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Esta nova perspectiva vai buscar contributos quer às Ciências Sociais (com
destaque para Sociologia e para a Economia) e, claro, à robótica. Sobre
esta última, é importante o contexto de um Sistema Multi-Agente, no qual
os agentes sabem que estão inseridos numa comunidade de agentes, em
que especificamente cada um deles, têm objectivos e capacidades
próprias diferentes (ou não), mas todos cooperam entre si, na tentativa de
alcançarem a resolução de um determinado problema.
Robótica institucionalista?
O trabalho já iniciado por Porfírio Silva e Pedro Lima irá agora ter
continuidade com um grupo multidisciplinar em que um dos desafios a
ultrapassar será o de implementar a estratégia proposta no paper
galardoado, primeiro em simulações e, depois, em robots físicos.
A aventura do artificial
Pode saber mais sobre vida artificial pelas palavras do próprio Porfírio
Silva no blogue de que é autor: http://maquinaespeculativa.blogspot.com/
Porfírio Silva: O tema da autonomia tem vários aspectos que têm de ser
conjugados. Em primeiro lugar, quando se fala de "robots autónomos",
geralmente quer-se dizer que os robots fazem certos movimentos ou
cumprem certas funções num dado ambiente, sem estarem a ser
controlados por um humano, sendo capazes de responder a circunstâncias
relativamente imprevistas de uma forma determinada pelo seu próprio
sistema de controlo e não por um operador externo. Quando vemos duas
equipas de robots a jogar futebol, estando cada um dos robots entregue a
si mesmo e a desempenhar aquele papel de jogador numa equipa contra
outra, ficamos de facto impressionados, porque não tem nada a ver com
um braço robótico na linha de montagem de automóveis a fazer sempre a
mesma coisa. Mas podemos dizer, em segundo lugar, que os robots não
são verdadeiramente autónomos porque não têm as suas próprias metas,
apenas as metas que foram definidas pelos seus programadores. Talvez
uma criatura artificial só possa ter verdadeira autonomia (metas próprias)
se tiver de "lutar pela vida" (por exemplo, recarregar as suas baterias) e se
tiver de manter dentro dos limites homeostáticos certos parâmetros do
seu mecanismo interno. Contudo, e este é o terceiro ponto, mesmo um
agente autónomo não é, em geral, auto-suficiente, é dependente de
certos recursos e, por vezes, necessita de certas acções de outros agentes
para aceder a esses recursos. Ora, estes diferentes aspectos da questão da
autonomia provavelmente serão válidos tanto para os humanos como
para "criaturas" artificiais suficientemente sofisticadas para constituírem
uma "sociedade". Acredito que há diferenças entre humanos e robots,
mas estamos longe de ter uma compreensão clara de quais serão as
diferenças realmente irredutíveis.
Porfírio Silva: Há muito trabalho a ser feito para vir a usar equipas de
robots em tarefas de utilidade prática, como por exemplo para entrarem
como equipa de reconhecimento num local acidentado onde não possam
entrar humanos antes de conhecer as reais condições de segurança. Mas
não tenho a pretensão, pelo menos para já, de antecipar se esta nova
abordagem virá a ter aplicação directa desse tipo.