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MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR


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Primeira Edição – Tiragem: 1.000 exemplares
Capa e Diagramação: Fernando Antonio Camargo Ribeiro
Revisão: Ariadne Bastos
Impressão: Adex Gráfica
Redação e organização: Adm. Alexandre Uriel Ortega Duarte
e Luis Claudio Montoro Mendes

   
 
 

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO ,
INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC

SECRETARIA DE COMÉRCIO E SERVIÇOS

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

SECRETARIA DE REFORMA DO JUDICIÁRIO

INSTITUTO RECUPERA BRASIL - IRB

 2 
 

Sumário

Qual a finalidade deste guia? ................................................................................................ 4

Qual a importância das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte no contexto


Nacional? ................................................................................................................................ 5

Qual a importância do planejamento e do controle para as ME e EPP? ............................... 6

Como Cuidar da Saúde Financeira da Empresa? .................................................................. 7

Qual o papel da Contabilidade nesse contexto? .................................................................... 8

O que fazer em caso de crise financeira ................................................................................ 9

O que é Recuperação Judicial? .............................................................................................. 10

Como funciona a Recuperação Judicial? ............................................................................... 11

Fases da Recuperação Judicial .............................................................................................. 12

Quais as vantagens da Recuperação Judicial? ...................................................................... 16

O que é o Plano Especial para Recuperação de ME e EPP? ................................................ 17

Como requerer a recuperação judicial? .................................................................................. 19


 
Escrituração das ME’s e EPP’s na Lei de Recuperação Judicial ........................................... 20
 
A solução de conflitos através da Câmara de Mediação Especializada em processos de
Recuperação de Empresas ....................................................................................................

 
Informações úteis ..................................................................................................................................  23
 

 3 
 

QUAL A FINALIDADE DESTE GUIA?

O Brasil hoje, tem a base da sua economia girando em torno de microempresas e empre-

sas de pequeno porte, o que traz a necessidade de uma profunda reflexão sobre a importância

das mesmas no contexto nacional.

Este guia é o resultado de uma preocupação comum do Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior – MDIC, do Ministério da Justiça – MJ, por intermédio da Secreta-

ria da Reforma do Judiciário, e do Instituto Recupera Brasil – IRB, com a nova lei de recupera-

ção de empresas, especificamente as Microempresas – ME e Empresas de Pequeno Porte –

EPP.

 4 
 

QUAL A IMPORTÂNCIA DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE

PEQUENO PORTE NO CONTEXTO NACIONAL?

Segundo um estudo recente publicado no SEBRAE

(Serviço Brasileiro de Apoio às Microempresas – ME e Empre-

sas de Pequeno Porte – EPP), o Brasil já tem aproximadamente

seis milhões de microempresas e empresas de pequeno porte

e, por este motivo, está no topo da lista de países mais empre-

endedores do mundo.

Este total de empresas corresponde a 97% de todas as empresas existentes no país,

sendo apenas 3% do total formado por empresas médias e grandes.

São as ME e as EPP que movimentam a economia nacional. Elas empregam aproxima-

damente 52% de todos os trabalhadores urbanos do país (aproximadamente 13 milhões de em-

pregos com carteira assinada) e geram 20% do PIB1 Brasileiro, sendo também hoje em dia o

principal mercado que absorve a mão-de-obra formada nos cursos de administração de empre-

sas.

Mas vontade de fazer e entusiasmo não bastam.

Ainda segundo pesquisa realizada pelo SEBRAE, 27% de todas as novas empresas fun-

dadas no Brasil acabam fechando as portas no primeiro ano de vida, e um dos grandes motivos

disso é a falta de planejamento e gestão das ações a serem executadas.

1
 PIB – Produto Interno Bruto representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa 
determinada região (quer seja, países, estados, cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc). O PIB é 
um dos indicadores mais u lizados na macroeconomia com o obje vo de mensurar a a vidade econômica de uma região.

 5 
 

QUAL A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO E DO CONTROLE

PARA AS MP E EPP?

O sucesso de uma organização, de qualquer porte ou segmento, está condicionado à

capacidade que ela tem de atender às necessidades dos clientes / usuários de seus produtos /

serviços e, dessa forma, gerar resultados.

Planejar é um processo que pessoas e organizações devem executar, de forma sistemá-

tica e contínua, e que possibilita definir: o que vai ser feito; com que finalidade vai ser feito; de

que maneira vai ser feito; quem vai fazer; qual o prazo para ser feito; onde vai ser feito; quanto

vai custar.

Após planejar, deve-se partir para o desenvolvimento das ações, iniciando-se por capa-

citar as pessoas a executarem os processos (o que precisa ser feito), com base em um sistema

de informações que possibilite o controle dos resultados obtidos e, se necessário, a correção de

rumos, em um giro constante do ciclo PDCA (planejamento, desenvolvimento, controle e atua-

ção).

Isso muitas vezes não ocorre. Por este motivo, as ME e EPP acabam por enfrentar pro-

blemas para sobreviverem, se manterem ou se desenvolverem no mercado.

 6 
 

COMO CUIDAR DA SAÚDE FINANCEIRA DA EMPRESA?

Como colocado anteriormente, para realizar a gestão de um negócio, é necessária uma

atuação baseada no planejamento e no controle, executada com profissionalismo.

• Por isso, algumas ações simples podem auxiliar na condução da empresa:

• Jamais misture os valores da empresa com seus valores pessoais;

• Negocie as margens de desconto com seus clientes e fornecedores;

• Mantenha um fluxo de caixa, mesmo que simples.

• Administre bem os valores recebidos pela empresa, investindo em melhorias sempre

que possível;

• Pague as dívidas em dia, evitando os juros.

 7 
 

QUAL O PAPEL DA CONTABILIDADE NESSE CONTEXTO?

A contabilidade é um instrumento de apoio à gestão dos negócios, funcionando como su-

porte ao planejamento, ao disponibilizar os dados necessários ao controle.

Dessa forma, contribui de forma decisiva para o sucesso da empresa, ao fornecer infor-

mações econômico-financeiras-sociais para que seus usuários, com base nas mesmas,, possam

tomar suas decisões.

Entende-se o lado econômico como o processo produtivo e operacional em si. Ou seja,

quando estamos falando do lado econômico estamos falando dos custos e das receitas atrela-

dos a operação com o(s) produto(s) que a empresa produz e/ou comercializa.

Já o lado financeiro está trelado à liquidez. Liquidez no sentido de caixa. Em outras pala-

vras, os aspectos relacionados à boa gerência e administração do caixa da empresa. Assim, as-

suntos como o gerenciamento do capital de giro, o gerenciamento do pagamento a fornecedores

e do tempo que se espera para receber as vendas a prazo são assuntos relacionado à área fi-

nanceira.

Tanto o lado econômico como o lado financeiro influenciam os aspectos sociais do mundo

humano, ou seja, a vida social dos indivíduos.

 8 
 

O QUE FAZER EM CASO DE CRISE FINANCEIRA?

Existem inúmeros procedimentos a serem adotados em caso

de uma crise financeira dentro da empresa. Entre eles, podemos

citar a preparação de uma reestruturação interna visando a retoma-

da dos rumos da empresa.

Tal reestruturação baseia-se no planejamento, no desenvolvi-

mento das ações planejadas, no controle, onde vemos se as ações

estão sendo executadas corretamente, se estão atingindo os objeti-

vos a que se prestam, e nas ações para corrigir ou padronizar. Pode-se, ainda, utilizar a ferra-

menta da recuperação judicial. O objetivo é evitar a situação da falência ou insolvência.

Que é falência ou insolvência?

É uma situação jurídica gerada por sentença proferida por um juiz de direito, onde a em-

presa ou sociedade comercial se omite em cumprir com determinada obrigação patrimonial e

então tem seus bens alienados2 para satisfazer todos seus credores.

A Lei de Recuperação de Empresas e Falência vem auxiliar nestes casos, pois viabiliza a

recuperação judicial, com procedimentos transparentes e maior controle do processo por parte

dos stakeholders3 (fornecedores, acionistas, governo, etc.) a aqueles que pelo insucesso no

exercício de sua atividade econômica possam resgatar sua credibilidade, recuperando econômi-

ca e financeiramente a empresa, assegurando equilíbrio nas relações jurídico-econômicas e

contribuindo para o fortalecimento da economia.

Porém, para obter sucesso em um processo de recuperação judicial é necessária uma

verdadeira mudança de paradigma4 da organização.


2
Transferência do domínio de bens de um indivíduo para terceiros, ou de uma empresa aos seus credores.
3
Stakeholders - O termo designa todos os segmentos que influenciam ou são influenciadas pelas ações de uma organização
São eles, fornecedores - podem ser agentes impactando, agentes focados em valor e agentes fortemente impactados; governo -
podem ser agentes impactando, agentes focados em valor e agentes fortemente impactados; futuras gerações - que se situa,
particularmente, dentre os agentes fortemente impactados; acionistas - pode ser agente impactando, agente focado em valor e
agentes impactados, ou ainda, agentes fortemente impactados.
4
Mudança de Paradigma - é uma mudança de pressupostos básicos do campo de conhecimento, uma mudança nas 'regras do
jogo', um novo conjunto de regras.

 9 
 

O QUE É RECUPERAÇÃO JUDICIAL?

A recuperação judicial é uma medida prevista em lei destinada a evitar a falência, proporci-

onando ao empresário devedor a possibilidade de apresentar, em juízo, aos seus credores, al-

ternativas para quitação dos seus débitos.

A recuperação judicial é praticamente uma roupa nova para a concordata, prevista na No-

va Lei de Falências (Lei nº 11.101/2005) em substituição à antiga (Decreto-lei nº 7.661). Uma

das principais alterações está justamente na mudança da concordata – que antes poderia ser

preventiva ou suspensiva – para a recuperação judicial.

Um exemplo: antes, quando um credor entrava na Justiça contra a empresa, esta tinha 24

horas para quitar a dívida. Do contrário, já podia ser iniciado o processo de falência. Agora, tem

cinco dias para apresentar a defesa ou o pedido de recuperação.

 10 
 

COMO FUNCIONA A RECUPERAÇÃO JUDICIAL?

A recuperação judicial pode ser utilizada por empresas de qualquer porte, desde microem-

presas até multinacionais. Na prática, uma empresa de grande porte precisa contratar advogado

e consultoria para entrar com o processo na Justiça e fazer um plano de reestruturação a ser en-

tregue em 60 dias.

O objetivo genérico do Plano de Recuperação Judicial

(PRJ), previsto na Nova Lei de Falências, é permitir às empre-

sas em dificuldades financeiras que voltem a se tornar partici-

pantes competitivas e produtivas da economia. Os beneficiados

serão não somente os controladores, credores e empregados

diretamente envolvidos, mas principalmente, a sociedade como

um todo. Não se deve confundir o Plano de Recuperação Judicial com um alongamento de dívi-

da somente. O plano deve conter os instrumentos que identifiquem, ataquem e superem as cau-

sas para o surgimento do endividamento, acreditando que ele não será apenas meio de ganhar

tempo antes da falência da empresa.

O microempresário e o empresário de pequeno porte necessitam apenas do advogado, por

não precisar do plano citado acima. Para esse segmento, a lei permite o pagamento do débito da

empresa em 36 parcelas mensais consecutivas com carência de 180 dias. Nesse período as

ações judiciais são suspensas.

 11 
 

FASES DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL

O processo de recuperação judicial se divide em três fases:

1ª Fase: Inicio do Processo Perante o Fórum

Empresário ou sociedade empresária em crise apresenta seu pe-

dido (requerimento da recuperação) perante o Fórum da sede da empresa e

passa a se chamar “empresa recuperanda” ou apenas “recuperanda”.

Caso o processo contenha todos os documentos previstos em Lei, o

Juiz aceita o processo e ele segue em diante.

Os documentos previstos em Lei (11.101 art. 51) são os seguintes:

• A exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões

da crise econômico-financeira;

• As demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as le-

vantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observân-

cia da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:

• Balanço patrimonial;

• Demonstração de resultados acumulados;

• Demonstração do resultado desde o último exercício social;

• Relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção;

• A relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou

de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor

atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimen-

tos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente;

 12 
 

• A relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários,

indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de com-

petência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento;

• Certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitu-

tivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores;

• A relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do

devedor;

• Os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplica-

ções financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em

bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras;

• Certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do de-

vedor e naquelas onde possui filial;

• A relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure co-

mo parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valo-

res demandados.

 13 
 

Com a aceitação, pelo Juiz, do requerimento da recuperação apresentado, ocorrem os se-

guintes passos:

a) A empresa recuperanda ganha a proteção de 180 dias, ou seja, nenhum bem poderá lhe

ser tirado pelos credores durante esse prazo;

b) É nomeado o administrador judicial5. Esse será um fiscal da empresa durante todo o pro-

cesso de recuperação;

c) O administrador judicial envia carta aos credores que foram relacionados pela empresa re-

cuperanda quando do ingresso de seu pedido perante o Fórum;

d) A empresa recuperanda precisa apresentar no Fórum seu plano de recuperação em até

60 dias. Esse prazo é importante e não aceita prorrogações. Esse plano de recuperação6

tem grande importância no processo, pois nele que estarão todas as condições que a em-

presa recuperanda estará propondo para pagamento de seus créditos.

2ª Fase: Verificação dos Credores e seus Direitos

Os credores receberão carta encaminhada pelo administrador judicial,

informando quais são seus direitos. Caso o credor não concorde, poderá

contestar (impugnar), apresentando cópias autenticadas dos documentos

que comprovem seus direitos.

5
O Administrador Judicial tem como papel primordial a responsabilidade de organizar e orientar as várias etapas que incidem
sobre a recuperação. É efetivamente o representante do juizado dentro de uma determinada empresa em recuperação.
6
O Plano de Recuperação Judicial (PRJ), permite que empresas em dificuldades financeiras voltem a se tornar participantes
competitivas e produtivas da economia.

 14 
 

3ª Fase: Debates

Os credores e a empresa recuperanda se encontrarão em uma reuni-

ão formal chamada de Assembleia Geral de Credores, em dia e hora deter-

minados através do processo de recuperação, devendo, nessa oportunidade,

chegarem a um acordo se aceitam os termos do plano de recuperação apre-

sentado ou debatem uma nova forma, prazo e valor para pagamento dos cré-

ditos.

Aprovado em Assembleia como se dará o pagamento, a empresa recuperanda segue

com suas atividades normais, sendo fiscalizada por 02 anos pelo administrador judicial.

 15 
 

QUAIS AS VANTAGENS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL?

A principal vantagem da recuperação é proporcionar ao devedor a chance de envolver to-

dos os credores e apresentar um plano de recuperação que, efetivamente, possa ser cumprido

e evite sua falência.

 16 
 

O QUE É O PLANO ESPECIAL PARA RECUPERAÇÃO DE ME E EPP?

As Microempresas (ME) e as Empresas de Pequeno Porte (EPP) têm tratamento diferen-

ciado. A diferença entre elas ocorre em vista ao seu faturamento, qual seja:

I – microempresa, a pessoa jurídica e a firma mercantil individual que tiver receita bruta

anual igual ou inferior a R$ 360.000,00 (Trezentos e Sessenta mil reais) e II – empresa de pe-

queno porte, a pessoa jurídica e a firma mercantil individual que, não enquadrada como mi-

croempresa, tiver receita bruta anual superior R$ 360.000,00 (Trezentos e Sessenta mil reais) e

igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais).

A recuperação judicial das microempresas e empresas de pequeno porte tem um pla-

no especial, que tem regras especificas. Em função da pouca complexidade da recuperação

judicial da microempresa e empresa de pequeno porte, a Lei (artigo 71, da Lei 11.101/2005) de-

fine que essa se operará:

Em 36 (trinta e seis) parcelas mensais, com juros de 1%, ao mês;

A primeira parcela vencerá em 180 (cento e oitenta) dias e

Somente atingirá credores quirografários7.

Para as dívidas fiscais e trabalhistas não há um plano especial, pois as microempresas e

empresas de pequeno porte já possuem benefícios fiscais e trabalhistas em face de seu regime

tributário.

7
 quirografário é um credor de uma empresa em recuperação ou falida que não possui qualquer  po de garan a para receber 
seus créditos.  

 17 
 

O plano especial de recuperação judicial para microempresas e empresas de pequeno por-

te não engloba, também, os credores com garantia real, pois estes devem se acertar contratual-

mente, fora do processo judicial, uma vez que a Lei não previu estes credores.

O plano de recuperação judicial especial para as Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno

Porte (EPP) não respeita a ordem cronológica de recebimento de crédito estabelecida no artigo

83, da Lei 11.101/2005.

Isto acontece devido a tentativa de simplificação do processo de recuperação judicial pa-

ra as sociedades empresárias em tais regimes.

O mesmo vale para o recebimento dos créditos dos credores quirografários, pois em teo-

ria, empresas nesses regimes não possuem dívidas elevadíssimas comparadas a sociedades

empresárias enquadradas em regimes tributários diversos e mais complexos.

Outra característica dos planos especiais e que não haverá nem Assembleias, nem tam-

pouco publicações de editais. Os credores podem apresentar objeções, porém não há intima-

ções para se manifestarem.

A microempresa ou empresa de pequeno porte é que deve comunicar aos seus credores

que está em recuperação judicial. As objeções apresentadas devem se enquadrar no que está

estabelecido na Lei 11.101/2005, nos artigos 70 a 72.

 18 
 

COMO REQUERER A RECUPERAÇÃO JUDICIAL?

O devedor deverá ingressar com um pedido, perante o Fórum onde fica a sede da empre-

sa, demonstrando os motivos de sua crise econômico-financeira e, principalmente, comprovan-

do com dados a sua capacidade em se recuperar.

O juiz deve ser convencido do papel social da empresa, como geradora de empregos e

tributos, bem como de sua viabilidade futura.

O pedido deve obrigatoriamente ser instruído com demonstrações contábeis, relação no-

minal dos credores, entre outros documentos já citados neste guia. Após receber a petição ini-

cial e verificar que todos os requisitos legais foram cumpridos, o juiz nomeará um administra-

dor judicial encarregado de fiscalizar a gestão empresarial.

 19 
 

ESCRITURAÇÃO DAS ME E EPP’S NA LEI DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional

poderão, opcionalmente, adotar contabilidade simplificada para os registros e controles das

operações realizadas.

As microempresas e empresas de pequeno porte, mesmo não optantes pelo simples na-

cional, poderão também adotar a escrituração contábil simplificada. A permissão legal de adotar

uma escrituração contábil simplificada não tira a obrigação da microempresa e da empresa de

pequeno porte de manter escrituração contábil uniforme dos seus atos e fatos administrativos

que provocaram ou possam vir a provocar alteração do seu patrimônio.

A microempresa e a empresa de pequeno porte devem elaborar, ao final de cada

exercício social, o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado. É facultada a

elaboração dos demais demonstrativos.

 20 
 

A SOLUÇÃO DE CONFLITOS ATRAVÉS DA CÂMARA DE MEDIAÇÃO

ESPECIALIZADA EM PROCESSOS DE RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS

Crescente em nosso país, cada vez mais tem se ouvido falar na mediação e na concilia-

ção como meios alternativos na solução de pendências, visando sempre o acordo e, na maioria

das vezes, dando andamento ao negócio de forma produtiva.

Como exemplos desta atuação, podem ser citados: a recuperação de grandes créditos -

inclusive por credores estrangeiros e junto a órgãos públicos e empresas falidas - arrendamen-

tos de parques industriais nos autos do processo falimentar, financiamentos internacionais des-

cumpridos, indenizações envolvendo todos os tipos de danos, fusões e aquisições, dentre ou-

tros.

Com efeito, a negociação e a mediação constituem meios alternativos eficazes para solu-

ção de conflitos. No primeiro caso o profissional é contratado para defender o interesse de uma

das partes, já no segundo caso o profissional é um terceiro que visa agilizar, buscar a solução

entre as partes envolvidas no litigio.

Para se ter efetividade nas ferramentas acima elencadas os profissionais envolvidos de-

vem ter conhecimento de todo o contexto do problema, o histórico das partes envolvidas, o seu

 21 
 

mercado e seus concorrentes, seus dilemas atuais e o quê os geraram para, por fim, assimilar e

“desenhar” as possíveis alternativas para a solução.

Para tanto, exige-se do profissional, por exemplo, conhecimentos de análise contábil, ma-

temática financeira, etc. Tais conhecimentos devem ser aplicados de acordo com cada caso que

esteja sendo mediado ou negociado.

Ambas as medidas alternativas - negociação e mediação - devem buscar principalmente

restabelecer as relações abaladas pela situação. Caso contrário é provável que a situação tor-

ne-se um problema de difícil solução.

Por muitas vezes, cabe ainda ao profissional analisar e concluir que deve provisoriamente

“deixar” a condução do projeto, alterando o interlocutor.

Esse mecanismo nos leva a se evitar o desgaste das relações e, certamente, traz grande

vantagem na negociação ou da mediação, ou seja, a satisfação pelo resultado é o ponto central

do projeto, desafogando o judiciário, além dos demais problemas usuais da Justiça, tais como a

morosidade, a burocracia e o formalismo.

 22 
 

INFORMAÇÕES ÚTEIS

Ministério da Justiça
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