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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará
Curso Técnico em Informática para Internet
Disciplina: Contabilidade e Custos
Prof. Me. Fabrício do Nascimento Moreira
Conteúdo Programático
Unidade IV
Aspectos Gerais da Contabilidade de Custos
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Curso Técnico em Informática para Internet
Disciplina: Contabilidade e Custos
Prof. Me. Fabrício do Nascimento Moreira
Contabilidade de Custos nasceu da Contabilidade Financeira, quando da necessidade de avaliar
estoques na indústria.
A Contabilidade Financeira tem por objetivo controlar o patrimônio das empresas e apurar
resultado (variação do patrimônio). Também presta informações a usuários externos que tenham
interesse em acompanhar a evolução da empresa, tais como entidades financeiras que concedem
empréstimos, debenturistas e investidores.
A Contabilidade Gerencial é o ramo da Contabilidade voltada para a melhor utilização dos
recursos econômicos da empresa, tendo, por objetivo, fornecer instrumentos aos administradores
de empresas que auxiliem no processo de tomada de decisões, tais como:
Se a capacidade de produção é insuficiente para atender todos as solicitações dos clientes,
quais os produtos/serviços ou linha de produtos/serviços devem ser cortados?
Como fixar o preço de venda de um produto/serviço?
Qual é o produto produzido ou serviço prestado que mais contribui para a recuperação das
despesas e custos fixos e para o lucro da empresa?
Deve-se comprar equipamento novo ou reformar o antigo?
Deve-se aceitar um pedido de compra do exterior a um preço inferior ao de venda no
mercado interno?
Quais os produtos que menos contribuem e devem ser eliminados?
A Contabilidade de Custos, cuja função inicial era fornecer elementos para a avaliação dos
estoques e avaliação dos resultados, passou nas últimas décadas a prestar duas informações
importantes para a Contabilidade Gerencial: a utilização dos dados de custos para auxílio ao
controle e para a tomada de decisões.
No que tange ao controle sua mais importante missão é fornecer dados para o
estabelecimento de padrões, orçamentos ou previsões e, a seguir, acompanhar o efetivamente
acontecido com os valores previstos. Este tipo de custeamento é chamado de custeio-padrão, que
tem um papel muito importante no sentido de detectar ineficiências ou desperdícios nas atividades
produtivas.
Com relação à utilização dos dados da Contabilidade de Custos para tomada de decisões,
estes podem ser muito úteis para o administrador avaliar as consequências de curto e longo prazo
sobre medidas de corte de produtos, fixação de preços de venda, opção de compra ou fabricação
etc.
Em resumo, a Contabilidade de Custos passou, nessas últimas décadas, de mera auxiliar na
avaliação de estoques e lucros globais para importante instrumento de controle e decisão
gerenciais. Com o advento da nova forma de usar Contabilidade de Custos, ocorreu seu maior
aproveitamento em outros campos que não o industrial. Em outros tipos de organização como
instituições financeiras, empresas comerciais, firmas de prestação de serviços, onde a
Contabilidade de Custos para efeito de Balanço era quase irrelevante (pela ausência de estoques)
passou-se a explorar seu potencial para o controle e até para as tomadas de decisões.
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4. Objetivos da Contabilidade de Custos
Exemplos: gastos com mão-de-obra (salários e encargos); gasto com aquisição de matérias-primas
para industrialização; gasto com setores administrativos; gasto com aquisição de máquinas e
equipamentos.
INVESTIMENTO – gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de
benefícios atribuíveis a períodos futuros.
CUSTO – gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços;
são todos os gastos relativos à atividade de produção.
ATENÇÃO: A matéria-prima adquirida pela indústria enquanto não utilizada no processo produtivo,
representa um investimento e estará ativada numa conta do Ativo Circulante; no momento em que
é requisitada pelo setor de produção, é dada baixa na conta do Ativo e ela passa a ser considerada
um custo, pois será consumida para produzir outros bens ou serviços.
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DESPESA – gasto com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e consumidos com
a finalidade de obtenção de receitas.
Todos os gastos realizados com o produto até que este esteja pronto são custos; a partir daí,
são despesas. Gastos com embalagens são custos se realizados no âmbito do processo produtivo (o
produto é vendido embalado); são despesas se realizados após a produção (o produto pode ser
vendido com ou sem embalagem).
RECEITA – entrada de elementos para o ativo sob a forma de dinheiro ou direitos a receber,
correspondente normalmente à venda de bens ou serviços.
São três os elementos básicos do custo industrial: materiais, mão-de-obra e gastos gerais de
fabricação (GGF) ou custos indiretos de fabricação (CIF).
Os materiais podem ser classificados em:
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Os gastos gerais de fabricação ou custos indiretos de fabricação compreendem os demais
gastos necessários para a fabricação dos produtos, como por exemplo: aluguéis, energia elétrica,
serviços de terceiros, manutenção da fábrica, depreciação, seguros diversos, material de limpeza,
óleos e lubrificantes para as máquinas, pequenas peças para reposição, telefones e comunicações,
etc.
Exemplos:
Nota: a classificação de custos em diretos e indiretos, além de sua natureza, leva em conta a
relevância e o grau de dificuldade de medição. Por exemplo, o gasto com energia elétrica é, por sua
natureza, um custo direto, porém, devido às dificuldades de medição de consumo por produto e ao
fato de que o valor obtido por rateio, em geral, pouco difere daquele que seria obtido com uma
medição rigorosa, quase sempre é considerado como custo indireto de fabricação.
Exemplos:
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ATENÇÃO:
(1). Se a empresa produz apenas um produto, todos os seus custos são diretos.
(2). Às vezes, o custo é direto por natureza, mas é de tão pequeno valor que não compensaria o
trabalho de associá-lo a cada produto, sendo tratado como indireto. Exemplo: gastos com verniz e
cola na fabricação de móveis.
(3) A definição de custo direto e de custo indireto diz respeito somente ao produto.
Uma indústria de móveis de madeira fabricou 100 produtos durante o mês, dentre eles 20
mesas. Foram os seguintes os custos de produção do período:
Matéria-Prima - facilmente identificáveis as quantidades e os valores aplicados em cada
produto.
Materiais Secundários - 90% desses materiais contêm relação que facilita a perfeita
identificação em cada produto, porém 10% são de impossível identificação, pois foram usados
em vários produtos.
Material de embalagem - facilmente identificável em relação a cada produto.
Mão-de-Obra do pessoal da fábrica - 70% facilmente identificados em relação a cada produto,
contendo inclusive apontamentos próprios, porém 30% referem-se a mão-de-obra da chefia,
que onera a fabricação de vários produtos.
Mão-de-Obra dos supervisores da fábrica - impossível a identificação por produto.
Depreciação das máquinas - é feita mensalmente, pelo método linear, e quase todos os
produtos utilizaram as máquinas.
Energia Elétrica - embora existam medidores em algumas máquinas, não foi possível a
identificação por produto.
Aluguel da fábrica - impossível a identificação por produto.
Outros gastos de fabricação - pelo pequeno valor em relação ao custo total da produção do
mês, não houve separação por produto.
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8. Classificação dos Custos em relação ao Volume de Produção
A classificação dos custos em fixos e variáveis não leva em consideração o produto, e, sim o
relacionamento entre o valor total do custo num período e o volume de produção. Os custos fixos
são os que num período têm o seu montante fixado não em função de oscilações no nível de
atividades. Os custos variáveis têm seu valor determinado em função dessas oscilações.
Custos Fixos: são aqueles cujo total não varia proporcionalmente ao volume produzido. Os
custos fixos são fixos em relação ao volume de produção, mas podem variar de valor no decorrer
do tempo. O aluguel da fábrica, mesmo quando sofre reajuste em determinado mês, não deixa
de ser considerado um custo fixo, uma vez que terá o mesmo valor qualquer que seja a
produção do mês. Exemplos: aluguel, seguro de fábrica, imposto predial, salários de vigias e
porteiros da fábrica, prêmios de seguros da fábrica etc.
IMPORTANTE:
Os custos variáveis variam conforme o volume de produção e costumam ser fixos por
unidade de produção.
Os custos fixos não variam de acordo com o volume de produção, mas os custos fixos
unitários são variáveis conforme o volume de produção, pois quanto maior a produção, menor
será o custo fixo unitário. Os custos fixos são denominados custos de capacidade.
Custos semivariáveis: são custos que variam com o nível de produção, mas que, entretanto,
têm uma parcela fixa que existe mesmo que não haja produção. Como exemplo, a conta de energia
elétrica da fábrica, na qual a concessionária cobra uma taxa mínima mesmo que nada seja gasto no
período, embora o valor total da conta dependa do número de quilowatts consumidos e, portanto,
do volume de produção da empresa. Outro exemplo: gasto com combustível para aquecimento de
uma caldeira, que varia de acordo com o nível de atividade, mas que existirá, mesmo que seja num
valor mínimo, quando nada produza, já que a caldeira não pode esfriar.
Atenção: Todos os custos podem ser classificados em Fixos e Variáveis ou em Diretos e Indiretos
ao mesmo tempo. Exemplos:
Matéria-prima: custo direto e variável.
Material de consumo: custo indireto e variável.
Seguro da fábrica: custo indireto e fixo.
OBS: Os custos diretos são variáveis, quase sem exceção, mas os Indiretos são fixos como variáveis,
apesar da geral predominância dos primeiros (Indiretos e Fixos).
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9. Nomenclaturas de Custos numa Indústria
Custo de Produção do Período ou Custo Fabril: é a soma dos custos incorridos no período
dentro da fábrica compostos pela matéria-prima, mão-de-obra direta e pelos custos indiretos
de fabricação.
Custo da Produção Acabada: é a soma dos custos incorridos na produção acabada do período.
Pode conter Custos de Produção também de períodos anteriores existentes em unidades que
só foram completadas no presente período.
Custo dos Produtos Vendidos: é a soma dos custos incorridos na fabricação dos bens que só
agora estão sendo vendidos. Pode conter custos de produção de diversos períodos, caso os
itens vendidos tenham sido produzidos em diversas épocas diferentes.
Custos Primários: soma de matéria-prima e mão-de-obra direta. Não é o mesmo que Custos
Diretos, já que nos Primários só estão incluídos aqueles dois itens. Desta forma, a embalagem é
um Custo Direto, mas não primário.
CUSTO DE FABRICAÇÃO
Materiais Diretos: são os materiais que se incorporam (se identificam) diretamente aos
produtos. Exemplos: matéria-prima, embalagem, materiais auxiliares tais como cola, tinta, parafuso
prego etc.
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Mão-de-Obra Direta: representa custos com pessoal que trabalha diretamente na
elaboração dos produtos, por exemplo, o empregado que opera um torno mecânico. A mão-de-
obra direta não deve ser confundida com a de um operário que supervisiona um grupo de torneiros
mecânicos.
REGRA PRÁTICA: sempre que for possível medir a quantidade de mão-de-obra aplicada a
determinado produto é mão-de-obra direta, caso contrário, havendo necessidade de rateio, é mão-
de-obra indireta.
Para o cálculo do custo da hora – de mão-de-obra (quer direta, quer indireta) – deve levar em
conta todos os encargos sociais, como IAPAS, FGTS, 13º salário etc., e também deve ser feito um
ajuste para considerar as horas efetivamente trabalhadas e o tempo improdutivo decorrente de
férias, fim de semana remunerado, feriados, etc.
NORMAS PRÁTICAS:
a) Gastos irrelevantes não necessitam ser rateados, porque podem não justificar o trabalho
envolvido.
b) Gastos cujo rateio seja extremamente arbitrário devem ser lançados diretamente contra o
resultado do exercício.
10. REFERÊNCIAS
ARAUJO, Adriana Maria Procópio de; ASSAF, Alexandre. Introdução à Contabilidade. São Paulo:
Atlas, 2004.
BORINELLI, Márcio Luiz; PIMENTEL, Renê Coppe. Curso de Contabilidade para gestores, analistas e
outros profissionais. São Paulo: Atlas, 2010.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura
Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, 2008. Disponível em:
<http://www.cpc.org.br/pdf/pronunciamento_conceitual.pdf>Acesso em: 14 Jan. 2009.
CREPALDI, Silvio A. Curso básico de contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 1999.
EQUIPE DE PROFESSORES DA FEA/USP. Contabilidade Introdutória. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
IUDÍCIBUS, Sérgio; MARION, J. C. Curso de Contabilidade para Não Contadores. 3.ed. São Paulo:
Atlas, 2000 (Livro texto).
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
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PADOVEZE, Clovis Luis. Manual de Contabilidade Básica: contabilidade introdutória e
intermediária. São Paulo: Atlas, 2009.
RIBEIRO, Osni M. Contabilidade de custos fácil. 6.ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
SILVA, César Augusto Tibúrcio; NIYAMA, Jorge Katsumi. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas,
2008.
SZUSTER, Natan et al. Contabilidade Geral. São Paulo: Atlas, 2007.
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