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RACIONALIZAÇÃO

(Fonte: Dicionário do Pensamento Social – Tom Bottomore, 1996)

É um conceito fartamente ambíguo, englobando “todo um mundo de coisas diferentes” (Weber, 1904-05). A sua
ambiguidade equipara-se à dos conceitos afins de razão, racionalidade e racionalismo, da qual é reflexo (ver RACIONALIDADE
E RAZÃO). Por causa dessa ambiguidade, é impossível dar uma definição geral de racionalização. Dois grupos de significado
podem, contudo, ser identificados, refletindo o que chamaríamos as concepções especial e geral de racionalização. (Uma
terceira concepção de racionalização, sem vínculos com as duas primeiras, não será aqui tratada: a racionalização como
explicação ou justificação falsa ou egoísta das crenças ou práticas de um indivíduo ou grupo.)
A concepção especial de racionalização, restrita ao domínio econômico, desenvolveu-se na Alemanha no final da
década de 20. “Racionalização” tornou-se palavra de ordem muito popular durante esses anos de recuperação e reorganização
econômicas espetaculares, usada para caracterizar — e promover — o desenvolvimento de novas instâncias de coordenação,
integração, padronização e planejamento interfirmas, por um lado, e a sistemática exploração institucionalizada da pesquisa,
conhecimentos, técnicas, métodos e atitudes científicos na produção, administração, distribuição e finanças, por outro. Logo
ficou claro, porém, que o que era racional de um ponto de vista poderia ser irracional de outro. A racionalização técnica podia
ser economicamente irracional; a racionalidade administrativa do planejamento coordenado podia ser irracional do ponto de
vista da eficiência do mercado; a racionalização organizacional para reprimir a capacidade excessiva podia ser socialmente
irracional. Talvez por causa dessa inevitável ambiguidade, passou rapidamente a voga da “racionalização” como ponto de
convergência programática. O termo foi adotado em outros países, mas nunca teve a mesma aceitação de que desfrutava na
Alemanha. Em inglês, o termo tem tido, geralmente, um significado mais estreito, referindo-se sobretudo a mudanças
organizacionais que visam reduzir a ineficiência, o desperdício ou o excesso de capacidade.
A concepção geral de racionalização tem um quadro de referência mais amplo. As forças de racionalização — ciência e
tecnologia, mercados e burocracias, disciplina e autodisciplina — são entendidas como algo que impregna todas as esferas da
vida: a cultura, a sexualidade e a própria personalidade, tanto quanto a produção, a guerra, o direito e a administração. Essa
ampla concepção civilizatória da racionalização deve quase tudo a Weber, cuja obra pode ser toda lida como uma tentativa de
caracterizar e explicar em perspectiva histórica mundial o “racionalismo específico e peculiar” da moderna civilização ocidental
(1904-5). Como Weber demonstrou em detalhe, modos extremamente variados de racionalização têm existido em todas as
esferas da vida e em todas as grandes civilizações. Além disso, em qualquer domínio que se aborde, observam-se modos
concorrentes de racionalização, orientados para diferentes fins e valores. Por exemplo, Weber sublinhou o racionalismo do
confucionismo e do protestantismo, mas assinalou que o primeiro impunha o “ajustamento racional ao mundo” e o segundo,
o “domínio racional do mundo” (Weber, 1951, p.248).
O interesse de Weber, portanto, não era contrapor a racionalização no Ocidente à sua ausência alhures, mas especificar
e explicar o caráter distinto do modelo ocidental de racionalização. Esse modelo distinto envolve seis processos sociais e
culturais fundamentais e largamente ramificados:
1. o desencanto e a intelectualização do mundo, e a resultante tendência a ver o mundo como um mecanismo causal sujeito,
em princípio, ao controle racional;
2. o surgimento de um ethos de realização secular impessoal, historicamente alicerçado na ética puritana da vocação;
3. a crescente importância do conhecimento técnico especializado em economia, administração e educação;
4. a objetificação e despersonalização do direito, da economia e da organização política do estado, e o consequente
recrudescimento da regularidade e da calculabilidade da ação nesses domínios;
5. o progressivo desenvolvimento dos meios tecnicamente racionais de controle sobre o homem e a natureza; e
6. a tendência ao deslocamento da orientação da ação tradicional e assente em valores racionais (wertrational) para a ação
puramente instrumental (zweckrational).
Apesar de suas diferentes raízes históricas, esses processos estão ligados pelo ato de todos eles favorecerem mais a
racionalidade formal do que a substantiva. Ou seja, eles estimulam a calculabilidade da ação enquanto permanecem
indiferentes aos seus fins ou valores informativos. O que é “específico e peculiar” no modelo ocidental de racionalização é,
portanto, o fato de o “fim” em função do qual a ordem social é racionalizada — calculabilidade máxima — não ser realmente
um fim, mas um meio generalizado que facilita indiscriminadamente a busca deliberada de todos os fins substantivos.
Em suas investigações do racionalismo e da racionalização, Weber reformula em termos sociológicos um problema
pertencente originalmente à filosofia da história. Assim fazendo, ele rompeu decisivamente com a fé do Iluminismo — e com a
de Hegel — na realização da razão na história. O sonho da razão, apontou Weber, poderia redundar em pesadelo: a
racionalização poderia engendrar um mundo sem significado, sem caritas, sem liberdade, dominado por poderosas burocracias
e pela “jaula de ferro” da economia capitalista. É esse estado de espírito de pessimismo cultural — representando, por certo,
apenas um aspecto da resposta profundamente ambivalente de Weber ao moderno racionalismo ocidental — que vai imbuir o
subseqüente desenvolvimento da concepção geral de racionalização na obra de Max Horkheimer e Theodor Adorno. Mais
recentemente Jürgen Habermas empreendeu uma reconstrução sistemática das noções de racionalidade e racionalização,
visando ligar a preocupação filosófica normativa com a razão e a preocupação histórico-sociológica empírica com a
racionalização. Baseando essa reconstrução na distinção entre racionalidade cognitivo-instrumental e racionalidade
comunicativa, Habermas chega a uma avaliação mais diferenciada e menos pessimista do curso da racionalização ocidental do
que a dos teóricos da ESCOLA DE FRANKFURT, embora retendo e ampliando a crítica por eles feita à razão instrumental.

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