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1 - Problemática do desenvolvimento
O modelo da economia de mercado teve a sua origem no pensamento liberal do século XVIII
(18). Os economistas dessa época, como é o caso de Adam Smith e David Richard, defendiam
que a iniciativa privada deveria ser um motor da actividade económica. Assim, o livre jogo das
forças da oferta e da procura, a obtenção de lucro e os mecanismos de mercado perfeitamente
competitivo seriam capazes de garantir o ordenamento automático e eficiente da actividade
económica. O estado deveria de abster-se de interferir na referida actividade.
Num sistema de mercado cada mercadoria tem um preço, mesmo os diferentes tipos de trabalho
humano, ou seja, os respectivos salários. Cada um recebe um rendimento que vende e que utiliza
para comprar o que deseja. Existe a concorrência e o preço dos bens e serviços poderá subir se D
maior que S.
O que é verdade para um mercado de bens de consumo também o é para o mercado de factores
de produção como o trabalho, a terra e o capital.
O modelo de direcção central teve a sua origem no pensamento Marxista (séc. XIX) e surgiu
como uma alternativa ao modelo liberal.
Esta teoria defendia que a propriedade dos meios de produção deveria pertencer à sociedade e
que a organização da economia não deveria ser guiada pelo lucro, pelo individualismo e pela
concorrência, mas sim por um único centro de decisões que actuaria no sentido de promover os
interesses da comunidade. Deste modo o estado teria a cargo a iniciativa e a responsabilidade de
organizar a actividade económica. O estado concentrava na sua mão os meios de produção.
O organismo central de planeamento seria o responsável, por parte do estado, pela fixação dos
objectivos de produção, aos quais toda a actividade económica estaria submetida. Os objectivos
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ECONOMIA
seriam definidos de acordo com os recursos disponíveis e por outro lado atendendo à máxima
satisfação das necessidades da população.
A planificação deveria permitir o equilíbrio entre as metas fixadas para a produção e a
satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores.
O planeamento da economia teria também como objectivos definidos:
- os meios (tecnologias a utilizar) necessários para alcançar as metas fixadas;
- as remunerações a atribuir aos recursos produtivos a utilizar;
- os preços dos bens e serviços produzidos.
Desta forma, poder-se-ia garantir uma remuneração mais justa dos factores produtivos e uma
progressiva eliminação das desigualdades sociais.
O objectivo da actividade económica passaria a ser a satisfação das necessidades sociais
através da boa execução dos planos ao qual se deveriam submeter todos os agentes económicos.
O plano seria assim imperativo, isto é, todos os sujeitos económicos deveriam cumprir os seus
objectivos, abstendo-se de qualquer acção que escapasse ao âmbito da planificação estatal.
Concluindo, tudo seria planificado, desde a produção à formação dos preços e à fixação dos
salários.
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ECONOMIA
1 - Apenas existe concorrência perfeita quando nenhum vendedor tem influencia pessoal sobre
preço de mercado, a situação do monopólio ou quase monopólio leva a que o mercado deixe de
funcionar como regulador da actividade económica.
2 - O modelo de economia de mercado pode ser inaceitável para os cidadãos eleitores, porque os
bens são produzidos de acordo com o poder de compra e não pela sua necessidade.
3 - Provoca uma desigual distribuição da riqueza de acordo com o papel desempenhado no
processo produtivo.
1 - Enquadramento legal - o estado fixa as regras do jogo económico a que se devem submeter os
consumidores, as empresas e até o próprio estado.
2 - Eficiência - o estado com vista a conseguir uma melhor utilização dos recursos promove
acções públicas relacionadas com a eficiência.
3 - Equidade - para obterem uma maior justiça social e uma distribuição mais justa do
rendimento, o estado recorre a técnicas como a redistribuição do rendimento.
4 - Estabilidade - Com as políticas de estabilização ( políticas monetárias e fiscais ), o estado
tenta reduzir as flutuações do ciclo económico, reduzindo o desemprego e a inflação e
promovendo o crescimento económico.
1 - Regulamentações - para além do enquadramento legal, o estado pode impor ou sugerir certas
actuações ao aparelho produtivo, através de planos indicativos para o sector privado. Neles, o
estado definirá os objectivos que considera proprietários, reduzirá as incertezas dos investimentos
ou incentivará os sectores fundamentais para o crescimento económico.
2 - Empresas Publicas - são empresas que produzem bens e serviços comercializáveis e cujo
proprietário é o estado. O sector empresarial do estado (S.E.E) resulta na maior parte das vezes
de um processo de nacionalizações e pode ter uma importância significativa para a actividade
económica, por exemplo, fomentar a produção em áreas pouco atractivas para a iniciativa
privada, incentivar o consumo, investimento, o emprego, etc., contribuindo assim para a
manutenção do equilíbrio global da economia.
3 - Políticas económicas - Tem por objectivo assegurar o bom funcionamento da actividade
económica, corrigindo as falhas do mercado, a deficiente distribuição do rendimento, as
flutuações do ciclo económico, etc.
É neste contexto que em 1985 Gorbatchov iniciou uma política de abertura - Glasnost - e de
reformas - Perestroika.
Se os efeitos destas políticas foram poucos, em termos económicos as transformações a que
conduziram foram profundas.
Em 1989, os países da Europa do Leste autonomizaram-se face ao poder soviético.
Em 1991 deu-se a desagregação da própria URSS e o afastamento de Gorbatchov que foi
substituído pelo presidente da federação russa, Boris Ieltsin, que assumiu poderes excepcionais e
iniciou o processo de reformas.
A liberalização da Ex-URSS foi a todos os níveis: política, económica, socialmente, com uma
clara opção pela economia de mercado.
O processo de transformação em curso na EX-URSS e nos outros países do leste não tem
precedentes históricos recentes. O seu objectivo é pôr fim a uma forma totalmente estatizada de
organização da actividade económica e simultaneamente criar instituições capazes de suportar
mercados de concorrência.
As duvidas e incertezas são ainda grandes, pois estas reformas são efectuadas num contexto de
importantes desequilíbrios macro-económicos (desvalorização da moeda, inflação, défice
orçamental, etc.) combinado por vezes com um grande endividamento.
As crises cíclicas que desde a década de 70 têm afectado as economias de mercado, puseram
em causa alguns dos seus instrumentos de política económica.
As crises económicas (abrandamento do crescimento económico e do comércio internacional,
aumento do desemprego, etc.) e financeiras (a queda das bolsas, aumento das taxas de juro, etc.),
culminaram com a crise de 1982 nos EUA, com uma das mais graves recessões desde a 2ª guerra
mundial.
- LIMITAÇÕES DO ESTADO PROVIDÊNCIA
1º- crise de eficácia - persistência das desigualdades na distribuição da riqueza e das assimetrias
regionais;
2º- crise de legitimidade - alguns sectores de produção começam a pôr em causa o próprio estado;
3º- crise financeira - diminuição das receitas e aumento das prestações sociais, devido ao
aumento do desemprego induzido pelo abrandamento do crescimento económico.
4º- retrocesso das políticas sociais traduzido em cortes nos programas sociais, o que leva à
comparticipação dos utentes nos custos dos serviços prestados e à privatização de alguns sectores
de previdência social (saúde, transportes, habitação e pensões de reforma).
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ECONOMIA
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A existência de países com diferentes níveis de desenvolvimento é hoje em dia uma realidade
indismentivel. Confrontados como somos pela resistência por um lado de altos níveis de produção
e consumo, quando por outro lado constatamos o inverso. São os fenómenos do desenvolvimento
e do subdesenvolvimento.
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ECONOMIA
- Países do 3º mundo - esta expressão foi utilizada a partir de 1952 e tem uma analogia com o 3º
estado (1º estado - clero; 2º estado - nobreza; 3º estado - povo), tinha um fundamento mais
geopolítico do que económico e procurava demarcar um lugar próprio para os países que não
queriam ser engolidos nas esferas capitalista e comunista. É a busca do “Não alinhamento” e do
antigo colonialismo.
- Países em vias de desenvolvimento - esta designação expressa uma comparação entre os
países desenvolvidos e os em vias de desenvolvimento e propõe-se indicar que o país está em vias
de atingir um certo número de transformações no plano económico, que traduzem um melhor e
mais intensivo emprego das forças produtivas. É utilizada indiferentemente como sinónima de
“países subdesenvolvidos” embora a rigor haja países subdesenvolvidos que não estão em vias de
desenvolvimento.
- Países do Sul - esta expressão surgiu a partir dos anos 80 e resulta da constatação que a maior
parte dos países pobres se encontram no hemisfério sul.
Só há crescimento desde que a produção aumente e o seu aumento não seja obra do acaso. O
crescimento económico pode ser encarado num duplo sentido:
- sentido restrito - para significar um aumento da produção a curto prazo, mas que é reversível.
O termo mais correcto é o de expansão.
- sentido lato - inclui as mudanças de estrutura englobando as mudanças sectoriais e as
mudanças que tornam o crescimento auto-sustentado.
O crescimento económico em sentido lato apresenta as seguintes características:
1º- é um movimento ascendente de algumas grandezas económicas (rendimento nacional e
produto nacional bruto (PNB) );
2º- é um fenómeno irreversível, pois provoca modificações nas condições de produção, incorpora
progresso técnico, gera novos hábitos de consumo, etc.;
3º- é um movimento de transformação estrutural, porque permite o aparecimento de novas
indústrias e modifica alguns sectores económicos.
TIPOS DE CRESCIMENTO
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ECONOMIA
- Crescimento extensivo - é aquele que se obtém pelo aumento dos factores de produção
utilizados.
- Crescimento intensivo - é aquele que se obtém a partir da utilização mais eficaz das forças
produtivas.
- Crescimento potencial - é aquele que se obtém pela utilização máxima de todos os recursos
disponíveis.
- Crescimento equilibrado - é aquele que se obtém através do crescimento assente nos
equilíbrios macro-económicos clássicos: orçamental e da balança de pagamentos, sem tensões
inflacionistas.
- Crescimento exponencial - é aquele que se verifica quando se regista uma taxa de crescimento
constante.
- Crescimento zero - é aquele que pretende preservar o equilíbrio ecológico e a conservação dos
recursos naturais. Este crescimento procura fazer crescer os sectores não poluentes, ao mesmo
tempo que desincentiva os sectores poluentes.
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Desenvolvimento - é a combinação das mudanças mentais e sociais de uma população que a
torna apta a fazer aumentar, cumulativamente de uma forma sustentada, o seu produto real
global. O desenvolvimento é um processo e um resultado.
Concepções de desenvolvimento
A grande maioria das concepções de desenvolvimento centram-se num de dois níveis de análise:
- privilegiando o desenvolvimento como objectivo (resultado ou produto); - ou sublinhando o
desenvolvimento enquanto processo.
Às primeiras noções de desenvolvimento aplica-se a designação genérica de conceitos
normativos de desenvolvimento, enquanto à segunda se aplica a designação de conceitos
económicos de desenvolvimento.
A - PARADIGMA CONVENCIONAL
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ECONOMIA
B - PARADIGMA MARXISTA
C - CORRENTES ALTERNATIVAS
1º- o desenvolvimento tem por objectivo fundamental a satisfação das necessidades básicas de
todos os cidadãos.
2º- o crescimento é a dimensão quantitativa do desenvolvimento, e o desenvolvimento é um
processo modificado de alteração qualitativa e de crescimento quantitativo.
3º- o crescimento económico é a variação quantitativa dos elementos económicos do
desenvolvimento.
4º- o subdesenvolvimento reflecte um processo histórico autónomo resultante de uma ordem
económica internacional injusta e desequilibrada.
5º- as REI caracterizam-se por relações de dependência e de exploração que tendem a
agravar-se e a desequilibrar os ecosistemas locais. A inversão desta situação tem de ser feita
através da implementação de uma NOEI (Nova Ordem Económica Internacional) e do
desenvolvimento autónomo a nível nacional e internacional.
6º- a passagem do subdesenvolvimento ao desenvolvimento faz-se através de uma posição
activa face à divisão internacional do trabalho e sua alteração no âmbito na NOEI. Atinge-se o
desenvolvimento de forma autónoma (desenvolvimento autónomo) através de uma estratégia
económica autocentrada que impõe a coerência do sistema produtivo interno e exportador e o
modelo convergente de acumulação, repartição e consumo.
CRESCIMENTO POPULACIONAL
A explosão demográfica está claramente limitada aos países do 3º mundo. Os países
desenvolvidos estão em desaceleração do crescimento populacional, bem como alguns P.V.D.
1º estado - período em que a taxa de mortalidade diminui como resultado do saneamento básico,
vacinamento em massa, novos medicamentos, e a taxa de natalidade mantém-se elevada
levando a uma taxa de crescimento natural elevado (de 2,5 a 4%) correspondente a cerca
de 14% da população.
2º estado - período em que a taxa de mortalidade continua a descer, enquanto a taxa de
natalidade inverte a tendência e começa a descer. A taxa de crescimento natural cifra-se
entre 1,5 e 3%, correspondendo a cerca de 40% da população mundial.
3º estado - período em que ambas as taxas diminuem. A taxa de crescimento natural cifra-se
entre 0,5 e 1,5% correspondente a cerca de 22% da população mundial.
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ECONOMIA
4º estado - fase “post transitória”, corresponde a taxas de natalidade e mortalidade muito baixas,
envolvendo cerca de 20% da população mundial.
Assim, enquanto os países desenvolvidos apresentam taxas de crescimento natural muito baixas
ou negativas, os PVD apresentam taxas muito elevadas associando crescimento demográfico e
pobreza. O crescimento demográfico constitui um dos maiores entraves ao desenvolvimento.
A ruptura do circulo vicioso, crescimento demográfico associado à pobreza só é possível ser
feito por uma conjugação de políticas de planeamento familiar, de educação, e por políticas
globais e estratégias de redistribuição dos recursos a nível mundial.
- COMPARTIMENTAÇÃO DA ECONOMIA
1ª fase - esta situação inicial caracteriza-se pela preponderância da agricultura tanto ao nível do
emprego como da produção.
2ª fase - neste período, o sector secundário torna-se preponderante tanto no emprego da
população activa como na contribuição para o valor da produção.
3ª fase - finalmente, o crescimento da produtividade no sector secundário leva a uma modificação
no peso relativo dos três sectores em favor do terciário, tanto no emprego da população
como na contribuição para o valor da produção.
Para além disso, os valores da contribuição para o PIB do sector industrial são sempre
superiores nos PVD aos valores da contribuição para o PIB da indústria transformadora. Este
resultado deriva da contabilização nestes países da actividade extractiva na indústria.
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ECONOMIA
I - A DEPENDÊNCIA COMERCIAL
Regra geral, o TM exporta produtos com fraco valor acrescentado. Logo, o preço das
exportações é muito baixo, contrariamente aos PD que se distinguem pelo peso dos produtos
manufacturados de valor acrescentado, nas suas exportações. O seu preço é sim maior, bem
como o poder de compra que proporciona. Os países da OPEP (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo) constituem uma excepção, pois as suas exportações de petróleo
correspondem a cerca de 80% da produção mundial no período de 72-82 e dá origem a uma
volumosa acumulação de capitais, designada por petrodólares que inundam o sistema bancário
internacional.
1º- a flutuação da procura mundial e dos preços - os mercados mundiais dos produtos base que
constituem a maioria das exportações dos países produtores de petróleo são mercados de natureza
especulativa, em que os preços são dominados pelos PD e combinados com muita antecedência.
Daqui resulta a dependência dos PVD por via de flutuação da economia mundial e das variações
das cotações dos produtos. Por outro lado, assiste-se ao aumento do preço dos produtos
comprados pelos PVD, o que tem contribuído para a degradação dos termos de troca.
1- aumento dos salários nesses países como consequência dos ganhos de produtividade;
2- maior sofisticação dos produtos industriais;
3- oferta concorrencial destes bens (produtos de alto valor acrescentado).
2º- Estrutura das trocas dos países do terceiro mundo e a assimetria das relações comerciais - os
países do TM efectuam grande parte das suas trocas com os PD (¾ do total das suas
exportações). Comprova-se assim a dependência dos PVD pelos PD.
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ECONOMIA
3º- A falta da diversificação das exportações - a estrutura das trocas dos países do TM mostra-
nos a forte polarização sectorial das trocas onde as principais fontes das receitas provêm dos
seguintes sectores: - combustíveis, minérios e metais ; - outros produtos primários.
II - A DEPENDÊNCIA TECNOLÓGICA
O investimento constitui uma prioridade dos PVD, mas as suas poupanças são insuficientes,
donde a necessidade de correr ao crédito externo ou ao investimento directo ao estrangeiro.
1º- o pagamento dos juros a taxas elevadas e a amortização dos empréstimos contraídos;
2º- as importações não são compensadas pelas exportações;
3º- as suas moedas não são aceites como meio de pagamento internacional.
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ECONOMIA
1º- fábricas especializadas - estas fábricas aproveitam o acesso às matérias primas ou a mão-de-
obra barata. Os seus produtos são reexportados para outras filiais do mesmo grupo. O país usado
pode ter vantagens e desvantagens com as fábricas especializadas: por um lado essas fábricas
transferem tecnologias para o local, mas por outro não beneficiam os sectores, não dão mão-de-
obra.
2º- fábricas viradas para o mercado nacional ou regional - são aquelas que se destinam à abertura
de novos mercados.
I - TEORIA CONVENCIONAL
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ECONOMIA
- A TEORIA DE ROSTOW
1ª etapa - sociedade tradicional - estrutura determinada por funções de produção muito estáveis,
pouco sujeitas a inovações tecnológicas, onde uma elevada proporção de recursos está a ser
utilizada na agricultura. A produção é limitada, a tecnologia é rudimentar e o nível de
produtividade é baixo.
2ª etapa - sociedade de uma etapa transitória (criação das condições de arranque) - é uma etapa
muito longa em que se dá especialização no trabalho, se verifica a elevação na produtividade,
bem como a intensificação das trocas e a acumulação de capitais.
Um choque exterior provocará uma modificação das estruturas económicas e sociais e das
atitudes e comportamentos, favorável à introdução da ciência e da tecnologia.
3ª etapa - sociedade em fase de arranque (take off) - etapa de 20 a 30 anos em que a taxa de
investimento se eleva rapidamente, conduzindo ao aumento do rendimento per capita e a
transformações radicais da tecnologia. A alteração das estruturas atinge o ponto em que o
crescimento económico se torna automático, devido a três áreas distintas:
- passagem do investimento do PIB de 5% a 10%;
- implantação de um ou mais sectores da indústria transformadora com forte taxa de crescimento;
- existência ou implantação de um aparelho político, social e institucional que explore as
condições de crescimento auto-sustentado.
4ª etapa - sociedade a caminho da maturidade - processa-se a aplicação das técnicas mais
recentes à produção e ocorrem algumas modificações adicionais; por exemplo: a estrutura da
população activa e o crescimento da população urbana. Existem intensas actividades industriais e
comerciais com elevadas taxas de produtividade e de crescimento do PIB.
5ª etapa - sociedade da abundância ou do consumo em massa - esta etapa apresenta três vias
distintas: - a procura do poder e de influência externa;
- o estado previdência;
- o consumo em grande escala.
Esta posição significa que o desenvolvimento será analisado a nível estritamente económico,
isto porque o motor para o desenvolvimento é o crescimento económico. Esta teoria também é
designada pela teoria da modernização, em que o atraso dos países subdesenvolvidos poderá ser
recuperado pelo recurso à modernização (industrialização) das suas economias. Tanto os
neoclássicos como os keynesianos convergem na ultrapassagem do subdesenvolvimento através
de políticas de desenvolvimento baseadas no crescimento económico.
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ECONOMIA
Economistas como Solow, Mead, Swan, neoclássicos da década de 60, partilhavam a convicção
de que o equilíbrio da economia era ajustado automaticamente através dos mecanismos de
mercado.
A promoção da economia de mercado e uma melhor utilização de recursos, a inserção dos
países no comércio internacional para dele retirarem as vantagens mútuas de uma especialização
complementar (produzir produtos em que tinham vantagens comparativas em termos de comércio
internacional) era a forma para os países garantirem crescimento económico e desenvolvimento.
- KEINZ E OS NEOCLÁSSICOS
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ECONOMIA
Os autores desta corrente (Gunder Frank, Cardoso, T. dos Santos), vão incidir a sua análise
sobre o aspecto "externo" do subdesenvolvimento, ou seja, no subdesenvolvimento como produto
histórico das relações entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos.
Foi através do comércio internacional (monopolista) que os países desenvolvidos incorporaram
os subdesenvolvidos no sistema capitalista mundial, convertendo-os em fontes para o seu próprio
desenvolvimento e a acumulação de capital. O conceito de dependência da periferia em relação ao
centro espelha uma realidade de dependência com múltiplas vertentes: comercial, financeira e
tecnológica.
O desenvolvimento da periferia estará sempre condicionado face ao centro, produzindo e
reproduzindo um desenvolvimento desigual.
- classe inferior - classe constituída por países de economias frágeis, que se caracterizam pela sua
situação de dependência relativamente ás suas exportações de matérias primas e ás flutuações de
preços e procura destes produtos a nível mundial. É o caso do petróleo para a Argélia; do cobre
para o Chile; dos fosfatos para Marrocos; etc. Estes países estão assim sujeitos a grande
instabilidade económica e social.
- classe superior - classe que inclui os NPI (Novos Países Industrializados), países esses que nos
últimos 20 anos se têm vindo a desenvolver, apresentando elevadas taxas de crescimento e
elevadas percentagens do seu produto proveniente do sector industrial. É o caso de Hong-Kong,
Singapura, Taiwan, Brasil, México, Portugal, Grécia, Israel e também alguns países produtores
de petróleo.
III - Países com rendimentos elevados - corresponde aos países desenvolvidos. Ex.: Alemanha,
EUA, França, Itália, etc.
1º- Países em que a produtividade agrícola aparece bloqueada e os países enfrentam por isso
grandes dificuldades. É o caso do Maui e da Nigéria, onde a explosão demográfica da população
urbana e políticas agrárias mal planeadas levaram ao empobrecimento da população activa
agrícola, não existindo nem motivação nem meios para mudar os meios de produção.
1- O desenvolvimento tende a surgir como projecto ligado aos indivíduos, grupos, agentes/actores
da mudança social e menos vinculado a certa concepção de desenvolvimento do próprio estado. O
desenvolvimento surge como projecto intimamente ligado à liberdade humana, o que dá mais
relevo ao desenvolvimento como projecto (e processo) diferenciador (segundo os múltiplos
projectos individuais grupais), mais do que integrador e homogeneizante.
2- A dimensão espaço/natureza/meio ambiente adquire relevo central na problemática moderna do
desenvolvimento, quer nos PD, quer nos PVD.
3- A associação entre as ideias de desenvolvimento e de transição para o socialismo ou, pelo
menos de desenvolvimento e não capitalismo, perdeu a importância que teve nos planos teórico e
prático até aos anos 70. Há manifestamente nesta problemática um vácuo ideológico.
CRESCIMENTO POPULACIONAL
1º estado - período em que a taxa de mortalidade diminui como resultado do saneamento básico,
vacinamento em massa, novos medicamentos, e a taxa de natalidade mantém-se elevada
levando a uma taxa de crescimento natural elevado (de 2,5 a 4%) correspondente a cerca
de 14% da população.
2º estado - período em que a taxa de mortalidade continua a descer, enquanto a taxa de
natalidade inverte a tendência e começa a descer. A taxa de crescimento natural cifra-se
entre 1,5 e 3%, correspondendo a cerca de 40% da população mundial.
3º estado - período em que ambas as taxas diminuem. A taxa de crescimento natural cifra-se
entre 0,5 e 1,5% correspondente a cerca de 22% da população mundial.
4º estado - fase “post transitória”, corresponde a taxas de natalidade e mortalidade muito baixas,
envolvendo cerca de 20% da população mundial.
Assim, enquanto os países desenvolvidos apresentam taxas de crescimento natural muito baixas
ou negativas, os PVD apresentam taxas muito elevadas associando crescimento demográfico e
pobreza. O crescimento demográfico constitui um dos maiores entraves ao desenvolvimento.
A ruptura do circulo vicioso, crescimento demográfico associado à pobreza só é possível ser
feito por uma conjugação de políticas de planeamento familiar, de educação, e por políticas
globais e estratégias de redistribuição dos recursos a nível mundial.
COMPARTIMENTAÇÃO DA ECONOMIA
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ECONOMIA
2º- sector das grandes empresas exportadoras - é constituído por grandes indústrias extractivas
em plantações que apresentam relações estreitas com os países desenvolvidos, ao contrário
daquilo que se passa em termos internos.
3º- sector urbano - é um sector que apresenta características de uma economia moderna,
integrando pequenas unidades industriais e comerciais. Há que referir no entanto que este sector
urbano é diferente daquele que podemos encontrar nos países desenvolvidos, pois apresenta baixo
nível de produção particularmente na indústria e uma significativa importância das actividades
comerciais de importação/exportação, que espelham a dependência face ao exterior.
1ª fase - esta situação inicial caracteriza-se pela preponderância da agricultura tanto ao nível do
emprego como da produção.
2ª fase - neste período, o sector secundário torna-se preponderante tanto no emprego da
população activa como na contribuição para o valor da produção.
3ª fase - finalmente, o crescimento da produtividade no sector secundário leva a uma modificação
no peso relativo dos três sectores em favor do terciário, tanto no emprego da população
como na contribuição para o valor da produção.
Para além disso, os valores da contribuição para o PIB do sector industrial são sempre
superiores nos PVD aos valores da contribuição para o PIB da indústria transformadora. Este
resultado deriva da contabilização nestes países da actividade extractiva na indústria.
A DEPENDÊNCIA EXTERNA
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ECONOMIA
Mundo) se traduziu numa maior dependência. Para esta situação, contribuíram as desiguais
relações económicas internacionais.
A perda da soberania por parte dos PVD pode ser analisada em três planos:
I - a dependência comercial ;
II - a dependência tecnológica ;
III - a dependência financeira.
I - A DEPENDÊNCIA COMERCIAL
Regra geral, o TM exporta produtos com fraco valor acrescentado. Logo, o preço das
exportações é muito baixo, contrariamente aos PD que se distinguem pelo peso dos produtos
manufacturados de valor acrescentado, nas suas exportações. O seu preço é sim maior, bem
como o poder de compra que proporciona. Os países da OPEP (Organização dos Países Exporta-
dores de Petróleo) constituem uma excepção, pois as suas exportações de petróleo correspondem
a cerca de 80% da produção mundial no período de 72-82 e dá origem a uma volumosa acumula-
ção de capitais, designada por petrodólares que inundam o sistema bancário internacional.
1º- a flutuação da procura mundial e dos preços - os mercados mundiais dos produtos base que
constituem a maioria das exportações dos países produtores de petróleo são mercados de natureza
especulativa, em que os preços são dominados pelos PD e combinados com muita antecedência.
Daqui resulta a dependência dos PVD por via de flutuação da economia mundial e das variações
das cotações dos produtos. Por outro lado, assiste-se ao aumento do preço dos produtos
comprados pelos PVD, o que tem contribuído para a degradação dos termos de troca.
1- aumento dos salários nesses países como consequência dos ganhos de produtividade;
2- maior sofisticação dos produtos industriais;
3- oferta concorrencial destes bens (produtos de alto valor acrescentado).
2º- Estrutura das trocas dos países do terceiro mundo e a assimetria das relações comerciais - os
países do TM efectuam grande parte das suas trocas com os PD (¾ do total das suas
exportações). Comprova-se assim a dependência dos PVD pelos PD.
3º- A falta da diversificação das exportações - a estrutura das trocas dos países do TM mostra-
nos a forte polarização sectorial das trocas onde as principais fontes das receitas provêm dos
seguintes sectores: - combustíveis, minérios e metais ; - outros produtos primários.
II - A DEPENDÊNCIA TECNOLÓGICA
Para além disso, a importação de tecnologias tem efeitos dolorosos que resultam das
dificuldades que podem surgir em:
- agravamento das dificuldades financeiras no país ;
- multiplicação das despesas complementares ;
- aumento da desarticulação do sistema produtivo, em virtude da heterogeneidade técnica ;
- grande distância entre o nível de qualificação médio das técnicas utilizadas, o que impede a
utilização de novas tecnologias.
Os próprios contratos de transferência tecnológica perpetuam a dependência e a manutenção do
monopólio tecnológico, já que obrigam a:
- comprar a manutenção a quem forneceu o equipamento;
- a limitações quanto à possibilidade de exportação dos produtos fabricados;
- obrigatoriedade de contratar técnicos de outros países.
O investimento constitui uma prioridade dos PVD, mas as suas poupanças são insuficientes,
donde a necessidade de correr ao crédito externo ou ao investimento directo ao estrangeiro.
1º- o pagamento dos juros a taxas elevadas e a amortização dos empréstimos contraídos;
2º- as importações não são compensadas pelas exportações;
3º- as suas moedas não são aceites como meio de pagamento internacional.
1º- fábricas especializadas - estas fábricas aproveitam o acesso às matérias primas ou a mão-de-
obra barata. Os seus produtos são reexportados para outras filiais do mesmo grupo. O país usado
pode ter vantagens e desvantagens com as fábricas especializadas: por um lado essas fábricas
transferem tecnologias para o local, mas por outro não beneficiam os sectores, não dão mão-de-
obra.
2º- fábricas viradas para o mercado nacional ou regional - são aquelas que se destinam à abertura
de novos mercados.
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ECONOMIA
da mão-de-obra e a aceitação de novas técnicas, assim como das respectivas mutações sociais
que elas provocam.
I - TEORIA CONVENCIONAL
- A TEORIA DE ROSTOW
1ª etapa - sociedade tradicional - estrutura determinada por funções de produção muito estáveis,
pouco sujeitas a inovações tecnológicas, onde uma elevada proporção de recursos está a ser
utilizada na agricultura. A produção é limitada, a tecnologia é rudimentar e o nível de
produtividade é baixo.
2ª etapa - sociedade de uma etapa transitória (criação das condições de arranque) - é uma etapa
muito longa em que se dá especialização no trabalho, se verifica a elevação na produtividade,
bem como a intensificação das trocas e a acumulação de capitais.
Um choque exterior provocará uma modificação das estruturas económicas e sociais e das
atitudes e comportamentos, favorável à introdução da ciência e da tecnologia.
3ª etapa - sociedade em fase de arranque (take off) - etapa de 20 a 30 anos em que a taxa de
investimento se eleva rapidamente, conduzindo ao aumento do rendimento per capita e a
transformações radicais da tecnologia. A alteração das estruturas atinge o ponto em que o
crescimento económico se torna automático, devido a três áreas distintas:
- passagem do investimento do PIB de 5% a 10%;
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ECONOMIA
Esta posição significa que o desenvolvimento será analisado a nível estritamente económico,
isto porque o motor para o desenvolvimento é o crescimento económico. Esta teoria também é
designada pela teoria da modernização, em que o atraso dos países subdesenvolvidos poderá ser
recuperado pelo recurso à modernização (industrialização) das suas economias. Tanto os
neoclássicos como os keynesianos convergem na ultrapassagem do subdesenvolvimento através
de políticas de desenvolvimento baseadas no crescimento económico.
Economistas como Solow, Mead, Swan, neoclássicos da década de 60, partilhavam a convicção
de que o equilíbrio da economia era ajustado automaticamente através dos mecanismos de
mercado.
A promoção da economia de mercado e uma melhor utilização de recursos, a inserção dos
países no comércio internacional para dele retirarem as vantagens mútuas de uma especialização
complementar (produzir produtos em que tinham vantagens comparativas em termos de comércio
internacional) era a forma para os países garantirem crescimento económico e desenvolvimento.
- KEINZ E OS NEOCLÁSSICOS
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Os novos pensadores deste século, com base no marxismo, os neo-marxistas, apresentam como
pressuposto comum as seguintes questões:
- a dominância da dimensão económica (domínio do económico sobre o social, o político, etc.;
- presença determinante do referencial histórico.
O subdesenvolvimento é um reflexo do capitalismo à escala mundial, constituindo um processo
autónomo e não uma etapa para o desenvolvimento.
Os autores desta corrente (Gunder Frank, Cardoso, T. dos Santos), vão incidir a sua análise
sobre o aspecto "externo" do subdesenvolvimento, ou seja, no subdesenvolvimento como produto
histórico das relações entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos.
Foi através do comércio internacional (monopolista) que os países desenvolvidos incorporaram
os subdesenvolvidos no sistema capitalista mundial, convertendo-os em fontes para o seu próprio
desenvolvimento e a acumulação de capital. O conceito de dependência da periferia em relação ao
centro espelha uma realidade de dependência com múltiplas vertentes: comercial, financeira e
tecnológica.
O desenvolvimento da periferia estará sempre condicionado face ao centro, produzindo e
reproduzindo um desenvolvimento desigual.
O período de 1978-82 foi marcado pela explosão da dívida dos PVD, despelotada pela
declaração de cessação de cumprimento do serviço da dívida (juros + amortização de
empréstimos) por parte do México em 13 de Outubro de 1982.
Os factores que contribuíram para o generalizar da crise vão desde:
- o aumento do preço do petróleo como resultado do segundo choque petrolífero;
- aumento brutal das taxas de juro reais, que encarecem os encargos financeiros;
- recessão mundial;
- queda dos termos de troca entre as mercadorias importadas e exportadas;
- subida do dólar;
- fuga de capitais;
- políticas deflacionistas;
- reconversão industrial;
- cláusulas de ajustamento estrutural.
A crise da dívida dos PVD insere-se numa conjuntura externa em que actuam as políticas
deflacionistas dos PD enquanto procedem à sua reconversão industrial e que leva a uma maior
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ECONOMIA
selectividade por parte deles nos critérios de concessão de créditos aos PVD, que passam a incluir
cláusulas de ajustamento estrutural dos PVD (obrigação de atingir objectivos de ajustamento
estrutural expressos numa carta de intenções ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e de
prosseguirem reformas estruturais.
Estas exigências dos PD acabaram por travar o crescimento tanto do investimento como do
consumo dos PVD, bloqueando o seu desenvolvimento.
Económicas:
- redução do nível de investimento, pondo em causa a própria manutenção do capital fixo
existente;
- estrangulamento das importações, contribuindo para a diminuição da produtividade da sua
actividade económica interna e de exportação.
Sociais:
- redução dos orçamentos da saúde e educação;
- diminuição do poder de compra e da qualidade de vida;
- supressão dos subsídios;
- aumento da emigração;
- aumento da criminalidade e da prostituição.
A delicada situação em relação ao cumprimento do serviço da divida por parte dos PVD leva a
que estes em situação de grande aperto tenham que optar por uma de três hipóteses:
- Interromper o pagamento da dívida, situação que leva ao descrédito no mercado
internacional. A declaração de cessação de pagamento pode levar à confiscação de bens desse
país no estrangeiro. Para além disso, há que ter em linha de conta a correlação de forças entre os
países credores e devedores e a possibilidade de abertura de uma crise.
- Esforçar-se por pagar a dívida. Caso o país opte por pagar a dívida, ele vai ter de proceder a
um severo controlo das dívidas estrangeiras por forma a ter dinheiro para pagar. Assim sendo, ele
vai diminuir as importações ao essencial e vai proibir a colocação de capitais no estrangeiro. A
qualidade de vida das populações piora drasticamente.
- Solicitar uma renegociação da dívida. Neste caso, o país tem duas hipóteses:
ou ele pede um reescalonamento dos prazos de pagamento ou solicita um refinanciamento
(substituição do antigo empréstimo por um novo, que pode incluir uma nova parcela para além
do capital já em dívida).
Esta solução tem custos suplementares: leva à acumulação de dívidas e não resolve os
problemas de fundo.
A RENEGOCIAÇÃO DA DÍVIDA
Quando os países solicitam a renegociação da dívida, eles podem optar por duas soluções
possíveis: - reescalonamento da dívida - reestruturação do calendário das prestações da dívida,
cobrindo o seu montante e juros; - refinanciamento da dívida - concessão de um novo empréstimo
a médio prazo, que pode ser para reembolso da dívida. A nova dívida substitui a antiga.
Ainda no capítulo da renegociação, há que atender a quem o país devedor solicitou os
financiamentos. Se o financiamento veio de estados, o país devedor vai estabelecer um acordo
com o fim de prolongar o crédito em que podem intervir ou os governos dos países credores e
devedores, como aconteceu na Polónia em 1991, ou então a negociação é feita através de clubes
de credores, caso do Clube de Paris que interveio, por exemplo, no TOGO em 1983.
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No caso da dívida ter sido contraída junto a bancos, o acordo tem de ser realizado através dos
clubes de credores bancários, como por exemplo, o Clube de Londres.
- FMI - quando os países solicitam empréstimos e os países credores consideram que a situação
económica dos PVD inspira preocupações, o Fundo Monetário Internacional, organismo
especializado do Banco Mundial que avalia o desempenho e propõe medidas para a correcção dos
problemas estruturais e conjunturais dos países que a eles são submetidos para que, quer os
estados, quer os bancos privados, forneçam novos empréstimos.
A situação tipo passa depois da análise da economia do país devedor pelo envio de uma Carta
de Intenções em que o país se compromete a seguir as recomendações do FMI em termos de
política económica.
- Clube de Paris - intervém para os PMA e inclui na negociação o ministro das finanças do país
credor e representantes do FMI, BM e CNUCED (Conferência das Nações Unidas sobre o
Comércio e o Desenvolvimento).
1º- Não discriminação - qualquer produto de um país signatário do GATT deve ter igualdade de
tratamento, gozando da cláusula de “Nação mais favorecida”.
Excepções:
- Uniões Aduaneiras e Zonas de Comércio Livre;
- Sistema Generalizado de Preferências (SGP) dos PVD.
A NOEI
A expressão foi consagrada pela ONU e pelos PVD em 1975 e significa a aprovação de um
conjunto de recomendações sobre o novo papel que deve ser atribuído aos PVD nas trocas e na
divisão internacional do trabalho. De acordo com esta recomendação, os PVD deveriam passar a
exportar de forma crescente produtos manufacturados, diversificar a produção interna e diminuir
em termos relativos as suas exportações tradicionais.
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ECONOMIA
1º- MATÉRIAS PRIMAS - assiste-se à proposta de indexação das cotações das matérias primas em
função dos preços dos países de destino, com o objectivo de estabilizar as receitas de exportação
e de garantir a sua transformação no local de origem.
2º- AGRICULTURA - desenvolvimento e diversificação da agricultura em função das necessidades
locais.
3º- INDÚSTRIA - deveria ser feita a reorientação das actividades industriais internacionais, o
incentivo ao investimento privado e à transferência de tecnologia, abrindo o mercado dos PD aos
produtos dos PVD.
4º- Aumento do volume da ajuda dos países ricos, redução da dívida pública dos países pobres e
protecção contra os efeitos da inflação nas taxas de juro internacionais.
AS CONVENÇÕES DE LOMÉ
1 - Livre acesso ao mercado comunitário - todos os produtos industriais e 96% dos agrícolas têm
acesso livre ao mercado comunitário.
2 - Estabilização das receitas de exportação - existem dois fundos de estabilização das
exportações:
2.1 - STABEX - este fundo destina-se a apoiar os países ACP quando se verifica diminuição das
receitas resultantes da quebra de exportações de produtos agrícolas e matérias primas em termos
de receitas.
2.2 - SYSMIN - este fundo destina-se a evitar os efeitos da diminuição das receitas resultante da
desactivação ou diminuição da actividade mineira.
Os recursos destes fundos são fornecidos pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED),
podendo ser constituídos por empréstimos ou donativos.
3 - Cooperação industrial - esta cooperação desenvolve-se através do Centro de Desenvolvimento
da Indústria (CDI), criado em 1977 com o objectivo de favorecer a criação e o desenvolvimento
de PMEs.
A cooperação engloba os seguintes aspectos:
3.1 - custos de arranques;
3.2 - assistência técnica na fase de instalação;
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