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Original em inglês:
ECCLESIASTES -
Ecclesiastes; or The Preacher
Commentary by A.R. Faussett
Tradução: Carlos Biagini
Introdução
INTRODUÇÃO.
1. do Pregador — e Convocador a assembleias para o propósito.
Veja-se a Introdução. Qohelet no hebraico, nome simbólico de Salomão
e da Sabedoria celestial que falava por meio dele e se identificava com
ele. O v. 12 revela que “rei de Jerusalém” está em aposto não com
relação a “Davi,” mas com relação a “Pregador”.
em Jerusalém — meramente sua metrópole, não seu reino inteiro.
2. O tema proposto da primeira parte de seu discurso,
Vaidade de vaidades — hebraísmo: por vaidade absoluta. Como
“Santo dos (lugares) santos” (o Santíssimo) (Êx_26:33); “servo de
servos” (Gn_9:25). A repetição aumenta a força.
tudo — heb. “o tudo,” tudo sem exceção, ou seja, as coisas
terrenas.
vaidade — não em si mesmas, pois Deus nada faz em vão
(1Tm_4:4-5), mas sim vãs quando são postas em lugar de Deus, e feitas
o fim em vez dos meios (Sl_39:5-6; Sl_62:9; Mt_6:33); vãs também por
causa da “vaidade” a que foram “sujeitas” pela queda (Rm_8:20).
3. Que proveito … trabalho — isto é, com relação ao sumo bem
(Mt_16:26). O trabalho é proveitoso em seu devido lugar (Gn_2:15;
Gn_3:19; Pv_14:23).
debaixo do sol — quer dizer, nesta vida, em oposição com o
mundo vindouro. A frase volta a aparecer muitas vezes, mas só no
Eclesiastes.
4. terra permanece para sempre — Sl_104:5.) Enquanto que a
terra permanece a mesma, as gerações dos homens vão mudando
sempre; que proveito pode haver, pois, das fadigas daquele cuja estada
na terra, como indivíduo, é tão breve? O “sempre” tem sentido
comparativo, não absoluto (Sl_102:26).
5. (Sl_19:5-6.)
Eclesiastes (Jamieson-Fausset-Brown) 7
volta ao seu lugar — O verbo no hebraico é ofegar, e
metaforicamente significa apressar-se, de um que corre (“o forte,”
Sl_19:5) na carreira. Aplica-se, antes, ao sol nascente, que parece surgir
laboriosamente até o meridiano, e não ao sol poente; os acentos também
favorecem a Maurer, quem diz: “E (tornando também) a seu lugar, onde
ofegante se levanta.”
6. faz o seu giro — volta de novo por seus giros, caminhos
anteriores, por muitas que sejam suas voltas até agora. O vento do norte
e o do sul são os dois prevalecentes no Egito e Palestina.
7. Pelas cavidades subterrâneas, e pela evaporação que forma as
nuvens de chuva, os mananciais e os rios recebem água do mar, a qual
depois retorna. A ideia que corresponde é, que os homens individuais
vão mudando continuamente, enquanto a sucessão da raça continua;
assim como o sol, o vento, e os rios, mudam, enquanto o ciclo por onde
gira é inalterável; voltam para ponto de partida. Portanto no homem,
como nestes objetos da natureza que lhe são análogos, com todas as
mudanças aparentes, “nada há, pois, novo” (v. 9).
8. Maurer traduz: “Todas as palavras se matam de cansaço”, isto é,
são inadequadas, como também “o homem não pode expressar” todas as
coisas do mundo que sofrem este incessante, inalterável ciclo de
vicissitudes: “O olho não se satisfaz as contemplando.” Mas é
evidentemente um retorno à ideia (v. 3) com relação ao “trabalho” do
homem, que não é mais que esgotante e sem proveito; “nada novo” de
bom resulta dele (v. 9); porque como o sol sai … etc., assim os trabalhos
fatigantes do homem se movem num ciclo imutável. O “olho” e o
“ouvido” são dois dos capatazes pelos quais trabalha o homem. Mas
estes nunca “se fartam” (Ec_6:7; Pv_27:20). Nem poderão fartar-se
depois de agora, porque não haverá “nada novo.” Não assim o sumo
bem, Jesus Cristo (Jo_4:13-14; Ap_21:5).
9. nada há, pois, novo — antes, “nada há novo absolutamente”,
como em Nm_11:6. Isto não significa em sentido geral; mas sim não há
fontes novas de felicidade (o tema em discussão) que se possam
Eclesiastes (Jamieson-Fausset-Brown) 8
inventar; repetindo-se vez após vez o mesmo círculo de prazeres
comuns, cuidados, afazeres, estudo, guerras, etc. (Holden).
10. séculos — Heb. “eras”.
Já foi — O plural hebraico não pode ser unido ao verbo no
singular. Assim, traduza-se: “O que foi feito perante nós (em nossa
presença. 1Cr_16:33), já foi feito nos tempos antigos.”
11. A razão por que se crêem novas algumas coisas, que na
realidade não o são, é que é imperfeita a história existente das idades
precedentes entre seus sucessores.
os que hão de vir depois delas — quer dizer, os que vivam mesmo
depois das “coisas, antes, as pessoas ou gerações (v. 4) com as quais
este verso está relacionado, os seis versos intermédios são meramente
ilustrações do v. 4 (Weiss), que têm que vir” (Ec_2:16; Ec_9:5).
12. Reassume-se o v. 1, sendo os vv. intermediários palavras
introdutórias de sua tese. Assim que se repete “o Pregador” (Qohelet).
fui rei (TB) — em lugar de “sou rei,” porque está para dar os
resultados de sua experiência passada durante seu longo reinado.
em Jerusalém — especificado, contrariamente a Davi, quem reinou
em Hebrom e também em Jerusalém, enquanto que Salomão reinou só
em Jerusalém. “Rei de Israel em Jerusalém” denota que reinou sobre
Israel e Judá combinados; enquanto que Davi, em Hebrom, reinou só
sobre Judá, e até que se estabeleceu em Jerusalém, não reinou sobre
ambos Israel e Judá.
13. este enfadonho trabalho — ou seja, de “informar-me com
sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu.” Não a sabedoria
humana em geral, a que vem depois (Ec_2:12, etc.), mas sim a laboriosa
investigação e as especulações a respeito das obras dos homens, por
exemplo, a ciência política. Como o homem está destinado a procurar
seu pão, assim também seu conhecimento, pelo suor de seu rosto
(Gn_3:19). (Gill.)
para que se ocupem — quer dizer, “sejam disciplinados: lit., para
que nisso se castiguem ou se humilhem.”
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14. Dá-se aqui a razão pela qual a investigação das “obras” do
homem não é mais que “enfadonho trabalho” (v. 13), ou seja, porque
todos os caminhos do homem são vãos (v. 18) e não podem ser
endireitados (v. 15).
correr — o cair sobre a presa.
atrás do vento — Maurer traduz: “a perseguição do vento” como
em Ec_5:16; Os_12:2: “Efraim se apascenta do vento.” Versões antigas
apoiam a inglesa, “na qual se diz exercitar-se.”
15. A investigação (v. 13) dos caminhos humanos é trabalho vão,
porque são desesperadamente “torcidos” e não podem ser “endireitados”
com ela (Ec_7:13). Só Deus, o sumo bem, pode fazer isto (Is_40:4;
Is_45:2).
o que falta — (Dn_5:27.)
não se pode calcular — de modo a fazer um número completo:
equivale a ser suprido. (Maurer.) Ou, antes, o estado do homem é do
estado faltante, e o que é totalmente defectivo não pode ser enumerado
nem calculado. O investigador pensa que pode reunir, em números
exatos, a estatística das necessidades do homem; mas estas, inclusive os
defeitos do investigador, não são parciais, mas sim totais.
16. Eu falei no meu coração (TB) — (Gn_24:45.)
eu me engrandeci — antes, “exaltei-me e adquiriu”
sobrepujei em sabedoria a todos — ou seja, os sacerdotes, juízes,
e os dois reis anteriores a Salomão. Sua sabedoria excedia a de todos os
que foram antes de Jesus Cristo, o Qohelet antitípico, ou o “Convocador
de homens” (Lc_13:34), e a “sabedoria” encarnada (Mt_11:19;
Mt_12:42).
tem tido, etc. — (Jr_2:31.) Contraste-se com isto o glorificar-se na
sabedoria mundana (Jr_9:23-24).
17. sabedoria … loucuras — quer dizer, seus efeitos, as obras da
sabedoria e da insensatez respectivamente. “Loucura,” lit., extravagância
vaidosa; Ec_ 2:12 e Ec_7:25, etc., apoiam nossa versão tem tido, melhor
que Dathe, “assuntos esplêndidos.” Desvarios” (tolice) lê-se em alguns
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MSS, em vez da do presente texto hebraico de “prudência.” Se este for
conservado, deve entender a “prudência,” falsamente assim chamada
(1Tm_6:20), ou “astúcia” (Dn_8:25).
18. sabedoria … ciência — não em geral; mas sim o conhecimento
especulativo dos caminhos do homem (vv. 13, 17), o qual, quanto mais
balança, mais dor motiva a alguém quando se dá conta de quão
“torcidos” e “faltos” são (v. 15; Ec_12:12).
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