Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
org
AULA DEMONSTRATIVA
PRINCêPIOS DO DIREITO PENAL. CONCEITO E FONTES.
DISPOSI‚ÍES CONSTITUCIONAIS APLICçVEIS.
SUMçRIO
ƒ com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo ESTRATƒGIA
CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir para a aprova•‹o de
voc•s no concurso da POLêCIA FEDERAL (2018). N—s vamos estudar teoria e
comentar exerc’cios sobre DIREITO PENAL, para o cargo de PERITO.
E a’, povo, preparados para a maratona?
O edital ainda n‹o foi publicado, mas cresce a expectativa pela
realiza•‹o do novo certame. A Banca do œltimo concurso foi o CESPE.
Bom, est‡ na hora de me apresentar a voc•s, certo?
Meu nome Ž Renan Araujo, tenho 30 anos, sou Defensor Pœblico
Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pœblica da Uni‹o no Rio de Janeiro,
e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da UERJ. Antes,
porŽm, fui servidor da Justi•a Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de
TŽcnico Judici‡rio, por dois anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e p—s-
graduado em Direito Pœblico pela Universidade Gama Filho.
Minha trajet—ria de vida est‡ intimamente ligada aos Concursos Pœblicos.
Desde o come•o da Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha
vida! E querem saber? Isso faz toda a diferen•a! Algumas pessoas me perguntam
como consegui sucesso nos concursos em t‹o pouco tempo. Simples: Foco +
For•a de vontade + Disciplina. N‹o h‡ f—rmula m‡gica, n‹o h‡ ingrediente
secreto! Basta querer e correr atr‡s do seu sonho! Acreditem em mim, isso
funciona!
ƒ muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de concurseiro,
poder colaborar para a aprova•‹o de outros tantos concurseiros, como um dia eu
fui! E quando eu falo em Òcolaborar para a aprova•‹oÓ, n‹o estou falando apenas
por falar. O EstratŽgia Concursos possui ’ndices alt’ssimos de aprova•‹o
em todos os concursos!
Neste curso voc•s receber‹o todas as informa•›es necess‡rias para que
possam ter sucesso na prova da POLêCIA FEDERAL. Acreditem, voc•s n‹o
v‹o se arrepender! O EstratŽgia Concursos est‡ comprometido com sua
aprova•‹o, com sua vaga, ou seja, com voc•!
Mas Ž poss’vel que, mesmo diante de tudo isso que eu disse, voc• ainda
n‹o esteja plenamente convencido de que o EstratŽgia Concursos Ž a melhor
escolha. Eu entendo voc•, j‡ estive deste lado do computador. Ës vezes Ž dif’cil
escolher o melhor material para sua prepara•‹o. Contudo, alguns colegas de
caminhada podem te ajudar a resolver este impasse:
Esse print screen acima foi retirado da p‡gina de avalia•‹o do curso. De
um curso elaborado para um concurso bastante concorrido (Delegado da
PC-PE), s— que ministrado em 2015. Vejam que, dos 62 alunos que avaliaram
o curso, 61 o aprovaram. Um percentual de 98,39%.
Ainda n‹o est‡ convencido? Continuo te entendendo. Voc• acha que
pode estar dentro daqueles 1,61%. Em raz‹o disso, disponibilizamos
gratuitamente esta aula DEMONSTRATIVA, a fim de que voc• possa analisar o
material, ver se a abordagem te agrada, etc.
Acha que a aula demonstrativa Ž pouco para testar o material? Pois
bem, o EstratŽgia concursos d‡ a voc• o prazo de 30 DIAS para testar o
material. Isso mesmo, voc• pode baixar as aulas, estudar, analisar detidamente
o material e, se n‹o gostar, devolvemos seu dinheiro.
Sabem porque o EstratŽgia Concursos d‡ ao aluno 30 dias para
pedir o dinheiro de volta? Porque sabemos que isso n‹o vai acontecer! N‹o
temos medo de dar a voc• essa liberdade.
Neste curso estudaremos todo o conteœdo de Direito Penal estimado
para o Edital. Estudaremos teoria e vamos trabalhar tambŽm com exerc’cios
comentados.
Abaixo segue o plano de aulas do curso todo:
!
AULA CONTEòDO DATA
concurseirosunidos.org
1.! PRINCêPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL
Entretanto, ele TAMBƒM est‡ previsto no C—digo Penal, em seu art. 1¡:
Art. 1¼ - N‹o h‡ crime sem lei anterior que o defina. N‹o h‡ pena sem prŽvia
comina•‹o legal.
Este princ’pio, quem vem do latim (Nullum crimen sine praevia lege),
estabelece que uma conduta n‹o pode ser considerada criminosa se antes de sua
pr‡tica n‹o havia lei nesse sentido2. Trata-se de uma exig•ncia de seguran•a
jur’dica: imaginem se pudŽssemos responder criminalmente por uma conduta
que, quando praticamos, n‹o era crime? Simplesmente n‹o far’amos mais nada,
com medo de que, futuramente, a conduta fosse criminalizada e pudŽssemos
responder pelo delito!
Entretanto, o Princ’pio da Legalidade se divide em dois outros princ’pios, o
da Reserva Legal e o da Anterioridade da Lei Penal. Desta forma, vamos
estud‡-los em t—picos distintos.
1
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal Ð Parte Geral. Ed. Saraiva, 21¼ edi•‹o. S‹o Paulo,
2015, p. 51
2
BITENCOURT, Op. cit., P. 51
1.1.1!Princ’pio da Reserva Legal
O princ’pio da Reserva Legal estabelece que SOMENTE LEI (EM SENTIDO
ESTRITO) pode definir condutas criminosas e estabelecer san•›es penais (penas
e medidas de seguran•a).3
Assim, somente a Lei (editada pelo Poder Legislativo) pode definir crimes e
cominar penas. Logo, Medidas Provis—rias, Decretos, e demais diplomas
legislativos4 NÌO PODEM ESTABELECER CONDUTAS CRIMINOSAS NEM
COMINAR SAN‚ÍES.
Assim, Ž poss’vel que haja viola•‹o ao Princ’pio da legalidade sem que haja
viola•‹o ˆ reserva legal. Entretanto, havendo viola•‹o ˆ reserva legal, isso
implica necessariamente em viola•‹o ao princ’pio da legalidade, pois aquele Ž
parte deste. Lembrem-se: Legalidade = Reserva legal + Anterioridade da
lei penal.
O princ’pio da reserva legal implica a proibi•‹o da edi•‹o de leis vagas, com
conteœdo impreciso. Isso porque a exist•ncia de leis cujo conteœdo n‹o seja claro,
que n‹o se sabe ao certo qual conduta est‡ sendo criminalizada, acaba por retirar
toda a fun•‹o do princ’pio da reserva legal, que Ž dar seguran•a jur’dica ˆs
pessoas, para que estas saibam exatamente se as condutas por elas praticadas
s‹o, ou n‹o, crime. Por exemplo:
Imagine que a Lei X considere como criminosas as condutas que
atentem contra os bons costumes. Ora, alguŽm sabe definir o que s‹o bons
costumes? N‹o, pois se trata de um termo muito vago, muito genŽrico, que pode
abranger uma infinidade de condutas. Assim, n‹o basta que se trate de lei em
sentido estrito (Lei formal), esta lei tem que estabelecer precisamente a conduta
que est‡ sendo criminalizada, sob pena de ofensa ao princ’pio da legalidade.
Trata-se do princ’pio da taxatividade da lei penal.6
Entretanto, fiquem atentos! Existem as chamadas NORMAS PENAIS EM
BRANCO. As normas penais em branco s‹o aquelas que dependem de outra
norma para que sua aplica•‹o seja poss’vel. Por exemplo: A Lei de Drogas (Lei
11.343/06) estabelece diversas condutas criminosas referentes ˆ
3
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p. 66
4
Inclusive os tratados internacionais, que devem ser incorporados ao nosso ordenamento jur’dico por meio
de Lei. GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 67
5
STF, RE 254.818-PR.
6
Ou, para alguns, a garantia da lex certa. GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 68
comercializa•‹o, transporte, posse, etc., de subst‰ncia entorpecente. Mas quais
seriam as subst‰ncias entorpecentes proibidas? As subst‰ncias
entorpecentes proibidas est‹o descritas em uma portaria expedida pela ANVISA.
Assim, as normas penais em branco s‹o legais, n‹o violam o princ’pio da reserva
legal, mas sua aplica•‹o depende da an‡lise de outra norma jur’dica.
Mas a portaria da ANVISA n‹o seria uma viola•‹o ˆ reserva legal, por
se tratar de criminaliza•‹o de conduta por portaria? N‹o, pois a portaria
estabelece quais s‹o as subst‰ncias entorpecentes em raz‹o de ter sido assim
determinado por lei, no caso, pela pr—pria lei de drogas, que em seu art. 66,
estabelece como subst‰ncias entorpecentes aquelas previstas na Portaria
SVS/MS n¡344/98.
A Doutrina divide, ainda, as normas penais em branco7 em:
¥! Homog•neas (norma penal em branco em sentido amplo) Ð A
complementa•‹o Ž realizada por uma fonte hom—loga, ou seja, pelo
mesmo —rg‹o que produziu a norma penal em branco.
¥! Heterog•neas (norma penal em branco em sentido estrito) Ð A
complementa•‹o Ž realizada por fonte heter—loga, ou seja, por —rg‹o
diverso daquele que produziu a norma penal em branco.
7
BITENCOURT, Op. cit., p. 201/202.
8
BITENCOURT, Op. cit., p. 199/200. No mesmo sentido, GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p.
101
prejudicial ao rŽu, pois este foi o entendimento adotado pelo STF (ainda que n‹o
haja uma jurisprud•ncia s—lida nesse sentido).9
9
RHC 106481/MS - STF
Essa previs‹o se encontra no art. 5¡, XL da Constitui•‹o:
Art. 5¼ (...) XL - a lei penal n‹o retroagir‡, salvo para beneficiar o rŽu;
10
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 76
11
TambŽm chamado de princ’pio da personifica•‹o da pena, ou princ’pio da responsabilidade pessoal da
pena, ou princ’pio da pessoalidade da pena.
patrim™nio transferido; (grifo nosso)
Vou transcrever para voc•s agora alguns pontos que s‹o pol•micos e a
respectiva posi•‹o dos Tribunais Superiores, pois isto Ž importante.
¥! Processos criminais em curso e inquŽritos policiais em face do
acusado podem ser considerados maus antecedentes? Segundo
o STJ e o STF n‹o, pois em nenhum deles o acusado foi condenado de
maneira irrecorr’vel, logo, n‹o pode ser considerado culpado nem
sofrer qualquer consequ•ncia em rela•‹o a eles (sœmula 444 do
STJ).
¥! Regress‹o de regime de cumprimento da pena Ð O STJ e o STF
entendem que NÌO Hç NECESSIDADE DE CONDENA‚ÌO PENAL
TRANSITADA EM JULGADO para que o preso sofra a regress‹o do
regime de cumprimento de pena mais brando para o mais severo (do
semiaberto para o fechado, por exemplo). Nesses casos, basta que o
preso tenha cometido novo crime doloso ou falta grave, durante
o cumprimento da pena pelo crime antigo, para que haja a regress‹o,
nos termos do art. 118, I da Lei 7.210/84 (Lei de Execu•›es Penais),
n‹o havendo necessidade, sequer, de que tenha havido condena•‹o
criminal ou administrativa. A Jurisprud•ncia entende que esse artigo
da LEP n‹o ofende a Constitui•‹o.
¥! Revoga•‹o do benef’cio da suspens‹o condicional do processo
em raz‹o do cometimento de crime Ð Prev• a Lei 9.099/95 que em
determinados crimes, de menor potencial ofensivo, pode ser o
processo criminal suspenso por determinado, devendo o rŽu cumprir
algumas obriga•›es durante este prazo (dentre elas, n‹o cometer novo
crime), findo o qual estar‡ extinta sua punibilidade. Nesse caso, o STF
e o STJ entendem que, descoberta a pr‡tica de crime pelo acusado
beneficiado com a suspens‹o do processo, este benef’cio deve ser
revogado, por ter sido descumprida uma das condi•›es, n‹o havendo
necessidade de tr‰nsito em julgado da senten•a condenat—ria
do crime novo.
Assim:
¥! INAFIAN‚ABILIDADE Ð Todos
¥! IMPRESCRITIBILIDADE Ð Somente RA‚ÌO (Racismo + A‚ÌO de
grupos armados)
¥! INSUSCETIBILIDADE GRA‚A E ANISTIA Ð TTTH (Tortura,
Terrorismo, Tr‡fico e Hediondos)
1.6.2!Tribunal do Jœri
A Constitui•‹o Federal reconhece a institui•‹o do Jœri, e estabelece algumas
regrinhas. Vejamos:
Art. 5¼ (...)
XXXVIII - Ž reconhecida a institui•‹o do jœri, com a organiza•‹o que lhe der a lei,
assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das vota•›es;
c) a soberania dos veredictos;
d) a compet•ncia para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
Isso quer dizer que eles n‹o respondem penalmente, estando sujeitos ˆs
normas do ESTATUTO DA CRIAN‚A E DO ADOLESCENTE.
12
DÕçVILA, F‡bio Roberto. Ofensividade em Direito Penal: Escritos sobre a teoria do crime como ofensa a
bens jur’dicos. Porto Alegre: Ed. Livraria do Advogado, 2009. p. 67.
A ofensa a bem jur’dico pr—prio n‹o Ž conduta capaz de desafiar a
interven•‹o do Direito Penal, por ser incapaz de abalar a paz social, ou seja, n‹o
se trata de uma conduta capaz de afetar a sociedade de maneira t‹o grave a
ponto de merecer a repress‹o pelo Direito Penal, exatamente pelo fato de ofender
apenas o pr—prio agente, e n‹o outras pessoas.
13
BECHARA, Ana Elisa Liberatore Silva. Bem jur’dico-penal. Ed. Quartier Latin. S‹o Paulo, 2014, p. 77.
utilizado apenas quando os demais ramos do Direito n‹o puderem tutelar
satisfatoriamente o bem jur’dico que se busca proteger.14
Tal princ’pio parte da compreens‹o de que o controle social Ž realizado de
maneira ampla, pelas mais diversas maneiras (moral, costumes, diversos ramos
do Direito, etc.), o que implica a necessidade de racionalizar a utiliza•‹o do Direito
Penal, reservando-o n‹o s— ˆ prote•‹o dos bens mais relevantes, exigindo-se
ainda que a prote•‹o destes bens relevantes n‹o possa ser feita por outras
formas.
EXEMPLO: O patrim™nio Ž um bem jur’dico relevante, disso ninguŽm
duvida. Todavia, nem toda les‹o ao patrim™nio ser‡ digna de prote•‹o pelo
Direito Penal, podendo ser protegida por outras searas, como o Direito Civil,
por exemplo. Assim, o n‹o pagamento de uma d’vida n‹o gera, a princ’pio,
a interven•‹o do Direito Penal, configurando mero il’cito civil, pois embora
gere les‹o ao patrim™nio do credor, tal problema pode ser resolvido por
outros ramos do Direito.
14
ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general: Tomo I. Civitas. Madrid, 1997, p. 65.
15
TOLEDO, Francisco de Assis. Princ’pios b‡sicos de Direito Penal. S‹o Paulo: Ed. Saraiva, 1994. p. 13-14.
EXEMPLO: JosŽ foi processado pelo crime X. Todavia, como n‹o havia provas,
foi absolvido. Tal decis‹o transitou em julgado, tornando-se imut‡vel. Todavia,
dois meses depois, surgiram provas da culpa de JosŽ. Neste caso, JosŽ n‹o
poder‡ ser processado novamente.
CUIDADO! Uma pessoa n‹o pode ser duplamente processada pelo mesmo fato
quando j‡ houve decis‹o capaz de produzir coisa julgada material, ou seja, a
imutabilidade da decis‹o (condena•‹o, absolvi•‹o, extin•‹o da punibilidade,
etc.). Quando a decis‹o n‹o faz coisa julgada material, Ž poss’vel novo
processo (Ex.: Extin•‹o do processo pela rejei•‹o da denœncia, em raz‹o do
descumprimento de uma mera formalidade processual).
Assim:
VEDAÇÃO À DUPLA
CONSIDERAÇÃO DO MESMO
FATO/CONDIÇÃO/CIRCUNSTÂNCIA
NA DOSIMETRIA DA PENA
2.8! Princ’pio da proporcionalidade
Este princ’pio determina que as penas devem ser aplicadas de maneira
proporcional ˆ gravidade do fato. Mais que isso: Estabelece que as penas devem
ser COMINADAS (previstas) de forma a dar ao infrator uma san•‹o proporcional
ao fato abstratamente previsto.
Assim, se o CP previsse que o crime de homic’dio teria como pena m‡xima
dois anos de reclus‹o, e que o crime de furto teria como pena m‡xima quatro
anos de reclus‹o, estaria, claramente, violado o princ’pio da proporcionalidade.
16
BITENCOURT, Op. cit., p. 60
Na verdade, esse requisito n‹o passa de uma an‡lise mais aprofundada do
œltimo dos requisitos objetivos estabelecidos pelo STF.
Sendo aplicado este princ’pio17, n‹o h‡ tipicidade, eis que ausente um dos
elementos da tipicidade, que Ž a TIPICIDADE MATERIAL, consistente no real
potencial de que a conduta produza alguma les‹o ao bem jur’dico tutelado. Resta,
portanto, somente a tipicidade formal (subsun•‹o entre a conduta e a previs‹o
contida na lei), o que Ž insuficiente.
Este princ’pio, em tese, possui aplica•‹o a todo e qualquer delito, e n‹o
somente aos de ’ndole patrimonial. Contudo, a jurisprud•ncia firmou
entendimento no sentido de ser incab’vel tal princ’pio em rela•‹o aos seguintes
delitos:
Ø! Furto qualificado
Ø! Moeda falsa
Ø! Tr‡fico de drogas
Ø! Roubo (ou qualquer crime cometido com viol•ncia ou grave amea•a ˆ
pessoa) 18
Ø! Crimes contra a administra•‹o pœblica19
17
Este princ’pio (princ’pio da bagatela) n‹o pode ser confundido com o princ’pio da bagatela impr—pria.
A infra•‹o bagatelar impr—pria Ž aquela na qual se verifica que, apesar de a conduta nascer t’pica (formal e
materialmente t’pica), fatores outros, ocorridos ap—s a pr‡tica do delito, levam ˆ conclus‹o de que a pena Ž
desnecess‡ria no caso concreto
Ex.: O agente pratica um furto de um bem cujo valor n‹o Ž insignificante. Todavia, logo ap—s, se arrepende,
procura a v’tima, repara o dano e passa a manter boa rela•‹o com a v’tima. Trata-se de agente prim‡rio e
de bons antecedentes, que n‹o mais praticou qualquer infra•‹o penal. Neste caso, o Juiz poderia, por este
princ’pio, deixar de aplicar a pena, ante a desnecessidade da san•‹o penal.
18
STF, RHC 106.360/DF, Rel. Ministra ROSA WEBER, Primeira Turma, DJe de 3/10/2012
19
Anteriormente havia decis›es judiciais em ambos os sentidos. Atualmente, o tema se encontra SUMULADO
pelo STJ (sœmula 599 do STJ), no sentido da IMPOSSIBILIDADE de aplica•‹o de tal princ’pio aos
crimes contra a administra•‹o pœblica.
Ø! Crimes contra a
administra•‹o
pœblica
Import‰ncia do SOMENTE PARA O
objeto material para STJ
a v’tima*
20
Embora este tenha sido o entendimento firmado, h‡ decis›es no sentido de que a reincid•ncia, seja de
que natureza for, NÌO PODE impedir a caracteriza•‹o do princ’pio da insignific‰ncia, por uma quest‹o l—gica:
A insignific‰ncia Ž analisada na TIPICIDADE (tipicidade material), de maneira que, nesta fase, n‹o se procede
ˆ nenhuma an‡lise da pessoa do agente.
Objetivamente, sugiro adotar o entendimento do STF: apenas a
reincid•ncia espec’fica Ž capaz de afastar a aplica•‹o do princ’pio da
insignific‰ncia.21
3.1! Conceito
O Direito Penal pode ser conceituado como o ramo do Direito Pœblico cuja
fun•‹o Ž selecionar os bens jur’dicos mais importantes para a sociedade e buscar
protege-los, por meio da cria•‹o de normas de conduta que, uma vez violadas,
constituem crimes, sob amea•a de aplica•‹o de uma pena.
Nas palavras de CAPEZ22:
ÒO Direito Penal Ž o segumento do ordenamento jur’dico que detŽm a fun•‹o de
selecionar os comportamentos humanos mais graves e perniciosos ˆ coletividade,
capazes de colocar em risco valores fundamentais para a conviv•ncia social, e
decrev•-los como infra•›es penais, cominando-lhes, em conseqŸ•ncia, as respectivas
san•›es, alŽm de estabelecer todas as regras complementares e gerais necess‡rias ˆ
sua correta e justa aplica•‹o"
3.2! Fontes
As fontes do Direito Penal s‹o de duas ordens: material e formal.
As fontes materiais (substanciais) s‹o os —rg‹os encarregados de
produzir o Direito Penal. No caso brasileiro, a Uni‹o (Pois somente a Uni‹o
pode legislar sobre Direito Penal, embora possa conferir aos estados-membros,
por meio de Lei Complementar, o poder de legislar sobre quest›es espec’ficas
sobre Direito Penal, de interesse estritamente local, nos termos do ¤ œnico do
art. 22 da Constitui•‹o) Ž o Ente respons‡vel pela Òcria•‹oÓ das normas de Direito
Penal, nos termos do art. 22 da Constitui•‹o. Vejamos:
Art. 22. Compete privativamente ˆ Uni‹o legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agr‡rio, mar’timo, aeron‡utico,
espacial e do trabalho;
21
Existem decis›es recentes do STF no sentido de que cabe ao Juiz de primeira inst‰ncia analisar, caso a
caso, a pertin•ncia da aplica•‹o do princ’pio. Como s‹o decis›es muito recentes, ainda n‹o Ž poss’vel afirmar
que forma uma nova jurisprud•ncia, de forma que Ž mais prudente aguardar a consolida•‹o deste
entendimento.
22
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal, parte geral, volume 1, editora Saraiva, 2005, p. 1
As fontes formais imediatas s‹o aquelas que apresentam o Direito Penal de
forma direta, sendo fruto dos —rg‹os respons‡veis pela sua cria•‹o. No caso do
Brasil, a œnica fonte formal imediata do Direito Penal Ž a LEI, Lei em sentido
estrito, como sin™nimo de diploma normativo oriundo do Poder Legislativo
Federal, mais especificamente a LEI ORDINçRIA.
As fontes formais mediatas (tambŽm chamadas de secund‡rias) s‹o aquelas
que ajudam a formar o Direito Penal, de forma perifŽrica, como os costumes, os
atos administrativos e os princ’pios gerais do Direito.
Assim, podemos esquematizar da seguinte forma:
Fontes do Direito
Penal
Formais Materiais
União
Imediatas Mediatas (Excepcionalmente os
estados-membros)
4! SòMULAS PERTINENTES
5! RESUMO
Para finalizar o estudo da matŽria, trazemos um resumo dos
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa
sugest‹o Ž a de que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao in’cio da aula seguinte, como forma de
ÒrefrescarÓ a mem—ria. AlŽm disso, segundo a organiza•‹o
de estudos de voc•s, a cada ciclo de estudos Ž fundamental
retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em
compreender alguma informa•‹o, n‹o deixem de retornar ˆ
aula.
PRINCêPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL
Conceito
Normas que, extra’das da Constitui•‹o Federal, servem como base interpretativa
para todas as outras normas de Direito Penal do sistema jur’dico brasileiro.
Possuem for•a normativa, devendo ser respeitados, sob pena de
inconstitucionalidade da norma que os contrariar. Em resumo:
Legalidade - Uma conduta n‹o pode ser considerada criminosa se antes de sua
pr‡tica (anterioridade) n‹o havia lei formal (reserva legal) nesse sentido. Pontos
importantes:
Pontos importantes:
Bons estudos!
Prof. Renan Araujo
6! EXERCêCIOS DA AULA
7! EXERCêCIOS COMENTADOS
Entretanto, ele TAMBƒM est‡ previsto no C—digo Penal, em seu art. 1¡:
comina•‹o legal.
Este princ’pio, quem vem do latim (Nullum crimen sine praevia lege), estabelece
que uma conduta n‹o pode ser considerada criminosa se, quando de sua
realiza•‹o, n‹o havia lei considerando esta conduta como crime.
Entretanto, o Princ’pio da Legalidade se divide em dois outros princ’pios, o da
Reserva Legal e o da Anterioridade da Lei Penal.
O princ’pio da Reserva Legal estabelece que SOMENTE LEI (EM SENTIDO
ESTRITO) pode definir condutas criminosas e estabelecer penas. Nas palavras de
Cezar Roberto Bitencourt:
Òpelo princ’pio da legalidade, a elabora•‹o de normas incriminadoras Ž fun•‹o
exclusiva da lei, isto Ž, nenhum fato pode ser considerado crime e nenhuma pena
criminal pode ser aplicada sem que antes da ocorr•ncia deste fato exista uma lei
definindo-o como crime e cominando-lhe a san•‹o correspondente.Ó (Bitencourt,
Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal, parte geral, volume I. Ed. Saraiva.11¼ Ed.
Atualizada Ð S‹o Paulo Ð 2007)
Percebam que o autor fala em ÒPrinc’pio da LegalidadeÓ. Isso ocorre porque certa
parte da Doutrina n‹o faz distin•‹o entre princ’pio da legalidade e princ’pio da
reserva legal, como se fossem sin™nimos. Entretanto, entendo, como a maioria
da Doutrina, que essa distin•‹o existe, e que a reserva legal Ž apenas uma
vertente do princ’pio da legalidade, sendo a outra vertente o princ’pio da
anterioridade da lei penal.
Assim, somente a Lei (editada pelo Poder Legislativo) pode definir crimes e
cominar penas. Logo, Medida Provis—ria, Decretos, e demais diplomas legislativos
NÌO PODEM ESTABELECER CONDUTAS CRIMINOSAS NEM COMINAR SAN‚ÍES.
O princ’pio da anterioridade da lei penal estabelece que n‹o basta que a
criminaliza•‹o de uma conduta se d• por meio de Lei em sentido estrito, mas que
esta lei seja anterior ao fato, ˆ pr‡tica da conduta.
O princ’pio da anterioridade da lei penal culmina no princ’pio da irretroatividade
da lei penal. Pode-se dizer, inclusive, que s‹o sin™nimos. Entretanto, a lei penal
pode retroagir. Como assim? Quando ela beneficia o rŽu, estabelecendo uma
san•‹o menos gravosa para o crime ou quando deixa de considerar a conduta
como criminosa. Nesse caso, estamos haver‡ retroatividade da lei penal, pois ela
alcan•ar‡ fatos ocorridos ANTES DE SUA VIGæNCIA.
No entanto, a Doutrina e a Jurisprud•ncia entendem que estes princ’pios s‹o
aplic‡veis, tambŽm, ˆs MEDIDAS DE SEGURN‚A.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.
8! GABARITO
01.! ALTERNATIVA A
02.! ERRADA
03.! CORRETA
04.! ERRADA
05.! ERRADA
06.! ERRADA
07.! ERRADA
08.! ERRADA
09.! ERRADA
10.! ERRADA
11.! CORRETA
12.! CORRETA
13.! ERRADA
14.! ERRADA
15.! ERRADA
16.! CORRETA
17.! ERRADA
18.! ALTERNATIVA B
19.! ERRADA
20.! ERRADA
21.! ERRADA
22.! ERRADA
23.! ERRADA
24.! ERRADA
25.! ALTERNATIVA C
26.! CORRETA
27.! CORRETA
28.! CORRETA
29.! CORRETA
30.! ERRADA
31.! ERRADA
32.! ERRADA
33.! ERRADA
34.! CORRETA
35.! ERRADA
36.! CORRETA
37.! CORRETA
38.! CORRETA
39.! ERRADA