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DE LONDRINA-PR
LÍNGUA PORTUGUESA
Compreensão e interpretação de textos. Reconhecimento da finalidade de textos de diferentes gêneros. Localização de
informações explícitas no texto. Inferência de sentido de palavras e/ou expressões. Distinção de fato e opinião sobre
esse fato. Interpretação de linguagem não verbal (tabelas, fotos, quadrinhos etc.). Reconhecimento das relações entre
partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para sua continuidade. Identificação de
diferentes estratégias que contribuem para a continuidade do texto. Recursos linguísticos-semânticos. ..........................1
Ortografia. .........................................................................................................................................................................33
Conjunções. ......................................................................................................................................................................58
Concordância verbal e nominal. ........................................................................................................................................63
Conjugação verbal. ...........................................................................................................................................................52
MATEMÁTICA
Sistema numérico decimal e as quatro operações fundamentais com números naturais. ................................................29
Operações com números inteiros, fracionários e decimais. ...............................................................................................1
Razão e proporção. Regra de três simples e regra de três composta. Porcentagem. Média aritmética e média pondera-
da. Equações de primeiro e segundo graus. .....................................................................................................................3
Formas geométricas básicas. ............................................................................................................................................52
Sistema métrico decimal: medidas de comprimento, de superfície, de capacidade, de volume e de tempo. ..................42
Sistema monetário brasileiro. ..............................................................................................................................................3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Promoção, prevenção e proteção à saúde; Princípios e Diretrizes do SUS; Cadastramento familiar e territorial; Conceito
de territorialização, micro-área e área de abrangência; Principais problemas de saúde da população e recursos existen-
tes para enfrentamento dos problemas; Noções de ética e cidadania; Saúde da criança, adolescente; Instrumentos de
avaliação de indicadores de saúde adulto e idoso; Sistema de informação da atenção básica - SIAB; Conceito da estra-
tégia saúde da família; Visita domiciliar; Constituição de equipe da Saúde da família; Controle Social; Atribuições espe-
cíficas do Agente Comunitário de Saúde - ACS; Objetivos da estratégia saúde da família; Aleitamento materno, saúde
mental, violência intra-familiar; Dengue; Controle do Tabagismo; Cartão Nacional do SUS; Saúde da Mulher; Programa
Nacional de Imunização; Bolsa Família; Tuberculose; Hanseníase; Programa Saúde na Escola. ...................... Pp 1 a 27
APOSTILAS OPÇÃO
LÍNGUA PORTUGUESA
No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto
com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da
Compreensão e interpretação de textos. Reconhecimento da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momen-
finalidade de textos de diferentes gêneros. Localização de tos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui
informações explícitas no texto. Inferência de sentido de pala- não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica
vras e/ou expressões. Distinção de fato e opinião sobre esse da fonte e na identificação do autor.
fato. Interpretação de linguagem não verbal (tabelas, fotos,
quadrinhos etc.). Reconhecimento das relações entre partes A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de
de um texto, identificando repetições ou substituições que resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exce-
contribuem para sua continuidade. Identificação de diferentes to, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequa-
estratégias que contribuem para a continuidade do texto. da. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais
Recursos linguísticos-semânticos. adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por
Ortografia. isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não
Conjunções. ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra
Concordância verbal e nominal. alternativa mais completa.
Conjugação verbal.
Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento
do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontex-
tualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso
Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finali- para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para
dade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta
compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de será mais consciente e segura.
necessitar de um bom léxico internalizado.
Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de
As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um
confronto entre todas as partes que compõem o texto.
01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por 02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá
trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica- até o fim, ininterruptamente;
se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor 03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos
diante de uma temática qualquer. umas três vezes ou mais;
04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
Denotação e Conotação 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expres- 06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
são gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma con- 07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compre-
venção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante + signi- ensão;
ficado) que se constroem as noções de denotação e conotação. 08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto cor-
respondente;
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, 09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a 10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta,
atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que
depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se
construção frasal, uma nova relação entre significante e significado. perguntou e o que se pediu;
11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais
Os textos literários exploram bastante as construções de base conota- exata ou a mais completa;
tiva, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações 12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de
diferenciadas em seus leitores. lógica objetiva;
13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;
Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polis- 14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,
semia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra 15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a
ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste resposta;
caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim 16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor,
ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e definindo o tema e a mensagem;
esclareçam o sentido. 17. O autor defende ideias e você deve percebê-las;
18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantís-
Como Ler e Entender Bem um Texto simos na interpretação do texto.
Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e Ex.: Ele morreu de fome.
de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização
cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra- do fato (= morte de "ele").
em-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo Ex.: Ele morreu faminto.
nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava
palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para quando morreu.;
resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça 19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as idei-
a memória visual, favorecendo o entendimento. as estão coordenadas entre si;
20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza
Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo
há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim Cunegundes
de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes.
‘ Quanto a Lei Geral da Copa, aprovou-se um texto que não é o ideal, 3º parágrafo: A conclusão é desenvolvida com uma proposta de
mas sustenta os requisitos da Fifa para o evento. intervenção relacionada à tese.
O aspecto mais polêmico era a venda de bebidas alcoólicas nos es- “O desenvolvimento de projetos científicos que visem a amenizar os
tádios. A lei eliminou o veto federal, mas não exclui que os organizadores transtornos causados à Terra é plenamente possível e real. A era tecnoló-
precisem negociar a permissão em alguns Estados, como São Paulo.’’ gica precisa atuar a serviço do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais
do que em favor de um conforto momentâneo. Nessas circunstâncias não
• Proposta: Revela autonomia critica do produtor do texto e ga- existe contraste algum, pelo contrário, há uma relação direta que poderá se
rante mais credibilidade ao processo argumentativo. transformar na salvação do mundo.
‘ Recolher de forma digna e justa os usuários de crack que buscam Portanto, as universidades e instituições de pesquisas em geral preci-
ajuda, oferecer tratamento humano é dever do Estado. Não faz sentido sam agir rapidamente na elaboração de pacotes científicos com vistas a
isolar para fora dos olhos da sociedade uma chaga que pertence a to- combater os resultados caóticos da falta de conscientização humana. Nada
dos.’’ Mundograduado.org melhor do que a ciência para direcionar formas práticas de amenizarmos a
“ferida” que tomou conta do nosso Planeta Azul.” Profª Francinete
Modelo de Dissertação-Argumentativa
A ideia principal e as secundárias
Meio-ambiente e tecnologia: não há contraste, há solução
Para treinarmos a redação de pequenos parágrafos narrativos, vamos
Uma das maiores preocupações do século XXI é a preservação ambi-
nos colocar no papel de narradores, isto é, vamos contar fatos com base na
ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre-
organização das ideias.
vivência humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan-
do analisados, são equivocadamente colocados em oposição à tecnologia. Leia o trecho abaixo:
O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avanço tem um preço a Meu primo já havia chegado à metade da perigosa ponte de ferro
se pagar. As indústrias, por exemplo, que são costumeiramente ligadas ao quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte. Com
progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), responsá- isso, ele não teve tempo de correr para a frente ou para trás, mas, demons-
veis pelo prejuízo causado à Camada de Ozônio e, por conseguinte, pro- trando grande presença de espírito, agachou-se, segurou, com as mãos,
blemas ambientais que afetam a população. um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.
Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, não vemos Como você deve ter observado, nesse parágrafo, o narrador conta-nos
contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa época em que preservar um fato acontecido com seu primo. É, pois, um parágrafo narrativo. Anali-
os ecossistemas do planeta é mais do que avanço, é uma questão de semos, agora, o parágrafo quanto à estrutura.
continuidade das espécies animais e vegetais, incluindo-se principalmente
nós, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma, As ideias foram organizadas da seguinte maneira:
podemos considerá-las parceiras na busca por soluções a essa problemáti- Ideia principal:
ca.
Meu primo já havia chegado à metade da perigosa ponte de ferro
O desenvolvimento de projetos científicos que visem a amenizar os quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte.
transtornos causados à Terra é plenamente possível e real. A era tecnoló-
gica precisa atuar a serviço do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais Ideias secundárias:
do que em favor de um conforto momentâneo. Nessas circunstâncias não Com isso, ele não teve tempo de correr para a frente ou para trás, mas,
existe contraste algum, pelo contrário, há uma relação direta que poderá se demonstrando grande presença de espírito, agachou-se, segurou, com as
transformar na salvação do mundo. mãos, um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.
Portanto, as universidades e instituições de pesquisas em geral preci- A ideia principal, como você pode observar, refere-se a uma ação peri-
sam agir rapidamente na elaboração de pacotes científicos com vistas a gosa, agravada pelo aparecimento de um trem. As ideias secundárias
combater os resultados caóticos da falta de conscientização humana. Nada complementam a ideia principal, mostrando como o primo do narrador
melhor do que a ciência para direcionar formas práticas de amenizarmos a conseguiu sair-se da perigosa situação em que se encontrava.
“ferida” que tomou conta do nosso Planeta Azul.
Os parágrafos devem conter apenas uma ideia principal acompanhado
Nesse modelo, didaticamente, podemos perceber a estrutura textual de ideias secundárias. Entretanto, é muito comum encontrarmos, em pará-
dissertativa assim organizada: grafos pequenos, apenas a ideia principal. Veja o exemplo:
1º parágrafo: Introdução com apresentação da tese a ser defendi- O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Inácio.
da;
Nesse trecho, há dois parágrafos. A comunicação não é regida por normas fixas e imutáveis. Ela pode
transformar-se, através do tempo, e, se compararmos textos antigos com
No primeiro, só há uma ideia desenvolvida, que corresponde à ideia atuais, perceberemos grandes mudanças no estilo e nas expressões. Por
principal do parágrafo: O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Inácio. que as pessoas se comunicam de formas diferentes? Temos que conside-
rar múltiplos fatores: época, região geográfica, ambiente e status cultural
No segundo, já podemos perceber a relação ideia principal + ideias dos falantes.
secundárias. Observe:
Há uma língua-padrão? O modelo de língua-padrão é uma decorrência
Ideia principal: dos parâmetros utilizados pelo grupo social mais culto. Às vezes, a mesma
Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram a- pessoa, dependendo do meio em que se encontra, da situação sociocultural
proveitar o bom tempo. dos indivíduos com quem se comunica, usará níveis diferentes de língua.
Dentro desse critério, podemos reconhecer, num primeiro momento, dois
Ideia secundárias: tipos de língua: a falada e a escrita.
Pegaram um animal, montaram e seguiram contentes pelos campos, A língua falada pode ser culta ou coloquial, vulgar ou inculta, regional,
levando um farto lanche, preparado pela mãe. grupal (gíria ou técnica). Quando a gíria é grosseira, recebe o nome de
Agora que já vimos alguns exemplos, você deve estar se perguntando: calão.
“Afinal, de que tamanho é o parágrafo?” Quando redigimos um texto, não devemos mudar o registro, a não ser
Bem, o que podemos responder é que não há como apontar um pa- que o estilo permita, ou seja, se estamos dissertando – e, nesse tipo de
drão, no que se refere ao tamanho ou extensão do parágrafo. redação, usa-se, geralmente, a língua-padrão – não podemos passar desse
nível para um como a gíria, por exemplo.
Há exemplos em que se veem parágrafos muito pequenos; outros, em
que são maiores e outros, ainda, muito extensos. Variação linguística: como falantes da língua portuguesa, percebe-
mos que existem situações em que a língua apresenta-se sob uma forma
Também não há como dizer o que é certo ou errado em termos da ex- bastante diferente daquela que nos habituamos a ouvir em casa ou nos
tensão do parágrafo, pois o que é importante mesmo, é a organização das meios de comunicação. Essa diferença pode manifestarse tanto pelo voca-
ideias. No entanto, é sempre útil observar o que diz o dito popular – “nem bulário utilizado, como pela pronúncia ou organização da frase.
oito, nem oitenta…”.
Nas relações sociais, observamos que nem todos falam da mesma
Assim como não é aconselhável escrevermos um texto, usando apenas forma. Isso ocorre porque as línguas naturais são sistemas dinâmicos e
parágrafos muito curtos, também não é aconselhável empregarmos os extremamente sensíveis a fatores como, por exemplo, a região geográfica,
muito longos. o sexo, a idade, a classe social dos falantes e o grau de formalidade do
contexto. Essas diferenças constituem as variações linguísticas.
Essas observações são muito úteis para quem está iniciando os traba-
lhos de redação. Com o tempo, a prática dirá quando e como usar parágra- Observe abaixo as especificidades de algumas variações:
fos – pequenos, grandes ou muito grandes.
1. Profissional: no exercício de algumas atividades profissionais, o
Até aqui, vimos que o parágrafo apresenta em sua estrutura, uma ideia domínio de certas formas de línguas técnicas é essencial. As variações
principal e outras secundárias. Isso não significa, no entanto, que sempre a profissionais são abundantes em termos específicos e têm seu uso restrito
ideia principal apareça no início do parágrafo. Há casos em que a ideia ao intercâmbio técnico.
secundária inicia o parágrafo, sendo seguida pela ideia principal. Veja o
exemplo: 2. Situacional: as diferentes situações comunicativas exigem de um
mesmo indivíduo diferentes modalidades da língua. Empregam-se, em
As estacas da cabana tremiam fortemente, e duas ou três vezes, o solo situações formais, modalidades diferentes das usadas em situações infor-
estremeceu violentamente sob meus pés. Logo percebi que se tratava de mais, com o objetivo de adequar o nível vocabular e sintático ao ambiente
um terremoto. linguístico em que se está.
Observe que a ideia mais importante está contida na frase: “Logo per- 3. Geográfica: há variações entre as formas que a língua portuguesa
cebi que se tratava de um terremoto”, que aparece no final do parágrafo. assume nas diferentes regiões em que é falada. Basta prestar atenção na
As outras frases (ou ideias) apenas explicam ou comprovam a afirmação: expressão de um gaúcho em contraste com a de um amazonense. Essas
“as estacas tremiam fortemente, e duas ou três vezes, o solo estremeceu variações regionais constituem os falares e os dialetos. Não há motivo
violentamente sob meus pés” e estas estão localizadas no início do pará- linguístico algum para que se considere qualquer uma dessas formas
grafo. superior ou inferior às outras.
Então, a respeito da estrutura do parágrafo, concluímos que as ideias 4. Social: o português empregado pelas pessoas que têm acesso à
podem organizar-se da seguinte maneira: escola e aos meios de instrução difere do português empregado pelas
pessoas privadas de escolaridade.
Ideia principal + ideias secundárias
Algumas classes sociais, assim, dominam uma forma de língua que
ou
goza prestígio, enquanto outras são vítimas de preconceito por emprega-
Ideias secundárias + ideia principal rem estilos menos prestigiados. Cria-se, dessa maneira, uma modalidade
de língua – a norma culta -, que deve ser adquirida durante a vida escolar e
É importante frisar, também, que a ideia principal e as ideias se- cujo domínio é solicitado como modo de ascensão profissional e social.
cundárias não são ideias diferentes e, por isso, não podem ser separadas Também são socialmente condicionadas certas formas de língua que
em parágrafos diferentes. Ao selecionarmos as ideias secundárias deve- alguns grupos desenvolvem a fim de evitar a compreensão por aqueles que
mos verificar as que realmente interessam ao desenvolvimento da ideia não fazem parte do grupo. O emprego dessas formas de língua proporciona
principal e mantê-las juntas no mesmo parágrafo. Com isso, estaremos o reconhecimento fácil dos integrantes de uma comunidade restrita. Assim
evitando e repetição de palavras e assegurando a sua clareza. É importan- se formam, por exemplo, as gírias, as línguas técnicas. Pode-se citar ainda
te, ao termos várias ideias secundárias, que sejam identificadas aquelas a variante de acordo com a faixa etária e o sexo.
que realmente se relacionam à ideia principal. Esse cuidado é de grande
valia ao se redigir parágrafos sobre qualquer assunto. AS DIFERENÇAS ENTRE FALA E ESCRITA
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Observe como o texto dissertativo tem por objetivo expressar um de- ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Te-
terminado ponto de vista em relação a um assunto qualquer e convencer o mas de Filosofia.São Paulo, Moderna, 1992. p.62.
leitor de que este ponto de vista está correto. Poderíamos afirmar que o A definição é uma forma simples e muito usada em parágrafo-chave,
texto dissertativo é um exercício de cidadania, pois nele o indivíduo exerce sobretudo em textos dissertativos. Pode ocupar só a primeira frase ou todo
seu papel de cidadão, questionando valores, reivindicando algo, expondo o primeiro parágrafo.
pontos de vista, etc.
Divisão
Pode-se dizer que:
Predominam ainda no Brasil convicções errôneas sobre o problema da
A paragrafação com tópico frasal seguido pelo desenvolvimento é uma exclusão social: a de que ela deve ser enfrentada apenas pelo poder públi-
forma de organizar o raciocínio e a exposição das ideias de maneira clara e co e a de que sua superação envolve muitos recursos e esforços extraordi-
facilmente compreensível. Quando se tem um plano em que os tópicos nários. Experiências relatadas nesta Folha mostram que combate à margi-
principais foram selecionados e nalidade social em Nova York vem contando co intensivos esforços do
dispostos de modo a haver transição harmoniosa de um para outro, é poder público e ampla participação da iniciativa privada. Folha de S. Paulo,
fácil redigir. 17 dez.1996.
O TÓPICO FRASAL DO PARÁGRAFO: geralmente vem no começo Ao dizer que há duas convicções errôneas, fica logo clara a direção
do parágrafo, seguida de outros períodos que explicam ou detalham a ideia que o parágrafo vai tomar. O autor terá de explicitá-las na frase seguinte.
central e podem ou não concluir a ideia deste parágrafo. Oposição
O DESENVOLVIMENTO DO PARÁGRAFO: é a explanação da ideia De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelo
exposta no tópico frasal. Devemos desenvolver nossas ideias de maneira governo. De outro, gastos excessivos com computadores, antenas parabó-
clara e convincente, utilizando argumentos e/ou ideias sempre tendo em licas, aparelhos de videocassete. É este o paradoxo que vive a educação
vista a forma como iniciamos o parágrafo. no Brasil.
O tema de reforma agrária está a bastante tempo nas discussões sobre Observe que o vocábulo “mas” não faz referência a outro vocábulo; a-
os problemas mais graves que afetam o Brasil. Numa comparação entre o penas conecta (liga) uma ideia a outra, transmitindo a ideia de compensa-
movimento pela abolição da escravidão no Brasil, no final do século passa- ção.
do e, atualmente, o movimento pela reforma agrária, podemos perceber 3. Coesão recorrencial – é realizada pela repetição de vocábulos ou
algumas semelhanças. Como na época da abolição da escravidão existiam de estruturas frasais
elementos favoráveis e contrários a ela, também hoje há os que são a favor
e os que são contra a implantação da reforma agrária no Brasil. OLIVEIRA, semelhantes.
Pérsio Santos de. Introdução à sociologia. São Paulo, Ática, 1991. p.101. Exemplos;
Para introduzir o tema da reforma araria, o autor comparou a sociedade a. Os carros corriam, corriam, corriam.
de hoje com a do final do século XIX, mostrando a semelhança de compor-
tamento entre elas. b. O aluno finge que lê, finge que ouve, finge que estuda.
Afirmação Coerência textual é a relação que se estabelece entre as diversas
partes do texto, criando uma unidade de sentido. Está ligada ao en-
A profissionalização de uma equipe começa com a procura e aquisição tendimento, À possibilidade de interpretação daquilo que se ouve ou
das pessoas que tenham experiência e as aptidões adequadas para o lê.
desempenho da tarefa, especialmente quando esta é imediata. (Desenvol-
vimento ) As pessoas já virão integrar a equipe sem precisar de treinamen- OBS: pode haver texto com a presença de elementos coesivos, e não
to profissionalizante, podendo entrar em ação logo após seu ingresso. apresentar coerência.
Alternativamente, ou quando se dispõe de tempo, pode-se recrutar Exemplo:
pessoas inexperientes, mas que demonstrem o potencial para desenvolver
O presidente George W.Bush está descontente com o grupo Talibã.
as aptidões e o interesse em fazer parte da equipe ou dedicar-se a sua
Estes eram estudantes da escola fundamentalista. Eles, hoje, governam o
missão. Sempre que possível, uma equipe deve procurar combinar pessoas
afeganistão. Os afegãos apóiam o líder Osama Bin Laden. Este foi aliado
experientes e aprendizes em sua composição, de modo que os segundos
dos Estados Unidos quando da invasão da União Soviética ao Afeganistão.
aprendam com os primeiros. (conclusão) A falta de um banco de reservas,
muitas vezes, pode ser um obstáculo à própria evolução da equipe.” (Ma- Comentário:
ximiniano, 1986:50 )
ARTICULAÇÃO ENTRE PARÁGRAFOS
Maria da Graça Costa Val lembra que “esses recursos expressam rela- Passei no vestibular porque estudei muito
ções não só entre os elementos no interior de uma frase, mas também visto que
entre frases e sequências de frases dentro de um texto”. já que
uma vez que
Não só a coesão explícita possibilita a compreensão de um texto. Mui- _________________ _____________________
tas vezes a comunicação se faz por meio de uma coesão implícita, apoia- consequência causa
da no conhecimento mútuo anterior que os participantes do processo
comunicativo têm da língua.
Estudei tanto que passei no vestibular.
A ligação lógica das ideias Estudei muito por isso passei no vestibular
Uma das características do texto é a organização sequencial dos ele- _________________ ____________________
mentos linguísticos que o compõem, isto é, as relações de sentido que se causa consequência
estabelecem entre as frases e os parágrafos que compõem um texto,
fazendo com que a interpretação de um elemento linguístico qualquer seja
dependente da de outro(s). Os principais fatores que determinam esse Como estudei passei no vestibular
encadeamento lógico são: a articulação, a referência, a substituição voca- Por ter estudado muito passei no vestibular
bular e a elipse. ___________________ ___________________
causa consequência
ARTICULAÇÃO
Os articuladores (também chamados nexos ou conectores) são conjun- finalidade: uma das proposições do período explicita o(s) meio(s) para
ções, advérbios e preposições responsáveis pela ligação entre si dos fatos se atingir determinado fim expresso na outra. Os articuladores principais
denotados num texto, Eles exprimem os diferentes tipos de interdependên- são: para, afim de, para que.
cia de sentido das frases no processo de sequencialização textual. As
ideias ou proposições podem se relacionar indicando causa, consequência, Utilizo o automóvel a fim de facilitar minha vida.
finalidade, etc.
conformidade: essa relação expressa-se por meio de duas proposi-
Ingressei na Faculdade a fim de ascender socialmente. ções, em que se mostra a conformidade de conteúdo de uma delas em
Ingressei na Faculdade porque pretendo ser biólogo. relação a algo afirmado na outra.
Ingressei na Faculdade depois de ter-me casado.
O aluno realizou a prova conforme o professor solicitara.
É possível observar que os articuladores relacionam os argumentos di- segundo
ferentemente. Podemos, inclusive, agrupá-los, conforme a relação que consoante
estabelecem. como
de acordo com a solicitação...
Relações de:
adição: os conectores articula sequencialmente frases cujos conteúdos temporalidade: é a relação por meio da qual se localizam no tempo
se adicionam a favor de uma mesma conclusão: e, também, não ações, eventos ou estados de coisas do mundo real, expressas por meio de
só...como também, tanto...como, além de, além disso, ainda, nem. duas proposições.
Quando
Na maioria dos casos, as frases somadas não são permutáveis, isto é, Mal
a ordem em que ocorrem os fatos descritos deve ser respeitada. Logo que terminei o colégio, matriculei-me aqui.
Assim que
Ele entrou, dirigiu-se à escrivaninha e sentou-se. Depois que
alternância: os conteúdos alternativos das frases são articulados por No momento em que
conectores como ou, ora...ora, seja...seja. O articulador ou pode expres- Nem bem
sar inclusão ou exclusão.
a) concomitância de fatos: Enquanto todos se divertiam, ele estu-
Ele não sabe se conclui o curso ou abandona a Faculdade. dava com afinco.
Existe aqui uma simultaneidade entre os fatos descritos em cada
oposição: os conectores articulam sequencialmente frases cujos con- uma das proposições.
teúdos se opõem. São articuladores de oposição: mas, porém, todavia, b) um tempo progressivo:
entretanto, no entanto, não obstante, embora, apesar de (que), ainda À proporção que os alunos terminavam a prova, iam se retirando.
que, se bem que, mesmo que, etc. • bar enchia de frequentadores à medida que a noite caía.
O candidato foi aprovado, mas não fez a matrícula. Conclusão: um enunciado introduzido por articuladores como portan-
Interpretar e produzir textos de qualidade são tarefas muito importantes Por outro lado, autores como Luiz Carlos Travaglia (UFUberlândia/MG)
na formação do aluno. Para realizá-las de modo satisfatório, é essencial defendem o trabalho com a Tipologia Textual. Para o autor, sendo os
saber identificar e utilizar os operadores sequenciais e argumentativos do textos de diferentes tipos, eles se instauram devido à existência de diferen-
discurso. A linguagem é um ato intencional, o indivíduo faz escolhas quan- tes modos de interação ou interlocução. O trabalho com o texto e com os
do se pronuncia oralmente ou quando escreve. Para dar suporte a essas diferentes tipos de texto é fundamental para o desenvolvimento da compe-
escolhas, de modo a fazer com que suas opiniões sejam aceitas ou respei- tência comunicativa. De acordo com as ideias do autor, cada tipo de texto é
tadas, é fundamental lançar mão dos operadores que estabelecem ligações apropriado para um tipo de interação específica. Deixar o aluno restrito a
(espécies de costuras) entre os diferentes elementos do discurso. apenas alguns tipos de texto é fazer com que ele só tenha recursos para
atuar comunicativamente em alguns casos, tornando-se incapaz, ou pouco
capaz, em outros. Certamente, o professor teria que fazer uma espécie de
Autor e Narrador: Diferenças levantamento de quais tipos seriam mais necessários para os alunos, para,
Equipe Aprovação Vest a partir daí, iniciar o trabalho com esses tipos mais necessários.
Qual é, afinal, a diferença entre Autor e Narrador? Existe uma diferença Marcuschi afirma que os livros didáticos trazem, de maneira equivoca-
enorme entre ambos. da, o termo tipo de texto. Na verdade, para ele, não se trata de tipo de
texto, mas de gênero de texto. O autor diz que não é correto afirmar que a
Autor
carta pessoal, por exemplo, é um tipo de texto como fazem os livros. Ele
É um homem do mundo: tem carteira de identidade, vai ao supermer- atesta que a carta pessoal é um Gênero Textual.
cado, masca chiclete, eventualmente teve sarampo na infância e, mais
eventualmente ainda, pode até tocar trombone, piano, flauta transversal. O autor diz que em todos os gêneros os tipos se realizam, ocorrendo,
Paga imposto. muitas das vezes, o mesmo gênero sendo realizado em dois ou mais tipos.
Ele apresenta uma carta pessoal3 como exemplo, e comenta que ela pode
Narrador apresentar as tipologias descrição, injunção, exposição, narração e argu-
É um ser intradiegético, ou seja, um ser que pertence à história que mentação. Ele chama essa miscelânea de tipos presentes em um gênero
está sendo narrada. Está claro que é um preposto do autor, mas isso não de heterogeneidade tipológica.
significa que defenda nem compartilhe suas ideias. Se assim fosse, Ma-
chado de Assis seria um crápula como Bentinho ou um bígamo, porque, Travaglia (2002) fala em conjugação tipológica. Para ele, dificilmente
casado com Carolina Xavier de Novais, casou-se também com Capitu, foi são encontrados tipos puros. Realmente é raro um tipo puro. Num texto
amante de Virgília e de um sem-número de mulheres que permeiam seus como a bula de remédio, por exemplo, que para Fávero & Koch (1987) é
contos e romances. um texto injuntivo, tem-se a presença de várias tipologias, como a descri-
Diferenças entre Língua Padrão, Linguagem Comparando-o à modernidade, percebemos um vocabulário antiquado.
Formal e Linguagem informal.
Variações regionais:
Língua Padrão: A gramática é um conjunto de regras que estabelecem
um determinado uso da língua, denominado norma culta ou língua padrão.
São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes
Acontece que as normas estabelecidas pela gramática normativa nem
a diferentes regiões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que,
sempre são obedecidas pelo falante.
em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como:macaxeira e
Os conceitos linguagem formal e linguagem informal estão, sobretu- aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados
do associados ao contexto social em que a fala é produzida. às características orais da linguagem.
Informal: Num contexto em que o falante está rodeado pela família ou Variações sociais ou culturais:
pelos amigos, normalmente emprega uma linguagem informal, podendo
usar expressões normalmente não usadas em discursos públicos (pala- Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e
vrões ou palavras com um sentido figurado que apenas os elementos do também ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como exem-
grupo conhecem). Um exemplo de uma palavra que tipicamente só é usada plo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
na linguagem informal, em português europeu, é o adjetivo “chato”.
Formal: A linguagem formal, pelo contrário, é aquela que os falantes As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como
usam quando não existe essa familiaridade, quando se dirigem aos superio- os surfistas, cantores de rap, tatuadores, entre outros.
res hierárquicos ou quando têm de falar para um público mais alargado ou
desconhecido. É a linguagem que normalmente podemos observar nos Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um
discursos públicos, nas reuniões de trabalho, nas salas de aula, etc. linguajar técnico. Representando a classe, podemos citar os médicos,
advogados, profissionais da área de informática, dentre outros.
Portanto, podemos usar a língua padrão, ou seja, conversar, ou escre-
ver de acordo com as regras gramaticais, mas o vocabulário (linguagem) Vejamos um poema e o trecho de uma música para entendermos melhor
que escolhemos pode ser mais formal ou mais informal de acordo com a sobre o assunto:
nossa necessidade. Ptofª Eliane
Vício na fala
Variações Linguísticas Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
A linguagem é a característica que nos difere dos demais seres, permi- Para pior pió
tindo-nos a oportunidade de expressar sentimentos, revelar conhecimen- Para telha dizem teia
tos, expor nossa opinião frente aos assuntos relacionados ao nosso Para telhado dizem teiado
cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. E vão fazendo telhados.
Oswald de Andrade
E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os níveis da
fala, que são basicamente dois: O nível de formalidade e o de infor-
malidade. CHOPIS CENTIS
Eu “di” um beijo nela
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem escrita, res- E chamei pra passear.
tringindo-se às normas gramaticais de um modo geral. Razão pela A gente fomos no shopping
qual nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este fator Pra “mode” a gente lanchar.
foi determinante para a que a mesma pudesse exercer total sobera- Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim.
nia sobre as demais. Até que “tava” gostoso, mas eu prefiro
aipim.
Quanto ao nível informal, este por sua vez representa o estilo consi- Quanta gente,
derado “de menor prestígio”, e isto tem gerado controvérsias entre Quanta alegria,
os estudos da língua, uma vez que para a sociedade, aquela pessoa A minha felicidade é um crediário nas
que fala ou escreve de maneira errônea é considerada “inculta”, Casas Bahia.
tornando-se desta forma um estigma. Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho.
Pra levar a namorada e dar uns
Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chama- “rolezinho”,
das variedades linguísticas, as quais representam as variações de Quando eu estou no trabalho,
acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas Não vejo a hora de descer dos andaime.
em que é utilizada. Dentre elas destacam-se: Pra pegar um cinema, ver Schwarzneger
E também o Van Damme.
Variações históricas: (Dinho e Júlio Rasec, encarte CD Mamonas Assassinas, 1995.)
Por Vânia Duarte
Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transforma-
Da mesma forma que reportagem, configura-se preferentemente medi- As definições contêm, também, informações complementares relacio-
ante uma trama conversacional, mas combina com frequência este tecido nadas, por exemplo, com a ciência ou com a disciplina em cujo léxico se
com fios argumentativos e descritivos. Admite, então, uma maior liberdade, inclui o termo a definir (Piscis: Astron.); a origem etimológica do vocábulo
uma vez que não se ajusta estritamente à fórmula pergunta-resposta, mas ("do lat. piscis"); a sua classificação gramatical (s.p.m.), etc.
detém-se em comentários e descrições sobre o entrevistado e transcreve Essas informações complementares contêm frequentemente
somente alguns fragmentos do diálogo, indicando com travessões a mu- abreviaturas, cujo significado aparece nas primeiras páginas do Dicionário:
dança de interlocutor. É permitido apresentar uma introdução extensa com Lat., Latim; Astron., Astronomia; s.p.m., substantivo próprio masculino, etc.
os aspectos mais significativos da conversação mantida, e as perguntas
podem ser acompanhadas de comentários, confirmações ou refutações O tema-base (introdução) e sua expansão descritiva - categorias bási-
sobre as declarações do entrevistado. cas da estrutura da definição - distribuem-se espacialmente em blocos, nos
quais diferentes informações costumam ser codificadas através de tipogra-
fias diferentes (negrito para o vocabulário a definir; itálico para as etimologi-
Pelo contrário, as intervenções dos professores no quadro das incorre- Todos estes recursos permitem juntar uma frase ou uma sequência a
ções a nível da estrutura do texto, permite-nos concluir que essas incorre- uma outra que se encontre próxima em termos de estrutura de texto, reto-
ções não são designadas através de vocabulário técnico, traduzindo, na mando num elemento de uma sequência um elemento presente numa
maior parte das vezes, uma impressão global da leitura (incompreensível; sequência anterior:
não quer dizer nada).
a)-Pronominalizações: a utilização de um pronome torna possível a re-
Para além disso, verificam-se práticas de correção algo brutais (refazer; petição, à distância, de um sintagma ou até de uma frase inteira.
reformular) sendo, poucas vezes, acompanhadas de exercícios de recupe-
ração. O caso mais frequente é o da anáfora, em que o referente antecipa o
pronome.
Esta situação é pedagogicamente penosa, uma vez que se o professor Ex.: Uma senhora foi assassinada ontem. Ela foi encontrada estrangu-
desconhece um determinado quadro normativo, encontra-se reduzido a lada no seu quarto.
fazer respeitar uma ordem sobre a qual não tem nenhum controle.
No caso mais raro da catáfora, o pronome antecipa o seu referente.
Antes de passarmos à apresentação e ao estudo dos quatro princípios Ex.: Deixe-me confessar-lhe isto: este crime impressionou-me. Ou ain-
de coerência textual, há que esclarecer a problemática criada pela dicoto- da: Não me importo de o confessar: este crime impressionou-me.
mia coerência/coesão que se encontra diretamente relacionada com a
dicotomia coerência macro-estrutural/coerência micro-estrutural. Teremos, no entanto, que ter cuidado com a utilização da catáfora, pa-
ra nos precavermos de enunciados como este:
Mira Mateus considera pertinente a existência de uma diferenciação Ele sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com o António.
entre coerência textual e coesão textual.
Num enunciado como este, não há qualquer possibilidade de identificar
Assim, segundo esta autora, coesão textual diz respeito aos processos ele com António. Assim, existe apenas uma possibilidade de interpretação:
linguísticos que permitem revelar a inter-dependência semântica existente ele dirá respeito a um sujeito que não será nem o João nem o António, mas
entre sequências textuais: que fará parte do conhecimento simultâneo do emissor e do receptor.
Ex.: Entrei na livraria mas não comprei nenhum livro.
Para que tal aconteça, torna-se necessário reformular esse enunciado:
Para a mesma autora, coerência textual diz respeito aos processos O António sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com ele.
mentais de apropriação do real que permitem inter-relacionar sequências
textuais: As situações de ambiguidade referencial são frequentes nos textos dos
Ex.: Se esse animal respira por pulmões, não é peixe. alunos.
Ex.: O Pedro e o meu irmão banhavam-se num rio.
Pensamos, no entanto, que esta distinção se faz apenas por razões de Um homem estava também a banhar-se.
sistematização e de estruturação de trabalho, já que Mira Mateus não Como ele sabia nadar, ensinou-o.
hesita em agrupar coesão e coerência como características de uma só
propriedade indispensável para que qualquer manifestação linguística se Neste enunciado, mesmo sem haver uma ruptura na continuidade se-
transforme num texto: a conetividade. quencial, existem disfunções que introduzem zonas de incerteza no texto:
ele sabia nadar(quem?),
Para Charolles não é pertinente, do ponto de vista técnico, estabelecer ele ensinou-o (quem?; a quem?)
uma distinção entre coesão e coerência textuais, uma vez que se torna
difícil separar as regras que orientam a formação textual das regras que b)-Expressões Definidas: tal como as pronominalizações, as expres-
orientam a formação do discurso. sões definidas permitem relembrar nominalmente ou virtualmente um
elemento de uma frase numa outra frase ou até numa outra sequência
Além disso, para este autor, as regras que orientam a micro-coerência textual.
são as mesmas que orientam a macro-coerência textual. Efetivamente, Ex.: O meu tio tem dois gatos. Todos os dias caminhamos no jardim.
quando se elabora um resumo de um texto obedece-se às mesmas regras Os gatos vão sempre conosco.
de coerência que foram usadas para a construção do texto original.
Os alunos parecem dominar bem esta regra. No entanto, os problemas
Assim, para Charolles, micro-estrutura textual diz respeito às relações aparecem quando o nome que se repete é imediatamente vizinho daquele
de coerência que se estabelecem entre as frases de uma sequência textual, que o precede.
enquanto que macro-estrutura textual diz respeito às relações de coerência Ex.: A Margarida comprou um vestido. O vestido é colorido e muito ele-
existentes entre as várias sequências textuais. Por exemplo: gante.
• Sequência 1: O António partiu para Lisboa. Ele deixou o escritório
mais cedo para apanhar o comboio das quatro horas. Neste caso, o problema resolve-se com a aplicação de deíticos contex-
• Sequência 2: Em Lisboa, o António irá encontrar-se com ami- tuais.
gos.Vai trabalhar com eles num projeto de uma nova companhia Ex.: A Margarida comprou um vestido. Ele é colorido e muito elegante.
de teatro.
Também neste caso, surgem algumas regras que se torna necessário Quando analisamos certos exercícios de prolongamento de texto (con-
respeitar. Por exemplo, o termo mais genérico não pode preceder o seu tinuar a estruturação de um texto a partir de um início dado) os alunos são
representante mais específico. levados a veicular certas informações pressupostas pelos professores.
Ex.: O piloto alemão venceu ontem o grande prêmio da Alemanha. S-
chumacher festejou euforicamente junto da sua equipa. Por exemplo, quando se apresenta um início de um texto do tipo: Três
crianças passeiam num bosque. Elas brincam aos detetives. Que vão eles
Se se inverterem os substantivos, a relação entre os elementos linguís- fazer?
ticos torna-se mais clara, favorecendo a coerência textual. Assim, Schuma-
cher, como termo mais específico, deveria preceder o piloto alemão. A interrogação final permite-nos pressupor que as crianças vão real-
mente fazer qualquer coisa.
No entanto, a substituição de um lexema acompanhado por um deter-
minante, pode não ser suficiente para estabelecer uma coerência restrita. Um aluno que ignore isso e que narre que os pássaros cantavam en-
Atentemos no seguinte exemplo: quanto as folhas eram levadas pelo vento, será punido por ter apresentado
uma narração incoerente, tendo em conta a questão apresentada.
Picasso morreu há alguns anos. O autor da "Sagração da Primavera"
doou toda a sua coleção particular ao Museu de Barcelona. No entanto, um professor terá que ter em conta que essas inferências
ou essas pressuposições se relacionam mais com o conhecimento do
A presença do determinante definido não é suficiente para considerar mundo do que com os elementos linguísticos propriamente ditos.
que Picasso e o autor da referida peça sejam a mesma pessoa, uma vez
que sabemos que não foi Picasso mas Stravinski que compôs a referida Assim, as dificuldades que os alunos apresentam neste tipo de exercí-
peça. cios, estão muitas vezes relacionadas com um conhecimento de um mundo
ao qual eles não tiveram acesso. Por exemplo, será difícil a um aluno
Neste caso, mais do que o conhecimento normativo teórico, ou lexico- recriar o quotidiano de um multi-milionário,senhor de um grande império
enciclopédico, são importantes o conhecimento e as convicções dos parti- industrial, que vive numa luxuosa vila.
cipantes no ato de comunicação, sendo assim impossível traçar uma fron-
teira entre a semântica e a pragmática. 2.Princípio da Progressão: para que um texto seja coerente, torna-se
necessário que o seu desenvolvimento se faça acompanhar de uma infor-
Há também que ter em conta que a substituição lexical se pode efetuar mação semântica constantemente renovada.
por
- Sinonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior Este segundo princípio completa o primeiro, uma vez que estipula que
parte dos traços semânticos idêntica: A criança caiu. O miúdo nun- um texto, para ser coerente, não se deve contentar com uma repetição
ca mais aprende a cair! constante da própria matéria.
- Antonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior
parte dos traços semânticos oposta: Disseste a verdade? Isso Alguns textos dos alunos contrariam esta regra. Por exemplo: O ferreiro
cheira-me a mentira! estava vestido com umas calças pretas, um chapéu claro e uma vestimenta
- Hiperonímia-a primeira expressão mantém com a segunda uma re- preta. Tinha ao pé de si uma bigorna e batia com força na bigorna. Todos
lação classe-elemento: Gosto imenso de marisco. Então lagosta, os gestos que fazia consistiam em bater com o martelo na bigorna. A
adoro! bigorna onde batia com o martelo era achatada em cima e pontiaguda em
- Hiponímia- a primeira expressão mantém com a segunda uma re- baixo e batia com o martelo na bigorna.
lação elemento-classe: O gato arranhou-te? O que esperavas de
um felino? Se tivermos em conta apenas o princípio da recorrência, este texto não
será incoerente, será até coerente demais.
d)-Retomas de Inferências: neste caso, a relação é feita com base em
conteúdos semânticos não manifestados, ao contrário do que se passava No entanto, segundo o princípio da progressão, a produção de um tex-
com os processos de recorrência anteriormente tratados. to coerente pressupõe que se realize um equilíbrio cuidado entre continui-
dade temática e progressão semântica.
Vejamos:
P - A Maria comeu a bolacha? Torna-se assim necessário dominar, simultaneamente, estes dois prin-
R1 - Não, ela deixou-a cair no chão. cípios (recorrência e progressão) uma vez que a abordagem da informação
R2 - Não, ela comeu um morango. não se pode processar de qualquer maneira.
R3 - Não, ela despenteou-se.
Assim, um texto será coerente se a ordem linear das sequências a-
As sequências P+R1 e P+R2 parecem, desde logo, mais coerentes do companhar a ordenação temporal dos fatos descritos.
que a sequência P+R3. Ex.: Cheguei, vi e venci.(e não Vi, venci e cheguei).
No entanto, todas as sequências são asseguradas pela repetição do O texto será coerente desde que reconheçamos, na ordenação das su-
pronome na 3ª pessoa. as sequências, uma ordenação de causa-consequência entre os estados de
coisas descritos.
Podemos afirmar, neste caso, que a repetição do pronome não é sufi- Ex.: Houve seca porque não choveu. (e não Houve seca porque cho-
ciente para garantir coerência a uma sequência textual. veu).
Vamos, seguidamente, preocupar-nos, sobretudo, com o caso das con- Assim, o leitor vai esforçar-se na procura de um fio condutor de pen-
tradições inferenciais e pressuposicionais. samento que conduza a uma estrutura coerente.
Existe contradição inferencial quando a partir de uma proposição po- Tudo isto para dizer que deve existir nos nossos sistemas de pensa-
demos deduzir uma outra que contradiz um conteúdo semântico apresenta- mento e de linguagem uma espécie de princípio de coerência verbal (com-
do ou dedutível. parável com o princípio de cooperação de Grice8 estipulando que, seja qual
Ex.: A minha tia é viúva. O seu marido coleciona relógios de bolso. for o discurso, ele deve apresentar forçosamente uma coerência própria,
uma vez que é concebido por um espírito que não é incoerente por si
As inferências que autorizam viúva não só não são retomadas na se- mesmo.
gunda frase, como são perfeitamente contraditas por essa mesma frase.
É justamente tendo isto em conta que devemos ler, avaliar e corrigir os
O efeito da incoerência resulta de incompatibilidades semânticas pro- textos dos nossos alunos.
fundas às quais temos de acrescentar algumas considerações temporais,
uma vez que, como se pode ver, basta remeter o verbo colecionar para o 1. Coerência:
pretérito para suprimir as contradições. Produzimos textos porque pretendemos informar, divertir, explicar, con-
vencer, discordar, ordenar, ou seja, o texto é uma unidade de significado
As contradições pressuposicionais são em tudo comparáveis às infe- produzida sempre com uma determinada intenção. Assim como a frase não
renciais, com a exceção de que no caso das pressuposicionais é um conte- é uma simples sucessão de palavras, o texto também não é uma simples
údo pressuposto que se encontra contradito. sucessão de frases, mas um todo organizado capaz de estabelecer contato
Ex.: O Júlio ignora que a sua mulher o engana. A sua esposa é-lhe per- com nossos interlocutores, influindo sobre eles. Quando isso ocorre, temos
feitamente fiel. um texto em que há coerência.
Na segunda frase, afirma-se a inegável fidelidade da mulher de Júlio, A coerência é resultante da não-contradição entre os diversos segmen-
enquanto a primeira pressupõe o inverso. tos textuais que devem estar encadeados logicamente. Cada segmento
textual é pressuposto do segmento seguinte, que por sua vez será pressu-
É frequente, nestes casos, que o emissor recupere a contradição pre- posto para o que lhe estender, formando assim uma cadeia em que todos
sente com a ajuda de conectores do tipo mas, entretanto, contudo, no eles estejam concatenados harmonicamente. Quando há quebra nessa
entanto, todavia, que assinalam que o emissor se apercebe dessa contradi- concatenação, ou quando um segmento atual está em contradição com um
ção, assume-a, anula-a e toma partido dela. anterior, perde-se a coerência textual.
Ex.: O João detesta viajar. No entanto, está entusiasmado com a parti-
da para Itália, uma vez que sempre sonhou visitar Florença. A coerência é também resultante da adequação do que se diz ao con-
texto extra verbal, ou seja, àquilo o que o texto faz referência, que precisa
4.Princípio da Relação: para que um texto seja coerente, torna-se ne- ser conhecido pelo receptor.
cessário que denote, no seu mundo de representação, fatos que se apre-
sentem diretamente relacionados. Ao ler uma frase como "No verão passado, quando estivemos na capi-
tal do Ceará Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era tanto
Ou seja, este princípio enuncia que para uma sequência ser admitida que chegou a nevar", percebemos que ela é incoerente em decorrência da
como coerente, terá de apresentar ações, estados ou eventos que sejam incompatibilidade entre um conhecimento prévio que temos da realizada
congruentes com o tipo de mundo representado nesse texto. com o que se relata. Sabemos que, considerando uma realidade "normal",
em Fortaleza não neva (ainda mais no verão!).
Assim, se tivermos em conta as três frases seguintes
1 - A Silvia foi estudar. Claro que, inserido numa narrativa ficcional fantástica, o exemplo acima
2 - A Silvia vai fazer um exame. poderia fazer sentido, dando coerência ao texto - nesse caso, o contexto
3 - O circuito de Adelaide agradou aos pilotos de Fórmula 1. seria a "anormalidade" e prevaleceria a coerência interna da narrativa.
A sequência formada por 1+2 surge-nos, desde logo, como sendo mais No caso de apresentar uma inadequação entre o que informa e a reali-
congruente do que as sequências 1+3 ou 2+3. dade "normal" pré-conhecida, para guardar a coerência o texto deve apre-
sentar elementos linguísticos instruindo o receptor acerca dessa anormali-
Nos discursos naturais, as relações de relevância factual são, na maior dade.
parte dos casos, manifestadas por conectores que as explicitam semanti-
camente. Uma afirmação como "Foi um verdadeiro milagre! O menino caiu do
Ex.: A Silvia foi estudar porque vai fazer um exame. Ou também: A Sil- décimo andar e não sofreu nenhum arranhão." é coerente, na medida que a
via vai fazer um exame portanto foi estudar. frase inicial ("Foi um verdadeiro milagre") instrui o leitor para a anormalida-
A impossibilidade de ligar duas frases por meio de conectores constitui de do fato narrado.
um bom teste para descobrir uma incongruência.
O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aeropor- Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou
to de Congonhas às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a
21h20 e, minutos depois, caiu na altura do número 375 da Rua Andaquara, ideia contida em um parágrafo ou no texto todo. Na matéria-exemplo, são
uma espécie de vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora do Sabará, nítidos alguns casos de substituição pronominal: o sogro de Name Júnior
uma das avenidas mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo. Ainda (4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha
não se conhece as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha caixa Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela
preta e a torre de controle também não tem informações. O laudo técnico (6), João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus
demora no mínimo 60 dias para ser concluído. retoma Name Júnior (os filhos de Name Júnior...); o pronome pessoal ela,
contraído com a preposição de na forma dela, retoma Gabriela Gimenes
Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de ca- Ribeiro (e o marido de Gabriela...). No último parágrafo, o pronome pessoal
ir em cima de quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas casas elas retoma as três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião:
(9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimen- Elas (10) não sofreram ferimentos graves.
tos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia Fiorezzi, de 62
anos, Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Pronto Epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo
Socorro de Santa Cecília. que se referem a um elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificação
pode ser conhecida ou não pelo leitor. Caso não seja, deve ser introduzida
Vejamos, por exemplo, o elemento (1), referente ao avião envolvido no de modo que fique fácil a sua relação com o elemento qualificado.
acidente. Ele foi retomado nove vezes durante o texto. Isso é necessário à
clareza e à compreensão do texto. A memória do leitor deve ser reavivada Exemplos:
a cada instante. Se, por exemplo, o avião fosse citado uma vez no primeiro a) (...) foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O pre-
parágrafo e fosse retomado somente uma vez, no último, talvez a clareza sidente, que voltou há dois dias de Cuba, entregou-lhes um certifi-
da matéria fosse comprometida. cado... (o epíteto presidente retoma Fernando Henrique Cardoso;
poder-se-ia usar, como exemplo, sociólogo);
E como retomar os elementos do texto? Podemos enumerar alguns b) Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil.
mecanismos: Para o ex-Ministro dos Esportes, a seleção... (o epíteto ex-Ministro
dos Esportes retoma Edson Arantes do Nascimento; poder-se-iam,
a) REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o por exemplo, usar as formas jogador do século, número um do
texto. Pode perceber que a palavra avião foi bastante usada, principalmente mundo, etc.
por ele ter sido o veículo envolvido no acidente, que é a notícia propriamen-
te dita. A repetição é um dos principais elementos de coesão do texto Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo sentido (ou
jornalístico fatual, que, por sua natureza, deve dispensar a releitura por muito parecido) dos elementos a serem retomados. Exemplo: O prédio foi
parte do receptor (o leitor, no caso). A repetição pode ser considerada a demolido às 15h. Muitos curiosos se aglomeraram ao redor do edifício, para
mais explícita ferramenta de coesão. Na dissertação cobrada pelos vestibu- conferir o espetáculo (edifício retoma prédio. Ambos são sinônimos).
lares, obviamente deve ser usada com parcimônia, uma vez que um núme-
Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes Em um texto existem dois tipos de informações implícitas, o pressu-
de tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, princi- posto e o subentendido.
palmente, primordialmente, sobretudo, a priori (itálico), a posteriori (itálico). O pressuposto é a informação que pode ser compreendida por uma
palavra ou frase dentro do próprio texto, faz o receptor aceitar várias ideias
Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterio- do emissor.
ridade): então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princí-
pio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, poste- O subentendido gera confusão, pois se trata de uma insinuação, não
riormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente agora atualmente, hoje, sendo possível afirmar com convicção.
frequentemente, constantemente às vezes, eventualmente, por vezes,
A diferença entre ambos é que o pressuposto é responsável pelo emissor e
ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simulta-
a informação já está no enunciado, já no subentendido o receptor tira suas
neamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quan-
próprias conclusões. Profª Gracielle
do, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que,
Inferência
todas as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem.
A inferência é um processo cognitivo relevante nesta abordagem
de leitura discursiva, porque o processo inferencial possibilita construir
Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma
novos conhecimentos, a partir daqueles existentes na memória do leitor, os
forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente,
quais são ativados e relacionados às informações materializadas no texto.
analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de
Assim, na aula de língua estrangeira moderna será possível fazer
acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual,
discussões orais sobre sua compreensão, bem como produzir textos orais,
tanto quanto, como, assim como, como se, bem como.
escritos e/ou visuais a partir do texto lido, integrando todas as práticas
discursivas neste processo.
Condição, hipótese: se, caso, eventualmente.
Parágrafo:
Adição, continuação: além disso, demais, ademais, outrossim, ainda
mais, ainda cima, por outro lado, também, e, nem, não só ... mas também, Os textos são estruturados geralmente em unidades menores, os pa-
não só... como também, não apenas ... como também, não só ... bem rágrafos, identificados por um ligeiro afastamento de sua primeira linha em
como, com, ou (quando não for excludente). relação à margem esquerda da folha. Possuem extensão variada: há pará-
grafos longos e parágrafos curtos. O que vai determinar sua extensão é a
Dúvida: talvez provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é
Leia o texto para responder às próximas 3 questões. (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 4 - De acordo com o texto, os brasileiros são
piores do que outros povos em
Sobre os perigos da leitura (A) eficiência de correios e andar a pé.
Nos tempos em que eu era professor da Unicamp, fui designado presidente (B) ajuste de relógios e andar a pé.
da comissão encarregada da seleção dos candidatos ao doutoramento, o (C) marcar compromissos fora de hora.
que é um sofrimento. Dizer esse entra, esse não entra é uma responsabili- (D) criar desculpas para atrasos.
dade dolorida da qual não se sai sem sentimentos de culpa. Como, em 20 (E) dar satisfações por atrasos.
minutos de conversa, decidir sobre a vida de uma pessoa amedrontada?
Mas não havia alternativas. Essa era a regra. Os candidatos amontoavam- (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 5 - Pondo foco no processo de coesão textual
se no corredor recordando o que haviam lido da imensa lista de livros cuja do 2.º parágrafo, pode-se concluir que Levine é um
leitura era exigida. Aí tive uma ideia que julguei brilhante. Combinei com os (A) jornalista.
meus colegas que faríamos a todos os candidatos uma única pergunta, a (B) economista.
mesma pergunta. Assim, quando o candidato entrava trêmulo e se esfor- (C) cronometrista.
çando por parecer confiante, eu lhe fazia a pergunta, a mais deliciosa de (D) ensaísta.
todas: “Fale-nos sobre aquilo que você gostaria de falar!”. [...] (E) psicólogo.
A reação dos candidatos, no entanto, não foi a esperada. Aconteceu o
oposto: pânico. Foi como se esse campo, aquilo sobre o que eles gostariam (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 6 - A expressão chá de cadeira, no texto, tem o
de falar, lhes fosse totalmente desconhecido, um vazio imenso. Papaguear significado de
os pensamentos dos outros, tudo bem. Para isso, eles haviam sido treina- (A) bebida feita com derivado de pinho.
dos durante toda a sua carreira escolar, a partir da infância. Mas falar sobre (B) ausência de convite para dançar.
os próprios pensamentos – ah, isso não lhes tinha sido ensinado! (C) longa espera para conseguir assento.
Na verdade, nunca lhes havia passado pela cabeça que alguém pudesse (D) ficar sentado esperando o chá.
se interessar por aquilo que estavam pensando. Nunca lhes havia passado (E) longa espera em diferentes situações.
pela cabeça que os seus pensamentos pudessem ser importantes.
(Rubem Alves, www.cuidardoser.com.br. Adaptado) Leia o texto para responder às próximas 4 questões.
(A) Thierry Henry ter dado um passe com a mão para o gol da França. (MP/RS – 2010 – FCC) 11 - O assunto do texto está corretamente resumi-
(B) a Gillette ter modificado a publicidade do futebolista francês. do em:
(C) a Gillete não concordar com que a França dispute a Copa do Mundo. (A) O uso da internet deveria motivar reações contrárias de inúmeros
(D) Thierry Henry ganhar 8,4 milhões de dólares anuais com a propaganda. especialistas, a exemplo de Nicholas Carr, que procura descobrir as cone-
(E) a FIFA não ter cancelado o jogo em que a França se classificou. xões entre raciocínio lógico e estudos científicos sobre o funcionamento do
cérebro.
(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 8 - A expressão o gato subiu no telhado é parte (B) O mundo virtual oferecido pela internet propicia o desenvolvimento de
de uma conhecida anedota em que uma mulher, depois de contar abrupta- diversas capacidades cerebrais em todos aqueles que se dedicam a essa
mente ao marido que seu gato tinha morrido, é advertida de que deveria ter navegação, ainda pouco estudadas e explicitadas em termos científicos.
dito isso aos poucos: primeiramente, que o gato tinha subido no telhado, (C) Segundo Nicholas Carr, o uso frequente da internet produz alterações
depois, que tinha caído e, depois, que tinha morrido. No texto em questão, no funcionamento do cérebro, pois estimula leituras superficiais e distraí-
a expressão pode ser interpretada da seguinte maneira: das, comprometendo a formulação de raciocínios mais sofisticados.
(D) Usar a internet estimula funções cerebrais, pelas facilidades de percep-
(A) foi com a “mão do gato” que Thierry assegurou a classificação da Fran- ção e de domínio de assuntos diversificados e de formatos diferenciados de
ça. textos, que permitem uma leitura dinâmica e de acordo com o interesse do
(B) Thierry era um bom jogador antes de ter agido com má fé. usuário.
(C) a Gillette já cortou, de fato, o contrato com o jogador francês. (E) O novo livro de Nicholas Carr, a ser publicado, desperta a curiosidade
(D) a Fifa reprovou amplamente a atitude antiesportiva de Thierry Henry. do leitor pelo tratamento ficcional que seu autor aplica a situações concre-
(E) a situação de Thierry, como garoto-propaganda da Gillette, ficou instá- tas do funcionamento do cérebro, trazidas pelo uso disseminado da inter-
vel. net.
(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 9 - A expressão diz que não, no final do 2.º (MP/RS – 2010 – FCC) 12 - Curiosamente, no caso da internet, os verda-
parágrafo, significa que deiros fundamentos científicos deveriam, sim, provocar reações muito
estridentes. O autor, para embasar a opinião exposta no 2o parágrafo,
(A) a Procter & Gamble nega o rompimento do contrato. (A) se vale da enorme projeção conferida ao pesquisador antes citado,
(B) o jogo em que a França se classificou deve ser refeito. ironicamente oferecida pela própria internet, em seu website.
(MP/RS – 2010 – FCC) 14 - As ideias mais importantes contidas no 2o (CREMESP – 2011 - VUNESP) 15 - Leia o trecho: Vai bem a convivência
parágrafo constam, com lógica e correção, de: entre a indústria de eletrônica e aquilo que é politicamente correto na área
(A) A facilidade de crédito e a isenção de impostos são alguns elementos ambiental. É correto afirmar que a frase inicial do texto pode ser interpreta-
que tem colaborado para a realização do sonho de ter um carro nas cida- da como
des menores, e os brasileiros desses municípios passaram a utilizar seus (A) a união das empresas Motorola e RITI Coffee Printer para criar um
carros para percorrer curtas distâncias, além dos congestionamentos e dos novo celular com fibra de bambu.
alertas das autoridades sobre os danos provocados ao meio ambiente pelo (B) a criação de um equipamento eletrônico com estrutura de vidro que
aumento da frota. evita a emissão de dióxido de carbono na atmosfera.
(B) Cidades menores tiveram suas frotas aumentadas em progressão (C) o aumento na venda de celulares feitos com CarbonFree, depois que as
geométrica nos últimos anos em razão da facilidade de crédito e da isenção empresas nacionais se uniram à fabricante taiwanesa.
de impostos, elementos que têm colaborado para a aquisição de carros que (D) o compromisso firmado entre a empresa Apple e consultoria Gartner
passaram a ser utilizados até mesmo para percorrer curtas distâncias, Group para criar celulares sem o uso de carbono.
apesar dos congestionamentos e dos alertas das autoridades sobre os (E) a preocupação de algumas empresas em criarem aparelhos eletrônicos
danos provocados ao meio ambiente. que não agridam o meio ambiente.
(C) O menor custo de vida em cidades menores, com baixo índice de
desemprego e poder aquisitivo mais alto, aumentaram suas frotas em (CREMESP – 2011 - VUNESP) 16 - Em – Computadores “limpos” fazem
progressão geométrica nos últimos anos, com a facilidade de crédito e a uma importante diferença no efeito estufa... – a expressão entre aspas
isenção de impostos, que são alguns dos elementos que têm colaborado pode ser substituída, sem alterar o sentido no texto, por:
para a realização do sonho dos brasileiros de ter um carro. (A) com material reciclado.
(D) É nas cidades menores, com custo de vida menos elevado que o das (B) feitos com garrafas plásticas.
capitais, baixo índice de desemprego e poder aquisitivo mais alto, que (C) com arquivos de bambu.
TRITONGO (semivogal + vogal + semivogal) As dificuldades para a ortografia devem-se ao fato de que há fonemas
Ex.: Pa-ra-guai, U-ru-guai, Ja-ce-guai, sa-guão, quão, iguais, mínguam que podem ser representados por mais de uma letra, o que não é feito de
modo arbitrário, mas fundamentado na história da língua.
HIATO
Ê o encontro de duas vogais que se pronunciam separadamente, em du- Eis algumas observações úteis:
as diferentes emissões de voz.
Ex.: fa-ís-ca, sa-ú-de, do-er, a-or-ta, po-di-a, ci-ú-me, po-ei-ra, cru-el, ju-í- DISTINÇÃO ENTRE J E G
zo 1. Escrevem-se com J:
a) As palavras de origem árabe, africana ou ameríndia: canjica. cafajeste,
SÍLABA canjerê, pajé, etc.
Dá-se o nome de sílaba ao fonema ou grupo de fonemas pronunciados b) As palavras derivadas de outras que já têm j: laranjal (laranja), enrije-
numa só emissão de voz. cer, (rijo), anjinho (anjo), granjear (granja), etc.
c) As formas dos verbos que têm o infinitivo em JAR. despejar: despejei,
Quanto ao número de sílabas, o vocábulo classifica-se em: despeje; arranjar: arranjei, arranje; viajar: viajei, viajeis.
• Monossílabo - possui uma só sílaba: pá, mel, fé, sol. d) O final AJE: laje, traje, ultraje, etc.
• Dissílabo - possui duas sílabas: ca-sa, me-sa, pom-bo. e) Algumas formas dos verbos terminados em GER e GIR, os quais
• Trissílabo - possui três sílabas: Cam-pi-nas, ci-da-de, a-tle-ta. mudam o G em J antes de A e O: reger: rejo, reja; dirigir: dirijo, dirija.
• Polissílabo - possui mais de três sílabas: es-co-la-ri-da-de, hos-pi-ta-
li-da-de. 2. Escrevem-se com G:
a) O final dos substantivos AGEM, IGEM, UGEM: coragem, vertigem,
TONICIDADE ferrugem, etc.
Nas palavras com mais de uma sílaba, sempre existe uma sílaba que se b) Exceções: pajem, lambujem. Os finais: ÁGIO, ÉGIO, ÓGIO e ÍGIO:
pronuncia com mais força do que as outras: é a sílaba tônica. estágio, egrégio, relógio refúgio, prodígio, etc.
Exs.: em lá-gri-ma, a sílaba tônica é lá; em ca-der-no, der; em A-ma-pá, c) Os verbos em GER e GIR: fugir, mugir, fingir.
pá.
DISTINÇÃO ENTRE S E Z
Considerando-se a posição da sílaba tônica, classificam-se as palavras
1. Escrevem-se com S:
em:
a) O sufixo OSO: cremoso (creme + oso), leitoso, vaidoso, etc.
• Oxítonas - quando a tônica é a última sílaba: Pa-ra-ná, sa-bor, do-
b) O sufixo ÊS e a forma feminina ESA, formadores dos adjetivos pátrios
mi-nó.
ou que indicam profissão, título honorífico, posição social, etc.: portu-
• Paroxítonas - quando a tônica é a penúltima sílaba: már-tir, ca-rá-
guês – portuguesa, camponês – camponesa, marquês – marquesa,
ter, a-má-vel, qua-dro.
burguês – burguesa, montês, pedrês, princesa, etc.
• Proparoxítonas - quando a tônica é a antepenúltima sílaba: ú-mi-do,
c) O sufixo ISA. sacerdotisa, poetisa, diaconisa, etc.
cá-li-ce, ' sô-fre-go, pês-se-go, lá-gri-ma.
d) Os finais ASE, ESE, ISE e OSE, na grande maioria se o vocábulo for
erudito ou de aplicação científica, não haverá dúvida, hipótese, exege-
ENCONTROS CONSONANTAIS
se análise, trombose, etc.
É a sequência de dois ou mais fonemas consonânticos num vocábulo.
e) As palavras nas quais o S aparece depois de ditongos: coisa, Neusa,
Ex.: atleta, brado, creme, digno etc.
causa.
f) O sufixo ISAR dos verbos referentes a substantivos cujo radical termina
DÍGRAFOS
em S: pesquisar (pesquisa), analisar (análise), avisar (aviso), etc.
São duas letras que representam um só fonema, sendo uma grafia com-
g) Quando for possível a correlação ND - NS: escandir: escansão; preten-
posta para um som simples.
der: pretensão; repreender: repreensão, etc.
Há os seguintes dígrafos:
2. Escrevem-se em Z.
1) Os terminados em h, representados pelos grupos ch, lh, nh.
a) O sufixo IZAR, de origem grega, nos verbos e nas palavras que têm o
Exs.: chave, malha, ninho.
mesmo radical. Civilizar: civilização, civilizado; organizar: organização,
2) Os constituídos de letras dobradas, representados pelos grupos rr e
organizado; realizar: realização, realizado, etc.
ss.
b) Os sufixos EZ e EZA formadores de substantivos abstratos derivados
Exs. : carro, pássaro.
de adjetivos limpidez (limpo), pobreza (pobre), rigidez (rijo), etc.
3) Os grupos gu, qu, sc, sç, xc, xs.
c) Os derivados em -ZAL, -ZEIRO, -ZINHO e –ZITO: cafezal, cinzeiro,
Exs.: guerra, quilo, nascer, cresça, exceto, exsurgir.
chapeuzinho, cãozito, etc.
4) As vogais nasais em que a nasalidade é indicada por m ou n, encer-
rando a sílaba em uma palavra.
Exs.: pom-ba, cam-po, on-de, can-to, man-to. DISTINÇÃO ENTRE X E CH:
1. Escrevem-se com X
NOTAÇÕES LÉXICAS a) Os vocábulos em que o X é o precedido de ditongo: faixa, caixote,
São certos sinais gráficos que se juntam às letras, geralmente para lhes feixe, etc.
dar um valor fonético especial e permitir a correta pronúncia das palavras. c) Maioria das palavras iniciadas por ME: mexerico, mexer, mexerica, etc.
d) EXCEÇÃO: recauchutar (mais seus derivados) e caucho (espécie de
São os seguintes: árvore que produz o látex).
1) o acento agudo – indica vogal tônica aberta: pé, avó, lágrimas; e) Observação: palavras como "enchente, encharcar, enchiqueirar, en-
2) o acento circunflexo – indica vogal tônica fechada: avô, mês, ânco- chapelar, enchumaçar", embora se iniciem pela sílaba "en", são grafa-
ra; das com "ch", porque são palavras formadas por prefixação, ou seja,
3) o acento grave – sinal indicador de crase: ir à cidade; pelo prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch (enchente, en-
4) o til – indica vogal nasal: lã, ímã; cher e seus derivados: prefixo en + radical de cheio; encharcar: en +
5) a cedilha – dá ao c o som de ss: moça, laço, açude; radical de charco; enchiqueirar: en + radical de chiqueiro; enchapelar:
6) o apóstrofo – indica supressão de vogal: mãe-d’água, pau-d’alho; en + radical de chapéu; enchumaçar: en + radical de chumaço).
o hífen – une palavras, prefixos, etc.: arcos-íris, peço-lhe, ex-aluno.
2. Escrevem-se com CH:
1. Pela, pelo (verbo pelar) de pela, pelo (preposição + artigo) e pelo (subs- Uso do Hífen
tantivo)
Novo Acordo Ortográfico Descomplicado (Parte V) – Uso do Hífen
2. Polo (substantivo) de polo (combinação antiga e popular de por e lo).
3. pera (fruta) de pera (preposição arcaica). Tem se discutido muito a respeito do Novo Acordo Ortográfico e a grande
queixa entre os que usam a Língua Portuguesa em sua modalidade escrita
A pronúncia ou categoria gramatical dessas palavras dar-se-á mediante o tem gerado em torno do seguinte questionamento: “por que mudar uma
contexto. coisa que a gente demorou um tempão para aprender?” Bom, para quem já
Acento agudo dominava a antiga ortografia, realmente essa mudança foi uma chateação.
Ditongos abertos “ei”, “oi” Quem saiu se beneficiando foram os que estão começando agora a adquirir
Não se usa mais acento nos ditongos ABERTOS “ei”, “oi” quando estiverem o código escrito, como os alunos do Ensino Fundamental I.
na penúltima sílaba. Se você tem dificuldades em memorizar regras, é inútil estudar o Novo
He-roi-co ji-boi-a Acordo comparando “o antes e o depois”, feito revista de propaganda de
As-sem-blei-a i-dei-a cosméticos. O ideal é que as mudanças sejam compreendidas e gravadas
Pa-ra-noi-co joi-a na memória: para isso, é preciso colocá-las em prática.
OBS. Só vamos acentuar essas letras quando vierem na última sílaba e se Não precisa mais quebrar a cabeça: “uso hífen ou não”?
o som delas estiverem aberto. Regra Geral
Céu véu A letra “H” é uma letra sem personalidade, sem som. Em “Helena”, não
Dói herói tem som; em “Hollywood”, tem som de “R”. Portanto, não deve aparecer
Chapéu beleléu encostado em prefixos:
Rei, dei, comeu, foi (som fechado – sem acento)
Não se recebem mais acento agudo as vogais tônicas “I” e “U” quando
• pré-história
forem paroxítonas (penúltima sílaba forte) e precedidas de ditongo.
• anti-higiênico
feiura baiuca
• sub-hepático
cheiinho saiinha
• super-homem
boiuno
Não devemos mais acentuar o “U” tônico os verbos dos grupos “GUE/GUI”
e “QUE/QUI”. Por isso, esses verbos serão grafados da seguinte maneira: Então, letras IGUAIS, SEPARA. Letras DIFERENTES, JUNTA.
Averiguo (leia-se a-ve-ri-gu-o, pois o “U” tem som forte) Anti-inflamatório neoliberalismo
Arguo apazigue Supra-auricular extraoficial
Enxague arguem Arqui-inimigo semicírculo
Delinguo sub-bibliotecário superintendente
Acento Circunflexo Quanto ao “R” e o “S”, se o prefixo terminar em vogal, a consoante deverá
Não se acentuam mais as vogais dobradas “EE” e “OO”. ser dobrada:
Creem veem suprarrenal (supra+renal) ultrassonografia (ultra+sonografia)
Deem releem minissaia antisséptico
Leem descreem contrarregra megassaia
Voo perdoo Entretanto, se o prefixo terminar em consoante, não se unem de jeito
enjoo nenhum.
Outras dicas
Há muito tempo a palavra “coco” – fruto do coqueiro – deixou de ser acen- • Sub-reino
tuada. Entretanto, muitos alunos insistem em colocar o acento: “Quero • ab-rogar
beber água de côco”. • sob-roda
Quem recebe acento é “cocô” – palavra popularmente usada para se referir
a excremento. ATENÇÃO!
Então, a menos se que queira beber água de fezes, é melhor parar de Quando dois “R” ou “S” se encontrarem, permanece a regra geral: letras
colocar acento em coco. iguais, SEPARA.
Para verificar praticamente a necessidade de acentuação gráfica, utilize o super-requintado super-realista
critério das oposições: inter-resistente
Imagem armazém
Paroxítonas terminadas em “M” não levam acento, mas as oxítonas SIM.
Separam-se as letras dos dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC. PONTO DE EXCLAMAÇÃO
3- correr: cor-rer desçam: des-çam É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas.
passar: pas-sar exceto: ex-ce-to Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória!
fascinar: fas-ci-nar Ó jovens! Lutemos!
Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma forma São invariáveis:
de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou charlatães; a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o pi-
ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc. sa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo;
CRER REQUERER
Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis. requerem
Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste,
Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam requereram
Conjugam-se como crer, ler e descrer Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requereramos,
requerereis, requereram
DIZER Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, requerereis,
Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem requererão
Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos, requere-
Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis, ríeis, requereriam
disseram Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram
Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais,
Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam requeiram
Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos,
Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis, requerêsseis, requeressem,
dissesse Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes,
Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem requerem
Particípio dito Gerúndio requerendo
Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer Particípio requerido
O verbo REQUERER não se conjuga como querer.
FAZER
Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem REAVER
ABOLIR OUVIR
Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem
Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam
Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis, Particípio ouvido
aboliram
Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão PEDIR
Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboliriam Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem
Presente do subjuntivo não há Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram
Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis, Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam
abolissem Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam
Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir
Imperativo afirmativo abole, aboli
Imperativo negativo não há POLIR
Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem
Infinitivo impessoal abolir Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam
Gerúndio abolindo Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam
Particípio abolido
O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical há E ou I. REMIR
Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem
AGREDIR Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam
Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem
Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam RIR
Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substituído por I. Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam
Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram
Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: é
emprego do ordinal. uma conjunção.
Hoje é primeiro de setembro
Não é aconselhável iniciar período com algarismos No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligando
16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia orações: são também conjunções.
A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordi- Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da
nais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois mesma oração.
(= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse
caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e um, No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa
página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever também: a da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a
folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o conjunção E é coordenativa.
numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas.
No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à
outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção
ARTIGO QUANDO é subordinativa.
Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná- As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas.
los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número.
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
Dividem-se em As conjunções coordenativas podem ser:
• definidos: O, A, OS, AS 1) Aditivas, que dão ideia de adição, acrescentamento: e, nem, mas
• indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS. também, mas ainda, senão também, como também, bem como.
Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular. O agricultor colheu o trigo e o vendeu.
Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, determinado). Não aprovo nem permitirei essas coisas.
4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER 9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto
fica no singular. A moça queria um vestido novo.
Três batalhões é muito pouco. • GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto
Trinta milhões de dólares é muito dinheiro. O professor queria muito a seus alunos.
5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular. 10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto
Maria era as flores da casa. Todos visamos a um futuro melhor.
O homem é cinzas. • APONTAR, MIRAR - objeto direto
O artilheiro visou a meta quando fez o gol.
6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER • pör o sinal de visto - objeto direto
concorda com o predicativo. O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia.
Dançar e cantar é a sua atividade.
Estudar e trabalhar são as minhas atividades. 11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto
Devemos obedecer aos superiores.
7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER Desobedeceram às leis do trânsito.
concorda com o pronome.
A ciência, mestres, sois vós. 12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE
Em minha turma, o líder sou eu. • exigem na sua regência a preposição EM
O armazém está situado na Farrapos.
8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo, Ele estabeleceu-se na Avenida São João.
apenas um deles deve ser flexionado.
Os meninos parecem gostar dos brinquedos. 13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo.
Os meninos parece gostarem dos brinquedos. Essas tuas justificativas não procedem.
• no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL com a preposição DE.
Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani
• no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A.
Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramati-
O secretário procedeu à leitura da carta.
calmente do outro.
14. ESQUECER E LEMBRAR
A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e
• quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto:
adjetivos).
Esqueci o nome desta aluna.
Lembrei o recado, assim que o vi.
Exemplos:
• quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto:
Por exemplo: Não perca a chance de ir ao cinema pagando menos! Nesse caso, a palavra que não exerce função sintática; como o próprio
nome indica, é usada apenas para dar realce. Como partícula expletiva,
Função metalinguística: Essa função refere-se à metalinguagem, que é aparece também na expressão é que.
quando o emissor explica um código usando o próprio código. Quando um
• pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar como pronome substanti- Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome pessoal, ela deverá
vo ou pronome adjetivo. estar sempre na mesma pessoa do sujeito da oração de que faz parte. Por
isso o pronome oblíquo se sempre será reflexivo (equivalendo a a si mes-
mo), podendo assumir as seguintes funções sintáticas:
• pronome substantivo: equivale a que coisa. Quando for pronome substan-
tivo, a palavra que exercerá as funções próprias do substantivo (sujeito, * objeto direto
objeto direto, objeto indireto, etc.) Ele cortou-se com o facão.
Que aconteceu com você?
• pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse caso, exerce a função * objeto indireto
sintática de adjunto adnominal. Ele se atribui muito valor.
Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse caso, não exerce Daremos a seguir alguns exemplos:
função sintática. Como conjunção, a palavra se pode ser:
Encontre o termo em destaque que está erradamente empregado:
A) Senão chover, irei às compras.
* conjunção subordinativa integrante: inicia uma oração subordinada subs-
B) Olharam-se de alto a baixo.
tantiva.
C) Saiu a fim de divertir-se
Perguntei se ele estava feliz.
D) Não suportava o dia-a-dia no convento.
E) Quando está cansado, briga à toa.
* conjunção subordinativa condicional: inicia uma oração adverbial condi- Alternativa A
cional (equivale a caso).
Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas. Ache a palavra com erro de grafia:
A) cabeleireiro ; manteigueira
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase sem prejuízo B) caranguejo ; beneficência
algum para o sentido. Nesse caso, a palavra se não exerce função sintáti- C) prazeirosamente ; adivinhar
ca. Como o próprio nome indica, é usada apenas para dar realce. D) perturbar ; concupiscência
Passavam-se os dias e nada acontecia. E) berinjela ; meritíssimo
Alternativa C
Parte integrante do verbo: faz parte integrante dos verbos pronominais.
Nesse caso, o se não exerce função sintática. Identifique o termo que está inadequadamente empregado:
Ele arrependeu-se do que fez. A) O juiz infligiu-lhe dura punição.
B) Assustou-se ao receber o mandato de prisão.
Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede objeto direto, caracteriza C) Rui Barbosa foi escritor preeminente de nossas letras.
Usamos a próclise nos seguintes casos: Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerúndio
ou particípio.
(1) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada,
ninguém, nem, de modo algum. AUX + PARTICÍPIO: o pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se
houver palavra atrativa, o pronome deverá ficar antes do verbo auxiliar.
- Nada me perturba.
- Ninguém se mexeu. - Havia-lhe contado a verdade.
- De modo algum me afastarei daqui. - Não (palavra atrativa) lhe havia contado a verdade.
- Ela nem se importou com meus problemas. AUX + GERÚNDIO OU INFINITIVO: se não houver palavra atrativa, o
(2) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme, pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou do verbo principal.
embora, logo, que. Infinitivo
- Quando se trata de comida, ele é um “expert”. - Quero-lhe dizer o que aconteceu.
- É necessário que a deixe na escola. - Quero dizer-lhe o que aconteceu.
- Fazia a lista de convidados, conforme me lembrava dos amigos sinceros. Gerúndio
(3) Advérbios - Ia-lhe dizendo o que aconteceu.
- Ia dizendo-lhe o que aconteceu.
- Aqui se tem paz.
- Sempre me dediquei aos estudos. Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar
- Talvez o veja na escola. ou depois do verbo principal.
Paranomásia Ex: "Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios."
Ex: "Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias" (Padre repetição de conectivos na ligação entre elementos da frase ou do período.
Antonio Vieira) Ex: O menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita, e maltrata. "E sob as
Onomatopeia ondas ritmadas / e sob as nuvens e os ventos / e sob as pontes e sob o
sarcasmo / e sob a gosma e o vômito (...)" (Carlos Drummond de Andrade)
criação de uma palavra para imitar um som
Anacoluto
Ex: A língua do nhem "Havia uma velhinha / Que andava aborrecida / Pois
dava a sua vida / Para falar com alguém. / E estava sempre em casa / A termo solto na frase, quebrando a estruturação lógica. Normalmente, inicia-
boa velhinha, / Resmungando sozinha: / Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..." se uma determinada construção sintática e depois se opta por outra.
(Cecília Meireles) Eu, parece-me que vou desmaiar. / Minha vida, tudo não passa de alguns
anos sem importância (sujeito sem predicado) / Quem ama o feio, bonito
Linguagem figurada lhe parece (alteraram-se as relações entre termos da oração)
Elipse Anáfora
omissão de um termo ou expressão facilmente subentendida. Casos mais repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.
comuns:
Ex: "Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta / Olha a gota que falta
a) pronome sujeito, gerando sujeito oculto ou implícito: iremos depois, / Pro desfecho que falta / Por favor." (Chico Buarque)
compraríeis a casa?
b) substantivo - a catedral, no lugar de a igreja catedral; Maracanã, no ligar Obs.: repetição em final de versos ou frases é epístrofe; repetição no início
de o estádio Maracanã e no fim será símploce. Classificações propostas por Rocha Lima.
c) preposição - estar bêbado, a camisa rota, as calças rasgadas, no lugar
Silepse
de: estar bêbado, com a camisa rota, com as calças rasgadas.
d) conjunção - espero você me entenda, no lugar de: espero que você me é a concordância com a ideia, e não com a palavra escrita. Existem três
entenda. tipos:
e) verbo - queria mais ao filho que à filha, no lugar de: queria mais o filho
que queria à filha. Em especial o verbo dizer em diálogos - E o rapaz: - Não a) de gênero (masc x fem): São Paulo continua poluída (= a cidade de São
sei de nada !, em vez de E o rapaz disse: Paulo). V. Sª é lisonjeiro
b) de número (sing x pl): Os Sertões contra a Guerra de Canudos (= o livro
Zeugma de Euclides da Cunha). O casal não veio, estavam ocupados.
c) de pessoa: Os brasileiros somos otimistas (3ª pess - os brasileiros, mas
omissão (elipse) de um termo que já apareceu antes. Se for verbo, pode
quem fala ou escreve também participa do processo verbal)
necessitar adaptações de número e pessoa verbais. Utilizada, sobretudo,
nas or. comparativas. Ex: Alguns estudam, outros não, por: alguns estu- Antecipação
dam, outros não estudam. / "O meu pai era paulista / Meu avô, pernambu-
cano / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano." (Chico Buarque) - antecipação de termo ou expressão, como recurso enfático. Pode gerar
omissão de era anacoluto.
Ex.: Joana creio que veio aqui hoje.
Hipérbato O tempo parece que vai piorar
Obs.: Celso Cunha denomina-a prolepse.
alteração ou inversão da ordem direta dos termos na oração, ou das ora-
ções no período. São determinadas por ênfase e podem até gerar anacolu- Figuras de palavras ou tropos
tos.
(Para Bechara alterações semânticas)
Ex: Morreu o presidente, por: O presidente morreu.
Metáfora
Obs1.: Bechara denomina esta figura antecipação.
Obs2.: Se a inversão for violenta, comprometendo o sentido drasticamente, emprego de palavras fora do seu sentido normal, por analogia. É um tipo de
Rocha Lima e Celso Cunha denominam-na sínquise comparação implícita, sem termo comparativo.
Obs3.: RL considera anástrofe um tipo de hipérbato Ex: A Amazônia é o pulmão do mundo. Encontrei a chave do problema. /
"Veja bem, nosso caso / É uma porta entreaberta." (Luís Gonzaga Junior)
Anástrofe Obs1.: Rocha Lima define como modalidades de metáfora: personificação
(animismo), hipérbole, símbolo e sinestesia. ? Personificação - atribuição de
anteposição, em expressões nominais, do termo regido de preposição ao
ações, qualidades e sentimentos humanos a seres inanimados. (A lua sorri
termo regente.
aos enamorados) ? Símbolo - nome de um ser ou coisa concreta assumin-
Ex: "Da morte o manto lutuoso vos cobre a todos.", por: O manto lutuoso da do valor convencional, abstrato. (balança = justiça, D. Quixote = idealismo,
morte vos cobre a todos. cão = fidelidade, além do simbolismo universal das cores)
Obs2.: esta figura foi muito utilizada pelos simbolistas
Obs.: para Rocha Lima é um tipo de hipérbato
Catacrese
Pleonasmo
uso impróprio de uma palavra ou expressão, por esquecimento ou na
repetição de um termo já expresso, com objetivo de enfatizar a ideia. ausência de termo específico.
Ex: Vi com meus próprios olhos. "E rir meu riso e derramar meu pranto / Ao Ex.: Espalhar dinheiro (espalhar = separar palha) / "Distrai-se um deles a
seu pesar ou seu contentamento." (Vinicius de Moraes), Ao pobre não lhe enterrar o dedo no tornozelo inchado." - O verbo enterrar era usado primiti-
devo (OI pleonástico) vamente para significar apenas colocar na terra.
Obs.: pleonasmo vicioso ou grosseiro - decorre da ignorância, perdendo o Obs1.: Modernamente, casos como pé de meia e boca de forno são consi-
caráter enfático (hemorragia de sangue, descer para baixo) derados metáforas viciadas. Perderam valor estilístico e se formaram
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graças à semelhança de forma existente entre seres. Ex: "Nada fazes, nada tramas, nada pensas que eu não saiba, que eu não
Obs2.: Para Rocha Lima, é um tipo de metáfora veja, que eu não conheça perfeitamente."
Metonímia Prosopopeia, personificação, animismo
substituição de um nome por outro em virtude de haver entre eles associa- é a atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais e
ção de significado. inanimados.
Ex: Ler Jorge Amado (autor pela obra - livro) / Ir ao barbeiro (o possuidor Ex: "A lua, (...) Pedia a cada estrela fria / Um brilho de aluguel ..." (Jõao
pelo possuído, ou vice-versa - barbearia) / Bebi dois copos de leite (conti- Bosco / Aldir Blanc)
nente pelo conteúdo - leite) / Ser o Cristo da turma. (indivíduo pala classe -
culpado) / Completou dez primaveras (parte pelo todo - anos) / O brasileiro Obs.: Para Rocha Lima, é uma modalidade de metáfora.
é malandro (sing. pelo plural - brasileiros) / Brilham os cristais (matéria pela PREFIXOS E SUFIXOS MAIS COMUNS
obra - copos). (faculdades, funções, estados, doenças, etc)
Antonomásia, perífrase algos = dor nevralgia, mialgia
bios = vida biologia, biopsia
substituição de um nome de pessoa ou lugar por outro ou por uma expres- crásis = temperamento compleição, idiossincrasia
são que facilmente o identifique. Fusão entre nome e seu aposto. átron = articulação disartria, artralgia
afé = tato disafia, anafilaxia
Ex: O mestre = Jesus Cristo, A cidade luz = Paris, O rei das selvas = o leão,
bulé-vontade abúlico, abulia
Escritor Maldito = Lima Barreto
cáris = graça eucaristia, carisma
Obs.: Rocha Lima considera como uma variação da metonímia crátos = poder, força democracia, plutocracia
dipsa = sede dipsomania, dipsético
Sinestesia doxa = opinião, glória paradoxo, doxomania
interpenetração sensorial, fundindo-se dois sentidos ou mais (olfato, visão, edema = inchação edematoso, edemaciar
audição, gustação e tato). éstesis = sensação sensibilidade, estética, anestesia
éros, érotos = amor erótico, erotofobia
Ex.: "Mais claro e fino do que as finas pratas / O som da tua voz deliciava ... étos, éteos = costume tradição, ética, cacoete
/ Na dolência velada das sonatas / Como um perfume a tudo perfumava. / foné = voz áfono, fonógrafo
Era um som feito luz, eram volatas / Em lânguida espiral que iluminava / fobos = medo, horror,
Brancas sonoridades de cascatas ... / Tanta harmonia melancolizava." aversão fobia, acrofobia
(Cruz e Souza) frén, frenós = mente esquizofrenia, frenologia
Obs.: Para Rocha Lima, representa uma modalidade de metáfora genos = nascimento eugenia, genética
horama = visão panorama, cosmorama
Anadiplose hedoné = prazer hedonismo, hedonista
hipnos = sono hipnotismo, hipnose
é a repetição de palavra ou expressão de fim de um membro de frase no
icon = imagem iconoteca, iconoclasta
começo de outro membro de frase.
gnósis = conhecimento diagnóstico, agnóstico
Ex: "Todo pranto é um comentário. Um comentário que amargamente lalia = fala eulalia, dislalia
condena os motivos dados." logos = palavra, discurso logomaquia, logorréia
lépsis = convulsão epilepsia, catalepsia
Figuras de pensamento léxis, léxeos = dicção dislexia léxico
Antítese lete = esquecimento letargia, letargiar
mania = loucura megalomania, manicômio
aproximação de termos ou frases que se opõem pelo sentido. manteia (mancia) =
Ex: "Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios" adivinhação quiromancia, oniromancia
(Vinicius de Moraes) mísos - aversão, ódio misógino, misantropia
Obs.: Paradoxo - ideias contraditórias num só pensamento, proposição de mneme = menória amnésia, mnemônico
Rocha Lima ("dor que desatina sem doer" Camões) nárce = entorpecimento narcótico, narcotizar
Eufemismo nósos = doença nosocômio, nosofobia
consiste em "suavizar" alguma ideia desagradável óneiros (oniros) = sonho onírico, oniromancia
Ex: Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou), Você não foi feliz nos exa- oréxis = fome anorexia, cinorexia
mes. (foi reprovado) paidéia (pedia) = instrução, correção ortopedia, enciclopédia
Obs.: Rocha Lima propõe uma variação chamada litote - afirma-se algo pépsis = digestão dispepsia, péptico
pela negação do contrário. (Ele não vê, em lugar de Ele é cego; Não sou peretós = febre antipirético, piretoterapia
moço, em vez de Sou velho). Para Bechara, alteração semântica. plegé = paralisação paraplégico, hemiplegia
pneuma, pneumatos = respiração pneumática, pneumoplegia
Hipérbole pseudos = mentira
exagero de uma ideia com finalidade expressiva falsidade pseudônimo, pseudófobo
Ex: Estou morrendo de sede (com muita sede), Ela é louca pelos filhos psiqué = alma psicologia, psiquiatria
(gosta muito dos filhos) ragé = corrimento hemorragia, blenorragia
Obs.: Para Rocha Lima, é uma das modalidades de metáfora. spasmós = convulsão espasmo, espasmofilia
sfignós = pulsação esfigmômetro, esfigmógrafo
Ironia
terapéia(terapia) =
utilização de termo com sentido oposto ao original, obtendo-se, assim, valor tratamento, cura terapeuta, hidroterapia
irônico. timós = mente ciclotimia, lipotimia
Obs.: Rocha Lima designa como antífrase REDAÇÃO OFICIAL
Ex: O ministro foi sutil como uma jamanta.
Gradação MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
2a edição, revista e atualizada
apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descenden-
Brasília, 2002
te (anticlímax)
A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de acor-
evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com impesso- do com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um amigo,
alidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que incorpore
língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico,
correspondência particular, etc. não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente.
Nos dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz
Apresentadas essas características fundamentais da redação oficial, da língua, a finalidade com que a empregamos.
passemos à análise pormenorizada de cada uma delas.
O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por
1.1. A Impessoalidade sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles reque-
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. rem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão culto é
Para que haja comunicação, são necessários: a) alguém que comunique, b) aquele em que a) se observam as regras da gramática formal, e b) se
algo a ser comunicado, e c) alguém que receba essa comunicação. No emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma. É
caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço Público (este importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na
ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o redação oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças lexi-
que se comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão cais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das
que comunica; o destinatário dessa comunicação ou é o público, o conjunto idiossincrasias linguísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a
dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes pretendida compreensão por todos os cidadãos.
da União.
Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de ex-
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado pressão, desde que não seja confundida com pobreza de expressão. De
aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre: nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de linguagem
a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem
se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Chefe de de- próprios da língua literária.
terminada Seção, é sempre em nome do Serviço Público que é fei-
ta a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padronização, Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um “padrão ofici-
que permite que comunicações elaboradas em diferentes setores al de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunica-
da Administração guardem entre si certa uniformidade; ções oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das formas
possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre conce- sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a
bido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, te- utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático,
mos um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal; como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo te- limitada.
mático das comunicações oficiais se restringe a questões que di-
zem respeito ao interesse público, é natural que não cabe qualquer A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a
tom particular ou pessoal. exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos
acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de
Desta forma, não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se
como as que, por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de um ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a
artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial outros órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos.
deve ser isenta da interferência da individualidade que a elabora.
Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neologismo e
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos vale- estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica.
mos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja
alcançada a necessária impessoalidade. 1.3. Formalidade e Padronização
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecem
1.2. A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais a certas regras de forma: além das já mencionadas exigências de impesso-
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos alidade e uso do padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa
e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio caráter público des- formalidade de tratamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto
ses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma
entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para a autoridade de certo nível (v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes
conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públicos, o de Tratamento); mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à
que só é alcançado se em sua elaboração for empregada a linguagem civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunica-
adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade ção.
precípua é a de informar com clareza e objetividade.
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária unifor-
As comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser midade das comunicações. Ora, se a administração federal é una, é natural
compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse que as comunicações que expede sigam um mesmo padrão. O estabeleci-
objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados mento desse padrão, uma das metas deste Manual, exige que se atente
grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação para todas as características da redação oficial e que se cuide, ainda, da
restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem apresentação dos textos.
sua compreensão dificultada.
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definiti-
Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a língua fala- vo e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a padroniza-
da e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma imediata ção. Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de nor-
qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com outros mas específicas para cada tipo de expediente.
elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação,
etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa 1.4. Concisão e Clareza
A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que a) do Poder Executivo;
são elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua Presidente da República;
clareza. Não se deve proceder à redação de um texto que não seja seguida Vice-Presidente da República;
por sua revisão. “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a Ministros de Estado;
máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;
redigir. Oficiais-Generais das Forças Armadas;
Embaixadores;
Por fim, como exemplo de texto obscuro, que deve ser evitado em to- Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos
das as comunicações oficiais, transcrevemos a seguir um pitoresco quadro, de natureza especial;
constante de obra de Adriano da Gama Kury, a partir do qual podem ser Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
feitas inúmeras frases, combinando-se as expressões das várias colunas Prefeitos Municipais.
em qualquer ordem, com uma característica comum: nenhuma delas tem
sentido! b) do Poder Legislativo:
CAPÍTULO II Deputados Federais e Senadores;
AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS Ministros do Tribunal de Contas da União;
2. Introdução Deputados Estaduais e Distritais;
A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, seguir os Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
preceitos explicitados no Capítulo I, Aspectos Gerais da Redação Oficial. Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
Além disso, há características específicas de cada tipo de expediente, que
serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de passarmos à sua análi- c) do Poder Judiciário:
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:
do cargo respectivo: Atenciosamente,
Senhor Senador,
Senhor Juiz, Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autorida-
Senhor Ministro, des estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, devidamente
Senhor Governador, disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações Exteriores.
3.2. Forma de diagramação Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à seguinte forma de exposição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por deter-
apresentação: minado setor do serviço público.
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no
texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé; Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando
b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder- em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de
se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings; procedimentos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do número
c) é obrigatório constar a partir da segunda página o número da pági- de comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no
na; próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação.
d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos Esse procedimento permite formar uma espécie de processo simplificado,
em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda e assegurando maior transparência à tomada de decisões, e permitindo que
direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem se historie o andamento da matéria tratada no memorando.
espelho”);
e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da 3.4.2. Forma e Estrutura
margem esquerda; Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício,
f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 3,0 com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencionado pelo cargo
cm de largura; que ocupa.
g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;
h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pon- Exemplos:
tos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
comportar tal recurso, de uma linha em branco; Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos
i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras
maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra 4. Exposição de Motivos
forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do do- 4.1. Definição e Finalidade
cumento; Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da Repú-
j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel bran- blica ou ao Vice-Presidente para:
co. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos e i- a) informá-lo de determinado assunto;
lustrações; b) propor alguma medida; ou
l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impres- c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo.
sos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da Repúbli-
Text nos documentos de texto; ca por um Ministro de Estado.
n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério, a
arquivo de texto preservado para consulta posterior ou aproveita- exposição de motivos deverá ser assinada por todos os Ministros envolvi-
mento de trechos para casos análogos; dos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial.
o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser for-
mados da seguinte maneira: 4.2. Forma e Estrutura
tipo do documento + número do documento + palavras-chaves do Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do padrão
conteúdo ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo que acompanha a exposição de
Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002” motivos que proponha alguma medida ou apresente projeto de ato normati-
vo, segue o modelo descrito adiante.
3.3. Aviso e Ofício
Leia o período para responder às questões de números 19 e 20. 25. Felizmente, ninguém se machucou.
Lentamente, o navio foi se afastando da costa.
O livro de registro do processo que você procurava era o que estava Considere:
sobre o balcão. I. felizmente completa o sentido do verbo machucar;
II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de
19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem modo;
a III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do
(A) processo e livro. fato;
(B) livro do processo. IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar;
(C) processos e processo. V. felizmente e lentamente são caracterizadores de substantivos.
(D) livro de registro. Está correto o contido apenas em
(E) registro e processo. (A) I, II e III.
(B) I, II e IV.
20. Analise as proposições de números I a IV com base no período (C) I, III e IV.
acima: (D) II, III e IV.
I. há, no período, duas orações; (E) III, IV e V.
II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal;
III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais; 26. O segmento adequado para ampliar a frase – Ele comprou o carro...,
IV. de registro é um adjunto adnominal de livro. indicando concessão, é:
Está correto o contido apenas em (A) para poder trabalhar fora.
(A) II e IV. (B) como havia programado.
(B) III e IV. (C) assim que recebeu o prêmio.
(C) I, II e III. (D) porque conseguiu um desconto.
(D) I, II e IV. (E) apesar do preço muito elevado.
(E) I, III e IV.
27. É importante que todos participem da reunião.
21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do O segmento que todos participem da reunião, em relação a
acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho: É importante, é uma oração subordinada
I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas; (A) adjetiva com valor restritivo.
II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura (B) substantiva com a função de sujeito.
pelo Juiz; (C) substantiva com a função de objeto direto.
III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalen- (D) adverbial com valor condicional.
te ao da palavra mas; (E) substantiva com a função de predicativo.
IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acór-
dão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar. 28. Ele realizou o trabalho como seu chefe o orientou. A relação estabe-
Está correto o contido apenas em lecida pelo termo como é de
(A) II e IV. (A) comparatividade.
Apesar de todos esses avanços, a miséria resiste. 37. Segundo o texto, ''A miséria é onipresente'' embora:
Embora em algumas de suas ocorrências, especialmente na zona rural, A) apareça algumas vezes nas grandes cidades;
esteja confinada a bolsões invisíveis aos olhos dos brasileiros mais bem B) se manifeste de formas distintas;
posicionados na escala social, a miséria é onipresente. Nas grandes cida- C) esteja escondida dos olhos de alguns;
des, com aterrorizante frequência, ela atravessa o fosso social profundo e D) seja combatida pelas autoridades;
se manifesta de forma violenta. A mais assustadora dessas manifestações E) se torne mais disseminada e cruel.
é a criminalidade, que, se não tem na pobreza sua única causa, certamente
em razão dela se tornou mais disseminada e cruel. Explicar a resistência da 38. ''...não é uma empreitada simples'' equivale a dizer que é uma em-
pobreza extrema entre milhões de habitantes não é uma empreitada sim- preitada complexa; o item em que essa equivalência é feita de forma
ples. INCORRETA é:
Veja, ed. 1735 A) não é uma preocupação geral = é uma preocupação superficial;
B) não é uma pessoa apática = é uma pessoa dinâmica;
31. O título dado ao texto se justifica porque: C) não é uma questão vital = é uma questão desimportante;
A) a miséria abrange grande parte de nossa população; D) não é um problema universal = é um problema particular;
B) a miséria é culpa da classe dominante; E) não é uma cópia ampliada = é uma cópia reduzida.
C) todos os governantes colaboraram para a miséria comum;
D) a miséria deveria ser preocupação de todos nós; 39. ''...enquanto a miséria se mantinha...''; colocando-se o verbo desse
E) um mal tão intenso atinge indistintamente a todos. segmento do texto no futuro do subjuntivo, a forma correta seria:
A) mantiver; B) manter; C)manterá; D)manteria;
32. A primeira pergunta - ''Como entender a resistência da miséria no E) mantenha.
Brasil, uma chaga social que remonta aos primórdios da coloniza-
ção?'': 40. A forma de infinitivo que aparece substantivada nos segmentos
A) tem sua resposta dada no último parágrafo; abaixo é:
B) representa o tema central de todo o texto; A) ''Como entender a resistência da miséria...'';
C) é só uma motivação para a leitura do texto; B) ''No decorrer das últimas décadas...'';
D) é uma pergunta retórica, à qual não cabe resposta; C) ''...desde que se passou a registrá-las...'';
E) é uma das perguntas do texto que ficam sem resposta. D) ''...começa a exercitar seus músculos.'';
E) ''...por ter se tornado um forte oponente...''.
33. Após a leitura do texto, só NÃO se pode dizer da miséria no Brasil
Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais. Deitado de lado, bra- 44 ''Ainda há pouco eu vinha para casa a pé,...''; veja as quatro frases a
ços dobrados como dois gravetos, as mãos protegendo a cabeça. Tinha os seguir:
gambitos também encolhidos e enfiados dentro da camisa de meia esbura- I- Daqui há pouco vou sair.
cada, para se defender contra o frio da noite. Estava dormindo, como podia I- Está no Rio há duas semanas.
estar morto. Outros, como eu, iam passando, sem tomar conhecimento de III - Não almoço há cerca de três dias.
sua existência. Não era um ser humano, era um bicho, um saco de lixo IV - Estamos há cerca de três dias de nosso destino.
mesmo, um traste inútil, abandonado sobre a calçada. Um menor abando- As frases que apresentam corretamente o emprego do verbo haver
nado. são:
A) I - II
Quem nunca viu um menor abandonado? A cinco passos, na casa de B) I - III
sucos de frutas, vários casais de jovens tomavam sucos de frutas, alguns C) II - IV
mastigavam sanduíches. Além, na esquina da praça, o carro da radiopatru- D) I - IV
lha estacionado, dois boinas-pretas conversando do lado de fora. Ninguém E) II - III
tomava conhecimento da existência do menino.
45 O comentário correto sobre os elementos do primeiro parágrafo do
Segundo as estatísticas, como ele existem nada menos que 25 milhões texto é:
no Brasil, que se pode fazer? Qual seria a reação do menino se eu o acor- A) o cronista situa no tempo e no espaço os acontecimentos abordados
dasse para lhe dar todo o dinheiro que trazia no bolso? Resolveria o seu na crônica;
problema? O problema do menor abandonado? A injustiça social? B) o cronista sofre uma limitação psicológica ao ver o menino
(....) C) a semelhança entre o menino abandonado e uma trouxa de roupa é
a sujeira;
Vinte e cinco milhões de menores - um dado abstrato, que a imagina- D) a localização do fato perto da meia-noite não tem importância para o
ção não alcança. Um menino sem pai nem mãe, sem o que comer nem texto;
onde dormir - isto é um menor abandonado. Para entender, só mesmo E) os fatos abordados nesse parágrafo já justificam o título da crônica.
imaginando meu filho largado no mundo aos seis, oito ou dez anos de
idade, sem ter para onde ir nem para quem apelar. Imagino que ele venha a
ser um desses que se esgueiram como ratos em torno aos botequins e 46 Boinas-pretas é um substantivo composto que faz o plural da mesma
lanchonetes e nos importunam cutucando-nos de leve - gesto que nos forma que:
desperta mal contida irritação - para nos pedir um trocado. Não temos A) salvo-conduto;
disposição sequer para olhá-lo e simplesmente o atendemos (ou não) para B) abaixo-assinado;
nos livrarmos depressa de sua incômoda presença. Com o sentimento que C) salário-família;
sufocamos no coração, escreveríamos toda a obra de Dickens. Mas esta- D) banana-prata;
mos em pleno século XX, vivendo a era do progresso para o Brasil, con- E) alto-falante.
quistando um futuro melhor para os nossos filhos. Até lá, que o menor
abandonado não chateie, isto é problema para o juizado de menores. 47 A descrição do menino abandonado é feita no segundo parágrafo do
Mesmo porque são todos delinquentes, pivetes na escola do crime, cedo texto; o que NÃO se pode dizer do processo empregado para isso é
terminarão na cadeia ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte. que o autor:
A) se utiliza de comparações depreciativas;
Pode ser. Mas a verdade é que hoje eu vi meu filho dormindo na rua, B) lança mão de vocábulo animalizador;
exposto ao frio da noite, e além de nada ter feito por ele, ainda o confundi C) centraliza sua atenção nos aspectos físicos do menino;
com um monte de lixo. D) mostra precisão em todos os dados fornecidos;
Fernando Sabino E) usa grande número de termos adjetivadores.
41 Uma crônica, como a que você acaba de ler, tem como melhor 48 ''Estava dormindo, como podia estar morto''; esse segmento do texto
definição: significa que:
A) registro de fatos históricos em ordem cronológica; A) a aparência do menino não permitia saber se dormia ou estava
B) pequeno texto descritivo geralmente baseado em fatos do cotidiano; morto;
C) seção ou coluna de jornal sobre tema especializado; B) a posição do menino era idêntica à de um morto;
D) texto narrativo de pequena extensão, de conteúdo e estrutura bas- C) para os transeuntes, não fazia diferença estar o menino dormindo ou
tante variados; morto;
E) pequeno conto com comentários, sobre temas atuais. D) não havia diferença, para a descrição feita, se o menino estava
dormindo ou morto;
42 O texto começa com os tempos verbais no pretérito imperfeito - E) o cronista não sabia sobre a real situação do menino.
vinha, faltavam - e, depois, ocorre a mudança para o pretérito perfei-
to - olhei, vi etc.; essa mudança marca a passagem: 49 Alguns textos, como este, trazem referências de outros momentos
A) do passado para o presente; históricos de nosso país; o segmento do texto em que isso ocorre é:
B) da descrição para a narração; A) ''Perto da Praça General Osório, olhei para o lado e vi...'';
C) do impessoal para o pessoal; B) ''...ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte'';
D) do geral para o específico; C) ''...escreveríamos toda a obra de Dickens'';
E) do positivo para o negativo. D) ''...isto é problema para o juizado de menores'';
E) ''Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais''.
43 ''...olhei para o lado e vi, junto à parede, antes da esquina, ALGO que
me pareceu uma trouxa de roupa...''; o uso do termo destacado se 50 ''... era um bicho...''; a figura de linguagem presente neste segmento
deve a que: do texto é uma:
A) o autor pretende comparar o menino a uma coisa; A) metonímia;
Exemplo
Resolução
a) n(A) = 4
b) n(B) = 6,'pois a palavra alegria, apesar de
possuir dote letras, possui apenas seis letras distintas
entre si.
c) n(C) = 2, pois há dois elementos que
pertencem a C: c e C e d e C
d) observe que:
2 = 2 . 1 é o 1º par positivo
4 = 2 . 2 é o 2° par positivo
6 = 2 . 3 é o 3º par positivo
Exemplo Exemplos
Exemplos
a) {a;b;c} ∩ {d;e} = ∅
b) {a;b;c} ∩ {b;c,d} = {b;c}
c) {a;b;c} ∩ {a;c} = {a;c}
Exercícios resolvidos
3. No diagrama seguinte temos:
1. Sendo A = ( x; y; z ); B = ( x; w; v ) e C = ( y; u; t n(A) = 20
), determinar os seguintes conjuntos: n(B) = 30
a) A ∪ B f) B ∩ C n(A ∩ B) = 5
b) A ∩ B g) A ∪ B ∪ C
c) A ∪ C h) A ∩ B ∩ C
d) A ∩ C i) (A ∩ B) U (A ∩ C) Determine n(A ∪ B).
e) B ∪ C Resolução
Resolução
a) A ∪ B = {x; y; z; w; v }
b) A ∩ B = {x }
c) A ∪ C = {x; y;z; u; t }
d) A ∩ C = {y }
e) B ∪ C={x;w;v;y;u;t} Se juntarmos, aos 20 elementos de A, os 30
f) B ∩ C= ∅ elementos de B, estaremos considerando os 5
g) A ∪ B ∪ C= {x;y;z;w;v;u;t} elementos de A n B duas vezes; o que, evidentemente,
h) A ∩ B ∩ C= ∅ é incorreto; e, para corrigir este erro, devemos subtrair
i) (A ∩ B) ∪ u (A ∩ C)={x} ∪ {y}={x;y} uma vez os 5 elementos de A n B; teremos então:
4 Conjunto complementar
Note que este conjunto não possui início nem fim São representados pela letra Z:
(ao contrário dos naturais, que possui um início e não Z = {... -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, ...}
possui fim).
O conjunto dos inteiros possui alguns subconjuntos,
Assim como no conjunto dos naturais, podemos re- eles são:
presentar todos os inteiros sem o ZERO com a mesma
notação usada para os NATURAIS. - Inteiros não negativos
Z* = {..., -2, -1, 1, 2, ...} São todos os números inteiros que não são negati-
vos. Logo percebemos que este conjunto é igual ao
Em algumas situações, teremos a necessidade de conjunto dos números naturais.
representar o conjunto dos números inteiros que NÃO
SÃO NEGATIVOS. É representado por Z+:
Z+ = {0,1,2,3,4,5,6, ...}
Para isso emprega-se o sinal "+" ao lado do símbolo
do conjunto (vale a pena lembrar que esta simbologia - Inteiros não positivos
representa os números NÃO NEGATIVOS, e não os São todos os números inteiros que não são positi-
números POSITIVOS, como muita gente diz). Veja o vos. É representado por Z-:
exemplo abaixo: Z- = {..., -5, -4, -3, -2, -1, 0}
Z+ = {0,1, 2, 3, 4, 5, ...}
- Inteiros não negativos e não-nulos
Obs.1: Note que agora sim este conjunto possui um É o conjunto Z+ excluindo o zero. Representa-se es-
início. E você pode estar pensando "mas o zero não é se subconjunto por Z*+:
positivo". O zero não é positivo nem negativo, zero é Z*+ = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ...}
NULO. Z*+ = N*
Ele está contido neste conjunto, pois a simbologia - Inteiros não positivos e não nulos
do sinalzinho positivo representa todos os números São todos os números do conjunto Z- excluindo o
NÃO NEGATIVOS, e o zero se enquadra nisto. zero. Representa-se por Z*-.
Z*- = {... -4, -3, -2, -1}
Se quisermos representar somente os positivos (ou
seja, os não negativos sem o zero), escrevemos: Conjunto dos Números Racionais
Z*+ = {1, 2, 3, 4, 5, ...} Os números racionais é um conjunto que engloba
os números inteiros (Z), números decimais finitos (por
Pois assim teremos apenas os positivos, já que o exemplo, 743,8432) e os números decimais infinitos
zero não é positivo. periódicos (que repete uma sequência de algarismos
da parte decimal infinitamente), como "12,050505...",
Ou também podemos representar somente os intei- são também conhecidas como dízimas periódicas.
ros NÃO POSITIVOS com:
Os racionais são representados pela letra Q.
Z - ={...,- 4, - 3, - 2, -1 , 0}
Conjunto dos Números Irracionais
Obs.: Este conjunto possui final, mas não possui i- É formado pelos números decimais infinitos não-
nício. periódicos. Um bom exemplo de número irracional é o
número PI (resultado da divisão do perímetro de uma
E também os inteiros negativos (ou seja, os não po- circunferência pelo seu diâmetro), que vale 3,14159265
sitivos sem o zero): .... Atualmente, supercomputadores já conseguiram
Z*- ={...,- 4, - 3, - 2, -1} calcular bilhões de casas decimais para o PI.
Os números 2 e 3 são chamados parcelas. 0 núme- Quando pretendemos determinar um número natu-
ro 5, resultado da operação, é chamado soma. ral em certos tipos de problemas, procedemos do se-
2 → parcela guinte modo:
+ 3 → parcela - chamamos o número (desconhecido) de x ou
qualquer outra incógnita ( letra )
5 → soma - escrevemos a igualdade correspondente
- calculamos o seu valor
A adição de três ou mais parcelas pode ser efetua-
da adicionando-se o terceiro número à soma dos dois Exemplos:
primeiros ; o quarto número à soma dos três primeiros 1) Qual o número que, adicionado a 15, é igual a 31?
e assim por diante.
3+2+6 = Solução:
5 + 6 = 11 Seja x o número desconhecido. A igualdade cor-
respondente será:
Veja agora outra operação: 7 – 3 = 4 x + 15 = 31
Por convenção, dizemos que a multiplicação de Essa divisão é exata e é considerada a operação
qualquer número por 1 é igual ao próprio número. inversa da multiplicação.
SE 30 : 6 = 5, ENTÃO 5 x 6 = 30
A multiplicação de qualquer número por 0 é igual a 0.
observe agora esta outra divisão:
A multiplicação de três ou mais fatores pode ser efe-
tuada multiplicando-se o terceiro número pelo produto 32 6
dos dois primeiros; o quarto numero pelo produto dos 2 5
três primeiros; e assim por diante. 32 = dividendo
3 x 4 x 2 x 5 = 6 = divisor
5 = quociente
12 x 2 x 5
2 = resto
24 x 5 = 120
Essa divisão não é exata e é chamada divisão apro-
EXPRESSÕES NUMÉRICAS ximada.
7) Adicionando 1 ao dobro de certo número ob- 14) Pedro e Marcelo possuem juntos 30 bolinhas.
temos 7. Qual é esse numero? Marcelo tem 6 bolinhas a mais que Pedro.
2 . x +1 = 7 Quantas bolinhas tem cada um?
2x = 7 – 1 Pedro: x
2x = 6 Marcelo: x + 6
x =6:2 x + x + 6 = 30 ( Marcelo e Pedro)
x =3 2 x + 6 = 30
O número procurado é 3. 2 x = 30 – 6
Prova: 2. 3 +1 = 7 2 x = 24
x = 24 : 2
8) Subtraindo 12 do triplo de certo número obte- x = 12 (Pedro)
mos 18. Determinar esse número. Marcelo: x + 6 =12 + 6 =18
3 . x -12 = 18
3 x = 18 + 12 EXPRESSÕES NUMÉRICAS ENVOLVENDO AS
3 x = 30 QUATRO OPERAÇÕES
x = 30 : 3
x = 10 Sinais de associação:
O valor das expressões numéricas envolvendo as
9) Dividindo 1736 por um número natural, encon- quatro operações é obtido do seguinte modo:
tramos 56. Qual o valor deste numero natural? - efetuamos as multiplicações e as divisões, na
Matemática 9 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ordem em que aparecem; 37 : 33 = 3 7 – 3 = 34
- efetuamos as adições e as subtrações, na ordem 510 : 58 = 5 10 – 8 = 52
em que aparecem; 3ª) para elevar uma potência a um outro expoente,
conserva-se base e multiplicam-se os expoen-
Exemplo 1) 3 .15 + 36 : 9 = tes.
2 4 2.4
= 45 + 4 Exemplo: (3 ) = 3 = 38
= 49 4ª) para elevar um produto a um expoente, eleva-
Exemplo 2) 18 : 3 . 2 + 8 – 6 . 5 : 10 = se cada fator a esse expoente.
= 6 . 2 + 8 – 30 : 10 = (a. b)m = am . bm
= 12 + 8 – 3 =
= 20 – 3 3 3 3
Exemplos: (4 . 7) = 4 . 7 ; (3. 5)2 = 32 . 52
= 17
RADICIAÇÃO
POTENCIAÇÃO
Suponha que desejemos determinar um número
Considere a multiplicação: 2 . 2 . 2 em que os três que, elevado ao quadrado, seja igual a 9. Sendo x esse
2
fatores são todos iguais a 2. número, escrevemos: X = 9
Esse produto pode ser escrito ou indicado na forma De acordo com a potenciação, temos que x = 3, ou
3 2
2 (lê-se: dois elevado à terceira potência), em que o 2 seja: 3 = 9
é o fator que se repete e o 3 corresponde à quantidade
desses fatores. A operação que se realiza para determinar esse
3
número 3 é chamada radiciação, que é a operação
Assim, escrevemos: 2 = 2 . 2 . 2 = 8 (3 fatores) inversa da potenciação.
0.0=0
3) As potências de base um são iguais a um. As raízes recebem denominações de acordo com o
3
Exemplos: 1 = 1 . 1 . 1 = 1 índice. Por exemplo:
15 = 1 . 1 . 1 . 1 . 1 = 1 2
36 raiz quadrada de 36
4) Por convenção, tem-se que:
0
3
raiz cúbica de 125
- a potência de expoente zero é igual a 1 (a = 1,
125
a ≠ 0) 4
81 raiz quarta de 81
30 = 1 ; 50 = 1 ; 120 = 1
1
5
32 raiz quinta de 32 e assim por diante
- a potência de expoente um é igual à base (a =
a)
21 = 2 ; 71 = 7 ; 1001 =100 No caso da raiz quadrada, convencionou-se não es-
crever o índice 2.
PROPRIEDADES DAS POTÊNCIAS Exemplo : 2 49 = 49 = 7, pois 72 = 49
Observando a figura anterior, vemos que cada pon- Exemplos: (+5) + ( -5) = 0 ( -5) + (+5) = 0
to é a representação geométrica de um número inteiro.
5ª) COMUTATIVA
Exemplos: Se a e b são números inteiros, então:
ponto C é a representação geométrica do núme- a+b=b+a
ro +3
ponto B' é a representação geométrica do núme- Exemplo: (+4) + (-6) = (-6) + (+4)
ro -2 -2 = -2
ADIÇÃO DE TRÊS OU MAIS NÚMEROS INTEIROS Na prática, efetuamos diretamente a subtração, eli-
A soma de três ou mais números inteiros é efetuada minando os parênteses
adicionando-se todos os números positivos e todos os - (+4 ) = -4
negativos e, em seguida, efetuando-se a soma do nú- - ( -4 ) = +4
mero negativo.
Observação:
Exemplos: 1) (+6) + (+3) + (-6) + (-5) + (+8) = Permitindo a eliminação dos parênteses, os sinais
(+17) + (-11) = +6 podem ser resumidos do seguinte modo:
(+)=+ +(-)=-
Conclusão: na multiplicação de números inteiros, Qualquer que seja o número inteiro a, temos:
temos: ( + ) . ( - ) = - (-).(+)=- a . (+1 ) = a e (+1 ) . a = a
Exemplos :
(+5) . (-10) = -50 O número inteiro +1 chama-se neutro para a multi-
(+1) . (-8) = -8 plicação.
(-2 ) . (+6 ) = -12
(-7) . (+1) = -7 4ª) COMUTATIVA
Observemos que: (+2). (-4 ) = - 8
3º CASO: OS DOIS FATORES SÃO NÚMEROS IN- e (-4 ) . (+2 ) = - 8
TEIROS NEGATIVOS Portanto: (+2 ) . (-4 ) = (-4 ) . (+2 )
Exemplo: (-3) . (-6) = -(+3) . (-6) = -(-18) = +18
isto é: (-3) . (-6) = +18 Se a e b são números inteiros quaisquer, então: a .
b = b . a, isto é, a ordem dos fatores não altera o pro-
Conclusão: na multiplicação de números inteiros, duto.
temos: ( - ) . ( - ) = +
Exemplos: (-4) . (-2) = +8 (-5) . (-4) = +20 5ª) DISTRIBUTIVA EM RELAÇÃO À ADIÇÃO E À
SUBTRAÇÃO
As regras dos sinais anteriormente vistas podem ser Observe os exemplos:
resumidas na seguinte: (+3 ) . [( -5 ) + (+2 )] = (+3 ) . ( -5 ) + (+3 ) . (+2 )
(+).(+)=+ (+).(-)=- (+4 ) . [( -2 ) - (+8 )] = (+4 ) . ( -2 ) - (+4 ) . (+8 )
(- ).( -)=+ (-).(+)=-
Conclusão:
Quando um dos fatores é o 0 (zero), o produto é i- Se a, b, c representam números inteiros quaisquer,
gual a 0: (+5) . 0 = 0 temos:
a) a . [b + c] = a . b + a . c
PRODUTO DE TRÊS OU MAIS NÚMEROS IN- A igualdade acima é conhecida como proprieda-
TEIROS de distributiva da multiplicação em relação à adi-
Exemplos: 1) (+5 ) . ( -4 ) . (-2 ) . (+3 ) = ção.
(-20) . (-2 ) . (+3 ) = b) a . [b – c] = a . b - a . c
(+40) . (+3 ) = +120 A igualdade acima é conhecida como proprieda-
2) (-2 ) . ( -1 ) . (+3 ) . (-2 ) = de distributiva da multiplicação em relação à sub-
Matemática 14 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
tração. Observacões :
1 1
(+2 ) significa +2, isto é, (+2 ) = +2
1 1
DIVISÃO DE NÚMEROS INTEIROS ( -3 ) significa -3, isto é, ( -3 ) = -3
CONCEITO CÁLCULOS
Dividir (+16) por 2 é achar um número que, multipli-
cado por 2, dê 16. O EXPOENTE É PAR
16 : 2 = ? ⇔ 2 . ( ? ) = 16 Calcular as potências
4
1) (+2 ) = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +16 isto é,
4
O número procurado é 8. Analogamente, temos: (+2) = +16
4
1) (+12) : (+3 ) = +4 porque (+4 ) . (+3 ) = +12 2) ( -2 ) = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = +16 isto é,
4
2) (+12) : ( -3 ) = - 4 porque (- 4 ) . ( -3 ) = +12 (-2 ) = +16
3) ( -12) : (+3 ) = - 4 porque (- 4 ) . (+3 ) = -12
4 4
4) ( -12) : ( -3 ) = +4 porque (+4 ) . ( -3 ) = -12 Observamos que: (+2) = +16 e (-2) = +16
A divisão de números inteiros só pode ser realizada Então, de modo geral, temos a regra:
quando o quociente é um número inteiro, ou seja,
quando o dividendo é múltiplo do divisor. Quando o expoente é par, a potência é sempre um
número positivo.
Portanto, o quociente deve ser um número inteiro.
6 2
Outros exemplos: (-1) = +1 (+3) = +9
Exemplos:
( -8 ) : (+2 ) = -4 O EXPOENTE É ÍMPAR
( -4 ) : (+3 ) = não é um número inteiro Calcular as potências:
3
1) (+2 ) = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +8
3
Lembramos que a regra dos sinais para a divisão é isto é, (+2) = + 8
3
a mesma que vimos para a multiplicação: 2) ( -2 ) = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = -8
3
(+):(+)=+ (+):( -)=- ou seja, (-2) = -8
(- ):( -)=+ ( -):(+)=-
3 3
Observamos que: (+2 ) = +8 e ( -2 ) = -8
Exemplos:
( +8 ) : ( -2 ) = -4 (-10) : ( -5 ) = +2 Daí, a regra:
(+1 ) : ( -1 ) = -1 (-12) : (+3 ) = -4 Quando o expoente é ímpar, a potência tem o
mesmo sinal da base.
PROPRIEDADE
3 4
Como vimos: (+4 ) : (+3 ) ∉ Z Outros exemplos: (- 3) = - 27 (+2) = +16
Um número é divisível por 3 quando a soma dos valo- Na prática, costuma-se traçar uma barra vertical à di-
res absolutos dos seus algarismos é um número divisível reita do número e, à direita dessa barra, escrever os divi-
por 3. Ex.: 123 é divisível por 3, pois 1+2+3 = 6 e 6 é divi- sores primos; abaixo do número escrevem-se os quocien-
sível por 3 tes obtidos. A decomposição em fatores primos estará
terminada quando o último quociente for igual a 1.
Um número é divisível por 5 quando o algarismo das
unidades é 0 ou 5 (ou quando termina em o ou 5). Ex.: O Exemplo:
número 320 é divisível por 5, pois termina em 0. 60 2
30 2
Um número é divisível por 10 quando o algarismo das 15 3
unidades é 0 (ou quando termina em 0). Ex.: O número 5 5
500 é divisível por 10, pois termina em 0. 1
Logo: 60 = 2 . 2 . 3 . 5
NÚMEROS PRIMOS
DIVISORES DE UM NÚMERO
Um número natural é primo quando é divisível apenas
por dois números distintos: ele próprio e o 1. Consideremos o número 12 e vamos determinar todos
os seus divisores Uma maneira de obter esse resultado é
Exemplos: escrever os números naturais de 1 a 12 e verificar se
• O número 2 é primo, pois é divisível apenas por dois cada um é ou não divisor de 12, assinalando os divisores.
números diferentes: ele próprio e o 1. 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7 - 8 - 9 - 10 - 11 - 12
• O número 5 é primo, pois é divisível apenas por dois = = = = = ==
números distintos: ele próprio e o 1. Indicando por D(12) (lê-se: "D de 12”) o conjunto dos
• O número natural que é divisível por mais de dois divisores do número 12, temos:
números diferentes é chamado composto. D (12) = { 1, 2, 3, 4, 6, 12}
• O número 4 é composto, pois é divisível por 1, 2, 4.
• O número 1 não é primo nem composto, pois é divi- Na prática, a maneira mais usada é a seguinte:
sível apenas por um número (ele mesmo). 1º) Decompomos em fatores primos o número consi-
• O número 2 é o único número par primo. derado.
12 2
6 2
DECOMPOSIÇÃO EM FATORES PRIMOS
3 3
(FATORAÇÃO)
1
Um número composto pode ser escrito sob a forma de
um produto de fatores primos. 2º) Colocamos um traço vertical ao lado os fatores
primos e, à sua direita e acima, escrevemos o nume-
Por exemplo, o número 60 pode ser escrito na forma: ro 1 que é divisor de todos os números.
2
60 = 2 . 2 . 3 . 5 = 2 . 3 . 5 que é chamada de forma fato- 1
rada. 12 2
6 2
Para escrever um número na forma fatorada, devemos 3 3
decompor esse número em fatores primos, procedendo 1
do seguinte modo:
3º) Multiplicamos o fator primo 2 pelo divisor 1 e es-
Dividimos o número considerado pelo menor número crevemos o produto obtido na linha correspondente.
primo possível de modo que a divisão seja exata. x1
Dividimos o quociente obtido pelo menor número pri- 12 2 2
mo possível. 6 2
3 3
Dividimos, sucessivamente, cada novo quociente pelo 1
menor número primo possível, até que se obtenha o quo-
ciente 1. 4º) Multiplicamos, a seguir, cada fator primo pelos
divisores já obtidos, escrevendo os produtos nas
Exemplo: linhas correspondentes, sem repeti-los.
60 2 x1
12 2 2
0 30 2 6 2 4
3 3
0 15 3 1
5 0 5
x1
1 12 2 2
6 2 4
Os números obtidos à direita dos fatores primos são Exemplos: Calcular o M.M.C (12, 18)
os divisores do número considerado. Portanto:
D(12) = { 1, 2, 4, 3, 6, 12} Decompondo em fatores primos esses números, te-
mos:
Exemplos: 12 2 18 2
1) 6 2 9 3
1 3 3 3 3
18 2 2 1 1
9 3 3, 6 D(18) = {1, 2 , 3, 6, 9, 18}
2 2
3 3 9, 18 12 = 2 . 3 18 = 2 . 3
2 2
1 Resposta: M.M.C (12, 18) = 2 . 3 = 36
5ª)
m n
a = m⋅n a 6
3 = 12 3 CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS (Q)
EXPRESSÕES NUMÉRICAS COM NÚMEROS IN- Os números racionais são representados por um
TEIROS ENVOLVENDO AS QUATRO OPERAÇÕES a
numeral em forma de fração ou razão, , sendo a e b
Para calcular o valor de uma expressão numérica com b
números inteiros, procedemos por etapas. números naturais, com a condição de b ser diferente de
zero.
1ª ETAPA: 1. NÚMERO FRACIONARIO. A todo par ordenado
a) efetuamos o que está entre parênteses ( ) (a, b) de números naturais, sendo b ≠ 0, corresponde
b) eliminamos os parênteses
a
um número fracionário .O termo a chama-se nume-
2ª ETAPA: b
a) efetuamos o que está entre colchetes [ ] rador e o termo b denominador.
b) eliminamos os colchetes
2. TODO NÚMERO NATURAL pode ser represen-
3º ETAPA: tado por uma fração de denominador 1. Logo, é possí-
a) efetuamos o que está entre chaves { } vel reunir tanto os números naturais como os fracioná-
b) eliminamos as chaves rios num único conjunto, denominado conjunto dos
números racionais absolutos, ou simplesmente conjun-
Em cada etapa, as operações devem ser efetuadas na to dos números racionais Q.
seguinte ordem:
1ª) Potenciação e radiciação na ordem em que apa- Qual seria a definição de um número racional abso-
c) impróprias: as que indicam quantidades iguais ou 1º CASO: Frações com mesmo denominador. Ob-
maiores que 1. servemos as figuras seguintes:
5 8 9
, , ,⋅ ⋅ ⋅ etc.
5 1 5
d) aparentes: todas as que simbolizam um número
natural.
3 1 2 3
2)5 − − − 1 + =
2 3 3 4
9 2 5 3
= 5 − − − + =
6 6 3 4
7 20 9
= 5 − − + =
6 12 12
30 7 29
= − − =
6 6 12
23 29 1 2 3
= − = Dizemos que: = =
6 12 2 4 6
46 29
= − = - Para obter frações equivalentes, devemos multi-
12 12 plicar ou dividir o numerador por mesmo número dife-
17 rente de zero.
=
12 1 2 2 1 3 3
Ex: ⋅ = ou . =
2 2 4 2 3 6
NÚMEROS RACIONAIS
Para simplificar frações devemos dividir o numera-
dor e o denominador, por um mesmo número diferente
de zero.
1 3
Exemplo: e
3 4
Exercícios:
1) Achar três frações equivalentes às seguintes fra-
ções:
1 2
1) 2)
4 3
2 3 4 4 6 8
Respostas: 1) , , 2) , ,
Quando o numerador é maior que o denominador 8 12 16 6 9 12
temos uma fração imprópria.
COMPARAÇÃO DE FRAÇÕES
FRAÇÕES EQUIVALENTES
a) Frações de denominadores iguais.
Duas ou mais frações são equivalentes, quando re- Se duas frações tem denominadores iguais a maior
presentam a mesma quantidade. será aquela: que tiver maior numerador.
Exercícios. Efetuar:
2 4 2 3
3 1 4 1
1) 2) 3) −
4 2 3 2
9 1 119
Respostas: 1) 2) 3)
16 16 72
RADICIAÇÃO DE FRAÇÕES
1 4 10 + 0,453 + 2,832
Respostas: 1) 2) 3) 1
3 5 10,000
+ 0,453
2,832
NÚMEROS DECIMAIS _______
13,285
Toda fração com denominador 10, 100, 1000,...etc,
chama-se fração decimal. Exemplo 2:
3 4 7 47,3 - 9,35
Ex: , , , etc
10 100 100 47,30
9,35
Escrevendo estas frações na forma decimal temos: ______
3 37,95
= três décimos,
10
Exercícios. Efetuar as operações:
4 1) 0,357 + 4,321 + 31,45
= quatro centésimos
100 2) 114,37 - 93,4
7 3) 83,7 + 0,53 - 15, 3
= sete milésimos
1000
Respostas: 1) 36,128 2) 20,97 3) 68,93
Escrevendo estas frações na forma decimal temos:
MULTIPLICAÇÃO COM NÚMEROS DECIMAIS
3 4 7
=0,3 = 0,04 = 0,007
10 100 1000 Multiplicam-se dois números decimais como se fos-
sem inteiros e separam-se os resultados a partir da
Respostas: 1) 15,183 2) 629,9 Dividindo 785 por 500 obtém-se quociente 1 e resto
3) 23,4936 285
DIVISÃO DE NÚMEROS DECIMAIS Como 285 é menor que 500, acrescenta-se uma
vírgula ao quociente e zeros ao resto
Igualamos as casas decimais entre o dividendo e o ♦ 2 : 4 0,5
divisor e quando o dividendo for menor que o divisor
acrescentamos um zero antes da vírgula no quociente. Como 2 não é divisível por 4, coloca-se zero e vír-
gula no quociente e zero no dividendo
Ex.: ♦ 0,35 : 7 = 0,350 7,00 350 : 700 =
a) 3:4 0,05
3 |_4_
30 0,75 Como 35 não divisível por 700, coloca-se zero e vír-
20 gula no quociente e um zero no dividendo. Como 350
0 não é divisível por 700, acrescenta-se outro zero ao
b) 4,6:2 quociente e outro ao dividendo
4,6 |2,0 = 46 | 20
60 2,3 Divisão de um número decimal por 10, 100, 1000
0
Obs.: Para transformar qualquer fração em número
Para tornar um número decimal 10, 100, 1000, ....
decimal basta dividir o numerador pelo denominador.
vezes menor, desloca-se a vírgula para a esquerda,
Ex.: 2/5 = 2 |5 , então 2/5=0,4
respectivamente, uma, duas, três, ... casas decimais.
20 0,4
Exemplos:
Exercícios
25,6 : 10 = 2,56
1) Transformar as frações em números decimais.
04 : 10 = 0,4
1 4 1 315,2 : 100 = 3,152
1) 2) 3)
5 5 4 018 : 100 = 0,18
Respostas: 1) 0,2 2) 0,8 3) 0,25 0042,5 : 1.000 = 0,0425
0015 : 1.000 = 0,015
2) Efetuar as operações:
1) 1,6 : 0,4 2) 25,8 : 0,2 milhar centena dezena Unidade décimo centésimo milésimo
simples
3) 45,6 : 1,23 4) 178 : 4,5-3,4.1/2
5) 235,6 : 1,2 + 5 . 3/4 1 000 100 10 1 0,1 0,01 0,001
2) 12,75 Lê-se: "doze inteiros Usaremos o símbolo estrela (*) quando quisermos
e setenta e cinco indicar que o número zero foi excluído de um conjunto.
centésimos".
Exemplo: N* = { 1; 2; 3; 4; ... }; o zero foi excluído de
3) 8,309 Lê-se: "oito inteiros e N.
trezentos e nove
milésimos''. Usaremos o símbolo mais (+) quando quisermos
indicar que os números negativos foram excluídos de
Observações: um conjunto.
1) Quando a parte inteira é zero, apenas a parte de-
cimal é lida. Exemplo: Z+ = { 0; 1; 2; ... } ; os negativos foram
Exemplos: excluídos de Z.
a) 0,5 - Lê-se: "cinco Usaremos o símbolo menos (-) quando quisermos
décimos". indicar que os números positivos foram excluídos de
um conjunto.
b) 0,38 - Lê-se: "trinta e oito
centésimos".
Exemplo: Z − = { . .. ; - 2; - 1; 0 } ; os positivos foram
c) 0,421 - Lê-se: "quatrocentos excluídos de Z.
e vinte e um
milésimos". Algumas vezes combinamos o símbolo (*) com o
símbolo (+) ou com o símbolo (-).
2) Um número decimal não muda o seu valor se a-
crescentarmos ou suprimirmos zeros â direita do Exemplos
último algarismo.
Exemplo: 0,5 = 0,50 = 0,500 = 0,5000 " ....... a) Z *− = ( 1; 2; 3; ... ) ; o zero e os negativos foram
excluídos de Z.
3) Todo número natural pode ser escrito na forma b) Z *+ = { ... ; - 3; - 2; - 1 } ; o zero e os positivos
de número decimal, colocando-se a vírgula após
o último algarismo e zero (ou zeros) a sua direita. foram excluídos de Z.
Exemplos: 34 = 34,00... 176 = 176,00...
Exercícios resolvidos
1. Completar com ∈ ou ∉ :
CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS (R)
a) 5 Z g) 3 Q*
*
CORRESPONDÊNCIA ENTRE NÚMEROS E b) 5 Z− h) 4 Q
PONTOS DA RETA, ORDEM, VALOR ABSOLUTO *
c) 3,2 Z+
Há números que não admitem representação i) ( − 2)2 Q-
decimal finita nem representação decimal infinita e 1
periódico, como, por exemplo: d) Z j) 2 R
4
π = 3,14159265...
4 k) 4 R-
2 = 1,4142135... e) Z
1
3 = 1,7320508... f) 2 Q
5 = 2,2360679... Resolução
a) ∈ , pois 5 é positivo.
b) ∉ , pois 5 é positivo e os positivos foram
Estes números não são racionais: π ∈ Q, 2
*
excluídos de Z −
∈ Q, 3 ∈ Q, 5 ∈ Q; e, por isso mesmo, são
chamados de irracionais. c) ∉ 3,2 não é inteiro.
1
Podemos então definir os irracionais como sendo d) ∉ , poisnão é inteiro.
4
aqueles números que possuem uma representação
decimal infinita e não periódico.
4
e) ∈ , pois = 4 é inteiro.
1
Chamamos então de conjunto dos números reais, e f) ∉ , pois 2 não é racional.
indicamos com R, o seguinte conjunto:
g) ∉ , pois 3 não é racional
R= { x | x é racional ou x é irracional} h) ∈ , pois 4 = 2 é racional
Como vemos, o conjunto R é a união do conjunto i) ∉ , pois ( − 2)2 = 4 = 2 é positivo, e os
dos números racionais com o conjunto dos números
2. Completar com ⊂ ou ⊄ :
a) N Z* d) Q Z
* * Reta numérica
b) N Z+ e) Q + R+ Uma maneira prática de representar os números re-
c) N Q ais é através da reta real. Para construí-la, desenha-
mos uma reta e, sobre ela, escolhemos, a nosso gosto,
Resolução: um ponto origem que representará o número zero; a
seguir escolhemos, também a nosso gosto, porém à
a) ⊄ , pois 0 ∈ N e 0 ∉ Z * . direita da origem, um ponto para representar a unidade,
b) ⊂, pois N = Z + ou seja, o número um. Então, a distância entre os pon-
c) ⊂ , pois todo número natural é também tos mencionados será a unidade de medida e, com
racional. base nela, marcamos, ordenadamente, os números
d) ⊄ , pois há números racionais que não são positivos à direita da origem e os números negativos à
2 sua esquerda.
inteiros como por exemplo, .
3
e) ⊂ , pois todo racional positivo é também real
positivo.
2. Completar com ∈ ou ∉
a) 3 Q d) π Q 2) Se 5 é irracional, então:
b) 3,1 Q e) 3,141414... Q m
a) 5 escreve-se na forma , com n ≠0 e m, n ∈ N.
c) 3,14 Q n
b) 5 pode ser racional
3. Completar com ⊂ ou ⊄ :
m
*
a) Z + N* *
d) Z − R c) 5 jamais se escreve sob a forma , com n ≠0 e
n
b) Z − N e) Z − R+ m, n ∈ N.
c) R+ Q d) 2 5 é racional
A) Unidades de Comprimento
B) Unidades de ÁREA
Permitido de um polígono: o perímetro de um polígono
C) Áreas Planas
é a soma do comprimento de seus lados.
D) Unidades de Volume e de Capacidade
E) Volumes dos principais sólidos geométricos
F) Unidades de Massa
A) UNIDADES DE COMPRIMENTO
Medidas de comprimento:
Podemos medir a página deste livro utilizando um Perímetro de uma circunferência: Como a abertura do
lápis; nesse caso o lápis foi tomado como unidade de medida compasso não se modifica durante o traçado vê-se logo que
ou seja, ao utilizarmos o lápis para medirmos o comprimento os pontos da circunferência distam igualmente do ponto zero
do livro, estamos verificando quantas vezes o lápis (tomado (0).
como medida padrão) caberá nesta página.
1km = 1.000m 1 m = 10 dm
1hm = 100m e 1 m = 100 cm
1dam = 10m 1 m = 1000 mm
Regras Práticas:
Medidas Agrárias:
2
centiare (ca) — é o m
2 2
are (a) —é o dam (100 m )
2 2
hectare (ha) — é o hm (10000 m ).
Perímetro – á a soma dos quatro lados.
C) ÁREAS PLANAS
Área de polígono regular: a área do polígono regular é
Retângulo: a área do retângulo é dada pelo produto da
igual ao produto da medida do perímetro (p) pela medida do
medida de comprimento pela medida da largura, ou, medida
apotema (a) sobre 2.
da base pela medida da altura.
Perímetro: a + a + b + b
Como se vê:
3
1 km3 = 1 000 000 000 (1000x1000x1000)m
3 3
1 hm = 1000000 (100 x 100 x 100) m O volume do cubo é dado pelo produto das medidas
3 3
1dam = 1000 (10x10x10)m de suas três arestas que são iguais.
3 3 3
1m =1000 (= 10 x 10 x 10) dm V = a. a . a = a cubo
3 3
1m =1000 000 (=100 x 100 x 100) cm
3 3
1m = 1000000000 ( 1000x 1000x 1000) mm Volume do prisma reto: o volume do prisma reto é
dado pelo produto da área da base pela medida da altura.
Múltiplos Submúltiplos
hl ( 100 l) dl (0,1 l)
dal ( 10 l) litro l cl (0,01 l)
ml (0,001 l)
Como se vê:
Volume do cilindro: o volume do cilindro é dado pelo
1 hl = 100 l 1 l = 10 dl produto da área da base pela altura.
1 dal = 10 l 1 l = 100 cl
1 l = 1000 ml
4. 1 Diretamente proporcional x y
Duas pessoas, A e B, trabalharam na fabricação de
Teremos: =
1 1
um mesmo objeto, sendo que A o fez durante 6 horas e
B durante 5 horas. Como, agora, elas deverão dividir 3 5
com justiça os R$ 660,00 apurados com sua venda?
Na verdade, o que cada um tem a receber deve ser Resolvendo o sistema, temos:
diretamente proporcional ao tempo gasto na confecção x + y x x + y x
= ⇒ =
Dividir um número em partes diretamente 1 1 1 8 1
proporcionais a outros números dados é +
3 5 3 15 3
encontrar partes desse número que sejam
Mas, como x + y = 160, então
diretamente proporcionais aos números dados e
cuja soma reproduza o próprio número. 160 x 160 1
= ⇒ x = ⋅ ⇒
do objeto. 8 1 8 3
No nosso problema, temos de dividir 660 em partes
15 3 15
diretamente proporcionais a 6 e 5, que são as horas
que A e B trabalharam.
Vamos formalizar a divisão, chamando de x o que A 15 1
tem a receber, e de y o que B tem a receber.
⇒ x = 160 ⋅ ⋅ ⇒ x = 100
8 3
Teremos então:
X + Y = 660 Como x + y = 160, então y = 60. Concluindo, A
deve receber R$ 100,00 e B, R$ 60,00.
X Y
= 4.3 DIVISÃO PROPORCIONAL COMPOSTA
6 5 Vamos analisar a seguinte situação: Uma empreitei-
ra foi contratada para pavimentar uma rua. Ela dividiu o
Esse sistema pode ser resolvido, usando as
trabalho em duas turmas, prometendo pagá-las propor-
propriedades de proporção. Assim:
cionalmente. A tarefa foi realizada da seguinte maneira:
X + Y na primeira turma, 10 homens trabalharam durante 5
= Substituindo X + Y por 660,
dias; na segunda turma, 12 homens trabalharam duran-
6 + 5
660 X 6 ⋅ 660 te 4 dias. Estamos considerando que os homens ti-
vem = ⇒ X = = 360 nham a mesma capacidade de trabalho. A empreiteira
11 6 11 tinha R$ 29.400,00 para dividir com justiça entre as
Como X + Y = 660, então Y = 300 duas turmas de trabalho. Como fazê-lo?
Concluindo, A deve receber R$ 360,00 enquanto B,
R$ 300,00. Essa divisão não é de mesma natureza das anterio-
res. Trata-se aqui de uma divisão composta em partes
4.2 INVERSAMENTE PROPORCIONAL proporcionais, já que os números obtidos deverão ser
E se nosso problema não fosse efetuar divisão em proporcionais a dois números e também a dois outros.
partes diretamente proporcionais, mas sim inversamen-
te? Por exemplo: suponha que as duas pessoas, A e B, Na primeira turma, 10 homens trabalharam 5 dias,
trabalharam durante um mesmo período para fabricar e produzindo o mesmo resultado de 50 homens, traba-
vender por R$ 160,00 um certo artigo. Se A chegou lhando por um dia. Do mesmo modo, na segunda tur-
atrasado ao trabalho 3 dias e B, 5 dias, como efetuar ma, 12 homens trabalharam 4 dias, o que seria equiva-
com justiça a divisão? O problema agora é dividir R$ lente a 48 homens trabalhando um dia.
160,00 em partes inversamente proporcionais a 3 e a 5,
pois deve ser levado em consideração que aquele que Para a empreiteira, o problema passaria a ser,
se atrasa mais deve receber menos. portanto, de divisão diretamente proporcional a 50 (que
é 10 . 5), e 48 (que é 12 . 4).
Grandeza 1: Grandeza 2: Grandeza 3: Mesmo supondo que essas expressões não sejam
número de máquinas dias número de peças completamente desconhecidas para uma pessoa, é
importante fazermos um estudo organizado do assunto
porcentagem, uma vez que o seu conhecimento é fer-
10 20 2000 ramenta indispensável para a maioria dos problemas
relativos à Matemática Comercial.
x 6 1680
2. PORCENTAGEM
Natureza da proporção: para estabelecer o sentido O estudo da porcentagem é ainda um modo de
das setas é necessário fixar uma das grandezas e comparar números usando a proporção direta. Só que
relacioná-la com as outras. uma das razões da proporção é um fração de denomi-
nador 100. Vamos deixar isso mais claro: numa situa-
Supondo fixo o número de dias, responda à ques- ção em que você tiver de calcular 40% de R$ 300,00, o
tão: "Aumentando o número de máquinas, aumentará o seu trabalho será determinar um valor que represente,
número de peças fabricadas?" A resposta a essa ques- em 300, o mesmo que 40 em 100. Isso pode ser resu-
tão é afirmativa. Logo, as grandezas 1 e 3 são direta- mido na proporção:
mente proporcionais.
40 x
=
Agora, supondo fixo o número de peças, responda à 100 300
questão: "Aumentando o número de máquinas, aumen-
tará o número de dias necessários para o trabalho?" Então, o valor de x será de R$ 120,00.
Nesse caso, a resposta é negativa. Logo, as grandezas Sabendo que em cálculos de porcentagem será
1 e 2 são inversamente proporcionais. necessário utilizar sempre proporções diretas, fica
claro, então, que qualquer problema dessa natureza
Para se escrever corretamente a proporção, deve- poderá ser resolvido com regra de três simples.
mos fazer com que as setas fiquem no mesmo sentido,
invertendo os termos das colunas convenientes. Natu- 3. TAXA PORCENTUAL
ralmente, no nosso exemplo, fica mais fácil inverter a O uso de regra de três simples no cálculo de por-
coluna da grandeza 2. centagens é um recurso que torna fácil o entendimento
do assunto, mas não é o único caminho possível e nem
10 6 2000 sequer o mais prático.
Temos, portanto:
Para resolver uma equação (achar a raiz) seguire- Agora, substituindo x = 3 na equação II: x + y = 8, fica
mos os princípios gerais que podem ser aplicados numa 3 + y = 8, portanto y = 5
igualdade. Exemplo 3:
Ao transportar um termo de um membro de uma i- 5x + 2y = 18 -Ι
gualdade para outro, sua operação deverá ser invertida.
Exemplo: 2x + 3 = 8 + x 3x - y = 2 - ΙΙ
fica assim: 2x – x = 8 – 3 = 5 ⇒ x = 5
neste exemplo, devemos multiplicar a equação II por
Note que o x foi para o 1.º membro e o 3 foi para o 2 (para “desaparecer” a variável y).
2.º membro com as operações invertidas. 5x + 2y = 18 5 x + 2 y = 18
⇒
Dizemos que 5 é a solução ou a raiz da equação, di- 3x - y = 2 .(2) 6 x − 2 y = 4
zemos ainda que é o conjunto verdade (V).
soma-se membro a membro:
5x + 2y = 18
Exercícios
6x – 2y = 4
Resolva as equações :
22
1) 3x + 7 = 19 2) 4x +20=0 11x+ 0=22 ⇒ 11x = 22 ⇒ x = ⇒x=2
3) 7x – 26 = 3x – 6 11
Substituindo x = 2 na equação I:
Respostas: 1) x = 4 ou V = {4} 5x + 2y = 18
2) x = –5 ou V = {–5} 3) x = 5 ou V = {5} 5 . 2 + 2y = 18
10 + 2y = 18
EQUAÇÕES DO 1.º GRAU COM DUAS VARIÁVEIS 2y = 18 – 10
OU SISTEMA DE EQUAÇÕES LINEARES 2y = 8
8
y=
Resolução por adição. 2
Matemática 43 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
y =4 quadrado do 1.º menos duas vezes o 1.º pelo 2.º mais o
então V = {(2,4)} quadrado do 2.º.
Exemplo 1: Determine os números naturais de modo Exercícios. Efetuar os produtos da soma pela dife-
que 4 + 2x > 12. rença:
4 + 2x > 12 1) (a – 2) (a + 2) 2) (2a – 3) (2a + 3)
2 2
2x > 12 – 4 3) (a – 1) (a + 1)
2x > 8 ⇒ x > ⇒ x>4
8
Respostas: 3.º caso
2 2 2
1) a – 4 2) 4a – 9
4
Exemplo 2: Determine os números inteiros de modo 3) a – 1
que 4 + 2x ≤ 5x + 13
4+2x ≤ 5x + 13 FATORAÇÃO ALGÉBRICA
2x – 5x ≤ 13 – 4
–3x ≤ 9 . (–1) ⇒ 3x ≥ – 9, quando multiplicamos por 1.º Caso: Fator Comum
(-1), invertemos o sinal dê desigualdade ≤ para ≥, fica:
Exemplo 1:
−9
3x ≥ – 9, onde x ≥ ou x ≥ – 3 2a + 2b: fator comum é o coeficiente 2, fica:
3 2 .(a+b). Note que se fizermos a distributiva voltamos
no início (Fator comum e distributiva são “operações
Exercícios. Resolva: inversas”)
1) x – 3 ≥ 1 – x,
2) 2x + 1 ≤ 6 x –2 Exercícios. Fatorar:
3) 3 – x ≤ –1 + x 1) 5 a + 5 b 2) ab + ax 3) 4ac + 4ab
Respostas: 1) x ≥ 2 2) x ≥ 3/4 3) x ≥ 2
PRODUTOS NOTÁVEIS Respostas: 1.º caso
1) 5 .(a +b ) 2) a. (b + x)
1.º Caso: Quadrado da Soma 3) 4a. (c + b)
2 2 2
(a + b) = (a+b). (a+b)= a + ab + ab + b
Exemplo 2:
↓ ↓ 2
2 2 3a + 6a: Fator comum dos coeficientes (3, 6) é 3,
1.º 2.º ⇒ a + 2ab +b
porque MDC (3, 6) = 3.
Resumindo: “O quadrado da soma é igual ao qua- 2
O m.d.c. entre: “a e a é “a” (menor expoente), então
drado do primeiro mais duas vezes o 1.º pelo 2.º mais o 2
o fator comum da expressão 3a + 6a é 3a. Dividindo
quadrado do 2.º. 2
3a : 3a = a e 6 a : 3 a = 2, fica: 3a. (a + 2).
Exercícios. Resolver os produtos notáveis
2 2 2 2 Exercícios. Fatorar:
1)(a+2) 2) (3+2a) 3) (x +3a) 2 2 3 2
1) 4a + 2a 2) 3ax + 6a y 3) 4a + 2a
Respostas: 1.º caso
2 2 Respostas: 1.º caso 1) 2a .(2a + 1)
1) a + 4a + 4 2) 9 + 12a + 4a 2
4 2 2 2) 3a .(x + 2ay) 3) 2a (2a + 1)
3) x + 6x a + 9a
2.º Caso: Trinômio quadrado perfeito (É a “ope-
2.º Caso : Quadrado da diferença
2 2 2 ração inversa” dos produtos notáveis caso 1)
(a – b) = (a – b). (a – b) = a – ab – ab - b
↓ ↓ Exemplo 1
2 2
1.º 2.º ⇒ a – 2ab + b 2 2
a + 2ab + b ⇒ extrair as raízes quadradas do ex-
Resumindo: “O quadrado da diferença é igual ao
2 Resolvendo temos: 2 = 7x – 6x
Respostas: 2.º caso 1) (x + y)
2 2 2 = x ou x = 2 ou V = { 2 }
2) (3a + 1) 3) (4 + a)
Exercícios
Fazendo com trinômio (quadrado da diferença)
2 2 Resolver as equações fracionárias:
x – 2xy + y , extrair as raízes dos extremos
3 1 3
x2 = x e y 2 = y, o termo central é –2.x.y, então: 1) + = x≠0
x 2 2x
2 2 2
x – 2xy + y = (x – y) 1 5
2) + 1 = x≠0
x 2x
Exemplo 3:
2
16 – 8a + a , extrair as raízes dos extremos Respostas: Equações: 1) V = {–3} 2) V = { 3 }
2
16 = 4 e a2 = a, termo central –2.4.a = –8a,
2 2 RADICAIS
então: 16 – 8a + a = (4 – a)
Exemplo 2: Exemplos:
2
4 – a , extrair as raízes dos extremos 4 = 2, a2 1) 2, 3 2 , - 2 são semelhantes observe o n = 2
2
= a, fica: (4 – a ) = (2 – a). (2+ a) “raiz quadrada” pode omitir o índice, ou seja, 2 5 = 5
2) 53 7 , 3 7 , 23 7 são semelhantes
Exercícios. Fatorar:
2 2 2 2
1) x – y 2) 9 – b 3) 16x – 1
Operações: Adição e Subtração
Respostas: 3.º caso 1) (x + y) (x – y) Só podemos adicionar e subtrair radicais semelhan-
2) (3 + b) (3 – b) 3) (4x + 1) (4x – 1) tes.
Exemplos:
EQUAÇÕES FRACIONÁRIAS
1) 3 2 − 2 2 + 5 2 = (3 − 2 + 5 ) 2 = 6 2
São Equações cujas variáveis estão no denominador 2) 53 6 − 33 6 + 73 6 = (5 − 3 + 7 )3 6 = 93 6
4 1 3
Ex: = 2, + = 8, note que nos dois exem-
x x 2x Multiplicação e Divisão de Radicais
plos x ≠ 0, pois o denominador deverá ser sempre dife- Só podemos multiplicar radicais com mesmo índice e
rente de zero. usamos a propriedade: n a ⋅ n b = n ab
c)
2
9x – 81= 0 b2 − b2 + 4ac
2 x'⋅x "= ⇒
9x = 81 4a2
2 81 4ac c
x = x'⋅x "= ⇒ x '⋅x " =
9
2 4a2 a
x = 9
x= ± 9 c
x=±3 Daí o produto das raízes é igual a ou seja:
a
S = { ±3}
c
x '⋅ x " = ( Relação de produto)
Equação da forma: ax = 0 onde b = 0, c = 0 a
A equação incompleta ax = 0 admite uma única
solução x = 0. Exemplo: Sua Representação:
2
3x = 0 • Representamos a Soma por S
2 0 b
x = S=x'+x"= −
3 a
2
x =0 c
2
x = + 0 • Representamos o Produto pôr P P = x '⋅x " =
a
S={0} Exemplos:
Exercícios Respostas: 2
1) 9x – 72x +45 = 0 a = 9, b = –72, c = 45.
2
1) 4x – 16 = 0 1) V = { –2, + 2} b (-72) = 72 = 8
2
2) 5x – 125 = 0 2) V = { –5, +5} S=x'+x"= − =-
2
3) 3x + 75x = 0 3) V = { 0, –25} a 9 9
c 45
P = x '⋅ x " = = =5
a 9
2
2) 3x +21x – 24= 0 a = 3, b = 21,c = –24
b (21) = - 21 = −7
S=x'+x"= − =-
a 3 3
c + (- 24 ) − 24
P = x '⋅x " = = = = −8
a 3 3
a = 4,
2
3) 4x – 16 = 0 b = 0, (equação incompleta) REPRESENTAÇÃO
c = –16 Representando a soma x’ + x” = S
b 0 Representando o produto x’ . x” = P
2
S = x ' + x "= − = = 0 E TEMOS A EQUAÇÃO: x – Sx + P = 0
a 4
c + (- 16 ) − 16 Exemplos:
P = x '⋅ x " = = = = −4
a 4 4 a) raízes 3 e – 4
a = a+1 S = x’+ x” = 3 + (-4) =3 – 4 = –1
2
4) ( a+1) x – ( a + 1) x + 2a+ 2 = 0 b = – (a+ 1) P = x’ .x” = 3 . (–4) = –12
c = 2a+2 x – Sx + P = 0
2
b [- (a + 1)] a + 1 x + x – 12 = 0
S=x'+x"= − =- = =1
a a +1 a +1
b) 0,2 e 0,3
c 2a + 2 2(a + 1)
P = x'⋅x " = = = =2 S = x’+ x” =0,2 + 0,3 = 0,5
a a +1 a +1 P = x . x =0,2 . 0,3 = 0,06
2
x – Sx + P = 0
2
Se a = 1 essas relações podem ser escritas: x – 0,5x + 0,06 = 0
b
x'+ x"= − x ' + x " = −b
1 5 3
c) e
c 2 4
x'⋅x "= x '⋅ x "=c
1 5 3 10 + 3 13
S = x’+ x” = + = =
2 4 4 4
Exemplo: 5 3 15
2 P=x.x= . =
x –7x+2 = 0 a = 1, b =–7, c = 2
2 4 8
b (- 7) 2
S=x'+x"= − =- =7 x – Sx + P = 0
a 1 2 13 15
c 2 x – x+ =0
P = x'⋅x " = = = 2 4 8
a 1
EXERCÍCIOS d) 4 e – 4
Calcule a Soma e Produto S = x’ +x” = 4 + (–4) = 4 – 4 = 0
2
1) 2x – 12x + 6 = 0 P = x’ . x” = 4 . (–4) = –16
2 2
2) x – (a + b)x + ab = 0 x – Sx + P = 0
2 2
3) ax + 3ax–- 1 = 0 x –16 = 0
2
4) x + 3x – 2 = 0
Exercícios
Respostas: Componha a equação do 2.º grau cujas raízes são:
1) S = 6 e P = 3 −4
2) S = (a + b) e P = ab 1) 3 e 2 2) 6 e –5 3) 2 e
5
−1
3) S = –3 e P = 4) 3 + 5e3– 5 5) 6 e 0
a
4) S = –3 e P = –2
Respostas:
2 2
APLICAÇÕES DAS RELAÇÕES 1) x – 5x+6= 0 2) x – x – 30 = 0
Se considerarmos a = 1, a expressão procurada é x
2
2 −6 x 8
3)x – – =0
+ bx + c: pelas relações entre coeficientes e raízes 5 5
2 2
temos: 4) x – 6x + 4 = 0 5) x – 6x = 0
x’ + x”= –b b = – ( x’ + x”)
x’ . x” = c c = x’ . x” RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
2
Daí temos: x + bx + c = 0 Um problema de 2.º grau pode ser resolvido por meio
de uma equação ou de um sistema de equações do 2.º
grau.
Exemplo:
Qual é o número cuja soma de seu quadrado com
seu dobro é igual a 15?
número procurado : x
2
equação: x + 2x = 15 Pela primeira equação, que vamos chamar de I:
Resolução:
2
x + 2x –15 = 0
2 2
∆ =b – 4ac ∆ = (2) – 4 .1.(–15) ∆ = 4 + 60
∆ = 64
− 2 ± 64 −2 ± 8
x= x= Substituindo na segunda:
2 ⋅1 2
−2 + 8 6
x'= = =3
2 2
−2 − 8 −10
x"= = = −5
2 2
Verificação:
2 2
x + 2x –15 = 0 x + 2x –15 = 0
2 2
(3) + 2 (3) – 15 = 0 (–5) + 2 (–5) – 15 = 0
9 + 6 – 15 = 0 25 – 10 – 15 = 0
0=0 0=0
(V) (V) Usando a fórmula:
S = { 3 , –5 }
Respostas:
1) 4 e – 8 2) – 5 e 2
3) −10 3 e 3 4) 0 e 3
Logo:
Outro exemplo
Encontre dois números cuja diferença seja 5 e a soma
dos quadrados seja 13. Substituindo em II:
Substituindo em II:
Aplicando na segunda:
Os números são 3 e - 2 ou 2 e - 3.
Exemplo 1
x² + y² = 20
(6 – y)² + y² = 20
(6)² – 2 * 6 * y + (y)² + y² = 20
36 – 12y + y² + y² – 20 = 0
16 – 12y + 2y² = 0
2y² – 12y + 16 = 0 (dividir todos os membros da equaç-
ão por 2)
a = 1, b = –6 e c = 8
1.POSTULADOS
a) A reta é ilimitada; não tem origem nem
extremidades.
Isolando x ou y na 2ª equação: b) Na reta existem infinitos pontos.
x – y = –3 c) Dois pontos distintos determinam uma única reta
x=y–3 (AB).
y² – 2y – 3 = 0
3. SEGMENTO
Sejam A e B dois pontos distintos sobre a reta AB .
Ficam determinadas as semi-retas: AB e BA . 8. ÂNGULO RETO
Considerando ângulos suplementares e con-
gruentes entre si, diremos que se trata de ângulos
AB ∩ BA = AB retos.
9. MEDIDAS
1 reto ↔ 90° (noventa graus)
4. ÂNGULO 1 raso ↔ 2 retos ↔ 180°
A união de duas semi-retas de mesma origem é um
ângulo.
1° ↔ 60' (um grau - sessenta minutos)
1' ↔ 60" (um minuto - sessenta segundos)
5. ANGULO RASO
É formado por semi-retas opostas.
6. ANGULOS SUPLEMENTARES
São ângulos que determinam por soma um ângulo
raso.
11. REPRESENTAÇÃO
7. CONGRUÊNCIA DE ÂNGULOS x é o ângulo; (90° – x) seu complemento e
O conceito de congruência é primitivo. Não há (180° – x) seu suplemento.
definição. lntuitivamente, quando imaginamos dois
ângulos coincidindo ponto a ponto, dizemos que 12. BISSETRIZ
possuem a mesma medida ou são congruentes (sinal É a semi-reta que tem origem no vértice do ângulo e
de congruência: ≅ ). o divide em dois ângulos congruentes.
) )
a ≅ m
) )
b ≅n
) ) ângulos correspondentes congruentes
c ≅ p
) )
d ≅ q Resolução:
De acordo com a figura seguinte, teremos pelo
enunciado:
Consequências:
a) ângulos alternos congruentes:
) ) ) ) â + â = 320° ⇔ 2â = 320° ⇔ â = 160°
d ≅ n = 180 0 (alternos a ≅ p (alternos
) ) ) ) Sendo b a medida dos ângulos agudos, vem:
c ≅ m = 180 0 internos) b ≅ q externos) ) ) ) )
a + b = 180° ou 160° + b = 180° ⇒ b = 20°
b) ângulos colaterais suplementares: Resp.: Os ângulos obtusos medem 160° e os
) ) agudos 20°.
a + q = 180 o
) ) (colaterais externos) 5) Na figura, determine x.
b + p = 180 o
) )
d + m = 180 o
) ) (colaterais internos)
c + n = 180 o
∆ ABC = AB ∪ BC ∪ CA
AB; BC; CA são os lados
) ) )
A; B; C são ângulos internos
) ) )
A ex ; B ex ; C ex são angulos externos
) ) )
A + B + C = 180°
Analogamente:
) ) )
B ex = A + C ) )
) ) ) A ≅ A' AB ≅ A' B'
C ex = B + A ) )
B ≅ B' e BC ≅ B' C'
) )
Soma dos ângulos externos: C ≅ C' AC ≅ A' C'
) ) )
A ex + B ex + Cex = 360° ⇔ ∆ABC ≅ ∆A' B' C'
16.4 - Critérios de congruência
16.2 – Classificação
LAL: Dois triângulos serão congruentes se pos-
suírem dois lados e o ângulo entre eles
congruentes.
LLL: Dois triângulos serão congruentes se pos-
suírem os três lados respectivamente con-
gruentes.
ALA : Dois triângulos serão congruentes se pos-
suírem dois ângulos e o lado entre eles
congruentes.
LAAO : Dois triângulos serão congruentes se pos-
suírem dois ângulos e o lado oposto a um
deles congruentes.
Resolução:
G é o baricentro
Propriedade: AG = 2GM
BG = 2GN
CG = 2GP
Portanto: c = 4
Resolução:
c) INCENTRO é o encontro das bissetrizes in-
ternas do triângulo. (É centro da circunferência
inscrita.)
d) CIRCUNCENTRO é o encontro das mediatrizes
dos lados do triângulo, lÉ centro da
circunferência circunscrita.)
16.6 – Desigualdades
Teorema: Em todo triângulo ao maior lado se opõe
o maior ângulo e vice-Versa.
Em qualquer triângulo cada lado é menor do que a x + 47° 32' + 47° 32' = 180° ⇔
soma dos outros dois. x + 94° 64' = 180° ⇔
x + 95° 04' = 180° ⇔
16.7 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS x = 180° – 95° 04' ⇔
1) Sendo 8cm e 6cm as medidas de dois lados de
x = 84° 56'
um triângulo, determine o maior número inteiro
rascunho:
possível para ser medida do terceiro lado em
179° 60'
cm.
– 95° 04'
84° 56'
Resolução:
Resp. : O ângulo do vértice é 84° 56'.
x < 6 + 8 ⇒ x < 14
6 < x + 8 ⇒ x > –2 ⇒ 2 < x < 14
8 < x + 6 ⇒ x > 2
b)
Assim, o maior numero inteiro possível para medir o
17.4 – Quadriláteros
a) Trapézio:
"Dois lados paralelos".
AB // DC
Resolução:
a) 80° + x = 120° ⇒ x = 40°
b) x + 150° + 130° = 360° ⇒ x = 80°
5) Determine x no triângulo:
Resolução: b) Paralelogramo:
“Lados opostos paralelos dois a dois”.
AB // DC e AD // BC
) )
∆ABC isósceles, vem: B ≅ C e portanto:
Sendo
) ) ) ) )
B ≅ C = 50° , pois A + B + C = 180° .
Propriedades:
Assim, x = 80° + 50° ⇒ x = 130° 1) Lados opostos congruentes.
2) Ângulos apostos congruentes.
3) Diagonais se encontram no ponto médio
17. POLIGONOS
O triângulo é um polígono com o menor número de
c) Retângulo:
lados possível (n = 3),
"Paralelogramo com um ângulo reto".
De um modo geral dizemos; polígono de n lados.
Propriedades:
1) Todas as do paralelogramo.
2) Diagonais congruentes.
d =
n ( n - 3) d) Losango:
2 "Paralelogramo com os quatro lados congruentes".
( n = número de lados )
Exemplo: calcule x
Na figura:
AB EF MN
= = = ...
CD GH PQ
AC EG MP
= = = ...
BC FG NP A é vértice do ângulo reto (Â = 90° )
) )
etc... B + C = 90°
2. SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS
m = projeção do cateto c sobre a hipotenusa a
Dada a correspondência entre dois triângulos,
dizemos que são semelhantes quando os ângulos n = projeção do cateto b sobre a hipotenusa a
correspondentes forem congruentes e os lados H é o pé da altura AH = h.
correspondentes proporcionais. 4.1 – Relações
AB HB
3. CRITÉRIOS DE SEMELHANÇA
∆AHB ~ ∆CAB ⇔ ⇔ ⇔
a) CB AB
a) (AAL) Dois triângulos possuindo dois ângulos
correspondentes congruentes são ⇔ AB 2 = CB ⋅ HB
semelhantes. ou (I)
2
b) (LAL) Dois triângulos, possuindo dois c =a.m
lados proporcionais e os ângulos entre
AC HC
∆AHC ~ ∆BAC ⇔ = ⇔
eles formados congruentes, são seme- BC AC
lhantes.
⇔ AC 2 = BC ⋅ HC
c) (LLL) Dois triângulos, possuindo os
três lados proporcionais, são 2
ou b =a.n (II)
semelhantes.
Consequências:
Resolução:
a) Teorema de Pitágoras:
BC 2 = AB2 + AC2 ⇒ BC2 = 52 + 2 2 ⇒
AB = lado do quadrado ( l 4)
OM = apótema do quadrado (a4)
⇒ BC = 29 ≅ 5,38 e MB =
29
OA = OB = R = raio do círculo
2
Relações:
AB BC AB 2 = R 2 + R 2 ⇒
b) ∆ABC ~ ∆MBI ⇔ = ou •
MB BI AB
• OM = ⇒ l4
2 a4 =
5 29 29 2
= ⇔ BI = = 2,9
BI • Área do quadrado:
29 10 S 4 = l 24
AI = 2,1
2
b) Triângulo equilátero:
Logo, sendo AI = AB - BI, teremos:
AI = 5 - 2,9 ⇒
5. RELAÇÕES MÉTRICAS NO CÍRCULO
AC = l 3 (lado do triângulo)
OA = R (raio do círculo)
OH = a (apótema do triângulo)
Relações:
•
2
AC = AH + HC
2 2
⇒ l3 3
h=
2
Nas figuras valem as seguintes relações:
(altura em função do lado)
δ 2 =PA . PB=PM . PN
l3 = R 3
l 23 3
• Área: S=
4 l 2 = 4 2 + 32 ⇒ l = 5m
(área do triângulo equilátero em função do lado)
O perímetro é: P = 4 X 5 m = 20 m
c) Hexágono regular:
3) Calcule x na figura:
AB = l 6 (lado do hexágono)
OA = OB = R (raio do círculo)
OM = a (apótema)
Resolução:
Relações: PA . PB = PM . PN ⇒ 2. ( 2 + x ) = 4 X 10
• ∆ OAB é equilátero ⇒ ⇔
4 + 2 x = 40 ⇔ 2 x = 36 ⇔
• OM é altura ∆ OAB ⇒ R 3 ⇔ x=18
a=
• Área: 2
4) Calcule a altura de um triângulo equilátero cuja
2
3R área é 9 3 m :
S = 6 ⋅ S ∆ABC ⇒
2
3
S= Resolução:
2
l2 3 l2 3
S= ⇒9 3= ∴ l = 6m
7. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 4 4
1) Num triângulo retângulo os catetos medem 9 cm
e 12 cm. Calcule as suas projeções sobre a l 3
⇒h=
6 3
h= ∴ h=3 3 m
hipotenusa. 2 2
Resolução:
A l = 2πR ⋅ 2R = 4πR 2
A T = 2 ⋅ πR 2 + 4πR 2 = 6πR 2
V = πR 2 ⋅ 2R = 2πR 3
TEOREMA DE PITÁGORAS
Relembrando: Triângulo retângulo é todo triângulo
que possui um ângulo interno reto. ( = 90º)
2
a) Pitágoras: a = b + c
2 2
⇒
⇒ a2 =122 + 92 ⇒ a = 15 cm
2
b) C = a . m ⇒ 92 = 15 . m ⇒ m = 5,4
cm
2
c) b = a . n ⇒ 122 = 15 . n ⇒ n = 9,6
cm
Exemplo:
Razões trigonométricas
Num triângulo retângulo, chama-se seno de um ân-
gulo agudo o número que expressa a razão entre a
medida do cateto oposto a esse ângulo e a medida da
Exercícios: hipotenusa.
1) Num triângulo retângulo os catetos medem 8 cm
e 6 cm; a hipotenusa mede:
a) 5 cm
b) 14 cm
c) 100 cm
d) 10 cm
Nos estudos que faremos nesta unidade, se faz ne- A tangente de um ângulo a indica-se por tg α
cessário diferenciar os dois catetos do triângulo. Usa-
⇒ tg C = .
cateto oposto a C c
mos para isso a figura que acabamos de ver. tg C =
cateto adjacente a C b
8 3 x 2
⇒ ⇒x=
8 3 2
= .
2 2 2 2
8 6
⇒ `x = ⇒ x=4 6
2
Substituindo 2 em 1, temos:
2 2 2
b = a + c + 2 . a .( –c . cos B )
2 2 2
b = a + c – 2 a c . cos B
Exercícios Respostas
Resolva os seguintes problemas: 1) b = 2 2 cm, c = 6 + 2 cm
º º
º 2) Â = 30 ; Ĉ = 45
1) Num triângulo ABC, calcule b e c, sendo  = 30 ,
º
B̂ = 45 e a = 2cm 3) ( 2 3 + 6 – 2 ) cm
4) x = 100 2 cm
2) Num triângulo ABC, calcule  e Ĉ , sendo B̂ = º º
5) Ĉ = 45 ; Â = 120
º 2 6− 2 6) a = 7 cm
105 , b = cm e c = cm.
2 2
7) d1 = 26 ; d2 = 50
2
3) Calcule o perímetro do triângulo abaixo: 8) 2,5 cm
9) 108 cm
RETÂNGULO
A=b.h
4) Calcule x na figura:
A = área b = base h = altura
Perímetro: 2b + 2h
Exemplo 1
TRIÂNGULO
h = 2 cm
2 +b+2+b = 12
2b+4 = 12
2b = 12 - 4
2b =8
b = 8 ÷ 2=4 Área do triângulo:
b =4cm b ⋅ h
A=4 .2 A =
2 2
A = 8 cm
Exemplo 4:
QUADRADO A altura de um triângulo é 8 cm e a sua base é a
metade da altura. Calcular sua área.
PERÍMETRO: L + L + L + L = 4L b ⋅ h
Área do quadrado: Solução: A =
2
h = 8cm
A = l ⋅ l = l2 h 8
b = = = 4 cm
2 2
8⋅4
A=
2
2
A = 16 m
TRAPÉZIO
A =
( 6 + 4) ⋅ 3
Perímetro: 2b + 2h 2
2
A = 15 cm
Exemplo 3
A altura de um paralelogramo é 4 cm e é a
metade de sua base. Qual é suá área ?
Solução: A = b .h
Cálculos:
A b = área do polígono da base.
D= diagonal maior A l = soma das áreas laterais.
d = diagonal menor
Perímetro = é a soma dos quatro lados. A T = A l + 2A b
Área do losango: (área total).
D ⋅ d V = Ab . h
A = (volume)
2
1.1 – Cubo
Exemplo 6:
Calcular a área do losango de diagonais 6 cm O cubo é um prisma onde todas as faces são
e 5 cm. quadradas.
D ⋅ d AT = 6 . a
2
(área total)
Solução: A =
2
6 ⋅ 5 3
A = V=a (volume)
2
2
A = 15 cm a = aresta
CIRCULO
Área do círculo:
A = π R2
A = área do círculo
R = raio
π = 3,14
Para o cálculo das diagonais teremos:
Exemplo 7
O raio de uma circunferência é 3 cm. Calcular a sua (diagonal de uma face)
área. d=a 2
A = π R2
2 (diagonal do cubo)
A = 3,14 . 3 D=a 3
A = 3,14 . 9
2
A = 28,26 cm 1.2 - Paralelepípedo reto retângulo
Geometria no Espaço
1. PRISMAS
V = abc
(volume)
(diagonal)
D = a2 + b2 + c 2
2. PIRÂMIDES
São sólidos com uma base plana e um vértice fora
do plano dessa base.
A b = πR 2 ( área da base)
A T = 2 A b + (Aárea
l
total )
(área total)
AT = Al + Ab
(volume)
V = Ab ⋅h ( volume )
1
V = Ab ⋅ h
3
3.1 - Cilindro equilátero
2.1 - Tetraedro regular
Quando a secção meridiana do cilindro for
É a pirâmide onde todas as faces são triângulos quadrada, este será equilátero.
equiláteros.
Logo:
A l = 2πR ⋅ 2R = 4πR 2
Tetraedro de aresta a : A T = 2 ⋅ πR 2 + 4πR 2 = 6πR 2
a 6 V = πR 2 ⋅ 2R = 2πR 3
h= ( altura )
3
4. CONE CIRCULAR RETO
Volume:
4
πR 3
3
2 2 2
g =h +R
A l = πRg (área lateral)
A b = πR 2 (área da base)
AT = Al + Ab (área total)
1
v= ⋅ Ab ⋅ h (volume)
3
EXERCICIOS PROPOSTOS 1
3) O suplemento de 36°12'28" é:
a) 140º 27’12” b) 143°47'32"
c) 143°57'42" d) 134°03'03"
e) n.d.a.
IV. por qualquer erro de cálculo, redução ou omissão contra a Fazenda _______________________________________________________
Pública. _______________________________________________________
_______________________________________________________
Fatores do Ambiente - geografia, clima, instabilidade familiar, baixo in- Segundo Rabelo, 2010 (o.c.) o Brasil não participou da 1ª Conferência
gresso, moradia, facilidades inadequadas de recreação, facilidades diag- Internacional para Promoção em Saúde mas posteriormente aderiu ao
nósticas; proposto pela Carta de Ottawa e participou das seguintes e como confirma-
do por diversos autores, a partir da década de 1980 ocorreu uma intensa
Fatores do Hóspede - idade, sexo, raça, desenvolvimento da persona- movimentação social em torno das políticas públicas, principalmente a de
lidade, ética e educação sexual, promiscuidade, profilaxia.(Leavell & Clarck, saúde, culminando com a criação do SUS - Sistema Único de Saú-
1965) de aperfeiçoando-se progressivamente na direção da construção efetiva de
uma estrutura governamental capaz de dar conta dessa proposição.
O modelo teórico de explicação/intervenção denominado promoção da
saúde substitui (redefinindo) aquele modelo triádico agente-hospedeiro- Atualmente segundo Portaria nº 687 MS/GM (2006) as ações específi-
ambiente (tido como ecológico) por um esquema quadripolar constituído cas a serem realizadas nas três esferas de governo (federal, estadual,
por: biologia humana, ambiente, estilo de vida e sistema de serviços de municipal) são:
saúde. 2 mais eficaz sobretudo para "dar conta" da elevação das doenças
crônico - degenerativas ou não - transmissíveis que caracterizam o mundo Divulgar, sensibilizar e mobilizar para promoção da saúde;
moderno. Alimentação saudável;
O principal documento, pós "Declaração de Alma-Ata" (1978), com es- Prática corporal e atividade física;
sas recomendações surgiu na Primeira Conferência Internacional Sobre
Promoção da Saúde realizada em novembro de 1986 Prevenção e controle do tabagismo;
em Ottawa, Canadá.3 onde a promoção da saúde foi definida como: o Redução da morbi-mortalidade em decorrência do uso abusivo do ál-
processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua cool e de outras drogas;
qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle
deste processo. Para atingir um estado de completo bem-estar físico, Redução da morbi-mortalidade por acidentes de trânsito;
mental e social os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações,
Prevenção da violência e estímulo à cultura da paz;
satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente. A
saúde deve ser vista como um recurso para a vida, e não como objetivo de Promoção do desenvolvimento sustentável
Este princípio pode ser auferido a partir da definição do artigo 196, que Não obstante, observa-se que o Constituinte Originário de 1988 não
considerou a saúde como um “direito de todos e dever do Estado”. Dessa buscou apenas implantar o sistema público de saúde universal e gratuito no
forma, o direito à saúde se coloca como um direito fundamental de todo e país, em contraposição ao que existia no período militar, que favorecia
qualquer cidadão, sendo considerado até mesmo cláusula pétrea ou seja, apenas os trabalhadores com carteira assinada. Foi além e estabeleceu
não pode ser retirada da Constituição em nenhuma hipótese, por constituir também princípios que iriam nortear a interpretação que o mundo jurídico e
um direito e garantia individual, conforme a Seção Do Processo as esferas de governo fariam sobre o citado sistema. E a partir da leitura
Legislativo, artigo 60, parágrafo 4, inciso IV. desses princípios, nota-se a preocupação do Constituinte em reforçar a
defesa do cidadão frente ao Estado, garantindo meios não só para a
Por outro lado, o Estado tem o dever de garantir os devidos meios existência do sistema, mas também para que o indivíduo tenha voz para
necessários para que os cidadãos possam exercer plenamente esse direito, lutar por sua melhoria e maior efetividade.
sob pena de o estar restringindo e não cumprindo a sua função.
Referências
Integralidade Ir para cima↑ "20 anos do SUS". Site Oficial do Conselho Nacional de
A integralidade, conforme o artigo 198, no seu inciso II, confere ao Saúde. Consultado em 24 de novembro de 2012.
Estado o dever do “atendimento integral, com prioridade para as atividades ↑ Ir para:a b Casa Civil da Presidência da República. Lei nº 8.080, de
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais” em relação ao acesso 19 de setembro de 1990.
que todo e qualquer cidadão tem direito. Por isso, o Estado deve Ir para cima↑ ASENSI, F. D. Indo além da judicialização: O
estabelecer um conjunto de ações que vão desde a prevenção à Ministério Público e a saúde no Brasil. Rio de Janeiro : Escola de Direito
assistência curativa, nos mais diversos níveis de complexidade, como do Rio de Janeiro da Fundação Getúlio Vargas, Centro de Justiça e
forma de efetivar e garantir o postulado da saúde. Percebe-se, porém, que Sociedade, 2010, p. 35.
o texto constitucional dá ênfase às atividades preventivas, que, ↑ Ir para:a b c d CORDEIRO, H. Sistema Único de Saúde. Rio de
naturalmente, ao serem realizadas com eficiência, reduzem os gastos com Janeiro: Ayuri Editorial, 1991. pp. 37, 38, 63, 65.
as atividades assistenciais posteriores. Ir para cima↑ PIRES, W. Prefácio. In: CORDEIRO, H. Sistema Único
de Saúde. Rio de Janeiro: Ayuri Editorial, 1991. pp. 13-14.
Equidade Ir para cima↑ Câmara dos Deputados. Decreto nº 99.060, de 7 de
Março de 1990.
O princípio da equidade está relacionado com o mandamento
↑ Ir para:a b Casa Civil da Presidência da República. Lei nº 8.142, de
constitucional de que “saúde é direito de todos”, previsto no já mencionado
28 de dezembro de 1990.
artigo 196 da Constituição. Busca-se aqui preservar o postulado
Ir para cima↑ Casa Civil da Presidência da República. Lei nº 8.689, de
da isonomia, visto que a própria Constituição, em Dos Direitos e Deveres
27 de julho de 1993.
Individuais e Coletivos,artigo 5º, institui que “todos são iguais perante a
Ir para cima↑ Repasses financeiros. SUS. Página visitada em 10 de
lei, sem distinção de qualquer natureza”.
novembro de 2013.
Logo, todos os cidadãos, de maneira igual, devem ter seus direitos à Ir para cima↑ Indicadores de saúde. Portal da Saúde_MS (2013).
saúde garantidos pelo Estado. Entretanto, as desigualdades regionais e Notas
sociais podem levar a inocorrência dessa isonomia, afinal uma área mais Ir para cima↑ Conforme o relatório Demografia Médica no Brasil -Vol.2,
carente pode demandar mais gastos em relação às outras. Por isso, o pág.51 - Conselho Federal de Medicina - fevereiro de 2013
Estado deve tratar "desigualmente os desiguais", concentrando seus Legislação
Legislação fundamental
Projeto de Prevenção e Promoção da Saúde de Crianças e Adolescen- Instrumentos de avaliação de indicadores de saúde adulto e idoso;
tes
- Trabalho com educadores, com grupos de orientação quanto à sexualida- Algumas situações, como a falta de profissionais habilitados, impedem
de, prevenção de DST/AIDS, gravidez na adolescência, nutrição, entre um manejo adequado com essa população, sobretudo nos consultórios
outros assuntos e discussão das dificuldades encontradas na relação com médicos, onde a atenção ao idoso se dá de forma fragmentada. Isto ocorre,
as crianças e adolescentes, quanto ao desenvolvimento biopsicosocial sobretudo, pela dificuldade de se identificar corretamente os idosos com
dessas. risco de adoecer gravemente, os idosos com risco de hospitalização e
idosos susceptíveis de perder a capacidade de desempenhar as atividades
- Grupos de orientação no CSEGPS para o adolescente, de acordo com as de vida diária.
Nasri F. Diabetes mellitus no idoso. In: Freitas EV, et al, organizado- Ficha de pessoas com hanseníase (Ficha B-HAN);
res. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2002. p. 496-501 * Ficha para acompanhamento da criança – Ficha C (Cartão da Criança);
Ouslander JG, Johnson II TM. Incontinence. In. Hazzard WR, et al,
editors. Principles of Geriatric Medicine and Gerontology. 5th. New York: * Ficha para registro de atividades, procedimentos e notificações (Ficha
Mc Graw Hill; 2003. p. 1571-1586. D).
Paixão Jr CM, Heckmann M. Distúrbios da postura, marcha e quedas. Antes de registrar/digitar as informações no SIAB, as fichas preenchidas
In: Freitas EV, et al, organizadores. Tratado de Geriatria e Gerontologia. pelos profissionais são consolidadas em três blocos centrais:
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002. p. 624-34.
* Cadastramento das famílias (Fichas A);
Pereira SEM, Buksman S, Perracie M, et al. Quedas em idosos. Socie-
dade Brasileira de Geriatria e Gerontologia; 2001.
* Relatório de Situação de Saúde e Acompanhamento das Famílias
Perracini MR. Planejamento e adptação do ambiente para pessoas i- (SSA);
dosas. In: Freitas EV, et al, organizadores. Tratado de Geriatria e Geronto-
logia: Guanabara Koogan; 2002. p. 798-807. * Relatório de Produção e Marcadores para Avaliação (PMA).
Sullivan D, Johnson LE. Nutrition and Aging. In. Hazzard WR, et al, Após registradas as informações o SIAB se torna uma fonte rica de dados
editors. Principles of Geriatric Medicine and Gerontology. 5th. New York: que abarca informações importantes e abrangentes na área da saúde que
Mc Graw Hill; 2003. p. 1151-1169. além de servir para auxiliar as EAB em seu processo de trabalho, serve
Veras RP, Lourenço RA, Martins CSF et al. Novos paradigmas do mo- também como fonte para vários tipos de pesquisas, para os órgãos gover-
delo assistencial no setor saúde: consequência da explosão populacional namentais, para as comunidades acadêmicas das áreas de enfermagem,
dos idosos no Brasil. In: Veras RP, organizador. Terceira idade: gestão medicina entre outros que utilizam tais dados a fim de compor pesquisas nas
contemporânea em saúde. Rio de Janeiro: UnATI-Relume-Dumará; 2002. áreas de saúde coletiva.
p. 11-79.
Veras RP. País jovem com cabelos brancos: a saúde do idoso no Bra- Conceito da estratégia saúde da família;
sil. 2. ed. Rio de Janeiro: Relume Dumará, UERJ; 1994.
A Estratégia Saúde da Família (ESF) visa à reorganização da atenção
Watson G. Assessment and rehabilitation of older adults with low vi- básica no País, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde, e é
sion. In. Hazzard WR, et al, editors. Principles of Geriatric Medicine and tida pelo Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais como estra-
Gerontology. 5th. New York: Mc Graw Hill; 2003. p. 1223-1237. tégia de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica por
favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de
Sistema de informação da atenção básica - SIAB; aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica, de
- A Conferência de Saúde reunir-se-á cada 4(quatro) anos com a represen- - Orientar as famílias para utilização adequada dos serviços de saúde,
tação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e encaminhando-as e até agendando consultas, exames e atendimento
propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis odontólogico, quando necessário;
correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, - Realizar ações e atividades, no nível de suas competências, na áreas
por este ou pelo Conselho de Saúde. prioritárias da Atenção Básicas;
Conselhos de Saúde – no artigo 1º da 8142/90 parágrafo 2º diz: - Realizar, por meio da visita domiciliar, acompanhamento mensal de todas
- O Conselho de Saúde, é um órgão colegiado de caráter permanente e as famílias sob sua responsabilidade;
deliberativo do Sistema Único de Saúde- SUS
- Estar sempre bem informado, e informar aos demais membros da equipe,
O colegiado do Conselho de Saúde é composto por:
sobre a situação das família acompanhadas, particularmente aquelas em
- 25% de representantes do governo e prestadores de serviços, 25% de
situações de risco;
profissionais de saúde e 50% de usuários, atua na formulação e proposi-
ção de estratégias e no controle da execução das políticas de saúde, - Desenvolver ações de educação e vigilância à saúde, com ênfase na
inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cuja decisões serão promoção da saúde e na prevenção de doenças;
homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera
de governo. - Promover a educação e a mobilização comunitária, visando desenvolver
ações coletivas de saneamento e melhoria do meio ambiente, entre outras;
A Resolução nº 333 de 04/11/2003, do Conselho Nacional de Saúde - Traduzir para a ESF a dinâmica social da comunidade, suas necessida-
aprova diretrizes para a Criação , reformulação , estruturação e funciona- des, potencialidades e limites;
mento dos Conselhos de Saúde.
- Identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possa ser
potencializados pela equipe
Saúde da Mulher;
O Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde do Brasil (MS)
O Programa “Assistência Integral à saúde da Mulher: bases de ação pro- foi criado em setembro de 1973 e institucionalizado pelo decreto nº 78.231
gramática” (PAISM) foi elaborado pelo Ministério da Saúde e apresentado de 12 de agosto de 1976 e divulga o Calendário Básico de Vacinação que
na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da explosão demográ- contempla imunobiológicos fornecidos gratuitamente à população e serve
fica em 1983, a discussão se pautava predominantemente sobre o controle de base para elaboração de calendários vacinais de outras instituições
da natalidade. O Ministério da Saúde teve um papel fundamental, pois como a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm) e a Sociedade Brasilei-
influenciou no âmbito do Governo Federal e este por sua vez, se posicionou ra de Pediatria (SBP). Em 18 de janeiro de 2012, o MS publicou o Novo
e defendeu o livre arbítrio das pessoas e das famílias brasileiras em relação Calendário Básico de Vacinação que traz as seguintes novidades: substitu-
a quando, quantos e qual o espaçamento entre os/as filhos/as. ição das duas primeiras doses da Vacina Oral contra Poliomielite (VOP)
Trata-se de um documento histórico que incorporou o ideário feminista para pela Vacina Injetável Inativada (VIP) e a introdução da vacina Pentavalente.
a atenção à saúde integral, inclusive responsabilizando o estado brasileiro No Brasil, em 1962, devido a sua eficácia, incidência mínima de reações
com os aspectos da saúde reprodutiva. Desta forma as ações prioritárias adversas e baixo custo, a VOP - também denominada Sabin, criada em
foram definidas a partir das necessidades da população feminina, o que 1961 a partir de vírus vivos atenuados - passou a ser utilizada em larga
significou uma ruptura com o modelo de atenção materno-infantil até então escala. Essa vacina apresenta como vantagens indiscutíveis a forte imuni-
desenvolvido. zação intestinal e a imunização dos comunicantes dos vacinados devido a
O PAISM, enquanto diretriz filosófica e política, incorporou também, princí- circulação do vírus na comunidade, além de ser mais facilmente adminis-
pios norteadores da reforma sanitária, a ideia de descentralização, hierar- trada (via oral) e menos onerosa para o Governo. Após a década de 1980,
quização, regionalização, equidade na atenção, bem como de participação alcançou grande cobertura nacional devido à implementação de campa-
social. Além disso, propôs formas mais simétricas de relacionamento entre nhas de vacinação, imortalizadas na figura do "Zé Gotinha", permitindo o
os profissionais de saúde e as mulheres, apontando para a apropriação, controle da doença, sendo que o último caso de paralisia infantil foi regis-
autonomia e maior controle sobre a saúde, o corpo e a vida. Assistência, trado em território nacional no ano de 1989. Ainda que relativamente raras,
em todas as fases da vida, clínico ginecológica, no campo da reprodução observou-se a ocorrência de reações vacinais graves após a administração
(planejamento reprodutivo, gestação, parto e puerpério) como nos casos de de doses de VOP, o que levou o Governo a introduzir no Calendário Básico
doenças crônicas ou agudas. O conceito de assistência reconhece o cuida- de Vacinação a VIP - também denominada Salk, foi a primeira vacina
do médico e de toda a equipe de saúde com alto valor às praticas educati- contra a paralisia infantil criada ainda em 1954 e constituída por vírus
vas, entendidas como estratégia para a capacidade crítica e a autonomia inativados pelo formaldeído - , esperando reduzir a incidência de paralisia
das mulheres. reacional, mais comum após as primeiras doses da vacina oral. Porém, a
terceira dose (aos seis meses) e os reforços anuais continuam a ser reali-
Em 2003 teve início a construção da Política Nacional de Atenção Integral à zados com o uso da VOP como forma de impedir a circulação do vírus
Saúde da Mulher - Princípios e Diretrizes, quando a equipe técnica de selvagem por via intestinal, promover a imunização de grupo - vantagens
saúde da mulher avaliou os avanços e retrocessos alcançados na gestão não obtidas com a vacina injetável - e permitir a continuidade da mobiliza-
anterior. ção nacional através da campanhas anuais de vacinação. Segundo a
Sociedade Brasileira de Imunização, a continuação do calendário vacinal
Em maio de 2004 o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de
com a VOP segue recomendação da Organização Pan-Americana de
Atenção Integral à Saúde da Mulher - Princípios e Diretrizes, construída a
Saúde (OPAS), que orienta aos países das Américas o uso da vacina oral,
com vírus atenuado, até a erradicação mundial da poliomielite, o que garan-
49 - Assinale a alternativa que indica qual a principal causa de mortalidade 57 - A realização das funções de controle e avaliação em saúde devem ser
no país: feitas:
a) Neoplasias. (A) pela Presidência da República;
b) Doenças do aparelho circulatório. (B) por todos os níveis do sistema de saúde;
c) Doenças do aparelho respiratório. (C) pelo órgão específico do Ministério da Saúde;
d) Causas externas (homicídio, suicídio). (D) pelos governos estaduais;
(E) pelos conselhos comunitários.
50 - Não é uma atuação do SUS a execução da ação:
a) De vigilância sanitária. 58 - Segundo a Norma Operacional da Assistência à Saúde - NOAS
b) De saúde do idoso. 01/2002 -, os municípios poderão habilitar-se à gestão do sistema de saúde
c) De saúde do trabalhador. de forma:
d) NDA (A) plena;
(B) semiplena;
51 - Para receberem os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS), os (C) plena somente em relação à atenção básica ampliada;
Municípios, Estados e Distrito Federal deverão contar com, exceto: (D) semiplena somente em relação à atenção básica ampliada;
a) Fundo de saúde. (E) semiplena somente em relação à atenção terciária.
b) Conselho de saúde.
c) Plano de saúde. 59 - Segundo a Lei nº 8080/90, constitui um critério para o estabelecimento
d) Perfil demográfico da região. de valores a serem
transferidos a estados, Distrito Federal e municípios:
52 - Segundo a Lei nº 8080/90, que regulamenta o Sistema Único de Saúde (A) participação paritária dos usuários no conselho de saúde;
(SUS), a participação da iniciativa privada na assistência à saúde é: (B) prioridade para o atendimento hospitalar;
(A) livre; (C) desempenho técnico, econômico e financeiro no período atual;
(B) obrigatória; (D) eficiência na arrecadação de impostos;
(C) minoritária; (E) perfil epidemiológico da população a ser coberta.
(D) prioritária;
(E) proibida. 60 - As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionaliza-
da e hierarquizada e constituem um sistema único que visa:
53 - Segundo a Norma Operacional da Assistência à Saúde - NOAS (A) o atendimento voltado para atividades preventivas;
01/2002 -, a responsabilidade do Ministério da Saúde sobre a política de (B) o atendimento integral, com prioridade para as atividades preventi-
alta complexidade se traduz, entre outras, nas seguintes atribuições, EX- vas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
CETO: (C) apenas ações de promoção da saúde;
(A) definição de normas nacionais; (D) apenas ações de prevenção secundária;
(B) definição de incorporação dos procedimentos a serem ofertados à (E) o atendimento voltado apenas para as atividades assistenciais.
população pelo Sistema Único da
Saúde; 61 - NÃO se inclui entre os objetivos do Sistema Único de Saúde:
(C) transferência para os Estados da definição do elenco de procedimentos (A) identificação dos fatores determinantes da saúde;
de alta complexidade; (B) formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos
(D) controle do cadastro nacional de prestadores de serviços; econômico e social, a redução de riscos de doenças e de outros agravos;
(E) formulação de mecanismos voltados à melhoria da qualidade dos (C) assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção,
serviços prestados. proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações
assistenciais e das atividades preventivas;
54 - A Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde (SUS) - (D) divulgação dos fatores determinantes da saúde;
NOB/96 identifica quatro papéis básicos do gestor federal, EXCETO: (E) participação prioritária da iniciativa privada na assistência à saúde.
(A) exercer a gestão do SUS, no âmbito nacional;
(B) promover as condições e incentivar o gestor estadual com vistas ao
desenvolvimento dos GABARITO
sistemas municipais, de modo a conformar o SUS-Estadual; 01. E
(C) fomentar a harmonização, a integração e a modernização dos 02. C
sistemas estaduais compondo, 03. E
assim, o SUS-Nacional; 04. B
(D) centralizar todas as ações de saúde no âmbito nacional; 05. D
(E) exercer as funções de normalização e de coordenação no que se 06. E
refere à gestão nacional do 07. B
SUS. 08. C
12. Segundo a Lei n.o 8.080/90, o SUS é constituído por 17. O Pacto pela Saúde é um conjunto de reformas institucionais pactuado
(A) serviços de saúde próprios, exclusivamente. entre as três esferas de gestão (União, estados e municípios) do Sistema
(B) serviços de saúde próprios e entidades filantrópicas, exclusivamente. Único de Saúde, com o objetivo de promover inovações nos processos e
(C) ações e serviços de saúde, prestados exclusivamente por órgãos de instrumentos de gestão. Sua implementação se dá por meio da adesão de
saúde estaduais. municípios, estados e União ao Termo de Compromisso de Gestão (TCG),
(D) ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas que, renovado anualmente, substitui os anteriores processos de habilitação
federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das e estabelece metas e compromissos para cada ente da federação.
fundações mantidas pelo Poder Público.
(E) serviços de saúde próprios e organizações sociais, exclusivamente.
18. As transferência dos recursos também foram modificadas, passando a
13. O Sistema de Único de Saúde (SUS), no Brasil, é responsável pelo ser divididas em seis grandes blocos de financiamento (Atenção, Básica,
cuidado à saúde de todos os brasileiros. Considerando que o sistema é Média e Alta Complexidade da Assistência, Vigilância em Saúde, Assistên-
universal e equânime, podemos afirmar que: cia Farmacêutica, Gestão do SUS e Investimentos em Saúde).
(A) Todos os brasileiros possuem direito de ser atendidos no SUS, sem
distinção de raça, credo, classe social, escolaridade ou qualquer outra 19. A Atenção Básica considera o sujeito em sua singularidade, na comple-
característica; xidade, na integralidade e na inserção sócio-cultural e busca a promoção
(B) Somente os brasileiros menores de 80 anos possuem direito de serem de sua saúde, a prevenção e tratamento de doenças e a redução de danos
atendidos no SUS, os acima de 80 anos devem recorrer à justiça para ou de sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver
serem atendidos; de modo saudável.
(C) Os deputados, senadores e demais políticos possuem preferência no
atendimento pelo SUS, na frente dos demais brasileiros; 20. Visando à operacionalização da Atenção Básica, definem-se como
(D) O SUS está organizado para atender somente à população pobre, já as áreas estratégicas para atuação em todo o território nacional a eliminação
classes, média e alta, não podem utilizar o SUS e precisam adquirir planos da hanseníase, o controle da tuberculose, o controle da hipertensão arteri-
ou seguros privados de saúde; al, o controle do diabetes mellitus, a eliminação da desnutrição infantil, a
(E) O SUS é estruturado para atender somente às pessoas com doença saúde da criança, a saúde da mulher, a saúde do idoso, a saúde bucal e a
simples, segundo a Lei Orgânica da Saúde, 8080/90. Os demais doentes, promoção da saúde. Outras áreas serão definidas regionalmente de acordo
mais graves, deverão procurar a justiça para garantir o seu atendimento. com prioridades e pactuações definidas nas CIBs.
14. Marque a opção com a definição CORRETA para os princípios e diretri- 21. As condições de trabalho, de moradia, de alimentação, do meio ambi-
zes do SUS. ente e de lazer, dentre outras, determinam nossa maior ou menor saúde.
(A) Descentralização – esse princípio define que o sistema de saúde se
organize tendo uma única direção, com um único gestor em cada esfera de
governo;