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A pedofilia em seu aspecto psicológico e jurídico

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Publicado por Ana Carolina Deda Santos

RESUMO

Na Grécia antiga, a pedofilia denotava a afeição espiritual de


um homem adulto por um garoto, e, por conseguinte, não
possuía significado e conteúdo obscenos, visto que tinha o
intuito pedagógico de preparação e inserção do rapaz na
sociedade ateniense, para que o mesmo pudesse gozar de
seus direitos e deveres de cidadão.

O presente trabalho conterá os significados da palavra


Pedofilia, a saber: psicológico, patológico e jurídico; os
diversos tipos de pedófilo: abusadores e molestadores; os
crimes que são praticados contra crianças e adolescentes
(estupro, pornografia infantil, exploração sexual infanto-
juvenil), a exemplo de um garoto de 14 anos que saiu para
comprar pão em uma padaria, situada no Conjunto
Tiradentes, no bairro América, que foi estuprado e teve seu
intestino perfurado; o princípio da dignidade da pessoa
humana; a análise das legislações sobre o tema ora suscitado,
voltado para o estudo do Estatuto da Criança e do
Adolescente, Direito Penal e das Leis Esparsas.
PALAVRAS-CHAVE: Criança; Adolescente; Pedofilia.
INTRODUÇÃO

O presente artigo científico enfocará o princípio da dignidade


da criança e do adolescente nos crimes de Pedofilia, em que
serão expostos os diversos conceitos (patológico, psicológico
e jurídico).
Este trabalho se justifica em um primeiro plano pela
preocupação em relação ao crescente aumento dos casos
envolvendo abusos sexuais, estupro, pornografias praticadas
contra crianças e adolescentes, fatos estes bastante
preocupantes e de interesse de toda a sociedade. É
inadmissível que as pessoas ainda em desenvolvimento
sejam violentadas sexualmente por indivíduos próximos a
elas, na maioria das vezes pais, parentes, vizinhos, amigos da
família e etc. Aproveitando-se da sua fragilidade para
satisfazer a sua lascívia.

O tema em epígrafe é de enorme relevância, uma vez que os


aplicadores de Direito juntamente com os psicólogos e
autoridades legislativas, apesar da existência de matérias
para prevenir e repreender as redes sociais de exploração
sexual infantil, não as utilizam de forma a combater a
pedofilia.

A doutrina vem alertando para as ocorrências de tais delitos,


como também sobre a edificação das normas jurídicas à luz
da premissa da prevalência dos interesses da criança e do
adolescente.

A tutela do direito penal, no campo dos crimes sexuais, deve


ser absoluta, quando se tratar de criança (menor de 12 anos),
mas relativa ao cuidar dos adolescentes (maiores de 12anos).
(NUCCI, 2010, p. 928).

Muito mais que inovações marcantes, o Estatuto da Criança e


do Adolescentesintetizou um movimento de edificação de
normas jurídicas assentado na participação popular, à luz da
premissa da prevalência dos interesses de seus destinatários
principais: crianças e adolescentes. Seu método de produção
foi o da mobilização social, o do amplo debate, o do
engajamento na luta pelos direitos humanos, o da
solidificação da democracia (PAULA, 2004, p. 40).
A pesquisa adotou os métodos: estatístico donde se utiliza de
estatística para a investigação de um objeto de estudo e
indutivo, pois se busca construir leis e teorias a partir de
dados particulares, pelo uso de mecanismos lógicos e de
generalização.

Foram utilizados vários livros doutrinários, legislações,


projeto científico, sites da internet para o êxito do trabalho.

PEDOFILIA
Segundo o dicionário Aurélio (1993), a pedofilia é conhecida
etimologicamente de paedophilia
erótica ou pedosexualidade; é a perversão sexual, na qual a
atração sexual de um indivíduo adulto está dirigida
primariamente para crianças pré-púberes (ou seja, antes da
idade em que a criança entra na puberdade) ou no início da
puberdade. A palavra pedofilia vem do grego antigo
que “paidophilos” significa pais = criança e “phileo” significa
amar, ou seja, amor de um adulto pelas crianças.
Com o passar do tempo, o termo pedofilia foi se modificando,
ampliando o seu sentido original. Hoje é usado para
caracterizar todos os comportamentos pervertidos,
inadequados socialmente contra a criança e o adolescente.

Quando tratada pelo lado patológico a pedofilia é


considerada um transtorno de preferência sexual,
classificada como parafilia, que significa “para” = desvio e
“filia” = aquilo para que a pessoa é atraída, ou seja, a
pedofilia é tratada como uma preferência sexual, por
crianças de idade pré-puberal ou no início da puberdade.
Saindo do campo psicológico e entrando no âmbito jurídico
atual, encontra-se no Código Penal, na parte Especial
destinada aos Crimes contra os Costumes, no Título VI,
Capítulo II (dos crimes sexuais contra vulnerável), o estupro
contra vulnerável.
Art. 217-A: Ter conjunção carnal ou praticar outro ato
libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Pena – reclusão de 8 (oito) a 15 (quinze) anos

§ 1º: Incorre na mesma pena quem pratica as ações


descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou
deficiência mental, não tem o necessário discernimento
para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa,
não poder oferecer resistência.

§ 2º(VETADO)

§ 3º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza


grave: Pena – reclusão, de 10 (dez) a 20 (anos).

§ 4º Se da conduta resulta morte: Pena – reclusão, de 12


(doze) a 30 (trinta) anos.

A Lei 12.015 de 07 de agosto de 2009 revogou o


art. 224 do Código Penal, acabando com a presunção
absoluta do crime de estupro praticado contra menores de 14
anos, previsto no art. 217-A do mesmo diploma Repressor,
dando a nomenclatura de vulnerabilidade, que pode ser
absoluta ou relativa. Como se observa no pensamento do
Guilherme de Souza Nucci (2010, p. 928), “A tutela do
direito penal, no campo dos crimes sexuais, deve ser
absoluta, quando se tratar de criança (menor de 12 anos),
mas relativa ao cuidar dos adolescentes (maiores de
12anos)”.
O conceito de abuso sexual está inserido no de pedofilia. O
abuso sexual ou violência sexual na infância e adolescência
ocorre quando essas vítimas são usadas para satisfazer um
adulto ou adolescente mais velho, incluindo desde a prática
de carícias, manipulação da genitália, mama ou ânus,
exploração sexual, voyeurismo, pornografia, exibicionismo,
até o ato sexual, com ou sem penetração. Em qualquer caso,
a lei brasileira considera vulneráveis pessoas despidas de
proteção, passíveis de sofrer lesão, no campo sexual, os
menores de 14 anos, os enfermos e deficientes mentais,
quando não tiverem o necessário discernimento para a
prática do ato, bem como aqueles que, por qualquer causa,
não possam oferecer resistência à prática sexual.

A recente reforma do Código Penal eliminou a antiga


denominação acerca da presunção de violência prevista no
artigo 224 do referido código, proibindo a relação sexual
mantida com as vítimas acima elencadas.
Nos casos de abuso sexual o ato libidinoso é o mais
frequente. Inicialmente através de manobras de sedução e
intimidação, seguidas de ameaças à própria criança ou algum
membro de sua família, comumente à mãe. O agressor obriga
essa criança a praticar atos que não incluam a penetração
vaginal, para não caracterizar o estupro, mas sim as mais
variadas formas de contato sexual, constantemente incluindo
sexo oral e penetração anal. A maioria dos abusos sexuais
cometidos contra crianças e adolescentes ocorre dentro de
casa e são perpetradas por pessoas próximas, que
desempenham papel de “cuidador” destas.

CONSEQUÊNCIAS DA
PEDOFILIA
Partindo do princípio que não existe um tipo próprio para a
Pedofilia, o que está tipificado no ordenamento jurídico são
as suas condutas, que serão analisadas uma por uma, a
saber: estupro, atentado violento ao pudor (junção do crime
após o advento da lei 12015/2009); pornografia infantil.
Art. 213:“Constranger a mulher à conjunção carnal,
mediante violência ou grave ameaça. Pena – reclusão de 6
a 10 anos.

O estupro é o tipo penal, no qual o agente constrange a


mulher de forma violenta ou mediante grave ameaça a
praticar com ele a conjunção carnal, com isso, de acordo com
o ensinamento de Greco, subtraem-se os elementos do delito
em estudo.

Dessa forma podemos destacar os seguintes elementos: a)


conduta de constranger a mulher, b) com a finalidade de com
ela praticar a conjunção carnal, c) mediante emprego de
violência ou grave ameaça. Violência diz respeito a vis
corporalis, vis absoluta, ou seja, a utilização de força física,
no sentido de subjulgar a vítima, para que com ela possa
praticar a conjunção carnal. Grave ameaça, ou vis
compulsiva pode ser direta, indireta, implícita ou explícita.
Assim por exemplo, poderá ser levada a efeito diretamente
contra a própria pessoa da vítima, ou pode ser empregada
indiretamente, contra pessoas ou coisas que lhe são
próximas, produzindo-lhe efeito psicológico, no sentido de
passar a temer o agente. Por isso, a ameaça deverá ser séria,
causando na vítima o temor de seu cumprimento (GRECO,
2008, p.466-467).

Trata-se de crime de mão – própria (uma vez que a conduta


só poderá ser realizada contra a mulher), doloso, comissivo
(admitindo a omissão imprópria), material, instântaneo, de
dano, de forma vinculada (o delito só ocorre quando houver
a penetração do pênis do homem na vagina da mulher),
monosubjetivo, plurissubsistente, não transeunte (como
regra).

O bem juridicamente protegido pelo tipo penal de estupro é a


liberdade sexual da mulher, a qual tem a sua dignidade
ameaçada, pois se sente humilhada na prática do ato sexual,
já que não é livre para dispor do seu próprio corpo.

A sua consumação ocorre quando o pênis for efetivamente


penetrado de forma total ou parcial na vagina da mulher.

O constrangimento deve ser praticado contra a mulher, deve


ser dirigido finalisticamente a prática da conjução carnal,
vale dizer a realização sexual normal, isto é o coito vagínico
que compreende a penetração do pênis do homem na vagina
da mulher. Dessa forma só poderá haver estupro quando
estivermos diante de uma relação heterossexual (GRECO,
2008, p. 466).

O estupro primeiro dos crimes contra a liberdade sexual é


definido no art 213do CPC, alterado com relação à pena pelo
art. 6º da lei 8.072/90:”Constranger a mulher à conjunção
carnal mediante violência ou grave ameaça:Pena - reclusão
de seis a dez anos”. Trata-se de um delito de um
constrangimento ilegal em que se visa a prática de conjunção
carnal. O nome juris deriva de strupum, termo do direito
romano que abrangia todas as conjunções carnais
(MIRABETE, 2009, p. 378).
O atentado violento ao pudor é o tipo penal previsto no art.
214, em que o agente visa constranger alguém a praticar
mediante violência ou grave ameaça ato libidinoso diverso da
conjunção carnal.

art. 214:Constranger alguém mediante violência, ou grave


ameaça a praticar ou permitir que com ele se pratique ato
libidinoso diverso da conjunção carnal: Pena – reclusão de
6 (seis) a 10 (dez) anos.

Por meio da análise da mencionada figura típica, podemos


destacar os seguintes elementos: a) a conduta de constranger
a vítima; b) mediante o emprego de violência ou grave
ameaça; c) com a finalidade de fazê-la praticar ato libidinoso
diverso da conjunção carnal; ou permitir que com ele
pratique tal ato de libidinagem (GRECO, 2008, p. 49).

Crime comum, tanto em relação ao sujeito ativo quanto


passivo; doloso; comissivo (podendo ser praticada omissão
imprópria quando o agente gozar do status de garantidor);
material; de dano; instantâneo; de forma livre;
monossubjetivo; plurissubsistente; não transeunte
(dependendo da forma como é praticado, o crime poderá
deixar vestígio, a exemplo sexo anal, caso contrário será
difícil a sua constatação por meio de perícia, oportunidade
em que será considerado um delito transeunte).

A consumação do delito supracitado, ocorre a partir do


momento em que o agressor utilizando da grave ameaça e da
violência obriga a vítima a reallizar o ato libidinoso diverso
da conjunção carnal.

O constrangimento empregado pelo agente pode ser dirigido


a duas finalidades diversas, como se percebe pela redação do
art. 214 do Código Penal. Na primeira delas o agente obriga a
própria vítima a praticar um ato diverso da conjunção carnal.
A sua conduta portanto é ativa, podendo atuar sobre seu
próprio corpo com atos de masturbação, por exemplo; no
corpo do agente que a constrange, praticando v. G, sexo oral;
ou ainda, em terceira pessoa, sendo assistida pelo agente. O
segundo comportamento é passivo. Nesse caso a vítima
permite que com ela seja praticado ato libidinoso diverso da
conjunção carnal, seja pelo próprio agente que a constrange,
seja por um terceiro a mando daquele. Dessa forma o papel
da vítima pode ser ativo, passivo, ou ainda simultaneamente
ativo e passivo”(GRECO, 2008 p, 500).
A esse respeito, no sentido de ampliar os estudos sobre o
estupro ressalta-se o posicionamento abaixo:

O crime de atentado violento ao pudor está definido no


art. 214 do CP, com a pena alterada pelo art. 6º da Lei
nº 8.072/90: Constranger alguém mediante violência ou
grave ameaça a praticar ou permitir que com ele se
pratique ato lidinoso diverso da conjunção carnal: Pena –
reclusão de seis a dez anos. Dando acolhida aos
doutrinadores que consideram certos crimes de abuso
sexual tão graves como estupro (o coito anal, p. Ex.), o
legislador equiparou a pena dos dois delitos. O
art. 263 do ECA criara a figura do atentado qualificado
quando a ofendida fosse menor de 14 anos, cominando pena
de três a nove anos. Entretanto com o advento da
lei 8.072/90, que elevou a pena do delito simples para
reclusão de seis a dez anos, no art. 6º aquele dispositivo foi
revogado por ser imcompatível com este (art. 1º da LICC)
não podendo ser punível com pena menos severa um delito
quando previsto de uma qualificadora (MIRABETE, 2009,
p. 383).

Antes da reforma do Código Penal, somente a mulher


poderia ser violentada sexualmente. Com o advento da lei
acima exposta, o homem pode ser vítima de abuso sexual.
Sendo assim, agora o tipo penal passa a ter uma nova
roupagem, transcrito da seguinte forma:
Art. 213: Constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça.

É acertada a lição de Guilherme de Souza Nucci (2010, p.


901) no sentido que: “Constranger alguém significa tolher a
liberdade, forçar ou coagir”

Elemento subjetivo do tipo é o dolo. Não existe a forma


culposa. Há, também, a presença do tipo específico,
consistente em obter a conjunção carnal ou qualquer ato
libidinoso, satisfazendo a lasciva (NUCCI, 2010, p. 904).

O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa do mesmo modo do


sujeito passivo. A alteração provocada pela Lei 12015/2009
Transformou o delito de estupro em crime comum. Há
variadas formas de realização e os envolvidos no delito
podem ser homem-mulher; mulher-homem; homem-
homem; mulher-mulher; assim sendo deixa de se falar em
crime próprio. É importante falar que a cópula pênis-vagina,
caracterizadora da conjunção carnal, demanda apenas a
existência de homem-mulher, mas pouco interessa quem é o
sujeito ativo e passivo (NUCCI, 2010, p. 904-905).
Admitem-se a participação quanto à coautoria. Exemplo: a)
quando uma mulher segura a outra (praticando, pois parte
do tipo penal), o homem mantém com a vítima a conjunção
carnal. Há coautoria entre a mulher e o homem agressores;
b) quando uma mulher instiga o homem a estuprar a vítima
há participação (NUCCI, Op. Cit., p. 906).

Para haver concurso de agentes por ocasião da prática de


estupro, não é exigível que todos estejam no mesmo
ambiente, constrangendo ao mesmo tempo a vítima,
bastando que se apresente no mesmo cenário, dando apoio, a
uma prática delituosa do outro (NUCCI, Op. Cit., p.906).

Ato libidinoso é o ato voluptuoso, lascivo, que tem por


finalidade satisfazer o prazer sexual, tais como o sexo oral ou
anal, o toque em partes íntimas, a masturbação, o beijo
lascivo, a introdução na vagina dos dedos ou de outros
objetos dentre outros. Quanto aos beijos excluem-se os
castos, furtivos, o brevíssimo tais como os dados na face ou
rapidamente nos lábios (“selinhos””.(NUCCI, Op. Cit., p.
907).

Na anterior redação do Código Penal, os crimes dos art. 213 e


214 eram considerados de espécies diferentes, segundo
doutrina e jurisprudência majoritárias de forma que podia
haver concurso de material entre as duas infrações. Se o
agente, exemplificando, mantivesse conjunção carnal e em
seguida coito anal com a vítima, configurados estariam dois
crimes hediondos em concurso material. O advento da
lei 12015/2009, unificando o estupro e o atentado violento
ao pudor, na figura do art. 213, faz desaparecer ao concurso
material entre a conjunção carnal forçada e outro ato
libidinoso forçado, contra a mesma vítima, no mesmo local e
hora. O tipo é misto alternativo, constituindo crime único a
prática de qualquer sequência de atos libidinosos (incluindo,
por óbvio a conjunção carnal). Porém, se a conjunção carnal
for praticada em um determinado dia e, em outra data,
contra vítima diversa ocorrer ato libidinoso, ambos violentos,
é de se admitir o crime continuado, pois estaríamos diante de
dois estupros, crime da mesma espécie. Se os delitos forem
cometidos antes do advento da lei12015/2009, configurando
concurso material entre estupro e atentado violento ao
pudor, cabe ao juiz da execução penal em face da aplicação
da lei mais benéfica ora existente, unificar as penas,
reconhecendo se presentes os requisitos do art. 71, o crime
continuado (NUCCI, Op. Cit., p. 912-913)
O exame de corpo de delito é prescindível. Pode demonstrar
a ocorrência do estupro por outras provas, inclusive pela
palavra da vítima quando convincente e segura. Nesse
sentido STJ: A configuração do crime de estupro prescinde
da realização do corpo de delito sem suficiente a
manifestação inequívoca e segura da vítima quando em
consonância com os demais elementos probatórios
delineados no bojo da ação penal (HC 8720 – RJ, 6ª T., rel.
Vicente Legal, 16.11.1999, v. U., DJ 29.11.1999, p.126). TJDF:
Irrelevante o laudo negativo do exame de corpo de delito. A
materialidade do crime de atentado violento ao pudor [hoje,
estupro], prescinde da realização do corpo de delito, porque,
nem sempre deixa vestígio detectáveis, sendo que a palavra
da vítima corroborada por prova testemunhal idônea, tem
relevante fator probante e autoriza a condenação quando em
sintonia com outros elementos de provas (AP
2000031011076-7,1.ª T., REL. Mario Machado, 19.07.2007,
v. U.) (NUCCI Op. Cit., p. 913).

Pornografia infantil é o tipo penal em que o agente expõe a


imagem da criança e do adolescente na internet. Suas vítimas
estão resguardadas de proteção como prevê o Estatuto da
Criança e do Adolescente em seu artigo 240, que veda a
produção e a direção em representação teatral, televisiva,
cinematográfica, atividade fotográfica ou de qualquer outro
meio visual que envolva a criança ou adolescente em cenas
pornográficas, de sexo explícito ou vexatório, culminando
uma pena de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. Tal
dispositivo foi criado para coibir a prática da pedofilia.
Consuma-se o crime quando o agente realiza qualquer ato
concreto de produção ou direção, bem como a participação
de terceiro na representação. Embora seja difícil a
configuração da tentativa, ela é possível.
As condutas típicas do art. 241 do mesmo diploma repressor
são as seguintes: a) apresentar (expor a imagem da criança
ao público, seja pessoalmente ou utilizando os meios de
comunicação); b) produzir (no sentido de originar e não
definanciar, patrocinar, supervisionar como ocorre no artigo
antecedente); c) vender (negociação habitual ou não da
criança); d) fornecer (doação da criança com ou sem fins
lucrativos); e) divulgar (diferentemente da publicação na
divulgação, há a necessidade do objeto corpóreo).

A consumação ocorre quando o agente apresenta, produz,


vende, fornece, divulga, pública fotografias ou imagens com
pornografia ou cenas de sexo explícito envolvendo criança ou
adolescente, ou agencia, autoriza, facilita ou intermedia a
participação de criança ou adolescente nessa espécie de
produção. Admite-se a tentativa nos crimes
plurissubsistentes, visto que o iter criminis pode ser
fracionado.

PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA
PESSOA HUMANA
O princípio da dignidade da pessoa humana é um princípio
basilar de qualquer indivíduo e está consagrado no
artigo 1º, III da Carta Magna, constituindo um fundamento
do Estado, no qual a sua estrutura deve visar de forma
prioritária a proteção do ser humano, como também no
artigo 3º que elenca os objetivos fundamentais do Estado.
Ser uma pessoa digna é possuir valores espirituais e morais,
manifestados singularmente na autodeterminação consciente
e responsável da própria vida e que traz consigo a pretensão
ao respeito das demais pessoas, impondo limites para
exercer os direitos fundamentais, sem jamais menosprezar a
necessária estima que merecem todos os indivíduos
enquanto seres humanos.
De acordo com Canotilho, o direito da dignidade da pessoa
humana fundamenta e confere unidade aos direitos
fundamentais, bem como os pessoais (direito à vida, à
integridade física e moral etc.) até aos direitos sociais (direito
ao trabalho, à saúde, à habitação) passando pelos direitos
dos trabalhadores (direito à segurança no emprego,
liberdade sindical, etc.), assim como à organização
econômica (princípio da igualdade, da riqueza econômica e
dos rendimentos, etc).

A igualdade exerce uma dupla função (formal e material),


constituindo um pressuposto essencial da dignidade da
pessoa humana. Sob a ótica da dimensão material da
igualdade, resta implícito o direito das crianças e dos
adolescentes de terem respeitada sua peculiar condição de
pessoa em desenvolvimento.

A palavra “pessoa” demonstra que todas as crianças e


adolescentes são capazes de direitos e deveres na ordem
jurídica, também serve para revelar a importância individual
de cada ser – porque utilizada no singular, isto é, todos os
seres humanos têm direito de serem tratados de forma digna,
mesmo durante sua fase de amadurecimento físico e mental.
Em que pese atualmente isto possa parecer óbvio, nem
sempre foi assim. Durante muito tempo, crianças e
adolescentes foram tratados como seres mal-formados,
relegados à boa-vontade dos mais velhos.

Na Roma Antiga, os filhos não eram sujeitos de direitos, mas


sim objeto de relações jurídicas, sobre os quais o pai exercia
um direito de proprietário. Na Grécia Antiga, onde se
primava pela preparação de grandes guerreiros, as crianças
eram entregues, por seus pais, ao Estado, que mantinha viva
apenas as crianças fortes e saudáveis.

Durante a Idade Média, a Igreja proclamava que os filhos


nascidos fora do casamento, fossem eles de filiação natural
ou ilegítima, deveriam permanecer à margem do Direito, por
violarem o modelo moral imposto.

No Brasil dos anos de 1830 a 1924, viveu-se a etapa penal


indiferenciada, na qual crianças e adolescentes eram
internadas nos mesmos estabelecimentos criminais
destinados a adultos. Já na década de 20, em que se delineia
a etapa tutelar, crianças e jovens pobres e/ou delinquentes
passam a ser objeto de medidas assistenciais e de proteção.

Cumpre evidenciar que, como na etapa tutelar os menores


eram apenas objeto da norma – e não sujeitos de direitos -,
havia muita dificuldade em se exigir judicialmente a
construção de obras e a prestação de serviços públicos
voltados diretamente a eles.

TIPOS DE PEDÓFILO
Existem duas categorias de pedófilos, a saber: a) abusador;
b) molestador (situacional - regredido, inescrupuloso e
inadequado -; preferencial - sedutor, sádico ou introvertido
-).

a) Abusadores

O tipo mais comum de pedófilo abusador é o indivíduo que é


imaturo. Em algum ponto da vida ele descobre que pode
obter com criança níveis de satisfação sexual que não
consegue alcançar de outra maneira. Trata-se de solitário e a
falta de habilidade social acaba levando-o a mergulhos cada
vez mais profundos e fantasiosos na pedofilia. Seu
comportamento é expresso de forma menos invasiva (usam
de carícias discretas) dificilmente usam de violência, o que
muitas vezes dificulta que a criança e outras pessoas
descubram o fato. Tende a se envolver com pornografia
infantil, pela internet ou utilizando de fotografias diferentes
dos molestadores. (PERFIL PSICOLÓGICO E
COMPORTAMENTAL DE AGRESSORES SEXUAIS DE
CRIANÇAS, 2009).

b) Molestadores

Os molestadores de crianças em sua maioria apresentam


motivações variadas para seus crimes, que raramente têm
origem em transtornos formais da preferência sexual.
(PERFIL PSICOLÓGICO E COMPORTAMENTAL DE
AGRESSORES SEXUAIS DE CRIANÇAS, 2009).

b.1) Molestador Situacional (pseudopedófilo)

Para este indivíduo a criança não é especialmente o objeto


central da sua fantasia, logo não pode ser diagnosticado
pedófilo, na acepção estrita do termo.

Alguma circunstância contingente impede a gratificação


sexual através da criança o que ocorre mais pela fragilidade
dela e pelo fato de não ser descoberto do que pelo fato de ser
pré-púbere – daí a denominação “situacional.” Esse tipo de
molestador frequentemente é casado e vive com a família,
mas se alguma situação de estresse acontece, ele é levado a
sentir-se mais confortável com criança. Na maioria das vezes
ataca meninas. Se a preferência for por meninos, é provável
que neste caso o agressor seja homossexual. A maioria dos
agressores desse tipo pertence a classes socioeconômicas
mais baixas e são menos inteligentes. Seu comportamento
sexual está a serviço das suas necessidades básicas sexuais
(excitação e desejo) ou não sexuais (poder e raiva). São
impulsivos, focalizam as características gerais das vítimas
(idade, raça e gênero) e os primeiros critérios da escolha são
a disponibilidade e a oportunidade. Entre os molestadores de
crianças situacionais existem três perfis: regredido,
inescrupuloso e inadequado. (PERFIL PSICOLÓGICO E
COMPORTAMENTAL DE AGRESSORES DE CRIANÇA,
2009).

b.1.1) Molestador Situacional Regredido

Segundo alguns autores, o indivíduo com esse perfil, em


razão de vivências intensas de estresse, regride a estágios
anteriores de desenvolvimento, para se sentir seguro e à
vontade, passa a interagir melhor com pessoas tão
fragilizadas como ele naquele momento. Por esse motivo não
ataca crianças. Para satisfazer os seus desejos sexuais utiliza-
se de outro grupo vulnerável, como idoso, deficientes físicos
ou mentais. Esse tipo de molestador apresenta tipo de vida
estável, financeira e geograficamente. Deve estar empregado,
mas no seu histórico podem constar alguns problemas
relativos a abuso de substâncias alcoólicas. Tem prazer em
seduzir, diminuindo assim seus problemas com autoestima,
que provavelmente acontece, e mantém várias vítimas
seduzidas em estágios diferentes esperando sua ação. A
internet é um meio de busca de alvos para esse agressor cujo
comportamento é composto de sexo oral e vaginal. O uso de
pornografia infantil melhora seu desempenho e a conquista
da vítima. É frequente este tipo de molestador infantil
colecionar filmes, caseiros e/ou fotografias das crianças que
foram suas vítimas. (PERFIL PSICOLÓGICO E
COMPORTAMENTAL DE AGRESSORES DE CRIANÇA,
2009).

b.1.2) Molestador Situacional Inescrupuloso (moral ou


sexual)

Esse agressor abusa de quem está disponível para satisfazer


suas necessidades sexuais e o fato de atacar faz parte de seu
contexto, não sendo a prioridade. Molestar a criança faz
parte do abuso geral em sua vida, pois tem o hábito de usar e
abusar das pessoas. Esse indivíduo mente, trapaceia, furta e
não vê motivo para não molestar crianças. Usa força,
manipulação para conquistar sua vítima. É um sujeito
charmoso, considerado por pessoas e crianças à sua volta. Se
for casado é tipo de homem que troca de mulher a toda hora.
(PERFIL PSICOLÓGICO E COMPORTAMENTAL DE
AGRESSORES DE CRIANÇA, 2009).

b.1.3) Molestador Situacional Inadequado

Alguns autores enfatizam que esse molestador sofra de


alguma forma de algum transtorno mental (retardo mental,
senilidade etc.) que o impossibilita de saber a diferença entre
certo e errado em suas práticas sexuais, ou seja, o caráter
delituoso de seus atos. Em geral, não manifesta
comportamento agressivo, isto é, não machuca a criança
fisicamente, pois suas práticas sexuais envolvem em abraçar,
acariciar, lamber ou outros atos libidinosos que incluem a
relação sexual. Quando mantém a relação sexual, esta tende
a ser anal ou oral. (PERFIL PSICOLÓGICO E
COMPORTAMENTAL DE AGRESSORES DE CRIANÇA,
2009).

b.2) Molestador Preferencial

Para o molestador desse grupo, a gratificação sexual só será


alcançada se a vítima for uma criança. Na realidade
americana os agressores desse grupo tendem a ser mais
inteligentes que a média da população e pertencem a classes
sociais mais elevadas. Seu comportamento está a serviço das
suas parafilias e é persistente e compulsivo, orientado por
suas famílias. Focalizam a sua ação em vítimas específicas no
seu relacionamento com elas ou no cenário dos fatos. Alguns
colocam em prática as fantasias que têm vergonha de
executar com um parceiro adulto. O número de crianças
vítimas desse agressor é altíssimo e ele costuma atacar mais
meninos do que meninas. A característica marcante deste
molestador é a violência extrema que chega até o homicídio.
Ele pode ser do tipo sedutor, sádico ou introvertido. (PERFIL
PSICOLÓGICO E COMPORTAMENTAL DE AGRESSORES
DE CRIANÇA, 2009).
b.2.1) Molestador Preferencial Sedutor

De acordo com Holmes e Homes, esse perfil representa um


dos grupos mais perigosos, visto ser difícil para a criança
afastar de suas mãos. Geralmente ele corteja, presenteia e
seduz seus alvos e é capaz de percorrer qualquer distância
para alcançá-los. Em princípio esse opressor não quer
machucar a criança. Fica íntimo dela antes de molestá-la, e
insinua gradativa e indiretamente assuntos sexuais,
utilizando de pornografia infantil e parafernália sexual. Esse
material tem como objetivo diminuir as inibições da vítima e
criar nela a possibilidade de ela manter sexo com um adulto.
Normalmente é solteiro, tem mais de 30 anos e estilo de vida
e comportamento infantilizados. Para que esse tipo de
molestador infantil possa estar em constante contato com
seus alvos, deixando crianças em vários estágios de sedução é
necessário que o contato seja legítimo. Sendo assim as
profissões escolhidas por esse tipo daquelas em que as
crianças são partes inquestionáveis, como funcionário de
escolas, monitores de acampamento, técnico esportivo,
motorista de ônibus escolar, fotógrafos, padres, etc. (PERFIL
PSICOLÓGICO E COMPORTAMENTAL DE AGRESSORES
DE CRIANÇA, 2009).

b.2.2) Molestador Preferencial Sádico

Esses agressores pretendem molestar crianças com o


expresso desejo de machucá-la. Seu excitamento sexual é
diretamente proporcional à violência, que pode ser fatal.

O crime é premeditado e ritualizado, sendo resultado de um


plano de ataque. Ele não conhece a vítima que ataca e não
seduz, utiliza-se de truques para tirá-la dos pais ou de armas
para amedrontá-las ou simplesmente a levam a parquinhos,
shopping centeres, escolas.
A maioria dos molestadores desse tipo é do sexo masculino,
tem personalidade antissocial, trabalha em empregos
temporários e mudam frequentemente de endereço ou de
cidade. Antecedentes criminais envolvendo atos violentos
como estupro ou assalto são comuns. Os meninos se
caracterizam como a principal vítima desse molestador, que
prefere sexo anal. Machuca a criança de forma fatal e, a
prática do canibalismo pode ser frequente. Castração de
meninos, brutalização da genitália feminina, decaptação, faz
parte do processo de mutilação desse criminoso. (PERFIL
PSICOLÓGICO E COMPORTAMENTAL DE AGRESSORES
DE CRIANÇA, 2009).

b.2.3) Molestador Preferencial Introvertido

É um indivíduo que prefere crianças, mas não tem habilidade


de seduzi-las. Tipicamente mantém pouca comunicação
verbal com a criança que escolhe. Em geral ela é
desconhecida e muito pequena para entender o que está
acontecendo. Sua área de ação envolve os parques infantis ou
lugares com muita concentração de crianças, onde observa
e/ou tem breves encontros sexuais. Telefonemas obscenos e
exibicionismo também são ofensas comuns. Para realmente
se relacionar sexualmente utiliza da pornografia infantil,
turismo sexual, internet ou se casa com a mãe da criança que
deseja para ter acesso legítimo e seguro com a frequência que
necessita. (PERFIL PSICOLÓGICO E COMPORTAMENTAL
DE AGRESSORES DE CRIANÇA, 2009).

CONCLUSÃO

Nem a legislação brasileira e nem o ECA, isoladamente vão


servir como meio de coibir os comportamentos inadequados
da pedofilia. Deve haver uma ação conjunta entre as leis e os
Poderes Públicos, logo, estes devem dar apoio
financeiramente, desenvolver programas efetivamente
sociais com a participação da população. Além disso, deve
criar ações de prevenção às pessoas que tem violada a sua
dignidade sexual, e, sobretudo, trabalhar de forma que a
sociedade obtenha informações sobre esses dados, visando
conscientizar as pessoas e as mães que podem,
posteriormente, ter seus filhos vítimas dessa prática.
Conquanto, a proteção dessas crianças e adolescentes só será
possível quando os pais, os educadores e as pessoas em geral
tiverem acesso às informações importantes sobre a pedofilia,
sobre os danos que ela acarreta as suas vítimas e que as
pessoas são responsáveis pela guarda, pela educação e pelo
desenvolvimento dessas vítimas vulneráveis, denunciando
sem medo.

REFERÊNCIAS

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Disponível em:
<www.deborapsi.no.comunidades.net/index.php?
página=1793534410>. Acesso em: em: 13 set. 2011.
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natural. Disponível em:
<http://jus.com.br/revista/2603direito-natural >. Acesso
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ed. São Paulo: Rideel, 2010.
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Institui o Código de Menores. Disponível em:. Acesso em: 23
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______. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe
sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras
providências. Disponível em:. Acesso em: 23 set. 2011.
______. Lei nº 12.015, de 7 de agosto de 2009. Altera
o Título VI da Parte Especial do Decreto-Lei no 2.848, de 7
de dezembro de 1940 - Código Penal, e o art. 1o da Lei
no 8.072, de 25 de julho de 1990, que dispõe sobre os crimes
hediondos, nos termos do inciso XLIII do
art. 5o da Constituição Federal e revoga a Lei no 2.252, de 1o
de julho de 1954, que trata de corrupção de menores.
Disponível em:. Acesso em: 23 set. 2011.
BRISSET, Claire. A guerra contra as crianças. 26 set.
2007. Disponível em:. Acesso em: 15 set. 2011.
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Disponível:. Acesso em: 23 set. 2011.
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CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 13. Ed. São Paulo:
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In Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2011. Disponível
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HUMANOS (1949). Disponível em:. Acesso em:
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SÃO PAULO (Estado).// Estatuto da criança e do


adolescente. São Paulo Legislação: Menores - leis e
legislação. São Paulo, v. 28, p. 90, 2007.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário
Aurélio século XX. 2. Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
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costumes aos crimes contra a administração. 9. Ed.
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GRECO, Rogério. Curso de direito penal: parte especial.
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MIRABETE, Julio Fabrini. Manual de direito penal:
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2011.
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito civil: direito de família. 5.
Ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
ANEXOS

ANEXO A - QUESTIONÁRIO SOBRE PEDOFILIA

I IDENTIFICAÇÃO INSTITUCIONAL
Órgão: Delegacia Especial de Atendimento à Criança e ao
Adolescente - Vítimas.
Endereço: Avenida Augusto Maynard.
Horário de Atendimento: de segunda à sexta- feira, das
07h00min às 18h00min.
Faixa Etária do Atendimento: Crianças e Adolescentes
até os 18 anos (0 a 18).
Sexo: Masculino e Feminino
Entrevistada: Drª. Georlize Oliveira Costa Teles (delegada
em exercício até fevereiro de 2011)
Ano: 2008
1) Quantos casos de pedofilia, estimadamente, ocorrem por
ano no município de Aracaju?

Não há um número estimado, mas são vários os casos.

2) Em Aracaju qual o sexo mais vitimizado?

As meninas, mas há muitos casos onde a vítima são os


meninos.

3) Quem são os agressores e qual o perfil desses agressores?


São as pessoas próximas às vítimas, que adquirem uma
relação de confiança com elas, como o pai, o padrasto, o tio,
primo, vizinho. Quanto ao perfil são pessoas normais, é mais
o comum o pai.

4) É grande o número que envolve os pais como agressores


em Aracaju?

Sim.

5) E esses agressores são efetivamente punidos?

Sim, inclusive têm alguns já presos.

6) A penitenciária seria o melhor lugar para os pedófilos?

Sim, mas deve haver acompanhamento de um tratamento


porque os pedófilos são pessoas que possuem distúrbios
psicológicos.

Mª da Conceição: sim, os agressores devem ser punidos, mas


também devem ter um tratamento psicológico. A
penitenciária por si só não adiantaria.

7) Tem doutrinadores e outras pessoas que tratam da


pedofilia como um transtorno sexual, então, estaria a
pedofilia voltada mais para um problema patológico. VOCÊ
concorda com isso ou acha que a pedofilia é um crime e
deveria existir uma lei específica tipificando esta conduta?

Sim. A pedofilia é só a atração sexual por criança, no


momento que esta pessoa pedófila age deve-se punir sua
conduta, e dependendo como age já existe lei tipificando
cada conduta.
8) Quanto aos programas existentes em Aracaju que
trabalham desenvolvendo campanhas contra a pedofilia, há
realmente um resultado positivo? Em sua opinião esses
programas resolvem?

Sim, mas eles devem agir conjuntamente como outros


programas e órgãos de prevenção e combate à pedofilia.

Mª da Conceição: Sim.

9) Quais são as políticas que a senhora sabe que foram


desenvolvidas pelo município de Aracaju no período de
2008?

Drª. Georlize: Não tem conhecimento.

10) Que estratégia de prevenção a senhora nos daria para


inibir a pedofilia em Aracaju?

Orientação das pessoas que possam vigiar, ou seja, prestar


mais atenção aos seus filhos, no seu dia a dia, quem são seus
amigos e, principalmente, quando estão no computador,
observar sempre com quem estão conversando na internet, o
que estão fazendo.

11. Qual a região em Aracaju que mais ocorre casos de abuso


sexual de crianças e adolescentes? A prática da pedofilia
estaria vinculada diretamente com classe de baixa renda?

Não há uma região específica, abrange toda Aracaju, de um


extremo a outro. Não. Há casos de pedofilia no município
envolvendo tanto pessoas de baixa renda como pessoas bem
sucedidas e de alto poder aquisitivo.

Mª da Conceição: Na 16ª Vara Cível há muita ocorrência de


casos de pedofilia em Umbaúba, Areia Branca, ou seja, nas
periferias. Não. O número de casos na periferia é grande,
mas há também diversos casos em que a alta sociedade e
pessoas notórias estão envolvidas.

12. O número de denúncias é muito pequeno em Aracaju. Por


que ainda há esse receio das pessoas em denunciar, já que a
denúncia hoje pode ser feita por telefone e a pessoa nem
precisa se identificar?

Porque as mães não acreditam em seus filhos, ou porque são


ameaçadas.

13. Os problemas sociais sempre foram os grandes motivos


de incidentes da pedofilia. A internet traz um problema
recente, tendo em vista que foi mais um mecanismo para se
conseguir explorar criança e adolescente. Como VOCÊ
consegue visualizar a internet e a prática da pedofilia?

As mães devem vigiar mais seus filhos, principalmente


quando estão usando a internet.

14. A criança passa por todo um procedimento, no qual


primeiro ela conta sua história no Conselho Tutelar, depois
para a equipe do CREAS (Centro de Referência Especializada
da Assistência Social), assistente social, psicólogo, e por
último ao Judiciário. Isso não acaba por revitimizar a
criança?

Sim, com certeza. A criança acaba sofrendo tudo de novo ao


lembrar-se do que ela passou.

ANEXO B - QUESTIONÁRIO SOBRE PEDOFILIA

II IDENTIFICAÇÃO INSTITUCIONAL
Órgão: 16ª. Vara cível.
Endereço: Avenida Tancredo Neves, S/n, Capucho.
Horário de Atendimento: de segunda à sexta- feira, das
07h00min às 13h00min.
Faixa Etária do Atendimento: crianças e adolescentes
até os 18 anos (0 a 18).
Sexo: Masculino e Feminino
Entrevistada: Maria da Conceição Ribeiro (Assistente
Social)
Ano: 2014
1) Quantos casos de pedofilia, estimadamente, ocorrem por
ano no município de Aracaju?

Vários.

2) Em Aracaju qual o sexo mais vitimizado?

Os dois.

3) Quem são os agressores e qual o perfil desses agressores?

Nos casos que chegam na 16ª Vara Cível são os tios, mas há
casos também de irmãos mais velhos. O perfil dos
agressores, em alguns se percebe que possuem um distúrbio
psicológico, mas a maioria são pessoas normais, distintas.

4) É grande o número que envolve os pais como agressores


em Aracaju?

Sim, porém na 16ª Vara Cível há mais casos onde o tio é o


agressor.

5) E esses agressores são efetivamente punidos?

Não sabe informar, pois não é da competência dela, mas


acredita que não, porque muitas vezes é a criança que é
retirada do convívio familiar e o agressor permanece em
casa.
6) A penitenciária seria o melhor lugar para os pedófilos?

Sim, os agressores devem ser punidos, mas também devem


ter um tratamento psicológico. A penitenciária por si só não
adiantaria.

7) Tem doutrinadores e outras pessoas que tratam da


pedofilia como um transtorno sexual, então, estaria a
pedofilia voltada mais para um problema patológico. VOCÊ
concorda com isso ou acha que a pedofilia é um crime e
deveria existir uma lei específica tipificando esta conduta?

Sim. A pedofilia está voltada para um quadro clínico, então


não precisaria haver uma lei específica tipificando somente a
pedofilia, porque o que será levado em conta é como o
pedófilo age.

8) Quanto aos programas existentes em Aracaju que


trabalham desenvolvendo campanhas contra a pedofilia, há
realmente um resultado positivo? Em sua opinião esses
programas resolvem?

Sim.

9) Quais são as políticas que a senhora sabe que foram


desenvolvidas pelo município de Aracaju no período de
2008?

Não tem conhecimento.

10) Que estratégia de prevenção a senhora nos daria para


inibir a pedofilia em Aracaju?

Orientação das pessoas que possam vigiar, ou seja, prestar


mais atenção aos seus filhos, no seu dia a dia, quem são seus
amigos e principalmente quando estão no computador,
observar sempre com quem estão conversando na internet, o
que estão fazendo.

11) Qual a região em Aracaju que mais ocorre casos de abuso


sexual de crianças e adolescentes? A prática da pedofilia
estaria vinculada diretamente com classe de baixa renda?

Na 16ª Vara Cível há muita ocorrência de casos de pedofilia


em Umbaúba, Areia Branca, ou seja, nas periferias. Não. O
número de casos na periferia é grande, mas há também
diversos casos em que a alta sociedade e pessoas notórias
estão envolvidas.

12) O número de denúncias é muito pequeno em Aracaju.


Por que ainda há esse receio das pessoas em denunciar, já
que a denúncia hoje pode ser feita por telefone e a pessoa
nem precisa se identificar?

Às vezes porque as mães acham que seu filho está mentindo,


ou porque são ameaçadas pelos parceiros, e há muitos casos
nos quais as mães preferem ter ser marido em casa sabendo
que este abusa de seu filho, inclusive há casos em que a mãe
sabe que o vizinho abusa da criança e daí ela começa a
cobrar, fazer chantagem.

13) Os problemas sociais sempre foram os grandes motivos


de incidentes da pedofilia. A internet traz um problema
recente, tendo em vista que foi mais um mecanismo para se
conseguir explorar criança e adolescente. Como você
consegue visualizar a internet e a prática da pedofilia?

As mães devem vigiar mais seus filhos, principalmente


quando estão usando a internet.
14) A criança passa por todo um procedimento, onde
primeiro ela conta sua história no Conselho Tutelar, depois
para a equipe do CREAS (Centro de Referência Especializada
da Assistência Social), assistente social, psicólogo, e por
último ao Judiciário. Isso não acaba por revitimizar a
criança?

Sim, com certeza. A criança acaba sofrendo tudo de novo ao


lembrar-se do que ela passou.

ANEXO C - QUESTIONÁRIO SOBRE EXPLORAÇÃO


SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

II IDENTIFICAÇÃO INSTITUCIONAL
Órgão: Delegacia Especial de Atendimento à Criança e ao
Adolescente – Vítimas.
Endereço: Rua Itabaiana, 258, Centro.
Horário de Atendimento: de segunda à sexta-feira, das
07h00min às 18h00min.
Faixa Etária do Atendimento: crianças e adolescentes
até os 18 anos (0 a 18).
Sexo: Masculino e Feminino.
Entrevistada: Drª. Mariana Diniz Franco Santos (Delegada
em Exercício)
Ano: 2014
1) Quais são as maiores incidências (violência física, furtos...)
em nível de denúncia (exploração sexual)? Quem as pratica
(turistas; donos de pousadas; familiares)?

Em geral, os tipos de violência com maior incidência, em


relação à exploração sexual de crianças ou adolescentes, são
a física, psicológica, na medida em que as expõem a uma
situação de risco, além de trazer traumas e consequências
graves para o desenvolvimento saudável das mesmas.

O sujeito ativo da prática de tal conduta criminosa será


qualquer pessoa que submeter crianças ou adolescentes à
exploração sexual ou prostituição e o proprietário gerente o
responsável pelo local em que se verificar essa submissão,
conforme prescrevem os arts. 218 - B do Código Penal e o
244 – A do Estatuto da Criança e do Adolescente .
2) Como atua este órgão perante a exploração sexual,
especificamente a infanto-juvenil?

Esta Delegacia vem atuando de maneira efetiva,


desenvolvendo estratégias continuadas de investigação e
repressão, de forma a romper com o vício da impunidade dos
agressores.

Há de nossa parte uma preocupação, porque sabemos que a


ação repressiva é importante, não basta. Faz-se necessária
também uma ação social para o enfrentamento eficaz dessa
problemática.

Acredito que o ponto primordial é atuar na prevenção, ou


seja, com políticas públicas destinadas à melhoria da
qualidade de vida de todos os brasileiros, principalmente no
tocante à educação de base, resgatando assim, a autoestima e
os valores familiares, há muitos perdidos neste mundo
consumista e globalizado.

3) Quais as medidas a serem tomadas? As crianças ou


adolescentes são encaminhados para abrigos, Juizados,
Conselho Tutelar e outras Delegacias?

Normalmente instaura-se uma VPI (Verificação Preliminar


de Informações) visando saber se a denúncia procede, bem
como comunicar tal denúncia ao Conselho Tutelar para que
tome as medidas necessárias, que pode ser desde um simples
encaminhamento aos pais ou responsáveis, mediante um
termo de responsabilidade, ou colocação em abrigo, dentre
outras.

4) Quais medidas são tomadas quando são denunciados os


chamados “aliciadores”?

Instaura-se, primeiramente uma VPI (Verificação Preliminar


de Informações) e caso seja procedente a denúncia, instaura-
se o Inquérito Policial, o qual, depois de concluído, é
entregue à Justiça.

5) O que falta para a delegacia melhorar sua atuação perante


a exploração sexual da criança e do adolescente?

A Delegacia participa ativamente, junto com outros órgãos


estatais, na elaboração de propostas, atuando dentro da sua
esfera de atribuições no combate a este ilícito. No que
concerne à apuração dos ilícitos, a utilização de recursos
materiais e humanos disponibilizados pelo poder público,
atingimos um nível satisfatório.

6) O mercado de prostituição está relacionado a quê?

As causas estão concentradas na questão social brasileira e


nas suas diferentes manifestações: desigualdade social,
desemprego e violência familiar.

7) No que concerne à exploração sexual (hotéis, pousadas,


bares, motoristas de táxi) para eles não
hospedarem/venderem bebidas alcoólicas a menores de
idade em seus estabelecimentos sem a companhia dos pais
ou responsáveis? Se não, por quê?

Existe um impeditivo legal para que isto não ocorra. A venda


de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos, assim como o
favorecimento da prostituição são condutas tipificadas
no Código Penal Brasileiro no Estatuto da Criança e
Adolescente e, portanto, são considerados crime. Já a
fiscalização desses tipos de ilícito deve ser feita pelo
Conselho Tutelar e pelo Juizado de Proteção da Criança e
Adolescente. A Delegacia de Polícia atua nos casos de
flagrante delito ou na apuração de notícia crime feita na
unidade policial ou ainda em operações conjuntas realizadas
periodicamente no município.
8) Quanto ao uso de entorpecentes? E o tráfico de drogas?
Que tipo de relação há com a prostituição?

Acredito que um fato leva ao outro. A exploração sexual leva


o ser humano para um submundo, no qual tudo é permitido.
Se uma pessoa se prostituiu, possivelmente será levada pelas
circunstâncias a fazer algum tipo de uso de entorpecente; já
ao contrário, um usuário de entorpecentes, pode, em algum
momento, para sustentar o seu vício, vir a se prostituir.
Portanto, pode-se concluir que é um ciclo vicioso de
degradação do ser humano.

9) Qual a sua opinião em relação à exploração sexual?

A exploração do sexo pelo homem é antiga. Mas esse tipo


específico de exploração sexual, no qual crianças e
adolescentes são usadas para satisfazer a lasciva e a fantasia
erótica de determinados indivíduos é degradante.
Degradante porque são seres que estão em fase de formação,
que estão florescendo para uma vida e que nela depositam
todos os seus sonhos. Abusar de uma criança é tirar-lhe a
possibilidade de uma vida alegre e feliz. Acredito que o
crescimento deste tipo de exploração é ocasionado, em larga
medida, pela má distribuição de renda, pela própria
degradação da sociedade, pela banalização do sexo, pela
perda de valores familiares e pela cultura do consumismo (o
ter a qualquer custo).

Fonte: in 04/05/2018 <https://carolseadvdeda.jusbrasil.com.br/artigos/209145691/a-pedofilia-


em-seu-aspecto-psicologico-e-juridico>

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