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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

LEO GERMANO HAHN KEHL

ESTUDO ANALÍTICO-EXPERIMENTAL PARA MELHORIA DE UM VENTILADOR


CENTRÍFUGO

CAXIAS DO SUL

2015
LEO GERMANO HAHN KEHL

ESTUDO ANALÍTICO-EXPERIMENTAL PARA MELHORIA DE UM VENTILADOR


CENTRÍFUGO

Trabalho de conclusão da disciplina de Estágio II


(MEC0258) apresentado à Universidade de Caxias
do Sul como pré-requisito para a obtenção do título
de Engenheiro Mecânico.

Área de concentração: Máquinas de Fluídos


Orientador: Prof. M. Eng. Sérgio da Silva Kucera

CAXIAS DO SUL

2015
2
3

RESUMO

O objeto de estudo foi um ventilador centrífugo modelo com acionamento direto de


0,75cv 2 polos 60Hz. O modelo em estudo foi testado em uma bancada conforme a
norma ANSI/AMCA 210, onde obteve-se os rendimentos totais do ventilador testado
alterando somente o rotor. Com base no primeiro teste, foram projetados e testados
em bancada dois protótipos de rotores. O primeiro protótipo de rotor foi mantido o
diâmetro externo, alterando somente os ângulos de entrada β4 e saída β5. Para o
segundo protótipo de rotor, foram alterados o diâmetro, a altura das pás, além dos
ângulos de entrada β4 e saída β5.

Palavras-chave: Ventiladores centrífugos, máquinas de fluxo, AMCA 210.


4

ABSTRACT

The study object was a model centrifugal fan with direct drive 0,75cv 2-pole 60Hz. The
model study was tested on a bench according to ANSI/AMCA 210, which was obtained
total revenues of the fan tested only changing the rotor. Based on the first test, they
were designed and tested two prototypes bench rotors. The first rotor prototype was
kept outside diameter , by changing the input β4 and output β5 angles. For the second
rotor prototype they have changed the diameter and height of the blades, besides the
input β4 and output β5 angles.

Keywords: Centrifugal fans, flow machines, AMCA 210.


5

LISTAS DE FIGURAS

Figura 1 - Campo de aplicação de ventiladores e compressores .............................. 11


Figura 2 - Escoamento através do rotor de um ventilador centrífugo ........................ 12
Figura 3 - Máquina de fluxo radial (corte longitudinal)............................................... 14
Figura 4 - Disposição típicas de pás utilizadas.......................................................... 17
Figura 5 - Curva característica rotor de pás retas ..................................................... 17
Figura 6 - Curva característica rotor de pás curvadas para trás................................ 18
Figura 7 - Curva característica rotor de pás curvadas para frente ............................ 18
Figura 8 - Ponto de operação .................................................................................... 19
Figura 9 - Malha não estruturada .............................................................................. 25
Figura 10 - Malha estruturada ................................................................................... 26
Figura 11 - Bancada de testes conforme norma ANSI/AMCA 210 ............................ 29
Figura 12 - Transição conforme ANSI/AMCA 210 ..................................................... 30
Figura 13 - Retificador de Fluxo ................................................................................ 30
Figura 14 - Tubo de pitot ........................................................................................... 31
Figura 15 - Posição dos pontos de medição ............................................................. 31
Figura 16 - Bancada de testes .................................................................................. 32
Figura 17 - Rotor atual .............................................................................................. 38
Figura 18 - Curva característica experimental do rotor atual ..................................... 39
Figura 19 - Rotor proposto ........................................................................................ 41
Figura 20 - Curva característica experimental do rotor proposto............................... 41
Figura 21 - Rotor proposto com pá alta ..................................................................... 43
Figura 22 - Curva característica experimental do rotor proposto com pás altas........ 44
Figura 23 - Curva teórica vs experimental rotor com pás altas ................................. 47
Figura 24 - Curva teórica vs experimental rotor proposto ......................................... 47
Figura 25 - VCS250 com voluta atual e rotor diâmetro 200 mm................................ 48
Figura 26 - VCS250 com voluta e rotor atual ............................................................ 49
Figura 27 – Curvas características do ventilador centrífugo modelo RDH 250, marca
Nicotra-Gebhardt ....................................................................................................... 53
Figura 28 - Curvas características do ventilador centrífugo modelo LMS 250, marca
OTAM ........................................................................................................................ 54
Figura 29 - Bancada de testes de ventiladores ANSI/AMCA 210 (1999) .................. 58
Figura 30 - Retificador de fluxo ................................................................................. 59
6

Figura 31 - Transição seção retangular para seção circular ..................................... 60


Figura 32 - Regulador de vazão ................................................................................ 61
Figura 33 - Ventilador centrífugo VCS250 ................................................................. 62
7

LISTAS DE TABELAS

Tabela 1 - Velocidades recomendadas na técnica do transporte pneumático.............22


Tabela 2 - Condição ambiente do primeiro teste realizado..........................................37
Tabela 3 - Dados geométricos do rotor atual...............................................................37
Tabela 4 - Condições ambiente do segundo teste realizado.......................................40
Tabela 5 - Dados geométricos do rotor proposto.........................................................40
Tabela 6 - Rendimentos do ventilador proposto..........................................................42
Tabela 7 - Condições ambiente do terceiro teste realizado.........................................43
Tabela 8 - Dados geométricos do rotor proposto com pás altas..................................43
Tabela 9 - Rendimentos do ventilador proposto com pá alta.......................................44
Tabela 10 - Dados coletados rotor atual......................................................................55
Tabela 11 - Dados coletados do rotor proposto...........................................................55
Tabela 12 - Dados coletados rotor proposto pá alta....................................................55
Tabela 13 - Dados calculados da curva teórica do rotor proposto...............................57
Tabela 14 - Dados calculados da curva teórica do rotor proposto com pá alta.............57
6

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................. ............... 8
1.1 AMBIENTE DE ESTÁGIO ........................................................................... 8
1.2 JUSTIFICATIVA .......................................................................................... 9
1.3 OBJETIVOS ................................................................................................ 9
1.3.1 Objetivo geral ............................................................................................ 9
1.3.2 Objetivos específicos ............................................................................... 9
2 MÁQUINAS DE FLUXO................................................................ ............ 11
2.1 CONCEITOS, APLICAÇÕES E ELEMENTOS CONSTRUTIVOS............. 11
2.2 TRIÂNGULO DAS VELOCIDADES ........................................................... 12
2.3 EQUAÇÃO FUNDAMENTAL ..................................................................... 13
2.4 PERDAS E RENDIMENTOS ..................................................................... 15
2.5 CURVAS CARACTERÍSTICAS X FORMA DA PÁ .................................... 16
2.6 PONTO DE OPERAÇÃO E INSTABILIDADE DE FLUXO......................... 19
2.7 TRANSPORTE PNEUMÁTICO ................................................................. 19
2.7.1 Transporte pneumático por aspiração .................................................. 19
2.7.2 Transporte pneumático por compressão.............................................. 20
2.7.3 Relação de pesos de ar e de material transportado ............................ 20
2.7.4 Velocidades do material e flutuação ..................................................... 21
2.8 DINÂMICA DOS FLUIDOS COMPUTACIONAL (CFD) ............................. 22
2.8.1 Equações governantes do escoamento ................................................ 23
2.8.2 Método dos volumes finitos ................................................................... 24
2.8.2.1 Malhas........................................................................................................ 24
2.8.2.1.1 Malhas não estruturadas............................................................................ 25
2.8.2.1.2 Malhas estruturadas....................................................................... ............ 25
2.8.2.2 Condições de contorno.............................................................................. 26
2.8.2.3 Modelos de turbulência....................................................................... ....... 26
2.8.2.4 Modelo k-ε....................................................................................... ........... 27
2.8.3 Estudos em CFD aplicado a máquinas de fluido ................................. 28
3 METODOLOGIA............................................................................ ............ 29
3.1 BANCADA DE TESTES ............................................................................ 29
3.2 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS ..................................................... 32
7

3.3 LEVANTAMENTOS DAS CURVAS CARACTERÍSTICAS ........................ 34


3.3.1 Rotor atual ............................................................................................... 37
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................... ...... 39
4.1 ROTOR ATUAL ......................................................................................... 39
4.2 ROTOR PROPOSTO ................................................................................ 39
4.3 ROTOR PROPOSTO COM PÁ ALTA ....................................................... 42
4.4 CURVA CARACTERÍSTICA TEÓRICA VS EXPERIMENTAL................... 45
4.5 VOLUTA .................................................................................................... 48
5 CONCLUSÃO................................................................................... ......... 50
6 REFERÊNCIAS............................................................................ ............. 51
7 ANEXOS.......................................................................................... .......... 53
8 APÊNCIDES.................................................................................. ............ 55
8

1 INTRODUÇÃO

Os ventiladores centrífugos têm uma vasta funcionalidade na indústria.


Podem ser controladores de temperatura, transportadores de materiais através de
tubulações, como também distribuidores de ar. Além disto estão presentes em uma
infinidade de indústrias do setor primário de produção, tais como as petroquímicas,
siderúrgicas, mineração, dentre muitas outras.
Seu princípio de funcionamento, como seu nome denomina, é a partir da força
centrífuga, que é uma força inercial manifestada em corpos em rotação, cujo sentido
é o de afastá-los do centro de rotação. No ventilador esta força é gerada pela rotação
do rotor. Assim, o fluido que passa por ele muda da direção axial de entrada para a
radial na saída.
Outro fator que motiva o estudo de ventiladores é o fato de eventualmente
estarem superdimensionados para a aplicação a que se destina. Sendo assim, uma
das maiores preocupações na indústria é o aumento do seu rendimento. Isto pode ser
obtido pela definição adequada dos parâmetros construtivos do ventilador na fase de
projeto.
A demanda do mercado faz com que as indústrias desenvolvam produtos com
qualidade considerável e rendimentos aceitáveis. Com essa dinâmica as empresas
precisam encontrar alternativas que demandem menos custos e tempo de execução
de projeto. Uma das ferramentas usadas nas duas últimas décadas, a simulação
numérica de escoamentos através de software de dinâmica dos fluidos computacional
(CFD). Neste tipo de análise se obtém dados quali-quantitativos aceitáveis para
execução do projeto em forma de protótipo.

1.1 AMBIENTE DE ESTÁGIO

O estágio foi desenvolvido no setor de engenharia da empresa Seibt,


localizada em Nova Petrópolis, que atua a mais de 40 anos no ramo de equipamentos
para processamento de plásticos, e é conhecida no mercado por sua qualidade e
robustez nos produtos em que fabrica. Ao longo destes anos atingiu uma posição de
destaque e excelência no mercado, sempre buscando oferecer soluções que atendam
9

às necessidades dos clientes, bem como sua satisfação com o resultado final
alcançado.

1.2 JUSTIFICATIVA

Apesar da qualidade dos produtos da empresa, a busca por evolução é


constante. Entre os produtos ofertados está o moinho granulador horizontal, destinado
a materiais plásticos. Este equipamento usa um ventilador centrífugo para o transporte
pneumático do material, que, entretanto, não tem a versatilidade necessária para
operar adequadamente com quaisquer tipos de polímeros. Assim com vistas à
melhoria do equipamento ofertado, torna-se necessário uma análise deste ventilador.

1.3 OBJETIVOS

Este trabalho visa atingir as metas a seguir.

1.3.1 Objetivo geral

Propor melhorias no rotor do ventilador do moinho visando torná-lo mais


adequado ao transporte de vários tipos de materiais poliméricos, e manter o
rendimento satisfatório.

1.3.2 Objetivos específicos

Em apoio ao objetivo geral, elencaram-se os específicos descritos abaixo:


a) compreender os parâmetros e fenômenos envolvidos através da revisão
bibliográfica pertinente;
b) projetar e fabricar bancada de testes;
c) levantar parâmetros construtivos e curvas características do ventilador
centrífugo atual;
d) construir protótipo de rotor com as características definidas;
e) obter experimentalmente as curvas características do protótipo;
10

f) comparar resultados.
2 MÁQUINAS DE FLUXO

2.1 CONCEITOS, APLICAÇÕES E ELEMENTOS CONSTRUTIVOS

Segundo Henn (2012), máquina de fluxo, também denominada de máquina


dinâmica, é um equipamento que troca energia com um fluido que escoa
continuamente através dela. A troca de energia se dá principalmente devido a efeitos
dinâmicos.
Uma máquina de fluxo pode ser definida como um transformador de energia
do fluido em energia mecânica ou vice-versa. No primeiro caso, trata-se de uma
máquina motriz; no segundo, uma máquina operatriz. Nesta classificação estão os
ventiladores, como ilustrado na figura 1.
Figura 1 - Campo de aplicação de ventiladores e compressores

Fonte: Henn, 2012, p. 30

Nestas máquinas o rotor é o principal componente, pois é responsável pela


transformação da energia. Constitui-se de um determinado número de pás, por entre
as quais circula o fluido de trabalho.
12

Outro componente fundamental é o sistema diretor, também conhecido como


voluta. Sua finalidade principal é coletar o fluido e direcioná-lo à determinada direção,
mas também pode atuar como transformador de energia.
Nos ventiladores centrífugos, conforme a própria nomenclatura, a direção de
saída do fluxo é radial, com entrada axial, em relação ao rotor. Suas principais
aplicações são a ventilação, a exaustão ou o transporte pneumático de partículas.

2.2 TRIÂNGULO DAS VELOCIDADES

Conforme Henn (2012), o triângulo de velocidades é a forma geométrica de


relação entre os movimentos relativos e absoluto da partícula de fluido que escoa
através da máquina de fluxo. É expresso em forma vetorial, conforme equação 1.

c =
w+u  (1)

Onde:
c = velocidade absoluta da corrente fluida;
w = velocidade relativa ao observador da corrente fluida;
u = velocidade tangencial de um ponto do rotor.

Segundo Henn (2012), para a aplicação do triângulo de velocidades às


máquinas de fluxo, considera-se a corrente fluida que circula através do rotor de um
ventilador centrífugo, representado, esquematicamente pelo corte segundo um plano
perpendicular ao eixo do rotor, conforme figura 2.

Figura 2 - Escoamento através do rotor de um ventilador centrífugo

Fonte: Henn, 2012, p.57


13

Onde:
α = ângulos que formam os sentidos positivos de u e c;
β = ângulos que formam o sentido positivo de w com negativo de u;
AEB = trajetória da curvatura da pá do rotor;
AE’B’ = trajetória da partícula do fluido, para um observador fixo à carcaça da
máquina (sistema absoluto).
A estes vetores e suas componentes atribuem-se os seguintes índices:
3 a um ponto na corrente de entrada não perturbada, situado imediatamente
antes da entrada do rotor.
4 a um ponto situado imediatamente depois da entrada do rotor, portanto, já
no espaço entre as pás giratórias.
5 a um ponto situado imediatamente antes da saída do rotor, portanto, ainda
entre as pás giratórias.
6 a um ponto na corrente de saída não perturbada, situado imediatamente
depois da saída do canal móvel.
Conforme Henn (2012), estas informações são extremamente importantes
para o início do projeto de um rotor, pois as pás serão construídas e projetadas de tal
maneira que não haja, no ponto 3, qualquer choque do fluido por mudança brusca de
direção, e como consequência a formação de vórtices dissipadores de energia.
Para que a condição de ausência de choque aconteça, é necessário satisfazer
a equação 1, ou seja, a velocidade absoluta c4, com a velocidade u4, para um ponto
na entrada do rotor, de uma direção para a velocidade relativa w4, que esta seja a
direção da parte inicial da pá. Com isso o vetor w4, formará o ângulo β4, com o sentido
negativo ao vetor u4, que por sua vez será o ângulo de inclinação das pás na entrada
do rotor.
Analisando a saída do rotor, tem-se o ângulo de inclinação das pás β5, que
será formado pelo sentido positivo de w5 e também pelo sentido negativo de u4.

2.3 EQUAÇÃO FUNDAMENTAL

A equação de Euler tem um papel fundamental na área de máquinas de fluxo,


pois ela expressa a troca de energia entre o rotor e o fluido, ou entre o fluido e o rotor.
Considera-se neste equacionamento uma situação ideal, cujo o rotor tem um número
14

infinito de pás e infinitamente delgadas, o escoamento é constante e despreza-se as


perdas energéticas.
Conforme Henn (2012), esta energia que o fluido recebe ao ser acionado o
rotor, pode ser expressado com um aumento da energia de pressão, energia de
velocidade ou também da sua energia potencial. Estas transformações podem
acontecer destas três formas, com podem acontecer somente uma delas.
Conforme Henn (2012), utilizando o princípio das quantidades de movimento,
seguindo a linha de corrente “A-A” indicada na figura 3, com uma vazão Q, que escoa
pelo rotor com um número infinito de pás, com uma mudança de direção das
velocidades C4 e C5, tem-se a equação 2:

Figura 3 - Máquina de fluxo radial (corte longitudinal)

Fonte: Henn, 2012, p.63

Ht∞ = ∙u5 ∙cu5 -u4 ∙cu4 


1
(2)
g
Onde:
Ht∞ = altura teórica infinita em m;
g = força gravitacional em m/s²;
u4 e u5 = velocidade tangencial na entrada e saída do rotor em m/s.
cu4 e cu5 = componente da velocidade absoluta na entrada e saída do rotor em m/s.
15

2.4 PERDAS E RENDIMENTOS

As perdas em um sistema, seja qual for são inevitáveis, e afetam diretamente


os rendimentos das máquinas de fluxo. Nelas os dois principais tipos de perdas são:
a) hidráulicas: é o principal, sendo ocasionado pelas mudanças bruscas de
direção, choques e atrito do fluido com as paredes ao passar pelos canais
do rotor e da caixa estatora;
b) volumétricas: ocorrem devido às folgas existentes entre a parte rotativa e
a parte fixa.
Assim como as perdas, tem-se os rendimentos, de acordo com Henn (2012)
conforme abaixo:
Rendimento hidráulico: considera as perdas hidráulicas, e é definido pelas
equações 3 e 4.

Y Y
ηh = = (3)
Ypá Y+Ep
Onde:
ηh = rendimento hidráulico;
Y = energia específica disponível pelo fluído na saída da máquina, ou, salto energético
específico da máquina, ou, a energia que realmente o fluido recebe do rotor, em J/kg;
Ypá = energia específica que teoricamente as pás do rotor entregariam ao fluido, em
J/kg;
Ep = energia específica referente às perdas hidráulicas, em J/kg.

H= Ht ∙ηh (4)
Onde:
H = altura de elevação;
Ht = altura de elevação teórica;
Para o cálculo da altura teórica, leva-se em consideração o fator de deficiência
de potência, representado pelo símbolo μ, este valor será sempre igual ou menor a 1,
conforme equação 5.
Ht = Ht∞ ∙μ (5)
16

Rendimento volumétrico: considera as perdas por fuga, definido pela equação


6 e 7.

m Q
m +m f Q+Qf
ηv = = (6)

Onde:
ηv = rendimento volumétrico;
ṁ = fluxo mássico que passa pelas canalizações de admissão e descarga da máquina,
em kg/s;
ṁf = fluxo mássico que passa através das folgas, em kg/s;
Q = vazão que circula pelas canalizações de admissão e descarga da máquina, em
m³/s;
Qf = vazão de fugas, em m³/s.

Q= Qrotor ∙ηv (7)


Onde:
Qrotor = vazão do rotor, em m³/s.

Rendimento mecânico: ηm, defindo pela relação entre a potência obtida no


eixo e a potência interna.
O rendimento total, é definido pela seguinte equação 8:
ηt =ηh ∙ηv ∙ηm (8)

2.5 CURVAS CARACTERÍSTICAS X FORMA DA PÁ

As curvas características dos ventiladores centrífugos podem ser usadas


como base para a seleção do modelo mais adequado para cada aplicação. Estas
curvas são definidas pela disposição das pás do rotor. Sendo que cada tipo, tem suas
vantagens e desvantagens.
Conforme figura 4, a disposição das pás é classificada em: rotor de pás retas,
β5 = 90°; rotor de pás curvadas para trás, β5 < 90°; e rotor de pás curvadas para frente,
β5 > 90°.
17

Figura 4 - Disposição típicas de pás utilizadas

Fonte: Fox e McDonald, 2001, p.356

Conforme OTAM (20?), o rotor de pás retas trabalha em pressões


relativamente elevadas, devido à forma dos canais entre elas e tem maior facilidade
de escoamento e separação dos particulados sólidos suspensos e abrasivos. O
ventilador que utiliza pás retas, terá sua eficiência reduzida, conforme figura 5, pelo
ângulo de saída β5. Esta característica ocasiona elevado ruído no equipamento. Sua
principal vantagem é a curva de potência ser linear em relação a vazão.
Na figura 5, a região entre as hachuras é o intervalo de vazões recomendado
pela OTAM.
Figura 5 - Curva característica rotor de pás retas

Fonte: OTAM, (20?)

Conforme OTAM (20?), a configuração de pás curvadas para trás, pela sua
disposição é a configuração com maior eficiência, figura 6. Pois o canal entre as
18

aletas, tem a forma mais adequada para o escoamento do fluido. Porém não é
indicado para a utilização de transporte de partículados.
Outra característica desta configuração é auto-limitação de potência, devido
a forma da curva de potência absoluta. Com isso o motor do ventilador não sofrerá
sobrecarga, caso a seleção for feita pela curva de potência.
Figura 6 - Curva característica rotor de pás curvadas para trás

Fonte: OTAM, (20?)

Por último a configuração de pás curvadas para frente, sua aplicação é


somente para fluidos isentos de particulados sólidos. Sua principal característica é sua
faixa de pressão, quase constante, conforme figura 7.
O rotor mais conhecido desta disposição é do tipo Sirocco, tendo como
principal característica operar a baixas rotação, sendo que nesta condição tem maior
capacidade de exaustão.

Figura 7 - Curva característica rotor de pás curvadas para frente

Fonte: OTAM, (20?)


19

2.6 PONTO DE OPERAÇÃO E INSTABILIDADE DE FLUXO

O ponto de operação é definido pela intersecção das curvas características


do sistema e do ventilador, ilustrado pela figura 8. Para a primeira, deve-se analisar
todo o sistema, definindo as perdas de carga devido aos componentes nela instalados.
Figura 8 - Ponto de operação

Fonte: OTAM, (20?)

Segundo OTAM (20?), se a resistência projetada do sistema não for a mesma


que a instalada, o ponto de operação irá mudar e os valores de pressão estática e
vazão não serão iguais aos calculados.

2.7 TRANSPORTE PNEUMÁTICO

O transporte pneumático consiste no deslocamento de materiais a granel


(sólidos e particulados) por meio de uma corrente de ar com velocidade adequada
(Costa, 2005). Pode ser classificado em transporte por compressão, quando o material
entra no sistema por gravidade; e por aspiração, quando não se dá desta forma.
Ambos os tipos são detalhados a seguir.

2.7.1 Transporte pneumático por aspiração

Conforme Costa (2005), este tipo de transporte é composto dos seguintes


elementos:
a) bocal de aspiração, o qual evita o embuchamento do material, e ao mesmo
tempo direciona e regulariza a admissão do material aspirado;
20

b) canalizações para arrasto do material, que podem ser constituídas de


mangueiras flexíveis, e ou de tubos de aço;
c) coletor, que geralmente é do tipo silo-ciclone, tendo sua principal função
separar o material particulado transportado do ar;
d) ventilador centrífugo, para fazer a aspiração necessária do ar no sistema.

2.7.2 Transporte pneumático por compressão

Conforme Costa (2005), este tipo de transporte é constituído dos seguintes


elementos:
a) ventilador ou compressor, para realizar a vazão necessária no sistema;
b) canalizações de aço, para ligar a descarga do ventilador centrífugo na
saída do sistema e, ao mesmo tempo, arrastar o material ao longo do
percurso e desnível desejados;
c) silo com uma válvula para alimentar o sistema com o material a ser
transportado, conforme capacidade do ventilador ou compressor.

2.7.3 Relação de pesos de ar e de material transportado

A relação de massa do material transportado e ar, é definida pela equação 9:

Mm
rp = (9)
Mar
Onde:
rp = relação em massa no transporte pneumático;
Mm = massa do material transportado expressado em kg/h;
Mar = massa do ar que o transporta expressado em kg/h.
Conforme Costa (2005), esta relação deve ser a maior possível, para ter-se o
consumo de energia reduzido. Na prática, esta diferença é limitada apenas pela
possibilidade de embuchamento no sistema. Sugere-se utilizar como máxima relação
em peso o valor fornecido pela expressão empírica, pela equação 10:
21

7000
rp máx = (10)
γm
Onde:
rp máx = relação em massa máxima no transporte pneumático;
γm = peso específico real do material em kg/m³.
O peso específico real do material, por ser difícil sua determinação, pode ser
estabelecido, para materiais com granulometria uniforme, através do peso específico
aparente, com boa aproximação do real, pela equação 11:

2
γm = 16∙ γ3aparente (11)

Onde:
γaparente = peso específico aparente do material em kg/m³.

2.7.4 Velocidades do material e flutuação

As velocidades são de grande importância, pois delas irão depender o bom


desempenho da operação de deslocamento e também do consumo de energia.
As velocidades que interferem no processo são definidas pela equação 12:
Car = Cf +Cm (12)
Onde:
Car = velocidade do ar em m/s;
Cf = velocidade necessária para flutuação do material transportado em m/s;
Cm = velocidade do material em transporte em m/s.
Considerando um escoamento turbulento, que normalmente acontece no
transporte pneumático, tem-se a equação 13:

Cf = 0,00498∙dμm ∙γm -γar (13)

Onde:
dμm = dimensão das partículas em micrometro;
γar = peso específico do ar em kg/m³.
A velocidade do material é da ordem de 15 a 30 m/s, para evitar perdas de
carga excessivas, utiliza-se a equação 14:
Cf =0,55 a 1,9∙
γm (14)
22

A velocidade do ar sempre será superior à velocidade do material, devido a


velocidade de flutuação, utiliza-se um fator de multiplicação para calcular esta
velocidade, expressada na equação 15:
Car =Cf +Cm =1,2 a 1,35∙Cm =0,66 a 2,5∙
γm (15)
Existem as fórmulas empíricas de Hudson, demonstradas na tabela 1,
Hudson apud Costa (2005) que leva em consideração as características do circuito,
não somente a granulometria e o peso específico do material.

Tabela 1 - Velocidades recomendadas na técnica do transporte pneumático


Dutos Material Cf (M/s) Car (m/s) Car (m/s) dutos
mangueiras de chapa

1,20
γm 0,75
γm
0,0030dμm γm
Horizontais Pó

1,52
γm 0,91
γm
0,0038dμm γm
Grão

1,83
γm 1,13
γm
0,0048dμm γm
Irregular

1,52
γm 0,95
γm
0,0060dμm γm
Verticais Pó

1,83
γm 1,13
γm
0,0075dμm γm
Grão

2,28
γm 1,42
γm
0,0090dμm γm
Irregular

Fonte: Adaptado de Costa, 2005, p.218.

2.8 DINÂMICA DOS FLUIDOS COMPUTACIONAL (CFD)

As curvas características de um ventilador centrifugo são levantadas de forma


experimental. Porém, todo o experimento demanda tempo, entre projeto e fabricação,
além de toda instrumentação necessária para obtenção dos dados referentes ao
ventilador.
Conforme Honório (2011) e Santos (2012), a simulação numérica permite a
elaboração de diversos sistemas ou dispositivos em análise, com a possibilidade de
aplicar o maior número de condições possíveis. A grande importância da análise
23

computacional está na possibilidade de prever quantitativamente as características de


um escoamento, e possibilitando possíveis alterações no sistema.
Um aspecto importante a ser considerado é a validação da simulação
numérica, que se dá pela comparação com os dados experimentais.
Na sequência apresenta-se tópicos importantes a serem considerados na
fluidodinâmica computacional.

2.8.1 Equações governantes do escoamento

Conforme Bortoli (2000), as equações governantes dos escoamentos são as


equações de Navier-Stokes ou simplificações destas. São aplicadas às conservações
da massa, decomposta nos eixos x, y e z, conforme equações 16 a 18; da quantidade
de movimento, equação 19 e da energia, equação 20.

∂ ∂ ∂ ∂
∙ρu+ ∙ρuu+ ∙ρuv+ ∙ρuw =
∂t ∂x ∂y ∂z

+ ∙ μ∙ + ∙ μ∙ + ∙ μ∙
∂P ∂ ∂u ∂ ∂u ∂ ∂u
- (16)
∂x ∂x ∂x ∂y ∂y ∂z ∂z

∂ ∂ ∂ ∂
∙ρv+ ∙ρvu+ ∙ρvv+ ∙ρvw =
∂t ∂x ∂y ∂z

+ ∙ μ* + ∙ μ∙ + ∙ μ∙
∂P ∂ ∂u ∂ ∂u ∂ ∂u
- (17)
∂x ∂x ∂x ∂y ∂y ∂z ∂z

∂ ∂ ∂ ∂
∙ρw+ ∙ρwu+ ∙ρwv+ ∙ρww =
∂t ∂x ∂y ∂z

+ ∙ μ∙ + ∙ μ∙ + ∙ μ∙
∂P ∂ ∂u ∂ ∂u ∂ ∂u
- (18)
∂x ∂x ∂x ∂y ∂y ∂z ∂z

∂ρ ∂(ρu) ∂(ρv) ∂(ρw)


+ + + =0 (19)
∂t ∂x ∂y ∂z
24

∂ ∂ ∂ ∂
∙ρT+ ∙ρuT+ ∙ρvT+ ∙ρwT =
∂t ∂x ∂y ∂z

∙ ∙ + ∙ ∙ + ∙ ∙ (20)
∂ k ∂T ∂ k ∂T ∂ k ∂T
∂x Cp ∂x ∂y Cp ∂y ∂z Cp ∂y

Onde:
u, v e w = componentes do vetor velocidade;
ρ = massa específica do fluido;
µ = viscosidade dinâmica do fluido;
k = condutividade térmica;
cp = calor específico à pressão constante;
T = temperatura;
p = pressão.

2.8.2 Método dos volumes finitos

Segundo Souza (2011), o método dos volumes finitos (MVF) é a técnica mais
utilizada para propósitos gerais em CFD, pois pode ser aplicado a quaisquer tipos
desta, adaptando-se facilmente a geometrias mais complexas.
O MVF utiliza a forma integral da equação da conservação, sendo o domínio
de solução dividido em um número finito de volumes de controle, e a equação da
conservação aplicada a cada volume de controle.
O aspecto mais importante a ser considerado neste método, é a exatidão
destas aproximações e da representação para os escoamentos através das
superfícies do volume de controle.
A seguir são apresentados alguns dos fatores mais importantes do método.

2.8.2.1 Malhas

Para construção da malha computacional, existem quatro tipos de volumes de


controle em três dimensões: o hexaedro, o tetraedro, o prisma e a pirâmide, sendo os
dois primeiros os mais utilizados.
Conforme Maliska (2004), os elementos tetraédricos possuem maior
versatilidade que os hexaédricos para representar geometrias complexas. Porém tem
25

a desvantagem que esse tipo de elemento gera dificuldades em problemas de


camada-limite e principalmente na aplicação das funções de parede em escoamentos
turbulentos. Entretanto existem métodos, para melhorar a resolução perto das
paredes com os elementos tetraédricos.
A geração de malhas em um ventilador centrífugo, segundo Honório (2011),
Singh et. al. (2011) e Gholamian (2013), não é feita simultaneamente, e sim
separadamente, pois o ventilador centrífugo é composto de partes fixas, a carcaça, e
partes móveis, o rotor. Caso feitas simultaneamente podem causar erros nos
algoritmos de geração de malha, além de dificultar o controle do número de volumes
de cada parte individualmente.

2.8.2.1.1 Malhas não estruturadas

Conforme Maliska (2004), a vantagem desta malha é a flexibilidade de


adaptar-se aos limites do domínio, que permite a construção quase automática da
malha representativa da geometria a ser estudada. Também tem a facilidade do refino
da malha, se necessário, e se comporta bem com geometrias complexas.
Figura 9 - Malha não estruturada

Fonte: Maliska (2004)

2.8.2.1.2 Malhas estruturadas

Conforme Maliska (2004), suas principais vantagens em relação as malhas


não estruturadas são a fácil implementação e as discretização das derivadas. Porém
não se comporta bem com geometrias complexas.
26

Figura 10 - Malha estruturada

Fonte: Maliska (2004)

2.8.2.2 Condições de contorno

As condições de contorno são valores que são impostos inicialmente em


determinados locais do domínio. A partir destas condições, o programa CFD aplica a
cada volume de controle a discretização das equações de conservação e transporta
os valores obtidos para o próximo volume. Este processo é repetido até chegar ao
último volume, saída do ventilador centrífugo, e por exemplo obter a convergência.

2.8.2.3 Modelos de turbulência

A turbulência pode ocorrer em diferentes tipos de escoamento, tanto externos


como internos. Devido a altos números de Reynolds, e os movimentos das partículas
de fluido serem aleatórios, sendo estes dependentes da posição do espaço e do
tempo, a solução direta do escoamento em todas suas escalas e frequências é
conhecida como simulação numérica direta (Direct Numerical Simulation – DNS).
Conforme Souza (2011), como estas flutuações podem ser de pequena escala
e alta frequência, demandam um tempo muito grande para serem resolvidas
diretamente. Devido a esta condição, elas podem sofrer manipulações para ser
resolvidas, usando um novo grupo de equações, conhecidas como Reynolds
Averaged Navier Stokes (RANS).
Segundo Souza (2011), estas equações modificadas acrescentam novas
variáveis ao problema, e com isso modelos turbulentos são necessários, para tornar
essas novas variáveis funções das variáveis já conhecidas.
27

2.8.2.4 Modelo k-ε

Conforme Souza (2011), este modelo turbulento de tipo RANS é o mais


popular e mais utilizado na resolução de problemas de engenharia. Um modelo
robusto, econômico e produz resultados razoáveis para uma grande variedade de
escoamentos. As equações do modelo são:
Viscosidade turbulenta, equação 21:

ρ∙Cμ ∙k2
μT = (21)
ε

Energia cinética turbulenta, equação 22:

+ρ∙u ∙j ∙ μ+  ∙ 
∂k ∂k ∂k ∂ μ∙t ∂k
∂u j
ρ∙ = τij ∙ -ρ∙ε+ (22)
∂t ∂xj ∂xj σk ∂xj

Taxa de dissipação, equação 23:

 μ+ ∙ 
2
∂ε ∂ε ∂ε ∂ε ∂ μ*T ∂k
ρ∙ +ρ∙Uj ∙ = Cε1 ∙Uj ∙ -Cε2 ∙ρ+ + (23)
∂t ∂xj k k ∂xj σk ∂xj

Onde os valores das constantes empíricas, propostas por Wilcox (1993), são:

Cε1 = 1,44 ; Cε2 = 1,92 ; Cμ = 0,09 ; σk = 1,00 ; σε = 1,30

E suas relações auxiliares são, equação 24 e 25:

ε
ω= (24)
Cμ ∙k

3
Cμ ∙k 2
l= (25)
ε
28

2.8.3 Estudos em CFD aplicado a máquinas de fluido

Os artigos pesquisados para complementar este trabalho de conclusão


abordam os seguintes assuntos:
a) Honório (2011): definição das curvas de operação de ventiladores
centrífugos em disposição paralela, utilizando um programa CFD;
b) Singh (2011): o efeito do número de pás em rotores com pás curvadas
para trás e para frente, em um sistema de arrefecimento de um automóvel;
c) Santos (2012): projeto e dimensionamento de um rotor de um ventilador
centrífugo auxiliado por um programa CFD;
d) Gholamian (2013): análise do efeito de diferentes tamanhos de bocais de
entrada em uma turbo-máquina, e validação do método utilizado em um
programa CFD.
29

3 METODOLOGIA

Este trabalho visa buscar alternativas para o melhoramento operacional de


um modelo de ventilador centrífugo já existente, aplicado em transporte pneumático.
O ventilador centrífugo estudado é da marca Seibt, modelo VCS250. Suas
características técnicas são: rotor com diâmetro de 250 mm, motor 0.75 cv, 2 polos,
diâmetro de entrada e saída de 101,6 mm.
Com este objetivo foi construído e experimentado na empresa Seibt uma
bancada de testes conforme a norma ANSI/AMCA 210 (1999).

3.1 BANCADA DE TESTES

Para realizar o ensaio experimental, foi seguido as especificações da norma


ANSI/AMCA 210 (1999). Onde o diâmetro da tubulação é definido pela área de saída
do ventilador, sendo permitida a variação do diâmetro em relação à saída de 5% para
mais ou para menos. Sendo a saída da voluta retangular, com área de 0,13 m², sua
transição para diâmetro seguindo essa variação ficou com 0,127 m.
Além do ventilador centrífugo, a bancada de testes é composta basicamente
dos seguintes itens: transição de seção retangular para circular, retificador de fluxo,
ponto de medição PL.3, tubo de pitot, regulador de vazão. Os pontos td2 e td3, são as
posições do termômetro de bulbo úmido e seco, conforme figura 10, porém não foram
utilizados na bancada de testes devido ao seu custo.

Figura 11 - Bancada de testes conforme norma ANSI/AMCA 210

Fonte: ANSI/AMCA 210 (1999)


30

A transição seguindo especificações da norma ANSI/AMCA 210 (1999) foi


construída em chapa de aço SAE 1020, dobrada em 32 pontos, e suas fixações se
dão por flanges, conforme figura 12.

Figura 12 - Transição conforme ANSI/AMCA 210

Fonte: ANSI/AMCA 210 (1999)

O retificador de fluxo é importante para garantir que o tubo de pitot esteja


alinhado ao escoamento, de modo que os valores medidos das pressões estática e
total tenham maior precisão, conforme Schneider (2003). A norma ANSI/AMCA 210
(1999) indica para o retificador de fluxo a forma construtiva apresentada na figura 13.

Figura 13 - Retificador de Fluxo

Fonte: ANSI/AMCA 210 (1999)


31

O tubo de pitot segue a especificação da norma AMCA 210 (1999), fabricado


em aço inox e possuindo as seguintes dimensões: diâmetro externo de 8 mm, interno
de 3 mm e comprimento da haste de 160 mm, conforme figura 14.

Figura 14 - Tubo de pitot

Fonte: Dwyer Instruments (2015)

O posicionamento do tubo de pitot foi feito com um gabarito fixo ao tubo de


pitot. Seguindo as especificações da norma AMCA 210 (1999), foram definidas as
quatro posições de medição mostradas na figura 15, porém devido ao diâmetro ser
relativamente pequeno, o ponto 0,021D não foi mensurado pois o tubo de pitot não
permitiu ajuste nessa posição.

Figura 15 - Posição dos pontos de medição

Fonte: ANSI/AMCA 210 (1999)


32

O regulador de vazão desenvolvido tem o formato cônico, e é regulado por


meio de uma barra roscada M10, soldada no centro do duto de saída.
Com base nas especificações da norma ANSI/AMCA 210 (1999), a bancada
foi projetada e fabricada, figura 16, os demais dados de projeto estão no Apêndice III.

Figura 16 - Bancada de testes

Fonte: O autor (2015)

Além destes componentes para fazer as leituras manométricas foram


utilizados dois manômetros em formato U, com escala de 200 mm. Para obter a
pressão atmosférica e temperaturas foi utilizado um relógio de pulso da marca Cassio
modelo GWN1000B-1B com sensor de pressão, para obter as propriedades da água
e do ar foram utilizadas tabelas termodinâmicas.

3.2 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

Os testes foram realizados na empresa Seibt, sendo o fluido utilizado o ar


ambiente, e a temperatura controlada por um termômetro de úmido. Para determinar
os rendimentos do ventilador, foram levantados os seguintes dados: potência
consumida, vazão e pressão.
Para cada teste foi alterado o rotor, foram mantidos os mesmos parâmetros
construtivos do restante do ventilador, inclusive a voluta.
33

As pressões foram medidas através das tomadas de pressões estáticas e


dinâmicas, e a soma destas define a pressão total. Para garantir a repetitividade das
medições em cada ponto da tubulação, a abertura do regulador de vazão foi feita em
relação ao número de voltas do fuso M10, sendo cada volta o avanço de 1,5 mm.
Para a anotação dos dados coletados foi criada uma planilha, em que foram
registrados a corrente nominal, pressão dinâmica e pressão estática, além da
temperatura ambiente, pressão atmosférica, densidade do fluido de trabalho o ar e
densidade do fluído manométrico a água com corante vermelho para facilitar as
visualizações.
O motor foi ligado a um inversor de frequência, no qual foi ajustado para
manter a rotação constante durante os testes. A rotação não foi medida.
Pela regulagem de vazão foram escolhidos 9 pontos de medição, sendo
destes um totalmente fechado, 3 posições ao longo do perímetro do tubo com
defasagem de 120° entre os pontos e para cada ponto foram feitas 3 medições em
relação ao raio do tubo de 0,127 m.
A norma indica 6 posições ao longo do perímetro, com defasagem de 60°
entre os pontos, porém devido ao tempo escasso, foram feitas somente 3 posições.
Os levantamentos dos dados foram feitos da seguinte maneira:
a) posição 1, raio 0,345D, 9 posições do regulador de vazão;
b) posição 1, raio 0,184D, 9 posições do regulador de vazão;
c) posição 1, raio 0,117D, 9 posições do regulador de vazão;
d) troca para posição 2, sentido horário;
e) posição 2, raio 0,345D, 9 posições do regulador de vazão;
f) posição 2, raio 0,184D, 9 posições do regulador de vazão;
g) posição 2, raio 0,117D, 9 posições do regulador de vazão;
h) troca para posição 3, sentido horário;
i) posição 3, raio 0,345D, 9 posições do regulador de vazão;
j) posição 3, raio 0,184D, 9 posições do regulador de vazão;
k) posição 3, raio 0,117D, 9 posições do regulador de vazão.
Durante os testes experimentais, devido ao tempo utilizado para cada
posição, foi controlada a temperatura do início, final e durante o teste, não havendo
variação maior que 1°C, portanto utilizou-se nos cálculos a mesma temperatura.
34

3.3 LEVANTAMENTOS DAS CURVAS CARACTERÍSTICAS

Os dados coletados foram convertidos em unidades do sistema internacional,


no caso, às pressões dinâmicas e estáticas coletadas na unidade de mmCa
converteu-se em Pascal, e através da corrente elétrica e tensão de rede pela equação
26 obteve-se a potência absorvida do eixo.

Pe =
3⋅U⋅I∙ cos φ ⋅ η (26)
Onde:
U = Tensão de rede, em V;
I = Corrente consumida, em A;
Cos φ = ângulo de defasagem entre a tensão e a corrente da fase, adimensional;
η = rendimento do motor, adimensional.

Após feitas as conversões necessárias, conforme a norma AMCA 210 (1999)


especifica, utilizando as seguintes equações foram calculadas as pressões dinâmica,
estática e total.
Para obter a pressão dinâmica, foi utilizada a equação 27, em que foi feita a
média aritmética de cada posição da regulagem de vazão, dos três raios de medição
mensurados.

Pv3 =

Pv3r
(27)
n
Onde:
Pv3 = Pressão dinâmica, em Pascal;
Pv3r = Pressão dinâmica em cada posição mensurada;
n = Número de medições feitas.

As velocidades foram obtidas através da equação 28, em que foi necessário


ter a pressão dinâmica e densidade do fluido, que depende diretamente da
temperatura ambiente.
35

V3 = √2⋅
Pv3
(28)
ρ3

Onde:
V3 = Velocidade, em m/s;
ρ3 = Densidade do fluido de trabalho, em kg/m3.

Obteve-se a vazão através da equação 29, em que A3 é área de escoamento


do fluído, e a velocidade V3 foi obtida na equação 28.

Q3 = V 3 ⋅ A 3 (29)
Onde:
A3 = Área transversal do escoamento, em m2;
Q3 = Vazão, em m3/s.

Através da equação 30, obteve-se a pressão estática Ps3, que é utilizada na


equação 35, em que foi feita a média aritmética de cada posição da regulagem de
vazão, dos três raios de medição mensurados.

∑Ps3r
Ps3 = (30)
n
Onde:
Ps3 = Pressão estática, em Pascal;
Ps3r = Pressão estática em cada ponto mensurado;
n = Número de medições feitas.

Para equação 31, a norma AMCA 210 (1999) indica que se as pressões
estáticas forem menor que 1 kPa, ρ2 e ρ3 podem ser considerados iguais, assim como
A2 e A3.

Pv = Pv3 ⋅   ⋅
A 3 2 ρ3
(31)
A2 ρ2
Onde:
Pv e Pv3 = Pressão dinâmica, em Pascal;
36

A2 e A3 = Área transversal do escoamento, em m2;


ρ2 e ρ3 = Densidade do fluido de trabalho, em kg/m3.

Na equação 32, como a pressão na entrada é atmosférica pela norma AMCA


210 (1999) considerou-se a pressão igual a zero.
Pt1 = 0 (32)
Onde:
Pt1 = Pressão total na entrada do ventilador, em Pascal.

Para fazer a correção da perda de carga na tubulação foi feita o cálculo de


Reynolds, equação 33.

Dh3 ⋅V3 ⋅ρ3


Re = (33)
μ3
Onde:
Re = Número de Reynolds, adimensional.
ρ3 = Densidade do fluido de trabalho, em kg/m3.
μ3 = Viscosidade cinemática, em m2/s.

Pela equação 34, obteve-se o coeficiente de atrito.

0,14
f= (34)
Re0,17
Onde:
f = coeficiente de atrito, adimensional;

Através das equações 27, 30 e 34, obteve-se a pressão total 2, conforme


equação 35.

Pt2 = Ps3 + Pv3 +f⋅   ⋅Pv3


L2,3 Le
+ (35)
Dh3 Dh3
Onde:
Pt2 = Pressão total na saída do ventilador, em Pascal;
Ps3 = Pressão estática, em Pascal;
37

Pv3 = Pressão dinâmica, em Pascal;


L2,3 = Comprimento da saída do ventilador até o tubo de pitot, em m;
Le = Comprimento da transição de seção retangular para quadrada, em m;
Dh3 = Diâmetro hidráulico, em m.

A pressão total é obtida através da diferença das equações 32 e 35, conforme


equação 36.
Pt = Pt2 - Pt1 (36)
Onde:
Pt = Pressão total do ventilador, em Pascal;
A pressão estática é obtida através da diferença das equações 31 e 36,
conforme equação 37.

Ps = Pt - Pv (37)
Onde:
Ps = Pressão estática do ventilador, em Pascal;

3.3.1 Rotor atual

As tabelas 2 e 3, mostram as condições ambientes no dia do primeiro teste


realizado e também os dados geométricos do rotor testado, que é o rotor em uso
atualmente no ventilador centrífugo VCS250 da marca Seibt, conforme figura 17.
Tabela 2 - Condição ambiente do primeiro teste realizado
Tamb 25°C μar(25°C) 1,4645E-6 m²/s
Patm 995 hPa ρágua(25°C) 997,04 kg/m³
ρar(25°C) 1,185 kg/m³ Área hidráulica 0,011921 m²

Fonte: O autor (2015)

Tabela 3 - Dados geométricos do rotor atual


Diâmetro interno (D4) 0,03 m Diâmetro externo (D5) 0,25 m
Altura pá de entrada (b4) 0,015 m Altura pá de saída (b5) 0,045 m
ângulo de entrada (β4) 90° ângulo de saída (β5) 45,85°
ângulo de entrada (α4) 87,79° ângulo de saída (α5) 15,88°
Número de pás 8 Rotação de operação 3425
Fonte: O autor (2015)
38

Figura 17 - Rotor atual

Fonte: Cortesia Seibt (2015)


39

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 ROTOR ATUAL

Com as leituras manométricas feitas no ensaio experimental e aplicando as


equações indicadas pela norma AMCA 210 (1999), obteve-se a curva característica
do ventilador com o rotor atual e seu rendimento total, conforme figura 18.

Figura 18 - Curva característica experimental do rotor atual

Fonte: O autor (2015)

O maior rendimento total do ventilador foi de 22,9% localizado entre os pontos


4 e 5, em que a vazão é de 424 m3/h e pressão de 692 Pa. Os dados da figura 16
encontram-se no Apêndice I.

4.2 ROTOR PROPOSTO

Com base nos dados coletados no primeiro experimento, iniciou-se o projeto


do rotor proposto, utilizando as equações do triângulo de velocidades, citadas na
bibliografia. Através da vazão, rotação e dados geométricos encontrou-se as
velocidades tangencial, relativa e absoluta. Os rendimentos foram estimados, a fim de
40

aproximar-se de um valor real. Com estes dados calculados obteve-se a altura teórica
infinita, equação 2.
O objetivo deste novo projeto era de aumentar a pressão dinâmica, com isso
em relação ao projeto anterior foi alterado o ângulo de saída β5 de 45,85° para 90°.
Com esta condição o componente tangencial do triângulo de velocidades U5 é igual
ao componente Cu5 que é responsável pelo aumento da pressão dinâmica, conforme
equação 37, consultada em Henn (2012):

2
Cu
Ydin = (38)
2

Quanto à entrada do rotor, conforme Henn (2012) para evitar perdas de carga
por choque foi definido o ângulo de entrada β4 em 58°.
Após feito todos os cálculos necessários, o rotor proposto foi fabricado e
testado na bancada de testes, a tabela 4 mostra as condições ambientes no dia do
segundo teste, as densidades e viscosidade cinemática foram interpoladas através de
tabelas termodinâmicas. A tabela 5 mostra os dados geométricos do rotor proposto.

Tabela 4 - Condições ambiente do segundo teste realizado


Tamb 27°C μar(25°C) 1,5761E-6 m²/s
Patm 960 hPa ρágua(25°C) 997,607 kg/m³
ρar(25°C) 1,177 kg/m³ Área escoamento 0,011921 m²

Fonte: O autor (2015)

Tabela 5 - Dados geométricos do rotor proposto

Diâmetro interno (D4) 0,075 m Diâmetro externo (D5) 0,25 m


Altura pá de entrada (b4) 0,045 m Altura pá de saída (b5) 0,045 m
ângulo de entrada (β4) 58° ângulo de saída (β5) 90°
ângulo de entrada (α4) 87,0° ângulo de saída (α5) 8,9°
Número de pás 8 Rotação de operação 3425
Espessura das pás 0,003 m Fator de deficiência de 0,86
potência (μ)
Fonte: O autor (2015)

A figura 19, ilustra o rotor proposto no segundo teste de bancada.


41

Com o ensaio realizado e os dados obtidos através dos manômetros em


formato U de coluna de água, foram feitos os cálculos necessários conforme a norma
ANSI/AMCA 210 (1999) citados no capítulo 3.
Utilizando uma planilha de cálculos foi criada uma tabela, que consta no
Apêndice I, e através destes dados foi elaborada as curvas características do rotor
proposto, conforme ilustra a figura 20.
Figura 19 - Rotor proposto

Fonte: Cortesia Seibt (2015)

Figura 20 - Curva característica experimental do rotor proposto

Fonte: O autor (2015)


42

O rendimento total do rotor ficou em 21,5%, que se localiza no ponto 5, neste


ponto a vazão foi de 550 m³/h e a pressão ficou em 785 Pa. Utilizando as equações
do triangulo de velocidades obteve-se os rendimentos hidráulico, pela divisão entre as
diferenças de pressão medida e calculada, conforme equação 4; e volumétrico, pelas
diferenças de vazão medida e calculada, conforme equação 6, que foram
respectivamente de 0,47 e 0,9, conforme tabela 6. Na definição das dimensões do
rotor estes rendimentos foram inicialmente arbitrados, assim como também o
mecânico e o de atrito.
Após o ensaio, o rendimento de atrito foi obtido pelo ajuste para se obter o
rendimento total. Observou-se que foi preciso um valor bem menor do que o esperado.

Tabela 6 – Rendimentos do ventilador proposto

Vazão calculada 0,169 m³/s Pressão calculada 1675 Pa


Vazão medida 0,152 m³/s Pressão medida 785 Pa
ηv (calculado) 0,9 ηh (calculado) 0,47
ηa (ajustado) 0,76 ηm (arbitrado) 0,98
ηt (medido) 0,315
Fonte: O autor (2015)

4.3 ROTOR PROPOSTO COM PÁ ALTA

Com a intenção de verificar a possibilidade de a voluta ser um dos problemas


relacionados ao baixo rendimento do ventilador centrífugo, foi projetado um rotor com
as dimensões b4 e b5 mais altas passando a ser de 60 mm, a fim de deixar as pás
mais próximas da parede da voluta, sendo que no projeto anterior estas dimensões
eram de 45 mm.
Neste rotor foi mantida as áreas de escoamento do fluido, em consequência
de aumentar as alturas b4 e b5, os diâmetros interno e externo D4 e D5,
respectivamente, foram reduzidos ficando em 60 mm e 200 mm, respectivamente.
Outra alteração proposta foi de mudar o número de pás, aumentando em 2
pás, com isso o rotor passou a ter 10 pás, com objetivo de melhorar o μ, que é o fator
de deficiência de potência, que se relaciona diretamente com o número de pás.
43

As tabelas 7 e 8, mostram respectivamente as condições ambientes no dia do


teste deste novo rotor e os seus dados geométricos. A figura 21, mostra o formato das
pás do rotor.
Tabela 7 - Condições ambiente do terceiro teste realizado

Tamb 27°C μar(25°C) 1,5761E-6 m²/s


Patm 960 hPa ρágua(25°C) 997,607 kg/m³
ρar(25°C) 1,177 kg/m³ Área escoamento 0,011921 m²
Fonte: O autor (2015)

Tabela 8 -Dados geométricos do rotor proposto com pás altas

Diâmetro interno (D4) 0,060 m Diâmetro externo (D5) 0,20 m


Altura pá de entrada (b4) 0,060 m Altura pá de saída (b5) 0,060 m
ângulo de entrada (β4) 66° ângulo de saída (β5) 90°
ângulo de entrada (α4) 82,2° ângulo de saída (α5) 16,5°
Número de pás 10 Rotação de operação 3425
Espessura das pás 0,003 m Fator de deficiência de 0,9
potência (μ)
Fonte: O autor (2015)

Figura 21 - Rotor proposto com pá alta

Fonte: Cortesia Seibt (2015)


44

As curvas características foram elaboradas através dos dados obtidos no


terceiro teste realizado, os dados constam no Apêndice I, a figura 22 ilustra as curvas
características do rotor proposto com pás altas.
Figura 22 - Curva característica experimental do rotor proposto com pás altas

Fonte: O autor (2015)

O gráfico nos mostra que no ponto 5 tem-se o maior rendimento do ventilador


centrífugo, que é de 24,1%. No caso, o rendimento ficou próximo do primeiro teste
realizado que foi de 22,9%, e abaixo do segundo teste realizado, que ficou em 31,5%.
Neste ponto de maior rendimento obteve-se uma vazão de 492 m³/h e uma
pressão total de 650 Pa.
Obteve-se os rendimentos hidráulico, pela divisão entre as diferenças de
pressão medida e calculada, conforme equação 4; e volumétrico, pelas diferenças de
vazão medida e calculada, conforme equação 6, que foram respectivamente de 0,58
e 0,55, conforme tabela 9. Na definição das dimensões do rotor estes rendimentos
foram inicialmente arbitrados, assim como também o mecânico e o de atrito.
Após o ensaio, o rendimento de atrito foi obtido pelo ajuste para se obter o
rendimento total.
Tabela 9 - Rendimentos do ventilador proposto com pá alta

(Continua)
Vazão calculada 0,249 m³/s Pressão calculada 1675 Pa
45

(Conclusão)
Vazão medida 0,137 m³/s Pressão medida 785 Pa
ηv (calculado) 0,55 ηh (calculado) 0,58
ηa (ajustado) 0,77 ηm (arbitrado) 0,98
ηt (medido) 0,241
Fonte: O autor (2015)

Em comparação ao segundo rotor o rendimento hidráulico teve um aumento


de 23,4%, enquanto o rendimento volumétrico teve uma redução de 38,9%, o que
justifica o rendimento total ter uma redução de 7%.
Constatado o rendimento total no ventilador centrífugo testado ser
considerado baixo, buscou-se informações sobre rendimento total em ventiladores
centrífugos similares, encontrou-se o modelo RDH 250, da fabricante Nicotra-
Gebhardt, empresa que se fundiu em 2005, sendo a primeira com sede na Itália e a
segunda com sede na Alemanha. Os rendimentos totais deste modelo de ventilador
centrífugo que tem o diâmetro do rotor de 250 mm, variam de 53% a 76%, conforme
anexo I.
Também foi consultado o catálogo da OTAM, hoje pertencente ao grupo Soler
e Palau, encontrou-se o modelo LMS 250. Para este modelo de ventilador centrífugo,
que também tem o diâmetro do rotor de 250 mm, os rendimentos totais variam de 54%
a 60,5%, conforme anexo I.

4.4 CURVA CARACTERÍSTICA TEÓRICA VS EXPERIMENTAL

Com base na curva característica experimental obtida, substitui-se as vazões


em uma planilha de cálculo a fim de estimar a curva caraterística teórica, levando em
consideração as perdas por atrito (Ep) e as perdas por choque (Epc), definidas pelas
equações 39 e 40 respectivamente.
2
Ep = 1- ηh ⋅Ht ⋅
Q
(39)
Qn
Onde:
Ep = perdas por atrito, em Pa;
ηh = rendimento hidráulico, adimensional;
Ht = Altura teórica, em Pa;
Q = vazão, em m³/s;
46

Qn = vazão nominal de projeto, em m³/s.

2
Kpc ⋅u24 +μ2 ⋅u25 ⋅ 1-
Q
Epc = (40)
Qn
Onde:
Epc = perdas por choque, em Pa;
Kpc = coeficiente de perdas por choque, adimensional;
u5 = velocidade tangencial na saída do rotor, em m/s;
u4 = velocidade tangencial na entrada do rotor, em m/s;
μ = fator de deficiência de potência, adimensional;

A curva teórica é definida pela equação 41.


Hteórica corrigida = Ht -Ep -Epc (41)

Com a curva teórica corrigida, pelas perdas por atrito e por choque, pode-se
se ter uma previsão do comportamento da curva característica, a figura 23 mostra a
comparação entre a curva teórica e experimental do rotor com pás altas, os dados
desta figura estão no Apêndice II.

O gráfico demonstra que utilizando as equações de perda por atrito e choque,


assim como calculados o rendimento hidráulico e fator de deficiência de potência,
pode-se chegar a resultados próximos dos reais. Para o projeto é de grande
importância essa previsão, permitindo saber se o rotor proposto irá atender a
necessidade de projeto.
No caso da figura 23, nos pontos 5 e 6 os valores teóricos calculados se
aproximam bastante dos reais, entre estes dois pontos encontra-se o maior
rendimento do ventilador centrífugo, alguns pontos acabam se distanciando
comparando o teórico com experimental, pois a curva teórica leva em consideração
somente o rotor, enquanto a curva experimental leva em consideração o rotor e a
voluta, ou seja, o ventilador centrífugo.
47

Figura 23 - Curva teórica vs experimental rotor com pás altas

Fonte: O autor (2015)

A segunda comparação entre os dados experimental e teórico, foi com o rotor


proposto, no caso foi o segundo rotor testado na bancada de testes. Conforme a figura
24 ilustra, o comportamento das curvas teórica e experimental, em alguns pontos se
aproximam uma da outra, entre os pontos 5 e 6 encontra-se o maior rendimento do
ventilador centrífugo. Assim como na comparação anterior, esta diferença do
omportamento da curva se dá pela comparação teórica ser no rotor e não no sistema
como um todo.
Figura 24 - Curva teórica vs experimental rotor proposto

Fonte: O autor (2015)


48

4.5 VOLUTA

Devido aos baixos rendimentos totais do ventilador centrífugo estudado,


observa-se que um fator que influencia diretamente para o baixo desempenho é a
voluta, que está mal dimensionada para receber o rotor atual e os propostos.
Na admissão do ventilador entre o rotor e a voluta no projeto atual existe uma
folga de aproximadamente 18 mm, conforme figura 25, a proposta do rotor de pá alta
foi justamente reduzir esta folga, para consequentemente aumentar os rendimentos.
A área do rotor de pá alta em relação ao rotor proposto foi mantida para o teste, em
consequência disto o diâmetro externo do rotor diminuiu 50 mm, aumentando com
isso a folga entre o rotor e a voluta no sentido radial, conforme figura 25.

Figura 25 - VCS250 com voluta atual e rotor diâmetro 200 mm

Fonte: Cortesia Seibt (2015)


49

Figura 26 - VCS250 com voluta e rotor atual

Fonte: Cortesia Seibt (2015)

Com estas modificações o rendimento volumétrico (ηv) passou de 0,9 para


0,55, com isso, um resultado não satisfatório. Ao mesmo tempo que o rendimento
hidráulico (ηh) passou de 0,47 para 0,58, um aumento significativo.
Outra análise feita, foi o produto entre o rendimento hidráulico e o fator de
deficiência de potência (μ), para o rotor proposto no qual chegou-se no valor de 0,404,
enquanto para o rotor proposto com pá alta 0,522, um aumento de 29%.
Com base nestes dados pode-se levantar a hipótese da não conformidade da
voluta.
50

5 CONCLUSÃO

Neste trabalho foi realizado o projeto, e execução de uma bancada de testes


de ventiladores conforme norma ANSI/AMCA 210 (1999). Foram propostas
modificações no rotor atual, a fim de tornar o ventilador mais adequado ao transporte
pneumático.
O rotor proposto teve uma melhora significativa no rendimento total do
ventilador centrífugo, sendo de 37,6% em relação ao atual, passando de 22,9% para
31,5%, porém este rendimento ainda não é adequado para este equipamento. Pelos
resultados sugere-se uma avaliação mais detalhada da voluta, que pode ser um dos
agravantes para este rendimento ser abaixo do normal.
A bancada de testes permitirá a empresa trabalhar em melhorias nos
ventiladores modelo VCS250, testando uma nova voluta, mantendo a área de saída
da mesma. Os equipamentos adquiridos para o teste serão utilizados futuramente
para levantar as curvas características dos demais ventiladores centrífugos fabricados
pela Seibt. Para os futuros testes a serem realizados fica a sugestão de uso de
monômetros digitais.
51

6 REFERÊNCIAS

BORTOLI, Álvaro Luiz de. Introdução a dinâmica dos fluidos computacional. Porto
Alegre: UFRGS, 2000.

COSTA, Ênnio Cruz da. Ventilação. 1ª ed. São Paulo: Blücher, 2005.

FOX, Robert & MCDONALD, Allan. Introdução à mecânica dos fluidos. 5ª ed. Rio
de Janeiro: LTC, 2001.

GHOLAMIAN, Mojtaba. Effect of inlet on efficiency flow pattern in centrifugal fan using
CFD analysis and experimental validation. In: Recent Advances in Robotics,
Aeronautical and Mechanical Engineering. WSEAS, Atenas, 2013, p. 37-44.
Disponível em: <http://www.waseas.us/e-
library/conferences/2013/Vouliagmeno/MRME/MRME-04.pdf>. Acesso em: 20 abr.
2015.

HENN, Érico Antônio Lopes. Máquinas de fluido. 2ª ed. Santa Maria: UFSM, 2012.

HONÓRIO, Hermínio Tasinafo; BAZANI, Márcio Antonio; PASCHOALINI, Amarildo


Tabone. SIMULAÇÃO NUMÉRICA DE UM VENTILADOR CENTRÍFUGO. In:
Conferência Brasileira de Dinâmica, Controle e Aplicações. SBMAC, Águas de
Lindóia, 2011. p. 188-191. Disponível em:
<http://dincon.org.br/files/v1núnico/048.pdf>. Acesso em: 5 mai. 2015.

MALISKA, Clovis Raimundo. Transferência de calor e mecânica dos fluidos


computacional. 2ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2004.

OTAM Ventiladores industriais LTDA. Manual técnico OTAM. Porto Alegre, 20?

SANTOS, César Gabriel dos. Dimensionamento e simulação computacional de


um rotor hidráulico do tipo francis. 2012. Dissertação (Bacharelado em Engenharia
Mecânica), Faculdade Horizontina. Disponível em: <
http://www.fahor.com.br/publicacoes/TFC/EngMec/2012/Cesar_Gabriel_dos_Santos.
pdf >. Acesso em: 06 jun. 2015.
52

SCHNEIDER, P.S. Medição de Pressão em Fluidos. Apostila da disciplina de


Medições Térmicas. Engenharia Mecânica. Porto Alegre: UFRGS, 2003.

SINGH, O. P. et al. Parametric study of centrifugal fan performance: Experiments and


numerical simulation. In: International Journal of Advances in Engineering &
Technology. IJAET, 2011. v. 30, n. 2, p. 2. Disponível em: <
http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.215.523&rep=rep1&type=p
df >. Acesso em: 5 mai. 2015.

SOUZA, Zulcy de. Projeto de máquinas de fluxo – Tomo I – Base teórica e


experimental. 1ª ed. São Paulo: Interciência, 2011.
53

7 ANEXOS

Anexo I – Catálogos de ventiladores centrífugos similares


Figura 27 – Curvas características do ventilador centrífugo modelo RDH 250, marca Nicotra-Gebhardt

Fonte: Nicotra-Gebhardt (2009)


54

Figura 28 - Curvas características do ventilador centrífugo modelo LMS 250, marca OTAM

Fonte: OTAM (20?)


55

8 APÊNCIDES

Apêndice I – Dados coletados

Tabela 10 - Dados coletados rotor atual

Abertura Pt (Pa) Q (m³/h) P(cv) ηt


Fechado 739,2 0 0,54 0
1 giro 739,2 247,7 0,54 0,152
2 giros 727,5 311,6 0,54 0,184
4 giros 692,4 423,7 0,55 0,229
6 giros 600,5 493,9 0,56 0,223
8 giros 532 550,4 0,57 0,216
12 giros 420,2 628,6 0,58 0,187
16 giros 339,6 649,2 0,58 0,153
20 giros 304,1 671 0,59 0,139
22 giros 258,8 635,6 0,59 0,112
Fonte: O autor (2015)

Tabela 11 - Dados coletados do rotor proposto


Abertura Pt (Pa) Q (m³/h) P(cv) ηt
Fechado 965,9 0 0,55 0
1 giro 928,8 266,4 0,55 0,194
2 giros 869,5 327,6 0,56 0,217
4 giros 822,6 444,7 0,56 0,276
6 giros 784,8 547,9 0,57 0,315
8 giros 690,9 608,9 0,58 0,300
12 giros 562,8 693,8 0,59 0,278
16 giros 453,4 715,9 0,59 0,222
20 giros 376,7 732,9 0,60 0,185
22 giros 330,8 730,2 0,60 0,161
Fonte: O autor (2015)

Tabela 12 - Dados coletados rotor proposto pá alta

(Continua)
Abertura Pt (Pa) Q (m³/h) P(cv) ηt
Fechado 676,2 0 0,53 0
1 giro 673,6 223,8 0,53 0,123
2 giros 673,6 284,5 0,54 0,157
4 giros 669,6 397,5 0,55 0,209
6 giros 650 492,6 0,56 0,241
8 giros 568,9 532,0 0,57 0,224
12 giros 462,2 626,3 0,57 0,214
16 giros 355,3 661,9 0,57 0,170
56

(Conclusão)
20 giros 294,7 644,8 0,57 0,127
22 giros 250,7 606,9 0,57 0,110
Fonte: O autor (2015)
57

Apêndice II – Dados calculados para obtenção das curvas teóricas

Tabela 13 - Dados calculados da curva teórica do rotor proposto

Q (m³/h) Pt (Pa) Ep (Pa) Epc (Pa) P(pa)


0,0 1038,1 0,0 482,6 555,5
223,8 1079,9 93,6 143,7 842,6
284,5 1091,2 152,8 86,2 852,2
397,5 1112,3 304,2 18,0 790,1
492,6 1130,0 474,6 0,0 655,4
532,1 1137,4 557,3 3,1 577,0
626,3 1154,9 784,0 35,5 335,4
661,9 1161,5 880,6 57,0 223,9
644,8 1158,4 833,4 46,0 278,9
607,0 1151,3 734,1 26,0 391,2
Fonte: O autor (2015)

Tabela 14 - Dados calculados da curva teórica do rotor proposto com pá alta


Q (m³/h) Pt (Pa) Ep (Pa) Epc (Pa) P (Pa)
0,0 1561,9 0,0 705,6 856,3
266,4 1617,1 202,6 186,3 1228,2
327,6 1629,9 308,8 114,1 1207,0
444,7 1654,1 577,5 25,0 1051,6
548,0 1675,5 888,0 0,0 787,5
608,9 1688,2 1104,9 8,7 574,6
693,8 1705,7 1449,2 50,0 206,5
716,0 1710,33 1547,4 66,3 96,7
732,9 1713,8 1624,9 80,4 8,5
730,2 1713,2 1612,4 78,1 22,7
Fonte: O autor (2015)
58

Apêndice III – Projeto da bancada de testes


Figura 29 - Bancada de testes de ventiladores ANSI/AMCA 210 (1999)

Fonte: Cortesia Seibt (2015)


59

Figura 30 - Retificador de fluxo

Fonte: Cortesia Seibt (2015)


60

Figura 31 - Transição seção retangular para seção circular

Fonte: Cortesia Seibt (2015)


61

Figura 32 - Regulador de vazão

Fonte: Cortesia Seibt (2015)


62

Figura 33 - Ventilador centrífugo VCS250

Fonte: Cortesia Seibt (2015)

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