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FISIOLOGIA 2016
Arlindo Ugulino Netto.
O nosso organismo é capaz de realizar diversos mecanismos no intuito de nos manter vivos. Como exemplos
desses mecanismos, já conhecidos por nós, temos a manutenção constante das taxas de glicose, a manutenção da
calemia, da volemia e do pH (concentração hidrogeniônica). Este, de maneira especial, é de extrema importância uma
vez que interfere diretamente na atividade enzimática. Se o pH do sangue é alterado (fuja de seus valores padrões e
fisiológicos), a atividades das enzimas também é alterada, o que pode, inclusive, levar a morte.
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A regulação do balanço de íons H deve ser, portanto, mais precisa possível. A atividade dos sistemas
enzimáticos é influenciada pela concentração de íons hidrogênio e as alterações funcionais das enzimas alteram as
funções celulares e corporais.
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A concentração normal de H no organismo é extremamente baixa (0,00004 Eq/l) e com isso, a variação normal
deve ser muito pequena.
Antes de iniciarmos os nossos estudos sobre os mecanismos que regulam e estabelecem um equilíbrio
acidobásico no nosso corpo, devemos relembrar alguns conceitos como:
Ácidos: é qualquer substancia que libera prótons (H ) em meio aquoso.
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MECANISMO DE REGULAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE H
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O sistema primário da regulação da concentração de H é representado pelos tampões fisiológicos
acidobásicos dos líquidos orgânicos, sendo o principal deles o sistema tampão bicarbonato-oxigênio. O exercício
deste mecanismo é regulado por dois órgãos:
Centro respiratório (formação reticular do bulbo): regula a remoção de CO2 e de H2CO3 do LEC
Rins: promovem a excreção de urina ácida, ou alcalina, ajustando a concentração de íons H do LEC
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Os pulmões são os primeiros órgãos da escala hereditária fisiológica responsáveis pela excreção de ácidos, de
modo que toda acidose metabólica leva a um quadro de hiperventilação pulmonar, uma vez que as altas concentrações
de CO2, estimulam os centros respiratórios superiores e estes são responsáveis por desencadear uma resposta somática
que culmina em um maior processo de expiração, no intuito de eliminar mais CO 2.
A reação acima, catalisada pela anidrase carbônica, demonstra o equilíbrio determinado pelo tampão de
Bicarbonato/CO2, em que o bicarbonato representa o componente básico e o CO2, componente ácido do tampão.
EQUAÇÃO DE HANDERSON-HASSELBACH
A fórmula que expressa o valor do pH de soluções tampão, sabendo que um ácido se dissocia da seguinte
maneira, temos:
Sabendo que o pKa do bicarbonato é 6,1, temos:
-
pH = 6,1 + log HCO3
0,03 x Pco2
pelos rins.
Quanto maior a concentração de CO2 redução do pH
acidose. A concentração de CO2 (PCO2) é controlada
pela frequência respiratória.
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Um aumento das [H ] (acidose) desencadeia um aumento da ventilação alveolar, o que diminui o Pco 2 e as
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concentrações de H . Porém, essa capacidade do pulmão de realizar um mecanismo respiratório de controle do
pH tem eficiência de 50 a 75%. Portanto, o equilíbrio ácido-base não depende só do pulmão, mas tanto do
pulmão quanto dos rins.
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OBS : O comprometimento da função pulmonar, como no caso de enfisema grave, gera uma diminuição da capacidade
pulmonar de eliminar CO 2, gerando uma acidose respiratória. Os pulmões tornam-se incapazes de aumentar a
eliminação de CO2, sobrecarregando a função renal.
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OBS : Ácidos não-voláteis, produzidos pelo organismo (metabolismo das proteínas) são excretados pelos rins.
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OBS : Os rins reabsorvem quase todo o bicarbonato filtrado:
[H ] no LEC (alcalose) rins não reabsorvem todo o HCO3 filtrado excreção de HCO3 [H ]
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A aldosterona, neste nível, é responsável por aumentar a atividade da secreção do H e dos demais prótons
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(como o K ). Se o paciente secreta menos prótons para a formação da urina, geralmente por uma disfunção na secreção
da aldosterona, diz-se que ele vai desenvolver uma acidose hipercalêmica. Já no hiperaldosteronismo, há uma a
alcalose hipocalêmica devido a estes mesmos fatores.
Conclui-se, então:
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Na acidose, deve haver uma maior excreção de ácidos e de NH 4 + ácido titulável (NaH2PO4), sendo trocado por
-
HCO3 , o qual será adicionado para o sangue.
+ -
A alcalose ocorre devido a um aumento da secreção tubular de H e uma diminuição da excreção de HCO 3 . A
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excreção de NH4 + ácido titulável (NaH2PO4) é muito baixa.
ACIDOSE RESPIRATÓRIA
O aumento da Pco2 no sangue desencadeia o mesmo aumento nas células tubulares. O CO2 + H2O são
+ -
convertidos em H2CO3 por meio da anidrase carbônica, sendo depois dissociados em H (secretado ativamente) + HCO3
(reabsorvido), o que diminui cada vez mais a acidose. Portanto, toda acidose metabólica é primariamente controlada por
uma alcalose metabólica na medida em que os rins produzem uma maior quantidade de bicarbonato, embora esta
acidose influencie na ventilação.
A aldosterona, por sua vez, induz á secreção de H e a reabsorção de HCO3 , induzindo a uma alcalose:
+ -
PCO2 (respiratória, em que os rins tentam reabsorver mais HCO3 para sair deste quadro)
-
Túbulos renais: íons H + reabsorção completa de HCO3 + tampões urinários NH4 e HPO4
+ - + =
ACIDOSE METABÓLICA
+
O excesso de H no líquido tubular
- -
diminui a filtração tubular de HCO3 ( HCO3 no
LEC). Logo a acidose metabólica é caracterizada
-
por uma carência de HCO3 no sangue.
Diferentemente da acidose respiratória, causada
pelo excesso de H no líquido tubular ou pelo
+
+
Pco2 (LEC), estimula a secreção de H .
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OBS : Segunda a Equação de Handerson-Hasselbach, se sabemos que o valor fisiológico de Pco2 é de 40 mmHg e
- -
que a quantidade normal de HCO3 é de 24 mEq/l, temos que a razão fisiológica do HCO3 /Pco2 seja de 20. Por tanto,
enquanto a razão for mantida em 20, o pH sanguíneo será 7,4.
DESEQUILÍBRIO ACIDOBÁSICO
Acidose respiratória: pH [H ] PCO2
+
Compensação renal: HCO3 plasmático HCO3 novo + reabsorção de HCO3 + excreção renal de ácidos
- - -
Compensação pulmonar:
ventilação alveolar PCO2
Adição de HCO3 novo + reabsorção de HCO3 + excreção renal de ácidos
- -
Alcalose respiratória:
Hiperventilação PCO2 [H ] pH
+
Alcalose metabólica:
[H ] pH HCO3 (LEC)
+ -
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concentração de HCO3
-
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Perda de H do LEC
Administração de diuréticos (exceto os inibidores da anidrase carbônica): FG Fluxo tubular
reabsorção de sódio e excreção de potássio + secreção de H + reabsorção de HCO3
+ -
TRATAMENTO DA ACIDOSE/ALCALOSE
O tratamento visa corrigir a condição que
provocou a anormalidade, o que pode ser difícil
quando a etiologia se dá por uma doença pulmonar
crônica ou por insuficiência renal.
Primeiramente, para o diagnóstico
laboratorial, deve-se fazer uma amostra de sangue
arterial (e não venoso), realizando uma punção
arterial para a medição do pH para observar os
seguintes parâmetros:
Observa-se o próprio pH do sangue para
diferenciar a acidose da alcalose;
pH > 7,4 Alcalose; pH < 7,4 Acidose
Observam-se as concentrações e possíveis
alterações de Pco2 (N: 40 mmHg) e de
-
HCO3 (N: 24mEq/l) para avaliar se a
acidose/alcalose é respiratória ou
metabólica, respectivamente.