r sí m ism o , p re fe riría q u e se re
du jese to d o a n ad a sin e x c e p c ió n < a n te s q u e te n e r algo q u e n o m e v i
n ie ra d e é l> 304, y a u n q u e h u b ie ra d e su frir ta n to to r m e n to c o m o g ran d e
es su p o d e r, am aría m ás y m e jo r tales to rm e n to s , si los recib iera de él, que
u n a g lo ria e te rn a q u e v in ie ra d e m í m ism a.
D e sp u é s d ije e n m is m e d ita c io n e s q u e, antes de h a c e r de ah o ra en
ad e la n te algo e n c o n tra d e su c o m p la c e n c ia , p referiría q u e la h u m a n id a d
de Je su c risto su frie ra d e n u e v o ta n to s to rm e n to s c o m o su frió p o r m í, si
ello fu era po sib le, antes q u e y o h iciera algo q u e le causase desagrado.
D e sp u é s d ije q u e si y o su p iera, y de v erd ad fu era así, q u e to d o lo q u e
creó d e la nad a, y y o m ism a , y las otras cosas —para e n te n d e rn o s: to d o —,
h u b ie ra n de v erse re d u c id o s a n ad a si y o n o o b rara e n c o n tra d e su v o
lu n ta d , to d o c u a n to h e d ic h o se vería re d u c id o a n ad a antes de q u e o b ra
ra o quisiera o b ra r e n su c o n tra .
D e sp u é s d ije q u e si su p ie ra q u e yo h ab ía d e su frir e te rn a m e n te tantos
to rm e n to s c o m o g ra n d e es su b o n d a d si n o o b ra b a e n c o n tra de su v o
lu n ta d , los su friría e te rn a m e n te antes q u e h a c e r algo q u e yo su p iera q u e
desag rad a a su v o lu n ta d .
Y a ú n d esp u és le dije q u e si fu era p o sib le q u e p u d ie ra y q u isiera d ar
m e ta n ta b o n d a d c o m o la q u e él p o see e te rn a m e n te , n o la q u e rría sino
p o r él. Y si p e rd ie ra ese d o n , n o m e im p o rta ría sino p o r él. Y si m e lo
d evo lv iese tras p e rd e rlo , n o lo re to m a ría sin o p o r él. Y si p u d ie ra darse
q u e p u d ie ra c o m p la c e rle m ás el q u e y o m e v iera re d u c id a a n ad a y d eja
ra d e ser q u e el q u e y o re c ib ie ra ese d o n d e él, lo p re fe riría a seg u ir te
n ié n d o lo . Y si fu e ra p o sib le q u e y o tu v ie ra lo q u e él tie n e d e él, ta n to c o
187
m o tiene, sin q u e m e faltase si yo n o quisiera, pero yo supiera que podía
com placerle más q u e y o sufriera tantos to rm e n to s de él co m o g rande es
su b o n d ad , lo preferiría a seguir teniéndolo.
Y adem ás dije que si yo supiera q u e fuera posible que la dulce h u m a
nidad de Jesucristo y la v irg en M aría y to d a la co rte celestial n o pudieran
so p o rtar q u e yo sufriera tales to rm e n to s e te rn o s sin re en co n trar el estado
del q u e salí; y D ios v ertiera en ellos, si ello fuera posible, esta pied ad y
volu n tad , y él m e dijera: «si quieres te devolveré el estado del que saliste
p o r m i v oluntad, y te libraré de los to rm e n to s, pues mis am igos, los de
m i co rte, lo qu ieren . Pero si n o fuera p o rq u e ésa es su vo lu n tad yo n o te
devolvería tu estado y p erm an ecerías en e te rn o to rm en to . Sin em bargo,
p o r am o r a ellos te c o n c e d o este d o n si es q u e lo quieres tom ar», si su
piera to d o esto, desfallecería sin fin, p e rm a n e c ien d o en e te rn o to rm e n to
antes q u e aceptar ese d o n , ya que n o lo ten d ría de su sola voluntad, su
p o n ie n d o q u e lo tuviese p o r los ruegos de la h um an id ad de Jesucristo, la
virgen M aría y los santos; n o lo p odría soportar, si n o lo tuviera del p u
ro am o r q u e él m e profesa de él p o r su p u ra b o ndad, de su sola voluntad,
de am ante a am iga.
D espués de esto co nsideré p en san d o 305 c o m o si él m e preguntase c ó
m o m e co m p o rta ría si supiese q u e le p u d iera co m placer más que yo am a
se a o tro más que a él; entonces m e falló el sentido y no supe qué respon
der, ni qué querer, ni q u é replicar, pero contesté que buscaría consejo.
L uego m e p re g u n tó c ó m o m e co m p o rtaría si fuera posible q u e él p u
diera am ar a o tra m ás q u e a m í. Y aquí m e falló el sentido, y n o supe qué
responder, ni qué querer, ni q u é replicar. A ú n más, m e preg u n tó qué h a
ría y có m o m e co m p o rtaría si fuera posible q ue el pudiera q u erer que
o tro m e amase más q u e él m ism o. E ig u alm en te m e falló el sentido y, c o
m o antes, n o supe q u é responder, p ero dije siem pre que buscaría conse
jo ; y así lo hice y le p ed í consejo a él m ism o. Le dije que estas tres cosas
eran m u c h o más duras q u e las anteriores; y le p regunté, co n el pensa
m ie n to em belesado306, c ó m o p o d ría ser q u e yo am ase a otro más q u e a él,
q u e él am ase a o tra m ás q u e a m í, o que o tro m e amase más q u e él. E n
eso desfallecía pues n o p o d ía resp o n d er a n in g u n a de esas tres cosas, ni
negarlas, n i replicarlas. Y sin em bargo, él n o cesaba de pro b arm e para o b
te n e r respuesta. Y yo estaba tan a gusto y m e am aba tan to co n él que m e
era im posible c o n te n e rm e ni hallar en m í la m anera: em bridada tan co r
ta n o p o d ía m a n te n e r el paso. E sto nadie p u e d e saberlo si no h a pasado
188
Iu)r ello. S in e m b a rg o , ta m p o c o p o d ía te n e r paz si n o le daba u n a res
puesta. < Y o m e a m a b a ta n to y m e p o se ía ta n to > q u e n o p o d ía resp o n
der a la ligera; < si y o n o m e h u b ie ra am ad o ta n to > 307, m i respuesta h u -
liiera sido fácil y breve. E n to d o caso era m en ester q u e resp o n d iera si no
i pieria p e rd e rm e a m í y a él, p o r lo q u e m i corazón sufría g ra n quebranto.
A h o ra os d iré q u é re sp o n d í. L e d ije a él, de él, q u e q u e ría p ro b a rm e
e n to d o . ¡Ah!, ¿ q u é digo? C ie rta m e n te n o dije u n a palabra. E l c o ra z ó n li
bró esta batalla él solo re sp o n d ie n d o e n angustia m o rta l q u e q u ería ale
larse de su am o r, e n el q u e h ab ía v iv id o y pensaba q u e h ab ía d e v iv ir lar
g am en te; p e ro p u e s to q u e era así q u e p o r su p o sició n p o d ía darse q u e él
quisiera esto y era n ecesario q u e re r to d o su querer, así le resp o n d í y le dije:
189
u n í mi ni,n me. E ntonces v in o M iserico rd ia y m e p re g u n tó qué ayud.i
, 11 n i i . i ilc ell.t, y tam b ién le respondí, tal c o m o estaba, q u e n o q u ería más
.lyiid.i tic ella ni d e nada q u e p u d iera h a c e rm e bien.
S eg u id am en te v in o [dama] A m o r colm ada de b o n d ad , q u e tantas ve
ces m e había h e c h o salir de m is sentidos y al final m e había dado m u er
te: ya habéis o íd o algo de eso. Y m e dijo:
A m ig a , ¿ q u é q u e r é is d e m í?
C o n t e n g o c u a n to f u e ,
C u a n t o e s y será,
E s to y p o r c o m p l e t o c o lm a d a .
T o m a d d e m í c u a n to o s p la zca ,
S i m e q u e r é is t o d a e n te r a , n o m e o p o n g o .
D e c i d m e , a m ig a , ¿ q u é q u e r é is d e m í?
S o y A m o r , q u e d e b o n d a d e s t o y c o lm a d a p o r c o m p le t o :
L o q u e q u e r á is, l o q u e r e m o s .
A m ig a , d e c id n o s v u e str a v o lu n t a d d e sn u d a .
190
[ 133 ] A q u í d i c e el A l m a q u e t o d a s las
c o n s id e r a c io n e s a n ter io r es son para los extraviados,
y vuelve a exp licar q uién es son éstos, y có m o
e s t a s c o n s i d e r a c i o n e s p e r t e n e c e n a la v i d a
d el e s p ír itu . C a p ítu lo C X X X III
191
p o r su p ro p ia obra; y así ella n o lo acrecien ta p o r obra suya, p o rq u e si lo
acrecen tase sería «por» ella; y si está desnuda, eso es im posible.
E l A lm a libre: Es v erd ad —dice el A lm a lib re—; e n ese p u n to m e hallo
p o r el p e rfe c to a b a n d o n o de m í m ism a; p u es los m ilagros son d eb id o s .1
la Fe; y esos m ilagros m e d a n v erd ad ero saber de los dones divinos: Fe es
la causa de ello.
192
[ 13 5 ] C ó m o se e n g a ñ a n los q ue tie n e n
s u f ic ie n t e c o n g o b e r n a r s e se g ú n el a p eg o
d e la v i d a d e l e s p í r i t u . C a p í t u l o C X X X V
[ 13 6 ] C ó m o p a r a e l A l m a a n o n a d a d a e s t á
p roh ib id a toda obra. C ap ítu lo C X X X V I
193
ción . ¿P or q u é n o lo ib a a hacer? Vos, S eñor, m e amasteis, lo hacéis y lo
haréis c o n to d o v u estro p o d e r c o m o u n Padre. Vos m e am asteis, y esto
hacéis y haréis c o n to d a v u estra sapiencia c o m o u n H e rm a n o . Vos tiu'
am asteis, m e lo hacéis y lo haréis co n to d a v uestra b o n d ad , c o m o u n
A m ig o . D u lc e Padre, d u lce H e rm a n o , d u lce A m igo, n o fuisteis jam ás, ni
p o r u n instante, ni p o r u n a b rir y cerrar de ojos, sin que yo fuera p o r vos
am ada. P o r tanto, b ie n p u e d o d ecir q u e a n ad ie amáis más que a m í. Pues
igual q u e vuestra b o n d a d n o p o d ría s o p o rta r q u e vuestra h u m an id ad , y
su m adre, y los ángeles y los santos n o tu v ie ra n la gloria de vuestra su-
p ra e te rn a b o n d a d más allá de sus m érito s, ig u a lm en te vuestra su p raeter-
n a b o n d a d n o p o d ría so p o rta r q u e yo sufriera los to rm e n to s q u e m erecí.
P o r lo q u e recib o c o n tin u a m e n te vuestra m isericordia, en la m e d id a m is
m a de vuestro p o d e r, e n to d o lo q u e yo h ab ría de sufrir. >
[137] C ó m o e s t a A l m a e s p r o f e s a e n s u r e l i g i ó n
y c ó m o ha g u a r d a d o b i e n su regla.
C a p ítu lo C X X X V II
194
[138] C ó m o el A l m a r e t o r n a a su s e r p r i m i g e n i o .
C a p ítu lo C X X X V III
[139] C ó m o N a t u r a l e z a es s u t i l e n m u c h a s c o s a s .
C a p í t u l o CXXXIX
195
plexiones, y p o r las prácticas de la vida a la que, quieran o no, h an sido
llamadas. G en te así tie n e u n a g ran necesidad de estar en guardia si no ha
alcanzado la cúspide, o la p erfecció n de la libertad.
P o r ello os digo, p ara concluir, q u e si D io s os ha dado elevada crea
ción, lu z ex celen te y singular am or, sed fecundos y m ultiplicad sin desfa
llecim ien to esa creación322, pues sus dos ojos os co n tem p lan sin cesar323 y,
si consideráis y contem pláis esto c o rrectam en te, esa m irada hace ser sim
ple al A lm a. Deo gradas.
Explicit
196
[ 14 0 ] A p r o b a c i ó n 124
197
alm a n o p u e d e alcanzar la vida divina o el d ivino m o d o de ser hasta que
alcanza el cam ino q u e este libro describe. Pues cualquier m o d o de ser in
ferio r a éste, dijo el m aestro, es m e ra m e n te h u m an o . Sólo éste es divino
y n in g ú n otro.
Esta ap ro b ació n fue h ech a para la paz de los q u e oigan; y de fo rm a se
m ejan te, para vuestra paz, os explicam os estas cosas para que la sem illa dé
m u ltip licad o fru to en los q u e oigan y sean dignos. A m én.
198
N otas
In tro d u c c ió n
199
I | 4 « iit l»n del proceso han sido editadas y comentadas por Paul Verdeyen (1986, págs.
4 # «4 )
* lín I'M6 se publicó una primera noticia sobre el descubrimiento en un artículo de
I ( h w m tfo r e R o m a n o del 16 de junio, págs. 661-663, y años más tarde la edición del tex
to del manuscrito de Chantilly: Romana Guarnieri (1965, págs. 353-708), reeditado lue
go junto al manuscrito latino por Romana Guarnieri y Paul S. J. Verdeyen (Guamie-
ri/Verdeyen, 1986).
10 Gui de Colmieu es obispo de Cambrai entre 1296 y 1306. En una fecha imprecisa
de este episcopado tiene lugar este primer proceso contra el E sp ejo .
II Tal como señala Romana Guarnieri, «Prefazione storica» (Fozzer/Guarnieri/Vani-
ni, 1994, pág. 21). Sobre los lazos entre el pensamiento de Duns Escoto y Margarita, véa
se Camille Berubé (1995, págs. 51-75), así como Michela Pereira, (1998, págs. 71-96, en
especial 90-96).
12 Aunque otoño de 1306 es la más probable, no está clara la fecha de la muerte de
Godefroi de Fontaines, que como mucho se podría posponer a 1309. En todo caso su
aprobación es impensable después de la detención de Margarita en junio de 1308.
11 Sobre Guiard, además del artículo de Paul Verdeyen, véase también el ensayo de
R. E. Lerner (1976, págs. 343-364).
H Sobre los lazos entre el proceso de Margarita y la doble condena de Vienne de la
herejía del Libre Espíritu y las beguinas, véase Robert E. Lerner, T h e H e r c s y o f (h e F re e
S p ir it in th e L a te r M id d l e A g e s , University o f California Press, Berkeley 1972.
,s Capítulo 85, pág. 134.
u‘ Guarnieri, «Prefazione storica» (Fozzer/Guamieri/Vanini, 1994, pág. 29).
17 Marie Bertho (1993, págs. 22-26); véase también en general Simons Walter, C itic s
o f L a d ie s . B e g u in e C o m n n m i tie s in th e M e d ie v a l L o w G o u n tr ie s 1 2 0 0 - 1 5 6 5 , University of
Pennsylvania Press, Filadelfia 2002.
IKEn el capítulo 122 (pág. 174) del E s p e jo , el Alma entona un canto al Amado y en
él le dice: A m i g o , ¿ q u é d ir á n la s b e g u in a s y las g e n te s d e relig ió n , / c u a n d o o ig a n la exc e le n cia
d e v u estra d iv in a c a n ció n ? / L a s b e g u in a s dicen q u e yerro y q u e yerro d icen los cu ra s, clérigos, p r e
d icadores, a g u s tin o s , c a rm e lita s / y los fr a ile s m e n o re s, p o r lo q u e escribo d el se r d e l A m o r in m a
c u la d o .
Véase al respecto, Roisin Simone «L’efflorescence cistercienne et le courant fémi-
nin de piété au X l i r ,m‘ siécle» en R e v u c d 'h is to ir e ecclésia sfiq u e, 39, 1943, págs. 342-278.
2" Marie Bertho (1993, págs. 29-34).
2' El texto del E sp e jo tal como nos ha llegado en el manuscrito de Chantilly está escrito
en un francés puro de la Isla de Francia, pero el original, quizá perdido para siempre, lo es
taba probablemente en dialecto picardo. Al respecto Romana Guarnieri «Prefazione Stori
ca» (Fozzer/Guarnieri/Vanini, 1994, págs. 29 ss.). Sobre los usos dialectales de la lengua de
Margarita, véase también el artículo de Ulrich Heid (Heid, 1993, págs. 219-247).
22 R. Bradley, «Backgrounds to the Tittle “Speculum” in Medieval Literature», S p e -
c u lu m 29, 1954, págs. 100-115; H. Grabes, T h e M u ta b l e G la s s : M ir r o r Im a g e ry in T itile s a n d
'F e x ts o f th e M id d l e A g e s a n d E n g lis h R e n a is s a n c e , Cambridge University Press, Cambridge
1982. Desde otra perspectiva y haciendo especial hincapié en la analogía entre la metáfo
ra del espejo y la escritura como auto-reflexión, Catherine Bothe (1994, págs. 105-112).
200
22 Para las fuentes del E s p e je , véase en especial R u h (1993, págs. 338-371), así como el
estudio literario de Giovanna Fozzer (Fozzer/Guamieri/Vanini, 1994, págs. 55-71).
24 Friederich O hly ed., D a s S t . T m d p e r t e r H o h e lie d . E i n e L e h r e d e r tie b e n d e n G o tte s e r -
k e n n t n i s , Deutscher Klassiker Verlag, Francfort 1998. Sobre esta importante obra y su in-
fuencia en la mística femenina, véase Hildegard Elisabeth Keller, W o r t a n d F leisc h . K ó r p e -
n a le g o r ie n , m y s tis c h e S p i r i t u a l i t a t u n d D í c h t i m g d e s S t . T m d p e r t e r H o h e lie d e s im H o r i z o n t d e r
I n k a m a tío n , Peter Lang, Zúrich 1992.
25 Kurt R u h (1993, págs. 366-367). Según R uh, junto a estas obras estarían también
presentes en el E s p e jo los ecos de otros dos textos producidos en el ambiente beguinal del
norte de Francia, la Picardía y la Lotaringia: los D i t s d e l ’a m e y la R i g l e d e s j i n s a m a n ts ca
rentes de la radicalidad teológico-espiritual de las tesis centrales de Margarita, pero que
pudieron ofrecer al E s p e jo no sólo algunos trazos estilísticos, sino esa espiritualidad evan
gélica y de profunda humanidad que impregna también sus contenidos.
2,1 Capítulo 1, «prólogo», pág. 51.
27 Capítulo 1, «prólogo», págs. 51-52.
24 Sobre el tema del «amor de lejos» en Rudel, véase Victoria Cirlot, L e s c a n fo n s d e I ’a -
rn o r d e l l u n y d e J a u f r é R u d e l , Columna, Barcelona 1996. E. Colledge y j . C. Marler (1984,
págs. 39-40) han señalado que Margarita toma este término, como otros, de la literatura
renano-flamenca de la m i n n e cristianizada, y en concreto del V e n e b i de Hadewijch. Pe
ro el más claro y explícito ejemplo lo proporciona el decimoséptimo poema de rima mix
ta que se suele atribuir a Hadewijch II: «Encuentran una nueva enseñanza en la clara ti-
niebla, de gran valor, sin modo, en el Lejoscerca» (Garí, 1998, pág. 89). Sobre Hadewijch
(Cirlot/Garí, 1999, págs. 77-106).
24 Amy Hollywood (1995, pág. 88).
Kurt R uh (1992, pág. 197) apuntó ya la diferencia entre ambos ejemplos. También
Amy Hollywood (1995, pág. 88) ha señalado e interpretado esa diferencia.
31 C om o ha señalado Victoria Cirlot en un trabajo reciente sobre el «amor de lejos»
(centrado precisamente en el análisis del R o m á n d e la R o s e ) , el amor laico tanto como el
amor místico se construyeron en los siglos xn y xiu en base a las distintas interpretacio
nes del valor de la imagen, que se convierte en sagrada en su vertiente icónica y que en
cambio acaba por ser profunda e incluso paródicamente negada en su caída en el ídolo:
«La única imagen que com prende la distancia es el icono, pues el icono no pretende bo
rrarla, sino todo lo contrario, mostrarla y hacerla consciente, mientras que, en cambio, el
ídolo lo único que busca es su apropiación y, por tanto, su supresión». Cf. V. Cirlot, «El
Amor de Lejos y el valor de la imagen» en M e m o r i a , m i t o y r e a lid a d e n la H is to r ia M e d ie v a l,
Nájera 2002, pág. 309.
42 Es interesante al respecto la reflexión de Michela Pereira (1998, pág. 83) sobre el ca
rácter autobiográfico y la dialéctica relativa al «sujeto escribiente» en el E s p e jo .
" En la traducción latina, cierra el libro un último capítulo, el 140, que contiene el
texto de la aprobación del libro por los tres clérigos.
41 Sobre la cuestión de la mistagogía en Margarita, véase Blanca Garí (2003, págs. 133-
153). Ha definido recientemente el valor mistagógíco de los textos de la mística femeni
na en relación a las visiones, poemas y cartas de Hadewijch Frank Willaert, «Peregrinos
al país de amor. Mistagogía y memoria en Hadewijch de Brabante», R e v i s t a C h i l e n a d e L i -
201
I fh l lllh l fl2i Universidad de C hile, 2003, págs. 165-182. El m ism o autor vuelve sobre el te -
iii i en relación a la obra de R uusbroec en F. W illaert, «Margaret’s Booklets. M em ory in
I ‘iiilih'ii seven sloten by Jan van R uusbroec» (en prensa). T o m o el concepto «tratado m is-
tagógico» en el mismo sentido que le otorga W illaert en ambos artículos.
" Al juego de espejos entre las dos partes de la obra ha hecho referencia Catherine
Müller (1999, pág. 32).
36 Capítulo 96, págs. 144-145.
37 U na reflexión más amplia en esta misma línea en Blanca Garí (1997, págs. 19-38).
Sobre la «necesidad» y la «imposibilidad» de la escritura del E s p e jo , véase también M cGinn
(2000, en especial págs. 188-192).
3! H a hablado de pensamiento espiral en el E s p e jo M ichela Pereira (1994, págs. 945-962).
39 Al principio compositivo del E s p e jo según el cual la autora vuelve una y otra vez
sobre los mismos temas creando «conjuntos de enseñanzas», se ha referido K urt R u h que
señala la necesidad de estudiarlos com o tales (R uh, 1993, pág. 344).
40 Capítulo 1, «prólogo», pág. 51. U na reflexión clarificadora sobre el «recorrido mís
tico» de Margarita en Paul Mommaers (1991, págs. 89-107).
41 Al respecto, y de forma general, véase Alois M aría Haas, «Mors Mystica», en S e r m o
Universitátsverlag, Fribur-
M y s tic u s . S t u d i e n z u T h e o lo g ie u n d S p r a c h e d e r d e u ts c h e n M y s t i k ,
go/Suiza 1979, págs. 392-380.
42 Capítulo 121, pág. 170.
43 Capítulo 7, pág. 56.
44 El tem a de la despedida de las Virtudes no es ajeno a la literatura mística del siglo
XIII; aparece especialmente en M atilde de M agdeburgo y H adew ijch de Amberes, e im
pregna toda la doctrina espiritual de H adew ijch en to rn o al «reposo del alma» en Amor.
Al respecto véase la nota 33 del texto del E s p e jo .
43 C apítulo 6, págs. 55-56.
46 Capítulo 51, pág. 101.
47 Capítulo 58, pág. 108.
48 Capítulo 118, pág. 168.
49 Capítulo 118, págs. 166-167.
80 Capítulo 58, pág. 108.
31 Sobre la expresión «regar» (consideración) y sus connotaciones contemplativas, cf.
nota 281 al texto del E s p e jo .
52 C apítulo 123, pág. 177.
53 Capítulo 123, pág. 177.
54 E n t e n d e m e n t d ’A m o u r , es decir, in te lle c tu s a m o ris de Guillermo de Saint-Thierry, que
es el in te te lle tto d ’a m o r e de Dante, tal como señala Luisa Muraro (1991, págs. 114-115, n.
28) y que se correspondería asimismo con la ciencia e a m a n c ia de Ram ón Llull, no por ca
sualidad otro de los grandes místicos de la «teología vernácula»; sobre este tema en Llull,
Amador Vega, R a m ó n L l u l l y e l secreto d e la v id a , Siruela, Madrid 2001, págs. 51-54.
55 Se ha referido a estos siete «regars» como «speculum scripturae» C. Müller (1999,
pág. 43). Los siete ejemplos propuestos por Margarita a la consideración del alma no es
tán exentos de la influencia del uso devocional de la imagen y de las técnicas de la i m ita
d o que se habían introducido con fuerza en las prácticas religiosas del Occidente del siglo
202
XIII. Prácticas y técnicas que, según ella enseña, están destinadas en todo caso a ser trans
cendidas.
56 Al respecto, Müller (1999, págs. 43 ss.).
57 Q ue éste sea en general el nudo interpretativo del E s p e jo l o ha sostenido Luisa M u-
raro (2001, págs. 187-193), donde analiza especialmente los capítulos 31 y 32 de la prime
ra parte.
Este capítulo que contrapone el poder, sabiduría y bondad de Dios (D) a la debili
dad, ignorancia y maldad del Alma (A) se ordena según unas reglas de fuerte connotación
nemotécnica D; A; D; A; D-A; D-A; D-A; D-A; D -A -A -D . Capítulo 130, págs. 185-186.
59 Capítulo 131, pág. 88.
" En estas líneas la presencia de Dios invade el texto y se hace palabra que resuena en
el interior del Alma. El puente entre las dos fases (el discurso del Alma y el de Dios) lo
establece entre la primera y la segunda pregunta, cuando Margarita abandona el carácter
de «consideración mental» para expresar al menos formalmente la segunda y tercera pre
gunta como interrogantes que le formula Dios mismo.
61 Capítulo 131, págs. 188-189.
“ Capítulo 11, págs. 62-63.
“ Capítulo 132, pág. 190.
MCapítulo 132, pág. 190.
“ Capítulo 133, pág. 191.
“ Capítulo 1, «prólogo», pág. 51. Una idea que repetirá en varias ocasiones a lo largo
de todo el libro.
47 Cf. capítulo 134, pág. 192.
“ Cf. capítulo 136, págs. 193-194.
Capítulo 24, pág. 78.
711 Cf. capítulo 138, pág. 195.
71 Capítulo 138, pág. 195.
12 Capítulo 135, pág. 193.
71 Capítulo 139, pág. 196.
71 Tom o el concepto en el sentido que le da Amador Vega refiriéndose a la labor pre
dicadora de Ram ón Llull en R a m ó n L l u l l y el secreto d e la p id a , op. cit., en especial págs.
50 y ss.
75 Capítulo 138, pág. 195.
7" Fernando Domínguez Reboiras, «Idea y estructura de la Vita Raimundi Lulii», E s
tu d io s L u l i a n o s , 27, 1987, págs. 1-20.
77 Rom ana Guarnieri, «Prefazione storica» (Fozzer/Guarnieri/Vanini, 1994, pág. 41).
n Amador Vega, E l f r u t o d e la n a d a , Siruela, Madrid 1998, pág. 22.
77 Rom ana Guarnieri, «Prefazione storica» (Fozzer/Guarnieri/Vanini, 1994, pág. 41).
*’ El paralelismo entre el E s p e jo y la obra del Maestro Eckhart, en especial el sermón
52, ya fue señalado por E. Colledge y j. C. Marler (1984, págs. 14-47); Kurt R u h a su vez
profundiza en la comparación (1989, págs. 102-105) concluyendo que: «1. Eckhart cono
ció de alguna forma el E s p e jo . 2. Extrajo de él conceptos decisivos —que correspondían a
sus propias convicciones o que le eran próximos—, y les dio, desde su perspectiva, una for
mulación más precisa y teológicamente más sostenible» (pág. 104).
203
1 maestro y místico d e l siglo XIV, Ruusbroec, leyó con
*Ii I • M m H. Mim g i.m
I i h U | «»t «I han planteado también E. Colledge y J. C . Marler
«tlt* I-i* I »l / i/' i / i ' ( i o n i o
H ' ihi p ljn • i I '), i'.iin e g lo sa r a su v e z en sentido ortodoxo, naturalmente sin men-
*liiit.iil«*, |Mt,i)ri di- la obra de Margarita.
I ,i i'iux ip.il información sobre la difusión del E s p e jo hasta el siglo XVI se encuentra
ya en Romana (íuarnieri (1965, págs. 434-490). Cf. también en Guamieri «Prefazione sto
ma» (bo/.zer/Guamieri/Vanini, 1994, págs. 39-54).
Sobre la recepción del E s p e jo en la obra de Margarita de Navarra, véase Suzanne
Kocher (1998, págs. 17-23).
** Marguerite de Navarre, L e s P r is io n s, edición de S. Glasson, Ginebra 1978, pág. 179.
85 Ibídem, pág. 180.
86 Luisa Muraro (1995, pág. 28).
E l e s p e j o d e la s a l m a s s i m p l e s
Este título encabeza el manuscrito francés (C'h) y así formulado se encuentra sólo en
él. En el capítulo 13, Margarita menciona de forma algo distinta el título de su obra: M i
r o n a - d e s s i m p l e s tim e s q u e e n r o l o i r c t e n cíes i r d e m o m v n f . Una discusión sobre el posible sig
nificado de esas diferencias en L. Muraro, 1996 (reedición 2 0 0 1 , págs. 130-136) y Foz-
zer/Guarnicri/Vnnini, 1994, pág. 121.
Con este verso se inicia una «canco» de cuatro estrofas que figura exclusivamente
en (Ch) y que, al igual que e! título y el índice de capítulos, pertenece a una mano dis
tinta de la que copió el resto del manuscrito. En opinión de Romana ( íuarnieri (Guar
men/Verdeyen, 1986, pág. viii), es posible que no sea de Margarita. Se trata, junto con
el «rondeau» del capítulo 122, de la única forma poética que aparece en la obra, si bien
la prosa de Margarita se desenvuelve en los momentos de mayor fuerza lírica en forma
de fragmentos de prosa rimada que constituyen uno de los caracteres estilísticos del l i s -
p e jo .
' Autentico o no, el poema inicial recoge trazos fundamentales del E s p e j o , el más des
tacado de ellos es el protagonismo de Humildad que, como repetirá el capítulo 88, no es
una más de las virtudes, sino su madre, siendo ella a su vez hija de la Deidad. Sólo Hu
mildad conduce al alma al verdadero conocimiento y hace de ella en el sexto estado de
gracia «abismo de humildad» (capítulo i 18) en la unión con la Deidad.
' El «toque» divino, sobre el que vuelve Margarita (especialmente en el largo capítu
lo I 18) es un concepto común a la mística, del siglo MUI en adelante. Se trata del ^ h e r i u a i
de Beatriz de Nazaret. Hadewijch de Ambcres y Joan van Ruusbroec, del H e r iih r n u p de
Matilde de Magdcbtirgo, Hchkart y la mística renana, y de los «toques de amor» de los
grandes místicos castellanos. En especial compárese la lo n c h e d n p a r dedil d ' A m o n r con el
que en el capítulo I 18 Margarita describirá al Alma en el cuarto estado, cuando ésta cae
de Razón en Amor, con el p h e r i j n n e s s e iu v i p h c h r n h e n e o el «toque de la fruición que deja
ir todo cuanto pertenece a Razón y hace caer a un amado en el otro» de la visión trece
de Hadewijch de Ambcres, V i s i o e i/ e u XIII, ISO (Hofmann, 1998, pág. 148).
El prólogo introduce el terna de la escalera de perfección compuesta por siete nive
204
les o estados. Ésta constituye un tema tradicional de la literatura e s p i r i t u a l y mística a r t i
culado diversamente en los distintos autores. Ya para san Agustín s i e t e e r a e l n ú m e r o d e
la perfección ( D e v era r e líg io n e XXVI, 49), pero es sobre todo en la m í s t i c a m e d i e v a l d e l X I I I
en adelante cuando encontramos con frecuencia el itinerario espiritual o r g a n i z a d o e n sie
te etapas: siete son los modos de Amor en Beatriz de Nazaret que, aunque no s o n e q u i
valentes a los estados de Margarita, recogen expresiones y formulaciones m u y c e r c a n a s ,
S e v e n m a n ie r e n (traducción al castellano Cirlot/Garí, 1999, págs. 28S -295); dentro d e e s a
misma tradición se insertan entre otros L o s s iete g r a d o s d e la escala d e a m o r de Ruusbroec y
las «siete moradas» del C a s ti llo in te r io r d e Teresa de Jesús.
' . .. d i v i n e fr u ic tio n , equivalente a lo largo de todo el E s p e jo , al g h e b r u k e n de Hadewijch,
Beatriz y Ruusbroec que designa la unión en Amor.
7 A lo largo de todo el texto, el simbolismo de Amor es claramente femenino: se tra
ta de dama Amor, un aspecto de Dios o Dios mismo. Siguiendo una gramática de tran
sición (en francés medieval amor es femenino) en (Ch) comparece el personaje de Amor
en ocasiones bajo el género femenino, en otras bajo el masculino. Sujeta a la gramática
castellana he utilizado en general el masculino salvo en los casos en que Amor aparecía
explícitamente como d a m a A m o r o en aquellos en que, para no distorsionar la lectura sim
bólica del texto, me ha parecido conveniente introducir entre corchetes la palabra [dam a]
delante de A m o r y poder mantener así el femenino.
* En la jerarquía de un camino de perfección espiritual, que Margarita va a comple
tar en el capítulo 13, antes de los a c tiv o s y c o n te m p la tiv o s se sitúa la g e n te c o m ú n . Activos y
contemplativos, cuyo referente es el modelo evangélico de Marta y María, presuponen
ya un cierto grado de perfección espiritual más allá de los cristianos comunes; por enci
ma de estos tres, sin embargo, se sitúan todavía los a n o n a d a d o s , en los que ya no hay dis
tinción entre el que contempla y lo contemplado, fundidos en la experiencia unitiva. So
bre la «gente común» que se salvan con su «errónea fe», habla también Hadewijch en una
de sus cartas, B r ie v e n XXII, 218-220 (Van Mierlo, 1947, pág. 196).
" Por alma libre o alma liberada entiende Margarita la que ha alcanzado el «país de la
vida» o «país de la libertad» a través de un desasimiento y anonadamiento de sí que la lle
va a la perfecta unidad con lo divino.
1,1 ...v o ill e , la palabra francesa recoge, como anota Fozzer, dos acepciones, ambas im
portantes, «vela» y «voluntad», el doble sentido lleno de significado en el texto francés se
pierde en la traducción (Fozzer/Guarnieri/Vanini, 1995, pág. 130).
11 S e ils tte s o n t ce m e s m e s , «si no son ellos eso mismo»; la misma idea se repetirá una y
otra vez a lo largo del libro, sólo se entiende correctamente si se es lo mismo que se en
tiende, sólo se sabe lo que se es, y sólo se cree verdaderamente si se es lo que se cree (cf.
capítulos 58 y 100). De esta forma el proceso de conocimiento se identifica plenamente
con el del anonadamiento y la unión mística. Esa misma enseñanza aparece claramente
formulada en Hadewijch, B r ie v e n XVII, 99 (Van Mierlo, 1947, pág. 156); XX, I4-18 y 135—
140 (págs. 170 y 175). También Eckhart: «si no os hacéis semejantes a esa verdad de la que
ahora vamos a hablar aquí, no podréis comprenderme» D W 11, Pr. 52 lie tili l ’a n p c rc s S p i-
r itu (traducción al castellano Vega, 1998, pág. 75), así como en numerosos momentos en
el C o m e n ta r io a l E v a n g e lio d e s a n J u a n . La expresión es también importante en la obra de
Angelus Silesius: «No experimentaremos hasta que no seamos lo que I I es», E l p e re g rin o
205
q u e r ú b ic o IV, 21 (Lluís D uch ed., E l p e r e g r in o q u e rú b ic o de Angelus Silesius, Ediciones Sí
mela, Madrid 2005, pág. 161), también I, 72 (pág. 71).
12 Toda la obra está fuertemente ligada a los principios del amor cortés de los que to
ma no sólo el vocabulario, sino temas y formas interpretativas. El tema de Alejandro se
difunde en el siglo XIII gracias a los «romans andes» que ju n to a la «materia de bretaña»
constituyen una de las grandes fuentes de la literatura cortés. Su origen se encuentra en
Pseudo Calístenes del siglo II, traducido al latín en el siglo IV, resumido en el siglo IX y
retomado por Alberich de Pisan^on en el siglo XII, al que seguirán otros como el R o m á n
d ’A l e x a n d r e de Alexandre de Bernay. En esta última obra, la reina india Candace, ha
biendo tenido noticia de la próxima llegada de Alejandro Magno, le mandó un pintor pa
ra que lo retratase y así pudo reconocerlo cuando se le presentó vestido de embajador.
13 El juego entre la lejanía y la cercanía del amor define la idea básica de un concep
to fundamental que aparecerá más adelante: L o in g p r é s , Lejoscerca, aplicado a Dios en su
relación amorosa con el alma. En el origen de este concepto encontramos de nuevo el
amor cortés y concretamente la poesía amorosa trovadoresca que introduce el tema de la
paradoja del «amor de lohn», amor de lejos, cantado muy especialmente en los poemas de
Jaufre R udel (cf. V. Cirlot, «El Amor de Lejos y el valor de la imagen» en M e m o r i a , m ito
y r e a lid a d e n la H is to r ia M e d i e v a l , Nájera 2002, págs. 281-310).
14 En (Ch) figura A c t e u r , en (L), A u t o r ; la confusión constante de ambos términos en
la Edad Media ha sido señalada por Paul Z um thor e interpretada en el marco de una li
teratura a caballo entre la escritura y la oralidad, en «La Poésie et la voix dans la civilisa-
tion médiévale», E s s a is e t co n fé re n c es, Collége de Frailee, 1984, pág. 54.
b De los «pequeños» habla Margarita en diversas ocasiones a lo largo del E s p e jo (ca
pítulos 22, 40, 57, 62, 60 y 63) en referencia a quienes aún viven de deseo y voluntad, a
los que han muerto al pecado y viven de la vida de la gracia, y a los que han muerto a
naturaleza y viven de la vida del espíritu, y en general a cuantos viven bajo el dominio
de Razón.
lis s o n t s e p t estré s d e n o b le e stre . He traducido el concepto e stro según el contexto por
«ser», «modo de ser» o «estado», teniendo en cuenta que en el prólogo Margarita ha lla
mado e s ta t a cada uno de los siete niveles de la escalera de perfección y que en el capítu
lo 118 dice de estos e s t a z que son llamados e strés y a su vez constituyen los d e g r e z o pel
daños de la progresión espiritual del alma. El enunciado de Margarita recuerda aquí el de
Beatriz de Nazaret: «Hay siete modos de Amor que vienen de lo más alto y retornan de
nuevo a lo más elevado», S e v e n M a n i e r e n 3-4 (Cirlot/Garí, 1999, pág. 285).
17 E n t e n d e m e n t d ’A m o u r es la c o g n itio c a r ita tis o gnosis de Amor que aparece contrasta
da en el E s p e jo con E n t e n d e m e n t d e R a i s o n (capítulo 12); se trata de dos vías y dos formas
de conocimiento diversas. E n t e n d e m e n t d ’A m o u r es también el in tc lle c tu s a m o r is de Guiller
mo de Saint-Thierry y el in te lle tto d ’a m o r e de Dante del capítulo XIX de la V i ta N o v a :
«Donne ch’avete intelletto d ’Amore» tal como ya señaló Luisa Muraro (Muraro, 1991,
págs. 114-115, n. 28); en otro registro el concepto se correspondería asimismo con la c ie n
cia e a m a n c ia de Ram ón Llull, no por casualidad otro de los grandes místicos de la «teo
logía vernácula» del siglo XIII (sobre este tema en Llull, cf. A. Vega, R a m ó n L l u l l y e l s e
creto d e la v id a , Siruela, Madrid 2001, págs. 51-54).
M t 22, 37-39; Me 12, 30-31; Le 10, 27-28. La vida evangélica, según los manda
206
mientos de la Iglesia, es una etapa previa en el camino de perfección, un medio, no una
meta. Alcanzada la verdadera caridad, tal como plantea Margarita en los capítulos si
guientes, el alma puede despedirse de los mandamientos, las Escrituras y las Virtudes (so
bre esta cuestión volverá en los capítulos 90 y 94). La misma enseñanza la encontramos
en Hadewijch, por ejemplo, B r ie v e n vi, 361-378 (Van Mierlo, 1947, págs. 69-70); y xxx,
84-91 (pág. 255).
” La frase hace pensar casi inevitablemente en la trayectoria vital de la autora.
2,1 M t 19, 20-21; Le 18, 22.
21 El entero capítulo halla referencia en 1 Cor 13, 4-7. El término teológico «caridad»
y el cortés «amor» parecen diferenciarse aquí sutilmente aludiendo el primero a la acción
amorosa y el segundo a Dios mismo.
22He traducido por «apego» el término e jfe c tio n /a ffe c tw n que (L) traduce por a ffectio por
que, a pesar de los diversos significados que puede tener en el vocabulario espiritual, en el
E s p e jo define muy claramente los lazos que aún unen al Alma a la vida del espíritu a la que
deberá morir para alcanzar la vida anonadada y libre. También Hadewijch de Amberes en
una de sus cartas utiliza la palabra ajfectien para definir la falsa caridad «mucho de lo que lla
mamos caridad es en realidad apego (ajfectie )», «hay mucho apego (ajfectien ) sea a las dulzu
ras de Dios o a las de los hombres» pues «en querer vivir temerosamente en paz con Dios
y con la gente, se equivoca Razón» B r ie v e n IV, 63-64, 78-79 y 88-90 (Van Mierlo, 1947,
págs. 39-40).
23 Esta frase, que no aparece en (Ch), pero sí en (L), figuraba muy probablemente en
el manuscrito original dado que más adelante, en el capítulo 11, Razón hará referencia a
ella al solicitar aclaraciones acerca de estos nueve puntos. En un marco más general, a lo
largo del E s p e jo las almas libres y anonadadas son aquellas «nada conocidas» y de las que
Santa Iglesia no puede saber nada, ni puede tampoco encontrarlas (capítulos 10, 11, 65,
119, 134); del mismo modo, «el país de la libertad» donde estas Almas moran es definido
como la «región nada conocida» (capítulo 65).
24 Se entiende en el contexto general del E s p e jo sin apego a las obras, tal como Mar
garita afirmará en diversos momentos alejándose así de posturas «quietistas» (cf. en espe
cial capítulos 7 y 59).
25 Is 6, 2. Margarita introduce en diversos momentos una angeología tradicional pro
cedente de Pseudo Dionisio. Según ésta, existen tres jerarquías angélicas, cada una de las
cuales se subdivide en tres órdenes. La primera jerarquía tiene una relación «in-mediata»
con Dios, es decir, carente de intermedio o mediación y está compuesta en primer lugar
por el orden de los Serafines, a los que siguen Querubines y Tronos. Cf. D e ca elcsti h ic -
rarchia (PG 3, 119-340).
26 El concepto m o y e n , «mediación», es fundamental en el vocabulario espiritual. Para
Margarita, como para toda la mística del siglo X III, la experiencia unitiva del alma ano
nadada conlleva ante todo la superación de toda mediación. Por ello mismo se trata de
una experiencia seráfica, pues las almas libres conocen a Dios como los Serafines, sin in
termedio, de forma directa, inmediata. Esta identificación del Alma libre con el ser será
fico la encontramos también en Hadewijch, por ejemplo, V is io e n e n XIII (Hofmann, 1998,
págs. 138-151).
27 En (Ch) falta la palabra «amor» que figura en cambio en (L). Se trata del don cons
207
tantemente renovado de Dios al alma. A él se referirá Margarita en muchos otros mo
mentos de su obra directamente como «amor nuevo» (capítulos 31 y 106) o al hablar de
su «Amigo», de quien se dice que es «nuevo y nuevo don me da» (capítulo 186). El con
cepto se corresponde con la n u w e h e it de Hadewijch de Ainberes, que representa el Amor
divino, y una de cuyas características es su constante renovación. Véanse, como ejemplo
de un uso hiperbólico de la expresión, los últimos versos del poema estrófico número 23,
M e t n u w e n u erlich te n n e h e b d t n u w e n v íijt, / M e t m iw e n w e r k e n sa t n u w e d elijt, / M e t n u w e n
s to rm e n u w e n h o n g h e r so w ijt, / D a t n u w e v erslcn d e n u w e e w e lik e n tijt (S tro fisch e G e d ic h te n XX-
XIII, 53-56, Van Mierlo, 1942, pág. 214).
28 Aunque la imagen de los Serafines alados es un tema central de la literatura místi
ca, este pasaje con su transposición al alma recuerda una de las visiones de Hadewijch en
la que el rostro de Dios está rodeado de tres pares de alas: «Allí se manifestó el rostro de
Dios... Ese rostro tenía seis alas cerradas por fuera, pero que volaban sin parar en su inte
rior»; los tres pares simbolizan en Hadewijch las personas trinitarias y la experiencia será
fica del alma, V isio c n e n XIII, 28-30 (Hofmann, 1998, págs. 138-139). También en el sépti
mo modo de amor de Beatriz de Nazaret la voluntad del alma permanece «entre los
ardientes Serafines», S e v e n M a n ie r e n V i l , 46-47 (Cirlot/Garí, 1999, pág. 293).
■' Agua, tierra, fuego y aire, los cuatro elementos que constituyen el mundo en la cos
mología medieval de origen aristotélico.
311 ...b e s te s ¡núes, las bestias que mudan su piel, es decir, los reptiles; (L) traduce sim
plemente por b estiis terrae.
31 1 Cor 15, 28.
32 El fragmento recuerda claramente un pasaje de la obra de Matilde de Magdeburgo
en el que habla del alma en estos términos: «es Hija del padre, hermana del Hijo, amiga
del Espíritu Santo, y verdadera esposa de la Santa Trinidad», D a s Flicf.ícnde L ic h t d e r G o tt-
f i c i t l l , c . 2 2 (Neumann, 1990, 14-15, pág. 55).
33 El tema de la despedida de las Virtudes no es ajeno a la literatura mística del siglo
XIII, aparece especialmente en Matilde de Magdeburgo y Hadewijch de Amberes, e im
pregna toda la doctrina espiritual de Hadewijch en tomo al «reposo del alma» en Amor;
«ésta [la de las virtudes] parece la vida más perfecta que se puede llevar en la tierra... y,
de hecho, yo misma la he vivido así. Y he servido y he trabajado herniosamente hasta
el día en que me fue prohibido», B r ie v e n XVII, 11-12 (Van Mierlo, 1947, pág. 140); y en
una de sus visiones describe la rama que corona la jerarquía más alta del árbol de la sa
biduría en estos términos: «La tercera rama significa el estado de reposo donde, perte
neciendo por completo a Amor, se pasa de las múltiples virtudes a la virtud única y to
tal, que entrelaza a ambos amantes en uno y los lanza al abismo, donde buscan y
encuentran el estado de fruición eterna», V isio c n e n I, 170-176 (Hofmann, 1998, pág. 52).
El ejemplo más claro, sin embargo, nos lo proporciona D a s F lic fie n d c L ic h t d er G o tth e it,
obra que L. Gnádinger daba ya como probable fuente de Margarita en este tema (Gná-
dinger, 1987, pág. 224). En el libro primero, Dios invita al alma a la unión urgiéndola a
desnudarse: «para ello debéis deponer en vos temor y vergüenza y toda virtud exterior»,
i, c. 44 (Neumann, 1990, 84-85, pág. 31); en el libro segundo el alma debe amar a Dios
«más allá de su propia voluntad y más allá de todas sus facultades», II, c. 23 (Neumann,
1990, 5-6, pág. 56); y en el cuarto libro, la propia alma exclama: «Oh, Amor, entre to
208
das las virtudes tenéis el poder mayor, quiero por ello dar gracias a Dios, tú me quitas
heridas del corazón. Ya no tengo virtud; con sus virtudes me sirve el Señor», iv, c. 19
(Neumann, 1990, 11-13, pág. 136). El tribunal de la Inquisición que procesó a Margari
ta y juzgó su libro en 1309 condenó esta idea que figura en las actas como la primera de
las proposiciones heréticas de su libro Q u o d a n o m a a d n ic h ila ta d a t U c en tia m v i r t u t i b u s . .. ;
también el Concilio de Vienne de 1311 la condenó explícitamente como propia de la
herejía del «libre espíritu».
34 Rom ana Guarnieri ha señalado las estrechas semejanzas entre este poema del E s p e
j o con un poema del poeta picardo Conon de Bethune (Cf. «Prefazíone Storica» en Foz-
zer/Guarnieri/Vanini, 1995, pág. 24, nota 51).
35 El juego de hipérbole y negación, propio de la literatura mística del siglo X H Iy que
hunde sus raíces en las formas de expresión de la teología negativa, constituye la estruc
tura fundamental del pensamiento de Margarita y es uno de los aspectos que acercan más
claramente el E s p e jo al pensamiento del Maestro Eckhart. Concretamente el sermón so
bre la pobreza de espíritu se construye exactamente en torno a esta misma dialéctica que
Margarita plantea en los primeros capítulos de su obra para luego desarrollarla a lo largo
de todo el E s p e jo . También para Ekchart el hombre pobre, que es el hombre libre, es
aquel que no quiere, ni sabe, ni tiene nada y por ello mismo «en esta pobreza reencuen
tra el hombre el ser eterno que él ya había sido y que ahora es y que será para siempre»,
D W n, Pr. 52, B e a ti P a u p e r e s S p i r i t u , (Vega, 1998, pág. 79). El paralelismo entre el E s p e jo
y la obra del Maestro Eckhart, en especial el sermón 52, ya fue señalado por E. Colledge
y J. C. Marler (1984, págs. 14-47); Kurt R uh a su vez profundiza en la comparación con
cluyendo que Eckhart conoció el E s p e jo y extrajo de él conceptos importantes (1989, págs.
102 ss., en especial pág. 104). Sin embargo, el tema no era completamente nuevo en la li
teratura mística del siglo XIII, ya Hadewijch se expresaba en términos semejantes en una
de sus cartas: «Cuando al Alma le queda sólo Dios y no conserva voluntad propia, sino
que vive completamente de acuerdo con la voluntad divina y se pierde a sí misma y quie
re todo lo que él quiere como él mismo, y está sumergida en él y se ha convertido en na
da, entonces, en ese momento, él está plenamente elevado sobre la tierra y atrae todas las
cosas, de manera que ella se convierte en todo lo que él es», B r ie v e n XIX, 46-61 (Van Mier-
lo, 1947, págs. 164-165).
* 1 P 4, 18.
37 ...m a is tr e s s e s , el término, tanto en femenino como en masculino, aparece con fre
cuencia a lo largo del libro; he traducido según el contexto por maestra/maestro; seño-
ra/señor, dueña/dueño.
314 C o g n o y s s a n c e , A m o u r e t E o u e n g e , conocimiento, amor y loor, presentes a lo largo de
toda la obra, se corresponden, siguiendo la tradición agustiniana, con las tres personas tri
nitarias: Hijo, Padre y Espíritu Santo respectivamente; el alma anonadada vive de esta
tríada, que se manifiesta en sus tres potencias: entendimiento, voluntad y memoria, en el
quinto estado de perfección.
y> La indiferencia del alma libre respecto a la alegría o la pena, el paraíso o el infier
no, es un tema sobre el que vuelve en diversos momentos el E s p e jo , por ejemplo, en los
capítulos 13, 41, 49 y 131. Es asimismo un tema recurrente de la mística a partir del siglo
XIII, véase, por ejemplo, Hadewijch «no queremos ni deseamos nada diferente a lo que
209
él merece, sin importarnos si esto nos condena o nos bendice», B r ie v e n VI, 80-82 (Van
Mierlo, 1947, pág. 57).
4(1La libertad del alma cuando alcanza el estado de perfección para dar a naturaleza lo
que le plazca es otra de las tesis condenadas por el tribunal de la Inquisición. Aunque no
figura explícitamente en el proceso, el hecho nos consta a través de la C ró n ic a escrita por
el continuador de Guillaume de Nangis, un benedictino de Saint-Denis; algunos miem
bros de su monasterio habían formado parte de la comisión de teólogos que juzgó el li
bro. Entre las proposiciones condenadas, que el cronista indica, figura: Q i4 o d a n im a a n -
n ih ila ta in a m o r e c o n d ito ris s itie r e p r e h e n s io n e co n sc ie titia e v e l re m o r su p o te s t e t d e b e t n a tu r a e
q u id q u id a p p e tit e t d e sid e r a t ; es también una de las tesis condenada en el Concilio de Vien-
ne como perteneciente a la herejía del «libre espíritu» (Cf. Guarnieri, «Prefacione Stori-
ca», en Fozzer/Guarnieri/Vanini, 1995, pág. 15).
41 Es evidente que la comisión de teólogos juzgó las proposiciones presentadas por el
Inquisidor general Guillermo de París en ausencia de todo contexto. Margarita se esfuer
za en explicar aquí, como también en muchas otras ocasiones, sus afirmaciones más osa
das en un sentido perfectamente ortodoxo.
42 Esto es, filósofos y teólogos según la división escolástica.
44 F in e A m o u r , he traducido siempre como Amor Puro, que se corresponde también
con el sentido cortés de la palabra en la literatura amorosa trovadoresca de donde la to
ma Margarita. Es a su vez la M i n n e de los textos de sus coetáneas de Flandes.
14 «Valle/Humildad», «llanura/Verdad», «montaña/Amor», esta topografía espiritual
recuerda los tres niveles del camino del alma a Dios en la literatura neoplatónica. En la
obra de Margarita juegan un papel importante como «lugares» del alma en su encuentro
con Dios. En el capítulo 118 hablará expresamente de siete «peldaños» por los que se as
ciende del valle a la cima de la montaña. También Hadewijch se refiere a las almas libres
como aquellas «que lo han seguido a la montaña de la alta vida desde el profundo valle
de la humildad», B r ie v e n XV, 39-41 (Van Mierlo, 1947, pág. 126).
45 Ct 1, 8 y 6, 1. Las «hijas de Jerusalén» forman el coro del C a n ta r d e lo s ca n ta re s, el
texto esencial de referencia desde el siglo XII de la literatura espiritual y mística.
4f A partir de aquí se recogen y explican los nueve puntos que definen «la vida lla
mada de paz de caridad en vida anonadada» establecidos ya en el capítulo 5.
47 Le 10, 38-42; R m 3, 28.
4XMendigar define para Margarita la dependencia del alma respecto a las cosas exter
nas. El término aparece con frecuencia en su vocabulario haciendo referencia a las almas
en el cuarto estado que viven todavía en el apego al espíritu y en el deseo de amor; co
mo tal mendicante se dibujará a sí misma en el capítulo 96, en un fragmento de rasgos
claramente autobiográficos, cuando intente explicar cómo era cuando quiso escribir su li
bro, que además, dice en el capítulo 54, está escrito para los que aún no se han liberado
del apego al espíritu y por ello mendigan.
49 . . . l e p l u s , ...le m o in s , «...el más», «...el menos». Con estos dos conceptos, particular
mente propios de Margarita y su E s p e jo , se define aquello que el alma es en tanto que
creada (le m o in s ) y aquello que el alma es y alcanza a través del no ser, es decir, la identi
dad con lo divino increado (le p l u s ) , en palabras de Simone Weil «la descreación» ( L a P e -
s a n te u r e t la G rd c e , París 1947). En la obra del Maestro Eckhart, el v ü n k e l i n , el a p e x o «chis
210
pa» del alma tiene un significado muy cercano al « p lu s» del E s p e jo . Luisa Muraro ha pues
to de relieve el probable origen de la doble expresión en Teodorico de Vriberg, en su
tratado D e m a g is e t m in u s (Muraro, 1992, n. 80).
50 Se sobrentiende por la vía del conocimiento determinado por el gobierno de R a
zón, es decir, «Entendimiento de Razón», que en el E s p e jo , como se ha visto, se contra
pone al gobierno de Amor y al Entendimiento de Amor, que es en sí mismo una vía de
conocimiento (cf. nota 17, capítulo 2).
51 Es d ecir, aq u ellos q u e s o n lo q u e e n tie n d e n , tal c o m o ha planteado e n el «prólogo»
(cf. n o ta 11).
52 ...m e s d ir e , «hablar mal», literalmente «maldecir», el término alude a la indecibilidad
de lo divino.
53 Es decir, el alma está «con ella» en las obras de las virtudes y el apego a la vida del
espíritu, por contraposición a la no acción «sin ella» en la vida anonadada y libre.
52 . . . m o n m i e u l x , prácticamente sinónimo de p l u s ; lo mejor del alma es aquello que
no tiene y que no es en tanto que criatura, expresado a veces también (p. e., capítulo
101) como ce q u e m íe n e st. En Hadewijch, un concepto semejante y fundamental en sus
enseñanzas se recoge en la expresión d a n m i n e es «lo que es mío»; a modo de ejemplos:
B r ie v e n II, 163 (Van Mierlo, 1947, pág. 31); y VI, 21-32 (pág. 55); y la visión undécima
donde escribe: «y si no tengo de él lo que es mío, y que Dios retiene, sin embargo, lo
sigo teniendo y seguirá siendo mío», V i s io e n e n XI, 192-194 (Hofmann, 1998, págs. 126-
127).
55 Margarita rechaza aquí cualquier comprensión externa del paraíso afirmando que
éste no es sino un mero «comprender» y en consecuencia nuevamente un «ser» en la mis
ma línea de pensamiento en la que ha afirmado en el «prólogo» que sólo se comprende
lo que se es (cf. nota 11).
56 La metáfora de «la paja y el grano» significa a lo largo de todo el libro los respecti
vos alimentos de quienes viven bajo el gobierno de Razón y los que lo hacen bajo el de
Amor (capítulos 56, 75, 82, 121, 124).
57 Aquí inserta Margarita el título de su libro, diverso respecto al que encabeza el ma
nuscrito de Chantilly. Sobre esta cuestión, cf. nota 1.
58 Margarita recoge aquí literalmente la famosa sentencia A m a e t j a c q u a m v is del co
mentario a la primera carta de Juan de san Agustín, I n I J o h a n n i s 7, 8 (PL, 35, 2033).
39 Louise Gnádinger traduce m itg e n o s s in n e n , «compañeras», «prójimos» que da un sen
tido más lógico al texto, suponiendo seguramente en (Ch) una corrupción de p r o e s m e s en
p e r s o n n e s (Gnádinger, 1987, pág. 39).
10 ...c e s s u r m o n ta n s c rea tu res (Ch), ta le s crea tu ra s (L). Término característico del E s p e jo
que la versión latina evita aquí y traduce en otros momentos por «trascendentes». Con
«encumbradas en la montaña» o en otros momentos simplemente «encumbradas», he que
rido mantener literalmente la noción de un lugar situado en la cumbre o cima de la mon
taña, que es la montaña del Amor, una noción que me parece, frente a la de trascenden
cia, más acorde con la topología espiritual y con el plano de la experiencia mística en el
que se mueve la obra de Margarita.
61 Este capítulo, algo ajeno al contexto general del libro, tiene el carácter de una es
pecie de profesión de fe. En éste y también en otros pasajes da la sensación de que Mar
211
garita intenta ponerse en guardia contra posibles acusaciones de herejía. Más adelante, en
el capítulo 67, parece completar lo expuesto aquí.
62 S a c r a m e n t d e V a u t e l , es decir, la Eucaristía. Sin ser un tema especialmente importan
te en la obra de Margarita, este capítulo se encuentra en relación con la devoción euca-
rística propia del siglo XIII y de las beguinas (como María de Ognies, Beatriz de Nazaret,
Hadewijch y, en especial, Juliana de Cornillon), y con la importancia que la doctrina de
la transubstancialidad adquirirá en este momento. Se ha dudado de su autenticidad pues
no aparece más que en (Ch) estando ausente de todas las otras versiones; a favor, sin em
bargo, de esa autenticidad abogaría el hecho de que las Grandes Crónicas de Francia
cuando hablan de la condena, sentencia y ejecución de Margarita señalan como una de
las causas que la autora del E s p e jo , . . . d u S a c r a m e n te d e V a u te l a v o it d it p a r o le s c o n tra ires e t p e r -
j u d i c i a b l e s . .. (cf. L e s G r a n d e s C h r o n iq u e s d e F ra n c e, t. VIII, pág. 273, cit. en Paul Verdeyen,
1986, pág. 91). En todo caso, tanto en este capítulo como en el precedente, da la sensa
ción de que están impregnados de la preocupación contraria, es decir, la de formular una
profesión de fe eucarística que tome distancias respecto a la herejía y en concreto al ca-
tarismo.
63 Margarita identifica a la «hija de Jerusalén» del Cantar de los cantares (uno de los
doce nombres que ha dado al alma anonadada en el capítulo 10) con la «hija de Sión», Is
16, 1; Jn 12, 15. A esta «hija de Sión», como la llamará más adelante el E s p e jo , había de
dicado unos años antes Lamprecht von Regensburg un poema espiritual, T o c h te r S y o n ,
ampliamente difundido en toda Europa, en el que hacía referencia al «arte» de la mística
difundido sobre todo entre las mujeres.
64 . . . e t te ñ e d ro ictu re e s t d iv in e d ro ictu re . El térm in o ju s t i c e aparece e n el te x to ju n t o c o n
el de d roicture; h e trad ucido am b os p o r «justicia». H ay q u e ten er en cu en ta, sin em b argo,
q u e para M argarita J u s tic e es una d e las virtu des y c o m o p erso n ifica ció n d e la m ism a c o m
p arece en varias o ca sio n es en el lib ro, p ero la d iv in e d ro ic tu re , la «Justicia divina», es una
ju stic ia su p erio r a la virtu d y p er te n e c e d irectam en te a D io s.
65 El n u d o , q u e en otros m o m e n to s llamara «n u d o d e d iv in o A m or», sim b oliza e l p rin
c ip io d iv in o e n el q u e se fu n d e el A lm a y aparece de form a aú n m ás clara en el ca n to fi
nal d el A lm a al A m o r P u ro, cap ítu lo 122, n o ta 280.
66 Hadewijch define en témiinos parecidos el verdadero Amor: «Y el verdadero Amor
no tiene materia (es h a d d e n ie m a te r ié ). Es sin materia (s o n d e r m a te rie ) en la rica libertad de
Dios, dando siempre con espléndida abundancia», B r i e v e n X l X . , 31-33 (Van Mierlo, 1947,
pág. 164). En los capítulos 25 y 83, a través de la metáfora del fuego que consume lo que
en él arde y no tiene así materia, Margarita vuelve más extensamente sobre el tema.
07 Laguna de (Ch) colmada por (L).
68 Con los términos S a in e te E g l is e la P e t i t e y S a in e te E g l is e la G r a n d Margarita se re
fiere respectivamente a la Iglesia jerárquica e institucional y a la iglesia carismática de
las almas simples. La primera está gobernada por Razón, y la segunda, que existe ya aquí
en la tierra, lo está por Amor; sin embargo, como ya se ha dicho antes, estas últimas
son los fundamentos y columnas de toda la Iglesia (cf. capítulos 10, 15, 17). A partir de
esta diferencia, se construye todo el sistema de relaciones entre el alma libre y la igle
sia institucional. Sobre el mismo tema vuelve más ampliamente en los capítulos 43, 66,
121, 134.
212
69 . . . s ’elles e s to ie n t, o u s ’e lle s s o n t (Ch), s i e ss e n t u b i illa e s u n t (L). Sigo la versión latina
que da pleno sentido a la frase.
70El capítulo 21 vuelve sobre el tema de la despedida de las Virtudes explicando tina ve/
más en sentido ortodoxo a través de un « e x e m p lu m » lo y a dicho en los capítulos 6 y X.
71 Por encima de las Virtudes, no contra ellas, esto es, bajo el dominio de Amor y por
encima del dominio de Razón y de «Santa Iglesia la Pequeña». El tema regresa en el ca
pítulo 43 y en el 121 en el canto que entona la propia Iglesia en alabanza del alma afir
mando que ésta se encuentra «por encima de la ley / no contra la ley».
72 De forma semejante, Hadewijch sostiene que las Virtudes no pueden vivir en
Amor, «pero en todas ellas vive el Amor y son nutridas desde Amor», B r ie v e n XX, 73-80
(Van Mierlo, 1947, pág. 172).
73 Del mismo modo, en «la sexta hora innombrable, el Amor desprecia a Razón y to
do lo que hay en ella [...] cualquier pertenencia de la Razón es contraria a la salud de la
verdadera naturaleza de Amor», Hadewijch, B r ie v e n XX, 5 6-60 (Van Mierlo, 1947, pág.
172).
74 1 Jn 4, 16.
75 Margarita sigue aquí la noción de la d e ific a tio común a las místicas del siglo XIII y
cuya fuente es Guillermo de Saint-Thierry: . .. h o m o e x g r a t i a , q u o d D e u s e x n a tu r a (cf. E p i s -
tu la a d jr a tr e s d e M o n t e D e i 263, 13, SC 223, pág. 354), transponiendo la gracia en d ro ictu re
d ’a m o u r . Guillermo recoge aquí la tradición de la patrística griega y de Pseudo Dionisio,
presente en Occidente a través de Escoto Eriugena. Cf. 2 P 4.
76 Aunque la posición de Margarita acerca de la relación entre Amor y las virtudes es
más radical que la de Matilde, volvemos a encontrar en la obra de la beguina de Magde-
burgo un reflejo del presente capítulo. También para Matilde las virtudes están sometidas
a Amor, D a s F lie jle n d e L ic h t V, c. 4 (Neumann, 1990, 3-10, pág. 156).
77 Ez 17, 3. La misma imagen es utilizada por Eckhart en su tratado sobre el hombre
noble, DW , V, V o n d e m e d e ln m e n s c h e n (Vega, 1998, págs. 118 y 123).
78 El alma noble es al mismo tiempo excepcional y común (cf. también en el capítu
lo 24).
” Aunque es posible traducir p o te n c e s por «pilares, puntales, apoyos», acepciones que
complementan la imagen metafórica de este fragmento, he preferido mantener la traduc
ción más directa de «potencias» que regoge la idea de las facultades del alma.
80 Margarita, como otras y otros místicos, usa el término «Deidad» para referirse a Dios
sin modo.
81 Humana y divina respectivamente.
82 La metáfora de la borrachera espiritual se remonta al C a n ta r d e lo s c a n ta res , C t 2, 4;
5, 1 y está presente también en la literatura mística medieval del siglo XII en adelante. Un
referente importante para la mística del siglo xm lo constituye D a s S t . T r u d p e r te r H o h e lie d
(Ohly ed., 1998); véase en especial para este pasaje el comentario a C t 5, 1, S t . T r u d p e r te r
66, 4-20 (Ohly, 1998, págs. 153-154). El tema aparece también en Matilde de Magdebur-
go, D a s F lie fie n d e L ic h t III, c. 3 (Neumann, 1990, 12-25, págs. 80-81).
83A b i s m e , el concepto regresa una y otra vez en el E s p e jo para designar a Dios y al Al
ma allí donde tiene lugar la unión y donde Dios nace en el Alma. Se trata del g r o n d o a f-
g r o n t de Hadewijch: V is io e n e n I, 170-176, y IX, 35 (Hofmann, 1998, págs. 52 y 109); B r ie -
213
v e n Vi, 182 (Van Mierlo, 1947, pág. 61); Hadewijch utilÍ2 a, sin embargo, en una ocasión
al menos, la expresión a b y s para nombrar «el abismo de la poderosa naturaleza de Amor»,
B r ie v e n XX, 138 (Van Mierlo, 1947, pág. 175); el a fg r o n t de Beatriz, S e v e n M a n ie r e n IV, 25,
donde el alma en el cuarto modo «tan profundamente se sumerge y es absorbida en el
abismo (a fg r o n t ) de Amor que ella misma ya no es sino Amor», y vil, 10-11, es atraída en
el sexto modo «por el amor eterno [...] en el profundo abismo de la Deidad», (Cirlot/Ga-
rí, 1999, págs. 289 y 293); se trata asimismo del a b g n m d de Eckhart. El concepto está es
trechamente ligado al de f o n s , d e p h e it, g r u n d , cf. capítulo 53, nota 123.
84 Las tres potencias del alma que se corresponden con las tres personas trinitarias.
85 Cf. capítulo 22.
86 Se trata de la segunda y tercera muerte de las que debe morir el alma en su proce
so espiritual: la muerte a la naturaleza y la muerte al espíritu; tras esta última se alcanza el
quinto estado, que se halla más allá de Razón y bajo el régimen de Amor.
87 La imagen del fuego que transforma en sí mismo lo que consume es de uso común
a toda la mística medieval y significa la transformación del alma que se consume en el fue
go de la divinidad. En los capítulos 52 y 83, Margarita vuelve sobre la misma idea. Ber
nardo de Claraval, D e d ilig e n d o D e o X, 28; Ricardo de San Víctor, D e q u a ttn o r g r a d i b u s v io -
le n tia e c a rita tis (PL 196, 1213); la misma imagen en Eckhart, D W I, Pr. 6, I u s t i v i v e n t in
a e te r n u m (Vega, 1998, pág. 56).
88 El tema de tradición dionisiana de la «nada de Dios» en correspondencia a la «nada
del alma» se encuentra tanto en Hadewijch como más tarde en el Maestro Eckhart; véa
se, entre otros ejemplos: «nada veía y esa nada era Dios; puesto que cuando ve a Dios, lo
llama una nada», «preñado de la nada, como una mujer de un niño, y en esa nada había
nacido Dios», D W III, Pr. 71, S u r r e x i t a u te m S a u lu s (Vega, 1998, págs. 87-93).
89 Tesis condenada en el proceso contra el E s p e jo , figura como la decimoquinta y última
de las proposiciones recogidas en las actas: « Q u o d talis a n im a n o n cu ra t d e c o n so la tio n ib tis D e i .. .» .
(Cf. Guamieri, «Prefazione Storica», en Fozzer/Guamieri/Vanini, 1995, pág. 15.)
90 San Agustín, I n I J o h . IX (PL 35, 2052); Guillermo d e Saint-Thierry, M e d ita tio n e s XII
13, 4 (SC 324, pág. 196).
91 1 C or 15, 28.
92 Tal como ya ha afirmado de quienes se hallan en el paraíso (cf. capítulo 11). Sobre
el tema de la visión de Dios vuelve ampliamente en el capítulo 118.
93 C a r j e t i ’a y ch o se q u e j ’a y n e p l u s v a illa n t q u e ce q u i m e s o u ffis t, car se ce q u e j ’a im e n e m e
s o u jfis o it (Ch), Q u i a n i h i l a liu d p l u s b a b e o q u a m q u o d m i h i n o n s u ffic it a liq u id q u o d a m e m ; q u ia
s i m i h i s u ffic e r e t q u o d a m o (L). Sigo la versión latina que coincide con la inglesa y da pleno
sentido al texto.
94 San Bernardo, D e D ilig e n d o D e o X, 27 ( O p e r a III, pág. 124, 1-4).
95 . . . e n le u rs s e n s , literalmente «en sus sentidos», esto es, tales almas no pierden el sen
tido ni están fuera de sí o enloquecen. Con este último significado traduce (L) n o n in s a -
n iu n t.
96 D is c r e tio n , «discernimiento», juega un papel importante en la literatura espiritual de
la Edad Media; ya en el siglo XII para Hildegard von Bingen es la virtud intermediaria en
tre la vida activa y la contemplativa, L íb e r D iv in o r u m O p e r u m , Visión I de la segunda par
te, capítulo XXVII (edición de M. Cristiani y M. Pereira, Milán 2003, págs. 273-274). En
214
la duodécima visión de Hadewijch, el discernimiento figura como la séptima de las 12
virtudes que ornan el vestido de la esposa y de ella se dice que deja actuar a Dios y «de
jar actuar a Dios a su modo se ajusta perfectamente al vestido de su simple voluntad», V i-
s io e n e n , XII, 90-93 (Hoffmann, 1998, pig. 132),
97 ... l a conoigsance des a n g e s, des a m e s e t des s a in s (Ch), ...v is io a n g e lo ru m e t a n im a r u m sa n c-
to r u m (L). E. Colledge considera que debería enmendarse el texto francés (Colledge, 1990,
pág. 181).
98 Sobre el tema del sentido de culpa y los remordimientos de conciencia, véase tam
bién capítulo 16.
99 El tema del cuerpo desierto se desarrolla y explica más ampliamente y en un senti
do positivo en el capítulo 124 a través del ejemplo de la Magdalena.
La expresión, que designa el anonadamiento del Alma en el sexto estado (capítulo
118), aparece también en Hadewijch «déjate caer en el abismo de humildad», B r ie v e n VI,
82-83 (Van Mierlo, 1947, pág. 61).
"" Le 1, 52; 9, 46-48; y 13, 30; M t 19, 30; 18, 3-4; y 20, 16.
1,12He introducido el entrecomillado para distinguir entre las dos Santa Iglesia de Mar
garita: la de las almas y la institucional. Esta articulación de las dos iglesias ha llevado a al
gunos autores a hablar de «gnosticismo» y «esoterismo» en el E s p e jo , especialmente en es
te sentido escribe McGinn (1993). Con todo, no debe olvidarse que Margarita afirma aquí
y en otros momentos que no existe conflicto entre ambas iglesias, y en el capítulo 17 ha
dicho de tales almas que son el verdadero sostén de toda la Iglesia. Sobre el mismo tema
véanse capítulos 17, 66, 121 y 134.
1113 El término «glosa» entendido en general como apertura de lo hermético, como
desvelación del sentido oculto de las palabras, aparece con frecuencia a lo largo de la
obra. Aquí la «glosa de nuestras Escrituras» hace referencia explícita a la exégesis de las
Sagradas Escrituras. En la lectura que Schweitzer (1981) hace del E s p e jo , el texto de Mar
garita se construiría a través de la «glosa» entendida como invitación al lector a desglo
sarlo.
"M. . . A m o u r s a n s m a n ie re , que es el amor sin modo, el s o n d e r w ise de Hadewijch II y
Ruusbroec, á n c w íse en Eckhart, tiene como referente el m o d u s s in e m o d u s de Bernardo
de Claraval.
"IS «Memoria, entendimiento y voluntad» de nuevo las tres potencias del alma. Mar
garita recoge aquí la terna agustiniana para aplicarla a la relación entre Dios uno y trino
y el alma anonadada que participa de la experiencia trinitaria.
...te ll e p e r te , podría interpretarse que esa «pérdida» va referida al «menos» del alma.
Sobre el «más» y el «menos», véase capítulo 11.
107 «Todo lo que nos cabe pensar de Dios, o comprender, o figuramos de alguna ma
nera, no es Dios», Hadewijch, B r ie v e n XII, 31-34 (Van Mierlo, 1947, pág. 102).
M t 4, 22-23; Le 11, 34. La simplicidad, que toma aquí como referencia un frag
mento evangélico, es un rasgo característico del alma liberada.
109 Ap 20, 12-15.
1,0 2 Cor 12, 1-4.
'" L a imagen de Dios impresa en el Alma es el tema del sermón de Eckhart, DW II,
Pr. 50, E r n tis e n im a liq u a n d o te n e b ra e (Vega, 1998, págs. 71-73).
215
112 F r a n c estre est m a n m a in tie n (Ch), lib e r u m esse e st m a tis io m e a (L), en referencia al es
tado o modo de ser del alma.
113Alusión a la reina Esther, esposa de Asuero, que cayó desvanecida en presencia del
rey, interpretando la escena en sentido alegórico como muerte mística, Est 5, 1.
114 ...m a r g u e r ite , del latín m a r g a r ita , «piedra preciosa», «perla», que simboliza el reino
de los cielos, Mt 13, 46. G. Fozzer recuerda en nota la presencia de este vocablo en la
tradición italiana, especialmente en Dante P a r a ís o vi, 127 (Fozzer/Guarnieri/Vanini,
1999, pág. 266, nota 146). Es también inevitable pensar en una posible alusión al nom
bre de la autora, tanto más cuanto que el códice Laudiano latino 46 de la Bodleian Li-
brary de Oxford, en el que se conserva exclusivamente la primera página del E s p e jo ,
lleva por título I n c ip it líb e r q u i a p p e lla tu r s p e c u lu m a n im a r u m s im p lic iu m , a lia s v o c a tu r M a r
g a r ita .
1,3 ...s e m b la n c e d e l u y (C h ), s p ec ie m s e n s im ilitu d e m (L). S ob re el sign ificad o de la exp re
sió n en el m u n d o m ed ieval, cf. R o b e r t Javelet, Im a g e e t r esse m b la n c e a u X II siecle: d e s a in t
A n s e l m e a A l a i n d e L il le , París 1967.
1,6 San Bernardo, D e D ilig e n d o D e o X (O p e r e III, pág. 143, 17-20).
117 . .. o u ltr e d iv in e A m o u r . ..o u ltr e a m o u r . . . o u l t r c p a i x . ..o u ltr e p a r m a n a b le p a i x (C h) ...u ltr a
d i v i n i a m o ris . .. u l t r a a m o ris ...u ltr a p a c is ...u ltr a p e r m a n e n tis p a c i s (L). La con caten ación de h i
p érb oles, característica d el E s p e jo , alcanza aquí cotas de d ifícil traducción.
,IKTal como repetirá al describir el quinto estado en el capítulo 118.
u<) D e n u e v o la naturaleza d ivin a d e D io s y la hum ana d el A lm a claram ente d iferen
ciadas en la u n ió n .
120 M t 8, 22.
121 «extraviados», esto es, los q u e han m u erto a la naturaleza y v iv e n de la vida del es
píritu afanándose en las obras de las virtudes. V éanse tam b ién cap ítulos 54 y 55.
122 El tem a de la d esn u d ez del alm a, sobre el que v u e lv e n en tre otros los cap ítulos 94
y 111, es fundam ental en toda la literatura m ística co n tem p o rá n ea y p osterior a M argari
ta: M atilde d e M a gd eb u rgo, D a s F lie jh ’ttd e L ic h t I, c. 44 (N e u m a n n , 1990, 80-90, págs. 31-
32) y el p o em a d e rima m ixta atribuido a H a d ew ijch II, M e n g e ld ic h te n XVII (Van M ierlo,
1952, págs. 87-91).
123 A b y s m e e . . . o u f o n s s a n s f o n s . El fondo sin fondo donde nace Dios o tal como escri
birá el Maestro Eckhart: «Aquí el fondo de Dios es mi fondo, y mi fondo es el fondo de
Dios», DW I, Pr. 5, I n h o c a p p a r u it caritas D e i (Vega, 1998, pág. 49). Cf. también en Ha
dewijch, M e n g e ld ic h te n XVI, 190-195 (Van Mierlo, 1952, pág. 84). y
124 . ..s e u lc s u r m o n ta n e (C h ), sola s u p ra m o n te m (L). E l c o n c e p to francés, que aquí la ver
sió n latina traduce p o r ún ica v e z d e form a literal, deja clara la relación entre este m o d o
de ser de las almas libres y la im agen de la m ontañ a del A m or.
125 Es decir, el «valle de Humildad», la «llanura de Verdad» y la «montaña del Amor».
Cf. capítulo 9, nota 44.
12f>Es decir, a las tres muertes, al pecado, a la naturaleza y al espíritu. Sobre ellas vuel
ve en el capítulo 60.
127 La m u erte al p ecad o y la m u erte a la naturaleza.
12K«El que v iv e en la m ontaña», es d ecir, en la m ontañ a d el A m o r que se alcanza co n
la tercera m u erte, la m u erte a la vida d el espíritu.
216
Se trata del estado de los «perecidos» que han muerto al pecado y a la naturaleza y
viven la vida del espíritu creyendo que no hay otra vida mejor.
130 B o u g r e , literalmente «bribón», nombre que se aplicaba a los herejes. De hecho (L)
traduce in fid e lis .
131 Se trata del estado de los «extraviados» que viviendo de la vida del espíritu cono
cen su estado y que hay otro mayor. A los extraviados que preguntan por el camino al
«país de la libertad» dedicará Margarita la segunda parte de su E s p e jo , capítulos 123-139.
132 En este capítulo, Margarita, después de haber establecido el orden de las tres muer
tes y la diferencia entre los «perecidos» y los «extraviados», vuelve a la estructura de los
siete estados a la que se ha referido en el prólogo y sobre la que se extenderá en el capí
tulo 61 y sobre todo en el 118.
133 La imagen del relámpago divino que toma como referente el modelo de san Pablo
(2 Cor 12, 2-4; At 9, 3) aparece ya en san Agustín, D e T r i n i t a t e v m , 2, 3; pero también en
Guillermo de Saint-Thierry, E p ís to la a d fratres d e M o n t e D e í 268 (SC 223, pág. 358). La re
coge asimismo Hadewijch que habla del «claro relámpago», clare b lix e m e , que es la «Luz
de Amor», B r ie v e n XXX, 152-155 (Van Mierlo, 1947, pág. 258).
134 El cu m p lim ien to d el «cam ino d el A m or», la p erfecció n del alma en el se x to esta
d o , es transitorio en esta vid a y , au n q u e el alma p u ed e alcanzar lo q u e M argarita llam a un
«atisbo d e gloria», n o p u e d e p erm an ecer ahí d e form a estable.
135 (L) traduce por m a g is te r este «madre» del texto francés, lo que lleva a M. H. de
Longchamp (1984, pág. 124) a traducir, también él, por m a ítr e , cambiando doblemente (de
género y concepto) el sentido de la frase. Por su parte, Louise Gnádinger (1987) traduce
V o r g e s e tz e , es decir, «superiora», interpretando el m e re en función de su frecuente aplica
ción a la directora de las comunidades religiosas femeninas. En esta última línea de inter
pretación se sitúan G. Fozzer, que traduce por «una madre», pág. 181 y n. 165, y Rom a
na Guarnieri en su «Prefazione Storica», pág. 25, conjeturando la referencia a una «maestra
de beguinas» (Fozzer/Guarnieri/Vanini, 1995).
13<’ L o in g p r é s . Personificación de la relación amorosa entre el Alma y su Amante. E.
Colledge y C. Marler (1984, 39-40) han señalado que Margarita toma este término, co
mo otros, de la literatura renano-flamenca de la m in n e cristianizada, y en concreto del V e
n e b i de Hadewijch. La idea aparece en los poemas estróficos de la beguina flamenca, S tr o -
j i s c h e G e d ic h te n V, 5, 29-31 (Van Mierlo, 1942, pág. 33), pero el más claro ejemplo de uso
de un concepto idéntico lo proporciona el decimoséptimo poema de rima mixta que se
suele atribuir a Hadewijch II: «Una nueva enseñanza / en la clara tiniebla, / de gran va
lor / sin modo, / en lejos cerca», M e n g e ld ic h te n XVII, 36 (Van Mierlo, 1952, pág. 88). En
última instancia, sin embargo, el origen del término hay que buscarlo en el a m o r d e lo h n
trovadoresco. Véanse prólogo y nota 12.
137 S e ce n ’e s to it il m e s m e s , es decir, una vez más lo que el libro explica no lo puede en
tender quien no lo haya sido, o lo haya experimentado por sí mismo; cf. capítulo 1, «pró
logo», nota 11. La idea se repite más adelante en el capítulo 100.
138 . . . n e d e m o u r e e n n u lle creture lo n g u e m e n t, s in o n s e u le m e n t l ’espace d e s o n m o u v e m e n t (Ch)
n ec m o ra ri p o te s t in a líq u a creatura, e x c e p to solo p e r s p a tiu m u n iu s m o m e n t i (L), la v ersió n in
glesa traduce tam b ién c o m o la francesa o o n li th e space o f h is m e u y n g e . A u n q u e la im agen es
la d el «instante» o «m o m en to» d el relám pago, es o b v io que M argarita intenta subrayar la
217
idea del movimiento instantáneo del relámpago sobre la que vuelve más adelante en el
capítulo 61, donde explica por qué le ha llamado «movimiento» en un fragmento que (L)
no incluye.
139 Es decir, su no obrar consiste en no estar implicadas ellas mismas en sus obras en
una unión entre acción y contemplación típica de la experiencia espiritual y de vida de
las beguinas. Sobre ese obrar del alma sin ella, también capítulos 7, 27 y 59.
140 S o b re e l se n tid o d e ese m en d ig a r , ca p ítu lo 11, n o ta 49.
141 Sobre las tres muertes del camino espiritual ha hablado Margarita en los capítulos
53 y 54. En el presente capítulo retoma el tema y, tras hablar de nuevo de la escalera de
los siete estados en el 61, se extiende sobre cada una de las muertes en 62-64.
142 La caracterología a la que aquí se alude es la clásica desde Galeno. Esta considera
la existencia de cuatro «humores» dominantes en el hombre y que definen su tempera
mento: colérico, linfático, melancólico y sanguíneo, que se oponen dos a dos a los cua
tro elementos.
143 Sobre la escalera, véanse también el prólogo y los capítulos 58 y 118.
144 Hugo de San Víctor, D e a n h e le a n i m a e (PL 176, 951-970).
145 Tam bién Hadewijch, tras hablar de cuatro caminos que llevan a Dios, menciona
un quinto «por el que va la gente com ún con su fe simple, los que se dirigen hacia Dios
con sus servicios externos», B r ie v e n XXII, 2 1 8 -2 2 0 (Van Mierlo, 1947, pág. 196).
146 En términos muy semejantes define Eckhart a quienes obran bien para recibir re
compensa, llamándoles mercaderes y gentes del negocio, D W I, Pr. 1, I n t r a v i t I e s u s i n te m -
p l u m (Vega, 1998, pág. 36).
147 Posible referencia a Le 11, 8 y 22, 28.
148 G u ille r m o d e S a in t-T h ierry , M e d i t a t i o n e s XII, 13, 4 (S C 324, 196).
149 N uevam ente la imagen de la montaña del Am or que aparecía en la topología es
piritual del capítulo 9.
150 Es decir, en el país de la libertad, allí donde se hallan las Almas libres a las que tam
bién ha llamado: «damas nada conocidas», capítulo 119.
151 San Buenaventura, S o l i l o q u i u m II, 12, O p e r a o m n i a , VIII, 1898, pág. 49.
152 Resuena en esta frase el eco de las profecías de Joachim de Fiore sobre la venida del
reino del Espíritu que tan profundamente calaron en la espiritualidad de la Baja Edad M e
dia. Margarita sostiene aquí la temporalidad de Santa Iglesia la Pequeña que, al igual que
Razón y el entero régimen de la mediación que ellas representan, habrá de morir algún día.
153 ...e s c o le d iv in e , allí donde se aprende la «lección divina» que escribe Amor en el per
gamino del Alma. También Hadewijch habla de la h o g h e r m i n n e n s c o le n en sus poemas es
tróficos donde aparece esta misma expresión: «...le enseña todo / lo que debe aprender
se / en la escuela del noble Am or / / En la alta escuela de Amor la furia de amor se
aprende», S tr o fis c h e G e d ic h t e n XXVIII 5/6, 50-52 (Van Mierlo, 1942, pág. 181). A su vez el
poema XXII, 43 de los M e n g e ld ic h te n (Van Mierlo, 1952, pág. 122), atribuido a Hadewijch
II, recoge la misma idea, «la escuela de amor / en el interior del alma / instruye mejor
que no lo haría doctrina extraña / y le otorga ciencia siempre nueva en la claridad des
nuda». El tema aparece también en Matilde de Magdeburgo, D a s F lie fie n d e L i c h t II, c. 26,
(Neumann, 1990, II, 25, pág. 79).
154 El propio E s p e jo queda encerrado en la paradoja de ser obra de Amor y de «cien-
218
cía humana», pequeño, por tanto, por grande que pudiera parecer tal como se afirmará
en el capítulo 119. La misma idea la recogen los capítulos 96 y 97 al referirse al proceso
de escritura.
155 Escribe Hadewijch de las obras de Dios Padre: «Estas son profundas y oscuras, y
son incomprensibles y secretas para todos los que, como digo, no llegan a la altura de la
unidad de la Deidad y que, sin embargo, están sirviendo incluso adecuadamente a la cua
lidad singular d e las tres Personas», B r ie v e n XVII, 2 9 -3 4 (Van Mierlo, 1947, pág. 141).
156 También Eckhart llama «asnos» a los que viven de razón y doctrina con el convenci
miento de la eficacia de las obras, D W II, Pr. 52, B e a ti P a u p e res S p ir itu (Vega, 1998, pág. 76).
157 Para Luisa Muraro (1990, reeditado 1995, en especial págs. 38-39), se debería inter
pretar que el alma no está, aquí en la tierra, libre de «estas cosas», es decir, de la preocu
pación por la práctica de las virtudes; el sentido de este capítulo residiría justamente en la
aceptación temporal por parte del alma anonadada del régimen de la mediación, su so
metimiento a la ley de Razón paralelo a su obediencia a la ley de Amor, por ello el Al
ma tendría «dos leyes» como dirá Razón unas líneas más abajo.
158 Gn 35, 16-19. Ricardo de San Víctor, B c n i a m i n m in a r XIV, 73-74 (PL 196, 52). En
la tradición espiritual, Raquel es asociada al conocimiento discursivo, y Benjamín, al con
templativo.
159 N o v ic e s , «novicios», «principiantes», «no experimentados», he preferido tomar la
acepción más general.
lw>Jn 4, 20-24.
"" 1 Cor 15, 10.
162 En (Ch) a p p a r e íl, esto es, el «compás divino», representación emblemática del acto
de la creación.
En (Ch) d e u x , sigo (L) d u lc ía .
u'4 La versión latina difiere aquí de (Ch) O D e u s , d ic it h a e c A n i m a , q u a m lo n g e e s t p a tr ia
e o r u m q u i p e r e u n t e t tr istes s u n t , a p a tr ia lib e rta tis (L).
165 Es decir, la vida de las almas anonadadas, libres en la montaña del Amor, en el
quinto y sexto estado de los que se ha hablado en los capítulos 58 y 61.
166 Nuevamente una alusión a Esther 5, ver capítulo 51, nota 113.
167 . . . l e m a is tre (Ch), aquí con una clara referencia a Cristo.
168 n u l e n tr e d e u x (Ch), literalmente «entredós», n u l l u m in te r m e d iu m (L).
165 Le 10, 40-42. La alusión a los roles de Marta, vida activa, y María, vida contem
plativa, se amplía a lo largo de los capítulos siguientes, especialmente en relación con Ma
ría que, siguiendo la tradición medieval y sobre la base de Jn 11, 2 y 12, 3 se identifica
con la Magdalena.
170 M t 17, 1-9; la transfiguración de Jesucristo ante algunos elegidos de entre sus dis
cípulos, que deberán mantenerla en secreto, simboliza la iluminación de las almas libres,
que son las «elegidas» y que así mismo deberán guardar silencio.
171 Le 7, 37-50.
,72 Le 8, 2.
173 M t 26, 69-70.
174 M t 26, 56; Me 14, 50.
175 Aquí «las Virtudes» son los ángeles de la segunda jerarquía compuesta por Potesta
219
des, Dominaciones y Virtudes. Sobre los órdenes y jerarquías celestes, capítulos 5 y 98.
17f’ La tercera jerarquía, es decir, la compuesta por Principados, Arcángeles y Angeles,
de estos últimos deriva el nombre genérico de los seres celestes.
177 T r o n o s , Q u e r u b in e s y S erafin es, es d ecir, lo s tres co r o s d e la más alta jerarquía.
178 Cuerpo y alma, que en una antropología cristiana medieval se integran en la trilo
gía: cuerpo, alma y espíritu; cf. 1 Ts 5, 23; 1 Cor 2, 12-15, etc.
179 San Juan de la Cruz utilizará una imagen muy semejante al hablar del alma pro
gresivamente iluminada en la S u b i d a a l M o n t e C a r m e lo y en L a N o c h e O sc u r a . En general
la obra de este místico castellano recoge muchos de los temas y formas expresivas pre
sentes en el E s p e jo y transmitidos probablemente por la mística renano-flamenca; véase al
respecto Jean Orcibal, S a n J u a n d e la C r u z y í° s m ís tic o s r e n a n o - J la m e n c o s , Madrid 1987, en
especial pág. 224, donde señala como original de Margarita Porete esta alegoría de las par
tículas de polvo en el rayo de sol.
180 S o le il d e J u s ti c e , alusión a Cristo, MI 3, 20.
181 C t 4, 7.
182 ...s e m b la n c e (Ch), esto es, «apariencia», «imagen»; cf. R obert Javelet, I m a g e e t res-
s e m b la n c e , o p .c it., vid. nota 115.
183 Ga 2, 20.
184 San Juan Bautista, de él se hablará más extensamente en el capítulo 125.
185 En (Ch) s a u illa n t, «saciante», sigo (L), que traduce so l.
186 En la polifonía que se desarrolla a partir d e l siglo XII en la música europea, el can
to y el discanto son respectivamente la voz conductora o c a n tu s jir m u s , y las ornamenta
ciones del contrapunto que establecen un diálogo con la primera melodía.
187 Ez 17, 3. Alusión al capítulo 22.
188 La fusión del alma en Dios es un tema tradicional de la literatura mística que, co
mo va a decir inmediatamente «Embeleso», hace partícipe al alma de la trilogía divina:
amor, entendimiento y loor.
189 C t 4, 15.
190...c o n fe r m e e (Ch), c o n jir m a ta (L), esta expresión, que aparece aquí por única vez en
el E s p e jo , recuerda la b e w e r u n g del tratado pseudoeckhartiano S c h w e s te r K a tr e i (Franz Pfeif-
fer, D a z is t s w e s te r K a tr e i, D e u ts c h e r M y s t i k e r d e s 14. J a h r h u n d e r t II, Leipzig 1857, traducción
castellana de Alicia Padrós W olf (Garí/Padrós, 1995, pág. 235).
191 La hora undécima de las doce horas de Amor, un pequeño tratado recogido en la
carta XX de Hadewijch, reza: «Amor hace la mente del hombre tan simple que no pue
de preocuparse ni de los santos, ni de los hombres, ni del cielo, ni de la tierra, ni de los
ángeles, ni de sí mismo, ni de Dios, sino sólo de Amor que la posee, siempre presente,
siempre nuevo», B r ie v e n XX, 117-122 (Van Mierlo, 1947, pág. 174). Con una formulación
muy próxima a la beguina de Amberes escribe Beatriz en el sexto modo de amor: «Amor
la ha hecho tan audaz que no teme ni a hombre ni a demonio, ni a ángel ni a santo, ni a
Dios mismo», S e v e n M a n ie r e n VI, 52-55 (Cirlot/Garí, 1999, pág. 292).
192 «Sin un porqué», saris m i l p o u r q u o i. La expresión, común a la mística de los siglos
XIII y siguientes, aparece por primera vez en neerlandés (s o n d e r etiic h w a e r o m m e ) en Bea
triz de Nazaret, S e v e n M a n ie r e n II, 4-5 y V, 2 9-30 (Cirlot/Garí, 1999, págs. 287 y 290) y en
un poema atribuido a Hadewijch II, M e n g e ld ic h te n XVIII, 161 (Van Mierlo, 1952, pág. 100).
220
El segundo modo de amor de Beatriz de Nazaret es justamente el del «amor sin porqué»
(Cirlot/Garí, 1999, pág. 287). Esta expresión, con la que se quiere significar el desinterés
total del amor del alma, será frecuente en la literatura espiritual a partir de ellas, siendo
los dos ejemplos más significativos, además de Margarita, Eckhart, D W I, Pr. 5b, I n hoc
a p p a r u it ca rita s d e i in n o b is , «Desde ese fondo interior tienes que hacer todas tus obras sin
porqué» (Vega, 1998, pág. 49), y Silesius «La rosa es sin porqué. Florece porque florece»,
E l p e re g r in o q u e rú b ic o I, 289 (Duch, 2005, pág. 95).
1,3 «Esposo de su juventud...». En (Ch) figura e p o u s e en una referencia clara a MI 2,
15. Pero el contexto y la misma frase repetida en masculino más adelante permiten supo
ner que la versión (L) en la que aparece s p o n s i es la correcta.
m ...e s tr e d essevree d e s o n e stre, una idea m u y cercana al «Ser separado», el a b g e sc h e d en -
h e it d e E ckhart, q u e co n stitu y e u n o de lo s c o n c e p to s fun d am en tales d el M aestro. Sobre
el sig n ifica d o y co m p lejid a d d el c o n c e p to , véase el co m en ta r io al tratado V o n a b g esch ei-
d e n h e it (DW v) de A m a d o r V ega (1998, págs. 210-211).
195 «C ostados», c o s te z . L os cuatro costad os so n claram ente una referen cia g en ealógica
y h eráldica a los cuatro «cuarteles» e n lo s q u e se d iv id e el escu d o , tal c o m o anota M . H.
d e L o n g ch a m p (1984, n . 82-1, pág. 261), p or ello h e trad ucido c o s te z p o r «cuartel» en el
in terior d el cap ítulo.
196 En (CH) A i s e [ A i s n e ] o u S e n e , en la traducción inglesa O is e o r M u e s e , en cambio
(L) elimina ambos ejemplos. En todo caso, es obvio que se trata de ríos de la región en
tre Hainaut y la cuenca de París, bien conocida por Margarita.
,97 MI 2, 15.
198 Margarita ha utilizado ya la imagen mística del fuego que transforma en los capí
tulos 25 y 52; véanse notas 89 y 117 respectivamente.
199 ...m a is tr e s s e aquí podría traducirse también por «maestra».
2I” Esto es, cada uno de los cuatro costados o cuarteles (en el sentido heráldico) del al
ma noble, véase nota 194.
201 Al leer este fragmento, es difícil sustraerse a la reflexión de que ésta fue exacta
mente la actitud de Margarita Porete cuando, durante su proceso, se negó a prestar jura
mento a la Inquisición y a pronunciar una sola palabra ante el tribunal, aunque ello hu
biera de costarle la vida.
202 Marta y María, las hermanas de Betania, paradigma de la vida activa y contempla
tiva respectivamente; c f . capítulo 76, nota 169.
2,0 C t 2, 16; 6, 3.
204 U n a p o sib le referen cia en Sal 16, 5-6.
21,5 ...e lle e s t s o e u r g e r m a in e (Ch), ta li so ro r e s tg e r m a n a (L), esto es, «hermana carnal». H u
mildad, madre de las Virtudes y tesorera de ciencia, aparece en el poema introductorio
como una ayuda indispensable para la comprensión del libro; véase nota 3.
206 En (Ch) ta n te , «tía», sigo (L) a v ia .
207 En (Ch) a y e u le , «abuela», sigo (L) p r o a v ia .
208 En (C h ) ta n te e t m e re , sig o (L) a v ia e t m a te r .
2m Ya en los capítulos 3 y 6 Margarita ha dejado claro que la práctica de las virtudes
precede a la «vida divina» y es necesaria para poder alcanzarla, como necesario es también
su abandono; véase nota 18. En la segunda parte del E s p e jo , dedicada a los extraviados que
221
(Alt VlV*n de la vida del espíritu (capítulos 123-139), se volverá a insistir sobre el tema, es
p e c i a l m e n t e e n e l capítulo 125, en la meditación sobre María Magdalena. En esa fronte
222
y e n esp ecial el p r o ceso d e lib era ció n d e M aría M agd alen a y sus d o s grandes etapas de
a m o r a la h u m a n id a d y a la d iv in id a d d e C risto, es u n te m a c o m ú n en la literatura esp i
ritual d e la ép o ca .
2,9 . . . q u a n t e m p r in t a m o u r (C h ), q u a n d o ip s a h a b e re c o e p it a m o r e m (L), es d ecir, cu an d o
aú n v iv ía la vid a d el espíritu.
220 C a r elle e sto it m a m e (extraviada) e t n o n m y e M a r ía (sic), ju e g o d e palabras intraducibie.
221 La deuda de Amor se expresa sobre todo como deuda a Jesucristo. El capítulo 113
explicará que la deuda con Jesucristo se cumple en la im ita tio cuando se interioriza me
diante pensamientos y obras devotas «toda la vida que Jesucristo llevó y nos predicó». La
«deuda», s c o u t, es un tema importante en las obras de Beatriz, p. e., S e v e n M a n ie r e n VI, 72
(Cirlot/Garí, 1999, pág. 292), y sobre todo en Hadewijch, B r ie v e n IV, 55 (Van Mierlo,
1947, pág. 39); y XXX, 12, 46, 66, 186 (págs. 252, 253, 254, 259); S tr o jis c h e G e d ic h te n V, 4,
26 (Van Mierlo, 1942, pág. 33) y VIII, 3, 15 (pág. 49).
222Jn 14, 12, paso evangélico sobre el que vuelve Margarita en el capítulo 113.
222 Se trata del camino místico de regreso al paraíso, y por tanto del estado de ino
cencia anterior a la caída.
224 O b l i z , «olvidados», el último de los doce nombres que Amor ha dado a las almas
anonadadas en el capítulo 10.
225 En este fragmento del capítulo 96 y en parte del 97 se reconocen con claridad las
referencias autobiográficas de la autora.
226 M argarita d e fin e su p rop ia d e p e n d e n c ia d e las criaturas, su a p eg o a lo ex tern o y la
n ecesid a d d e buscar fuera d e sí m ism a para hallarse a sí m ism a c o m o u n a m en d ic id a d . S o
bre el se n tid o d el té r m in o «m endigar» e n el E s p e jo , véase cap ítu lo 51, n o ta 49.
227 Le 23, 43.
228 . . j e m e c to ie e n p r is e ch o se q u e l ’e n n e p o v o i t f a i t e , n e p e n s e r n e d ir e [...] q u a n t j e m is e n
p r is , ch o se q u e o n n e p o v o i t d ir e (C h ), sin em b a rg o , la v ersió n latina traduce sorp ren d en te
m e n te e n p o sitiv o q u o d p o n e b a t in p r e t i u m s e u a e s tim a b a m a l iq u id q u o d f i e r i , co g ita re a u t d ic i
[...] q u a n d o a e s ti m a v i s e u a p p r e tia ta s u m a liq u i q u o d d ic i p o s s it (L).
p o te s t
229 ...c o r o n d e l ’e stre (Ch), m e u m u l t i m u m te r m i n u m illiu s esse (L), término del camino de
perfección y cima que corona la montaña. Margarita vuelve a utilizar la expresión ce
rrando el libro en el capítulo 139: «Gente así tiene una gran necesidad de estar en guar
dia si no han alcanzado la cúspide, o la perfección de la libertad».
230 Estos versos explican la aparente contradicción que subyace a todo el E s p e jo por el
hecho de haber sido escrito cuando en él se afirma repetidas veces que sobre lo que se es
tá hablando no es posible hablar sin mentir, mal-decir y mendigar. Reconociéndolo así,
el acto de escribirlo, sin embargo, le da a Margarita, aun sí de forma imperfecta, la posi
bilidad de emprender su camino y acudir en su propio socorro. La absoluta y total nece
sidad de escribir para ayudarse sitúa la relación experiencía-vivencia-escritura en la base
misma del E s p e jo aun cuando no se trate de un texto directamente autobiográfico. Mar
garita de Oingt, contemporánea de Margarita Porete, muerta tan sólo unos meses antes
de la condena de la autora del E s p e jo , le explica en una carta a su confesor las razones de
la escritura de una de sus obras y refiriéndose a sí misma en tercera persona dice: «Creo
firmemente que si no lo hubiera puesto por escrito se habría muerto o se habría vuelto
loca», L e s O u v r e s d e M a r g u e r ite d ’O i n g t 138 (Cirlot/Garí, 1999, pág. 171).
223
La metáfora de la clausura referida a la interioridad del Alma también aparece en
el capítulo 134. La misma imagen en el poema de rima mixta, atribuido a Hadewijch II,
M e n g e ld ic h te n XVIII, 31-32 (Van Mierlo, 1952, pág. 95).
2,2 Ap 3,7-8.
2” Los ángeles forman el primer orden de la tercera jerarquía constituida por Princi
pados, Arcángeles y Angeles; véase capítulo 77.
2,4 Sobre los humores en la caracterología medieval, véase capítulo 60, nota 142.
245 M t 18, 3-4.
2“ Es decir, eso mismo que cree, en concordancia con la afirmación del prólogo se
gún la cual sólo se entiende lo que se es. Cf. capítulo 1, «prólogo» y 58, notas 11 y 138.
2,7 Los dos grados de vida anonadada que distingue Margarita son «la vida ciega» por
un exceso de luz divina y la «vida de claridad» o vida iluminada a la que se abre el Alma
a través del «relámpago» divino y del «atisbo de gloria» del sexto estado. También Matil
de de Magdeburgo alude a esos dos modos de vida iluminada: «en la más bella luz se cie
ga y en la más grande ceguera ve la suma claridad», D a s F l i e j k n d c L ic h t I, c. 22 (Neumann,
1990, 9-10, pág. 16).
2WEl libro de la vida que es también el libro de Amor escrito en el pergamino del al
ma; Margarita lo distingue tanto de la escritura «humana» del E s p e jo , en tanto que trans
posición a la escritura de su experiencia divina, como de las Escrituras propiamente di
chas.
257 Gn 2, 7.
24,1 Pr 24, 16.
241 Pr 24, 16.
242 Con una argumentación muy semejante a la desarrollada por Margarita en éste y
los dos capítulos precedentes (103-104) plantea Eckhart la cuestión de la inclinación al pe
cado y de la libre voluntad: D i c R e d e d e r U n tc r s c h c id u n g e (DW v, cap. 9, 137-376).
244 L e X e m e e sta !, es decir, el décimo orden celeste que se añadiría a los nueve coros
angélicos; L. Gnádinger sostiene que sería el formado por las almas que han alcanzado la
eterna bienaventuranza. Estas vendrían a sustituir el décimo orden angélico formado por
Lucifer y los ángeles caídos (1987, pág. 270, n. 216). También Matilde de Magdeburgo se
refiere a las almas como el «más bajo de los coros de los ángeles», D a s F l i e j k n d e L ic h t ii , c.
22 (Neumann, 1990, 3-4, pág. 55).
244 Para Margarita, la meditación y la contemplación son propias del cuarto estado y
guían al alma en el camino hacia el quinto; sin embargo, para alcanzarlo hay que dejarlas
de lado y superarlas, pues impiden la unión.
242 Margarita parece referirse en este estado a un cierre extático al mundo exterior, por
eso se perdería el «uso» de los sentidos.
24'’ En (L) este personaje no aparece y el párrafo entero se atribuye directamente al Al
ma que estaba hablando en el anterior.
247 El tema del retorno al origen, cuando el alma no-era en Dios, a través del despo
jarse de la voluntad, que subyace a todo el E s p e jo y que lleva a la recuperación del ser ori
ginario planteando la prexistencia del alma en Dios, se explícita aquí claramente. La ima
gen de la desnudez, sobre la que el libro vuelve con insistencia, hace referencia a la desnudez
original a la que es posible regresar a través de un continuo despojarse de sí mismo.
224
248 . .. a m o i i r a m ia b le (Ch) a m o r a m ic a b ilis (L), es decir amor de amigo, literalmente «ami
gable».
248Jn 14, 12. Citado también en el capítulo 94.
250 U na vez más se insiste en la idea de que la imitación de Cristo y el camino de las
virtudes son una necesidad previa para alcanzar el modelo de perfección en el que se su
prime toda mediación, tal como ha expuesto antes en el capítulo 94.
251 Laguna colmada por (L).
252 «Ciegos» y «clarificados»: los dos niveles de la vida del alma anonadada. Cf. capí
tulo 100, nota 237.
253 El tema del nacimiento de Dios trino en el Alma adquiere especial relevancia en
la experiencia espiritual femenina del siglo xill; la tríada agustiniana, memoria, entendi
miento y voluntad, es transferida a la experiencia trinitaria del Alma. La misma idea en
Hadewijch, B r ie v e n XXX, 107-144 (Van Mierlo, 1947, págs. 255-257).
254 1 C or 13, 12-13.
255 R m 8, 16-21.
256 R m 5, 2; 2 C or 3, 18.
257 Laguna de (Ch) colmada por (L).
258 Com o anota H uot de Longchamp (1984, pág. 268), la llaga de amor es un tema
universal de la literatura cortés y mística. Sin embargo, el tema se articula aquí con el no
menos difundido en la literatura espiritual y mística de la llaga del costado de Cristo fuen
te de gracia y puerta de conocimiento.
259 A lo largo de este capítulo, el E s p e jo recoge y sintetiza los principales rasgos que
definen los distintos niveles de la escalera de perfección. Margarita habla de siete e t a z que
también se llaman estres; con esta doble terminología, a la que luego añade una tercera,
d eg ré, se explícita el significado general de la palabra estre. E s tr e es a la vez el «modo de
ser» y el nivel o estado en el que se halla el alma en el interior del proceso de liberación.
El entero capítulo 118, que cumple con lo prometido en el prólogo del libco, es funda
mental para la comprensión del E s p e jo , al que subyace como estructura esta escalera de
siete estados (además de las tres muertes y las caídas), pero que en los restantes capítulos
se centra con práctica exclusividad en los estados cuarto, quinto y sexto.
2“’ Ya al principio del libro, Margarita ha planteado que se debe comenzar el camino
asumiendo los mandamientos de la Iglesia. Cf. capítulo 3, nota 18.
2<’' Cf. «prólogo», nota 4.
262 Laguna de (Ch) colmada por (L).
263 A b y s m e a b y s m e e sa ris J o n s ; la s e tr o u v e e lle sa ris tr o u v e r e t s a n s f o t t s , que se correspon
de al g r u ñ í á n e g r u ñ í de Eckhart. También Hadewijcht repite «el alma es un abismo sin
fondo (g r o n d e lo e s h e it) donde Dios se basta a sí mismo», B r ie v e n XVIll, 70 (Van Mierlo, 1947,
pág. 154).
264 ...e t p o u r c e y f a i t il bas (Ch) e t i b i f a c i t b a s s u m (L). Se trata siempre del fondo sin fon
do del alma, el «hondón». Matilde habla de n ie d e rs te n tie f, «el más bajo fondo», en el que
debe sumergirse el alma amante, D a s FlieJ3en.de L i c h t II, c. 24 (Neumann, 1990, 74, pág. 61).
265 . ..a b y s m e d ’u m i l i t é (Ch), a b y s s u m h u m i l i í a í i s (L). De nuevo se destaca el papel fun
damental jugado por la Humildad, «madre de las virtudes» e «hija de la Deidad» (capítu
lo 88), en la experiencia unitiva. La expresión aparece con idéntico sentido en Hade-
225
Wt)ih> llttvwH VI, IM2 (V.iii Mierlo, 1947, pág. 61). En el c a p ítu lo 20 del q u in to lib ro d e
/ Mi Matilde de M a g d e b u rg o reflex io n a so b re los distintos g én ero s de h u
I h flr ih lt' l u l u ,
mildad, el i uarto género es la h u m ild a d del alm a a m a n te q u e tras ascender e n el a m o r
"<iiiiin el sol en su cénit se sumerge e n la n o ch e» , v , 4, 24-58, págs. 156-159.
Ciuillermo de Saint-Thierry, D e c o n te m p la n d o D c o XI, 29-30 (SC 61 bis, pág. 98).
Margarita se dirige aquí, llamándolas «nada conocidas», a las almas libres. «La no
conocida» es el segundo de los nombres que Amor le da al Alma en el capítulo 10. Y ha
dicho tam bién de ella en el capítulo 5, aclarando luego el significado de la afirmación en
el 11, que «no se puede hallar». En la segunda parte del E s p e jo volverá sobre esta cuestión
explicando (capítulo 134) por qué Santa Iglesia no puede conocer a tales almas ni tomar
ejemplo de ellas.
268 . .. a m o u r d e n e n tr a in e (Ch), a m o r in te rio r (L).
269 E n (Ch) trois d o n s, «tres dones», pero m e parece más com prensible la traducción de
(L): tr ib u s n ie d ia n tiu s , pues co n toda certeza se refiere a las tres m uertes por las que ha pa
sado el alma.
27,1 Ct 4, 22.
271 El canto de alabanza de la Iglesia al alma recoge una de las ideas fundamentales del
E s p e jo para interpretar el pensamiento de Margarita. No es en contra de la Iglesia y su ley
que se alzan las almas simples, éstas se sitúan por encima de esa Iglesia y esa ley; véanse
también capítulos 21, 43, 105.
272 . . . d ’estre a n ie n t d e vise r (Ch) a d u ic liila ti (L), esto es: el alma anonadada.
273 A partir de este p u n to de la versión francesa se interrum pe el texto latino. La ed i
ció n latina de V erd eyen colm a la laguna con el inglés q u e, sin em bargo, se interrum pe a
su v ez a m itad del capítulo 122, la segunda parte del cual se ha conservado exclu sivam en te
en francés.
274 ...esco le d iv in e , allí donde, como ha dicho en el capítulo 66, se aprende la «lección
divina» que escribe Amor en el pergamino del Alma. Véanse notas 154 y 271.
27:> ...r u tile e n te n te , es decir, ningún intento, objetivo, deseo.
276 Margarita construye este fragmento en forma de «rondeau»; junto con la «carino»
inicial, éstas son las dos únicas formas poéticas propiamente dichas que aparecen en el E s
p e jo . Véase nota 2.
277 A lo largo de esta estrofa el alma pasa del «vos» al «tú» por primera y única v e z al
dirigirse a su A m ig o .
278 Es éste u n o de los más fam osos fragm entos p o ético s del E sp e jo . En él Margarita pa
rece m anifestar la in com pren sión generalizada con la que ch oca su pensam iento. La in
clusión de las beguinas entre q u ien es aseguran que yerra ha llevad o a diversas interpreta
cio n es sobre su p o sición en el interior de este m o v im ien to espiritual fem en in o , su
h ip otética in clu sión en alguna ép oca e n una com u n id ad beguinal y su papel c o m o b e-
guina in d ep en diente; véase In trod u cción .
279 Idéntica imagen en el poema, atribuido a Eckhart, G r a n u m s in o p sis , donde se lee:
«de los tres el nudo / es profundo y terrible» (Vega, 1998, pág. 140). El nudo es aquí sím
bolo del principio divino, tal como ya lo expresara Dante cuando, al final del P a ra íso (can
to 33, 91) en la visión contemplativa de la Esencia divina, escribe: «la fo r m a u n iv e rs a l d i
q u e sto n o d o credo c h ’i ’ v id i» . La imagen literaria coincide plenamente con las representa-
226
dones del nudo de la Trinidad en las miniaturas de los R o t h s c h i l d C a n tic le s estudiadas por
Hamburger ( T h e R o t h s c h i l d C a n tic le s : A r t a n d M y s t i c i s m in F la n d e r s a n d in th e R h i n e l a n d ca.
1 3 0 0 , N ew Haven 1990). Sobre el complejo simbolismo del nudo ha escrito Ananda
Coomaraswamy «The Iconography o f Dürer’s “Knots” and Leonardo’s “Concatena-
tion”», A r t Q u a r te r ly VII, 1944, págs. 109-128.
280 A partir de aquí, en esta segunda parte de su libro, Margarita dirige la mirada ha
cia atrás para guiar un proceso contemplativo basado en su propia experiencia. Los siete
primeros «regars» son meditaciones en imágenes sobre las Escrituras; a través de ellas se
traza una auténtica teología del ascenso en la que puede oírse el eco de los siete estados
de la escalera de perfección. Los tres siguientes «regars» son meditaciones interiores y ata
ñen a la relación de Dios y el alma, que trazan ahora una teología del descenso articula
da en la doble caída, de las virtudes en Amor y de Amor en nada. Por último, en los ca
pítulos finales una serie de reflexiones y recomendaciones recapitulan el proceso y cierran
el libro.
281 A u c u n s regars (Ch), A l i q u o s resp ectu s s e u c o n sid e r a tio n e s (L). H e traducido el concep
to «regar» por «consideración»; no debe perderse de vista, sin embargo, la complejidad de
su significado, la idea de mirada puesta sobre algo, la implícita actividad contemplativa
que conlleva y al mismo tiempo su estructura meditativa. En este sentido, los paralelos
son claros con el cossira r provenzal; cf. Mira Mocan, I p e n s ie r i d e l cu o re. P e r la s e m á n tic a d e l
p r o v e n z a l e «cossirar», R om a 2004.
282 1 C or 3, 1-2. Sobre los «extraviados» a quienes Margarita dedica esta segunda par
te de su libro, ha hablado en los capítulos 52 y 57.
283Jn 16, 7.
284Le 10, 38-42. Sobre la identificación entre María, hermana de Marta, y María Mag
dalena, véase capítulo 76, nota 169.
285Jn 20, 11-13.
286 . . . l e m a is tr e , «el maestro», es decir, el señor de la tierra, pero aquí claramente refi
riéndose a Cristo.
287Jn 12, 24; Le 8, 8.
288Jn 12, 24.
289 . .. l e s g r a n d s hoces d ’e lle : la metáfora espiritual del terreno lleno de irregularidades y
protuberancias que debe ser aplanado y cultivado se aplica aquí directamente al alma de
María. Sobre la experiencia del desierto en la Magdalena, ha hablado el E s p e jo en el ca
pítulo 93.
290 Le 1, 15; 1, 44.
2,1 Jn 1, 29-37.
292 M t 3, 13-15.
*° M t 3, 9-11; Le 3, 21-22.
294 Le 1, 35.
295 ...e s p in e , se trata de un pequeño pez; Margarita quiere simplemente subrayar el
contraste con la grandeza de María que compara en cambio a una ballena.
2,6 H ch 2, 1-4.
297Jn 14, 6.
298Jn 3, 13.
227
Mi I \ su; Mi 3, 35.
.. o iilh e ¡ u m n a n a b le (Ch), u ltr a p e r m a n e n s (L), véase nota 119.
""Jn 1,3.
13 entero capítulo recuerda, con una formulación algo distinta, algunos pasajes de
M.uililc de Magdeburgo: «Nada se asemeja tanto a la grandeza del poder de Dios como
la pecadora grandeza de mi maldad», D a s F liejd e n d e L i c h t V, c. 10 (Neumann, 1990, 2 9 -3 0 ,
pág. 164); «tú eres ante mí, Señor, pequeño en sumisión, y yo ante ti soy grande en la mi
seria de mi maldad», V, c. 20 (Neumann, 1990, 4 -6 , pág. 171).
303 Laguna en (Ch) colmada por (L).
304 Laguna en (Ch) y en (L) colmada por la versión inglesa.
305 ...r e g a r d a y e n p e n s a n t , la mirada interior queda subrayada por la idea de la conside
ración contemplativa hecha en el pensamiento.
306 . ..e n e s b a h y s s e m e n t d e p e n s e e (Ch), en cambio (L) no lo traduce.
307 En (Ch) sólo se lee; J e m e a m o y e t a n t a v e e l u y . . . e t s e j e n ’cu sse a m é cstre a vec l u y , tra
duzco en cambio siguiendo (L) y la versión inglesa que coincide con la latina.
308 S a n s n u l s i, literalmente «sin ningún si».
309 El cumplimiento del Amor, que es al mismo tiempo el abandono de todo deseo y
voluntad de Amor, lleva al alma al total anonadamiento en Dios, a ese momento Marga
rita le llama «salir de la infancia», expresión probablemente referida a 1 Cor 13, 10-12. Ese
«salir de la infancia» a través de la aceptación y del deseo de la noche mística es un tema
que aparece expresado en términos semejantes en diversos pasajes de la obra de Matilde
de Magdeburgo, D a s F licJJende L i c h t I, c. 1 (Neumann, 1990, 10, pág. 6).
3.0 Sobre el esclair , véase capítulo 58.
3.1 Juego de palabras intraducibie; q u a n t. j ’csto ie m a rr ie , c ’e s t q u a n t j ’e sto ic esm a rrie .
312Jn 3, 1-15. Alusión al paraíso y a la desnudez como símbolo de inocencia y estado
original.
313 El final del capítulo 134, y los capítulos 135, 136 y el comienzo del 137 faltan en
(Ch), traduzco de (L).
314 ... a u f e r t e is p r o f u n d u m (L) a falta de texto francés y tomando como referencia el ca
pítulo 117 donde (L) traduce a b is m e d u fo n s por p r o fu n d ita te m f u n d í , creo que debe enten
derse aquí el hondón o abismo en el que se halla el alma anonadada.
315 L o n g i n q u u m h u i u s est m a g is p r o p i n q u u t n , q u ia c o g n o scit m a g is d e p r o p e illu d lo n g in q u u m
in se ip s o (c. 135, lin. 11-12). El probable reflexivo francés permitiría la traducción en fe
menino que, manteniéndola como hipótesis, escojo aquí; «en sí misma».
3.6 Con expresiones como p r o fe s s e , «profesa», y e x a m e n s u a e p r o b a tio n is , «su examen de
probación», Margarita establece un paralelismo entre el camino del alma y la vida mona
cal, sus votos y su «postulado».
3.7 Aquí se retoma el texto francés de (Ch).
3.8 S e s c u id id ie r s f u r e n t j a d i s o u ltr e c u id e z (Ch), s u a e c rc d e n tia e f u e r u n t o litn u ltr a c rc d e u tia e
(L). Es decir, mientras buscó a través de sus pensamientos y de su imaginar, obró ella mis
ma en vez de dejar que Dios obrara en ella «sin ella». En ese estado el alma está consigo
misma y a la vez fuera de su «verdadero ser», pues éste es Dios.
3.9 Esta Alma está en la Deidad, donde la ternaridad (las tres potencias del alma y las
tres personas de la Trinidad) se supera. Allí donde la duplicidad (las dos naturalezas, hu
228
mana y divina) es unidad. Y donde ella misma es una con Dios sin mediación. «En la dei
dad, / de persona / no hay forma; / la ternaridad /e n unidad, / desnudez pura», escribe
Hadewijch II, M e n g e l d i c h t e n XX, 1-6 (Van M ierlo, 1952, pág. 116).
320 U na vez más, Margarita mira retrospectivamente el camino recorrido y vuelve a
recordar la necesidad que tiene el alma de la verdadera Hum ildad a la que aludía el poe
ma inicial y sobre la que ha vuelto tantas veces a lo largo del libro. Véase nota 2.
32' Escribe Hadewijch: «Este es el primero de los cuatro caminos, y el más elevado,
del que nada se puede explicar con la razón; es necesario hablar de alma inspirada a alma
inspirada», B r i e v e n XXII, 2 8-31 (Van M ierlo, 1947, pág. 193).
322 Gn 1, 28.
323 «Sus dos ojos», alusión a los «ojos de Amor» de los que habla Guillermo de Saint-
Thierry en D e n a tu r a e t d ig n ita te A m o r i s (P1 176, 379-408).
324 El texto que contiene las tres aprobaciones del E s p e j o figura a m odo de epílogo en
los manuscritos de las versiones latina e italiana y a m odo de prólogo en la inglesa. Falta
en cambio en (Ch). Traduzco de (L) pero señalo las variantes del texto inglés.
325 Es decir, de la vida de la autora. Aunque en (L) figura v ita e e o r u m , sigo la versión
inglesa o f h e r l i u y n g e que da pleno sentido al texto.
326 Sigo la versión inglesa que especifica o f Q u e r a y r i .
327 Sigo la versión inglesa que especifica c h a n to u r .
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236
ín d ic e b íb lic o
237
|n 16, 7 (c. 123) 2 C o r 12, 2-4 (c. 49)
J ii 20, 1 1-13 (c. 93 y 124)
G1 2, 20 (c. 79)
Ac 2, 1 (c. 126)
Ac 9, 3 (c. 49) 1 P 4, 18 (c. 8)
238
ín d ic e p a tr ístic o
Agustín:
In I lohannem VII, 8 (c. 13)
In I lohannem IX, 10 (c. 28)
B ernardo de Claraval:
D e diligendo Deo X, 27 (c. 31)
De diligendo Deo X, 28 (c. 52)
Buenaventura:
Soliloquium II, 12 (c. 65)
239
ISBN: 84-7844-915-9
D e p ó sito legal: M-35.804-2005
Im p reso en A nzos
32 El diagram a del P rim er Evangelio
Ig n a c io G ó m ez de L lano
34 F u n d a m e n to s de la vía m ed ia
N a g a rju n a
36 Eleusis
K arl K e ré n y i
37 M itos h in d ú e s
38 El m ito de la diosa
A n tie B a r in g y J u le s C a s h fo r d
39 Las Musas
W a lte r F. O tto
44 C abala
M o s h e Id el
E l 1 de ju n io d e 13 10 , e n P a r í s , las l l a m a s d e u n a
h o g u e r a d e la I n q u is ic ió n c o n s u m i e r o n el c u e r p o v iv o
d e u n a m u j e r d e la q u e p o c o se s a b e : M a r g a r i t a
P o r e t e , u n a b e g u i n a d e la r e g i ó n d e H a i n a u t q u e h a b ía
e s c r i t o u n l i b r o , E l e sp e jo de la s a lm a s s im p le s , y q u e f u e
la c a u s a d e su c o n d e n a . A p e s a r d e e llo , y tra s su
m u e r t e , este lib r o t u v o ta n e n o r m e d ifu s ió n q u e , en
lo s ú l t i m o s s ig lo s d e la E d a d M e d i a , t r a s p a s ó f r o n t e r a s
g e o g r á f i c a s y l i n g ü í s t i c a s c o m o p o c o s t e x t o s d e su
é p o c a , t r a d u c ié n d o s e d e l fr a n c é s (o d e l p r o b a b le
o r i g i n a l p i c a r d o ) al l a t í n , a l i n g l é s y al i t a l i a n o . E s c r i t o
c o n fo r m a de un d iá lo g o en tre p e r so n ific a c io n e s
a l e g ó r i c a s , y e n el m a r c o d e las f o r m a s d e e x p r e s i ó n
d e l a l i t e r a t u r a c o r t é s , E l e s p e jo de la s a lm a s s im p le s es
u n a o b r a d e t e o l o g í a q u e e n r a í z a e n las c o r r i e n t e s d e
la l la m a d a « m ís t ic a f e m e n i n a » d e l s i g lo X III y c u y o s
c o n t e n i d o s se v i n c u l a n e s t r e c h a m e n t e al p e n s a m i e n t o
d e l M a e s t r o E c k h a r t , q u ie n c a s i c o n s e g u r id a d lo
c o n o c i ó y l e y ó . E l l ib r o , c a í d o tra s el s ig lo X V I e n el
o l v i d o , f u e r e d e s c u b i e r t o , y c o n él su a u t o r a , e n p l e n o
s i g lo X X . D e s d e e n t o n c e s se r e c o n o c e e n e s ta o b r a u n o
d e lo s g r a n d e s h it o s d e la l it e r a t u r a m í s t i c a o c c i d e n t a l .
B la n c a G a r í es p r o f e s o r a d e H is to r ia M e d ie v a l en
l a U n i v e r s i d a d d e B a r c e l o n a y h a c e n t r a d o su
i n v e s t i g a c i ó n e n la m í s t i c a f e m e n i n a m e d ie v a l.
E n c o la b o r a c ió n co n V ic to r ia C ir lo t ha p u b lic a d o
L a m ir a d a in te r io r . E s c r ito r a s m ís tic a s y v is io n a r ia s en la
E d a d M e d ia ( 1 9 9 9 ) .
ISBN 84-7844-915-9