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SÍNTESE EXECUTIVA
06 PLANO DE AÇÃO PARA O
DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA BACIA DO
06
INTEGRADO DA BACIA DO PARNAÍBA SÍNTESE EXECUTIVA
06
PLANO DE AÇÃO PARA O
DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA BACIA DO
SÍNTESE EXECUTIVA
TERRITÓRIO VALE DO RIO GUARIBAS
© 2006 Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba – PLANAP.
Todos os direitos reservados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – CODEVASF. Os textos contidos nesta publicação,
desde que não usados para fins comerciais, poderão ser reproduzidos, armazenados ou transmitidos. As imagens não podem ser reproduzidas, transmitidas ou
utilizadas sem expressa autorização dos detentores dos respectivos direitos autorais.
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Luiz Inácio Lula da Silva
Superintendentes Regionais
1a SR: Anderson de Vasconcelos Chaves
2a SR: Jonas Paulo de Oliveira Neres
3a SR: Isabel Cristina de Oliveira
4a SR: Paulo Carvalho Viana
5a SR: Antônio Nelson Oliveira de Azevedo Coordenadora
6a SR: Manoel Alcides Modesto Coelho Marcia Malvina Alves Cavalcante
Márcia
7a SR: Hildo Diniz da Silva
78p. : il. – (Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba, PLANAP ; v. 6)
1. Desenvolvimento sustentável. 2. Meio ambiente. I. Título. II. PLANAP. III Síntese executiva. IV. Território Vale do Rio Guaribas.
Sumário
Introdução 9
1. O processo participativo 11
3. Síntese do diagnóstico 27
7. Bibliografia selecionada 69
7.1.Bibliografia Consultada 71
7.2. Fotos 71
7.3. Sites de interesse 72
Lista de boxe
O contexto histórico-territorial 22
Lista de figuras
1. Visualização do Território Vale do Rio Guaribas 22
2. Mapeamento das atividades produtivas 40
3. Mapeamento das atividades produtivas agregadas no Território 41
4. Composição das áreas de interesse coletivo no Aglomerado 12 46
5. Composição das áreas de interesse coletivo no Aglomerado 13 47
6. Composição das áreas de interesse coletivo no Aglomerado 14 48
7. Composição das áreas de interesse coletivo no Aglomerado 26 49
8. Convergência e interdependência das proposiçôes 50
9. Matriz de multicritérios com classificação dos projetos 54
Lista de quadros
1. Número de participantes por instituição envolvida nos eventos 15
2. Área e população por município que compõe o Território 20
3. Características gerais e socioeconômicas 24
4. Formas de organização para a gestão territorial 66
Lista de fotos
Piscicultura em tanques–rede 12
Por-do-sol no rio Parnaíba 16
Estação de piscicultura – Bocaina-PI 18
Vegetação de caatinga no Território 28
Mel e castanha de cajú – produção artesanal 42
Vegatação de caatinga 44
Bovinocultura tradicional no Território 52
Piscicultura em tanques-rede 62
Pecuária extensiva 64
Vegetação de caatinga 68
Vaqueiro paramentado para o trabalho na caatinga 70
Vegetação de caatinga 74
Siglas e abreviaturas
AG Aglomerado
AGESPISA Águas e Esgotos do Piauí
AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
ANA Agência Nacional de Águas
APA Área de Proteção Ambiental
APAE Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais
APICOV Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos do Piauí
APPM Associação Piauiense dos Prefeitos Municipais
ASA Articulação do Semi-Árido
BB Banco do Brasil
BECnst Batalhão de Engenharia e Construção do Exército Brasileiro
BNB Banco do Nordeste do Brasil
BEP Banco do Estado do Piauí
BPC Benefício de Prestação Continuada
CAB Censo Agropecuário Brasileiro
CAMPIL Cooperativa dos Apicultores da Microrregião de Picos
CAIXA Caixa Econômica Federal
CAPRINOV Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos da Região de Picos
CDL Câmara dos Dirigentes Lojistas
CEPISA Central Energética do Piauí
CNBB Confederação Nacional dos Bispos do Brasil
COMAVEG Cooperativa Mista Agroindustrial Vale do Rio Guaribas
CONAB Companhia Nacional de Abastecimento
COOMAP Cooperativa Mista Agropecuária dos Pequenos Produtores Rurais
CODEVASF Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba
COAMA Cooperativa Mista Agropecuária e Apícola de Marcolândia
CMDRS Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável
DETRAN Departamento de Trânsito
DLIS Desenvolvimento Local, Integrado Sustentável
DNOCS Departamento Nacional de Obras Contra a Seca
EMATER Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
ERGOPI Escritório de Representação do Governo do Piauí
FAEPI Federação das Entidades Apícolas do Estado do Piauí
FAMCC Federação das Associações de Moradores e Conselhos Comunitários
FEAPI Federação das Entidades Apícolas do Estado do Piauí
FETAG Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Piauí
FETRAF Federação dos trabalhadores na Agricultura Familiar
FIEPI Federação das Indústrias do Estado do Piauí
FPM Fundo de Participação dos Municípios
FUMAC Fundo Municipal de Apoio Comunitário
FUNASA Fundação Nacional de Saúde
FUNDAC Fundação de Ação Cultural
FUNDEF Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério
FUNDESPI Fundação dos Esportes do Piauí
GENECOC Programa de Melhoramento de Caprinos e Ovinos de Corte
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDH Índice de Desenvolvimento Humano
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
INSS Instituto Nacional de Seguridade Social
INTERPI Instituto de Terras do Piauí
ITOG Investimento, Tecnologia, Organização e Gestão
ISS Imposto Sobre Serviços
ICMS Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
MAPA Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento
MDA Ministério do Desenvolvimento Agrário
MMA Ministério do Meio Ambiente
MST Movimento dos Sem-Terra
OEA Organização dos Estados Americanos
ONG Organização Não Governamental
OSCIP Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
PACS Programa de Agentes Comunitários de Saúde
PETI Programa de Erradicação do Trabalho Infantil
PCPR Programa de Combate à Pobreza Rural
PDDE Programa Dinheiro Direto na Escola (Federal)
PLANAP Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba
P 1 MC Programa 1 Milhão de Cisternas nos Municípios do Semi-Árido do Piauí
PRONAF Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
PSF Programa de Saúde da Família
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Empresa
SEMAR Secretaria Meio Ambiente e Recursos Naturais
SENAR Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
SEPLAN Secretaria de Planejamento do Estado do Piauí
SIAB Sistema de Informação da Atenção Básica
SICCT Secretaria de Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia do Piauí
SINTE Sindicato dos Trabalhadores em Educação
SDR Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado do Piauí
SDT Secretaria de Desenvolvimento Territorial
STR Sindicato dos Trabalhadores Rurais
TCE Tribunal de Contas do Estado do Piauí
TCU Tribunal de Contas da União
UAPR Unidade de Apoio ao Planejamento Regional
UESPI Universidade Estadual do Piauí
UFPI Universidade Federal do Piauí
ZEE Zoneamento Ecológico-Econômico
Equipe Técnica EQUIPES DE APOIO
O Plano de Ações Integradas para o Desenvolvimento do Território Vale do Rio Guaribas está
dividido em oito capítulos.
No Capítulo 4 são mostradas as áreas de relevante interesse coletivo que foram indicativas
para a definição dos projetos. No Capítulo 5 apresentam-se os projetos priorizados para o
Território, além do instrumento de priorização. No Capítulo 6 procede-se a uma abordagem
sobre elementos de organização e gestão territorial. Nos Capítulos 7 e 8 são apresentados,
respectivamente, a Bibliografia, sites de interesse e documentos relacionados e os atores que
participaram e colaboraram com a construção do plano.
SÃO LUÍS
DO PIAUÍ
AG 26
SAO JOSÉ
DO PIAUÍ
PIO IX
AG 12 FRANCISCO
SANTOS
BOCAINA
SANTO ANTÔNIO MONSENHOR
DE LISBOA HIPÓLITO
SANTANA
DO PIAUÍ Território Vale do Rio Guaribas
ALAGOINHA FRONTEIRAS
PICOS
GEMINIANO
CAMPO GRANDE ALEGRETE
VILA NOVA
DO PIAUÍ DO PIAUÍ
DO PIAUÍ
CALDEIRAO GRANDE
PADRE DO PIAUÍ
MARCOS
JAICÓS
FRANCISCO
ITAINÓPOLIS MACEDO
BELÉM
MARCOLÂNDIA
DO PIAUÍ
MASSAPÉ
AG 13 SIMÕES
DO PIAUÍ
VERA MENDES
POÇOS
Bacia do Rio Parnaíba
CARIDADE
DO PIAUÍ DO PIAUÍ
CURRAL NOVO
DO PIAUÍ
JACOBINA
DO PIAUÍ
AG 14
BETÂNIA
DO PIAUÍ
PAULISTANA
ACAUÃ
QUEIMADA NOVA
O processo participativo
1
Piscicultura em tanques–rede
A construção do Plano de Ação do Território Vale do Rio Guaribas difere dos processos adotados 13
A partir das conferências, teve início o processo de discussão e elaboração dos planos nos
municípios para, num segundo momento, se chegar aos Aglomerados e, finalmente, ao Ter-
ritório. Essa metodologia foi alterada para a elaboração dos demais planos territoriais, que,
em vez de um processo ascendente (municípios–Aglomerados–Território), passou a adotar
um processo descendente de formulação (Território–Aglomerados–municípios).
com um ou dois representantes dos municípios e das ins- Participaram dos eventos nos diferentes níveis (município,
tituições, mas com um número que permitisse fazer uma Aglomerado e Território) atores sociais, representantes de
escolha diversificada no município. Nas conferências, defi- diferentes segmentos – como instituições públicas; ONGs;
niu-se que iriam participar 16 representantes por municí- universidades; instituições financeiras; associações; sindica-
pio, sendo 8 representantes da sociedade civil e 8 do poder tos; cooperativas – e da população em geral.
público. Dessa forma, abriu-se um leque para a representa-
ção de diversos segmentos do poder público e da socieda- A representatividade de atores sociais participantes variou
de civil organizada. Ao longo do processo, nos municípios, de acordo com os níveis de realização dos eventos. Nos
nos Aglomerados e no Território, participaram cerca de mil municípios, participaram vários atores de um mesmo seg-
atores sociais e representantes institucionais dos três níveis mento, assim como a população de modo geral, interessa-
de governo. dos no processo. Nas Oficinas de Aglomerado e Território,
participaram os representantes que foram escolhidos pelos
O caminho metodológico para a elaboração do Plano de atores no âmbito municipal, com base em critérios defini-
Ação do Território foi um exercício de aproximação da rea- dos pelos participantes.
lidade dos atores sociais que vivem nesse espaço territorial,
com a compreensão de que se tomou um caminho para se Os critérios norteadores para a escolha dos representan-
chegar o mais próximo possível da realidade, sem perder tes, tanto para os eventos de Aglomerado quanto para os
de vista a importância da flexibilidade metodológica. Assim de Território, foram os mesmos adotados para o conjunto
sendo, este é um trabalho dinâmico em constante elabo- dos Territórios:
ração e reelaboração, permitindo aos atores sociais e às
instituições compreender melhor o Território e efetivar as • conhecimento mais ampliado do município e do Aglome-
ações de intervenção propostas. rado;
• eqüidade entre as representações das instituições;
• interesse pelo processo de desenvolvimento;
• comprometimento para representar os interesses da po-
pulação;
• capacidade de repassar as informações para a população;
• habilidade para se expressar e trabalhar em grupo.
Oficinas dos 1 4 7 1 29 - 1 43
Aglomerados
Oficina do 1 4 22 2 39 - 3 71
Território
Fonte: Lista de presença dos participantes nos eventos realizados
PLANAP – Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba
16
A população residente no Território totaliza 302.203 habitantes, o que equivale a 7,5% da popula-
ção da bacia, com densidade demográfica média de 13,70 hab./km².
hab./km2
km² % Habitantes %
SÃO JOÃO
DA CANABRAVA
SÃO LUÍS
DO PIAUÍ
AG 26
SAO JOSÉ
DO PIAUÍ
PIO IX
AG 12 FRANCISCO
Box 1
SANTOS
BOCAINA
SANTO ANTÔNIO MONSENHOR
DE LISBOA HIPÓLITO
SANTANA
O contexto histórico-territorial
DO PIAUÍ
ALAGOINHA FRONTEIRAS
PICOS
GEMINIANO
CAMPO GRANDE
VILA NOVA
ALEGRETE
O processo de formação histórica do Território teve início com os indíge-
DO PIAUÍ DO PIAUÍ
DO PIAUÍ
nas da tribo dos Jaicós, que habitavam a região muito antes da chegada dos
CALDEIRAO GRANDE
PADRE
MARCOS
DO PIAUÍ portugueses ao Brasil.
JAICÓS
FRANCISCO
ITAINÓPOLIS MACEDO
BELÉM
DO PIAUÍ
MARCOLÂNDIA Já os registros históricos oficiais mais antigos fazem referência a um aldea-
MASSAPÉ mento Jaicós(1731), que deu origem ao atual município, de mesmo nome.
AG 13 SIMÕES
DO PIAUÍ
VERA MENDES
POÇOS
DO PIAUÍ
CARIDADE Em 1762, a aldeia já era habitada por uma população de aproximadamente
DO PIAUÍ
três centenas de índios, contando-se 28 moradias no povoado. A constru-
ção de duas escolas e de uma capela em 1767 levou a que, em 1801, fosse
CURRAL NOVO
DO PIAUÍ
instalada a Freguesia de Cajueiro depois Vila de Jaicós (1832) e, finalmente,
JACOBINA
DO PIAUÍ Cidade de Jaicós, em 1889, em cumprimento ao Decreto Estadual no 03 de
30 de dezembro daquele ano, concedendo-se foro de cidade à sede munici-
AG 14 pal. A instalação verificou-se em 21 de fevereiro de 1834.
BETÂNIA
DO PIAUÍ
PAULISTANA
ACAUÃ
Em seguida à criação de Jaicós, tem-se a do município de Picos, o que veio
a ocorrer no ano de 1890. Picos teve sua origem numa fazenda de um certo
senhor Borges Marinho, então grande fazendeiro da região. Ambos os mu-
nicípios foram desmembrados do município de Oeiras.
QUEIMADA NOVA Após Picos instalada, somente em 1938 (48 anos depois) verifica-se a cria-
ção de novos municípios, sendo daí até o ano de 1989 acrescidos apenas 14
municípios, dentre os quais São Julião e Monsenhor Hipólito.
1
JARA, Carlos Capital social que redefine a sociabilidade fragmentada, conflitiva
e contaminada pela desconfiança social. Expo DLIS, Brasília, 2002.
2.1. Características fisiográficas 23
Principais rios, Rios Canindé, Itaim, Guaribas e Riachão. Destacam-se as barragens de Poço do Marruá com 293.42 milhões
barragens, açudes e de m³; Pedra Redonda, com 216 milhões de m3; e os açudes Bocaina, em Bocaina, com 106 milhões de m3. e
Barreiros, em Fronteiras, com 52,3 milhões de m³.
lagoas
Temperatura A temperatura varia anualmente com médias da mínima de 21 ºC, média de 26,3 ºC e máxima de 32,5 ºC.
Clima O Território está inserido na região quente e úmida sem excessividades, com alternância dos índices
pluviométricos que vão de 500 mm a 800 mm.
Água subterrânea O aqüífero Serra Grande forma o principal sistema de abastecimento d’água subterrânea do Território, com
potencial para o artesianismo, variando de fraca, na região do embasamento cristalino, a forte, nas demais
regiões.
Vegetação No Território predomina o bioma caatinga, dominado por tipos de vegetação xerofíticas (formações vegetais
secas, que compõem uma paisagem cálida e espinhosa), com estratos compostos por gramíneas, arbustos e
árvores de porte baixo ou médio (3 m a 7 m), caducifólias (folhas que caem no período seco), com grande
quantidade de plantas espinhosas, entremeadas de outras espécies, como as cactáceas e as bromeliáceas.
Unidade de Conservação APA da Chapada do Araripe criada pelo Decreto Presidencial de 4 de agosto de 1997 e APA da Ingazeira.
Fonte: CPRM/MME, EMBRAPA, IBGE, ZEE Cerrados/MMA, Visão Global – CEPRO, SEMAR, IBAMA
O semi-árido compreende um conjunto de unidades geoambien- A temperatura mantém uma certa regularidade, já que a quase
tais, com ocorrência de diferentes tipos de vegetação. No caso totalidade da área é submetida a médias térmicas superiores a
específico do Vale do Guaribas, predomina o bioma Caatinga. 18 ºC, com a temperatura média do mês mais quente sendo
A vegetação é uma expressão do clima, bem como de outros fatores menos 5 ºC mais alta do que o mês menos quente, configuran-
geoambientais representados pelo relevo, pelo material de origem e do clima quente ou megatérmico do tipo isotérmico. As preci-
pelos organismos, numa interação que ocorre ao longo do tempo e pitações, no entanto, mesmo na área submetida à semi-aridez,
resulta, também, na determinação de todo o quadro natural. exibem quadros muito variados.
De modo geral, o Território apresenta um revestimento baixo Além das vulnerabilidades climáticas do semi-árido, grande
de vegetação arbustivo-arbórea ou arbóreo-arbustiva, e muito parte dos solos encontra-se degradada. Dados do IBGE, já em
raramente arbórea, comportando folhas miúdas e hastes espi- de 1994, afirmavam que 54% do bioma caatinga, com vege-
nhentas adaptadas para conter os efeitos de uma evapotranspi- tação característica do semi-árido, encontrava-se em elevado
ração muito intensa. estágio de antropização. Como conseqüência, restringem-se
24 os recursos hídricos, caminhando para a insuficiência e apre- tram num curto período da estação chuvosa. Em outros anos,
sentando elevados índices de poluição, como verificado no rio a precipitação anual alcança valores bem abaixo de sua média,
PLANAP – Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba
Guaribas, o que torna a situação ainda mais séria, em virtude o que é característico dos chamados anos de “seca”.
de a água ser fator crítico do semi-árido: primeiro, porque é o
limitador da ocupação humana; e, segundo, porque é inibidor
das atividades produtivas.
2.3. Características socioeconômicas
Inobstante as restrições de água em grande parte doTerritório, são
diversos os mananciais superficiais, dentre os quais os rios Guari- O Território apresenta uma enorme contradição em seu com-
bas e Riachão; os açudes Bocaina e Ingazeira e a Barragem de Poço ponente socioeconômico: ao mesmo tempo que apresenta in-
do Marruá (em construção). O aqüífero Serra Grande, por sua dicadores econômicos e sociais sofríveis, mostra um potencial
vez, representa uma reserva hídrica subterrânea estratégica. extraordinário para um processo sustentado de desenvolvi-
mento.
As precipitações anuais estão entre 400 mm e 800 mm, varian-
do, também, as épocas de início e de fim da estação chuvosa. Observa-se um conjunto de atividades econômicas relevantes,
Outra característica marcante do regime de chuvas na área é a na sua grande maioria, ligadas ao setor primário, que podem
grande variação que se manifesta tanto na distribuição das pre- vir a se tornar molas de propulsão para a redenção socioe-
cipitações ao longo da estação chuvosa como nos totais anuais conômica da população local e, conseqüentemente, do pró-
de precipitação entre diferentes anos em uma mesma localida- prio Estado do Piauí, considerando que os piores indicadores
de ao longo da história. Há anos em que as chuvas se concen- socioeconômicos são observados nesse Território.
Área (km2): 330.849,9 km2 4.432,382 3.713, 628 8.729,826 5.186,495 22.059,331
População (hab. e %); 4.036.679 hab. 119.485 59.071 58.254 65.393 302.203
39,54% 19,55% 19,27% 21,64% 100%
Densidade demográfica
26,96 15,91 6,67 12,61 13,70
(hab./km2)
% de adolescentes de 15 a 17 anos
13,85 19,34 13,60 15,64 15,61
analfabetos
Clima predominante A quase totalidade da área é submetida a médias térmicas superiores a 18 ºC, com a
temperatura média do mês mais quente sendo menos 5 ºC mais alta do que o mês menos
quente, configurando o caráter de clima quente ou megatérmico do tipo isotérmico
Dinâmica econômica do Território: atividades As atividades de maior relevância econômica são a agropecuária, com destaque para a
produtivas ovinocaprinocultura; a apicultura; a cajucultura; a bovinocultura; a mandiocultura e a
agroindústria de sucos e doces. Outras são a mineração e o setor de comércio e serviços,
particularmente no município de Picos e Paulistana. A piscicultura é uma atividade em
expansão, mas ainda pouco significativa
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano - 2000/IBGE; DNIT – MApa Rodoviário 2002, SEMAR, Oficinas de Aglomerados e Território
ciada de legislar e de aproximar o poder público das longín- desde as tradicionais associações comunitárias de moradores ou
quas comunidades rurais, que na maioria dos casos sequer sabe produtores2 até aquelas ligadas ao setor produtivo, à causa ambien-
qual o papel de um vereador. tal, cultural ou ainda aquelas com foco na atuação social.
2
Somente aquelas cadastradas no PCPR-PI totalizam 557 em todo o Território.
síntese do diagnóstico
3
Vegetação de caatinga no Território
A partir do que se produziu nos planos municipais, combinado com a construção realiza- 29
Diversidade biológica no
Território
30 3.1.1. Recursos naturais
PLANAP – Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba
Investimento • Recursos hídricos: Aqüífero Serra Grande; rios • Desmatamento e queimadas desordenadas e sem
(Guaribas, Canindé, Itaim, Riachão), barragens fiscalização
(Poço do Marruá, Pedra Redonda) e açudes • Sistema de coleta regular de lixo precário (lixo
(Bocaina, Ingazeira, Barreiros) transportado em veículos inadequados e jogado a céu
• Flora diversificada em espécies aberto)
• Parcelas de solos com boa fertilidade (ricos em • Caça predatória ameaçando a extinção de animais
minerais e pobres em matéria orgânica) silvestres
• Recursos minerais (argila, calcário, mármore, • Assoreamento de rios e riachos (p. ex. rios Guaribas e
granito e vermiculita) Canindé)
• Fauna com espécies variadas • Pouco investimento na exploração dos recursos minerais
• Remanescentes arqueológicos: “cidade de • Carência de fossas nas residências rurais (necessidades
pedras” e inscrições rupestres (São José fisiológicas a céu aberto)
do Piauí, Santana do Piauí, Picos); fósseis • População carente de capacitação e formação para a área
(chapada do Araripe) do turismo agroecológico
• Poluição das margens dos açudes
• Inexistência de política de fomento ao turismo
agroecológico na região
Organização • Unidade Gestora do PLMC – Picos/ASA • Fragilidade e despreparo das organizações sociais para
• Associações comunitárias tratar de questões ambientais
• Cooperativas de produtores • Quadro reduzido de pessoal dos órgãos fiscalizadores
• ONGs (FAMCC, União de Mulheres, movimento (IBAMA, ANA, SEMAR)
dos pequenos agricultores, Ação Vida, etc.) • Gestores municipais pouco sensibilizados ou preocupados
• Fundação Rio Guaribas com as questões ambientais
• Sindicatos (rurais, dos professores, dos • População pouco sensibilizada para as questões
comerciários, etc.) ambientais
• Comissão Gestora de Bocaina
Gestão • Plano Diretor das Bacias dos Rios Canindé e • Retirada ilegal de madeira para comercialização
Piauí (www.ana.gov.br) • Pouco interesse das prefeituras para com a implementação
• APAs Chapada do Araripe e Ingazeiras de políticas ambientais
• Secretarias municipais e estadual de meio • Inexistência de políticas direcionadas para a educação
ambiente ambiental
• Escritório Regional do IBAMA em Picos
• 4o Batalhão da Polícia Militar do Piauí em
Picos e 4a Companhia em Paulistana
• 3o BECnst de Picos
3.2. Dimensão sociocultural 31
Investimento • 1 hospital regional, 7 particulares e 1 municipal • Carência de profissionais de saúde (médicos, enfermeiros,
com atendimento de média complexidade em bioquímicos, etc.) para uma demanda crescente
Picos (cerca de 330 leitos) • Precariedade/inadequação da infra-estrutura de saúde
• 33 unidades e 173 postos de saúde existente nos municípios
• Equipes dos Programas PSF e PACS em todos • Precariedade dos serviços básicos de atenção básica à
os municípios saúde
• Programas de prevenção em saúde (hanseníase, • Deficiência de infra-estrutura de saneamento básico
Aids, câncer, tuberculose, dengue, etc.) (coleta e destinação do lixo, fossas sépticas)
• Campanhas de vacinação de crianças • Precariedade de infra-estrutura de matadouros e
• Serviços de vigilância sanitária municipais mercados públicos
• Obras de infra-estrutura do PCPR e FUNASA • Consumo de água sem tratamento pela maioria da
(fossas sépticas, abastecimento de água, população
matadouros, etc.) • Carência de pessoal qualificado nas prefeituras para
• Estações de tratamento de água em Fronteiras, elaboração de projetos, acesso e gestão de programas e
Simões, Padre Marcos, Paulistana, Jaicós e Pio projetos do Ministério da Saúde
IX (AGESPISA) • Vigilâncias sanitária e epidemiológica fragilizadas
• Programas e projetos do Ministério da Saúde
executados pelos municípios ou em parceria
com estes
• Maioria dos municípios com sistemas de
captação e distribuição de água na área urbana
(poços e barragens)
• Coleta de lixo pelos municípios
• Profissionais de saúde (267 médicos, 92
enfermeiras, 162 auxiliares e 101 técnicos de
enfermagem, 50 odontólogos
Tecnologia • Programas federais e estaduais de promoção e • Carência de transporte e equipamentos adequados ao bom
prevenção em saúde funcionamento do sistema de saúde (ambulâncias, raio X,
• Profissionais da saúde em todos os municípios ultra-som, centros cirúrgicos, etc.)
• Unidade de Saúde de Picos equipada com • Falta de tratamento da água consumida pela maioria da
equipamentos para tratamento de média e população
alta complexidade (ultra-som, raio X, análises • Esgoto a céu aberto
clínicas, etc.) • Lixo jogado a céu aberto
• Centros cirúrgicos de média complexidade em • Ocorrência/aumento de doenças endêmicas (tuberculose,
Picos dengue, chagas, hanseníase) em algumas localidades
• Clínicas oftalmológicas em Picos • Carência de mão-de-obra especializada para atender à
• Estações de tratamento de água em Fronteiras, demanda da população
Simões, Padre Marcos, Paulistana, Jaicós e Pio
IX (AGESPISA)
• Medicina popular
• Centro de Zoonoses, Hemocentro e Instituto do
Rim em Picos
(continua...)
(continuação...)
32 Organização • Conselhos municipais de saúde • Gestores e conselheiros pouco qualificados para o exercício
• Pastoral da Criança – CNBB de suas funções
PLANAP – Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba
Gestão • Secretarias municipais de saúde integradas ao • Conselhos municipais de saúde pouco atuantes e carentes
SIAB; 48 equipes do PSF; PACS com cerca de de capacitação
300 agentes comunitários • Má aplicação/desvio de finalidade dos recursos financeiros
• 9ª Regional de Saúde de Picos (pouca transparência na aplicação de recursos)
• FUNASA – Regional Piauí (www.funasa.gov.br) • Gestão estadual ainda muito centralizada; pouca
• PCPR-PI resolutividade das regionais de saúde
• Programas e projetos do Ministério da Saúde • Carência de pessoal qualificado nas prefeituras para
• Ações orientadoras, educativas e fiscalizatórias elaboração de projetos, acesso e gestão de programas e
do TCE-PI e do TCU projetos do Ministério da Saúde
• Unidades regional e locais da AGESPISA e da
CEPISA
• Agência do Ministério do Trabalho e Emprego
em Picos
• 4o Batalhão da Polícia Militar do Piauí em
Picos
• 3o BECnst de Picos
3.2.2. Educação
Investimento • Ensino fundamental e médio em todos os municípios • Elevada taxa de analfabetismo de jovens e adultos
(122.292 matrículas em 2004) • Escolas insuficientes para atender à demanda de
• Campus avançado da UESPI em Picos, Paulistana alunos (superlotação de salas, improvisação de
e Fronteiras e núcleos em Jaicós, Alegrete e Simões espaços)
• Campus da UFPI em Picos • Carência de equipamentos, material didático e infra-
• Programa de Educação de Jovens e Adultos estrutura adequada nas escolas públicas
• Programas de descentralização de alocação de • Transporte escolar insuficiente e inadequado para
recursos federais para a educação, executados pelos atender à demanda
municípios (FUNDEF, PDDE, Merenda, Transporte • Reduzido investimento na educação infantil
Escolar, etc.) • Merenda escolar insuficiente e de baixa qualidade
na maioria das localidades
• Dificuldade de acesso ao ensino superior pelas
famílias carentes
Tecnologia • Ensino superior nos municípios de Picos, Paulistana, • Qualificação deficiente do corpo docente e
Jaicós, Fronteiras, Pio IX e Alegrete administrativo das escolas
• Equipamentos de audiovisual (TV, vídeo, antenas • Política pedagógica ineficiente e fora do contexto
parabólicas) em boa parte das escolas social dos alunos
• Política de qualificação do corpo docente do estado e • Persistência de turmas multisseriadas
dos municípios (formação continuada) • Baixo rendimento escolar gerando evasão,
• Transporte escolar favorecendo o acesso à escola para repetência, exclusão e distorção série/idade
moradores de áreas distantes dos centros urbanos
(continua...)
(continuação...)
3.2.3. Cultura
Tecnologia • Provedores de acesso à internet em Picos • Dificuldade de acesso à internet pela maioria da
• Meios de comunicação como TV e rádios população
alcançando todos os municípios • Rádios locais valorizando pouco a cultura local,
• Escolas equipadas com TV, vídeo e antenas parabólicas preferindo importar modismos de outras regiões
• Páginas das prefeituras na internet • Programações das TVs pouco educativas
• Jornais e portais de notícias na internet • Índice elevado de analfabetismo dificulta o acesso à
informação por uma grande parcela da população
Gestão • Secretarias e/ou departamentos de cultura dos • Gestores municipais pouco sensibilizados para a
municípios valorização cultural
• Secretarias municipais de educação • Gestores municipais pouco informados e pouco
• FUNDAC, FUNDESPI organizados para acessar recursos destinados à
• 4o Batalhão da Polícia Militar do Piauí em Picos cultura no âmbito federal
34 3.2.4. Assistência social
PLANAP – Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba
Investimento • Serviço de creches em alguns municípios • Programas sociais sem atendimento à demanda
• Programas governamentais, como PETI, BPC, existente
Fome Zero • Carência de espaços de convivência para crianças,
• Programas de apoio ao idoso em alguns municípios jovens e idosos
• Centros sociais em alguns municípios • Carência de profissionais da área social (assistentes
sociais, psicólogos, etc.) nos municípios
• Recursos municipais limitados e pouca prioridade à
implementação de uma política de assistência
Tecnologia • 2 provedores de acesso à internet em Picos • Dificuldade de acesso à internet pela maioria da
• Meios de comunicação, como TV e rádio, população
alcançando todos os municípios • Programação das rádios locais quase não aborda a
• Escolas equipadas com TV, vídeo e antenas temática da assistência social
parabólicas • Programações de rádios e TVs pouco educativas
• Programas de ensino a distância • Índice elevado de analfabetismo dificultando o
• Jornais e portais na internet – Total – Informativo acesso à informação por uma grande parcela da
semanal da cidade de Picos população
Organização • Conselhos municipais de assistência social • Conselhos e comitês municipais fragilizados e pouco
• Comitês gestores do Programa Fome Zero atuantes
• Conselhos tutelares na maioria dos municípios • Conselhos tutelares carentes de infra-estrutura de
• Conselhos dos direitos da criança e do adolescente funcionamento e capacitação
• APAE – Picos • Capacidade limitada de atendimento de entidades
• Conselhos municipais do idoso da sociedade civil (p. ex. APAE, Pastoral da
• Grupos de jovens, mulheres e idosos em boa parte Criança)
dos municípios • Carência de profissionais especializados para
• Pastorais sociais da Igreja atendimento social nos municípios
• Grupos culturais e clubes esportivos
Gestão • Planos municipais de assistência social na maioria • Planos de assistência, em geral, com baixa
dos municípios implementação
• Fundos municipais de assistência social • Pouca transparência na aplicação dos recursos do
• Secretarias municipais de educação e de assistência Fundo de Assistência
social • Governos municipais muito centralizados no
• Unidade local do INSS em Picos prefeito
• Agência de Atendimento do Ministério do Trabalho • Secretarias de assistência focadas no
e Emprego em Picos assistencialismo e não na assistência social
• 4° Batalhão da Polícia Militar do Piauí em Picos
3.3. Dimensão econômica 35
3
PRONAF B, C e D – linhas de créditos com limites diferenciados de acordo com as condições socioeconômicas dos produtores. (continua...)
(continuação...)
36 Tecnologia • Programas da ASA (P1MC e P1 + 2) de convivência com • Persistência de comercialização de mel por
o semi-árido “meleiros” prejudicando toda a região
PLANAP – Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba
Gestão • Secretarias municipais de agricultura e de meio ambiente • Grande número de produtores não têm os
• SEBRAE, SENAR títulos de propriedade da terra, dificultando o
• EMATER, INTERPI, SDR, SEMAR, PCPR, INMETRO acesso ao crédito
• SDT-MDA, DNOCS, Agência Regional da CONAB em • Secretarias municipais de agricultura pouco
Picos atuantes ou meramente figurativas
• Postos de sanidade animal e vegetal em Picos e em • Desarticulação e sobreposição entre as ações
Fronteiras municipais, estaduais e federais
• Unidade local do INSS em Picos
• Agência de Atendimento do Ministério do Trabalho e
Emprego em Picos
• 3o Batalhão de Engenharia de Construção de Picos
• 4o Batalhão da Polícia Militar do Piauí em Picos
3.3.2. Indústria, comércio e serviços 37
Tecnologia • Inovações tecnológicas de processamento de • Mão-de-obra local carente de qualificação para ocupar
doces e sucos postos nos diferentes segmentos das cadeias produtivas
• Tecnologia de produção de cimento portland e consolidadas ou em expansão
exploração de mármore e vermiculita • Exploração predatória de madeira tende a agravar o
• Tecnologia de processamento de algodão e cera problema ambiental e a reduzir o potencial apícola da
de carnaúba região (floradas nativas)
• Inovações tecnológicas para a produção e o • Precariedade do processo de beneficiamento de peles de
beneficiamento de mel e de demais produtos animais (caprinos e ovinos)
apícolas
• Técnicas de curtição de peles
• APIAGRO LTDA. (empresa especializada em
fabricação de equipamentos apícolas)
• Programa Araripe
• Informativos e portais regionais de notícias na
internet
(continua...)
(continuação...)
• Associação Comercial e Industrial de Picos • Pouca articulação e diálogo entre entidades ligadas ao
• FIEPI setor produtivo
• CDL em Picos e em Paulistana
Gestão • Secretaria Estadual de Indústria, Comércio, • Alto grau de competitividade do segmento de sucos e
Ciência e Tecnologia doces
• Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural • Conselhos municipais (CMDRS, FUMAC, etc.)
• Banco do Nordeste (programas de capacitação) despreparados para discussão sobre estratégias de
• Unidade local do INSS em Picos desenvolvimento local
• SEBRAE-Picos • Pouca articulação entre os segmentos do sistema
• Agência de Atendimento do Ministério do produtivo (cooperativas, empresas, trabalhadores,
Trabalho e Emprego em Picos sindicatos, bancos, etc.)
• 4o Batalhão da Polícia Militar do Piauí em • Eventos de capacitação não conseguem envolver o setor
Picos produtivo – descompasso com a realidade local
DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL
Indústria metalúrgica
vinculada a cadeia produtiva
da apicultura
3.4. Dimensão político-institucional 39
Tecnologia • Serviços de telefonia fixa e de correios em todo o • Baixo nível de renda dificulta acesso a inovações
Território tecnológicas e aos serviços dela resultantes (internet,
• Serviços de internet por exemplo)
• Postos de auto-atendimento nos bancos • Custo elevado dos serviços públicos e privados (água,
• Banco Postal favorecendo a abertura de contas energia, telefonia)
pela população de baixa renda • Rádios comunitárias monopolizadas e pautadas por
• Rádios comunitárias e recepção de sinal de TV em interesses de grupos políticos
todos os municípios • Pequenos municípios não comportam agências
bancárias
• TVs com programação pouco educativa e informativa
A partir das discussões temáticas e da consolidação de dados e ilustrativa das atividades produtivas desenvolvidas nos Aglo-
estatísticas oficiais, estabeleceu-se uma representação gráfica merados, de acordo com os estágios em que se encontram.
Mandiocultura AG 12 e AG 26 AG 13
Cajucultura AG 12; AG 26 AG 13 e AG 14
Fruticultura AG 12
Mineração AG 26
Cajucultura Agroindústria
Mineração
42
Tanques-rede no Território
46 Figura 4. Composição das áreas de interesse coletivo no Aglomerado 12
PLANAP – Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba
Aglomerado 12
Aglomerado 14
dem a desdobrar-se em outros mais específicos: tável, quando muito persistirão as políticas compensatórias
e fragmentadas que, historicamente, têm pautado as ações
a) investimentos em infra-estrutura básica e elementar governamentais na região, as quais se têm revelado incapa-
para uma convivência social com qualidade; zes de alterar a dinâmica socioeconômica regional, com a
b) fortalecimento e incremento das atividades econômicas na persistência de indicadores sociais sofríveis sobre todos os
perspectiva de geração de trabalho e renda e, conseqüente- aspectos.
mente, alteração da matriz econômica territorial;
c) política ambiental consistente e assumida por todos os A visão das convergência e interdependência das ações nas
atores sociais e pelas instituições com inserção no Terri- diferentes dimensões exige de todos os atores envolvidos
tório que venha a proteger os recursos ambientais ainda a consolidação dos processos de formação e organização
remanescentes e recuperar aquilo que foi degradado e social, fortalecimento institucional e gestão compartilha-
que representa risco para a sobrevivência da atual e das da, sempre na perspectiva de geração de competências no
futuras gerações; âmbito do Território.
d) política social inclusora, de resgate e fortalecimento da
cidadania em seus aspectos educacionais, culturais, as-
sistenciais e de saúde.
Fortalecimento
institucional
Educação Apicultura
Cultura Cajucultura
Saúde Ovinocaprinocultura
Habitação Piscicultura
Água Mineração
Desenvolvimento
Energia elétrica Agricultura familiar
sustentável
Rodovias Turismo
Organização social
Projetos para o território
5
Bovinocultura tradicional no Território
Algumas das ações propostas pelos participantes dos eventos nos diversos níveis de ati- 53
Essas instâncias precisam estar articuladas por um modelo de gestão de políticas públi-
cas que permita a otimização e o adensamento dos recursos públicos, num esforço de
implementação das políticas de desenvolvimento construídas pelos Territórios, compro-
metendo municípios, estado e a União na execução de um projeto coletivo de desenvol-
vimento e inclusão social.
ambiente natural
Impacto sobre o
promoção social
distribuição de
Capacidade de
Capacidade de
agregar novas
Classificação
de geração e
Abrangência
iniciativas e
Capacidade
territorial
parcerias
renda
Total
Apicultura 4 5 5 5 5 24 1o
Ovinocaprinocultura 5 5 5 4 3 22 2o
Cajucultura 3 5 5 5 3 21 3o
Mandioca 5 3 4 3 3 18 4o
Agroindústria 3 4 4 4 3 18 4o
Piscicultura 2 4 3 4 4 17 5o
Turismo 3 3 2 2 4 14 6o
Bovinocultura de corte 4 2 2 2 2 12 7o
Pontuação: peso 5 = muito bom; peso 4 = bom; Peso 3 = regular; peso 2 = fraco; peso 1 = muito fraco. Para a variável impacto sobre o ambiente natural os pesos são invertidos.
Da análise das propostas, foram considerados prioritá- Os projetos apresentados fazem parte de uma estratégia
rios os seguintes projetos: de desenvolvimento da bacia, que contempla diversos
programas, os quais estão concentrados no Documento
• apicultura; Global do PLANAP. Ressalta-se que os custos dos proje-
• ovinocaprinocultura; tos produtivos são referentes aos quatro primeiros anos
• cajucultura. de implantação.
OBJETIVO
Fortalecer e dinamizar a cadeia produtiva da apicultura no Território Vale do Rio Guaribas, apoiando as iniciativas existentes e
estimulando a criação de novos empreendimentos
• Seleção e capacitação de equipe técnica • 36 monitores de campo selecionados e capacitados para 1,309.00
• Cadastramento socioeconômico dos prestar assessoramento aos apicultores
apicultores do Território • Apicultores identificados e cadastrados
• Elaborwwação de plano de trabalho • Sede da Federação Estadual dos Apicultores construída e
• Mobilização e capacitação dos apicultores apoiando a gestão e a comercialização de mel no Território
beneficiários • 1.080 apicultores mobilizados, capacitados e assistidos por
• Assessoramento: técnico, organizacional equipes de assessoramento técnico
e gerencial aos apicultores e suas • 18 novas casas de mel implantadas e equipadas no Território
organizações • 1.080 apiários estruturados
• Implantação e revitalização de casas de • 1.080 kits de apoio à produção distribuídos para os
mel, entrepostos e cooperativas apicultores (formão, fumegador, macacão, chapéu c/máscara,
• Implantação de unidade de transferência e botas e luvas)
tecnologia • 1 unidade de referência em transferência de tecnologia
• Elaboração de plano de negócio e implantada no Território
marketing para o mel • 50% do mel produzido no Território comercializado em rede
• Acompanhamento, monitoramento e • Aplicação sistemática de instrumentos de monitoramento e
avaliação do projeto avaliação do projeto
RESULTADOS ESPERADOS
• Aumento de 75% da produtividade média do mel • Melhoria da qualidade do mel colocado no mercado
(de 20 kg para 35 kg por colméia) • Associações e cooperativas de apicultores estruturadas e atuando com eficiência
• Geração de trabalho e renda • Fortalecimento da economia do Território
• Comercialização centralizada e com “selo de
origem”
Valor do dólar – R$ 2,35 – 30/06/2005.
5.2.2. Ovinocaprinocultura
O projeto ovinocaprinocultura visa estruturar, desen- Agropecuária de 2002 – Ovinocaprinos indicam um re-
volver e modernizar a cadeia produtiva da ovinocaprino- banho de 333.773 ovinos (29,07% do rebanho piauien-
cultura, considerando que é uma atividade de relevante se) e 156.484 caprinos (10,83% do rebanho piauiense)5
importância no contexto da agricultura familiar e na no conjunto do Território, estando os maiores rebanhos
economia regional como um todo. Dados da Pesquisa localizados nos Aglomerados 14 e 26.
4
Total de produção piauisiense 3.146.358K kg de mel (Fundação CEPRO/Piauí em Números, 2004, p.121).
5
Total do rebanho piauiense: 1.445.107 caprinos e 1.148.084 ovinos(Fundação CEPRO/Piauí em Números, 2004, p. 121)
56 OBJETIVO
Dinamizar a cadeia produtiva da ovinocaprinocultura no Território6
PLANAP – Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba
RESULTADOS ESPERADOS
• Aumento da produtividade dos rebanhos com a elevação da • Comercialização de 40% dos produtos e dos subprodutos derivados
taxa de desfrute de 15% para 40% e redução do índice de da ovinocaprinocultura por meio de redes das organizações dos
mortalidade de 40% para 10% produtores
• 100% dos produtores envolvidos no projeto adotando práticas • Melhoria da qualidade dos produtos e dos subprodutos
agroecológicas no manejo dos recursos naturais • Inserção dos produtos locais no mercado regional, estadual e
• Organizações de ovinocaprinocultores atuando com eficiência nacional
no apoio à gestão das unidades produtivas
6
Aumento do plantel; melhoramento genético do rebanho; organização e capacitação dos criadores; acompanhamento técnico continuado; implantação de infra-estrutura de produção e
comercialização.
5.2.3. Cajucultura
RESULTADOS ESPERADOS
Para a implementação de um processo efetivo de desen- obras de maior impacto para a região, destacam-se abas-
volvimento sustentável do Território, ou, ainda, para tecimento d’água, saneamento, energia e estradas.
a viabilidade dos projetos de natureza socioeconômica
propostos, fazem-se imprescindíveis investimentos em É necessário haver ainda investimentos, paralelos e con-
infra-estrutura básica, sem a qual qualquer estratégia comitantes, para a preservação e a recuperação ambien-
de desenvolvimento estará fadada ao fracasso, repetindo tal, considerando o atual nível de antropização e a fragi-
exemplos tidos e havidos em épocas passadas. Dentre as lidade do bioma caatinga, no qual se insere o Território.
7
Em razão do processo metodológico diferenciado que caracterizou a construção do Plano de Ação do Território Vale do Rio Guaribas, na maioria dos casos, não se
chegou aos quantitativos para as atividades previstas, razão pela qual se apresentam as metas de maneira genérica, sem quantificação, o que deverá ser detalhado em
momento posterior.
58 5.3.1. Infra-estrutura básica
PLANAP – Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba
OBJETIVO
Implantar e melhorar a infra-estrutura básica
Água e esgoto
Energia elétrica
• Ampliação de redes de distribuição de • Ampliação da rede de distribuição de energia para todo o Território
energia • Universalização do serviço de energia elétrica para todos os domicílios
• Construção/ampliação de subestações • Ampliação das subestações de energia elétrica
• Implantação de sistemas de energia solar • Construção de subestações
• Implantação de kits de energia solar
Transporte
RESULTADOS ESPERADOS
• Diagnóstico ambiental dos vales dos rios Guaribas, • Identificação e mapeamento das áreas ainda preservadas, degradadas e
Canindé e Itaim aquelas em situação de risco
• Criação de áreas de proteção ambiental nas margens • Criação de áreas de proteção ambiental
de rios, barragens e açudes • Ampliação da presença do IBAMA e da SEMAR no Território
• Fiscalização da aplicação e do cumprimento das leis • Definição de uma estratégia de ação coordenada entre as instâncias
de preservação ambiental municipais, estadual e federal de fiscalização e controle ambiental
• Recuperação da vegetação ciliar dos rios e de seus • Recuperação da mata ciliar dos rios Guaribas, Canindé, Itaim e Riachão
afluentes • Recuperação das margens e dos leitos dos rios Guaribas, Canindé, Itaim e
• Dragagem do leito dos rios, desobstruindo os canais Riachão e de seus afluentes
• Educação ambiental para a formação de consciência • Inclusão do ensino da disciplina Educação Ambiental nas escolas das redes
ecológica pública e privada do ensino infantil até o ensino fundamental a partir de
• Ampliação e construção de rede de esgoto e estações 2007
de tratamento • Mobilização e sensibilização da população ribeirinha para a preservação dos
rios e de seus afluentes por meio de campanhas ambientais
• Construção de lagoas de estabilização nas cidades de São Luís do Piauí,
Paquetá, Bocaina, Sussuapara, São João da Canabrava, Santo Antônio de
Lisboa, Francisco Santos, Monsenhor Hipólito, Alagoinha do Piauí e São
Julião
• Ampliação da rede de esgoto e construção da lagoa de estabilização e
tratamento em Picos
RESULTADOS ESPERADOS
5.4.1. Mandiocultura
Dados da Pesquisa Agropecuária de 2002 – Mandioca, do Território, com destaque para os Aglomerados 12, 13
indicam uma área colhida de 8.091 hectares no conjunto e 26, nos quais estão os maiores produtores.
OBJETIVO
Desenvolver e estruturar a cadeia produtiva da mandioca
(Melhorar a produtividade; modernizar o processamento; organizar e capacitar os produtores)
RESULTADOS ESPERADOS
5.4.2. Agroindústria
OBJETIVO
Ampliar e modernizar a atividade agroindustrial
• Identificação e cadastramento das iniciativas de caráter • Identificação e cadastramento de 100% das agroindústrias de pequeno,
agroindustrial existentes médio e grande portes existentes
• Capacitação de pequenos e médios empresários em • Capacitação de empresários e associações comunitárias com atividades
qualidade de produtos, gestão e comercialização agroindustriais
• Modernização tecnológica das plantas agroindustriais • Ampliação e favorecimento à oferta de crédito para modernização/
• Criação de uma política de incentivo à ampliação das agroindústrias
agroindustrialização • Definição dos instrumentos legais e creditícios que favoreçam iniciativas
• Criação de centro regional de apoio à de agroindustrialização por agricultores familiares
agroindustrialização • Criação de 1 centro de apoio à agroindustrialização
RESULTADOS ESPERADOS
RESULTADOS ESPERADOS
OBJETIVO
Modernizar a bovinocultura de corte
RESULTADOS ESPERADOS
62
Piscicultura em tanques-rede
NOVA INSTITUCIONALIDADE: UMA
ABORDAGEM SOBRE GESTÃO
TERRITORIAL
6
Pecuária extensiva
O debate sobre o Modelo de Gestão dos Planos Territoriais e da Bacia de modo geral ain- 65
De todo modo, o que aqui se apresenta é um esboço teórico sobre novas institucionalidades sem
adentrar nos meandros de um processo de gestão efetivo do plano que requer amadurecimento
e construção de consensos pelos atores e pelas instituições engajadas no processo.
A gestão, na sua visão mais ampla, tem por natureza, segundo Ruy Matos, a “função organi-
zacional voltada para a liderança, a coordenação, o planejamento, o controle, a orientação e
a integração das ações implantadas nos diversos níveis e setores da organização”. Tudo isso
é fundamentado nas seguintes premissas básicas:
Porém, o que se observa na prática das organizações é a total desarticulação entre elas, além
do distanciamento da concepção de gestão em relação a essas premissas básicas fundamen-
tais para a formação de parcerias e alianças.
Lei que regula Criado por decreto federal com base na Lei no 9.433/97
(continua...)
(continuação...)
Essa nova institucionalidade demanda o fortalecimento articulação em rede dos atores dos Territórios, permitindo
– capacitação – das entidades que estejam nela repre- a busca de identidade, bem como a construção de platafor-
sentadas para que tragam consigo a capacidade da mobi- mas de ações comuns às realidades conhecidas como diver-
lização, da construção, do empoderamento, da postura sas, respeitando-as e valorizando-as como tal, enfim, focan-
ética e da gestão. do a inclusão social com geração e distribuição de renda na
perspectiva do desenvolvimento sustentável.
Nesse sentido, o processo de construção dessa nova institu-
cionalidade deve propiciar as condições para o exercício da
68
Vegetação de caatinga
Bibliografia selecionada
7
TD6 – Território Vale do Rio Guaribas
69
PLANAP – Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba
70
7.2.▪Fotos
74
Vegetação de caatinga
Nome/ Instituição Endereço Telefone 75
Alisson B. Carvalho/Banco do Brasil Praça Félix Pacheco 701
Maria Francinalda da Silva/BNB Av. Getúlio Vargas no 535 Picos-PI (089) 3422 1671
Para a preparação da proposta contida nesta Síntese Executiva, foram elaborados documentos considerados base para o
desenvolvimento do trabalho.
O CD que acompanha este documento traz: os perfis dos Aglomerados, o diagnóstico com base na metodologia Itog nas
dimensões ambiental, sociocultural e econômica, as propostas de projetos e os projetos priorizados elaborados e com
estimativa de custo.
TERRITÓRIO VALE DO RIO GUARIBAS
SÍNTESE EXECUTIVA
06 PLANO DE AÇÃO PARA O
DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA BACIA DO
06
INTEGRADO DA BACIA DO PARNAÍBA SÍNTESE EXECUTIVA