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mercado de títulos, o passo seguinte na história da ascensão do dinheiro foi o nascimento das
empresas de sociedades anônimas e as bolsas de valores. A capacidade para transformar a
economia global dependia de outra inovação relacionada: a bolsa de valores. O quanto se está
disposto a pagar por uma ação de uma empresa é baseado na expectativa de retorno no futuro,
no entanto, este é incerto. A história financeira revela uma série de bolhas financeiras.
Repetidamente os preços das ações sobem a níveis insustentáveis, apenas para caírem
novamente. As bolsas de valores podem ser bolhas de sabão, nunca sabem ao certo quando
irão estourar. O terceiro episódio da série “Ascensão do dinheiro” trata da história das Bolsas
de Valores e as empresas de sociedade anônima.
O professor Niall Ferguson narra a história de John Law, o inventor da primeira bolha
e colapso financeiro da história. Foragido de Londres vai para Amsterdã, Holanda: a capital
mundial da inovação financeira – inventaram a primeira loteria do mundo, assim como o
primeiro banco central. Mas a invenção que teria impacto maior sobre Law foram as
companhias por ações. Sua história teve início 100 anos antes da chegada de Law, quando os
mercadores holandeses se espalharam por todo o mundo, principalmente pela Ásia, na busca
do lucrativo mercado de especiarias. As viagens eram longas e perigosas, o que levaram os
mercadores a unirem seus recursos e riscos. Em 1602, por iniciativa do governo Holandês,
diversas empresas se juntaram para formar a Companhia Unida Holandesa das Índias
Orientais, cuja posse era dividida em ações. No espaço de poucos anos, os diretores da
companhia declararam que os acionistas que quisessem recuperar o seu dinheiro, não
poderiam ser reembolsados, mas deveriam vender suas ações a outros investidores. Então,
nasceu o primeiro mercado de ações do mundo, cujo mecanismo da lei da oferta e da procura
definia o preço das ações.
Retornando a Law, com influências holandesas, muda-se para a França, local ideal
para implantar seu novo sistema financeiro, uma vez que o País passava por uma grave crise
fiscal, resultado de financiamentos de guerras. A oportunidade perfeita para Law: reavivar a
confiança econômica na França com a criação de um banco que iria emitir papel moeda.
Como o dinheiro era investido no banco, a imensa dívida do governo seria consolidada,
restaurando o comércio e a economia francesa.
No entanto, a bolha de especulação Mississipi foi a primeira, mas não foi a maior da
história. Em 1929, ocorreu o colapso financeiro de Wall Street. A deflação dos preços das
ações foi acompanhada pela pior depressão da história. Nos EUA a produção caiu a 1/3 e o
desemprego atingiu ¼ da população ativa. Existem muitas teorias do porquê essas crises
acontecem, mas se resume ao comportamento de manada. Quando o mercado está em alta, até
os mais inteligentes investidores podem sucumbir, e quando a manada muda de direção, o
medo se espalha, levando aos colapsos.
A Companhia do Mississipi foi para a bolha que iniciou o século XVIII o mesmo que
a empresa Eron foi para a bolha que terminou o século XX. Uma empresa que prometia aos
investidores uma riqueza além dos sonhos de avareza, que afirmava ter reinventado todo o
sistema financeiro e era uma empresa que tirava partido das relações políticas privilegiadas
para chegar ao topo do mercado de ações. Nomeada como a empresa mais inovadora das
Américas por seis anos consecutivos foi pioneira em muitas práticas duvidosas que assolam o
mercado financeiro até os dias atuais. As ações da empresa energética atingiram grandes
patamares. No entanto, estava para se repetir a bolha do Mississipi que ocorreram 280 anos
antes. A Eron queria revolucionar o mercado de energia global. No topo de privatização de
empresas energéticas a empresa arrematou ativos por todo mundo e assumiu o controle da
maior rede de gás do mundo, na Argentina. Assim como o sistema de Law, a Eron estava em
um esquema de fraude bem elaborado. A Eron cometia fraude contábil, inflacionando os
ativos da empresa e escondendo as dívidas nos balancetes. A empresa declarou falência em
Dezembro de 2001, 38 bilhões de dólares era o valor real das dívidas.
O impulso financeiro mais básico entre os homens é poupar para o futuro, porque ele é
incerto. Como lidar com os riscos e as incertezas do futuro? A luta para superar o risco é uma
constante na história do dinheiro. Nesse viés, o quarto episódio da série Ascensão do Dinheiro
vem com a temática dos seguros e o Estado do Bem Estar Social. O professor Neill Fergusson
inicia sua narrativa apresentando o desastre natural do furacão Katrina e a lição relacionada ao
dinheiro que a tragédia deixou: como o sistema de gestão de riscos, o seguro, falhou quando
confrontado com a tragédia dessa magnitude, quando pensamos que estamos protegidos
contra os riscos, na verdade não estamos. Poupar para dias chuvosos é o primeiro principio
para os seguros. Mais o truque é saber o que fazer com as economias para que estas estejam a
disposição para quando precisar.
O seguro é uma tentativa de lidar com os riscos do futuro. Não importa quantos fundos
sejam criados, sempre haverá pessoas muito pobres ou muito irresponsáveis para poupar,
além do alcance dos seguros: a previdência social. Em 1880, programa de seguros estatal foi
criado para assegurar todos os cidadãos, do berço à sepultura. O estado do bem estar do
primeiro mundo tem origens no Japão, surgindo a idéia do Estado deveria cuidar do risco: o
Estado Providência. A princípio para promover a guerra, não por motivos altruístas. A
promoção da saúde da população iria garantir uma fonte de recruta saudável para as forças
armadas. O Estado de guerra acabou, mas não o Estado do bem estar. O Estado deveria prover
em todas as causas da pobreza: doença, lesão, morte, famílias numerosas, desemprego, etc.
Seja qual a razão ao Estado caberia manter o mínimo padrão de vida, através da assistência
nacional. O Estado do bem estar japonês parecia ser um milagre de eficiência, liderando o
mundo em termos de Saúde e Educação. O Japão tinha conseguido segurança para todos,
eliminando o risco. O Estado do bem estar, em outros lugares, dava sinais de que não estava
indo bem. Na Grã Bretanha e nos EUA, problemas similares estavam atingindo a economia.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
THE ASCENT of money. (Original). Direção:Adrian Pennick. Reino Unido: Estúdio Log On
Filmes. 2008.(300 min)