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Resumo
1 Introdução
Este ensaio representa um modesto esforço para revigorar os debates sobre ideologia
no campo da administração. Buscaremos fazê-lo rediscutindo o argumento
tragtenberguiano, de que a burocracia é ideologia, a partir de uma concepção crítica de
ideologia que privilegia o fenômeno da dominação e os modos pelos quais a ideologia
burocrática pode operar para estabelecer e manter relações de dominação nas
organizações. Essa é contribuição central que intentamos oferecer. Para subsidiar tal debate,
amparamo-nos nas leituras de dois estudiosos da ideologia de inclinação marxista, Terry
Eagleton e John B. Thompson, bem como nos argumentos de Tragtenberg e outros autores
partidários de suas críticas.
2 Ideologias hoje?
Nas palavras de Eagleton (1997, p. 11), “em algum lugar da margem esquerda,
proclama-se que o conceito de ideologia se encontra hoje obsoleto”, razão pela qual a noção
de ideologia aparece cada vez mais ausente dos escritos pós-modernistas e pós-estruturalistas.
Tal abandono, segundo o autor, corresponde a uma profunda hesitação política em setores da
antiga esquerda revolucionária, que, diante da temporária ofensiva do capitalismo, têm
empreendido uma firme e envergonhada retirada de cena de questões ditas “metafísicas”,
como luta de classes, modos de produção, revolução e natureza do Estado burguês. Para
Habermas (1968), é verdade que a sociedade capitalista modificou-se de tal modo que duas
das categorias basilares do pensamento marxista estão fadadas ao desuso: a luta de classes e a
ideologia.
Não obstante, é a ideologia que de vez em quando persuade homens e mulheres a
confundir-se mutuamente com deuses ou vermes. Diz Eagleton (1997, p. 12):
Pode-se entender perfeitamente bem como os seres humanos são capazes de lutar e matar
por razões materiais – razões relacionadas, por exemplo, com sua sobrevivência física. É
muito mais difícil compreender por que chegam a fazer isso em nome de algo
aparentemente tão abstrato como as ideias. No entanto, é em razão das ideias que homens e
mulheres vivem e, às vezes, morrem.
Pensar que vivemos num mundo no qual a razão não deixa espaços para ideologias,
que o sistema social atual é isento de ideologias ou que os poderes governantes não se valem
de quaisquer valores dissimuladores ou mistificadores, soa bastante implausível, afinal, “a
verdade é que em nossas sociedades tudo está ‘impregnado de ideologia’, quer a percebamos,
quer não” (MÉSZÁROS, 2014, p. 57). Não restam dúvidas que a difusão de valores e crenças
dominantes entre grupos oprimidos da sociedade desempenha algum papel na reprodução do
sistema como um todo, só que este fator foi tipicamente exagerado por uma longa tradição
marxista ocidental da década de 1970 que conferia às ideias um status demasiado elevado
(EAGLETON, 1997). A questão fundamental é que não podemos deixar de reconhecer que
crenças, significados, valores e ideias são, de fato, importantes para uma ordem social vigente
ou um poder político dominante.
Ademais, a crença de que as ideologias foram totalmente abolidas e substituídas,
definitivamente, pelos sistemas íntegros e límpidos da técnica e da ciência social estritamente
factual, revela disfarçadamente um tipo peculiar de falsa consciência ideológica, “que rotula
arbitrariamente seu adversário de ‘ideológico’, de modo a conseguir reivindicar para si, por
definição, total imunidade a toda ideologia” (MÉSZÁROS, 2008, p. 16).
Habermas (1968, p. 49) também alerta para o peculiar fenômeno de que, nas
sociedades capitalistas modernas, “a racionalidade da ciência e da técnica já é na sua
imanência uma racionalidade do dispor, uma racionalidade da dominação”, pois ao apelar por
uma natureza desinteressada, à ciência e à razão, em oposição à religião e à tradição, essa
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crítica “iluminada” das antigas ideologias simplesmente acabou por mascarar e encobrir os
interesses de poder a que essa noção supostamente científica servia. Dessarte, afirma Eagleton
(1997, p. 66), “poderíamos arriscar o paradoxo de que ideologia nasceu como uma crítica
totalmente ideológica da ideologia”, pois ao iluminar o obscurantismo da velha ordem,
continua o autor, “lançou sobre a sociedade uma luz ofuscante, que cegou os homens e
mulheres para as fontes sombrias dessa claridade”.
dizendo o que quer dizer; segundo porque implica a ação de voltar ao trabalho como sendo a
atitude mais construtiva a tomar naquele contexto, o que talvez não seja bem o caso. Logo, é
um enunciado cujo sentido está, de alguma forma, a serviço do poder (THOMPSON,1995).
Falsa consciência, nesse sentido, não significa ficção, invenção arbitrária e gratuita,
algo irreal, uma fantasia desconectada da realidade. Em vez disso, trata-se apenas de
reconhecer que alguns enunciados ideológicos centrais são manifestamente falsos e que a
ilusão ideológica não se refere a algo irreal, mas à aparência social que coloca o ser social de
ponta-cabeça (CHAUÍ, 2001; EAGLETON, 1997).
Conforme escreve Chauí (2001, p. 113), “uma ideologia sempre possui uma base
real”, pois é sobre essa base que os indivíduos podem forjar uma identidade coerente. A
ideologia deve ser real o bastante para proporcionar motivações sólidas para ações efetivas e
deve empenhar-se em explicar suas próprias contradições e incoerências mais flagrantes.
Ideologia, portanto, deve ser mais do que ilusões disparatadas, deve comprometer-se com as
necessidades e desejos que as pessoas já possuem, captando suas esperanças e carências,
comunicando-lhes uma versão da realidade social que seja plausível, atraente e
suficientemente reconhecível para não ser peremptoriamente rejeitada (EAGLETON, 1997).
Nesse contexto, é bastante comum a confusão entre os termos falso, no sentido de
inverídico para o caso em questão, e falso enquanto irreal, sendo perfeitamente plausível
aduzir que a ideologia pode ser às vezes falsa na primeira acepção, mas não na segunda
(EAGLETON, 1997). Vale salientar, ainda, uma importante diferença entre estar equivocado
e estar iludido. Sloterdijk (1988 apud EAGLETON, 1997, p. 37) cunha a expressão “falsa
consciência esclarecida” para indicar a condição em que as pessoas vivem de valores falsos,
mas, ironicamente, são conscientes e convictos de fazê-lo. Nesse caso, a consciência dessas
pessoas não pode ser tomada como mistificada, no sentido tradicional do termo.
Sendo assim, não podemos descartar precipitadamente a tese da falsa consciência,
pois ela pode ser um importante fator para um poder político dominante. Como adverte
Eagleton (1997), a falsidade pode ser a verdade de uma dada ordem social.
Para além da questão da falsa consciência, estudar ideologia, propõe Thompson
(1984, p. 4), é “estudar as formas pelas quais os significados (ou significações) servem para
sustentar relações de dominação”. Essa conceituação situa-se na chamada concepção crítica
de ideologia, que carrega o sentido negativo da corrente marxiana, embora seja necessário ter
em conta que nem todos os postulados de valores e crenças comumente denominados
ideológicos estejam associados a um poder político dominante, como no caso da ideologia
socialista ou feminista, por exemplo (EAGLETON, 1997). Desse modo, é crucial saber
distinguir noções neutras ou amplas de ideologia, como, por exemplo, conjunto de crenças e
valores, visão de mundo, filosofia de vida, etc., da concepção crítica ou restrita de ideologia,
enquanto crenças, significados, ideias, signos que visam a estabelecer, justificar ou manter
relações de dominação.
Para Thompson (1995), o conceito de ideologia não pode ser facilmente despojado
da essência negativa marxista, sob a alegação de que ao tentarmos fazê-lo menosprezamos
uma série de problemas em relação aos quais o tema da ideologia, apesar de suas diferentes
versões, tentou chamar nossa atenção, como a alienação e a dominação. O cuidado que
devemos ter é não limitar a análise das formações ideológicas ao âmbito da luta de classes.
Como nossa crítica dirige-se à burocracia enquanto sistema ideológico de
dominação, o principal critério de negatividade que procuramos enfatizar na versão de
ideologia à qual vamos aderir é a dominação, ou seja, relações assimétricas de poder e
imposição da vontade. Ademais, ao mantermos o sentido negativo de ideologia, então
estamos supondo que os fenômenos caracterizados como ideológicos são suscetíveis de crítica
(THOMPSON, 1995) e combatíveis em função de sua oclusão às intenções emancipatórias
dos sujeitos.
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Uma tal noção de ideologia pressupõe reflexão sobre a centralidade das categorias do
poder ou dos interesses num determinado contexto histórico-social, haja vista que se não há
valores e crenças que não estejam estreitamente associados ao poder ou a um interesse
dominante, então a própria noção de ideologia corre o perigo de se expandir até desaparecer.
Assim, o conceito de ideologia só é eficaz e elucidativo se nos ajuda a distinguir entre aqueles
interesses e conflitos de poder que, em um dado momento histórico, são claramente centrais a
toda uma ordem social e aqueles que não o são. De acordo com Eagleton (1997, p. 21),
Uma discussão entre marido e mulher, à mesa do café, sobre quem exatamente deixou que a
torrada se transformasse naquela grotesca mancha negra não é necessariamente ideológica;
só o seria se, por exemplo, começasse a envolver questões como potência sexual, opiniões
sobre o papel de cada um dos sexos e assim por diante.
A partir dessas considerações, ideologia pode ser concebida como crenças, ideias,
sentidos ou significados, falsos ou verídicos, que, em contextos específicos, ajudam a
promover e legitimar interesses setoriais de um grupo social dominante, e/ou a
estabelecer e sustentar relações assimétricas de poder. Nesse sentido, a ideologia pode
implicar a conivência dos grupos subordinados em relação às atividades de um poder social
dominante, bem como ilusão, dissimulação, mistificação e distorção da realidade, sejam elas
provenientes de grupos dominantes ou do conjunto da sociedade como um todo
(THOMPSON, 1995; EAGLETON, 1997).
Acresce ressaltar que, segundo tal definição, o fundamental não é precisamente a
verdade ou falsidade das crenças e ideias, senão as maneiras como essas formas de
significados servem para sustentar relações de dominação (THOMPSON, 1995;
EAGLETON, 1997). Dito de outro modo, não interessa tanto o papel da falsidade epistêmica
dos significados, mas um outro tipo de falsidade da consciência, em virtude de suas
propriedades funcionais: uma forma de consciência é funcionalmente falsa na medida em que
suporta ou justifica instituições sociais condenáveis, práticas sociais injustas, relações de
exploração, dominação ou hegemonia (GEUSS, 1981). Aqui a falsa consciência ideológica
não significa que as ideias ou crenças sejam inverídicas – pelo contrário, podem até ser
verdadeiras –, mas que são repreensivamente funcionais para a manutenção de um poder
político dominante (EAGLETON, 1997).
Nessa seção, buscamos argumentar que uma interpretação que enfoca o caráter
subjetivo da teoria da dominação de Max Weber, isto é, que transcende ao hábito de
caracterizar a burocracia a partir da tipologia ideal (PAES DE PAULA, 2002), pode nos
ajudar a compreender o fenômeno da burocracia como ideologia, à medida que a burocracia
se apresenta como tipo de dominação consubstanciado na crença na legitimidade de certas
ideias e pressupostos organizacionais racionalmente estabelecidos.
Nesse sentido, Weiss (1983) defende que o importante para Weber é que um
conjunto de ideias legitimadas é o quesito crucial num sistema de dominação. O próprio
Weber (2012) é preciso ao afirmar que a dominação burocrática baseia-se na vigência de
certas ideias, intimamente entrelaçadas entre si, ideias que se referem aos princípios racionais
da administração burocrática por ele descrita. Por outras palavras, a administração burocrática
é legitimada pela crença nas regras racionalmente calculadas e instituídas. Isso nos leva a
considerar o fato de que se não houver a crença nesses pressupostos racionais que legitimam a
autoridade burocrática, então não se configura uma burocracia, isto é, uma dominação
racional-legal.
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De acordo com Richard Hilbert (1987), que analisa a burocracia como um conjunto
de crenças e ideias, parece admissível afirmar que é o espírito burocrático, isto é, a
mentalidade burocrática, que assegura a fonte de legitimidade para a ação dos atores sociais
dentro da forma de dominação racional-legal. Hilbert busca interpretar a burocracia não como
a descrição de uma organização macroestrutural, mas enfatizando o aspecto subjetivo do
conceito weberiano de burocracia, o qual ele identifica como um espírito da burocracia ou
uma mentalidade burocrática, no que se aproxima da noção de ideologia. Sua tese resume-se
no seguinte:
Nós estamos sugerindo que a burocracia de Weber pode ser concebida, ao menos
parcialmente, como uma descrição não de um funcionamento organizacional real, nem
mesmo com sua caracterização típico-ideal, mas, ao invés disso, como uma versão subjetiva
de tal funcionamento do ponto de vista do ator burocrático (HILBERT, 1987, p. 71).
funcionários civis prussianos do século XIX desempenhavam suas tarefas eficientemente pela
crença em uma constelação de valores, de acordo com uma ética burocrática que lhes requeria
seriedade, precisão, eficiência, pontualidade, disciplina, estabilidade e confiabilidade. Nesse
caso extraordinário, explica Kalberg (1980), mesmo um tipo de racionalidade substantiva,
baseada em valores, poderia tornar-se um meio apropriado para o cumprimento de padrões de
ação racional formal.
Dessa feita, ao tratar-se de crenças que são funcionais aos poderes governantes, pois
justificam e atribuem legitimidade à dominação, o espírito ou mentalidade da burocracia pode
ser compreendido em termos de ideologia, visto que os indivíduos confiam, internalizam e
mantêm tais crenças, submetendo-se ao sistema racional da burocracia e atestando a
autoridade dos dirigentes.
Em suma, a burocracia reside fundamentalmente não na existência de regras
sistematizadas e calculadas, não nos pressupostos típico-ideais da organização burocrática per
si, mas, sobretudo, nas crenças, significados, ideias e discursos por meio dos quais essas
normas são endossadas, respeitadas e tidas como legítimas. Ao implicar a crença na vigência
de regras racionais que legitimam e sustentam relações de dominação, no caso, de um tipo
racional-legal, a dominação burocrática é, portanto, ideológica.
Acresce ressaltar, além disso, que o próprio Weber (2012, p. 190) frisara que “em
toda relação de dever autoritária, certo mínimo de interesse em obedecer, por parte do
submetido, continua sendo, na prática, a força motriz normal e indispensável da obediência”.
Isto posto, na sequência argumentamos que a ideologia burocrática potencializa a
burocratização da mente dos indivíduos por intermédio de variadas estratégias e recursos que
elevam a inclinação dos sujeitos à obediência aos ditames das normas burocráticas.
que tem a ver com a segmentação daqueles indivíduos e grupos que possam ser capazes de se
converter num desafio real aos grupos dominantes, conduzindo as potenciais forças de
oposição em direção a um alvo que é projetado como mau, perigoso, ameaçador ou ilegítimo
(THOMPSON, 1995). Isso comumente ocorre mediante o processo de diferenciação, cuja
ênfase é dada às distinções, incompatibilidades e divisões entre pessoas e grupos, reforçando
as características que os desunem e os impedindo de constituir uma afronta efetiva às relações
dominantes existentes ou participar genuinamente no exercício do poder.
Com a burocracia, a fragmentação já opera no nível do próprio indivíduo, porquanto
é apartado do controle sobre o processo produtivo com a divisão entre pensadores e
executores (PRESTES MOTTA, 1981). Como escreve Tragtenberg (2012, p. 59), “o operário
é mutilado, convertido em operário parcial”. Essa diferenciação entre trabalho material e
mental aliena as pessoas, impedindo-as de perceberem que estão trabalhando sob a ilusão de
autonomia, e tal alienação “faz com que o produto surja como um poder separado do produtor
e como um poder que o domina e ameaça” (CHAUÍ, 2001, p. 63).
Nas burocracias, o indivíduo ainda passa por um processo de socialização, que se
refere ao seu ajustamento às necessidades da organização (PRESTES MOTTA, 1981).
Embora tal socialização nunca ocorra por completo, pois as organizações são espaços de
contradições e conflitos, o sujeito é, porém, atomizado, posto que são privilegiadas somente
as características, habilidades e competências do indivíduo que são úteis para a produção. A
palavra também é fragmentada, haja vista que só tem direito a se pronunciar sobre certa
temática ou problema aquele que possui saber técnico, competência específica (CHAUÍ,
2001).
A estratégia ideológica da fragmentação pode ainda ser compreendida como
obstrução a quaisquer tentativas de desposicionamento e reposicionamento da concepção
dominante de organização e do organizar. O discurso do desposicionamento no campo das
teorias administrativas implica o questionamento e a denúncia das noções restritas, acabadas e
naturalizadas de organização: formal, racional, técnica, burocrática; já o reposicionamento
concerne ao anúncio de formas organizativas que desafiam o modelo dominante e buscam sua
efetiva suplantação, a partir de outras possíveis formas de organização social, alternativas e
contra-hegemônicas (BÖHM, 2006). O projeto de reposicionamento da concepção
hegemônica de organização pressupõe inerentemente a tomada de posição e engajamento
políticos; trata-se, portanto, de um discurso político que necessita de articulação e
mobilização política.
Sem embargo, esse engajamento é atravancado pela estratégica ideológica da
fragmentação, na medida em que a burocracia, como modelo dominante de organização que
busca impregnar-se na consciência dos sujeitos isolando-os em determinados papeis, cargos e
funções, neutraliza as possibilidades das forças opositoras de gerarem ações políticas efetivas
de reposicionamento da ordem vigente nas organizações. Resumidamente, o discurso da
organização burocrática tende a tornar opacos os pontos comuns entre os grupos subordinados
e de resistência, dirimindo as arenas de conflito, pois não devemos esquecer que, não raro,
mesmo o conflito pressupõe certo grau de acordo mútuo (EAGLETON, 1997). Não existe
necessariamente conflito entre nós se eu afirmo que burocracia é um sistema de dominação
alienante e você sustenta que é a demora da repartição pública em atender sua demanda;
agora, poderia tornar-se um embate se você alegasse que a burocracia é um espaço genuíno de
emancipação política.
Outro modus operandi da ideologia é a dissimulação, que diz respeito ao
estabelecimento e à sustentação de relações de dominação pelo fato de elas serem ocultadas,
negadas ou obscurecidas, ou, ainda, serem representadas de maneiras que desviam nossa
atenção ou passam por cima das verdadeiras relações e processos existentes. Um recurso
comumente associado a essa estratégia é o deslocamento, que ocorre quando um termo
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passa pela aversão que muitos têm de reconhecer que o posicionamento da teoria
organizacional é uma questão ideológica, afinal, é incômodo para qualquer um sustentar
concepções ideológicas, no sentido crítico aqui empregado, quando está ciente de que são
ideológicas, afinal, como observa Eagleton (1997, p. 63), “se a ideologia se reconhecesse
como tal, deixaria imediatamente de ser o que é, assim como se um porco soubesse que é um
porco, não mais o seria”.
6 Considerações finais
Referências
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