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1. Da oração mental
Depois de tratarmos da oração vocal, o que vai nos ensinar sobre a oração mental?
A oração mental é a que se faz no interior da alma, sem se pronunciar as formulas
das orações.
E nossa vontade?
É a faculdade que a alma possui pela qual procura a verdade para amá-la e dela
fazer a regra de sua conduta.
Por exemplo?
Se eu medito na bondade, na doçura e na suavidade de Deus vai ser mais fácil amá-
lo e chegar até ele.
Qual é?
Imagine um homem que, hirto de frio, se encontra diante de um bom fogo, e que
saboreia o bem de sentir que o frio se vai e que o calor penetra em seus membros,
reanimando a vida.
Dê uma comparação?
O Reino do céu é semelhante a um campo, diz Nosso Senhor. Essa comparação de
um campo convém muito bem ao assunto.
Explique a comparação?
O lavrador prepara o campo para a sementeira, depois semeia e recolhe, enfim goza
dos frutos de seu trabalho. Aí está a imagem das três partes da oração mental.
O que deve fazer uma alma para se preparar para a oração mental?
Primeiramente, deve se recolher, quer dizer, deve concentrar todas as suas potências
a fim de estar inteiramente voltada para a obra santa que se propõe fazer.
E depois?
A alma deve se colocar atentamente na presença de Deus: quer dizer, se lembrar do
que a fé nos ensina sobre a imensidade de Deus presente em toda parte, de seu
amor infinito por nós, e sobretudo da assistência misericordiosa que nos dá quando
rezamos.
Não há algum outro modo que seja muito útil para pôr-se na presença de Deus?
Será utilíssimo nos lembrar que Deus está não somente em toda parte mas que está
presente dentro de nós, nos dando, como diz são Paulo, o ser, o movimento e a vida,
nos dando sobretudo a graça de rezar e nos ajudar particularmente nessa obra tão
doce e tão salutar.
E então?
Depois desses atos preliminares, a alma está em estado de rezar, e precisa avançar
como iremos lhe ensinar.
Isso espanta!
Não se espantará mais se lembrar que a oração é um desejo da alma, e que sem
desejo não há oração. Ora, o desejo, que seja exprimido por palavras ou dito
interiormente a Deus sem palavras é a mesma coisa, não haverá mais dificuldade de
um lado que do outro.
Como é isso?
Não é verdade que todo mundo pensa em seus negócios, examina sua situação,
considera as possibilidades de sucesso, os perigos e enfim toma suas providências
para que as coisas corram o melhor possível?
12. As distrações
Como isso?
Se, durante o dia, damos livre curso aos pensamentos de vaidade, de curiosidade,
afeição às coisas do mundo; se nossa alma se deixa levar pelas armadilhas de alguma
das três concupiscências, podemos estar certos de que estamos nos preparando para
funestas distrações quando formos rezar.
Conte-nos!!
Havia uma menina coxa, que só podia andar com o auxílio de muletas. Mas sua alma
não claudicava indo no caminho do céu.
E sua oração?
Era uma maravilha. Ela não sabia ler, não tinha ideia de métodos. Rezava com seu
coração, suas meditações eram muito elevadas, e sobretudo universais, envolvendo
todas as almas, como Nosso Senhor nos ensinou a rezar no Pai Nosso.
O que é Jerusalém?
É a Igreja, a sociedade dos filhos de Deus, os herdeiros da graça de Nosso Senhor.
E depois?
Depois prestar atenção para não perder as boas ocasiões de rezar.
Quais são elas?
Antes de tudo, a hora das orações da manhã e a hora das orações da noite; a hora
do Ângelus, as orações antes e depois das refeições, são circunstâncias em que o
católico não deixa nunca de elevar seu coração a Deus, de respirar sua divina graça
e de rezar.
Pe. Emmanuel-André
4. O Confiteor
1. Confiteor (Eu me confesso)
O que é o Confiteor?
Uma oração na qual nos reconhecemos diante de Deus como pecadores.
Porque dramatizado?
Porque nele está a constituição de um grande tribunal, a instrução da causa, a defesa
dos advogados e enfim uma sentença que não é nunca uma condenação. Isso pede
uma explicação.
2. O tribunal
3. A instrução da causa
4. A defesa
5. A sentença
Pe. Emmanuel-André
3. O Credo
O Credo
E o que mais?
Que Deus é Todo Poderoso, Criador e conservador do céu e da terra; que seu Filho
único, Jesus Cristo Nosso Senhor, está sentado à direita do Pai no céu.
E sobre a Igreja?
Que ela é católica e que é santa.
E a segunda?
A segunda, que o Filho de Deus se fez homem por nós e nasceu da Virgem Maria.
E a terceira?
Que ele ressuscitou ao terceiro dia e que subiu ao céu.
E o que mais?
Que todos os homens ressuscitarão de carne e osso antes de se apresentar para o
julgamento de Nosso Senhor.
É tudo?
Não, à essa revista histórica é preciso acrescentar o ato interior de fé, aderindo
piedosamente a essas verdades divinas, alegrando-nos de possuí-las e preferindo-
as a todas as coisas, já que são elas que nos levam a Deus.
O Pai Nosso
Tem algum modo de nos ajudar a rezar bem esses três pedidos?
Aqui está um pode ser útil a muita gente: no primeiro pedido lembrar nosso batismo,
no segundo nossa crisma, e no terceiro os dez mandamentos.
Como assim?
O primeiro pedido terá como sentido que o nome de Deus seja santificado pela graça
de nosso batismo que pedimos para nos conservar e que ele seja dado a todos os
infiéis; no segundo que a graça de nossa crisma nos fortifique na Igreja que é o reino
de Deus na terra e nos leve para o céu; no terceiro que a graça nos faça obedecer
sempre aos dez mandamentos.
E ao quinto pedido?
Como pedimos o perdão dos pecados, o relacionamos ao sacramento da Penitência,
implorando ao Pai celeste a graça de confessarmos sempre bem, sobretudo na hora
da morte.
E o sexto pedido?
Teríamos no espírito o sacramento do Matrimonio, pedindo a Deus que ele seja
sempre recebido e tratado santamente segundo a vontade de Deus; pois muitas
vezes se toma esse estado para procurar ocasiões de tentação, o que é a ruína das
almas e das famílias.
E ao sétimo pedido?
Relacionaríamos ao salutar pensamento da Extrema Unção que nos será dada na
hora da morte quando mais precisamos desejar nos livrar do mal.
Então diga-o:
Santa Teresa ligava os sete pedidos do Pai Nosso aos títulos de Deus dados por nosso
amor.
Ave Maria
1. A Ave Maria
Então estando assim junto com o Pai Nosso, a Saudação angélica é uma oração
excelente?
Sem duvida, pois foi, na sua maior parte, composta com palavras inspiradas pelo
próprio Deus.
Quais são?
As do anjo Gabriel e as de santa Isabel.
Com que sentimentos é preciso dizer essa primeira parte da Ave Maria?
Com grande gratidão para com Deus que tanto deu a Santíssima Virgem, e com
grande alegria ao felicitá-la por tanta graça e gloria com que ela foi cumulada por
Deus.
E quanto ao ciúme?
É triste dizer, mas existem almas que imitando Satã, persuadidas de seu próprio
mérito, têm ciúmes das grandezas da Santíssima Mãe de Deus, e por conseqüência
não rezam para ela, ou rezam de má vontade.
1. Que é a oração?
Tomamos emprestado para nosso catecismo sobre a Oração, o texto do Pe.
Emmanuel-André, tirado do seu Catecismo da Família. Poucas vezes encontraremos
explicações, nos catecismos mais conhecidos, que saibam unir a simplicidade com a
profundidade, como aqui. Chega a ser surpreendente certos temas abordados pelo
Pe. Emmanuel, como o desejo e o modo como procuramos satisfaze-los. Esperamos
que esta bela doutrina sirva para aumentar nosso gosto em rezar e nosso amor por
Nosso Senhor.
A ORAÇÃO
Introdução
1. A Nossa indigência
Será possível?
Sim, pelo menos por instantes, ou por algum tempo; pois nossa alma tem fome e
sede de felicidade, e mesmo que queira fechar os olhos para essa necessidade, ela
subsiste.
2. Nossos desejos
Nós desejamos?
Sim, nossa alma está cheia de desejos. Criada por Deus, só encontrará deleite e
repouso naquele que é seu princípio e seu fim.
E os do corpo?
O corpo quer seu pão de cada dia e a cura de seus males.
4. A oração
O que se conclui?
Que a graça de Deus nos é necessária para rezar, quer dizer, para elevarmos nossas
almas a Deus.
Os motivos para rezar sendo tais, parece que os homens deviam rezar sem cessar?
Eles precisam rezar sem cessar, e devem isso a Deus, mas seu mal é tão grande que
se parecem a doentes que, acostumando-se à sua doença não pensam mais em se
curar.
6. O que é a oração
Se a oração é apenas o desejo do coração, parece que basta que ela seja mental?
Se fossemos anjos seria assim; mas não somos anjos e as palavras nos são
necessárias.
Por que?
Porque fixadas em nossa memória, ou ao menos presentes em nosso espírito, fazem-
nos lembrar as coisas que temos para pedir a Deus, e nos excitam a lhe pedir.
E por que?
Porque a criança, pronunciando as palavras da oração, exprime diante de Deus que
sabe bem, o que lhe foi posto no coração pela graça de seu batismo.
Explique melhor?
A criança batizada, rica em inocência e graça santificante tem no coração a fé
habitual, como também a esperança e a caridade, e quando ela diz a Deus: Meu
Deus! Eu vos amo de todo coração! exprime - sem saber - uma linda verdade bem
conhecida de Deus, e diante da qual ele não é insensível.
O que acontece na alma da criança que reza quando já tem o uso da razão?
A criança começa a ficar atenta ao ato que faz, e desde então começa a rezar
realmente.
Pe. Emmanuel-André
Epifania
Eis os Reis Magos, que vêm de longe e chegam a Jerusalém e bradam: Onde está o
recém-nascido, rei dos judeus?
Também viemos nós de longe, dessa região tenebrosa donde nos buscaram
denominada pecado original; chegamos a Jerusalém e eis que estamos na Igreja; e
na Igreja, deste cantinho que Deus nos preparou, perguntamos: Onde está o
recém-nascido, rei dos judeus? Onde está o Rei? Onde está Jesus?
*
**
Nesta ocasião cantamos o cântico santo: “Dize-me, ó amado de minha alma, onde
apascentas teu gado, onde repousas ao meio-dia” (Cant. I, 6).
Eia! Vede, Jesus, as almas que vos pertencem e buscam e clamam e reclamam: Onde
está o único Rei, o único Bem-Amado, o único Esposo, o único Jesus?
Ah, Ele nos há de amar, onde quer que esteja. Vinde e amemos, vinde e
adoremos. Venite adoremus.
Jesus é a ciência dos apóstolos, a força dos mártires, a paz dos confessores, o
contentamento das virgens e a coroa dos santos.
*
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Jesus é o nome único do único esposo, é nosso bem, alegria, paraíso, tudo enfim.
Fora de Jesus, nada possuímos; sem Jesus, tudo é nada.
Jesus, vosso nome mal saiu da boca e quanta matéria há aí para meditação. Jesus!
Dá-nos a conhecer, a amar e a regozijar Jesus, só a Jesus, para sempre Jesus.
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Contai-nos, o suave cordeiro, por que vos submeteis a esta lei? Sobre vós assumis o
pecado de todos nós; na vossa carne quereis expiar e reparar as concupiscências e
os desregramentos da carne; nossos pecados converteis em vossos pecados, pois
que quereis de vossa justiça fazer a nossa justiça.
Sede bendito, ó suavíssimo cordeiro, pelas vossas chagas, pelo vosso sangue e pelas
dores de vossa circuncisão puríssima e purificante.
Natal
Nasceu o Menino Jesus!
Antes do advento dos séculos, Ele nasceu do Pai; nesta noite ditosa, Ele nasceu de
Maria.
Da parte do Pai, Seu nascimento é todo resplendor e luz; da parte de Maria, é todo
silêncio de noite profunda.
Mas nesta noite, Ele é luz. Nasceu, e de uma mãe virgem e de pai virgem e excelso;
nasceu, e celebraram-No os anjos; nasceu, e Seu nascimento a Deus dá glórias e a
nós a paz.
*
* *
Neste mistério tudo é imenso! Quão sublime é Maria, ao dá-Lo ao mundo, ao envolvê-
Lo em panos, ao aninhá-Lo na manjedoura, ao adorá-Lo e amá-Lo! Quão sublime é
a Divina Criança? Ela está muda e parece que nada percebe à Sua roda, mas como
fala aquele silêncio e quantas maravilhas declara! Abrem-se Seus olhos, não tanto
para enxergar quanto para chorar, o coração é todo de amor.
Parece-nos, pois, que o somatório das orações está longe, muito longe, de corresponder à soma das
necessidades; e apenas isto basta para que compreendamos porque vemos ininterruptamente o
bem se debilitar e o mal crescer.