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1. - DEFINIÇÕES:
Ligação Predial ou ramal predial: trecho do coletor predial compreendido entre o
limite do terreno e o coletor de esgoto.
Coletor de esgoto: tubulação da rede coletora que recebe contribuição de esgoto
dos coletores prediais em qualquer ponto ao longo de seu comprimento.
Coletor principal: coletor de esgoto de maior extensão dentro de uma mesma
bacia.
Coletor tronco: tubulação da rede coletora que recebe apenas contribuições de
esgoto de outros coletores.
Interceptor: são os coletores que correm nos fundos de vale, margeando cursos
d’água ou canais. São responsáveis pelo transporte dos esgotos gerados na sub-
bacia, evitando que os mesmos sejam lançados nos corpos d’água.
Corpos d’água: rios, lagos, açudes, lagoas.
Emissário: tubulação que recebe esgoto exclusivamente na extremidade de
montante.
Rede coletora: conjunto distribuído por ligações prediais, coletores de esgoto e
seus órgãos acessórios.
Trecho: segmento de coletor, coletor tronco, interceptor ou emissário, compreendido
entre singularidades sucessivas.
Singularidade: qualquer órgão acessório, mudança de direção e variações de
seção, de declividade e de vazão quando significativa.
Contribuição singular: é a contribuição, em l/s, de uma singularidade, ou seja, de
qualquer órgão acessório, mudança de direção e variações de seção, de declividade
e de vazão quando significativa.
Diâmetro nominal (DN): simples número que serve para classificar em dimensão os
elementos de tubulações e acessórios.
Órgãos acessórios: dispositivos fixos desprovidos de equipamentos mecânicos.
São órgãos acessórios: PV, TIL, TL, CP, sifão invertido, passagem forçada.
Poço de visita (PV): câmara visitável através de abertura existente em sua parte
superior, destinada à execução de trabalhos de manutenção.
Tubo de inspeção e limpeza (TIL): dispositivo não visitável que permite inspeção e
introdução de equipamentos de limpeza.
Terminal de limpeza (TL): dispositivo que permite introdução de equipamentos de
limpeza, localizado na cabeceira de qualquer coletor.
Caixa de passagem (CP): câmara sem acesso localizada em pontos singulares por
necessidade construtiva.
Sifão invertido: trecho rebaixado com escoamento sob pressão, cuja finalidade é
transpor obstáculos, depressões do terreno ou cursos d’água.
Passagem forçada: trecho com escoamento sob pressão, sem rebaixamento.
Profundidade: diferença de nível ente a superfície do terreno e a geratriz inferior
interna do coletor.
Recobrimento: diferença de nível entre a superfície do terreno e a geratriz superior
externa do coletor.
Tubo de queda: dispositivo instalado no poço de visita (PV), ligando um coletor
afluente ao fundo do poço.
Estação elevatória: estação de bombeamento dos esgotos para um nível mais
elevado, para que os esgotos possam voltar a fluir por gravidade.
Estação de Tratamento de Esgoto (ETE): estação destinada ao tratamento do
esgoto, que consiste na remoção dos seus poluentes.
Disposição final: após o tratamento, o esgoto poderá ser lançado em um corpo
d’água ou aplicados ao solo.
Coeficiente de retorno: relação média entre os volumes de esgoto produzido e de
água efetivamente consumida (adota-se 0,8).
Esgoto produzido
C = -------------------------- = 0,8
Água consumida
Água de Infiltração (I): água não proveniente do sistema de esgoto. Depende das
condições locais, tais como: nível da água do lençol freático, natureza do subsolo,
qualidade da execução da rede, tipo de solo, material da tubulação, tipo de junta
utilizada, qualidade de assentamento dos tubos.
Taxa de contribuição de infiltração (TI): adota-se de 0,05 a 1,0 l/s.km.
Contribuição de infiltração: taxa de contribuição infiltração TI) x comprimento do
trecho, em km.
2. - CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO:
2.1 - Condutos Livres ou Não Forçados
São tubulações de seção aberta (por exemplo, canais) ou fechada (por exemplo,
rede coletora de esgoto) sujeitas à pressão atmosférica em pelo menos um ponto de
sua seção de escoamento.
Considera-se que toda a rede coletora de esgoto (coletor de esgoto, coletor
principal, coletor tronco, interceptor e emissário) trabalha como conduto livre, não
forçado.
Considerando regime uniforme de escoamento, uma das fórmulas que pode ser
usada é a Fórmula de Chésy:
1
V = -------- . RH 2/3 . i 1/2
n
V = velocidade, em m/s
n = coeficiente de Manning = 0,013 (para tubulações de esgoto)
(número que mede a influência da rugosidade do canal no escoamento)
Sm
RH = raio hidráulico = --------------- , em m.
Pm
Sm = área molhada, em m2
Pm = perímetro molhado, em m
i = declividade, em m/m
2.2.1 - Coeficiente de Manning (n):
É o número que mede a influência da rugosidade do canal no escoamento. O valor
de “n” foi estabelecido por medições em laboratórios e em escoamento de rios. E
vale aproximadamente:
n = 0,011 – canal de perfeita construção transportando água limpa;
n = 0,013 – canal revestido de concreto transportando água de rio;
n = 0,015 – canal de terra transportando água de rio.
Para o dimensionamento de tubulações de rede coletora de esgoto a Norma NBR
9649, da ABNT, recomenda adotar n = 0,013.
Sm
RH = raio hidráulico = --------------- , em m.
Pm
Sm = área molhada, em m2
Pm = perímetro molhado, em m
i = declividade, em m/m
O item 5.1.1.1 da NBR 9649 diz que: Inexistindo dados pesquisados e comprovados,
com validade estatística, recomenda-se como o menor valor de vazão 1,5 l/s em
qualquer trecho.
Portanto, adota-se uma vazão inicial de 1,5 l/s para o início do 1º. trecho do coletor.
3. - DIMENSIONAMENTO:
Roteiro:
1º.) Vazão Inicial
2º.) Vazão Final
3º.) Declividade Mínima
4º.) Diâmetro
5º.) Declividade Máxima
6º) Declividade do terreno
7º.) Velocidade Crítica
8º.) Velocidade Final
C . N . qi C . a . d . qi
Qmi = -------------------- ou Qmi = -------------------------- onde:
86.400 86.400
C . N . qf C . a . d . qf
Qmf = -------------------- ou Qmi = -------------------------- onde:
86.400 86.400
½ 3/8
D = 0,3145 (Qf / Io )
Raio Hidráulico:
0,45 + 1,65
Sm = -------------------- . 0,35 = 0,3675 m2
2
0,3675
RH = -------------- = 0,20 m
1,83
Velocidade:
1
V = ------------ . (0,20) 2/3 . (0,0025)1/2 = 1,32 m/s
0,013
Vazão:
0,0626077 0,65 . h
--------------- = ( --------------- ) 2/3
h 0,65 + 2h
0,26
RH = -------------- = 0,18 m
1,45
Velocidade:
1
V = ------------ . (0,18) 2/3 . (0,0002)1/2 = 0,35 m/s
0,013
Vazão:
Vemos que a altura da lâmina d’água h = 0,40 m é insuficiente, pois, para esta
altura, a vazão correspondente é 91 litros/s, que é menor que Q = 140 litros/s.
0,52
RH = -------------- = 0,23 m
2,25
Velocidade:
1
V = ------------ . (0,23) 2/3 . (0,0002)1/2 = 0,41 m/s
0,013
Vazão:
Vemos que a altura da lâmina d’água h = 0,80 m foi demais, pois, para esta altura, a
vazão correspondente é 213,2 litros/s, que é maior que Q = 140 litros/s.
0,39
RH = -------------- = 0,21 m
1,85
Velocidade:
1
V = ------------ . (0,21) 2/3 . (0,0002)1/2 = 0,38 m/s
0,013
Vazão:
Vemos que a altura da lâmina d’água h = 0,60 m foi demais, pois, para esta altura, a
vazão correspondente é 148,2 litros/s, que é maior que Q = 140 litros/s.
0,3575
RH = -------------- = 0,20 m
1,75
Velocidade:
1
V = ------------ . (0,20) 2/3 . (0,0002)1/2 = 0,37 m/s
0,013
Vazão:
Vemos que a altura da lâmina d’água h = 0,55 m é insuficiente, pois, para esta
altura, a vazão correspondente é 132,3 litros/s, que é menor que Q = 140 litros/s.
0,3705
RH = -------------- = 0,21 m
1,79
Velocidade:
1
V = ------------ . (0,21) 2/3 . (0,0002)1/2 = 0,38 m/s
0,013
Vazão:
Podemos verificar que a altura da lâmina d’água será de 0,57 m = 57 cm, pois a
vazão para esta altura é 140,79 litros/s.
0,0044156
RH = ------------------- = 0,0187498 m
0,2355
i = 0,85 m/m = 85 cm / m.
0,0099351
RH = ------------------- = 0,0281248 m
0,35325
Então:
1
5 = ------------ . (0,0281248) 2/3 . i 1/2
0,013
i = 0,50 m/m = 50 cm / m.
0,0176625
RH = ------------------- = 0,0375 m
0,471
Então:
1
5 = ------------ . (0,0375) 2/3 . i 1/2
0,013
EXERCÍCIOS:
Dimensione cada trecho da rede conforme figura abaixo, considerando:
d = densidade demográfica = 100 pessoas / ha.
Cada quadra (área residencial) = 100 x 50 metros
345 344
343
342
ETE
ANEXOS: