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Maceió, 2010
© 2010 Silvio Teles
247 p. il.
ISBN 978-85-910185-0-5
CDD – 355.35
Capa
Silvio de Jesus Teles
Fernando Lopes
Diagramação
Carlos Fabiano Costa Barros
Impressão e Acabamento
Imprensa Oficial Graciliano Ramos
D edico este livro-reportagem
à posteridade... e, também,
à memória daqueles que,
com seu próprio sangue e suor, co-
ragem e inteligência, construíram a
Briosa história da Polícia Militar de
Alagoas.
7
Agradecimentos
E
ssa história, Briosa, não seria contada sem que a nós
chegassem determinantes apoios. Aos tais, passo a
agradecer:
Ao maior deles – a permissão Divina – que nos possibilitou
juntar as peças desse quebra-cabeça;
Aos sustentáculos do meu existir, meus pais, Severino
Teles e Neuza Júlia de Jesus Teles, e meus irmãos, Rildo, Simone
e Samuel Teles;
À sábia orientação do professor e jornalista José Edson
Falcão Maia;
À Polícia Militar do Estado de Alagoas que, sem temer o
porvir, estrelou esta tão Briosa história!
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Prefácio
B
riosa não é apenas resultado de um trabalho jornalístico
profícuo, em que o autor, Silvio de Jesus Teles,
cumpriu com esmero todas as etapas dessa atividade
comunicativa: busca, captação, seleção e redação do material
coletado, corroboradas com a pesquisa histórica, resultando
num texto narrativo denso, quase um épico, que conta os 180
anos de história da Polícia Militar de Alagoas.
Briosa é tudo isso e mais a persistência de um jovem militar,
consciente de seus dois papéis na sociedade – ser militar e
comunicador –, que desde o início dos seus estudos acadêmicos
uniu a disciplina da caserna ao aprendizado das técnicas da
redação jornalística, resultando neste excelente livro reportagem,
surpreendente pelo estilo leve e gostoso de se ler, como se
espera de um bom texto literário. Uma característica difícil de
sustentar até o final de um texto documental, sobretudo quando
se trata de uma reportagem do gênero (geralmente amarrada
às informações oficiais sepultadas nos arquivos públicos e
privados), mas que Silvio Teles soube tecê-la com a maestria
de um jornalista-escritor veterano (e nem por isso anacrônico),
juntando, com rara habilidade, os dados coletados na pesquisa
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e nas entrevistas que realizou para chegar ao resultado final de
sua obra.
A modéstia de Silvio Teles permite-lhe afirmar em sua
Apresentação que “há páginas que, por sua vivacidade própria,
escrevem-se sozinhas, necessitando apenas que alguém as
organize”. Asseguro, porém, que não foi o caso de Briosa, cujas
páginas construídas com mãos de verdadeiro artesão do texto
jornalístico estão bem calcadas nas características inerentes à
grande reportagem: predominância da forma narrativa, natureza
impressionista do texto, humanização dos relatos e objetividade
nos fatos narrados, sem as quais Briosa jamais teria alcançado o
objetivo ao qual se propôs o autor.
Briosa: a História da Polícia Militar de Alagoas no Olhar de
um Jornalista é, a meu ver, a maior contribuição que um dos seus
membros ativos poderia dar para a preservação da memória
de sua Corporação, preenchendo, paralelamente, e a partir de
agora, uma lacuna existente nas bibliotecas públicas alagoanas,
ao subsidiar aqueles que quiserem conhecer e compreender a
trajetória nos 180 anos de luta da PM de Alagoas pela segurança
do nosso Estado.
Edson Falcão
Jornalista e professor da
Universidade Federal de Alagoas
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Apresentação
A
história de uma Corporação com quase 180 anos não pode
ser contada em menos de 180 volumes. Há tanto o que se
falar que nos falta tinta e papel para o devido registro.
Entretanto, há páginas que por sua vivacidade própria
escrevem-se sozinhas, necessitando apenas que alguém as
organize. Elas precisam, somente, de uma vontade que as torne
acessíveis aos que ainda virão.
Por tais páginas, os que se interessarem descobrirão quão
intrigantes e reveladores são os caminhos já trilhados por esta
épica força policial militar.
Longe de intencionar assemelhar-se ao rigor do relato
de um historiador, mas, humildemente, tomando emprestados
métodos da pesquisa histórica e do jornalismo, Briosa é
um retrato, no olhar de um aprendiz, do nascedouro e do
desenvolvimento da Polícia Militar de Alagoas.
E se não pretende ser a única verdade sobre a evolução
desta instituição pública, este livro-reportagem intenta,
ao menos, reconstruir a história de uma Corporação que
se encontrava perdida nos arquivos, públicos e pessoais,
e nas mentes prodigiosas de muitas personalidades que,
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com orgulho, protagonizaram importantes episódios aqui
relatados.
Fruto de pesquisa jornalística, baseado em documentos
históricos, relatos da imprensa e entrevistas, Briosa tenta
remontar, de forma linear e cronológica, a história de uma
Corporação que, por exemplo, não pode afirmar com certeza
a data de sua criação, mas que foi responsável por grandes
mudanças no palco político do Estado de Alagoas e ajudou ao
Brasil a vencer grandes desafios.
E por que Briosa? Qual o sentido deste título? Sem que
paire sombra de dúvida, este adjetivo – Briosa – é o mais
difundido cognome da instituição Polícia Militar do Estado de
Alagoas. Remete à idéia de orgulho e de brio, de intrepidez e
coragem, de amor à pátria, ao solo alagoano e à própria gente
desta terra.
Mas, é preciso reconhecer, nem só de brio se compôs esse
caminhar da PMAL. Nalgumas páginas dessa longa história tudo
houve, menos brio.
Contudo, a coragem de olhar tais máculas e de as reconhecer
como próprias de seu passado, ou como cicatrizes de sua história,
é um ato de extremo valor. É brioso mirar atrás, aceitar seus erros,
visando acertar no porvir.
Quando faz isso, Briosa não somente se refere à
Corporação e passa a aconchegar, em seu seio, a própria gente
dessa instituição. É esta história que, de agora em diante, para
tantos quantos queiram, passa a ser revelada.
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Sumário
05 | A Guerra do Paraguai | 051
07 | A PMAL Depois da Proclamação da República | 063
08 | Extinção e Reorganização da PMAL | 069
09 |A PMAL em Conflitos Armados na Década de 1920 | 075
15
10 | As Revoluções de 1930 e 1932 | 081
11 | A Caçada ao Bando de Virgulino Ferreira | 089
12 | A 2ª Guerra Mundial e a Redemocratização do Brasil | 0 97
13 | A Era dos Militares | 113
14 | A PMAL na Década de 1980 | 127
15 | A Intervenção Federal de 1990 | 139
16 | A Intervenção Federal de 1993 | 149
17 | Missões de Paz: A PMAL nos Conflitos pelo Mundo | 157
18 | O 17 de Julho de 1997 | 163
19 | A Reorganização de Alagoas | 175
20 | A Crise de 2001 | 183
21 | O Pós-Crise de 2001 | 191
22 | A Polícia Mais Cidadã do Brasil | 195
23 | As Reformas Salarial e no Sistema de Ensino | 199
24 | A Polêmica das Promoções | 203
25 | A Crise de 2007 | 209
16
26 | Um Retrato em 2008 | 221
27 | A Era dos Tenentes-coronéis | 235
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Capítulo 1
Antecedentes Históricos
para o nascimento da PMAL
A Revolução de 1817
Como o movimento de Pernambuco influenciou no
surgimento da PMAL
R
ecife, março de 1817. Os ideais nacionalistas afloram
relevantemente na Capitania de Pernambuco, inspirados
pela fracassada campanha libertária deflagrada, anos
antes, em Minas Gerais. Dizia-se com publicidade que a chegada
da família real, em 1808, fugida da Europa por temor a Napoleão
Bonaparte e seu império devastador, se, por um lado, havia
aumentado a importância da colônia portuguesa ocidental, por
outro, teria diminuído consideravelmente as chances de um
Brasil livre e independente.
Isso se confirma quando, em 1815, o Brasil perde o título de
“colônia” e passa a compor o Reino Unido à Portugal e Algarves.
D. João VI firmava seu intento de continuar o domínio da Coroa
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Confederação do Equador
As milícias alagoanas no movimento separatista do Nordeste
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Capítulo 2
O Surgimento da
Polícia Militar do Estado de
Alagoas
A Lei Imperial de 10 de outubro de 1831
A ordem expressa para a organização das polícias
militares provinciais do Brasil
B
rasil, outubro de 1831. Institucionalmente, as polícias
militares das províncias, inclusive a de Alagoas,
passaram a ter possibilidade de nascimento com a
edição da Lei Imperial de 10 de outubro, que autorizava
cada província a criar seus Corpos de Guardas Municipais
Voluntários. A exceção se fazia à Bahia e Pernambuco que,
desde 1825, já tinham seus Corpos de Polícia criados, por ato
real. Tal lei apenas ratificou a criação do corpo de polícia da
província do Rio de Janeiro, existente desde 1809, sob a forma
de Divisão de Guarda Real.
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Capítulo 3
As Primeiras Reformas
na Estrutura da Pmal
O fim da Guerra dos Cabanos
O retorno da paz permite as primeiras modificações
estruturais na PMAL
B
rasil, setembro de 1834. Com a morte de Dom Pedro I, a
causa principal da Cabanada deixa de existir e o movimento
torna-se sem sentido. Entretanto, os lavradores, índios e
negros, que a essa época já somavam mais de 15 mil pessoas,
decidiram continuar a luta, rejeitando a promessa de perdão de
seus crimes. Os revolucionários buscavam, agora, liberdade e
posse de terras ocupadas pelos cabanos.
Em 1835, como a revolta ainda se estendia e as tropas
militares governistas não conseguiam exterminá-la, autoridades
eclesiásticas, entre elas, o Bispo de Olinda, Dom João da
Purificação Marques Perdigão, e o vigário de Alagoas, padre
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Capítulo 4
R
io de Janeiro, julho de 1840. Dom Pedro II, um jovem de apenas
14 anos, assume o Império do Brasil. Tratava-se de um golpe da
classe dominante e dos senhores de terra para fazerem, através
do imperador, as reformas que lhes fossem convenientes e lucrativas.
A pouca idade do monarca e as questões de mando, poder e política
deflagraram nova série de revoltas em todo o País. Polarizavam a luta,
dois partidos ideológicos: os liberais e os conservadores.
Um dos primeiros atos do novo Imperador foi a atualização
do Código Criminal de 1830, dispositivo legal que fortaleceu o poder
das polícias ao lhes atribuir a responsabilidade pela investigação de
delitos, que antes era dos juízes de paz.
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Consolidação do 2º Reinado
Uma fase de novas modificações na
Polícia Militar de Alagoas
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IHGAL
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Capítulo 5
A Guerra do Paraguai
O Brasil entra na guerra
Navio brasileiro é apreendido em solo estrangeiro e o
Brasil sofre invasão paraguaia
A
ssunção, Paraguai, novembro de 1864. O ditador paraguaio
Francisco Solano Lopez aprisiona o navio de bandeira
brasileira, Marquês de Olinda, estando à bordo o presidente
da província de Mato Grosso, coronel Frederico Carneiro de Campos.
Embora ainda não tivesse declarado guerra ao Brasil, Solano Lopez,
despótico e ambicioso, desconsidera as boas relações que seus pai
e avô tiveram com o Brasil (muitos técnicos e instrutores brasileiros
ajudaram a construir o império paraguaio).
Ele estava decidido que, para tornar o Paraguai uma
grande potência, era necessário aumentar seu território. A
pretensão do ditador era anexar todo o Uruguai, as províncias
argentinas Corrientes e Entre Rios, a Ilha Martim Garcia e o Rio
Grande, no Brasil.
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A última batalha
A morte do ditador paraguaio marca o fim da guerra
mais sangrenta das Américas
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Capítulo 6
As Consequências da Guerra
O policiamento de Alagoas
Grande tarefa, pequeno efetivo
B
rasil, década de 1870. A Guerra do Paraguai deixa o País,
parcialmente, em ruínas econômicas. A administração
pública tinha sentido gravemente os efeitos de seis anos
de combates ininterruptos.
Havia uma urgência em se reconstruir o País e tal
renascimento somente foi possível com a reorganização do
Estado, através da criação de novos órgãos e leis, e com o
desenvolvimento de uma nova política econômica: a industrial.
É nesse período que são reformadas as câmaras municipais
e os institutos de crédito nacionais. São uniformizados os pesos e
as medidas e atualizados o Código Civil, o Código Penal e o Código
Comercial. Também há reformas na política e na Guarda Nacional.
A explosão industrial cria, em todo o País, uma nova
consciência cultural, movida por interesses comerciais, que se
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Capítulo 7
A PMAL Depois da
Proclamação da República
O fim da monarquia e a federalização
A União esquece a polícia militar, os Estados a
conservam
B
rasil, 1889. Apesar da boa popularidade de Dom Pedro II,
o espírito republicano era, a cada dia, insuflado entre os
brasileiros. Internamente, as crises com a Igreja Católica
e a abolição da escravatura abalaram o apoio político que os
Conservadores dispensavam ao Imperador. Os liberais, por sua
vez, alegavam que as ações do império eram muito lentas e
que a sociedade necessitava de novas diretrizes políticas, sendo
incabível um suposto 3º reinado (insinuação de que, com a morte
de Dom Pedro II, o trono não haveria de ser entregue a família
real). Externamente, todos os países americanos do sul, logo
ao se tornarem independentes, assumiam a forma republicana
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Capítulo 8
Extinção e Reorganização
da PMAL
Crise financeira em Alagoas extingue a Polícia Militar
Estado chega a ficar cinco meses sem Polícia Militar
sob pretexto de falta de recursos
A
lagoas, 1900. Do começo da década até o ano de
1910, o Estado é governado pela “Dinastia Malta”
(Euclides e Joaquim Paulo Vieira Malta). Havia severa
crise financeira, causada pelo fim da cobrança do imposto
interestadual (imposto cuja base era a cobrança de taxas para a
venda e a compra de mercadorias entre os estados federados).
Àquela época, o “interestadual” era a maior fonte de renda das
unidades federativas.
No cenário nacional, assumiu a presidência do Brasil o
marechal Hermes Ernesto da Fonseca que, entre outros objetivos,
conteve as revoltas armadas levantadas no Sudeste e Centro-
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IHGAL
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O renascimento da PMAL
Polícia Militar cresce e é encarada como
ameaça ao Exército Brasileiro
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A evolução na Polícia
Militar de Alagoas, por
exemplo, se fez notar: em 1913,
a PMAL passou a se chamar
“Batalhão da Polícia Militar”.
Em 1914, foi dividida em duas
companhias, contando com 16
oficiais e 417 praças. Em 1915,
tinha um organograma que
previa três companhias, todas
comandadas por capitães, num
efetivo de 600 homens. Ou
seja, apenas três anos depois
de sua reorganização, a PMAL
teve seu efetivo praticamente
triplicado. O comandante geral
era o major João Saraiva de
Albuquerque.
Com a edição do decreto,
as forças estaduais deixaram,
formalmente, de subordinar-
se à Guarda Nacional e o
fizeram ao Exército, embora
tal vinculação já fosse sentida
desde o início da República.
A vinculação definitiva ocorre
em 1917, com a Lei nº 3.216,
daquele ano.
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Capítulo 9
A PMAL em Conflitos
Armados na Década de 1920
O pós Primeira Guerra Mundial
O Batalhão de Caçadores e a PMAL do pós-guerra
B
rasil. Desde 1914, ocorria a 1ª Guerra Mundial, travada
entre Império Britânico, França, Rússia e Estados Unidos
(Entente) contra Alemanha, Império Austro-Húngaro e
Império Turco-Otomano (Aliança).
O País, que até 1917, mantinha uma postura neutra, aliou-
se à Entente depois que um navio seu – o Paraná – foi atacado
pelo exército alemão. Embora envolvido na guerra, a participação
brasileira resumiu-se ao envio de algumas expedições da Força
Aérea (aviação do Exército e da Marinha, a Aeronáutica ainda
não existia) e do Serviço Médico do Exército. A participação do
Brasil na 1º Guerra mundial foi sentida, também, nas missões
confiadas à Marinha do Brasil em patrulhar o Oceano Atlântico,
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A reorganização de 1925
Os primeiros setores técnicos da PMAL
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rasil, 1930. Nos últimos anos da década de 1920, todo o
País vivia às beiras de uma revolução motivada por duas
causas: uma sócio-econômica e outra política.
A inquietação sócio-econômica teve origem com a quebra
da bolsa de Nova York. Para se ter uma idéia, o café, que era
nosso principal produto de exportação desde 1900, teve
desvalorização de 90%. Só no Rio de Janeiro e em São Paulo,
mais de 500 fábricas fecharam as portas. No final de 1929, o
Brasil tinha, aproximadamente, dois milhões de desempregados.
Já a causa política gerou-se com o rompimento do acordo
da política do “Café com Leite”, rompimento capitaneado por
Washington Luís, então presidente do Brasil. Washington deveria
indicar, para seu sucessor, o mineiro Antônio Carlos de Andrade.
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A Revolução Getulista
Eleições fraudulentas e
assassinatos políticos
inflamam os brasileiros
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O fim da revolução
A situação das Polícias Militares com a
Constituição de 1934
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Capítulo 11
A Caçada ao Bando de
Virgulino Ferreira
Os desmandos de Lampião
A quadrilha que fez o Nordeste temer
um toque de corneta
N
ordeste do Brasil, 1936. De Sergipe ao Ceará, sete Estados
brasileiros sofriam com as ações criminosas praticadas
por um grupo de cangaceiros, chefiados por Virgulino
Ferreira da Silva.
O cangaço foi um movimento atrelado às questões
políticas e sociais, presente durante o final do século
XIX e meados do século XX, principalmente, nas regiões
nordestinas. As práticas violentas, inicialmente, destinavam-
se a desestabilizar os grandes latifundiários mas, pouco tempo
depois, perderam seu foco e passaram a ser direcionadas
contra pequenos comerciantes e pessoas do povo, com
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O Cruzeiro
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Capítulo 12
A 2ª Guerra Mundial e a
Redemocratização do Brasil
Segunda Guerra Mundial
A PMAL em defesa do Brasil
M
ar Mediterrâneo, 22 de março de 1941. O navio
mercante brasileiro Taubaté é atacado por um
avião de bandeira alemã. Um dos funcionários
da embarcação, José Francisco Fraga, é morto. É o primeiro
brasileiro morto pela guerra, iniciada, na Europa, em 1939.
Outros treze tripulantes ficam feridos.
Em junho do mesmo ano, outro navio brasileiro – o
Siqueira Campos – foi parado pelos alemães, à base de tiros
de canhão. Tendo sido vistoriado, teve seus documentos
de bordo fotografados e, em seguida, liberado. Esse ato,
considerado atentatório à soberania brasileira, obrigou o
Governo do País a, poucos dias depois, ordenar as primeiras
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A redemocratização
do Brasil
A Constituição de 1946 e
a crise política
vivida em Alagoas
Brasil, dezembro de
1945. O alagoano de São Luís
do Quitunde, Pedro Aurélio
de Góes Monteiro – o general
Góes Monteiro – havia sido um
dos elementos principais no
golpe que afastou Getúlio Var-
gas do poder. O país tem uma
nova Assembleia Constituinte.
Em 18 de setembro de
1946, a nova Constituição do
Brasil é promulgada e, final-
mente, contempla com es-
pecificidade as organizações
policiais militares dos estados
federados. Segundo o texto le-
gal, as polícias militares deve-
riam ser instituídas para a se-
gurança interna e manutenção
da ordem nos Estados, embo-
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Comissão formada por Oficiais de outras forças estaduais em visita à PMAL, década de 1950
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Companhia Escola,
década de 1970
Arquivo Pessoal
Companhia Escola em
exercíco de Ordem
Unida, década de
1960
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Policiamento
Figura 027 Cosme Damião,
década de 1960
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Capítulo 13
B
rasil, 1961. Juscelino Kubitscheck encerra seu mandato
deixando um verdadeiro legado: entre eles, a cidade de
Brasília, nova sede do Governo Federal. Nas urnas, Jânio
Quadros é eleito presidente da República, derrotando o general
Henrique Lott com mais de dois milhões de votos de vantagem.
Porém, o vice-presidente eleito foi João Goulart (Jango) do
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), de oposição.
Logo no início de seu mandato, Jânio Quadros intercede
junto ao líder guerrilheiro argentino Ernesto Guevara de la Serna
– grande mentor da revolução cubana – para a liberação de vinte
sacerdotes cubanos, condenados à morte. Jânio atendia a um
pedido do Núncio Apostólico do Brasil, Dom Armando Lombardi
que, por sua vez, cumpria as orientações do Vaticano. Como
agradecimento ao pedido atendido, o presidente condecorou
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Os militares no controle
Em Alagoas, reformas e ampliações na PMAL
Jornais noticiam
a tomada, 1964
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Sesquicentenário da PMAL
Sesquicentenário da PMAL
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Capítulo 14
B
rasil, 1980. Desde o início da década, o País sente
a depressão do regime militar de governo. O
pluripartidarismo tinha sido restabelecido e os
sindicatos e entidades de classes estavam mais fortes. A crise
na economia, gerada pela inflação e a recessão, acentua o
desagrado das elites pelo modo militar de administração. O
presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo, no poder
desde 1979, cedendo às pressões de classes influentes, que
se respaldavam no clamor da população, decreta eleições
diretas nos Estados.
As eleições estaduais só ocorreriam em 1983. Enquanto isso,
Guilherme Palmeira continuava gerindo o Estado, promovendo,
na PMAL, as mudanças que urgiam.
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Silvio Teles
Em 1982, o crescimento
populacional e econômico al-
cançado por Arapiraca justifi-
cou a transferência do 3º BPM
para aquela cidade, atendendo
a região do agreste. A unidade
já tinha sido sediada em Santa-
na do Ipanema e, na época da
transferência, encontrava-se
com base na capital do Estado.
Passou a ser responsabilidade
do 3º BPM policiar uma área
de mais de quinze mil quilô-
metros quadrados e 700 mil
habitantes, abrangendo 45
municípios.
Na alçada federal, o De-
creto nº 2.010, de janeiro da-
quele ano, havia determinado
que o comando das polícias
militares deveria ser exercido,
inicial e preferencialmente,
por oficiais do último posto
das próprias corporações. Em
atenção à determinação legal,
em março, assumiu o comando
da PMAL o coronel PM Fernan-
do Theodomiro Santos Lima.
As eleições de 1983
foram vencidas, em Alagoas,
por Divaldo Suruagy, que já
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Arquivo PMAL
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Companhia
Florestal - a missão
de preservar
o patrimônio
ambiental, década
de 1990
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Capítulo 15
A
lagoas, maio de 1989. Assume o comando geral da PMAL
o coronel Fernando Valadão Ferreira. A situação do Estado
era preocupante. O funcionalismo público, novamente,
com salários atrasados. Na PMAL, a tropa não acreditava mais
nas promessas do Governo Estadual e esperava que, do Comando
Geral, surgisse uma intercessão junto ao Palácio Floriano Peixoto,
para regularizar a situação.
Mostrando-se totalmente insensível aos reclames de
seus comandados, o coronel Valadão, além de não direcionar
os clamores da tropa ao governador, intensificou a fiscalização
disciplinar entre os policiais, fiscalização considerada,
extremamente, inconveniente para a ocasião de abandono pela
qual passavam os militares.
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Arquivo PMAL
Arquivo PMAL
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Capítulo 16
A
lagoas, 1993. Inúmeras constatações de irregularidades
dentro da PMAL foram publicadas pela imprensa alagoana.
Entre as principais denúncias, constavam: a inclusão de
candidatos na Corporação sem aprovação em concurso, tanto no
quadro de praças, quanto no de oficiais; a reinclusão ao serviço ativo
de policiais com idade avançada, contrariando as normas legais; o
inchaço no efetivo da instituição (por exemplo, a Academia de Polícia
Militar, no ano de 1993, incluiu 180 cadetes para frequentarem o
CFO, o que representava um aumento de mais de 40% no efetivo do
oficialato, contrastando com os 49 inclusos em 1992); e a formação
de caixa 2, através de descontos indevidos nas folhas de pagamento
dos militares (uma espécie de desvio de dinheiro público camuflado).
Todas as denúncias feitas pela mídia recaíam sobre o então
comandante geral da PMAL, coronel Nilton Rocha e, segundo a
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Jornal O Diário
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O Diário
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Capítulo 17
F
oi no comando do coronel Elito Carvalho, durante a
intervenção federal, que a PMAL teve sua primeira
participação na resolução de conflitos internacionais,
depois da Guerra do Paraguai. Seu primeiro desafio internacional
foi a missão de paz em Moçambique.
Desde 1977, Moçambique, na África, vivia em guerra civil,
gerada depois da independência do país do jugo português.
Naquele ano, Moçambique assumiu uma forma de regime
político de partido único e de tendência socialista. Em oposição,
surgiu uma frente política, a Renamo, com apoio da África do
Sul, Rodésia e, indiretamente, dos Estados Unidos. Estas foram
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Capítulo 18
O 17 de Julho de 1997
Alagoas entregue às moscas e baratas
Corrupção e mau zelo fazem parar a Terra dos
Marechais
A
lagoas, 1994. No final do governo de Geraldo Bulhões,
a população estava, totalmente, desacreditada na
capacidade do Estado de prover a sustentação dos mais
básicos serviços públicos. O funcionalismo, mais uma vez, estava
com a folha de pagamento atrasada. Os sistemas de Educação e
de Saúde do Estado estavam abandonados e a intervenção no
setor de Segurança Pública, em 1993, havia resolvido a questão
de moralidade da pasta, mas os índices de criminalidade ainda
eram preocupantes.
As eleições de 1994 eram esperadas como a tábua de
salvação para o Estado. O povo vibrou com a confirmação de que
Divaldo Suruagy, então senador da República com reeleição certa,
havia lançado seu nome como candidato ao Governo de Alagoas.
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Outra parte teria sido usada para quitar débitos com algumas
construtoras contratadas do Estado, entre elas, a OAS, a Queiroz
Galvão, a Sérvia e a Companhia de Engenharia S.A. Foi instalada
uma Comissão Parlamentar de Inquérito – a CPI dos Precatórios
– visando apurar as denúncias.
A PMAL em desespero
O suicídio de policiais militares
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O dia da guerra
Praças públicas viram campos de batalha
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Manifestante tenta
pedir calma ao
Exército, 17 de julho
de 1997
Liderança do
movimento tenta
dialogar com as
forças federais, 17
de julho de 1997
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Capítulo 19
A Reorganização de Alagoas
O governo de Ronaldo Lessa
Pior do que estava, não dava para ficar
A
lagoas, 1999. O engenheiro civil Ronaldo Augusto Lessa
dos Santos, que havia vencido as eleições do ano anterior,
sucede Manoel Gomes de Barros no Governo do Estado.
A administração ainda estava comprometida, sobretudo, devido
à redução dos impostos fazendários e ao repasse mensal de 15%
da receita estadual à União para quitar dívidas da desastrosa
gestão passada.
Com uma política administativa e financeira bem
formulada, o governador conseguiu pôr ordem na máquina
pública e manteve o pagamento do funcionalismo em dia. Os
setores fundamentais (Saúde, Educação e Segurança) receberam
atenção especial. Na Educação, 250 escolas foram construídas,
reformadas ou amplidadas, aumentando em 50% o número de
vagas ofertadas. Na Saúde, o alarmante indíce de 78 crianças
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As reformas na PMAL
CPC e CPI ganham unidades operacionais
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A “gangue fardada”
Uma história de morte, roubo e extorsão sob o
comando de um oficial da PMAL
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Capítulo 20
A Crise de 2001
O confronto de forças políticas
Denúncias na imprensa e desarmonia entre poderes
geram nova crise no Estado
B
rasil, 2001. Fernando Collor de Mello, que teve seus direitos
políticos cassados por oito anos, após o impeachment,
volta a Alagoas. Ele havia perdido a eleição a prefeito de
São Paulo, no ano anterior.
Coincidentemente, ou não, por esse tempo, as Organizações
Arnon de Mello – da família de Collor – começaram a publicar
severas denúncias contra o governador do Estado, Ronaldo Lessa,
muitas, inclusive, sobre mortes encomendadas e consumadas,
como a do ex-policial José Cícero Carlota, morto em 1995.
Segundo a imprensa, Lessa teria mandado matar Carlota
porque estava sendo ameaçado por ele. O motivo: Carlota teria
sido contratado pelo então governador para matar o ex-tenente-
coronel Manoel Cavalcante, condenado pelo assassinato do
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Capítulo 21
O Pós-Crise de 2001
Governo recupera credibilidade
Salários em dia e o programa “Governo no Interior”
A
lagoas, 2002. É realizado um novo concurso público para
o preenchimento de vagas na PMAL. São ofertadas mil
vagas para soldados combatentes, embora, no quadro de
organização da PMAL, houvesse mais de cinco mil claros (vagas
previstas e não preenchidas). Terminadas as etapas classificatórias
e eliminatórias, os recrutas apresentaram-se ao CFAP em julho. O
curso de formação de soldados funcionou até dezembro.
Nesse ano, novas eleições em Alagoas decidiriam o
rumo do Estado. Entre os candidatos, Fernando Collor de
Mello e o então governador, Ronaldo Lessa. Numa disputa
acirrada, o candidato governista vence Collor e continua na
administração do Estado.
A nova gestão de Lessa prometia investimentos pesados.
Superadas as dificuldades administrativas de 2001, o governador
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Capítulo 22
B
rasil, 2003. Luís Inácio Lula da Silva toma posse como
presidente da nação no começo do ano. Político de
reputação esquerdista, Lula era oriundo do proletariado
e afeto aos movimentos sociais. A cerimônia de sua posse ficou
na história quando o povo – mais de 150 mil pessoas – tomou
a Esplanada dos Ministérios e, quebrando o protocolo, muitos
mergulharam no espelho d’água dos jardins, jogando água,
inclusive, nos policiais.
A corrente de pensamento baseado no equilíbrio de contas
e no “economês” do Fundo Monetário Internacional, defendida
por Fernando Henrique Cardoso, antecessor de Lula, parecia
estar deixando o palco principal das metas do Governo Federal.
Lula afirmou, em seu discurso de posse, que daria ênfase à ação
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Capítulo 23
As Reformas Salarial e
no Sistema de Ensino
Novas leis, antigos problemas
O subsídio e os novos cursos para a carreira das praças
A
lagoas, 2004. O sistema de remuneração dos militares
de Alagoas é alterado. Os salários, que eram a soma de
componentes como o soldo, abono família, diárias de
operacionalidade, gratificação de tempo de serviço e gratificação
de habilitação, foram transformados em subsídio único, conforme
previa a Constituição Federal.
Pelo anexo da Lei nº 6.456, o salário bruto de um coronel
com 35 anos de serviço chegava aos R$ 6.771,82. Um 2º tenente,
posto inicial da carreira de oficiais, tinha um salário bruto de R$
1.750,44. Referente às praças, um subtenente com 20 anos de
serviço teria direito, mensalmente, a R$ 1.854,16, brutos. Já um
soldado recém formado fazia jus a R$ 809,96 mensais brutos.
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Ascom PMAL
Figura 066
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Capítulo 24
A
lagoas, setembro de 2004. Ainda no governo de Ronaldo
Lessa, entra em vigor a conturbada Lei nº 6.514, dispondo
sobre os critérios e as condições de promoção dentro da
PMAL. Segundo o coronel José Rubens Goulart, à época, Chefe
do Estado Maior Geral da PM, as novas regras desagradaram
à maioria dos integrantes da Corporação, criando condições
de promoção subjetivas, desvalorizando a atividade fim da PM
(policiamento ostensivo) e provocando interpretações dúbias. “A
lei trouxe problemas sérios para a PMAL, sobretudo pelo número
de ações judiciais ajuizadas por militares”, informou o coronel.
Entre outras distorções, a lei criou o critério “escolha” para a
promoção de oficiais, a partir do posto de major, no absurdo índice
de um terço das vagas. Traduzindo, de cada três novos majores da
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Capítulo 25
A Crise de 2007
A briga dos salários
A equiparação salarial aos delegados de polícia
A
lagoas, novembro de 2005. Depois de um processo de
articulação ao nível das associações de classe militares, o
Governo do Estado (sob o comando de Luís Abílio, devido
ao afastamento de Ronaldo Lessa, candidato ao Senado) decide
conceder reajustes salariais aos militares na ordem de 14% para
soldados e cabos, 11% para sargentos e subtenentes e 9% para
oficiais até o posto de capitão.
De acordo com o capitão Marcos Vanderley, então vice-
presidente da Associação dos Oficiais, o acordo feito entre as
associações e a equipe de governo, liderada pelo Secretário de
Administração, Valter Oliveira, consistia em distribuir o recurso
disponível para o aumento entre os militares, apenas de soldado
até capitão. “Os oficiais superiores esperariam até 2006 para
receberem seu aumento”, informou o capitão Vanderley.
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O Decreto nº 3.555/2007
A suspensão dos reajustes
salariais do servidores
públicos
Em janeiro de 2007, um
fato acirrou, decisivamente, os
ânimos entre a PMAL, diversos
setores do funcionalismo pú-
blico e o Governo do Estado.
Doze dias depois de empos-
sado, o governador Teotônio Vilela Filho – que, surpreendente-
mente, havia vencido as eleições de 2006, em 1º turno, derro-
tando o deputado Federal João Lyra – editou o Decreto nº 3.555,
suspendendo os efeitos dos atos normativos que, desde março
do ano anterior, haviam concedido reajustes aos funcionários
públicos de Alagoas. Sua alegação principal era o cumprimento
à Lei de Responsabilidade Fiscal, no tocante à folha de pessoal.
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O auge da crise
48 horas de aquartelamento geral
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A resolução do impasse
Canal de negociação é reaberto e sindicalistas
entram na discussão
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Ascom PMAL
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Capítulo 26
Um Retrato em 2008
A estrutura da PMAL
A Lei 6.399/2003
A
lagoas, janeiro de 2008. A estrutura básica da PMAL ainda
era a definida pela Lei 6.399, de 15 de agosto de 2003,
que em 191 artigos delimitava a estrutura, composição e
funcionamento da Corporação. A consolidada árvore organizacional,
baseada em órgãos de Direção, Apoio e Execução, era a vigente.
O Comando Geral (que incluía o Alto Comando e o
Subcomando Geral), o Estado Maior Geral, as Diretorias (pessoal,
finanças, apoio logístico, ensino e saúde), a Ajudância Geral e os
órgãos de assessoramento (Comissões de Licitação, de Promoção
de Oficiais e Praças, de Uniforme, a Corregedoria e o Centro de
Gerenciamento de Crises) formavam a estrutura de Direção.
A arquitetura de Apoio era formada por órgãos de pessoal
(Centro de Assistência Social); órgãos de ensino (Academia de
Polícia Militar, Colégio da Polícia Militar, Centro de Formação
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Uniformes e medalhas
Em 2006, os
uniformes da PMAL
sofreram uma leve
alteração. O Decre-
to nº 3.483 alterou
o Regulamento de
Uniformes, vigente
desde 1991, fazen-
do, entre outras, as
seguintes modifica-
ções: boina preta,
em lugar do gorro
cinza de pala; luvas
de ombro e platinas
pretas, substituindo,
respectivamente, as
luvas de ombro cinza
e as insígnias de gola,
para subtenentes,
aspirantes-a-oficial, cadetes e oficiais; e cinto de lona preta, em
lugar do cinza.
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No ano de 2007,
havia sido publicada a Lei
nº 6.804 que criou e reno-
vou diversas honrarias na
PMAL. A lei criou, também,
o Conselho Permanente de
Medalhas para gestão de
concessão dessas conde-
corações. Entre as criadas,
destacavam-se as meda-
lhas do Mérito Operacional
“Marechal Floriano Peixo-
to”, do Mérito Intelectual
“Graciliano Ramos” e a da “Cruz de Combate”. Foi renovada a mais
alta condecoração da PMAL, a medalha do Mérito Policial Militar
“Tiradentes”. Esta última, a partir da vigência da lei, somente po-
deria ser concedida a policial militar de Alagoas, com mais de 20
anos de serviço e comprovados préstimos à instituição. Ao contrá-
rio do antigo diploma legal, a nova lei definia que as medalhas só
poderiam ser concedidas a membros da Corporação, com exceção
feita à Medalha do Mérito Institucional “Zumbi dos Palmares”, úni-
ca concedida pelo governador do Estado, destinada a homenagear
personalidades civis.
(Nota: até dezembro de 2009, o decreto que regulamentava
a lei não tinha sido publicado e, havia mais de dois anos, a PMAL
não concedia qualquer tipo de honraria oficial a seus integrantes).
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Avançando a tropa
A resposta da PMAL à onda de violência contra os
integrantes da Corporação
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Ascom PMAL
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Ascom PMAL
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Capítulo 27
A
lagoas, início de 2008. Os primeiros meses do ano regis-
tram índices alarmantes na Segurança Pública do Estado.
Somado a isso, o Mapa da Violência 2007 do Ministério
da Justiça trouxe dados que mostravam a capital alagoana numa
das piores situações do Brasil em termos de segurança pública.
De acordo com o estudo, Maceió era a campeã nacional de
homicídios, em termos proporcionais. A cidade alcançou a im-
pressionante marca de 104 assassinatos para cada 100 mil pes-
soas, média bem maior que as duas maiores metrópoles do País
– Rio de Janeiro (37,7) e São Paulo (23,7) – e mais alta que até
então líder, Recife, que ficou com o índice de 90,9.
Mesmo em números absolutos, apesar de não ser uma das
cidades mais populosas do Brasil, Maceió se encontrava na sexta
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A extinção do “cardinalato”
A PMAL tem seu Alto Comando renovado
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Solenidade de Passagem de Comando, Assunção do Cel Dalmo Sena, QCG, 11 de setembro de 2008
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Marco Antônio
Militares acompanhando a votação da “Lei dos Cinco Anos”, Assembleia Legistavia, novembro
de 2009
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Bibliografia consultada: