Sunteți pe pagina 1din 182

PREFEITURA DO MUNICÍPIO

DE LONDRINA-PR

Agente Comunitário de Saúde

LÍNGUA PORTUGUESA
Compreensão e interpretação de textos. Reconhecimento da finalidade de textos de diferentes gêneros. Localização de
informações explícitas no texto. Inferência de sentido de palavras e/ou expressões. Distinção de fato e opinião sobre
esse fato. Interpretação de linguagem não verbal (tabelas, fotos, quadrinhos etc.). Reconhecimento das relações entre
partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para sua continuidade. Identificação de
diferentes estratégias que contribuem para a continuidade do texto. Recursos linguísticos-semânticos. ..........................1
Ortografia. .........................................................................................................................................................................33
Conjunções. ......................................................................................................................................................................58
Concordância verbal e nominal. ........................................................................................................................................63
Conjugação verbal. ...........................................................................................................................................................52

MATEMÁTICA
Sistema numérico decimal e as quatro operações fundamentais com números naturais. ................................................29
Operações com números inteiros, fracionários e decimais. ...............................................................................................1
Razão e proporção. Regra de três simples e regra de três composta. Porcentagem. Média aritmética e média pondera-
da. Equações de primeiro e segundo graus. .....................................................................................................................3
Formas geométricas básicas. ............................................................................................................................................52
Sistema métrico decimal: medidas de comprimento, de superfície, de capacidade, de volume e de tempo. ..................42
Sistema monetário brasileiro. ..............................................................................................................................................3

ESTATUTO DO SERVIDOR MUNICIPAL DE LONDRINA


Seção IV - Da Posse; Seção V - Do Exercício; Seção VI - Do Estágio Probatório; Seção III - Das Responsabilidades -
Subseção I - Das Disposições Gerais. .................................................................................................................... Pp 1 a 2

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Promoção, prevenção e proteção à saúde; Princípios e Diretrizes do SUS; Cadastramento familiar e territorial; Conceito
de territorialização, micro-área e área de abrangência; Principais problemas de saúde da população e recursos existen-
tes para enfrentamento dos problemas; Noções de ética e cidadania; Saúde da criança, adolescente; Instrumentos de
avaliação de indicadores de saúde adulto e idoso; Sistema de informação da atenção básica - SIAB; Conceito da estra-
tégia saúde da família; Visita domiciliar; Constituição de equipe da Saúde da família; Controle Social; Atribuições espe-
cíficas do Agente Comunitário de Saúde - ACS; Objetivos da estratégia saúde da família; Aleitamento materno, saúde
mental, violência intra-familiar; Dengue; Controle do Tabagismo; Cartão Nacional do SUS; Saúde da Mulher; Programa
Nacional de Imunização; Bolsa Família; Tuberculose; Hanseníase; Programa Saúde na Escola. ...................... Pp 1 a 27

Agente Comunitário de Saúde – Londrina


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A PRESENTE APOSTILA NÃO ESTÁ VINCULADA A EMPRESA ORGANIZADORA DO CONCURSO


PÚBLICO A QUE SE DESTINA, ASSIM COMO SUA AQUISIÇÃO NÃO GARANTE A INSCRIÇÃO DO
CANDIDATO OU MESMO O SEU INGRESSO NA CARREIRA PÚBLICA.

O CONTEÚDO DESTA APOSTILA ALMEJA ENGLOBAR AS EXIGENCIAS DO EDITAL, PORÉM, ISSO


NÃO IMPEDE QUE SE UTILIZE O MANUSEIO DE LIVROS, SITES, JORNAIS, REVISTAS, ENTRE OUTROS
MEIOS QUE AMPLIEM OS CONHECIMENTOS DO CANDIDATO, PARA SUA MELHOR PREPARAÇÃO.

ATUALIZAÇÕES LEGISLATIVAS, QUE NÃO TENHAM SIDO COLOCADAS À DISPOSIÇÃO ATÉ A


DATA DA ELABORAÇÃO DA APOSTILA, PODERÃO SER ENCONTRADAS GRATUITAMENTE NO SITE DA
APOSTILAS OPÇÃO, OU NOS SITES GOVERNAMENTAIS.

INFORMAMOS QUE NÃO SÃO DE NOSSA RESPONSABILIDADE AS ALTERAÇÕES E RETIFICAÇÕES


NOS EDITAIS DOS CONCURSOS, ASSIM COMO A DISTRIBUIÇÃO GRATUITA DO MATERIAL RETIFICADO,
NA VERSÃO IMPRESSA, TENDO EM VISTA QUE NOSSAS APOSTILAS SÃO ELABORADAS DE ACORDO
COM O EDITAL INICIAL. QUANDO ISSO OCORRER, INSERIMOS EM NOSSO SITE,
www.apostilasopcao.com.br, NO LINK “ERRATAS”, A MATÉRIA ALTERADA, E DISPONIBILIZAMOS
GRATUITAMENTE O CONTEÚDO ALTERADO NA VERSÃO VIRTUAL PARA NOSSOS CLIENTES.

CASO HAJA ALGUMA DÚVIDA QUANTO AO CONTEÚDO DESTA APOSTILA, O ADQUIRENTE


DESTA DEVE ACESSAR O SITE www.apostilasopcao.com.br, E ENVIAR SUA DÚVIDA, A QUAL SERÁ
RESPONDIDA O MAIS BREVE POSSÍVEL, ASSIM COMO PARA CONSULTAR ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS
E POSSÍVEIS ERRATAS.

TAMBÉM FICAM À DISPOSIÇÃO DO ADQUIRENTE DESTA APOSTILA O TELEFONE (11) 2856-6066,


DENTRO DO HORÁRIO COMERCIAL, PARA EVENTUAIS CONSULTAS.

EVENTUAIS RECLAMAÇÕES DEVERÃO SER ENCAMINHADAS POR ESCRITO, RESPEITANDO OS


PRAZOS ESTITUÍDOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.

É PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTA APOSTILA, DE ACORDO COM O


ARTIGO 184 DO CÓDIGO PENAL.

APOSTILAS OPÇÃO

A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

LÍNGUA PORTUGUESA
No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto
com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da
Compreensão e interpretação de textos. Reconhecimento da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momen-
finalidade de textos de diferentes gêneros. Localização de tos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui
informações explícitas no texto. Inferência de sentido de pala- não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica
vras e/ou expressões. Distinção de fato e opinião sobre esse da fonte e na identificação do autor.
fato. Interpretação de linguagem não verbal (tabelas, fotos,
quadrinhos etc.). Reconhecimento das relações entre partes A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de
de um texto, identificando repetições ou substituições que resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exce-
contribuem para sua continuidade. Identificação de diferentes to, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequa-
estratégias que contribuem para a continuidade do texto. da. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais
Recursos linguísticos-semânticos. adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por
Ortografia. isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não
Conjunções. ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra
Concordância verbal e nominal. alternativa mais completa.
Conjugação verbal.
Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento
do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontex-
tualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso
Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finali- para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para
dade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta
compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de será mais consciente e segura.
necessitar de um bom léxico internalizado.
Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de
As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um
confronto entre todas as partes que compõem o texto.
01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por 02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá
trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica- até o fim, ininterruptamente;
se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor 03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos
diante de uma temática qualquer. umas três vezes ou mais;
04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
Denotação e Conotação 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expres- 06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
são gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma con- 07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compre-
venção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante + signi- ensão;
ficado) que se constroem as noções de denotação e conotação. 08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto cor-
respondente;
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, 09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a 10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta,
atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que
depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se
construção frasal, uma nova relação entre significante e significado. perguntou e o que se pediu;
11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais
Os textos literários exploram bastante as construções de base conota- exata ou a mais completa;
tiva, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações 12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de
diferenciadas em seus leitores. lógica objetiva;
13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;
Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polis- 14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,
semia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra 15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a
ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste resposta;
caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim 16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor,
ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e definindo o tema e a mensagem;
esclareçam o sentido. 17. O autor defende ideias e você deve percebê-las;
18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantís-
Como Ler e Entender Bem um Texto simos na interpretação do texto.
Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e Ex.: Ele morreu de fome.
de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização
cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra- do fato (= morte de "ele").
em-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo Ex.: Ele morreu faminto.
nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava
palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para quando morreu.;
resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça 19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as idei-
a memória visual, favorecendo o entendimento. as estão coordenadas entre si;
20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza
Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo
há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim Cunegundes
de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes.

Língua Portuguesa 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS • Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dis-
TEXTO NARRATIVO semos, é a personagem que está a contar a história. A posição em
• As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, for- que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o
ças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri-
dos fatos. zado por :
- visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o que diz respeito às
Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acon-
heroína, personagem principal da história. tecimentos e a narração é feita em 3a pessoa.
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da narra-
O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designos do prota- tiva que é feito em 1a pessoa.
gonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal - visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê,
contracena em primeiro plano. aquilo que é observável exteriormente no comportamento da per-
sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra-
As personagens secundárias, que são chamadas também de compar- dor é um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa.
sas, são os figurantes de influencia menor, indireta, não decisiva na narra- • Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de a-
ção. presentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do qual
a história está sendo contada. Como já vimos, a narração é feita
O narrador que está a contar a história também é uma personagem, em 1a pessoa ou 3a pessoa.
pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor-
tância, ou ainda uma pessoa estranha à história. Formas de apresentação da fala das personagens
Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há
Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso- três maneiras de comunicar as falas das personagens.
nagem: as planas: que são definidas por um traço característico, elas não
alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e • Discurso Direto: É a representação da fala das personagens atra-
tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas tendo uma dimen- vés do diálogo.
são psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reações Exemplo:
perante os acontecimentos. “Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da
verdade. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carna-
• Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos, a val a cidade é do povo e de ninguém mais”.
trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo po-
demos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios No discurso direto é frequente o uso dos verbo de locução ou descendi:
progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o climax, o dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de
desenlace ou desfecho. travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas ou rápidas
os verbos de locução podem ser omitidos.
Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente,
as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre, • Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas
na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. E-
história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos (“in média”), ou xemplo:
seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de inte- “Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa-
resses entre as personagens. dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade
que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me-
O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten- nos sombrios por vir”.
são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho,
ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos. • Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se
• Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens partici- mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração.
pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gê- Exemplo:
nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano “Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando
constitui uma crônica, o relato de um drama social é um romance alto. Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles
social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato central, lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem
que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundários, rela- que estivesse doido. Como poderia andar um homem àquela
cionados ao principal. hora , sem fazer nada de cabeça no tempo, um branco de pés
• Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu- no chão como eles? Só sendo doido mesmo”.
gares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter (José Lins do Rego)
informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas ve-
zes, principalmente nos textos literários, essas informações são TEXTO DESCRITIVO
extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais carac-
narrativo. terísticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
• Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num
determinado tempo, que consiste na identificação do momento, As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes,
dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade sa- tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude que
lienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas relações vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para que
podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fatos, o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma imagem
ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de um fa- unificada.
to que aconteceu depois.
Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, vari-
O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a
material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela pouco.
natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões
fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra téc-
sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
espírito. • Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é
transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente

Língua Portuguesa 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a subje- Um texto argumentativo tem como objetivo convencer alguém das
tiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas preferên- nossas ideias. Deve ser claro e ter riqueza lexical, podendo tratar qualquer
cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o tema ou assunto.
que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objeti-
vo, fenomênico, ela é exata e dimensional. É constituído por um primeiro parágrafo curto, que deixe a ideia no ar,
depois o desenvolvimento deve referir a opinião da pessoa que o escreve,
• Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das
com argumentos convincentes e verdadeiros, e com exemplos claros. Deve
personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos,
também conter contra-argumentos, de forma a não permitir a meio da
pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamen-
leitura que o leitor os faça. Por fim, deve ser concluído com um parágrafo
to, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, so-
que responda ao primeiro parágrafo, ou simplesmente com a ideia chave da
cial e econômico .
opinião.
• Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o
observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama, Geralmente apresenta uma estrutura organizada em três partes:
para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as a introdução, na qual é apresentada a ideia principal ou tese;
partes mais típicas desse todo. o desenvolvimento, que fundamenta ou desenvolve a ideia principal; e
• Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos a conclusão. Os argumentos utilizados para fundamentar a tese podem ser
ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma de diferentes tipos: exemplos, comparação, dados históricos, dados
visualização das suas particularidades, de seus traços distintivos e estatístico, pesquisas, causas socioeconômicas ou culturais, depoimentos -
típicos. enfim tudo o que possa demonstrar o ponto de vista defendido pelo autor
• Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada, tem consistência. A conclusão pode apresentar uma possível
que se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de solução/proposta ou uma síntese. Deve utilizar título que chame a atenção
um incêndio, de uma briga, de um naufrágio. do leitor e utilizar variedade padrão de língua.
• Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características ge-
A linguagem normalmente é impessoal e objetiva.
rais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabu-
lário mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores. É O roteiro da persuasão para o texto argumentativo:
predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer
convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanis- Na introdução, no desenvolvimento e na conclusão do texto argumen-
mos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc. tativo espera-se que o redator o leitor de seu ponto de vista. Alguns recur-
sos podem contribuir para que a defesa da tese seja concluída com suces-
so. Abaixo veremos algumas formas de introduzir um parágrafo argumenta-
TEXTO DISSERTATIVO
tivo:
Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação cons-
ta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou ques- • Declaração inicial: É uma forma de apresentar com assertivi-
tão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever dade e segurança a tese.
com clareza, coerência e objetividade.
‘ A aprovação das Cotas para negros vem reparar uma divida moral e
A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir um dano social. Oferecer oportunidade igual de ingresso no Ensino Superi-
o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como or ao negro por meio de políticas afirmativas é uma forma de admitir a
finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão. diferença social marcante na sociedade e de igualar o acesso ao mercado
de trabalho.’
A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizan-
do o contexto.
• Interrogação: Cria-se com a interrogação uma relação próxima
com o leitor que, curioso, busca no texto resposta as perguntas feitas na
introdução.
Quanto à forma, ela pode ser tripartida em :
• Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda- ‘ Por que nos orgulhamos da nossa falta de consciência coletiva? Por
mentais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e ob- que ainda insistimos em agir como ‘espertos’ individualistas?’
jetiva da definição do ponto de vista do autor.
• Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo- • Citação ou alusão: Esse recurso garante à defesa da tese cará-
cadas na introdução serão definidas com os dados mais relevan- ter de autoridade e confere credibilidade ao discurso argumentativo, pois
tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias se apoia nas palavras e pensamentos de outrem que goza de prestigio.
articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num ‘ As pessoas chegam ao ponto de uma criança morrer e os pais não
conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e de- chorarem mais, trazerem a criança, jogarem num bolo de mortos, virarem
sencadeia a conclusão. as costas e irem embora’. O comentário do fotógrafo Sebastião Salgado
• Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia sobre o que presenciou na Ruanda é um chamado à consciência públi-
central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a in- ca.’’
trodução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para
haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer • Exemplificação: O processo narrativo ou descritivo da exempli-
em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese ficação pode conferir à argumentação leveza a cumplicidade. Porém,
e opinião. deve-se tomar cuidado para que esse recurso seja breve e não interfira
- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é no processo persuasivo.
a obra ou ação que realmente se praticou.
- Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou ‘ Noite de quarta-feira nos Jardins, bairro paulistano de classe média.
não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação so- Restaurante da moda, frequentado por jovens bem-nascidos, sofre o se-
bre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido. gundo ‘arrastão’ do mês. Clientes e funcionários são assaltados e amea-
- Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou çados de morte. O cotidiano violento de São Paulo se faz presente.’’
desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje- • Roteiro: A antecipação do que se pretende dizer pode funcionar
tos descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem a como encaminhamento de leitura da tese.
respeito de algo.
‘ Busca-se com essa exposição analisar o descaso da sociedade em
relação às coletas seletivas de lixo e a incompetência das prefeituras.’’
O TEXTO ARGUMENTATIVO
• Enumeração: Contribui para que o redator analise os dados e
exponha seus pontos de vista com mais exatidão.

Língua Portuguesa 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
‘ Pesquisa realizada pela Secretaria de Estado da Saúde de São Pau- “Uma das maiores preocupações do século XXI é a preservação ambi-
lo aponta que as maiores vítimas do abuso sexual são as crianças meno- ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre-
res de 12 anos. Elas representam 43% dos 1.926 casos de violência se- vivência humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan-
xual atendidos pelo Programa Bem-Me-Quer, do Hospital Pérola Bying- do analisados, são equivocadamente colocados em oposição à tecnologia.”
ton.’’
2º parágrafo: Há o desenvolvimento da tese com fundamentos ar-
• Causa e consequência: Garantem a coesão e a concatenação gumentativos;
das ideias ao longo do parágrafo, além de conferir caráter lógico ao pro- “O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avanço tem um preço
cesso argumentativo. a se pagar. As indústrias, por exemplo, que são costumeiramente ligadas
‘ No final de março, o Estado divulgou índices vergonhosos do Idesp ao progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), respon-
– indicador desenvolvido pela Secretaria Estadual de Educação para ava- sáveis pelo prejuízo causado à Camada de Ozônio e, por conseguinte,
liar a qualidade do ensino (…). O péssimo resultado é apenas conse- problemas ambientais que afetam a população.
quência de como está baixa a qualidade do ensino público. As causas Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, não vemos
são várias, mas certamente entre elas está a falta de respeito do Estado contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa época em que preservar
que, próximo do fim do 1º bimestre, ainda não enviou apostilas para al- os ecossistemas do planeta é mais do que avanço, é uma questão de
gumas escolas estaduais de Rio Preto. continuidade das espécies animais e vegetais, incluindo-se principalmente
• Sintese: Reforça a tese defendida, uma vez que fecha o texto nós, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma,
com a retomada de tudo o que foi exposto ao longo da argumentação. podemos considerá-las parceiras na busca por soluções a essa problemáti-
Recurso seguro e convincente para arrematar o processo discursivo. ca.”

‘ Quanto a Lei Geral da Copa, aprovou-se um texto que não é o ideal, 3º parágrafo: A conclusão é desenvolvida com uma proposta de
mas sustenta os requisitos da Fifa para o evento. intervenção relacionada à tese.

O aspecto mais polêmico era a venda de bebidas alcoólicas nos es- “O desenvolvimento de projetos científicos que visem a amenizar os
tádios. A lei eliminou o veto federal, mas não exclui que os organizadores transtornos causados à Terra é plenamente possível e real. A era tecnoló-
precisem negociar a permissão em alguns Estados, como São Paulo.’’ gica precisa atuar a serviço do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais
do que em favor de um conforto momentâneo. Nessas circunstâncias não
• Proposta: Revela autonomia critica do produtor do texto e ga- existe contraste algum, pelo contrário, há uma relação direta que poderá se
rante mais credibilidade ao processo argumentativo. transformar na salvação do mundo.
‘ Recolher de forma digna e justa os usuários de crack que buscam Portanto, as universidades e instituições de pesquisas em geral preci-
ajuda, oferecer tratamento humano é dever do Estado. Não faz sentido sam agir rapidamente na elaboração de pacotes científicos com vistas a
isolar para fora dos olhos da sociedade uma chaga que pertence a to- combater os resultados caóticos da falta de conscientização humana. Nada
dos.’’ Mundograduado.org melhor do que a ciência para direcionar formas práticas de amenizarmos a
“ferida” que tomou conta do nosso Planeta Azul.” Profª Francinete
Modelo de Dissertação-Argumentativa
A ideia principal e as secundárias
Meio-ambiente e tecnologia: não há contraste, há solução
Para treinarmos a redação de pequenos parágrafos narrativos, vamos
Uma das maiores preocupações do século XXI é a preservação ambi-
nos colocar no papel de narradores, isto é, vamos contar fatos com base na
ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre-
organização das ideias.
vivência humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan-
do analisados, são equivocadamente colocados em oposição à tecnologia. Leia o trecho abaixo:
O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avanço tem um preço a Meu primo já havia chegado à metade da perigosa ponte de ferro
se pagar. As indústrias, por exemplo, que são costumeiramente ligadas ao quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte. Com
progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), responsá- isso, ele não teve tempo de correr para a frente ou para trás, mas, demons-
veis pelo prejuízo causado à Camada de Ozônio e, por conseguinte, pro- trando grande presença de espírito, agachou-se, segurou, com as mãos,
blemas ambientais que afetam a população. um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.
Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, não vemos Como você deve ter observado, nesse parágrafo, o narrador conta-nos
contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa época em que preservar um fato acontecido com seu primo. É, pois, um parágrafo narrativo. Anali-
os ecossistemas do planeta é mais do que avanço, é uma questão de semos, agora, o parágrafo quanto à estrutura.
continuidade das espécies animais e vegetais, incluindo-se principalmente
nós, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma, As ideias foram organizadas da seguinte maneira:
podemos considerá-las parceiras na busca por soluções a essa problemáti- Ideia principal:
ca.
Meu primo já havia chegado à metade da perigosa ponte de ferro
O desenvolvimento de projetos científicos que visem a amenizar os quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte.
transtornos causados à Terra é plenamente possível e real. A era tecnoló-
gica precisa atuar a serviço do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais Ideias secundárias:
do que em favor de um conforto momentâneo. Nessas circunstâncias não Com isso, ele não teve tempo de correr para a frente ou para trás, mas,
existe contraste algum, pelo contrário, há uma relação direta que poderá se demonstrando grande presença de espírito, agachou-se, segurou, com as
transformar na salvação do mundo. mãos, um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.
Portanto, as universidades e instituições de pesquisas em geral preci- A ideia principal, como você pode observar, refere-se a uma ação peri-
sam agir rapidamente na elaboração de pacotes científicos com vistas a gosa, agravada pelo aparecimento de um trem. As ideias secundárias
combater os resultados caóticos da falta de conscientização humana. Nada complementam a ideia principal, mostrando como o primo do narrador
melhor do que a ciência para direcionar formas práticas de amenizarmos a conseguiu sair-se da perigosa situação em que se encontrava.
“ferida” que tomou conta do nosso Planeta Azul.
Os parágrafos devem conter apenas uma ideia principal acompanhado
Nesse modelo, didaticamente, podemos perceber a estrutura textual de ideias secundárias. Entretanto, é muito comum encontrarmos, em pará-
dissertativa assim organizada: grafos pequenos, apenas a ideia principal. Veja o exemplo:
1º parágrafo: Introdução com apresentação da tese a ser defendi- O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Inácio.
da;

Língua Portuguesa 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram a- FALA E ESCRITA
proveitar o bom tempo. Pegaram um animal, montaram e seguiram conten-
tes pelos campos, levando um farto lanche, preparado pela mãe. Registros, variantes ou níveis de língua(gem)

Nesse trecho, há dois parágrafos. A comunicação não é regida por normas fixas e imutáveis. Ela pode
transformar-se, através do tempo, e, se compararmos textos antigos com
No primeiro, só há uma ideia desenvolvida, que corresponde à ideia atuais, perceberemos grandes mudanças no estilo e nas expressões. Por
principal do parágrafo: O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Inácio. que as pessoas se comunicam de formas diferentes? Temos que conside-
rar múltiplos fatores: época, região geográfica, ambiente e status cultural
No segundo, já podemos perceber a relação ideia principal + ideias dos falantes.
secundárias. Observe:
Há uma língua-padrão? O modelo de língua-padrão é uma decorrência
Ideia principal: dos parâmetros utilizados pelo grupo social mais culto. Às vezes, a mesma
Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram a- pessoa, dependendo do meio em que se encontra, da situação sociocultural
proveitar o bom tempo. dos indivíduos com quem se comunica, usará níveis diferentes de língua.
Dentro desse critério, podemos reconhecer, num primeiro momento, dois
Ideia secundárias: tipos de língua: a falada e a escrita.
Pegaram um animal, montaram e seguiram contentes pelos campos, A língua falada pode ser culta ou coloquial, vulgar ou inculta, regional,
levando um farto lanche, preparado pela mãe. grupal (gíria ou técnica). Quando a gíria é grosseira, recebe o nome de
Agora que já vimos alguns exemplos, você deve estar se perguntando: calão.
“Afinal, de que tamanho é o parágrafo?” Quando redigimos um texto, não devemos mudar o registro, a não ser
Bem, o que podemos responder é que não há como apontar um pa- que o estilo permita, ou seja, se estamos dissertando – e, nesse tipo de
drão, no que se refere ao tamanho ou extensão do parágrafo. redação, usa-se, geralmente, a língua-padrão – não podemos passar desse
nível para um como a gíria, por exemplo.
Há exemplos em que se veem parágrafos muito pequenos; outros, em
que são maiores e outros, ainda, muito extensos. Variação linguística: como falantes da língua portuguesa, percebe-
mos que existem situações em que a língua apresenta-se sob uma forma
Também não há como dizer o que é certo ou errado em termos da ex- bastante diferente daquela que nos habituamos a ouvir em casa ou nos
tensão do parágrafo, pois o que é importante mesmo, é a organização das meios de comunicação. Essa diferença pode manifestarse tanto pelo voca-
ideias. No entanto, é sempre útil observar o que diz o dito popular – “nem bulário utilizado, como pela pronúncia ou organização da frase.
oito, nem oitenta…”.
Nas relações sociais, observamos que nem todos falam da mesma
Assim como não é aconselhável escrevermos um texto, usando apenas forma. Isso ocorre porque as línguas naturais são sistemas dinâmicos e
parágrafos muito curtos, também não é aconselhável empregarmos os extremamente sensíveis a fatores como, por exemplo, a região geográfica,
muito longos. o sexo, a idade, a classe social dos falantes e o grau de formalidade do
contexto. Essas diferenças constituem as variações linguísticas.
Essas observações são muito úteis para quem está iniciando os traba-
lhos de redação. Com o tempo, a prática dirá quando e como usar parágra- Observe abaixo as especificidades de algumas variações:
fos – pequenos, grandes ou muito grandes.
1. Profissional: no exercício de algumas atividades profissionais, o
Até aqui, vimos que o parágrafo apresenta em sua estrutura, uma ideia domínio de certas formas de línguas técnicas é essencial. As variações
principal e outras secundárias. Isso não significa, no entanto, que sempre a profissionais são abundantes em termos específicos e têm seu uso restrito
ideia principal apareça no início do parágrafo. Há casos em que a ideia ao intercâmbio técnico.
secundária inicia o parágrafo, sendo seguida pela ideia principal. Veja o
exemplo: 2. Situacional: as diferentes situações comunicativas exigem de um
mesmo indivíduo diferentes modalidades da língua. Empregam-se, em
As estacas da cabana tremiam fortemente, e duas ou três vezes, o solo situações formais, modalidades diferentes das usadas em situações infor-
estremeceu violentamente sob meus pés. Logo percebi que se tratava de mais, com o objetivo de adequar o nível vocabular e sintático ao ambiente
um terremoto. linguístico em que se está.
Observe que a ideia mais importante está contida na frase: “Logo per- 3. Geográfica: há variações entre as formas que a língua portuguesa
cebi que se tratava de um terremoto”, que aparece no final do parágrafo. assume nas diferentes regiões em que é falada. Basta prestar atenção na
As outras frases (ou ideias) apenas explicam ou comprovam a afirmação: expressão de um gaúcho em contraste com a de um amazonense. Essas
“as estacas tremiam fortemente, e duas ou três vezes, o solo estremeceu variações regionais constituem os falares e os dialetos. Não há motivo
violentamente sob meus pés” e estas estão localizadas no início do pará- linguístico algum para que se considere qualquer uma dessas formas
grafo. superior ou inferior às outras.
Então, a respeito da estrutura do parágrafo, concluímos que as ideias 4. Social: o português empregado pelas pessoas que têm acesso à
podem organizar-se da seguinte maneira: escola e aos meios de instrução difere do português empregado pelas
pessoas privadas de escolaridade.
Ideia principal + ideias secundárias
Algumas classes sociais, assim, dominam uma forma de língua que
ou
goza prestígio, enquanto outras são vítimas de preconceito por emprega-
Ideias secundárias + ideia principal rem estilos menos prestigiados. Cria-se, dessa maneira, uma modalidade
de língua – a norma culta -, que deve ser adquirida durante a vida escolar e
É importante frisar, também, que a ideia principal e as ideias se- cujo domínio é solicitado como modo de ascensão profissional e social.
cundárias não são ideias diferentes e, por isso, não podem ser separadas Também são socialmente condicionadas certas formas de língua que
em parágrafos diferentes. Ao selecionarmos as ideias secundárias deve- alguns grupos desenvolvem a fim de evitar a compreensão por aqueles que
mos verificar as que realmente interessam ao desenvolvimento da ideia não fazem parte do grupo. O emprego dessas formas de língua proporciona
principal e mantê-las juntas no mesmo parágrafo. Com isso, estaremos o reconhecimento fácil dos integrantes de uma comunidade restrita. Assim
evitando e repetição de palavras e assegurando a sua clareza. É importan- se formam, por exemplo, as gírias, as línguas técnicas. Pode-se citar ainda
te, ao termos várias ideias secundárias, que sejam identificadas aquelas a variante de acordo com a faixa etária e o sexo.
que realmente se relacionam à ideia principal. Esse cuidado é de grande
valia ao se redigir parágrafos sobre qualquer assunto. AS DIFERENÇAS ENTRE FALA E ESCRITA
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Língua Portuguesa 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Enquanto a língua falada é espontânea e natural, a língua escrita precisa é permitido seguir em frente (verde), se é para ter atenção (amarelo) ou se
seguir algumas regras. Embora sejam expressões de um mesmo idio- é proibido seguir em frente (vermelho) naquele instante.
ma, cada uma tem a sua especificidade. A língua falada é a mais natu-
ral, aprendemos a falar imitando o que ouvimos. A língua escrita, por
seu lado, só é aprendida depois que dominamos a língua falada. E ela
não é uma simples transcrição do que falamos; está mais subordinada
às normas gramaticais. Portanto requer mais atenção e conhecimento
de quem fala. Além disso, a língua escrita é um registro, permanece ao
longo do tempo, não tem o caráter efêmero da língua falada.
Língua falada:
· Palavra sonora
· Requer a presença dos interlocutores
· Ganha em vivacidade
· É espontânea e imediata Como você percebeu, todas as imagens podem ser facilmente
· Uso de frases feitas decodificadas. Você notou que em nenhuma delas existe a presença da
· É repetitiva e redundante palavra? O que está presente é outro tipo de código. Apesar de haver
· O contexto extralinguístico é importante ausência da palavra, nós temos uma linguagem, pois podemos decifrar
· A expressividade permite prescindir de certas regras mensagens a partir das imagens. O tipo de linguagem, cujo código não é a
· A informação é permeada de subjetividade e influenciada pela pre- palavra, denomina-se linguagem não-verbal, isto é, usam-se outros códigos
sença do (o desenho, a dança, os sons, os gestos, a expressão fisionômica, as
interlocutor cores) Fonte: www.graudez.com.br
· Recursos: signos acústicos e extralinguísticos, gestos, entorno físico e AS PALAVRAS-CHAVE
psíquico
Língua escrita: Ninguém chega à escrita sem antes ter passado pela leitura. Mas leitu-
· Palavra gráfica ra aqui não significa somente a capacidade de juntar letras, palavras,
· É possível esquecer o interlocutor frases. Ler é muito mais que isso. É compreender a forma como está tecido
· É mais sintética e objetiva o texto. Ultrapassar sua superfície e aferir da leitura seu sentido maior, que
· A redundância é apenas um recurso estilístico muitas vezes passa despercebido a uma grande maioria de leitores. Só
· Ganha em permanência uma relação mais estreita do leitor com o texto lhe dará esse sentido. Ler
· Mais correção na elaboração das frases bem exige tanta habilidade quanto escrever bem. Leitura e escrita comple-
· Evita a improvisação mentam-se. Lendo textos bem estruturados, podemos apreender os proce-
· Pobreza de recursos não-linguísticos; uso de letras, sinais de pontua- dimentos linguísticos necessários a uma boa redação.
ção
Numa primeira leitura, temos sempre uma noção muito vaga do que o
· É mais precisa e elaborada
autor quis dizer. Uma leitura bem feita é aquela capaz de depreender de um
· Ausência de cacoetes linguísticos e vulgarismos
texto ou de um livro a informação essencial. Tudo deve ajustar-se a elas de
LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL forma precisa. A tarefa do leitor é detectá-las, a fim de realizar uma leitura
capaz de dar conta da totalidade do texto.
Linguagem Verbal - Existem várias formas de comunicação. Quando o
Por adquirir tal importância na arquitetura textual, as palavras-chave
homem se utiliza da palavra, ou seja, da linguagem oral ou escrita,dizemos
normalmente aparecem ao longo de todo o texto das mais variadas formas:
que ele está utilizando uma linguagem verbal, pois o código usado é a
repetidas, modificadas, retomadas por sinônimos. Elas pavimentam o
palavra. Tal código está presente, quando falamos com alguém, quando
caminho da leitura, levando-nos a compreender melhor o texto. Além disso,
lemos, quando escrevemos. A linguagem verbal é a forma de comunicação
fornecer a pista para uma leitura reconstrutiva porque nos levam à essência
mais presente em nosso cotidiano. Mediante a palavra falada ou escrita,
da informação. Após encontrar as palavras-chave de um texto, devemos
expomos aos outros as nossas ideias e pensamentos, comunicando-nos
tentar reescrevê-lo, tomando-as como base. Elas constituem seu esqueleto.
por meio desse código verbal imprescindível em nossas vidas. ela está
presente em textos em propagandas; AS IDEIAS-CHAVE
em reportagens (jornais, revistas, etc.); Muitas vezes temos dificuldades para chegar à síntese de um texto só
em obras literárias e científicas; pelas palavras-chave. Quando isso acontece, a melhor solução é buscar
suas ideias-chave. Para tanto é necessário sintetizar a ideia de cada pará-
na comunicação entre as pessoas; grafo.
em discursos (Presidente da República, representantes de classe, TÓPICO FRASAL
candidatos a cargos públicos, etc.);
Um parágrafo padrão inicia-se por uma introdução em que se encontra
e em várias outras situações. a idéia principal desenvolvida em mais períodos. Segundo a lição de Othon
M. Garcia em sua Comunicação em prosa moderna (p. 192), denomina-
Linguagem Não Verbal
se tópico frasal essa introdução. Depois dela, vem o desenvolvimento e
pode haver a conclusão. Um texto de parágrafo:
“Em todos os níveis de sua manifestação, a vida requer certas condi-
ções dinâmicas, que atestam a dependência mútua dos seres vivos. Ne-
cessidades associadas à alimentação, ao crescimento, à reprodução ou a
outros processos biológicos criam, com frequência, relações que fazem do
bem-estar, da segurança e da sobrevivência dos indivíduos matérias de
interesse coletivo”. FERNANDES, Florestan. Elementos de sociologia
teórica 2. ed. São Paulo: Nacional, 1974, p. 35.
Observe a figura abaixo, este sinal demonstra que é proibido fumar em Neste parágrafo, o tópico frasal é o primeiro período (Em .... vivos). Se-
um determinado local. A linguagem utilizada é a não-verbal pois não utiliza gue-se o desenvolvimento especificando o que é dito na introdução. Se o
do código "língua portuguesa" para transmitir que é proibido fumar. Na tópico frasal é uma generalização, e o desenvolvimento constitui-se de
figura abaixo, percebemos que o semáforo, nos transmite a ideia de especificações, o parágrafo é, então, a expressão de um raciocínio deduti-
atenção, de acordo com a cor apresentada no semáforo, podemos saber se

Língua Portuguesa 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
vo. Vai do geral para o particular: Todos devem colaborar no combate às A CONCLUSÃO DO PARÁGRAFO encerra o desenvolvimento, com-
drogas. Você não pode se omitir. pleta a discussão do assunto (opcional)
Se não há tópico frasal no início do parágrafo e a síntese está na con- FORMAS DISCURSIVAS DO PARÁGRAFO
clusão, então o método é indutivo, ou seja, vai do particular para o geral,
dos exemplos para a regra: João pesquisou, o grupo discutiu, Lea redigiu. A) DESCRITIVO: a matéria da descrição é o objeto. Não há persona-
Todos colaborando, o trabalho é bem feito. gens em movimento (atemporal). O autor/produtor deve apresentar o
objeto, pessoa, paisagem etc, de tal forma que o leitor consiga distinguir o
PARAGRAFAÇÃO ser descrito.
A PARAGRAFAÇÃO B) NARRATIVO: a matéria da narração é o fato. Uma maneira eficiente
de organizá-lo é respondendo à seis perguntas: O quê? Quem? Quando?
NO/DO TEXTO DISSERTATIVO Onde? Como? Por quê?
(Partes deste capítulo foram adaptados/tirados de PACHECO, Agnelo C) DISSERTATIVO: a matéria da dissertação é a análise (discussão).
C. A dissertação. São Paulo: Atual, 1993 e de SOBRAL, João Jonas Veiga.
Redação: Escrevendo com prática. São Paulo: Iglu, 1997) ELABORAÇÃO/ PLANEJAMENTO DE PARÁGRAFOS
O texto dissertativo é o tipo de texto que expõe uma tese (ideias gerais Ter um assunto
sobre um assunto/tema) seguida de um ponto de vista, apoiada em argu-
Delimitá-lo, traçando um objetivo: o que pretende transmitir?
mentos, dados e fatos que a comprovem.
Elaborar o tópico frasal; desenvolvê-lo e concluí-lo
“A leitura auxilia o desenvolvimento da escrita, pois, lendo, o indivíduo
tem contato com modelos de textos bem redigidos que, ao longo do tempo, PARÁGRAFO-CHAVE: FORMAS PARA COMEÇAR UM TEXTO
farão parte de sua bagagem linguística; e também porque entrará em
contato com vários pontos de vista de intelectuais diversos, ampliando, Ao escrever seu primeiro parágrafo, você pode fazê-lo de forma criati-
dessa forma, sua própria visão em relação aos assuntos. Como a produção va. Ele deve atrair a atenção do leitor. Por isso, evite os lugares-comuns
escrita se baseia praticamente na exposição de ideias por meio de pala- como: atualmente, hoje em dia, desde épocas remotas, o mundo hoje, a
vras, certamente aquele que lê desenvolverá sua habilidade devido ao cada dia que passa, no mundo em vivemos, na atualidade.
enriquecimento linguístico adquirido através da leitura de bons autores.” Listamos aqui algumas formas de começar um texto. Elas vão das mais
No texto acima temos uma ideia defendida pelo autor: simples às mais complexas.

TESE/TÓPICO FRASAL: “A leitura auxilia o desenvolvimento da escri- Declaração


ta.” É um grande erro a liberação da maconha. Provocará de imediato vio-
Em seguida o autor defende seu ponto de vista com os seguintes ar- lenta elevação do consumo. O Estado perderá o controle que ainda exerce
gumentos: sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de
viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda. Alberto
ARGUMENTOS: Corazza, Isto é, 20 dez. 1995.
(1)“...lendo o indivíduo tem contato com modelos de textos bem redigi- A declaração é a forma mais comum de começar um texto. Procure fa-
dos que ao longo do tempo farão parte de sua bagagem linguística e, zer uma declaração forte, capaz de surpreender o leitor.
também, (2) porque entrará em contato com vários pontos de vista de
intelectuais diversos, (3) ampliando, dessa forma, a sua própria visão em Definição
relação aos assuntos.” E por fim, comprovada a sua tese, veja que a ideia O mito, entre os povos primitivos, é uma forma de se situar no mundo,
desta é recuperada: isto é, de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza. É um
CONCLUSÃO: “Como a produção escrita se baseia praticamente na modo ingênuo, fantasioso, anterior a toda reflexão e não-crítico de estabe-
exposição de idéias por meio de palavras, certamente aquele que lê desen- lecer algumas verdades que não só explicam parte dos fenômenos naturais
volverá sua habilidade devido ao enriquecimento linguístico adquirido ou mesmo a construção cultural, mas que dão também, as formas de ação
através da leitura de bons autores.” humana.

Observe como o texto dissertativo tem por objetivo expressar um de- ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Te-
terminado ponto de vista em relação a um assunto qualquer e convencer o mas de Filosofia.São Paulo, Moderna, 1992. p.62.
leitor de que este ponto de vista está correto. Poderíamos afirmar que o A definição é uma forma simples e muito usada em parágrafo-chave,
texto dissertativo é um exercício de cidadania, pois nele o indivíduo exerce sobretudo em textos dissertativos. Pode ocupar só a primeira frase ou todo
seu papel de cidadão, questionando valores, reivindicando algo, expondo o primeiro parágrafo.
pontos de vista, etc.
Divisão
Pode-se dizer que:
Predominam ainda no Brasil convicções errôneas sobre o problema da
A paragrafação com tópico frasal seguido pelo desenvolvimento é uma exclusão social: a de que ela deve ser enfrentada apenas pelo poder públi-
forma de organizar o raciocínio e a exposição das ideias de maneira clara e co e a de que sua superação envolve muitos recursos e esforços extraordi-
facilmente compreensível. Quando se tem um plano em que os tópicos nários. Experiências relatadas nesta Folha mostram que combate à margi-
principais foram selecionados e nalidade social em Nova York vem contando co intensivos esforços do
dispostos de modo a haver transição harmoniosa de um para outro, é poder público e ampla participação da iniciativa privada. Folha de S. Paulo,
fácil redigir. 17 dez.1996.

O TÓPICO FRASAL DO PARÁGRAFO: geralmente vem no começo Ao dizer que há duas convicções errôneas, fica logo clara a direção
do parágrafo, seguida de outros períodos que explicam ou detalham a ideia que o parágrafo vai tomar. O autor terá de explicitá-las na frase seguinte.
central e podem ou não concluir a ideia deste parágrafo. Oposição
O DESENVOLVIMENTO DO PARÁGRAFO: é a explanação da ideia De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelo
exposta no tópico frasal. Devemos desenvolver nossas ideias de maneira governo. De outro, gastos excessivos com computadores, antenas parabó-
clara e convincente, utilizando argumentos e/ou ideias sempre tendo em licas, aparelhos de videocassete. É este o paradoxo que vive a educação
vista a forma como iniciamos o parágrafo. no Brasil.

Língua Portuguesa 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
As duas primeiras frases criam uma oposição (de um lado/ de outro) COESÃO E COERÊNCIA
que estabelecerá o rumo da argumentação.
Articulação entre os parágrafos
Também se pode criar uma oposição dentro da frase, como neste e-
xemplo: A articulação dos/entre parágrafos depende da coesão e coerên-
cia. Sem um deles, ainda assim, é possível haver entendimento textu-
“Vários motivos me levaram a este livro. Dois se destacaram pelo grau al, entretanto, há necessidade de ter domínio da língua e do contexto
de envolvimento: raiva e esperança. Explico-me: raiva por ver o quanto à para escrever um texto de tal forma. Dependendo da tipologia textual,
cultura ainda é vista como artigo supérfluo em nossa terra, esperança por a articulação textual se dá de forma diferente. Na narração, por exem-
observar quantos movimentos culturais têm acontecido em nossa história, e plo, não há necessidade de ter um parágrafo com mais de um período.
quase sempre como forma de resistência e/ou transformação (...)” FEIJÓ, Um parágrafo narrativo pode ser apenas “Oi”. Já a dissertação neces-
Martin César. O que é política cultural. São Paulo, Brasiliense, 1985.p.7. sita ter ao menos um parágrafo com introdução e desenvolvimento
(conclusão; opcional). Assim também varia a necessidade de números
O autor estabelece a oposição e logo depois explica os termos que a de parágrafos para cada texto. Para se obter um bom texto, são ne-
compõem. cessários também: concisão, clareza, correção, adequação de lingua-
Alusão histórica gem, expressividade.
Após a queda do Muro de Berlim, acabaram-se os antagonismos leste- Coerência e Coesão
oeste e o mundo parece ter aberto de vez as portas para a globalização. As Para não ser ludibriado pela articulação do contexto, é necessário que
fronteiras foram derrubadas e a economia entrou em rota acelerada de se esteja atento à coesão e à coerência textuais.
competição.
Coesão textual é o que permite a ligação entre as diversas partes de
O conhecimento dos principais fatos históricos ajuda a iniciar um texto. um texto. Pode-se dividir em três segmentos:
O leitor é situado no tempo e pode ter uma melhor dimensão do problema.
1. Coesão referencial – é a que se refere a outro(s) elemento(s) do
Pergunta mundo textual.
Será que é com novos impostos que a saúde melhorará no Brasil? Os Exemplos:
contribuintes já estão cansados de tirar do bolso para tapar um buraco que
parece não ter fim. A cada ano, somos lesados por novos impostos para a) O presidente George W.Bush ficou indignado com o ataque no Wor-
alimentar um sistema que só parece piorar. A pergunta não é respondida de ld Trade Center. Ele afirmou que “castigará” os culpados. (retomada de
imediato. Ela serve para despertar a atenção do leitor para o tema e será uma palavra gramatical – referente “Ele” + “ Presidente George W.Bush”)
respondida ao longo da argumentação.
b) De você só quero isto: a sua amizade (antecipação de uma palavra
Citação gramatical – “isto” = “a sua amizade”
“As pessoas chegam ao ponto de uma criança morrer e os pais não c) O homem acordou feliz naquele dia. O felizardo ganhou um bom di-
chorarem mais, trazem a criança, jogarem num bolo de mortos, virarem as nheiro na loteria. ( retomada por palavra lexical – “o felizardo” = “o homem”)
costas e irem embora.” O comentário, do fotógrafo Sebastião Salgado,
falando sobre o que viu em Ruanda, é um acicate no estado de letargia 2. Coesão sequencial – é feita por conectores ou operadores discursi-
ética que domina algumas nações do Primeiro Mundo. DI FRANCO, Carlos vos, isto é palavras ou expressões responsáveis pela criação de relações
Alberto. Jornalismo, ética e qualidade. Rio de Janeiro, Vozes, 1995. p. 73. semânticas ( causa, condição, finalidade, etc.). São exemplos de conecto-
res: mas, dessa forma, portanto, então, etc..
A citação inicial facilita a continuidade do texto, pois ela é retomada pe-
la palavra comentário da segunda frase. Exemplo:

Comparação a. Ele é rico, mas não paga suas dívidas.

O tema de reforma agrária está a bastante tempo nas discussões sobre Observe que o vocábulo “mas” não faz referência a outro vocábulo; a-
os problemas mais graves que afetam o Brasil. Numa comparação entre o penas conecta (liga) uma ideia a outra, transmitindo a ideia de compensa-
movimento pela abolição da escravidão no Brasil, no final do século passa- ção.
do e, atualmente, o movimento pela reforma agrária, podemos perceber 3. Coesão recorrencial – é realizada pela repetição de vocábulos ou
algumas semelhanças. Como na época da abolição da escravidão existiam de estruturas frasais
elementos favoráveis e contrários a ela, também hoje há os que são a favor
e os que são contra a implantação da reforma agrária no Brasil. OLIVEIRA, semelhantes.
Pérsio Santos de. Introdução à sociologia. São Paulo, Ática, 1991. p.101. Exemplos;
Para introduzir o tema da reforma araria, o autor comparou a sociedade a. Os carros corriam, corriam, corriam.
de hoje com a do final do século XIX, mostrando a semelhança de compor-
tamento entre elas. b. O aluno finge que lê, finge que ouve, finge que estuda.
Afirmação Coerência textual é a relação que se estabelece entre as diversas
partes do texto, criando uma unidade de sentido. Está ligada ao en-
A profissionalização de uma equipe começa com a procura e aquisição tendimento, À possibilidade de interpretação daquilo que se ouve ou
das pessoas que tenham experiência e as aptidões adequadas para o lê.
desempenho da tarefa, especialmente quando esta é imediata. (Desenvol-
vimento ) As pessoas já virão integrar a equipe sem precisar de treinamen- OBS: pode haver texto com a presença de elementos coesivos, e não
to profissionalizante, podendo entrar em ação logo após seu ingresso. apresentar coerência.
Alternativamente, ou quando se dispõe de tempo, pode-se recrutar Exemplo:
pessoas inexperientes, mas que demonstrem o potencial para desenvolver
O presidente George W.Bush está descontente com o grupo Talibã.
as aptidões e o interesse em fazer parte da equipe ou dedicar-se a sua
Estes eram estudantes da escola fundamentalista. Eles, hoje, governam o
missão. Sempre que possível, uma equipe deve procurar combinar pessoas
afeganistão. Os afegãos apóiam o líder Osama Bin Laden. Este foi aliado
experientes e aprendizes em sua composição, de modo que os segundos
dos Estados Unidos quando da invasão da União Soviética ao Afeganistão.
aprendam com os primeiros. (conclusão) A falta de um banco de reservas,
muitas vezes, pode ser um obstáculo à própria evolução da equipe.” (Ma- Comentário:
ximiniano, 1986:50 )
ARTICULAÇÃO ENTRE PARÁGRAFOS

Língua Portuguesa 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ninguém pode dizer que falta coesão a este parágrafo. Mas de que se sim analisá-los de acordo com o contexto semântico ao qual está inserida.
trata mesmo? Do descontentamento do presidente dos Estados Unidos? Do
grupo Talibã? Do povo Afegão? Segundo Elisa Guimarães, o sentido da palavra texto estende-se a
uma enorme vastidão, podendo designar “um enunciado qualquer, oral ou
Do Osama Bin Laden? Embora o parágrafo tenha coesão, não apre- escrito, longo ou breve, antigo ou moderno” (p.14) e ao contrário do que
senta coerência, entendimento. muitos podem pensar, um texto pode ser caracterizado como um fragmen-
Pode ainda um texto apresentar coerência, e não apresentar elementos to, uma frase, um verbo ect e não apenas na reunião destes com mais
coesivos. Veja o texto seguinte: algumas outras formas de enunciação; procurando sempre uma objetivida-
de para que a sua compreensão seja feita de forma fácil e clara.
Como se conjuga um empresário
Mino Esta economia textual facilita no caminho de transmissão entre o enun-
ciador e o receptor do texto que procura condensar as informações recebi-
“Acordou. Levantou-se. Aprontou-se. Lavou-se. Barbeou-se. Enxugou- das a fim de se deter ao “núcleo informativo” (p.17), este sim, primordial a
se. Perfumou-se. Lanchou. Escovou. Abraçou. Saiu. Entrou. Cumprimen- qualquer informação.
tou. Orientou. Controlou. Advertiu. Chegou. Desceu. Subiu. Entrou. Cum-
primentou. Assentou-se. Preparou-se. Examinou. Leu. Convocou. Leu. A autora também apresenta diversas formas de classificação do discur-
Comentou. Interrompeu. Leu. Despachou. Vendeu. Vendeu. Ganhou. so e do texto, porém, detenhamo-nos na divisão de texto informativo e de
Ganhou. Ganhou. Lucrou. Lucrou. Lucrou. Lesou. Explorou. Escondeu. um texto literário ou ficcional.
Burlou. Safou-se. Comprou. Vendeu. Assinou. Sacou. Depositou. Deposi-
tou. Associou-se. Vendeu-se. Entregou. Sacou. Depositou. Despachou. Analisando um texto, é possível percebermos que a repetição de um
Repreendeu. Suspendeu. Demitiu. Negou. Explorou. Desconfiou. Vigiou. nome/lexema, nos induz à lembrar de fatos já abordados, estimula a nossa
Ordenou. Telefonou. Despachou. Esperou. Chegou. Vendeu. Lucrou. biblioteca mental e a informa da importância de tal nome, que dentro de um
Lesou. Demitiu. Convocou. Elogiou. Bolinou. Estimulou. Beijou. Convidou. contexto qualquer, ou seja que não fosse de um texto informacional, seria
Saiu. Chegou. Despiu-se. Abraçou. Deitou-se. Mexeu. Gemeu. Fungou. apenas caracterizado como uma redundância desnecessária. Essa repeti-
Babou. Antecipou. Frustrou. Virou-se. Relaxou-se. Envergonhou-se. Pre- ção é normalmente dada através de sinônimos ou “sinônimos perfeitos”
senteou. Saiu. Despiu-se. Dirigiu-se. Chegou. Beijou. Negou. Lamentou. (p.30) que permitem a permutação destes nomes durante o texto sem que o
Justificou-se. Dormiu. Roncou. Sonhou. Sobressaltou-se. Acordou. Preocu- sentido original e desejado seja modificado.
pou-se. Temeu. Suou. Ansiou. Tentou. Despertou. Insistiu. Irritou-se. Te-
meu. Levantou. Apanhou. Rasgou. Engoliu. Bebeu. Dormiu. Dormiu. Dor- Esta relação semântica presente nos textos ocorre devido às interpre-
miu. Dormiu. Acordou. Levantou-se. Aprontou-se... Comentário: tações feitas da realidade pelo interlocutor, que utiliza a chamada “semânti-
ca referencial” (p.31) para causar esta busca mental no receptor através de
O texto nos mostra o dia-a-dia de um empresário qualquer. A estrutura
palavras semanticamente semelhantes à que fora enunciada, porém, existe
textual – somente verbos – não apresenta elementos coesivos; o que se
ainda o que a autora denominou de “inexistência de sinônimo perfeito”
encontra são relações de sentido, isto é, o texto retrata a visão do seu
(p.30) que são sinônimos porém quando posto em substituição um ao outro
autor, no caso, a de que todo empresário é calculista e desonesto.
não geram uma coerência adequada ao entendimento.
Há palavras e expressões que garantem transições bem feitas e que
estabelecem relações lógicas entre as diferentes ideias apresentadas no Nesta relação de substituição por sinônimos, devemos ter cautela
texto. Fonte: UNINOVE quando formos usar os “hiperônimos” (p.32), ou até mesmo a “hiponímia”
(p.32) onde substitui-se a parte pelo todo, pois neste emaranhado de subs-
tituições pode-se causar desajustes e o resultado final não fazer com que a
ESTRUTURAÇÃO E ARTICULAÇÃO DO TEXTO imagem mental do leitor seja ativada de forma corretamente, e outra assimi-
lação, errônea, pode ser utilizada.
Resenha Critica de Articulação do Texto
Amanda Alves Martins Seguindo ainda neste linear das substituições, existem ainda as “nomi-
Resenha Crítica do livro A Articulação do Texto, da autora Elisa Guima- nações” e a “elipse”, onde na primeira, o sentido inicialmente expresso por
rães um verbo é substituído por um nome, ou seja, um substantivo; e, enquanto
na segunda, ou seja, na elipse, o substituto é nulo e marcado pela flexão
No livro de Elisa Guimarães, A Articulação do Texto, a autora procura verbal; como podemos perceber no seguinte exemplo retirado do livro de
esclarecer as dúvidas referentes à formação e à compreensão de um texto Elisa Guimarães:
e do seu contexto. “Louve-se nos mineiros, em primeiro lugar, a sua presença suave. Mil
deles não causam o incômodo de dez cearenses.
Formado por unidades coordenadas, ou seja, interligadas entre si, o
texto constitui, portanto, uma unidade comunicativa para os membros de __Não grita, ___ não empurram< ___ não seguram o braço da gente,
uma comunidade; nele, existe um conjunto de fatores indispensáveis para a ___ não impõem suas opiniões. Para os importunos inventaram eles uma
sua construção, como “as intenções do falante (emissor), o jogo de ima- palavra maravilhosamente definidora e que traduz bem a sua antipatia para
gens conceituais, mentais que o emissor e destinatário executam.”(Manuel essa casta de gente (...)” (Rachel de Queiroz. Mineiros. In: Cem crônicas
P. Ribeiro, 2004, p.397). Somado à isso, um texto não pode existir de forma escolhidas. Rio de Janeiros, José Olympio, 1958, p.82).
única e sozinha, pois depende dos outros tanto sintaticamente quanto
semanticamente para que haja um entendimento e uma compreensão Porém é preciso especificar que para que haja a elipse o termo elíptico
deste. Dentro de um texto, as partes que o formam se integram e se expli- deve estar perfeitamente claro no contexto. Este conceito e os demais já
cam de forma recíproca. ditos anteriormente são primordiais para a compreensão e produção textu-
al, uma vez que contribuem para a economia de linguagem, fator de grande
Completando o processo de formação de um texto, a autora nos escla- valor para tais feitos.
rece que a economia de linguagem facilita a compreensão dele, sendo
indispensável uma ligação entre as partes, mesmo havendo um corte de Ao abordar os conceitos de coesão e coerência, a autora procura pri-
trechos considerados não essenciais. meiramente retomar a noção de que a construção do texto é feita através
de “referentes linguísticos” (p.38) que geram um conjunto de frases que irão
Quando o tema é a “situação comunicativa” (p.7), a autora nos esclare- constituir uma “microestrutura do texto” (p.38) que se articula com a estrutu-
ce a relação texto X contexto, onde um é essencial para esclarecermos o ra semântica geral. Porém, a dificuldade de se separar a coesão da coe-
outro, utilizando-se de palavras que recebem diferentes significados con- rência está no fato daquela está inserida nesta, formando uma linha de
forme são inseridas em um determinado contexto; nos levando ao entendi- raciocínio de fácil compreensão, no entanto, quando ocorre uma incoerên-
mento de que não podemos considerar isoladamente os seus conceitos e cia textual, decorrente da incompatibilidade e não exatidão do que foi

Língua Portuguesa 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
escrito, o leitor também é capaz de entender devido a sua fácil compreen- Atenção especial concentram os procedimentos que garantem ao texto
são apesar da má articulação do texto. coesão e coerência. São esses procedimentos que desenvolvem a dinâ-
mica articuladora e garantem a progressão textual.
A coerência de um texto não é dada apenas pela boa interligação entre
as suas frases, mas também porque entre estas existe a influência da A coesão é a manifestação linguística da coerência e se realiza nas
coerência textual, o que nos ajuda a concluir que a coesão, na verdade, é relações entre elementos sucessivos (artigos, pronomes adjetivos, adjetivos
efeito da coerência. Como observamos em Nova Gramática Aplicada da em relação aos substantivos; formas verbais em relação aos sujeitos;
Língua Portuguesa de Manoel P. Ribeiro (2004, 14ed): tempos verbais nas relações espaço-temporais constitutivas do texto etc.),
na organização de períodos, de parágrafos, das partes do todo, como
A coesão e a coerência trazem a característica de promover a inter- formadoras de uma cadeia de sentido capaz de apresentar e desenvolver
relação semântica entre os elementos do discurso, respondendo pelo que um tema ou as unidades de um texto. Construída com os mecanismos
chamamos de conectividade textual. “A coerência diz respeito ao nexo gramaticais e lexicais, confere unidade formal ao texto.
entre os conceitos; e a coesão, à expressão desse nexo no plano linguísti- 1. Considere-se, inicialmente, a coesão apoiada no léxico. Ela pode
co” (VAL, Maria das Graças Costa. Redação e textualidade, 1991, p.7) dar-se pela reiteração, pela substituição e pela associação.
É garantida com o emprego de:
No capítulo que diz respeito às noções de estrutura, Elisa Guimarães, • enlaces semânticos de frases por meio da repetição. A mensa-
busca ressaltar o nível sintático representado pelas coordenações e subor- gem-tema do texto apoiada na conexão de elementos léxicos su-
dinações que fixam relações de “equivalência” ou “hierarquia” respectiva- cessivos pode dar-se por simples iteração (repetição). Cabe, nesse
mente. caso, fazer-se a diferenciação entre a simples redundância resul-
Um fato importante dentro do livro A Articulação do Texto, é o valor atribuí- tado da pobreza de vocabulário e o emprego de repetições como
do às estruturas integrantes do texto, como o título, o parágrafo, as inter e recurso estilístico, com intenção articulatória. Ex.: “As contas do
intrapartes, o início e o fim e também, as superestruturas. patrão eram diferentes, arranjadas a tinta e contra o vaqueiro, mas
Fabiano sabia que elas estavam erradas e o patrão queria enganá-
O título funciona como estratégica de articulação do texto podendo de- lo.Enganava.” Vidas secas, p. 143);
sempenhar papéis que resumam os seus pontos primordiais, como tam- • substituição léxica, que se dá tanto pelo emprego de sinônimos
bém, podem ser desvendados no decorrer da leitura do texto. como de palavras quase sinônimas. Considerem-se aqui além
das palavras sinônimas, aquelas resultantes de famílias ideológi-
Os parágrafos esquematizam o raciocínio do escritos, como enuncia cas e do campo associativo, como, por exemplo, esvoaçar, revoar,
Othon Moacir Garcia: voar;
“O parágrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar con-
• hipônimos (relações de um termo específico com um termo de
venientemente as ideias principais da sua composição, permitindo ao leitor
sentido geral, ex.: gato, felino) e hiperônimos (relações de um
acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios”.
termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais específi-
co, ex.: felino, gato);
É bom relembrar, que dentro do parágrafo encontraremos o chamado
tópico frasal, que resumirá a principal ideia do parágrafo no qual esta • nominalizações (quando um fato, uma ocorrência, aparece em
inserido; e também encontraremos, segundo a autora, dez diferentes tipos forma de verbo e, mais adiante, reaparece como substantivo, ex.:
de parágrafo, cada qual com um ponto de vista específico. consertar, o conserto; viajar, a viagem). É preciso distinguir-se en-
tre nominalização estrita e. generalizações (ex.: o cão < o animal)
No que diz respeito ao tópico Inicio e fim, Elisa Guimarães preferiu a- e especificações (ex.: planta > árvore > palmeira);
bordá-los de forma mútua já que um é consequência ou decorrência do • substitutos universais (ex.: João trabalha muito. Também o faço.
outro; ficando a organização da narrativa com uma forma de estrutura O verbo fazer em substituição ao verbo trabalhar);
clássica e seguindo uma linha sequencial já esperada pelo leitor, onde o • enunciados que estabelecem a recapitulação da ideia global.
início alimenta a esperança de como virá a ser o texto, enquanto que o fim Ex.: O curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e também
exercer uma função de dar um destaque maior ao fechamento do texto, o deserto, a casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono
que também, alimenta a imaginação tanto do leito, quanto do próprio autor. (Vidas Secas, p.11). Esse enunciado é chamado de anáfora con-
ceptual. Todo um enunciado anterior e a ideia global que ele refere
No geral, o que diz respeito ao livro A Articulação do Texto de Elisa são retomados por outro enunciado que os resume e/ou interpreta.
Guimarães, ele nos trás um grande número de informações e novos concei- Com esse recurso, evitam-se as repetições e faz-se o discurso a-
tos em relação à produção e compreensão textual, no entanto, essa grande vançar, mantendo-se sua unidade.
leva de informações muitas vezes se tornam confusas e acabam por des- 2. A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de:
prenderem-se uma das outras, quebrando a linearidade de todo o texto e • certos pronomes (pessoais, adjetivos ou substantivos). Destacam-
dificultando o entendimento teórico. se aqui os pronomes pessoais de terceira pessoa, empregados
como substitutos de elementos anteriormente presentes no texto,
A REFERENCIAÇÃO / OS REFERENTES / COERÊNCIA E COESÃO diferentemente dos pronomes de 1ª e 2ª pessoa que se referem à
pessoa que fala e com quem esta fala.
A fala e também o texto escrito constituem-se não apenas numa se- • certos advérbios e expressões adverbiais;
quência de palavras ou de frases. A sucessão de coisas ditas ou escritas • artigos;
forma uma cadeia que vai muito além da simples sequencialidade: há um
entrelaçamento significativo que aproxima as partes formadoras do texto • conjunções;
falado ou escrito. Os mecanismos linguísticos que estabelecem a conectivi- • numerais;
dade e a retomada e garantem a coesão são os referentes textuais. Cada • elipses. A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado
uma das coisas ditas estabelece relações de sentido e significado tanto anterior, a palavra elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem
com os elementos que a antecedem como com os que a sucedem, constru- recolheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas for-
indo uma cadeia textual significativa. Essa coesão, que dá unidade ao ças. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a
texto, vai sendo construída e se evidencia pelo emprego de diferentes relação entre as duas orações.). É a própria ausência do termo que
procedimentos, tanto no campo do léxico, como no da gramática. (Não marca a inter-relação. A identificação pode dar-se com o próprio
esqueçamos que, num texto, não existem ou não deveriam existir elemen- enunciado, como no exemplo anterior, ou com elementos extraver-
tos dispensáveis. Os elementos constitutivos vão construindo o texto, e são bais, exteriores ao enunciado. Vejam-se os avisos em lugares pú-
as articulações entre vocábulos, entre as partes de uma oração, entre as blicos (ex.: Perigo!) e as frases exclamativas, que remetem a uma
orações e entre os parágrafos que determinam a referenciação, os contatos situação não-verbal. Nesse caso, a articulação se dá entre texto e
e conexões e estabelecem sentido ao todo.) contexto (extratextual);
• as concordâncias;

Língua Portuguesa 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• a correlação entre os tempos verbais. condicionalidade: essa relação é expressa pela combinação de duas
proposições: uma introduzida pelo articulador se ou caso e outra por então
Os dêiticos exercem, por excelência, essa função de progressão textu- (consequente), que pode vir implícito. Estabelece-se uma relação entre o
al, dada sua característica: são elementos que não significam, apenas antecedente e o consequente, isto é, sendo o antecedente verdadeiro ou
indicam, remetem aos componentes da situação comunicativa. Já os com- possível, o consequente também o será.
ponentes concentram em si a significação. Referem os participantes do ato
de comunicação, o momento e o lugar da enunciação. Na relação de condicionalidade, estabelece-se, muitas vezes, uma
condição hipotética, isto é,, cria-se na proposição introduzida pelo articula-
Elisa Guimarães ensina a respeito dos dêiticos: dor se/caso uma hipótese que condicionará o que será dito na proposição
Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os participan- seguinte. Em geral, a proposição situa-se num tempo futuro.
tes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locuções
prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios de tempo, referenciam o Caso tenha férias, (então) viajarei para Buenos Aires.
momento da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou
posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ulti- causalidade: é expressa pela combinação de duas proposições, uma
mamente, recentemente, ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de das quais encerra a causa que acarreta a consequência expressa na outra.
agora em diante, no próximo ano, depois de (futuro). Tal relação pode ser veiculada de diferentes formas:

Maria da Graça Costa Val lembra que “esses recursos expressam rela- Passei no vestibular porque estudei muito
ções não só entre os elementos no interior de uma frase, mas também visto que
entre frases e sequências de frases dentro de um texto”. já que
uma vez que
Não só a coesão explícita possibilita a compreensão de um texto. Mui- _________________ _____________________
tas vezes a comunicação se faz por meio de uma coesão implícita, apoia- consequência causa
da no conhecimento mútuo anterior que os participantes do processo
comunicativo têm da língua.
Estudei tanto que passei no vestibular.
A ligação lógica das ideias Estudei muito por isso passei no vestibular
Uma das características do texto é a organização sequencial dos ele- _________________ ____________________
mentos linguísticos que o compõem, isto é, as relações de sentido que se causa consequência
estabelecem entre as frases e os parágrafos que compõem um texto,
fazendo com que a interpretação de um elemento linguístico qualquer seja
dependente da de outro(s). Os principais fatores que determinam esse Como estudei passei no vestibular
encadeamento lógico são: a articulação, a referência, a substituição voca- Por ter estudado muito passei no vestibular
bular e a elipse. ___________________ ___________________
causa consequência
ARTICULAÇÃO
Os articuladores (também chamados nexos ou conectores) são conjun- finalidade: uma das proposições do período explicita o(s) meio(s) para
ções, advérbios e preposições responsáveis pela ligação entre si dos fatos se atingir determinado fim expresso na outra. Os articuladores principais
denotados num texto, Eles exprimem os diferentes tipos de interdependên- são: para, afim de, para que.
cia de sentido das frases no processo de sequencialização textual. As
ideias ou proposições podem se relacionar indicando causa, consequência, Utilizo o automóvel a fim de facilitar minha vida.
finalidade, etc.
conformidade: essa relação expressa-se por meio de duas proposi-
Ingressei na Faculdade a fim de ascender socialmente. ções, em que se mostra a conformidade de conteúdo de uma delas em
Ingressei na Faculdade porque pretendo ser biólogo. relação a algo afirmado na outra.
Ingressei na Faculdade depois de ter-me casado.
O aluno realizou a prova conforme o professor solicitara.
É possível observar que os articuladores relacionam os argumentos di- segundo
ferentemente. Podemos, inclusive, agrupá-los, conforme a relação que consoante
estabelecem. como
de acordo com a solicitação...
Relações de:
adição: os conectores articula sequencialmente frases cujos conteúdos temporalidade: é a relação por meio da qual se localizam no tempo
se adicionam a favor de uma mesma conclusão: e, também, não ações, eventos ou estados de coisas do mundo real, expressas por meio de
só...como também, tanto...como, além de, além disso, ainda, nem. duas proposições.
Quando
Na maioria dos casos, as frases somadas não são permutáveis, isto é, Mal
a ordem em que ocorrem os fatos descritos deve ser respeitada. Logo que terminei o colégio, matriculei-me aqui.
Assim que
Ele entrou, dirigiu-se à escrivaninha e sentou-se. Depois que
alternância: os conteúdos alternativos das frases são articulados por No momento em que
conectores como ou, ora...ora, seja...seja. O articulador ou pode expres- Nem bem
sar inclusão ou exclusão.
a) concomitância de fatos: Enquanto todos se divertiam, ele estu-
Ele não sabe se conclui o curso ou abandona a Faculdade. dava com afinco.
Existe aqui uma simultaneidade entre os fatos descritos em cada
oposição: os conectores articulam sequencialmente frases cujos con- uma das proposições.
teúdos se opõem. São articuladores de oposição: mas, porém, todavia, b) um tempo progressivo:
entretanto, no entanto, não obstante, embora, apesar de (que), ainda À proporção que os alunos terminavam a prova, iam se retirando.
que, se bem que, mesmo que, etc. • bar enchia de frequentadores à medida que a noite caía.

O candidato foi aprovado, mas não fez a matrícula. Conclusão: um enunciado introduzido por articuladores como portan-

Língua Portuguesa 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
to, logo, pois, então, por conseguinte, estabelece uma conclusão em O narrador passa a existir a partir do instante que se abre o livro e ele,
relação a algo dito no enunciado anterior: em primeira ou terceira pessoa, nos conta a história que o livro guarda.
Confundir narrador e autor é fazer a loucura de imaginar que, morto o autor,
Assistiu a todas as aulas e realizou com êxito todos os exercícios. Por- todos os seus narradores morreriam junto com ele e que, portanto, não
tanto tem condições de se sair bem na prova. disporíamos mais de nenhuma narrativa dele.

É importante salientar que os articuladores conclusivos não se limitam GÊNEROS TEXTUAIS


a articular frases. Eles podem articular parágrafos, capítulos.
Gêneros textuais são tipos específicos de textos de qualquer natureza,
Comparação: é estabelecida por articuladores : tanto (tão)...como, literários ou não. Modalidades discursivas constituem as estruturas e as
tanto (tal)...como, tão ...quanto, mais ....(do) que, menos ....(do) que, funções sociais (narrativas, dissertativas, argumentativas, procedimentais e
assim como. exortativas), utilizadas como formas de organizar a linguagem. Dessa
Ele é tão competente quanto Alberto. forma, podem ser considerados exemplos de gêneros textuais: anúncios,
convites, atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comédias,
Explicação ou justificativa: os articuladores do tipo pois, que, por- contos de fadas, convênios, crônicas, editoriais, ementas, ensaios, entrevis-
que introduzem uma justificativa ou explicação a algo já anteriormente tas, circulares, contratos, decretos, discursos políticos
referido.
A diferença entre Gênero Textual e Tipologia Textual é, no meu en-
Não se preocupe que eu voltarei tender, importante para direcionar o trabalho do professor de língua na
pois leitura, compreensão e produção de textos1. O que pretendemos neste
porque pequeno ensaio é apresentar algumas considerações sobre Gênero Tex-
tual e Tipologia Textual, usando, para isso, as considerações feitas por
As pausas Marcuschi (2002) e Travaglia (2002), que faz apontamentos questionáveis
Os articuladores são, muitas vezes, substituídos por “pausas” (marca- para o termo Tipologia Textual. No final, apresento minhas considerações
das por dois pontos, vírgula, ponto final na escrita). Que podem assinalar a respeito de minha escolha pelo gênero ou pela tipologia.
tipos de relações diferentes.
Convém afirmar que acredito que o trabalho com a leitura, compreen-
Compramos tudo pela manhã: à tarde pretendemos viajar. (causalida- são e a produção escrita em Língua Materna deve ter como meta primordial
de) o desenvolvimento no aluno de habilidades que façam com que ele tenha
Não fique triste. As coisas se resolverão. (justificativa) capacidade de usar um número sempre maior de recursos da língua para
Ela estava bastante tranquila eu tinha os nervos à flor da pele. ( oposi- produzir efeitos de sentido de forma adequada a cada situação específica
ção) de interação humana.
Não estive presente à cerimônia. Não posso descrevê-la. (conclusão)
http://www.seaac.com.br/ Luiz Antônio Marcuschi (UFPE) defende o trabalho com textos na esco-
la a partir da abordagem do Gênero Textual Marcuschi não demonstra
A análise de expressões referenciais é fundamental na interpretação do favorabilidade ao trabalho com a Tipologia Textual, uma vez que, para ele,
discurso. A identificação de expressões correferentes é importante em o trabalho fica limitado, trazendo para o ensino alguns problemas, uma vez
diversas aplicações de Processamento da Linguagem Natural. Expressões que não é possível, por exemplo, ensinar narrativa em geral, porque, embo-
referenciais podem ser usadas para introduzir entidades em um discurso ou ra possamos classificar vários textos como sendo narrativos, eles se con-
podem fazer referência a entidades já mencionadas,podendo fazer uso de cretizam em formas diferentes – gêneros – que possuem diferenças especí-
redução lexical. ficas.

Interpretar e produzir textos de qualidade são tarefas muito importantes Por outro lado, autores como Luiz Carlos Travaglia (UFUberlândia/MG)
na formação do aluno. Para realizá-las de modo satisfatório, é essencial defendem o trabalho com a Tipologia Textual. Para o autor, sendo os
saber identificar e utilizar os operadores sequenciais e argumentativos do textos de diferentes tipos, eles se instauram devido à existência de diferen-
discurso. A linguagem é um ato intencional, o indivíduo faz escolhas quan- tes modos de interação ou interlocução. O trabalho com o texto e com os
do se pronuncia oralmente ou quando escreve. Para dar suporte a essas diferentes tipos de texto é fundamental para o desenvolvimento da compe-
escolhas, de modo a fazer com que suas opiniões sejam aceitas ou respei- tência comunicativa. De acordo com as ideias do autor, cada tipo de texto é
tadas, é fundamental lançar mão dos operadores que estabelecem ligações apropriado para um tipo de interação específica. Deixar o aluno restrito a
(espécies de costuras) entre os diferentes elementos do discurso. apenas alguns tipos de texto é fazer com que ele só tenha recursos para
atuar comunicativamente em alguns casos, tornando-se incapaz, ou pouco
capaz, em outros. Certamente, o professor teria que fazer uma espécie de
Autor e Narrador: Diferenças levantamento de quais tipos seriam mais necessários para os alunos, para,
Equipe Aprovação Vest a partir daí, iniciar o trabalho com esses tipos mais necessários.

Qual é, afinal, a diferença entre Autor e Narrador? Existe uma diferença Marcuschi afirma que os livros didáticos trazem, de maneira equivoca-
enorme entre ambos. da, o termo tipo de texto. Na verdade, para ele, não se trata de tipo de
texto, mas de gênero de texto. O autor diz que não é correto afirmar que a
Autor
carta pessoal, por exemplo, é um tipo de texto como fazem os livros. Ele
É um homem do mundo: tem carteira de identidade, vai ao supermer- atesta que a carta pessoal é um Gênero Textual.
cado, masca chiclete, eventualmente teve sarampo na infância e, mais
eventualmente ainda, pode até tocar trombone, piano, flauta transversal. O autor diz que em todos os gêneros os tipos se realizam, ocorrendo,
Paga imposto. muitas das vezes, o mesmo gênero sendo realizado em dois ou mais tipos.
Ele apresenta uma carta pessoal3 como exemplo, e comenta que ela pode
Narrador apresentar as tipologias descrição, injunção, exposição, narração e argu-
É um ser intradiegético, ou seja, um ser que pertence à história que mentação. Ele chama essa miscelânea de tipos presentes em um gênero
está sendo narrada. Está claro que é um preposto do autor, mas isso não de heterogeneidade tipológica.
significa que defenda nem compartilhe suas ideias. Se assim fosse, Ma-
chado de Assis seria um crápula como Bentinho ou um bígamo, porque, Travaglia (2002) fala em conjugação tipológica. Para ele, dificilmente
casado com Carolina Xavier de Novais, casou-se também com Capitu, foi são encontrados tipos puros. Realmente é raro um tipo puro. Num texto
amante de Virgília e de um sem-número de mulheres que permeiam seus como a bula de remédio, por exemplo, que para Fávero & Koch (1987) é
contos e romances. um texto injuntivo, tem-se a presença de várias tipologias, como a descri-

Língua Portuguesa 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ção, a injunção e a predição. Travaglia afirma que um texto se define como mento) (Weirinch, 1968). Os textos do mundo narrado seriam enquadrados,
de um tipo por uma questão de dominância, em função do tipo de interlocu- de maneira geral, no tipo narração. Já os do mundo comentado ficariam no
ção que se pretende estabelecer e que se estabelece, e não em função do tipo dissertação.
espaço ocupado por um tipo na constituição desse texto.
Travaglia diz que o Gênero Textual se caracteriza por exercer uma
Quando acontece o fenômeno de um texto ter aspecto de um gênero função social específica. Para ele, estas funções sociais são pressentidas e
mas ter sido construído em outro, Marcuschi dá o nome de intertextuali- vivenciadas pelos usuários. Isso equivale dizer que, intuitivamente, sabe-
dade intergêneros. Ele explica dizendo que isso acontece porque ocorreu mos que gênero usar em momentos específicos de interação, de acordo
no texto a configuração de uma estrutura intergêneros de natureza altamen- com a função social dele. Quando vamos escrever um e-mail, sabemos que
te híbrida, sendo que um gênero assume a função de outro. ele pode apresentar características que farão com que ele “funcione” de
maneira diferente. Assim, escrever um e-mail para um amigo não é o
Travaglia não fala de intertextualidade intergêneros, mas fala de um mesmo que escrever um e-mail para uma universidade, pedindo informa-
intercâmbio de tipos. Explicando, ele afirma que um tipo pode ser usado ções sobre um concurso público, por exemplo.
no lugar de outro tipo, criando determinados efeitos de sentido impossíveis,
na opinião do autor, com outro dado tipo. Para exemplificar, ele fala de Observamos que Travaglia dá ao gênero uma função social. Parece
descrições e comentários dissertativos feitos por meio da narração. que ele diferencia Tipologia Textual de Gênero Textual a partir dessa
“qualidade” que o gênero possui. Mas todo texto, independente de seu
Resumindo esse ponto, Marcuschi traz a seguinte configuração teórica: gênero ou tipo, não exerce uma função social qualquer?
• intertextualidade intergêneros = um gênero com a função de outro
• heterogeneidade tipológica = um gênero com a presença de vários Marcuschi apresenta alguns exemplos de gêneros, mas não ressalta
tipos sua função social. Os exemplos que ele traz são telefonema, sermão,
Travaglia mostra o seguinte: romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, etc.
• conjugação tipológica = um texto apresenta vários tipos
Já Travaglia, não só traz alguns exemplos de gêneros como mostra o
• intercâmbio de tipos = um tipo usado no lugar de outro que, na sua opinião, seria a função social básica comum a cada um: aviso,
comunicado, edital, informação, informe, citação (todos com a função social
Aspecto interessante a se observar é que Marcuschi afirma que os gê- de dar conhecimento de algo a alguém). Certamente a carta e o e-mail
neros não são entidades naturais, mas artefatos culturais construídos entrariam nessa lista, levando em consideração que o aviso pode ser dado
historicamente pelo ser humano. Um gênero, para ele, pode não ter uma sob a forma de uma carta, e-mail ou ofício. Ele continua exemplificando
determinada propriedade e ainda continuar sendo aquele gênero. Para apresentando a petição, o memorial, o requerimento, o abaixo assinado
exemplificar, o autor fala, mais uma vez, da carta pessoal. Mesmo que o (com a função social de pedir, solicitar). Continuo colocando a carta, o e-
autor da carta não tenha assinado o nome no final, ela continuará sendo mail e o ofício aqui. Nota promissória, termo de compromisso e voto são
carta, graças as suas propriedades necessárias e suficientes .Ele diz, ainda, exemplos com a função de prometer. Para mim o voto não teria essa fun-
que uma publicidade pode ter o formato de um poema ou de uma lista de ção de prometer. Mas a função de confirmar a promessa de dar o voto a
produtos em oferta. O que importa é que esteja fazendo divulgação de alguém. Quando alguém vota, não promete nada, confirma a promessa de
produtos, estimulando a compra por parte de clientes ou usuários daquele votar que pode ter sido feita a um candidato.
produto.
Ele apresenta outros exemplos, mas por questão de espaço não colo-
Para Marcuschi, Tipologia Textual é um termo que deve ser usado pa- carei todos. É bom notar que os exemplos dados por ele, mesmo os que
ra designar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza não foram mostrados aqui, apresentam função social formal, rígida. Ele não
linguística de sua composição. Em geral, os tipos textuais abrangem as apresenta exemplos de gêneros que tenham uma função social menos
categorias narração, argumentação, exposição, descrição e injunção (Swa- rígida, como o bilhete.
les, 1990; Adam, 1990; Bronckart, 1999). Segundo ele, o termo Tipologia
Textual é usado para designar uma espécie de sequência teoricamente Uma discussão vista em Travaglia e não encontrada em Marcuschi7 é a
definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, de Espécie. Para ele, Espécie se define e se caracteriza por aspectos
sintáticos, tempos verbais, relações lógicas) (p. 22). formais de estrutura e de superfície linguística e/ou aspectos de conteúdo.
Ele exemplifica Espécie dizendo que existem duas pertencentes ao tipo
Gênero Textual é definido pelo autor como uma noção vaga para os narrativo: a história e a não-história. Ainda do tipo narrativo, ele apresenta
textos materializados encontrados no dia-a-dia e que apresentam caracte- as Espécies narrativa em prosa e narrativa em verso. No tipo descritivo ele
rísticas sócio-comunicativas definidas pelos conteúdos, propriedades mostra as Espécies distintas objetiva x subjetiva, estática x dinâmica e
funcionais, estilo e composição característica. comentadora x narradora. Mudando para gênero, ele apresenta a corres-
pondência com as Espécies carta, telegrama, bilhete, ofício, etc. No gênero
Travaglia define Tipologia Textual como aquilo que pode instaurar um romance, ele mostra as Espécies romance histórico, regionalista, fantásti-
modo de interação, uma maneira de interlocução, segundo perspectivas co, de ficção científica, policial, erótico, etc. Não sei até que ponto a Espé-
que podem variar. Essas perspectivas podem, segundo o autor, estar cie daria conta de todos os Gêneros Textuais existentes. Será que é
ligadas ao produtor do texto em relação ao objeto do dizer quanto ao fa- possível especificar todas elas? Talvez seja difícil até mesmo porque não é
zer/acontecer, ou conhecer/saber, e quanto à inserção destes no tempo fácil dizer quantos e quais são os gêneros textuais existentes.
e/ou no espaço. Pode ser possível a perspectiva do produtor do texto dada
pela imagem que o mesmo faz do receptor como alguém que concorda ou Se em Travaglia nota-se uma discussão teórica não percebida em Mar-
não com o que ele diz. Surge, assim, o discurso da transformação, quando cuschi, o oposto também acontece. Este autor discute o conceito de Domí-
o produtor vê o receptor como alguém que não concorda com ele. Se o nio Discursivo. Ele diz que os domínios discursivos são as grandes esfe-
produtor vir o receptor como alguém que concorda com ele, surge o discur- ras da atividade humana em que os textos circulam (p. 24). Segundo infor-
so da cumplicidade. Tem-se ainda, na opinião de Travaglia, uma perspecti- ma, esses domínios não seriam nem textos nem discursos, mas dariam
va em que o produtor do texto faz uma antecipação no dizer. Da mesma origem a discursos muito específicos. Constituiriam práticas discursivas
forma, é possível encontrar a perspectiva dada pela atitude comunicativa de dentro das quais seria possível a identificação de um conjunto de gêneros
comprometimento ou não. Resumindo, cada uma das perspectivas apre- que às vezes lhes são próprios como práticas ou rotinas comunicativas
sentadas pelo autor gerará um tipo de texto. Assim, a primeira perspectiva institucionalizadas. Como exemplo, ele fala do discurso jornalístico, discur-
faz surgir os tipos descrição, dissertação, injunção e narração. A segun- so jurídico e discurso religioso. Cada uma dessas atividades, jornalística,
da perspectiva faz com que surja o tipo argumentativo stricto sensu6 e jurídica e religiosa, não abrange gêneros em particular, mas origina vários
não argumentativo stricto sensu. A perspectiva da antecipação faz surgir deles.
o tipo preditivo. A do comprometimento dá origem a textos do mundo
comentado (comprometimento) e do mundo narrado (não comprometi- Travaglia até fala do discurso jurídico e religioso, mas não como Mar-

Língua Portuguesa 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
cuschi. Ele cita esses discursos quando discute o que é para ele tipologia Pode ser que o trabalho apenas com o tipo narrativo não dê ao alu-
de discurso. Assim, ele fala dos discursos citados mostrando que as tipolo- no o preparo ideal para lidar com o tipo dissertativo, e vice-versa.
gias de discurso usarão critérios ligados às condições de produção dos Um aluno que pára de estudar na 5ª série e não volta mais à escola
discursos e às diversas formações discursivas em que podem estar inseri- teria convivido muito mais com o tipo narrativo, sendo esse o mais
dos (Koch & Fávero, 1987, p. 3). Citando Koch & Fávero, o autor fala que trabalhado nessa série. Será que ele estaria preparado para produ-
uma tipologia de discurso usaria critérios ligados à referência (institucional zir, quando necessário, outros tipos textuais? Ao lidar somente com
(discurso político, religioso, jurídico), ideológica (discurso petista, de direita, o tipo narrativo, por exemplo, o aluno, de certa forma, não deixa de
de esquerda, cristão, etc), a domínios de saber (discurso médico, linguísti- trabalhar com os outros tipos?);
co, filosófico, etc), à inter-relação entre elementos da exterioridade (discur- b) A utilização prática que o aluno fará de cada tipo em sua vida.
so autoritário, polêmico, lúdico)). Marcuschi não faz alusão a uma tipologia
do discurso. Acho que vale a pena dizer que sou favorável ao trabalho com o Gêne-
ro Textual na escola, embora saiba que todo gênero realiza necessaria-
Semelhante opinião entre os dois autores citados é notada quando fa- mente uma ou mais sequências tipológicas e que todos os tipos inserem-se
lam que texto e discurso não devem ser encarados como iguais. Marcus- em algum gênero textual.
chi considera o texto como uma entidade concreta realizada materialmente
e corporificada em algum Gênero Textual [grifo meu] (p. 24). Discurso Até recentemente, o ensino de produção de textos (ou de redação) era
para ele é aquilo que um texto produz ao se manifestar em alguma instân- feito como um procedimento único e global, como se todos os tipos de texto
cia discursiva. O discurso se realiza nos textos (p. 24). Travaglia considera fossem iguais e não apresentassem determinadas dificuldades e, por isso,
o discurso como a própria atividade comunicativa, a própria atividade não exigissem aprendizagens específicas. A fórmula de ensino de redação,
produtora de sentidos para a interação comunicativa, regulada por uma ainda hoje muito praticada nas escolas brasileiras – que consiste funda-
exterioridade sócio-histórica-ideológica (p. 03). Texto é o resultado dessa mentalmente na trilogia narração, descrição e dissertação – tem por base
atividade comunicativa. O texto, para ele, é visto como uma concepção voltada essencialmente para duas finalidades: a formação
de escritores literários (caso o aluno se aprimore nas duas primeiras moda-
uma unidade linguística concreta que é tomada pelos usuários da lín-
lidades textuais) ou a formação de cientistas (caso da terceira modalidade)
gua em uma situação de interação comunicativa específica, como uma
(Antunes, 2004). Além disso, essa concepção guarda em si uma visão
unidade de sentido e como preenchendo uma função comunicativa reco-
equivocada de que narrar e descrever seriam ações mais “fáceis” do que
nhecível e reconhecida, independentemente de sua extensão (p. 03).
dissertar, ou mais adequadas à faixa etária, razão pela qual esta última
tenha sido reservada às séries terminais - tanto no ensino fundamental
Travaglia afirma que distingue texto de discurso levando em conta que quanto no ensino médio.
sua preocupação é com a tipologia de textos, e não de discursos. Marcus-
chi afirma que a definição que traz de texto e discurso é muito mais opera- O ensino-aprendizagem de leitura, compreensão e produção de texto
cional do que formal. pela perspectiva dos gêneros reposiciona o verdadeiro papel do professor
Travaglia faz uma “tipologização” dos termos Gênero Textual, Tipolo- de Língua Materna hoje, não mais visto aqui como um especialista em
gia Textual e Espécie. Ele chama esses elementos de Tipelementos. textos literários ou científicos, distantes da realidade e da prática textual do
Justifica a escolha pelo termo por considerar que os elementos tipológicos aluno, mas como um especialista nas diferentes modalidades textuais, orais
(Gênero Textual, Tipologia Textual e Espécie) são básicos na construção e escritas, de uso social. Assim, o espaço da sala de aula é transformado
das tipologias e talvez dos textos, numa espécie de analogia com os ele- numa verdadeira oficina de textos de ação social, o que é viabilizado e
mentos químicos que compõem as substâncias encontradas na natureza. concretizado pela adoção de algumas estratégias, como enviar uma carta
para um aluno de outra classe, fazer um cartão e ofertar a alguém, enviar
Para concluir, acredito que vale a pena considerar que as discussões uma carta de solicitação a um secretário da prefeitura, realizar uma entre-
feitas por Marcuschi, em defesa da abordagem textual a partir dos Gêneros vista, etc. Essas atividades, além de diversificar e concretizar os leitores
Textuais, estão diretamente ligadas ao ensino. Ele afirma que o trabalho das produções (que agora deixam de ser apenas “leitores visuais”), permi-
com o gênero é uma grande oportunidade de se lidar com a língua em seus tem também a participação direta de todos os alunos e eventualmente de
mais diversos usos autênticos no dia-a-dia. Cita o PCN, dizendo que ele pessoas que fazem parte de suas relações familiares e sociais. A avaliação
apresenta a ideia básica de que um maior conhecimento do funcionamento dessas produções abandona os critérios quase que exclusivamente literá-
dos Gêneros Textuais é importante para a produção e para a compreen- rios ou gramaticais e desloca seu foco para outro ponto: o bom texto não é
são de textos. Travaglia não faz abordagens específicas ligadas à questão aquele que apresenta, ou só apresenta, características literárias, mas
do ensino no seu tratamento à Tipologia Textual. aquele que é adequado à situação comunicacional para a qual foi produzi-
do, ou seja, se a escolha do gênero, se a estrutura, o conteúdo, o estilo e o
O que Travaglia mostra é uma extrema preferência pelo uso da Tipo- nível de língua estão adequados ao interlocutor e podem cumprir a finalida-
logia Textual, independente de estar ligada ao ensino. Sua abordagem de do texto.
parece ser mais taxionômica. Ele chega a afirmar que são os tipos que
entram na composição da grande maioria dos textos. Para ele, a questão Acredito que abordando os gêneros a escola estaria dando ao aluno a
dos elementos tipológicos e suas implicações com o ensino/aprendizagem oportunidade de se apropriar devidamente de diferentes Gêneros Textuais
merece maiores discussões. socialmente utilizados, sabendo movimentar-se no dia-a-dia da interação
humana, percebendo que o exercício da linguagem será o lugar da sua
Marcuschi diz que não acredita na existência de Gêneros Textuais i- constituição como sujeito. A atividade com a língua, assim, favoreceria o
deais para o ensino de língua. Ele afirma que é possível a identificação de exercício da interação humana, da participação social dentro de uma socie-
gêneros com dificuldades progressivas, do nível menos formal ao mais dade letrada.
formal, do mais privado ao mais público e assim por diante. Os gêneros 1 - Penso que quando o professor não opta pelo trabalho com o gêne-
devem passar por um processo de progressão, conforme sugerem Sch- ro ou com o tipo ele acaba não tendo uma maneira muito clara pa-
neuwly & Dolz (2004). ra selecionar os textos com os quais trabalhará.
2 - Outra discussão poderia ser feita se se optasse por tratar um pou-
Travaglia, como afirmei, não faz considerações sobre o trabalho com a co a diferença entre Gênero Textual e Gênero Discursivo.
Tipologia Textual e o ensino. Acredito que um trabalho com a tipologia 3 - Travaglia (2002) diz que uma carta pode ser exclusivamente des-
teria que, no mínimo, levar em conta a questão de com quais tipos de texto critiva, ou dissertativa, ou injuntiva, ou narrativa, ou argumentativa.
deve-se trabalhar na escola, a quais será dada maior atenção e com quais Acho meio difícil alguém conseguir escrever um texto, caracteriza-
será feito um trabalho mais detido. Acho que a escolha pelo tipo, caso seja do como carta, apenas com descrições, ou apenas com injunções.
considerada a ideia de Travaglia, deve levar em conta uma série de fatores, Por outro lado, meio que contrariando o que acabara de afirmar,
porém dois são mais pertinentes: ele diz desconhecer um gênero necessariamente descritivo.
a) O trabalho com os tipos deveria preparar o aluno para a composi- 4 - Termo usado pelas autoras citadas para os textos que fazem pre-
ção de quaisquer outros textos (não sei ao certo se isso é possível. visão, como o boletim meteorológico e o horóscopo.

Língua Portuguesa 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
5 - Necessárias para a carta, e suficientes para que o texto seja uma ções ao longo do tempo. Um exemplo bastante representativo é a ques-
carta. tão da ortografia, se levarmos em consideração a palavra farmácia, uma
6 - Segundo Travaglia (1991), texto argumentativo stricto sensu é o vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem
que faz argumentação explícita. dos internautas, a qual fundamenta-se pela supressão do vocábulos.
7 - Pelo menos nos textos aos quais tive acesso.
Sílvio Ribeiro da Silva. Analisemos, pois, o fragmento exposto:
Texto Literário: expressa a opinião pessoal do autor que também é Antigamente
transmitida através de figuras, impregnado de subjetivismo. Ex: um ro- “Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas
mance, um conto, uma poesia... mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam prima-
Texto não-literário: preocupa-se em transmitir uma mensagem da veras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, fazi-
forma mais clara e objetiva possível. Ex: uma notícia de jornal, uma bula am-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses
de medicamento. debaixo do balaio." Carlos Drummond de Andrade

Diferenças entre Língua Padrão, Linguagem Comparando-o à modernidade, percebemos um vocabulário antiquado.
Formal e Linguagem informal.
Variações regionais:
Língua Padrão: A gramática é um conjunto de regras que estabelecem
um determinado uso da língua, denominado norma culta ou língua padrão.
São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes
Acontece que as normas estabelecidas pela gramática normativa nem
a diferentes regiões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que,
sempre são obedecidas pelo falante.
em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como:macaxeira e
Os conceitos linguagem formal e linguagem informal estão, sobretu- aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados
do associados ao contexto social em que a fala é produzida. às características orais da linguagem.
Informal: Num contexto em que o falante está rodeado pela família ou Variações sociais ou culturais:
pelos amigos, normalmente emprega uma linguagem informal, podendo
usar expressões normalmente não usadas em discursos públicos (pala- Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e
vrões ou palavras com um sentido figurado que apenas os elementos do também ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como exem-
grupo conhecem). Um exemplo de uma palavra que tipicamente só é usada plo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
na linguagem informal, em português europeu, é o adjetivo “chato”.
Formal: A linguagem formal, pelo contrário, é aquela que os falantes As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como
usam quando não existe essa familiaridade, quando se dirigem aos superio- os surfistas, cantores de rap, tatuadores, entre outros.
res hierárquicos ou quando têm de falar para um público mais alargado ou
desconhecido. É a linguagem que normalmente podemos observar nos Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um
discursos públicos, nas reuniões de trabalho, nas salas de aula, etc. linguajar técnico. Representando a classe, podemos citar os médicos,
advogados, profissionais da área de informática, dentre outros.
Portanto, podemos usar a língua padrão, ou seja, conversar, ou escre-
ver de acordo com as regras gramaticais, mas o vocabulário (linguagem) Vejamos um poema e o trecho de uma música para entendermos melhor
que escolhemos pode ser mais formal ou mais informal de acordo com a sobre o assunto:
nossa necessidade. Ptofª Eliane
Vício na fala
Variações Linguísticas Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
A linguagem é a característica que nos difere dos demais seres, permi- Para pior pió
tindo-nos a oportunidade de expressar sentimentos, revelar conhecimen- Para telha dizem teia
tos, expor nossa opinião frente aos assuntos relacionados ao nosso Para telhado dizem teiado
cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. E vão fazendo telhados.
Oswald de Andrade
E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os níveis da
fala, que são basicamente dois: O nível de formalidade e o de infor-
malidade. CHOPIS CENTIS
Eu “di” um beijo nela
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem escrita, res- E chamei pra passear.
tringindo-se às normas gramaticais de um modo geral. Razão pela A gente fomos no shopping
qual nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este fator Pra “mode” a gente lanchar.
foi determinante para a que a mesma pudesse exercer total sobera- Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim.
nia sobre as demais. Até que “tava” gostoso, mas eu prefiro
aipim.
Quanto ao nível informal, este por sua vez representa o estilo consi- Quanta gente,
derado “de menor prestígio”, e isto tem gerado controvérsias entre Quanta alegria,
os estudos da língua, uma vez que para a sociedade, aquela pessoa A minha felicidade é um crediário nas
que fala ou escreve de maneira errônea é considerada “inculta”, Casas Bahia.
tornando-se desta forma um estigma. Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho.
Pra levar a namorada e dar uns
Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chama- “rolezinho”,
das variedades linguísticas, as quais representam as variações de Quando eu estou no trabalho,
acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas Não vejo a hora de descer dos andaime.
em que é utilizada. Dentre elas destacam-se: Pra pegar um cinema, ver Schwarzneger
E também o Van Damme.
Variações históricas: (Dinho e Júlio Rasec, encarte CD Mamonas Assassinas, 1995.)
Por Vânia Duarte
Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transforma-

Língua Portuguesa 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
TIPOLOGIA TEXTUAL dente, enquanto sua mãe, da sala, fazia comentários banais sobre a histó-
ria familiar." O perfeito, ao contrário, apresenta as ações concluídas no
A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles passado: "De repente, chegou o pai com suas botas sujas de barro, olhou
verbais e não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia sua filha, depois o pretendente, e, sem dizer nada, entrou furioso na sala".
intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os
interlocutores. A apresentação das personagens ajusta-se à estratégia da definibilida-
de: são introduzidas mediante uma construção nominal iniciada por um
Esses interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um artigo indefinido (ou elemento equivalente), que depois é substituído pelo
texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem mesmo definido, por um nome, um pronome, etc.: "Uma mulher muito bonita entrou
falamos sozinhos. apressadamente na sala de embarque e olhou à volta, procurando alguém
impacientemente. A mulher parecia ter fugido de um filme romântico dos
É de fundamental importância sabermos classificar os textos dos quais anos 40."
travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que
existem tipos textuais e gêneros textuais. O narrador é uma figura criada pelo autor para apresentar os fatos que
constituem o relato, é a voz que conta o que está acontecendo. Esta voz
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado pode ser de uma personagem, ou de uma testemunha que conta os fatos
ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto, na primeira pessoa ou, também, pode ser a voz de uma terceira pessoa
ou descrevemos algum lugar pelo qual visitamos, e ainda, fazemos um que não intervém nem como ator nem como testemunha.
retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou ver.
Além disso, o narrador pode adotar diferentes posições, diferentes pon-
É exatamente nestas situações corriqueiras que classificamos os tos de vista: pode conhecer somente o que está acontecendo, isto é, o que
nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e as personagens estão fazendo ou, ao contrário, saber de tudo: o que fa-
Dissertação. zem, pensam, sentem as personagens, o que lhes aconteceu e o que lhes
Para melhor exemplificarmos o que foi dito, tomamos como exemplo acontecerá. Estes narradores que sabem tudo são chamados oniscientes.
um Editorial, no qual o autor expõe seu ponto de vista sobre determinado
A Novela
assunto, uma descrição de um ambiente e um texto literário escrito em
prosa. É semelhante ao conto, mas tem mais personagens, maior número de
complicações, passagens mais extensas com descrições e diálogos. As
Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferente, pois se
personagens adquirem uma definição mais acabada, e as ações secundá-
conceituam como gêneros textuais as diversas situações
rias podem chegar a adquirir tal relevância, de modo que terminam por
sociocomunciativas que participam da nossa vida em sociedade. Como converter-se, em alguns textos, em unidades narrativas independentes.
exemplo, temos: uma receita culinária, um e-mail, uma reportagem, uma
monografia, e assim por diante. Respectivamente, tais textos classificar-se- A Obra Teatral
iam como: instrucional, correspondência pessoal (em meio eletrônico), texto
do ramo jornalístico e, por último, um texto de cunho científico. Os textos literários que conhecemos como obras de teatro (dramas,
tragédias, comédias, etc.) vão tecendo diferentes histórias, vão desenvol-
Mas como toda escrita perfaz-se de uma técnica para compô-la, é vendo diversos conflitos, mediante a interação linguística das personagens,
extremamente importante que saibamos a maneira correta de produzir esta quer dizer, através das conversações que têm lugar entre os participantes
gama de textos. À medida que a praticamos, vamos nos aperfeiçoando nas situações comunicativas registradas no mundo de ficção construído
mais e mais na sua performance estrutural. Por Vânia Duarte pelo texto. Nas obras teatrais, não existe um narrador que conta os fatos,
mas um leitor que vai conhecendo-os através dos diálogos e/ ou monólogos
O Conto das personagens.
É um relato em prosa de fatos fictícios. Consta de três momentos per- Devido à trama conversacional destes textos, torna-se possível encon-
feitamente diferenciados: começa apresentando um estado inicial de equilí-
trar neles vestígios de oralidade (que se manifestam na linguagem espon-
brio; segue com a intervenção de uma força, com a aparição de um conflito,
tânea das personagens, através de numerosas interjeições, de alterações
que dá lugar a uma série de episódios; encerra com a resolução desse
da sintaxe normal, de digressões, de repetições, de dêiticos de lugar e
conflito que permite, no estágio final, a recuperação do equilíbrio perdido.
tempo. Os sinais de interrogação, exclamação e sinais auxiliares servem
Todo conto tem ações centrais, núcleos narrativos, que estabelecem para moldar as propostas e as réplicas e, ao mesmo tempo, estabelecem
entre si uma relação causal. Entre estas ações, aparecem elementos de os turnos de palavras.
recheio (secundários ou catalíticos), cuja função é manter o suspense. As obras de teatro atingem toda sua potencialidade através da repre-
Tanto os núcleos como as ações secundárias colocam em cena persona- sentação cênica: elas são construídas para serem representadas. O diretor
gens que as cumprem em um determinado lugar e tempo. Para a apresen- e os atores orientam sua interpretação.
tação das características destes personagens, assim como para as indica-
ções de lugar e tempo, apela-se a recursos descritivos. Estes textos são organizados em atos, que estabelecem a progressão
temática: desenvolvem uma unidade informativa relevante para cada conta-
Um recurso de uso frequente nos contos é a introdução do diálogo das to apresentado. Cada ato contém, por sua vez, diferentes cenas, determi-
personagens, apresentado com os sinais gráficos correspondentes (os nadas pelas entradas e saídas das personagens e/ou por diferentes qua-
travessões, para indicar a mudança de interlocutor). dros, que correspondem a mudanças de cenografias.
A observação da coerência temporal permite ver se o autor mantém a Nas obras teatrais são incluídos textos de trama descritiva: são as
linha temporal ou prefere surpreender o leitor com rupturas de tempo na chamadas notações cênicas, através das quais o autor dá indicações aos
apresentação dos acontecimentos (saltos ao passado ou avanços ao atores sobre a entonação e a gestualidade e caracteriza as diferentes
futuro).
cenografias que considera pertinentes para o desenvolvimento da ação.
A demarcação do tempo aparece, geralmente, no parágrafo inicial. Os Estas notações apresentam com frequência orações unimembres e/ou
contos tradicionais apresentam fórmulas características de introdução de bimembres de predicado não verbal.
temporalidade difusa: "Era uma vez...", "Certa vez...".
O Poema
Os tempos verbais desempenham um papel importante na construção
Texto literário, geralmente escrito em verso, com uma distribuição es-
e na interpretação dos contos. Os pretéritos imperfeito e o perfeito predo-
pacial muito particular: as linhas curtas e os agrupamentos em estrofe dão
minam na narração, enquanto que o tempo presente aparece nas descri- relevância aos espaços em branco; então, o texto emerge da página com
ções e nos diálogos. uma silhueta especial que nos prepara para sermos introduzidos nos miste-
O pretérito imperfeito apresenta a ação em processo, cuja incidência riosos labirintos da linguagem figurada. Pede uma leitura em voz alta, para
chega ao momento da narração: "Rosário olhava timidamente seu preten- captar o ritmo dos versos, e promove uma tarefa de abordagem que pre-
tende extrair a significação dos recursos estilísticos empregados pelo
Língua Portuguesa 16 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
poeta, quer seja para expressar seus sentimentos, suas emoções, sua cuidada, fotografias adequadas que sirvam para complementar a informa-
versão da realidade, ou para criar atmosferas de mistério de surrealismo, ção linguística, inclusão de gráficos ilustrativos que fundamentam as expli-
relatar epopeias (como nos romances tradicionais), ou, ainda, para apre- cações do texto.
sentar ensinamentos morais (como nas fábulas).
É pertinente observar como os textos jornalísticos distribuem-se na pu-
O ritmo - este movimento regular e medido - que recorre ao valor sono- blicação para melhor conhecer a ideologia da mesma. Fundamentalmente,
ro das palavras e às pausas para dar musicalidade ao poema, é parte a primeira página, as páginas ímpares e o extremo superior das folhas dos
essencial do verso: o verso é uma unidade rítmica constituída por uma série jornais trazem as informações que se quer destacar. Esta localização
métrica de sílabas fônicas. A distribuição dos acentos das palavras que antecipa ao leitor a importância que a publicação deu ao conteúdo desses
compõem os versos tem uma importância capital para o ritmo: a musicali- textos.
dade depende desta distribuição.
O corpo da letra dos títulos também é um indicador a considerar sobre
Lembramos que, para medir o verso, devemos atender unicamente à a posição adotada pela redação.
distância sonora das sílabas. As sílabas fônicas apresentam algumas
diferenças das sílabas ortográficas. Estas diferenças constituem as chama- A Notícia
das licenças poéticas: a diérese, que permite separar os ditongos em suas Transmite uma nova informação sobre acontecimentos, objetos ou
sílabas; a sinérese, que une em uma sílaba duas vogais que não constitu- pessoas.
em um ditongo; a sinalefa, que une em uma só sílaba a sílaba final de uma
palavra terminada em vogal, com a inicial de outra que inicie com vogal ou As notícias apresentam-se como unidades informativas completas, que
h; o hiato, que anula a possibilidade da sinalefa. Os acentos finais também contêm todos os dados necessários para que o leitor compreenda a infor-
incidem no levantamento das sílabas do verso. Se a última palavra é paro- mação, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores (por exemplo,
xítona, não se altera o número de sílabas; se é oxítona, soma-se uma não é necessário ter lido os jornais do dia anterior para interpretá-la), ou de
sílaba; se é proparoxítona, diminui-se uma. ligá-la a outros textos contidos na mesma publicação ou em publicações
similares.
A rima é uma característica distintiva, mas não obrigatória dos versos,
pois existem versos sem rima (os versos brancos ou soltos de uso frequen- É comum que este texto use a técnica da pirâmide invertida: começa
te na poesia moderna). A rima consiste na coincidência total ou parcial dos pelo fato mais importante para finalizar com os detalhes. Consta de três
últimos fonemas do verso. Existem dois tipos de rimas: a consoante (coin- partes claramente diferenciadas: o título, a introdução e o desenvolvimento.
cidência total de vogais e consoante a partir da última vogal acentuada) e a O título cumpre uma dupla função - sintetizar o tema central e atrair a
assonante (coincidência unicamente das vogais a partir da última vogal atenção do leitor. Os manuais de estilo dos jornais (por exemplo: do Jornal
acentuada). A métrica mais frequente dos versos vai desde duas até de- El País, 1991) sugerem geralmente que os títulos não excedam treze
zesseis sílabas. Os versos monossílabos não existem, já que, pelo acento, palavras. A introdução contém o principal da informação, sem chegar a ser
são considerados dissílabos. um resumo de todo o texto. No desenvolvimento, incluem-se os detalhes
que não aparecem na introdução.
As estrofes agrupam versos de igual medida e de duas medidas dife-
rentes combinadas regularmente. Estes agrupamentos vinculam-se à A notícia é redigida na terceira pessoa. O redator deve manter-se à
progressão temática do texto: com frequência, desenvolvem uma unidade margem do que conta, razão pela qual não é permitido o emprego da
informativa vinculada ao tema central. primeira pessoa do singular nem do plural. Isso implica que, além de omitir
o eu ou o nós, também não deve recorrer aos possessivos (por exemplo,
Os trabalhos dentro do paradigma e do sintagma, através dos meca- não se referirá à Argentina ou a Buenos Aires com expressões tais como
nismos de substituição e de combinação, respectivamente, culminam com a nosso país ou minha cidade).
criação de metáforas, símbolos, configurações sugestionadoras de vocábu-
los, metonímias, jogo de significados, associações livres e outros recursos Esse texto se caracteriza por sua exigência de objetividade e veracida-
estilísticos que dão ambiguidade ao poema. de: somente apresenta os dados. Quando o jornalista não consegue com-
provar de forma fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a
TEXTOS JORNALÍSTICOS certas fórmulas para salvar sua responsabilidade: parece, não está descar-
Os textos denominados de textos jornalísticos, em função de seu por- tado que. Quando o redator menciona o que foi dito por alguma fonte,
tador ( jornais, periódicos, revistas), mostram um claro predomínio da recorre ao discurso direto, como, por exemplo:
função informativa da linguagem: trazem os fatos mais relevantes no mo- O ministro afirmou: "O tema dos aposentados será tratado na Câmara
mento em que acontecem. Esta adesão ao presente, esta primazia da dos Deputados durante a próxima semana .
atualidade, condena-os a uma vida efêmera. Propõem-se a difundir as
novidades produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os mais varia- O estilo que corresponde a este tipo de texto é o formal.
dos temas. Nesse tipo de texto, são empregados, principalmente, orações
De acordo com este propósito, são agrupados em diferentes seções: enunciativas, breves, que respeitam a ordem sintática canônica. Apesar das
informação nacional, informação internacional, informação local, sociedade, notícias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, também é
economia, cultura, esportes, espetáculos e entretenimentos. frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foram perseguidos pela
polícia; e das formas impessoais: A perseguição aos delinquentes foi feita
A ordem de apresentação dessas seções, assim como a extensão e o por um patrulheiro.
tratamento dado aos textos que incluem, são indicadores importantes tanto
da ideologia como da posição adotada pela publicação sobre o tema abor- A progressão temática das notícias gira em tomo das perguntas o quê?
dado. quem? como? quando? por quê e para quê?.

Os textos jornalísticos apresentam diferentes seções. As mais comuns O Artigo de Opinião


são as notícias, os artigos de opinião, as entrevistas, as reportagens, as Contém comentários, avaliações, expectativas sobre um tema da atua-
crônicas, as resenhas de espetáculos. lidade que, por sua transcendência, no plano nacional ou internacional, já é
A publicidade é um componente constante dos jornais e revistas, à considerado, ou merece ser, objeto de debate.
medida que permite o financiamento de suas edições. Mas os textos publi- Nessa categoria, incluem-se os editoriais, artigos de análise ou pesqui-
citários aparecem não só nos periódicos como também em outros meios sa e as colunas que levam o nome de seu autor. Os editoriais expressam a
amplamente conhecidos como os cartazes, folhetos, etc.; por isso, nos posição adotada pelo jornal ou revista em concordância com sua ideologia,
referiremos a eles em outro momento. enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as opiniões de
Em geral, aceita-se que os textos jornalísticos, em qualquer uma de seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas vezes, opiniões
suas seções, devem cumprir certos requisitos de apresentação, entre os divergentes e até antagônicas em uma mesma página.
quais destacamos: uma tipografia perfeitamente legível, uma diagramação

Língua Portuguesa 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em geral se Por tratar-se de um texto jornalístico, a entrevista deve necessa-
organizam seguindo uma linha argumentativa que se inicia com a identifica- riamente incluir um tema atual, ou com incidência na atualidade, embora a
ção do tema em questão, acompanhado de seus antecedentes e alcance, e conversação possa derivar para outros temas, o que ocasiona que muitas
que segue com uma tomada de posição, isto é, com a formulação de uma destas entrevistas se ajustem a uma progressão temática linear ou a temas
tese; depois, apresentam-se os diferentes argumentos de forma a justificar derivados.
esta tese; para encerrar, faz-se uma reafirmação da posição adotada no
início do texto. Como ocorre em qualquer texto de trama conversacional, não existe
uma garantia de diálogo verdadeiro; uma vez que se pode respeitar a vez
A efetividade do texto tem relação direta não só com a pertinência dos de quem fala, a progressão temática não se ajusta ao jogo argumentativo
argumentos expostos como também com as estratégias discursivas usadas de propostas e de réplicas.
para persuadir o leitor. Entre estas estratégias, podemos encontrar as
seguintes: as acusações claras aos oponentes, as ironias, as insinuações, TEXTOS DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA
as digressões, as apelações à sensibilidade ou, ao contrário, a tomada de Esta categoria inclui textos cujos conteúdos provêm do campo das ci-
distância através do uso das construções impessoais, para dar objetividade ências em geral. Os referentes dos textos que vamos desenvolver situam-
e consenso à análise realizada; a retenção em recursos descritivos - deta- se tanto nas Ciências Sociais como nas Ciências Naturais.
lhados e precisos, ou em relatos em que as diferentes etapas de pesquisa
estão bem especificadas com uma minuciosa enumeração das fontes da Apesar das diferenças existentes entre os métodos de pesquisa destas
informação. Todos eles são recursos que servem para fundamentar os ciências, os textos têm algumas características que são comuns a todas
argumentos usados na validade da tese. suas variedades: neles predominam, como em todos os textos informativos,
as orações enunciativas de estrutura bimembre e prefere-se a ordem
A progressão temática ocorre geralmente através de um esquema de sintática canônica (sujeito-verbo-predicado).
temas derivados. Cada argumento pode encerrar um tópico com seus
respectivos comentários. Incluem frases claras, em que não há ambiguidade sintática ou semân-
tica, e levam em consideração o significado mais conhecido, mais difundido
Estes artigos, em virtude de sua intencionalidade informativa, apresen- das palavras.
tam uma preeminência de orações enunciativas, embora também incluam,
com frequência, orações dubitativas e exortativas devido à sua trama O vocabulário é preciso. Geralmente, estes textos não incluem vocábu-
argumentativa. As primeiras servem para relativizar os alcances e o valor los a que possam ser atribuídos um multiplicidade de significados, isto é,
da informação de base, o assunto em questão; as últimas, para convencer evitam os termos polissêmicos e, quando isso não é possível, estabelecem
o leitor a aceitar suas premissas como verdadeiras. No decorrer destes mediante definições operatórias o significado que deve ser atribuído ao
artigos, opta-se por orações complexas que incluem proposições causais termo polissêmico nesse contexto.
para as fundamentações, consecutivas para dar ênfase aos efeitos, con- A Definição
cessivas e condicionais.
Expande o significado de um termo mediante uma trama descritiva, que
Para interpretar estes textos, é indispensável captar a postura determina de forma clara e precisa as características genéricas e diferenci-
ideológica do autor, identificar os interesses a que serve e precisar sob que ais do objeto ao qual se refere. Essa descrição contém uma configuração
circunstâncias e com que propósito foi organizada a informação exposta. de elementos que se relacionam semanticamente com o termo a definir
Para cumprir os requisitos desta abordagem, necessitaremos utilizar através de um processo de sinonímia.
estratégias tais como a referência exofórica, a integração crítica dos dados
do texto com os recolhidos em outras fontes e a leitura atenta das Recordemos a definição clássica de "homem", porque é o exemplo por
entrelinhas a fim de converter em explícito o que está implícito. excelência da definição lógica, uma das construções mais generalizadas
dentro deste tipo de texto: O homem é um animal racional. A expansão do
Embora todo texto exija para sua interpretação o uso das estratégias termo "homem" - "animal racional" - apresenta o gênero a que pertence,
mencionadas, é necessário recorrer a elas quando estivermos frente a um "animal", e a diferença específica, "racional": a racionalidade é o traço que
texto de trama argumentativa, através do qual o autor procura que o leitor nos permite diferenciar a espécie humana dentro do gênero animal.
aceite ou avalie cenas, ideias ou crenças como verdadeiras ou falsas,
cenas e opiniões como positivas ou negativas. Usualmente, as definições incluídas nos dicionários, seus portadores
mais qualificados, apresentam os traços essenciais daqueles a que se
A Reportagem referem: Fiscis (do lat. piscis). s.p.m. Astron. Duodécimo e último signo ou
É uma variedade do texto jornalístico de trama conversacional que, parte do Zodíaco, de 30° de amplitude, que o Sol percorre aparentemente
para informar sobre determinado tema, recorre ao testemunho de uma antes de terminar o inverno.
figura-chave para o conhecimento deste tópico. Como podemos observar nessa definição extraída do Dicionário de La
A conversação desenvolve-se entre um jornalista que representa a pu- Real Academia Espa1ioJa (RAE, 1982), o significado de um tema base ou
blicação e um personagem cuja atividade suscita ou merece despertar a introdução desenvolve-se através de uma descrição que contém seus
atenção dos leitores. traços mais relevantes, expressa, com frequência, através de orações
unimembres, constituídos por construções endocêntricas (em nosso exem-
A reportagem inclui uma sumária apresentação do entrevistado, reali- plo temos uma construção endocêntrica substantiva - o núcleo é um subs-
zada com recursos descritivos, e, imediatamente, desenvolve o diálogo. As tantivo rodeado de modificadores "duodécimo e último signo ou parte do
perguntas são breves e concisas, à medida que estão orientadas para Zodíaco, de 30° de amplitude..."), que incorporam maior informação medi-
divulgar as opiniões e ideias do entrevistado e não as do entrevistador. ante proposições subordinadas adjetivas: "que o Sol percorre aparentemen-
A Entrevista te antes de terminar o inverno".

Da mesma forma que reportagem, configura-se preferentemente medi- As definições contêm, também, informações complementares relacio-
ante uma trama conversacional, mas combina com frequência este tecido nadas, por exemplo, com a ciência ou com a disciplina em cujo léxico se
com fios argumentativos e descritivos. Admite, então, uma maior liberdade, inclui o termo a definir (Piscis: Astron.); a origem etimológica do vocábulo
uma vez que não se ajusta estritamente à fórmula pergunta-resposta, mas ("do lat. piscis"); a sua classificação gramatical (s.p.m.), etc.
detém-se em comentários e descrições sobre o entrevistado e transcreve Essas informações complementares contêm frequentemente
somente alguns fragmentos do diálogo, indicando com travessões a mu- abreviaturas, cujo significado aparece nas primeiras páginas do Dicionário:
dança de interlocutor. É permitido apresentar uma introdução extensa com Lat., Latim; Astron., Astronomia; s.p.m., substantivo próprio masculino, etc.
os aspectos mais significativos da conversação mantida, e as perguntas
podem ser acompanhadas de comentários, confirmações ou refutações O tema-base (introdução) e sua expansão descritiva - categorias bási-
sobre as declarações do entrevistado. cas da estrutura da definição - distribuem-se espacialmente em blocos, nos
quais diferentes informações costumam ser codificadas através de tipogra-
fias diferentes (negrito para o vocabulário a definir; itálico para as etimologi-

Língua Portuguesa 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
as, etc.). Os diversos significados aparecem demarcados em bloco median- senta as características dos elementos, os traços distintivos de cada uma
te barras paralelas e /ou números. das etapas do processo.
Prorrogar (Do Jat. prorrogare) V.t.d. l. Continuar, dilatar, estender uma O relato pode estar redigido de forma impessoal: coloca-se, colocado
coisa por um período determinado. 112. Ampliar, prolongar 113. Fazer em um recipiente ... Jogo se observa/foi observado que, etc., ou na primeira
continuar em exercício; adiar o término de. pessoa do singular, coloco/coloquei em um recipiente ... Jogo obser-
vo/observei que ... etc., ou do plural: colocamos em um recipiente... Jogo
A Nota de Enciclopédia observamos que... etc. O uso do impessoal enfatiza a distância existente
Apresenta, como a definição, um tema-base e uma expansão de trama entre o experimentador e o experimento, enquanto que a primeira pessoa,
descritiva; porém, diferencia-se da definição pela organização e pela ampli- do plural e do singular enfatiza o compromisso de ambos.
tude desta expansão. A Monografia
A progressão temática mais comum nas notas de enciclopédia é a de Este tipo de texto privilegia a análise e a crítica; a informação sobre um
temas derivados: os comentários que se referem ao tema-base constituem- determinado tema é recolhida em diferentes fontes.
se, por sua vez, em temas de distintos parágrafos demarcados por subtítu-
los. Por exemplo, no tema República Argentina, podemos encontrar os Os textos monográficos não necessariamente devem ser realizados
temas derivados: traços geológicos, relevo, clima, hidrografia, biogeografia, com base em consultas bibliográficas, uma vez que é possível terem como
população, cidades, economia, comunicação, transportes, cultura, etc. fonte, por exemplo, o testemunho dos protagonistas dos fatos, testemunhos
qualificados ou de especialistas no tema.
Estes textos empregam, com frequência, esquemas taxionômicos, nos
quais os elementos se agrupam em classes inclusivas e incluídas. Por As monografias exigem uma seleção rigorosa e uma organização coe-
exemplo: descreve-se "mamífero" como membro da classe dos vertebra- rente dos dados recolhidos. A seleção e organização dos dados servem
dos; depois, são apresentados os traços distintivos de suas diversas varie- como indicador do propósito que orientou o trabalho. Se pretendemos, por
dades: terrestres e aquáticos. exemplo, mostrar que as fontes consultadas nos permitem sustentar que os
aspectos positivos da gestão governamental de um determinado persona-
Uma vez que nestas notas há predomínio da função informativa da lin- gem histórico têm maior relevância e valor do que os aspectos negativos,
guagem, a expansão é construída sobre a base da descrição científica, que teremos de apresentar e de categorizar os dados obtidos de tal forma que
responde às exigências de concisão e de precisão. esta valorização fique explícita.
As características inerentes aos objetos apresentados aparecem atra- Nas monografias, é indispensável determinar, no primeiro parágrafo, o
vés de adjetivos descritivos - peixe de cor amarelada escura, com manchas tema a ser tratado, para abrir espaço à cooperação ativa do leitor que,
pretas no dorso, e parte inferior prateada, cabeça quase cônica, olhos muito conjugando seus conhecimentos prévios e seus propósitos de leitura, fará
juntos, boca oblíqua e duas aletas dorsais - que ampliam a base informativa as primeiras antecipações sobre a informação que espera encontrar e
dos substantivos e, como é possível observar em nosso exemplo, agregam formulará as hipóteses que guiarão sua leitura. Uma vez determinado o
qualidades próprias daquilo a que se referem. tema, estes textos transcrevem, mediante o uso da técnica de resumo, o
O uso do presente marca a temporalidade da descrição, em cujo tecido que cada uma das fontes consultadas sustenta sobre o tema, as quais
predominam os verbos estáticos - apresentar, mostrar, ter, etc. - e os de estarão listadas nas referências bibliográficas, de acordo com as normas
ligação - ser, estar, parecer, etc. que regem a apresentação da bibliografia.
O Relato de Experimentos O trabalho intertextual (incorporação de textos de outros no tecido do
texto que estamos elaborando) manifesta-se nas monografias através de
Contém a descrição detalhada de um projeto que consiste em construções de discurso direto ou de discurso indireto.
manipular o ambiente para obter uma nova informação, ou seja, são textos
que descrevem experimentos. Nas primeiras, incorpora-se o enunciado de outro autor, sem modifica-
ções, tal como foi produzido. Ricardo Ortiz declara: "O processo da econo-
O ponto de partida destes experimentos é algo que se deseja saber, mia dirigida conduziu a uma centralização na Capital Federal de toda
mas que não se pode encontrar observando as coisas tais como estão; é tramitação referente ao comércio exterior'] Os dois pontos que prenunciam
necessário, então, estabelecer algumas condições, criar certas situações a palavra de outro, as aspas que servem para demarcá-la, os traços que
para concluir a observação e extrair conclusões. Muda-se algo para consta- incluem o nome do autor do texto citado, 'o processo da economia dirigida -
tar o que acontece. Por exemplo, se se deseja saber em que condições declara Ricardo Ortiz - conduziu a uma centralização...') são alguns dos
uma planta de determinada espécie cresce mais rapidamente, pode-se sinais que distinguem frequentemente o discurso direto.
colocar suas sementes em diferentes recipientes sob diferentes condições
de luminosidade; em diferentes lugares, areia, terra, água; com diferentes Quando se recorre ao discurso indireto, relata-se o que foi dito por ou-
fertilizantes orgânicos, químicos etc., para observar e precisar em que tro, em vez de transcrever textualmente, com a inclusão de elementos
circunstâncias obtém-se um melhor crescimento. subordinadores e dependendo do caso - as conseguintes modificações,
pronomes pessoais, tempos verbais, advérbios, sinais de pontuação, sinais
A macroestrutura desses relatos contém, primordialmente, duas cate- auxiliares, etc.
gorias: uma corresponde às condições em que o experimento se realiza,
isto é, ao registro da situação de experimentação; a outra, ao processo Discurso direto: ‘Ás raízes de meu pensamento – afirmou Echeverría -
observado. nutrem-se do liberalismo’
Nesses textos, então, são utilizadas com frequência orações que co- Discurso indireto: 'Écheverría afirmou que as raízes de seu
meçam com se (condicionais) e com quando (condicional temporal): pensamento nutriam -se do liberalismo'
Se coloco a semente em um composto de areia, terra preta, húmus, a Os textos monográficos recorrem, com frequência, aos verbos discendi
planta crescerá mais rápido. (dizer, expressar, declarar, afirmar, opinar, etc.), tanto para introduzir os
enunciados das fontes como para incorporar os comentários e opiniões do
Quando rego as plantas duas vezes ao dia, os talos começam a emissor.
mostrar manchas marrons devido ao excesso de umidade.
Se o propósito da monografia é somente organizar os dados que o au-
Estes relatos adotam uma trama descritiva de processo. A variável tor recolheu sobre o tema de acordo com um determinado critério de classi-
tempo aparece através de numerais ordinais: Em uma primeira etapa, é ficação explícito (por exemplo, organizar os dados em tomo do tipo de fonte
possível observar... em uma segunda etapa, aparecem os primeiros brotos consultada), sua efetividade dependerá da coerência existente entre os
...; de advérbios ou de locuções adverbiais: Jogo, antes de, depois de, no dados apresentados e o princípio de classificação adotado.
mesmo momento que, etc., dado que a variável temporal é um componente
essencial de todo processo. O texto enfatiza os aspectos descritivos, apre- Se a monografia pretende justificar uma opinião ou validar uma hipóte-
se, sua efetividade, então, dependerá da confiabilidade e veracidade das

Língua Portuguesa 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
fontes consultadas, da consistência lógica dos argumentos e da coerência As Receitas e as Instruções
estabelecida entre os fatos e a conclusão.
Referimo-nos às receitas culinárias e aos textos que trazem instruções
Estes textos podem ajustar-se a diferentes esquemas lógicos do tipo para organizar um jogo, realizar um experimento, construir um artefato,
problema /solução, premissas /conclusão, causas / efeitos. fabricar um móvel, consertar um objeto, etc.
Os conectores lógicos oracionais e extra-oracionais são marcas linguís- Estes textos têm duas partes que se distinguem geralmente a partir da
ticas relevantes para analisar as distintas relações que se estabelecem especialização: uma, contém listas de elementos a serem utilizados (lista
entre os dados e para avaliar sua coerência. de ingredientes das receitas, materiais que são manipulados no experimen-
to, ferramentas para consertar algo, diferentes partes de um aparelho, etc.),
A Biografia a outra, desenvolve as instruções.
É uma narração feita por alguém acerca da vida de outra(s) pessoa(s). As listas, que são similares em sua construção às que usamos habitu-
Quando o autor conta sua própria vida, considera-se uma autobiografia. almente para fazer as compras, apresentam substantivos concretos acom-
Estes textos são empregados com frequência na escola, para apresen- panhados de numerais (cardinais, partitivos e múltiplos).
tar ou a vida ou algumas etapas decisivas da existência de personagens As instruções configuram-se, habitualmente, com orações bimembres,
cuja ação foi qualificada como relevante na história. com verbos no modo imperativo (misture a farinha com o fermento), ou
Os dados biográficos ordenam-se, em geral, cronologicamente, e, dado orações unimembres formadas por construções com o verbo no infinitivo
que a temporalidade é uma variável essencial do tecido das biografias, em (misturar a farinha com o açúcar).
sua construção, predominam recursos linguísticos que asseguram a conec- Tanto os verbos nos modos imperativo, subjuntivo e indicativo como as
tividade temporal: advérbios, construções de valor semântico adverbial construções com formas nominais gerúndio, particípio, infinitivo aparecem
(Seus cinco primeiros anos transcorreram na tranquila segurança de sua acompanhados por advérbios palavras ou por locuções adverbiais que
cidade natal Depois, mudou-se com a família para La Prata), proposições expressam o modo como devem ser realizadas determinadas ações (sepa-
temporais (Quando se introduzia obsessivamente nos tortuosos caminhos re cuidadosamente as claras das gemas, ou separe com muito cuidado as
da novela, seus estudos de física ajudavam-no a reinstalar-se na realida- claras das gemas). Os propósitos dessas ações aparecem estruturados
de), etc. visando a um objetivo (mexa lentamente para diluir o conteúdo do pacote
A veracidade que exigem os textos de informação científica manifesta- em água fria), ou com valor temporal final (bata o creme com as claras até
se nas biografias através das citações textuais das fontes dos dados apre- que fique numa consistência espessa). Nestes textos inclui-se, com fre-
sentados, enquanto a ótica do autor é expressa na seleção e no modo de quência, o tempo do receptor através do uso do dêixis de lugar e de tempo:
apresentação destes dados. Pode-se empregar a técnica de acumulação Aqui, deve acrescentar uma gema. Agora, poderá mexer novamente. Neste
simples de dados organizados cronologicamente, ou cada um destes dados momento, terá que correr rapidamente até o lado oposto da cancha. Aqui
pode aparecer acompanhado pelas valorações do autor, de acordo com a pode intervir outro membro da equipe.
importância que a eles atribui. TEXTOS EPISTOLARES
Atualmente, há grande difusão das chamadas "biografias não - Os textos epistolares procuram estabelecer uma comunicação por es-
autorizadas" de personagens da política, ou do mundo da Arte. Uma carac- crito com um destinatário ausente, identificado no texto através do cabeça-
terística que parece ser comum nestas biografias é a intencionalidade de lho. Pode tratar-se de um indivíduo (um amigo, um parente, o gerente de
revelar a personagem através de uma profusa acumulação de aspectos uma empresa, o diretor de um colégio), ou de um conjunto de indivíduos
negativos, especialmente aqueles que se relacionam a defeitos ou a vícios designados de forma coletiva (conselho editorial, junta diretora).
altamente reprovados pela opinião pública.
Estes textos reconhecem como portador este pedaço de papel que, de
TEXTOS INSTRUCIONAIS forma metonímica, denomina-se carta, convite ou solicitação, dependendo
Estes textos dão orientações precisas para a realização das mais di- das características contidas no texto.
versas atividades, como jogar, preparar uma comida, cuidar de plantas ou Apresentam uma estrutura que se reflete claramente em sua organiza-
animais domésticos, usar um aparelho eletrônico, consertar um carro, etc. ção espacial, cujos componentes são os seguintes: cabeçalho, que estabe-
Dentro desta categoria, encontramos desde as mais simples receitas culi- lece o lugar e o tempo da produção, os dados do destinatário e a forma de
nárias até os complexos manuais de instrução para montar o motor de um tratamento empregada para estabelecer o contato: o corpo, parte do texto
avião. Existem numerosas variedades de textos instrucionais: além de em que se desenvolve a mensagem, e a despedida, que inclui a saudação
receitas e manuais, estão os regulamentos, estatutos, contratos, instruções, e a assinatura, através da qual se introduz o autor no texto. O grau de
etc. Mas todos eles, independente de sua complexidade, compartilham da familiaridade existente entre emissor e destinatário é o princípio que orienta
função apelativa, à medida que prescrevem ações e empregam a trama a escolha do estilo: se o texto é dirigido a um familiar ou a um amigo, opta-
descritiva para representar o processo a ser seguido na tarefa empreendi- se por um estilo informal; caso contrário, se o destinatário é desconhecido
da. ou ocupa o nível superior em uma relação assimétrica (empregador em
A construção de muitos destes textos ajusta-se a modelos convencio- relação ao empregado, diretor em relação ao aluno, etc.), impõe-se o estilo
nais cunhados institucionalmente. Por exemplo, em nossa comunidade, formal.
estão amplamente difundidos os modelos de regulamentos de co- A Carta
propriedade; então, qualquer pessoa que se encarrega da redação de um
texto deste tipo recorre ao modelo e somente altera os dados de identifica- As cartas podem ser construídas com diferentes tramas (narrativa e ar-
ção para introduzir, se necessário, algumas modificações parciais nos gumentativa), em tomo das diferentes funções da linguagem (informativa,
direitos e deveres das partes envolvidas. expressiva e apelativa).
Em nosso cotidiano, deparamo-nos constantemente com textos instru- Referimo-nos aqui, em particular, às cartas familiares e amistosas, isto
cionais, que nos ajudam a usar corretamente tanto um processador de é, aqueles escritos através dos quais o autor conta a um parente ou a um
alimentos como um computador; a fazer uma comida saborosa, ou a seguir amigo eventos particulares de sua vida. Estas cartas contêm acontecimen-
uma dieta para emagrecer. A habilidade alcançada no domínio destes tos, sentimentos, emoções, experimentados por um emissor que percebe o
textos incide diretamente em nossa atividade concreta. Seu emprego receptor como ‘cúmplice’, ou seja, como um destinatário comprometido
frequente e sua utilidade imediata justificam o trabalho escolar de aborda- afetivamente nessa situação de comunicação e, portanto, capaz de extrair a
gem e de produção de algumas de suas variedades, como as receitas e as dimensão expressiva da mensagem.
instruções.
Uma vez que se trata de um diálogo à distância com um receptor co-
nhecido, opta-se por um estilo espontâneo e informal, que deixa transpare-
cer marcas da oraljdade: frases inconclusas, nas quais as reticências
habilitam múltiplas interpretações do receptor na tentativa de concluí-las;
Língua Portuguesa 20 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
perguntas que procuram suas respostas nos destinatários; perguntas que de fácil compreensão e penetração nas massas, dada sua linguagem
encerram em si suas próprias respostas (perguntas retóricas); pontos de gráfica. A sabedoria chinesa já advertia que um desenho vale por mil pala-
exclamação que expressam a ênfase que o emissor dá a determinadas vras.
expressões que refletem suas alegrias, suas preocupações, suas dúvidas. (Álvarus, na revista Vozes, abril de 1970.)
Cartum(do inglês cartoon) - "Desenho caricatural que apresenta uma
Estes textos reúnem em si as diferentes classes de orações. As enun- situação humorística, utilizando, ou não, legendas." (Aurélio)
ciativas, que aparecem nos fragmentos informativos, alternam-se com as Charge - Representação pictórica, de caráter burlesco e caricatural, em
dubitativas, desiderativas, interrogativas, exclamativas, para manifestar a que se satiriza um fato específico, em geral de caráter político e que é do
subjetividade do autor. Esta subjetividade determina também o uso de conhecimento público.
diminutivos e aumentativos, a presença frequente de adjetivos qualificati- Tira - Segmento de uma história em quadrinhos, usualmente constituído de
vos, a ambiguidade lexical e sintática, as repetições, as interjeições. uma única faixa horizontal, contendo três ou quatro quadros. UNINOVE
A Solicitação
É dirigida a um receptor que, nessa situação comunicativa estabelecida
pela carta, está revestido de autoridade à medida que possui algo ou tem a COESÃO E COERÊNCIA
possibilidade de outorgar algo que é considerado valioso pelo emissor: um
emprego, uma vaga em uma escola, etc. Diogo Maria De Matos Polônio
Esta assimetria entre autor e leitor um que pede e outro que pode ce- Introdução
der ou não ao pedido, — obriga o primeiro a optar por um estilo formal, que Este trabalho foi realizado no âmbito do Seminário Pedagógico sobre
recorre ao uso de fórmulas de cortesia já estabelecidas convencionalmente Pragmática Linguística e Os Novos Programas de Língua Portuguesa, sob
para a abertura e encerramento (atenciosamente ..com votos de estima e orientação da Professora-Doutora Ana Cristina Macário Lopes, que decor-
consideração . . . / despeço-me de vós respeitosamente . ../ Saúdo-vos com reu na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
o maior respeito), e às frases feitas com que se iniciam e encerram-se
estes textos (Dirijo-me a vós a fim de solicitar-lhe que ... O abaixo-assinado, Procurou-se, no referido seminário, refletir, de uma forma geral, sobre a
Antônio Gonzalez, D.NJ. 32.107 232, dirigi-se ao Senhor Diretor do Instituto incidência das teorias da Pragmática Linguística nos programas oficiais de
Politécnico a fim de solicitar-lhe...) Língua Portuguesa, tendo em vista um esclarecimento teórico sobre deter-
As solicitações podem ser redigidas na primeira ou terceira pessoa do minados conceitos necessários a um ensino qualitativamente mais válido e,
singular. As que são redigidas na primeira pessoa introduzem o emissor simultaneamente, uma vertente prática pedagógica que tem necessaria-
através da assinatura, enquanto que as redigidas na terceira pessoa identi- mente presente a aplicação destes conhecimentos na situação real da sala
ficam-no no corpo do texto (O abaixo assinado, Juan Antonio Pérez, dirige- de aula.
se a...).
Nesse sentido, este trabalho pretende apresentar sugestões de aplica-
A progressão temática dá-se através de dois núcleos informativos: o ção na prática docente quotidiana das teorias da pragmática linguística no
primeiro determina o que o solicitante pretende; o segundo, as condições campo da coerência textual, tendo em conta as conclusões avançadas no
que reúne para alcançar aquilo que pretende. Estes núcleos, demarcados referido seminário.
por frases feitas de abertura e encerramento, podem aparecer invertidos
em algumas solicitações, quando o solicitante quer enfatizar suas condi- Será, no entanto, necessário reter que esta pequena reflexão aqui a-
ções; por isso, as situa em um lugar preferencial para dar maior força à sua presentada encerra em si uma minúscula partícula de conhecimento no
apelação. vastíssimo universo que é, hoje em dia, a teoria da pragmática linguística e
Essas solicitações, embora cumpram uma função apelativa, mostram que, se pelo menos vier a instigar um ponto de partida para novas reflexões
um amplo predomínio das orações enunciativas complexas, com inclusão no sentido de auxiliar o docente no ensino da língua materna, já terá cum-
tanto de proposições causais, consecutivas e condicionais, que permitem prido honestamente o seu papel.
desenvolver fundamentações, condicionamentos e efeitos a alcançar, como
de construções de infinitivo ou de gerúndio: para alcançar essa posição, o Coesão e Coerência Textual
solicitante lhe apresenta os seguintes antecedentes... (o infinitivo salienta Qualquer falante sabe que a comunicação verbal não se faz geralmen-
os fins a que se persegue), ou alcançando a posição de... (o gerúndio te através de palavras isoladas, desligadas umas das outras e do contexto
enfatiza os antecedentes que legitimam o pedido). em que são produzidas. Ou seja, uma qualquer sequência de palavras não
constitui forçosamente uma frase.
A argumentação destas solicitações institucionalizaram-se de tal ma-
neira que aparece contida nas instruções de formulários de emprego, de Para que uma sequência de morfemas seja admitida como frase, torna-
solicitação de bolsas de estudo, etc. se necessário que respeite uma certa ordem combinatória, ou seja, é
preciso que essa sequência seja construÍda tendo em conta o sistema da
Texto extraído de: ESCOLA, LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS, Ana
língua.
Maria Kaufman, Artes Médicas, Porto Alegre, RS.
Cartum, Charge, tira e história em quadrinhos Tal como um qualquer conjunto de palavras não forma uma frase, tam-
O humor, numa concepção mais exigente, não é apenas a arte de rir. Isso é bém um qualquer conjunto de frases não forma, forçosamente, um texto.
comicidade, ou qualquer outro nome que se escolha. Na verdade, humor é
uma análise crítica do homem e da vida. Uma análise não obrigatoriamente Precisando um pouco mais, um texto, ou discurso, é um objeto materia-
comprometida com o riso, uma análise desmistificadora, reveladora, cáusti- lizado numa dada língua natural, produzido numa situação concreta e
ca. pressupondo os participantes locutor e alocutário, fabricado pelo locutor
Humor é uma forma de tirar a roupa da mentira, eo seu êxito está na alegria através de uma seleção feita sobre tudo o que é dizível por esse locutor,
que ele provoca pela descoberta inesperada da verdade. numa determinada situação, a um determinado alocutário1.
(Ziraldo)
Aquela conceituação simplista, e que por tanto tempo perdurou, de que a Assim, materialidade linguística, isto é, a língua natural em uso, os có-
Caricatura era apenas a arte de provocar o riso está hoje completamente digos simbólicos, os processos cognitivos e as pressuposições do locutor
reformulada pela análise crítica ao conotá-la na profundidade filosófica de sobre o saber que ele e o alocutário partilham acerca do mundo são ingre-
que, antes de fazer rir, obrigatoriamente, ela nos faz pensar. Dona incontes- dientes indispensáveis ao objeto texto.
tável da mais terrível arma - o ridículo - , se brandida sutil ou vigorosamen-
te, sempre teve papel de importância, seja a marcar uma época, um fato Podemos assim dizer que existe um sistema de regras interiorizadas
social ou uma personalidade. Valendo pelo mais longo artigo doutrinário ou por todos os membros de uma comunidade linguística. Este sistema de
erudito, seu poder de comunicação é muito mais direto e, por isso mesmo, regras de base constitui a competência textual dos sujeitos, competência

Língua Portuguesa 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
essa que uma gramática do texto se propõe modelizar.
Como micro-estruturas temos a sequência 1 ou a sequência 2, enquan-
Uma tal gramática fornece, dentro de um quadro formal, determinadas to que o conjunto das duas sequências forma uma macro-estrutura.
regras para a boa formação textual. Destas regras podemos fazer derivar
certos julgamentos de coerência textual. Vamos agora abordar os princípios de coerência textual3:
1. Princípio da Recorrência4: para que um texto seja coerente, torna-se
Quanto ao julgamento, efetuado pelos professores, sobre a coerência necessário que comporte, no seu desenvolvimento linear, elementos de
nos textos dos seus alunos, os trabalhos de investigação concluem que as recorrência restrita.
intervenções do professor a nível de incorreções detectadas na estrutura da
frase são precisamente localizadas e assinaladas com marcas convencio- Para assegurar essa recorrência a língua dispõe de vários recursos:
nais; são designadas com recurso a expressões técnicas (construção, - pronominalizações,
conjugação) e fornecem pretexto para pôr em prática exercícios de corre- - expressões definidas,
ção, tendo em conta uma eliminação duradoura das incorreções observa- - substituições lexicais,
das. - retomas de inferências.

Pelo contrário, as intervenções dos professores no quadro das incorre- Todos estes recursos permitem juntar uma frase ou uma sequência a
ções a nível da estrutura do texto, permite-nos concluir que essas incorre- uma outra que se encontre próxima em termos de estrutura de texto, reto-
ções não são designadas através de vocabulário técnico, traduzindo, na mando num elemento de uma sequência um elemento presente numa
maior parte das vezes, uma impressão global da leitura (incompreensível; sequência anterior:
não quer dizer nada).
a)-Pronominalizações: a utilização de um pronome torna possível a re-
Para além disso, verificam-se práticas de correção algo brutais (refazer; petição, à distância, de um sintagma ou até de uma frase inteira.
reformular) sendo, poucas vezes, acompanhadas de exercícios de recupe-
ração. O caso mais frequente é o da anáfora, em que o referente antecipa o
pronome.
Esta situação é pedagogicamente penosa, uma vez que se o professor Ex.: Uma senhora foi assassinada ontem. Ela foi encontrada estrangu-
desconhece um determinado quadro normativo, encontra-se reduzido a lada no seu quarto.
fazer respeitar uma ordem sobre a qual não tem nenhum controle.
No caso mais raro da catáfora, o pronome antecipa o seu referente.
Antes de passarmos à apresentação e ao estudo dos quatro princípios Ex.: Deixe-me confessar-lhe isto: este crime impressionou-me. Ou ain-
de coerência textual, há que esclarecer a problemática criada pela dicoto- da: Não me importo de o confessar: este crime impressionou-me.
mia coerência/coesão que se encontra diretamente relacionada com a
dicotomia coerência macro-estrutural/coerência micro-estrutural. Teremos, no entanto, que ter cuidado com a utilização da catáfora, pa-
ra nos precavermos de enunciados como este:
Mira Mateus considera pertinente a existência de uma diferenciação Ele sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com o António.
entre coerência textual e coesão textual.
Num enunciado como este, não há qualquer possibilidade de identificar
Assim, segundo esta autora, coesão textual diz respeito aos processos ele com António. Assim, existe apenas uma possibilidade de interpretação:
linguísticos que permitem revelar a inter-dependência semântica existente ele dirá respeito a um sujeito que não será nem o João nem o António, mas
entre sequências textuais: que fará parte do conhecimento simultâneo do emissor e do receptor.
Ex.: Entrei na livraria mas não comprei nenhum livro.
Para que tal aconteça, torna-se necessário reformular esse enunciado:
Para a mesma autora, coerência textual diz respeito aos processos O António sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com ele.
mentais de apropriação do real que permitem inter-relacionar sequências
textuais: As situações de ambiguidade referencial são frequentes nos textos dos
Ex.: Se esse animal respira por pulmões, não é peixe. alunos.
Ex.: O Pedro e o meu irmão banhavam-se num rio.
Pensamos, no entanto, que esta distinção se faz apenas por razões de Um homem estava também a banhar-se.
sistematização e de estruturação de trabalho, já que Mira Mateus não Como ele sabia nadar, ensinou-o.
hesita em agrupar coesão e coerência como características de uma só
propriedade indispensável para que qualquer manifestação linguística se Neste enunciado, mesmo sem haver uma ruptura na continuidade se-
transforme num texto: a conetividade. quencial, existem disfunções que introduzem zonas de incerteza no texto:
ele sabia nadar(quem?),
Para Charolles não é pertinente, do ponto de vista técnico, estabelecer ele ensinou-o (quem?; a quem?)
uma distinção entre coesão e coerência textuais, uma vez que se torna
difícil separar as regras que orientam a formação textual das regras que b)-Expressões Definidas: tal como as pronominalizações, as expres-
orientam a formação do discurso. sões definidas permitem relembrar nominalmente ou virtualmente um
elemento de uma frase numa outra frase ou até numa outra sequência
Além disso, para este autor, as regras que orientam a micro-coerência textual.
são as mesmas que orientam a macro-coerência textual. Efetivamente, Ex.: O meu tio tem dois gatos. Todos os dias caminhamos no jardim.
quando se elabora um resumo de um texto obedece-se às mesmas regras Os gatos vão sempre conosco.
de coerência que foram usadas para a construção do texto original.
Os alunos parecem dominar bem esta regra. No entanto, os problemas
Assim, para Charolles, micro-estrutura textual diz respeito às relações aparecem quando o nome que se repete é imediatamente vizinho daquele
de coerência que se estabelecem entre as frases de uma sequência textual, que o precede.
enquanto que macro-estrutura textual diz respeito às relações de coerência Ex.: A Margarida comprou um vestido. O vestido é colorido e muito ele-
existentes entre as várias sequências textuais. Por exemplo: gante.
• Sequência 1: O António partiu para Lisboa. Ele deixou o escritório
mais cedo para apanhar o comboio das quatro horas. Neste caso, o problema resolve-se com a aplicação de deíticos contex-
• Sequência 2: Em Lisboa, o António irá encontrar-se com ami- tuais.
gos.Vai trabalhar com eles num projeto de uma nova companhia Ex.: A Margarida comprou um vestido. Ele é colorido e muito elegante.
de teatro.

Língua Portuguesa 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Pode também resolver-se a situação virtualmente utilizando a elipse.
Ex.: A Margarida comprou um vestido. É colorido e muito elegante. Ou Assim, a diferença de avaliação que fazemos ao analisar as várias hi-
ainda: póteses de respostas que vimos anteriormente sustenta-se no fato de R1 e
A Margarida comprou um vestido que é colorido e muito elegante. R2 retomarem inferências presentes em P:
- aconteceu alguma coisa à bolacha da Maria,
c)-Substituições Lexicais: o uso de expressões definidas e de deíticos - a Maria comeu qualquer coisa.
contextuais é muitas vezes acompanhado de substituições lexicais. Este
processo evita as repetições de lexemas, permitindo uma retoma do ele- Já R3 não retoma nenhuma inferência potencialmente dedutível de P.
mento linguístico.
Ex.: Deu-se um crime, em Lisboa, ontem à noite: estrangularam uma Conclui-se, então, que a retoma de inferências ou de pressuposições
senhora. Este assassinato é odioso. garante uma fortificação da coerência textual.

Também neste caso, surgem algumas regras que se torna necessário Quando analisamos certos exercícios de prolongamento de texto (con-
respeitar. Por exemplo, o termo mais genérico não pode preceder o seu tinuar a estruturação de um texto a partir de um início dado) os alunos são
representante mais específico. levados a veicular certas informações pressupostas pelos professores.
Ex.: O piloto alemão venceu ontem o grande prêmio da Alemanha. S-
chumacher festejou euforicamente junto da sua equipa. Por exemplo, quando se apresenta um início de um texto do tipo: Três
crianças passeiam num bosque. Elas brincam aos detetives. Que vão eles
Se se inverterem os substantivos, a relação entre os elementos linguís- fazer?
ticos torna-se mais clara, favorecendo a coerência textual. Assim, Schuma-
cher, como termo mais específico, deveria preceder o piloto alemão. A interrogação final permite-nos pressupor que as crianças vão real-
mente fazer qualquer coisa.
No entanto, a substituição de um lexema acompanhado por um deter-
minante, pode não ser suficiente para estabelecer uma coerência restrita. Um aluno que ignore isso e que narre que os pássaros cantavam en-
Atentemos no seguinte exemplo: quanto as folhas eram levadas pelo vento, será punido por ter apresentado
uma narração incoerente, tendo em conta a questão apresentada.
Picasso morreu há alguns anos. O autor da "Sagração da Primavera"
doou toda a sua coleção particular ao Museu de Barcelona. No entanto, um professor terá que ter em conta que essas inferências
ou essas pressuposições se relacionam mais com o conhecimento do
A presença do determinante definido não é suficiente para considerar mundo do que com os elementos linguísticos propriamente ditos.
que Picasso e o autor da referida peça sejam a mesma pessoa, uma vez
que sabemos que não foi Picasso mas Stravinski que compôs a referida Assim, as dificuldades que os alunos apresentam neste tipo de exercí-
peça. cios, estão muitas vezes relacionadas com um conhecimento de um mundo
ao qual eles não tiveram acesso. Por exemplo, será difícil a um aluno
Neste caso, mais do que o conhecimento normativo teórico, ou lexico- recriar o quotidiano de um multi-milionário,senhor de um grande império
enciclopédico, são importantes o conhecimento e as convicções dos parti- industrial, que vive numa luxuosa vila.
cipantes no ato de comunicação, sendo assim impossível traçar uma fron-
teira entre a semântica e a pragmática. 2.Princípio da Progressão: para que um texto seja coerente, torna-se
necessário que o seu desenvolvimento se faça acompanhar de uma infor-
Há também que ter em conta que a substituição lexical se pode efetuar mação semântica constantemente renovada.
por
- Sinonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior Este segundo princípio completa o primeiro, uma vez que estipula que
parte dos traços semânticos idêntica: A criança caiu. O miúdo nun- um texto, para ser coerente, não se deve contentar com uma repetição
ca mais aprende a cair! constante da própria matéria.
- Antonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior
parte dos traços semânticos oposta: Disseste a verdade? Isso Alguns textos dos alunos contrariam esta regra. Por exemplo: O ferreiro
cheira-me a mentira! estava vestido com umas calças pretas, um chapéu claro e uma vestimenta
- Hiperonímia-a primeira expressão mantém com a segunda uma re- preta. Tinha ao pé de si uma bigorna e batia com força na bigorna. Todos
lação classe-elemento: Gosto imenso de marisco. Então lagosta, os gestos que fazia consistiam em bater com o martelo na bigorna. A
adoro! bigorna onde batia com o martelo era achatada em cima e pontiaguda em
- Hiponímia- a primeira expressão mantém com a segunda uma re- baixo e batia com o martelo na bigorna.
lação elemento-classe: O gato arranhou-te? O que esperavas de
um felino? Se tivermos em conta apenas o princípio da recorrência, este texto não
será incoerente, será até coerente demais.
d)-Retomas de Inferências: neste caso, a relação é feita com base em
conteúdos semânticos não manifestados, ao contrário do que se passava No entanto, segundo o princípio da progressão, a produção de um tex-
com os processos de recorrência anteriormente tratados. to coerente pressupõe que se realize um equilíbrio cuidado entre continui-
dade temática e progressão semântica.
Vejamos:
P - A Maria comeu a bolacha? Torna-se assim necessário dominar, simultaneamente, estes dois prin-
R1 - Não, ela deixou-a cair no chão. cípios (recorrência e progressão) uma vez que a abordagem da informação
R2 - Não, ela comeu um morango. não se pode processar de qualquer maneira.
R3 - Não, ela despenteou-se.
Assim, um texto será coerente se a ordem linear das sequências a-
As sequências P+R1 e P+R2 parecem, desde logo, mais coerentes do companhar a ordenação temporal dos fatos descritos.
que a sequência P+R3. Ex.: Cheguei, vi e venci.(e não Vi, venci e cheguei).

No entanto, todas as sequências são asseguradas pela repetição do O texto será coerente desde que reconheçamos, na ordenação das su-
pronome na 3ª pessoa. as sequências, uma ordenação de causa-consequência entre os estados de
coisas descritos.
Podemos afirmar, neste caso, que a repetição do pronome não é sufi- Ex.: Houve seca porque não choveu. (e não Houve seca porque cho-
ciente para garantir coerência a uma sequência textual. veu).

Língua Portuguesa 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ex.: A Silvia foi estudar logo o circuito de Adelaide agradou aos pilotos
Teremos ainda que ter em conta que a ordem de percepção dos esta- de Fórmula 1.
dos de coisas descritos pode condicionar a ordem linear das sequências
textuais. O conhecimento destes princípios de coerência, por parte dos profes-
Ex.: A praça era enorme. No meio, havia uma coluna; à volta, árvores e sores, permite uma nova apreciação dos textos produzidos pelos alunos,
canteiros com flores. garantindo uma melhor correção dos seus trabalhos, evitando encontrar
incoerências em textos perfeitamente coerentes, bem como permite a
Neste caso, notamos que a percepção se dirige do geral para o particu- dinamização de estratégias de correção.
lar.
3.Princípio da Não- Contradição: para que um texto seja coerente, tor- Teremos que ter em conta que para um leitor que nada saiba de cen-
na-se necessário que o seu desenvolvimento não introduza nenhum ele- trais termo-nucleares nada lhe parecerá mais incoerente do que um tratado
mento semântico que contradiga um conteúdo apresentado ou pressuposto técnico sobre centrais termo-nucleares.
por uma ocorrência anterior ou dedutível por inferência.
No entanto, os leitores quase nunca consideram os textos incoerentes.
Ou seja, este princípio estipula simplesmente que é inadmissível que Pelo contrário, os receptores dão ao emissor o crédito da coerência, admi-
uma mesma proposição seja conjuntamente verdadeira e não verdadeira. tindo que o emissor terá razões para apresentar os textos daquela maneira.

Vamos, seguidamente, preocupar-nos, sobretudo, com o caso das con- Assim, o leitor vai esforçar-se na procura de um fio condutor de pen-
tradições inferenciais e pressuposicionais. samento que conduza a uma estrutura coerente.

Existe contradição inferencial quando a partir de uma proposição po- Tudo isto para dizer que deve existir nos nossos sistemas de pensa-
demos deduzir uma outra que contradiz um conteúdo semântico apresenta- mento e de linguagem uma espécie de princípio de coerência verbal (com-
do ou dedutível. parável com o princípio de cooperação de Grice8 estipulando que, seja qual
Ex.: A minha tia é viúva. O seu marido coleciona relógios de bolso. for o discurso, ele deve apresentar forçosamente uma coerência própria,
uma vez que é concebido por um espírito que não é incoerente por si
As inferências que autorizam viúva não só não são retomadas na se- mesmo.
gunda frase, como são perfeitamente contraditas por essa mesma frase.
É justamente tendo isto em conta que devemos ler, avaliar e corrigir os
O efeito da incoerência resulta de incompatibilidades semânticas pro- textos dos nossos alunos.
fundas às quais temos de acrescentar algumas considerações temporais,
uma vez que, como se pode ver, basta remeter o verbo colecionar para o 1. Coerência:
pretérito para suprimir as contradições. Produzimos textos porque pretendemos informar, divertir, explicar, con-
vencer, discordar, ordenar, ou seja, o texto é uma unidade de significado
As contradições pressuposicionais são em tudo comparáveis às infe- produzida sempre com uma determinada intenção. Assim como a frase não
renciais, com a exceção de que no caso das pressuposicionais é um conte- é uma simples sucessão de palavras, o texto também não é uma simples
údo pressuposto que se encontra contradito. sucessão de frases, mas um todo organizado capaz de estabelecer contato
Ex.: O Júlio ignora que a sua mulher o engana. A sua esposa é-lhe per- com nossos interlocutores, influindo sobre eles. Quando isso ocorre, temos
feitamente fiel. um texto em que há coerência.

Na segunda frase, afirma-se a inegável fidelidade da mulher de Júlio, A coerência é resultante da não-contradição entre os diversos segmen-
enquanto a primeira pressupõe o inverso. tos textuais que devem estar encadeados logicamente. Cada segmento
textual é pressuposto do segmento seguinte, que por sua vez será pressu-
É frequente, nestes casos, que o emissor recupere a contradição pre- posto para o que lhe estender, formando assim uma cadeia em que todos
sente com a ajuda de conectores do tipo mas, entretanto, contudo, no eles estejam concatenados harmonicamente. Quando há quebra nessa
entanto, todavia, que assinalam que o emissor se apercebe dessa contradi- concatenação, ou quando um segmento atual está em contradição com um
ção, assume-a, anula-a e toma partido dela. anterior, perde-se a coerência textual.
Ex.: O João detesta viajar. No entanto, está entusiasmado com a parti-
da para Itália, uma vez que sempre sonhou visitar Florença. A coerência é também resultante da adequação do que se diz ao con-
texto extra verbal, ou seja, àquilo o que o texto faz referência, que precisa
4.Princípio da Relação: para que um texto seja coerente, torna-se ne- ser conhecido pelo receptor.
cessário que denote, no seu mundo de representação, fatos que se apre-
sentem diretamente relacionados. Ao ler uma frase como "No verão passado, quando estivemos na capi-
tal do Ceará Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era tanto
Ou seja, este princípio enuncia que para uma sequência ser admitida que chegou a nevar", percebemos que ela é incoerente em decorrência da
como coerente, terá de apresentar ações, estados ou eventos que sejam incompatibilidade entre um conhecimento prévio que temos da realizada
congruentes com o tipo de mundo representado nesse texto. com o que se relata. Sabemos que, considerando uma realidade "normal",
em Fortaleza não neva (ainda mais no verão!).
Assim, se tivermos em conta as três frases seguintes
1 - A Silvia foi estudar. Claro que, inserido numa narrativa ficcional fantástica, o exemplo acima
2 - A Silvia vai fazer um exame. poderia fazer sentido, dando coerência ao texto - nesse caso, o contexto
3 - O circuito de Adelaide agradou aos pilotos de Fórmula 1. seria a "anormalidade" e prevaleceria a coerência interna da narrativa.

A sequência formada por 1+2 surge-nos, desde logo, como sendo mais No caso de apresentar uma inadequação entre o que informa e a reali-
congruente do que as sequências 1+3 ou 2+3. dade "normal" pré-conhecida, para guardar a coerência o texto deve apre-
sentar elementos linguísticos instruindo o receptor acerca dessa anormali-
Nos discursos naturais, as relações de relevância factual são, na maior dade.
parte dos casos, manifestadas por conectores que as explicitam semanti-
camente. Uma afirmação como "Foi um verdadeiro milagre! O menino caiu do
Ex.: A Silvia foi estudar porque vai fazer um exame. Ou também: A Sil- décimo andar e não sofreu nenhum arranhão." é coerente, na medida que a
via vai fazer um exame portanto foi estudar. frase inicial ("Foi um verdadeiro milagre") instrui o leitor para a anormalida-
A impossibilidade de ligar duas frases por meio de conectores constitui de do fato narrado.
um bom teste para descobrir uma incongruência.

Língua Portuguesa 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2. Coesão: ro elevado de repetições pode levar o leitor à exaustão.
A redação deve primar, como se sabe, pela clareza, objetividade, coe-
rência e coesão. E a coesão, como o próprio nome diz (coeso significa b) REPETIÇÃO PARCIAL: na retomada de nomes de pessoas, a repe-
ligado), é a propriedade que os elementos textuais têm de estar interliga- tição parcial é o mais comum mecanismo coesivo do texto jornalístico.
dos. De um fazer referência ao outro. Do sentido de um depender da rela- Costuma-se, uma vez citado o nome completo de um entrevistado - ou da
ção com o outro. Preste atenção a este texto, observando como as palavras vítima de um acidente, como se observa com o elemento (7), na última
se comunicam, como dependem uma das outras. linha do segundo parágrafo e na primeira linha do terceiro -, repetir somente
o(s) seu(s) sobrenome(s). Quando os nomes em questão são de celebrida-
SÃO PAULO: OITO PESSOAS MORREM EM QUEDA DE AVIÃO des (políticos, artistas, escritores, etc.), é de praxe, durante o texto, utilizar
Das Agências a nominalização por meio da qual são conhecidas pelo público. Exemplos:
Nedson (para o prefeito de Londrina, Nedson Micheletti); Farage (para o
Cinco passageiros de uma mesma família, de Maringá, dois tripulantes candidato à prefeitura de Londrina em 2000 Farage Khouri); etc. Nomes
e uma mulher que viu o avião cair morreram femininos costumam ser retomados pelo primeiro nome, a não ser nos
casos em que o sobrenomes sejam, no contexto da matéria, mais relevan-
Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e tes e as identifiquem com mais propriedade.
dois tripulantes, além de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda
de um avião (1) bimotor Aero Commander, da empresa J. Caetano, da c) ELIPSE: é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido
cidade de Maringá (PR). O avião (1) prefixo PTI-EE caiu sobre quatro pelo contexto da matéria. Veja-se o seguinte exemplo: Estavam no avião
sobrados da Rua Andaquara, no bairro de Jardim Marajoara, Zona Sul de (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a
São Paulo, por volta das 21h40 de sábado. O impacto (2) ainda atingiu prefeito de Maringá nas últimas eleições; o piloto (1) José Traspadini (4), de
mais três residências. 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38. Perceba
que não foi necessário repetir-se a palavra avião logo após as palavras
Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, piloto e co-piloto. Numa matéria que trata de um acidente de avião, obvia-
que foi candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições (leia reporta- mente o piloto será de aviões; o leitor não poderia pensar que se tratasse
gem nesta página); o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto de um piloto de automóveis, por exemplo. No último parágrafo ocorre outro
(1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38; o sogro de Name Júnior (4), exemplo de elipse: Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas
Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos graves.
Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), (10) Apenas escoriações e queimaduras. Note que o (10) em negrito, antes
João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. de Apenas, é uma omissão de um elemento já citado: Três pessoas. Na
verdade, foi omitido, ainda, o verbo: (As três pessoas sofreram) Apenas
Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores escoriações e queimaduras.
compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era
um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). d) SUBSTITUIÇÕES: uma das mais ricas maneiras de se retomar um
Isidoro Andrade (7) havia alugado o avião (1) Rockwell Aero Commander elemento já citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado é a
691, prefixo PTI-EE, para (7) vir a São Paulo assistir ao velório do filho (7) substituição, que é o mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou grupo
Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um de palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de palavras). Confira os
assalto e ser baleado na noite de sexta-feira. principais elementos de substituição:

O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aeropor- Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou
to de Congonhas às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a
21h20 e, minutos depois, caiu na altura do número 375 da Rua Andaquara, ideia contida em um parágrafo ou no texto todo. Na matéria-exemplo, são
uma espécie de vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora do Sabará, nítidos alguns casos de substituição pronominal: o sogro de Name Júnior
uma das avenidas mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo. Ainda (4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha
não se conhece as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha caixa Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela
preta e a torre de controle também não tem informações. O laudo técnico (6), João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus
demora no mínimo 60 dias para ser concluído. retoma Name Júnior (os filhos de Name Júnior...); o pronome pessoal ela,
contraído com a preposição de na forma dela, retoma Gabriela Gimenes
Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de ca- Ribeiro (e o marido de Gabriela...). No último parágrafo, o pronome pessoal
ir em cima de quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas casas elas retoma as três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião:
(9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimen- Elas (10) não sofreram ferimentos graves.
tos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia Fiorezzi, de 62
anos, Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Pronto Epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo
Socorro de Santa Cecília. que se referem a um elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificação
pode ser conhecida ou não pelo leitor. Caso não seja, deve ser introduzida
Vejamos, por exemplo, o elemento (1), referente ao avião envolvido no de modo que fique fácil a sua relação com o elemento qualificado.
acidente. Ele foi retomado nove vezes durante o texto. Isso é necessário à
clareza e à compreensão do texto. A memória do leitor deve ser reavivada Exemplos:
a cada instante. Se, por exemplo, o avião fosse citado uma vez no primeiro a) (...) foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O pre-
parágrafo e fosse retomado somente uma vez, no último, talvez a clareza sidente, que voltou há dois dias de Cuba, entregou-lhes um certifi-
da matéria fosse comprometida. cado... (o epíteto presidente retoma Fernando Henrique Cardoso;
poder-se-ia usar, como exemplo, sociólogo);
E como retomar os elementos do texto? Podemos enumerar alguns b) Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil.
mecanismos: Para o ex-Ministro dos Esportes, a seleção... (o epíteto ex-Ministro
dos Esportes retoma Edson Arantes do Nascimento; poder-se-iam,
a) REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o por exemplo, usar as formas jogador do século, número um do
texto. Pode perceber que a palavra avião foi bastante usada, principalmente mundo, etc.
por ele ter sido o veículo envolvido no acidente, que é a notícia propriamen-
te dita. A repetição é um dos principais elementos de coesão do texto Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo sentido (ou
jornalístico fatual, que, por sua natureza, deve dispensar a releitura por muito parecido) dos elementos a serem retomados. Exemplo: O prédio foi
parte do receptor (o leitor, no caso). A repetição pode ser considerada a demolido às 15h. Muitos curiosos se aglomeraram ao redor do edifício, para
mais explícita ferramenta de coesão. Na dissertação cobrada pelos vestibu- conferir o espetáculo (edifício retoma prédio. Ambos são sinônimos).
lares, obviamente deve ser usada com parcimônia, uma vez que um núme-

Língua Portuguesa 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Nomes deverbais: são derivados de verbos e retomam a ação expres- provável, não é certo, se é que.
sa por eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos já utilizados.
Exemplos: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, in-
Higienópolis, como sinal de protesto contra o aumentos dos impostos. A questionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza.
paralisação foi a maneira encontrada... (paralisação, que deriva de parali-
sar, retoma a ação de centenas de veículos de paralisar o trânsito da Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de súbito,
Avenida Higienópolis). O impacto (2) ainda atingiu mais três residências (o subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente.
nome impacto retoma e resume o acidente de avião noticiado na matéria-
exemplo) Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para e-
xemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou
Elementos classificadores e categorizadores: referem-se a um ele- seja, aliás.
mento (palavra ou grupo de palavras) já mencionado ou não por meio de
uma classe ou categoria a que esse elemento pertença: Uma fila de cente- Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propó-
nas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis. O protesto foi sito de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para.
a maneira encontrada... (protesto retoma toda a ideia anterior - da paralisa-
ção -, categorizando-a como um protesto); Quatro cães foram encontrados Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a ou de, junto a ou de,
ao lado do corpo. Ao se aproximarem, os peritos enfrentaram a reação dos dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa,
animais (animais retoma cães, indicando uma das possíveis classificações isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a.
que se podem atribuir a eles).
Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclu-
Advérbios: palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as são, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse
de lugar: Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderi- modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte, destarte, assim sendo.
ram... (o advérbio de lugar lá retoma São Paulo). Exemplos de advérbios
que comumente funcionam como elementos referenciais, isto é, como Causa e consequência. Explicação: por consequência, por conseguin-
elementos que se referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, etc. te, como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com
efeito, tão (tanto, tamanho) ... que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez
Observação: É mais frequente a referência a elementos já citados no que, visto que, como (= porque), portanto, logo, que (= porque), de tal sorte
texto. Porém, é muito comum a utilização de palavras e expressões que se que, de tal forma que, haja vista.
refiram a elementos que ainda serão utilizados. Exemplo: Izidoro Andrade
(7) é conhecido na região (8) como um dos maiores compradores de cabe- Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste
ças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era um dos sócios do com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto,
Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). A palavra região embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se
serve como elemento classificador de Sul (A palavra Sul indica uma região bem que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que.
do país), que só é citada na linha seguinte.
Ideias alternativas: Ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora.
Conexão:
Além da constante referência entre palavras do texto, observa-se na Níveis De Significado Dos Textos:
coesão a propriedade de unir termos e orações por meio de conectivos, que Significado Implícito E Explícito
são representados, na Gramática, por inúmeras palavras e expressões. A
Informações explícitas e implícitas
escolha errada desses conectivos pode ocasionar a deturpação do sentido
do texto. Abaixo, uma lista dos principais elementos conectivos, agrupados Faz parte da coerência, trata-se da inferência, que ocorre porque tudo
pelo sentido. Baseamo-nos no autor Othon Moacyr Garcia (Comunicação que você produz como mensagem é maior do que está escrito, é a soma
em Prosa Moderna). do implícito mais o explícito e que existem em todos os textos.

Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes Em um texto existem dois tipos de informações implícitas, o pressu-
de tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, princi- posto e o subentendido.
palmente, primordialmente, sobretudo, a priori (itálico), a posteriori (itálico). O pressuposto é a informação que pode ser compreendida por uma
palavra ou frase dentro do próprio texto, faz o receptor aceitar várias ideias
Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterio- do emissor.
ridade): então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princí-
pio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, poste- O subentendido gera confusão, pois se trata de uma insinuação, não
riormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente agora atualmente, hoje, sendo possível afirmar com convicção.
frequentemente, constantemente às vezes, eventualmente, por vezes,
A diferença entre ambos é que o pressuposto é responsável pelo emissor e
ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simulta-
a informação já está no enunciado, já no subentendido o receptor tira suas
neamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quan-
próprias conclusões. Profª Gracielle
do, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que,
Inferência
todas as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem.
A inferência é um processo cognitivo relevante nesta abordagem
de leitura discursiva, porque o processo inferencial possibilita construir
Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma
novos conhecimentos, a partir daqueles existentes na memória do leitor, os
forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente,
quais são ativados e relacionados às informações materializadas no texto.
analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de
Assim, na aula de língua estrangeira moderna será possível fazer
acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual,
discussões orais sobre sua compreensão, bem como produzir textos orais,
tanto quanto, como, assim como, como se, bem como.
escritos e/ou visuais a partir do texto lido, integrando todas as práticas
discursivas neste processo.
Condição, hipótese: se, caso, eventualmente.
Parágrafo:
Adição, continuação: além disso, demais, ademais, outrossim, ainda
mais, ainda cima, por outro lado, também, e, nem, não só ... mas também, Os textos são estruturados geralmente em unidades menores, os pa-
não só... como também, não apenas ... como também, não só ... bem rágrafos, identificados por um ligeiro afastamento de sua primeira linha em
como, com, ou (quando não for excludente). relação à margem esquerda da folha. Possuem extensão variada: há pará-
grafos longos e parágrafos curtos. O que vai determinar sua extensão é a
Dúvida: talvez provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é

Língua Portuguesa 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
unidade temática, já que cada ideia exposta no texto deve corresponder a Os parágrafos são moldáveis conforme o tipo de redação, o leitor e o
um parágrafo. veículo de comunicação onde o texto vai ser divulgado. Em princípio, o
parágrafo é mais longo que o período e menor que uma página impressa no
É muito comum nos textos de natureza dissertativa, que trabalham com livro, e a regra geral para determinar o tamanho é o bom senso.
ideias e exigem maior rigor e objetividade na composição, que o parágrafo-
padrão apresente a seguinte estrutura: Parágrafos curtos: próprios para textos pequenos, fabricados para lei-
tores de pouca formação cultural. A notícia possui parágrafos curtos em
a) introdução - também denominada tópico frasal, é constituída de colunas estreitas, já artigos e editoriais costumam ter parágrafos mais
uma ou duas frases curtas, que expressam, de maneira sintética, a ideia longos. Revistas populares, livros didáticos destinados a alunos iniciantes,
principal do parágrafo, definindo seu objetivo; geralmente, apresentam parágrafos curtos.
b) desenvolvimento - corresponde a uma ampliação do tópico frasal, Quando o parágrafo é muito longo, o escritor deve dividi-lo em parágra-
com apresentação de ideias secundárias que o fundamentam ou esclare- fos menores, seguindo critério claro e definido. O parágrafo curto também é
cem; empregado para movimentar o texto, no meio de longos parágrafos, ou
c) conclusão - nem sempre presente, especialmente nos parágrafos para enfatizar uma ideia.
mais curtos e simples, a conclusão retoma a ideia central, levando em Parágrafos médios: comuns em revistas e livros didáticos destinados
consideração os diversos aspectos selecionados no desenvolvimento. a um leitor de nível médio (2º grau). Cada parágrafo médio construído com
Nas dissertações, os parágrafos são estruturados a partir de uma ideia três períodos que ocupam de 50 a 150 palavras. Em cada página de livro
que normalmente é apresentada em sua introdução, desenvolvida e refor- cabem cerca de três parágrafos médios.
çada por uma conclusão. Parágrafos longos: em geral, as obras científicas e acadêmicas pos-
Os Parágrafos na Dissertação Escolar: suem longos parágrafos, por três razões: os textos são grandes e conso-
mem muitas páginas; as explicações são complexas e exigem várias ideias
As dissertações escolares, normalmente, costumam ser estruturadas e especificações, ocupando mais espaço; os leitores possuem capacidade
em quatro ou cinco parágrafos (um parágrafo para a introdução, dois ou e fôlego para acompanhá-los.
três para o desenvolvimento e um para a conclusão).
A ordenação no desenvolvimento do parágrafo pode acontecer:
É claro que essa divisão não é absoluta. Dependendo do tema propos-
to e da abordagem que se dê a ele, ela poderá sofrer variações. Mas é a) por indicações de espaço: "... não muito longe do lito-
fundamental que você perceba o seguinte: a divisão de um texto em pará- ral...".Utilizam-se advérbios e locuções adverbiais de lugar e certas locu-
grafos (cada um correspondendo a uma determinada ideia que nele se ções prepositivas, e adjuntos adverbiais de lugar;
desenvolve) tem a função de facilitar, para quem escreve, a estruturação b) por tempo e espaço: advérbios e locuções adverbiais de tempo,
coerente do texto e de possibilitar, a quem lê, uma melhor compreensão do certas preposições e locuções prepositivas, conjunções e locuções conjun-
texto em sua totalidade. tivas e adjuntos adverbiais de tempo;
Parágrafo Narrativo: c) por enumeração: citação de características que vem normalmente
Nas narrações, a ideia central do parágrafo é um incidente, isto é, um depois de dois pontos;
episódio curto. d) por contrastes: estabelece comparações, apresenta paralelos e e-
Nos parágrafos narrativos, há o predomínio dos verbos de ação que se videncia diferenças; Conjunções adversativas, proporcionais e comparati-
referem as personagens, além de indicações de circunstâncias relativas ao vas podem ser utilizadas nesta ordenação;
fato: onde ele ocorreu, quando ocorreu, por que ocorreu, etc. e) por causa-consequência: conjunções e locuções conjuntivas con-
O que falamos acima se aplica ao parágrafo narrativo propriamente di- clusivas, explicativas, causais e consecutivas;
to, ou seja, aquele que relata um fato. f) por explicitação: esclarece o assunto com conceitos esclarecedo-
Nas narrações existem também parágrafos que servem para reproduzir res, elucidativos e justificativos dentro da ideia que construída. Pciconcur-
as falas dos personagens. No caso do discurso direto (em geral antecedido sos
por dois-pontos e introduzido por travessão), cada fala de um personagem
Equivalência e transformação de estruturas.
deve corresponder a um parágrafo para que essa fala não se confunda com
a do narrador ou com a de outro personagem. Refere-se ao estudo das relações das palavras nas orações e nos pe-
ríodos. A palavra equivalência corresponde a valor, natureza, ou função;
Parágrafo Descritivo:
relação de paridade. Já o termo transformação pode ser entendido como
A ideia central do parágrafo descritivo é um quadro, ou seja, um frag- uma função que, aplicada sobre um termo (abstrato ou concreto), resulta
mento daquilo que está sendo descrito (uma pessoa, uma paisagem, um um novo termo, modificado (em sentido amplo) relativamente ao estado
ambiente, etc.), visto sob determinada perspectiva, num determinado original. Nessa compreensão ampla, o novo estado pode eventualmente
momento. Alterado esse quadro, teremos novo parágrafo. coincidir com o estado original. Normalmente, em concursos públicos, as
relações de transformação e equivalência aparecem nas questões dotadas
O parágrafo descritivo vai apresentar as mesmas características da dos seguintes comandos:
descrição: predomínio de verbos de ligação, emprego de adjetivos que
caracterizam o que está sendo descrito, ocorrência de orações justapostas Exemplo: CONCURSO PÚBLICO 1/2008 – CARGO DE AGENTE DE
ou coordenadas. POLÍCIA FUNDAÇÃO UNIVERSA
A estruturação do parágrafo: Questão 8 - Assinale a alternativa em que a reescritura de parte do tex-
to I mantém a correção gramatical, levando em conta as alterações gráficas
O parágrafo-padrão é uma unidade de composição constituída por um necessárias para adaptá-la ao texto.
ou mais de um período, em que se desenvolve determinada ideia central,
ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relaciona- Exemplo 2: FUNDAÇÃO UNIVERSA SESI – TÉCNICO EM EDUCA-
das pelo sentido e logicamente decorrentes dela. ÇÃO – ORIENTADOR PEDAGÓGICO 2010
O parágrafo é indicado por um afastamento da margem esquerda da (CÓDIGO 101) Questão 1 - A seguir, são apresentadas possibilidades
folha. Ele facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar conveniente- de reescritura de trechos do texto I. Assinale a alternativa em que a reescri-
mente as ideias principais de sua composição, permitindo ao leitor acom- tura apresenta mudança de sentido com relação ao texto original.
panhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios.
Nota-se que as relações de equivalência e transformação estão assen-
O tamanho do parágrafo: tadas nas possibilidades de reescrituras, ou seja, na modificação de vocá-
bulos ou de estruturas sintáticas.
Língua Portuguesa 27 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Vejamos alguns exemplos de transformações e equivalências: indireto e discurso indireto livre.
1 Os bombeiros desejam / o sucesso profissional (não há verbo na se- Discurso direto
gunda parte). Examinando este passo do conto Guaxinim do banhado, de Mário de
Sujeito VDT OBJETO DIRETO Andrade:
“O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis que suspira lá
Os bombeiros desejam / ganhar várias medalhas (há verbo na segunda na língua dele - “Chente! que vida dura esta de guaxinim do banhado!...”
parte = oração).
Oração principal oração subordinada substantiva objetiva direta Verificamos que o narrado, após introduzir o personagem, o guaxinim,
deixou-o expressar-se “Lá na língua dele”, reproduzindo-lhe a fala tal como
No exemplo anterior, o objeto direto “o sucesso profissional” foi substi- ele a teria organizado e emitido.
tuído por uma oração objetiva direta. Sintaticamente, o valor do termo
(complemento do verbo) é o mesmo. Ocorreu uma transformação de natu- A essa forma de expressão, em que o personagem é chamado a apre-
reza nominal para uma de natureza oracional, mas a função sintática de sentar as suas próprias palavras, denominamos discurso direto.
objeto direto permaneceu preservada.
Observação
2 Os professores de cursinhos ficam muito felizes / quando os alunos
No exemplo anterior, distinguimos claramente o narrador, do locutor, o
são aprovados.
guaxinim.
ORAÇÃO PRINCIPAL ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL TEM-
PORAL Mas o narrador e locutor podem confundir-se em casos como o das
narrativas memorialistas feitas na primeira pessoa. Assim, na fala de Rio-
Os professores de cursinhos ficam muito felizes / nos dias das provas. baldo, o personagem-narrador do romance de Grande Sertão: Veredas, de
SUJ VERBO PREDICATIVO ADJUNTO ADVERBIAL DE TEMPO Guimarães Rosa.
“Assaz o senhor sabe: a gente quer passar um rio a nado, e passa;
Apesar de classificados de formas diferentes, os termos indicados con- mas vai dar na outra banda é num ponto muito mais embaixo, bem diverso
tinuam exercendo o papel de elementos adverbiais temporais. do que em primeiro se pensou. Viver nem não é muito perigoso?”
Exemplo da prova!
Ou, também, nestes versos de Augusto Meyer, em que o autor, lirica-
FUNDAÇÃO UNIVERSA SESI – SECRETÁRIO ESCOLAR (CÓDIGO mente identificado com a natureza de sua terra, ouve na voz do Minuano o
203) Página 3 convite que, na verdade, quem lhe faz é a sua própria alma:
“Ouço o meu grito gritar na voz do vento:
Grassa nessas escolas uma praga de pedagogos de gabinete, que u-
- Mano Poeta, se enganche na minha garupa!”
sam o legalismo no lugar da lei e que reinterpretam a lei de modo obtuso,
no intuito de que tudo fique igual ao que era antes. E, para que continue a
Características do discurso direto
parecer necessário o desempenho do cargo que ocupam, para que pare-
1. No plano formal, um enunciado em discurso direto é marcado, ge-
çam úteis as suas circulares e relatórios, perseguem e caluniam todo e
ralmente, pela presença de verbos do tipo dizer, afirmar, ponderar,
qualquer professor que ouse interpelar o instituído, questionar os burocra-
sugerir, perguntar, indagar ou expressões sinônimas, que podem
tas, ou — pior ainda! — manifestar ideias diferentes das de quem manda na
introduzi-lo, arrematá-lo ou nele se inserir:
escola, pondo em causa feudos e mandarinatos.
“E Alexandre abriu a torneira:
O vocábulo “Grassa” poderia ser substituído, sem perda de sentido, por - Meu pai, homem de boa família, possuía fortuna grossa, como não
ignoram.” (Graciliano Ramos)
(A) Propaga-se. “Felizmente, ninguém tinha morrido - diziam em redor.” (Cecília
(B) Dilui-se. Meirelles)
“Os que não têm filhos são órfãos às avessas”, escreveu Machado
(C) Encontra-se. de Assis, creio que no Memorial de Aires. (A.F. Schmidt)
Quando falta um desses verbos dicendi, cabe ao contexto e a re-
(D) Esconde-se.
cursos gráficos - tais como os dois pontos, as aspas, o travessão e
(E) Extingue-se. a mudança de linha - a função de indicar a fala do personagem. É
o que observamos neste passo:
http://www.professorvitorbarbosa.com/ “Ao aviso da criada, a família tinha chegado à janela. Não avista-
ram o menino:
Discurso Direto. - Joãozinho!
Nada. Será que ele voou mesmo?”
Discurso Indireto.
2. No plano expressivo, a força da narração em discurso direto pro-
Discurso Indireto Livre vém essencialmente de sua capacidade de atualizar o episódio, fa-
Celso Cunha zendo emergir da situação o personagem, tornando-o vivo para o
ouvinte, à maneira de uma cena teatral, em que o narrador desem-
ENUNCIAÇÃO E REPRODUÇÃO DE ENUNCIAÇÕES penha a mera função de indicador das falas.
Comparando as seguintes frases:
“A vida é luta constante” Daí ser esta forma de relatar preferencialmente adotada nos atos diá-
“Dizem os homens experientes que a vida é luta constante” rios de comunicação e nos estilos literários narrativos em que os autores
pretendem representar diante dos que os lêem “a comédia humana, com a
Notamos que, em ambas, é emitido um mesmo conceito sobre a vida.. maior naturalidade possível”. (E. Zola)
Mas, enquanto o autor da primeira frase enuncia tal conceito como ten- Discurso indireto
do sido por ele próprio formulado, o autor da segunda o reproduz como 1. Tomemos como exemplo esta frase de Machado de Assis:
tendo sido formulado por outrem. “Elisiário confessou que estava com sono.”
Ao contrário do que observamos nos enunciados em discurso dire-
Estruturas de reprodução de enunciações to, o narrador incorpora aqui, ao seu próprio falar, uma informação
Para dar-nos a conhecer os pensamentos e as palavras de persona- do personagem (Elisiário), contentando-se em transmitir ao leitor o
gens reais ou fictícias, os locutores e os escritores dispõiem de três moldes seu conteúdo, sem nenhum respeito à forma linguística que teria
linguísticos diversos, conhecidos pelos nomes de: discurso direto, discurso sido realmente empregada.

Língua Portuguesa 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Este processo de reproduzir enunciados chama-se discurso indire- “Pergunto - É verdade que a Aldinha do Juca está uma moça en-
to. cantadora?” (Guimarães Rosa)
2. Também, neste caso, narrador e personagem podem confundir-se Discurso indireto: enunciado em forma interrogativa indireta:
num só: “Pergunto se é verdade que a Aldinha do Juca está uma moça en-
“Engrosso a voz e afirmo que sou estudante.” (Graciliano Ramos) cantadora.”
h) Discurso direto: pronome demonstrativo de 1ª pessoa (este, esta,
Características do discurso indireto isto) ou de 2ª pessoa (esse, essa, isso).
1. No plano formal verifica-se que, introduzidas também por um verbo “Isto vai depressa, disse Lopo Alves.”(Machado de Assis)
declarativo (dizer, afirmar, ponderar, confessar, responder, etc), as Discurso indireto: pronome demonstrativo de 3ª pessoa (aquele,
falas dos personagens se contêm, no entanto, numa oração subor- aquela, aquilo).
dinada substantiva, de regra desenvolvida: “Lopo Alves disse que aquilo ia depressa.”
“O padre Lopes confessou que não imaginara a existência de tan- i) Discurso direto: advérbio de lugar aqui:
tos doudos no mundo e menos ainda o inexplicável de alguns ca- “E depois de torcer nas mãos a bolsa, meteu-a de novo na gaveta,
sos.” concluindo:
Nestas orações, como vimos, pode ocorrer a elipse da conjunção - Aqui, não está o que procuro.”(Afonso Arinos)
integrante: Discurso indireto: advérbio de lugar ali:
“Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama, e, pelo cálcu- “E depois de torcer nas mãos a bolsa, meteu-a de novo na gaveta,
lo aproximado do tempo, pois estava sem relógio e mesmo se o ti- concluindo que ali não estava o que procurava.”
vesse não poderia consultá-la à fraca luz da masmorra, imaginava
podiam ser onze horas.”(Lima Barreto) Discurso indireto livre
A conjunçào integrante falta, naturalmente, quando, numa constru- Na moderna literatura narrativa, tem sido amplamente utilizado um ter-
ção em discurso indireto, a subordinada substantiva assume a for- ceiro processo de reprodução de enunciados, resultante da conciliação dos
ma reduzida.: dois anteriormente descritos. É o chamado discurso indireto livre, forma de
“Um dos vizinhos disse-lhe serem as autoridades do Cachoei- expressão que, ao invés de apresentar o personagem em sua voz própria
ro.”(Graça Aranha) (discurso direto), ou de informar objetivamente o leitor sobre o que ele teria
2. No plano expressivo assinala-se, em primeiro lugar, que o empre- dito (discurso indireto), aproxima narrador e personagem, dando-nos a
go do discurso indireto pressupõe um tipo de relato de caráter pre- impressão de que passam a falar em uníssono.
dominantemente informativo e intelectivo, sem a feição teatral e a-
tualizadora do discurso direto. O narrador passa a subordinar a si o Comparem-se estes exemplos:
personagem, com retirar-lhe a forma própria da expressão. Mas “Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com a respira-
não se conclua daí que o discurso indireto seja uma construção es- ção presa. Já nem podia mais. Estava desanimado. Que pena! Houve um
tilística pobre. É, na verdade, do emprego sabiamente dosado de momento em que esteve quase... quase!
um e de outro tipo de discurso que os bons escritores extraem da Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza. Entretanto, qual-
narrativa os mais variados efeitos artísticos, em consonância com quer urubu... que raiva... “ (Ana Maria Machado)
intenções expressivas que só a análise em profundidade de uma “D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo temerário. Para que es-
dada obra pode revelar. tar catando defeitos no próximo? Eram todos irmãos. Irmãos.” (Graciliano
Ramos)
Transposição do discurso direto para o indireto “O matuto sentiu uma frialdade mortuária percorrendo-o ao longo da
Do confronto destas duas frases: espinha.
“- Guardo tudo o que meu neto escreve - dizia ela.” (A.F. Schmidt) Era uma urutu, a terrível urutu do sertão, para a qual a mezinha domés-
“Ela dizia que guardava tudo o que o seu neto escrevia.” tica nem a dos campos possuíam salvação.
Perdido... completamente perdido...”
Verifica-se que, ao passar-se de um tipo de relato para outro, certos e- ( H. de C. Ramos)
lementos do enunciado se modificam, por acomodação ao novo molde
sintático. Características do discurso indireto livre
a) Discurso direto enunciado 1ª ou 2ª pessoa. Do exame dos enunciados em itálico comprova-se que o discurso indi-
Exemplo: “-Devia bastar, disse ela; eu não me atrevo a pedir reto livre conserva toda a afetividade e a expressividade próprios do discur-
mais.”(M. de Assis) so direto, ao mesmo tempo que mantém as transposições de pronomes,
Discurso indireto: enunciado em 3ª pessoa: verbos e advérbios típicos do discurso indireto. É, por conseguinte, um
“Ela disse que deveria bastar, que ela não se atrevia a pedir mais” processo de reprodução de enunciados que combina as características dos
b) Discurso direto: verbo enunciado no presente: dois anteriormente descritos.
“- O major é um filósofo, disse ele com malícia.” (Lima Barreto) 1. No plano formal, verifica-se que o emprego do discurso indireto li-
Discurso indireto: verbo enunciado no imperfeito: vre “pressupõe duas condições: a absoluta liberdade sintática do
“Disse ele com malícia que o major era um filósofo.” escritor (fator gramatical) e a sua completa adesão à vida do per-
c) Discurso direto: verbo enunciado no pretérito perfeito: sonagem (fator estético) “ (Nicola Vita In: Cultura Neolatina).
“- Caubi voltou, disse o guerreiro Tabajara.”(José de Alencar) Observe-se que essa absoluta liberdade sintática do escritor pode
Discurso indireto: verbo enunciado no pretérito mais-que-perfeito: levar o leitor desatento a confundir as palavras ou manifestações
“O guerreiro Tabajara disse que Caubi tinha voltado.” dos locutores com a simples narração. Daí que, para a apreensão
d) Discurso direto: verbo enunciado no futuro do presente: da fala do personagem nos trechos em discurso indireto livre, ga-
“- Virão buscar V muito cedo? - perguntei.”(A.F. Schmidt) nhe em importância o papel do contexto, pois que a passagem do
Discurso indireto: verbo enunciado no futuro do pretérito: que seja relato por parte do narrador a enunciado real do locutor é,
“Perguntei se viriam buscar V. muito cedo” muitas vezes, extremamente sutil, tal como nos mostra o seguinte
e) Discurso direto: verbo no modo imperativo: passo de Machado de Assis:
“- Segue a dança! , gritaram em volta. (A. Azevedo) “Quincas Borba calou-se de exausto, e sentou-se ofegante. Rubião
Discurso indireto: verbo no modo subjuntivo: acudiu, levando-lhe água e pedindo que se deitasse para descan-
“Gritaram em volta que seguisse a dança.” sar; mas o enfermo após alguns minutos, respondeu que não era
f) Discurso direto: enunciado justaposto: nada. Perdera o costume de fazer discursos é o que era.”
“O dia vai ficar triste, disse Caubi.” 2. No plano expressivo, devem ser realçados alguns valores desta
Discurso indireto: enunciado subordinado, geralmente introduzido construção híbrida:
pela integrante que: a) Evitando, por um lado, o acúmulo de quês, ocorrente no discurso
“Disse Caubi que o dia ia ficar triste.” indireto, e, por outro lado, os cortes das oposições dialogadas pe-
g) Discurso direto:: enunciado em forma interrogativa direta: culiares ao discurso direto, o discurso indireto livre permite uma

Língua Portuguesa 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
narrativa mais fluente, de ritmo e tom mais artisticamente elabora- sutilezas que recomendam o emprego de uma ou outra palavra, de acordo
dos; com o que se pretende comunicar. Quanto maior o vocabulário que o
b) O elo psíquico que se estabelece entre o narrador e personagem indivíduo domina para redigir um texto, mais fácil será a tarefa de comuni-
neste molde frásico torna-o o preferido dos escritores memorialis- car a vasta gama de sentimentos e percepções que determinado tema ou
tas, em suas páginas de monólogo interior; objeto lhe sugere.
c) Finalmente, cumpre ressaltar que o discurso indireto livre nem
sempre aparece isolado em meio da narração. Sua “riqueza ex- Como regras gerais, consagradas pelo uso, deve-se evitar arcaísmos e
pressiva aumenta quando ele se relaciona, dentro do mesmo pará- neologismos e dar preferência ao vocabulário corrente, além de evitar
grafo, com os discursos direto e indireto puro”, pois o emprego cacofonias (junção de vocábulos que produz sentido estranho à idéia
conjunto faz que para o enunciado confluam, “numa soma total, as original, como em "boca dela") e rimas involuntárias (como na frase, "a
características de três estilos diferentes entre si”. audição e a compreensão são fatores indissociáveis na educação infantil").
(Celso Cunha in Gramática da Língua Portuguesa, 2ª edição, MEC- O uso repetitivo de palavras e expressões empobrece a escrita e, para
FENAME.) evitá-lo, devem ser escolhidos termos equivalentes.
A obediência ao padrão culto da língua, regido por normas gramaticais,
lingüísticas e de grafia, garante a eficácia da comunicação. Uma frase
Redação
gramaticalmente incorreta, sintaticamente mal estruturada e grafada com
A linguagem escrita tem identidade própria e não pretende ser mera erros é, antes de tudo, uma mensagem ininteligível, que não atinge o
reprodução da linguagem oral. Ao redigir, o indivíduo conta unicamente objetivo de transmitir as opiniões e idéias de seu autor.
com o significado e a sonoridade das palavras para transmitir conteúdos
Tipos de redação. Todas as formas de expressão escrita podem ser
complexos, estimular a imaginação do leitor, promover associação de idéias
classificadas em formas literárias -- como as descrições e narrações, e
e ativar registros lógicos, sensoriais e emocionais da memória.
nelas o poema, a fábula, o conto e o romance, entre outros -- e não-
Redação é o ato de exprimir idéias, por escrito, de forma clara e orga- literárias, como as dissertações e redações técnicas.
nizada. O ponto de partida para redigir bem é o conhecimento da gramática
Descrição. Descrever é representar um objeto (cena, animal, pessoa,
do idioma e do tema sobre o qual se escreve. Um bom roteiro de redação
lugar, coisa etc.) por meio de palavras. Para ser eficaz, a apresentação das
deve contemplar os seguintes passos: escolha da forma que se pretende
características do objeto descrito deve explorar os cinco sentidos humanos
dar à composição, organização das idéias sobre o tema, escolha do voca-
-- visão, audição, tato, olfato e paladar --, já que é por intermédio deles que
bulário adequado e concatenação das idéias segundo as regras lingüísticas
o ser humano toma contato com o ambiente.
e gramaticais.
A descrição resulta, portanto, da capacidade que o indivíduo tem de
Para adquirir um estilo próprio e eficaz é conveniente ler e estudar os
perceber o mundo que o cerca. Quanto maior for sua sensibilidade, mais
grandes mestres do idioma, clássicos e contemporâneos; redigir freqüen-
rica será a descrição. Por meio da percepção sensorial, o autor registra
temente, para familiarizar-se com o processo e adquirir facilidade de ex-
suas impressões sobre os objetos, quanto ao aroma, cor, sabor, textura ou
pressão; e ser escrupuloso na correção da composição, retificando o que
sonoridade, e as transmite para o leitor.
não saiu bem na primeira tentativa. É importante também realizar um
exame atento da realidade a ser retratada e dos eventos a que o texto se Narração. O relato de um fato, real ou imaginário, é denominado narra-
refere, sejam eles concretos, emocionais ou filosóficos. O romancista, o ção. Pode seguir o tempo cronológico, de acordo com a ordem de sucessão
cientista, o burocrata, o legislador, o educador, o jornalista, o biógrafo, dos acontecimentos, ou o tempo psicológico, em que se privilegiam alguns
todos pretendem comunicar por escrito, a um público real, um conteúdo que eventos para atrair a atenção do leitor. A escolha do narrador, ou ponto de
quase sempre demanda pesquisa, leitura e observação minuciosa de fatos vista, pode recair sobre o protagonista da história, um observador neutro,
empíricos. A capacidade de observar os dados e apresentá-los de maneira alguém que participou do acontecimento de forma secundária ou ainda um
própria e individual determina o grau de criatividade do escritor. espectador onisciente, que supostamente esteve presente em todos os
lugares, conhece todos os personagens, suas idéias e sentimentos.
Para que haja eficácia na transmissão da mensagem, é preciso ter em
mente o perfil do leitor a quem o texto se dirige, quanto a faixa etária, nível A apresentação dos personagens pode ser feita pelo narrador, quando
cultural e escolar e interesse específico pelo assunto. Assim, um mesmo é chamada de direta, ou pelas próprias ações e comportamentos deste,
tema deverá ser apresentado diferentemente ao público infantil, juvenil ou quando é dita indireta. As falas também podem ser apresentadas de três
adulto; com formação universitária ou de nível técnico; leigo ou especializa- formas: (1) discurso direto, em que o narrador transcreve de forma exata a
do. As diferenças hão de determinar o vocabulário empregado, a extensão fala do personagem; (2) discurso indireto, no qual o narrador conta o que o
do texto, o nível de complexidade das informações, o enfoque e a condução personagem disse, lançando mão dos verbos chamados dicendi ou de
do tema principal a assuntos correlatos. elocução, que indicam quem está com a palavra, como por exemplo "dis-
se", "perguntou", "afirmou" etc.; e (3) discurso indireto livre, em que se
Organização das idéias. O texto artístico é em geral construído a partir
misturam os dois tipos anteriores.
de regras e técnicas particulares, definidas de acordo com o gosto e a
habilidade do autor. Já o texto objetivo, que pretende antes de mais nada O conjunto dos acontecimentos em que os personagens se envolvem
transmitir informação, deve fazê-lo o mais claramente possível, evitando chama-se enredo. Pode ser linear, segundo a sucessão cronológica dos
palavras e construções de sentido ambíguo. fatos, ou não-linear, quando há cortes na seqüência dos acontecimentos. É
comumente dividido em exposição, complicação, clímax e desfecho.
Para escrever bem, é preciso ter idéias e saber concatená-las. Entre-
vistas com especialistas ou a leitura de textos a respeito do tema abordado Dissertação. A exposição de idéias a respeito de um tema, com base
são bons recursos para obter informações e formar juízos a respeito do em raciocínios e argumentações, é chamada dissertação. Nela, o objetivo
assunto sobre o qual se pretende escrever. A observação dos fatos, a do autor é discutir um tema e defender sua posição a respeito dele. Por
experiência e a reflexão sobre seu conteúdo podem produzir conhecimento essa razão, a coerência entre as idéias e a clareza na forma de expressão
suficiente para a formação de idéias e valores a respeito do mundo circun- são elementos fundamentais.
dante.
A organização lógica da dissertação determina sua divisão em introdu-
É importante evitar, no entanto, que a massa de informações se dis- ção, parte em que se apresenta o tema a ser discutido; desenvolvimento,
perse, o que esvaziaria de conteúdo a redação. Para solucionar esse em que se expõem os argumentos e idéias sobre o assunto, fundamentan-
problema, pode-se fazer um roteiro de itens com o que se pretende escre- do-se com fatos, exemplos, testemunhos e provas o que se quer demons-
ver sobre o tema, tomando nota livremente das idéias que ele suscita. O trar; e conclusão, na qual se faz o desfecho da redação, com a finalidade
passo seguinte consiste em organizar essas idéias e encadeá-las segundo de reforçar a idéia inicial.
a relação que se estabelece entre elas.
Texto jornalístico e publicitário. O texto jornalístico apresenta a peculia-
Vocabulário e estilo. Embora quase todas as palavras tenham sinôni- ridade de poder transitar por todos os tipos de linguagem, da mais formal,
mos, dois termos quase nunca têm exatamente o mesmo significado. Há empregada, por exemplo, nos periódicos especializados sobre ciência e

Língua Portuguesa 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
política, até aquela extremamente coloquial, utilizada em publicações (C) tinham projetos de pesquisa deficientes.
voltadas para o público juvenil. Apesar dessa aparente liberdade de estilo, o (D) tinham perfeito autocontrole.
redator deve obedecer ao propósito específico da publicação para a qual (E) ficavam em fila, esperando a vez.
escreve e seguir regras que costumam ser bastante rígidas e definidas,
tanto quanto à extensão do texto como em relação à escolha do assunto, (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 2 - O autor entende que os candidatos deveriam
ao tratamento que lhe é dado e ao vocabulário empregado. (A) ter opiniões próprias.
(B) ler os textos requeridos.
O texto publicitário é produzido em condições análogas a essas e ainda (C) não ter treinamento escolar.
mais estritas, pois sua intenção, mais do que informar, é convencer o (D) refletir sobre o vazio.
público a consumir determinado produto ou apoiar determinada idéia. Para (E) ter mais equilíbrio.
isso, a resposta desse mesmo público é periodicamente analisada, com o
intuito de avaliar a eficácia do texto. (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 3 - A expressão “um vazio imenso” (3.º parágra-
Redação técnica. Há diversos tipos de redação não-literária, como os fo) refere-se a
textos de manuais, relatórios administrativos, de experiências, artigos (A) candidatos.
científicos, teses, monografias, cartas comerciais e muitos outros exemplos (B) pânico.
de redação técnica e científica. (C) eles.
(D) reação.
Embora se deva reger pelos mesmos princípios de objetividade, coe- (E) esse campo.
rência e clareza que pautam qualquer outro tipo de composição, a redação
técnica apresenta estrutura e estilo próprios, com forte predominância da Leia o texto para responder às próximas 3 questões.
linguagem denotativa. Essa distinção é basicamente produzida pelo objeti- No fim da década de 90, atormentado pelos chás de cadeira que enfrentou
vo que a redação técnica persegue: o de esclarecer e não o de impressio- no Brasil, Levine resolveu fazer um levantamento em grandes cidades de
nar. 31 países para descobrir como diferentes culturas lidam com a questão do
As dissertações científicas, elaboradas segundo métodos rigorosos e tempo. A conclusão foi que os brasileiros estão entre os povos mais atrasa-
fundamentadas geralmente em extensa bibliografia, obedecem a padrões dos – do ponto de vista temporal, bem entendido – do mundo. Foram
de estruturação do texto criados e divulgados pela Associação Brasileira de analisadas a velocidade com que as pessoas percorrem determinada
Normas Técnicas (ABNT). A apresentação dos trabalhos científicos deve distância a pé no centro da cidade, o número de relógios corretamente
incluir, nessa ordem: capa; folha de rosto; agradecimentos, se houver; ajustados e a eficiência dos correios. Os brasileiros pontuaram muito mal
sumário; sinopse ou resumo; listas (de ilustrações, tabelas, gráficos etc.); o nos dois primeiros quesitos. No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro
texto do trabalho propriamente dito, dividido em introdução, método, resul- lugar. O país dos relógios é, portanto, o que tem o povo mais pontual. Já as
tados, discussão e conclusão; apêndices e anexos; bibliografia; e índice. oito últimas posições no ranking são ocupadas por países pobres.
O estudo de Robert Levine associa a administração do tempo aos traços
A preparação dos originais também obedece a algumas normas defini- culturais de um país. “Nos Estados Unidos, por exemplo, a ideia de que
das pela ABNT e pelo Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação tempo é dinheiro tem um alto valor cultural. Os brasileiros, em comparação,
(IBBD) para garantia de uniformidade. Essas normas dizem respeito às dão mais importância às relações sociais e são mais dispostos a perdoar
dimensões do papel, ao tamanho das margens, ao número de linhas por atrasos”, diz o psicólogo. Uma série de entrevistas com cariocas, por e-
página e de caracteres ou espaços por linha, à entrelinha e à numeração xemplo, revelou que a maioria considera aceitável que um convidado
das páginas, entre outras características. ©Encyclopaedia Britannica do chegue mais de duas horas depois do combinado a uma festa de aniversá-
Brasil Publicações Ltda. rio. Pode-se argumentar que os brasileiros são obrigados a ser mais flexí-
veis com os horários porque a infraestrutura não ajuda. Como ser pontual
QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES: se o trânsito é um pesadelo e não se pode confiar no transporte público?
exercícios de Interpretação de texto (Veja, 02.12.2009)

Leia o texto para responder às próximas 3 questões. (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 4 - De acordo com o texto, os brasileiros são
piores do que outros povos em
Sobre os perigos da leitura (A) eficiência de correios e andar a pé.
Nos tempos em que eu era professor da Unicamp, fui designado presidente (B) ajuste de relógios e andar a pé.
da comissão encarregada da seleção dos candidatos ao doutoramento, o (C) marcar compromissos fora de hora.
que é um sofrimento. Dizer esse entra, esse não entra é uma responsabili- (D) criar desculpas para atrasos.
dade dolorida da qual não se sai sem sentimentos de culpa. Como, em 20 (E) dar satisfações por atrasos.
minutos de conversa, decidir sobre a vida de uma pessoa amedrontada?
Mas não havia alternativas. Essa era a regra. Os candidatos amontoavam- (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 5 - Pondo foco no processo de coesão textual
se no corredor recordando o que haviam lido da imensa lista de livros cuja do 2.º parágrafo, pode-se concluir que Levine é um
leitura era exigida. Aí tive uma ideia que julguei brilhante. Combinei com os (A) jornalista.
meus colegas que faríamos a todos os candidatos uma única pergunta, a (B) economista.
mesma pergunta. Assim, quando o candidato entrava trêmulo e se esfor- (C) cronometrista.
çando por parecer confiante, eu lhe fazia a pergunta, a mais deliciosa de (D) ensaísta.
todas: “Fale-nos sobre aquilo que você gostaria de falar!”. [...] (E) psicólogo.
A reação dos candidatos, no entanto, não foi a esperada. Aconteceu o
oposto: pânico. Foi como se esse campo, aquilo sobre o que eles gostariam (TJ/SP – 2010 – VUNESP) 6 - A expressão chá de cadeira, no texto, tem o
de falar, lhes fosse totalmente desconhecido, um vazio imenso. Papaguear significado de
os pensamentos dos outros, tudo bem. Para isso, eles haviam sido treina- (A) bebida feita com derivado de pinho.
dos durante toda a sua carreira escolar, a partir da infância. Mas falar sobre (B) ausência de convite para dançar.
os próprios pensamentos – ah, isso não lhes tinha sido ensinado! (C) longa espera para conseguir assento.
Na verdade, nunca lhes havia passado pela cabeça que alguém pudesse (D) ficar sentado esperando o chá.
se interessar por aquilo que estavam pensando. Nunca lhes havia passado (E) longa espera em diferentes situações.
pela cabeça que os seus pensamentos pudessem ser importantes.
(Rubem Alves, www.cuidardoser.com.br. Adaptado) Leia o texto para responder às próximas 4 questões.

(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 1 - De acordo com o texto, os candidatos


(A) não tinham assimilado suas leituras.
(B) só conheciam o pensamento alheio.

Língua Portuguesa 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(C) a repercussão na França foi bastaPnte negativa.
(D) a Procter & Gamble é proprietária da Gillette.
(E) os publicitários franceses se opõem a Thierry.

(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 10 - Segundo a revista Forbes,


(A) Thierry deverá perder muito dinheiro daqui para frente.
(B) há três jogadores que faturam mais que Thierry em publicidade.
(C) o jogador francês possui contratos publicitários milionários.
(D) o ganho de Thierry, somado à publicidade, ultrapassa 28 milhões.
(E) é um absurdo o que o jogador ganha com o futebol e a publicidade.

As 2 questões a seguir baseiam-se no texto abaixo.


Em 2008, Nicholas Carr assinou, na revista The Atlantic, o polêmico artigo
"Estará o Google nos tornando estúpidos?" O texto ganhou a capa da
revista e, desde sua publicação, encontra-se entre os mais lidos de seu
website. O autor nos brinda agora com The Shallows: What the internet is
doing with our brains, um livro instrutivo e provocativo, que dosa lingua-
gem fluida com a melhor tradição dos livros de disseminação científica.
Novas tecnologias costumam provocar incerteza e medo. As reações mais
estridentes nem sempre têm fundamentos científicos. Curiosamente, no
caso da internet, os verdadeiros fundamentos científicos deveriam, sim,
provocar reações muito estridentes. Carr mergulha em dezenas de estudos
científicos sobre o funcionamento do cérebro humano. Conclui que a inter-
Zelosa com sua imagem, a empresa multinacional Gillette retirou a bola da net está provocando danos em partes do cérebro que constituem a base do
mão, em uma das suas publicidades, do atacante francês Thierry Henry, que entendemos como inteligência, além de nos tornar menos sensíveis a
garoto-propaganda da marca com quem tem um contrato de 8,4 milhões de sentimentos como compaixão e piedade.
dólares anuais. A jogada previne os efeitos desastrosos para vendas de O frenesi hipertextual da internet, com seus múltiplos e incessantes estímu-
seus produtos, depois que o jogador trapaceou, tocando e controlando a los, adestra nossa habilidade de tomar pequenas decisões. Saltamos textos
bola com a mão, para ajudar no gol que classificou a França para a Copa e imagens, traçando um caminho errático pelas páginas eletrônicas. No
do Mundo de 2010. (...) entanto, esse ganho se dá à custa da perda da capacidade de alimentar
Na França, onde 8 em cada dez franceses reprovam o gesto irregular, nossa memória de longa duração e estabelecer raciocínios mais sofistica-
Thierry aparece com a mão no bolso. Os publicitários franceses acham que dos. Carr menciona a dificuldade que muitos de nós, depois de anos de
o gato subiu no telhado. A Gillette prepara o rompimento do contrato. O exposição à internet, agora experimentam diante de textos mais longos e
serviço de comunicação da gigante Procter & Gamble, proprietária da elaborados: as sensações de impaciência e de sonolência, com base em
Gillette, diz que não. estudos científicos sobre o impacto da internet no cérebro humano. Segun-
Em todo caso, a empresa gostaria que o jogo fosse refeito, que a trapaça do o autor, quando navegamos na rede, "entramos em um ambiente que
não tivesse acontecido. Na impossibilidade, refez o que está ao seu alcan- promove uma leitura apressada, rasa e distraída, e um aprendizado super-
ce, sua publicidade. ficial."
Segundo lista da revista Forbes, Thierry Henry é o terceiro jogador de A internet converteu-se em uma ferramenta poderosa para a transformação
futebol que mais lucra com a publicidade – seus contratos somam 28 do nosso cérebro e, quanto mais a utilizamos, estimulados pela carga
milhões de dólares anuais. (...) gigantesca de informações, imersos no mundo virtual, mais nossas mentes
(Veja, 02.11.2009. Adaptado) são afetadas. E não se trata apenas de pequenas alterações, mas de
mudanças substanciais físicas e funcionais. Essa dispersão da atenção
(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 7 - A palavra jogada, em – A jogada previne os vem à custa da capacidade de concentração e de reflexão.(Thomaz Wood
efeitos desastrosos para venda de seus produtos... – refere-se ao fato de Jr. Carta capital, 27 de outubro de 2010, p. 72, com adaptações)

(A) Thierry Henry ter dado um passe com a mão para o gol da França. (MP/RS – 2010 – FCC) 11 - O assunto do texto está corretamente resumi-
(B) a Gillette ter modificado a publicidade do futebolista francês. do em:
(C) a Gillete não concordar com que a França dispute a Copa do Mundo. (A) O uso da internet deveria motivar reações contrárias de inúmeros
(D) Thierry Henry ganhar 8,4 milhões de dólares anuais com a propaganda. especialistas, a exemplo de Nicholas Carr, que procura descobrir as cone-
(E) a FIFA não ter cancelado o jogo em que a França se classificou. xões entre raciocínio lógico e estudos científicos sobre o funcionamento do
cérebro.
(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 8 - A expressão o gato subiu no telhado é parte (B) O mundo virtual oferecido pela internet propicia o desenvolvimento de
de uma conhecida anedota em que uma mulher, depois de contar abrupta- diversas capacidades cerebrais em todos aqueles que se dedicam a essa
mente ao marido que seu gato tinha morrido, é advertida de que deveria ter navegação, ainda pouco estudadas e explicitadas em termos científicos.
dito isso aos poucos: primeiramente, que o gato tinha subido no telhado, (C) Segundo Nicholas Carr, o uso frequente da internet produz alterações
depois, que tinha caído e, depois, que tinha morrido. No texto em questão, no funcionamento do cérebro, pois estimula leituras superficiais e distraí-
a expressão pode ser interpretada da seguinte maneira: das, comprometendo a formulação de raciocínios mais sofisticados.
(D) Usar a internet estimula funções cerebrais, pelas facilidades de percep-
(A) foi com a “mão do gato” que Thierry assegurou a classificação da Fran- ção e de domínio de assuntos diversificados e de formatos diferenciados de
ça. textos, que permitem uma leitura dinâmica e de acordo com o interesse do
(B) Thierry era um bom jogador antes de ter agido com má fé. usuário.
(C) a Gillette já cortou, de fato, o contrato com o jogador francês. (E) O novo livro de Nicholas Carr, a ser publicado, desperta a curiosidade
(D) a Fifa reprovou amplamente a atitude antiesportiva de Thierry Henry. do leitor pelo tratamento ficcional que seu autor aplica a situações concre-
(E) a situação de Thierry, como garoto-propaganda da Gillette, ficou instá- tas do funcionamento do cérebro, trazidas pelo uso disseminado da inter-
vel. net.

(TJ/SP – 2010 – VUNESP) 9 - A expressão diz que não, no final do 2.º (MP/RS – 2010 – FCC) 12 - Curiosamente, no caso da internet, os verda-
parágrafo, significa que deiros fundamentos científicos deveriam, sim, provocar reações muito
estridentes. O autor, para embasar a opinião exposta no 2o parágrafo,
(A) a Procter & Gamble nega o rompimento do contrato. (A) se vale da enorme projeção conferida ao pesquisador antes citado,
(B) o jogo em que a França se classificou deve ser refeito. ironicamente oferecida pela própria internet, em seu website.

Língua Portuguesa 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(B) apoia-se nas conclusões de Nicholas Carr, baseadas em dezenas de tiveram suas frotas aumentadas em progressão geométrica nos últimos
estudos científicos sobre o funcionamento do cérebro humano. anos pela facilidade de crédito e a isenção de impostos são alguns dos
(C) condena, desde o início, as novas tecnologias, cujo uso indiscriminado elementos que tem colaborado para a realização do sonho de ter um carro.
vemprovocando danos em partes do cérebro. (E) Os brasileiros de cidades menores passaram até a percorrer curtas
(D) considera, como base inicial de constatação a respeito do uso da inter- distâncias com seus carros, pela facilidade de crédito e a isenção de impos-
net, que ela nos torna menos sensíveis a sentimentos como compaixão e tos, que são elementos que têm colaborado para a realização do sonho de
piedade. tê-los, e com custo de vida menos elevado que o das capitais, baixo índice
(E) questiona a ausência de fundamentos científicos que, no caso da inter- de desemprego e poder aquisitivo mais alto, tiveram suas frotas aumenta-
net, [...]deveriam, sim, provocar reações muito estridentes. das em progressão geométrica nos últimos anos.

As 2 questões a seguir baseiam-se no texto abaixo.


Leia o texto para responder às próximas 4 questões.
Também nas cidades de porte médio, localizadas nas vizinhanças das
regiões metropolitanas do Sudeste e do Sul do país, as pessoas tendem Os eletrônicos “verdes”
cada vez mais a optar pelo carro para seus deslocamentos diários, como
mostram dados do Departamento Nacional de Trânsito. Em consequência, Vai bem a convivência entre a indústria de eletrônica e aquilo que é politi-
congestionamentos, acidentes, poluição e altos custos de manutenção da camente correto na área ambiental. É seguindo essa trilha “verde” que a
malha viária passaram a fazer parte da lista dos principais problemas Motorola anunciou o primeiro celular do mundo feito de garrafas plásticas
desses municípios. recicladas. Ele se chama W233 Eco e é também o primeiro telefone com
Cidades menores, com custo de vida menos elevado que o das capitais, certificado CarbonFree, que prevê a compensação do carbono emitido na
baixo índice de desemprego e poder aquisitivo mais alto, tiveram suas fabricação e distribuição de um produto. Se um celular pode ser feito de
frotas aumentadas em progressão geométrica nos últimos anos. A facilida- garrafas, por que não se produz um laptop a partir do bambu? Essa ideia
de de crédito e a isenção de impostos são alguns dos elementos que têm ganhou corpo com a fabricante taiwanesa Asus: tratase do Eco Book que
colaborado para a realização do sonho de ter um carro. E os brasileiros exibe revestimento de tiras dessa planta. Computadores “limpos” fazem
desses municípios passaram a utilizar seus carros até para percorrer curtas uma importante diferença no efeito estufa e para se ter uma noção do
distâncias, mesmo perdendo tempo em congestionamentos e apesar dos impacto de sua produção e utilização basta olhar o resultado de uma pes-
alertas das autoridades sobre os danos provocados ao meio ambiente pelo quisa da empresa americana de consultoria Gartner Group. Ela revela que
aumento da frota. a área de TI (tecnologia da informação) já é responsável por 2% de todas
Além disso, carro continua a ser sinônimo de status para milhões de brasi- as emissões de dióxido de carbono na atmosfera.
leiros de todas as regiões. A sua necessidade vem muitas vezes em se- Além da pesquisa da Gartner, há um estudo realizado nos EUA pela Co-
gundo lugar. Há 35,3 milhões de veículos em todo o país, um crescimento munidade do Vale do Silício. Ele aponta que a inovação “verde” permitirá
de 66% nos últimos nove anos. Não por acaso oito Estados já registram adotar mais máquinas com o mesmo consumo de energia elétrica e reduzir
mais mortes por acidentes no trânsito do que por homicídios. os custos de orçamento. Russel Hancock, executivo-chefe da Fundação da
(O Estado de S. Paulo, Notas e Informações, A3, 11 de setembro de 2010, Comunidade do Vale do Silício, acredita que as tecnologias “verdes” tam-
com adaptações) bém conquistarão espaço pelo fato de que, atualmente, conta pontos junto
ao consumidor ter-se uma imagem de empresa sustentável.
(MP/RS – 2010 – FCC) 13 - Não por acaso oito Estados já registram mais O estudo da Comunidade chegou às mãos do presidente da Apple, Steve
mortes por acidentes no trânsito do que por homicídios. A afirmativa final do Jobs, e o fez render-se às propostas do “ecologicamente correto” – ele era
texto surge como duramente criticado porque dava aval à utilização de mercúrio, altamente
(A) constatação baseada no fato de que os brasileiros desejam possuir um prejudicial ao meio ambiente, na produção de seus iPods e laptops. Preo-
carro, mas perdem muito tempo em congestionamentos. cupado em não perder espaço, Jobs lançou a nova linha do Macbook Pro
(B) observação irônica quanto aos problemas decorrentes do aumento na com estrutura de vidro e alumínio, tudo reciclável. E a RITI Coffee Printer
utilização de carros, com danos provocados ao meio ambiente. chegou à sofisticação de criar uma impressora que, em vez de tinta, se vale
(C) comprovação de que a compra de um carro é sinônimo de status e, por de borra de café ou de chá no processo de impressão. Basta que se colo-
isso, constitui o maior sonho de consumo do brasileiro. que a folha de papel no local indicado e se despeje a borra de café no
(D) hipótese de que a vida nas cidades menores tem perdido qualidade, cartucho – o equipamento não é ligado em tomada e sua energia provém
pois os brasileiros desses municípios passaram a utilizar seus carros até de ação mecânica transformada em energia elétrica a partir de um gerador.
para percorrer curtas distâncias. Se pensarmos em quantos cafezinhos são tomados diariamente em gran-
(E) conclusão coerente com todo o desenvolvimento, a partir de um título des empresas, dá para satisfazer perfeitamente a demanda da impressora.
que poderia ser: Carro, problema que se agrava. (Luciana Sgarbi, Revista Época, 22.09.2009. Adaptado)

(MP/RS – 2010 – FCC) 14 - As ideias mais importantes contidas no 2o (CREMESP – 2011 - VUNESP) 15 - Leia o trecho: Vai bem a convivência
parágrafo constam, com lógica e correção, de: entre a indústria de eletrônica e aquilo que é politicamente correto na área
(A) A facilidade de crédito e a isenção de impostos são alguns elementos ambiental. É correto afirmar que a frase inicial do texto pode ser interpreta-
que tem colaborado para a realização do sonho de ter um carro nas cida- da como
des menores, e os brasileiros desses municípios passaram a utilizar seus (A) a união das empresas Motorola e RITI Coffee Printer para criar um
carros para percorrer curtas distâncias, além dos congestionamentos e dos novo celular com fibra de bambu.
alertas das autoridades sobre os danos provocados ao meio ambiente pelo (B) a criação de um equipamento eletrônico com estrutura de vidro que
aumento da frota. evita a emissão de dióxido de carbono na atmosfera.
(B) Cidades menores tiveram suas frotas aumentadas em progressão (C) o aumento na venda de celulares feitos com CarbonFree, depois que as
geométrica nos últimos anos em razão da facilidade de crédito e da isenção empresas nacionais se uniram à fabricante taiwanesa.
de impostos, elementos que têm colaborado para a aquisição de carros que (D) o compromisso firmado entre a empresa Apple e consultoria Gartner
passaram a ser utilizados até mesmo para percorrer curtas distâncias, Group para criar celulares sem o uso de carbono.
apesar dos congestionamentos e dos alertas das autoridades sobre os (E) a preocupação de algumas empresas em criarem aparelhos eletrônicos
danos provocados ao meio ambiente. que não agridam o meio ambiente.
(C) O menor custo de vida em cidades menores, com baixo índice de
desemprego e poder aquisitivo mais alto, aumentaram suas frotas em (CREMESP – 2011 - VUNESP) 16 - Em – Computadores “limpos” fazem
progressão geométrica nos últimos anos, com a facilidade de crédito e a uma importante diferença no efeito estufa... – a expressão entre aspas
isenção de impostos, que são alguns dos elementos que têm colaborado pode ser substituída, sem alterar o sentido no texto, por:
para a realização do sonho dos brasileiros de ter um carro. (A) com material reciclado.
(D) É nas cidades menores, com custo de vida menos elevado que o das (B) feitos com garrafas plásticas.
capitais, baixo índice de desemprego e poder aquisitivo mais alto, que (C) com arquivos de bambu.

Língua Portuguesa 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(D) feitos com materiais retirados da natureza. 03. E 13. E
(E) com teclado feito de alumínio. 04. B 14. B
05. E 15. E
(CREMESP – 2011 - VUNESP) 17 - A partir da leitura do texto, pode-se 06. E 16. A
concluir que 07. B 17. C
(A) as pesquisas na área de TI ainda estão em fase inicial. 08. E 18. E
(B) os consumidores de eletrônicos não se preocupam com o material com 09. A 19. B
que são feitos. 10. C 20. D
(C) atualmente, a indústria de eletrônicos leva em conta o efeito estufa.
(D) os laptops feitos com fibra de bambu têm maior durabilidade.
(E) equipamentos ecologicamente corretos não têm um mercado de vendas FONÉTICA E FONOLOGIA
assegurado.
Em sentido mais elementar, a Fonética é o estudo dos sons ou dos fo-
(CREMESP – 2011 - VUNESP) 18 - O presidente da Apple, Steve Jobs, nemas, entendendo-se por fonemas os sons emitidos pela voz humana, os
(A) preocupa-se com o carbono emitido na fabricação de produtos eletrôni- quais caracterizam a oposição entre os vocábulos.
cos.
(B) pesquisa acerca do uso de bambu em teclados de laptops. Ex.: em pato e bato é o som inicial das consoantes p- e b- que opõe entre
(C) descobriu que impressoras cujos cartuchos são de borra de chá não si as duas palavras. Tal som recebe a denominação de FONEMA.
duram muito.
(D) responsabiliza a fabricação de celulares pelas emissões de dióxido de Quando proferimos a palavra aflito, por exemplo, emitimos três sílabas e
carbono no meio ambiente. seis fonemas: a-fli-to. Percebemos que numa sílaba pode haver um ou mais
(E) está de acordo com outras empresas a favor do uso de materiais reci- fonemas.
cláveis em eletrônicos. No sistema fonética do português do Brasil há, aproximadamente, 33 fo-
nemas.
(CREMESP – 2011 - VUNESP) 19 - No texto, o estudo realizado pela
Comunidade do Vale do Silício É importante não confundir letra com fonema. Fonema é som, letra é o
(A) é o primeiro passo para a implantação de laptops feitos com tiras de sinal gráfico que representa o som.
bambu.
(B) contribuirá para que haja mais lucro nas empresas, com redução de Vejamos alguns exemplos:
custos. Manhã – 5 letras e quatro fonemas: m / a / nh / ã
(C) ainda está pesquisando acerca do uso de mercúrio em eletrônicos. Táxi – 4 letras e 5 fonemas: t / a / k / s / i
(D) será decisivo para evitar o efeito estufa na atmosfera. Corre – letras: 5: fonemas: 4
(E) permite a criação de uma impressora que funciona com energia mecâ- Hora – letras: 4: fonemas: 3
nica. Aquela – letras: 6: fonemas: 5
Guerra – letras: 6: fonemas: 4
Leia o texto para responder à questão a seguir. Fixo – letras: 4: fonemas: 5
Hoje – 4 letras e 3 fonemas
Quanto veneno tem nossa comida? Canto – 5 letras e 4 fonemas
Desde que os pesticidas sintéticos começaram a ser produzidos em larga Tempo – 5 letras e 4 fonemas
escala, na década de 1940, há dúvidas sobre o perigo para a saúde huma- Campo – 5 letras e 4 fonemas
na. No campo, em contato direto com agrotóxicos, alguns trabalhadores Chuva – 5 letras e 4 fonemas
rurais apresentaram intoxicações sérias. Para avaliar o risco de gente que
apenas consome os alimentos, cientistas costumam fazer testes com ratos LETRA - é a representação gráfica, a representação escrita, de um
e cães, alimentados com doses altas desses venenos. A partir do resultado determinado som.
desses testes e da análise de alimentos in natura (para determinar o grau
de resíduos do pesticida na comida), a Agência Nacional de Vigilância CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS
Sanitária (Anvisa) estabelece os valores máximos de uso dos agrotóxicos
para cada cultura. Esses valores têm sido desrespeitados, segundo as
VOGAIS
amostras da Anvisa. Alguns alimentos têm excesso de resíduos, outros têm
resíduos de agrotóxicos que nem deveriam estar lá. Esses excessos, a, e, i, o, u
A E I O U
isoladamente, não são tão prejudiciais, porque em geral não ultrapassam
os limites que o corpo humano aguenta. O maior problema é que eles se
SEMIVOGAIS
somam – ninguém come apenas um tipo de alimento.(Francine Lima,
Só há duas semivogais: i e u, quando se incorporam à vogal numa
Revista Época, 09.08.2010)
mesma sílaba da palavra, formando um ditongo ou tritongo. Exs.: cai-ça-ra, te-
sou-ro, Pa-ra-guai.
(CREMESP – 2011 - VUNESP) 20 - Com a leitura do texto, pode-se afir-
mar que
CONSOANTES
(A) segundo testes feitos em animais, os agrotóxicos causam intoxicações.
(B) a produção em larga escala de pesticidas sintéticos tem ocasionado
B Cb,
D c,
F Gd,Hf,J g,K h,
L j,
M l,N m,
K Pn,Rp,Sq,T r,
V s,
X t,
Z v,
Y Wx, z
doenças incuráveis.
(C) as pessoas que ingerem resíduos de agrotóxicos são mais propensas a
ENCONTROS VOCÁLICOS
terem doenças de estômago.
A sequência de duas ou três vogais em uma palavra, damos o nome de
(D) os resíduos de agrotóxicos nos alimentos podem causar danos ao
encontro vocálico.
organismo.
Ex.: cooperativa
(E) os cientistas descobriram que os alimentos in natura têm menos resí-
duos de agrotóxicos.
Três são os encontros vocálicos: ditongo, tritongo, hiato
http://www.gramatiquice.com.br/2011/02/exercicios-interpretacao-de-texto-
ii_02.html
DITONGO
É a combinação de uma vogal + uma semivogal ou vice-versa.
RESPOSTAS Dividem-se em:
01. B 11. C - orais: pai, fui
02. A 12. B - nasais: mãe, bem, pão

Língua Portuguesa 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- decrescentes: (vogal + semivogal) – meu, riu, dói ORTOGRAFIA OFICIAL
- crescentes: (semivogal + vogal) – pátria, vácuo

TRITONGO (semivogal + vogal + semivogal) As dificuldades para a ortografia devem-se ao fato de que há fonemas
Ex.: Pa-ra-guai, U-ru-guai, Ja-ce-guai, sa-guão, quão, iguais, mínguam que podem ser representados por mais de uma letra, o que não é feito de
modo arbitrário, mas fundamentado na história da língua.
HIATO
Ê o encontro de duas vogais que se pronunciam separadamente, em du- Eis algumas observações úteis:
as diferentes emissões de voz.
Ex.: fa-ís-ca, sa-ú-de, do-er, a-or-ta, po-di-a, ci-ú-me, po-ei-ra, cru-el, ju-í- DISTINÇÃO ENTRE J E G
zo 1. Escrevem-se com J:
a) As palavras de origem árabe, africana ou ameríndia: canjica. cafajeste,
SÍLABA canjerê, pajé, etc.
Dá-se o nome de sílaba ao fonema ou grupo de fonemas pronunciados b) As palavras derivadas de outras que já têm j: laranjal (laranja), enrije-
numa só emissão de voz. cer, (rijo), anjinho (anjo), granjear (granja), etc.
c) As formas dos verbos que têm o infinitivo em JAR. despejar: despejei,
Quanto ao número de sílabas, o vocábulo classifica-se em: despeje; arranjar: arranjei, arranje; viajar: viajei, viajeis.
• Monossílabo - possui uma só sílaba: pá, mel, fé, sol. d) O final AJE: laje, traje, ultraje, etc.
• Dissílabo - possui duas sílabas: ca-sa, me-sa, pom-bo. e) Algumas formas dos verbos terminados em GER e GIR, os quais
• Trissílabo - possui três sílabas: Cam-pi-nas, ci-da-de, a-tle-ta. mudam o G em J antes de A e O: reger: rejo, reja; dirigir: dirijo, dirija.
• Polissílabo - possui mais de três sílabas: es-co-la-ri-da-de, hos-pi-ta-
li-da-de. 2. Escrevem-se com G:
a) O final dos substantivos AGEM, IGEM, UGEM: coragem, vertigem,
TONICIDADE ferrugem, etc.
Nas palavras com mais de uma sílaba, sempre existe uma sílaba que se b) Exceções: pajem, lambujem. Os finais: ÁGIO, ÉGIO, ÓGIO e ÍGIO:
pronuncia com mais força do que as outras: é a sílaba tônica. estágio, egrégio, relógio refúgio, prodígio, etc.
Exs.: em lá-gri-ma, a sílaba tônica é lá; em ca-der-no, der; em A-ma-pá, c) Os verbos em GER e GIR: fugir, mugir, fingir.
pá.
DISTINÇÃO ENTRE S E Z
Considerando-se a posição da sílaba tônica, classificam-se as palavras
1. Escrevem-se com S:
em:
a) O sufixo OSO: cremoso (creme + oso), leitoso, vaidoso, etc.
• Oxítonas - quando a tônica é a última sílaba: Pa-ra-ná, sa-bor, do-
b) O sufixo ÊS e a forma feminina ESA, formadores dos adjetivos pátrios
mi-nó.
ou que indicam profissão, título honorífico, posição social, etc.: portu-
• Paroxítonas - quando a tônica é a penúltima sílaba: már-tir, ca-rá-
guês – portuguesa, camponês – camponesa, marquês – marquesa,
ter, a-má-vel, qua-dro.
burguês – burguesa, montês, pedrês, princesa, etc.
• Proparoxítonas - quando a tônica é a antepenúltima sílaba: ú-mi-do,
c) O sufixo ISA. sacerdotisa, poetisa, diaconisa, etc.
cá-li-ce, ' sô-fre-go, pês-se-go, lá-gri-ma.
d) Os finais ASE, ESE, ISE e OSE, na grande maioria se o vocábulo for
erudito ou de aplicação científica, não haverá dúvida, hipótese, exege-
ENCONTROS CONSONANTAIS
se análise, trombose, etc.
É a sequência de dois ou mais fonemas consonânticos num vocábulo.
e) As palavras nas quais o S aparece depois de ditongos: coisa, Neusa,
Ex.: atleta, brado, creme, digno etc.
causa.
f) O sufixo ISAR dos verbos referentes a substantivos cujo radical termina
DÍGRAFOS
em S: pesquisar (pesquisa), analisar (análise), avisar (aviso), etc.
São duas letras que representam um só fonema, sendo uma grafia com-
g) Quando for possível a correlação ND - NS: escandir: escansão; preten-
posta para um som simples.
der: pretensão; repreender: repreensão, etc.
Há os seguintes dígrafos:
2. Escrevem-se em Z.
1) Os terminados em h, representados pelos grupos ch, lh, nh.
a) O sufixo IZAR, de origem grega, nos verbos e nas palavras que têm o
Exs.: chave, malha, ninho.
mesmo radical. Civilizar: civilização, civilizado; organizar: organização,
2) Os constituídos de letras dobradas, representados pelos grupos rr e
organizado; realizar: realização, realizado, etc.
ss.
b) Os sufixos EZ e EZA formadores de substantivos abstratos derivados
Exs. : carro, pássaro.
de adjetivos limpidez (limpo), pobreza (pobre), rigidez (rijo), etc.
3) Os grupos gu, qu, sc, sç, xc, xs.
c) Os derivados em -ZAL, -ZEIRO, -ZINHO e –ZITO: cafezal, cinzeiro,
Exs.: guerra, quilo, nascer, cresça, exceto, exsurgir.
chapeuzinho, cãozito, etc.
4) As vogais nasais em que a nasalidade é indicada por m ou n, encer-
rando a sílaba em uma palavra.
Exs.: pom-ba, cam-po, on-de, can-to, man-to. DISTINÇÃO ENTRE X E CH:
1. Escrevem-se com X
NOTAÇÕES LÉXICAS a) Os vocábulos em que o X é o precedido de ditongo: faixa, caixote,
São certos sinais gráficos que se juntam às letras, geralmente para lhes feixe, etc.
dar um valor fonético especial e permitir a correta pronúncia das palavras. c) Maioria das palavras iniciadas por ME: mexerico, mexer, mexerica, etc.
d) EXCEÇÃO: recauchutar (mais seus derivados) e caucho (espécie de
São os seguintes: árvore que produz o látex).
1) o acento agudo – indica vogal tônica aberta: pé, avó, lágrimas; e) Observação: palavras como "enchente, encharcar, enchiqueirar, en-
2) o acento circunflexo – indica vogal tônica fechada: avô, mês, ânco- chapelar, enchumaçar", embora se iniciem pela sílaba "en", são grafa-
ra; das com "ch", porque são palavras formadas por prefixação, ou seja,
3) o acento grave – sinal indicador de crase: ir à cidade; pelo prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch (enchente, en-
4) o til – indica vogal nasal: lã, ímã; cher e seus derivados: prefixo en + radical de cheio; encharcar: en +
5) a cedilha – dá ao c o som de ss: moça, laço, açude; radical de charco; enchiqueirar: en + radical de chiqueiro; enchapelar:
6) o apóstrofo – indica supressão de vogal: mãe-d’água, pau-d’alho; en + radical de chapéu; enchumaçar: en + radical de chumaço).
o hífen – une palavras, prefixos, etc.: arcos-íris, peço-lhe, ex-aluno.
2. Escrevem-se com CH:

Língua Portuguesa 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) charque, chiste, chicória, chimarrão, ficha, cochicho, cochichar, estre- Esforcei-me bastante, mas não obtive o resultado necessário.
buchar, fantoche, flecha, inchar, pechincha, pechinchar, penacho, sal- Já o vocábulo “mais” se classifica como pronome indefinido ou advérbio de
sicha, broche, arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, chuchu, cachim- intensidade, opondo-se, geralmente, a “menos”. Observemos:
bo, comichão, chope, chute, debochar, fachada, fechar, linchar, mochi- Ele escolheu a camiseta mais cara da loja.
la, piche, pichar, tchau.
b) Existem vários casos de palavras homófonas, isto é, palavras que Onde e aonde
possuem a mesma pronúncia, mas a grafia diferente. Nelas, a grafia se “Aonde” resulta da combinação entre “a + onde”, indicando movimento para
distingue pelo contraste entre o x e o ch. algum lugar. É usada com verbos que também expressem tal aspecto (o de
Exemplos: movimento). Assim, vejamos:
• brocha (pequeno prego) Aonde você vai com tanta pressa?
• broxa (pincel para caiação de paredes) “Onde” indica permanência, lugar em que se passa algo ou que se está.
• chá (planta para preparo de bebida) Portanto, torna-se aplicável a verbos que também denotem essa caracterís-
• xá (título do antigo soberano do Irã) tica (estado ou permanência). Vejamos o exemplo:
• chalé (casa campestre de estilo suíço) Onde mesmo você mora?
• xale (cobertura para os ombros)
• chácara (propriedade rural) Que e quê
• xácara (narrativa popular em versos) O “que” pode assumir distintas funções sintáticas e morfológicas, entre elas
• cheque (ordem de pagamento) a de pronome, conjunção e partícula expletiva de realce:
• xeque (jogada do xadrez) Convém que você chegue logo. Nesse caso, o vocábulo em questão atua
• cocho (vasilha para alimentar animais) como uma conjunção integrante.
• coxo (capenga, imperfeito) Já o “quê”, monossílabo tônico, atua como interjeição e como substantivo,
em se tratando de funções morfossintáticas:
DISTINÇÃO ENTRE S, SS, Ç E C Ela tem um quê de mistério.
Observe o quadro das correlações:
Correlações Exemplos Mal e mau
t-c ato - ação; infrator - infração; Marte - marcial “Mal” pode atuar com substantivo, relativo a alguma doença; advérbio,
ter-tenção abster - abstenção; ater - atenção; conter - contenção, deter denotando erradamente, irregularmente; e como conjunção, indicando
- detenção; reter - retenção tempo. De acordo com o sentido, tal expressão sempre se opõe a bem:
rg - rs aspergir - aspersão; imergir - imersão; submergir - submer- Como ela se comportou mal durante a palestra. (Ela poderia ter se compor-
rt - rs são;
tado bem)
pel - puls inverter - inversão; divertir - diversão
corr - curs impelir - impulsão; expelir - expulsão; repelir - repulsão “Mau” opõe-se a bom, ocupando a função de adjetivo:
sent - sens correr - curso - cursivo - discurso; excursão - incursão Pedro é um mau aluno. (Assim como ele poderia ser um bom aluno)
ced - cess sentir - senso, sensível, consenso
ceder - cessão - conceder - concessão; interceder - inter- Ao encontro de / de encontro a
gred - gress cessão. “Ao encontro de” significa ser favorável, aproximar-se de algo:
exceder - excessivo (exceto exceção) Suas ideias vão ao encontro das minhas. (São favoráveis)
prim - press agredir - agressão - agressivo; progredir - progressão - “De encontro a” denota oposição a algo, choque, colisão:
tir - ssão progresso - progressivo
O carro foi de encontro ao poste.
imprimir - impressão; oprimir - opressão; reprimir - repres-
são.
admitir - admissão; discutir - discussão, permitir - permissão. Afim e a fim
(re)percutir - (re)percussão “Afim” indica semelhança, relacionando-se com a ideia relativa à afinidade:
Na faculdade estudamos disciplinas afins.
“A fim” indica ideia de finalidade:
PALAVRAS COM CERTAS DIFICULDADES
Estudo a fim de que possa obter boas notas.
Mas ou mais: dúvidas de ortografia A par e ao par
Publicado por: Vânia Maria do Nascimento Duarte “A par” indica o sentido voltado para “ciente, estar informado acerca de
algo”:
Mais ou mais? Onde ou aonde? Essas e outras expressões geralmente são Ele não estava a par de todos os acontecimentos.
alvo de questionamentos por parte dos usuários da língua. “Ao par” representa uma expressão que indica igualdade, equivalência ente
valores financeiros:
Falar e escrever bem, de modo que se atenda ao padrão formal da lingua- Algumas moedas estrangeiras estão ao par.
gem: eis um pressuposto do qual devemos nos valer mediante nossa
postura enquanto usuários do sistema linguístico. Contudo, tal situação não Demais e de mais
parece assim tão simples, haja vista que alguns contratempos sempre “Demais” pode atuar como advérbio de intensidade, denotando o sentido de
tendem a surgir. Um deles diz respeito a questões ortográficas no mo- “muito”:
mento de empregar esta ou aquela palavra. A vítima gritava demais após o acidente.
Nesse sentido nunca é demais mencionar que o emprego correto de um Tal palavra pode também representar um pronome indefinido, equivalendo-
determinado vocábulo está intimamente ligado a pressupostos semânticos, se “aos outros, aos restantes”:
visto que cada vocábulo carrega consigo uma marca significativa de senti- Não se importe com o que falam os demais.
do. Assim, mesmo que palavras se apresentem semelhantes em temos “De mais” se opõe a de menos, fazendo referência a um substantivo ou a
sonoros, bem como nos aspectos gráficos, traduzem significados distintos, um pronome:
aos quais devemos nos manter sempre vigilantes, no intuito de fazermos Ele não falou nada de mais.
bom uso da nossa língua sempre que a situação assim o exigir.
Pois bem, partindo dessa premissa, ocupemo-nos em conhecer as caracte- Senão e se não
rísticas que nutrem algumas expressões que rotineiramente utilizamos. “Senão” tem sentido equivalente a “caso contrário” ou a “não ser”:
Entre elas, destacamos: É bom que se apresse, senão poderá chegar atrasado.
“Se não” se emprega a orações subordinadas condicionais, equivalendo-se
Mas e mais a “caso não”:
A palavra “mas” atua como uma conjunção coordenada adversativa, de- Se não chover iremos ao passeio.
vendo ser utilizada em situações que indicam oposição, sentido contrário.
Vejamos, pois: Na medida em que e à medida que

Língua Portuguesa 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
“Na medida em que” expressa uma relação de causa, equivalendo-se a centrada. (motivo)
“porque”, “uma vez que” e “já que”: Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (uma razão)
Na medida em que passava o tempo, a saudade ia ficando cada vez mais Por Sabrina Vilarinho
apertada.
“À medida que” indica a ideia relativa à proporção, desenvolvimento grada- FORMAS VARIANTES
tivo: Existem palavras que apresentam duas grafias. Nesse caso, qualquer
À medida que iam aumentando os gritos, as pessoas se aglomeravam uma delas é considerada correta. Eis alguns exemplos.
ainda mais. aluguel ou aluguer hem? ou hein?
alpartaca, alpercata ou alpargata imundície ou imundícia
Nenhum e nem um amídala ou amígdala infarto ou enfarte
“Nenhum” representa o oposto de algum: assobiar ou assoviar laje ou lajem
Nenhum aluno fez a pesquisa. assobio ou assovio lantejoula ou lentejoula
“Nem um” equivale a nem sequer um: azaléa ou azaleia nenê ou nenen
Nem uma garota ganhará o prêmio, quem dirá todas as competidoras. bêbado ou bêbedo nhambu, inhambu ou nambu
bílis ou bile quatorze ou catorze
Dia a dia e dia-a-dia (antes da nova reforma ortográfica grafado com cãibra ou cãimbra surripiar ou surrupiar
hífen): carroçaria ou carroceria taramela ou tramela
Antes do novo acordo ortográfico, a expressão “dia-a-dia”, cujo sentido chimpanzé ou chipanzé relampejar, relampear, relampeguear
fazia referência ao cotidiano, era grafada com hífen. Porém, depois de debulhar ou desbulhar ou relampar
instaurado, passou a ser utilizada sem dele, ou seja: fleugma ou fleuma porcentagem ou percentagem
O dia a dia dos estudantes tem sido bastante conturbado.
Já “dia a dia”, sem hífen mesmo antes da nova reforma, atua como uma
locução adverbial referente a “todos os dias” e permaneceu sem nenhuma EMPREGO DE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS
alteração, ou seja:
Ela vem se mostrando mais competente dia a dia. Escrevem-se com letra inicial maiúscula:
1) a primeira palavra de período ou citação.
Fim-de-semana e fim de semana Diz um provérbio árabe: "A agulha veste os outros e vive nua."
A expressão “fim-de-semana”, grafada com hífen antes do novo acordo, faz No início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da
referência a “descanso”, diversão, lazer. Com o advento da nova reforma letra maiúscula.
ortográfica, alguns compostos que apresentam elementos de ligação, como 2) substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes
é o caso de “fim de semana”, não são mais escritos com hífen. Portanto, o sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes, Brasil,
correto é: Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, Via-
Como foi seu fim de semana? Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc.
“Fim de semana” também possui outra acepção semântica (significado), O deus pagão, os deuses pagãos, a deusa Juno.
relativa ao final da semana propriamente dito, aquele que começou no 3) nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas
domingo e agora termina no sábado. Assim, mesmo com a nova reforma religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência
ortográfica, nada mudou no tocante à ortografia: do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc.
Viajo todo fim de semana. 4) nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da República,
Vânia Maria do Nascimento Duarte etc.
5) nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação,
O uso dos porquês
Estado, Pátria, União, República, etc.
O uso dos porquês é um assunto muito discutido e traz muitas dúvidas. 6) nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações,
Com a análise a seguir, pretendemos esclarecer o emprego dos porquês órgãos públicos, etc.:
para que não haja mais imprecisão a respeito desse assunto. Rua do 0uvidor, Praça da Paz, Academia Brasileira de Letras, Banco
do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, etc.
Por que 7) nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e
O por que tem dois empregos diferenciados: científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Os
Quando for a junção da preposição por + pronome interrogativo ou indefini- Lusíadas, 0 Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da
do que, possuirá o significado de “por qual razão” ou “por qual motivo”: Manhã, Manchete, etc.
Exemplos: Por que você não vai ao cinema? (por qual razão) 8) expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente,
Não sei por que não quero ir. (por qual motivo) Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc.
Quando for a junção da preposição por + pronome relativo que, possuirá o 9) nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do
significado de “pelo qual” e poderá ter as flexões: pela qual, pelos quais, Oriente, o falar do Norte.
pelas quais. Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste.
Exemplo: Sei bem por que motivo permaneci neste lugar. (pelo qual) 10) nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o
Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc.
Por quê
Quando vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamação, o por Escrevem-se com letra inicial minúscula:
quê deverá vir acentuado e continuará com o significado de “por qual 1) nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos,
motivo”, “por qual razão”. nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval,
Exemplos: Vocês não comeram tudo? Por quê? ingleses, ave-maria, um havana, etc.
Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro. 2) os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando
empregados em sentido geral:
Porque São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua pátria.
É conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de “pois”, “uma 3) nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o rio
vez que”, “para que”. Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc.
Exemplos: Não fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova. (pois) 4) palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação direta:
Não vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo. (uma vez que) "Qual deles: o hortelão ou o advogado?" (Machado de Assis)
Porquê "Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso,
É substantivo e tem significado de “o motivo”, “a razão”. Vem acompanha- mirra." (Manuel Bandeira)
do de artigo, pronome, adjetivo ou numeral.
Exemplos: O porquê de não estar conversando é porque quero estar con-
Língua Portuguesa 37 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ORTOGRAFIA OFICIAL réis (moeda) Véu dói
Novo Acordo Ortográfico méis céu mói
pastéis Chapéus anzóis
O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as regras ortográficas ninguém parabéns Jerusalém
da Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social da língua no cenário Resumindo:
internacional. Sua implementação no Brasil segue os seguintes parâmetros:
2009 – vigência ainda não obrigatória, 2010 a 2012 – adaptação completa
dos livros didáticos às novas regras; e a partir de 2013 – vigência obrigató- Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que seja
ria em todo o território nacional. Cabe lembrar que esse “Novo Acordo um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-lo”
Ortográfico” já se encontrava assinado desde 1990 por oito países que são acentuadas porque as vogais “i” e “u” estão tônicas nestas palavras.
falam a língua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora é que teve
sua implementação.
É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua, já que uma 2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em:
língua não existe apenas em função de sua ortografia. Vale lembrar que a
ortografia é apenas um aspecto superficial da escrita da língua, e que as • L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível.
diferenças entre o Português falado nos diversos países lusófonos subsisti- • N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen.
rão em questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática. Uma
língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por meio de Leis • R – câncer, caráter, néctar, repórter.
ou Acordos. • X – tórax, látex, ônix, fênix.
• PS – fórceps, Quéops, bíceps.
A queixa de muitos estudantes e usuários da língua escrita é que, depois • Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs.
de internalizada uma regra, é difícil “desaprendê-la”. Então, cabe aqui uma • ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão.
dica: quando se tiver uma dúvida sobre a escrita de alguma palavra, o ideal • I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis.
é consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em fácil acesso) ou, na • ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon.
melhor das hipóteses, use um sinônimo para referir-se a tal palavra. • UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.
• US – ânus, bônus, vírus, Vênus.
Mostraremos nessa série de artigos o Novo Acordo de uma maneira des-
complicada, apontando como é que fica estabelecido de hoje em diante a
Ortografia Oficial do Português falado no Brasil. Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes
(semivogal+vogal):
Alfabeto Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio.
3. Todas as proparoxítonas são acentuadas.
A influência do inglês no nosso idioma agora é oficial. Há muito tempo as
letras “k”, “w” e “y” faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhu- Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisântemo,
ma novidade. Elas já apareciam em unidades de medidas, nomes próprios público, pároco, proparoxítona.
e palavras importadas do idioma inglês, como: QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS
km – quilômetro, 4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando:
kg – quilograma
Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros.
• Formarem sílabas sozinhos ou com “S”
Trema
Não se usa mais o trema em palavras do português. Quem digita muito Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta.
textos científicos no computador sabe o quanto dava trabalho escrever
IMPORTANTE
linguística, frequência. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus
derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bündchen não vai Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”, se
deixar de usar o trema em seu nome, pois é de origem alemã. (neste caso, todos são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos?
o “ü” lê-se “i”) Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos de
“ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente.
Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso.
Quanto À Posição Da Sílaba Tônica
5. Trema
Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai
1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, seguidas ou não permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira,
de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas como Bündchen, Müller, mülleriano (neste caso, o “ü” lê-se “i”)
de “LO(s)” ou “LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas 6. Acento Diferencial
em ditongos abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S” O acento diferencial permanece nas palavras:
pôde (passado), pode (presente)
Ex. pôr (verbo), por (preposição)
Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do verbo
Chá Mês nós está no singular ou plural:
Gás Sapé cipó SINGULAR PLURAL
Dará Café avós Ele tem Eles têm
Pará Vocês compôs
Ele vem Eles vêm
vatapá pontapés só
Aliás português robô Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como:
dá-lo vê-lo avó conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc.
recuperá-los Conhecê-los pô-los
guardá-la Fé compô-los

Língua Portuguesa 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Novo Acordo Ortográfico Descomplicado Jovens provéns
Trema Paroxítonas terminadas em “ENS” não levam acento, mas as oxítonas
Não se usa mais o trema, salvo em nomes próprios e seus derivados. levam.
Acento diferencial Útil sutil
Não é preciso usar o acento diferencial para distinguir: Paroxítonas terminadas em “L” têm acento, mas as oxítonas não levam
porque o “L”, o “R” e o “Z” deixam a sílaba em que se encontram natural-
mente forte, não é preciso um acento para reforçar isso.
1. Para (verbo) de para (preposição)
É por isso que: as palavras “rapaz, coração, Nobel, capataz, pastel, bom-
bom; verbos no infinitivo (terminam em –ar, -er, -ir) doar, prover, consu-
“Esse carro velho para em toda esquina”. mir são oxítonas e não precisam de acento. Quando terminarem do mesmo
“Estarei voltando para casa daqui a uma hora”. jeito e forem paroxítonas, então vão precisar de acento.

1. Pela, pelo (verbo pelar) de pela, pelo (preposição + artigo) e pelo (subs- Uso do Hífen
tantivo)
Novo Acordo Ortográfico Descomplicado (Parte V) – Uso do Hífen
2. Polo (substantivo) de polo (combinação antiga e popular de por e lo).
3. pera (fruta) de pera (preposição arcaica). Tem se discutido muito a respeito do Novo Acordo Ortográfico e a grande
queixa entre os que usam a Língua Portuguesa em sua modalidade escrita
A pronúncia ou categoria gramatical dessas palavras dar-se-á mediante o tem gerado em torno do seguinte questionamento: “por que mudar uma
contexto. coisa que a gente demorou um tempão para aprender?” Bom, para quem já
Acento agudo dominava a antiga ortografia, realmente essa mudança foi uma chateação.
Ditongos abertos “ei”, “oi” Quem saiu se beneficiando foram os que estão começando agora a adquirir
Não se usa mais acento nos ditongos ABERTOS “ei”, “oi” quando estiverem o código escrito, como os alunos do Ensino Fundamental I.
na penúltima sílaba. Se você tem dificuldades em memorizar regras, é inútil estudar o Novo
He-roi-co ji-boi-a Acordo comparando “o antes e o depois”, feito revista de propaganda de
As-sem-blei-a i-dei-a cosméticos. O ideal é que as mudanças sejam compreendidas e gravadas
Pa-ra-noi-co joi-a na memória: para isso, é preciso colocá-las em prática.
OBS. Só vamos acentuar essas letras quando vierem na última sílaba e se Não precisa mais quebrar a cabeça: “uso hífen ou não”?
o som delas estiverem aberto. Regra Geral
Céu véu A letra “H” é uma letra sem personalidade, sem som. Em “Helena”, não
Dói herói tem som; em “Hollywood”, tem som de “R”. Portanto, não deve aparecer
Chapéu beleléu encostado em prefixos:
Rei, dei, comeu, foi (som fechado – sem acento)
Não se recebem mais acento agudo as vogais tônicas “I” e “U” quando
• pré-história
forem paroxítonas (penúltima sílaba forte) e precedidas de ditongo.
• anti-higiênico
feiura baiuca
• sub-hepático
cheiinho saiinha
• super-homem
boiuno
Não devemos mais acentuar o “U” tônico os verbos dos grupos “GUE/GUI”
e “QUE/QUI”. Por isso, esses verbos serão grafados da seguinte maneira: Então, letras IGUAIS, SEPARA. Letras DIFERENTES, JUNTA.
Averiguo (leia-se a-ve-ri-gu-o, pois o “U” tem som forte) Anti-inflamatório neoliberalismo
Arguo apazigue Supra-auricular extraoficial
Enxague arguem Arqui-inimigo semicírculo
Delinguo sub-bibliotecário superintendente
Acento Circunflexo Quanto ao “R” e o “S”, se o prefixo terminar em vogal, a consoante deverá
Não se acentuam mais as vogais dobradas “EE” e “OO”. ser dobrada:
Creem veem suprarrenal (supra+renal) ultrassonografia (ultra+sonografia)
Deem releem minissaia antisséptico
Leem descreem contrarregra megassaia
Voo perdoo Entretanto, se o prefixo terminar em consoante, não se unem de jeito
enjoo nenhum.
Outras dicas
Há muito tempo a palavra “coco” – fruto do coqueiro – deixou de ser acen- • Sub-reino
tuada. Entretanto, muitos alunos insistem em colocar o acento: “Quero • ab-rogar
beber água de côco”. • sob-roda
Quem recebe acento é “cocô” – palavra popularmente usada para se referir
a excremento. ATENÇÃO!
Então, a menos se que queira beber água de fezes, é melhor parar de Quando dois “R” ou “S” se encontrarem, permanece a regra geral: letras
colocar acento em coco. iguais, SEPARA.
Para verificar praticamente a necessidade de acentuação gráfica, utilize o super-requintado super-realista
critério das oposições: inter-resistente
Imagem armazém
Paroxítonas terminadas em “M” não levam acento, mas as oxítonas SIM.

Língua Portuguesa 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CONTINUAMOS A USAR O HÍFEN rainha: ra-i-nha enjoo: en-jo-o
Diante dos prefixos “ex-, sota-, soto-, vice- e vizo-“: Não se separam as letras que representam um tritongo.
Ex-diretor, Ex-hospedeira, Sota-piloto, Soto-mestre, Vice-presidente , 6- Paraguai: Pa-ra-guai
Vizo-rei saguão: sa-guão
Diante de “pós-, pré- e pró-“, quando TEM SOM FORTE E ACENTO.
pós-tônico, pré-escolar, pré-natal, pró-labore Consoante não seguida de vogal, no interior da palavra, fica na sílaba
que a antecede.
pró-africano, pró-europeu, pós-graduação
7- torna: tor-na núpcias: núp-cias
Diante de “pan-, circum-, quando juntos de vogais. técnica: téc-ni-ca submeter: sub-me-ter
Pan-americano, circum-escola absoluto: ab-so-lu-to perspicaz: pers-pi-caz
OBS. “Circunferência” – é junto, pois está diante da consoante “F”.
NOTA: Veja como fica estranha a pronúncia se não usarmos o hífen: Consoante não seguida de vogal, no início da palavra, junta-se à sílaba
Exesposa, sotapiloto, panamericano, vicesuplente, circumescola. que a segue
8- pneumático: pneu-má-ti-co
ATENÇÃO!
gnomo: gno-mo
Não se usa o hífen diante de “CO-, RE-, PRE” (SEM ACENTO) psicologia: psi-co-lo-gia
Coordenar reedição preestabelecer
Coordenação refazer preexistir No grupo BL, às vezes cada consoante é pronunciada separadamente,
Coordenador reescrever prever mantendo sua autonomia fonética. Nesse caso, tais consoantes ficam em
Coobrigar relembrar sílabas separadas.
9- sublingual: sub-lin-gual
Cooperação reutilização
sublinhar: sub-li-nhar
Cooperativa reelaborar sublocar: sub-lo-car
O ideal para memorizar essas regras, lembre-se, é conhecer e usar pelo
menos uma palavra de cada prefixo. Quando bater a dúvida numa palavra, Preste atenção nas seguintes palavras:
compare-a à palavra que você já sabe e escreva-a duas vezes: numa você trei-no so-cie-da-de
usa o hífen, na outra não. Qual a certa? Confie na sua memória! Uma delas gai-o-la ba-lei-a
vai te parecer mais familiar. des-mai-a-do im-bui-a
ra-diou-vin-te ca-o-lho
REGRA GERAL (Resumindo) te-a-tro co-e-lho
Letras iguais, separa com hífen(-). du-e-lo ví-a-mos
a-mné-sia gno-mo
Letras diferentes, junta.
co-lhei-ta quei-jo
O “H” não tem personalidade. Separa (-). pneu-mo-ni-a fe-é-ri-co
O “R” e o “S”, quando estão perto das vogais, são dobrados. Mas não se dig-no e-nig-ma
juntam com consoantes. e-clip-se Is-ra-el
http://www.infoescola.com/portugues/novo-acordo-ortografico- mag-nó-lia
descomplicado-parte-i/
SINAIS DE PONTUAÇÃO
DIVISÃO SILÁBICA
Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indica na escrita as
Não se separam as letras que formam os dígrafos CH, NH, LH, QU, pausas da linguagem oral.
GU.
1- chave: cha-ve
PONTO
aquele: a-que-le
O ponto é empregado em geral para indicar o final de uma frase decla-
palha: pa-lha
rativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecido como final. Nos casos
manhã: ma-nhã
comuns ele é chamado de simples.
guizo: gui-zo
Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.C. (depois de Cris-
Não se separam as letras dos encontros consonantais que apresentam
to), a.C. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo).
a seguinte formação: consoante + L ou consoante + R
2- emblema: em-ble-ma abraço: a-bra-ço
reclamar: re-cla-mar recrutar: re-cru-tar PONTO DE INTERROGAÇÃO
flagelo: fla-ge-lo drama: dra-ma É usado para indicar pergunta direta.
globo: glo-bo fraco: fra-co Onde está seu irmão?
implicar: im-pli-car agrado: a-gra-do
atleta: a-tle-ta atraso: a-tra-so Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação.
prato: pra-to A mim ?! Que ideia!

Separam-se as letras dos dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC. PONTO DE EXCLAMAÇÃO
3- correr: cor-rer desçam: des-çam É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas.
passar: pas-sar exceto: ex-ce-to Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória!
fascinar: fas-ci-nar Ó jovens! Lutemos!

Não se separam as letras que representam um ditongo.


4- mistério: mis-té-rio herdeiro: her-dei-ro VÍRGULA
cárie: cá-rie A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena pau-
sa na fala. Emprega-se a vírgula:
Separam-se as letras que representam um hiato. • Nas datas e nos endereços:
5- saúde: sa-ú-de cruel: cru-el São Paulo, 17 de setembro de 1989.
Largo do Paissandu, 128.
Língua Portuguesa 40 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• No vocativo e no aposto: ASPAS
Meninos, prestem atenção! São usadas para:
Termópilas, o meu amigo, é escritor. • Indicar citações textuais de outra autoria.
• Nos termos independentes entre si: "A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles)
O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas diversões. • Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em que se
• Com certas expressões explicativas como: isto é, por exemplo. Neste expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas populares:
caso é usado o duplo emprego da vírgula: Há quem goste de “jazz-band”.
Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa da pa- Não achei nada "legal" aquela aula de inglês.
droeira. • Para enfatizar palavras ou expressões:
• Após alguns adjuntos adverbiais: Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível" naquela noite.
No dia seguinte, viajamos para o litoral. • Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, etc.
• Com certas conjunções. Neste caso também é usado o duplo emprego "Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo brasileiro.
da vírgula: • Em casos de ironia:
Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor. A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente.
• Após a primeira parte de um provérbio. Veja como ele é “educado" - cuspiu no chão.
O que os olhos não veem, o coração não sente.
• Em alguns casos de termos oclusos:
Eu gostava de maçã, de pera e de abacate.
PARÊNTESES
Empregamos os parênteses:
• Nas indicações bibliográficas.
RETICÊNCIAS "Sede assim qualquer coisa.
• São usadas para indicar suspensão ou interrupção do pensamento. serena, isenta, fiel".
Não me disseste que era teu pai que ... (Meireles, Cecília, "Flor de Poemas").
• Para realçar uma palavra ou expressão. • Nas indicações cênicas dos textos teatrais:
Hoje em dia, mulher casa com "pão" e passa fome... "Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos
• Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento. fora das órbitas. Amália se volta)".
Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também... (G. Figueiredo)
• Quando se intercala num texto uma ideia ou indicação acessória:
PONTO E VÍRGULA "E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-Io, morrendo de
• Separar orações coordenadas de certa extensão ou que mantém fome."
alguma simetria entre si. (C. Lispector)
"Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhe- • Para isolar orações intercaladas:
cido, guardando consigo a ponta farpada. " "Estou certo que eu (se lhe ponho
• Para separar orações coordenadas já marcadas por vírgula ou no seu Minha mão na testa alçada)
interior. Sou eu para ela."
Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o motorista, porém, mais (M. Bandeira)
calmo, resolveu o problema sozinho.
COLCHETES [ ]
DOIS PONTOS Os colchetes são muito empregados na linguagem científica.
• Enunciar a fala dos personagens:
Ele retrucou: Não vês por onde pisas? ASTERISCO
• Para indicar uma citação alheia: O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para
Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de informações de alguma nota (observação).
passageiros do voo das nove: “queiram dirigir-se ao portão de embar-
que".
BARRA
• Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou expressão anteri-
A barra é muito empregada nas abreviações das datas e em algumas
or:
abreviaturas.
Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente.
• Enumeração após os apostos:
Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido. CRASE

TRAVESSÃO Crase é a fusão da preposição A com outro A.


Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou serve para isolar Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem.
palavras ou frases
– "Quais são os símbolos da pátria? EMPREGO DA CRASE
– Que pátria? • em locuções adverbiais:
– Da nossa pátria, ora bolas!" (P. M Campos). à vezes, às pressas, à toa...
– "Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava, chovia, parava outra • em locuções prepositivas:
vez. em frente à, à procura de...
– a claridade devia ser suficiente p'ra mulher ter avistado mais alguma • em locuções conjuntivas:
coisa". (M. Palmério). à medida que, à proporção que...
• Usa-se para separar orações do tipo: • pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a,
– Avante!- Gritou o general. as
– A lua foi alcançada, afinal - cantava o poeta. Fui ontem àquele restaurante.
Falamos apenas àquelas pessoas que estavam no salão:
Usa-se também para ligar palavras ou grupo de palavras que formam Refiro-me àquilo e não a isto.
uma cadeia de frase:
• A estrada de ferro Santos – Jundiaí.
• A ponte Rio – Niterói. A CRASE É FACULTATIVA
• A linha aérea São Paulo – Porto Alegre. • diante de pronomes possessivos femininos:
Entreguei o livro a(à) sua secretária .
• diante de substantivos próprios femininos:

Língua Portuguesa 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Dei o livro à(a) Sônia. SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS

CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE


• Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o artigo Semântica
A:
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Viajaremos à Colômbia.
(Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia)
• Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Brasília,
Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, Ve-
neza, etc.
Viajaremos a Curitiba.
(Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de Curitiba).
• Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o
modifique.
Ela se referiu à saudosa Lisboa.
Vou à Curitiba dos meus sonhos.
• Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida:
Às 8 e 15 o despertador soou.
• Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras “mo-
da” ou "maneira":
Aos domingos, trajava-se à inglesa. Semântica (do grego σηµαντικός, sēmantiká, plural neutro
Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo. de sēmantikós, derivado de sema, sinal), é o estudo do significado. Incide
• Antes da palavra casa, se estiver determinada: sobre a relação entre significantes, tais
Referia-se à Casa Gebara. como palavras, frases, sinais e símbolos, e o que eles representam, a
• Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao próprio lar. sua denotação.
Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. (Venho de casa).
• Antes da palavra "terra", se esta não for antônima de bordo. A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos
Voltou à terra onde nascera. para se expressar através da linguagem. Outras formas de semântica
Chegamos à terra dos nossos ancestrais. incluem a semântica nas linguagens de programação, lógica formal,
Mas: e semiótica.
Os marinheiros vieram a terra.
A semântica contrapõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a
O comandante desceu a terra.
primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda se debruça
• Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra feminina que aceite o
sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo
artigo, poderá ou não ocorrer a crase, indiferentemente:
é expresso(por exemplo, escritos ou falados). Dependendo da concepção
Vou até a (á ) chácara.
de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas. A semântica
Cheguei até a(à) muralha
formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica
• A QUE - À QUE
cognitiva, fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes.
Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com o feminino
ocorrerá crase: Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em
Houve um palpite anterior ao que você deu. consideração:
Houve uma sugestão anterior à que você deu.
Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com o feminino não Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais
ocorrerá crase. que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos:
Não gostei do filme a que você se referia. Exemplos: Cômico - engraçado / Débil - fraco, frágil / Distante - afastado,
Não gostei da peça a que você se referia. remoto.
O mesmo fenômeno de crase (preposição A) - pronome demonstrativo Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais
A que ocorre antes do QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos:
de: Exemplos: Economizar - gastar / Bem - mal / Bom - ruim.
Meu palpite é igual ao de todos
Minha opinião é igual à de todos. Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de
possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica,
ou seja, os homônimos:
NÃO OCORRE CRASE
• antes de nomes masculinos: As homônimas podem ser:
Andei a pé.
Andamos a cavalo.  Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia.
• antes de verbos: Exemplos: gosto (substantivo) - gosto / (1ª pessoa singular presente
Ela começa a chorar. indicativo do verbo gostar) / conserto (substantivo) - conserto (1ª pessoa
Cheguei a escrever um poema. singular presente indicativo do verbo consertar);
• em expressões formadas por palavras repetidas:  Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita.
Estamos cara a cara. Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) / cessão (substantivo) - sessão
• antes de pronomes de tratamento, exceto senhora, senhorita e dona: (substantivo) / cerrar (verbo) - serrar ( verbo);
Dirigiu-se a V. Sa com aspereza.
Escrevi a Vossa Excelência.  Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos:
Dirigiu-se gentilmente à senhora. cura (verbo) - cura (substantivo) / verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo
• quando um A (sem o S de plural) preceder um nome plural: (verbo) - cedo (advérbio);
Não falo a pessoas estranhas.
Jamais vamos a festas.
 Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais
palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na
pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos: cavaleiro -
SINÔNIMOS, ANTÔNIMOS E PARÔNIMOS. SENTIDO PRÓPRIO cavalheiro / absolver - absorver / comprimento - cumprimento/ aura
E FIGURADO DAS PALAVRAS. (atmosfera) - áurea (dourada)/ conjectura (suposição) - conjuntura (situação
decorrente dos acontecimentos)/ descriminar (desculpabilizar) - discriminar

Língua Portuguesa 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as folhas forte fraco
de uma publicação)/ despercebido (não notado) - desapercebido
gordo magro
(desacautelado)/ geminada (duplicada) - germinada (que germinou)/ mugir
(soltar mugidos) - mungir (ordenhar)/ percursor (que percorre) - precursor salgado insosso
(que antecipa os outros)/ sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar, amor ódio
assinar)/ veicular (transmitir) - vincular (ligar) / descrição - discrição / seco molhado
onicolor - unicolor.
grosso fino
 Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de duro mole
apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na
doce amargo
empresa. / Abasteci meu carro no posto da esquina. / Os convites eram de
graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida. grande pequeno
soberba humildade
 Homonímia: Identidade fonética entre formas de significados e
origem completamente distintos. Exemplos: São(Presente do verbo ser) - louvar censurar
São (santo) bendizer maldizer
Conotação e Denotação: ativo inativo
simpático antipático
 Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do
original, criado pelo contexto. Exemplos: Você tem um coração de pedra. progredir regredir
rápido lento
 Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original.
Exemplos: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas. sair entrar
sozinho acompanhado
Sinônimo
concórdia discórdia
Sinônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado idêntico pesado leve
ou muito semelhante à outra. Exemplos: carro e automóvel, cão e cachorro. quente frio
O conhecimento e o uso dos sinônimos é importante para que se evitem
presente ausente
repetições desnecessárias na construção de textos, evitando que se tornem
enfadonhos. escuro claro
inveja admiração
Eufemismo
Alguns sinônimos são também utilizados para minimizar o impacto,
normalmente negativo, de algumas palavras (figura de linguagem Homógrafo
conhecida como eufemismo). Homógrafos são palavras iguais ou parecidas na escrita e diferentes na
Exemplos: pronúncia.
• gordo - obeso Exemplos
• morrer - falecer • rego (subst.) e rego (verbo);
• colher (verbo) e colher (subst.);
Sinônimos Perfeitos e Imperfeitos
• jogo (subst.) e jogo (verbo);
Os sinônimos podem ser perfeitos ou imperfeitos.
Sinônimos Perfeitos • Sede: lugar e Sede: avidez;
Se o significado é idêntico. • Seca: pôr a secar e Seca: falta de água.
Exemplos: Homófono
• avaro – avarento, Palavras homófonas são palavras de pronúncias iguais. Existem dois
tipos de palavras homófonas, que são:
• léxico – vocabulário,
• Homófonas heterográficas
• falecer – morrer,
• Homófonas homográficas
• escarradeira – cuspideira,
Homófonas heterográficas
• língua – idioma Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), mas
• catorze - quatorze heterográficas (diferentes na escrita).
Exemplos
Sinônimos Imperfeitos cozer / coser;
Se os signIficados são próximos, porém não idênticos. cozido / cosido;
Exemplos: córrego – riacho, belo – formoso censo / senso
consertar / concertar
Antônimo conselho / concelho
Antônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado contrário paço / passo
(também oposto ou inverso) à outra. noz / nós
O emprego de antônimos na construção de frases pode ser um recurso hera / era
estilístico que confere ao trecho empregado uma forma mais erudita ou que ouve / houve
chame atenção do leitor ou do ouvinte. voz / vós
Palavra Antônimo cem / sem
aberto fechado acento / assento
Homófonas homográficas
alto baixo Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), e
bem mal homográficas (iguais na escrita).
bom mau Exemplos
Ele janta (verbo) / A janta está pronta (substantivo); No caso,
bonito feio
janta é inexistente na língua portuguesa por enquanto, já que
demais de menos deriva do substantivo jantar, e está classificado como
doce salgado neologismo.

Língua Portuguesa 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Eu passeio pela rua (verbo) / O passeio que fizemos foi bonito
(substantivo). Exs.:
cinzeiro = cinza + eiro
Parônimo endoidecer = en + doido + ecer
Parônimo é uma palavra que apresenta sentido diferente e forma predizer = pre + dizer
semelhante a outra, que provoca, com alguma frequência, confusão. Essas
palavras apresentam grafia e pronúncia parecida, mas com significados Os principais elementos móficos são :
diferentes.
O parônimos pode ser também palavras homófonas, ou seja, a RADICAL
pronúncia de palavras parônimas pode ser a mesma.Palavras parônimas É o elemento mórfico em que está a ideia principal da palavra.
são aquelas que têm grafia e pronúncia parecida. Exs.: amarelecer = amarelo + ecer
Exemplos enterrar = en + terra + ar
Veja alguns exemplos de palavras parônimas: pronome = pro + nome
acender. verbo - ascender. subir
acento. inflexão tônica - assento. dispositivo para sentar-se PREFIXO
cartola. chapéu alto - quartola. pequena pipa É o elemento mórfico que vem antes do radical.
comprimento. extensão - cumprimento. saudação Exs.: anti - herói in - feliz
coro (cantores) - couro (pele de animal)
deferimento. concessão - diferimento. adiamento
delatar. denunciar - dilatar. retardar, estender
SUFIXO
É o elemento mórfico que vem depois do radical.
descrição. representação - discrição. reserva
Exs.: med - onho cear – ense
descriminar. inocentar - discriminar. distinguir
despensa. compartimento - dispensa. desobriga
destratar. insultar - distratar. desfazer(contrato) FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
emergir. vir à tona - imergir. mergulhar
eminência. altura, excelência - iminência. proximidade de ocorrência
emitir. lançar fora de si - imitir. fazer entrar As palavras estão em constante processo de evolução, o que torna a
enfestar. dobrar ao meio - infestar. assolar língua um fenômeno vivo que acompanha o homem. Por isso alguns vocá-
enformar. meter em fôrma - informar. avisar bulos caem em desuso (arcaísmos), enquanto outros nascem (neologis-
entender. compreender - intender. exercer vigilância mos) e outros mudam de significado com o passar do tempo.
lenimento. suavizante - linimento. medicamento para fricções
migrar. mudar de um local para outro - emigrar. deixar um país para Na Língua Portuguesa, em função da estruturação e origem das pala-
morar em outro - imigrar. entrar num país vindo de outro vras encontramos a seguinte divisão:
peão. que anda a pé - pião. espécie de brinquedo • palavras primitivas - não derivam de outras (casa, flor)
recrear. divertir - recriar. criar de novo
se. pronome átono, conjugação - si. espécie de brinquedo • palavras derivadas - derivam de outras (casebre, florzinha)
vadear. passar o vau - vadiar. passar vida ociosa
venoso. relativo a veias - vinoso. que produz vinho • palavras simples - só possuem um radical (couve, flor)
vez. ocasião, momento - vês. verbo ver na 2ª pessoa do singular
• palavras compostas - possuem mais de um radical (couve-flor,
DENOTAÇAO E CONOTAÇAO aguardente)
Para a formação das palavras portuguesas, é necessário o conheci-
A denotação é a propriedade que possui uma palavra de limitar-se a mento dos seguintes processos de formação:
seu próprio conceito, de trazer apenas o seu significado primitivo, original.
Composição - processo em que ocorre a junção de dois ou mais radi-
A conotação é a propriedade que possui uma palavra de ampliar-se cais. São dois tipos de composição.
no seu campo semântico, dentro de um contexto, podendo causar várias
interpretações.
• justaposição: quando não ocorre a alteração fonética (girassol,
sexta-feira);
Observe os exemplos • aglutinação: quando ocorre a alteração fonética, com perda de e-
Denotação lementos (pernalta, de perna + alta).
As estrelas do céu. Vesti-me de verde. O fogo do isqueiro.
Derivação - processo em que a palavra primitiva (1º radical) sofre o a-
Conotação créscimo de afixos. São cinco tipos de derivação.
As estrelas do cinema.
O jardim vestiu-se de flores • prefixal: acréscimo de prefixo à palavra primitiva (in-útil);
O fogo da paixão • sufixal: acréscimo de sufixo à palavra primitiva (clara-mente);
SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO • parassintética ou parassíntese: acréscimo simultâneo de prefixo
e sufixo, à palavra primitiva (em + lata + ado). Esse processo é responsável
As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou no sentido pela formação de verbos, de base substantiva ou adjetiva;
figurado: • regressiva: redução da palavra primitiva. Nesse processo forma-se
Construí um muro de pedra - sentido próprio substantivos abstratos por derivação regressiva de formas verbais (ajuda /
Maria tem um coração de pedra – sentido figurado. de ajudar);
A água pingava lentamente – sentido próprio.
• imprópria: é a alteração da classe gramatical da palavra primitiva
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS. ("o jantar" - de verbo para substantivo, "é um judas" - de substantivo próprio
a comum).
As palavras, em Língua Portuguesa, podem ser decompostas em vários Além desses processos, a língua portuguesa também possui outros
elementos chamados elementos mórficos ou elementos de estrutura das processos para formação de palavras, como:
palavras.

Língua Portuguesa 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• Hibridismo: são palavras compostas, ou derivadas, constituídas Veja alguns coletivos que merecem destaque:
por elementos originários de línguas diferentes (automóvel e monóculo, alavão - de ovelhas leiteiras
grego e latim / sociologia, bígamo, bicicleta, latim e grego / alcalóide, alco- alcateia - de lobos
ômetro, árabe e grego / caiporismo: tupi e grego / bananal - africano e latino álbum - de fotografias, de selos
/ sambódromo - africano e grego / burocracia - francês e grego); antologia - de trechos literários escolhidos
armada - de navios de guerra
• Onomatopeia: reprodução imitativa de sons (pingue-pingue, zun- armento - de gado grande (búfalo, elefantes, etc)
zum, miau); arquipélago - de ilhas
assembleia - de parlamentares, de membros de associações
• Abreviação vocabular: redução da palavra até o limite de sua atilho - de espigas de milho
compreensão (metrô, moto, pneu, extra, dr., obs.) atlas - de cartas geográficas, de mapas
• Siglas: a formação de siglas utiliza as letras iniciais de uma se- banca - de examinadores
quência de palavras (Academia Brasileira de Letras - ABL). A partir de bandeira - de garimpeiros, de exploradores de minérios
siglas, formam-se outras palavras também (aidético, petista) bando - de aves, de pessoal em geral
cabido - de cônegos
• Neologismo: nome dado ao processo de criação de novas pala- cacho - de uvas, de bananas
vras, ou para palavras que adquirem um novo significado. pciconcursos cáfila - de camelos
cambada - de ladrões, de caranguejos, de chaves
cancioneiro - de poemas, de canções
EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, caravana - de viajantes
ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PRE- cardume - de peixes
POSIÇÃO, CONJUNÇÃO (CLASSIFICAÇÃO E SENTIDO QUE clero - de sacerdotes
IMPRIMEM ÀS RELAÇÕES ENTRE AS ORAÇÕES). colmeia - de abelhas
concílio - de bispos
conclave - de cardeais em reunião para eleger o papa
SUBSTANTIVOS congregação - de professores, de religiosos
congresso - de parlamentares, de cientistas
conselho - de ministros
Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau, que dá no-
consistório - de cardeais sob a presidência do papa
me aos seres em geral.
constelação - de estrelas
São, portanto, substantivos.
corja - de vadios
a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra,
elenco - de artistas
Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado.
enxame - de abelhas
b) os nomes de ações, estados ou qualidades, tomados como seres: traba-
enxoval - de roupas
lho, corrida, tristeza beleza altura.
esquadra - de navios de guerra
esquadrilha - de aviões
CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
falange - de soldados, de anjos
a) COMUM - quando designa genericamente qualquer elemento da espécie:
farândola - de maltrapilhos
rio, cidade, pais, menino, aluno
fato - de cabras
b) PRÓPRIO - quando designa especificamente um determinado elemento.
fauna - de animais de uma região
Os substantivos próprios são sempre grafados com inicial maiúscula: To-
feixe - de lenha, de raios luminosos
cantins, Porto Alegre, Brasil, Martini, Nair.
flora - de vegetais de uma região
c) CONCRETO - quando designa os seres de existência real ou não, pro-
frota - de navios mercantes, de táxis, de ônibus
priamente ditos, tais como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc. Verifi-
girândola - de fogos de artifício
que que é sempre possível visualizar em nossa mente o substantivo con-
horda - de invasores, de selvagens, de bárbaros
creto, mesmo que ele não possua existência real: casa, cadeira, caneta,
junta - de bois, médicos, de examinadores
fada, bruxa, saci.
júri - de jurados
d) ABSTRATO - quando designa as coisas que não existem por si, isto é, só
legião - de anjos, de soldados, de demônios
existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo,
malta - de desordeiros
pois, impossível visualizá-lo como um ser. Os substantivos abstratos vão,
manada - de bois, de elefantes
portanto, designar ações, estados ou qualidades, tomados como seres:
matilha - de cães de caça
trabalho, corrida, estudo, altura, largura, beleza.
ninhada - de pintos
Os substantivos abstratos, via de regra, são derivados de verbos ou adje-
nuvem - de gafanhotos, de fumaça
tivos
panapaná - de borboletas
trabalhar - trabalho
pelotão - de soldados
correr - corrida
penca - de bananas, de chaves
alto - altura
pinacoteca - de pinturas
belo - beleza
plantel - de animais de raça, de atletas
quadrilha - de ladrões, de bandidos
FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS ramalhete - de flores
a) PRIMITIVO: quando não provém de outra palavra existente na língua réstia - de alhos, de cebolas
portuguesa: flor, pedra, ferro, casa, jornal. récua - de animais de carga
b) DERIVADO: quando provem de outra palavra da língua portuguesa: romanceiro - de poesias populares
florista, pedreiro, ferreiro, casebre, jornaleiro. resma - de papel
c) SIMPLES: quando é formado por um só radical: água, pé, couve, ódio, revoada - de pássaros
tempo, sol. súcia - de pessoas desonestas
d) COMPOSTO: quando é formado por mais de um radical: água-de- vara - de porcos
colônia, pé-de-moleque, couve-flor, amor-perfeito, girassol. vocabulário - de palavras

COLETIVOS FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS


Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo singular, designa um grupo Como já assinalamos, os substantivos variam de gênero, número e
de seres da mesma espécie. grau.

Língua Portuguesa 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Gênero 3. Os substantivos terminados em M mudam o M para NS. armazém,


armazéns; harém, haréns; jejum, jejuns.
Em Português, o substantivo pode ser do gênero masculino ou femini-
4. Aos substantivos terminados em R, Z e N acrescenta-se-lhes ES: lar,
no: o lápis, o caderno, a borracha, a caneta.
lares; xadrez, xadrezes; abdômen, abdomens (ou abdômenes); hífen, hí-
fens (ou hífenes).
Podemos classificar os substantivos em:
Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; cânon, cânones.
a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que apresentam duas formas, uma
5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: animal, ani-
para o masculino, outra para o feminino:
mais; papel, papéis; anzol, anzóis; paul, pauis.
aluno/aluna homem/mulher
Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul, cônsules.
menino /menina carneiro/ovelha
6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL fazem o plural em: fóssil,
Quando a mudança de gênero não é marcada pela desinência, mas
fósseis; réptil, répteis.
pela alteração do radical, o substantivo denomina-se heterônimo:
Os substantivos oxítonos terminados em IL mudam o l para S: barril, bar-
padrinho/madrinha bode/cabra
ris; fuzil, fuzis; projétil, projéteis.
cavaleiro/amazona pai/mãe
7. Os substantivos terminados em S são invariáveis, quando paroxítonos: o
pires, os pires; o lápis, os lápis. Quando oxítonas ou monossílabos tôni-
b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que apresentam uma única
cos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, português, portugueses;
forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se
burguês, burgueses; mês, meses; ás, ases.
em:
São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São invariáveis, também, os
1. Substantivos epicenos: são substantivos uniformes, que designam
substantivos terminados em X com valor de KS: o tórax, os tórax; o ônix,
animais: onça, jacaré, tigre, borboleta, foca.
os ônix.
Caso se queira fazer a distinção entre o masculino e o feminino, deve-
8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural flexionando-se o subs-
mos acrescentar as palavras macho ou fêmea: onça macho, jacaré fê-
tantivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substantivo pri-
mea
mitivo: coração, coraçõezinhos; papelzinho, papeizinhos; cãozinho, cãezi-
2. Substantivos comuns de dois gêneros: são substantivos uniformes que
tos.
designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero é feita pelo arti-
go, ou outro determinante qualquer: o artista, a artista, o estudante, a
estudante, este dentista. Substantivos só usados no plural
3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos uniformes que designam afazeres anais
pessoas. Neste caso, a diferença de gênero não é especificada por ar- arredores belas-artes
tigos ou outros determinantes, que serão invariáveis: a criança, o côn- cãs condolências
juge, a pessoa, a criatura. confins exéquias
Caso se queira especificar o gênero, procede-se assim: férias fezes
uma criança do sexo masculino / o cônjuge do sexo feminino. núpcias óculos
olheiras pêsames
AIguns substantivos que apresentam problema quanto ao Gênero: viveres copas, espadas, ouros e paus (naipes)

Plural dos Nomes Compostos


São masculinos São femininos
o anátema o grama (unidade de peso) a abusão a derme
o telefonema o dó (pena, compaixão) a aluvião a omoplata 1. Somente o último elemento varia:
o teorema o ágape a análise a usucapião
o trema o caudal a cal a bacanal
a) nos compostos grafados sem hífen: aguardente, aguardentes; clara-
o edema o champanha a cataplasma a líbido boia, claraboias; malmequer, malmequeres; vaivém, vaivéns;
o eclipse o alvará a dinamite a sentinela b) nos compostos com os prefixos grão, grã e bel: grão-mestre, grão-
o lança-perfume o formicida a comichão a hélice mestres; grã-cruz, grã-cruzes; bel-prazer, bel-prazeres;
o fibroma o guaraná a aguardente
o estratagema o plasma c) nos compostos de verbo ou palavra invariável seguida de substantivo
o proclama o clã ou adjetivo: beija-flor, beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis; guarda-
comida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-viva, sem-
Mudança de Gênero com mudança de sentido pre-vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-mela, mela-
Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido. melas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-tiques)

Veja alguns exemplos: 2. Somente o primeiro elemento é flexionado:


o cabeça (o chefe, o líder) a cabeça (parte do corpo) a) nos compostos ligados por preposição: copo-de-leite, copos-de-leite;
o capital (dinheiro, bens) a capital (cidade principal) pinho-de-riga, pinhos-de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; burro-sem-
o rádio (aparelho receptor) a rádio (estação transmissora) rabo, burros-sem-rabo;
o moral (ânimo) a moral (parte da Filosofia, conclusão) b) nos compostos de dois substantivos, o segundo indicando finalidade
o lotação (veículo) a lotação (capacidade) ou limitando a significação do primeiro: pombo-correio, pombos-
o lente (o professor) a lente (vidro de aumento)
correio; navio-escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-espada;
banana-maçã, bananas-maçã.
Plural dos Nomes Simples A tendência moderna é de pluralizar os dois elementos: pombos-
1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo acrescenta-se S: casa, correios, homens-rãs, navios-escolas, etc.
casas; pai, pais; imã, imãs; mãe, mães.
2. Os substantivos terminados em ÃO formam o plural em: 3. Ambos os elementos são flexionados:
a) ÕES (a maioria deles e todos os aumentativos): balcão, balcões; coração, a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couves-
corações; grandalhão, grandalhões. flores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartas-
b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; capitão, capitães; guardião, compromissos.
guardiães. b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amor-
c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno número de oxítonos): cristão, perfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; cara-pálida,
cristãos; irmão, irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos. caras-pálidas.

Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma forma São invariáveis:
de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou charlatães; a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o pi-
ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc. sa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo;

Língua Portuguesa 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b) as expressões substantivas: o chove-não-molha, os chove-não-
molha; o não-bebe-nem-desocupa-o-copo, os não-bebe-nem- ADJETIVOS
desocupa-o-copo;
c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o
perde-ganha, os perde-ganha. FLEXÃO DOS ADJETIVOS
Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o caso
por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães; guarda- Gênero
marinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso, pa- Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser:
dres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos ou a) Uniforme: quando apresenta uma única forma para os dois gêne-
salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate. ros: homem inteligente - mulher inteligente; homem simples - mu-
lher simples; aluno feliz - aluna feliz.
Adjetivos Compostos b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma para o masculino, ou-
Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona. tra para o feminino: homem simpático / mulher simpática / homem
Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino-americanos, latino- alto / mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa
americanos; cívico-militar, cívico-militares.
1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis, quando o Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é se-
segundo elemento é um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos melhante a dos substantivos.
amarelo-ouro, paredes azul-piscina.
2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: sur- Número
dos-mudos > surdas-mudas. a) Adjetivo simples
3) O composto azul-marinho é invariável: gravatas azul-marinho. Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os
substantivos simples:
Graus do substantivo pessoa honesta pessoas honestas
Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os quais regra fácil regras fáceis
podem ser: sintéticos ou analíticos. homem feliz homens felizes
Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam in-
variáveis:
Analítico blusa vinho blusas vinho
Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuição do tama- camisa rosa camisas rosa
nho: boca pequena, prédio imenso, livro grande. b) Adjetivos compostos
Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último ele-
Sintético mento varia, tanto em gênero quanto em número:
Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais aqui apresentados. acordos sócio-político-econômico
acordos sócio-político-econômicos
causa sócio-político-econômica
Principais sufixos aumentativos causas sócio-político-econômicas
AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA, ARRÃO, ASTRO, ÁZIO, acordo luso-franco-brasileiro
ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil, caldeirão, acordo luso-franco-brasileiros
lente côncavo-convexa
povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro, copázio, cabeçorra, lobaz, dentu- lentes côncavo-convexas
ça. camisa verde-clara
camisas verde-claras
Principais Sufixos Diminutivos sapato marrom-escuro
ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO, sapatos marrom-escuros
ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.: lobacho, Observações:
1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto fica invariável:
montículo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim, camisa verde-abacate camisas verde-abacate
pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo, sapato marrom-café sapatos marrom-café
homúncula, apícula, velhusco. blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro
2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis:
blusa azul-marinho blusas azul-marinho
Observações: camisa azul-celeste camisas azul-celeste
• Alguns aumentativos e diminutivos, em determinados contextos, adqui- 3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo, ambos os elementos
rem valor pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco, mulherzinha, etc. variam:
Outros associam o valor aumentativo ao coletivo: povaréu, fogaréu, etc. menino surdo-mudo meninos surdos-mudos
• É usual o emprego dos sufixos diminutivos dando às palavras valor afe- menina surda-muda meninas surdas-mudas
tivo: Joãozinho, amorzinho, etc.
• Há casos em que o sufixo aumentativo ou diminutivo é meramente for- Graus do Adjetivo
mal, pois não dão à palavra nenhum daqueles dois sentidos: cartaz, As variações de intensidade significativa dos adjetivos podem ser ex-
ferrão, papelão, cartão, folhinha, etc. pressas em dois graus:
• Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os graus aumentativo e di- - o comparativo
minutivo, quase sempre de maneira afetiva: bonitinho, grandinho, bon- - o superlativo
zinho, pequenito.

Apresentamos alguns substantivos heterônimos ou desconexos. Em lu- Comparativo


gar de indicarem o gênero pela flexão ou pelo artigo, apresentam radicais Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou com uma
diferentes para designar o sexo: outra qualidade que o próprio ser possui, podemos concluir que ela é igual,
bode - cabra genro - nora superior ou inferior. Daí os três tipos de comparativo:
burro - besta padre - madre - Comparativo de igualdade:
carneiro - ovelha padrasto - madrasta O espelho é tão valioso como (ou quanto) o vitral.
cão - cadela padrinho - madrinha Pedro é tão saudável como (ou quanto) inteligente.
cavalheiro - dama pai - mãe - Comparativo de superioridade:
compadre - comadre veado - cerva O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro.
frade - freira zangão - abelha Este automóvel é mais confortável que (ou do que) econômico.
frei – soror etc. - Comparativo de inferioridade:

Língua Portuguesa 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro. Cairo - cairota Caracas - caraquenho
Este automóvel é menos econômico que (ou do que) confortável. Canaã - cananeu Ceilão - cingalês
Catalunha - catalão Chipre - cipriota
Ao expressarmos uma qualidade no seu mais elevado grau de intensi- Chicago - chicaguense Córdova - cordovês
dade, usamos o superlativo, que pode ser absoluto ou relativo: Coimbra - coimbrão, conim- Creta - cretense
- Superlativo absoluto bricense Cuiabá - cuiabano
Neste caso não comparamos a qualidade com a de outro ser: Córsega - corso EI Salvador - salvadorenho
Esta cidade é poluidíssima. Croácia - croata Espírito Santo - espírito-santense,
Esta cidade é muito poluída. Egito - egípcio capixaba
- Superlativo relativo Equador - equatoriano Évora - eborense
Consideramos o elevado grau de uma qualidade, relacionando-a a Filipinas - filipino Finlândia - finlandês
outros seres: Florianópolis - florianopolitano Formosa - formosano
Este rio é o mais poluído de todos. Fortaleza - fortalezense Foz do lguaçu - iguaçuense
Este rio é o menos poluído de todos. Gabão - gabonês Galiza - galego
Genebra - genebrino Gibraltar - gibraltarino
Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico: Goiânia - goianense Granada - granadino
- Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade - Groenlândia - groenlandês Guatemala - guatemalteco
muito trabalhador, excessivamente frágil, etc. Guiné - guinéu, guineense Haiti - haitiano
- Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) – anti- Himalaia - himalaico Honduras - hondurenho
quíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc. Hungria - húngaro, magiar Ilhéus - ilheense
Iraque - iraquiano Jerusalém - hierosolimita
Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o compara- João Pessoa - pessoense Juiz de Fora - juiz-forense
tivo e o superlativo, as seguintes formas especiais: La Paz - pacense, pacenho Lima - limenho
NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO Macapá - macapaense Macau - macaense
ABSOLUTO Maceió - maceioense Madagáscar - malgaxe
RELATIVO Madri - madrileno Manaus - manauense
bom melhor ótimo Marajó - marajoara Minho - minhoto
melhor Moçambique - moçambicano Mônaco - monegasco
mau pior péssimo Montevidéu - montevideano Natal - natalense
pior Normândia - normando Nova lguaçu - iguaçuano
grande maior máximo Pequim - pequinês Pisa - pisano
maior Porto - portuense Póvoa do Varzim - poveiro
pequeno menor mínimo Quito - quitenho Rio de Janeiro (Est.) - fluminense
menor Santiago - santiaguense Rio de Janeiro (cid.) - carioca
São Paulo (Est.) - paulista Rio Grande do Norte - potiguar
Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos: São Paulo (cid.) - paulistano Salvador – salvadorenho, soteropolitano
acre - acérrimo ágil - agílimo Terra do Fogo - fueguino Toledo - toledano
agradável - agradabilíssimo agudo - acutíssimo Três Corações - tricordiano Rio Grande do Sul - gaúcho
amargo - amaríssimo amável - amabilíssimo Tripoli - tripolitano Varsóvia - varsoviano
amigo - amicíssimo antigo - antiquíssimo Veneza - veneziano Vitória - vitoriense
áspero - aspérrimo atroz - atrocíssimo
audaz - audacíssimo benéfico - beneficentíssimo Locuções Adjetivas
benévolo - benevolentíssimo capaz - capacíssimo As expressões de valor adjetivo, formadas de preposições mais subs-
célebre - celebérrimo cristão - cristianíssimo tantivos, chamam-se LOCUÇÕES ADJETIVAS. Estas, geralmente, podem
cruel - crudelíssimo doce - dulcíssimo ser substituídas por um adjetivo correspondente.
eficaz - eficacíssimo feroz - ferocíssimo
fiel - fidelíssimo frágil - fragilíssimo PRONOMES
frio - frigidíssimo humilde - humílimo (humildíssimo) Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa, que repre-
incrível - incredibilíssimo inimigo - inimicíssimo senta ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso.
íntegro - integérrimo jovem - juveníssimo Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de pronome
livre - libérrimo magnífico - magnificentíssimo substantivo.
magro - macérrimo maléfico - maleficentíssimo • Ele chegou. (ele)
manso - mansuetíssimo miúdo - minutíssimo • Convidei-o. (o)
negro - nigérrimo (negríssimo) nobre - nobilíssimo
pessoal - personalíssimo pobre - paupérrimo (pobríssimo) Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a ex-
possível - possibilíssimo preguiçoso - pigérrimo tensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo.
próspero - prospérrimo provável - probabilíssimo • Esta casa é antiga. (esta)
público - publicíssimo pudico - pudicíssimo • Meu livro é antigo. (meu)
sábio - sapientíssimo sagrado - sacratíssimo
salubre - salubérrimo sensível - sensibilíssimo Classificação dos Pronomes
simples – simplicíssimo tenro - tenerissimo Há, em Português, seis espécies de pronomes:
terrível - terribilíssimo tétrico - tetérrimo • pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas
velho - vetérrimo visível - visibilíssimo de tratamento:
voraz - voracíssimo vulnerável - vuInerabilíssimo • possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões;
• demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo;
Adjetivos Gentílicos e Pátrios • relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde;
Argélia – argelino Bagdá - bagdali • indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vá-
Bizâncio - bizantino Bogotá - bogotano rios, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, ou-
Bóston - bostoniano Braga - bracarense trem, nada, cada, algo.
Bragança - bragantino Brasília - brasiliense • interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases in-
Bucareste - bucarestino, - Buenos Aires - portenho, buenairense terrogativas.
bucarestense Campos - campista

Língua Portuguesa 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
PRONOMES PESSOAIS
Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do dis- Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de
curso: preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas oblíquas
1ª pessoa: quem fala, o emissor. MIM e TI:
Eu sai (eu) Ninguém irá sem EU. (errado)
Nós saímos (nós) Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado)
Convidaram-me (me) Ninguém irá sem MIM. (certo)
Convidaram-nos (nós) Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo)
2ª pessoa: com quem se fala, o receptor.
Tu saíste (tu) Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e
Vós saístes (vós) TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam
Convidaram-te (te) como sujeito de um verbo no infinitivo.
Convidaram-vos (vós) Deram o livro para EU ler (ler: sujeito)
3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente. Deram o livro para TU leres (leres: sujeito)
Ele saiu (ele)
Eles sairam (eles) Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é obri-
Convidei-o (o) gatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de
Convidei-os (os) sujeito.
5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados
Os pronomes pessoais são os seguintes: somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em
que os referidos pronomes não sejam reflexivos:
NÚMERO PESSOA CASO RETO CASO OBLÍQUO Querida, gosto muito de SI. (errado)
singular 1ª eu me, mim, comigo Preciso muito falar CONSIGO. (errado)
2ª tu te, ti, contigo Querida, gosto muito de você. (certo)
3ª ele, ela se, si, consigo, o, a, lhe Preciso muito falar com você. (certo)
plural 1ª nós nós, conosco
2ª vós vós, convosco Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os
3ª eles, elas se, si, consigo, os, as, lhes
pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos:
Ele feriu-se
PRONOMES DE TRATAMENTO Cada um faça por si mesmo a redação
Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tra- O professor trouxe as provas consigo
tamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância
deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a 6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados
você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso. normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais
pronomes devem ser substituídos pela forma analítica:
Veja, a seguir, alguns desses pronomes: Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois
PRONOME ABREV. EMPREGO Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios.
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
Vossa Eminência V .Ema cardeais 7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As com-
Vossa Excelência V.Exa altas autoridades em geral Vossa
binações possíveis são as seguintes:
Magnificência V. Mag a reitores de universidades
Vossa Reverendíssima V. Revma sacerdotes em geral me+o=mo me + os = mos
Vossa Santidade V.S. papas te+o=to te + os = tos
Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados lhe+o=lho lhe + os = lhos
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores nos + o = no-lo nos + os = no-los
vos + o = vo-lo vos + os = vo-los
São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vo- lhes + o = lho lhes + os = lhos
cês.
A combinação também é possível com os pronomes oblíquos femininos
EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS a, as.
me+a=ma me + as = mas
1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS,
te+a=ta te + as = tas
ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito.
- Você pagou o livro ao livreiro?
Considera-se errado seu emprego como complemento:
- Sim, paguei-LHO.
Convidaram ELE para a festa (errado)
Receberam NÓS com atenção (errado)
Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que
EU cheguei atrasado (certo)
representa o livreiro) com O (que representa o livro).
ELE compareceu à festa (certo)
2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os
8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como
pronomes retos:
complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas
Convidei ELE (errado)
LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transitivos
Chamaram NÓS (errado)
indiretos:
Convidei-o. (certo)
O menino convidou-a. (V.T.D )
Chamaram-NOS. (certo)
O filho obedece-lhe. (V.T. l )
3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposi-
ção, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se cor-
Consideram-se erradas construções em que o pronome O (e flexões)
reto seu emprego como complemento:
aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as
Informaram a ELE os reais motivos.
construções em que o nome LHE (LHES) aparece como complemento de
Emprestaram a NÓS os livros.
verbos transitivos diretos:
Eles gostam muito de NÓS.
Eu lhe vi ontem. (errado)
4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se
Nunca o obedeci. (errado)
errado seu emprego como complemento:
Eu o vi ontem. (certo)
Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado)
Nunca lhe obedeci. (certo)
Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo)

Língua Portuguesa 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
5. Com o gerúndio, não precedido da preposição EM:
9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar E saltou, chamando-me pelo nome, conversou comigo.
como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar, 6. Com o verbo que inicia a coordenada assindética.
sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo será sujeito desse in- A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma pequena moeda de meio
finitivo: franco.
Deixei-o sair.
Vi-o chegar. Próclise
Sofia deixou-se estar à janela. Na linguagem culta, a próclise é recomendada:
1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos,
É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desenvol- interrogativos e conjunções.
vendo as orações reduzidas de infinitivo: As crianças que me serviram durante anos eram bichos.
Deixei-o sair = Deixei que ele saísse. Tudo me parecia que ia ser comida de avião.
10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos: Quem lhe ensinou esses modos?
A mim, ninguém me engana. Quem os ouvia, não os amou.
A ti tocou-te a máquina mercante. Que lhes importa a eles a recompensa?
Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez.
Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonas- 2. Nas orações optativas (que exprimem desejo):
mo vicioso e sim ênfase. Papai do céu o abençoe.
A terra lhes seja leve.
11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessivo, 3. Com o gerúndio precedido da preposição EM:
exercendo função sintática de adjunto adnominal: Em se animando, começa a contagiar-nos.
Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro. Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse.
Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos. 4. Com advérbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja
pausa entre eles.
12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para representar Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova.
uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de mo- Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra.
déstia:
Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchentes. Mesóclise
Vós sois minha salvação, meu Deus! Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente
e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes verbos não estejam
13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando precedidos de palavras que reclamem a próclise.
nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quando Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris.
falamos dessa pessoa: Dir-se-ia vir do oco da terra.
Ao encontrar o governador, perguntou-lhe:
Vossa Excelência já aprovou os projetos? Mas:
Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração. Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris.
Jamais se diria vir do oco da terra.
14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE, Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível:
VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª Lembrarei-me (!?)
pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como Diria-se (!?)
pronomes de terceira pessoa:
Você trouxe seus documentos?
O Pronome Átono nas Locuções Verbais
Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas.
1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir proclítico ou
enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal.
COLOCAÇÃO DE PRONOMES Podemos contar-lhe o ocorrido.
Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A, Podemos-lhe contar o ocorrido.
NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições: Não lhes podemos contar o ocorrido.
1. Antes do verbo - próclise O menino foi-se descontraindo.
Eu te observo há dias. O menino foi descontraindo-se.
2. Depois do verbo - ênclise O menino não se foi descontraindo.
Observo-te há dias. 2. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir enclítico ou proclítico
3. No interior do verbo - mesóclise ao auxiliar, mas nunca enclítico ao particípio.
Observar-te-ei sempre. "Outro mérito do positivismo em relação a mim foi ter-me levado a Des-
cartes ."
Ênclise Tenho-me levantado cedo.
Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é a Não me tenho levantado cedo.
ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento
direto ou indireto. O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o
O pai esperava-o na estação agitada. auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na linguagem culta.
Expliquei-lhe o motivo das férias. Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o da
colocação do pronome no início da oração, o que se deve evitar na lingua-
Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a gem escrita.
ênclise é a colocação recomendada nos seguintes casos:
1. Quando o verbo iniciar a oração:
Voltei-me em seguida para o céu límpido.
PRONOMES POSSESSIVOS
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribu-
2. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida de pausa:
indo-lhes a posse de alguma coisa.
Como eu achasse muito breve, explicou-se.
3. Com o imperativo afirmativo:
Quando digo, por exemplo, “meu livro”, a palavra “meu” informa que o
Companheiros, escutai-me.
livro pertence a 1ª pessoa (eu)
4. Com o infinitivo impessoal:
A menina não entendera que engorda-las seria apressar-lhes um
Eis as formas dos pronomes possessivos:
destino na mesa.

Língua Portuguesa 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS. Tudo se fez por este país..
2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS. c) Para indicar o momento em que falamos:
3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS. Neste instante estou tranquilo.
1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS. Deste minuto em diante vou modificar-me.
2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS. d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas próximo do
3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS. momento em que falamos:
Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile.
Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se à 3ª pessoa Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem.
(seu pai = o pai dele), como à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de Um dia destes estive em Porto Alegre.
você). e) Para indicar que o período de tempo é mais ou menos extenso e no
qual se inclui o momento em que falamos:
Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambigui- Nesta semana não choveu.
dade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s). Neste mês a inflação foi maior.
Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele. Este ano será bom para nós.
A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles. Este século terminará breve.
Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio. f) Para indicar aquilo de que estamos tratando:
Este assunto já foi discutido ontem.
Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos pro- Tudo isto que estou dizendo já é velho.
nomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância. g) Para indicar aquilo que vamos mencionar:
Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as Só posso lhe dizer isto: nada somos.
suas mãos). Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos.
Não me respeitava a adolescência. 2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se:
A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face. a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª pessoa (aquela com
O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos. quem se fala):
Esse documento que tens na mão é teu?
Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir: Isso que carregas pesa 5 kg.
1. Cálculo aproximado, estimativa: b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a abrange fisicamente:
Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos Esse teu coração me traiu.
2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma história Essa alma traz inúmeros pecados.
O nosso homem não se deu por vencido. Quantos vivem nesse pais?
Chama-se Falcão o meu homem c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou aquilo de que dese-
3. O mesmo que os indefinidos certo, algum jamos distância:
Eu cá tenho minhas dúvidas O povo já não confia nesses políticos.
Cornélio teve suas horas amargas Não quero mais pensar nisso.
4. Afetividade, cortesia d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela 2ª pessoa:
Como vai, meu menino? Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde.
Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo O que você quer dizer com isso?
e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do momento em que
No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de paren- falamos:
tes de família. Um dia desses estive em Porto Alegre.
É assim que um moço deve zelar o nome dos seus? Comi naquele restaurante dia desses.
Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensida- f) Para indicar aquilo que já mencionamos:
de. Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio.
Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não está muito distan-
não sabia o que dizer. te.
3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se:
PRONOMES DEMONSTRATIVOS a) Para indicar o que está longe das duas primeiras pessoas e refere-se á
3ª.
São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da
Aquele documento que lá está é teu?
coisa designada em relação à pessoa gramatical.
Aquilo que eles carregam pesa 5 kg.
b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante.
Quando digo “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra perto
Naquele instante estava preocupado.
de mim a pessoa que fala. Por outro lado, “esse livro” indica que o livro está
Daquele instante em diante modifiquei-me.
longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; “aquele livro” indica que o
Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele ano, aquele
livro está longe de ambas as pessoas.
século, para exprimir que o tempo já decorreu.
4. Quando se faz referência a duas pessoas ou coisas já mencionadas,
Os pronomes demonstrativos são estes: usa-se este (ou variações) para a última pessoa ou coisa e aquele (ou
ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa variações) para a primeira:
ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se encontrava nervoso
AQUELE (e variações), próprio (e variações) e aquela tranquila.
MESMO (e variações), próprio (e variações) 5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposição DE,
SEMELHANTE (e variação), tal (e variação) pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural:
Você teria coragem de proferir um palavrão desses, Rose?
Emprego dos Demonstrativos Com um frio destes não se pode sair de casa.
1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se: Nunca vi uma coisa daquelas.
a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que 6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e número quando têm caráter
fala). reforçativo:
Este documento que tenho nas mãos não é meu. Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos.
Isto que carregamos pesa 5 kg. Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas camas.
b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente: 7. O (e variações) é pronome demonstrativo quando equivale a AQUILO,
Este coração não pode me trair. ISSO ou AQUELE (e variações).
Esta alma não traz pecados. Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro.

Língua Portuguesa 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mestres. modo vago, impreciso, indeterminado.
Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames. 1. São pronomes indefinidos substantivos: ALGO, ALGUÉM, FULANO,
A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela não ama os SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUÉM, OUTREM, QUEM, TUDO
homens superiores. Exemplos:
8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO, no mesmo instante: Algo o incomoda?
A menina ia cair, nisto, o pai a segurou Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve.
9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado na acepção DE ESTE, Não faças a outrem o que não queres que te façam.
ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO. Quem avisa amigo é.
Tal era a situação do país. Encontrei quem me pode ajudar.
Não disse tal. Ele gosta de quem o elogia.
Tal não pôde comparecer. 2. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO, CERTOS, CERTA
CERTAS.
Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitu- Cada povo tem seus costumes.
des tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha Certas pessoas exercem várias profissões.
QUE, formando a expressão que tal? (? que lhe parece?) em frases como Certo dia apareceu em casa um repórter famoso.
Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo DE QUAL
ou OUTRO TAL: PRONOMES INTERROGATIVOS
Suas manias eram tais quais as minhas. Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se de
A mãe era tal quais as filhas. modo impreciso à 3ª pessoa do discurso.
Os filhos são tais qual o pai. Exemplos:
Tal pai, tal filho. Que há?
É pronome substantivo em frases como: Que dia é hoje?
Não encontrarei tal (= tal coisa). Reagir contra quê?
Não creio em tal (= tal coisa) Por que motivo não veio?
Quem foi?
PRONOMES RELATIVOS Qual será?
Veja este exemplo: Quantos vêm?
Armando comprou a casa QUE lhe convinha. Quantas irmãs tens?

A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo


VERBO
casa é um pronome relativo.

PRONOMES RELATIVOS são palavras que representam nomes já re- CONCEITO


feridos, com os quais estão relacionados. Daí denominarem-se relativos. “As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações, situando-
A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente. as no tempo.
No exemplo dado, o antecedente é casa. Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a re-
Outros exemplos de pronomes relativos: ceita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e
Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos. gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro elas.
O lugar onde paramos era deserto. Assim fiz. Morreram.”
Traga tudo quanto lhe pertence. (Clarice Lispector)
Leve tantos ingressos quantos quiser.
Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso? Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir:
a) Estado:
Eis o quadro dos pronomes relativos: Não sou alegre nem sou triste.
Sou poeta.
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS b) Mudança de estado:
Meu avô foi buscar ouro.
Masculino Feminino
Mas o ouro virou terra.
o qual a qual quem
c) Fenômeno:
os quais as quais
Chove. O céu dorme.
cujo cujos cuja cujas que
quanto quanta quantas onde
VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de
quantos
estado e fenômeno, situando-se no tempo.
Observações:
1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem antecedente, FLEXÕES
vem sempre antecedido de preposição, e equivale a O QUAL. O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de fle-
O médico de quem falo é meu conterrâneo. xões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer em
2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem si diversas informações. A forma CANTÁVAMOS, por exemplo, indica:
sempre um substantivo sem artigo. • a ação de cantar.
Qual será o animal cujo nome a autora não quis revelar? • a pessoa gramatical que pratica essa ação (nós).
3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes relativos quando precedidos • o número gramatical (plural).
de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. • o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito).
Tenho tudo quanto quero. • o modo como é encarada a ação: um fato realmente acontecido no
Leve tantos quantos precisar. passado (indicativo).
Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou. • que o sujeito pratica a ação (voz ativa).
4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a
EM QUE. Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, tempo e voz.
1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural:
A casa onde (= em que) moro foi de meu avô.
O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular).
Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural).
PRONOMES INDEFINIDOS 2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais:
Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de 1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser

Língua Portuguesa 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) do singular - corresponde ao pronome pessoal EU. Ex.: Eu adormeço. cantei - cantarei – cantava - cantasse.
b) do plural - corresponde ao pronome pessoal NÓS. Ex.: Nós adorme- b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou
cemos. nas desinências: faço - fiz - farei - fizesse.
2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser c) defectivos - são aqueles que não apresentam conjugação completa,
a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces. como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fe-
b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VÓS. Ex.:Vós adormeceis. nômenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc.
3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser d) abundantes - são aqueles que possuem mais de uma forma com o
a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela mesmo valor. Geralmente, essa característica ocorre no particípio: ma-
adormece. tado - morto - enxugado - enxuto.
b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles e) anômalos - são aqueles que incluem mais de um radical em sua conju-
adormecem. gação.
3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante verbo ser: sou - fui
em relação ao fato que comunica. Há três modos em português. verbo ir: vou - ia
a) indicativo: a atitude do falante é de certeza diante do fato.
A cachorra Baleia corria na frente. QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO
b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida diante do fato.
1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou
Talvez a cachorra Baleia corra na frente .
explícito. Quase todos os verbos são pessoais.
c) imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um
O Nino apareceu na porta.
pedido
2. Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implíci-
Corra na frente, Baleia.
to ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais:
4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo,
a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar,
em relação ao momento em que se fala. Os três tempos básicos são:
etc.
a) presente: a ação ocorre no momento em que se fala:
Garoava na madrugada roxa.
Fecho os olhos, agito a cabeça.
b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer:
b) pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele
Houve um espetáculo ontem.
em que se fala:
Há alunos na sala.
Fechei os olhos, agitei a cabeça.
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos
c) futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala:
claros.
Fecharei os olhos, agitarei a cabeça.
c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico.
O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não ocorre com o
Fazia dois anos que eu estava casado.
presente.
Faz muito frio nesta região?
Veja o esquema dos tempos simples em português:
Presente (falo) O VERBO HAVER (empregado impessoalmente)
INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei) O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente na
Imperfeito (falava) 3ª pessoa do singular - quando significa:
Mais- que-perfeito (falara) 1) EXISTIR
Futuro do presente (falarei) Há pessoas que nos querem bem.
do pretérito (falaria) Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá.
Presente (fale) Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios.
SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse) Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores.
Futuro (falar) 2) ACONTECER, SUCEDER
Houve casos difíceis na minha profissão de médico.
Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que Não haja desavenças entre vós.
se dá o fato expresso. São as formas nominais, que completam o esquema Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos.
dos tempos simples. 3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo passado:
Infinitivo impessoal (falar) Há meses que não o vejo.
Pessoal (falar eu, falares tu, etc.) Haverá nove dias que ele nos visitou.
FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando) Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava.
Particípio (falado) O fato aconteceu há cerca de oito meses.
5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser: Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER concorda no
a) agente do fato expresso. pretérito imperfeito, e não no presente:
O carroceiro disse um palavrão. Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada.
(sujeito agente) Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos.
O verbo está na voz ativa. Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo.
b) paciente do fato expresso: Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o procurava.
Um palavrão foi dito pelo carroceiro. 4) REALIZAR-SE
(sujeito paciente) Houve festas e jogos.
O verbo está na voz passiva. Se não chovesse, teria havido outros espetáculos.
c) agente e paciente do fato expresso: Todas as noites havia ensaios das escolas de samba.
O carroceiro machucou-se. 5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e
(sujeito agente e paciente) seguido de infinitivo):
O verbo está na voz reflexiva. Em pontos de ciência não há transigir.
6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de Não há contê-lo, então, no ímpeto.
rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está no radical. Não havia descrer na sinceridade de ambos.
Falo - Estudam. Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas.
Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo acento tônico está E não houve convencê-lo do contrário.
fora do radical. Não havia por que ficar ali a recriminar-se.
Falamos - Estudarei.
7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em: Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locução adverbial de
a) regulares - são aqueles que possuem as desinências normais de sua há muito (= desde muito tempo, há muito tempo):
conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: canto - De há muito que esta árvore não dá frutos.

Língua Portuguesa 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
De há muito não o vejo. Usa-se a forma composta para indicar uma ação que se prolonga até o
momento presente.
O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com Tenho estudado todas as noites.
ele formam locução, os quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª d) Pretérito mais-que-perfeito
pessoa do singular: Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ação passada em
Vai haver eleições em outubro. relação a outro fato passado (ou seja, é o passado do passado):
Começou a haver reclamações. A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a alcançou.
Não pode haver umas sem as outras. e) Futuro do Presente
Parecia haver mais curiosos do que interessados. Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato
Mas haveria outros defeitos, devia haver outros. futuro em relação ao momento em que se fala.
Irei à escola.
A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. Pode ser f) Futuro do Pretérito
construída de três modos: Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo para assinalar:
Hajam vista os livros desse autor. - um fato futuro, em relação a outro fato passado.
Haja vista os livros desse autor. - Eu jogaria se não tivesse chovido.
Haja vista aos livros desse autor. - um fato futuro, mas duvidoso, incerto.
- Seria realmente agradável ter de sair?
CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretérito indica polidez e às
vezes, ironia.
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o
- Daria para fazer silêncio?!
sentido da frase.
Exemplo:
Modo Subjuntivo
Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa)
a) Presente
A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva)
Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar:
- um fato presente, mas duvidoso, incerto.
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa
Talvez eles estudem... não sei.
passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva, conser-
- um desejo, uma vontade:
vando o mesmo tempo.
Que eles estudem, este é o desejo dos pais e dos professores.
b) Pretérito Imperfeito
Outros exemplos:
Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar uma
Os calores intensos provocam as chuvas.
hipótese, uma condição.
As chuvas são provocadas pelos calores intensos.
Se eu estudasse, a história seria outra.
Eu o acompanharei.
Nós combinamos que se chovesse não haveria jogo.
Ele será acompanhado por mim.
e) Pretérito Perfeito
Todos te louvariam.
Emprega-se o pretérito perfeito composto do subjuntivo para apontar
Serias louvado por todos.
um fato passado, mas incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as
Prejudicaram-me.
características do modo subjuntivo).
Fui prejudicado.
Que tenha estudado bastante é o que espero.
Condenar-te-iam.
d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito
Serias condenado.
do subjuntivo para indicar um fato passado em relação a outro fato
passado, sempre de acordo com as regras típicas do modo subjuntivo:
EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS
Se não tivéssemos saído da sala, teríamos terminado a prova tranqui-
a) Presente
lamente.
Emprega-se o presente do indicativo para assinalar:
e) Futuro
- um fato que ocorre no momento em que se fala.
Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro já conclu-
Eles estudam silenciosamente.
ído em relação a outro fato futuro.
Eles estão estudando silenciosamente.
Quando eu voltar, saberei o que fazer.
- uma ação habitual.
Corra todas as manhãs.
- uma verdade universal (ou tida como tal): VERBOS IRREGULARES
O homem é mortal.
A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa. DAR
Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão
- fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do pretérito para dar
Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram
maior realce à narrativa. Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram
Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das Leis". Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem
É o chamado presente histórico ou narrativo. Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem
- fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos: Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem
Amanhã vou à escola.
Qualquer dia eu te telefono. MOBILIAR
b) Pretérito Imperfeito Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobiliam
Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobiliem
Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para designar:
Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, mobiliai, mobiliem
- um fato passado contínuo, habitual, permanente:
Ele andava à toa. AGUAR
Nós vendíamos sempre fiado. Presente do indicativo águo, águas, água, aguamos, aguais, águam
- um fato passado, mas de incerta localização no tempo. É o que ocorre Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram
por exemplo, no inicio das fábulas, lendas, histórias infantis. Presente do subjuntivo águe, agues, ague, aguemos, agueis, águem
Era uma vez...
- um fato presente em relação a outro fato passado. MAGOAR
Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, magoamos, magoais, magoam
Eu lia quando ele chegou.
Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes, magoa-
c) Pretérito Perfeito ram
Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para referir um fato já Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos, magoeis, magoem
ocorrido, concluído. Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, caçoar, voar e perdoar
Estudei a noite inteira.

Língua Portuguesa 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
APIEDAR-SE Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram
Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, apiada-se, apiedamo-nos, apiedais- Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram
vos, apiadam-se Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, fareis, farão
Presente do subjuntivo apiade-me, apiades-te, apiade-se, apiedemo-nos, apiedei- Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam
vos, apiedem-se Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, façam
Nas formas rizotônicas, o E do radical é substituído por A Presente do subjuntivo faça, faças, faça, façamos, façais, façam
Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis,
MOSCAR fizessem
Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, moscais, muscam Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem
Presente do subjuntivo musque, musques, musque, mosquemos, mosqueis, mus- Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer
quem
Nas formas rizotônicas, o O do radical é substituído por U PERDER
Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem
RESFOLEGAR Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais. percam
Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais, Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam
resfolgam
Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis, PODER
resfolguem Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, podem
Nas formas rizotônicas, o E do radical desaparece Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam
Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam
NOMEAR Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis,
Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam puderam
Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, nomeáveis, Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais, possam
nomeavam Pretérito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis,
Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, nomea- pudessem
ram Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem
Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem
Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem Gerúndio podendo
Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear Particípio podido
O verbo PODER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no
COPIAR imperativo negativo
Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam
Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram PROVER
Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiáramos, copiá- Presente do indicativo provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem
reis, copiaram Pretérito imperfeito provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam
Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem Pretérito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram
Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provêramos, provê-
reis, proveram
ODIAR Futuro do presente proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis, proverão
Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis, prove-
Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odiávamos, odiáveis, odiavam riam
Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram Imperativo provê, proveja, provejamos, provede, provejam
Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiáreis, Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais. provejam
odiaram Pretérito imperfeito provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis,
Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem provessem
Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem
Gerúndio provendo
CABER Particípio provido
Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem
Pretérito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam QUERER
Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubéramos, Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis, querem
coubéreis, couberam Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram
Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quisé-
Imperfeito do subjuntivo coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis, reis, quiseram
coubessem Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram
Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos quisésseis,
O verbo CABER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no quisessem
imperativo negativo Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem

CRER REQUERER
Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis. requerem
Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste,
Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam requereram
Conjugam-se como crer, ler e descrer Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requereramos,
requerereis, requereram
DIZER Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, requerereis,
Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem requererão
Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos, requere-
Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis, ríeis, requereriam
disseram Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram
Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais,
Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam requeiram
Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos,
Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis, requerêsseis, requeressem,
dissesse Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes,
Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem requerem
Particípio dito Gerúndio requerendo
Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer Particípio requerido
O verbo REQUERER não se conjuga como querer.
FAZER
Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem REAVER

Língua Portuguesa 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Presente do indicativo reavemos, reaveis COBRIR
Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouve- Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem
ram Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram
Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reouvéreis, Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram
reouveram Particípio coberto
Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvéssemos, reou- Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir
vésseis, reouvessem
Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes, FALIR
reouverem Presente do indicativo falimos, falis
O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas só nas formas em que esse apresen- Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam
ta a letra v Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, faliram
Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram
SABER Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão
Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam
Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam Presente do subjuntivo não há
Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubéramos, Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem
soubéreis, souberam Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam Imperativo afirmativo fali (vós)
Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis, Imperativo negativo não há
soubessem Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem Gerúndio falindo
Particípio falido
VALER
Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem FERIR
Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem
Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam
Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados.
TRAZER
Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem MENTIR
Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem
Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam
Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos, Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam
trouxéreis, trouxeram Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir.
Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão
Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam FUGIR
Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem
Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam
Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis, Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam
trouxessem
Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxe- IR
rem Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão
Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam
Gerúndio trazendo Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram
Particípio trazido Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram
Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão
VER Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam
Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão
Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não vão
Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão
Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem
Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem
Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem
Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem Gerúndio indo
Particípio visto Particípio ido

ABOLIR OUVIR
Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem
Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam
Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis, Particípio ouvido
aboliram
Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão PEDIR
Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboliriam Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem
Presente do subjuntivo não há Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram
Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis, Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam
abolissem Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam
Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir
Imperativo afirmativo abole, aboli
Imperativo negativo não há POLIR
Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem
Infinitivo impessoal abolir Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam
Gerúndio abolindo Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam
Particípio abolido
O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical há E ou I. REMIR
Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem
AGREDIR Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam
Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem
Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam RIR
Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substituído por I. Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam
Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram

Língua Portuguesa 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram
Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão Palavras Denotativas
Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, te-
Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam
rão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão,
Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam
Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem situação, designação, realce, retificação, afetividade, etc.
Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem 1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc.
Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem 2) DE INCLUSÃO - também, até, mesmo, inclusive, etc.
Gerúndio rindo 3) DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal, etc.
Particípio rido 4) DE DESIGNAÇÃO - eis.
Conjuga-se como rir: sorrir 5) DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc.
6) DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas, etc.
VIR
Você lá sabe o que está dizendo, homem...
Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm
Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham Mas que olhos lindos!
Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram Veja só que maravilha!
Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram
Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão NUMERAL
Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam
Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham
Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham Numeral é a palavra que indica quantidade, ordem, múltiplo ou fração.
Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem
Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem
O numeral classifica-se em:
Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
Gerúndio vindo - cardinal - quando indica quantidade.
Particípio vindo - ordinal - quando indica ordem.
Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir - multiplicativo - quando indica multiplicação.
- fracionário - quando indica fracionamento.
SUMIR
Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem Exemplos:
Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam Silvia comprou dois livros.
Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam
Antônio marcou o primeiro gol.
Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir
Na semana seguinte, o anel custará o dobro do preço.
O galinheiro ocupava um quarto da quintal.
ADVÉRBIO

Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio ad-


vérbio, exprimindo uma circunstância. QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS
Os advérbios dividem-se em:
1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures, Algarismos Numerais
nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avan- Roma- Arábi- Cardinais Ordinais Multiplica- Fracionários
te, através, defronte, aonde, etc. nos cos tivos
2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre, I 1 um primeiro simples -
nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve, II 2 dois segundo duplo meio
brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc. dobro
3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior, III 3 três terceiro tríplice terço
melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc. IV 4 quatro quarto quádruplo quarto
4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante, dema- V 5 cinco quinto quíntuplo quinto
siado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem, VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto
mal, quase, apenas, etc. VII 7 sete sétimo sétuplo sétimo
5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc. VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo
6) NEGAÇÃO: não. IX 9 nove nono nônuplo nono
7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto, X 10 dez décimo décuplo décimo
provavelmente, etc. XI 11 onze décimo onze avos
primeiro
Há Muitas Locuções Adverbiais XII 12 doze décimo doze avos
1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entra- segundo
da, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc. XIII 13 treze décimo treze avos
2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noite, terceiro
às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de
XIV 14 quatorze décimo quatorze
repente, de vez em quando, de longe em longe, etc.
quarto avos
3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de bom
XV 15 quinze décimo quinze avos
grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em ge-
quinto
ral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos vis-
XVI 16 dezesseis décimo dezesseis
tos, de propósito, de súbito, por um triz, etc.
sexto avos
4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máqui-
na, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc. XVII 17 dezessete décimo dezessete
5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc. sétimo avos
6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma, XVIII 18 dezoito décimo dezoito avos
etc. oitavo
7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc. XIX 19 dezenove décimo nono dezenove
avos
Advérbios Interrogativos XX 20 vinte vigésimo vinte avos
Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como? XXX 30 trinta trigésimo trinta avos

Língua Portuguesa 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
XL 40 quarenta quadragé- quarenta
simo avos Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso,
L 50 cinquenta quinquagé- cinquenta geral.
simo avos Viajei com um médico. (Um médico não referido, desconhecido, inde-
LX 60 sessenta sexagésimo sessenta terminado).
avos
LXX 70 setenta septuagési- setenta avos lsoladamente, os artigos são palavras de todo vazias de sentido.
mo
LXXX 80 oitenta octogésimo oitenta avos CONJUNÇÃO
XC 90 noventa nonagésimo noventa
avos
Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações.
C 100 cem centésimo centésimo
CC 200 duzentos ducentésimo ducentésimo
Coniunções Coordenativas
CCC 300 trezentos trecentésimo trecentésimo 1) ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, etc.
CD 400 quatrocen- quadringen- quadringen- 2) ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo, todavia, entretanto,
tos tésimo tésimo senão, no entanto, etc.
D 500 quinhen- quingenté- quingenté- 3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... já, quer, quer,
tos simo simo etc.
DC 600 seiscentos sexcentési- sexcentési- 4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por
mo mo consequência.
DCC 700 setecen- septingenté- septingenté- 5) EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, que, porque,
tos simo simo pois, etc.
DCCC 800 oitocentos octingenté- octingenté-
simo simo Conjunções Subordinativas
CM 900 novecen- nongentési- nongentési- 1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc.
tos mo mo 2) CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, pois, porquanto, etc.
M 1000 mil milésimo milésimo 3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc.
4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc.
Emprego do Numeral 5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que,
Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos, etc. etc.
empregam-se de 1 a 10 os ordinais. 6) INTEGRANTES: que, se, etc.
João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro) 7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc.
Luis X (décimo) ano I (primeiro) 8) CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que, tamanho... que, de sorte que, de
Pio lX (nono) século lV (quarto) forma que, de modo que, etc.
9) PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, quanto... tanto mais,
De 11 em diante, empregam-se os cardinais: etc.
Leão Xlll (treze) ano Xl (onze) 10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc.
Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis)
Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte) VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS CONJUNÇÕES
Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal.
XX Salão do Automóvel (vigésimo) Examinemos estes exemplos:
VI Festival da Canção (sexto) 1º) Tristeza e alegria não moram juntas.
lV Bienal do Livro (quarta) 2º) Os livros ensinam e divertem.
XVI capítulo da telenovela (décimo sexto) 3º) Saímos de casa quando amanhecia.

Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: é
emprego do ordinal. uma conjunção.
Hoje é primeiro de setembro
Não é aconselhável iniciar período com algarismos No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligando
16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia orações: são também conjunções.

A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordi- Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da
nais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois mesma oração.
(= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse
caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e um, No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa
página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever também: a da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a
folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o conjunção E é coordenativa.
numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas.
No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à
outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção
ARTIGO QUANDO é subordinativa.

Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná- As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas.
los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número.
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
Dividem-se em As conjunções coordenativas podem ser:
• definidos: O, A, OS, AS 1) Aditivas, que dão ideia de adição, acrescentamento: e, nem, mas
• indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS. também, mas ainda, senão também, como também, bem como.
Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular. O agricultor colheu o trigo e o vendeu.
Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, determinado). Não aprovo nem permitirei essas coisas.

Língua Portuguesa 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Os livros não só instruem mas também divertem. menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que
As abelhas não apenas produzem mel e cera mas ainda polinizam (= embora não).
as flores. Célia vestia-se bem, embora fosse pobre.
2) Adversativas, que exprimem oposição, contraste, ressalva, com- A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer.
pensação: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao Beba, nem que seja um pouco.
passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, ape- Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo.
sar disso, em todo caso. Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse.
Querem ter dinheiro, mas não trabalham. Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas
Ela não era bonita, contudo cativava pela simpatia. afirmações.
Não vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce. Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite.
A culpa não a atribuo a vós, senão a ele. 4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que
O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula. (= se não), a não ser que, a menos que, dado que.
O exército do rei parecia invencível, não obstante, foi derrotado. Ficaremos sentidos, se você não vier.
Você já sabe bastante, porém deve estudar mais. Comprarei o quadro, desde que não seja caro.
Eu sou pobre, ao passo que ele é rico. Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo.
Hoje não atendo, em todo caso, entre. "Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos
3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternância ou, ou ... ou, que os mosquitos se opusessem."
ora ... ora, já ... já, quer ... quer, etc. (Ferreira de Castro)
Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos. 5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas não
Ou você estuda ou arruma um emprego. são como (ou conforme) dizem.
Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo. "Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar."
Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando. (Machado de Assis)
"Já chora, já se ri, já se enfurece." 6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto,
(Luís de Camões) tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de
4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por con- forma que, de maneira que, sem que, que (não).
seguinte, pois (posposto ao verbo), por isso. Minha mão tremia tanto que mal podia escrever.
As árvores balançam, logo está ventando. Falou com uma calma que todos ficaram atônitos.
Você é o proprietário do carro, portanto é o responsável. Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) não saí.
O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te. Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam.
5) Explicativas, que precedem uma explicação, um motivo: que, por- Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar.
que, porquanto, pois (anteposto ao verbo). 7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que).
Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem Afastou-se depressa para que não o víssemos.
causar incêndios. Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse.
Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas. Fiz-lhe sinal que se calasse.
8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto
Observação: A conjunção A pode apresentar-se com sentido adversa- mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tan-
tivo: to mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto.
Sofrem duras privações a [= mas] não se queixam. À medida que se vive, mais se aprende.
"Quis dizer mais alguma coisa a não pôde." À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve.
(Jorge Amado) Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo.
Os soldados respondiam, à medida que eram chamados.
Conjunções subordinativas
As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma à Observação:
outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações que São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida
traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição ou que e na medida em que. A forma correta é à medida que:
hipótese, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo). "À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem."
Abrangem as seguintes classes: (Maria José de Queirós)
1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já
que, uma vez que, desde que. 9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre
O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa: que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que,
efeito). etc.
Como estivesse de luto, não nos recebeu. Venha quando você quiser.
Desde que é impossível, não insistirei. Não fale enquanto come.
2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (tão Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra.
ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto) Desde que o mundo existe, sempre houve guerras.
quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia.
(= como). "Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Caval-
Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento. cânti)
O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa. 10) Integrantes: que, se.
"Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias." Sabemos que a vida é breve.
(Paulo Mendes Campos) Veja se falta alguma coisa.
"Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa."
(Antônio Olavo Pereira) Observação:
"E pia tal a qual a caça procurada." Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o
(Amadeu de Queirós) chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB,
"Por que ficou me olhando assim feito boba?" porém, não consigna esta espécie de conjunção.
(Carlos Drummond de Andrade)
Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas. Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem que,
Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero. por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que, etc.
Os governantes realizam menos do que prometem.
3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, por-
quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por tanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contex-

Língua Portuguesa 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
to. Assim, a conjunção que pode ser:
1) Aditiva (= e): LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de palavras que têm o mesmo
Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai. valor de uma interjeição.
A nós que não a eles, compete fazê-lo. Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te partam!
2) Explicativa (= pois, porque): Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim!
Apressemo-nos, que chove.
3) Integrante: SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
Diga-lhe que não irei.
4) Consecutiva:
FRASE
Tanto se esforçou que conseguiu vencer.
Frase é um conjunto de palavras que têm sentido completo.
Não vão a uma festa que não voltem cansados.
O tempo está nublado.
Onde estavas, que não te vi?
Socorro!
5) Comparativa (= do que, como):
Que calor!
A luz é mais veloz que o som.
Ficou vermelho que nem brasa.
6) Concessiva (= embora, ainda que): ORAÇÃO
Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo. Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal.
Beba, um pouco que seja. A fanfarra desfilou na avenida.
7) Temporal (= depois que, logo que): As festas juninas estão chegando.
Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel.
8) Final (= pare que): PERÍODO
Vendo-me à janela, fez sinal que descesse. Período é a frase estruturada em oração ou orações.
9) Causal (= porque, visto que): O período pode ser:
"Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (Vivaldo • simples - aquele constituído por uma só oração (oração absoluta).
Coaraci) Fui à livraria ontem.
A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase: • composto - quando constituído por mais de uma oração.
1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a comida, sem que ele pe- Fui à livraria ontem e comprei um livro.
disse. (sem que = embora não)
2) Condicional: Ninguém será bom cientista, sem que estude muito. TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
(sem que = se não,caso não) São dois os termos essenciais da oração:
3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que voltem cansados.
(sem que = que não) SUJEITO
4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de modo que não) Sujeito é o ser ou termo sobre o qual se diz alguma coisa.
Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. Os bandeirantes capturavam os índios. (sujeito = bandeirantes)

PREPOSIÇÃO O sujeito pode ser :


- simples: quando tem um só núcleo
As rosas têm espinhos. (sujeito: as rosas;
Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois ter-
núcleo: rosas)
mos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o
- composto: quando tem mais de um núcleo
segundo, um subordinado ou consequente.
O burro e o cavalo saíram em disparada.
(suj: o burro e o cavalo; núcleo burro, cavalo)
Exemplos:
- oculto: ou elíptico ou implícito na desinência verbal
Chegaram a Porto Alegre.
Chegaste com certo atraso. (suj.: oculto: tu)
Discorda de você.
- indeterminado: quando não se indica o agente da ação verbal
Fui até a esquina.
Come-se bem naquele restaurante.
Casa de Paulo.
- Inexistente: quando a oração não tem sujeito
Choveu ontem.
Preposições Essenciais e Acidentais
Há plantas venenosas.
As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA,
DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE e
PREDICADO
ATRÁS.
Predicado é o termo da oração que declara alguma coisa do sujeito.
O predicado classifica-se em:
Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a ou-
1. Nominal: é aquele que se constitui de verbo de ligação mais predicativo
tras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: afora,
do sujeito.
conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo,
Nosso colega está doente.
segundo, senão, tirante, visto, etc.
Principais verbos de ligação: SER, ESTAR, PARECER,
PERMANECER, etc.
INTERJEIÇÃO Predicativo do sujeito é o termo que ajuda o verbo de ligação a
comunicar estado ou qualidade do sujeito.
Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem Nosso colega está doente.
ser: A moça permaneceu sentada.
- alegria: ahl oh! oba! eh! 2. Predicado verbal é aquele que se constitui de verbo intransitivo ou
- animação: coragem! avante! eia! transitivo.
- admiração: puxa! ih! oh! nossa! O avião sobrevoou a praia.
- aplauso: bravo! viva! bis! Verbo intransitivo é aquele que não necessita de complemento.
- desejo: tomara! oxalá! O sabiá voou alto.
- dor: aí! ui! Verbo transitivo é aquele que necessita de complemento.
- silêncio: psiu! silêncio! • Transitivo direto: é o verbo que necessita de complemento sem auxílio
- suspensão: alto! basta! de proposição.
Minha equipe venceu a partida.

Língua Portuguesa 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• Transitivo indireto: é o verbo que necessita de complemento com 3. APOSTO
auxílio de preposição. Aposto é uma palavra ou expressão que explica ou esclarece,
Ele precisa de um esparadrapo. desenvolve ou resume outro termo da oração.
• Transitivo direto e indireto (bitransitivo) é o verbo que necessita ao Dr. João, cirurgião-dentista,
mesmo tempo de complemento sem auxílio de preposição e de Rapaz impulsivo, Mário não se conteve.
complemento com auxilio de preposição. O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
Damos uma simples colaboração a vocês. 4. VOCATIVO
3. Predicado verbo nominal: é aquele que se constitui de verbo Vocativo é o termo (nome, título, apelido) usado para chamar ou
intransitivo mais predicativo do sujeito ou de verbo transitivo mais interpelar alguém ou alguma coisa.
predicativo do sujeito. Tem compaixão de nós, ó Cristo.
Os rapazes voltaram vitoriosos. Professor, o sinal tocou.
• Predicativo do sujeito: é o termo que, no predicado verbo-nominal, Rapazes, a prova é na próxima semana.
ajuda o verbo intransitivo a comunicar estado ou qualidade do sujeito.
Ele morreu rico.
PERÍODO COMPOSTO - PERÍODO SIMPLES
• Predicativo do objeto é o termo que, que no predicado verbo-nominal,
ajuda o verbo transitivo a comunicar estado ou qualidade do objeto
No período simples há apenas uma oração, a qual se diz absoluta.
direto ou indireto.
Fui ao cinema.
Elegemos o nosso candidato vereador.
O pássaro voou.
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
Chama-se termos integrantes da oração os que completam a PERÍODO COMPOSTO
significação transitiva dos verbos e dos nomes. São indispensáveis à No período composto há mais de uma oração.
compreensão do enunciado. (Não sabem) (que nos calores do verão a terra dorme) (e os homens
folgam.)
1. OBJETO DIRETO
Objeto direto é o termo da oração que completa o sentido do verbo Período composto por coordenação
transitivo direto. Ex.: Mamãe comprou PEIXE. Apresenta orações independentes.
(Fui à cidade), (comprei alguns remédios) (e voltei cedo.)
2. OBJETO INDIRETO
Objeto indireto é o termo da oração que completa o sentido do verbo Período composto por subordinação
transitivo indireto. Apresenta orações dependentes.
As crianças precisam de CARINHO. (É bom) (que você estude.)

3. COMPLEMENTO NOMINAL Período composto por coordenação e subordinação


Complemento nominal é o termo da oração que completa o sentido de Apresenta tanto orações dependentes como independentes. Este
um nome com auxílio de preposição. Esse nome pode ser representado por período é também conhecido como misto.
um substantivo, por um adjetivo ou por um advérbio. (Ele disse) (que viria logo,) (mas não pôde.)
Toda criança tem amor aos pais. - AMOR (substantivo)
O menino estava cheio de vontade. - CHEIO (adjetivo) ORAÇÃO COORDENADA
Nós agíamos favoravelmente às discussões. - FAVORAVELMENTE Oração coordenada é aquela que é independente.
(advérbio).
As orações coordenadas podem ser:
4. AGENTE DA PASSIVA - Sindética:
Agente da passiva é o termo da oração que pratica a ação do verbo na Aquela que é independente e é introduzida por uma conjunção
voz passiva. coordenativa.
A mãe é amada PELO FILHO. Viajo amanhã, mas volto logo.
O cantor foi aplaudido PELA MULTIDÃO. - Assindética:
Os melhores alunos foram premiados PELA DIREÇÃO. Aquela que é independente e aparece separada por uma vírgula ou
ponto e vírgula.
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO Chegou, olhou, partiu.
TERMOS ACESSÓRIOS são os que desempenham na oração uma A oração coordenada sindética pode ser:
função secundária, limitando o sentido dos substantivos ou exprimindo
alguma circunstância. 1. ADITIVA:
Expressa adição, sequência de pensamento. (e, nem = e não), mas,
São termos acessórios da oração: também:
1. ADJUNTO ADNOMINAL Ele falava E EU FICAVA OUVINDO.
Adjunto adnominal é o termo que caracteriza ou determina os Meus atiradores nem fumam NEM BEBEM.
substantivos. Pode ser expresso: A doença vem a cavalo E VOLTA A PÉ.
• pelos adjetivos: água fresca,
• pelos artigos: o mundo, as ruas 2. ADVERSATIVA:
• pelos pronomes adjetivos: nosso tio, muitas coisas Ligam orações, dando-lhes uma ideia de compensação ou de contraste
• pelos numerais : três garotos; sexto ano (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto, etc).
• pelas locuções adjetivas: casa do rei; homem sem escrúpulos A espada vence MAS NÃO CONVENCE.
O tambor faz um grande barulho, MAS É VAZIO POR DENTRO.
2. ADJUNTO ADVERBIAL Apressou-se, CONTUDO NÃO CHEGOU A TEMPO.
Adjunto adverbial é o termo que exprime uma circunstância (de tempo,
lugar, modo etc.), modificando o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. 3. ALTERNATIVAS:
Cheguei cedo. Ligam palavras ou orações de sentido separado, uma excluindo a outra
José reside em São Paulo. (ou, ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, etc).
Mudou o natal OU MUDEI EU?
“OU SE CALÇA A LUVA e não se põe o anel,
Língua Portuguesa 61 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
OU SE PÕE O ANEL e não se calça a luva!” Só lhe peço isto: HONRE O NOSSO NOME.
(C. Meireles)
7) AGENTE DA PASSIVA
4. CONCLUSIVAS: O quadro foi comprado POR QUEM O FEZ = (PELO SEU AUTOR)
Ligam uma oração a outra que exprime conclusão (LOGO, POIS, A obra foi apreciada POR QUANTOS A VIRAM.
PORTANTO, POR CONSEGUINTE, POR ISTO, ASSIM, DE MODO QUE,
etc). ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
Ele está mal de notas; LOGO, SERÁ REPROVADO.
Oração subordinada adjetiva é aquela que tem o valor e a função de
Vives mentindo; LOGO, NÃO MERECES FÉ.
um adjetivo.
Há dois tipos de orações subordinadas adjetivas:
5. EXPLICATIVAS:
Ligam a uma oração, geralmente com o verbo no imperativo, outro que 1) EXPLICATIVAS:
a explica, dando um motivo (pois, porque, portanto, que, etc.)
Explicam ou esclarecem, à maneira de aposto, o termo antecedente,
Alegra-te, POIS A QUI ESTOU. Não mintas, PORQUE É PIOR.
atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente ou acrescentando-lhe uma
Anda depressa, QUE A PROVA É ÀS 8 HORAS.
informação.
Deus, QUE É NOSSO PAI, nos salvará.
ORAÇÃO INTERCALADA OU INTERFERENTE Ele, QUE NASCEU RICO, acabou na miséria.
É aquela que vem entre os termos de uma outra oração.
O réu, DISSERAM OS JORNAIS, foi absolvido. 2) RESTRITIVAS:
Restringem ou limitam a significação do termo antecedente, sendo
A oração intercalada ou interferente aparece com os verbos: indispensáveis ao sentido da frase:
CONTINUAR, DIZER, EXCLAMAR, FALAR etc. Pedra QUE ROLA não cria limo.
As pessoas A QUE A GENTE SE DIRIGE sorriem.
ORAÇÃO PRINCIPAL Ele, QUE SEMPRE NOS INCENTIVOU, não está mais aqui.
Oração principal é a mais importante do período e não é introduzida
por um conectivo. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
ELES DISSERAM que voltarão logo. Oração subordinada adverbial é aquela que tem o valor e a função de
ELE AFIRMOU que não virá. um advérbio.
PEDI que tivessem calma. (= Pedi calma)
As orações subordinadas adverbiais classificam-se em:
ORAÇÃO SUBORDINADA 1) CAUSAIS: exprimem causa, motivo, razão:
Oração subordinada é a oração dependente que normalmente é Desprezam-me, POR ISSO QUE SOU POBRE.
introduzida por um conectivo subordinativo. Note que a oração principal O tambor soa PORQUE É OCO.
nem sempre é a primeira do período.
Quando ele voltar, eu saio de férias. 2) COMPARATIVAS: representam o segundo termo de uma
Oração principal: EU SAIO DE FÉRIAS comparação.
Oração subordinada: QUANDO ELE VOLTAR O som é menos veloz QUE A LUZ.
Parou perplexo COMO SE ESPERASSE UM GUIA.
ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA
Oração subordinada substantiva é aquela que tem o valor e a função 3) CONCESSIVAS: exprimem um fato que se concede, que se admite:
de um substantivo. POR MAIS QUE GRITASSE, não me ouviram.
Por terem as funções do substantivo, as orações subordinadas Os louvores, PEQUENOS QUE SEJAM, são ouvidos com agrado.
substantivas classificam-se em: CHOVESSE OU FIZESSE SOL, o Major não faltava.

1) SUBJETIVA (sujeito) 4) CONDICIONAIS: exprimem condição, hipótese:


SE O CONHECESSES, não o condenarias.
Convém que você estude mais.
Que diria o pai SE SOUBESSE DISSO?
Importa que saibas isso bem. .
É necessário que você colabore. (SUA COLABORAÇÃO) é necessária.
5) CONFORMATIVAS: exprimem acordo ou conformidade de um fato
com outro:
2) OBJETIVA DIRETA (objeto direto) Fiz tudo COMO ME DISSERAM.
Desejo QUE VENHAM TODOS. Vim hoje, CONFORME LHE PROMETI.
Pergunto QUEM ESTÁ AI.
6) CONSECUTIVAS: exprimem uma consequência, um resultado:
3) OBJETIVA INDIRETA (objeto indireto) A fumaça era tanta QUE EU MAL PODIA ABRIR OS OLHOS.
Aconselho-o A QUE TRABALHE MAIS. Bebia QUE ERA UMA LÁSTIMA!
Tudo dependerá DE QUE SEJAS CONSTANTE. Tenho medo disso QUE ME PÉLO!
Daremos o prêmio A QUEM O MERECER. 7) FINAIS: exprimem finalidade, objeto:
Fiz-lhe sinal QUE SE CALASSE.
4) COMPLETIVA NOMINAL Aproximei-me A FIM DE QUE ME OUVISSE MELHOR.
Complemento nominal.
Ser grato A QUEM TE ENSINA. 8) PROPORCIONAIS: denotam proporcionalidade:
Sou favorável A QUE O PRENDAM. À MEDIDA QUE SE VIVE, mais se aprende.
QUANTO MAIOR FOR A ALTURA, maior será o tombo.
5) PREDICATIVA (predicativo)
Seu receio era QUE CHOVESSE. = Seu receio era (A CHUVA) 9) TEMPORAIS: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na
Minha esperança era QUE ELE DESISTISSE. oração principal:
Não sou QUEM VOCÊ PENSA. ENQUANTO FOI RICO todos o procuravam.
QUANDO OS TIRANOS CAEM, os povos se levantam.
6) APOSITIVAS (servem de aposto)
10) MODAIS: exprimem modo, maneira:
Só desejo uma coisa: QUE VIVAM FELIZES = (A SUA FELICIDADE)

Língua Portuguesa 62 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Entrou na sala SEM QUE NOS CUMPRIMENTASSE. tivo a que se referem.
Aqui viverás em paz, SEM QUE NINGUÉM TE INCOMODE. Trouxe anexas as fotografias que você me pediu.
A expressão em anexo é invariável.
ORAÇÕES REDUZIDAS Trouxe em anexo estas fotos.
Oração reduzida é aquela que tem o verbo numa das formas nominais: 15) Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que substitu-
gerúndio, infinitivo e particípio. em advérbios em MENTE, permanecem invariáveis.
Vocês falaram alto demais.
Exemplos: O combustível custava barato.
• Penso ESTAR PREPARADO = Penso QUE ESTOU PREPARADO. Você leu confuso.
• Dizem TER ESTADO LÁ = Dizem QUE ESTIVERAM LÁ. Ela jura falso.
• FAZENDO ASSIM, conseguirás = SE FIZERES ASSIM,
conseguirás. 16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se adjetivos,
• É bom FICARMOS ATENTOS. = É bom QUE FIQUEMOS sofrem variação normalmente.
ATENTOS. Esses pneus custam caro.
• AO SABER DISSO, entristeceu-se = QUANDO SOUBE DISSO, Conversei bastante com eles.
entristeceu-se. Conversei com bastantes pessoas.
• É interesse ESTUDARES MAIS.= É interessante QUE ESTUDES Estas crianças moram longe.
MAIS. Conheci longes terras.
• SAINDO DAQUI, procure-me. = QUANDO SAIR DAQUI, procure-
me. CONCORDÂNCIA VERBAL

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL CASOS GERAIS

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL


Concordância é o processo sintático no qual uma palavra determinante 1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.
se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexões. O menino chegou. Os meninos chegaram.
2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular.
Principais Casos de Concordância Nominal O pessoal ainda não chegou.
1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em A turma não gostou disso.
gênero e número com o substantivo. Um bando de pássaros pousou na árvore.
As primeiras alunas da classe foram passear no zoológico. 3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em S, o verbo só irá ao
2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e número vão plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural.
normalmente para o plural. Os Estados Unidos são um grande país.
Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio. Os Lusíadas imortalizaram Camões.
3) O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número diferentes vai Os Alpes vivem cobertos de neve.
para o masculino plural. Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular.
Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios. Flores já não leva acento.
4) O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo mais O Amazonas deságua no Atlântico.
próximo: Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica.
Trouxe livros e revista especializada. 4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome
5) O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próxi- no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indiferen-
mo. temente.
Dedico esta música à querida tia e sobrinhos. A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios.
6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram).
sujeito. 5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o
Meus amigos estão atrapalhados. sujeito paciente.
7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predica- Vende-se um apartamento.
tivo no gênero da pessoa a quem se refere. Vendem-se alguns apartamentos.
Sua excelência, o Governador, foi compreensivo. 6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o
8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo verbo para a 3ª pessoa do singular.
vão para o singular ou para o plural. Precisa-se de funcionários.
Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros). 7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no
9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier singular e o verbo no singular ou no plural.
precedido de artigo e o segundo não vão para o plural. Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem)
Já estudei o primeiro e segundo livros. 8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural.
10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural. Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul.
Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro. 9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular.
11) As palavras: MESMO, PRÓPRIO e SÓ concordam com o nome a Mais de um jurado fez justiça à minha música.
que se referem. 10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando
Ela mesma veio até aqui. empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo
Eles chegaram sós. no singular.
Eles próprios escreveram. As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição.
12) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere. 11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o
Muito obrigado. (masculino singular) sujeito.
Muito obrigada. (feminino singular). Deu uma hora.
13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando é adjetivo e fica Deram três horas.
invariável quando é advérbio. Bateram cinco horas.
Quero meio quilo de café. Naquele relógio já soaram duas horas.
Minha mãe está meio exausta. 12) A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da
É meio-dia e meia. (hora) frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito.
14) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam com o substan- Ela é que faz as bolas.

Língua Portuguesa 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Eu é que escrevo os programas. - acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM
13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR
um pronome relativo. PARA = passagem
Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova.
Fui eu que fiz a lição A regência verbal trata dos complementos do verbo.
Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias construções possí-
veis.
• que: Fui eu que fiz a lição. ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA
• quem: Fui eu quem fez a lição. 1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto)
• o que: Fui eu o que fez a lição. • pretender (transitivo indireto)
No sítio, aspiro o ar puro da montanha.
14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na Nossa equipe aspira ao troféu de campeã.
terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a 2. OBEDECER - transitivo indireto
este sua impessoalidade. Devemos obedecer aos sinais de trânsito.
Chove a cântaros. Ventou muito ontem. 3. PAGAR - transitivo direto e indireto
Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões. Já paguei um jantar a você.
4. PERDOAR - transitivo direto e indireto.
Já perdoei aos meus inimigos as ofensas.
CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER 5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto
Prefiro Comunicação à Matemática.
1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos
pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e PA- 6. INFORMAR - transitivo direto e indireto.
RECER concordam com o predicativo. Informei-lhe o problema.
Tudo são esperanças.
Aquilo parecem ilusões. 7. ASSISTIR - morar, residir:
Aquilo é ilusão. Assisto em Porto Alegre.
• amparar, socorrer, objeto direto
2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER con- O médico assistiu o doente.
corda sempre com o nome ou pronome que vier depois. • PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto
Que são florestas equatoriais? Assistimos a um belo espetáculo.
Quem eram aqueles homens? • SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto
Assiste-lhe o direito.
3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará com
a expressão numérica. 8. ATENDER - dar atenção
São oito horas. Atendi ao pedido do aluno.
Hoje são 19 de setembro. • CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto
De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros. Atenderam o freguês com simpatia.

4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER 9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto
fica no singular. A moça queria um vestido novo.
Três batalhões é muito pouco. • GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto
Trinta milhões de dólares é muito dinheiro. O professor queria muito a seus alunos.

5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular. 10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto
Maria era as flores da casa. Todos visamos a um futuro melhor.
O homem é cinzas. • APONTAR, MIRAR - objeto direto
O artilheiro visou a meta quando fez o gol.
6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER • pör o sinal de visto - objeto direto
concorda com o predicativo. O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia.
Dançar e cantar é a sua atividade.
Estudar e trabalhar são as minhas atividades. 11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto
Devemos obedecer aos superiores.
7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER Desobedeceram às leis do trânsito.
concorda com o pronome.
A ciência, mestres, sois vós. 12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE
Em minha turma, o líder sou eu. • exigem na sua regência a preposição EM
O armazém está situado na Farrapos.
8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo, Ele estabeleceu-se na Avenida São João.
apenas um deles deve ser flexionado.
Os meninos parecem gostar dos brinquedos. 13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo.
Os meninos parece gostarem dos brinquedos. Essas tuas justificativas não procedem.
• no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL com a preposição DE.
Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani
• no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A.
Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramati-
O secretário procedeu à leitura da carta.
calmente do outro.
14. ESQUECER E LEMBRAR
A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e
• quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto:
adjetivos).
Esqueci o nome desta aluna.
Lembrei o recado, assim que o vi.
Exemplos:
• quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto:

Língua Portuguesa 64 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Esqueceram-se da reunião de hoje. poema fala da própria ação de se fazer um poema, por exemplo. Veja:
Lembrei-me da sua fisionomia.
“Pegue um jornal
15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa. Pegue a tesoura.
• perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos. Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
• pagar - Pago o 13° aos professores. Recorte o artigo.”
• dar - Daremos esmolas ao pobre.
• emprestar - Emprestei dinheiro ao colega. Este trecho da poesia, intitulada “Para fazer um poema dadaísta” utiliza o
• ensinar - Ensino a tabuada aos alunos. código (poema) para explicar o próprio ato de fazer um poema.
• agradecer - Agradeço as graças a Deus.
• pedir - Pedi um favor ao colega. Função fática: O objetivo dessa função é estabelecer uma relação com o
emissor, um contato para verificar se a mensagem está sendo transmitida
16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto: ou para dilatar a conversa.
O amor implica renúncia. Quando estamos em um diálogo, por exemplo, e dizemos ao nosso recep-
• no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposição tor “Está entendendo?”, estamos utilizando este tipo de função ou quando
COM: atendemos o celular e dizemos “Oi” ou “Alô”.
O professor implicava com os alunos
• no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a preposi- Função poética: O objetivo do emissor é expressar seus sentimentos
ção EM: através de textos que podem ser enfatizados por meio das formas das
Implicou-se na briga e saiu ferido palavras, da sonoridade, do ritmo, além de elaborar novas possibilidades de
combinações dos signos linguísticos. É presente em textos literários, publi-
17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição A: citários e em letras de música.
Ele foi a São Paulo para resolver negócios.
quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA: Por exemplo: negócio/ego/ócio/cio/0
Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso.
Na poesia acima “Epitáfio para um banqueiro”, José de Paulo Paes faz uma
18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa combinação de palavras que passa a ideia do dia a dia de um banqueiro,
como sujeito: de acordo com o poeta.
O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª Por Sabrina Vilarinho
pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente di-
ficuldade, será objeto indireto.
Custou-me confiar nele novamente. EMPREGO DO QUE E DO SE
Custar-te-á aceitá-la como nora.

Funções da Linguagem A palavra que em português pode ser:


Função referencial ou denotativa: transmite uma informação objetiva,
expõe dados da realidade de modo objetivo, não faz comentários, nem Interjeição: exprime espanto, admiração, surpresa.
avaliação. Geralmente, o texto apresenta-se na terceira pessoa do singular
ou plural, pois transmite impessoalidade. A linguagem é denotativa, ou seja, Nesse caso, será acentuada e seguida de ponto de exclamação. Usa-se
não há possibilidades de outra interpretação além da que está exposta. também a variação o quê! A palavra que não exerce função sintática
Em alguns textos é mais predominante essa função, como: científicos, quando funciona como interjeição.
jornalísticos, técnicos, didáticos ou em correspondências comerciais.
Quê! Você ainda não está pronto?
Por exemplo: “Bancos terão novas regras para acesso de deficientes”. O O quê! Quem sumiu?
Popular, 16 out. 2008.
Substantivo: equivale a alguma coisa.
Função emotiva ou expressiva: o objetivo do emissor é transmitir suas
emoções e anseios. A realidade é transmitida sob o ponto de vista do
emissor, a mensagem é subjetiva e centrada no emitente e, portanto, Nesse caso, virá sempre antecedida de artigo ou outro determinante, e
apresenta-se na primeira pessoa. A pontuação (ponto de exclamação, receberá acento por ser monossílabo tônico terminado em e. Como subs-
interrogação e reticências) é uma característica da função emotiva, pois tantivo, designa também a 16ª letra de nosso alfabeto. Quando a palavra
transmite a subjetividade da mensagem e reforça a entonação emotiva. que for substantivo, exercerá as funções sintáticas próprias dessa classe
Essa função é comum em poemas ou narrativas de teor dramático ou de palavra (sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, etc.)
romântico.
Ele tem certo quê misterioso. (substantivo na função de núcleo do objeto
Por exemplo: “Porém meus olhos não perguntam nada./ O homem atrás do direto)
bigode é sério, simples e forte./Quase não conversa./Tem poucos, raros
amigos/o homem atrás dos óculos e do bigode.” (Poema de sete faces, Preposição: liga dois verbos de uma locução verbal em que o auxiliar é o
Carlos Drummond de Andrade) verbo ter.
Equivale a de. Quando é preposição, a palavra que não exerce função
Função conativa ou apelativa: O objetivo é de influenciar, convencer o sintática.
receptor de alguma coisa por meio de uma ordem (uso de vocativos),
sugestão, convite ou apelo (daí o nome da função). Os verbos costumam Tenho que sair agora.
estar no imperativo (Compre! Faça!) ou conjugados na 2ª ou 3ª pessoa Ele tem que dar o dinheiro hoje.
(Você não pode perder! Ele vai melhorar seu desempenho!). Esse tipo de
função é muito comum em textos publicitários, em discursos políticos ou de Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase, sem prejuízo
autoridade. algum para o sentido.

Por exemplo: Não perca a chance de ir ao cinema pagando menos! Nesse caso, a palavra que não exerce função sintática; como o próprio
nome indica, é usada apenas para dar realce. Como partícula expletiva,
Função metalinguística: Essa função refere-se à metalinguagem, que é aparece também na expressão é que.
quando o emissor explica um código usando o próprio código. Quando um

Língua Portuguesa 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Quase que não consigo chegar a tempo. as orações que estão na voz passiva sintética. É também chamada de
Elas é que conseguiram chegar. pronome apassivador. Nesse caso, não exerce função sintática, seu papel
é apenas apassivar o verbo.
Advérbio: modifica um adjetivo ou um advérbio. Equivale a quão. Quando
funciona como advérbio, a palavra que exerce a função sintática de adjunto Vendem-se casas.
adverbial; no caso, de intensidade. Aluga-se carro.
Compram-se joias.
Que lindas flores!
Que barato! Índice de indeterminação do sujeito: vem ligando a um verbo que não é
transitivo direto, tornando o sujeito indeterminado. Não exerce propriamente
Pronome: como pronome, a palavra que pode ser: uma função sintática, seu papel é o de indeterminar o sujeito. Lembre-se de
que, nesse caso, o verbo deverá estar na terceira pessoa do singular.
• pronome relativo: retoma um termo da oração antecedente, projetando-o
na oração consequente. Equivale a o qual e flexões. Trabalha-se de dia.
Não encontramos as pessoas que saíram. Precisa-se de vendedores.

• pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar como pronome substanti- Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome pessoal, ela deverá
vo ou pronome adjetivo. estar sempre na mesma pessoa do sujeito da oração de que faz parte. Por
isso o pronome oblíquo se sempre será reflexivo (equivalendo a a si mes-
mo), podendo assumir as seguintes funções sintáticas:
• pronome substantivo: equivale a que coisa. Quando for pronome substan-
tivo, a palavra que exercerá as funções próprias do substantivo (sujeito, * objeto direto
objeto direto, objeto indireto, etc.) Ele cortou-se com o facão.
Que aconteceu com você?

• pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse caso, exerce a função * objeto indireto
sintática de adjunto adnominal. Ele se atribui muito valor.

Que vida é essa? * sujeito de um infinitivo


“Sofia deixou-se estar à janela.”
Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse caso, não exerce
função sintática. Como conjunção, a palavra que pode relacionar tanto Por Marina Cabral
orações coordenadas quanto subordinadas, daí classificar-se como conjun-
ção coordenativa ou conjunção subordinativa. Quando funciona como
conjunção coordenativa ou subordinativa, a palavra que recebe o nome da
oração que introduz. Por exemplo: CONFRONTO E RECONHECIMENTO DE FRASES
CORRETAS E INCORRETAS
Venha logo, que é tarde. (conjunção coordenativa explicativa)
Falou tanto que ficou rouco. (conjunção subordinativa consecutiva) O reconhecimento de frases corretas e incorretas abrange praticamente
toda a gramática.
Quando inicia uma oração subordinada substantiva, a palavra que recebe o Os principais tópicos que podem aparecer numa frase correta ou incorreta
nome de conjunção subordinativa integrante. são:
- ortografia
Desejo que você venha logo. - acentuação gráfica
- concordância
- regência
A palavra se - plural e singular de substantivos e adjetivos
- verbos
A palavra se, em português, pode ser: - etc.

Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse caso, não exerce Daremos a seguir alguns exemplos:
função sintática. Como conjunção, a palavra se pode ser:
Encontre o termo em destaque que está erradamente empregado:
A) Senão chover, irei às compras.
* conjunção subordinativa integrante: inicia uma oração subordinada subs-
B) Olharam-se de alto a baixo.
tantiva.
C) Saiu a fim de divertir-se
Perguntei se ele estava feliz.
D) Não suportava o dia-a-dia no convento.
E) Quando está cansado, briga à toa.
* conjunção subordinativa condicional: inicia uma oração adverbial condi- Alternativa A
cional (equivale a caso).
Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas. Ache a palavra com erro de grafia:
A) cabeleireiro ; manteigueira
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase sem prejuízo B) caranguejo ; beneficência
algum para o sentido. Nesse caso, a palavra se não exerce função sintáti- C) prazeirosamente ; adivinhar
ca. Como o próprio nome indica, é usada apenas para dar realce. D) perturbar ; concupiscência
Passavam-se os dias e nada acontecia. E) berinjela ; meritíssimo
Alternativa C
Parte integrante do verbo: faz parte integrante dos verbos pronominais.
Nesse caso, o se não exerce função sintática. Identifique o termo que está inadequadamente empregado:
Ele arrependeu-se do que fez. A) O juiz infligiu-lhe dura punição.
B) Assustou-se ao receber o mandato de prisão.
Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede objeto direto, caracteriza C) Rui Barbosa foi escritor preeminente de nossas letras.

Língua Portuguesa 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
D) Com ela, pude fruir os melhores momentos de minha vida. depois do verbo da oração principal as orações subordinadas substantivas:
E) A polícia pegou o ladrão em flagrante. é claro que ele se arrependeu.
Alternativa B
Predicativo anteposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes ca-
O acento grave, indicador de crase, está empregado CORRETAMENTE sos: (1) nas orações interrogativas (Que espécie de homem é ele?); (2) nas
em: exclamativas (Que bonito é esse lugar!).
A) Encaminhamos os pareceres à Vossa Senhoria e não tivemos respos- Colocação do adjetivo como adjunto adnominal. A posposição do ad-
ta. junto adnominal ao substantivo é a sequência que predomina no enunciado
B) A nossa reação foi deixá-los admirar à belíssima paisagem. lógico (livro bom, problema fácil), mas não é rara a inversão dessa ordem:
C) Rapidamente, encaminhamos o produto à firma especializada. (Uma simples advertência [anteposição do adjetivo simples, no sentido de
D) Todos estávamos dispostos à aceitar o seu convite. mero]. O menor descuido porá tudo a perder [anteposição dos superlativos
Alternativa C relativos: o melhor, o pior, o maior, o menor]). A anteposição do adjetivo,
em alguns casos, empresta-lhe sentido figurado: meu rico filho, um grande
Assinale a alternativa cuja concordância nominal não está de acordo com o homem, um pobre rapaz).
padrão culto:
A) Anexa à carta vão os documentos. Colocação dos pronomes átonos. O pronome átono pode vir antes do
B) Anexos à carta vão os documentos. verbo (próclise, pronome proclítico: Não o vejo), depois do verbo (ênclise,
C) Anexo à carta vai o documento. pronome enclítico: Vejo-o) ou no meio do verbo, o que só ocorre com
D) Em anexo, vão os documentos. formas do futuro do presente (Vê-lo-ei) ou do futuro do pretérito (Vê-lo-ia).
Alternativa A Verifica-se próclise, normalmente nos seguintes casos: (1) depois de
palavras negativas (Ninguém me preveniu), de pronomes interrogativos
Identifique a única frase onde o verbo está conjugado corretamente: (Quem me chamou?), de pronomes relativos (O livro que me deram...), de
A) Os professores revêm as provas. advérbios interrogativos (Quando me procurarás); (2) em orações optativas
B) Quando puder, vem à minha casa. (Deus lhe pague!); (3) com verbos no subjuntivo (Espero que te comportes);
C) Não digas nada e voltes para sua sala. (4) com gerúndio regido de em (Em se aproximando...); (5) com infinitivo
D) Se pretendeis destruir a cidade, atacais à noite. regido da preposição a, sendo o pronome uma das formas lo, la, los, las
E) Ela se precaveu do perigo. (Fiquei a observá-la); (6) com verbo antecedido de advérbio, sem pausa
Alternativa E (Logo nos entendemos), do numeral ambos (Ambos o acompanharam) ou
de pronomes indefinidos (Todos a estimam).
Encontre a alternativa onde não há erro no emprego do pronome:
A) A criança é tal quais os pais. Ocorre a ênclise, normalmente, nos seguintes casos: (1) quando o ver-
B) Esta tarefa é para mim fazer até domingo. bo inicia a oração (Contaram-me que...), (2) depois de pausa (Sim, conta-
C) O diretor conversou com nós. ram-me que...), (3) com locuções verbais cujo verbo principal esteja no
D) Vou consigo ao teatro hoje à noite. infinitivo (Não quis incomodar-se).
E) Nada de sério houve entre você e eu.
Estando o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito, a me-
Alternativa A
sóclise é de regra, no início da frase (Chama-lo-ei. Chama-lo-ia). Se o
verbo estiver antecedido de palavra com força atrativa sobre o pronome,
Que frase apresenta uso inadequado do pronome demonstrativo?
haverá próclise (Não o chamarei. Não o chamaria). Nesses casos, a língua
A) Esta aliança não sai do meu dedo.
moderna rejeita a ênclise e evita a mesóclise, por ser muito formal.
B) Foi preso em 1964 e só saiu neste ano.
C) Casaram-se Tânia e José; essa contente, este apreensivo. Pronomes com o verbo no particípio. Com o particípio desacompanha-
D) Romário foi o maior artilheiro daquele jogo. do de auxiliar não se verificará nem próclise nem ênclise: usa-se a forma
E) Vencer depende destes fatores: rapidez e segurança. oblíqua do pronome, com preposição. (O emprego oferecido a mim...).
Alternativa C Havendo verbo auxiliar, o pronome virá proclítico ou enclítico a este. (Por
que o têm perseguido? A criança tinha-se aproximado.)
COLOCAÇÃO PRONOMINAL Pronomes átonos com o verbo no gerúndio. O pronome átono costuma
vir enclítico ao gerúndio (João, afastando-se um pouco, observou...). Nas
Palavras fora do lugar podem prejudicar e até impedir a compreensão locuções verbais, virá enclítico ao auxiliar (João foi-se afastando), salvo
de uma ideia. Cada palavra deve ser posta na posição funcionalmente quando este estiver antecedido de expressão que, de regra, exerça força
correta em relação às outras, assim como convém dispor com clareza as atrativa sobre o pronome (palavras negativas, pronomes relativos, conjun-
orações no período e os períodos no discurso. ções etc.) Exemplo: À medida que se foram afastando.
Sintaxe de colocação é o capítulo da gramática em que se cuida da or- Colocação dos possessivos. Os pronomes adjetivos possessivos pre-
dem ou disposição das palavras na construção das frases. Os termos da cedem os substantivos por eles determinados (Chegou a minha vez), salvo
oração, em português, geralmente são colocados na ordem direta (sujeito + quando vêm sem artigo definido (Guardei boas lembranças suas); quando
verbo + objeto direto + objeto indireto, ou sujeito + verbo + predicativo). As há ênfase (Não, amigos meus!); quando determinam substantivo já deter-
inversões dessa ordem ou são de natureza estilística (realce do termo cuja minado por artigo indefinido (Receba um abraço meu), por um numeral
posição natural se altera: Corajoso é ele! Medonho foi o espetáculo), ou de (Recebeu três cartas minhas), por um demonstrativo (Receba esta lem-
pura natureza gramatical, sem intenção especial de realce, obedecendo-se, brança minha) ou por um indefinido (Aceite alguns conselhos meus).
apenas a hábitos da língua que se fizeram tradicionais.
Colocação dos demonstrativos. Os demonstrativos, quando pronomes
Sujeito posposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes casos: adjetivos, precedem normalmente o substantivo (Compreendo esses pro-
(1) nas orações intercaladas (Sim, disse ele, voltarei); (2) nas interrogativas, blemas). A posposição do demonstrativo é obrigatória em algumas formas
não sendo o sujeito pronome interrogativo (Que espera você?); (3) nas em que se procura especificar melhor o que se disse anteriormente: "Ouvi
reduzidas de infinitivo, de gerúndio ou de particípio (Por ser ele quem é... tuas razões, razões essas que não chegaram a convencer-me."
Sendo ele quem é... Resolvido o caso...); (4) nas imperativas (Faze tu o
que for possível); (5) nas optativas (Suceda a paz à guerra! Guie-o a mão Colocação dos advérbios. Os advérbios que modificam um adjetivo, um
da Providência!); (6) nas que têm o verbo na passiva pronominal (Elimina- particípio isolado ou outro advérbio vêm, em regra, antepostos a essas
ram-se de vez as esperanças); (7) nas que começam por adjunto adverbial palavras (mais azedo, mal conservado; muito perto). Quando modificam o
(No profundo do céu luzia uma estrela), predicativo (Esta é a vontade de verbo, os advérbios de modo costumam vir pospostos a este (Cantou
Deus) ou objeto (Aos conselhos sucederam as ameaças); (8) nas construí- admiravelmente. Discursou bem. Falou claro.). Anteposto ao verbo, o
das com verbos intransitivos (Desponta o dia). Colocam-se normalmente adjunto adverbial fica naturalmente em realce: "Lá longe a gaivota voava
rente ao mar."

Língua Portuguesa 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Figuras de sintaxe. No tocante à colocação dos termos na frase, salien- Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória.
tem-se as seguintes figuras de sintaxe: (1) hipérbato -- intercalação de um
termo entre dois outros que se relacionam: "O das águas gigante caudalo- - Não (palavra atrativa) me convidarão para a festa.
so" (= O gigante caudaloso das águas); (2) anástrofe -- inversão da ordem ÊNCLISE
normal de termos sintaticamente relacionados: "Do mar lançou-se na gela-
da areia" (= Lançou-se na gelada areia do mar); (3) prolepse -- transposi- Ênclise de verbo no futuro e particípio está sempre errada.
ção, para a oração principal, de termo da oração subordinada: "A nossa - Tornarei-me……. (errada)
Corte, não digo que possa competir com Paris ou Londres..." (= Não digo - Tinha entregado-nos……….(errada)
que a nossa Corte possa competir com Paris ou Londres...); (4) sínquise --
alteração excessiva da ordem natural das palavras, que dificulta a compre- Ênclise de verbo no infinitivo está sempre certa.
ensão do sentido: "No tempo que do reino a rédea leve, João, filho de
- Entregar-lhe (correta)
Pedro, moderava" (= No tempo [em] que João, filho de Pedro, moderava a
- Não posso recebê-lo. (correta)
rédea leve do reino). ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Outros casos:
Colocação Pronominal (próclise, mesóclise, ênclise) - Com o verbo no início da frase: Entregaram-me as camisas.
- Com o verbo no imperativo afirmativo: Alunos, comportem-se.
Por Cristiana Gomes - Com o verbo no gerúndio: Saiu deixando-nos por instantes.
É o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, - Com o verbo no infinitivo impessoal: Convém contar-lhe tudo.
lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relação ao verbo. OBS: se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra atrativa,
Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições: antes do verbo (próclise), ocorrerá a próclise:
no meio do verbo (mesóclise) e depois do verbo (ênclise). - Em se tratando de cinema, prefiro o suspense.
Esses pronomes se unem aos verbos porque são “fracos” na pronúncia. - Saiu do escritório, não nos revelando os motivos.

PRÓCLISE COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS

Usamos a próclise nos seguintes casos: Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerúndio
ou particípio.
(1) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada,
ninguém, nem, de modo algum. AUX + PARTICÍPIO: o pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se
houver palavra atrativa, o pronome deverá ficar antes do verbo auxiliar.
- Nada me perturba.
- Ninguém se mexeu. - Havia-lhe contado a verdade.
- De modo algum me afastarei daqui. - Não (palavra atrativa) lhe havia contado a verdade.
- Ela nem se importou com meus problemas. AUX + GERÚNDIO OU INFINITIVO: se não houver palavra atrativa, o
(2) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme, pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou do verbo principal.
embora, logo, que. Infinitivo
- Quando se trata de comida, ele é um “expert”. - Quero-lhe dizer o que aconteceu.
- É necessário que a deixe na escola. - Quero dizer-lhe o que aconteceu.
- Fazia a lista de convidados, conforme me lembrava dos amigos sinceros. Gerúndio
(3) Advérbios - Ia-lhe dizendo o que aconteceu.
- Ia dizendo-lhe o que aconteceu.
- Aqui se tem paz.
- Sempre me dediquei aos estudos. Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar
- Talvez o veja na escola. ou depois do verbo principal.

OBS: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de Infinitivo


atrair o pronome. - Não lhe quero dizer o que aconteceu.
- Não quero dizer-lhe o que aconteceu.
- Aqui, trabalha-se.
(4) Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos. Gerúndio
- Alguém me ligou? (indefinido) - Não lhe ia dizendo a verdade.
- A pessoa que me ligou era minha amiga. (relativo) - Não ia dizendo-lhe a verdade.
- Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo)
(5) Em frases interrogativas.
- Quanto me cobrará pela tradução? Figuras de Linguagem
(6) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo).
- Deus o abençoe! Figuras sonoras
- Macacos me mordam!
- Deus te abençoe, meu filho! Aliteração
(7) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM.
- Em se plantando tudo dá. repetição de sons consonantais (consoantes).
- Em se tratando de beleza, ele é campeão. Cruz e Souza é o melhor exemplo deste recurso. Uma das características
(8) Com formas verbais proparoxítonas marcantes do Simbolismo, assim como a sinestesia.
- Nós o censurávamos.
Ex: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vozes
MESÓCLISE veladas / Vagam nos velhos vórtices velozes / Dos ventos, vivas, vãs,
vulcanizadas." (fragmento de Violões que choram. Cruz e Souza)
Usada quando o verbo estiver no futuro do presente (vai acontecer – ama-
rei, amarás, …) ou no futuro do pretérito (ia acontecer mas não aconteceu – Assonância
amaria, amarias, …)
repetição dos mesmos sons vocálicos.
- Convidar-me-ão para a festa.
- Convidar-me-iam para a festa.

Língua Portuguesa 68 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ex: (A, O) - "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do Assíndeto
litoral." (Caetano Veloso)
(E, O) - "O que o vago e incóngnito desejo de ser eu mesmo de meu ser me ausência de conectivos de ligação, assim atribui maior rapidez ao texto.
deu." (Fernando Pessoa) Ocorre muito nas or. coordenadas.

Paranomásia Ex: "Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios."

o emprego de palavras parônimas (sons parecidos). Polissíndeto

Ex: "Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias" (Padre repetição de conectivos na ligação entre elementos da frase ou do período.
Antonio Vieira) Ex: O menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita, e maltrata. "E sob as
Onomatopeia ondas ritmadas / e sob as nuvens e os ventos / e sob as pontes e sob o
sarcasmo / e sob a gosma e o vômito (...)" (Carlos Drummond de Andrade)
criação de uma palavra para imitar um som
Anacoluto
Ex: A língua do nhem "Havia uma velhinha / Que andava aborrecida / Pois
dava a sua vida / Para falar com alguém. / E estava sempre em casa / A termo solto na frase, quebrando a estruturação lógica. Normalmente, inicia-
boa velhinha, / Resmungando sozinha: / Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..." se uma determinada construção sintática e depois se opta por outra.
(Cecília Meireles) Eu, parece-me que vou desmaiar. / Minha vida, tudo não passa de alguns
anos sem importância (sujeito sem predicado) / Quem ama o feio, bonito
Linguagem figurada lhe parece (alteraram-se as relações entre termos da oração)
Elipse Anáfora
omissão de um termo ou expressão facilmente subentendida. Casos mais repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.
comuns:
Ex: "Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta / Olha a gota que falta
a) pronome sujeito, gerando sujeito oculto ou implícito: iremos depois, / Pro desfecho que falta / Por favor." (Chico Buarque)
compraríeis a casa?
b) substantivo - a catedral, no lugar de a igreja catedral; Maracanã, no ligar Obs.: repetição em final de versos ou frases é epístrofe; repetição no início
de o estádio Maracanã e no fim será símploce. Classificações propostas por Rocha Lima.
c) preposição - estar bêbado, a camisa rota, as calças rasgadas, no lugar
Silepse
de: estar bêbado, com a camisa rota, com as calças rasgadas.
d) conjunção - espero você me entenda, no lugar de: espero que você me é a concordância com a ideia, e não com a palavra escrita. Existem três
entenda. tipos:
e) verbo - queria mais ao filho que à filha, no lugar de: queria mais o filho
que queria à filha. Em especial o verbo dizer em diálogos - E o rapaz: - Não a) de gênero (masc x fem): São Paulo continua poluída (= a cidade de São
sei de nada !, em vez de E o rapaz disse: Paulo). V. Sª é lisonjeiro
b) de número (sing x pl): Os Sertões contra a Guerra de Canudos (= o livro
Zeugma de Euclides da Cunha). O casal não veio, estavam ocupados.
c) de pessoa: Os brasileiros somos otimistas (3ª pess - os brasileiros, mas
omissão (elipse) de um termo que já apareceu antes. Se for verbo, pode
quem fala ou escreve também participa do processo verbal)
necessitar adaptações de número e pessoa verbais. Utilizada, sobretudo,
nas or. comparativas. Ex: Alguns estudam, outros não, por: alguns estu- Antecipação
dam, outros não estudam. / "O meu pai era paulista / Meu avô, pernambu-
cano / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano." (Chico Buarque) - antecipação de termo ou expressão, como recurso enfático. Pode gerar
omissão de era anacoluto.
Ex.: Joana creio que veio aqui hoje.
Hipérbato O tempo parece que vai piorar
Obs.: Celso Cunha denomina-a prolepse.
alteração ou inversão da ordem direta dos termos na oração, ou das ora-
ções no período. São determinadas por ênfase e podem até gerar anacolu- Figuras de palavras ou tropos
tos.
(Para Bechara alterações semânticas)
Ex: Morreu o presidente, por: O presidente morreu.
Metáfora
Obs1.: Bechara denomina esta figura antecipação.
Obs2.: Se a inversão for violenta, comprometendo o sentido drasticamente, emprego de palavras fora do seu sentido normal, por analogia. É um tipo de
Rocha Lima e Celso Cunha denominam-na sínquise comparação implícita, sem termo comparativo.
Obs3.: RL considera anástrofe um tipo de hipérbato Ex: A Amazônia é o pulmão do mundo. Encontrei a chave do problema. /
"Veja bem, nosso caso / É uma porta entreaberta." (Luís Gonzaga Junior)
Anástrofe Obs1.: Rocha Lima define como modalidades de metáfora: personificação
(animismo), hipérbole, símbolo e sinestesia. ? Personificação - atribuição de
anteposição, em expressões nominais, do termo regido de preposição ao
ações, qualidades e sentimentos humanos a seres inanimados. (A lua sorri
termo regente.
aos enamorados) ? Símbolo - nome de um ser ou coisa concreta assumin-
Ex: "Da morte o manto lutuoso vos cobre a todos.", por: O manto lutuoso da do valor convencional, abstrato. (balança = justiça, D. Quixote = idealismo,
morte vos cobre a todos. cão = fidelidade, além do simbolismo universal das cores)
Obs2.: esta figura foi muito utilizada pelos simbolistas
Obs.: para Rocha Lima é um tipo de hipérbato
Catacrese
Pleonasmo
uso impróprio de uma palavra ou expressão, por esquecimento ou na
repetição de um termo já expresso, com objetivo de enfatizar a ideia. ausência de termo específico.
Ex: Vi com meus próprios olhos. "E rir meu riso e derramar meu pranto / Ao Ex.: Espalhar dinheiro (espalhar = separar palha) / "Distrai-se um deles a
seu pesar ou seu contentamento." (Vinicius de Moraes), Ao pobre não lhe enterrar o dedo no tornozelo inchado." - O verbo enterrar era usado primiti-
devo (OI pleonástico) vamente para significar apenas colocar na terra.
Obs.: pleonasmo vicioso ou grosseiro - decorre da ignorância, perdendo o Obs1.: Modernamente, casos como pé de meia e boca de forno são consi-
caráter enfático (hemorragia de sangue, descer para baixo) derados metáforas viciadas. Perderam valor estilístico e se formaram
Língua Portuguesa 69 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
graças à semelhança de forma existente entre seres. Ex: "Nada fazes, nada tramas, nada pensas que eu não saiba, que eu não
Obs2.: Para Rocha Lima, é um tipo de metáfora veja, que eu não conheça perfeitamente."
Metonímia Prosopopeia, personificação, animismo
substituição de um nome por outro em virtude de haver entre eles associa- é a atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais e
ção de significado. inanimados.
Ex: Ler Jorge Amado (autor pela obra - livro) / Ir ao barbeiro (o possuidor Ex: "A lua, (...) Pedia a cada estrela fria / Um brilho de aluguel ..." (Jõao
pelo possuído, ou vice-versa - barbearia) / Bebi dois copos de leite (conti- Bosco / Aldir Blanc)
nente pelo conteúdo - leite) / Ser o Cristo da turma. (indivíduo pala classe -
culpado) / Completou dez primaveras (parte pelo todo - anos) / O brasileiro Obs.: Para Rocha Lima, é uma modalidade de metáfora.
é malandro (sing. pelo plural - brasileiros) / Brilham os cristais (matéria pela PREFIXOS E SUFIXOS MAIS COMUNS
obra - copos). (faculdades, funções, estados, doenças, etc)
Antonomásia, perífrase algos = dor nevralgia, mialgia
bios = vida biologia, biopsia
substituição de um nome de pessoa ou lugar por outro ou por uma expres- crásis = temperamento compleição, idiossincrasia
são que facilmente o identifique. Fusão entre nome e seu aposto. átron = articulação disartria, artralgia
afé = tato disafia, anafilaxia
Ex: O mestre = Jesus Cristo, A cidade luz = Paris, O rei das selvas = o leão,
bulé-vontade abúlico, abulia
Escritor Maldito = Lima Barreto
cáris = graça eucaristia, carisma
Obs.: Rocha Lima considera como uma variação da metonímia crátos = poder, força democracia, plutocracia
dipsa = sede dipsomania, dipsético
Sinestesia doxa = opinião, glória paradoxo, doxomania
interpenetração sensorial, fundindo-se dois sentidos ou mais (olfato, visão, edema = inchação edematoso, edemaciar
audição, gustação e tato). éstesis = sensação sensibilidade, estética, anestesia
éros, érotos = amor erótico, erotofobia
Ex.: "Mais claro e fino do que as finas pratas / O som da tua voz deliciava ... étos, éteos = costume tradição, ética, cacoete
/ Na dolência velada das sonatas / Como um perfume a tudo perfumava. / foné = voz áfono, fonógrafo
Era um som feito luz, eram volatas / Em lânguida espiral que iluminava / fobos = medo, horror,
Brancas sonoridades de cascatas ... / Tanta harmonia melancolizava." aversão fobia, acrofobia
(Cruz e Souza) frén, frenós = mente esquizofrenia, frenologia
Obs.: Para Rocha Lima, representa uma modalidade de metáfora genos = nascimento eugenia, genética
horama = visão panorama, cosmorama
Anadiplose hedoné = prazer hedonismo, hedonista
hipnos = sono hipnotismo, hipnose
é a repetição de palavra ou expressão de fim de um membro de frase no
icon = imagem iconoteca, iconoclasta
começo de outro membro de frase.
gnósis = conhecimento diagnóstico, agnóstico
Ex: "Todo pranto é um comentário. Um comentário que amargamente lalia = fala eulalia, dislalia
condena os motivos dados." logos = palavra, discurso logomaquia, logorréia
lépsis = convulsão epilepsia, catalepsia
Figuras de pensamento léxis, léxeos = dicção dislexia léxico
Antítese lete = esquecimento letargia, letargiar
mania = loucura megalomania, manicômio
aproximação de termos ou frases que se opõem pelo sentido. manteia (mancia) =
Ex: "Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios" adivinhação quiromancia, oniromancia
(Vinicius de Moraes) mísos - aversão, ódio misógino, misantropia
Obs.: Paradoxo - ideias contraditórias num só pensamento, proposição de mneme = menória amnésia, mnemônico
Rocha Lima ("dor que desatina sem doer" Camões) nárce = entorpecimento narcótico, narcotizar
Eufemismo nósos = doença nosocômio, nosofobia
consiste em "suavizar" alguma ideia desagradável óneiros (oniros) = sonho onírico, oniromancia
Ex: Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou), Você não foi feliz nos exa- oréxis = fome anorexia, cinorexia
mes. (foi reprovado) paidéia (pedia) = instrução, correção ortopedia, enciclopédia
Obs.: Rocha Lima propõe uma variação chamada litote - afirma-se algo pépsis = digestão dispepsia, péptico
pela negação do contrário. (Ele não vê, em lugar de Ele é cego; Não sou peretós = febre antipirético, piretoterapia
moço, em vez de Sou velho). Para Bechara, alteração semântica. plegé = paralisação paraplégico, hemiplegia
pneuma, pneumatos = respiração pneumática, pneumoplegia
Hipérbole pseudos = mentira
exagero de uma ideia com finalidade expressiva falsidade pseudônimo, pseudófobo
Ex: Estou morrendo de sede (com muita sede), Ela é louca pelos filhos psiqué = alma psicologia, psiquiatria
(gosta muito dos filhos) ragé = corrimento hemorragia, blenorragia
Obs.: Para Rocha Lima, é uma das modalidades de metáfora. spasmós = convulsão espasmo, espasmofilia
sfignós = pulsação esfigmômetro, esfigmógrafo
Ironia
terapéia(terapia) =
utilização de termo com sentido oposto ao original, obtendo-se, assim, valor tratamento, cura terapeuta, hidroterapia
irônico. timós = mente ciclotimia, lipotimia
Obs.: Rocha Lima designa como antífrase REDAÇÃO OFICIAL
Ex: O ministro foi sutil como uma jamanta.
Gradação MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
2a edição, revista e atualizada
apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descenden-
Brasília, 2002
te (anticlímax)

Língua Portuguesa 70 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
pl. = plural
Apresentação pref. = prefixo
Com a edição do Decreto no 100.000, em 11 de janeiro de 1991, o Pre- pres. = presente
sidente da República autorizou a criação de comissão para rever, atualizar, Res. = Resolução do Congresso Nacional
uniformizar e simplificar as normas de redação de atos e comunicações RI da CD = Regimento Interno da Câmara dos Deputados
oficiais. Após nove meses de intensa atividade da Comissão presidida pelo RI do SF = Regimento Interno do Senado Federal
hoje Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Ferreira Mendes, apre- s. = substantivo
sentou-se a primeira edição do MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA s.f. = substantivo feminino
DA REPÚBLICA. s.m. = substantivo masculino
sing. = singular
A obra dividia-se em duas partes: a primeira, elaborada pelo diplomata tb. = também
Nestor Forster Jr., tratava das comunicações oficiais, sistematizava seus v. = ver ou verbo
aspectos essenciais, padronizava a diagramação dos expedientes, exibia v. g; = verbi gratia
modelos, simplificava os fechos que vinham sendo utilizados desde 1937, var. pop. = variante popular
suprimia arcaísmos e apresentava uma súmula gramatical aplicada à
redação oficial. A segunda parte, a cargo do Ministro Gilmar Mendes, PARTE I
ocupava-se da elaboração e redação dos atos normativos no âmbito do AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
Executivo, da conceituação e exemplificação desses atos e do procedimen-
to legislativo. CAPÍTULO I
ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL
A edição do Manual propiciou, ainda, a criação de um sistema de con- 1. O que é Redação Oficial
trole sobre a edição de atos normativos do Poder Executivo que teve por Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual
finalidade permitir a adequada reflexão sobre o ato proposto: a identificação o Poder Público redige atos normativos e comunicações. Interessa-nos
clara e precisa do problema ou da situação que o motiva; os custos que tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo.
poderia acarretar; seus efeitos práticos; a probabilidade de impugnação
judicial; sua legalidade e constitucionalidade; e sua repercussão no orde- A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do pa-
namento jurídico. drão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.
Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe,
Buscou-se, assim, evitar a edição de normas repetitivas, redundantes no artigo 37: “A administração pública direta, indireta ou fundacional, de
ou desnecessárias; possibilitar total transparência ao processo de elabora- qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
ção de atos normativos; ensejar a verificação prévia da eficácia das normas Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, morali-
e considerar, no processo de elaboração de atos normativos, a experiência dade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade
dos encarregados em executar o disposto na norma. princípios fundamentais de toda administração pública, claro está que
devem igualmente nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais.
Decorridos mais de dez anos da primeira edição do Manual, fez-se ne-
cessário proceder à revisão e atualização do texto para a elaboração desta Não se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja redi-
2a Edição, a qual preserva integralmente as linhas mestras do trabalho gido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A
originalmente desenvolvido. Na primeira parte, as alterações principais transparência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilida-
deram-se em torno da adequação das formas de comunicação usadas na de, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto
administração aos avanços da informática. Na segunda parte, as alterações legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois, ne-
decorreram da necessidade de adaptação do texto à evolução legislativa na cessariamente, clareza e concisão.
matéria, em especial à Lei Complementar no 95, de 26 de fevereiro de
1998, ao Decreto no 4.176, de 28 de março de 2002, e às alterações consti- Além de atender à disposição constitucional, a forma dos atos normati-
tucionais ocorridas no período. vos obedece a certa tradição. Há normas para sua elaboração que remon-
tam ao período de nossa história imperial, como, por exemplo, a obrigatori-
Espera-se que esta nova edição do Manual contribua, tal como a pri- edade – estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de 1822 – de
meira, para a consolidação de uma cultura administrativa de profissionali- que se aponha, ao final desses atos, o número de anos transcorridos desde
zação dos servidores públicos e de respeito aos princípios constitucionais a Independência. Essa prática foi mantida no período republicano.
da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, com a
consequente melhoria dos serviços prestados à sociedade. Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uniformidade, con-
cisão e uso de linguagem formal) aplicam-se às comunicações oficiais: elas
PEDRO PARENTE devem sempre permitir uma única interpretação e ser estritamente impes-
Chefe da Casa Civil da Presidência da República soais e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem.
Sinais e Abreviaturas Empregados Nesse quadro, fica claro também que as comunicações oficiais são ne-
* = indica forma (em geral sintática) inaceitável ou agramatical. cessariamente uniformes, pois há sempre um único comunicador (o Serviço
§ = parágrafo Público) e o receptor dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público
adj. adv. = adjunto adverbial (no caso de expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto
arc. = arcaico dos cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o público).
art. = artigo
cf. = confronte Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações oficiais
CN = Congresso Nacional foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de tratamento e de
Cp. = compare cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos expedientes, etc. Men-
f.v. = forma verbal cione-se, por exemplo, a fixação dos fechos para comunicações oficiais,
fem.= feminino regulados pela Portaria no 1 do Ministro de Estado da Justiça, de 8 de julho
ind. = indicativo de 1937, que, após mais de meio século de vigência, foi revogado pelo
i. é. = isto é Decreto que aprovou a primeira edição deste Manual.
masc. = masculino
obj. dir. = objeto direto Acrescente-se, por fim, que a identificação que se buscou fazer das ca-
obj. ind. = objeto indireto racterísticas específicas da forma oficial de redigir não deve ensejar o
p. = páginap. us. = pouco usado entendimento de que se proponha a criação – ou se aceite a existência –
pess. = pessoa de uma forma específica de linguagem administrativa, o que coloquialmente

Língua Portuguesa 71 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e pejorativamente se chama burocratês. Este é antes uma distorção do que distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transformações,
deve ser a redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas de si mesma
clichês do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção de frases. para comunicar.

A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de acor-
evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com impesso- do com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um amigo,
alidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que incorpore
língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico,
correspondência particular, etc. não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente.
Nos dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz
Apresentadas essas características fundamentais da redação oficial, da língua, a finalidade com que a empregamos.
passemos à análise pormenorizada de cada uma delas.
O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por
1.1. A Impessoalidade sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles reque-
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. rem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão culto é
Para que haja comunicação, são necessários: a) alguém que comunique, b) aquele em que a) se observam as regras da gramática formal, e b) se
algo a ser comunicado, e c) alguém que receba essa comunicação. No emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma. É
caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço Público (este importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na
ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o redação oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças lexi-
que se comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão cais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das
que comunica; o destinatário dessa comunicação ou é o público, o conjunto idiossincrasias linguísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a
dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes pretendida compreensão por todos os cidadãos.
da União.
Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de ex-
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado pressão, desde que não seja confundida com pobreza de expressão. De
aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre: nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de linguagem
a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem
se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Chefe de de- próprios da língua literária.
terminada Seção, é sempre em nome do Serviço Público que é fei-
ta a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padronização, Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um “padrão ofici-
que permite que comunicações elaboradas em diferentes setores al de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunica-
da Administração guardem entre si certa uniformidade; ções oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das formas
possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre conce- sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a
bido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, te- utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático,
mos um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal; como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo te- limitada.
mático das comunicações oficiais se restringe a questões que di-
zem respeito ao interesse público, é natural que não cabe qualquer A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a
tom particular ou pessoal. exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos
acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de
Desta forma, não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se
como as que, por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de um ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a
artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial outros órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos.
deve ser isenta da interferência da individualidade que a elabora.
Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neologismo e
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos vale- estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica.
mos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja
alcançada a necessária impessoalidade. 1.3. Formalidade e Padronização
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecem
1.2. A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais a certas regras de forma: além das já mencionadas exigências de impesso-
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos alidade e uso do padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa
e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio caráter público des- formalidade de tratamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto
ses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma
entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para a autoridade de certo nível (v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes
conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públicos, o de Tratamento); mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à
que só é alcançado se em sua elaboração for empregada a linguagem civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunica-
adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade ção.
precípua é a de informar com clareza e objetividade.
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária unifor-
As comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser midade das comunicações. Ora, se a administração federal é una, é natural
compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse que as comunicações que expede sigam um mesmo padrão. O estabeleci-
objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados mento desse padrão, uma das metas deste Manual, exige que se atente
grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação para todas as características da redação oficial e que se cuide, ainda, da
restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem apresentação dos textos.
sua compreensão dificultada.
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definiti-
Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a língua fala- vo e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a padroniza-
da e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma imediata ção. Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de nor-
qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com outros mas específicas para cada tipo de expediente.
elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação,
etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa 1.4. Concisão e Clareza

Língua Portuguesa 72 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto se, vejamos outros aspectos comuns a quase todas as modalidades de
oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informa- comunicação oficial: o emprego dos pronomes de tratamento, a forma dos
ções com um mínimo de palavras. Para que se redija com essa qualidade, fechos e a identificação do signatário.
é fundamental que se tenha, além de conhecimento do assunto sobre o
qual se escreve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pronto. 2.1. Pronomes de Tratamento
É nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais redundâncias 2.1.1. Breve História dos Pronomes de Tratamento
ou repetições desnecessárias de ideias. O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem larga
tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após serem incor-
O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao princípio de e- porados ao português os pronomes latinos tu e vos, “como tratamento
conomia linguística, à mencionada fórmula de empregar o mínimo de direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a palavra”, passou-se a
palavras para informar o máximo. Não se deve de forma alguma entendê-la empregar, como expediente linguístico de distinção e de respeito, a segun-
como economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens da pessoa do plural no tratamento de pessoas de hierarquia superior.
substanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusiva- Prossegue o autor:
mente de cortar palavras inúteis, redundâncias, passagens que nada a- “Outro modo de tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a
crescentem ao que já foi dito. palavra a um atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria supe-
rior, e não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei com
Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo texto de o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim usou-se o trata-
alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias secundárias. Estas mento ducal de vossa excelência e adotaram-se na hierarquia eclesiástica
últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; vossa reverência, vossa paternidade, vossa eminência, vossa santidade.”
mas existem também ideias secundárias que não acrescentam informação
alguma ao texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo, A partir do final do século XVI, esse modo de tratamento indireto já es-
por isso, ser dispensadas. tava em voga também para os ocupantes de certos cargos públicos. Vossa
mercê evoluiu para vosmecê, e depois para o coloquial você. E o pronome
A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, conforme já vós, com o tempo, caiu em desuso. É dessa tradição que provém o atual
sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-se definir como claro aquele emprego de pronomes de tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos
texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. No entanto a clareza às autoridades civis, militares e eclesiásticas.
não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das demais
características da redação oficial. Para ela concorrem: 2.1.2. Concordância com os Pronomes de Tratamento
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresen-
poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto; tam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, nominal e prono-
b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de entendimento minal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com
geral e por definição avesso a vocábulos de circulação restrita, quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância
como a gíria e o jargão; para a terceira pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que
c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindível integra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria nomeará o
uniformidade dos textos; substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”.
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguísticos
que nada lhe acrescentam. Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de
tratamento são sempre os da terceira pessoa: “Vossa Senhoria nomeará
É pela correta observação dessas características que se redige com seu substituto” (e não “Vossa ... vosso...”).
clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo texto redigido.
A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramati-
provém principalmente da falta da releitura que torna possível sua correção. cal deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o
substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor for homem,
Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de fá- o correto é “Vossa Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar
cil compreensão por seu destinatário. O que nos parece óbvio pode ser satisfeito”; se for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senho-
desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assun- ria deve estar satisfeita”.
tos em decorrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com
que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre é verda- 2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento
de. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o significa- Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece a secular
do das siglas e abreviações e os conceitos específicos que não possam ser tradição. São de uso consagrado:
dispensados. Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:

A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que a) do Poder Executivo;
são elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua Presidente da República;
clareza. Não se deve proceder à redação de um texto que não seja seguida Vice-Presidente da República;
por sua revisão. “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a Ministros de Estado;
máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;
redigir. Oficiais-Generais das Forças Armadas;
Embaixadores;
Por fim, como exemplo de texto obscuro, que deve ser evitado em to- Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos
das as comunicações oficiais, transcrevemos a seguir um pitoresco quadro, de natureza especial;
constante de obra de Adriano da Gama Kury, a partir do qual podem ser Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
feitas inúmeras frases, combinando-se as expressões das várias colunas Prefeitos Municipais.
em qualquer ordem, com uma característica comum: nenhuma delas tem
sentido! b) do Poder Legislativo:
CAPÍTULO II Deputados Federais e Senadores;
AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS Ministros do Tribunal de Contas da União;
2. Introdução Deputados Estaduais e Distritais;
A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, seguir os Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
preceitos explicitados no Capítulo I, Aspectos Gerais da Redação Oficial. Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
Além disso, há características específicas de cada tipo de expediente, que
serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de passarmos à sua análi- c) do Poder Judiciário:

Língua Portuguesa 73 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ministros dos Tribunais Superiores;
Membros de Tribunais; 2.2. Fechos para Comunicações
Juízes; O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de
Auditores da Justiça Militar. arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos para fecho que
vinham sendo utilizados foram regulados pela Portaria no 1 do Ministério da
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Justiça, de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-
Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo: los e uniformizá-los, este Manual estabelece o emprego de somente dois
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. Respeitosamente,

As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:
do cargo respectivo: Atenciosamente,
Senhor Senador,
Senhor Juiz, Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autorida-
Senhor Ministro, des estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, devidamente
Senhor Governador, disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações Exteriores.

No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autori- 2.3. Identificação do Signatário


dades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma: Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República,
A Sua Excelência o Senhor todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da
Fulano de Tal autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da
Ministro de Estado da Justiça identificação deve ser a seguinte:
70064-900 – Brasília. DF (espaço para assinatura)
NOME
Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
(DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dignidade é pressuposto (espaço para assinatura)
para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repe- NOME
tida evocação. Ministro de Estado da Justiça
Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para parti-
culares. O vocativo adequado é: Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em pági-
Senhor Fulano de Tal, na isolada do expediente. Transfira para essa página ao menos a última
(...) frase anterior ao fecho.
No envelope, deve constar do endereçamento:
Ao Senhor 3. O Padrão Ofício
Fulano de Tal Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade
Rua ABC, no 123 do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o fito de uniformi-
12345-000 – Curitiba. PR zá-los, pode-se adotar uma diagramação única, que siga o que chamamos
de padrão ofício. As peculiaridades de cada um serão tratadas adiante; por
Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o emprego do ora busquemos as suas semelhanças.
superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de
Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de 3.1. Partes do documento no Padrão Ofício
tratamento Senhor. O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes partes:
a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o
Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento, e sim título aca- expede:
dêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o Exemplos:
apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por Mem. 123/2002-MF
terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por Aviso 123/2002-SG
doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em Medici- Of. 123/2002-MME
na. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade
às comunicações. b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à
direita:
Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por for- Exemplo:
ça da tradição, em comunicações dirigidas a reitores de universidade. Brasília, 15 de março de 1991.
Corresponde-lhe o vocativo:
Magnífico Reitor, c) assunto: resumo do teor do documento
(...) Exemplos:
Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierar- Assunto: Produtividade do órgão em 2002.
quia eclesiástica, são: Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.
Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo cor-
respondente é: d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a co-
Santíssimo Padre, municação. No caso do ofício deve ser incluído também o endereço.
(...)
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunica- e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento de do-
ções aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo: cumentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou – introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal, apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o uso das formas:
(...) “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-me informar que”, em-
Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas pregue a forma direta;
a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reve- – desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto contiver
rendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. Vossa mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos
Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos. distintos, o que confere maior clareza à exposição;

Língua Portuguesa 74 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
– conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a 3.3.1. Definição e Finalidade
posição recomendada sobre o assunto. Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente i-
dênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido exclusiva-
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em mente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao
que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos. passo que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm
como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da Adminis-
Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos a estru- tração Pública entre si e, no caso do ofício, também com particulares.
tura é a seguinte:
– introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o 3.3.2. Forma e Estrutura
encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver sido solicitada, Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão ofício,
deve iniciar com a informação do motivo da comunicação, que é encami- com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário (v. 2.1 Pronomes de
nhar, indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado Tratamento), seguido de vírgula.
(tipo, data, origem ou signatário, e assunto de que trata), e a razão pela Exemplos:
qual está sendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula: Excelentíssimo Senhor Presidente da República
“Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, encaminho, Senhora Ministra
anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do Departamento Geral Senhor Chefe de Gabinete
de Administração, que trata da requisição do servidor Fulano de Tal.”
ou Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguintes in-
“Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do tele- formações do remetente:
grama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, do Presidente da Confederação – nome do órgão ou setor;
Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de modernização de técnicas – endereço postal;
agrícolas na região Nordeste.” – telefone e endereço de correio eletrônico.
– desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum
comentário a respeito do documento que encaminha, poderá acrescentar 3.4. Memorando
parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, não há parágrafos de 3.4.1. Definição e Finalidade
desenvolvimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento. O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades admi-
f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações); nistrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em
g) assinatura do autor da comunicação; e mesmo nível ou em níveis diferentes. Trata-se, portanto, de uma forma de
h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do Signatário). comunicação eminentemente interna.

3.2. Forma de diagramação Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à seguinte forma de exposição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por deter-
apresentação: minado setor do serviço público.
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no
texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé; Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando
b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder- em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de
se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings; procedimentos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do número
c) é obrigatório constar a partir da segunda página o número da pági- de comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no
na; próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação.
d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos Esse procedimento permite formar uma espécie de processo simplificado,
em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda e assegurando maior transparência à tomada de decisões, e permitindo que
direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem se historie o andamento da matéria tratada no memorando.
espelho”);
e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da 3.4.2. Forma e Estrutura
margem esquerda; Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício,
f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 3,0 com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencionado pelo cargo
cm de largura; que ocupa.
g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;
h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pon- Exemplos:
tos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
comportar tal recurso, de uma linha em branco; Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos
i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras
maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra 4. Exposição de Motivos
forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do do- 4.1. Definição e Finalidade
cumento; Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da Repú-
j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel bran- blica ou ao Vice-Presidente para:
co. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos e i- a) informá-lo de determinado assunto;
lustrações; b) propor alguma medida; ou
l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impres- c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo.
sos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da Repúbli-
Text nos documentos de texto; ca por um Ministro de Estado.
n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério, a
arquivo de texto preservado para consulta posterior ou aproveita- exposição de motivos deverá ser assinada por todos os Ministros envolvi-
mento de trechos para casos análogos; dos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial.
o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser for-
mados da seguinte maneira: 4.2. Forma e Estrutura
tipo do documento + número do documento + palavras-chaves do Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do padrão
conteúdo ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo que acompanha a exposição de
Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002” motivos que proponha alguma medida ou apresente projeto de ato normati-
vo, segue o modelo descrito adiante.
3.3. Aviso e Ofício

Língua Portuguesa 75 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas
formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter exclusiva- Tais exames materializam-se em pareceres dos diversos órgãos inte-
mente informativo e outra para a que proponha alguma medida ou submeta ressados no assunto das proposições, entre eles o da Advocacia-Geral da
projeto de ato normativo. União. Mas, na origem das propostas, as análises necessárias constam da
exposição de motivos do órgão onde se geraram (v. 3.1. Exposição de
No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmente leva Motivos) – exposição que acompanhará, por cópia, a mensagem de enca-
algum assunto ao conhecimento do Presidente da República, sua estrutura minhamento ao Congresso.
segue o modelo antes referido para o padrão ofício.
b) encaminhamento de medida provisória.
Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Presidente Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, o Presi-
da República a sugestão de alguma medida a ser adotada ou a que lhe dente da República encaminha mensagem ao Congresso, dirigida a seus
apresente projeto de ato normativo – embora sigam também a estrutura do membros, com aviso para o Primeiro Secretário do Senado Federal, juntan-
padrão ofício –, além de outros comentários julgados pertinentes por seu do cópia da medida provisória, autenticada pela Coordenação de Documen-
autor, devem, obrigatoriamente, apontar: tação da Presidência da República.
a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da medi-
da ou do ato normativo proposto; c) indicação de autoridades.
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou aquele ato As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação de pes-
normativo o ideal para se solucionar o problema, e eventuais alter- soas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos Tribunais
nativas existentes para equacioná-lo; Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e Diretores do Banco Central,
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou qual Procurador-Geral da República, Chefes de Missão Diplomática, etc.) têm
ato normativo deve ser editado para solucionar o problema. em vista que a Constituição, no seu art. 52, incisos III e IV, atribui àquela
Casa do Congresso Nacional competência privativa para aprovar a indica-
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição de moti- ção.
vos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte modelo previsto
no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de março de 2002. O curriculum vitae do indicado, devidamente assinado, acompanha a
mensagem.
Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério ou órgão
equivalente) no , de de de 200 . d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presidente da
República se ausentarem do País por mais de 15 dias.
5. Mensagem Trata-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III, e 83), e a
5.1. Definição e Finalidade autorização é da competência privativa do Congresso Nacional.
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes
Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder O Presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, quando a
Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da Administração ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada Casa
Pública; expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão do Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas.
legislativa; submeter ao Congresso Nacional matérias que dependem de
deliberação de suas Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agradecer e) encaminhamento de atos de concessão e renovação de concessão
comunicações de tudo quanto seja de interesse dos poderes públicos e da de emissoras de rádio e TV.
Nação. A obrigação de submeter tais atos à apreciação do Congresso Nacional
consta no inciso XII do artigo 49 da Constituição. Somente produzirão
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Ministérios à Presi- efeitos legais a outorga ou renovação da concessão após deliberação do
dência da República, a cujas assessorias caberá a redação final. Congresso Nacional (Constituição, art. 223, § 3o). Descabe pedir na men-
sagem a urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o § 1o do
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional art. 223 já define o prazo da tramitação.
têm as seguintes finalidades:
a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, complementar ou finan- Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a mensagem o cor-
ceira. respondente processo administrativo.
Os projetos de lei ordinária ou complementar são enviados em regime
normal (Constituição, art. 61) ou de urgência (Constituição, art. 64, §§ 1o a f) encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior.
4o). Cabe lembrar que o projeto pode ser encaminhado sob o regime nor- O Presidente da República tem o prazo de sessenta dias após a aber-
mal e mais tarde ser objeto de nova mensagem, com solicitação de urgên- tura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as contas
cia. referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84, XXIV), para exame e
parecer da Comissão Mista permanente (Constituição, art. 166, § 1o), sob
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Membros do Congres- pena de a Câmara dos Deputados realizar a tomada de contas (Constitui-
so Nacional, mas é encaminhada com aviso do Chefe da Casa Civil da ção, art. 51, II), em procedimento disciplinado no art. 215 do seu Regimento
Presidência da República ao Primeiro Secretário da Câmara dos Deputa- Interno.
dos, para que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput).
g) mensagem de abertura da sessão legislativa.
Quanto aos projetos de lei financeira (que compreendem plano pluria- Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação do Pa-
nual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e créditos adicionais), as ís e solicitação de providências que julgar necessárias (Constituição, art.
mensagens de encaminhamento dirigem-se aos Membros do Congresso 84, XI).
Nacional, e os respectivos avisos são endereçados ao Primeiro Secretário
do Senado Federal. A razão é que o art. 166 da Constituição impõe a O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da Presidência da
deliberação congressual sobre as leis financeiras em sessão conjunta, mais República. Esta mensagem difere das demais porque vai encadernada e é
precisamente, “na forma do regimento comum”. E à frente da Mesa do distribuída a todos os Congressistas em forma de livro.
Congresso Nacional está o Presidente do Senado Federal (Constituição,
art. 57, § 5o), que comanda as sessões conjuntas. h) comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso Nacional, en-
As mensagens aqui tratadas coroam o processo desenvolvido no âmbi- caminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde se originaram os
to do Poder Executivo, que abrange minucioso exame técnico, jurídico e autógrafos. Nela se informa o número que tomou a lei e se restituem dois
econômico-financeiro das matérias objeto das proposições por elas enca- exemplares dos três autógrafos recebidos, nos quais o Presidente da
minhadas. República terá aposto o despacho de sanção.

Língua Portuguesa 76 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Concisão e Clareza).
i) comunicação de veto.
Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66, § 1o), a 6.2. Forma e Estrutura
mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto é parcial, quais as Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura dos
disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto vai publicado na ínte- formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu sítio na Inter-
gra no Diário Oficial da União (v. 4.2. Forma e Estrutura), ao contrário das net.
demais mensagens, cuja publicação se restringe à notícia do seu envio ao
Poder Legislativo. (v. 19.6.Veto) 7. Fax
7.1. Definição e Finalidade
j) outras mensagens. O fax (forma abreviada já consagrada de fac-simile) é uma forma de
Também são remetidas ao Legislativo com regular frequência mensa- comunicação que está sendo menos usada devido ao desenvolvimento da
gens com: Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens urgentes e para o
– encaminhamento de atos internacionais que acarretam encargos envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento há premência,
ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I); quando não há condições de envio do documento por meio eletrônico.
– pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às operações e Quando necessário o original, ele segue posteriormente pela via e na forma
prestações interestaduais e de exportação (Constituição, art. 155, de praxe.
§ 2o, IV);
– proposta de fixação de limites globais para o montante da dívida Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax
consolidada (Constituição, art. 52, VI); e não com o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se deteriora rapi-
– pedido de autorização para operações financeiras externas (Cons- damente.
tituição, art. 52, V); e outros.
7.2. Forma e Estrutura
Entre as mensagens menos comuns estão as de: Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura que
– convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constituição, lhes são inerentes.
art. 57, § 6o); É conveniente o envio, juntamente com o documento principal, de folha
– pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da Repú- de rosto, i. é., de pequeno formulário com os dados de identificação da
blica (art. 52, XI, e 128, § 2o); mensagem a ser enviada.
– pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobilização
nacional (Constituição, art. 84, XIX); 8. Correio Eletrônico
– pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz (Constitui- 8.1 Definição e finalidade
ção, art. 84, XX); O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade, trans-
– justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua prorro- formou-se na principal forma de comunicação para transmissão de docu-
gação (Constituição, art. 136, § 4o); mentos.
– pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Constitui-
ção, art. 137); 8.2. Forma e Estrutura
– relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio ou de Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibili-
defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único); dade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretan-
– proposta de modificação de projetos de leis financeiras (Constitui- to, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação
ção, art. 166, § 5o); oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais).
– pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem des-
pesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda ou rejei- O campo assunto do formulário de correio eletrônico mensagem deve
ção do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, § ser preenchido de modo a facilitar a organização documental tanto do
8o); destinatário quanto do remetente.
– pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas
com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188, § 1o); etc. Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, preferenci-
almente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha algum arquivo
5.2. Forma e Estrutura deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo..
As mensagens contêm:
a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizontalmen- Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de lei-
te, no início da margem esquerda: tura. Caso não seja disponível, deve constar da mensagem pedido de
Mensagem no confirmação de recebimento.
b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do
destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda; 8.3 Valor documental
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal, Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio
c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo; eletrônico tenha valor documental, i. é, para que possa ser aceita como
d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e horizon- documento original, é necessário existir certificação digital que ateste a
talmente fazendo coincidir seu final com a margem direita. identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.

A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da Re-


PROVA SIMULADA I
pública, não traz identificação de seu signatário.
01. Assinale a alternativa correta quanto ao uso e à grafia das palavras.
6. Telegrama
(A) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer.
6.1. Definição e Finalidade
(B) O chefe deferia da opinião dos subordinados.
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimentos
(C) O processo foi julgado em segunda estância.
burocráticos, passa a receber o título de telegrama toda comunicação oficial
(D) O problema passou despercebido na votação.
expedida por meio de telegrafia, telex, etc.
(E) Os criminosos espiariam suas culpas no exílio.
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos
02. A alternativa correta quanto ao uso dos verbos é:
e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do telegrama apenas
(A) Quando ele vir suas notas, ficará muito feliz.
àquelas situações que não seja possível o uso de correio eletrônico ou fax
(B) Ele reaveu, logo, os bens que havia perdido.
e que a urgência justifique sua utilização e, também em razão de seu custo
(C) A colega não se contera diante da situação.
elevado, esta forma de comunicação deve pautar-se pela concisão (v. 1.4.

Língua Portuguesa 77 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(D) Se ele ver você na rua, não ficará contente. 10. Assinale a alternativa gramaticalmente correta de acordo com a
(E) Quando você vir estudar, traga seus livros. norma culta.
(A) Bancos de dados científicos terão seu alcance ampliado. E isso
03. O particípio verbal está corretamente empregado em: trarão grandes benefícios às pesquisas.
(A) Não estaríamos salvados sem a ajuda dos barcos. (B) Fazem vários anos que essa empresa constrói parques, colaborando
(B) Os garis tinham chego às ruas às dezessete horas. com o meio ambiente.
(C) O criminoso foi pego na noite seguinte à do crime. (C) Laboratórios de análise clínica tem investido em institutos, desenvol-
(D) O rapaz já tinha abrido as portas quando chegamos. vendo projetos na área médica.
(E) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa toda. (D) Havia algumas estatísticas auspiciosas e outras preocupantes apre-
sentadas pelos economistas.
04. Assinale a alternativa que dá continuidade ao texto abaixo, em (E) Os efeitos nocivos aos recifes de corais surge para quem vive no
conformidade com a norma culta. litoral ou aproveitam férias ali.
Nem só de beleza vive a madrepérola ou nácar. Essa substância do
interior da concha de moluscos reúne outras características interes- 11. A frase correta de acordo com o padrão culto é:
santes, como resistência e flexibilidade. (A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido às
(A) Se puder ser moldada, daria ótimo material para a confecção de chuvas.
componentes para a indústria. (B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos recla-
(B) Se pudesse ser moldada, dá ótimo material para a confecção de mações.
componentes para a indústria. (C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à
(C) Se pode ser moldada, dá ótimo material para a confecção de com- cultura.
ponentes para a indústria. (D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da
(D) Se puder ser moldada, dava ótimo material para a confecção de culpa.
componentes para a indústria. (E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria.
(E) Se pudesse ser moldada, daria ótimo material para a confecção de
componentes para a indústria. 12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os negó-
cios das empresas de franquia pelo contato direto com os possíveis
05. O uso indiscriminado do gerúndio tem-se constituído num problema investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de sele-
para a expressão culta da língua. Indique a única alternativa em que ção não só permite às empresas avaliar os investidores com relação
ele está empregado conforme o padrão culto. aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos investido-
(A) Após aquele treinamento, a corretora está falando muito bem. res.
(B) Nós vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje. (Texto adaptado)
(C) Não haverá demora, o senhor pode estar aguardando na linha. Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substituir
(D) No próximo sábado, procuraremos estar liberando o seu carro. as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os investi-
(E) Breve, queremos estar entregando as chaves de sua nova casa. dores e dos investidores, no texto, são, respectivamente:
(A) seus ... lhes ... los ... lhes
06. De acordo com a norma culta, a concordância nominal e verbal está (B) delas ... a elas ... lhes ... deles
correta em: (C) seus ... nas ... los ... deles
(A) As características do solo são as mais variadas possível. (D) delas ... a elas ... lhes ... seu
(B) A olhos vistos Lúcia envelhecia mais do que rapidamente. (E) seus ... lhes ... eles ... neles
(C) Envio-lhe, em anexos, a declaração de bens solicitada.
(D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas explicações. 13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo
(E) Qualquer que sejam as dúvidas, procure saná-las logo. com o padrão culto.
(A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações.
07. Assinale a alternativa em que se respeitam as normas cultas de (B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente.
flexão de grau. (C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido.
(A) Nas situações críticas, protegia o colega de quem era amiquíssimo. (D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada.
(B) Mesmo sendo o Canadá friosíssimo, optou por permanecer lá duran- (E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris.
te as férias.
(C) No salto, sem concorrentes, seu desempenho era melhor de todos. 14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto
(D) Diante dos problemas, ansiava por um resultado mais bom que ruim. direto e indireto em:
(E) Comprou uns copos baratos, de cristal, da mais malíssima qualidade. (A) Apresentou-se agora uma boa ocasião.
(B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo.
Nas questões de números 08 e 09, assinale a alternativa cujas pala- (C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa.
vras completam, correta e respectivamente, as frases dadas. (D) A conta, deixamo-la para ser revisada.
(E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder.
08. Os pesquisadores trataram de avaliar visão público financiamento
estatal ciência e tecnologia. 15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo.
(A) à ... sobre o ... do ... para Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos
(B) a ... ao ... do ... para respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é:
(C) à ... do ... sobre o ... a (A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção.
(D) à ... ao ... sobre o ... à (B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo.
(E) a ... do ... sobre o ... à (C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção.
(D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção.
09. Quanto perfil desejado, com vistas qualidade dos candidatos, a (E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo.
franqueadora procura ser muito mais criteriosa ao contratá-los, pois
eles devem estar aptos comercializar seus produtos. 16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação
(A) ao ... a ... à do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inauguração
(B) àquele ... à ... à de nosso Teatro Educativo, por ordem de , Doutor XXX, Digníssimo
(C) àquele...à ... a Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a máxima
(D) ao ... à ... à urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para o Ex-
(E) àquele ... a ... a celentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Reve-
rendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reitores das

Língua Portuguesa 78 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Universidades Paulistas, para que essas autoridades possam se (B) III e IV.
programar e participar do referido evento. (C) I, II e III.
Atenciosamente, (D) I, III e IV.
ZZZ (E) II, III e IV.
Assistente de Gabinete.
De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas 22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais.
são correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por Ao transformar os dois períodos simples num único período compos-
(A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos to, a alternativa correta é:
(B) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Magníficos (A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(C) Ilustríssimo ... Vossa Excelência ... Excelentíssimos (B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(D) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Excelentíssimos (C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais.
(E) Ilustríssimo ... Vossa Senhoria ... Digníssimos (D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais.
(E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis.
17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se
respeitam as regras de pontuação. 23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraqueci-
(A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou, dos galhos da velha árvore.
que temos uma arrecadação bem maior que a prevista. Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente, sobre
(B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar.
sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada. (A) Quem podou? e Quando podou?
(C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade (B) Qual jardineiro? e Galhos de quê?
Policial, confessou sua participação no referido furto. (C) Que jardineiro? e Podou o quê?
(D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste (D) Que vizinho? e Que galhos?
funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia. (E) Quando podou? e Podou o quê?
(E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões
negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados. 24. O público observava a agitação dos lanterninhas da plateia.
Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibili-
18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e dades de leitura. Elimina-se essa ambiguidade pelo estabelecimento
predicado que formam um período simples, se aplica, adequadamen- correto das relações entre seus termos e pela sua adequada pontua-
te, apenas a: ção em:
(A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral. (A) O público da plateia, observava a agitação dos lanterninhas.
(B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período. (B) O público observava a agitação da plateia, dos lanterninhas.
(C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas. (C) O público observava a agitação, dos lanterninhas da plateia.
(D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado à falta de juízo. (D) Da plateia o público, observava a agitação dos lanterninhas.
(E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames. (E) Da plateia, o público observava a agitação dos lanterninhas.

Leia o período para responder às questões de números 19 e 20. 25. Felizmente, ninguém se machucou.
Lentamente, o navio foi se afastando da costa.
O livro de registro do processo que você procurava era o que estava Considere:
sobre o balcão. I. felizmente completa o sentido do verbo machucar;
II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de
19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem modo;
a III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do
(A) processo e livro. fato;
(B) livro do processo. IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar;
(C) processos e processo. V. felizmente e lentamente são caracterizadores de substantivos.
(D) livro de registro. Está correto o contido apenas em
(E) registro e processo. (A) I, II e III.
(B) I, II e IV.
20. Analise as proposições de números I a IV com base no período (C) I, III e IV.
acima: (D) II, III e IV.
I. há, no período, duas orações; (E) III, IV e V.
II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal;
III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais; 26. O segmento adequado para ampliar a frase – Ele comprou o carro...,
IV. de registro é um adjunto adnominal de livro. indicando concessão, é:
Está correto o contido apenas em (A) para poder trabalhar fora.
(A) II e IV. (B) como havia programado.
(B) III e IV. (C) assim que recebeu o prêmio.
(C) I, II e III. (D) porque conseguiu um desconto.
(D) I, II e IV. (E) apesar do preço muito elevado.
(E) I, III e IV.
27. É importante que todos participem da reunião.
21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do O segmento que todos participem da reunião, em relação a
acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho: É importante, é uma oração subordinada
I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas; (A) adjetiva com valor restritivo.
II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura (B) substantiva com a função de sujeito.
pelo Juiz; (C) substantiva com a função de objeto direto.
III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalen- (D) adverbial com valor condicional.
te ao da palavra mas; (E) substantiva com a função de predicativo.
IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acór-
dão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar. 28. Ele realizou o trabalho como seu chefe o orientou. A relação estabe-
Está correto o contido apenas em lecida pelo termo como é de
(A) II e IV. (A) comparatividade.

Língua Portuguesa 79 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(B) adição. que ela:
(C) conformidade. A) é culpa dos governos recentes, apesar de seu trabalho produtivo em
(D) explicação. outras áreas;
(E) consequência. B) tem manifestações violentas, como a criminalidade nas grandes
cidades;
29. A região alvo da expansão das empresas, _____, das redes de C) atinge milhões de habitantes, embora alguns deles não apareçam
franquias, é a Sudeste, ______ as demais regiões também serão para a classe dominante;
contempladas em diferentes proporções; haverá, ______, planos di- D) é de difícil compreensão, já que sua presença não se coaduna com a
versificados de acordo com as possibilidades de investimento dos de outros indicadores sociais;
possíveis franqueados. E) tem razões históricas e se mantém em níveis estáveis nas últimas
A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas e décadas.
relaciona corretamente as ideias do texto, é:
(A) digo ... portanto ... mas 34. O melhor resumo das sete primeiras linhas do texto é:
(B) como ... pois ... mas A) Entender a miséria no Brasil é impossível, já que todos os outros
(C) ou seja ... embora ... pois indicadores sociais melhoraram;
(D) ou seja ... mas ... portanto B) Desde os primórdios da colonização a miséria existe no Brasil e se
(E) isto é ... mas ... como mantém onipresente;
C) A miséria no Brasil tem fundo histórico e foi alimentada por governos
30. Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos incompetentes;
investidores, os locais das futuras lojas de franquia serão divulgados. D) Embora os indicadores sociais mostrem progresso em muitas áreas,
A alternativa correta para substituir Assim que as empresas concluí- a miséria ainda atinge uma pequena parte de nosso povo;
rem o processo de seleção dos investidores por uma oração reduzi- E) Todos os indicadores sociais melhoraram exceto o indicador da
da, sem alterar o sentido da frase, é: miséria que leva à criminalidade.
(A) Porque concluindo o processo de seleção dos investidores ...
(B) Concluído o processo de seleção dos investidores ... 35. As marcas de progresso em nosso país são dadas com apoio na
(C) Depois que concluíssem o processo de seleção dos investidores ... quantidade, exceto:
(D) Se concluído do processo de seleção dos investidores... A) frequência escolar;
(E) Quando tiverem concluído o processo de seleção dos investidores ... B) liderança diplomática;
C) mortalidade infantil;
A MISÉRIA É DE TODOS NÓS D) analfabetismo;
Como entender a resistência da miséria no Brasil, uma chaga social E) desempenho econômico.
que remonta aos primórdios da colonização? No decorrer das últimas
décadas, enquanto a miséria se mantinha mais ou menos do mesmo tama- 36. ''No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos.''; com
nho, todos os indicadores sociais brasileiros melhoraram. Há mais crianças essa frase, o jornalista quer dizer que o Brasil:
em idade escolar frequentando aulas atualmente do que em qualquer outro A) já está suficientemente forte para começar a exercer sua liderança
período da nossa história. As taxas de analfabetismo e mortalidade infantil na América Latina;
também são as menores desde que se passou a registrá-las nacionalmen- B) já mostra que é mais forte que seus países vizinhos;
te. O Brasil figura entre as dez nações de economia mais forte do mundo. C) está iniciando seu trabalho diplomático a fim de marcar presença no
No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos. Vem firmando cenário exterior;
uma inconteste liderança política regional na América Latina, ao mesmo D) pretende mostrar ao mundo e aos países vizinhos que já é suficien-
tempo que atrai a simpatia do Terceiro Mundo por ter se tornado um forte temente forte para tornar-se líder;
oponente das injustas políticas de comércio dos países ricos. E) ainda é inexperiente no trato com a política exterior.

Apesar de todos esses avanços, a miséria resiste. 37. Segundo o texto, ''A miséria é onipresente'' embora:
Embora em algumas de suas ocorrências, especialmente na zona rural, A) apareça algumas vezes nas grandes cidades;
esteja confinada a bolsões invisíveis aos olhos dos brasileiros mais bem B) se manifeste de formas distintas;
posicionados na escala social, a miséria é onipresente. Nas grandes cida- C) esteja escondida dos olhos de alguns;
des, com aterrorizante frequência, ela atravessa o fosso social profundo e D) seja combatida pelas autoridades;
se manifesta de forma violenta. A mais assustadora dessas manifestações E) se torne mais disseminada e cruel.
é a criminalidade, que, se não tem na pobreza sua única causa, certamente
em razão dela se tornou mais disseminada e cruel. Explicar a resistência da 38. ''...não é uma empreitada simples'' equivale a dizer que é uma em-
pobreza extrema entre milhões de habitantes não é uma empreitada sim- preitada complexa; o item em que essa equivalência é feita de forma
ples. INCORRETA é:
Veja, ed. 1735 A) não é uma preocupação geral = é uma preocupação superficial;
B) não é uma pessoa apática = é uma pessoa dinâmica;
31. O título dado ao texto se justifica porque: C) não é uma questão vital = é uma questão desimportante;
A) a miséria abrange grande parte de nossa população; D) não é um problema universal = é um problema particular;
B) a miséria é culpa da classe dominante; E) não é uma cópia ampliada = é uma cópia reduzida.
C) todos os governantes colaboraram para a miséria comum;
D) a miséria deveria ser preocupação de todos nós; 39. ''...enquanto a miséria se mantinha...''; colocando-se o verbo desse
E) um mal tão intenso atinge indistintamente a todos. segmento do texto no futuro do subjuntivo, a forma correta seria:
A) mantiver; B) manter; C)manterá; D)manteria;
32. A primeira pergunta - ''Como entender a resistência da miséria no E) mantenha.
Brasil, uma chaga social que remonta aos primórdios da coloniza-
ção?'': 40. A forma de infinitivo que aparece substantivada nos segmentos
A) tem sua resposta dada no último parágrafo; abaixo é:
B) representa o tema central de todo o texto; A) ''Como entender a resistência da miséria...'';
C) é só uma motivação para a leitura do texto; B) ''No decorrer das últimas décadas...'';
D) é uma pergunta retórica, à qual não cabe resposta; C) ''...desde que se passou a registrá-las...'';
E) é uma das perguntas do texto que ficam sem resposta. D) ''...começa a exercitar seus músculos.'';
E) ''...por ter se tornado um forte oponente...''.
33. Após a leitura do texto, só NÃO se pode dizer da miséria no Brasil

Língua Portuguesa 80 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
PROTESTO TÍMIDO B) o cronista antecipa a visão do menor abandonado como um traste
Ainda há pouco eu vinha para casa a pé, feliz da minha vida e faltavam inútil;
dez minutos para a meia-noite. Perto da Praça General Osório, olhei para o C) a situação do fato não permite a perfeita identificação do menino;
lado e vi, junto à parede, antes da esquina, algo que me pareceu uma D) esse pronome indefinido tem valor pejorativo;
trouxa de roupa, um saco de lixo. Alguns passos mais e pude ver que era E) o emprego desse pronome ocorre em relação a coisas ou a pesso-
um menino. as.

Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais. Deitado de lado, bra- 44 ''Ainda há pouco eu vinha para casa a pé,...''; veja as quatro frases a
ços dobrados como dois gravetos, as mãos protegendo a cabeça. Tinha os seguir:
gambitos também encolhidos e enfiados dentro da camisa de meia esbura- I- Daqui há pouco vou sair.
cada, para se defender contra o frio da noite. Estava dormindo, como podia I- Está no Rio há duas semanas.
estar morto. Outros, como eu, iam passando, sem tomar conhecimento de III - Não almoço há cerca de três dias.
sua existência. Não era um ser humano, era um bicho, um saco de lixo IV - Estamos há cerca de três dias de nosso destino.
mesmo, um traste inútil, abandonado sobre a calçada. Um menor abando- As frases que apresentam corretamente o emprego do verbo haver
nado. são:
A) I - II
Quem nunca viu um menor abandonado? A cinco passos, na casa de B) I - III
sucos de frutas, vários casais de jovens tomavam sucos de frutas, alguns C) II - IV
mastigavam sanduíches. Além, na esquina da praça, o carro da radiopatru- D) I - IV
lha estacionado, dois boinas-pretas conversando do lado de fora. Ninguém E) II - III
tomava conhecimento da existência do menino.
45 O comentário correto sobre os elementos do primeiro parágrafo do
Segundo as estatísticas, como ele existem nada menos que 25 milhões texto é:
no Brasil, que se pode fazer? Qual seria a reação do menino se eu o acor- A) o cronista situa no tempo e no espaço os acontecimentos abordados
dasse para lhe dar todo o dinheiro que trazia no bolso? Resolveria o seu na crônica;
problema? O problema do menor abandonado? A injustiça social? B) o cronista sofre uma limitação psicológica ao ver o menino
(....) C) a semelhança entre o menino abandonado e uma trouxa de roupa é
a sujeira;
Vinte e cinco milhões de menores - um dado abstrato, que a imagina- D) a localização do fato perto da meia-noite não tem importância para o
ção não alcança. Um menino sem pai nem mãe, sem o que comer nem texto;
onde dormir - isto é um menor abandonado. Para entender, só mesmo E) os fatos abordados nesse parágrafo já justificam o título da crônica.
imaginando meu filho largado no mundo aos seis, oito ou dez anos de
idade, sem ter para onde ir nem para quem apelar. Imagino que ele venha a
ser um desses que se esgueiram como ratos em torno aos botequins e 46 Boinas-pretas é um substantivo composto que faz o plural da mesma
lanchonetes e nos importunam cutucando-nos de leve - gesto que nos forma que:
desperta mal contida irritação - para nos pedir um trocado. Não temos A) salvo-conduto;
disposição sequer para olhá-lo e simplesmente o atendemos (ou não) para B) abaixo-assinado;
nos livrarmos depressa de sua incômoda presença. Com o sentimento que C) salário-família;
sufocamos no coração, escreveríamos toda a obra de Dickens. Mas esta- D) banana-prata;
mos em pleno século XX, vivendo a era do progresso para o Brasil, con- E) alto-falante.
quistando um futuro melhor para os nossos filhos. Até lá, que o menor
abandonado não chateie, isto é problema para o juizado de menores. 47 A descrição do menino abandonado é feita no segundo parágrafo do
Mesmo porque são todos delinquentes, pivetes na escola do crime, cedo texto; o que NÃO se pode dizer do processo empregado para isso é
terminarão na cadeia ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte. que o autor:
A) se utiliza de comparações depreciativas;
Pode ser. Mas a verdade é que hoje eu vi meu filho dormindo na rua, B) lança mão de vocábulo animalizador;
exposto ao frio da noite, e além de nada ter feito por ele, ainda o confundi C) centraliza sua atenção nos aspectos físicos do menino;
com um monte de lixo. D) mostra precisão em todos os dados fornecidos;
Fernando Sabino E) usa grande número de termos adjetivadores.

41 Uma crônica, como a que você acaba de ler, tem como melhor 48 ''Estava dormindo, como podia estar morto''; esse segmento do texto
definição: significa que:
A) registro de fatos históricos em ordem cronológica; A) a aparência do menino não permitia saber se dormia ou estava
B) pequeno texto descritivo geralmente baseado em fatos do cotidiano; morto;
C) seção ou coluna de jornal sobre tema especializado; B) a posição do menino era idêntica à de um morto;
D) texto narrativo de pequena extensão, de conteúdo e estrutura bas- C) para os transeuntes, não fazia diferença estar o menino dormindo ou
tante variados; morto;
E) pequeno conto com comentários, sobre temas atuais. D) não havia diferença, para a descrição feita, se o menino estava
dormindo ou morto;
42 O texto começa com os tempos verbais no pretérito imperfeito - E) o cronista não sabia sobre a real situação do menino.
vinha, faltavam - e, depois, ocorre a mudança para o pretérito perfei-
to - olhei, vi etc.; essa mudança marca a passagem: 49 Alguns textos, como este, trazem referências de outros momentos
A) do passado para o presente; históricos de nosso país; o segmento do texto em que isso ocorre é:
B) da descrição para a narração; A) ''Perto da Praça General Osório, olhei para o lado e vi...'';
C) do impessoal para o pessoal; B) ''...ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte'';
D) do geral para o específico; C) ''...escreveríamos toda a obra de Dickens'';
E) do positivo para o negativo. D) ''...isto é problema para o juizado de menores'';
E) ''Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais''.
43 ''...olhei para o lado e vi, junto à parede, antes da esquina, ALGO que
me pareceu uma trouxa de roupa...''; o uso do termo destacado se 50 ''... era um bicho...''; a figura de linguagem presente neste segmento
deve a que: do texto é uma:
A) o autor pretende comparar o menino a uma coisa; A) metonímia;

Língua Portuguesa 81 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
B) comparação ou símile; _______________________________________________________
C) metáfora;
D) prosopopeia; _______________________________________________________
E) personificação. _______________________________________________________

RESPOSTAS – PROVA I _______________________________________________________


01. D 11. B 21. B 31. D 41. D _______________________________________________________
02. A 12. A 22. A 32. B 42. B
03. C 13. C 23. C 33. A 43. C _______________________________________________________
04. E 14. E 24. E 34. A 44. E _______________________________________________________
05. A 15. C 25. D 35. B 45. A
06. B 16. A 26. E 36. C 46. A _______________________________________________________
07. D 17. B 27. B 37. C 47. D
08. E 18. E 28. C 38. A 48. C
_______________________________________________________
09. C 19. D 29. D 39. A 49. B _______________________________________________________
10. D 20. A 30. B 40. B 50. C
_______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
______________________________________________________ _______________________________________________________

Língua Portuguesa 82 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
 Pertinência: é a característica associada a um
elemento que faz parte de um conjunto;

Pertence ou não pertence

Se é um elemento de , nós podemos dizer que o


Sistema numérico decimal e as quatro operações fundamen- elemento pertence ao conjunto e podemos escrever
tais com números naturais.
Operações com números inteiros, fracionários e decimais. . Se não é um elemento de , nós podemos
Razão e proporção. Regra de três simples e regra de três dizer que o elemento não pertence ao conjunto e
composta. Porcentagem. Média aritmética e média pondera-
da. podemos escrever .
Equações de primeiro e segundo graus.
Formas geométricas básicas. Sistema métrico decimal: medi-
das de comprimento, de superfície, de capacidade, de volu- 1. Conceitos primitivos
me e de tempo.
Sistema monetário brasileiro. Antes de mais nada devemos saber que conceitos
primitivos são noções que adotamos sem definição.
TEORIA DOS CONJUNTOS
Adotaremos aqui três conceitos primitivos: o de con-
junto, o de elemento e o de pertinência de um elemento
CONJUNTO a um conjunto. Assim, devemos entender perfeitamente
a frase: determinado elemento pertence a um conjunto,
Em matemática, um conjunto é uma coleção de sem que tenhamos definido o que é conjunto, o que é
elementos. Não interessa a ordem e quantas vezes os elemento e o que significa dizer que um elemento per-
elementos estão listados na coleção. Em contraste, tence ou não a um conjunto.
uma coleção de elementos na qual a multiplicidade,
mas não a ordem, é relevante, é chamada 2 Notação
multiconjunto.
Normalmente adotamos, na teoria dos conjuntos, a
Conjuntos são um dos conceitos básicos da seguinte notação:
matemática. Um conjunto é apenas uma coleção de
entidades, chamadas de elementos. A notação padrão • os conjuntos são indicados por letras maiúsculas:
lista os elementos separados por vírgulas entre chaves A, B, C, ... ;
(o uso de "parênteses" ou "colchetes" é incomum) • os elementos são indicados por letras
como os seguintes exemplos: minúsculas: a, b, c, x, y, ... ;
• o fato de um elemento x pertencer a um conjunto
{1, 2, 3} C é indicado com x ∈ C;
• o fato de um elemento y não pertencer a um
{1, 2, 2, 1, 3, 2}
conjunto C é indicado y ∉ C.
{x : x é um número inteiro tal que 0<x<4}
3. Representação dos conjuntos
Os três exemplos acima são maneiras diferentes de
Um conjunto pode ser representado de três
representar o mesmo conjunto.
maneiras:
É possível descrever o mesmo conjunto de
diferentes maneiras: listando os seus elementos (ideal • por enumeração de seus elementos;
para conjuntos pequenos e finitos) ou definindo uma • por descrição de uma propriedade
propriedade de seus elementos. Dizemos que dois característica do conjunto;
conjuntos são iguais se e somente se cada elemento • através de uma representação gráfica.
de um é também elemento do outro, não importando a Um conjunto é representado por enumeração
quantidade e nem a ordem das ocorrências dos quando todos os seus elementos são indicados e
elementos. colocados dentro de um par de chaves.

Conceitos essenciais Exemplo:

 Conjunto: representa uma coleção de objetos, a) A = ( 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 ) indica o conjunto


geralmente representado por letras maiúsculas; formado pelos algarismos do nosso sistema de
numeração.
b) B = ( a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, l, m, n, o, p, q, r, s, t,
 Elemento: qualquer um dos componentes de um
u, v, x, z ) indica o conjunto formado pelas letras do
conjunto, geralmente representado por letras
nosso alfabeto.
minúsculas;
c) Quando um conjunto possui número elevado de
elementos, porém apresenta lei de formação bem clara,

Matemática 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
podemos representa-lo, por enumeração, indicando os Por esse tipo de representação gráfica, chamada
primeiros e os últimos elementos, intercalados por diagrama de Euler-Venn, percebemos que x ∈ C, y ∈
reticências. Assim: C = ( 2; 4; 6;... ; 98 ) indica o C, z ∈ C; e que a ∉ C, b ∉ C, c ∉ C, d ∉ C.
conjunto dos números pares positivos, menores do
que100. 4 Número de elementos de um conjunto
d) Ainda usando reticências, podemos representar,
por enumeração, conjuntos com infinitas elementos que Consideremos um conjunto C. Chamamos de núme-
tenham uma lei de formação bem clara, como os ro de elementos deste conjunto, e indicamos com n(C),
seguintes: ao número de elementos diferentes entre si, que per-
tencem ao conjunto.
D = ( 0; 1; 2; 3; .. . ) indica o conjunto dos números Exemplos
inteiros não negativos;
E = ( ... ; -2; -1; 0; 1; 2; . .. ) indica o conjunto dos a) O conjunto A = { a; e; i; o; u }
números inteiros; é tal que n(A) = 5.
F = ( 1; 3; 5; 7; . . . ) indica o conjunto dos números b) O conjunto B = { 0; 1; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } é tal
ímpares positivos. que n(B) = 10.
c) O conjunto C = ( 1; 2; 3; 4;... ; 99 ) é tal que n
A representação de um conjunto por meio da des- (C) = 99.
crição de uma propriedade característica é mais sintéti-
ca que sua representação por enumeração. Neste ca- 5 Conjunto unitário e conjunto vazio
so, um conjunto C, de elementos x, será representado
da seguinte maneira: Chamamos de conjunto unitário a todo conjunto C,
tal que n (C) = 1.
C = { x | x possui uma determinada propriedade }
Exemplo: C = ( 3 )
que se lê: C é o conjunto dos elementos x tal que
possui uma determinada propriedade: E chamamos de conjunto vazio a todo conjunto c,
tal que n(C) = 0.
Exemplos
2
Exemplo: M = { x | x = -25}
O conjunto A = { 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } pode ser
representado por descrição da seguinte maneira: A = O conjunto vazio é representado por { } ou por
{ x | x é algarismo do nosso sistema de numeração } ∅.
O conjunto G = { a; e; i; o, u } pode ser Exercício resolvido
representado por descrição da seguinte maneira G =
{ x | x é vogal do nosso alfabeto } Determine o número de elementos dos seguintes
com juntos :
O conjunto H = { 2; 4; 6; 8; . . . } pode ser
representado por descrição da seguinte maneira: a) A = { x | x é letra da palavra amor }
b) B = { x | x é letra da palavra alegria }
H = { x | x é par positivo } c) c é o conjunto esquematizado a seguir
d) D = ( 2; 4; 6; . . . ; 98 )
A representação gráfica de um conjunto é bastante e) E é o conjunto dos pontos comuns às
cômoda. Através dela, os elementos de um conjunto relas r e s, esquematizadas a seguir :
são representados por pontos interiores a uma linha
fechada que não se entrelaça. Os pontos exteriores a
esta linha representam os elementos que não perten-
cem ao conjunto.

Exemplo

Resolução

a) n(A) = 4
b) n(B) = 6,'pois a palavra alegria, apesar de
possuir dote letras, possui apenas seis letras distintas
entre si.
c) n(C) = 2, pois há dois elementos que
pertencem a C: c e C e d e C
d) observe que:
2 = 2 . 1 é o 1º par positivo
4 = 2 . 2 é o 2° par positivo
6 = 2 . 3 é o 3º par positivo

Matemática 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
8 = 2 . 4 é o 4º par positivo Pode-se mostrar que, se um conjunto possui n
n
. . elementos, então este conjunto terá 2 subconjuntos.
. . Exemplo
. .
98 = 2 . 49 é o 49º par positivo O conjunto C = {1; 2 } possui dois elementos; logo,
2
ele terá 2 = 4 subconjuntos.
logo: n(D) = 49
Exercício resolvido:
e) As duas retas, esquematizadas na
figura, possuem apenas um ponto comum. 1. Determine o número de subconjuntos do conjunto
Logo, n( E ) = 1, e o conjunto E é, portanto, unitário. C = (a; e; i; o; u ) .

6 igualdade de conjuntos Resolução: Como o conjunto C possui cinco


5
elementos, o número dos seus subconjuntos será 2 =
Vamos dizer que dois conjuntos A e 8 são iguais, e 32.
indicaremos com A = 8, se ambos possuírem os mes-
mos elementos. Quando isto não ocorrer, diremos que Exercícios propostas:
os conjuntos são diferentes e indicaremos com A ≠ B.
Exemplos . 2. Determine o número de subconjuntos do conjunto
C = { 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 }
a) {a;e;i;o;u} = {a;e;i;o;u}
b) {a;e;i;o,u} = {i;u;o,e;a} Resposta: 1024
c) {a;e;i;o;u} = {a;a;e;i;i;i;o;u;u}
d) {a;e;i;o;u} ≠ {a;e;i;o} 3. Determine o número de subconjuntos do conjunto
2
e) { x | x = 100} = {10; -10} 1 1 1 2 3 3
2
f) { x | x = 400} ≠ {20} C=  ; ; ; ; ; 
2 3 4 4 4 5 
7 Subconjuntos de um conjunto
Resposta: 32
Dizemos que um conjunto A é um subconjunto de
um conjunto B se todo elemento, que pertencer a A, B) OPERAÇÕES COM CONJUNTOS
também pertencer a B.
1 União de conjuntos
Neste caso, usando os diagramas de Euler-Venn, o
conjunto A estará "totalmente dentro" do conjunto B : Dados dois conjuntos A e B, chamamos união ou
reunião de A com B, e indicamos com A ∩ B, ao con-
junto constituído por todos os elementos que perten-
cem a A ou a B.

Usando os diagramas de Euler-Venn, e


representando com hachuras a interseção dos
Indicamos que A é um subconjunto de B de duas conjuntos, temos:
maneiras:

a) A ⊂ B; que deve ser lido : A é subconjunto de


B ou A está contido em B ou A é parte de B;
b) B ⊃ A; que deve ser lido: B contém A ou B
inclui A.

Exemplo Exemplos

Sejam os conjuntos A = {x | x é mineiro} e B = { x | x a) {a;b;c} U {d;e}= {a;b;c;d;e}


é brasileiro} ; temos então que A ⊂ B e que B ⊃ A. b) {a;b;c} U {b;c;d}={a;b;c;d}
c) {a;b;c} U {a;c}={a;b;c}
Observações:
2 Intersecção de conjuntos
• Quando A não é subconjunto de B, indicamos
com A ⊄ B ou B A. Dados dois conjuntos A e B, chamamos de interse-
ção de A com B, e indicamos com A ∩ B, ao conjunto
• Admitiremos que o conjunto vazio está contido
constituído por todos os elementos que pertencem a A
em qualquer conjunto.
e a B.
8 Número de subconjuntos de um conjunto dado
Usando os diagramas de Euler-Venn, e
representando com hachuras a intersecção dos
conjuntos, temos:
Matemática 3 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Exemplos
a) {a;b;c} ∩ {d;e} = ∅
b) {a;b;c} ∩ {b;c,d} = {b;c}
c) {a;b;c} ∩ {a;c} = {a;c}

Quando a intersecção de dois conjuntos é vazia,


como no exemplo a, dizemos que os conjuntos são
disjuntos.

Exercícios resolvidos
3. No diagrama seguinte temos:
1. Sendo A = ( x; y; z ); B = ( x; w; v ) e C = ( y; u; t n(A) = 20
), determinar os seguintes conjuntos: n(B) = 30
a) A ∪ B f) B ∩ C n(A ∩ B) = 5
b) A ∩ B g) A ∪ B ∪ C
c) A ∪ C h) A ∩ B ∩ C
d) A ∩ C i) (A ∩ B) U (A ∩ C) Determine n(A ∪ B).
e) B ∪ C Resolução

Resolução
a) A ∪ B = {x; y; z; w; v }
b) A ∩ B = {x }
c) A ∪ C = {x; y;z; u; t }
d) A ∩ C = {y }
e) B ∪ C={x;w;v;y;u;t} Se juntarmos, aos 20 elementos de A, os 30
f) B ∩ C= ∅ elementos de B, estaremos considerando os 5
g) A ∪ B ∪ C= {x;y;z;w;v;u;t} elementos de A n B duas vezes; o que, evidentemente,
h) A ∩ B ∩ C= ∅ é incorreto; e, para corrigir este erro, devemos subtrair
i) (A ∩ B) ∪ u (A ∩ C)={x} ∪ {y}={x;y} uma vez os 5 elementos de A n B; teremos então:

n(A ∪ B) = n(A) + n(B) - n(A ∩ B) ou seja:


2. Dado o diagrama seguinte, represente com
hachuras os conjuntos: :
n(A ∪ B) = 20 + 30 – 5 e então:
a) A ∩ B ∩ C
b) (A ∩ B) ∪ (A ∩ C) n(A ∪ B) = 45.

4 Conjunto complementar

Dados dois conjuntos A e B, com B ⊂ A,


chamamos de conjunto complementar de B em relação
a A, e indicamos com CA B, ao conjunto A - B.
Observação: O complementar é um caso particular
de diferença em que o segundo conjunto é subconjunto
do primeiro.

Usando os diagramas de Euler-Venn, e


representando com hachuras o complementar de B em
.Resolução relação a A, temos:

Matemática 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
6. Números imaginários aparecem como soluções
2
de equações como x + r = 0 onde r > 0. O símbolo
usualmente representa este conjunto.

7. Números complexos é a soma dos números


reais e dos imaginários: . Aqui tanto r quanto s
podem ser iguais a zero; então os conjuntos dos
números reais e o dos imaginários são subconjuntos do
Exemplo: {a;b;c;d;e;f} - {b;d;e}= {a;c;f} conjunto dos números complexos. O símbolo
usualmente representa este conjunto.
Observação: O conjunto complementar de B
em relação a A é formado pelos elementos que
faltam para "B chegar a A"; isto é, para B se
igualar a A. NÚMEROS NATURAIS, INTEIROS, RACIONAIS,
IRRACIONAIS E REAIS.
Exercícios resolvidos:
Conjuntos numéricos podem ser representados de
4. Sendo A = { x; y; z } , B = { x; w; v } e C = { y;
diversas formas. A forma mais simples é dar um nome
u; t }, determinar os seguintes conjuntos:
ao conjunto e expor todos os seus elementos, um ao
lado do outro, entre os sinais de chaves. Veja o exem-
A–B C-A
plo abaixo:
B–A B–C
A = {51, 27, -3}
A–C C–B
Esse conjunto se chama "A" e possui três termos,
Resolução
que estão listados entre chaves.
a) A - B = { y; z }
Os nomes dos conjuntos são sempre letras maiús-
b) B - A= {w;v}
culas. Quando criamos um conjunto, podemos utilizar
c) A - C= {x;z}
qualquer letra.
d) C – A = {u;t}
e) B – C = {x;w;v}
Vamos começar nos primórdios da matemática.
f) C – B = {y;u;t}
- Se eu pedisse para você contar até 10, o que você
me diria?
Exemplos de conjuntos compostos por números - Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove
e dez.
Nota: Nesta seção, a, b e c são números naturais,
enquanto r e s são números reais. Pois é, estes números que saem naturalmente de
sua boca quando solicitado, são chamados de números
1. Números naturais são usados para contar. O NATURAIS, o qual é representado pela letra .
símbolo usualmente representa este conjunto.
Foi o primeiro conjunto inventado pelos homens, e
2. Números inteiros aparecem como soluções de tinha como intenção mostrar quantidades.
equações como x + a = b. O símbolo usualmente *Obs.: Originalmente, o zero não estava incluído
representa este conjunto (do termo alemão Zahlen que neste conjunto, mas pela necessidade de representar
significa números). uma quantia nula, definiu-se este número como sendo
pertencente ao conjunto dos Naturais. Portanto:
N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ...}
3. Números racionais aparecem como soluções
de equações como a + bx = c. O símbolo Obs.2: Como o zero originou-se depois dos outros
usualmente representa este conjunto (da palavra números e possui algumas propriedades próprias, al-
quociente). gumas vezes teremos a necessidade de representar o
conjunto dos números naturais sem incluir o zero. Para
4. Números algébricos aparecem como soluções isso foi definido que o símbolo * (asterisco) empregado
de equações polinomiais (com coeficientes inteiros) e ao lado do símbolo do conjunto, iria representar a au-
envolvem raízes e alguns outros números irracionais. O sência do zero. Veja o exemplo abaixo:
N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, ...}
símbolo ou usualmente representa este
conjunto. Estes números foram suficientes para a sociedade
durante algum tempo. Com o passar dos anos, e o
5. Números reais incluem os números algébricos aumento das "trocas" de mercadorias entre os homens,
e os números transcendentais. O símbolo foi necessário criar uma representação numérica para
usualmente representa este conjunto. as dívidas.

Com isso inventou-se os chamados "números nega-


Matemática 5 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
tivos", e junto com estes números, um novo conjunto: o N = {0,1,2,3,4,5,6,7,8,9,10, ...}
conjunto dos números inteiros, representado pela letra N* = {1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11, ...}
.
Conjunto dos Números Inteiros
O conjunto dos números inteiros é formado por to- São todos os números que pertencem ao conjunto
dos os números NATURAIS mais todos os seus repre- dos Naturais mais os seus respectivos opostos (negati-
sentantes negativos. vos).

Note que este conjunto não possui início nem fim São representados pela letra Z:
(ao contrário dos naturais, que possui um início e não Z = {... -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, ...}
possui fim).
O conjunto dos inteiros possui alguns subconjuntos,
Assim como no conjunto dos naturais, podemos re- eles são:
presentar todos os inteiros sem o ZERO com a mesma
notação usada para os NATURAIS. - Inteiros não negativos
Z* = {..., -2, -1, 1, 2, ...} São todos os números inteiros que não são negati-
vos. Logo percebemos que este conjunto é igual ao
Em algumas situações, teremos a necessidade de conjunto dos números naturais.
representar o conjunto dos números inteiros que NÃO
SÃO NEGATIVOS. É representado por Z+:
Z+ = {0,1,2,3,4,5,6, ...}
Para isso emprega-se o sinal "+" ao lado do símbolo
do conjunto (vale a pena lembrar que esta simbologia - Inteiros não positivos
representa os números NÃO NEGATIVOS, e não os São todos os números inteiros que não são positi-
números POSITIVOS, como muita gente diz). Veja o vos. É representado por Z-:
exemplo abaixo: Z- = {..., -5, -4, -3, -2, -1, 0}
Z+ = {0,1, 2, 3, 4, 5, ...}
- Inteiros não negativos e não-nulos
Obs.1: Note que agora sim este conjunto possui um É o conjunto Z+ excluindo o zero. Representa-se es-
início. E você pode estar pensando "mas o zero não é se subconjunto por Z*+:
positivo". O zero não é positivo nem negativo, zero é Z*+ = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ...}
NULO. Z*+ = N*

Ele está contido neste conjunto, pois a simbologia - Inteiros não positivos e não nulos
do sinalzinho positivo representa todos os números São todos os números do conjunto Z- excluindo o
NÃO NEGATIVOS, e o zero se enquadra nisto. zero. Representa-se por Z*-.
Z*- = {... -4, -3, -2, -1}
Se quisermos representar somente os positivos (ou
seja, os não negativos sem o zero), escrevemos: Conjunto dos Números Racionais
Z*+ = {1, 2, 3, 4, 5, ...} Os números racionais é um conjunto que engloba
os números inteiros (Z), números decimais finitos (por
Pois assim teremos apenas os positivos, já que o exemplo, 743,8432) e os números decimais infinitos
zero não é positivo. periódicos (que repete uma sequência de algarismos
da parte decimal infinitamente), como "12,050505...",
Ou também podemos representar somente os intei- são também conhecidas como dízimas periódicas.
ros NÃO POSITIVOS com:
Os racionais são representados pela letra Q.
Z - ={...,- 4, - 3, - 2, -1 , 0}
Conjunto dos Números Irracionais
Obs.: Este conjunto possui final, mas não possui i- É formado pelos números decimais infinitos não-
nício. periódicos. Um bom exemplo de número irracional é o
número PI (resultado da divisão do perímetro de uma
E também os inteiros negativos (ou seja, os não po- circunferência pelo seu diâmetro), que vale 3,14159265
sitivos sem o zero): .... Atualmente, supercomputadores já conseguiram
Z*- ={...,- 4, - 3, - 2, -1} calcular bilhões de casas decimais para o PI.

Assim: Também são irracionais todas as raízes não exatas,


como a raiz quadrada de 2 (1,4142135 ...)
Conjunto dos Números Naturais
São todos os números inteiros positivos, incluindo o Conjunto dos Números Reais
zero. É representado pela letra maiúscula N. É formado por todos os conjuntos citados anterior-
Caso queira representar o conjunto dos números natu- mente (união do conjunto dos racionais com os irracio-
rais não-nulos (excluindo o zero), deve-se colocar um * nais).
ao lado do N:
Representado pela letra R.
Matemática 6 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Representação geométrica de Exemplos: 35 – 18 + 13 =


A cada ponto de uma reta podemos associar um ú- 17 + 13 = 30
nico número real, e a cada número real podemos asso- Veja outro exemplo: 47 + 35 – 42 – 15 =
ciar um único ponto na reta. 82 – 42 – 15=
Dizemos que o conjunto é denso, pois entre dois 40 – 15 = 25
números reais existem infinitos números reais (ou seja,
na reta, entre dois pontos associados a dois números Quando uma expressão numérica contiver os sinais
reais, existem infinitos pontos). de parênteses ( ), colchetes [ ] e chaves { }, procede-
remos do seguinte modo:
Veja a representação na reta de : 1º Efetuamos as operações indicadas dentro dos
parênteses;
2º efetuamos as operações indicadas dentro dos
colchetes;
3º efetuamos as operações indicadas dentro das
chaves.
Fonte: 1) 35 +[ 80 – (42 + 11) ] =
http://www.infoescola.com/matematica/conjuntos-
numericos/
= 35 + [ 80 – 53] =
= 35 + 27 = 62
CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS (N)
2) 18 + { 72 – [ 43 + (35 – 28 + 13) ] } =
= 18 + { 72 – [ 43 + 20 ] } =
ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO
= 18 + { 72 – 63} =
Veja a operação: 2 + 3 = 5 .
= 18 + 9 = 27
A operação efetuada chama-se adição e é indicada
escrevendo-se o sinal + (lê-se: “mais") entre os núme-
ros. CÁLCULO DO VALOR DESCONHECIDO

Os números 2 e 3 são chamados parcelas. 0 núme- Quando pretendemos determinar um número natu-
ro 5, resultado da operação, é chamado soma. ral em certos tipos de problemas, procedemos do se-
2 → parcela guinte modo:
+ 3 → parcela - chamamos o número (desconhecido) de x ou
qualquer outra incógnita ( letra )
5 → soma - escrevemos a igualdade correspondente
- calculamos o seu valor
A adição de três ou mais parcelas pode ser efetua-
da adicionando-se o terceiro número à soma dos dois Exemplos:
primeiros ; o quarto número à soma dos três primeiros 1) Qual o número que, adicionado a 15, é igual a 31?
e assim por diante.
3+2+6 = Solução:
5 + 6 = 11 Seja x o número desconhecido. A igualdade cor-
respondente será:
Veja agora outra operação: 7 – 3 = 4 x + 15 = 31

Quando tiramos um subconjunto de um conjunto, Calculando o valor de x temos:


realizamos a operação de subtração, que indicamos x + 15 = 31
pelo sinal - . x + 15 – 15 = 31 – 15
7 → minuendo x = 31 – 15
–3 → subtraendo x = 16
4 → resto ou diferença
Na prática , quando um número passa de um lado
0 minuendo é o conjunto maior, o subtraendo o sub- para outro da igualdade ele muda de sinal.
conjunto que se tira e o resto ou diferença o conjunto
que sobra. 2) Subtraindo 25 de um certo número obtemos 11.
Qual é esse número?
Somando a diferença com o subtraendo obtemos o
minuendo. Dessa forma tiramos a prova da subtração. Solução:
4+3=7 Seja x o número desconhecido. A igualdade corres-
pondente será:
EXPRESSÕES NUMÉRICAS x – 25 = 11
x = 11 + 25
Para calcular o valor de uma expressão numérica x = 36
envolvendo adição e subtração, efetuamos essas ope-
rações na ordem em que elas aparecem na expressão. Passamos o número 25 para o outro lado da igual-

Matemática 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dade e com isso ele mudou de sinal.
2) 9 . 6 – 4 . 12 + 7 . 2 =
3) Qual o número natural que, adicionado a 8, é i- = 54 – 48 + 14 =
gual a 20? = 20
Solução:
x + 8 = 20 Não se esqueça:
x = 20 – 8 Se na expressão ocorrem sinais de parênteses col-
x = 12 chetes e chaves, efetuamos as operações na ordem
em que aparecem:
4) Determine o número natural do qual, subtraindo 1º) as que estão dentro dos parênteses
62, obtemos 43. 2º) as que estão dentro dos colchetes
Solução: 3º) as que estão dentro das chaves.
x – 62 = 43
x = 43 + 62 Exemplo:
x = 105 22 + {12 +[ ( 6 . 8 + 4 . 9 ) – 3 . 7] – 8 . 9 }
= 22 + { 12 + [ ( 48 + 36 ) – 21] – 72 } =
Para sabermos se o problema está correto é sim- = 22 + { 12 + [ 84 – 21] – 72 } =
ples, basta substituir o x pelo valor encontrado e reali- = 22 + { 12 + 63 – 72 } =
zarmos a operação. No último exemplo temos: = 22 + 3 =
x = 105 = 25
105 – 62 = 43
DIVISÃO
MULTIPLICAÇÃO
Observe a operação: 30 : 6 = 5
Observe: 4 X 3 =12
Também podemos representar a divisão das se-
A operação efetuada chama-se multiplicação e é in- guintes maneiras:
dicada escrevendo-se um ponto ou o sinal x entre os 30
números. 30 6 ou =5
6
Os números 3 e 4 são chamados fatores. O número 0 5
12, resultado da operação, é chamado produto.
3 X 4 = 12 O dividendo (D) é o número de elementos do con-
junto que dividimos o divisor (d) é o número de elemen-
3 fatores tos do subconjunto pelo qual dividimos o dividendo e o
X 4 quociente (c) é o número de subconjuntos obtidos com
12 produto a divisão.

Por convenção, dizemos que a multiplicação de Essa divisão é exata e é considerada a operação
qualquer número por 1 é igual ao próprio número. inversa da multiplicação.
SE 30 : 6 = 5, ENTÃO 5 x 6 = 30
A multiplicação de qualquer número por 0 é igual a 0.
observe agora esta outra divisão:
A multiplicação de três ou mais fatores pode ser efe-
tuada multiplicando-se o terceiro número pelo produto 32 6
dos dois primeiros; o quarto numero pelo produto dos 2 5
três primeiros; e assim por diante. 32 = dividendo
3 x 4 x 2 x 5 = 6 = divisor
5 = quociente
12 x 2 x 5
2 = resto
24 x 5 = 120
Essa divisão não é exata e é chamada divisão apro-
EXPRESSÕES NUMÉRICAS ximada.

Sinais de associação ATENÇÃO:


O valor das expressões numéricas envolvendo as 1) Na divisão de números naturais, o quociente é
operações de adição, subtração e multiplicação é obti- sempre menor ou igual ao dividendo.
do do seguinte modo: 2) O resto é sempre menor que o divisor.
- efetuamos as multiplicações 3) O resto não pode ser igual ou maior que o divi-
- efetuamos as adições e subtrações, na ordem sor.
em que aparecem. 4) O resto é sempre da mesma espécie do divi-
dendo. Exemplo: dividindo-se laranjas por certo
1) 3.4 + 5.8– 2.9= número, o resto será laranjas.
=12 + 40 – 18 5) É impossível dividir um número por 0 (zero),
= 34 porque não existe um número que multiplicado
Matemática 8 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
por 0 dê o quociente da divisão. 1736 : x = 56
1736 = 56 . x
PROBLEMAS 56 . x = 1736
x. 56 = 1736
1) Determine um número natural que, multiplica- x = 1736 : 56
do por 17, resulte 238. x = 31
X . 17 = 238
X = 238 : 17 10) O dobro de um número é igual a 30. Qual é o
X = 14 número?
Prova: 14 . 17 = 238 2 . x = 30
2x = 30
2) Determine um número natural que, dividido x = 30 : 2
por 62, resulte 49. x = 15
x : 62 = 49
x = 49 . 62 11) O dobro de um número mais 4 é igual a 20.
x = 3038 Qual é o número ?
2 . x + 4 = 20
3) Determine um número natural que, adicionado 2 x = 20 – 4
a 15, dê como resultado 32 2 x = 16
x + 15 = 32 x = 16 : 2
x = 32 – 15 x=8
x =17
12) Paulo e José têm juntos 12 lápis. Paulo tem o
4) Quanto devemos adicionar a 112, a fim de ob- dobro dos lápis de José. Quantos lápis tem
termos 186? cada menino?
x + 112 = 186 José: x
x = 186 – 112 Paulo: 2x
x = 74 Paulo e José: x + x + x = 12
3x = 12
5) Quanto devemos subtrair de 134 para obter- x = 12 : 3
mos 81? x=4
134 – x = 81 José: 4 - Paulo: 8
– x = 81 – 134
– x = – 53 (multiplicando por –1) 13) A soma de dois números é 28. Um é o triplo
x = 53 do outro. Quais são esses números?
Prova: 134 – 53 = 81 um número: x
o outro número: 3x
6) Ricardo pensou em um número natural, adi- x + x + x + x = 28 (os dois números)
cionou-lhe 35, subtraiu 18 e obteve 40 no re- 4 x = 28
sultado. Qual o número pensado? x = 28 : 4
x + 35 – 18 = 40 x = 7 (um número)
x= 40 – 35 + 18
x = 23 3x = 3 . 7 = 21 (o outro número).
Prova: 23 + 35 – 18 = 40 Resposta: 7 e 21

7) Adicionando 1 ao dobro de certo número ob- 14) Pedro e Marcelo possuem juntos 30 bolinhas.
temos 7. Qual é esse numero? Marcelo tem 6 bolinhas a mais que Pedro.
2 . x +1 = 7 Quantas bolinhas tem cada um?
2x = 7 – 1 Pedro: x
2x = 6 Marcelo: x + 6
x =6:2 x + x + 6 = 30 ( Marcelo e Pedro)
x =3 2 x + 6 = 30
O número procurado é 3. 2 x = 30 – 6
Prova: 2. 3 +1 = 7 2 x = 24
x = 24 : 2
8) Subtraindo 12 do triplo de certo número obte- x = 12 (Pedro)
mos 18. Determinar esse número. Marcelo: x + 6 =12 + 6 =18
3 . x -12 = 18
3 x = 18 + 12 EXPRESSÕES NUMÉRICAS ENVOLVENDO AS
3 x = 30 QUATRO OPERAÇÕES
x = 30 : 3
x = 10 Sinais de associação:
O valor das expressões numéricas envolvendo as
9) Dividindo 1736 por um número natural, encon- quatro operações é obtido do seguinte modo:
tramos 56. Qual o valor deste numero natural? - efetuamos as multiplicações e as divisões, na
Matemática 9 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ordem em que aparecem; 37 : 33 = 3 7 – 3 = 34
- efetuamos as adições e as subtrações, na ordem 510 : 58 = 5 10 – 8 = 52
em que aparecem; 3ª) para elevar uma potência a um outro expoente,
conserva-se base e multiplicam-se os expoen-
Exemplo 1) 3 .15 + 36 : 9 = tes.
2 4 2.4
= 45 + 4 Exemplo: (3 ) = 3 = 38
= 49 4ª) para elevar um produto a um expoente, eleva-
Exemplo 2) 18 : 3 . 2 + 8 – 6 . 5 : 10 = se cada fator a esse expoente.
= 6 . 2 + 8 – 30 : 10 = (a. b)m = am . bm
= 12 + 8 – 3 =
= 20 – 3 3 3 3
Exemplos: (4 . 7) = 4 . 7 ; (3. 5)2 = 32 . 52
= 17
RADICIAÇÃO
POTENCIAÇÃO
Suponha que desejemos determinar um número
Considere a multiplicação: 2 . 2 . 2 em que os três que, elevado ao quadrado, seja igual a 9. Sendo x esse
2
fatores são todos iguais a 2. número, escrevemos: X = 9

Esse produto pode ser escrito ou indicado na forma De acordo com a potenciação, temos que x = 3, ou
3 2
2 (lê-se: dois elevado à terceira potência), em que o 2 seja: 3 = 9
é o fator que se repete e o 3 corresponde à quantidade
desses fatores. A operação que se realiza para determinar esse
3
número 3 é chamada radiciação, que é a operação
Assim, escrevemos: 2 = 2 . 2 . 2 = 8 (3 fatores) inversa da potenciação.

A operação realizada chama-se potenciação. Indica-se por:


O número que se repete chama-se base.
O número que indica a quantidade de fatores iguais
2
9 =3 (lê-se: raiz quadrada de 9 é igual a 3)
a base chama-se expoente.
O resultado da operação chama-se potência. Daí , escrevemos:
3
2 = 8 2
9 = 3 ⇔ 32 = 9
3 expoente
Na expressão acima, temos que:
base potência - o símbolo chama-se sinal da raiz
- o número 2 chama-se índice
Observações: - o número 9 chama-se radicando
1) os expoentes 2 e 3 recebem os nomes especi- - o número 3 chama-se raiz,
ais de quadrado e cubo, respectivamente.
2) As potências de base 0 são iguais a zero. 02 = - o símbolo 9 chama-se radical
2

0.0=0
3) As potências de base um são iguais a um. As raízes recebem denominações de acordo com o
3
Exemplos: 1 = 1 . 1 . 1 = 1 índice. Por exemplo:
15 = 1 . 1 . 1 . 1 . 1 = 1 2
36 raiz quadrada de 36
4) Por convenção, tem-se que:
0
3
raiz cúbica de 125
- a potência de expoente zero é igual a 1 (a = 1,
125
a ≠ 0) 4
81 raiz quarta de 81
30 = 1 ; 50 = 1 ; 120 = 1
1
5
32 raiz quinta de 32 e assim por diante
- a potência de expoente um é igual à base (a =
a)
21 = 2 ; 71 = 7 ; 1001 =100 No caso da raiz quadrada, convencionou-se não es-
crever o índice 2.
PROPRIEDADES DAS POTÊNCIAS Exemplo : 2 49 = 49 = 7, pois 72 = 49

1ª) para multiplicar potências de mesma base, EXERCÍCIOS


conserva-se a base e adicionam-se os expoen-
tes. 01) Calcule:
am . an = a m + n a) 10 – 10 : 5 = b) 45 : 9 + 6 =
2 8 2+8
Exemplos: 3 . 3 = 3 = 310 c) 20 + 40 : 10 = d) 9. 7 – 3 =
5 . 5 6 = 51+6 = 57 e) 30 : 5 + 5 = f) 6 . 15 – 56 : 4 =
2ª) para dividir potências de mesma base, conser- g) 63 : 9 . 2 – 2 = h) 56 – 34 : 17 . 19 =
va-se a base e subtraem-se os expoentes. i) 3 . 15 : 9 + 54 :18 = j) 24 –12 : 4+1. 0 =
am : an = am - n
Exemplos: Respostas:

Matemática 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) 8 b) 11 certa e perde 3 pontos por exercício que erra.
c) 24 d) 60 Ao final de 50 exercícios tinha 130 pontos.
e) 11 f) 76 Quantos exercícios acertou? (35)
g) 12 h) 18
i) 8 j) 21 16) Um edifício tem 15 andares; cada andar, 30 sa-
las; cada sala, 3 mesas; cada mesa, 2 gavetas;
02) Calcule o valor das expressões: cada gaveta, 1 chave. Quantas chaves diferen-
3 2
a) 2 +3 = tes serão necessárias para abrir todas as gave-
2 2
b) 3.5 –7 = tas? (2700).
3 3
c) 2 . 3 – 4. 2 =
3 2 2
d) 5 –3 .6 +2 –1= 17) Se eu tivesse 3 dúzias de balas a mais do que
2 4 2
e) (2 + 3) + 2 . 3 – 15 : 5 = tenho, daria 5 e ficaria com 100. Quantas balas
2 4 2
f) 1 + 7 – 3 . 2 + (12 : 4) = tenho realmente? (69)

Respostas: 18) A soma de dois números é 428 e a diferença


a) 17 b) 26 entre eles é 34. Qual é o número maior? (231)
c) 22 d) 20
e) 142 f) 11 19) Pensei num número e juntei a ele 5, obtendo 31.
Qual é o número? (26)
03) Uma indústria de automóveis produz, por dia,
1270 unidades. Se cada veículo comporta 5 20) Qual o número que multiplicado por 7 resulta
pneus, quantos pneus serão utilizados ao final 56? (8)
de 30 dias? (Resposta: 190.500)
21) O dobro das balas que possuo mais 10 é 36.
04) Numa divisão, o divisor é 9,o quociente é 12 e o Quantas balas possuo? (13).
resto é 5. Qual é o dividendo? (113)
22) Raul e Luís pescaram 18 peixinhos. Raul
05) Numa divisão, o dividendo é 227, o divisor é 15 pescou o dobro de Luís. Quanto pescou cada
e o resto é 2. Qual é o quociente? (15) um? (Raul-12 e Luís-6)

06) Numa divisão, o dividendo é 320, o quociente é PROBLEMAS


45 e o resto é 5. Qual é o divisor? (7)
Vamos calcular o valor de x nos mais diversos ca-
07) Num divisão, o dividendo é 625, o divisor é 25 e sos:
o quociente é 25. Qual ê o resto? (0)
1) x + 4 = 10
08) Numa chácara havia galinhas e cabras em igual Obtêm-se o valor de x, aplicando a operação inver-
quantidade. Sabendo-se que o total de pés des- sa da adição:
ses animais era 90, qual o número de galinhas? x = 10 – 4
Resposta: 15 ( 2 pés + 4 pés = 6 pés ; 90 : 6 = x=6
15).
2) 5x = 20
09) O dobro de um número adicionado a 3 é igual a Aplicando a operação inversa da multiplicação, te-
13. Calcule o número.(5) mos:
x = 20 : 5
10) Subtraindo 12 do quádruplo de um número ob- x=4
temos 60. Qual é esse número (Resp: 18)
3) x – 5 = 10
11) Num joguinho de "pega-varetas", André e Rena- Obtêm-se o valor de x, aplicando a operação inver-
to fizeram 235 pontos no total. Renato fez 51 sa da subtração:
pontos a mais que André. Quantos pontos fez x = 10 + 5
cada um? ( André-92 e Renato-143) x =15

12) Subtraindo 15 do triplo de um número obtemos 4) x : 2 = 4


39. Qual é o número? (18) Aplicando a operação inversa da divisão, temos:
x=4.2
13) Distribuo 50 balas, em iguais quantidades, a 3 x=8
amigos. No final sobraram 2. Quantas balas
coube a cada um? (16) COMO ACHAR O VALOR DESCONHECIDO EM UM
PROBLEMA
14) A diferença entre dois números naturais é zero
e a sua soma é 30. Quais são esses números?
Usando a letra x para representar um número, po-
(15)
demos expressar, em linguagem matemática, fatos e
sentenças da linguagem corrente referentes a esse
15) Um aluno ganha 5 pontos por exercício que a-
Matemática 11 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
número, observe: idade de uma é o triplo da idade da outra. Qual a i-
- duas vezes o número 2.x dade de cada uma?
Solução:
- o número mais 2 x+2 3x + x = 40
x 4x = 40
- a metade do número x = 40 : 4
2 x = 10
- a soma do dobro com a metade do número 3 . 10 = 30
x Resposta: 10 e 30 anos.
2⋅ x +
2
PROBLEMA 6
x A soma das nossas idades é 45 anos. Eu sou 5 a-
- a quarta parte do número
4 nos mais velho que você. Quantos anos eu tenho?
x + x + 5 = 45
PROBLEMA 1 x + x= 45 – 5
Vera e Paula têm juntas R$ 1.080,00. Vera tem o 2x = 40
triplo do que tem Paula. Quanto tem cada uma? x = 20
Solução: 20 + 5 = 25
x + 3x = 1080 Resposta: 25 anos
4x= 1080
x =1080 : 4 PROBLEMA 7
x= 270 Sua bola custou R$ 10,00 menos que a minha.
3 . 270 = 810 Quanto pagamos por elas, se ambas custaram R$
Resposta: Vera – R$ 810,00 e Paula – R$ 270,00 150,00?
Solução:
PROBLEMA 2 x + x – 10= 150
Paulo foi comprar um computador e uma bicicleta. 2x = 150 + 10
Pagou por tudo R$ 5.600,00. Quanto custou cada 2x = 160
um, sabendo-se que a computador é seis vezes x = 160 : 2
mais caro que a bicicleta? x = 80
Solução: 80 – 10 = 70
x + 6x = 5600 Resposta: R$ 70,00 e R$ 80,00
7x = 5600
x = 5600 : 7 PROBLEMA 8
x = 800 José tem o dobro do que tem Sérgio, e Paulo tanto
6 . 800= 4800 quanto os dois anteriores juntos. Quanto tem cada
R: computador – R$ 4.800,00 e bicicleta R$ 800,00 um, se os três juntos possuem R$ 624,00?
Solução: x + 2x + x + 2x = 624
PROBLEMA 3 6x = 624
Repartir 21 cadernos entre José e suas duas irmãs, x = 624 : 6
de modo que cada menina receba o triplo do que x = 104
recebe José. Quantos cadernos receberá José? Resposta:S-R$ 104,00; J-R$ 208,00; P- R$ 312,00
Solução:
x + 3x + 3x = 21 PROBLEMA 9
7x = 21 Se eu tivesse 4 rosas a mais do que tenho, poderia
x = 21 : 7 dar a você 7 rosas e ainda ficaria com 2. Quantas
x =3 rosas tenho?
Resposta: 3 cadernos Solução: x+4–7 = 2
x+4 =7+2
PROBLEMA 4 x+4 =9
Repartir R$ 2.100,00 entre três irmãos de modo que x =9–4
o 2º receba o dobro do que recebe o 1º , e o 3º o x =5
dobro do que recebe o 2º. Quanto receberá cada Resposta: 5
um?
Solução: CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS (Z)
x + 2x + 4x = 2100
7x = 2100 Conhecemos o conjunto N dos números naturais: N
x = 2100 : 7 = {0, 1, 2, 3, 4, 5, .....,}
x = 300
300 . 2 = 600 Assim, os números precedidos do sinal + chamam-
300 . 4 =1200 se positivos, e os precedidos de - são negativos.
Resposta: R$ 300,00; R$ 600,00; R$ 1200,00
Exemplos:
PROBLEMA 5 Números inteiros positivos: {+1, +2, +3, +4, ....}
A soma das idades de duas pessoas é 40 anos. A
Matemática 12 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Números inteiros negativos: {-1, -2, -3, -4, ....} 2) (+3) + (-4) + (+2) + (-8) =
(+5) + (-12) = -7
O conjunto dos números inteiros relativos é formado
pelos números inteiros positivos, pelo zero e pelos nú- PROPRIEDADES DA ADIÇÃO
meros inteiros negativos. Também o chamamos de A adição de números inteiros possui as seguintes
CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS e o represen- propriedades:
tamos pela letra Z, isto é: Z = {..., -3, -2, -1, 0, +1,
+2, +3, ... } 1ª) FECHAMENTO
A soma de dois números inteiros é sempre um nú-
O zero não é um número positivo nem negativo. To- mero inteiro: (-3) + (+6) = + 3 ∈ Z
do número positivo é escrito sem o seu sinal positivo.
2ª) ASSOCIATIVA
Exemplo: + 3 = 3 ; +10 = 10 Se a, b, c são números inteiros quaisquer, então: a
Então, podemos escrever: Z = {..., -3, -2, -1, 0 , + (b + c) = (a + b) + c
1, 2, 3, ...}
Exemplo:(+3) +[(-4) + (+2)] = [(+3) + (-4)] + (+2)
N é um subconjunto de Z. (+3) + (-2) = (-1) + (+2)
+1 = +1
REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA
Cada número inteiro pode ser representado por um 3ª) ELEMENTO NEUTRO
ponto sobre uma reta. Por exemplo: Se a é um número inteiro qualquer, temos: a+ 0 = a
e0+a=a

... -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4 ... Isto significa que o zero é elemento neutro para a


... C’ B’ A’ 0 A B C D ... adição.

Ao ponto zero, chamamos origem, corresponde o Exemplo: (+2) + 0 = +2 e 0 + (+2) = +2


número zero.
4ª) OPOSTO OU SIMÉTRICO
Nas representações geométricas, temos à direita do Se a é um número inteiro qualquer, existe um único
zero os números inteiros positivos, e à esquerda do número oposto ou simétrico representado por (-a),
zero, os números inteiros negativos. tal que: (+a) + (-a) = 0 = (-a) + (+a)

Observando a figura anterior, vemos que cada pon- Exemplos: (+5) + ( -5) = 0 ( -5) + (+5) = 0
to é a representação geométrica de um número inteiro.
5ª) COMUTATIVA
Exemplos: Se a e b são números inteiros, então:
 ponto C é a representação geométrica do núme- a+b=b+a
ro +3
 ponto B' é a representação geométrica do núme- Exemplo: (+4) + (-6) = (-6) + (+4)
ro -2 -2 = -2

ADIÇÃO DE DOIS NÚMEROS INTEIROS SUBTRAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS


1) A soma de zero com um número inteiro é o pró- Em certo local, a temperatura passou de -3ºC para
prio número inteiro: 0 + (-2) = -2 5ºC, sofrendo, portanto, um aumento de 8ºC, aumento
2) A soma de dois números inteiros positivos é um esse que pode ser representado por: (+5) - (-3) = (+5) +
número inteiro positivo igual à soma dos módulos (+3) = +8
dos números dados: (+700) + (+200) = +900
3) A soma de dois números inteiros negativos é um Portanto:
número inteiro negativo igual à soma dos módu- A diferença entre dois números dados numa certa
los dos números dados: (-2) + (-4) = -6 ordem é a soma do primeiro com o oposto do segundo.
4) A soma de dois números inteiros de sinais contrá-
rios é igual à diferença dos módulos, e o sinal é Exemplos: 1) (+6) - (+2) = (+6) + (-2 ) = +4
o da parcela de maior módulo: (-800) + (+300) = 2) (-8 ) - (-1 ) = (-8 ) + (+1) = -7
-500 3) (-5 ) - (+2) = (-5 ) + (-2 ) = -7

ADIÇÃO DE TRÊS OU MAIS NÚMEROS INTEIROS Na prática, efetuamos diretamente a subtração, eli-
A soma de três ou mais números inteiros é efetuada minando os parênteses
adicionando-se todos os números positivos e todos os - (+4 ) = -4
negativos e, em seguida, efetuando-se a soma do nú- - ( -4 ) = +4
mero negativo.
Observação:
Exemplos: 1) (+6) + (+3) + (-6) + (-5) + (+8) = Permitindo a eliminação dos parênteses, os sinais
(+17) + (-11) = +6 podem ser resumidos do seguinte modo:
(+)=+ +(-)=-

Matemática 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- (+)=- - (- )=+ (+2 ) . (+3 ) . (-2 ) =
(+6 ) . (-2 ) = -12
Exemplos: - ( -2) = +2 +(-6 ) = -6
- (+3) = -3 +(+1) = +1 Podemos concluir que:
- Quando o número de fatores negativos é par, o
PROPRIEDADE DA SUBTRAÇÃO produto sempre é positivo.
A subtração possui uma propriedade. - Quando o número de fatores negativos é ímpar,
o produto sempre é negativo.
FECHAMENTO: A diferença de dois números intei-
ros é sempre um número inteiro. PROPRIEDADES DA MULTIPLICAÇÃO
No conjunto Z dos números inteiros são válidas as
MULTIPLICAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS seguintes propriedades:
1º CASO: OS DOIS FATORES SÃO NÚMEROS
INTEIROS POSITIVOS 1ª) FECHAMENTO
Exemplo: (+4 ) . (-2 ) = - 8 ∈ Z
Lembremos que: 3 . 2 = 2 + 2 + 2 = 6 Então o produto de dois números inteiros é inteiro.
Exemplo:
(+3) . (+2) = 3 . (+2) = (+2) + (+2) + (+2) = +6 2ª) ASSOCIATIVA
Logo: (+3) . (+2) = +6 Exemplo: (+2 ) . (-3 ) . (+4 )
Este cálculo pode ser feito diretamente, mas tam-
Observando essa igualdade, concluímos: na multi- bém podemos fazê-lo, agrupando os fatores de duas
plicação de números inteiros, temos: maneiras:
(+) . (+) =+ (+2 ) . [(-3 ) . (+4 )] = [(+2 ) . ( -3 )]. (+4 )
(+2 ) . (-12) = (-6 ) . (+4 )
2º CASO: UM FATOR É POSITIVO E O OUTRO É -24 = -24
NEGATIVO
Exemplos: De modo geral, temos o seguinte:
1) (+3) . (-4) = 3 . (-4) = (-4) + (-4) + (-4) = -12 Se a, b, c representam números inteiros quaisquer,
ou seja: (+3) . (-4) = -12 então: a . (b . c) = (a . b) . c

2) Lembremos que: -(+2) = -2 3ª) ELEMENTO NEUTRO


(-3) . (+5) = - (+3) . (+5) = -(+15) = - 15 Observe que:
ou seja: (-3) . (+5) = -15 (+4 ) . (+1 ) = +4 e (+1 ) . (+4 ) = +4

Conclusão: na multiplicação de números inteiros, Qualquer que seja o número inteiro a, temos:
temos: ( + ) . ( - ) = - (-).(+)=- a . (+1 ) = a e (+1 ) . a = a
Exemplos :
(+5) . (-10) = -50 O número inteiro +1 chama-se neutro para a multi-
(+1) . (-8) = -8 plicação.
(-2 ) . (+6 ) = -12
(-7) . (+1) = -7 4ª) COMUTATIVA
Observemos que: (+2). (-4 ) = - 8
3º CASO: OS DOIS FATORES SÃO NÚMEROS IN- e (-4 ) . (+2 ) = - 8
TEIROS NEGATIVOS Portanto: (+2 ) . (-4 ) = (-4 ) . (+2 )
Exemplo: (-3) . (-6) = -(+3) . (-6) = -(-18) = +18
isto é: (-3) . (-6) = +18 Se a e b são números inteiros quaisquer, então: a .
b = b . a, isto é, a ordem dos fatores não altera o pro-
Conclusão: na multiplicação de números inteiros, duto.
temos: ( - ) . ( - ) = +
Exemplos: (-4) . (-2) = +8 (-5) . (-4) = +20 5ª) DISTRIBUTIVA EM RELAÇÃO À ADIÇÃO E À
SUBTRAÇÃO
As regras dos sinais anteriormente vistas podem ser Observe os exemplos:
resumidas na seguinte: (+3 ) . [( -5 ) + (+2 )] = (+3 ) . ( -5 ) + (+3 ) . (+2 )
(+).(+)=+ (+).(-)=- (+4 ) . [( -2 ) - (+8 )] = (+4 ) . ( -2 ) - (+4 ) . (+8 )
(- ).( -)=+ (-).(+)=-
Conclusão:
Quando um dos fatores é o 0 (zero), o produto é i- Se a, b, c representam números inteiros quaisquer,
gual a 0: (+5) . 0 = 0 temos:
a) a . [b + c] = a . b + a . c
PRODUTO DE TRÊS OU MAIS NÚMEROS IN- A igualdade acima é conhecida como proprieda-
TEIROS de distributiva da multiplicação em relação à adi-
Exemplos: 1) (+5 ) . ( -4 ) . (-2 ) . (+3 ) = ção.
(-20) . (-2 ) . (+3 ) = b) a . [b – c] = a . b - a . c
(+40) . (+3 ) = +120 A igualdade acima é conhecida como proprieda-
2) (-2 ) . ( -1 ) . (+3 ) . (-2 ) = de distributiva da multiplicação em relação à sub-
Matemática 14 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
tração. Observacões :
1 1
(+2 ) significa +2, isto é, (+2 ) = +2
1 1
DIVISÃO DE NÚMEROS INTEIROS ( -3 ) significa -3, isto é, ( -3 ) = -3

CONCEITO CÁLCULOS
Dividir (+16) por 2 é achar um número que, multipli-
cado por 2, dê 16. O EXPOENTE É PAR
16 : 2 = ? ⇔ 2 . ( ? ) = 16 Calcular as potências
4
1) (+2 ) = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +16 isto é,
4
O número procurado é 8. Analogamente, temos: (+2) = +16
4
1) (+12) : (+3 ) = +4 porque (+4 ) . (+3 ) = +12 2) ( -2 ) = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = +16 isto é,
4
2) (+12) : ( -3 ) = - 4 porque (- 4 ) . ( -3 ) = +12 (-2 ) = +16
3) ( -12) : (+3 ) = - 4 porque (- 4 ) . (+3 ) = -12
4 4
4) ( -12) : ( -3 ) = +4 porque (+4 ) . ( -3 ) = -12 Observamos que: (+2) = +16 e (-2) = +16

A divisão de números inteiros só pode ser realizada Então, de modo geral, temos a regra:
quando o quociente é um número inteiro, ou seja,
quando o dividendo é múltiplo do divisor. Quando o expoente é par, a potência é sempre um
número positivo.
Portanto, o quociente deve ser um número inteiro.
6 2
Outros exemplos: (-1) = +1 (+3) = +9
Exemplos:
( -8 ) : (+2 ) = -4 O EXPOENTE É ÍMPAR
( -4 ) : (+3 ) = não é um número inteiro Calcular as potências:
3
1) (+2 ) = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +8
3
Lembramos que a regra dos sinais para a divisão é isto é, (+2) = + 8
3
a mesma que vimos para a multiplicação: 2) ( -2 ) = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = -8
3
(+):(+)=+ (+):( -)=- ou seja, (-2) = -8
(- ):( -)=+ ( -):(+)=-
3 3
Observamos que: (+2 ) = +8 e ( -2 ) = -8
Exemplos:
( +8 ) : ( -2 ) = -4 (-10) : ( -5 ) = +2 Daí, a regra:
(+1 ) : ( -1 ) = -1 (-12) : (+3 ) = -4 Quando o expoente é ímpar, a potência tem o
mesmo sinal da base.
PROPRIEDADE
3 4
Como vimos: (+4 ) : (+3 ) ∉ Z Outros exemplos: (- 3) = - 27 (+2) = +16

Portanto, não vale em Z a propriedade do fecha- PROPRIEDADES


mento para a divisão. Alem disso, também não são
válidas as proposições associativa, comutativa e do PRODUTO DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE
3 2 3 2 5
elemento neutro. Exemplos: (+2 ) . (+2 ) = (+2 ) +2 = (+2 )
( -2 )2 . ( -2 )3 . ( -2 )5 = ( -2 ) 2 + 3 + 5 = ( -2 )10
POTENCIAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS
Para multiplicar potências de mesma base, mante-
CONCEITO mos a base e somamos os expoentes.
A notação
3
(+2 ) = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) QUOCIENTE DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE
(+2 ) 5 : (+2 )2 = (+2 )5-2 = (+2 )3
( -2 )7 : ( -2 )3 = ( -2 )7-3 = ( -2 )4
é um produto de três fatores iguais Para dividir potências de mesma base em que o ex-
poente do dividendo é maior que o expoente do divisor,
Analogamente: mantemos a base e subtraímos os expoentes.
4
( -2 ) = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 )
POTÊNCIA DE POTÊNCIA
[( -4 )3]5 = ( -4 )3 . 5 = ( -4 )15
é um produto de quatro fatores iguais Para calcular uma potência de potência, conserva-
mos a base da primeira potência e multiplicamos os
Portanto potência é um produto de fatores iguais. expoentes .
2
Na potência (+5 ) = +25, temos: POTÊNCIA DE UM PRODUTO
+5 ---------- base 4 4 4
[( -2 ) . (+3 ) . ( -5 )] = ( -2 ) . (+3 ) . ( -5 )
4
2 ---------- expoente
+25 ---------- potência Para calcular a potência de um produto, sendo n o
expoente, elevamos cada fator ao expoente n.

Matemática 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
POTÊNCIA DE POTÊNCIA
3 5 3.5 15
POTÊNCIA DE EXPOENTE ZERO [( -4 ) ] = ( -4 ) = ( -4 )
(+2 )5 : (+2 )5 = (+2 )5-5 = (+2 )0 Para calcular uma potência de potência, conserva-
5 5 mos a base da primeira potência e multiplicamos os
e (+2 ) : (+2 ) = 1
expoentes .
0 0
Consequentemente: (+2 ) = 1 ( -4 ) = 1
POTÊNCIA DE UM PRODUTO
4 4 4 4
Qualquer potência de expoente zero é igual a 1. [( -2 ) . (+3 ) . ( -5 )] = ( -2 ) . (+3 ) . ( -5 )
Para calcular a potência de um produto, sendo n o
Observação: expoente, elevamos cada fator ao expoente n.
2 2 2
Não confundir -3 com ( -3 ) , porque -3 significa
2
-( 3 ) e portanto POTÊNCIA DE EXPOENTE ZERO
5 5 5-5 0
2
-3 = -( 3 ) = -92 (+2 ) : (+2 ) = (+2 ) = (+2 )
5 5
2 e (+2 ) : (+2 ) = 1
enquanto que: ( -3 ) = ( -3 ) . ( -3 ) = +9 0 0
2 Consequentemente: (+2 ) = 1 ( -4 ) = 1
Logo: -3 ≠ ( -3 )2 Qualquer potência de expoente zero é igual a 1.
2 2 2
CÁLCULOS Observação: Não confundir-3 com (-3) , porque -3
2 2 2
significa -( 3 ) e portanto: -3 = -( 3 ) = -9
O EXPOENTE É PAR 2
enquanto que: ( -3 ) = ( -3 ) . ( -3 ) = +9
2
Calcular as potências
4 4
Logo: -3 ≠ ( -3 )2
(+2 ) = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +16 isto é, (+2)
= +16 NÚMEROS PARES E ÍMPARES
4 4
( -2 ) = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = +16 isto é, (-2 )
= +16 Os pitagóricos estudavam à natureza dos números, e
4 4
baseado nesta natureza criaram sua filosofia e modo de
Observamos que: (+2) = +16 e (-2) = +16 vida. Vamos definir números pares e ímpares de acordo
com a concepção pitagórica:
Então, de modo geral, temos a regra: • par é o número que pode ser dividido em duas par-
Quando o expoente é par, a potência é sempre um tes iguais, sem que uma unidade fique no meio, e
número positivo. ímpar é aquele que não pode ser dividido em duas
6 2
partes iguais, porque sempre há uma unidade no
Outros exemplos: (-1) = +1 (+3) = +9 meio

O EXPOENTE É ÍMPAR Uma outra caracterização, nos mostra a preocupação


com à natureza dos números:
Exemplos: • número par é aquele que tanto pode ser dividido
Calcular as potências: em duas partes iguais como em partes desiguais,
3
1) (+2 ) = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +8 mas de forma tal que em nenhuma destas divisões
3
isto é, (+2) = + 8 haja uma mistura da natureza par com a natureza
3
2) ( -2 ) = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = -8 ímpar, nem da ímpar com a par. Isto tem uma úni-
3
ou seja, (-2) = -8 ca exceção, que é o princípio do par, o número 2,
3 3 que não admite a divisão em partes desiguais, por-
Observamos que: (+2 ) = +8 e ( -2 ) = -8 que ele é formado por duas unidades e, se isto po-
de ser dito, do primeiro número par, 2.
Daí, a regra:
Quando o expoente é ímpar, a potência tem o Para exemplificar o texto acima, considere o número
mesmo sinal da base. 10, que é par, pode ser dividido como a soma de 5 e 5,
3 4 mas também como a soma de 7 e 3 (que são ambos
Outros exemplos: (- 3) = - 27 (+2) = +16 ímpares) ou como a soma de 6 e 4 (ambos são pares);
PROPRIEDADES mas nunca como a soma de um número par e outro ím-
PRODUTO DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE par. Já o número 11, que é ímpar pode ser escrito como
3 2 3 2 5
Exemplos: (+2 ) . (+2 ) = (+2 ) +2 = (+2 ) soma de 8 e 3, um par e um ímpar. Atualmente, definimos
2 3 5 2+3+5 10
( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = ( -2 ) = ( -2 ) números pares como sendo o número que ao ser dividido
por dois têm resto zero e números ímpares aqueles que
Para multiplicar potências de mesma base, mante- ao serem divididos por dois têm resto diferente de zero.
mos a base e somamos os expoentes. Por exemplo, 12 dividido por 2 têm resto zero, portanto 12
é par. Já o número 13 ao ser dividido por 2 deixa resto 1,
QUOCIENTE DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE portanto 13 é ímpar.
5 2 5-2 3
(+2 ) : (+2 ) = (+2 ) = (+2 )
7 3 7-3 4
( -2 ) : ( -2 ) = ( -2 ) = ( -2 ) MÚLTIPLOS E DIVISORES
Para dividir potências de mesma base em que o ex-
poente do dividendo é maior que o expoente do divisor, DIVISIBILIDADE
mantemos a base e subtraímos os expoentes. Um número é divisível por 2 quando termina em 0, 2, 4,
6 ou 8. Ex.: O número 74 é divisível por 2, pois termina em
Matemática 16 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
4. Portanto: 60 = 2 . 2 . 3 . 5

Um número é divisível por 3 quando a soma dos valo- Na prática, costuma-se traçar uma barra vertical à di-
res absolutos dos seus algarismos é um número divisível reita do número e, à direita dessa barra, escrever os divi-
por 3. Ex.: 123 é divisível por 3, pois 1+2+3 = 6 e 6 é divi- sores primos; abaixo do número escrevem-se os quocien-
sível por 3 tes obtidos. A decomposição em fatores primos estará
terminada quando o último quociente for igual a 1.
Um número é divisível por 5 quando o algarismo das
unidades é 0 ou 5 (ou quando termina em o ou 5). Ex.: O Exemplo:
número 320 é divisível por 5, pois termina em 0. 60 2
30 2
Um número é divisível por 10 quando o algarismo das 15 3
unidades é 0 (ou quando termina em 0). Ex.: O número 5 5
500 é divisível por 10, pois termina em 0. 1
Logo: 60 = 2 . 2 . 3 . 5
NÚMEROS PRIMOS
DIVISORES DE UM NÚMERO
Um número natural é primo quando é divisível apenas
por dois números distintos: ele próprio e o 1. Consideremos o número 12 e vamos determinar todos
os seus divisores Uma maneira de obter esse resultado é
Exemplos: escrever os números naturais de 1 a 12 e verificar se
• O número 2 é primo, pois é divisível apenas por dois cada um é ou não divisor de 12, assinalando os divisores.
números diferentes: ele próprio e o 1. 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7 - 8 - 9 - 10 - 11 - 12
• O número 5 é primo, pois é divisível apenas por dois = = = = = ==
números distintos: ele próprio e o 1. Indicando por D(12) (lê-se: "D de 12”) o conjunto dos
• O número natural que é divisível por mais de dois divisores do número 12, temos:
números diferentes é chamado composto. D (12) = { 1, 2, 3, 4, 6, 12}
• O número 4 é composto, pois é divisível por 1, 2, 4.
• O número 1 não é primo nem composto, pois é divi- Na prática, a maneira mais usada é a seguinte:
sível apenas por um número (ele mesmo). 1º) Decompomos em fatores primos o número consi-
• O número 2 é o único número par primo. derado.
12 2
6 2
DECOMPOSIÇÃO EM FATORES PRIMOS
3 3
(FATORAÇÃO)
1
Um número composto pode ser escrito sob a forma de
um produto de fatores primos. 2º) Colocamos um traço vertical ao lado os fatores
primos e, à sua direita e acima, escrevemos o nume-
Por exemplo, o número 60 pode ser escrito na forma: ro 1 que é divisor de todos os números.
2
60 = 2 . 2 . 3 . 5 = 2 . 3 . 5 que é chamada de forma fato- 1
rada. 12 2
6 2
Para escrever um número na forma fatorada, devemos 3 3
decompor esse número em fatores primos, procedendo 1
do seguinte modo:
3º) Multiplicamos o fator primo 2 pelo divisor 1 e es-
Dividimos o número considerado pelo menor número crevemos o produto obtido na linha correspondente.
primo possível de modo que a divisão seja exata. x1
Dividimos o quociente obtido pelo menor número pri- 12 2 2
mo possível. 6 2
3 3
Dividimos, sucessivamente, cada novo quociente pelo 1
menor número primo possível, até que se obtenha o quo-
ciente 1. 4º) Multiplicamos, a seguir, cada fator primo pelos
divisores já obtidos, escrevendo os produtos nas
Exemplo: linhas correspondentes, sem repeti-los.
60 2 x1
12 2 2
0 30 2 6 2 4
3 3
0 15 3 1
5 0 5
x1
1 12 2 2
6 2 4

Matemática 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3 3 3, 6, 12 comuns e não-comuns com seus maiores expo-
1 entes. Esse produto é o M.M.C procurado.

Os números obtidos à direita dos fatores primos são Exemplos: Calcular o M.M.C (12, 18)
os divisores do número considerado. Portanto:
D(12) = { 1, 2, 4, 3, 6, 12} Decompondo em fatores primos esses números, te-
mos:
Exemplos: 12 2 18 2
1) 6 2 9 3
1 3 3 3 3
18 2 2 1 1
9 3 3, 6 D(18) = {1, 2 , 3, 6, 9, 18}
2 2
3 3 9, 18 12 = 2 . 3 18 = 2 . 3
2 2
1 Resposta: M.M.C (12, 18) = 2 . 3 = 36

2) Observação: Esse processo prático costuma ser sim-


1 plificado fazendo-se uma decomposição simultânea dos
30 2 2 números. Para isso, escrevem-se os números, um ao
15 3 3, 6 lado do outro, separando-os por vírgula, e, à direita da
5 5 5, 10, 15, 30 barra vertical, colocada após o último número, escrevem-
1 se os fatores primos comuns e não-comuns. 0 calculo
estará terminado quando a última linha do dispositivo for
D(30) = { 1, 2, 3, 5, 6, 10, 15, 30} composta somente pelo número 1. O M.M.C dos números
apresentados será o produto dos fatores.
MÁXIMO DIVISOR COMUM
Exemplo:
Recebe o nome de máximo divisor comum de dois ou Calcular o M.M.C (36, 48, 60)
mais números o maior dos divisores comuns a esses 36, 48, 60 2
números. 18, 24, 30 2
9, 12, 15 2
Um método prático para o cálculo do M.D.C. de dois 9, 6, 15 2
números é o chamado método das divisões sucessivas 9, 3, 15 3
(ou algoritmo de Euclides), que consiste das etapas se- 3, 1, 5 3
guintes: 1, 1 5 5
1ª) Divide-se o maior dos números pelo menor. Se a 1, 1, 1
divisão for exata, o M.D.C. entre esses números é 4 2
o menor deles. Resposta: M.M.C (36, 48, 60) = 2 . 3 . 5 = 720
2ª) Se a divisão não for exata, divide-se o divisor (o
menor dos dois números) pelo resto obtido na di- RAÍZ QUADRADA EXATA DE NÚMEROS INTEIROS
visão anterior, e, assim, sucessivamente, até se
obter resto zero. 0 ultimo divisor, assim determi- CONCEITO
nado, será o M.D.C. dos números considerados. Consideremos o seguinte problema:
Descobrir os números inteiros cujo quadrado é +25.
2 2
Exemplo: Solução: (+5 ) = +25 e ( -5 ) =+25
Calcular o M.D.C. (24, 32) Resposta: +5 e -5

32 24 24 8 Os números +5 e -5 chamam-se raízes quadradas de


+25.
8 1 0 3
Outros exemplos:
Resposta: M.D.C. (24, 32) = 8 Número Raízes quadradas
+9 + 3 e -3
MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM +16 + 4 e -4
+1 + 1 e -1
Recebe o nome de mínimo múltiplo comum de dois ou +64 + 8 e -8
mais números o menor dos múltiplos (diferente de zero) +81 + 9 e -9
comuns a esses números. +49 + 7 e -7
+36 +6 e -6
O processo prático para o cálculo do M.M.C de dois ou O símbolo 25 significa a raiz quadrada de 25, isto
mais números, chamado de decomposição em fatores
primos, consiste das seguintes etapas: é 25 = +5
1º) Decompõem-se em fatores primos os números
Como 25 = +5 , então: − 25 = −5
apresentados.
2º) Determina-se o produto entre os fatores primos Agora, consideremos este problema.

Matemática 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Qual ou quais os números inteiros cujo quadrado é - recem.
25? 2ª) Multiplicação e divisão na ordem em que apare-
2 2
Solução: (+5 ) = +25 e (-5 ) = +25 cem.
Resposta: não existe número inteiro cujo quadrado 3ª) Adição e subtração na ordem em que aparecem.
seja -25, isto é, − 25 não existe no conjunto Z dos
Exemplos:
números inteiros. 1) 2 + 7 . (-3 + 4) =
2 + 7 . (+1) = 2 + 7 = 9
Conclusão: os números inteiros positivos têm, como
raiz quadrada, um número positivo, os números inteiros 2)
3 2
(-1 ) + (-2 ) : (+2 ) =
negativos não têm raiz quadrada no conjunto Z dos nú- -1+ (+4) : (+2 ) =
meros inteiros. -1 + (+2 ) =
-1 + 2 = +1
RADICIAÇÃO
3) -(-4 +1) – [-(3 +1)] =
n
A raiz n-ésima de um número b é um número a tal que -(-3) - [-4 ] =
a = b. +3 + 4 = 7
n
b = a ⇒ an = b 4)
2
–2( -3 –1) +3 . ( -1 – 3) + 4
3
2 3
-2 . ( -4 ) + 3 . ( - 4 ) + 4 =
5
32 = 2 -2 . (+16) + 3 . (- 64) + 4 =
-32 – 192 + 4 =
5 índice -212 + 4 = - 208
5
32 radicando pois 2 = 32 2 2
5) (-288) : (-12) - (-125) : ( -5 ) =
raiz (-288) : (+144) - (-125) : (+25) =
2 radical (-2 ) - (- 5 ) = -2 + 5 = +3

6) (-10 - 8) : (+6 ) - (-25) : (-2 + 7 ) =


Outros exemplos : 3
8 = 2 pois 2 3 = 8 (-18) : (+6 ) - (-25) : (+5 ) =
3
− 8 = - 2 pois ( -2 )3 = -8 -3 - (- 5) =
- 3 + 5 = +2
PROPRIEDADES (para a ≥ 0, b ≥ 0) 2 2 4 2
m: p
7) –5 : (+25) - (-4 ) : 2 - 1 =
m n n: p
1ª) a = a -25 : (+25) - (+16) : 16 - 1 =
15 10 3 2
3 = 3
n -1 - (+1) –1 = -1 -1 –1 = -3
2ª) a⋅b = n a ⋅n b 6 = 2⋅ 3
2 3 2
n n n 5 4
5 8) 2 . ( -3 ) + (-40) : (+2) - 2 =
3ª) a:b = a : b 4 =
4 2 . (+9 ) + (-40) : (+8 ) - 4 =
+18 + (-5) - 4 =
16 16
4ª) ( a)
m
n
= m an ( x)
3
5
= 3 x5 + 18 - 9 = +9

5ª)
m n
a = m⋅n a 6
3 = 12 3 CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS (Q)

EXPRESSÕES NUMÉRICAS COM NÚMEROS IN- Os números racionais são representados por um
TEIROS ENVOLVENDO AS QUATRO OPERAÇÕES a
numeral em forma de fração ou razão, , sendo a e b
Para calcular o valor de uma expressão numérica com b
números inteiros, procedemos por etapas. números naturais, com a condição de b ser diferente de
zero.
1ª ETAPA: 1. NÚMERO FRACIONARIO. A todo par ordenado
a) efetuamos o que está entre parênteses ( ) (a, b) de números naturais, sendo b ≠ 0, corresponde
b) eliminamos os parênteses
a
um número fracionário .O termo a chama-se nume-
2ª ETAPA: b
a) efetuamos o que está entre colchetes [ ] rador e o termo b denominador.
b) eliminamos os colchetes
2. TODO NÚMERO NATURAL pode ser represen-
3º ETAPA: tado por uma fração de denominador 1. Logo, é possí-
a) efetuamos o que está entre chaves { } vel reunir tanto os números naturais como os fracioná-
b) eliminamos as chaves rios num único conjunto, denominado conjunto dos
números racionais absolutos, ou simplesmente conjun-
Em cada etapa, as operações devem ser efetuadas na to dos números racionais Q.
seguinte ordem:
1ª) Potenciação e radiciação na ordem em que apa- Qual seria a definição de um número racional abso-

Matemática 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
luto ou simplesmente racional? A definição depende 20 8
das seguintes considerações: = 5, = 4 , etc.
a) O número representado por uma fração não mu-
4 2
da de valor quando multiplicamos ou dividimos
e) ordinárias: é o nome geral dado a todas as fra-
tanto o numerador como o denominador por um
ções, com exceção daquelas que possuem como de-
mesmo número natural, diferente de zero. 2 3
nominador 10, 10 , 10 ...
Exemplos: usando um novo símbolo: ≈
≈ é o símbolo de equivalência para frações
f) frações iguais: são as que possuem os termos i-
2 2 × 5 10 10 × 2 20 3 3 8 8
≈ ≈ ≈ ≈ ≈ ⋅⋅⋅ guais = , = , etc.
3 3 × 5 15 15 × 2 30 4 4 5 5
b) Classe de equivalência. É o conjunto de todas as
frações equivalentes a uma fração dada. g) forma mista de uma fração: é o nome dado ao
3 6 9 12 numeral formado por uma parte natural e uma parte
, , , ,⋅ ⋅ ⋅ (classe de equivalência da fra-
1 2 3 4  4
fracionária;  2  A parte natural é 2 e a parte fracio-
3
ção: )  7
1 4
nária .
Agora já podemos definir número racional : número 7
racional é aquele definido por uma classe de equiva-
lência da qual cada fração é um representante. h) irredutível: é aquela que não pode ser mais sim-
plificada, por ter seus termos primos entre si.
NÚMERO RACIONAL NATURAL ou NÚMERO 3 5 3
NATURAL: , , , etc.
4 12 7
0 0
0= = = ⋅⋅⋅ (definido pela classe de equiva-
1 2 4. PARA SIMPLIFICAR UMA FRAÇÃO, desde que
lência que representa o mesmo não possua termos primos entre si, basta dividir os dois
número racional 0) ternos pelo seu divisor comum.
1 2 8 8:4 2
1 = = = ⋅⋅⋅ (definido pela classe de equiva- = =
1 2 12 12 : 4 3
lência que representa o mesmo
número racional 1) 5. COMPARAÇÃO DE FRAÇÕES.
e assim por diante. Para comparar duas ou mais frações quaisquer pri-
meiramente convertemos em frações equivalentes de
NÚMERO RACIONAL FRACIONÁRIO ou NÚME- mesmo denominador. De duas frações que têm o
mesmo denominador, a maior é a que tem maior nume-
RO FRACIONÁRIO:
rador. Logo:
1 2 3
= = = ⋅ ⋅ ⋅ (definido pela classe de equivalên- 6
<
8
<
9 1 2 3
⇔ < <
2 4 6 12 12 12 2 3 4
cia que representa o mesmo
(ordem crescente)
número racional 1/2).
De duas frações que têm o mesmo numerador, a
NOMES DADOS ÀS FRAÇÕES DIVERSAS
maior é a que tem menor denominador.
Decimais: quando têm como denominador 10 ou
uma potência de 10 7 7
Exemplo: >
5 7 2 5
, ,⋅ ⋅ ⋅ etc.
10 100 OPERAÇÕES COM FRAÇÕES
b) próprias: aquelas que representam quantidades
ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO
menores do que 1.
A soma ou a diferença de duas frações é uma outra
1 3 2
, , ,⋅ ⋅ ⋅ etc. fração, cujo calculo recai em um dos dois casos seguin-
2 4 7 tes:

c) impróprias: as que indicam quantidades iguais ou 1º CASO: Frações com mesmo denominador. Ob-
maiores que 1. servemos as figuras seguintes:
5 8 9
, , ,⋅ ⋅ ⋅ etc.
5 1 5
d) aparentes: todas as que simbolizam um número
natural.

Matemática 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1 2 5 3
1) + = 2) + =
3 4 8 6
4 6 15 12
= + = = + =
3 2 12 12 24 24
6 6 15 + 12
4+6 = =
5 = = 24
12
6 =
27 9
=
10 5
3 2 5 = = 24 8
Indicamos por: + = 12 6
6 6 6
Observações:
Para adicionar mais de duas frações, reduzimos to-
das ao mesmo denominador e, em seguida, efetuamos
a operação.
2
Exemplos.
6
2 7 3 3 5 1 1
a) + + = b) + + + =
5 15 15 15 4 6 8 2
2+7+3 18 20 3 12
6 = = = + + + =
15 24 24 24 24
3 12 4
= = 18+ 20+ 3 +12
= =
15 5
6 24
53
5 2 3 =
Indicamos por: − = 24
6 6 6 Havendo número misto, devemos transformá-lo em
fração imprópria:
Assim, para adicionar ou subtrair frações de mesmo
denominador, procedemos do seguinte modo: Exemplo:
 adicionamos ou subtraímos os numeradores e
1 5 1
mantemos o denominador comum. 2 + +3 =
 simplificamos o resultado, sempre que possível. 3 12 6
7 5 19
+ + =
Exemplos: 3 12 6
3 1 3 +1 4 28 5 38
+ = = + + =
5 5 5 5 12 12 12
28 + 5 + 38 71
4 8 4 + 8 12 4 =
+ = = = 12 12
9 9 9 9 3
7 3 7−3 4 2 Se a expressão apresenta os sinais de parênteses (
− = = = ), colchetes [ ] e chaves { }, observamos a mesma
6 6 6 6 3
ordem :
2 2 2−2 0 1º) efetuamos as operações no interior dos parênte-
− = = =0
7 7 7 7 ses;
2º) as operações no interior dos colchetes;
Observação: A subtração só pode ser efetuada 3º) as operações no interior das chaves.
quando o minuendo é maior que o subtraendo, ou igual
a ele. Exemplos:
2 3 5 4
2º CASO: Frações com denominadores diferentes: 1) +  −  −  =
Neste caso, para adicionar ou subtrair frações com 3 4 2 2
denominadores diferentes, procedemos do seguinte  8 9  1
modo: = + − =
• Reduzimos as frações ao mesmo denominador.
 12 12  2
• Efetuamos a operação indicada, de acordo com o 17 1
= − =
caso anterior. 12 2
• Simplificamos o resultado (quando possível).
17 6
= − =
Exemplos: 12 12
11
=
12
Matemática 21 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

  3 1   2 3 
2)5 −  −  − 1 +  =
  2 3   3 4 
  9 2   5 3 
= 5 −  −  −  +  =
  6 6   3 4 
 7   20 9 
= 5 −  −  +  =
 6   12 12 
 30 7  29
= − − =
 6 6  12
23 29 1 2 3
= − = Dizemos que: = =
6 12 2 4 6
46 29
= − = - Para obter frações equivalentes, devemos multi-
12 12 plicar ou dividir o numerador por mesmo número dife-
17 rente de zero.
=
12 1 2 2 1 3 3
Ex: ⋅ = ou . =
2 2 4 2 3 6
NÚMEROS RACIONAIS
Para simplificar frações devemos dividir o numera-
dor e o denominador, por um mesmo número diferente
de zero.

Quando não for mais possível efetuar as divisões


dizemos que a fração é irredutível.

Um círculo foi dividido em duas partes iguais. Dize- Exemplo:


mos que uma unidade dividida em duas partes iguais e 18 2 9 3
: = = ⇒ Fração Irredutível ou Sim-
indicamos 1/2. 12 2 6 6
onde: 1 = numerador e 2 = denominador plificada

1 3
Exemplo: e
3 4

Calcular o M.M.C. (3,4): M.M.C.(3,4) = 12


1
e
3 (12 : 3 ) ⋅ 1
= e
(12 : 4 ) ⋅ 3 temos: 4 e 9
3 4 12 12 12 12
Um círculo dividido em 3 partes iguais indicamos
(das três partes hachuramos 2).
1 4
A fração é equivalente a .
Quando o numerador é menor que o denominador 3 12
temos uma fração própria. Observe:
3 9
A fração equivalente .
Observe: 4 12

Exercícios:
1) Achar três frações equivalentes às seguintes fra-
ções:
1 2
1) 2)
4 3
2 3 4 4 6 8
Respostas: 1) , , 2) , ,
Quando o numerador é maior que o denominador 8 12 16 6 9 12
temos uma fração imprópria.
COMPARAÇÃO DE FRAÇÕES
FRAÇÕES EQUIVALENTES
a) Frações de denominadores iguais.
Duas ou mais frações são equivalentes, quando re- Se duas frações tem denominadores iguais a maior
presentam a mesma quantidade. será aquela: que tiver maior numerador.

Matemática 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3 1 1 3 Exercícios: Colocar em ordem crescente:
Ex.: > ou <
4 4 4 4 2 2 5 4 5 2 4
1) e 2) e 3) , e
5 3 3 3 6 3 5
b) Frações com numeradores iguais
Se duas frações tiverem numeradores iguais, a me- 2 2 4 5
nor será aquela que tiver maior denominador. Respostas: 1) < 2) <
5 3 3 3
7 7 7 7
Ex.: > ou < 4 5 3
4 5 5 4 3) < <
3 6 2
c) Frações com numeradores e denominadores
receptivamente diferentes. OPERAÇÕES COM FRAÇÕES
Reduzimos ao mesmo denominador e depois com-
paramos. Exemplos: 1) Adição e Subtração
2 1 a) Com denominadores iguais somam-se ou subtra-
> denominadores iguais (ordem decrescente) em-se os numeradores e conserva-se o denominador
3 3 comum.
4 4 2 5 1 2 + 5 +1 8
> numeradores iguais (ordem crescente) Ex: + + = =
5 3 3 3 3 3 3
4 3 4−3 1
SIMPLIFICAÇÃO DE FRAÇÕES − = =
5 5 5 5
Para simplificar frações devemos dividir o numera-
b) Com denominadores diferentes reduz ao mesmo
dor e o denominador por um número diferente de zero.
denominador depois soma ou subtrai.
Ex:
Quando não for mais possível efetuar as divisões,
dizemos que a fração é irredutível. Exemplo: 1 3 2
1) + + = M.M.C.. (2, 4, 3) = 12
18 : 2 9 : 3 3 2 4 3
= =
12 : 2 6 : 3 2
(12 : 2).1 + (12 : 4).3 + (12.3).2 6 + 9 + 8 23
= =
Fração irredutível ou simplificada. 12 12 12
9 36 4 2
Exercícios: Simplificar 1) 2) 2) − = M.M.C.. (3,9) = 9
12 45 3 9
3 4 (9 : 3).4 - (9 : 9).2 12 - 2 10
Respostas: 1) 2) = =
4 5 9 9 9

REDUÇÃO DE FRAÇÕES AO MENOR DENOMINA- Exercícios. Calcular:


DOR COMUM 2 5 1 5 1 2 1 1
1) + + 2) − 3) + −
7 7 7 6 6 3 4 3
1 3
Ex.: e 8 4 2 7
3 4 Respostas: 1) 2) = 3)
7 6 3 12
Calcular o M.M.C. (3,4) = 12
MULTIPLICAÇÃO DE FRAÇÕES
1
e
3
=
(12 : 3 ) ⋅ 1 e (12 : 4 ) ⋅ 3 temos:
3 4 12 12 Para multiplicar duas ou mais frações devemos mul-
4 9 tiplicar os numeradores das frações entre si, assim
e
12 12 como os seus denominadores.
1 4 3 Exemplo:
A fração é equivalente a . A fração equiva- 2 3 2 3 6 3
3 12 4 . = x = =
9 5 4 5 4 20 10
lente .
12
Exercícios: Calcular:
Exemplo: 2 5 2 3 4  1 3  2 1
1) ⋅ 2) ⋅ ⋅ 3)  +  ⋅  − 
2 4 5 4 5 2 3 5 5 3 3
? ⇒ numeradores diferentes e denomina-
3 5 10 5 24 4 4
Respostas: 1) = 2) = 3)
dores diferentes m.m.c.(3, 5) = 15 12 6 30 5 15

(15 : 3).2 (15.5).4 10 12 DIVISÃO DE FRAÇÕES


? = < (ordem
15 15 15 15
crescente) Para dividir duas frações conserva-se a primeira e
multiplica-se pelo inverso da Segunda.
Matemática 23 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
4 2 4 3 12 6 Outros exemplos:
Exemplo: : = . = =
5 3 5 2 10 5 34 635 2187
1) = 3,4 2) = 6,35 3) =218,7
10 100 10
Exercícios. Calcular:
4 2 8 6  2 3  4 1 Note que a vírgula “caminha” da direita para a es-
1) : 2) : 3)  +  :  −  querda, a quantidade de casas deslocadas é a mesma
3 9 15 25 5 5 3 3 quantidade de zeros do denominador.

20 Exercícios. Representar em números decimais:


Respostas: 1) 6 2) 3) 1
9 35 473 430
1) 2) 3)
10 100 1000
POTENCIAÇÃO DE FRAÇÕES
Respostas: 1) 3,5 2) 4,73 3) 0,430
Eleva o numerador e o denominador ao expoente
dado. Exemplo: LEITURA DE UM NÚMERO DECIMAL
3 3
2 2 8
  = 3 = Ex.:
 
3 3 27

Exercícios. Efetuar:
2 4 2 3
3  1  4   1
1)   2)   3)   −  
4 2 3 2

9 1 119
Respostas: 1) 2) 3)
16 16 72

RADICIAÇÃO DE FRAÇÕES

Extrai raiz do numerador e do denominador.


4 4 2
Exemplo: = =
9 9 3
OPERAÇÕES COM NÚMEROS DECIMAIS
Exercícios. Efetuar:
1 16 9  1
2 Adição e Subtração
1) 2) 3) +  Coloca-se vírgula sob virgula e somam-se ou sub-
9 25 16  2  traem-se unidades de mesma ordem. Exemplo 1:

1 4 10 + 0,453 + 2,832
Respostas: 1) 2) 3) 1
3 5 10,000
+ 0,453
2,832
NÚMEROS DECIMAIS _______
13,285
Toda fração com denominador 10, 100, 1000,...etc,
chama-se fração decimal. Exemplo 2:
3 4 7 47,3 - 9,35
Ex: , , , etc
10 100 100 47,30
9,35
Escrevendo estas frações na forma decimal temos: ______
3 37,95
= três décimos,
10
Exercícios. Efetuar as operações:
4 1) 0,357 + 4,321 + 31,45
= quatro centésimos
100 2) 114,37 - 93,4
7 3) 83,7 + 0,53 - 15, 3
= sete milésimos
1000
Respostas: 1) 36,128 2) 20,97 3) 68,93
Escrevendo estas frações na forma decimal temos:
MULTIPLICAÇÃO COM NÚMEROS DECIMAIS
3 4 7
=0,3 = 0,04 = 0,007
10 100 1000 Multiplicam-se dois números decimais como se fos-
sem inteiros e separam-se os resultados a partir da

Matemática 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
direita, tantas casas decimais quantos forem os alga- DIVISÃO
rismos decimais dos números dados. Para dividir os números decimais, procede-se as-
sim:
Exemplo: 5,32 x 3,8 1) iguala-se o número de casas decimais;
5,32 → 2 casas, 2) suprimem-se as vírgulas;
x 3,8→ 1 casa após a virgula 3) efetua-se a divisão como se fossem números in-
______ teiros.
4256
1596 + Exemplos:
______ ♦ 6 : 0,15 = 6,00 0,15
20,216 → 3 casas após a vírgula
000 40
Exercícios. Efetuar as operações: Igualam – se as casas decimais.
1) 2,41 . 6,3 2) 173,4 . 3,5 + 5 . 4,6 Cortam-se as vírgulas.
3) 31,2 . 0,753  7,85 : 5 = 7,85 : 5,00 785 : 500 = 1,57

Respostas: 1) 15,183 2) 629,9 Dividindo 785 por 500 obtém-se quociente 1 e resto
3) 23,4936 285

DIVISÃO DE NÚMEROS DECIMAIS Como 285 é menor que 500, acrescenta-se uma
vírgula ao quociente e zeros ao resto
Igualamos as casas decimais entre o dividendo e o ♦ 2 : 4 0,5
divisor e quando o dividendo for menor que o divisor
acrescentamos um zero antes da vírgula no quociente. Como 2 não é divisível por 4, coloca-se zero e vír-
gula no quociente e zero no dividendo
Ex.: ♦ 0,35 : 7 = 0,350 7,00 350 : 700 =
a) 3:4 0,05
3 |_4_
30 0,75 Como 35 não divisível por 700, coloca-se zero e vír-
20 gula no quociente e um zero no dividendo. Como 350
0 não é divisível por 700, acrescenta-se outro zero ao
b) 4,6:2 quociente e outro ao dividendo
4,6 |2,0 = 46 | 20
60 2,3 Divisão de um número decimal por 10, 100, 1000
0
Obs.: Para transformar qualquer fração em número
Para tornar um número decimal 10, 100, 1000, ....
decimal basta dividir o numerador pelo denominador.
vezes menor, desloca-se a vírgula para a esquerda,
Ex.: 2/5 = 2 |5 , então 2/5=0,4
respectivamente, uma, duas, três, ... casas decimais.
20 0,4
Exemplos:
Exercícios
25,6 : 10 = 2,56
1) Transformar as frações em números decimais.
04 : 10 = 0,4
1 4 1 315,2 : 100 = 3,152
1) 2) 3)
5 5 4 018 : 100 = 0,18
Respostas: 1) 0,2 2) 0,8 3) 0,25 0042,5 : 1.000 = 0,0425
0015 : 1.000 = 0,015
2) Efetuar as operações:
1) 1,6 : 0,4 2) 25,8 : 0,2 milhar centena dezena Unidade décimo centésimo milésimo
simples
3) 45,6 : 1,23 4) 178 : 4,5-3,4.1/2
5) 235,6 : 1,2 + 5 . 3/4 1 000 100 10 1 0,1 0,01 0,001

Respostas: 1) 4 2) 129 3) 35,07


4) 37,855 5) 200,0833.... LEITURA DE UM NÚMERO DECIMAL
Procedemos do seguinte modo:
Multiplicação de um número decimal por 10, 100, 1º) Lemos a parte inteira (como um número natural).
1000 2º) Lemos a parte decimal (como um número natu-
ral), acompanhada de uma das palavras:
Para tornar um número decimal 10, 100, 1000..... - décimos, se houver uma ordem (ou casa) deci-
vezes maior, desloca-se a vírgula para a direita, res- mal
pectivamente, uma, duas, três, . . . casas decimais. - centésimos, se houver duas ordens decimais;
2,75 x 10 = 27,5 6,50 x 100 = 650 - milésimos, se houver três ordens decimais.
0,125 x 100 = 12,5 2,780 x 1.000 = 2.780
0,060 x 1.000 = 60 0,825 x 1.000 = 825 Exemplos:
1) 1,2 Lê-se: "um inteiro e

Matemática 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dois décimos". irracionais.

2) 12,75 Lê-se: "doze inteiros Usaremos o símbolo estrela (*) quando quisermos
e setenta e cinco indicar que o número zero foi excluído de um conjunto.
centésimos".
Exemplo: N* = { 1; 2; 3; 4; ... }; o zero foi excluído de
3) 8,309 Lê-se: "oito inteiros e N.
trezentos e nove
milésimos''. Usaremos o símbolo mais (+) quando quisermos
indicar que os números negativos foram excluídos de
Observações: um conjunto.
1) Quando a parte inteira é zero, apenas a parte de-
cimal é lida. Exemplo: Z+ = { 0; 1; 2; ... } ; os negativos foram
Exemplos: excluídos de Z.
a) 0,5 - Lê-se: "cinco Usaremos o símbolo menos (-) quando quisermos
décimos". indicar que os números positivos foram excluídos de
um conjunto.
b) 0,38 - Lê-se: "trinta e oito
centésimos".
Exemplo: Z − = { . .. ; - 2; - 1; 0 } ; os positivos foram
c) 0,421 - Lê-se: "quatrocentos excluídos de Z.
e vinte e um
milésimos". Algumas vezes combinamos o símbolo (*) com o
símbolo (+) ou com o símbolo (-).
2) Um número decimal não muda o seu valor se a-
crescentarmos ou suprimirmos zeros â direita do Exemplos
último algarismo.
Exemplo: 0,5 = 0,50 = 0,500 = 0,5000 " ....... a) Z *− = ( 1; 2; 3; ... ) ; o zero e os negativos foram
excluídos de Z.
3) Todo número natural pode ser escrito na forma b) Z *+ = { ... ; - 3; - 2; - 1 } ; o zero e os positivos
de número decimal, colocando-se a vírgula após
o último algarismo e zero (ou zeros) a sua direita. foram excluídos de Z.
Exemplos: 34 = 34,00... 176 = 176,00...
Exercícios resolvidos
1. Completar com ∈ ou ∉ :
CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS (R)
a) 5 Z g) 3 Q*
*
CORRESPONDÊNCIA ENTRE NÚMEROS E b) 5 Z− h) 4 Q
PONTOS DA RETA, ORDEM, VALOR ABSOLUTO *
c) 3,2 Z+
Há números que não admitem representação i) ( − 2)2 Q-
decimal finita nem representação decimal infinita e 1
periódico, como, por exemplo: d) Z j) 2 R
4
π = 3,14159265...
4 k) 4 R-
2 = 1,4142135... e) Z
1
3 = 1,7320508... f) 2 Q
5 = 2,2360679... Resolução
a) ∈ , pois 5 é positivo.
b) ∉ , pois 5 é positivo e os positivos foram
Estes números não são racionais: π ∈ Q, 2
*
excluídos de Z −
∈ Q, 3 ∈ Q, 5 ∈ Q; e, por isso mesmo, são
chamados de irracionais. c) ∉ 3,2 não é inteiro.
1
Podemos então definir os irracionais como sendo d) ∉ , poisnão é inteiro.
4
aqueles números que possuem uma representação
decimal infinita e não periódico.
4
e) ∈ , pois = 4 é inteiro.
1
Chamamos então de conjunto dos números reais, e f) ∉ , pois 2 não é racional.
indicamos com R, o seguinte conjunto:
g) ∉ , pois 3 não é racional
R= { x | x é racional ou x é irracional} h) ∈ , pois 4 = 2 é racional
Como vemos, o conjunto R é a união do conjunto i) ∉ , pois ( − 2)2 = 4 = 2 é positivo, e os
dos números racionais com o conjunto dos números

Matemática 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
positivos foram excluídos de Q− . a) ⊂ c) ⊄ e) ⊄
b) ⊄ d) ⊂
j) ∈ , pois 2 é real.
k) ∉ , pois 4 = 2 é positivo, e os positivos foram 4.
excluídos de R−

2. Completar com ⊂ ou ⊄ :
a) N Z* d) Q Z
* * Reta numérica
b) N Z+ e) Q + R+ Uma maneira prática de representar os números re-
c) N Q ais é através da reta real. Para construí-la, desenha-
mos uma reta e, sobre ela, escolhemos, a nosso gosto,
Resolução: um ponto origem que representará o número zero; a
seguir escolhemos, também a nosso gosto, porém à
a) ⊄ , pois 0 ∈ N e 0 ∉ Z * . direita da origem, um ponto para representar a unidade,
b) ⊂, pois N = Z + ou seja, o número um. Então, a distância entre os pon-
c) ⊂ , pois todo número natural é também tos mencionados será a unidade de medida e, com
racional. base nela, marcamos, ordenadamente, os números
d) ⊄ , pois há números racionais que não são positivos à direita da origem e os números negativos à
2 sua esquerda.
inteiros como por exemplo, .
3
e) ⊂ , pois todo racional positivo é também real
positivo.

Exercícios propostos: EXERCÍCIOS


1. Completar com ∈ ou ∉ 1) Dos conjuntos a seguir, o único cujos elementos
a) 0 N 7 são todos números racionais é:
g) Q +*
b) 0 N* 1  1
a)  , 2, 3, 5, 4 2 

c) 7 Z h) 7 Q  2 
d) - 7 Z+  2 
i) 7 2 Q c)  − 1, , 0, 2, 3 
e) – 7 Q−  7 
1 j) 7 R*
f) Q b) { − 3, − 2, − 2, 0 }
7
d) { 0, 9, 4 , 5, 7 }

2. Completar com ∈ ou ∉
a) 3 Q d) π Q 2) Se 5 é irracional, então:
b) 3,1 Q e) 3,141414... Q m
a) 5 escreve-se na forma , com n ≠0 e m, n ∈ N.
c) 3,14 Q n
b) 5 pode ser racional
3. Completar com ⊂ ou ⊄ :
m
*
a) Z + N* *
d) Z − R c) 5 jamais se escreve sob a forma , com n ≠0 e
n
b) Z − N e) Z − R+ m, n ∈ N.
c) R+ Q d) 2 5 é racional

4. Usando diagramas de Euler-Venn, represente os 3) Sendo N, Z, Q e R, respectivamente, os conjuntos


conjuntos N, Z, Q e R . dos naturais, inteiros, racionais e reais, podemos
Respostas: escrever:
1. a) ∀x ∈ N⇒x∈R c) Z ⊃ Q
a) ∈ e) ∈ i) ∈ b) ∀x ∈Q⇒x∈Z d) R ⊂ Z
b) ∉ f) ∈ j) ∈
c) ∈ g) ∈ 4) Dado o conjunto A = { 1, 2, 3, 4, 5, 6 }, podemos
d) ∉ h) ∉ afirmar que:
a) ∀ x ∈ A ⇒ x é primo
2. b) ∃ x ∈ A | x é maior que 7
a) ∈ c) ∈ e) ∈ c) ∀ x ∈ A ⇒ x é múltiplo de 3
b) ∈ d) ∉ d) ∃ x ∈ A | x é par
e) nenhuma das anteriores
3.
5) Assinale a alternativa correta:
Matemática 27 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) Os números decimais periódicos são irracionais
b) Existe uma correspondência biunívoca entre os
pontos da reta numerada, e o conjunto Q.
c) Entre dois números racional existem infinitos nú-
escrito em linguagem simbólica é:
meros racionais.
a) { x ∈ R | 3< x < 15 } c) { x ∈ R | 3 ≤ x ≤ 15 }
d) O conjunto dos números irracionais é finito
b) { x ∈ R | 3 ≤ x < 15 } d) { x ∈ R | 3< x ≤ 15 }
6) Podemos afirmar que:
a) todo real é racional. 14) Assinale a alternativa falsa:
b) todo real é irracional. a) R* = { x ∈ R | x < 0 ou x >0}
c) nenhum irracional é racional. b) 3∈ Q
d) algum racional é irracional. c) Existem números inteiros que não são números
naturais.
7) Podemos afirmar que:
a) entre dois inteiros existe um inteiro.
b) entre dois racionais existe sempre um racional. d) é a repre-
c) entre dois inteiros existe um único inteiro. sentação de { x ∈ R | x ≥ 7 }
d) entre dois racionais existe apenas um racional.
15) O número irracional é:
8) Podemos afirmar que: 4
a) 0,3333... e)
a) ∀a, ∀b ∈ N⇒a-b∈N 5
b) ∀a, ∀b ∈ N⇒a:b∈N b) 345,777... d) 7
c) ∀a, ∀b ∈ R⇒a+b∈R
d) ∀a, ∀b ∈ Z⇒a:b∈Z 16) O símbolo R − representa o conjunto dos núme-
ros:
9) Considere as seguintes sentenças:
a) reais não positivos c) irracional.
I) 7 é irracional. b) reais negativos d) reais positivos.
II) 0,777... é irracional.
III) 2 2 é racional. 17) Os possíveis valores de a e de b para que a nú-
Podemos afirmar que: mero a + b 5 seja irracional, são:
a) l é falsa e II e III são verdadeiros.
a) a = 0 e b=0 c) a = 0 e b = 2
b) I é verdadeiro e II e III são falsas.
c) I e II são verdadeiras e III é falsa. c) a=1eb= 5 d) a = 16 e b = 0
d) I e II são falsas e III é verdadeira.
18) Uma representação decimal do número 5 é:
10) Considere as seguintes sentenças:
a) 0,326... c) 1.236...
I) A soma de dois números naturais é sempre um
b) 2.236... d) 3,1415...
número natural.
II) O produto de dois números inteiros é sempre um
19) Assinale o número irracional:
número inteiro.
a) 3,01001000100001... e) 3,464646...
III) O quociente de dois números inteiros é sempre
b) 0,4000... d) 3,45
um número inteiro.
Podemos afirmar que:
20) O conjunto dos números reais negativos é repre-
a) apenas I é verdadeiro.
sentado por:
b) apenas II é verdadeira.
a) R* c) R
c) apenas III é falsa.
b) R_ d) R*
d) todas são verdadeiras.
21) Assinale a alternativo falso:
11) Assinale a alternativa correta:
a) 5 ∈ Z b) 5,1961... ∈ Q
a) R ⊂ N c) Q ⊃ N
5
b) Z ⊃ R d) N ⊂ { 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 } c) − ∈Q
3
12) Assinale a alternativa correto: 22) Um número racional compreendido entre 3 e
a) O quociente de dois número, racionais é sempre
um número inteiro. 6 é:
b) Existem números Inteiros que não são números 3. 6
reais. a) 3,6 c)
2
c) A soma de dois números naturais é sempre um
número inteiro. 6 3+ 6
b) d)
d) A diferença entre dois números naturais é sempre 3 2
um número natural.
23) Qual dos seguintes números é irracional?
13) O seguinte subconjunto dos números reais a) 3
125 c) 27

Matemática 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
4 Transformações de unidades: Cada unidade de
b) 1 d) 169
comprimento é dez (10) vezes maior que a unidade
imediatamente. inferior. Na prática cada mudança de vírgula
para a direita (ou multiplicação por dez) transforma uma
unidade imediatamente inferior a unidade dada; e cada
24) é a representação mudança de vírgula para a esquerda (ou divisão por dez)
gráfica de: transforma uma unidade na imediatamente superior.
a) { x ∈ R | x ≥ 15 } b) { x ∈ R | -2≤ x < 4 }
c) { x ∈ R | x < -2 } d) { x ∈ R | -2< x ≤ 4 } Ex.: 45 Km ⇒ 45 . 1.000 = 45.000 m
500 cm ⇒ 500 ÷ 100 = 5 m
RESPOSTAS 8 Km e 25 m ⇒ 8.000m + 25m = 8.025 m
1) d 5) b 9) b 13) b 17) c 21) b ou 8,025 Km.
2) c 6) c 10) c 14) d 18) b 22) b
Resumo
3) a 7) b 11) b 15) d 19) a 23) c
4) e 8) c 12) c 16) b 20) b 24) d

SISTEMA DE MEDIDAS LEGAIS

A) Unidades de Comprimento
B) Unidades de ÁREA
Permitido de um polígono: o perímetro de um polígono
C) Áreas Planas
é a soma do comprimento de seus lados.
D) Unidades de Volume e de Capacidade
E) Volumes dos principais sólidos geométricos
F) Unidades de Massa

A) UNIDADES DE COMPRIMENTO

Medidas de comprimento:

Medir significa comparar. Quando se mede um


determinado comprimento, estamos comparando este
comprimento com outro tomado como unidade de medida.
Portanto, notamos que existe um número seguido de um
nome: 4 metros — o número será a medida e o nome será a
unidade de medida.

Podemos medir a página deste livro utilizando um Perímetro de uma circunferência: Como a abertura do
lápis; nesse caso o lápis foi tomado como unidade de medida compasso não se modifica durante o traçado vê-se logo que
ou seja, ao utilizarmos o lápis para medirmos o comprimento os pontos da circunferência distam igualmente do ponto zero
do livro, estamos verificando quantas vezes o lápis (tomado (0).
como medida padrão) caberá nesta página.

Para haver uma uniformidade nas relações humanas


estabeleceu-se o metro como unidade fundamental de
medida de comprimento; que deu origem ao sistema métrico
decimal, adotado oficialmente no Brasil.

Múltiplos e sub-múltiplos do sistema métrico: Para


escrevermos os múltiplos e sub-múltiplos do sistema métrico
decimal, utilizamos os seguintes prefixos gregos:

KILO significa 1.000 vezes


Elementos de uma circunferência:
HECTA significa 100 vezes
DECA significa 10 vezes
DECI significa décima parte
CENTI significa centésima parte
MILI significa milésima parte.

1km = 1.000m 1 m = 10 dm
1hm = 100m e 1 m = 100 cm
1dam = 10m 1 m = 1000 mm

O perímetro da circunferência é calculado multiplican-


do-se 3,14 pela medida do diâmetro.

3,14 . medida do diâmetro = perímetro.

Matemática 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

B) UNIDADES DE ÁREA: a ideia de superfície já é


nossa conhecida, é uma noção intuitiva. Ex.: superfície da
mesa, do assoalho que são exemplos de superfícies planas
enquanto que a superfície de uma bola de futebol, é uma
superfície esférica.

Damos o nome de área ao número que mede uma


superfície numa determinada unidade. Perímetro: é a soma dos quatro lados.
Metro quadrado: é a unidade fundamental de medida Triângulo: a área do triângulo é dada pelo produto da
de superfície (superfície de um quadrado que tem 1 m de base pela altura dividido por dois.
lado).

Propriedade: Toda unidade de medida de superfície é


100 vezes maior do que a imediatamente inferior.

Múltiplos e submúltiplos do metro quadrado:


Perímetro – é a soma dos três lados.
Múltiplos Submúltiplos
2 2 2 2 2
km : 1.000.000 m m cm : 0,0001 m Trapézio: a área do trapézio é igual ao produto da
2 2 2 2
hm : 10.000 m dm : 0,01 m semi-soma das bases, pela altura.
2 2 2 2
dam : 100 m mm : 0,000001m
2 2
1km = 1000000 (= 1000 x 1000)m
2 2
1 hm = 10000 (= 100 x 100)m
2 2
1dam =100 (=10x10) m

Regras Práticas:

• para se converter um número medido numa unidade


para a unidade imediatamente superior deve-se Perímetro – é a soma dos quatro lados.
dividi-lo por 100.
• para se converter um número medido numa unidade, Losango: a área do losango é igual ao semi-produto
para uma unidade imediatamente inferior, deve-se das suas diagonais.
multiplicá-lo por 100.

Medidas Agrárias:
2
centiare (ca) — é o m
2 2
are (a) —é o dam (100 m )
2 2
hectare (ha) — é o hm (10000 m ).
Perímetro – á a soma dos quatro lados.
C) ÁREAS PLANAS
Área de polígono regular: a área do polígono regular é
Retângulo: a área do retângulo é dada pelo produto da
igual ao produto da medida do perímetro (p) pela medida do
medida de comprimento pela medida da largura, ou, medida
apotema (a) sobre 2.
da base pela medida da altura.

Perímetro: a + a + b + b

Quadrado: a área do quadrado é dada pelo produto


“lado por lado, pois sendo um retângulo de lados iguais, base
= altura = lado. Perímetro – soma de seus lados.

UNIDADES DE VOLUME E CAPACIDADE

Unidades de volume: volume de um sólido é a medida


deste sólido.

Matemática 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Chama-se metro cúbico ao volume de um cubo cuja
aresta mede 1 m.

Propriedade: cada unidade de volume é 1.000 vezes


maior que a unidade imediatamente inferior.
Volume do cubo: o cubo é um paralelepipedo
Múltiplos e sub-múltiplos do metro cúbico: retângulo de faces quadradas. Um exemplo comum de cubo,
é o dado.
MÚLTIPIOS SUB-MÚLTIPLOS
3 3 3 3
km ( 1 000 000 000m ) dm (0,001 m )
3 3 3 3
hm ( 1 000 000 m ) cm (0,000001m )
3 3 3 3
dam (1 000 m ) mm (0,000 000 001m )

Como se vê:
3
1 km3 = 1 000 000 000 (1000x1000x1000)m
3 3
1 hm = 1000000 (100 x 100 x 100) m O volume do cubo é dado pelo produto das medidas
3 3
1dam = 1000 (10x10x10)m de suas três arestas que são iguais.
3 3 3
1m =1000 (= 10 x 10 x 10) dm V = a. a . a = a cubo
3 3
1m =1000 000 (=100 x 100 x 100) cm
3 3
1m = 1000000000 ( 1000x 1000x 1000) mm Volume do prisma reto: o volume do prisma reto é
dado pelo produto da área da base pela medida da altura.

Unidades de capacidade: litro é a unidade


fundamental de capacidade. Abrevia-se o litro por l.

O litro é o volume equivalente a um decímetro cúbico.

Múltiplos Submúltiplos

hl ( 100 l) dl (0,1 l)
dal ( 10 l) litro l cl (0,01 l)
ml (0,001 l)

Como se vê:
Volume do cilindro: o volume do cilindro é dado pelo
1 hl = 100 l 1 l = 10 dl produto da área da base pela altura.
1 dal = 10 l 1 l = 100 cl
1 l = 1000 ml

VOLUMES DOS PRINCIPAIS SÓLIDOS


GEOMÉTRICOS

Volume do paralelepípedo retângulo: é o mais comum


dos sólidos geométricos. Seu volume é dado pelo produto de
suas três dimensões. F) UNIDADES DE MASSA

— A unidade fundamental para se medir massa de um


corpo (ou a quantidade de matéria que esse corpo possui), é
o kilograma (kg).
3
— o kg é a massa aproximada de 1 dm de água a 4
graus de temperatura.

Matemática 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
— Múltiplos e sub-múltiplos do kilograma:
4 + 8 + 12 + 20 44
Múltiplos Submúltiplos ma = = = 11
kg (1000g) dg (0,1 g) 4 4
hg ( 100g) cg (0,01 g)
dag ( 10 g) mg (0,001 g) Média Aritmética Ponderada (mv):

Como se vê: A média aritmética ponderada de vários números aos


quais são atribuídos pesos (que indicam o número de vezes
1kg = 1000g 1g = 10 dg que tais números figuraram) consiste no quociente da soma
1 hg = 100 g e 1g= 100 cg dos produtos — que se obtém multiplicando cada número
1 dag = 10g 1g = 1000 mg pelo peso correspondente, pela soma dos pesos.

Ex.: No cálculo da média final obtida por um aluno


durante o ano letivo, usamos a média aritmética ponderada.
A resolução é a seguinte:

Matéria Notas Peso


Português 60,0 5
Matemática 40,0 3
História 70,0 2
Para a água destilada, 1.º acima de zero.
volume capacidade massa 60 . 5 + 40 3 + 70 . 2
2
mp =
1dm 1l 1kg 5+3+2

Medidas de tempo: 300 + 120 + 140


Não esquecer: = = 56
1dia = 24 horas 10
1 hora = sessenta minutos
1 minuto = sessenta segundos ÂNGULO
1 ano = 365 dias Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
1 mês = 30 dias
Ângulo É a região de um plano concebida pela
Média geométrica abertura de duas semi-retas que possuem uma origem
em comum, dividindo este plano em duas partes. A
Numa proporção contínua, o meio comum é
abertura do ângulo é uma propriedade invariante deste
denominado média proporcional ou média geométrica dos
extremos. Portanto no exemplo acima 8 é a média e é medida, no SI, em radianos.
proporcional entre 4 e 16. O quarto termo de uma proporção
contínua é chamado terceira proporcional. Assim, no nosso Unidades de medidas para ângulos
exemplo, 16 é a terceira proporcional depois de 4 e 8. De forma a medir um ângulo, um círculo com centro
no vértice é desenhado. Como a circunferência do
Para se calcular a média proporcional ou geométrica círculo é sempre diretamente proporcional ao
de dois números, teremos que calcular o valor do meio comprimento de seu raio, a medida de um ângulo é
comum de uma proporção continua. Ex.: independente do tamanho do círculo. Note que ângulos
4 X são adimensionais, desde que sejam definidos como a
=
X 16 razão dos comprimentos.
• A medida em radiano de um ângulo é o
4 . 16 x . x comprimento do arco cortado pelo ângulo,
2 dividido pelo raio do círculo. O SI utiliza o radiano
x = 64 x como o unidade derivada para ângulos. Devido
64 =8 ao seu relacionamento com o comprimento do
arco, radianos são uma unidade especial. Senos
4.º proporcional: é o nome dado ao quarto termo de e cossenos cujos argumentos estão em radianos
uma proporção não continua. Ex.: possuem propriedades analíticas particulares, tal
como criar funções exponenciais em base e.
4 12 • A medida em graus de um ângulo é o
= , 4 . x = 8 . 12
8 F comprimento de um arco, dividido pela
96 circunferência de um círculo e multiplicada por
x= =24. 360. O símbolo de graus é um pequeno círculo
4
sobrescrito °. 2π radianos é igual a 360° (um
Nota: Esse cálculo é idêntico ao cálculo do elemento círculo completo), então um radiano é
desconhecido de uma proporção). aproximadamente 57° e um grau é π/180
radianos.
Média Aritmética Simples: (ma) • O gradiano, também chamado de grado, é uma
medida angular onde o arco é divido pela
A média aritmética simples de dois números é dada circunferência e multiplicado por 400. Essa forma
pelo quociente da soma de seus valores e pela quantidade
é usado mais em triangulação.
das parcelas consideradas.
Ex.: determinar a ma de: 4, 8, 12, 20 • O ponto é usado em navegação, e é definida

Matemática 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
como 1/32 do círculo, ou exatamente 11,25°. instante.
• O círculo completo ou volta completa representa
o número ou a fração de voltas completas. Por A velocidade média de um trem que percorre cem
exemplo, π/2 radianos = 90° = 1/4 de um círculo quilômetros em duas horas é de cinquenta quilômetros
completo. por hora. O valor médio da velocidade de um corpo é
igual à razão entre o espaço por ele percorrido e o
O ângulo nulo é um ângulo que tem 0º. tempo gasto no deslocamento, de acordo com a
fórmula v = s/t. A representação gráfica da velocidade
A classificação dos ângulos é por sua deve ser feita, em cada ponto, por um segmento
(normalmente) circunferência em graus. orientado que caracteriza seu módulo, sua direção
(tangente à trajetória) e seu sentido (que coincide com
Tipos de ângulos o sentido do movimento). No intervalo de duas horas, a
Com relação às suas medidas, os ângulos podem velocidade do trem pode ter variado para mais ou para
ser classificados como menos em torno da velocidade média. A determinação
• Nulo: Um ângulo nulo mede 0º ou 0 radianos. da velocidade instantânea se faz por meio do cálculo
• Agudo: Ângulo cuja medida é maior do que 0º da velocidade média num intervalo de tempo tão
(ou 0 radianos) e menor do que 90º (ou π/2 próximo de zero quanto possível. O cálculo diferencial,
radianos). inventado por Isaac Newton com esse fim específico,
• Reto: Um ângulo reto é um ângulo cuja medida é permite determinar valores exatos da velocidade
exatamente 90º (ou π/2 radianos). Assim os seus instantânea de um corpo.
lados estão localizados em retas
perpendiculares. Sistema Monetário Brasileiro: Moeda
• Obtuso: É um ângulo cuja medida está entre 90º MOEDA: (do latim "moneta") - deriva do nome da deusa
e 180º (ou entre π/2 e π radianos). JUNO MONETA, templo que manufaturavam as moedas
romanas.
• Raso: Ângulo que mede exatamente 180º (ou π
DINHEIRO: Sinônimo de moeda, origem do la-
radianos), os seus lados são semi-retas opostas. tim: DENARIUS.
• Côncavo: Ângulo que mede mais de 180º (ou π Nos tempos primitivos a moeda era qualquer produto que
radianos) e menos de 360º (ou 2π radianos). servisse como instrumento de troca, Exemplos:
• Giro ou Completo: Ângulo que mede 360º (ou · Chá na Índia;
2π radianos). Também pode ser chamado de · Arroz no Japão;
Ângulo de uma volta. · Sal e colares em certos países africanos;
· No Brasil, no Rio de Janeiro, o açúcar teve curso forçado
como moeda, no Maranhão, o tecido de algodão substituiu
O ângulo reto (90º) é provavelmente o ângulo mais
o dinheiro em algumas ocasiões.
importante, pois o mesmo é encontrado em inúmeras Em 1874, foi proibida no Brasil, a CIRCULAÇÃO dos gêneros
aplicações práticas, como no encontro de uma parede alimentícios utilizados como moeda.
com o chão, os pés de uma mesa em relação ao seu MOEDA: Qualquer objeto que sirva como meio de troca
tampo, caixas de papelão, esquadrias de janelas, etc... em um sistema econômico;
MOEDA METÁLICA: Cunhagem da moeda em metais pre-
Um ângulo de 360 graus é o ângulo que completa o ciosos, trazendo seu peso impresso. Hoje trazem impressos
círculo. Após esta volta completa este ângulo coincide os seus valores;
com o ângulo de zero graus mas possui a grandeza de PAPEL-MOEDA Emissão de recibos pelos cunhadores de
moedas. Atualmente é a moeda escritural emitida pelo Ban-
360 graus (360 º).
co Central de cada país.
MOEDA-ESCRITURAL: Foi criada pelo sistema bancário.
Observação: É possível obter ângulos maiores do Emprestavam os valores acima do lastro do sistema bancá-
que 360º mas os lados destes ângulos coincidirão com rio.
os lados dos ângulos menores do que 360º na medida ENCAIXE: BACEN (Banco Central) determina uma porcenta-
que ultrapassa 360º. Para obter tais ângulos basta gem que podem ser emprestada sobre os depósitos efetua-
subtrair 360º do ângulo até que este seja menor do que dos em um banco.
360º. MOEDA FIDUCIÁRIA: Moeda que tem curso obrigatório, por
Lei, em um país. No Brasil a Moeda Fiduciária é o Real -
R$.
VELOCIDADE
A velocidade é uma grandeza vetorial, ou seja, tem PRINCIPAIS FUNÇÕES DA MOEDA
direção e sentido, além do valor numérico. Duas · Intermediário de trocas;
velocidades só serão iguais se tiverem o mesmo · Medida de valor;
módulo, a mesma direção e o mesmo sentido. · Reserva de Valor;
· Liberatória;
Velocidade é a grandeza física que informa com que · Padrão de pagamentos diferidos;
rapidez e em qual direção um móvel muda de posição · Instrumento de poder.
no tempo. Sua determinação pode ser feita por meio de
Intermediário de Trocas: Esta função permite a superação
um valor médio (que relaciona o deslocamento total de
de economia de escambo e a passagem à economia mo-
um corpo ao intervalo de tempo decorrido desde que netária;
ele deixou a posição inicial até quando chegou ao fim
do percurso) ou do valor instantâneo, que diz como a Medida de valor: a utiliza-
posição varia de acordo com o tempo num determinado ção generalizada da moeda implica na criação de uma

Matemática 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
unidade-padrão de medida pela qual são convertidos os DEMANDA DE MOEDA PARA ESPECULAÇÃO: ocorre
valores de todos os bens e serviços; quando aquela parcela da renda das pessoas que poderia
ser aplicada em títulos fica retida, pelo fato de a taxa de ju-
Reserva de valor: outra função exercida pela moeda, pois ros estar baixa e as pessoas aguardarem sua elevação pa-
pode servir como umareserva de valor, desde o momento ra comprar títulos.
que é recebida até o instante em que é gasta por quem a DEMANDA DE MOEDA PARA TRANSAÇÕES: como os
detenha. recebimentos e pagamentos não são sincronizados, as
pessoas precisam reter moeda para pagar suas despesas.
Poder Liberatório: o poder de saldar dívidas, liquidar débi- DEMANDA DE MOEDA POR PRECAUÇÃO: refere-se
tos, livrar seu detentor de sair de uma posição passiva. Esta àquela parte da renda das pessoas retida para fazer frente
particularidade da moeda dá-se o nome de: poder liberató- a imprevistos.
rio.
Características essenciais da moeda.
Padrão de pagamentos diferidos: À medida que a moeda
tem, sob garantia do Estado, o poder de saldar dívidas, As características mais relevantes da moeda, estudada des-
sendo ademais, uma medida de valor, ela torna, automati- de Adam Smith são as seguintes:
camente, padrão de pagamentos diferidos. Esta função da · Indestrutibilidade e inalterabilidade;
moeda resulta de sua capacidade de facilitar a distribuição · Homogeneidade;
de pagamentos ao longo do tempo, que para concessão de · Divisibilidade;
crédito ou de diferentes formas de adiantamentos. ·Transferibilidade;
· Facilidade de manuseio e transporte.
MERCADO MONETÁRIO: é onde se encontram a oferta e a
demanda por moeda e se determina a taxa de juros de e- Indestrutibilidade e inalterabilidade: A moeda deve ser
quilíbrio. suficientemente durável, no sentido de que não destrua ou
MOEDA ESCRITURAL: criada pelo sistema bancário, ao se deteriore com o seu manuseio. Além disso, Indestrutibili-
emprestar ou aplicar uma quantidade de moeda superior à dade e inalterabilidade são obstáculos à sua falsificação,
que era originalmente introduzida no sistema bancário co- constituindo-se, em elementos de fundamental importância
mo depósito em um dos bancos componentes do sistema. para a confiança e a aceitação geral da moeda.
MOEDA METÁLICA: moeda cunhada em metal precioso
que trazia impresso o seu peso. Atualmente, são cunhadas Homogeneidade Duas unidades monetárias distintas, mas
em metal não precioso, trazendo impresso o seu valor. de igual valor, devem ser rigorosamente iguais. Ex. se o ar-
MOEDA-FIDUCIÁRIA: emitida pelos bancos centrais de roz fosse dado como moeda, aceita pelas duas partes, se o
cada país, tendo curso obrigatório por lei. comprador pensasse em pagar sua dívida com arroz miú-
MOEDA: é todo objeto que serve para facilitar as trocas de dos e quebrados, enquanto o vendedor imaginava receber
bens e serviços numa economia. arroz em grãos inteiros e graúdos. A possibilidade de tal
OFERTA DE MOEDA: é a quantidade de moeda que o go- equívoco criada pela inexistência de homogeneidade é um
verno resolve emitir, num determinado período, através das exemplo da necessidade de que duas unidades monetárias
autoridades monetárias. do mesmo valor sejam rigorosamente iguais.
PADRÃO-OURO: sistema monetário em que o papel-moeda
emitido pelas autoridades monetárias tem uma relação com Divisibilidade A moeda deve possuir múltiplos e submúlti-
a quantidade de ouro que o país possui. Atualmente, não é plos em quantidade tal que as transações de grande porte
mais seguido. assim como as pequenas possam ser realizadas sem ne-
PAPEL-MOEDA: surgiu com a emissão de recibos pelos nhuma restrição. Outro aspecto é quanto ao fracionamento.
cunhadores, e assegurava ao seu portador certa quantida- (troco)
de de ouro expressa no documento. Atualmente, é a moeda
emitida pelos bancos centrais de cada país. Transferibilidade Outra característica da moeda é quanto à
POLÍTICA FISCAL: são medidas do governo que objetivam facilidade com que deve processar-se sua transferência, de
diminuir a demanda através da carga tributária. um detentor para outro.
POLÍTICA MONETÁRIA: são medidas adotadas pelo gover-
no que visam reduzir a quantidade de moeda em circulação Facilidade de manuseio e transporte o manuseio e o trans-
na economia. porte da moeda não deve oferecer obstáculos, isto é, preju-
dicar sua utilização.
CRÉDITO A CURTO PRAZO: é o crédito cujo período para
pagamento é inferior a cinco meses. Meios de pagamentos. (Vide Revista Conjuntura econômica.
CRÉDITO A LONGO PRAZO: é o crédito cujo período para Em Conjuntura Estatística: Moeda - Base monetária, meios
pagamento é superior a cinco anos. de pagamentos e quase-moeda).
CRÉDITO A MÉDIO PRAZO: é o crédito cujo período para
pagamento é superior a cinco meses e inferior a cinco anos. Meios de pagamentos.- Base monetária.
CRÉDITO DE CONSUMO: concedido às pessoas para que M1 - Papel-moeda em poder do público + os depósitos a vista
elas possam adquirir bens de consumo. (nos bancos comerciais);
CRÉDITO DE PRODUÇÃO: é concedido às empresas para M2 - M1 + títulos federais;
que elas façam frente às despesas decorrentes da produ- M3 - M2 + depósitos de poupança;
ção, como as despesas de investimento ou giro. M4 - M3 + depósitos a prazo.
CRÉDITO PARA O ESTADO: é o crédito que o governo Alex Mendes
utiliza para as despesas de investimento ou consumo.
CRÉDITO: é a troca de um bem, ou a concessão de uma
quantia de moeda, pela promessa de pagamento futuro.
CREDOR E DEVEDOR: são as pessoas envolvidas na ope-
RAZÕES E PROPORÇÕES
ração de crédito. A primeira é a que empresta a quantia em
moeda, sob a promessa de recebê-la no futuro. O devedor 1. INTRODUÇÃO
é a pessoa que deve pagar o empréstimo. Se a sua mensalidade escolar sofresse hoje um rea-
juste de R$ 80,00, como você reagiria? Acharia caro,

Matemática 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
normal, ou abaixo da expectativa? Esse mesmo valor, 6
que pode parecer caro no reajuste da mensalidade, Razão =
seria considerado insignificante, se tratasse de um
6
acréscimo no seu salário.
3. Uma liga de metal é feita de 2 partes de ferro e 3
partes de zinco.
Naturalmente, você já percebeu que os R$ 80,00
nada representam, se não forem comparados com um 2 3
Razão = (ferro) Razão = (zinco).
valor base e se não forem avaliados de acordo com a 5 5
natureza da comparação. Por exemplo, se a mensali-
dade escolar fosse de R$ 90,00, o reajuste poderia ser 3. PROPORÇÃO
considerado alto; afinal, o valor da mensalidade teria Há situações em que as grandezas que estão sendo
quase dobrado. Já no caso do salário, mesmo conside- comparadas podem ser expressas por razões de ante-
rando o salário mínimo, R$ 80,00 seriam uma parte cedentes e consequentes diferentes, porém com o
mínima. . mesmo quociente. Dessa maneira, quando uma pes-
quisa escolar nos revelar que, de 40 alunos entrevista-
A fim de esclarecer melhor este tipo de problema, dos, 10 gostam de Matemática, poderemos supor que,
vamos estabelecer regras para comparação entre se forem entrevistados 80 alunos da mesma escola, 20
grandezas. deverão gostar de Matemática. Na verdade, estamos
afirmando que 10 estão representando em 40 o mesmo
2. RAZÃO que 20 em 80.
Você já deve ter ouvido expressões como: "De cada 10 20
20 habitantes, 5 são analfabetos", "De cada 10 alunos, Escrevemos: =
2 gostam de Matemática", "Um dia de sol, para cada 40 80
dois de chuva".
A esse tipo de igualdade entre duas razões dá-se o
nome de proporção.
Em cada uma dessas. frases está sempre clara uma
comparação entre dois números. Assim, no primeiro
caso, destacamos 5 entre 20; no segundo, 2 entre 10, e c a
Dadas duas razões e
, com b e d ≠ 0,
no terceiro, 1 para cada 2. d b
a c
Todas as comparações serão matematicamente teremos uma proporção se = .
b d
expressas por um quociente chamado razão.

Teremos, pois: Na expressão acima, a e c são chamados de


antecedentes e b e d de consequentes. .
De cada 20 habitantes, 5 são analfabetos.
5 A proporção também pode ser representada como a
Razão = : b = c : d. Qualquer uma dessas expressões é lida
20 assim: a está para b assim como c está para d. E im-
portante notar que b e c são denominados meios e a e
De cada 10 alunos, 2 gostam de Matemática. d, extremos.
2
Razão =
10 Exemplo:
3 9
c. Um dia de sol, para cada dois de chuva. A proporção = , ou 3 : 7 : : 9 : 21, é
1
7 21
Razão = lida da seguinte forma: 3 está para 7 assim como 9
2 está para 21. Temos ainda:
3 e 9 como antecedentes,
A razão entre dois números a e b, com b ≠ 0, é o 7 e 21 como consequentes,
a 7 e 9 como meios e
quociente , ou a : b.
b 3 e 21 como extremos.

Nessa expressão, a chama-se antecedente e b, 3.1 PROPRIEDADE FUNDAMENTAL


consequente. Outros exemplos de razão: O produto dos extremos é igual ao produto dos
meios:
Em cada 10 terrenos vendidos, um é do corretor.
1 a c
Razão = = ⇔ ad = bc ; b, d ≠ 0
10 b d

Os times A e B jogaram 6 vezes e o time A ganhou Exemplo:


todas.
Se 6 =
24 , então 6 . 96 = 24 . 24 = 576.
24 96

Matemática 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Duas grandezas São diretamente proporcionais


3.2 ADIÇÃO (OU SUBTRAÇÃO) DOS quando, aumentando (ou diminuindo) uma delas
ANTECEDENTES E CONSEQUENTES numa determinada razão, a outra diminui (ou
Em toda proporção, a soma (ou diferença) dos an- aumenta) nessa mesma razão.
tecedentes está para a soma (ou diferença) dos conse-
quentes assim como cada antecedente está para seu 3. PROPORÇÃO INVERSA
consequente. Ou seja:
Grandezas como tempo de trabalho e número de
a c a + c a c operários para a mesma tarefa são, em geral, inver-
Se = , entao = = , samente proporcionais. Veja: Para uma tarefa que 10
b d b + d b d operários executam em 20 dias, devemos esperar que
a - c a c 5 operários a realizem em 40 dias.
ou = =
b - d b d
Podemos destacar outros exemplos de grandezas
Essa propriedade é válida desde que nenhum inversamente proporcionais:
denominador seja nulo.
Velocidade média e tempo de viagem, pois, se você
Exemplo: dobrar a velocidade com que anda, mantendo fixa a
distância a ser percorrida, reduzirá o tempo do percur-
21 + 7 28 7 so pela metade.
= =
12 + 4 16 4
21 7 Número de torneiras de mesma vazão e tempo para
= encher um tanque, pois, quanto mais torneiras estive-
12 4 rem abertas, menor o tempo para completar o tanque.
21 - 7 14 7
= = Podemos concluir que :
12 - 4 8 4
Duas grandezas são inversamente proporcionais
GRANDEZAS PROPORCIONAIS E DIVISÃO
quando, aumentando (ou diminuindo) uma delas
PROPORCIONAL numa determinada razão, a outra diminui (ou
aumenta) na mesma razão.
1. INTRODUÇÃO:
No dia-a-dia, você lida com situações que envolvem
números, tais como: preço, peso, salário, dias de traba- Vamos analisar outro exemplo, com o objetivo de
lho, índice de inflação, velocidade, tempo, idade e ou- reconhecer a natureza da proporção, e destacar a
tros. Passaremos a nos referir a cada uma dessas situ- razão. Considere a situação de um grupo de pessoas
ações mensuráveis como uma grandeza. Você sabe que, em férias, se instale num acampamento que cobra
que cada grandeza não é independente, mas vinculada R$100,00 a diária individual.
a outra conveniente. O salário, por exemplo, está rela-
cionado a dias de trabalho. Há pesos que dependem Observe na tabela a relação entre o número de
de idade, velocidade, tempo etc. Vamos analisar dois pessoas e a despesa diária:
tipos básicos de dependência entre grandezas propor-
cionais. Número de
pessoas 1 2 4 5 10
2. PROPORÇÃO DIRETA
Grandezas como trabalho produzido e remuneração
Despesa
obtida são, quase sempre, diretamente proporcionais. diária (R$ ) 100 200 400 500 1.000
De fato, se você receber R$ 2,00 para cada folha que
datilografar, sabe que deverá receber R$ 40,00 por 20
folhas datilografadas. Você pode perceber na tabela que a razão de au-
mento do número de pessoas é a mesma para o au-
Podemos destacar outros exemplos de grandezas mento da despesa. Assim, se dobrarmos o número de
diretamente proporcionais: pessoas, dobraremos ao mesmo tempo a despesa.
Esta é portanto, uma proporção direta, ou melhor, as
Velocidade média e distância percorrida, pois, se grandezas número de pessoas e despesa diária são
você dobrar a velocidade com que anda, deverá, num diretamente proporcionais.
mesmo tempo, dobrar a distância percorrida.
Suponha também que, nesse mesmo exemplo, a
Área e preço de terrenos. quantia a ser gasta pelo grupo seja sempre de
R$2.000,00. Perceba, então, que o tempo de perma-
Altura de um objeto e comprimento da sombra pro- nência do grupo dependerá do número de pessoas.
jetada por ele.
Analise agora a tabela abaixo :
Assim:

Matemática 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Número de 1 2 4 5 10
pessoas Dividir um número em partes inversamente propor-
cionais a outros números dados é encontrar partes
Tempo de desse número que sejam diretamente proporcio-
permanência nais aos inversos dos números dados e cuja soma
(dias) 20 10 5 4 2 reproduza o próprio número.

Note que, se dobrarmos o número de pessoas, o


No nosso problema, temos de dividir 160 em partes
tempo de permanência se reduzirá à metade. Esta é,
inversamente proporcionais a 3 e a 5, que são os nú-
portanto, uma proporção inversa, ou melhor, as gran-
meros de atraso de A e B. Vamos formalizar a divisão,
dezas número de pessoas e número de dias são inver-
chamando de x o que A tem a receber e de y o que B
samente proporcionais.
tem a receber.
4. DIVISÃO EM PARTES PROPORCIONAIS x + y = 160

4. 1 Diretamente proporcional x y
Duas pessoas, A e B, trabalharam na fabricação de
Teremos: =
1 1
um mesmo objeto, sendo que A o fez durante 6 horas e
B durante 5 horas. Como, agora, elas deverão dividir 3 5
com justiça os R$ 660,00 apurados com sua venda?
Na verdade, o que cada um tem a receber deve ser Resolvendo o sistema, temos:
diretamente proporcional ao tempo gasto na confecção x + y x x + y x
= ⇒ =
Dividir um número em partes diretamente 1 1 1 8 1
proporcionais a outros números dados é +
3 5 3 15 3
encontrar partes desse número que sejam
Mas, como x + y = 160, então
diretamente proporcionais aos números dados e
cuja soma reproduza o próprio número. 160 x 160 1
= ⇒ x = ⋅ ⇒
do objeto. 8 1 8 3
No nosso problema, temos de dividir 660 em partes
15 3 15
diretamente proporcionais a 6 e 5, que são as horas
que A e B trabalharam.
Vamos formalizar a divisão, chamando de x o que A 15 1
tem a receber, e de y o que B tem a receber.
⇒ x = 160 ⋅ ⋅ ⇒ x = 100
8 3
Teremos então:
X + Y = 660 Como x + y = 160, então y = 60. Concluindo, A
deve receber R$ 100,00 e B, R$ 60,00.
X Y
= 4.3 DIVISÃO PROPORCIONAL COMPOSTA
6 5 Vamos analisar a seguinte situação: Uma empreitei-
ra foi contratada para pavimentar uma rua. Ela dividiu o
Esse sistema pode ser resolvido, usando as
trabalho em duas turmas, prometendo pagá-las propor-
propriedades de proporção. Assim:
cionalmente. A tarefa foi realizada da seguinte maneira:
X + Y na primeira turma, 10 homens trabalharam durante 5
= Substituindo X + Y por 660,
dias; na segunda turma, 12 homens trabalharam duran-
6 + 5
660 X 6 ⋅ 660 te 4 dias. Estamos considerando que os homens ti-
vem = ⇒ X = = 360 nham a mesma capacidade de trabalho. A empreiteira
11 6 11 tinha R$ 29.400,00 para dividir com justiça entre as
Como X + Y = 660, então Y = 300 duas turmas de trabalho. Como fazê-lo?
Concluindo, A deve receber R$ 360,00 enquanto B,
R$ 300,00. Essa divisão não é de mesma natureza das anterio-
res. Trata-se aqui de uma divisão composta em partes
4.2 INVERSAMENTE PROPORCIONAL proporcionais, já que os números obtidos deverão ser
E se nosso problema não fosse efetuar divisão em proporcionais a dois números e também a dois outros.
partes diretamente proporcionais, mas sim inversamen-
te? Por exemplo: suponha que as duas pessoas, A e B, Na primeira turma, 10 homens trabalharam 5 dias,
trabalharam durante um mesmo período para fabricar e produzindo o mesmo resultado de 50 homens, traba-
vender por R$ 160,00 um certo artigo. Se A chegou lhando por um dia. Do mesmo modo, na segunda tur-
atrasado ao trabalho 3 dias e B, 5 dias, como efetuar ma, 12 homens trabalharam 4 dias, o que seria equiva-
com justiça a divisão? O problema agora é dividir R$ lente a 48 homens trabalhando um dia.
160,00 em partes inversamente proporcionais a 3 e a 5,
pois deve ser levado em consideração que aquele que Para a empreiteira, o problema passaria a ser,
se atrasa mais deve receber menos. portanto, de divisão diretamente proporcional a 50 (que
é 10 . 5), e 48 (que é 12 . 4).

Matemática 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Para dividir um número em partes de tal forma que rem no mesmo sentido, as grandezas são diretamente
uma delas seja proporcional a m e n e a outra a p proporcionais; se em sentidos contrários, são inversa-
e q, basta divida esse número em partes mente proporcionais.
proporcionais a m . n e p . q.
Nesse problema, para estabelecer se as setas têm
Convém lembrar que efetuar uma divisão em partes
o mesmo sentido, foi necessário responder à pergunta:
inversamente proporcionais a certos números é o
"Considerando a mesma velocidade, se aumentarmos
mesmo que fazer a divisão em partes diretamente pro-
o tempo, aumentará a distância percorrida?" Como a
porcionais ao inverso dos números dados.
resposta a essa questão é afirmativa, as grandezas são
diretamente proporcionais.
Resolvendo nosso problema, temos:
Chamamos de x: a quantia que deve receber a
Já que a proporção é direta, podemos escrever:
primeira turma; y: a quantia que deve receber a
segunda turma. Assim: 6 900
=
x y x y 8 x
= ou =
10 ⋅ 5 12 ⋅ 4 50 48
7200

x + y
=
x Então: 6 . x = 8 . 900 ⇒ x = = 1 200
50 + 48 50 6

Concluindo, o automóvel percorrerá 1 200 km em 8


29400 x horas.
Como x + y = 29400, então =
98 50
29400 ⋅ 50 Vamos analisar outra situação em que usamos a
⇒x= ⇒ 15.000 regra de três.
98
Um automóvel, com velocidade média de 90 km/h,
Portanto y = 14 400. percorre um certo espaço durante 8 horas. Qual será o
tempo necessário para percorrer o mesmo espaço com
Concluindo, a primeira turma deve receber R$ uma velocidade de 60 km/h?
15.000,00 da empreiteira, e a segunda, R$ 14.400,00.
Grandeza 1: tempo Grandeza 2: velocidade
Observação: Firmas de projetos costumam cobrar (horas) (km/h)
cada trabalho usando como unidade o homem-hora. O
nosso problema é um exemplo em que esse critério 8 90
poderia ser usado, ou seja, a unidade nesse caso seria
homem-dia. Seria obtido o valor de R$ 300,00 que é o
resultado de 15 000 : 50, ou de 14 400 : 48. x 60

REGRA DE TRÊS SIMPLES A resposta à pergunta "Mantendo o mesmo espaço


percorrido, se aumentarmos a velocidade, o tempo
REGRA DE TRÊS SIMPLES aumentará?" é negativa. Vemos, então, que as grande-
Retomando o problema do automóvel, vamos zas envolvidas são inversamente proporcionais.
resolvê-lo com o uso da regra de três de maneira Como a proporção é inversa, será necessário inver-
prática. termos a ordem dos termos de uma das colunas, tor-
nando a proporção direta. Assim:
Devemos dispor as grandezas, bem como os valo-
res envolvidos, de modo que possamos reconhecer a 8 60
natureza da proporção e escrevê-la.
Assim: x 90

Grandeza 1: tempo Grandeza 2: distância Escrevendo a proporção, temos:


(horas) percorrida 8 60 8 ⋅ 90
(km) = ⇒ x= = 12
x 90 60
6 900 Concluindo, o automóvel percorrerá a mesma
distância em 12 horas.
8 x

Regra de três simples é um processo prático utilizado


Observe que colocamos na mesma linha valores para resolver problemas que envolvam pares de
que se correspondem: 6 horas e 900 km; 8 horas e o grandezas direta ou inversamente proporcionais.
valor desconhecido. Essas grandezas formam uma proporção em que se
conhece três termos e o quarto termo é procurado.
Vamos usar setas indicativas, como fizemos antes,
para indicar a natureza da proporção. Se elas estive-
Matemática 38 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
REGRA DE TRÊS COMPOSTA
Vamos agora utilizar a regra de três para resolver PORCENTAGEM
problemas em que estão envolvidas mais de duas
grandezas proporcionais. Como exemplo, vamos anali- 1. INTRODUÇÃO
sar o seguinte problema. Quando você abre o jornal, liga a televisão ou olha
vitrinas, frequentemente se vê às voltas com
Numa fábrica, 10 máquinas trabalhando 20 dias expressões do tipo:
produzem 2 000 peças. Quantas máquinas serão ne-  "O índice de reajuste salarial de março é de
cessárias para se produzir 1 680 peças em 6 dias? 16,19%."
 "O rendimento da caderneta de poupança em
Como nos problemas anteriores, você deve verificar fevereiro foi de 18,55%."
a natureza da proporção entre as grandezas e escrever  "A inflação acumulada nos últimos 12 meses foi
essa proporção. Vamos usar o mesmo modo de dispor de 381,1351%.
as grandezas e os valores envolvidos.  "Os preços foram reduzidos em até 0,5%."

Grandeza 1: Grandeza 2: Grandeza 3: Mesmo supondo que essas expressões não sejam
número de máquinas dias número de peças completamente desconhecidas para uma pessoa, é
importante fazermos um estudo organizado do assunto
porcentagem, uma vez que o seu conhecimento é fer-
10 20 2000 ramenta indispensável para a maioria dos problemas
relativos à Matemática Comercial.
x 6 1680
2. PORCENTAGEM
Natureza da proporção: para estabelecer o sentido O estudo da porcentagem é ainda um modo de
das setas é necessário fixar uma das grandezas e comparar números usando a proporção direta. Só que
relacioná-la com as outras. uma das razões da proporção é um fração de denomi-
nador 100. Vamos deixar isso mais claro: numa situa-
Supondo fixo o número de dias, responda à ques- ção em que você tiver de calcular 40% de R$ 300,00, o
tão: "Aumentando o número de máquinas, aumentará o seu trabalho será determinar um valor que represente,
número de peças fabricadas?" A resposta a essa ques- em 300, o mesmo que 40 em 100. Isso pode ser resu-
tão é afirmativa. Logo, as grandezas 1 e 3 são direta- mido na proporção:
mente proporcionais.
40 x
=
Agora, supondo fixo o número de peças, responda à 100 300
questão: "Aumentando o número de máquinas, aumen-
tará o número de dias necessários para o trabalho?" Então, o valor de x será de R$ 120,00.
Nesse caso, a resposta é negativa. Logo, as grandezas Sabendo que em cálculos de porcentagem será
1 e 2 são inversamente proporcionais. necessário utilizar sempre proporções diretas, fica
claro, então, que qualquer problema dessa natureza
Para se escrever corretamente a proporção, deve- poderá ser resolvido com regra de três simples.
mos fazer com que as setas fiquem no mesmo sentido,
invertendo os termos das colunas convenientes. Natu- 3. TAXA PORCENTUAL
ralmente, no nosso exemplo, fica mais fácil inverter a O uso de regra de três simples no cálculo de por-
coluna da grandeza 2. centagens é um recurso que torna fácil o entendimento
do assunto, mas não é o único caminho possível e nem
10 6 2000 sequer o mais prático.

Para simplificar os cálculos numéricos, é


x 20 1680 necessário, inicialmente, dar nomes a alguns termos.
Veremos isso a partir de um exemplo.
Agora, vamos escrever a proporção:
10 6 2000 Exemplo:
= ⋅ Calcular 20% de 800.
x 20 1680 20
Calcular 20%, ou de 800 é dividir 800 em
(Lembre-se de que uma grandeza proporcional a 100
duas outras é proporcional ao produto delas.) 100 partes e tomar 20 dessas partes. Como a
10 12000 10 ⋅ 33600 centésima parte de 800 é 8, então 20 dessas partes
= ⇒ x= = 28 será 160.
x 33600 12000
Concluindo, serão necessárias 28 máquinas. Chamamos: 20% de taxa porcentual; 800 de
principal; 160 de porcentagem.

Temos, portanto:

Matemática 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
 Principal: número sobre o qual se vai calcular a Nos problemas de juros simples, usaremos a se-
porcentagem. guinte nomenclatura: dinheiro depositado ou empresta-
 Taxa: valor fixo, tomado a partir de cada 100 do denomina-se capital.
partes do principal.
 Porcentagem: número que se obtém somando O porcentual denomina-se taxa e representa o juro
cada uma das 100 partes do principal até recebido ou pago a cada R$100,00, em 1 ano.
conseguir a taxa.
O período de depósito ou de empréstimo denomina-
A partir dessas definições, deve ficar claro que, ao se tempo.
calcularmos uma porcentagem de um principal conhe-
cido, não é necessário utilizar a montagem de uma A compensação em dinheiro denomina-se juro.
regra de três. Basta dividir o principal por 100 e to-
marmos tantas destas partes quanto for a taxa. Veja- RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE JUROS SIMPLES
mos outro exemplo.
Vejamos alguns exemplos:
Exemplo: 1.° exemplo: Calcular os juros produzidos por um
Calcular 32% de 4.000. capital de R$ 720 000,00, empregado a 25% ao a-
Primeiro dividimos 4 000 por 100 e obtemos 40, que no, durante 5 anos.
é a centésima parte de 4 000. Agora, somando 32 par- De acordo com os dados do problema, temos:
tes iguais a 40, obtemos 32 . 40 ou 1 280 que é a res- 25% em 1ano ⇒ 125% (25 . 5) em 5 anos
posta para o problema.
125
125% = = 1,25
Observe que dividir o principal por 100 e multiplicar 100
o resultado dessa divisão por 32 é o mesmo que multi-
Nessas condições, devemos resolver o seguinte
32
plicar o principal por ou 0,32. Vamos usar esse problema:
100 Calcular 125% de R$ 720 000,00. Dai:
raciocínio de agora em diante: x = 125% de 720 000 =
1,25 . 720 000 = 900 000.
Porcentagem = taxa X principal 900.000 – 720.000 = 180.000
Resposta: Os juros produzidos são de R$
180.000,00
JUROS SIMPLES
Consideremos os seguintes fatos: 2.° exemplo: Apliquei um capital de R$ 10.000,00 a
• Emprestei R$ 100 000,00 para um amigo pelo uma taxa de 1,8% ao mês, durante 6 meses. Quan-
prazo de 6 meses e recebi, ao fim desse tempo, to esse capital me renderá de juros?
R$ 24 000,00 de juros. 1,8% em 1 mês ⇒ 6 . 1,8% = 10,8% em 6 meses
• O preço de uma televisão, a vista, é R$ 4.000,00. 10,8
Se eu comprar essa mesma televisão em 10 10,8% = = 0,108
100
prestações, vou pagar por ela R$ 4.750,00. Por- Dai:
tanto, vou pagar R$750,00 de juros. x = 0,108 . 10 000 = 1080
No 1.° fato, R$ 24 000,00 é uma compensação em Resposta: Renderá juros de R$ 1 080,00.
dinheiro que se recebe por emprestar uma quantia por
determinado tempo. 3.° exemplo: Tomei emprestada certa quantia du-
rante 6 meses, a uma taxa de 1,2% ao mês, e devo
No 2.° fato, R$ 750,00 é uma compensação em di- pagar R$ 3 600,00 de juros. Qual foi a quantia em-
nheiro que se paga quando se compra uma mercadoria prestada?
a prazo. De acordo com os dados do problema:
1,2% em 1 mês ⇒ 6 . 1,2% = 7,2% em 6 meses
Assim:
 Quando depositamos ou emprestamos certa 7,2
7,2% = = 0,072
quantia por determinado tempo, recebemos uma 100
compensação em dinheiro. Nessas condições, devemos resolver o seguinte
 Quando pedimos emprestada certa quantia por problema:
determinado tempo, pagamos uma compensa- 3 600 representam 7,2% de uma quantia x. Calcule
ção em dinheiro. x.
 Quando compramos uma mercadoria a prazo,
pagamos uma compensação em dinheiro. Dai:
3600 = 0,072 . x ⇒ 0,072x = 3 600 ⇒
Pelas considerações feitas na introdução, podemos 3600
dizer que : x=
0,072
Juro é uma compensação em dinheiro que se x = 50 000
recebe ou que se paga. Resposta: A quantia emprestada foi de R$
50.000,00.

Matemática 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
financeiros durante um período de tempo e deve-se
4.° exemplo: Um capital de R$ 80 000,00, aplicado pagar juros pelo seu uso.
durante 6 meses, rendeu juros de R$ 4 800,00.
Qual foi a taxa (em %) ao mês? Em período de curto-prazo utiliza-se, geralmente,
De acordo com os dados do problema: como já se viu, os juros simples. Já em períodos de
x% em 1 mês ⇒ (6x)% em 6 meses longo-prazo, utiliza-se, quase que exclusivamente, os
Devemos, então, resolver o seguinte problema: juros compostos.
4 800 representam quantos % de 80 000?
Dai: 2. Conceitos Básicos
4 800 = 6x . 80 000 ⇒ 480 000 x = 4 800 No regime dos juros simples, o capital inicial sobre o
4 800 48 qual calculam-se os juros, permanece sem variação
x= ⇒ x= ⇒ x = 0,01 alguma durante todo o tempo que dura a operação. No
480 000 4 800
regime dos juros compostos, por sua vez, os juros que
1 vão sendo gerados, vão sendo acrescentados ao
0,01 = =1%
100 capital inicial, em períodos determinados e, que por sua
Resposta: A taxa foi de 1% ao mês. vez, irão gerar um novo juro adicional para o período
seguinte.
Resolva os problemas:
- Emprestando R$ 50 000,00 à taxa de 1,1% ao Diz-se, então, que os juros capitalizam-se e que se
mês, durante 8 meses, quanto deverei receber está na presença de uma operação de juros
de juros? compostos.
- Uma pessoa aplica certa quantia durante 2 anos,
à taxa de 15% ao ano, e recebe R$ 21 000,00 de Nestas operações, o capital não é constante através
juros. Qual foi a quantia aplicada? do tempo; pois aumenta ao final de cada período pela
- Um capital de R$ 200 000,00 foi aplicado durante adição dos juros ganhos de acordo com a taxa
1 ano e 4 meses à taxa de 18% ao ano. No final acordada.
desse tempo, quanto receberei de juros e qual o
capital acumulado (capital aplicado + juros)? Esta diferença pode ser observada através do
- Um aparelho de televisão custa R$ 4 500,00. seguinte exemplo:
Como vou comprá-lo no prazo de 10 meses, a lo-
ja cobrará juros simples de 1,6% ao mês. Quanto Exemplo 1: Suponha um capital inicial de R$
vou pagar por esse aparelho. 1.000,00 aplicado à taxa de 30.0 % a.a. por um período
- A quantia de R$ 500 000,00, aplicada durante 6 de 3 anos a juros simples e compostos. Qual será o
meses, rendeu juros de R$ 33 000,00. Qual foi total de juros ao final dos 3 anos sob cada um dos
a taxa (%) mensal da aplicação rearmes de juros?
- Uma geladeira custa R$ 1 000,00. Como vou
compra-la no prazo de 5 meses, a loja vendedo- Pelo regime de juros simples:
ra cobrara juros simples de 1,5% ao mês. Quan- J = c . i . t = R$ 1.000,00 (0,3) (3) = R$ 900,00
to pagarei por essa geladeira e qual o valor de
cada prestação mensal, se todas elas são iguais. Pelo regime de juros compostos:
J = Co  1 + i − 1 =
- Comprei um aparelho de som no prazo de 8 me- n
ses. O preço original do aparelho era de R$ 

( )  
800,00 e os juros simples cobrados pela firma fo-
ram de R$ 160,00. Qual foi a taxa (%) mensal [ ]
J = R$1.000,00 (1,3) − 1 = R$1.197,00
3

dos juros cobrados?


Demonstrando agora, em detalhes, o que se passou
Respostas com os cálculos, temos:
R$ 4 400,00
R$ 70 000,00 Ano Juros simples Juros Compostos
R$ 48 000,00 e R$ 248 000,00 1 R$ 1.000,00(0,3) = R$ 300,00 R$ 1.000,00(0,3) = R$ 300,00
R$ 5 220,00 2 R$ 1.000,00(0,3) = R$ 300,00 R$ 1.300,00(0,3) = R$ 390,00
1,1% 3 R$ 1.000,00(0,3) = R$ 300,00 R$ 1.690,00(0,3) = R$ 507,00
R$ 900,00 R$ 1.197,00
R$ 1 075,00 e R$ 215,00
2,5%
Vamos dar outro exemplo de juros compostos:
JUROS COMPOSTOS Suponhamos que você coloque na poupança R$
100,00 e os juros são de 10% ao mês.
1. Introdução
O dinheiro e o tempo são dois fatores que se Decorrido o primeiro mês você terá em sua
encontram estreitamente ligados com a vida das poupança: 100,00 + 10,00 = 110,00
pessoas e dos negócios. Quando são gerados ex-
cedentes de fundos, as pessoas ou as empresas, No segundo mês você terá:110,00 + 11,00 =111,00
aplicam-no a fim de ganhar juros que aumentem o
capital original disponível; em outras ocasiões, pelo No terceiro mês você terá: 111,00 + 11,10 = 111,10
contrário, tem-se a necessidade de recursos

Matemática 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

E assim por diante. Exemplos:


4 3 4 3 1
Para se fazer o cálculo é fácil: basta calcular os 1) 2 x y z = 2.x .y .z (somando os expoentes da
juros de cada mês e adicionar ao montante do mês parte literal temos, 4 + 3 + 1 = 8) grau 8.
anterior.
Expressão polinômio: É toda expressão literal
EQUAÇÕES constituída por uma soma algébrica de termos ou mo-
EXPRESSÕES LITERAIS OU ALGÉBRICAS nômios.
2 2
IGUALDADES E PROPRIEDADES Exemplos: 1)2a b – 5x 2)3x + 2b+ 1
São expressões constituídas por números e letras,
unidos por sinais de operações. Polinômios na variável x são expressões polinomiais
com uma só variável x, sem termos semelhantes.
2 2
Exemplo: 3a ; –2axy + 4x ; xyz; x + 2 , é o mesmo Exemplo:
3 2
2 2 5x + 2x – 3 denominada polinômio na variável x cuja
que 3.a ; –2.a.x.y + 4.x ; x.y.z; x : 3 + 2, as letras a, x, y 2 3 n
e z representam um número qualquer. forma geral é a0 + a1x + a2x + a3x + ... + anx , onde a0,
a1, a2, a3, ..., an são os coeficientes.
Chama-se valor numérico de uma expressão algé-
brica quando substituímos as letras pelos respectivos Grau de um polinômio não nulo, é o grau do monô-
valores dados: mio de maior grau.
2 4 2
Exemplo:
2
3x + 2y para x = –1 e y = 2, substituindo Exemplo: 5a x – 3a x y + 2xy
2
os respectivos valores temos, 3.(–1) + 2.2 → 3 . 1+ 4
→ 3 + 4 = 7 é o valor numérico da expressão. Grau 2+1 = 3, grau 4+2+1= 7, grau 1+1= 2, 7 é o
maior grau, logo o grau do polinômio é 7.
Exercícios
Calcular os valores numéricos das expressões: Exercícios
1) 3x – 3y para x = 1 e y =3 1) Dar os graus e os coeficientes dos monômios:
2
2) x + 2a para x =–2 e a = 0 a)–3x y z grau coefciente__________
7 2 2
2
3) 5x – 2y + a para x =1, y =2 e a =3 b)–a x z grau coeficiente__________
Respostas: 1) –6 2) –2 3) 4 c) xyz grau coeficiente__________

Termo algébrico ou monômio: é qualquer número 2) Dar o grau dos polinômios:


4 2
real, ou produto de números, ou ainda uma expressão a) 2x y – 3xy + 2x grau __________
5 2
na qual figuram multiplicações de fatores numéricos e b) –2+xyz+2x y grau __________
literais.
4 Respostas:
Exemplo: 5x , –2y, 3 x , –4a , 3,–x 1) a) grau 4, coeficiente –3
b) grau 11, coeficiente –1
Partes do termo algébrico ou monômio. c) grau 3, coeficiente 1
2) a) grau 5 b) grau 7
Exemplo:
sinal (–) CÁLCULO COM EXPRESSÕES LITERAIS
5
–3x ybz 3 coeficiente numérico ou parte numérica
5
x ybz parte literal
Adição e Subtração de monômios e expressões poli-
nômios: eliminam-se os sinais de associações, e redu-
Obs.:
zem os termos semelhantes.
1) As letras x, y, z (final do alfabeto) são usadas co-
mo variáveis (valor variável)
Exemplo:
2) quando o termo algébrico não vier expresso o co- 2 2
3x + (2x – 1) – (–3a) + (x – 2x + 2) – (4a)
eficiente ou parte numérica fica subentendido que 2 2
3x + 2x – 1 + 3a + x – 2x + 2 – 4a =
este coeficiente é igual a 1. 2 2
3x + 1.x + 2x – 2x + 3a – 4a – 1 + 2 =
2
3 4 3 4 (3+1)x + (2–2)x + (3–4)a – 1+2 =
Exemplo: 1) a bx = 1.a bx 2) –abc = –1.a.b.c 2
4x + 0x – 1.a + 1 =
Termos semelhantes: Dois ou mais termos são se- 2
4x – a + 1
melhantes se possuem as mesmas letras elevadas aos
mesmos expoentes e sujeitas às mesmas operações.
Obs.: As regras de eliminação de parênteses são as
mesmas usadas para expressões numéricas no conjunto
Exemplos:
3 3 3 Z.
1) a bx, –4a bx e 2a bx são termos semelhantes.
3 3 3 Exercícios. Efetuar as operações:
2) –x y, +3x y e 8x y são termos semelhantes.
1) 4x + (5a) + (a –3x) + ( x –3a)
2 2 2
2) 4x – 7x + 6x + 2 + 4x – x + 1
Grau de um monômio ou termo algébrico: E a so-
ma dos expoentes da parte literal.

Matemática 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2
Respostas: 1) 2x +3a 2) 9x – 3x + 3  x+ y=7 -I
Exemplo 1: 
 x − y = 1 - II
MULTIPLICAÇÃO DE EXPRESSÕES ALGÉBRICAS
Soma-se membro a membro.
Multiplicação de dois monômios: Multiplicam-se os
2x +0 =8
coeficientes e após o produto dos coeficientes escre-
2x = 8
vem-se as letras em ordem alfabética, dando a cada
8
letra o novo expoente igual à soma de todos os expoen- x=
tes dessa letra e repetem-se em forma de produto as 2
letras que não são comuns aos dois monômios. x=4

Exemplos: Sabendo que o valor de x é igual 4 substitua este va-


4 3 2 3 4+1 3+2 1+3 lor em qualquer uma das equações ( I ou II ),
1) 2x y z . 3xy z ab = 2.3 .x . y . z .a.b =
5 5 4 Substitui em I fica:
6abx y z
3 2
2 2+1 1 +1
2) –3a bx . 5ab= –3.5. a .b . x = –15a b x 4+y=7 ⇒ y=7–4 ⇒ y=3

Exercícios: Efetuar as multiplicações. Se quisermos verificar se está correto, devemos


2 3 3
1) 2x yz . 4x y z = substituir os valores encontrados x e y nas equações
3 2 2 2
2) –5abx . 2a b x = x+y=7 x–y=1
4 +3 = 7 4–3=1
5 4 2 3 3 5
Respostas: 1) 8x y z 2) –10a b x
Dizemos que o conjunto verdade: V = {(4, 3)}
EQUAÇÕES DO 1.º GRAU 2x + y = 11 - I
Exemplo 2 : 
 x + y = 8 - II
Equação: É o nome dado a toda sentença algébrica
que exprime uma relação de igualdade. Note que temos apenas a operação +, portanto de-
vemos multiplicar qualquer uma ( I ou II) por –1, esco-
Ou ainda: É uma igualdade algébrica que se verifica lhendo a II, temos:
somente para determinado valor numérico atribuído à
2x + y = 11 2x + y = 11
variável. Logo, equação é uma igualdade condicional.  →
 x + y = 8 . ( - 1) - x − y = − 8
Exemplo: 5 + x = 11
↓ ↓ soma-se membro a membro
0 0
1 .membro 2 .membro 2x + y = 11
 +
onde x é a incógnita, variável ou oculta.  - x- y =-8
x+0 = 3
Resolução de equações x=3

Para resolver uma equação (achar a raiz) seguire- Agora, substituindo x = 3 na equação II: x + y = 8, fica
mos os princípios gerais que podem ser aplicados numa 3 + y = 8, portanto y = 5
igualdade. Exemplo 3:
Ao transportar um termo de um membro de uma i- 5x + 2y = 18 -Ι
gualdade para outro, sua operação deverá ser invertida. 
Exemplo: 2x + 3 = 8 + x 3x - y = 2 - ΙΙ
fica assim: 2x – x = 8 – 3 = 5 ⇒ x = 5
neste exemplo, devemos multiplicar a equação II por
Note que o x foi para o 1.º membro e o 3 foi para o 2 (para “desaparecer” a variável y).
2.º membro com as operações invertidas. 5x + 2y = 18 5 x + 2 y = 18
 ⇒
Dizemos que 5 é a solução ou a raiz da equação, di- 3x - y = 2 .(2) 6 x − 2 y = 4
zemos ainda que é o conjunto verdade (V).
soma-se membro a membro:
5x + 2y = 18
Exercícios
6x – 2y = 4
Resolva as equações :
22
1) 3x + 7 = 19 2) 4x +20=0 11x+ 0=22 ⇒ 11x = 22 ⇒ x = ⇒x=2
3) 7x – 26 = 3x – 6 11
Substituindo x = 2 na equação I:
Respostas: 1) x = 4 ou V = {4} 5x + 2y = 18
2) x = –5 ou V = {–5} 3) x = 5 ou V = {5} 5 . 2 + 2y = 18
10 + 2y = 18
EQUAÇÕES DO 1.º GRAU COM DUAS VARIÁVEIS 2y = 18 – 10
OU SISTEMA DE EQUAÇÕES LINEARES 2y = 8
8
y=
Resolução por adição. 2
Matemática 43 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
y =4 quadrado do 1.º menos duas vezes o 1.º pelo 2.º mais o
então V = {(2,4)} quadrado do 2.º.

Exercícios. Resolver os sistemas de Equação Linear: Exercícios. Resolver os produtos notáveis:


2 2 2 2
7 x − y = 20 5 x + y = 7 8 x − 4 y = 28 1) (a – 2) 2) (4 – 3a) 3) (y – 2b)
1)  2)  3) 
5 x + y = 16 8 x − 3 y = 2 2x − 2y = 10 Respostas: 2.º caso
2 2
1) a – 4a +4 2) 16 – 24a + 9a
Respostas: 1) V = {(3,1)} 2) V = {(1,2)} 3) V {(–3,2 )} 4 2
3) y – 4y b + 4b
2

INEQUAÇÕES DO 1.º GRAU 3.º Caso: Produto da soma pela diferença


2 2 2 2
(a – b) (a + b) = a – ab + ab +b = a – b
Distinguimos as equações das inequações pelo sinal, ↓ ↓ ↓ ↓
na equação temos sinal de igualdade (=) nas inequa- 1.º 2.º 1.º 2.º
ções são sinais de desigualdade.
> maior que, ≥ maior ou igual, < menor que , Resumindo: “O produto da soma pela diferença é
≤ menor ou igual igual ao quadrado do 1.º menos o quadrado do 2.º.

Exemplo 1: Determine os números naturais de modo Exercícios. Efetuar os produtos da soma pela dife-
que 4 + 2x > 12. rença:
4 + 2x > 12 1) (a – 2) (a + 2) 2) (2a – 3) (2a + 3)
2 2
2x > 12 – 4 3) (a – 1) (a + 1)
2x > 8 ⇒ x > ⇒ x>4
8
Respostas: 3.º caso
2 2 2
1) a – 4 2) 4a – 9
4
Exemplo 2: Determine os números inteiros de modo 3) a – 1
que 4 + 2x ≤ 5x + 13
4+2x ≤ 5x + 13 FATORAÇÃO ALGÉBRICA
2x – 5x ≤ 13 – 4
–3x ≤ 9 . (–1) ⇒ 3x ≥ – 9, quando multiplicamos por 1.º Caso: Fator Comum
(-1), invertemos o sinal dê desigualdade ≤ para ≥, fica:
Exemplo 1:
−9
3x ≥ – 9, onde x ≥ ou x ≥ – 3 2a + 2b: fator comum é o coeficiente 2, fica:
3 2 .(a+b). Note que se fizermos a distributiva voltamos
no início (Fator comum e distributiva são “operações
Exercícios. Resolva: inversas”)
1) x – 3 ≥ 1 – x,
2) 2x + 1 ≤ 6 x –2 Exercícios. Fatorar:
3) 3 – x ≤ –1 + x 1) 5 a + 5 b 2) ab + ax 3) 4ac + 4ab
Respostas: 1) x ≥ 2 2) x ≥ 3/4 3) x ≥ 2
PRODUTOS NOTÁVEIS Respostas: 1.º caso
1) 5 .(a +b ) 2) a. (b + x)
1.º Caso: Quadrado da Soma 3) 4a. (c + b)
2 2 2
(a + b) = (a+b). (a+b)= a + ab + ab + b
Exemplo 2:
↓ ↓ 2
2 2 3a + 6a: Fator comum dos coeficientes (3, 6) é 3,
1.º 2.º ⇒ a + 2ab +b
porque MDC (3, 6) = 3.
Resumindo: “O quadrado da soma é igual ao qua- 2
O m.d.c. entre: “a e a é “a” (menor expoente), então
drado do primeiro mais duas vezes o 1.º pelo 2.º mais o 2
o fator comum da expressão 3a + 6a é 3a. Dividindo
quadrado do 2.º. 2
3a : 3a = a e 6 a : 3 a = 2, fica: 3a. (a + 2).
Exercícios. Resolver os produtos notáveis
2 2 2 2 Exercícios. Fatorar:
1)(a+2) 2) (3+2a) 3) (x +3a) 2 2 3 2
1) 4a + 2a 2) 3ax + 6a y 3) 4a + 2a
Respostas: 1.º caso
2 2 Respostas: 1.º caso 1) 2a .(2a + 1)
1) a + 4a + 4 2) 9 + 12a + 4a 2
4 2 2 2) 3a .(x + 2ay) 3) 2a (2a + 1)
3) x + 6x a + 9a
2.º Caso: Trinômio quadrado perfeito (É a “ope-
2.º Caso : Quadrado da diferença
2 2 2 ração inversa” dos produtos notáveis caso 1)
(a – b) = (a – b). (a – b) = a – ab – ab - b
↓ ↓ Exemplo 1
2 2
1.º 2.º ⇒ a – 2ab + b 2 2
a + 2ab + b ⇒ extrair as raízes quadradas do ex-
Resumindo: “O quadrado da diferença é igual ao

Matemática 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

tremo a2 + 2ab + b2 ⇒ a 2 = a e b2 = b e o Para resolver uma equação fracionária, devemos a-


2 2 2
termo do meio é 2.a.b, então a + 2ab + b = (a + b) char o m.m.c. dos denominadores e multiplicamos os
(quadrado da soma). dois membros por este m.m.c. e simplificamos, temos
então uma equação do 1.º grau.
Exemplo 2: 1 7
2
4a + 4a + 1 ⇒ extrair as raízes dos extremos Ex: + 3 = , x ≠ 0, m.m.c. = 2x
x 2
4a + 4a + 1 ⇒ 4a2 = 2a , 1 = 1 e o termo cen-
2
1 7
2 2 2x . +3 = . 2x
tral é 2.2a.1 = 4a, então 4a + 4a + 1 = (2a + 1) x 2
2x 14 x
Exercícios + 6x = , simplificando
x 2
Fatorar os trinômios (soma)
2 2 2
1) x + 2xy + y 2) 9a + 6a + 1
3) 16 + 8a + a
2 2 + 6x = 7x ⇒ equação do 1.º grau.

2 Resolvendo temos: 2 = 7x – 6x
Respostas: 2.º caso 1) (x + y)
2 2 2 = x ou x = 2 ou V = { 2 }
2) (3a + 1) 3) (4 + a)
Exercícios
Fazendo com trinômio (quadrado da diferença)
2 2 Resolver as equações fracionárias:
x – 2xy + y , extrair as raízes dos extremos
3 1 3
x2 = x e y 2 = y, o termo central é –2.x.y, então: 1) + = x≠0
x 2 2x
2 2 2
x – 2xy + y = (x – y) 1 5
2) + 1 = x≠0
x 2x
Exemplo 3:
2
16 – 8a + a , extrair as raízes dos extremos Respostas: Equações: 1) V = {–3} 2) V = { 3 }
2
16 = 4 e a2 = a, termo central –2.4.a = –8a,
2 2 RADICAIS
então: 16 – 8a + a = (4 – a)

Exercícios 4 = 2, 1 = 1, 9 = 3, 16 = 4 , etc., são raízes exa-


Fatorar: tas são números inteiros, portanto são racionais: 2=
2 2 2 2
1) x – 2xy + y 2) 4 – 4a + a 3) 4a – 8a + 4
1,41421356..., 3 = 1,73205807..., 5 =
2
Respostas: 2.º caso 1) (x – y) 2,2360679775..., etc. não são raízes exatas, não são
2 2 números inteiros. São números irracionais. Do mesmo
2) (2 – a) 3) (2a – 2)
modo 3 1 = 1, 3 8 = 2 , 3 27 = 3 , 3 64 = 4 ,etc., são
3.º Caso: (Diferença de dois quadrados) (note que
é um binômio) racionais, já 3 9 = 2,080083823052.., 3
20 =
2,714417616595... são irracionais.
Exemplo 1
Nomes: n a = b : n = índice; a = radicando = sinal
a2 = a e
2 2
a – b , extrair as raízes dos extremos
da raiz e b = raiz. Dois radicais são semelhantes se o
b2 = b, então fica: a – b = (a + b) . (a – b)
2 2
índice e o radicando forem iguais.

Exemplo 2: Exemplos:
2
4 – a , extrair as raízes dos extremos 4 = 2, a2 1) 2, 3 2 , - 2 são semelhantes observe o n = 2
2
= a, fica: (4 – a ) = (2 – a). (2+ a) “raiz quadrada” pode omitir o índice, ou seja, 2 5 = 5
2) 53 7 , 3 7 , 23 7 são semelhantes
Exercícios. Fatorar:
2 2 2 2
1) x – y 2) 9 – b 3) 16x – 1
Operações: Adição e Subtração
Respostas: 3.º caso 1) (x + y) (x – y) Só podemos adicionar e subtrair radicais semelhan-
2) (3 + b) (3 – b) 3) (4x + 1) (4x – 1) tes.

Exemplos:
EQUAÇÕES FRACIONÁRIAS
1) 3 2 − 2 2 + 5 2 = (3 − 2 + 5 ) 2 = 6 2
São Equações cujas variáveis estão no denominador 2) 53 6 − 33 6 + 73 6 = (5 − 3 + 7 )3 6 = 93 6
4 1 3
Ex: = 2, + = 8, note que nos dois exem-
x x 2x Multiplicação e Divisão de Radicais
plos x ≠ 0, pois o denominador deverá ser sempre dife- Só podemos multiplicar radicais com mesmo índice e
rente de zero. usamos a propriedade: n a ⋅ n b = n ab

Matemática 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
128 2
Exemplos 64 2
1) 2 ⋅ 2 = 2.2 = 4 = 2 32 2
16 2
2) 3 ⋅ 4 = 3 . 4 = 12 8 2
3
3) 3 ⋅ 3 9 = 3 3 . 9 = 3 27 = 3 4 2
3 2 2
4) 5 ⋅ 3 4 = 3 5 . 4 = 3 20 1
5) 3 ⋅ 5 ⋅ 6 = 3 . 5 . 6 = 90 fica
3 3 3
3
128 = 23 ⋅ 23 ⋅ 2 = 23 ⋅ 23 ⋅ 3 2 = 2 ⋅ 2 ⋅ 3 2 = 43 2
Exercícios
Exercícios
Efetuar as multiplicações
Simplificar os radicais:
1) 3⋅ 8 2) 5⋅ 5 3) 3 6 ⋅ 3 4 ⋅ 3 5
1) 20 2) 50 3) 3 40
3
Respostas: 1) 24 2) 5 3) 120 Respostas: 1) 2 5 2) 5 2 3) 2. 3 5
Para a divisão de radicais usamos a propriedade Racionalização de Radiciação
a Em uma fração quando o denominador for um radical
também com índices iguais = a : b = a:b
b 2
devemos racionalizá-lo. Exemplo: devemos multipli-
3
Exemplos: car o numerador e o denominador pelo mesmo radical
do denominador.
18 2 3 2 3 2 3 2 3
1) = 18 : 2 = 18 : 2 = 9 = 3 ⋅ = = =
2 3 3 3⋅3 9 3
20 2 2 3
2) = 20 : 10 = 20 : 10 = 2 e são frações equivalentes. Dizemos que
10 3 3
3
15 3 é o fator racionalizante.
3) = 3 15 : 3 5 = 3 15 : 5 = 3 3
3
5
Exercícios
Exercícios. Efetuar as divisões Racionalizar:
3 1 2 3
6 16 24 1) 2) 3)
1) 2) 3)
3 3
2 6 5 2 2
Respostas: 1) 2 2) 2 3) 2 Respostas: 1)
5
2) 2 3)
6
5 2
Simplificação de Radicais

Podemos simplificar radicais, extraindo parte de raí- 2


Outros exemplos: devemos fazer:
3
n n 2
zes exatas usando a propriedade a simplificar índice
com expoente do radicando. 2 3
22 2 ⋅ 3 22 23 4 23 4 3
⋅ = = = = 4
Exemplos: 3
21 3
22
3
21 ⋅ 22
3
23 2
1)Simplificar 12
decompor 12 em fatores primos: Exercícios.
12 2 Racionalizar:
2 3
6 2 12 = 22 ⋅ 3 = 22 ⋅ 3 = 2 3 1)
1
2)
3
3)
2
3 3 2 3
3 3 4 2 3
1 3 3 3
16 3 2 18
2) Simplificar 32 , decompondo 32 fica: Respostas: 1) 2) 3)
4 2 3
32 2
16 2
8 2 EQUAÇÕES DO 2.º GRAU
4 2
2 2 Definição: Denomina-se equação de 2.º grau com
variável toda equação de forma:
32 = 22 ⋅ 22 ⋅ 2 = 2 2 2 ⋅ 2 22 ⋅ 2 = 2 ⋅ 2 ⋅ 2 = 4 2 2
ax + bx + c = 0
onde : x é variável e a,b, c ∈ R, com a ≠ 0.
3) Simplificar 3 128 , decompondo fica:
Exemplos:

Matemática 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2 2
3x - 6x + 8 = 0 ∆ = b - 4ac logo se ∆ > 0 podemos escrever:
2
2x + 8x + 1 = 0
2 2
x + 0x – 16 = 0 y -y+9 =0
2 2 −b± ∆
- 3y - 9y+0 = 0 5x + 7x - 9 = 0 x=
2a
COEFICIENTE DA EQUAÇÃO DO 2.º GRAU
Os números a, b, c são chamados de coeficientes da RESUMO
equação do 2.º grau, sendo que: NA RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DO 2.º GRAU
2
• a representa sempre o coeficiente do termo x . COMPLETA PODEMOS USAR AS DUAS FORMAS:
2
• b representa sempre o coeficiente do termo x. 2 ou ∆ = b - 4ac
• c é chamado de termo independente ou termo −b ± b − 4 a c
x=
constante. 2a −b± ∆
x=
Exemplos:
2a
2 2
a)3x + 4x + 1= 0 b) y + 0y + 3 = 0
a =3,b = 4,c = 1 a = 1,b = 0, c = 3 Exemplos:
2
2
c) – 2x –3x +1 = 0
2
d) 7y + 3y + 0 = 0 a) 2x + 7x + 3 = 0 a = 2, b =7, c = 3
a = –2, b = –3, c = 1 a = 7, b = 3, c = 0 2 2
−b± b − 4ac − (+ 7 ) ± (7 ) − 4 ⋅ 2 ⋅ 3
x= ⇒ x=
Exercícios 2a 2⋅2
Destaque os coeficientes: − (+ 7 ) ± 49 − 24 − (+ 7 ) ± 25
2 2 x= ⇒x =
1)3y + 5y + 0 = 0 2)2x – 2x + 1 = 0 4 4
2 2
3)5y –2y + 3 = 0 4) 6x + 0x +3 = 0 − (+ 7 ) ± 5 −7 + 5 -2 -1
x= ⇒x'= = =
4 4 4 2
Respostas:
1) a =3, b = 5 e c = 0 −7 − 5 -12
x"= = =-3
2)a = 2, b = –2 e c = 1 4 4
3) a = 5, b = –2 e c =3 −1 
4) a = 6, b = 0 e c =3 S =  , - 3
 2 
EQUAÇÕES COMPLETAS E INCOMPLETAS
ou
Temos uma equação completa quando os 2
coeficientes a , b e c são diferentes de zero. b) 2x +7x + 3 = 0 a = 2, b = 7, c = 3
2
Exemplos: ∆ = b – 4.a. c
2
∆ =7 – 4 . 2 . 3
2
3x – 2x – 1= 0 ∆ = 49 – 24
2 ∆ = 25
y – 2y – 3 = 0 São equações completas.
2
y + 2y + 5 = 0 − (+ 7 ) ± 25 − (+ 7 ) ± 5
x= ⇒x =
4 4
Quando uma equação é incompleta, b = 0 ou c = 0,
−7 + 5 -2 -1
costuma-se escrever a equação sem termos de coefici- ⇒ ‘x'= = = e
ente nulo. 4 4 2
−7 − 5 -12
x"= = =-3
Exemplos: 4 4
2
x – 16 = 0, b = 0 (Não está escrito o termo x) −1 
2 S =  , - 3
x + 4x = 0, c = 0 (Não está escrito o termo inde-
pendente ou termo constante) 2 
2
x = 0, b = 0, c = 0 (Não estão escritos
o termo x e termo independente) Observação: fica ao SEU CRITÉRIO A ESCOLHA
DA FORMULA.
FORMA NORMAL DA EQUAÇÃO DO 2.º GRAU
2
ax + bx + c = 0 EXERCÍCIOS
Resolva as equações do 2.º grau completa:
2
EXERCÍCIOS 1) x – 9x +20 = 0
2
Escreva as equações na forma normal: 2) 2x + x – 3 = 0
2
2 2
1) 7x + 9x = 3x – 1
2 2
2) 5x – 2x = 2x + 2 3) 2x – 7x – 15 = 0
2
2 2
Respostas: 1) 4x + 9x + 1= 0 2) 3x – 2x –2 = 0 4) x +3x + 2 = 0
2
5) x – 4x +4 = 0
Resolução de Equações Completas Respostas
Para resolver a equação do 2.º Grau, vamos utilizar a 1) V = { 4 , 5)
fórmula resolutiva ou fórmula de Báscara. 2) V = { 1,
−3
}
2
A expressão b - 4ac, chamado discriminante de 2
equação, é representada pela letra grega ∆ (lê-se deita). −3
3) V = { 5 , }
2

Matemática 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
4) V = { –1 , –2 } Relações entre coeficiente e raízes
5) V = {2}
2
Seja a equação ax + bx + c = 0 ( a ≠ 0), sejam x’ e x”
EQUAÇÃO DO 2.º GRAU INCOMPLETA as raízes dessa equação existem x’ e x” reais dos
Estudaremos a resolução das equações incompletas coeficientes a, b, c.
2
do 2.º grau no conjunto R. Equação da forma: ax + bx =
0 onde c = 0 −b+ ∆ −b− ∆
x'= e x"=
2a 2a
Exemplo:
2
2x – 7x = 0 Colocando-se o fator x em evidência RELAÇÃO: SOMA DAS RAÍZES
(menor expoente) −b+ ∆ −b − ∆
x'+ x"= + ⇒
2a 2a
x . (2x – 7) = 0 x=0
−b+ ∆ −b− ∆
x'+x"=
7 2a
ou 2x – 7 = 0 ⇒ x=
2 −2b b
x'+x"= ⇒ x'+ x"= −
7 2a a
Os números reais 0 e são as raízes da equação
2
7 Daí a soma das raízes é igual a -b/a ou seja, x’+ x” =
S={0; ) -b/a
2
2
Equação da forma: ax + c = 0, onde b = 0 b
Relação da soma: x ' + x " = −
a
Exemplos
2
a) x – 81 = 0 RELAÇÃO: PRODUTO DAS RAÍZES
2
x = 81→transportando-se o termo independente −b+ ∆ −b− ∆
para o 2.º termo. x'⋅ x "= ⋅ ⇒
2a 2a
x = ± 81 →pela relação fundamental.
x=±9 S = { 9; – 9 } x'⋅x "=
(− b + ∆ )⋅ (− b − ∆ )
4a2
2
b) x +25 = 0  − b2  − ∆ 2
( )
2
x = –25  
x'⋅x "=   ⇒ ∆ = b2 − 4 ⋅ a ⋅ c ⇒
x = ± − 25 , − 25 não representa número real, 4a 2
isto é − 25 ∉ R b2 −  b2 − 4ac 
a equação dada não tem raízes em IR. x '⋅ x " =   ⇒
S=φ ou S = { } 4a 2

c)
2
9x – 81= 0 b2 − b2 + 4ac
2 x'⋅x "= ⇒
9x = 81 4a2
2 81 4ac c
x = x'⋅x "= ⇒ x '⋅x " =
9
2 4a2 a
x = 9
x= ± 9 c
x=±3 Daí o produto das raízes é igual a ou seja:
a
S = { ±3}
c
x '⋅ x " = ( Relação de produto)
Equação da forma: ax = 0 onde b = 0, c = 0 a
A equação incompleta ax = 0 admite uma única
solução x = 0. Exemplo: Sua Representação:
2
3x = 0 • Representamos a Soma por S
2 0 b
x = S=x'+x"= −
3 a
2
x =0 c
2
x = + 0 • Representamos o Produto pôr P P = x '⋅x " =
a
S={0} Exemplos:
Exercícios Respostas: 2
1) 9x – 72x +45 = 0 a = 9, b = –72, c = 45.
2
1) 4x – 16 = 0 1) V = { –2, + 2} b (-72) = 72 = 8
2
2) 5x – 125 = 0 2) V = { –5, +5} S=x'+x"= − =-
2
3) 3x + 75x = 0 3) V = { 0, –25} a 9 9
c 45
P = x '⋅ x " = = =5
a 9

Matemática 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

2
2) 3x +21x – 24= 0 a = 3, b = 21,c = –24
b (21) = - 21 = −7
S=x'+x"= − =-
a 3 3
c + (- 24 ) − 24
P = x '⋅x " = = = = −8
a 3 3
a = 4,
2
3) 4x – 16 = 0 b = 0, (equação incompleta) REPRESENTAÇÃO
c = –16 Representando a soma x’ + x” = S
b 0 Representando o produto x’ . x” = P
2
S = x ' + x "= − = = 0 E TEMOS A EQUAÇÃO: x – Sx + P = 0
a 4
c + (- 16 ) − 16 Exemplos:
P = x '⋅ x " = = = = −4
a 4 4 a) raízes 3 e – 4
a = a+1 S = x’+ x” = 3 + (-4) =3 – 4 = –1
2
4) ( a+1) x – ( a + 1) x + 2a+ 2 = 0 b = – (a+ 1) P = x’ .x” = 3 . (–4) = –12
c = 2a+2 x – Sx + P = 0
2
b [- (a + 1)] a + 1 x + x – 12 = 0
S=x'+x"= − =- = =1
a a +1 a +1
b) 0,2 e 0,3
c 2a + 2 2(a + 1)
P = x'⋅x " = = = =2 S = x’+ x” =0,2 + 0,3 = 0,5
a a +1 a +1 P = x . x =0,2 . 0,3 = 0,06
2
x – Sx + P = 0
2
Se a = 1 essas relações podem ser escritas: x – 0,5x + 0,06 = 0
b
x'+ x"= − x ' + x " = −b
1 5 3
c) e
c 2 4
x'⋅x "= x '⋅ x "=c
1 5 3 10 + 3 13
S = x’+ x” = + = =
2 4 4 4
Exemplo: 5 3 15
2 P=x.x= . =
x –7x+2 = 0 a = 1, b =–7, c = 2
2 4 8
b (- 7) 2
S=x'+x"= − =- =7 x – Sx + P = 0
a 1 2 13 15
c 2 x – x+ =0
P = x'⋅x " = = = 2 4 8
a 1
EXERCÍCIOS d) 4 e – 4
Calcule a Soma e Produto S = x’ +x” = 4 + (–4) = 4 – 4 = 0
2
1) 2x – 12x + 6 = 0 P = x’ . x” = 4 . (–4) = –16
2 2
2) x – (a + b)x + ab = 0 x – Sx + P = 0
2 2
3) ax + 3ax–- 1 = 0 x –16 = 0
2
4) x + 3x – 2 = 0
Exercícios
Respostas: Componha a equação do 2.º grau cujas raízes são:
1) S = 6 e P = 3 −4
2) S = (a + b) e P = ab 1) 3 e 2 2) 6 e –5 3) 2 e
5
−1
3) S = –3 e P = 4) 3 + 5e3– 5 5) 6 e 0
a
4) S = –3 e P = –2
Respostas:
2 2
APLICAÇÕES DAS RELAÇÕES 1) x – 5x+6= 0 2) x – x – 30 = 0
Se considerarmos a = 1, a expressão procurada é x
2
2 −6 x 8
3)x – – =0
+ bx + c: pelas relações entre coeficientes e raízes 5 5
2 2
temos: 4) x – 6x + 4 = 0 5) x – 6x = 0
x’ + x”= –b b = – ( x’ + x”)
x’ . x” = c c = x’ . x” RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
2
Daí temos: x + bx + c = 0 Um problema de 2.º grau pode ser resolvido por meio
de uma equação ou de um sistema de equações do 2.º
grau.

Para resolver um problema do segundo grau deve-se

Matemática 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
seguir três etapas:
• Estabelecer a equação ou sistema de equações cor- Equacionando:
respondente ao problema (traduzir matemati-
camente), o enunciado do problema para linguagem
simbólica.
• Resolver a equação ou sistema
• Interpretar as raízes ou solução encontradas

Exemplo:
Qual é o número cuja soma de seu quadrado com
seu dobro é igual a 15?
número procurado : x
2
equação: x + 2x = 15 Pela primeira equação, que vamos chamar de I:
Resolução:
2
x + 2x –15 = 0
2 2
∆ =b – 4ac ∆ = (2) – 4 .1.(–15) ∆ = 4 + 60
∆ = 64
− 2 ± 64 −2 ± 8
x= x= Substituindo na segunda:
2 ⋅1 2
−2 + 8 6
x'= = =3
2 2
−2 − 8 −10
x"= = = −5
2 2

Os números são 3 e – 5. Logo:

Verificação:
2 2
x + 2x –15 = 0 x + 2x –15 = 0
2 2
(3) + 2 (3) – 15 = 0 (–5) + 2 (–5) – 15 = 0
9 + 6 – 15 = 0 25 – 10 – 15 = 0
0=0 0=0
(V) (V) Usando a fórmula:
S = { 3 , –5 }

RESOLVA OS PROBLEMAS DO 2.º GRAU:

1) O quadrado de um número adicionado com o quá-


druplo do mesmo número é igual a 32.
2) A soma entre o quadrado e o triplo de um mesmo
número é igual a 10. Determine esse número. Logo
3) O triplo do quadrado de um número mais o próprio
número é igual a 30. Determine esse numero.
4) A soma do quadrado de um número com seu quín-
tuplo é igual a 8 vezes esse número, determine-o.

Respostas:
1) 4 e – 8 2) – 5 e 2
3) −10 3 e 3 4) 0 e 3

SISTEMA DE EQUAÇÕES DO 2° GRAU


Como resolver
Para resolver sistemas de equações do 2º grau, é im-
portante dominar as técnicas de resolução de sistema
de 1º grau: método da adição e método da substitui- Substituindo em I:
ção.

Imagine o seguinte problema: dois irmãos possuem


idades cuja soma é 10 e a multiplicação 16. Qual a
idade de cada irmão?

Matemática 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Logo:

As idades dos dois irmãos são, respectivamente, de 2


e 8 anos. Testando:
a multiplicação de 2 X 8 = 16 e a soma 2 + 8 = 10.

Outro exemplo
Encontre dois números cuja diferença seja 5 e a soma
dos quadrados seja 13. Substituindo em II:

Da primeira, que vamos chamar de II:

Substituindo em II:

Aplicando na segunda:

Os números são 3 e - 2 ou 2 e - 3.

Os sistemas a seguir envolverão equações do 1º e do


2º grau, lembrando de que suas representações gráfi-
cas constituem uma reta e uma parábola, respectiva-
De Produtos notáveis: mente. Resolver um sistema envolvendo equações
desse modelo requer conhecimentos do método da
substituição de termos. Observe as resoluções comen-
tadas a seguir:

Exemplo 1

Isolando x ou y na 2ª equação do sistema:


Dividindo por 2: x+y=6
x=6–y

Substituindo o valor de x na 1ª equação:

x² + y² = 20
(6 – y)² + y² = 20
(6)² – 2 * 6 * y + (y)² + y² = 20
36 – 12y + y² + y² – 20 = 0
16 – 12y + 2y² = 0
2y² – 12y + 16 = 0 (dividir todos os membros da equaç-
ão por 2)

Matemática 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
∆ = b² – 4ac
y² – 6y + 8 = 0 ∆ = (–2)² – 4 * 1 * (–3)
∆ = 4 + 12
∆ = b² – 4ac ∆ = 16
∆ = (–6)² – 4 * 1 * 8
∆ = 36 – 32 a = 1, b = –2 e c = –3
∆=4

a = 1, b = –6 e c = 8

Determinando os valores de x em relação aos valores


de y obtidos:
Determinando os valores de x em relação aos valores
de y obtidos: Para y = 3, temos:
x=y–3
x=3–3
Para y = 4, temos:
x=0
x=6–y
x=6–4
Par ordenado (0; 3)
x=2

Par ordenado (2; 4) Para y = –1, temos:


x=y–3
x = –1 –3
x = –4
Para y = 2, temos:
x=6–y
x=6–2 Par ordenado (–4; –1)
x=4
S = {(0; 3) e (–4; –1)}
Par ordenado (4; 2)

S = {(2: 4) e (4; 2)}

GEOMETRIA NO PLANO E NO ESPAÇO.


Exemplo 2 PERÍMETRO.

1.POSTULADOS
a) A reta é ilimitada; não tem origem nem
extremidades.
Isolando x ou y na 2ª equação: b) Na reta existem infinitos pontos.
x – y = –3 c) Dois pontos distintos determinam uma única reta
x=y–3 (AB).

Substituindo o valor de x na 1ª equação: 2. SEMI-RETA


Um ponto O sobre uma reta divide-a em dois
x² + 2y² = 18 subconjuntos, denominando-se cada um deles semi-
(y – 3)² + 2y² = 18 reta.
y² – 6y + 9 + 2y² – 18 = 0
3y² – 6y – 9 = 0 (dividir todos os membros da equação
por 3)

y² – 2y – 3 = 0

Matemática 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

3. SEGMENTO
Sejam A e B dois pontos distintos sobre a reta AB .
Ficam determinadas as semi-retas: AB e BA . 8. ÂNGULO RETO
Considerando ângulos suplementares e con-
gruentes entre si, diremos que se trata de ângulos
AB ∩ BA = AB retos.

A intersecção das duas semi-retas define o


segmento AB .

9. MEDIDAS
1 reto ↔ 90° (noventa graus)
4. ÂNGULO 1 raso ↔ 2 retos ↔ 180°
A união de duas semi-retas de mesma origem é um
ângulo.
1° ↔ 60' (um grau - sessenta minutos)
1' ↔ 60" (um minuto - sessenta segundos)

As subdivisões do segundo são: décimos,


centésimos etc.

5. ANGULO RASO
É formado por semi-retas opostas.

90o = 89o 59’ 60”

10. ÂNGULOS COMPLEMENTARES


São ângulos cuja soma é igual a um ângulo reto.

6. ANGULOS SUPLEMENTARES
São ângulos que determinam por soma um ângulo
raso.

11. REPRESENTAÇÃO
7. CONGRUÊNCIA DE ÂNGULOS x é o ângulo; (90° – x) seu complemento e
O conceito de congruência é primitivo. Não há (180° – x) seu suplemento.
definição. lntuitivamente, quando imaginamos dois
ângulos coincidindo ponto a ponto, dizemos que 12. BISSETRIZ
possuem a mesma medida ou são congruentes (sinal É a semi-reta que tem origem no vértice do ângulo e
de congruência: ≅ ). o divide em dois ângulos congruentes.

Matemática 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

13. ANGULOS OPOSTOS PELO VÉRTICE x = 30°


São ângulos formados com as semi-retas apostas
duas a duas. Resp. : os ângulos medem 80º
Ângulos apostos pelo vértice são congruentes
3) As medidas de dois ângulos complementares
(Teorema).
estão entre si como 2 está para 7. Calcule-as.
Resolução: Sejam x e y as medidas de 2
ângulos complementares. Então:
x + y = 90 o x + y = 90 o
 
 x 2 ⇔ x 2 ⇔
 =  +1 = +1
 y 7 y 7
14. TEOREMA FUNDAMENTAL SOBRE RETAS x + y = 90o x + y = 90 o
 
PARALELAS x + y 9 ⇔  90o 9
Se uma reta transversal forma com duas retas de  y =7  =
um plano ângulos correspondentes congruentes, então   y 7
as retas são paralelas.
⇒ x = 20° e y = 70°
Resp.: As medidas são 20° e 70°.

4) Duas retas paralelas cortadas por uma


transversal formam 8 ângulos. Sendo 320° a
soma dos ângulos obtusos internos, calcule os
demais ângulos.

) )
a ≅ m
) )
b ≅n
) )  ângulos correspondentes congruentes
c ≅ p
) )
d ≅ q  Resolução:
De acordo com a figura seguinte, teremos pelo
enunciado:
Consequências:
a) ângulos alternos congruentes:
) ) ) ) â + â = 320° ⇔ 2â = 320° ⇔ â = 160°
d ≅ n = 180 0 (alternos a ≅ p (alternos
) ) ) ) Sendo b a medida dos ângulos agudos, vem:
c ≅ m = 180 0 internos) b ≅ q externos) ) ) ) )
a + b = 180° ou 160° + b = 180° ⇒ b = 20°
b) ângulos colaterais suplementares: Resp.: Os ângulos obtusos medem 160° e os
) ) agudos 20°.
a + q = 180 o 
) ) (colaterais externos) 5) Na figura, determine x.
b + p = 180 o 
) )
d + m = 180 o 
) ) (colaterais internos)
c + n = 180 o 

15. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS


1) Determine o complemento de 34°15'34". Resolução: Pelos ângulos alternos internos:
Resolução:
89° 59' 60" x + 30° = 50° ⇒ x = 20°
- 34° 15' 34"
55° 44' 26" 16. TRIÂNGULOS
Resp.: 55° 44' 26" 16.1 – Ângulos
2) As medidas 2x + 20° e 5x – 70° são de ângulos
opostos pelo vértice. Determine-as.
Resolução:
2x + 20° = 5x – 70° ⇔
⇔ + 70° + 20° = 5x – 2x ⇔
⇔ 90° = 3x ⇔

Matemática 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

∆ ABC = AB ∪ BC ∪ CA
AB; BC; CA são os lados
) ) )
A; B; C são ângulos internos
) ) )
A ex ; B ex ; C ex são angulos externos

LEI ANGULAR DE THALES:

) ) )
A + B + C = 180°

Obs. : Se o triângulo possui os 3 ângulos menores


que 90°, é acutângulo; e se possui um dos seus
ângulos maior do que 90°, é obtusângulo.

16.3 - Congruência de triângulos


Dizemos que dois triângulos são congruentes
Consequências: quando os seis elementos de um forem congruentes
) ) com os seis elementos correspondentes do outro.
A + A ex = 180°  ) ) )
) ) )  ⇒ Aex = B + C
A + B + C = 180°

Analogamente:
) ) )
B ex = A + C ) )
) ) )  A ≅ A' AB ≅ A' B'
C ex = B + A  ) ) 
B ≅ B' e BC ≅ B' C'
) ) 
Soma dos ângulos externos: C ≅ C' AC ≅ A' C'
) ) )
A ex + B ex + Cex = 360° ⇔ ∆ABC ≅ ∆A' B' C'
16.4 - Critérios de congruência
16.2 – Classificação
LAL: Dois triângulos serão congruentes se pos-
suírem dois lados e o ângulo entre eles
congruentes.
LLL: Dois triângulos serão congruentes se pos-
suírem os três lados respectivamente con-
gruentes.
ALA : Dois triângulos serão congruentes se pos-
suírem dois ângulos e o lado entre eles
congruentes.
LAAO : Dois triângulos serão congruentes se pos-
suírem dois ângulos e o lado oposto a um
deles congruentes.

16.5 - Pontos notáveis do triângulo


a) O segmento que une o vértice ao ponto médio
do lado oposto é denominado MEDIANA.
O encontro das medianas é denominado
BARICENTRO.

Matemática 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
terceiro lado é 13.

2) O perímetro de um triângulo é 13 cm. Um dos


lados é o dobro do outro e a soma destes dois
lados é 9 cm. Calcule as medidas dos lados.

Resolução:

G é o baricentro
Propriedade: AG = 2GM
BG = 2GN
CG = 2GP

b) A perpendicular baixada do vértice ao lado


oposto é denominada ALTURA. a + b + c = 13
O encontro das alturas é denominado a = 2b 3b = 9
ORTOCENTRO. a + b = 9
b =3 a = 6
e

Portanto: c = 4

As medidas são : 3 cm; 4 cm; 6 cm

3) Num triângulo isósceles um dos ângulos da


base mede 47°32'. Calcule o ângulo do vértice.

Resolução:
c) INCENTRO é o encontro das bissetrizes in-
ternas do triângulo. (É centro da circunferência
inscrita.)
d) CIRCUNCENTRO é o encontro das mediatrizes
dos lados do triângulo, lÉ centro da
circunferência circunscrita.)

16.6 – Desigualdades
Teorema: Em todo triângulo ao maior lado se opõe
o maior ângulo e vice-Versa.

Em qualquer triângulo cada lado é menor do que a x + 47° 32' + 47° 32' = 180° ⇔
soma dos outros dois. x + 94° 64' = 180° ⇔
x + 95° 04' = 180° ⇔
16.7 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS x = 180° – 95° 04' ⇔
1) Sendo 8cm e 6cm as medidas de dois lados de
x = 84° 56'
um triângulo, determine o maior número inteiro
rascunho:
possível para ser medida do terceiro lado em
179° 60'
cm.
– 95° 04'
84° 56'
Resolução:
Resp. : O ângulo do vértice é 84° 56'.

4) Determine x nas figuras:


a)

x < 6 + 8 ⇒ x < 14
6 < x + 8 ⇒ x > –2 ⇒ 2 < x < 14
8 < x + 6 ⇒ x > 2
b)
Assim, o maior numero inteiro possível para medir o

Matemática 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

17.4 – Quadriláteros
a) Trapézio:
"Dois lados paralelos".
AB // DC

Resolução:
a) 80° + x = 120° ⇒ x = 40°
b) x + 150° + 130° = 360° ⇒ x = 80°

5) Determine x no triângulo:
Resolução: b) Paralelogramo:
“Lados opostos paralelos dois a dois”.
AB // DC e AD // BC

) )
∆ABC isósceles, vem: B ≅ C e portanto:
Sendo
) ) ) ) )
B ≅ C = 50° , pois A + B + C = 180° .
Propriedades:
Assim, x = 80° + 50° ⇒ x = 130° 1) Lados opostos congruentes.
2) Ângulos apostos congruentes.
3) Diagonais se encontram no ponto médio
17. POLIGONOS
O triângulo é um polígono com o menor número de
c) Retângulo:
lados possível (n = 3),
"Paralelogramo com um ângulo reto".
De um modo geral dizemos; polígono de n lados.

17.1 - Número de diagonais

Propriedades:
1) Todas as do paralelogramo.
2) Diagonais congruentes.

d =
n ( n - 3) d) Losango:
2 "Paralelogramo com os quatro lados congruentes".

( n = número de lados )

De 1 vértice saem (n – 3) diagonais.

De n vértices saem n . (n – 3) diagonais; mas, cada


uma é considerada duas vezes.
n ( n - 3)
Logo ; d =
2
Propriedades:
17.2 - Soma dos ângulos internos 1) Todas as do paralelogramo.
Si = 180° ( n – 2 ) 2) Diagonais são perpendiculares.
3) Diagonais são bissetrizes internas.
17.3 - Soma dos ângulos externos e) Quadrado:
"Retângulo e losango ao mesmo tempo".
Se = 360°

Matemática 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Exemplo: calcule x

Obs: um polígono é regular quando é equiângulo e


equilátero.
SEMELHANÇAS Resolução :
∆ABC ~ ∆MNC ⇔
1. TEOREMA DE THALES
⇒ = ∴x = 6
Um feixe de retas paralelas determina sobre um
AB AC x 9
=
feixe de retas concorrentes segmentos cor- MN MC 4 6
respondentes proporcionais. 4. RELAÇÕES MÉTRICAS NO TRIÂNGULO
RETÂNGULO

Na figura:

AB EF MN
= = = ...
CD GH PQ
AC EG MP
= = = ...
BC FG NP A é vértice do ângulo reto (Â = 90° )
) )
etc... B + C = 90°
2. SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS
m = projeção do cateto c sobre a hipotenusa a
Dada a correspondência entre dois triângulos,
dizemos que são semelhantes quando os ângulos n = projeção do cateto b sobre a hipotenusa a
correspondentes forem congruentes e os lados H é o pé da altura AH = h.
correspondentes proporcionais. 4.1 – Relações
AB HB
3. CRITÉRIOS DE SEMELHANÇA
∆AHB ~ ∆CAB ⇔ ⇔ ⇔
a) CB AB
a) (AAL) Dois triângulos possuindo dois ângulos
correspondentes congruentes são ⇔ AB 2 = CB ⋅ HB
semelhantes. ou (I)
2
b) (LAL) Dois triângulos, possuindo dois c =a.m
lados proporcionais e os ângulos entre
AC HC
∆AHC ~ ∆BAC ⇔ = ⇔
eles formados congruentes, são seme- BC AC
lhantes.
⇔ AC 2 = BC ⋅ HC
c) (LLL) Dois triângulos, possuindo os
três lados proporcionais, são 2
ou b =a.n (II)
semelhantes.

Representação: Cada cateto é média proporcional entre a


) )
 A ≅ A' hipotenusa e a sua projeção sobre a mesma.
) )
∆ABC ~ ∆A' B' C' ⇔ B ≅ B' e AH HB
) )
b)
∆AHB ~ ∆CHA ⇔ = ⇔
C ≅ C ' CH HA
⇔ AH 2 = CH ⋅ HB
AB BC AC ou h2 = m . n (III)
= = = k
A' B' B' C' A' C'
A altura é média proporcional entre os seg-
razão de semelhança mentos que determina sobre a hipotenusa

Matemática 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Consequências:

(I) + (II) vem:


c 2 + b 2 = am + an ⇔
⇔ c 2 + b 2 = a (m + n ) ⇔
a o número δ2 é denominado Potência do ponto
⇔ c DE
4.2 - TEOREMA + bPITÁGORAS
=a
2 2 2
P em relação à circunferência.
2
a +b =c
2 2 δ 2= d2 − R 2
6. POLÍGONOS REGULARES
Exemplo: a) Quadrado:
Na figura, M é ponto médio de BC , Â = 90°
O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos
e M̂ = 90°. Sendo AB = 5 e AC = 2, calcule Al. quadrados dos catetos.

Resolução:

a) Teorema de Pitágoras:
BC 2 = AB2 + AC2 ⇒ BC2 = 52 + 2 2 ⇒
AB = lado do quadrado ( l 4)
OM = apótema do quadrado (a4)
⇒ BC = 29 ≅ 5,38 e MB =
29
OA = OB = R = raio do círculo
2
Relações:
AB BC AB 2 = R 2 + R 2 ⇒
b) ∆ABC ~ ∆MBI ⇔ = ou •
MB BI AB
• OM = ⇒ l4
2 a4 =
5 29 29 2
= ⇔ BI = = 2,9
BI • Área do quadrado:
29 10 S 4 = l 24
AI = 2,1
2
b) Triângulo equilátero:
Logo, sendo AI = AB - BI, teremos:

AI = 5 - 2,9 ⇒
5. RELAÇÕES MÉTRICAS NO CÍRCULO

AC = l 3 (lado do triângulo)
OA = R (raio do círculo)
OH = a (apótema do triângulo)

Relações:


2
AC = AH + HC
2 2
⇒ l3 3
h=
2
Nas figuras valem as seguintes relações:
(altura em função do lado)
δ 2 =PA . PB=PM . PN

Matemática 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• AO = 2 OH ⇒ R = 2a 2) As diagonais de um losango medem 6m e 8m.
Calcule o seu perímetro:
(o raio é o dobro do apótema) Resolução:

l3 = R 3

• (lado em função do raio)

l 23 3
• Área: S=
4 l 2 = 4 2 + 32 ⇒ l = 5m
(área do triângulo equilátero em função do lado)
O perímetro é: P = 4 X 5 m = 20 m
c) Hexágono regular:
3) Calcule x na figura:

AB = l 6 (lado do hexágono)
OA = OB = R (raio do círculo)
OM = a (apótema)
Resolução:
Relações: PA . PB = PM . PN ⇒ 2. ( 2 + x ) = 4 X 10
• ∆ OAB é equilátero ⇒ ⇔
4 + 2 x = 40 ⇔ 2 x = 36 ⇔
• OM é altura ∆ OAB ⇒ R 3 ⇔ x=18
a=
• Área: 2
4) Calcule a altura de um triângulo equilátero cuja
2
3R área é 9 3 m :
S = 6 ⋅ S ∆ABC ⇒
2
3
S= Resolução:
2
l2 3 l2 3
S= ⇒9 3= ∴ l = 6m
7. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 4 4
1) Num triângulo retângulo os catetos medem 9 cm
e 12 cm. Calcule as suas projeções sobre a l 3
⇒h=
6 3
h= ∴ h=3 3 m
hipotenusa. 2 2
Resolução:
A l = 2πR ⋅ 2R = 4πR 2
A T = 2 ⋅ πR 2 + 4πR 2 = 6πR 2
V = πR 2 ⋅ 2R = 2πR 3

TEOREMA DE PITÁGORAS
Relembrando: Triângulo retângulo é todo triângulo
que possui um ângulo interno reto. ( = 90º)
2
a) Pitágoras: a = b + c
2 2

⇒ a2 =122 + 92 ⇒ a = 15 cm
2
b) C = a . m ⇒ 92 = 15 . m ⇒ m = 5,4
cm
2
c) b = a . n ⇒ 122 = 15 . n ⇒ n = 9,6
cm

Matemática 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Obs: Num triângulo retângulo o lado oposto ao ân- Tomando como referência o ângulo E. dizemos que:
gulo reto é chamado hipotenusa e os lados adjacentes • AC é o cateto oposto de B:
ao ângulo reto são chamados catetos.
Teorema de Pitágoras • AB é o cateto adjacente ao ângulo B.
Enunciado: Num triângulo retângulo, o quadrado da
medida da hipotenusa é igual à soma dos quadrados
das medidas dos catetos.

Exemplo:

Tomando como referência o ângulo C, dizemos que:


Exemplo numérico: • AC o cateto adjacente ao ângulo C;
• AB é o cateto oposto ao ângulo C.

Razões trigonométricas
Num triângulo retângulo, chama-se seno de um ân-
gulo agudo o número que expressa a razão entre a
medida do cateto oposto a esse ângulo e a medida da
Exercícios: hipotenusa.
1) Num triângulo retângulo os catetos medem 8 cm
e 6 cm; a hipotenusa mede:

a) 5 cm
b) 14 cm
c) 100 cm
d) 10 cm

O seno de um ângulo o indica-se por sen α.

2) Num triângulo retângulo os catetos medem 5 cm medida do cateto oposto a B b


e 12 cm. A hipotenusa mede: sen B = ⇒ sen B =
medida da hipotenusa a
a) 13cm b) 17 cm c) 169 cm d) 7 cm
3) O valor de x na figura abaixo é:
⇒ sen C =
medida do cateto oposto a C c
sen C =
medida da hipotenusa a

Num triângulo retângulo, chama-se cos-


seno de um ângulo agudo o número que
expressa a razão entre a medida do cateto
adjacente ao ângulo e a medida da hipote-
Respostas: 1) d 2) a 3) x = 3 nusa.

RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS DO TRIÂNGU- O cosseno de um ângulo a indica-se por cos α.


LO RETÂNGULO
Vamos observar o triângulo retângulo ABC (reto em medida do cateto adjacente a B c
cos B = ⇒ cos B =
A). medida da hipotenusa a

medida do cateto adjacente a C b


cos C = ⇒ cos C =
medida da hipotenusa a

Num triângulo retângulo chama-se tangente de um


ângulo agudo o número que expressa a razão entre a
medida do cateto oposto e a medida do cateto adjacen-
te a esse ângulo.

Nos estudos que faremos nesta unidade, se faz ne- A tangente de um ângulo a indica-se por tg α
cessário diferenciar os dois catetos do triângulo. Usa-
⇒ tg C = .
cateto oposto a C c
mos para isso a figura que acabamos de ver. tg C =
cateto adjacente a C b

Matemática 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS NUM TRIÂN-
GULO QUALQUER

No triângulo da figura destacamos:


• h1 : medida de altura relativa ao lado BC:
• h2 : medida da altura relativa ao lado AB,

no ∆ retângulo ABH1 ( H1 é reto): Resolução:


h Pela lei dos senos:
sen B = 1 ⇒ h1 = c ⋅ sen B
c 8 x 8 x
= ⇒ =
sen 45° sen 60° 2 3
2 2

8 3 x 2
⇒ ⇒x=
8 3 2
= .
2 2 2 2
8 6
⇒ `x = ⇒ x=4 6
2

LEI DOS COSENOS


No ∆ retângulo ACH1 ( H1 é reto): 1. No triângulo acutângulo ABC,
2
temos b = a +
2
2
c - 2am
⇒ h1 = b ⋅ sen C
h1
sen C =
b
Comparando 1 e 2. temos:
c b
c . sen B = b . sen C ⇒ =
sen C sen B

No ∆ retângulo BCH2 ( H é reto):


h
sen B = 2 ⇒ h2 = a . sen B
a
m
No triângulo retângulo ABH. temos: cos B = ⇒
No ∆ retângulo ACH2 (H é reto): c
h m = C . cos b
sen A = 2 ⇒ h2 = b . sen A
b 2 2 2
Substituindo 2 em 1: b = a + c - 2ac . cos B
Comparando 4 e 5, temos:
A expressão foi mostrada para um triângulo acutân-
a b gulo. Vejamos, agora, como ela é válida, também. para
a . sen B = b . sen A ⇒ =
sen A sen B os triângulos obtusângulos:
2 2 2
Comparando 3 e 5. temos: No triângulo obtusângulo ABC, temos: b = a + c
a b c + 2am
= =
sen A sen B sen C

Observação: A expressão encontrada foi desen-


volvida a partir de um triângulo acutângulo. No entanto,
chegaríamos à mesma expressão se tivéssemos parti-
do de qualquer triângulo. Daí temos a lei dos senos:
a b c
= =
sen A sen B sen C
º
No triângulo retângulo AHB. temos: cos ( 180 – B)
m
=
c
º
Como cos (180 – B) = – cos B, por uma propriedade
não provada aqui, temos que:
m
Exemplo: No triângulo da figura calcular a medida x: – cos B = ⇒ m = – c . cos B
c

Matemática 62 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Substituindo 2 em 1, temos:
2 2 2
b = a + c + 2 . a .( –c . cos B )
2 2 2
b = a + c – 2 a c . cos B

Dai a lei dos cosenos:

5) Calcule  e Ĉ num triângulo ABC onde b = 1, c


º
= 3 +1 e B̂ = 15 .

6) Calcule a num triângulo ABC, onde b = 4 cm, c =


º
3 cm e  = 30 .
2 2 2
a = b + c – 2 b . c . cos A 7) Calcule as diagonais de um paralelogramo cujos
2 2 2
b = a + c – 2 a . c . cos B
2 2 2
c = a + b – 2 a . b . cos C lados medem 6cm e 2 cm e formam um ângulo de
º
45 .
Exemplo:
No triângulo abaixo calcular a medida de b 8) Calcule a área de um triângulo ABC, sabendo
que o lado AB mede 2cm, o lado BC mede 5cm e que
º
esses lados formam entre si um ângulo de 30 .

9) Calcule a medida da diagonal maior do losango


da figura abaixo:

Resolução: Aplicando ao triângulo dado a lei dos


cosenos:
2 2 2 º
b = 10 + 6 – 2 . 10 . 6 . cos 60
2 1
b = 100 + 36 – 120 .
2
2
b = 76 ⇒ b = 76 ⇒ b = 2 19

Exercícios Respostas
Resolva os seguintes problemas: 1) b = 2 2 cm, c = 6 + 2 cm
º º
º 2) Â = 30 ; Ĉ = 45
1) Num triângulo ABC, calcule b e c, sendo  = 30 ,
º
B̂ = 45 e a = 2cm 3) ( 2 3 + 6 – 2 ) cm
4) x = 100 2 cm
2) Num triângulo ABC, calcule  e Ĉ , sendo B̂ = º º
5) Ĉ = 45 ; Â = 120
º 2 6− 2 6) a = 7 cm
105 , b = cm e c = cm.
2 2
7) d1 = 26 ; d2 = 50
2
3) Calcule o perímetro do triângulo abaixo: 8) 2,5 cm
9) 108 cm

ÁREA DAS FIGURAS PLANAS

RETÂNGULO

A=b.h
4) Calcule x na figura:
A = área b = base h = altura

Perímetro: 2b + 2h
Exemplo 1

Matemática 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
h = 4cm
b =2.h
b = 2 . 4 = 8cm
2
A =8.4 A = 32 m

TRIÂNGULO

Perímetro: é a soma dos três lados.

Qual a área de um retângulo cuja altura é 2 cm e


seu perímetro 12 cm?
Solução: A = b. h

h = 2 cm
2 +b+2+b = 12
2b+4 = 12
2b = 12 - 4
2b =8
b = 8 ÷ 2=4 Área do triângulo:
b =4cm b ⋅ h
A=4 .2 A =
2 2
A = 8 cm
Exemplo 4:
QUADRADO A altura de um triângulo é 8 cm e a sua base é a
metade da altura. Calcular sua área.
PERÍMETRO: L + L + L + L = 4L b ⋅ h
Área do quadrado: Solução: A =
2
h = 8cm
A = l ⋅ l = l2 h 8
b = = = 4 cm
2 2
8⋅4
A=
2
2
A = 16 m

TRAPÉZIO

Perímetro: B + b + a soma dos dois lados.


Exemplo 2
Qual a área do quadrado de 5 cm de lado? Área do trapézio:
Solução: A = l2 B = base maior
l = 5 cm b = base menor
2 h = altura
A=5
2
A = 25 cm Exemplo 5:
Calcular a área do trapézio de base maior de 6 cm,
PARALELOGRAMO base menor de 4 cm. e altura de 3 cm.
Solução:
A = área do paralelogramo:
A=
(B + b ) ⋅ h
A=B.H
2
B = 6 cm
b = 4 cm
h = 3 cm

A =
( 6 + 4) ⋅ 3
Perímetro: 2b + 2h 2
2
A = 15 cm
Exemplo 3
A altura de um paralelogramo é 4 cm e é a
metade de sua base. Qual é suá área ?
Solução: A = b .h

Matemática 64 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
LOSANGO

Cálculos:
A b = área do polígono da base.
D= diagonal maior A l = soma das áreas laterais.
d = diagonal menor
Perímetro = é a soma dos quatro lados. A T = A l + 2A b
Área do losango: (área total).

D ⋅ d V = Ab . h
A = (volume)
2
1.1 – Cubo
Exemplo 6:
Calcular a área do losango de diagonais 6 cm O cubo é um prisma onde todas as faces são
e 5 cm. quadradas.
D ⋅ d AT = 6 . a
2
(área total)
Solução: A =
2
6 ⋅ 5 3
A = V=a (volume)
2
2
A = 15 cm a = aresta

CIRCULO

Área do círculo:

A = π R2

A = área do círculo
R = raio
π = 3,14
Para o cálculo das diagonais teremos:
Exemplo 7
O raio de uma circunferência é 3 cm. Calcular a sua (diagonal de uma face)
área. d=a 2
A = π R2
2 (diagonal do cubo)
A = 3,14 . 3 D=a 3
A = 3,14 . 9
2
A = 28,26 cm 1.2 - Paralelepípedo reto retângulo

Geometria no Espaço
1. PRISMAS

São sólidos que possuem duas faces apostas


paralelas e congruentes denominadas bases.
dimensões a, b, c
a l = arestas laterais AT = 2 ( ab + ac + bc ) (área total)
h = altura (distância entre as bases)

V = abc
(volume)

Matemática 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

(diagonal)
D = a2 + b2 + c 2

2. PIRÂMIDES
São sólidos com uma base plana e um vértice fora
do plano dessa base.

A b = πR 2 ( área da base)

Para a pirâmide temos:


A b = área da base A l = 2πR ⋅ h
( área lateral )
A l = álea dos triângulos faces laterais

A T = 2 A b + (Aárea
l
total )
(área total)
AT = Al + Ab

(volume)
V = Ab ⋅h ( volume )
1
V = Ab ⋅ h
3
3.1 - Cilindro equilátero
2.1 - Tetraedro regular
Quando a secção meridiana do cilindro for
É a pirâmide onde todas as faces são triângulos quadrada, este será equilátero.
equiláteros.

Logo:

A l = 2πR ⋅ 2R = 4πR 2
Tetraedro de aresta a : A T = 2 ⋅ πR 2 + 4πR 2 = 6πR 2

a 6 V = πR 2 ⋅ 2R = 2πR 3
h= ( altura )
3
4. CONE CIRCULAR RETO

AT = a2 3 (área total) g é geratriz.

∆ ABC é secção meridiana.


a3 2 ( volume )
V=
12

3. CILINDRO CIRCULAR RETO

As bases são paralelas e circulares; possui uma


superfície lateral.

Matemática 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Perímetro do círculo maior: 2 π R
2
Área da superfície: 4 π R

Volume:
4
πR 3
3

Área da secção meridiana: π R2.

2 2 2
g =h +R
A l = πRg (área lateral)
A b = πR 2 (área da base)

AT = Al + Ab (área total)

1
v= ⋅ Ab ⋅ h (volume)
3
EXERCICIOS PROPOSTOS 1

4.1 - Cone equilátero 1) Os 3/4 do valor do suplemento de um angulo de


60° são:
Se o ∆ ABC for equilátero, o cone será deno- a) 30° b) 70º c) 60º d) 90º e) 100º
minado equilátero.
2) A medida de um ângulo igual ao dobro do seu
complemento é:
a) 60° b) 20º c) 35º d) 40º e) 50°

3) O suplemento de 36°12'28" é:
a) 140º 27’12” b) 143°47'32"
c) 143°57'42" d) 134°03'03"
e) n.d.a.

4) número de diagonais de um polígono convexo de


7 lados é:
a) 6 b) 8 c) 14 d) 11 e) 7

5) O polígono que tem o número de lados igual ao


número de diagonais é o:
a) quadrado b) pentágono
c) hexágono d) de15 lados
e) não existe
h=R 3 (altura)
6) O número de diagonais de um polígono convexo é
A b = πR 2 (base) o dobro do número de vértices do mesmo. Então o
A l = πR ⋅ 2R = 2πR 2 (área lateral) número de lados desse polígono é:
a) 2 b) 3 c) 4 d) 6 e) 7
A T = 3πR 2 (área total)
7) A soma dos ângulos internos de um pentágono é
1 (volume) igual a:
V = πR 3 3 a) 180° b) 90° c) 360°
3 d) 540° e) 720°

8) Um polígono regular tem 8 lados; a medida de um


5. ESFERA dos seus ângulos internos é:
a) 135° b) 45° c) 20°
d) 90° e) 120°

9) O encontro das bissetrizes internas de um


triângulo é o:

Matemática 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) bicentro 4) A paralela a um dos lados de um triângulo divide os
b) baricentro outros dois na razão 3/4. Sendo 21cm e 42 cm as
c) incentro medidas desses dois lados. O maior dos segmentos
d) metacentro determinado pela paralela mede:
e) n.d.a. a) 9cm b) 12cm c) 18 cm
d) 25 cm e) 24 cm
10) As medianas de um triângulo se cruzam num
ponto, dividindo-se em dois segmentos tais que 5) Num trapézio os lados não paralelos prolongados
um deles é: determinam um triângulo de lados 24 dm e 36 dm. O
a) o triplo do outro menor dos lados não paralelos do trapézio mede 10
b) a metade do outro dm. O outro lado do trapézio mede:
c) um quinto do outro a) 6 dm b) 9 dm c) 10 dm
2 d) 13 dm e) 15 dm
d) os do outro
3
6) Num triângulo os lados medem 8 cm; 10 cm e 15 cm.
e) n.d.a.
O lado correspondente ao menor deles, num segundo
triângulo semelhante ao primeiro, mede 16cm. O
11) Entre os.critérios abaixo, aquele que não garante a
perímetro deste último triângulo é:
congruência de triângulos é:
a) 60 cm b) 62 cm c) 66 cm
a) LLL b) ALA c) LAAO d) AAA
d) 70 cm e) 80 cm
e) LAL
7) Dois triângulos semelhantes possuem os seguintes
12) O menor valor inteiro para o terceiro lado de um
perímetros: 36 cm e 108 cm. Sendo 12 cm a medida
triângulo, cujos outros dois medem 6 e 9, será:
de um dos lados do primeiro, a medida do lado
a) 4 b) 10 c) 6 d) 7 e) 1
correspondente do segundo será:
a) 36 cm b) 48 cm c) 27 cm
13) Num paralelogramo de perímetro 32cm e um dos
d) 11 cm e) 25 cm
lados10cm, a medida para um dos outros lados é:
a) 6 cm b) 12 cm c) 20 cm
d) 22 cm e) 5 cm 12
8) A base e a altura de um retângulo estão na razão
5
RESPOSTAS AOS EXERCICIOS PROPOSTOS . Se a diagonal mede 26cm, a base medida será:
1) d 6) e 11) d a) 12 cm b) 24 cm c) 16 cm
2) a 7) d 12) a d) 8 cm e) 5 cm
3) b 8) a 13) a
4) c 9) c 9) A altura relativa à hipotenusa de um triângulo mede
5) b 10) b 14,4 dm e a projeção de um dos catetos sobre a
mesma 10,8 dm. O perímetro do triângulo é:
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 2 a) 15 dm b) 32 dm c) 60 dm
d) 72 dm e) 81 dm

10) A altura relativa à hipotenusa de um triângulo


retângulo de catetos 5 cm e 12 cm, mede:
a) 4,61cm b) 3,12 cm c) 8,1 cm
d) 13,2 cm e) 4 cm

11) Duas cordas se cruzam num círculo. Os segmentos


de uma delas medem 3 cm e 6 cm; um dos
segmentos da outra mede 2 cm. Então o outro
segmento medirá:
1) Na figura a) 7 cm b) 9 cm c) 10 cm
AB = 4 cm BC = 6 cm MN = 8 cm d) 11 cm e) 5 cm
Então, NP vale:
a) 10 cm b) 8 cm c) 1 2 cm d) 6 cm
e) 9 cm

2) Com as retas suportes dos lados (AD e BC) não


paralelos do trapézio ABCD, construímos o ∆ ABE. RESPOSTAS AOS EXERCICIOS PROPOSTOS
Sendo AE = 12 cm; AD = 5 cm; BC = 3 cm. O valor de 1) c 5) e 9) d
BE é: 2) b 6) c 10) a
a) 6,4cm b) 7,2 cm c) 3,8 cm d) 5,2 cm e) 8,2cm 3) d 7) a 11) b
4) e 8) b
3) O lado AB de um ∆ ABC mede 16 cm. Pelo ponto D
pertencente ao lado AB, distante 5 cm de A, constrói-
se paralela ao lado BC que encontra o lado AC em E
a 8 cm de A. A medida de AC é:
a) 15,8 cm b) 13,9 cm c) 22,6 cm
d) 25,6 cm e) 14 cm

Matemática 68 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
LEI Nº 4.928 DE 17 DE JANEIRO DE 1992. § 2o O início, e as alterações verificadas serão comunicados ao órgão de
pessoal, pelo chefe da unidade administrativa ou do serviço em que
estiver lotado o servidor.
SEÇÃO IV - DA POSSE
Art. 28. É competente para dar exercício, a autoridade a que for o servi-
Art. 24. Posse é a aceitação expressa das atribuições e responsabilida- dor diretamente subordinado.
des do cargo, com o compromisso de bem servir, formalizada com a
Art. 29. O exercício terá início no prazo de sete dias, contados do primei-
lavratura de termo firmado pelo empossado e pela autoridade que presi-
ro dia útil subseqüente ao da data da posse.
dir o ato.
§ 1o O prazo previsto no “caput” deste artigo poderá ser prorrogado por
§ 1o São autoridades competentes para dar posse:
mais sete dias, a juízo da autoridade competente.
I. O prefeito;
§ 2o O servidor que deva ter exercício em outra localidade, terá trinta
II. O Presidente da Câmara Municipal; dias de prazo para fazê-lo.
III. O Secretário de unidade administrativa; Art. 30. A promoção ou o acesso não interrompem o tempo de exercício,
que é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data da
IV. O Dirigente superior de autarquia pública; publicação do respectivo ato.
V. O Dirigente superior de fundação pública. Art. 31. No caso de servidor legalmente afastado, o prazo para entrar em
§ 2o A autoridade que der posse confirmará, sob pena de responsabili- exercício em novo cargo será contado da data em que voltar ao serviço.
dade, o atendimento das condições e a satisfação dos requisitos básicos Art. 32. O servidor deverá ter exercício na unidade administrativa em
para esse fim. cuja lotação houver vaga.
§ 3o Salvo menção expressa do regime de acumulação remunerada Art. 33. Nenhum servidor poderá ter exercício em unidade administrativa
lícita, no ato da posse, ninguém poderá ser empossado sem apresentar diferente daquela em que estiver lotado, salvo os casos expressamente
declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou permitidos por este Estatuto.
função em administração direta, autárquica ou fundacional, ou em em-
presas públicas ou sociedades de economia mista das esferas de gover- Art. 34. O servidor que não entrar em exercício dentro do prazo legal
no dos municípios, estados, territórios, Distrito Federal ou da União. será exonerado do cargo.
§ 4o A posse em cargo comissionado determina o concomitante afasta- Art. 35. Os efeitos funcionais e financeiros só serão considerados e
mento do servidor do cargo de provimento efetivo, isolado ou de carreira devidos a partir do exercício do cargo.
de que for titular ou para o qual se encontre designado em regime de
SUBSEÇÃO ÚNICA - DAS JORNADAS, HORÁRIOS E REGIMES DE
substituição eventual ou temporária.
TRABALHO
§ 5o Havendo acumulação de cargos comissionados, o direito à percep-
Art. 36. Compete ao Município de Londrina, em legislação específica,
ção incidirá sobre apenas um, resguardada a opção pela remuneração
disciplinar, dentro dos limites constitucionais, do direito administrativo e
mais vantajosa.
do direito comparado, os assuntos que dizem respeito a jornadas, horá-
§ 6o A posse de servidor que tiver sido nomeado para outro cargo, em rios e regimes de trabalho de seus servidores.
regime de acumulação remunerada lícita, decorrente de aprovação em
SEÇÃO VI - DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
concurso público, dependerá de exame médico e perícia oficial do Muni-
cípio de Londrina. Art. 37. O servidor nomeado para o cargo de provimento efetivo ficará
sujeito a estágio probatório por período de três anos de efetivo exercício,
§ 7o A posse de servidor que tiver sido nomeado para outro cargo,
durante o qual sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para
decorrente de processo de promoção, independerá de exame médico,
o desempenho do cargo, observados os seguintes requisitos:
desde que se encontre em pleno exercício do cargo.
I. disciplina;
Art. 25. A posse deverá ocorrer no prazo de trinta dias, contados a partir
do primeiro dia útil subseqüente à data de publicação do ato de provi- II. assiduidade;
mento.
III. eficiência;
§ 1o O prazo fixado neste artigo poderá ser prorrogado até o máximo de
trinta dias, a requerimento do interessado. IV. pontualidade;

§ 2o Em se tratando de servidor em licença ou afastado por qualquer V. responsabilidade;


outro motivo legal, o prazo será contado a partir do primeiro dia útil VI. idoneidade moral.
subseqüente ao término do impedimento.
§ 1º Ao servidor em estágio probatório não serão concedidas ou autori-
§ 3o Excetua-se do disposto no parágrafo anterior a licença para tratar zadas as licenças e afastamentos previstos nos artigos 83, III, 84, III e IV,
de assuntos particulares, cujo prazo para a posse dar-se-á na forma do e 90, VII e X.
“caput” deste artigo.
§ 2º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e os afas-
§ 4o Será tornado sem efeito o ato de provimento, se a posse não ocor- tamentos previstos nos artigos, 65, incisos II a IV,VI, VIII a XVIII, 84,
rer nos prazos legalmente estabelecidos. inciso II, 88, e, 90, incisos I a VI, VIII e IX,
Art. 26. Após tomar posse e antes de entrar em exercício, o servidor casos em que não haverá o cômputo do período de licença ou afasta-
apresentará, ao órgão de pessoal, os elementos necessários à abertura mento como de efetivo exercício, para fins de estágio probatório.
de seu cadastro de assentamentos funcional e financeiro.
§ 3º Suspender-se-á, também, o estágio probatório do servidor que vier a
SEÇÃO V - DO EXERCÍCIO exercer função gratificada, na forma dos artigos 65, inciso V, 84, inciso II,
Art. 27. Exercício é o ato pelo qual o servidor assume as atribuições e 177 e 178, quando for evidenciada incompatibilidade integral desse
responsabilidades do cargo. exercício com as atribuições típicas do respectivo cargo de provimento
efetivo, através de regular processo administrativo.
§ 1o O início, a interrupção e o reinicio do exercício serão registrados no
assentamento funcional do servidor. § 4º Ocorrendo a situação acima, órgão de gestão de pessoal competen-
te, notificará o servidor para, querendo, apresentar resposta no prazo de

Estatuto Funcionários 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
cinco dias, após o que será relatado e encaminhado ao titular do órgão Art. 206. O servidor será obrigado a repor, de uma só vez, a importância
para decisão em trinta dias. do prejuízo causado à Fazenda Municipal em virtude de alcance, desfal-
que, omissão ou remissão.
§ 5º O estágio probatório, suspenso na forma dos parágrafos anteriores,
será retomado a partir do término do impedimento, e os dias de suspen- Art. 207. Excetuando-se os casos incluídos no artigo anterior, a impor-
são serão desconsiderados como de efetivo exercício para o cômputo do tância da indenização poderá ser liquidada mediante desconto em folha,
período integral do estágio probatório, devendo ser acrescidos à previsão parceladamente.
inicial de término.
Parágrafo único. Por erro de cálculo ou redução contra a Fazenda
Art. 38. O servidor em estágio probatório será avaliado semestralmente Municipal, não tendo havido má-fé, será aplicada a pena de repreensão
por comissão instituída para essa finalidade, com base em sistema e, na reincidência, a de suspensão.
estabelecido pelo órgão de pessoal competente através de regulamento
específico. Art. 208. Em se tratando de danos causados a terceiros, responderá o
servidor perante a Fazenda Municipal, em ação regressiva, proposta
§ 1º Nos 6 (seis) meses que antecedem o fim do período do estágio depois de transitar em julgado a decisão judicial que houver condenado a
probatório, o servidor será submetido à avaliação especial de desempe- fazenda ao ressarcimento dos prejuízos.
nho, realizada por comissão constituída para essa finalidade, conside-
rando-se, para todos os fins, as avaliações realizadas na forma do caput Art. 209. A responsabilidade administrativa não exime o servidor da de
deste artigo, e que será homologada pelo titular do órgão, com base em natureza civil ou criminal, que no caso couber, nem o pagamento de
todas as avaliações semestrais do servidor e de acordo com o que indenização a que ficar obrigado, na forma dos artigos 206 e 207, o
dispuser regulamento específico, que concluirá pela manutenção do exime de pena disciplinar em que incorrer.
servidor no cargo e conseqüente aquisição de estabilidade ou, ainda,
pela não permanência do servidor e regular exoneração.
___________________________________
§ 2º Ao servidor será dado conhecimento de todo o conteúdo da avalia-
ção, mediante termo de ciência constante em seu formulário de avaliação
___________________________________
e, no caso de se recusar a assiná-lo, a ocorrência será registrada em ___________________________________
campo próprio do mesmo formulário, assinado por duas testemunhas da
recusa. ___________________________________

§ 3º Após a ciência ou recusa previstas no parágrafo anterior, o formulá- ___________________________________


rio deverá ser imediatamente encaminhado ao órgão de pessoal, que _______________________________________________________
procederá às diligências de costume.
_______________________________________________________
§ 4º Constatado, parecer contrário à permanência do servidor no estágio,
procederá à notificação do mesmo para, querendo, apresentar defesa no _______________________________________________________
prazo de cinco dias.
_______________________________________________________
§ 5º Apresentada a defesa ou encerrado o prazo acima, o órgão de
_______________________________________________________
pessoal encaminhará o parecer e a defesa à autoridade máxima do
respectivo Poder, que decidirá sobre a exoneração ou manutenção do _______________________________________________________
servidor, considerando-se as avaliações semestrais do servidor e con-
forme regulamento específico. _______________________________________________________

§ 6º Transcorrido o prazo a que alude o artigo 37, e não havendo a _______________________________________________________


exoneração, fica automaticamente ratificada a nomeação. _______________________________________________________
§ 7º A apuração dos fatores mencionados no art. 37 deverá processar-se _______________________________________________________
de modo que a exoneração, se ocorrer, possa ser feita antes de findo o
período do estágio probatório. _______________________________________________________
_______________________________________________________
SEÇÃO III - DAS RESPONSABILIDADES _______________________________________________________
SUBSEÇÃO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS _______________________________________________________
Art. 205. O servidor é responsável por todos os prejuízos que, nessa _______________________________________________________
qualidade, causar à Fazenda municipal, por dolo ou culpa devidamente _______________________________________________________
apurados.
_______________________________________________________
Parágrafo único. Caracteriza especialmente a responsabilidade:
_______________________________________________________
I. pela sonegação de valores e objetos confiados à sua guarda, ou por
não prestar contas, ou não as tomar, na forma e no prazo estabelecidos _______________________________________________________
nas leis, regulamentos, regimentos, instruções e ordens de serviço;
_______________________________________________________
II. pelas faltas, danos, avarias e quaisquer outros prejuízos que sofrerem
os bens e os materiais sob sua guarda ou sujeitos a seu exame ou _______________________________________________________
fiscalização; _______________________________________________________
III. pela falta ou inexatidão das necessárias averbações nas notas de _______________________________________________________
despachos, guias e outros documentos da receita, ou que tenham com
eles relação; _______________________________________________________

IV. por qualquer erro de cálculo, redução ou omissão contra a Fazenda _______________________________________________________
Pública. _______________________________________________________
_______________________________________________________

Estatuto Funcionários 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
viver. Nesse sentido, a saúde é um conceito positivo, que enfatiza os recur-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS sos sociais e pessoais, bem como as capacidades físicas. Assim, a promo-
Promoção, prevenção e proteção à saúde; ção da saúde não é responsabilidade exclusiva do setor saúde, e vai para
Princípios e Diretrizes do SUS; Cadastramento familiar e além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global.
territorial; Conceito de territorialização, micro-área e área de
abrangência; Observe-se a ênfase no sujeito coletivo - a comunidade e a "criação"
Principais problemas de saúde da população e recursos exis- (implícita) do conceito de empodeiramento (empowerment) como requisito
tentes para enfrentamento dos problemas; de suaatuação para melhoria de sua qualidade de vida e saúde. Após essa
Noções de ética e cidadania; conferência se sucederam algumas outras conferências internacionais
Saúde da criança, adolescente; sobre a "promoção da saúde" com contribuições específicas para as dificul-
Instrumentos de avaliação de indicadores de saúde adulto e dades encontradas seja na organização das comunidades (responsabilida-
idoso; de individual e social), nos instrumentos e condições para modificações do
Sistema de informação da atenção básica - SIAB; meio - ambiente como na administração dos recursos disponíveis para
Conceito da estratégia saúde da família; serviços de saúde.
Visita domiciliar; Rabello 4 assinala ainda que a promoção da saúde é uma proposta
Constituição de equipe da Saúde da família; pública mundial contemporânea na saúde pública disseminada pe-
Controle Social; la Organização Mundial da Saúde desde 1984, constituindo-se como um
Atribuições específicas do Agente Comunitário de Saúde - novo paradigma e que este se contrapõe ao modelo flexenerianoque se
ACS; expressa através do individualismo (atenção individual), da especialização,
Objetivos da estratégia saúde da família; da tecnologização e do curativismo na atenção à saúde, predominantes,
Aleitamento materno, saúde mental, violência intra-familiar; até então, nas práticas de saúde.
Dengue;
Controle do Tabagismo; Doenças e agravos
Cartão Nacional do SUS;
A erradicação da violência e criação de ambientes seguros foi uma
Saúde da Mulher;
condição imposta aos formuladores de políticas de promoção à saúde face
Programa Nacional de Imunização;
a crescente demanda por serviços de saúde ocasionados por causas
Bolsa Família;
externas, mais especificamente acidentes de transporte e agressões, no
Tuberculose; Hanseníase;
modo de adoecer e morrer de das populações. Pode se considerado um do
Programa Saúde na Escola.
marcos dessa inclusão o "Plano de Ação Regional para Promoção da
Saúde" (CD 37.R14, 1993) da OPAS, 1994 inserindo tais ações no âmbito
A promoção da saúde consiste em políticas, planos e programas do fortalecimento dos sistemas de vigilância com incorporação de informa-
de saúde pública com ações voltadas evitar que as pessoas se exponham ção social e de risco comportamental trabalhando na perspectiva de cons-
a fatores condicionantes e determinantes de doenças, a exemplo dos truir (transformar) municípios e cidades saudáveis.
programas de educação em saúde que se propõem a ensinar a população Um dos primeiros sistema de registros de informações relativas aos fa-
a cuidar de sua saúde. Além disso, incentiva condutas adequadas à melho- tores risco foi realizado pelo Centers for Disease Control and Prevention -
ria da qualidade de vida, distinguindo-se da atenção primária ou ações (CDC) em 1984. Atualmente os dados são coletados mensalmente em 50
da medicina preventiva que identificam precocemente o dano e ou contro- estados, o Distrito de Columbia, Porto Rico, Ilhas Virgens e Guam. Mais de
lam a exposição do hospedeiro ao agente causal em um dado meio- 350 mil adultos são entrevistados a cada ano, por telefone cujos resultados
ambiente. são divulgados publicamente na web. A produção de informações capazes
Segundo Arouca cada um desses elementos é determinado por um de evidenciar riscos bem como avaliar intervenções realizadas é uma etapa
conjunto de características que lhe são atribuídas, na "Historia Natural da essencial para o desenvolvimento de uma política de promoção da saúde.
Doença", como, por exemplo, em relação à história natural O CDC monitora sistematicamente os comportamentos de risco à saúde,
da sífilis adquirida: práticas de saúde preventiva e acesso a cuidados de saúde relacionados
principalmente a doença crônica e lesões.
Fatores do Agente - características biológicas, pré requisitos de unida-
de, baixa resistência; Brasil

Fatores do Ambiente - geografia, clima, instabilidade familiar, baixo in- Segundo Rabelo, 2010 (o.c.) o Brasil não participou da 1ª Conferência
gresso, moradia, facilidades inadequadas de recreação, facilidades diag- Internacional para Promoção em Saúde mas posteriormente aderiu ao
nósticas; proposto pela Carta de Ottawa e participou das seguintes e como confirma-
do por diversos autores, a partir da década de 1980 ocorreu uma intensa
Fatores do Hóspede - idade, sexo, raça, desenvolvimento da persona- movimentação social em torno das políticas públicas, principalmente a de
lidade, ética e educação sexual, promiscuidade, profilaxia.(Leavell & Clarck, saúde, culminando com a criação do SUS - Sistema Único de Saú-
1965) de aperfeiçoando-se progressivamente na direção da construção efetiva de
uma estrutura governamental capaz de dar conta dessa proposição.
O modelo teórico de explicação/intervenção denominado promoção da
saúde substitui (redefinindo) aquele modelo triádico agente-hospedeiro- Atualmente segundo Portaria nº 687 MS/GM (2006) as ações específi-
ambiente (tido como ecológico) por um esquema quadripolar constituído cas a serem realizadas nas três esferas de governo (federal, estadual,
por: biologia humana, ambiente, estilo de vida e sistema de serviços de municipal) são:
saúde. 2 mais eficaz sobretudo para "dar conta" da elevação das doenças
crônico - degenerativas ou não - transmissíveis que caracterizam o mundo Divulgar, sensibilizar e mobilizar para promoção da saúde;
moderno. Alimentação saudável;
O principal documento, pós "Declaração de Alma-Ata" (1978), com es- Prática corporal e atividade física;
sas recomendações surgiu na Primeira Conferência Internacional Sobre
Promoção da Saúde realizada em novembro de 1986 Prevenção e controle do tabagismo;
em Ottawa, Canadá.3 onde a promoção da saúde foi definida como: o Redução da morbi-mortalidade em decorrência do uso abusivo do ál-
processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua cool e de outras drogas;
qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle
deste processo. Para atingir um estado de completo bem-estar físico, Redução da morbi-mortalidade por acidentes de trânsito;
mental e social os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações,
Prevenção da violência e estímulo à cultura da paz;
satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente. A
saúde deve ser vista como um recurso para a vida, e não como objetivo de Promoção do desenvolvimento sustentável

Conhecimentos Específicos 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Observe-se porém que a construção de um consenso e da equidade da Princípios Doutrinários
distribuição de recursos num país continental como o Brasil, com evidentes
desigualdades regionais devidas as particularidades culturais e decorrentes Universalização: a saúde é um direito de cidadania de todas as pes-
da sua história de desenvolvimento econômico não são contornáveis ape- soas e cabe ao Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às
nas com o aparelhamento jurídico - político das instituições de saúde. ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, independente-
Através da participação da população nas decisões em fórum coletivos mente de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou pesso-
específicos, (conselhos de saúde, conferências de saúde, etc.) almeja-se ais.
uma transformação do estilo de vida nocivo à saúde e o enfrentamento da Equidade: o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar
velada "guerra" de interesses por investimentos em modelos assistenciais de todas as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são
específicos para conduzir as ações de saúde, estabelecer parcerias e iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em outras palavras, equida-
contratos com indústria de alimentos, fármacos, entre outras, além de significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a
do empodeiramento e extensão das políticas de promoção da saúde (inter- carência é maior.
setorialidade) aos demais setores governamentais.
Integralidade: este princípio considera as pessoas como um todo, a-
Princípios e Diretrizes do SUS; Cadastramento familiar e territorial; tendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a integra-
Conceito de territorialização, micro-área e área de abrangência; Prin- ção de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o
cipais problemas de saúde da população e recursos existentes para tratamento e a reabilitação. Juntamente, o principio de integralidade pres-
enfrentamento dos problemas; supõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar
uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercus-
são na saúde e qualidade de vida dos indivíduos.
Débora Carvalho Meldau
Princípios Organizativos
Sistema Único de Saúde
Estes princípios tratam, na realidade, de formas de concretizar o SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) é o conjunto de todas as ações
na prática.
e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas federais,
estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações Regionalização e Hierarquização: os serviços devem ser organizados
mantidas pelo Poder Público. em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada
área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos, e com
ausência de doenças, o que nos legou um quadro repleto não só das
definição e conhecimento da população a ser atendida. A regionalização é
próprias doenças, como desigualdade, insatisfação dos usuário, exclusão,
um processo de articulação entre os serviços que já existem, visando o
baixa qualidade e falta de comprometimento profissional. No entanto, este
comando unificado dos mesmos. Já a hierarquização deve proceder à
conceito foi ampliado, ao serem definidos os elementos condicionantes da
divisão de níveis de atenção e garantir formas de acesso a serviços que
saúde, que são:
façam parte da complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos
Meio físico (condições geográficas, água, alimentação, habi- disponíveis numa dada região.
tação, etc);
Descentralização e Comando Único: descentralizar é redistribuir po-
Meio sócio-econômico e cultural (emprego, ren- der e responsabilidade entre os três níveis de governo. Com relação à
da, educação, hábitos, etc); saúde, descentralização objetiva prestar serviços com maior qualidade e
garantir o controle e a fiscalização por parte dos cidadãos. No SUS, a
Garantia de acesso aos serviços de saúde responsáveis pe- responsabilidade pela saúde deve ser descentralizada até o município, ou
la promoção, proteção e recuperação da saúde. seja, devem ser fornecidas ao município condições gerenciais, técnicas,
Ou seja, de acordo com a nova concepção de saúde, compreende-se administrativas e financeiras para exercer esta função. Para que valha o
que “os níveis de saúde da população expressam a organização social e princípio da descentralização, existe a concepção constitucional do mando
econômica do país". único, onde cada esfera de governo é autônoma e soberana nas suas
decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da
As reinvidicações do movimento que recebeu o nome de “Movimento sociedade.
Sanitarista” foram apresentadas na 8° Conferência Nacional de Saúde, em
1986. Sendo que mais tarde, na Constituição de 1988 foram definidas as Participação Popular: a sociedade deve participar no dia-a-dia do sis-
ações relativas ao SUS, sendo considerado de “relevância pública”, ou tema. Para isto, devem ser criados os Conselhos e as Conferências de
seja, é atribuído ao Poder Público a regulamentação, a fiscalização e o Saúde, que visam formular estratégias, controlar e avaliar a execução da
controle das ações e dos serviços de saúde, independente da execução política de saúde.
direta do mesmo. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Juntamente com o conceito ampliado de saúde, o SUS traz consigo O Sistema Único de Saúde (SUS) é a denominação do sistema
dois outros conceitos importantes: o de sistema e a ideia de unicidade. A público e privado de saúde brasileiro, daí o nome "único", unifica o sistema
ideia de sistema significa um conjunto de várias instituições, dos três níveis de saúde no Brasil. Considerado um dos maiores sistemas públicos de
de governo e do setor privado contratado e conveniado, que interagem para saúde do mundo, segundo informações1 do Conselho Nacional de Saúde.
um fim comum. Já na lógica de sistema público, os serviços contratados e Foi instituído pela Constituição Federal de 1988, em seu artigo 196, como
conveniados seguem os mesmos princípios e as mesmas normas do servi- forma de efetivar o mandamento constitucional do direito à saúde como um
ço público. Todos os elementos que integram o sistema referem-se ao “direito de todos” e “dever do Estado” e está regulado pela Lei nº.
mesmo tempo às atividades de promoção, proteção e recuperação da 8.080/1990,2 a qual operacionaliza o atendimento público da saúde.
saúde.
Com o advento do SUS, toda a população brasileira passou a ter direito
Em todo o país, o SUS deve ter a mesma doutrina e a mesma forma de à saúde universal e gratuita, financiada com recursos provenientes dos
organização, sendo que é definido como único na Constituição um conjunto orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
de elementos doutrinários e de organização do sistema de saúde, os prin- conforme rege o artigo 195 da Constituição. Fazem parte do Sistema Único
cípios da universalização, da equidade, da integralidade, da descentraliza- de Saúde, os centros e postos de saúde, os hospitais públicos - incluindo
ção e da participação popular. os universitários, os laboratórios e hemocentros (bancos de sangue), os
Podemos entender o SUS da seguinte maneira: um núcleo comum, serviços de Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica, Vigilância
que concentra os princípios doutrinários, e uma forma e operacionalização, Ambiental, além de fundações e institutos de pesquisa acadêmica e
os princípios organizativos. científica, como a FIOCRUZ -Fundação Oswaldo Cruz - e o Instituto Vital
Brazil.

Conhecimentos Específicos 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A saúde pública no período militar Ressalta-se que a discussão não era apenas para privatizar o modelo
existente até então no regime militar. Os neoliberais também se oporiam à
Antes da instituição do Sistema Único de Saúde (SUS), a atuação previsão do SUS na esfera constitucional4 , durante a Assembleia
do Ministério da Saúde se resumia às atividades de promoção de saúde e Constituinte que resultou na Constituição de 1988.
prevenção de doenças, (como, por exemplo, a vacinação), realizadas em
caráter universal, e à assistência médico-hospitalar para poucas doenças; A contraposição à privatização e a Reforma Sanitária
servia aos indigentes, ou seja, a quem não tinha acesso ao atendimento
pelo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência O movimento da Reforma Sanitária nasceu no meio acadêmico no
Social (INAMPS). início da década de 1970 como forma de oposição técnica e política ao
regime militar. Nesse contexto destacaram-se nessa luta também figuras do
O INAMPS, por sua vez, era uma autarquia federal vinculada ao âmbito político como Sérgio Arouca e David Capistrano.
Ministério da Previdência e Assistência Social (hoje Ministério da
Previdência Social), e foi criado pelo regime militar em 1974 pelo
desmembramento do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que
hoje é o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). O Instituto tinha a
finalidade de prestar atendimento médico/dentário aos que contribuíam com
a previdência social, ou seja, somente aos contribuintes de toda forma e
seus dependentes.
Analisando o período, Felipe Asensi expõe que
a utilização dos serviços de saúde se encontrou vinculada à situação
empregatícia, ocasionando a exclusão de uma parcela relevante da popu-
lação desempregada, seja por deficiências físicas, seja por insuficiências
na educação ou, mesmo, por inacessibilidade estrutural ao mercado de
trabalho formal. —Felipe Asensi
O INAMPS dispunha de estabelecimentos próprios, ou seja, de
hospitais públicos, mas a maior parte do atendimento era realizado pela
iniciativa privada; os convênios estabeleciam a remuneração pelo governo Prof. Sérgio Arouca, presidente da 8ª CNS, realizada em março
por quantidade de procedimentos realizados. Já os que não tinham a de 1986 e um dos líderes e grandes entusiastas da Reforma Sanitária
carteira assinada utilizavam, sobretudo, as Santas Casas, instituições da década de 1980.
filantrópico-religiosas que amparavam cidadãos necessitados e carentes.
Em 1979, o General João Baptista Figueiredo assumiu a presidência
A crise do INAMPS na década de 1980 com a promessa de abertura política e, de fato, a Comissão de Saúde
A crise do petróleo que abateu a economia brasileira na segunda da Câmara dos Deputados promoveu, no período de 9 a 11 de outubro de
metade da década de 1970 e no início da década de 1980 trouxe também 1979, o I Simpósio sobre Política Nacional de Saúde, que contou com
prejuízos financeiros - e políticos - para o INAMPS. Da abertura participação de muitos dos integrantes do movimento e chegou a
democrática à Nova República, o déficit previdenciário aumentava ano após conclusões altamente favoráveis ao mesmo.
ano4 . A doutrina especializada ousa em qualificar o período 1980-1983 no Entretanto o grande acontecimento para a consolidação do direito à
âmbito das políticas sociais como a "crise da previdência social"4 . A saúde tal como é visto hoje ainda estava por vir. Hésio Cordeiro elucida:
conjuntura da turbulência fiscal do Estado e, sobretudo, da previdência
social passou a colaborar com as teses e propostas de desinchaço da Decidiu-se convocar a VIII Conferência Nacional de Saúde, através de
máquina pública e, consequentemente, da redução da função do Estado decreto presidencial, marcando-se sua realização para 17 a 21 de março
como garantidor de políticas sociais. O INAMPS estava incluído nessa de 1986, em Brasília. A conferência seria precedida de pré-conferências e
perspectiva. reuniões estaduais preparatórias a serem realizadas em todo o país e
seriam elaborados documentos técnicos que serviriam de base para estas
Nesse sentido, revela Waldir Pires, Ministro da Previdência Social reuniões prévias e de teses a serem debatidas na VIII CNS. Para a presi-
no governo Sarney (1985-1990): dência da VIII CNS foi designado o prof. Antônio Sérgio da Silva Arouca,
A Previdência Social em 1985 era apontada como falida. Diziam, presidente da Fiocruz, ficando a vice-presidência com o dr. Francisco
até, os céticos, os inadvertidos, ou os que se movem por interesses pesso- Xavier Beduschi, superintendente da SUCAM e Guilherme Rodrigues da
ais e subalternos, que era inviável. Uma conspiração difursa, por alguns Silva, da FMUSP foi designado relator geral. Os temas propostos foram:
não confessada, mas insistente, anunciava seu fim, indispensável, como 'Saúde como Direito', 'Reformulação do Sistema Nacional de Saúde' e
responsabilidade do Estado, para salvá-lo e para preservar-lhe o Tesouro 'Financiamento do Setor'. ,—Hésio Cordeiro
Público. Porque o déficit da Previdência, insistente, catastrófico, seria
irrecuperável.—Waldir Pires
A retórica da inviabilidade da previdência social e de um sistema de
saúde deficitário - advinda dos defensores do neoliberalismo - e
exemplificadas nos modelos político-econômicos implantados na Inglaterra,
por Thatcher, no Chile, por Pinochet e nos Estados Unidos,
por Reagan ganhava força na sociedade. Por isso, o sistema de saúde
vigente à época deveria ser privatizado.
Hésio Cordeiro expõe:
(...) o ministro Francisco Dornelles, preparando-se para assumir
o Ministério da Fazenda do governo Tancredo Neves ditava a máxima: 'não
se deve entregar o Ministério da Previdência a nenhum amigo'. A 'massa
falida', exemplo da inviabilidade da administração pública, na visão neolibe-
ral, só poderia ter um destino: a privatização. A começar pela assistência
médico-hospitalar, cujo espólio deveria ser apropriado pelo seguro-saúde
privado, no sentido de promover um corte na capitalização precária da
saúde no sentido de uma organização mais tipicamente capitalista do Plenária da 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em março de
complexo médico-empresarial. 4 Hésio Cordeiro 1986, no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília.

Conhecimentos Específicos 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Foram ao todo 1.000 delegados com direito a voto e cerca de 3.000 esforços e investimentos em zonas territoriais com piores índices
participantes. A 8ª Conferência Nacional de Saúde foi um marco na história e déficits na prestação do serviço público.
do SUS por vários motivos. Ela foi aberta por José Sarney, o primeiro
presidente civil após o regime militar, e foi a primeira CNS a ser aberta à Em Dos Princípios Fundamentais, artigo 3º, incisos III e IV, a
sociedade; além disso, foi importante na propagação do movimento da Constituição configura como um dos objetivos da República “reduzir as
Reforma Sanitária, muito em função do relatório final da Conferência ter desigualdades sociais e regionais” e "promover o bem de todos".
servido como base para os debates na Assembleia Constituinte, visto que Descentralização
representavam demandas do movimento popular.
Está estabelecido em Da Saúde, artigo 198, que “as ações e serviços
Além disso, a 8ª CNS resultou na implantação do Sistema Unificado e públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e
Descentralizado de Saúde (SUDS), um convênio entre o INAMPS e os constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes
governos estaduais, mas o mais importante foi ter formado as bases para a diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera de
seção Da Saúde (artigo 196 até o artigo 200) da Constituição de 1988. governo [...]”. Por isso, o Sistema Único de Saúde está presente em todos
A Constituição de 1988 foi um marco na história da saúde pública os níveis federativos - União, Estados, Distrito Federal e Municípios - de
brasileira ao definir, como já mencionado, a saúde como "direito de todos e forma que o que é da alçada de abrangência nacional será de
dever do Estado". responsabilidade do Governo Federal, o que está relacionado à
competência de um Estado deve estar sob responsabilidade do Governo
A implantação do SUS foi realizada de forma gradual: primeiro veio o Estadual, e a mesma definição ocorre com um Município. Dessa forma,
SUDS, com a universalização do atendimento; depois a incorporação do busca-se um maior diálogo com a sociedade civil local, que está mais perto
INAMPS ao Ministério da Saúde, com o Decreto nº 99.060 6 e por fim a Lei do gestor, para cobrá-lo sobre as políticas públicas devidas.
Orgânica da Saúde, nº 8.080,2 que fundou e operacionalizou o SUS.
Participação social
Em poucos meses foi lançada a lei nº 8.142,7 que imprimiu ao SUS
uma de suas principais características: o controle social, ou seja, a Também está prevista no mesmo artigo 198, inciso III, a “participação
participação dos usuários (população) na gestão do serviço. O INAMPS só da comunidade” nas ações e serviços públicos de saúde, atuando na
foi extinto em 27 de julho de 1993 pela Lei nº 8.689.8 formulação e no controle da execução destes. O controle social, como
também é chamado esse princípio, foi melhor regulado pela já citada Lei nº
Os Princípios constitucionais do SUS 8.142/90.7 Os usuários participam da gestão do SUS através das
Conferências da Saúde, que ocorrem a cada quatro anos em todos os
Uma leitura mais atenta da seção Da Saúde, (artigo 196 até o artigo níveis federativos - União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
200) da Constituição, permite auferir que esta (a Constituição) estabeleceu Nos Conselhos de Saúde ocorre a chamada paridade: enquanto os
cinco princípios básicos que orientam o sistema jurídico em relação ao usuários têm metade das vagas, o governo tem um quarto e os
SUS. São eles: a universalidade, a integralidade, a equidade, a trabalhadores outro quarto. Busca-se, portanto, estimular a participação
descentralização e a participação popular. popular na discussão das políticas públicas da saúde, conferindo maior
Universalidade legitimidade ao sistema e às ações implantadas.

Este princípio pode ser auferido a partir da definição do artigo 196, que Não obstante, observa-se que o Constituinte Originário de 1988 não
considerou a saúde como um “direito de todos e dever do Estado”. Dessa buscou apenas implantar o sistema público de saúde universal e gratuito no
forma, o direito à saúde se coloca como um direito fundamental de todo e país, em contraposição ao que existia no período militar, que favorecia
qualquer cidadão, sendo considerado até mesmo cláusula pétrea ou seja, apenas os trabalhadores com carteira assinada. Foi além e estabeleceu
não pode ser retirada da Constituição em nenhuma hipótese, por constituir também princípios que iriam nortear a interpretação que o mundo jurídico e
um direito e garantia individual, conforme a Seção Do Processo as esferas de governo fariam sobre o citado sistema. E a partir da leitura
Legislativo, artigo 60, parágrafo 4, inciso IV. desses princípios, nota-se a preocupação do Constituinte em reforçar a
defesa do cidadão frente ao Estado, garantindo meios não só para a
Por outro lado, o Estado tem o dever de garantir os devidos meios existência do sistema, mas também para que o indivíduo tenha voz para
necessários para que os cidadãos possam exercer plenamente esse direito, lutar por sua melhoria e maior efetividade.
sob pena de o estar restringindo e não cumprindo a sua função.
Referências
Integralidade Ir para cima↑ "20 anos do SUS". Site Oficial do Conselho Nacional de
A integralidade, conforme o artigo 198, no seu inciso II, confere ao Saúde. Consultado em 24 de novembro de 2012.
Estado o dever do “atendimento integral, com prioridade para as atividades ↑ Ir para:a b Casa Civil da Presidência da República. Lei nº 8.080, de
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais” em relação ao acesso 19 de setembro de 1990.
que todo e qualquer cidadão tem direito. Por isso, o Estado deve Ir para cima↑ ASENSI, F. D. Indo além da judicialização: O
estabelecer um conjunto de ações que vão desde a prevenção à Ministério Público e a saúde no Brasil. Rio de Janeiro : Escola de Direito
assistência curativa, nos mais diversos níveis de complexidade, como do Rio de Janeiro da Fundação Getúlio Vargas, Centro de Justiça e
forma de efetivar e garantir o postulado da saúde. Percebe-se, porém, que Sociedade, 2010, p. 35.
o texto constitucional dá ênfase às atividades preventivas, que, ↑ Ir para:a b c d CORDEIRO, H. Sistema Único de Saúde. Rio de
naturalmente, ao serem realizadas com eficiência, reduzem os gastos com Janeiro: Ayuri Editorial, 1991. pp. 37, 38, 63, 65.
as atividades assistenciais posteriores. Ir para cima↑ PIRES, W. Prefácio. In: CORDEIRO, H. Sistema Único
de Saúde. Rio de Janeiro: Ayuri Editorial, 1991. pp. 13-14.
Equidade Ir para cima↑ Câmara dos Deputados. Decreto nº 99.060, de 7 de
Março de 1990.
O princípio da equidade está relacionado com o mandamento
↑ Ir para:a b Casa Civil da Presidência da República. Lei nº 8.142, de
constitucional de que “saúde é direito de todos”, previsto no já mencionado
28 de dezembro de 1990.
artigo 196 da Constituição. Busca-se aqui preservar o postulado
Ir para cima↑ Casa Civil da Presidência da República. Lei nº 8.689, de
da isonomia, visto que a própria Constituição, em Dos Direitos e Deveres
27 de julho de 1993.
Individuais e Coletivos,artigo 5º, institui que “todos são iguais perante a
Ir para cima↑ Repasses financeiros. SUS. Página visitada em 10 de
lei, sem distinção de qualquer natureza”.
novembro de 2013.
Logo, todos os cidadãos, de maneira igual, devem ter seus direitos à Ir para cima↑ Indicadores de saúde. Portal da Saúde_MS (2013).
saúde garantidos pelo Estado. Entretanto, as desigualdades regionais e Notas
sociais podem levar a inocorrência dessa isonomia, afinal uma área mais Ir para cima↑ Conforme o relatório Demografia Médica no Brasil -Vol.2,
carente pode demandar mais gastos em relação às outras. Por isso, o pág.51 - Conselho Federal de Medicina - fevereiro de 2013
Estado deve tratar "desigualmente os desiguais", concentrando seus Legislação
Legislação fundamental

Conhecimentos Específicos 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Constituição da República Federativa do Brasil de 5 de A ética e a moral têm uma grande influência na cidadania, pois dizem
outubro de 1988 — Título VIII ("Da Ordem Social"), Capítulo II ("Da respeito à conduta do ser humano. Um país com fortes bases éticas e
Seguridade Social"), Seção II ("Da Saúde"). morais apresenta uma forte cidadania.
Legislação básica
Lei nº 8.080 , de 19 de setembro de 1990 — Lei Orgânica da Saúde. O que é Ética:
Lei nº 8.142 , de 28 de dezembro de 1990 — Dispõe sobre a Ética é o nome dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos mo-
participação da comunidade e transferências intergovernamentais. rais. A palavra ética é derivada do grego, e significa aquilo que pertence ao
Lei nº 8.689 , de 27 de julho de 1993 — Extingue o INAMPS (Instituto caráter. Ética é diferente de moral, pois moral se fundamenta na obediência
Nacional de Assistência Médica da Previdência Social). a normas, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos e
Decreto nº 1.232 , de 30 de agosto de 1994 — Regulamenta o repasse a ética, busca fundamentar o modo de viver pelo pensamento humano.
financeiro dos fundos que envolvem a saúde pública.
Portarias do Ministério da Saúde Na filosofia, a ética não se resume à moral, que geralmente é entendi-
Portaria GM/MS nº 2.203, de 5 de novembro de 1996 — Norma da como costume, ou hábito, mas busca a fundamentação teórica para
Operacional Básica do Sistema Único de Saúde (NOB; disponível em PDF). encontrar o melhor modo de viver; a busca do melhor estilo de vida. A ética
Portaria GM/MS nº 1.886, de 18 de dezembro de 1997 — Programa de abrange diversos campos, como antropologia, psicologia, sociologia, eco-
Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e Programa de Saúde da Família nomia, pedagogia, política, e até mesmo educação física e dietética.
(PSF). Num sentido menos filosófico e mais prático podemos compreender um
Portaria GM/MS nº 3.916, de 30 de outubro de 1998 — Política pouco melhor esse conceito examinando certas condutas do nosso dia a
Nacional de Medicamentos. dia, quando nos referimos por exemplo, ao comportamento de alguns
Portaria GM/MS nº 3.925, de 13 de novembro de 1998 — Manual para profissionais tais como um médico, jornalista, advogado, empresário, um
a Organização da Atenção Básica no Sistema Único de Saúde. político e até mesmo um professor. Para estes casos, é bastante comum
Lei nº 9.782 , de 26 de janeiro de 1999 — Agência Nacional de ouvir expressões como: ética médica, ética jornalística, ética empresarial e
Vigilância Sanitária (ANVISA). ética pública.
Lei nº 9.787 , de 10 de fevereiro de 1999 — Medicamento genérico.
Lei nº 9.961 , de 28 de janeiro de 2000 — Agência Nacional de Saúde A ética pode ser confundida com lei, embora que, com certa frequência
Suplementar (ANS). a lei tenha como base princípios éticos. Porém, diferente da lei, nenhum
Portaria GM/MS n. º 95, de 26 de janeiro de 2001 — Norma indivíduo pode ser compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos a cum-
Operacional da Assistência à Saúde (NOAS-SUS 2001; disponível em prir as normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a
PDF). estas; mas a lei pode ser omissa quanto a questões abrangidas pela ética.
Portaria GM/MS n. º 17, de 5 de janeiro de 2001 (republicada em 16 de
Ética no Serviço Público
fevereiro) — Cadastro Nacional de Usuários do Sistema Único de Saúde
(em PDF. O tema da ética no serviço público está diretamente relacionada com a
Portaria GM/MS nº 373, de 26 de fevereiro de 2002 — Norma conduta dos funcionários que ocupam cargos públicos. Tais indivíduos
Operacional da Assistência à Saúde (NOAS-SUS 2002; disponível em devem agir conforme um padrão ético, exibindo valores morais como a boa
PDF). fé e outros princípios necessários para uma vida saudável no seio da
sociedade.
Noções de ética e cidadania; Quando uma pessoa é eleita para um cargo público, a sociedade de-
posita nela confiança, e espera que ela cumpra um padrão ético. Assim,
O que é Ética e Cidadania:
essa pessoa deve estar ao nível dessa confiança e exercer a sua função
Ética e cidadania são dois conceitos fulcrais na sociedade humana. A seguindo determinados valores, princípios, ideais e regras. De igual forma,
ética e cidadania estão relacionados com as atitudes dos indivíduos e a o servidor público deve assumir o compromisso de promover a igualdade
forma como estes interagem uns com os outros na sociedade. social, de lutar para a criação de empregos, de desenvolver a cidadania e
de robustecer a democracia. Para isso ele deve estar preparado para pôr
Ética é o nome dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos mo- em prática políticas que beneficiem o país e a comunidade a nível social,
rais. A palavra ética é derivada do grego, e significa aquilo que pertence ao econômico e político.
caráter. A palavra “ética” vem do Grego “ethos” que significa “modo de ser”
ou “caráter”. Um profissional que desempenha uma função pública deve ser capaz
de pensar de forma estratégica, inovar, cooperar, aprender e desaprender
Cidadania significa o conjunto de direitos e deveres pelo qual o cida- quando necessário, elaborar formas mais eficazes de trabalho. Infelizmente
dão, o indivíduo está sujeito no seu relacionamento com a sociedade em os casos de corrupção no âmbito do serviço público são fruto de profissio-
que vive. O termo cidadania vem do latim, civitas que quer dizer “cidade”. nais que não trabalham de forma ética.
Um dos pressupostos da cidadania é a nacionalidade, pois desta forma Ética Imobiliária
ele pode cumprir os seus direitos políticos. No Brasil os direitos políticos
são orquestrados pela Constituição Federal. O conceito de cidadania tem A ética no ramo imobiliário diz respeito à forma como os agentes ou
se tornado mais amplo com o passar do tempo, porque está sempre em corretores imobiliários interagem com os possíveis clientes.
construção, já que cada vez mais a cidadania diz respeito a um conjunto de
No mercado imobiliário, um dos valores mais importantes é a credibili-
parâmetros sociais.
dade, que é um valor que se conquista trabalhando de forma ética. Muitos
A cidadania pode ser dividida em duas categorias: cidadania formal e agentes imobiliários forçam uma venda ou um imóvel, sendo que muitas
substantiva. A cidadania formal é referente à nacionalidade de um indivíduo vezes escondem detalhes que sabem que irão prejudicar o cliente no
e ao fato de pertencer a uma determinada nação. A cidadania substantiva é futuro. Trabalhar de forma ética é pensar no bem comum e deixar o indivi-
de um caráter mais amplo, estando relacionada com direitos sociais, políti- dualismo para trás. O profissional deve procurar a satisfação mútua das
cos e civis. O sociólogo britânico T.H. Marshall afirmou que a cidadania só partes. Quando um negócio é conduzido e fechado e forma ética, a proba-
é plena se for dotada de direito civil, político e social. bilidade da fidelização do cliente é muito maior.
Com o passar dos anos, a cidadania no Brasil sofreu uma evolução no O mundo imobiliário lida com mercadorias intangíveis, como a ética, o
sentido da conquista dos direitos políticos, sociais e civis. No entanto, ainda bom senso, a criatividade, o profissionalismo, o conhecimento do produto,
há um longo caminho a percorrer, tendo em conta os milhões que vivem em etc. Desta forma, um agente imobiliário inteligente, profissional e ético atua
situação de pobreza extrema, a taxa de desemprego, um baixo nível de com justiça e decência, sabendo que o âmago da sua profissão não é lidar
alfabetização e a violência vivida na sociedade. com imóveis e sim construir relações saudáveis e tornar sonhos em reali-
dade.

Conhecimentos Específicos 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O empresário Fábio Azevedo afirma que: "Para vender com ética, pri- • Monitorar o ganho de peso durante o primeiro mês de vida e as condições
meiro, venda para você mesmo, depois compre de você mesmo, se você da amamentação
ficar satisfeito, estará no caminho." • Verificar os testes de triagem neonatal, como o teste do “pezinho”, reflexo
vermelho e triagem auditiva.
Ética a Nicômaco • Incentivo ao aleitamento materno
O livro intitulado "Ética a Nicômaco" é da autoria de Aristóteles e foi • Suplementação vitamínica - Vitaminas A e D.
dedicado ao seu pai, cujo nome era Nicômaco. Esta é a principal obra de • Avaliação emocional, relação mãe-filho
Aristóteles sobre Ética e é constituída por dez livros, onde Aristóteles é • Orientação sobre a importância do seguimento na unidade de saúde, bem
como um pai que está preocupado com a educação e felicidade do seu como a importância da imunização e cuidados com a higiene.
filho, mas também tem por objetivo fazer com que as pessoas pensem • Valorização da criança e da família
sobre as suas ações, colocando assim a razão acima das paixões, procu- • Detecção no exame físico de alguma anormalidade e sua eventual corre-
rando a felicidade individual e coletiva, porque o ser humano vive em soci- ção
edade e as suas atitudes devem ter em vista o bem comum. Nas obras • A ficha de atendimento e seguimento para os recém-nascidos matriculados
aristotélicas, a ética é vista como parte da política que precede a própria é a preconizada pelo programa “Mãe Paulistana”.
política, e está relacionada com o indivíduo, enquanto que a política retrata
o homem na sua vertente social. 2. Consulta médica da criança
2.1 Monitorar o crescimento através da avaliação de peso, estatura, índice
Para Aristóteles, toda a racionalidade prática visa um fim ou um bem e de massa corporal, perímetro cefálico, utilizando gráficos de crescimento
a ética tem como propósito estabelecer a finalidade suprema que está preconizado pelo Ministério da Saúde. O acompanhamento segue um cro-
acima e justifica todas as outras, e qual a maneira de alcançá-la. Essa nograma diferenciado por faixa etária.
finalidade suprema é a felicidade, e não se trata dos prazeres, riquezas, 2.2 Prevenção e tratamento dos distúrbios do crescimento infantil.
honras, e sim de uma vida virtuosa, sendo que essa virtude se encontra 2.3 Acompanhamento do desenvolvimento neuropsicomotor segundo esca-
entre os extremos e só é alcançada por alguém que demonstre prudência. las de desenvolvimento.
Esta obra foi muito importante para a história da filosofia, uma vez que 2.4 Prevenção dos distúrbios do desenvolvimento infantil considerando a
foi o primeiro tratado sobre o agir humano da história. variação de ritmo e intensidade propícias para cada criança
2.5 Orientação nutricional
O que é Cidadania: o Incentivo ao aleitamento materno
o Utilização de suplementos e vitaminas
Cidadania significa o conjunto dedireitos e deveres pelo qual o cida-
o Orientação da alimentação no primeiro ano de vida
dão, o indivíduo está sujeito no seu relacionamento com a sociedade em
o Os dez passos da alimentação
que vive. O termo cidadania vem do latim, civitas que quer dizer “cidade”.
o Alimentação do escolar e pré-escolar
Este conceito de cidadania está arraigado à noção de direito, precipu- o Hábitos, crenças, tabus e modismos alimentares.
amente no que se refere aos direitos políticos, sem os quais o indivíduo não o Prevenção de doenças agudas e crônicas com anemia, verminose, hiper-
poderá intervir, nos negócios do Estado, onde permite, participar direta ou tensão arterial, diabetes e etc..
indiretamente do governo e na consequente administração, através do voto
direto para eleger ou para concorrer, a um cargo público da maneira indire- 2.6 Detecção e tratamento dos distúrbios relacionados à alimentação como
ta. A cidadania pressupõe direitos e deveres e a serem cumpridos pelo obesidade e ganho inadequado de peso.
cidadão que serão responsáveis pela sua vivencia em sociedade. 2.7 Incentivo para a prática de atividades físicas, como prevenção de sobre-
peso e obesidade.
Um dos pressupostos da cidadania é a nacionalidade, para que possa 2.8 Recuperação da saúde: atendimento eventual, dirigido a toda criança de
o cidadão exercer seus direitos políticos. Porém há indivíduos, que apesar 0 a 10 anos, inscrita em qualquer atividade do programa da Saúde da Crian-
de serem nacionais de um Estado, não estão investidos de direitos políti- ça. Tal atendimento não deve ser substitutivo de outra atividade na qual a
cos, que podem ter sido cassados ou negados, como por exemplo, temos criança está inscrita, mas uma continuidade e complementação dela.
os presidiários que são impedidos de votar. Os direitos políticos são regu- 2.9 Avaliação da situação vacinal conforme calendário oficial do Ministério
lados no Brasil pela Constituição Federal, sendo o alistamento eleitoral e o da Saúde.
voto, obrigatórios para os maiores de 18 anos, porém é facultativo para os 2.10 Orientação quanto à prevenção de acidentes dentro e fora da residên-
analfabetos, pessoas com 16 e 17 anos e para indivíduos com mais de 70 cia, dando ênfase aos principais perigos os quais a criança esta exposta.
anos. 2.11 Controle de Saúde Institucional: Atividade programada, dirigida às
A Constituição proíbe alistamento eleitoral dos estrangeiros e dos bra- crianças pertencentes a creches e instituições na área de atuação do Centro
sileiros em serviço militar obrigatório. A cidadania requer que o indivíduo de Saúde Escola. Serão desenvolvidas ações de caráter educativo e de
como habitante da cidade, como diz a raiz da palavra, cumpra seus deve- controle de crescimento e desenvolvimento, operacionalmente adequados e
res, e como um indivíduo de ação possa realizar tarefas para seu bem e em comum acordo com a situação institucional.
também para o maior desenvolvimento da comunidade onde vive, uma vez
que os problemas da cidade dizem respeito a todos os cidadãos. 3. Atendimento do Adolescente
3.1 Deve ser realizada em múltiplos níveis uma vez que o adolescente é
A cidadania é exercida pelo indivíduo, por grupos e até instituições que adverso à consulta médica
através do empoderamento, isto é, através do poder que tem para realizar 3.2 Ter uma visão global das alterações biopsicosociais por qual passa esta
tarefas sem necessitar de autorização ou permissão de alguém, realizam faixa etária
ações ocasionando mudanças que as levam a evoluir e se fortalecer, 3.3 Promover o interesse do adolescente em frequentar a unidade de saúde
participando em comunidades, em políticas sociais, participando ativamente 3.4 Garantir ao adolescente sigilo absoluto do que será discutido e deixar
de ONGs através do voluntariado, onde acontecem ações de solidariedade, claro que este não será respeitado se houver risco de vida do próprio menor
para o bem da população excluída das condições de cidadania. Estas ou de uma terceira pessoa
organizações conseguem complementar o trabalho do Estado, realizando 3.5 Monitorar o crescimento e desenvolvimento através das medidas de
ações onde ele não consegue chegar. http://www.significados.com.br/etica- peso, estatura e circunferência abdominal
e-cidadania/ 3.6 Detecção e tratamento dos distúrbios de desenvolvimento como baixa
estatura e puberdade precoce, entre outros, através da avaliação por gráfi-
Saúde da criança, adolescente;
cos de crescimento e critérios de Tanner
3.7 Prevenção de distúrbios alimentares os quais podem levar á obesidade e
Consulta Médica distúrbios do metabolismo.
1. Consulta do Recém-nascido 3.8 Verificar aspectos sócio educacionais importantes como condições de
• Verificar as condições de nascimento e todos os possíveis problemas moradia e escolaridade
relacionados à gravidez ao parto e período neonatal imediato 3.9 Dar ênfase aos aspectos emocionais por quais passam esta faixa etária

Conhecimentos Específicos 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e tentar evidenciar na consulta possíveis problemas de relacionamento intra necessidades levantadas após as visitas e consultas a estes.
ou extra-familiar.
3.10 Orientar sobre atividade sexual, prevenção de doenças sexualmente - Grupos de orientação no CSEGPS, ao pré-escolar e escolar (3-10 a-
transmissíveis e possível gravidez. nos)com temas de interesse para a idade. Tais temas podem ser sobre:
3.11 Prevenção do uso de drogas lícitas e ilícitas. nutrição, higiene, rendimento escolar e aspectos emocionais.
3.12 Ação nas instituições: Atividade programada, dirigida aos adolescentes
e aos profissionais das instituições da área de atuação do Centro de Saúde - Trabalho com as famílias em grupos de orientação, em que se dará maior
Escola. Serão desenvolvidas ações de caráter educativo e de controle dos importância para o entendimento pelo qual o adolescente está passando e
fatores de risco aos quais estão submetidos. tentar minimizar os problemas na medida do possível.

Projeto de Prevenção e Promoção da Saúde de Crianças e Adolescen- Instrumentos de avaliação de indicadores de saúde adulto e idoso;
tes

1. Introdução Promovendo a Saúde e Prevenindo a Dependência: identificando


De acordo com as diretrizes do Sistema Único de Saúde a promoção e indicadores de fragilidade em idosos independentes
prevenção encontra-se como uma das premissas básicas no atendimento à
Renato Peixoto Veras
população.
INTRODUÇÃO
2. Objetivo Geral
Atuar na prevenção e promoção da saúde biopsicosocial e dos agravos O envelhecimento populacional, um fenômeno observado em vários
nutricionais de crianças e adolescentes, em sua maioria em situação de países, vem sendo alvo de preocupações nas várias esferas e implica
risco nas instituições-abrigos da área de abrangência do Centro de Saúde mudanças nos diversos setores de atenção, seja público ou privado.
Escola “Geraldo de Paula Souza”. Este segmento etário não é homogêneo. Mais de 80% das pessoas i-
dosas estão bem de saúde, mantendo sua independência e autonomia,
3. Objetivos Específicos podendo exercer todas as atividades próprias para uma pessoa de sua
Conhecer as instituições, sua dinâmica e população idade. Por outro lado, os 20% que formam o grupo dos menos saudáveis
Identificar junto às instituições necessidades quanto à promoção da saúde e utiliza os serviços de saúde de forma muito mais intensa e suas doenças,
prevenção dos agravos nutricionais à saúde dos adolescentes na maioria das vezes, são crônicas, de longa duração, e requerem equipes
Conhecer as necessidades dos educadores e familiares, quanto aos cuida- de saúde qualificadas, exames sofisticados e de alto custo.25
dos dessas crianças e adolescentes
Integrar os profissionais do CSE para atenção multiprofissional nas ações de Observa-se um esforço, sobretudo do setor privado, para equacionar
promoção e prevenção. uma situação que vem se tornando um problema que afeta diretamente os
custos das operadoras de saúde suplementar. No entanto, ainda é precária
4. Etapas a infra-estrutura para atender de modo eficiente às necessidades desse
I. Visitas agendadas às instituições-abrigos da área de abrangência com segmento populacional. Os problemas dos idosos são muitos e diversifica-
objetivo de conhecer o espaço físico e colher dados junto aos coordenado- dos, afetando significativamente a qualidade de vida, produzindo estresse
res a respeito do público-alvo e trabalho realizado. familiar e gerando enorme ônus financeiro.24
II. Levantamento de demandas das instituições, em especial relativas às Diante deste cenário, o setor saúde ainda busca meios eficazes que
possíveis ações em promoção e prevenção de saúde, tais como: possam equacionar adequadamente os problemas que acompanham o
a) Trabalho terapêutico e educativo com mães e bebês da Casa da Mamãe processo de envelhecimento. Uma das formas de alcançar sucesso nessa
II, englobando aspectos de saúde física e mental de ambos; empreitada está relacionada à construção de novos modelos de atenção.
b) Trabalho com crianças e adolescentes das instituições. Modelos estes que fujam da prática hospitalocêntrica e partam para a
c) Trabalho com os educadores dos abrigos englobando aspectos da saúde identificação precoce de problemas que podem ser tratados no âmbito
da criança (cuidados de higiene, nutrição, desenvolvimento da criança e do ambulatorial.
adolescente, sexualidade, limites, etc) com a finalidade de fornecer subsí-
dios para o trabalho destes com as crianças/adolescentes. A adoção desta nova prática requer uma visão ampla dos problemas
d) Trabalho com crianças/adolescentes e seus familiares/ responsáveis com que possivelmente poderão aparecer, caso não haja uma mudança intensa
o objetivo de manter e fortalecer o vínculo ocorrido durante o abrigamento, no modo de pensar a atenção à saúde do idoso. Os idosos que mais ne-
além de abordar aspectos relacionados à saúde física e mental das famílias. cessitam de atenção são aqueles que apresentam maior grau de fragilida-
de, ou seja, maior potencial de adoecer gravemente, de recorrer a sucessi-
5. Áreas de atuação profissionais que devem fazer parte do projeto vas internações, de sofrer quedas e outros eventos mórbidos graves –
Pediatria, saúde mental, nutrição, serviço social, enfermagem, e ginecologia enfim, aqueles com uma maior pluralidade de problemas nos campos
médico, psíquico e socioeconômico.
6. Modo de Funcionamento
A fragilidade reflete alterações fisiológicas da idade que não são espe-
e) Atividades educativas/terapêuticas nas instituições
cíficas de doenças. Geralmente se apresenta na forma de sinais e sintomas
f) Atividades educativas/terapêuticas no CSEGPS
como fraqueza, fadiga, perda do apetite, desnutrição, desidratação e perda
g) Atendimento individual às crianças e adolescentes quando necessário
de peso, além das síndromes geriátricas, tais como as anormalidades do
7. Ações
equilíbrio e de marcha, o condicionamento físico precário, a confusão
- Grupos de orientação na Casa Mãe Menina II, para as mães adolescentes,
mental, a incontinência fecal e urinária, a depressão e a alta dependência.6
quanto ao crescimento e desenvolvimento dos bebês e suas necessidades
biopsicosociais. Um dos processos mais adequados, para responder a este problema
Estes grupos deverão ocorrer às sextas feiras, das 9 às 11 horas. As apri- está relacionado à prática de rastreamento e identificação de idosos com
morandas da PUC já estiveram lá e acertaram esse horário. indicadores de fragilidade, qual seja, um modelo centrado na avaliação da
Os grupos ocorrerão no período de 27/04 até 27/05 capacidade funcional.24

- Trabalho com educadores, com grupos de orientação quanto à sexualida- Algumas situações, como a falta de profissionais habilitados, impedem
de, prevenção de DST/AIDS, gravidez na adolescência, nutrição, entre um manejo adequado com essa população, sobretudo nos consultórios
outros assuntos e discussão das dificuldades encontradas na relação com médicos, onde a atenção ao idoso se dá de forma fragmentada. Isto ocorre,
as crianças e adolescentes, quanto ao desenvolvimento biopsicosocial sobretudo, pela dificuldade de se identificar corretamente os idosos com
dessas. risco de adoecer gravemente, os idosos com risco de hospitalização e
idosos susceptíveis de perder a capacidade de desempenhar as atividades
- Grupos de orientação no CSEGPS para o adolescente, de acordo com as de vida diária.

Conhecimentos Específicos 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Este estudo se propõe a apresentar os dados de uma avaliação dos i- As variáveis utilizadas neste perfil foram: idade, gênero, estado civil,
dosos de um Centro de Convivência e teve como objetivo identificar, entre escolaridade, bairro onde reside. As idades variaram de 53 a 90 anos,
os saudáveis, uma parcela acometida por problemas silenciosos, que são sendo 70 anos a média de idade do grupo. Quanto ao gênero, 86% eram
identificados somente com um instrumental e um olhar específico do campo do sexo feminino, proporção consonante com os demais espaços de convi-
da Geriatria. Tais idosos, possivelmente, serão aqueles que mais consumi- vência. Em geral, as mulheres são as que mais buscam essas atividades.
rão, e de forma inadequada, os recursos a eles oferecidos.
No que se refere ao estado civil, 64% encontravam-se nas categorias
Os problemas silenciosos e visíveis apenas após uma avaliação fun- de viúvo, solteiro ou separado, o que chama a atenção para a necessidade
cional são aqueles que mais induzem os indivíduos a buscarem várias de espaços de convivência capazes de evitar problemas como a solidão e o
especialidades, porém, infelizmente, de forma fragmentada, o que certa- isolamento.
mente produzirá efeitos iatrogênicos e que, possivelmente, terão como
desfecho as sucessivas internações hospitalares. Quanto à escolaridade, a maioria (40%) encontrava-se no grupo da-
queles que frequentaram a escola por mais de 12 anos. No que se refere à
MÉTODOS população idosa do Brasil, isto representa um bom padrão de escolaridade,
pois, segundo dados do IBGE, a maioria dos idosos do país possui baixo
Entre os meses de outubro de 2005 a setembro de 2006, 430 idosos grau de instrução (menos de 4 anos de estudo).
ingressaram nas atividades de um Centro de Convivência da Zona Norte do
Rio de Janeiro e foram submetidos à avaliação do risco de internação No que se refere à área de residência, residem na Zona Norte nos bair-
hospitalar, avaliação da capacidade funcional e um inquérito sobre morbi- ros do Andaraí, Maracanã, Méier, Vila Isabel, Rio Cumprido e Tijuca –
dade auto-referida. Uma subamostra foi selecionada para apresentação sendo este o bairro de maior concentração, com 40% dos idosos.
dos dados referentes à avaliação funcional e morbidade auto-referida.
Etapa 1. Avaliação da probabilidade de admissão hospitalar
O estudo compreendeu três etapas: 1. avaliação do risco de admissão
hospitalar; 2. avaliação do desempenho funcional; e 3. avaliação focada A maioria não apresentou risco de admissão hospitalar. Dentre os ido-
nos principais problemas para a análise dos indicadores de fragilidade. sos avaliados, 12% apresentaram risco que variou entre baixo, médio e
alto. Intervir neste grupo implica diminuir o número de internações e, con-
As etapas 1 e 2 foram executadas por uma assistente social e uma en- sequentemente, custos decorrentes da taxa de ocupação de leitos e taxa
fermeira que, após treinamento, aplicaram instrumentos específicos da de permanência, que nos idosos é sempre maior que nos demais estratos
prática geriátrica para rastrear déficits funcionais e identificar riscos de etários.
internações hospitalares.
Etapa 2. Avaliação do desempenho funcional
A etapa 3 foi executada por uma geriatra, que analisava a avaliação i-
nicial e imediatamente realizava uma avaliação focada nos principais pro- Para apresentar os dados referentes ao desempenho funcional, sele-
blemas detectados, com o objetivo de estabelecer condutas adequadas aos cionamos as variáveis que mais se destacaram e podem ser visualizadas
idosos com indicadores de fragilidade. no gráfico 1: acuidade visual, acuidade auditiva, continência urinária, ativi-
dades da vida diária, nutrição, estado mental, distúrbios do humor, ambien-
Na etapa 1, para avaliar a probabilidade de admissão hospitalar, foi a- te domiciliar e suporte social.
plicado um instrumento composto de oito variáveis analisadas em um
pacote estatístico, com o objetivo de identificar aqueles idosos com maior Gráfico 1 - Número de idosos que apresentaram comprometimento
risco de recorrer à hospitalização em decorrência de quadros agudos.4 quando avaliadas as áreas de visão, audição, continência urinária, ativida-
de de vida diária, estado mental, humor, estado nutricional e problemas no
Este conjunto de variáveis, denominado Triagem Rápida, passou por domicílio.
uma tradução direta a partir de seu original na língua inglesa e seu uso
oferece algumas vantagens, como: ser de fácil e rápida aplicação, com
duração média de dois minutos, e de fácil compreensão tanto para o entre-
vistador como para o idoso.12
Na etapa 2, para a avaliação do desempenho funcional, foi utilizado um
instrumento que contempla onze áreas funcionais. São elas: visão, audição,
função de braços e pernas, continência urinária, nutrição, estado mental,
distúrbio do humor, atividades de vida diária, ambiente no domicílio e
possibilidade de suporte social.11 Ainda nesta etapa eram colhidas informa-
ções acerca das principais patologias apresentadas pelo idoso. Estes eram
arguidos sobre a presença ou não das seguintes condições: tonteira, perda
visual, AVC, tremor, hipercolesterolemia, diabete mellitus, problema uriná-
rio, hipertensão arterial, catarata, perda auditiva, perda ponderal, glaucoma, Acuidade visual
esquecimento e distúrbios osteoarticulares.
No que tange à perda visual, 13,6% apresentaram déficit no teste. Este
Terminadas essas avaliações, o idoso passava a etapa 3, para uma problema foi frequente entre os idosos, seja pelas alterações funcionais
consulta com a geriatra que, de posse desse conjunto de informações, induzidas pelo envelhecimento, seja pela maior prevalência de doenças
apresentava a impressão diagnóstica, estabelecia condutas pontuais e o comprometendo a visão.
encaminhava, quando necessário, para uma avaliação geriátrica ampla em
consultório especializado. Nos EUA, para cada grupo de 1000 pessoas entre zero e 54 anos, 6,01
apresentam algum grau de perda visual. Entre 55 e 84 anos, esse número
A pesquisa foi conduzida dentro dos preceitos éticos da Resolução de sobe para 104 pessoas em cada 1.000, e é de 216 pessoas em cada 1.000
Helsinki e das normas da Resolução nº 196/1996, da Comissão Nacional indivíduos acima de 85 anos. A perda visual é a terceira causa de depen-
de Ética em Pesquisa (CONEP). dência para a realização de atividades de vida diária entre idosos nos
EUA.26
RESULTADOS
Grande parte dessa perda visual não chega a ser diagnosticada e, por-
Inicialmente será apresentado o Perfil sociodemográfico dos idosos a-
tanto, não recebe tratamento, somando-se e agravando outras incapacida-
valiados. A seguir, os resultados serão apresentados de acordo com cada
des funcionais. Dentre as alterações visuais devidas ao envelhecimento e
etapa do estudo: etapa 1. avaliação do risco de admissão hospitalar; etapa
as secundárias a outras patologias, as maiores causas de perda visual
2. avaliação do desempenho funcional; e etapa 3. avaliação focada nos
entre idosos são: degeneração senil da mácula, retinopatia diabética,
principais problemas para a análise dos indicadores de fragilidade.
glaucoma e catarata.
Perfil sociodemográfico dos idosos avaliados

Conhecimentos Específicos 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Perracini22 acrescenta que as complicações provocadas pela perda vi- No grupo estudado, o percentual de idosos com comprometimentos
sual são numerosas e podem ter graves consequências médicas, além do nas atividades de vida diária era muito pequeno, porém necessariamente
forte impacto sobre a qualidade de vida do idoso. Incluem maior tendência deveria ser avaliado de maneira abrangente, evitando assim a instalação
a quedas, com todo o seu cortejo mórbido; intoxicações alimentares e de problemas maiores.
mesmo envenenamentos pela dificuldade para ler rótulos e os prazos de
validade de medicamentos. Ademais, pode favorecer a ocorrência de Nutrição
acidentes no domicílio, ao se tropeçar em tapetes e objetos baixos e não Entendida como um desvio do equilíbrio nutricional em um indivíduo, a
perceber desníveis e degraus. Também são muito comuns os acidentes na desnutrição pode se caracterizar tanto pela falta como pelo excesso de um
rua que ocasionam quedas e atropelamentos. ou mais nutrientes no organismo.23
A menor velocidade para a leitura e diminuição da abrangência do A nutrição é um importante determinante de saúde, adequada capaci-
campo visual, traduzidos como dificuldade para ler, levam à perda de dade funcional física e cognitiva, vitalidade, qualidade de vida e longevida-
interesse por uma atividade prazerosa e importante instrumento de integra- de. A quantidade e a variedade dos alimentos e a integração social promo-
ção social e atualização. Todos esses fatores favorecem a depressão, o vida durante as refeições são importantes para o bem-estar psicológico das
isolamento social, agravam co-morbidades e disfunções já presentes. Um pessoas. Quando há restrições a uma dieta equilibrada, sobrevém a desnu-
cuidadoso exame oftalmológico deve ser estimulado e repetido anualmente, trição, com os efeitos deletérios sobre a saúde e o bem-estar que acarreta.
para identificar e corrigir, sempre que possível, esse agravo.
A carência global ou de um dos nutrientes necessários a homeostasia
Acuidade auditiva provoca fragilidade, incapacidade funcional, agravação de co-morbidades
A presbiacusia é a terceira causa de incapacidade funcional em idosos, existentes, queda da vitalidade e susceptibilidade a novas doenças, aumen-
com maior prevalência entre os homens. É um processo relacionado ao to da morbidade e da mortalidade.
envelhecimento quando não tiver sido causado por acidente de trabalho ou A desnutrição por excesso inclui a hipervitaminose e a obesidade. O-
doença.15 De grande importância dentre as afecções que acometem os besidade é a forma mais comum de desnutrição entre idosos independen-
idosos, gera sentimentos de menor valia e inadequação, levando ao isola- tes, e pode mascarar uma carência protéica que é relativamente frequente,
mento social, à depressão, e assim como a deficiência visual, também é grave e induz a um pior prognóstico nos casos de acidentes, doenças
responsável pelo grande número de acidentes domésticos e na rua. agudas, cirurgias e fraturas.
O mesmo autor sustenta que não há tratamento clínico ou cirúrgico pa- As formas mais frequentes de desnutrição no idoso são a obesidade, a
ra recuperação da audição. O uso de órteses e técnicas de reabilitação osteoporose e a hipoproteica. Agravam as doenças cardíacas, o câncer, o
soluciona parcialmente o problema, pois nem todos os deficientes auditivos AVC, o diabetes, e a osteoporose, doenças entre as dez principais causas
vão se beneficiar dos mesmos. Mesmo dentre aqueles que poderiam se de morte nos idosos. Contribuem para a desnutrição: a desinformação, a
beneficiar do uso das órteses, muitos não o fazem, seja pelo alto custo, pobreza, a dificuldade para mudar hábitos alimentares errôneos, a presen-
pelo preconceito, pela dificuldade de lidar com os controles e pelo pequeno ça de doenças crônicas, incapacidades funcionais, isolamento social,
benefício em locais ruidosos. Com todas as dificuldades, o uso correto e polifarmácia, depressão, distúrbios cognitivos e desregulação do mecanis-
bem orientado das órteses pode recuperar uma boa qualidade de vida para mo de controle do apetite. A abordagem da desnutrição se faz, entre outras
idosos totalmente isolados e deprimidos. coisas, com campanhas educativas e de esclarecimento, visitas regulares
Continência urinária ao geriatra, para identificação de desnutrição e suas causas, e orientação
nutricional para seu tratamento.
A incontinência urinária é uma das grandes síndromes geriátricas, fre-
quentemente negligenciada, subdiagnosticada e com alto grau de morbida- Estado mental
de direta e indireta. Por ser uma situação que causa constrangimento, não Os testes de rastreio de declínio cognitivo têm o objetivo de detectar
costuma ser mencionada às equipes de saúde, tendo que ser ativamente pessoas que possivelmente estão começando a apresentar perdas. Uma
buscada. O desconforto gerado determina isolamento social e perda da das razões importantes para a utilização destes em idosos é identificar em
auto-estima.13,14,19 estágio inicial algum tipo de demência.7
Os mesmo autores acrescentam que a incontinência urinária não trata- A demência é hoje um dos grandes problemas de saúde pública e seu
da predispõe a infecções genito-urinárias que podem levar a uro-sepse, diagnóstico depende, além de uma avaliação clínica, do uso de testes que
maceração da pele facilitando a candidíase e formação de escaras; inter- demonstrem o declínio da memória, da percepção, linguagem, atividades
rompe o sono e predispõe a quedas, sendo um dos principais fatores que motoras, abstração e planejamento.1
levam à institucionalização do idoso.
Apesar de a doença poder acometer pessoas mais jovens, geralmente
Existe tratamento eficaz, tanto clínico como cirúrgico, fato desconheci- é após os 60 anos que este problema começa a se manifestar. A demência
do por muitos idosos que sofrem as consequências danosas desse agravo é uma doença, que apesar de todas as alterações que surgem, tem dura-
quando poderiam ter uma vida mais saudável e de melhor qualidade pela ção média de oito a dez anos após o aparecimento dos sintomas, podendo,
intervenção correta. em alguns casos, apresentar uma expectativa de até vinte anos.
Atividades de vida diária Muitas vezes o diagnóstico da doença não acontece por falta de co-
A independência e dependência não são condições individuais. São si- nhecimento deste processo por parte dos clínicos e, quando diagnosticada
tuações que estão relacionadas à existência de outra pessoa ou a alguma corretamente, pode evitar uma série de outros problemas, como a condu-
coisa. São condições que variam em seus aspectos gerais, tais como ção inadequada do quadro, o uso de medicação ineficaz, o atraso na ado-
afetividade, finanças, estado físico e cognitivo. Por exemplo, uma pessoa ção de medidas de suporte ao idoso e à família, que oneram sobremaneira
pode estar temporariamente dependente de outra por alguma limitação o setor saúde.
física, ao passo que outra pode ser complemente dependente por inabilida- Distúrbios do humor
de cognitiva.
Um outro problema de igual importância na avaliação do idoso é a
O importante, porém, é não associar as sucessivas perdas, que comu- depressão, muita vezes, não diagnosticada. Os distúrbios depressivos são
mente acometem os idosos, à perda de autonomia, visto que se trata de um as formas mais frequentes de alteração do humor em pessoas idosas. O
conceito inerente à capacidade de tomar decisões. reconhecimento desta patologia nos idosos é em geral difícil. Razão disto é
A dependência é um dos maiores problemas do envelhecimento. o fato de que os sintomas são, erroneamente, confundidos com
Muitas vezes se configura em perda de espaço, de valores, de comportamentos esperados em pessoas idosas. Por outro lado, as
autodeterminação, etc. Geralmente, decorre da condição de fragilidade, ou deteriorações cognitivas podem dificultar o estabelecimento de um
seja, idosos mais vulneráveis às situações adversas e que afetarão o diagnóstico preciso.
desempenho nas atividades de vida diária.

Conhecimentos Específicos 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
No teste de rastreio aplicado na amostra, 32% apresentavam estado tos sociais.16 No grupo estudado, a prevalência foi de 22,4%, valor que se
sugestivo da doença, o que requer melhor avaliação para fechar um encontra dentro da projeção estimada na literatura.
diagnóstico e estabelecer o tratamento.
Diabetes Mellitus
Ambiente no domicílio
A diabetes mellitus, embora em menor número de casos, faz com que
Os problemas no domicílio, tais como escadas sem corrimão, ilumina- a alta morbidade que determina, se não for adequadamente tratada e
ção inadequada e tapetes soltos, são em grande parte responsáveis pelos acompanhada, a coloque como um dos principais agravos entre idosos
acidentes domésticos, podendo assim ocasionar quedas e problemas avaliados. Nos EUA a prevalência de DM em indivíduos acima de 60 anos
maiores, como as fraturas.21 incluídos em estudo da ADA de 1997 foi de 25%; destes, aproximadamente
50% foram diagnosticados no momento do estudo. No grupo estudado, a
Investigar estas condições é fundamental para a prevenção de proble- prevalência foi de 14,7%.
mas maiores que podem influenciar negativamente no desempenho das
atividades de vida diária. Desta forma, a equipe fornecia orientações sobre Por não ter a apresentação clássica dos indivíduos mais jovens, pode
proceder nestes casos. Nos idosos aqui avaliados, 34% relataram alguma passar longo período sem ser diagnosticada, o que favorece o surgimento
alteração no domicílio. de suas complicações, como retinopatia, nefropatia e neuropatia diabéticas,
responsáveis por condições clínicas altamente desfavoráveis, perda da
Suporte social capacidade funcional, tratamentos onerosos e reinternações frequentes e
A ausência de suporte social hoje, em nosso país, parece constituir um demoradas, por causa de suas complicações. Também está associada a
grande problema, visto que não temos referências acerca dos recursos maiores incidência e gravidade das infecções de repetição, hipertensão
existentes para a população idosa. No estudo realizado, apesar de a maio- arterial e doença arterial coronariana.9,18
ria dos idosos contar com uma rede composta por familiares, 11,5% da Hipertensão arterial
amostra não contavam com este recurso. Isto vai incidir no uso indiscrimi-
nado de recursos e numa busca de atenção fragmentada e sem o devido A hipertensão arterial sistêmica está fortemente ligada à ocorrência de
acompanhamento. graves eventos cardiovasculares, como acidente vascular encefálico (maior
causa de dependência e óbito na faixa etária acima dos 60 anos), doença
Etapa 3. Avaliação focada nos principais problemas para a análise arterial coronariana, insuficiência cardíaca congestiva, insuficiência renal
dos indicadores de fragilidade crônica – todas doenças de alta morbidade, tratamento e acompanhamen-
Nesta etapa do estudo, a partir da morbidade auto-referida pelos 285 tos longos e altamente dispendiosos e que causam frequentes reinterna-
idosos, são elencados os principais problemas apresentados pelos sujeitos, ções.
a saber: hipercolesterolemia, tonteira, diabetes mellitus, hipertensão arteri- Seu tratamento inclui, além de terapêutica medicamentosa, prática re-
al, catarata, depressão, esquecimento, distúrbios osteoarticulares e que- gular de atividade física, dieta para redução e/ou manutenção do peso
das. A distribuição percentual desses problemas está representada adequado e acompanhamento frequente dos níveis pressóricos.3,5
no gráfico 2, e os problemassão discutidos a seguir. Nesta etapa também é
apresentada Avaliação Geriátrica Global. Na amostra avaliada, 56% dos idosos apresentaram quadro de hiper-
tensão, muitos dos quais com uso incorreto de medicação ou com dose
Gráfico 2 - Número de idosos que referiram problemas de hipercoles- com necessidade de ajustes.
terolemia, tonteira, diabetes mellitus, hipertensão arterial catarata, história
de depressão, queixa de esquecimento, queixas oestoarticulares e quedas. Catarata
Uma das principais causas de diminuição da acuidade visual no idosos
é a catarata, opacidade do cristalino que ocorre progressiva e lentamente
com o avançar da idade, embora possa ter outras etiologias. No grupo
estudado, a prevalência foi de 29,1%.
Como é um agravo lentamente progressivo, pode passar despercebido
para o idoso, devido aos mecanismos de compensação de que ele, incons-
cientemente, lança mão. A opacidade do cristalino diminui a passagem de
luz, levando à diminuição da acuidade visual, dificuldade de adaptação a
ambientes de alta luminosidade, alteração da percepção das cores, perda
da sensibilidade para o contraste e diminuição da percepção de distância e
profundidade. Todas essas alterações são facilmente corrigidas através de
cirurgia com implante de lentes artificiais, um custo bastante pequeno, se
comparado aos custos das consequências de uma catarata não tratada.26
Depressão
Hipercolesterolemia
A depressão é um problema geralmente subdiagnosticado. O
A hipercolesterolemia aparece em 45% dos idosos avaliados na amos- profissional deve estar atento ao comportamento apresentado pelo idoso,
tra. Sua ligação com doenças cardiovasculares e síndrome metabólica bem como aos demais aspectos biológicos e sociais que possam estar
enfatiza a importância do tratamento desta condição e a necessidade de interferindo nas condições de sua saúde.
acompanhamento regular para seu controle adequado.
Dentre as morbidades auto-referidas, 12% da amostra chegaram com a
Tonteira história pregressa de depressão. Alguns em tratamento isolado, outros sem
medicações; No entanto, nenhum estava sendo acompanhado por um
Tonteira é uma queixa muito frequente entre idosos e pode estar rela-
geriatra.
cionada a diversos fatores, dentre os quais efeitos colaterais de medica-
mentos e alterações no equilíbrio, devido a uma variedade de problemas Queixa de esquecimento
como alterações vestibulares, deficiência de vitamina B12, alterações
degenerativas da coluna cervical, déficits visuais e disfunções do sistema As queixas de esquecimento são em geral, muito comuns nas pessoas
nervoso central. Sua prevalência varia de 4 a 30% dos indivíduos acima de idosas. Entretanto, tal situação acaba por passar despercebida na família e,
65 anos, sendo mais frequente entre as mulheres. Está relacionada a em alguns casos pelo próprio profissional da área da saúde. No estudo
diversos agravos entre os idosos, além de piorar a qualidade de vida, pelas realizado, 44,2% relataram o problema.
limitações devidas ao medo de quedas, agravação de estados depressivos A queixa de esquecimento é tópico importante no campo da Geriatria,
e piora da auto-avaliação da saúde e diminuição da participação em even- devendo ser investigada e avaliada tanto na clínica, quanto com o uso de
instrumentos adequados. Uma queixa de esquecimento pode ser um sinali-

Conhecimentos Específicos 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
zador da instalação de declínio cognitivo ou de quadros mais importantes, mobilidade, o estado nutricional, uma avaliação psíquica que aborde as
como as demências.2 alterações de humor e uma avaliação do estado cognitivo.
Queixas osteoarticulares Neste estudo, a Avaliação Geriátrica Global é a fase final da etapa 03.
Essa atividade foi executada por uma geriatra, a partir da avaliação inicial
Os problemas osteoarticulares são responsáveis pela perda de quali- (etapas 1 e 2) e focando os principais problemas detectados (etapa 3). Uma
dade de vida, devido à dor crônica e de difícil resolução pelos métodos avaliação global neste grupo teria os seguintes objetivos: melhorar a acurá-
terapêuticos atualmente disponíveis. Mais de 80% dos indivíduos acima de cia do diagnóstico, otimizar o tratamento médico, melhorar o resultado das
55 anos têm evidências radiográficas de osteoartrite, a mais frequente das intervenções, melhorar a função e a qualidade de vida e reduzir o uso
causas de queixas osteoarticulares. As osteoartrites de quadril e joelho são desnecessário de serviços, a fim de estabelecer condutas adequadas aos
mais frequentes em mulheres e são as mais limitantes das doenças crôni- idosos com indicadores de fragilidade.
cas. Dentre os fatores modificáveis associados estão excesso de peso,
trauma, fatores mecânicos, fraqueza muscular, quantidade de massa Dentre os idosos da amostra, apesar de apenas 10% apresentarem ur-
óssea, baixos níveis de estrogênio e deficiências nutricionais.8 gência na avaliação geriátrica, foi observado que em 83% a avaliação
global poderia influenciar positivamente na conduta, através da indicação
Tal problema também favorece o isolamento social, pela dificuldade de de possíveis redirecionamentos nos tratamentos. Uma vez que este estudo
deambulação; perda da capacidade funcional levando à dependência; teve apenas um objetivo exploratório e por não ser este centro de convi-
depressão pela dor crônica e limitação funcional com restrição da mobilida- vência um espaço de intervenção, foi encaminhado ao médico responsável
de; predisposição a quedas com todo o seu cortejo mórbido. No grupo por cada idoso, um relatório desta Avaliação Geriátrica Global.
avaliado, a queixa osteoarticular afetou 62% da amostra, o que requer uma
avaliação adequada, como, por exemplo, testes de equilíbrio de marcha. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quedas A avaliação realizada com os idosos faz parte de um novo paradigma
na atenção ao idoso. Com este olhar, busca-se investigar de maneira
As quedas representam a principal causa de incapacidade entre os i- integral o ser que envelhece acometido por múltiplas patologias.
dosos.10 Entretanto, grande parte dos profissionais de saúde não se encon-
tra preparada para enfrentar tal realidade, seja quanto à prevenção seja A avaliação geriátrica, realizada de forma adequada, permite que se dê
quanto à necessidade de assistência imediata e adequada após a ocorrên- conta de um conjunto de fatores que se associam e levam à incapacidade
cia da queda. funcional. Assim, avaliar o idoso com o foco nas questões que poderão se
tornar um problema se constitui em chave para a otimização de recursos de
A queda não deve ser vista como um evento independente ou isolado, toda natureza.
e sim como um sintoma a ser investigado. Queda significa a perda do
equilíbrio postural, decorrente de fatores individuais isolados (aspectos A reabilitação de funções e a atenção focada nos problemas que são
próprios do envelhecimento, associados ou não com aspectos patológicos) buscados ativamente é fator preponderante para minimizar as condições
e/ou fatores de incapacidade de superar a instabilidade causada por fatores desfavoráveis e o alto custo para a atenção a este estrato etário.
ambientais.20
NOTAS
Os mesmos autores sustentam que as quedas em indivíduos com 60 a Médico, doutorado no Guy's Hospital da Universidade de Londres.
anos e mais de idade são tão frequentes que têm sido aceitas como uma
consequência inevitável, um efeito colateral “natural” do envelhecimento. Professor adjunto na UERJ, diretor da Universidade Aberta da Terceira
Tal observação repousa no fato de ocorrer cerca de uma queda por ano em Idade (UnATI). Pesquisador 1 do CNPq. E-mail: veras@uerj.br
30% dos idosos que vivem em casa, e 50% daqueles institucionalizados. b Enfermeira, doutorado em Enfermagem pela Escola de Enfermagem
Em torno de 47% das quedas ocorridas em idosos, surge algum tipo de Ana Ney da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pós-doutorado em
lesão e, destas, de 36 a 51% são caracterizadas como lesões graves. A Gerontologia pela Universidade de Jönköping, Suécia. Professora adjunta
taxa de mortalidade desses agravos é significativa, pois no grupo de indiví- na Faculdade de Enfermagem da UERJ e vice-diretora na Universidade
duos com 65 anos ocorrem cerca de 50 óbitos por 100.000 habitantes / Aberta da Terceira Idade (UnATI-UERJ). E-mail: celpcaldas@hotmail.com
ano. Aos 75 anos, esse coeficiente sobe para 150 óbitos por 100.000
c Médica, Hospital da Lagoa, Ministério da Saúde. E-
habitantes / ano e, aos 85 nos, eleva-se para 525 óbitos por 100.000 habi-
tantes / ano. mail: flacoelho@click21.com.br.
d Assistente Social, mestre em Psicopedagogia de La Educación pela
Em 53% dos casos nos quais não há evidências de ferimentos, não se
pode pensar em evento benigno, pois acarretam com frequência eventos Universidad de La Habana, especialidade Serviço Social do Idoso. E-
danosos ao idoso, relacionando-se, em especial, ao receio de uma nova mail: asanchez@terra.com.br
queda, com perda de confiança para caminhar, gerando diminuição da REFERÊNCIAS
mobilidade, por vezes forçada pelos familiares, profissionais de saúde, ou
até mesmo auto-imposta. Limitam, dessa forma, suas AVD e AIVD, com Almeida OP. Instrumentos para avaliação de pacientes com demência.
sérios riscos à sua saúde física e mental.10 Revista de psiquiatria clínica 1999; 26: 78-89.
As fraturas são as lesões mais temidas, sendo que as de colo de fêmur Almeida OP. Queixa de problema com a memória e o diagnóstico da
representam a principal causa de hospitalização aguda por queda. A taxa demência. Arq Neuropsiquiatr 1988: 56 (3-A):412-18
de mortalidade em ano após a queda chega a 50% e metade dos que
Bari M, Furberg CD, Psaty BM, Applegate WB, Pahor MM Hyperten-
sobrevivem fica totalmente dependente.
sion. In. Hazzard WR, et al, editors. Principles of Geriatric Medicine and
No grupo avaliado, 30% relataram história de quedas no último ano, Gerontology. 5th. New York: Mc Graw Hill; 2003. p.499- 09.
dentre os quais aproximadamente 7% com mais de três quedas em um
Boult C, Dowd B, McCaffrey D, Boult L, Hernandez R, Krulewitch H.
ano.
Screening elders for risk of hospital admission. J Am Geriatr Soc 1993;
Avaliação geriátrica global 41(8):811-7
A Geriatria, segundo o Royal College of Physicians of London (1996) é Brandão AP, Brandão AA, Freitas EV, Magalhães MEC, Pozzan R. Hi-
o “ramo da medicina que cuida dos fatores clínicos, sociais, preventivos e pertensão arterial no idoso. In: Freitas EV, et al, organizadores. Tratado de
de reabilitação, importantes na manutenção da saúde e da independência Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002. p. 249-
da população idosa, bem como do tratamento de suas doenças e incapaci- 262.
dades”.
Buchener DM, Wagner. Prevention frail health. Clin Geriatr Med 1992;
A avaliação global pode ser entendida como uma busca ativa de pro- 8:1
blemas. Para tanto, vai requerer uma avaliação funcional na qualk poderão
ser observadas as atividades básicas e instrumentais de vida diária, a
Conhecimentos Específicos 11 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Carameli P, Babosa MT. Como diagnosticar as quatro causas mais
frequentes de demência. Revista Brasileira de Psiquiatria 2002; 24 (supl I):
7-10 Sistema de Informação da Atenção Básica - SIAB
Fraenkel L, Felson D. Osteoarthritis. In. Hazzard WR, et al, editors. Sistema de Informação Atenção Básica é um sistema (software), desenvol-
Principles of Geriatric Medicine and Gerontology. 5th. New York: Mc Graw vido pelo DATASUS em 1998, cujo objetivo centra-se em agregar, armaze-
Hill; 2003. p. 961-972 nar e processar as informações relacionadas à Atenção Básica (AB) usando
como estratégia central a Estratégia de Saúde da Família (ESF).
Halter JB. Diabetes Mellitus. In. Hazzard WR, et al, editors. Principles
of Geriatric Medicine and Gerontology. 5th. New York: Mc Graw Hill;
É por meio das informações coletadas pelo software do SIAB que o Ministé-
2003. p. 855-873.
rio da Saúde toma decisões de gestão da Atenção Básica em nível nacional.
King MB. Falls. In. Hazzard WR, et al, editors. Principles of Geriatric Entretanto, o SIAB não deve ser compreendido e utilizado somente para
Medicine and Gerontology. 5th. New York: Mc Graw Hill; 2003. p. 1517- esse fim. Este sistema é parte necessária da estratégia de SF, pois contém
1529 os dados mínimos para o diagnóstico de saúde da comunidade, das inter-
venções realizadas pela equipe e os resultados sócio-sanitários alcançados.
Laches MS, Feinstein AR, Cooney LM, Drckamer MA, Marattoli RA, Ti- Dessa forma, todos os profissionais das Equipes de Atenção Básica (EAB)
netti ME. A simple procedure for general screening for functional disability in devem conhecer e utilizar o conjunto de dados estruturados pelo SIAB a fim
elderly patients. Ann Intern Méd 1990; 112(9): 699-706 de traçar estratégias, definir metas e identificar intervenções que se fizerem
Lourenço RA, Martins CSF, Sanchez MAS, Veras RP. Assistência am- necessárias na atenção da população das suas respectivas áreas de cober-
bulatorial geriátrica: hierarquização da demanda. Rev Saúde Pública 2005; tura, bem como avaliar o resultado do trabalho desenvolvido pela equipe.
39(2): 311-8
As fichas que estruturam o trabalho das EAB e que produzem os dados que
Maciel AC. Incontinência urinária. In: Freitas EV, et al, organizadores. compõem o SIAB são utilizadas para realizar o Cadastramento, Acompa-
Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; nhamento Domiciliar e para o Registro de Atividades, Procedimentos e
2002. p.635- 644 Notificações das pessoas adscritas nos territórios das EAB. Estas fichas são
organizadas conforme lista abaixo:
Mercado Rodriguez C. Incontinência urinária no idoso. In: Saldanha
AL, Caldas CP, organizadores. Saúde do idoso: a arte de cuidar. 2. ed. Rio
* Ficha para cadastramento das famílias (Ficha A);
de Janeiro: Interciência, 2004. p. 175-86.
Mills J. Age-related changes in the auditory system. In. Hazzard WR, * Ficha para acompanhamento (Fichas B);
et al, editors. Principles of Geriatric Medicine and Gerontology. 5th. New
York: Mc Graw Hill; 2003, p.1239-1251 Ficha de gestantes (Ficha B-GES);
Nanda A, Besdine R W, Dizziness. In. Hazzard WR, et al, editors. Ficha de hipertensos (Ficha B-HA);
Principles of Geriatric Medicine and Gerontology. 5th. New York: Mc Graw
Hill; 2003. p. 1543-1552. Ficha de diabéticos (Ficha B-DIA);
Nardi AE Questões atuais sobre depressão. São Paulo: Lemos
Editorial; 1998. Ficha de pessoas com tuberculose (Ficha B-TB);

Nasri F. Diabetes mellitus no idoso. In: Freitas EV, et al, organizado- Ficha de pessoas com hanseníase (Ficha B-HAN);
res. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2002. p. 496-501 * Ficha para acompanhamento da criança – Ficha C (Cartão da Criança);
Ouslander JG, Johnson II TM. Incontinence. In. Hazzard WR, et al,
editors. Principles of Geriatric Medicine and Gerontology. 5th. New York: * Ficha para registro de atividades, procedimentos e notificações (Ficha
Mc Graw Hill; 2003. p. 1571-1586. D).

Paixão Jr CM, Heckmann M. Distúrbios da postura, marcha e quedas. Antes de registrar/digitar as informações no SIAB, as fichas preenchidas
In: Freitas EV, et al, organizadores. Tratado de Geriatria e Gerontologia. pelos profissionais são consolidadas em três blocos centrais:
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002. p. 624-34.
* Cadastramento das famílias (Fichas A);
Pereira SEM, Buksman S, Perracie M, et al. Quedas em idosos. Socie-
dade Brasileira de Geriatria e Gerontologia; 2001.
* Relatório de Situação de Saúde e Acompanhamento das Famílias
Perracini MR. Planejamento e adptação do ambiente para pessoas i- (SSA);
dosas. In: Freitas EV, et al, organizadores. Tratado de Geriatria e Geronto-
logia: Guanabara Koogan; 2002. p. 798-807. * Relatório de Produção e Marcadores para Avaliação (PMA).
Sullivan D, Johnson LE. Nutrition and Aging. In. Hazzard WR, et al, Após registradas as informações o SIAB se torna uma fonte rica de dados
editors. Principles of Geriatric Medicine and Gerontology. 5th. New York: que abarca informações importantes e abrangentes na área da saúde que
Mc Graw Hill; 2003. p. 1151-1169. além de servir para auxiliar as EAB em seu processo de trabalho, serve
Veras RP, Lourenço RA, Martins CSF et al. Novos paradigmas do mo- também como fonte para vários tipos de pesquisas, para os órgãos gover-
delo assistencial no setor saúde: consequência da explosão populacional namentais, para as comunidades acadêmicas das áreas de enfermagem,
dos idosos no Brasil. In: Veras RP, organizador. Terceira idade: gestão medicina entre outros que utilizam tais dados a fim de compor pesquisas nas
contemporânea em saúde. Rio de Janeiro: UnATI-Relume-Dumará; 2002. áreas de saúde coletiva.
p. 11-79.
Veras RP. País jovem com cabelos brancos: a saúde do idoso no Bra- Conceito da estratégia saúde da família;
sil. 2. ed. Rio de Janeiro: Relume Dumará, UERJ; 1994.
A Estratégia Saúde da Família (ESF) visa à reorganização da atenção
Watson G. Assessment and rehabilitation of older adults with low vi- básica no País, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde, e é
sion. In. Hazzard WR, et al, editors. Principles of Geriatric Medicine and tida pelo Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais como estra-
Gerontology. 5th. New York: Mc Graw Hill; 2003. p. 1223-1237. tégia de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica por
favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de
Sistema de informação da atenção básica - SIAB; aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica, de

Conhecimentos Específicos 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ampliar a resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e Direitos dos Usuários do SUS
coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade. A “Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde” traz informações para que
você conheça seus direitos na hora de procurar atendimento de saúde. Ela
Um ponto importante é o estabelecimento de uma equipe multiprofissio- reúne os seis princípios básicos de cidadania que asseguram ao brasileiro
nal (equipe de Saúde da Família – eSF) composta por, no mínimo: (I) médi- o ingresso digno nos sistemas de saúde, seja ele público ou privado. A
co generalista, ou especialista em Saúde da Família, ou médico de Família e Carta é uma importante ferramenta para que você conheça seus direitos e,
Comunidade; (II) enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Famí- assim, ajude o Brasil a ter um sistema de saúde ainda mais efetivo.
lia; (III) auxiliar ou técnico de enfermagem; e (IV) agentes comunitários de
saúde. Podem ser acrescentados a essa composição os profissionais de Os princípios da Carta são:
Saúde Bucal: cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da 1. Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado aos sistemas
Família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal. de saúde
Visita domiciliar; 2. Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efetivo para seu
problema
As visitas domiciliares assumem papel fundamental na organi- 3. Todo cidadão tem direito ao atendimento humanizado, acolhedor e livre
zação do trabalho das equipes do Programa de Saúde da Família de qualquer discriminação
(PSF). Contudo, romper com o paradigma biomédico exige uma 4. Todo cidadão tem direito a atendimento que respeite a sua pessoa, seus
valores e seus direitos
vigilância nem sempre fácil ou simples, com o objetivo de ampliar o
5. Todo cidadão também tem responsabilidades para que seu tratamento
olhar do profissional. aconteça da forma adequada
Constituição de equipe da Saúde da família; 6. Todo cidadão tem direito ao comprometimento dos gestores da saúde
para que os princípios anteriores sejam cumpridos
As equipes são compostas por:
Lei nº 8142 de 1990
Resolução 333 de 2003
01 médico de família

01 enfermeiro Atribuições específicas do Agente Comunitário de Saúde - ACS;

01 auxiliar de enfermagem Atribuições específicas do Agente Comunitário de Saúde


Agente Comunitário de Saúde (ACS) mora na comunidade e está vinculado
05 a 07 agentes comunitários de saúde à USF que atende a comunidade. Ele faz parte do time da Saúde da Famí-
lia!
Quando ampliada conta ainda com:
Quem é o agente comunitário? È alguém que se destaca na comunidade,
01 dentista pela capacidade de se comunicar com as pessoas, pela liderança natural
que exerce. O ACS funciona como elo entre e a comunidade. Está em
01 auxiliar de consultório dentário contato permanente com as famílias, o que facilita o trabalho de vigilância e
promoção da saúde, realizado por toda a equipe. É também um elo cultural,
01 técnico em higiene dental que dá mais força ao trabalho educativo, ao unir dois universos culturais
distintos: o do saber científico e o do saber popular.
Controle Social; O seu trabalho é feito nos domicílios de sua área de abrangência. As atribu-
ições específicas do ACS são as seguintes:
Controle Social no SUS
- Realizar mapeamento de sua área;
A lei 8142/90, determina duas formas de participação da população na - Cadastrar as famílias e atualizar permanentemente esse cadastro;
gestão do Sistema Único de Saúde – SUS: Conferências de Saúde e
Conselhos de Saúde. Conferências de Saúde - no artigo 1º da 8142/90 - Identificar indivíduos e famílias expostos a situações de risco;
parágrafo 1º diz: - Identificar área de risco;

- A Conferência de Saúde reunir-se-á cada 4(quatro) anos com a represen- - Orientar as famílias para utilização adequada dos serviços de saúde,
tação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e encaminhando-as e até agendando consultas, exames e atendimento
propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis odontólogico, quando necessário;
correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, - Realizar ações e atividades, no nível de suas competências, na áreas
por este ou pelo Conselho de Saúde. prioritárias da Atenção Básicas;
Conselhos de Saúde – no artigo 1º da 8142/90 parágrafo 2º diz: - Realizar, por meio da visita domiciliar, acompanhamento mensal de todas
- O Conselho de Saúde, é um órgão colegiado de caráter permanente e as famílias sob sua responsabilidade;
deliberativo do Sistema Único de Saúde- SUS
- Estar sempre bem informado, e informar aos demais membros da equipe,
O colegiado do Conselho de Saúde é composto por:
sobre a situação das família acompanhadas, particularmente aquelas em
- 25% de representantes do governo e prestadores de serviços, 25% de
situações de risco;
profissionais de saúde e 50% de usuários, atua na formulação e proposi-
ção de estratégias e no controle da execução das políticas de saúde, - Desenvolver ações de educação e vigilância à saúde, com ênfase na
inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cuja decisões serão promoção da saúde e na prevenção de doenças;
homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera
de governo. - Promover a educação e a mobilização comunitária, visando desenvolver
ações coletivas de saneamento e melhoria do meio ambiente, entre outras;
A Resolução nº 333 de 04/11/2003, do Conselho Nacional de Saúde - Traduzir para a ESF a dinâmica social da comunidade, suas necessida-
aprova diretrizes para a Criação , reformulação , estruturação e funciona- des, potencialidades e limites;
mento dos Conselhos de Saúde.
- Identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possa ser
potencializados pela equipe

Conhecimentos Específicos 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Objetivos da estratégia saúde da família; VIII - Promoção e estímulo à participação da comunidade no controle
social, no planejamento, na execução e na avaliação das ações;
Um grande número de doenças que acometem os indivíduos é evitável por
ações preventivas já conhecidas e comprovadamente eficazes. É, portanto, IX - Acompanhamento e avaliação sistemática das ações implementadas,
fundamental que todos os cidadãos tenham acesso à prevenção destas visando à readequação do processo de trabalho.
doenças, por meio das ações básicas de saúde. Dessa forma, as equipes de saúde da família compostas por profissionais:
O Programa Saúde da Família e dos Agentes Comunitários de Saúde médico (1), enfermeiro (1), técnico de enfermagem (1 ou 2), agentes comu-
(cidadãos da própria comunidade que são treinados para realizar visitas nitários de saúde (até 12), dentista (1 para cada 2 ESF) e auxiliar de con-
domiciliares e orientar as famílias) leva até elas o acesso ao tratamento e à sultório dentário (1), cumprem seu papel tanto na unidade de saúde, quanto
prevenção das doenças. Estas equipes vão até os domicílios das pessoas no domicílio, estabelecendo o vínculo de corresponsabilidade com as
para reconhecer os principais problemas, evitando o deslocamento desne- famílias e facilitando a identificação. E, também o atendimento e o acom-
cessário às Unidades de Saúde e, juntos, procuram as melhores soluções panhamento dos agravos à saúde dos indivíduos e famílias da comunidade.
para enfrentar os desafios locais que possam determinar os problemas de Toda a equipe deverá cumprir uma carga-horária de 40 horas semanais.
saúde, antes que eles se instalem de modo mais grave.
Aleitamento materno, saúde mental, violência intra-familiar;
Junto com a comunidade, cada equipe deve elaborar um plano para enfren-
tar os principais problemas detectados e trabalhar para desenvolver a O aleitamento materno pode ser considerado uma prática natural, de-
educação em saúde preventiva, promovendo a qualidade de vida dos corrente do parto, voltada para nutrir o bebê. O leite materno provê todos os
habitantes daquela área. No documento “Saúde da Família: uma estratégia nutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento dos recém-
para a reorientação do modelo assistencial” (Brasília – 1998) do Ministério nascidos até os seis meses de vida, sendo necessário complementar a
da Saúde, os objetivos da implantação do modelo de saúde da família são: alimentação do bebê com outros alimentos a partir dos seis meses . É
recomendado pela Organização Mundial de Saúde e pelo Ministério de
· Humanizar as práticas de saúde por meio da conquista do vínculo entre Saúde do Brasil que o aleitamento exclusivo (somente o leite materno, sem
os profissionais de saúde e a população; a necessidade de chás, água, sucos ou outros alimentos) seja oferecido por
seis meses, sendo complementado com outros alimentos por dois anos ou
· Identificar e intervir sobre fatores de risco em que a população esteja mais.
exposta;
O QUE É SAÚDE MENTAL?
· Prestar assistência integral, contínua, com resolutividade e boa qualida-
de às necessidades de saúde da população adscrita; A maior parte das pessoas, quando ouvem falar em “Saúde Mental” pen-
· Desenvolver ações intersetoriais visando o estabelecimento de parcerias; sam em “Doença Mental”. Mas, a saúde mental implica muito mais que a
ausência de doenças mentais.
· Contribuir para a democratização do conhecimento do processo saú- Pessoas mentalmente saudáveis compreendem que ninguém é perfeito,
de/doença, da organização dos serviços e da produção social da saúde; que todos possuem limites e que não se pode ser tudo para todos. Elas
· Estimular o reconhecimento da saúde como um direito de cidadania e vivenciam diariamente uma série de emoções como alegria, amor, satisfa-
expressão da qualidade de vida; ção, tristeza, raiva e frustração. São capazes de enfrentar os desafios e as
mudanças da vida cotidiana com equilíbrio e sabem procurar ajuda quando
· Estimular a organização da comunidade para que exerçam de maneira têm dificuldade em lidar com conflitos, perturbações, traumas ou transições
efetiva seu papel nas ações de controle social. importantes nos diferentes ciclos da vida.
A Saúde Mental de uma pessoa está relacionada à forma como ela reage
A Portaria Nº 648, de 28 de março de 2006, aprova a Política Nacional de
às exigências da vida e ao modo como harmoniza seus desejos, capacida-
Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a
des, ambições, ideias e emoções.
organização da Atenção Básica para o Programa de Saúde da Família
(PSF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Além das
TER SAÚDE MENTAL É...
características do processo de trabalho das equipes de Atenção Básica,
são características do processo de trabalho da Saúde da Família:
- Estar bem consigo mesmo e com os outros;
I - Manter atualizado o cadastramento das famílias e dos indivíduos e - Aceitar as exigências da vida;
utilizar, de forma sistemática, os dados para a análise da situação de saúde - Saber lidar com as boas emoções e também com aquelas desagradáveis,
considerando as características sociais, econômicas, culturais demográfi- mas que fazem parte da vida;
cas e epidemiológicas do território; - Reconhecer seus limites e buscar ajuda quando necessário;
II - Definição precisa do território de atuação, mapeamento e reconhecimen- Violência intrafamiliar
to da área adscrita, que compreenda o segmento populacional determinado
com atualização contínua; Toda omissão que prejudique o bem estar, a integridade física ou psicológi-
III - Diagnóstico, programação e implantação das atividades segundo ca ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de outro membro da
critérios de risco à saúde, priorizando solução dos problemas de saúde família. Pode ser cometida dentro ou fora de casa por membro da família,
mais frequente; incluindo pessoas que passam assumir função parental, ainda que sem
laços e consanguinidade.
IV - Prática do cuidado familiar ampliado, efetivada por meio do conheci-
mento da estrutura e da funcionalidade das famílias, que visa propor inter- Dengue;
venções que influenciem os processos de saúde-doença dos indivíduos,
das famílias e da própria comunidade; Dores na cabeça, nos músculos e nas articulações, febre, comprometi-
mento das vias aéreas superiores e até hemorragias são alguns sintomas do
V - Trabalho interdisciplinar e em equipe, integrando áreas técnicas e
dengue.
profissionais de diferentes formações;
Dengue é uma doença das regiões tropicais e subtropicais, causada por
VI - Promoção e desenvolvimento de ações intersetoriais, buscando parce-
quatro tipos de vírus e transmitida por mosquitos do gênero Aedes, princi-
rias e integrando projetos sociais e setores afins, voltados para a promoção
palmente A. aegypti, também transmissor da febre amarela. O mosquito se
da saúde, de acordo com prioridades e sob a coordenação da gestão
infecta ao picar uma pessoa contaminada, nos três dias seguintes à mani-
municipal;
festação dos sintomas, e incuba o vírus durante oito a 11 dias antes de
VII - Valorização dos diversos saberes e práticas na perspectiva de uma poder transmiti-lo a outra pessoa, por meio de gotículas de saliva que pene-
abordagem integral e resolutiva, possibilitando a criação de vínculos de tram na pele da vítima. Uma vez infectada, a vítima fica imunizada contra
confiança com ética, compromisso e respeito; aquele tipo de vírus, mas pode contrair os três restantes.

Conhecimentos Específicos 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O vírus instala-se quase sempre no fígado, rins ou baço, e os sintomas com baunilha, cumaru, chocolate, extratos de frutas e outros compostos
manifestam-se cerca de uma semana após a picada, para desaparecer por perfumados.
volta do quinto dia. Na forma mais grave da doença, o dengue hemorrágico,
que pode provocar choque e até morte, ocorre hemorragia gastrintestinal e Cultivo e beneficiamento. Vários tipos de solo prestam-se ao cultivo do
das mucosas. Não existe tratamento específico para o dengue; a terapia fumo, muito difundido no mundo inteiro. Os que garantem, porém, melhor
consiste em aliviar os sintomas. As pessoas suspeitas de ter contraído a qualidade são os de textura de leve a média, de boa profundidade, bem
doença devem ser isoladas temporariamente e protegidas por cortinados e drenados, com fertilidade média e pH entre 5,2 e 5,7. Os solos de textura
repelentes, a fim de evitar a propagação. A forma de combate mais eficiente mais fina, com elevado teor de argila, produzem fumos mais fortes, para
consiste na erradicação do mosquito transmissor, pelo aterro de alagados, e charutos ou fumo de corda, enquanto dos mais arenosos se obtêm fumos
por saneamento e pulverização com inseticidas das áreas infestadas, além leves, apropriados à fabricação de cigarros.
da educação sanitária.
Controle do Tabagismo; A adubação deve ser equilibrada, segundo as necessidades da planta e
o potencial do solo, e consta sobretudo de nitrogênio, fósforo e potássio.
Geralmente, o plantio inicial é feito em sementeiras, de onde as mudas são
Uma das consequências da descoberta da América, para os europeus, transferidas para o local definitivo ao atingirem uma altura média de vinte
foi o conhecimento do fumo, originário desse continente e cujo uso, comum centímetros. A distância entre as fileiras e de uma planta para outra varia de
entre os aborígines, estendeu-se por todo o mundo, apesar de seus efeitos acordo com o tipo em cultivo. Para melhor controle da qualidade do fumo,
nocivos à saúde. utilizam-se a capação e a desbrota, que consistem na eliminação da inflo-
rescência e dos brotos.
Fumo, ou tabaco, é uma planta herbácea anual da família das solaná-
ceas -- a que também pertencem o tomate, a batata, a berinjela e o pimen- Desde a sementeira até o fim de seu ciclo, o fumo está sujeito a grande
tão -- e do gênero Nicotiana (designação dada por Lineu em homenagem a número de pragas: nematóides, insetos, fungos e vírus. A praga principal é o
Jean Nicot, embaixador da França em Lisboa, e a quem se atribui a introdu- mandarová, lagarta que devora as folhas e contra a qual são eficazes os
ção do fumo na Europa). As folhas de fumo, preparadas de várias maneiras, inseticidas fosforados. Para evitar os nematóides, o meio adequado é o da
são fumadas, cheiradas ou mascadas. A palavra tabaco vem do árabe tabaq rotação de culturas, alternando-se o fumo com outras plantas não sensíveis
ou tubaq, designativo de plantas que tonteavam e adormeciam, e foi usada a esses vermes. Pulverizações com fungicidas do grupo dos carbamatos
pelos europeus para identificar as folhas (e, por extensão, a planta) que controlam a mela e o mofo azul, moléstias que podem destruir a sementeira.
embriagavam os antilhanos, quando fumadas.
A colheita é feita sempre manualmente, folha por folha, quando estas a-
O gênero abrange cerca de sessenta espécies, mas as que se cultivam tingem a maturação, evidenciada pela mudança de cor, do verde para o
com fins industriais são a N. tabacum, a mais importante, e N. rustica. Os amarelo. À medida que são colhidas, as folhas são enfiadas pelo pedúnculo
indígenas americanos plantavam, além dessas, N. bigelovii, N. attenuata e num cordão fino e levadas para a secagem ou cura, primeira das duas
N. trigonophylla. A espécie N. tabacum apresenta sistema radicular pivotan- etapas do beneficiamento, que pode ser feita em estufa ou pelo ar, em
te, com abundantes raízes secundárias. O caule, de um a três metros de galpões.
altura, é herbáceo ou semilenhoso. As flores são róseas e as sementes,
marrons, são minúsculas: a cápsula que as encerra contém de 2.500 a Usa-se a secagem em estufa, mediante a aplicação de ar quente duran-
3.000 unidades. te quatro ou cinco dias, para a produção do fumo claro. A secagem em
galpão, muito mais lenta, destina-se à produção de fumo preto. Em seguida,
As folhas, grandes, elípticas, acuminadas e sésseis, têm o limbo reco- as folhas, classificadas segundo a cor, o tamanho e a integridade, são
berto de pêlos e de uma substância gomosa característica. Medem entre reunidas em manocas (molhos) de 12 a 25 unidades, atadas com outra folha
quarenta e setenta centímetros mas podem, de acordo com a variedade e e submetidas à etapa seguinte, a da fermentação, destinada a reduzir a
com a fertilidade do solo, chegar a um metro de comprimento. A N. tabacum percentagem de nicotina, aumentar a combustibilidade do fumo e uniformi-
tem numerosos tipos e variedades, que se ampliam continuamente mediante zar sua coloração. Finalmente, o fumo é reunido em fardos para a industria-
a criação de linhagens híbridas, originadas das formas ancestrais: havanen- lização ou a exportação.
sis, brasiliensis, virgínica e purpúrea. No Brasil, as variedades mais conheci-
das são, para cigarros, coker, maria, sês, rippel, herval baixo e dixie bright; Produção e subprodutos. A produção global de fumo manteve-se em
para charutos, brasil-bahia, virgínia, sumatra e havana; e para fumo em crescimento nos últimos decênios do século XX. A partir de meados da
corda, goiano, jordão e jorginho. década de 1970, a China empurrou os Estados Unidos para o segundo lugar
da produção mundial. Vinham em seguida a Índia e o Brasil, este com a
Tipos de fumo. Segundo seu emprego, o fumo classifica-se em três ca- maior produção da América Latina, seguido do México, Argentina e Colôm-
tegorias: tabaco de mascar, de aspirar (rapé) e de fumar. Os dois primeiros, bia. A de Cuba foi reduzida pelos problemas do mofo azul.
amplamente empregados no passado, hoje são de uso restrito. Quase todo
o tabaco atualmente cultivado destina-se à produção de cigarros, charutos, No Brasil, o cultivo de fumo ocorre em todas as regiões. Os maiores
fumo para cachimbo e fumo de corda, também chamado fumo de rolo, produtores são os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e
consumido sobretudo em zonas rurais. A obtenção de cada um desses tipos Minas Gerais. A indústria fumageira do país é o maior contribuinte do Impos-
resulta de condições específicas de cultivo e beneficiamento. to sobre Produtos Industrializados (IPI), que por sua vez representa mais da
metade na formação do preço dos cigarros.
Diversas qualidades de fumo entram na composição dos cigarros, con-
forme o produto desejado. De uma mistura padrão participam vários subti- Entre os subprodutos do fumo destacam-se os resíduos, a nicotina, o
pos, cada um com características peculiares de aroma, sabor, combustibili- óleo da semente e os aromatizantes. Todos os resíduos, inclusive as hastes,
dade etc. Nos cigarros leves e claros, por exemplo, o gosto definitivo é dado podem ser transformados em valioso adubo orgânico. A nicotina, alcalóide
pela adição de adoçantes como cacau, mel e outros. extraído por processos químicos, é usada sob a forma de sulfato de nicotina
como inseticida agrícola. Pode ser obtida a partir de folhas imprestáveis,
Das variedades destinadas ao charuto, exigem-se aroma, coloração e resíduos ou fumos cultivados especialmente para tal fim. Pela oxidação da
textura que só se obtêm em condições muito especiais. É por isso que nicotina e tratamentos subsequentes produz-se o ácido nicotínico, também
certos fumos, como os de Cuba, da Bahia ou de Sumatra são famosos em chamado niacina ou fator P-P, droga usada no tratamento da pelagra e em
todo o mundo. Os métodos de cultivo e de cura são específicos para a certos casos substituída, com a mesma finalidade, pela nicotinamida ou
produção de um bom fumo de charuto e o tratamento final de fermentação vitamina B3.
das folhas curadas dá o toque final para que o tabaco assim obtido tenha
exclusivamente essa finalidade. As misturas empregadas para o fumo de O óleo das sementes, extraído por pressão ou com o emprego de sol-
cachimbo recebem tratamento que lhes confere maciez e são aromatizadas ventes, é utilizado pela indústria de sabões, tintas e vernizes. Purificado e

Conhecimentos Específicos 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
desodorizado, é comestível. A torta da extração do óleo, rica em proteínas, partir da proposição do SUS e respeitando as características da nova
pode ser usada em rações. Alguns tipos de fumo exalam, após a cura e a política de saúde.
fermentação, um aroma de interesse para a perfumaria. Tratados com éter
de petróleo, fornecem um resinóide odorífico usado em certos tipos de Na análise preliminar foram considerados os dados obtidos por intermédio
perfumes masculinos. dos estudos e pesquisas promovidos pela Área Técnica de Saúde da
Mulher para avaliar as linhas de ação desenvolvidas. Destaque para o
Balanço das Ações de Saúde da Mulher 1998-2002, o Estudo da Mortalida-
Tabagismo. Dá-se o nome de tabagismo ao consumo do fumo e à into- de de Mulheres em Idade Fértil, a Avaliação do Programa de Humanização
xicação, aguda ou crônica, decorrente desse hábito. O efeito nocivo do do Pré-natal e Nascimento, a Avaliação dos Centros de Parto Normal e a
tabaco ocorre sobretudo nos aparelhos respiratório, circulatório e digestivo, Avaliação da Estratégia de Distribuição de Métodos Anticoncepcionais.
assim como no sistema nervoso. Na mucosa brônquica, a fumaça do cigarro
provoca lesões do epitélio cilíndrico ciliado, das células secretoras de muco, Em seguida, a Área Técnica buscou a parceria dos diferentes departamen-
alterações da dinâmica etc. tos, coordenações e comissões do Ministério da Saúde. Incorporou as
contribuições do movimento de mulheres, do movimento de mulheres
O tabaco pode causar bronquite crônica, enfisema pulmonar e, embora negras e de trabalhadoras rurais, sociedades científicas, pesquisadores e
não existam ainda provas cabais, o câncer, sobretudo de pulmão. Entre os estudiosos da área, organizações não governamentais, gestores do SUS e
que fumam cachimbo ou mascam fumo picado, também parece haver maior agências de cooperação internacional. Por fim, submeteu a referida Política
incidência de câncer dos lábios, da boca e da faringe. Em vários países, à apreciação da Comissão Intersetorial da Mulher, do Conselho Nacional de
sobretudo a partir da década de l980, desencadearam-se campanhas desti- Saúde.
nadas a reduzir o aparecimento de novos fumantes na população jovem. Na Em julho de 2005, foram operacionalizadas as ações previstas no Plano de
Itália, proíbe-se toda e qualquer publicidade do fumo; no Reino Unido, Ação construído e legitimado por diversos setores da sociedade e pelas
interditou-se a propaganda na televisão. Nos Estados Unidos e, a partir de instâncias de controle social do Sistema Único de Saúde (SUS).
1989, no Brasil, são obrigatórias advertências nos maços de cigarros, em
anúncios e em pontos de venda. Destacamos que o Sistema Único de Saúde tem três esferas de atuação:
federal, estadual e municipal. O nível federal tem principalmente, as atribui-
Cartão Nacional do SUS; ções de formular, avaliar e apoiar políticas; normalizar ações; prestar coo-
peração técnica aos Estados, ao Distrito Federal e municípios; e controlar,
avaliar as ações e os serviços, respeitadas as competências dos demais
O Cartão Nacional de Saúde é um instrumento que possibilita a vinculação
níveis. A direção estadual do SUS tem como principais atribuições promo-
dos procedimentos executados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)
ver a descentralização de serviços; executar ações e procedimentos de
ao usuário, ao profissional que os realizou e também à unidade de saúde
forma complementar aos municípios; prestar apoio técnico e financeiro aos
onde foram realizados. Para tanto, é necessária a construção de cadastros
municípios. À direção municipal do SUS compete, principalmente, a execu-
de usuários, de profissionais de saúde e de unidades de saúde. A partir
ção, controle, avaliação das ações e serviços das ações de saúde.
desses cadastros, os usuários do SUS e os profissionais de saúde recebem
um número nacional de identificação. Programa Nacional de Imunização;

Saúde da Mulher;
O Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde do Brasil (MS)
O Programa “Assistência Integral à saúde da Mulher: bases de ação pro- foi criado em setembro de 1973 e institucionalizado pelo decreto nº 78.231
gramática” (PAISM) foi elaborado pelo Ministério da Saúde e apresentado de 12 de agosto de 1976 e divulga o Calendário Básico de Vacinação que
na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da explosão demográ- contempla imunobiológicos fornecidos gratuitamente à população e serve
fica em 1983, a discussão se pautava predominantemente sobre o controle de base para elaboração de calendários vacinais de outras instituições
da natalidade. O Ministério da Saúde teve um papel fundamental, pois como a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm) e a Sociedade Brasilei-
influenciou no âmbito do Governo Federal e este por sua vez, se posicionou ra de Pediatria (SBP). Em 18 de janeiro de 2012, o MS publicou o Novo
e defendeu o livre arbítrio das pessoas e das famílias brasileiras em relação Calendário Básico de Vacinação que traz as seguintes novidades: substitu-
a quando, quantos e qual o espaçamento entre os/as filhos/as. ição das duas primeiras doses da Vacina Oral contra Poliomielite (VOP)
Trata-se de um documento histórico que incorporou o ideário feminista para pela Vacina Injetável Inativada (VIP) e a introdução da vacina Pentavalente.
a atenção à saúde integral, inclusive responsabilizando o estado brasileiro No Brasil, em 1962, devido a sua eficácia, incidência mínima de reações
com os aspectos da saúde reprodutiva. Desta forma as ações prioritárias adversas e baixo custo, a VOP - também denominada Sabin, criada em
foram definidas a partir das necessidades da população feminina, o que 1961 a partir de vírus vivos atenuados - passou a ser utilizada em larga
significou uma ruptura com o modelo de atenção materno-infantil até então escala. Essa vacina apresenta como vantagens indiscutíveis a forte imuni-
desenvolvido. zação intestinal e a imunização dos comunicantes dos vacinados devido a
O PAISM, enquanto diretriz filosófica e política, incorporou também, princí- circulação do vírus na comunidade, além de ser mais facilmente adminis-
pios norteadores da reforma sanitária, a ideia de descentralização, hierar- trada (via oral) e menos onerosa para o Governo. Após a década de 1980,
quização, regionalização, equidade na atenção, bem como de participação alcançou grande cobertura nacional devido à implementação de campa-
social. Além disso, propôs formas mais simétricas de relacionamento entre nhas de vacinação, imortalizadas na figura do "Zé Gotinha", permitindo o
os profissionais de saúde e as mulheres, apontando para a apropriação, controle da doença, sendo que o último caso de paralisia infantil foi regis-
autonomia e maior controle sobre a saúde, o corpo e a vida. Assistência, trado em território nacional no ano de 1989. Ainda que relativamente raras,
em todas as fases da vida, clínico ginecológica, no campo da reprodução observou-se a ocorrência de reações vacinais graves após a administração
(planejamento reprodutivo, gestação, parto e puerpério) como nos casos de de doses de VOP, o que levou o Governo a introduzir no Calendário Básico
doenças crônicas ou agudas. O conceito de assistência reconhece o cuida- de Vacinação a VIP - também denominada Salk, foi a primeira vacina
do médico e de toda a equipe de saúde com alto valor às praticas educati- contra a paralisia infantil criada ainda em 1954 e constituída por vírus
vas, entendidas como estratégia para a capacidade crítica e a autonomia inativados pelo formaldeído - , esperando reduzir a incidência de paralisia
das mulheres. reacional, mais comum após as primeiras doses da vacina oral. Porém, a
terceira dose (aos seis meses) e os reforços anuais continuam a ser reali-
Em 2003 teve início a construção da Política Nacional de Atenção Integral à zados com o uso da VOP como forma de impedir a circulação do vírus
Saúde da Mulher - Princípios e Diretrizes, quando a equipe técnica de selvagem por via intestinal, promover a imunização de grupo - vantagens
saúde da mulher avaliou os avanços e retrocessos alcançados na gestão não obtidas com a vacina injetável - e permitir a continuidade da mobiliza-
anterior. ção nacional através da campanhas anuais de vacinação. Segundo a
Sociedade Brasileira de Imunização, a continuação do calendário vacinal
Em maio de 2004 o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de
com a VOP segue recomendação da Organização Pan-Americana de
Atenção Integral à Saúde da Mulher - Princípios e Diretrizes, construída a
Saúde (OPAS), que orienta aos países das Américas o uso da vacina oral,
com vírus atenuado, até a erradicação mundial da poliomielite, o que garan-

Conhecimentos Específicos 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
te uma proteção de grupo uma vez que o vírus ainda circula em cerca de Após ter sido considerada sob controle, a tuberculose ressurgiu na dé-
25 países. cada de 1990 como uma das principais doenças infecciosas letais. Em
alguns países, o aumento dramático do número de casos da doença deveu-
Já a Pentavalente, refere-se à junção da vacina Tetravalente (que confere se à disseminação da AIDS. Vinculado a esse fenômeno, o surgimento de
proteção contra as doenças bacterianas: Tétano, Difteria, Coqueluche além linhagens de bactérias resistentes aos medicamentos contra elas emprega-
de Meningite e outras doenças causadas pelo Haemophilus influenzae do dos ameaçava transformar a tuberculose num flagelo semelhante ao que
grupo B) à vacina contra a hepatite B. Essa medida visa reduzir o número varreu o mundo antes da descoberta dos antibióticos.
de injeções e facilitar a sua administração. A Pentavalente deverá ser
aplicada aos dois, quatro e seis meses de vida. Infelizmente, o componente Tuberculose é uma doença infecciosa crônica causada por várias espé-
Pertussis, responsável pela imunização contra Coqueluche e pela maioria cies de bactérias álcool-ácido-resistentes do gênero Mycobacterium. A forma
das reações vacinais adversas, continua a ser celular. Para reduzir tais clínica mais frequente da doença é a tuberculose pulmonar, causada pelo M.
reações, seria necessário substituir esse componente pelo acelular, já tuberculosis (bacilo de Koch), mas podem ocorrer lesões cerebrais (neurotu-
presente na rede particular ou nos CRIES - Centro de Referência de Imuni- berculose), osteoarticulares, cutâneas (lúpus) e ganglionares, produzidas
biológicos Especiais - onde pode ser administrado gratuitamente sob pres- ora pelo bacilo de origem humana, ora pelo bacilo de procedência bovina. O
crição médica. bacilo de Koch é uma bactéria extremamente pequena e resistente, em
forma de bastonete. Pode viver em condições de aridez por meses seguidos
A partir de 2013, será disponibilizada na rede pública a vacina Tetraviral e consegue resistir a desinfetantes de ação moderada.
que visa imunizar contra Caxumba, Rubéola e Sarampo (já contempladas
pela Tríplice Viral) e Varicela. A Tetraviral estará disponível para todas as Evolução da doença. A contaminação ocorre de duas formas: pela aspi-
crianças de 15 meses nascidas a partir de junho de 2012 e que já recebe- ração de bactérias expelidas pelo doente (via respiratória) ou pela ingestão
ram a primeira dose da Tríplice Viral. A dose única da vacina contra varicela de leite contaminado por M. bovis (via gastrointestinal). Ao tossir, espirrar e
protege contra as formas graves da doença, mas na rede particular conti- falar, o doente expele milhares de gotículas, cada uma das quais contém de
nuam a ser disponibilizadas duas doses da vacina, que devem ser adminis- um a quatro bacilos, capazes de permanecer várias horas em suspensão no
tradas com interval mínimo de três meses e imunizam contra todas as ar. Uma pessoa que inale essas gotículas pode ser infectada. Após o contá-
formas da doença. Além disso, segundo a SBIm, em até quatro anos, o gio, forma-se nos pulmões um foco de infecção de natureza exsudativa.
Governo pretende introduzir no Calendário Básico de Vacinação a vacina Surgem assim, como reação do organismo ao bacilo, as lesões microscópi-
Heptavalente, que unirá a Pentavalente à VIP e à vacina contra Meningite cas que dão nome à doença: os tubérculos, formados por um núcleo de
C conjugada. células e tecidos mortos destruídos pelas bactérias e rodeados por células
fagocitárias de defesa e por uma zona externa de tecido fibroso.
Bolsa Família;
A tuberculose pulmonar primária ocorre sobretudo em crianças. A infec-
Bolsa Família ção não apresenta sintomas e o indivíduo infectado desenvolve imunidade
O Programa Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda permanente. O foco inflamatório é absorvido, sofre transformação conjuntiva
que beneficia famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza em e calcifica-se. Em alguns casos, entretanto, o bacilo se dissemina rapida-
todo o país. O Bolsa Família integra o Plano Brasil Sem Miséria, que tem mente pelos pulmões, cai na corrente sanguínea e pode alcançar qualquer
como foco de atuação os 16 milhões de brasileiros com renda familiar per órgão do corpo, especialmente as meninges, onde causa a meningite tuber-
capita inferior a R$ 70 mensais e está baseado na garantia de renda, culosa. Essa doença, a tuberculose miliar, é de evolução rápida e altamente
inclusão produtiva e no acesso aos serviços públicos. letal.
Nos adultos, a tuberculose toma forma diferente. Os sinais mais claros
O Bolsa Família possui três eixos principais: a transferência de renda da doença são fraqueza, perda de peso e tosse persistente. Como esses
promove o alívio imediato da pobreza; as condicionalidades reforçam o sintomas não regridem, a saúde geral do paciente se deteriora. O avanço do
acesso a direitos sociais básicos nas áreas de educação, saúde e assistên- bacilo nos pulmões é lento. Ao invés de formar um nódulo duro e calcificado,
cia social; e as ações e programas complementares objetivam o desenvol- produz uma massa de aspecto queijoso que rompe os tecidos respiratórios e
vimento das famílias, de modo que os beneficiários consigam superar a forma cavidades nos pulmões. A doença ganha os brônquios, e o bacilo
situação de vulnerabilidade. pode então ser expelido pelo indivíduo. Se algum vaso sanguíneo é afetado,
o doente começa a tossir sangue.
Todos os meses, o governo federal deposita uma quantia para as famílias
que fazem parte do programa. O saque é feito com cartão magnético, As lesões podem atingir uma área pulmonar extensa, o que diminui a
emitido preferencialmente em nome da mulher. O valor repassado depende área disponível para a troca de gases na respiração. Se não for tratado, o
do tamanho da família, da idade dos seus membros e da sua renda. Há paciente morre por falha na circulação de ar, toxemia geral e exaustão. Em
benefícios específicos para famílias com crianças, jovens até 17 anos, alguns casos, a infecção se estende a outros sistemas orgânicos e pode
gestantes e mães que amamentam. afetar praticamente todos os órgãos: nodos linfáticos, articulações, ossos,
pele, intestinos, órgãos genitais, rins e bexiga.
A gestão do programainstituído pela Lei 10.836/2004 e regulamentado
Diagnóstico. A tuberculose é geralmente diagnosticada pela detecção
pelo Decreto nº 5.209/2004, é descentralizada e compartilhada entre a
de bacilos de Koch no exame microscópico da cultura de escarro, urina,
União, estados, Distrito Federal e municípios. Os entes federados traba-
lavagens gástricas e do fluido cérebro-espinhal. Uma radiografia do tórax
lham em conjunto para aperfeiçoar, ampliar e fiscalizar a execução.
pode revelar sombras características das lesões produzidas pela doença.
Outro método de diagnóstico é o teste tuberculínico. Injeta-se no antebraço
A seleção das famílias para o Bolsa Família é feita com base nas informa-
do paciente uma quantidade mínima de tuberculina, proteína produzida em
ções registradas pelo município no Cadastro Único para Programas Sociais
meio artificial de cultura no decorrer do crescimento de M. tuberculosis. Uma
do Governo Federal, instrumento de coleta e gestão de dados que tem
reação local alérgica produzida em até 48 horas revela que o indivíduo já
como objetivo identificar todas as famílias de baixa renda existentes no
esteve exposto ao bacilo no passado, mas não está necessariamente infec-
Brasil.
tado.
Com base nesses dados, o Ministério do Desenvolvimento Social e Comba- O teste ajuda o médico a distinguir a tuberculose de outras doenças
te à Fome (MDS) seleciona, de forma automatizada, as famílias que serão pulmonares em que as lesões, vistas na radiografia, lembram as da tubercu-
incluídas para receber o benefício. No entanto, o cadastramento não impli- lose. A abreugrafia, criada pelo brasileiro Manuel Dias de Abreu, é indicada
ca a entrada imediata das famílias no programa e o recebimento do benefí- nos censos sanitários de grandes populações, devido ao baixo custo e à
cio eficiência na descoberta de lesões assintomáticas.
Prevenção e tratamento. A manutenção de boas condições de higiene e
Tuberculose; Hanseníase; nutrição da população e o reconhecimento e tratamento precoce dos doen-
tes infectados são os principais requisitos para a prevenção da tuberculose.
Tuberculose

Conhecimentos Específicos 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A vacina BCG (bacilo de Calmette-Guérin), composta de bacilos atenuados, 43.000 casos de AIDS notificados no país até 1993, 18,4% apresentavam
foi empregada em alguns países, com sucesso, no controle da infecção em tuberculose.
crianças, mas se mostrou pouco eficaz na imunização contra a tuberculose
pulmonar adulta. A principal forma de prevenção da tuberculose é, portanto, Hanseníase
evitar a exposição à doença, o que significa tratar os doentes rapidamente, Também chamada lepra ou morfeia, a hanseníase é uma das doenças
se possível em isolamento. que mais atemorizaram o homem de todos os tempos. Durante séculos, os
O tratamento da tuberculose pulmonar consiste na associação de medi- indivíduos afetados pela moléstia foram submetidos ao isolamento e confi-
camentos a boa alimentação e descanso. Diversos antibióticos descobertos nados em leprosários ou lazaretos, ilhas e outros lugares separados dos
nas décadas de 1940 e 1950 revolucionaram o combate ao bacilo de Koch. núcleos habitacionais, onde levavam vida de sofrimento e miséria.
Dessas drogas, as primeiras usadas foram a estreptomicina, a isoniazida e o A hanseníase é uma doença infecciosa de origem bacteriana causada
ácido para-aminossalicílico, todas três capazes de erradicar o bacilo do pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae), desccrito pelo médico noru-
organismo humano. Outras drogas eficazes são o etambutol, a rifampicina, a eguês Gerhard Armauer Hansen em 1874. As formas de transmissão ainda
tiacetazona e a pirazinamida. Para evitar que o bacilo se torne resistente a não estão devidamente esclarecidas, mas acredita-se que o contágio pode
uma das drogas, usa-se administrar os medicamentos de forma associada. ser direto, de uma pessoa para outra, sendo necessário um convívio prolon-
Mesmo que a infecção seja estancada rapidamente, a cura completa exige gado e íntimo, em condições sanitárias deficientes, ou indireto, por meio da
tratamento durante vários meses. roupa. O período de incubação é prolongado, entre três e seis anos.
Declínio e ressurgimento. Até meados do século XX não existia uma te- Associada à miséria, más condições de higiene, habitações precárias e
rapia eficaz contra a tuberculose. De fato, do século XVIII ao XX, a doença educação sanitária deficiente, a hanseníase foi totalmente erradicada nos
foi a principal causa de morte no Ocidente, em todas as faixas etárias. O países desenvolvidos, como os da Europa central e da Escandinávia. Muito
emprego de antibióticos a partir da década de 1950 resultou em índices de de sua fama desapareceu, graças aos progressos da medicina, que consta-
cura de até 95%. Até então, a maioria dos pacientes era tratada em sanató- tou ser ela bem menos contagiosa do que outras doenças infecciosas co-
rios especiais. À medida que novos antibióticos foram descobertos, o trata- muns e curável com tratamento adequado e contínuo.
mento da tuberculose deixou de exigir a internação dos doentes. Era neces-
sário apenas um período de isolamento de duas semanas, após o qual Outro fator associado à propagação da hanseníase é o clima quente e
estava eliminado o risco de contaminação. úmido, condição típica dos trópicos. Entre as áreas onde ainda é grande a
incidência da hanseníase estão a Índia, Zaire, Costa do Marfim, República
Diante desse avanço, acreditava-se na década de 1970 que a tubercu- Centro-Africana, algumas partes do Brasil, as Guianas e diversas regiões da
lose estava sob controle em praticamente todo o mundo. Com o passar dos Oceania. Nas zonas de clima temperado sua importância é mínima e fica
anos, no entanto, algumas cepas de bacilos tornaram-se resistentes às reduzida a certos pontos da região mediterrânea.
drogas empregadas contra elas. Essa situação resultou do uso inadequado
dos medicamentos disponíveis, seja pela insuficiência, seja pela irregulari- A hanseníase ataca principalmente o tecido epidérmico e o sistema ner-
dade no emprego. As bactérias super-resistentes tornaram o tratamento voso, e se manifesta de duas formas básicas: a lepra lepromatosa (L),
mais difícil, tóxico e caro e ainda prolongaram o período de contágio. origem de numerosas lesões em mucosas, pele, olhos e membros, caracte-
rizada por ulcerações e necrose (destruição e morte) dos tecidos afetados; e
O tratamento de pacientes infectados por cepas resistentes a dois ou a lepra tuberculóide (T), com uma série de placas e manchas na pele, dolo-
mais antibióticos passou a exigir a combinação de drogas menos potentes e rosas a princípio e depois indolores em consequência da perda da sensibili-
mais tóxicas por um período prolongado (até dois anos) e, em alguns casos, dade na região afetada. Em ambas as formas se dão alterações do sistema
a remoção cirúrgica da porção doente do pulmão. Segundo cálculos divul- nervoso.
gados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente um
terço da população mundial estava infectada pelo M. tuberculosis, em mea- O tratamento baseia-se na administração de sulfonas e seus derivados.
dos da década de 1990, e a cada ano adoeciam entre oito e dez milhões de Entre as medidas de manutenção estão a administração de antibióticos em
pessoas, das quais três milhões morriam. Isso significou um aumento de infecções secundárias, a adequada dieta alimentar e a reabilitação mediante
13,4% na taxa de mortalidade por cem mil habitantes, em comparação com procedimentos ortopédicos. Embora haja controvérsia a respeito, algumas
o período 1983-1987. correntes defendem que, em grupos de alto risco, a administração da vacina
contra a tuberculose, a BCG (Bacilo Calmet-Guérin), oferece bons resulta-
Conexão com a AIDS. A interação entre a AIDS e a tuberculose tornou- dos de imunização. Essa reação, aparentemente, está ligada às semelhan-
se, no final do século XX, um grave problema sanitário. A infecção pelo HIV, ças entre o bacilo de Hansen e o bacilo de Koch.
vírus causador da AIDS, compromete a ação das células de defesa que
combatem o bacilo de Koch, o que transforma a AIDS num dos principais Hanseníase no Brasil. A incidência da hanseníase ainda é alta no Brasil
fatores de risco para o desenvolvimento da tuberculose. Enquanto um e constitui grave problema de saúde pública. Relacionada às características
indivíduo sem AIDS, mas com tuberculose latente, tem uma probabilidade do pauperismo, a doença existe em todos os estados brasileiros, porém
de dez por cento de desenvolver a tuberculose ativa ao longo de toda a sua principalmente nos situados na Amazônia, onde também encontra as condi-
vida, o infectado pelo HIV tem um risco de dez por cento de contrair tubercu- ções climáticas ideais para a difusão.
lose num período de um ano. Nos doentes que já apresentam sintomas da Pesquisadores da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro,
AIDS, esse risco é ainda maior: ultrapassa trinta por cento. refizeram no começo da década de 1990 o roteiro da expedição científica à
Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, verificou-se em 1991 Amazônia que Carlos Chagas liderou em 1912. Constataram que, quase
uma inversão na tendência de declínio do número de casos de tuberculose oitenta anos depois, são piores as condições de saneamento básico, mais
notificados no país. No início da década de 1980, considerava-se que o graves os níveis de miséria e ausente a assistência médica preventiva na
controle sanitário da doença estava próximo, e, em virtude disso, os doentes região, o que explica o aumento de casos de doenças endêmicas.
passaram a ser atendidos preferencialmente em postos de saúde. Interna-
Programa Saúde na Escola.
vam-se apenas os pacientes em estado mais grave. Mesmo assim, regis-
trou-se uma redução de quatro por cento no número de casos de tuberculo- O Programa Saúde na Escola (PSE) visa à integração e articulação
se. permanente da educação e da saúde, proporcionando melhoria da qualidade
O agravamento da situação socioeconômica do país, associada às defi- de vida dos educandos.
ciências do sistema de saúde e ao avanço da AIDS, fez aumentar, porém, o
número de casos de doentes crônicos de tuberculose. Em 1992, foram O PSE tem como objetivo contribuir para a formação integral dos estudantes
registrados no país 85.955 novos casos da doença, a maior parte dos quais por meio de ações de promoção da saúde, de prevenção de doenças e
na região Sudeste (41.201) e Nordeste (24.615). agravos à saúde e de atenção à saúde, com vistas ao enfrentamento das
vulnerabilidades que comprometem o pleno desenvolvimento de crianças e
Além disso, a tuberculose passou a ser, no Brasil, a doença oportunista jovens da rede pública de ensino.
mais comum manifestada por aidéticos, depois da candidíase. Dos mais de

Conhecimentos Específicos 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O público beneficiário do PSE são os estudantes da Educação Básica, a) centralização, universalidade e integralidade.
gestores e profissionais de educação e saúde, comunidade escolar e, de b) hierarquização, centralização e integralidade.
forma mais amplificada, estudantes da Rede Federal de Educação Profis- c) universalidade, igualdade e integralidade.
sional e Tecnológica e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). d) universalidade, participação popular e autonomia.
e) integralidade, participação popular e autonomia.
As ações de educação e saúde do PSE ocorrerão nos Territórios pactuados
entre os gestores municipais de educação e de saúde definidos segundo a 03 - A Lei nº 8.080/90, no seu capítulo III, dispõe sobre a articulação das
área de abrangência das Equipes de Saúde da Família (Ministério da Saú- políticas e programas de saúde e as principais atividades a serem desen-
de), tornando possível a interação entre os equipamentos públicos da saúde volvidas pelo Sistema Único de Saúde, a cargo das comissões intersetori-
e da educação (escolas, centros de saúde, áreas de lazer como praças e ais. Sobre o disposto na lei, considere as seguintes atividades:
ginásios esportivos, outros). I. Alimentação e nutrição
II. Biodiversidade
As ações do PSE devem estar pactuadas no projeto político-pedagógico III. Segurança
das escolas. Esse planejamento deve considerar: o contexto escolar e IV. Ciência e tecnologia
social e o diagnóstico local de saúde do educando.
Cumprem ao Sistema Único de Saúde:
O PSE foi constituído por cinco componentes: a) Somente I.
b) Somente II.
a) Avaliação das Condições de Saúde das crianças, adolescentes e jovens c) Somente III e IV.
que estão na escola pública; d) Somente II e III.
e) Somente I e IV.
b) Promoção da Saúde e ações de Prevenção de doenças e de agravos à
saúde. O Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE) integra-se a esse 04 - Quanto à competência da direção municipal do sistema de saúde
componente ; (SUS) regida pela Lei n° 8.080/90, considere as seguintes atribuições:
I. Planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e
c) Educação Continuada e Capacitação dos Profissionais da Educação e da gerir e executar os serviços públicos de saúde.
Saúde e de Jovens; II. Participar do planejamento, programação e organização da rede nacional
e independente do Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação com sua
d) Monitoramento e Avaliação da Saúde dos Estudantes; direção estadual.
III. Acompanhar o processo de licitação para definir a gestão de laborató-
e) Monitoramento e Avaliação do Programa. rios públicos de saúde e hemocentros.
IV. Executar a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras inde-
Mais do que uma estratégia de integração das políticas setoriais, o PSE se pendentemente da União e dos
propõe a ser um novo desenho da política de educação e saúde uma vez Estados.
que: É(são) da competência da direção municipal do Sistema Único de Saúde
(SUS):
(1) trata a saúde e educação integrais como parte de uma formação ampla a) Somente III.
para a cidadania e o usufruto pleno dos direitos humanos; b) Somente I.
c) Somente I e II.
(2) permite a progressiva ampliação das ações executadas pelos sistemas d) Somente II e IV.
de saúde e educação com vistas à atenção integral à saúde de crianças e e) Somente III e IV.
adolescentes; e
05 - Considere as seguintes afirmativas, relacionadas à participação da
(3) promove a articulação de saberes, a participação de estudantes, pais, iniciativa privada na assistência à saúde, conforme as disposições da Lei nº
comunidade escolar e sociedade em geral na construção e controle social 8080/90:
da política pública. I. As entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência para
participar do Sistema Único de Saúde.
II. Os princípios éticos e as normas que regem o seu funcionamento devem
QUESTÕES DO SUS – CONCURSO
ser submetidos à apreciação pelo órgão de direção do Sistema Único de
http://zecaalves.no.comunidades.net/index.php?pagina=1
Saúde.
III. Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os parâmetros
01 - Com relação às disposições da Lei n° 8.080/90 referentes à Saúde do de cobertura assistencial serão estabelecidos mediante negociação das
Trabalhador, assinale a alternativa correta. tabelas praticadas, visando atingir uma média de valores de mercado.
a) O Sistema Único de Saúde não se responsabiliza pela informação ao IV. Aos proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou serviços
trabalhador, à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre os contratados é vetado exercer cargo de chefia ou função de confiança no
riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, ficando Sistema Único de Saúde.
essas informações a cargo das instituições privadas. Assinale a alternativa correta.
b) A partir da homologação dessa lei, a avaliação do impacto que as novas a) Somente a afirmativa I é verdadeira.
tecnologias provocam à saúde ficaram a cargo do Ministério da Ciência e b) Somente a afirmativa III é verdadeira.
Tecnologia e suas representações estaduais. c) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
c) A direção municipal do Sistema Único de Saúde deve indicar a entidade d) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
sindical responsável pela revisão periódica da listagem oficial de doenças e) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
originadas no processo de trabalho.
d) As políticas de saúde do trabalhador incluem a responsabilidade na 06 - Com relação às disposições da Lei n° 8.080/90, considere as seguintes
formação dos recursos afirmativas:
humanos, promovendo cursos de reciclagem e garantindo sua satisfação I. A vigilância sanitária engloba um conjunto de ações capaz de eliminar,
no trabalho. diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários
e) Devem ser desenvolvidas atividades voltadas à recuperação e decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da
reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos prestação de serviços de interesse da saúde.
advindos das condições de trabalho. II. À direção estadual do Sistema Único de Saúde compete participar do
controle dos agravos do meio ambiente que tenham repercussão na saúde
02 - São princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) que constam na Lei humana.
8080/90:
Conhecimentos Específicos 19 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
III. Nos estados, o Sistema Único de Saúde organiza-se em distritos.
IV. A assistência terapêutica integral, incluindo medicamentos, não está 11 - Indique a frase correta:
prevista no Sistema Único de a) Todos perceberam que ela estava meia decepcionada.
Saúde. b) Proibido entrada de pessoas estranhas.
Assinale a alternativa correta. c) Ana mesmo confirmou a participação do grupo.
a) Somente a afirmativa I é verdadeira. d) Foi muito comentado pelas revistas a relação dos dois.
b) Somente a afirmativa IV é verdadeira.
c) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras. 12 - O principal propósito é reorganizar a prática da atenção à saúde em
d) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras novas bases e substituir o modelo tradicional, levando a saúde para mais
e) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. perto da família e, com isso, melhorar a qualidade de vida dos brasileiros.
Trata-se:
07 - À direção municipal do Sistema Único de Saúde, conforme a Lei n° a) Programa de Saúde da Família (PSF).
8080/90, compete: b) Sistema Único de Saúde (SUS).
a) executar as ações de vigilância sanitária em relação às fronteiras inter- c) Fundo Nacional de Saúde (FNS).
nacionais. d) Instituto Nacional do Câncer.
b) planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e serviços de saúde,
como gerir e executar os serviços públicos de saúde. 13 - São princípios básicos do SUS, exceto:
c) planejar, executar e gerir os laboratórios de análises de produtos farma- a) Participação da comunidade.
cológicos e os hemocentros. b) Integralidade.
d) participar e gerir a programação de serviços de saúde no âmbito estadu- c) Centralização.
al. d) Universalização.
e) programar e coordenar as campanhas estaduais de vacinação.
14 - Assinale a alternativa que indica o número máximo de pessoas que
08 - Com relação às disposições da Lei n° 8.080/90, considere as seguintes uma equipe de saúde de família pode ser responsável:
afirmativas: a) 2500.
I. A alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o b) 1500.
trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos c) 3500.
bens e serviços essenciais são fatores determinantes e condicionantes d) 4500.
do estado de saúde de uma população.
II. As ações previstas em lei devem ser praticadas pela iniciativa pública, 15 - Assinale a alternativa correta sobre o número mínimo de membros de
ficando vetada a participação da iniciativa privada em qualquer instância. uma equipe do PSF:
III. A saúde é um direito fundamental do ser humano, e é um dever das a) 1 médico, 1 enfermeiro, 1 auxiliar de enfermagem, 6 a 8 agentes comuni-
pessoas, da família, das empresas e da sociedade prover as condições tários de saúde.
indispensáveis ao seu pleno exercício. b) 1 médico, 1 enfermeiro, 2 auxiliar de enfermagem, 4 a 6 agentes comuni-
IV. O Estado deve garantir a saúde a partir da execução de políticas eco- tários de saúde.
nômicas e sociais que visem a redução de riscos de doenças. c) 1 médico, 2 enfermeiro, 2 auxiliar de enfermagem, 6 a 8 agentes comuni-
Assinale a alternativa correta. tários de saúde.
a) Somente a afirmativa II é verdadeira. d) 1 médico, 1 enfermeiro, 1 auxiliar de enfermagem, 4 a 6 agentes comuni-
b) Somente a afirmativa III é verdadeira. tários de saúde.
c) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras. 16 - Qual é a capacidade de resolução de uma unidade básica do PSF
d) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. quando funcionando adequadamente?
e) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras a) 55%.
b) 35%.
09 - Qual dos princípios abaixo NÃO faz parte da Lei Orgânica de Saúde nº c) 85%.
8.080/90? d) 15%.
a) Integralidade.
b) Universalidade. 17 - Atende a todos os integrantes de cada família, independente de sexo e
c) Igualdade. idade, desenvolve com os demais integrantes da equipe, ações preventivas
d) Centralização. e de promoção da qualidade de vida da população. Essas são as atribui-
e) Direito à informação, das pessoas assistidas, sobre sua saúde. ções de qual membro da equipe do PSF?
a) Enfermeiro.
10 - Com relação aos objetivos das políticas de recursos humanos do b) Médico.
Sistema Único de Saúde, de acordo com o disposto na Lei n° 8.080/90, c) Auxiliar de enfermagem.
considere as seguintes afirmativas: d) Agente comunitário de saúde (ACS).
I. Os cargos e funções de chefia, direção e assessoramento, no âmbito do
Sistema Único de Saúde, só poderão ser exercidos em regime de tempo 18 - Faz a ligação entre as famílias e o serviço de saúde, visitando cada
integral. domicílio pelo menos uma vez por mês, realiza o mapeamento de cada
II. Prevê a organização de um sistema de formação de recursos humanos área, o cadastramento das famílias e estimula a comunidade para práticas
em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-graduação, além da que proporcionem melhores condições de saúde e de vida. Essas são as
elaboração de programas de permanente aperfeiçoamento de pessoal. atribuições de qual membro da equipe do PSF?
III. Prevê que os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou a) Enfermeiro.
empregos não poderão exercer b) ACS.
suas atividades em mais de um estabelecimento do Sistema Único de c) Auxiliar de enfermagem.
Saúde. d) Médico.
IV. Dispõe sobre a extinção gradativa da dedicação exclusiva nos serviços
do Sistema Único de Saúde. 19 - Processo particular de expressão das condições de vida de uma soci-
Assinale a alternativa correta. edade, representando as
a) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. diferentes qualidades do processo vital e as diferentes competências
b) Somente a afirmativa I é verdadeira. para enfrentar desafios,
c) Somente a afirmativa III é verdadeira. agressões, conflitos, mudança. Tem uma dupla e contraditória natureza:
d) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. biológica e psicológica. Trata-
e) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras. se de:

Conhecimentos Específicos 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) Processo saúde-doença. b) IAP (Institutos de Aposentadorias e Pensões).
b) Processo transmissão. c) INPS (Instituto Nacional de Previdência Social).
c) Processo diagnóstico. d) CAP (Caixas de Aposentadorias e Pensões).
d) Processo terapêutico.
28 - São características até hoje do sistema previdenciário, exceto:
20 - A direção do SUS é exercida no âmbito da União pelo(a): a) Instituição, por iniciativa do Estado, da implementação de um seguro
a) Secretaria de Saúde. social com caráter altamente controlador dos segmentos de trabalhadores
b) Congresso Federal. dos setores essenciais à economia brasileira.
c) Ministério da Saúde. b) A forma tripartite de financiamento - empregadores, trabalhadores
d) Presidente da República. e Estado - este último
arrecadando recursos para tal fim a partir da criação de novos impostos.
21 - Tem por finalidade propor prioridades, métodos e estratégias para a c) O acesso do trabalhador e seus dependentes à assistência médica na
formação e educação continuada dos recursos humanos do SUS, assim condição de filiado ao seguro-
como em relação à pesquisa e à cooperação técnica entre essas institui- social.
ções (ensino profissional e superior). Trata-se de(a): d) O caráter assistencialista e universalizante do seguro social.
a) Comissões permanentes de integração entre serviços de saúde e institu-
ições de ensino. 29 - A contribuição dos empregados, que era um porcentual sobre o fatu-
b) Comissões intersetoriais de integração entre serviços de saúde e institui- ramento da empresa, passa a ser um percentual sobre a sua folha de
ções de ensino. salários, com o que a receita das instituições torna-se função dos salários.
c) Comissões interestaduais de integração entre serviços de saúde e insti- Essa alteração ocorreu:
tuições de ensino. a) Do INPS para o SUS.
d) Comissões intermunicipais de integração entre serviços de saúde e b) Do IAP para o INPS.
instituições de ensino. c) Do CAP para o IAP.
d) Do INPS para o CAP.
22 - São atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
municípios, exceto: 30 - Não se trata de uma característica do atual perfil de organização de
a) Implementar o Sistema Nacional de sangue, componentes e derivados. serviços de saúde no país:
b) Realizar pesquisas e estudos na área de saúde. a) Com acentuadas distorções na sua forma de financiamento.
c) Elaboração e atualização periódica dos planos de saúde. b) Acentuadamente estatizado.
d) Controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde. c) Altamente centralizado.
d) Com clara divisão de trabalho entre os setores público e privado.
23 - À direção nacional do SUS compete, exceto:
a) Formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição. 31 - Assinale a alternativa que indica o tipo de país que mais gasta em
b) Formar consórcios administrativos intermunicipais. saúde per capita:
c) Coordenar e participar na execução da vigilância epidemiológica. a) América Latina.
d) Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse b) Países em transição demográfica.
para a saúde. c) Países com economia de mercado consolidada.
d) Sudeste asiático.
24 - São etapas da implantação do PSF, exceto:
a) Solicitar formalmente ao Ministério da Saúde a adesão do município ao 32 - Em relação à organização do SUS é incorreto afirmar:
PSF. a) O detalhamento das diretrizes e das modalidades operacionais previstas
b) Selecionar, contratar e capacitar os profissionais que atuarão no progra- para esse sistema foram
ma. regulamentadas pelas leis 8080 de 1990 e 8142 de 1991 conhecidas como
c) Identificar as áreas prioritárias para a implantação do programa; mapear Lei Orgânica da Saúde
o número de habitantes em cada área. (LOS).
d) Calcular o número de equipes e de agentes comunitários necessários. b) Pode-se dividir as esferas de atendimento como terciária, secundária e
primária correspondendo à esfera terciária os chamados centros de saúde
25 - Assinale a alternativa incorreta: (a saúde em nível de distritos).
a) A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. c) Possui como objetivo a universalização da assistência, ou seja, busca o
b) É autorizada a participação direta ou indiretamente de empresas ou de combate à pobreza e principalmente a exclusão social.
capitais estrangeiros na assistência à saúde. d) Está organizado ao nível das três esferas governamentais como serviço
c) Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os parâmetros público de saúde (federal,
de cobertura assistencial serão estabelecidos pela direção nacional do estadual e municipal) competindo a cada esfera sua organização ao seu
SUS, aprovados no Conselho Nacional de Saúde. nível, ou seja, à esfera federal compete a formulação de políticas nacionais,
d) Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a à estadual, políticas estaduais de saúde e à municipal, políticas municipais
cobertura assistencial à de saúde.
população de uma determinada área, o SUS poderá recorrer aos serviços
ofertados pela iniciativa 33 - Em relação à articulação entre o setor público de saúde e o setor
privada. privado de saúde pode-se afirmar que:
a) Dentre os dois segmentos do setor privado, o lucrativo e o não-lucrativo,
26 - Serão co-financiadas pelo SUS, pelas universidades e pelo orçamento o setor lucrativo é o que mais se articula ao SUS por meio de contratos
fiscal, além de recursos de instituição de fomento e financiamento ou de para a prestação de serviços.
origem externa e receita própria das instituições executoras. Trata-se: b) Não há qualquer tipo de articulação entre estes sistemas, uma vez que
a) Atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico em funcionam de maneira completamente independente.
saúde. c) O segmento não-lucrativo do setor privado abrange instituições filantrópi-
b) Ações de saneamento. cas, tais como as Santas Casas de Misericórdia, sendo que boa parte delas
c) Recuperação de viciados. vinculam-se ao SUS por meio de contratos para prestação de serviços.
d) Ações de vacinação. d) O segmento lucrativo tem como sua parcela mais expressiva o chamado
sistema supletivo de assistência médica abarcando apenas as cooperativas
27 - Assinale a alternativa que indica corretamente qual foi a primeira médicas e os planos de administração.
modalidade de seguro para trabalhadores do setor privado:
a) SUS (Sistema Único de Saúde).

Conhecimentos Específicos 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
34 - Os estabelecimentos assistenciais que compõem a rede de serviços de b) Elaborar, sem a participação da comunidade, um plano local para enfren-
saúde - estatais e privados - são usualmente classificados em postos de tar os determinantes do processo saúde-doença.
saúde, centros de saúde, unidades mistas, policlínicas, pronto-socorros e c) Desenvolver ações educativas e intersetoriais para enfrentar os proble-
hospitais. Assinale a alternativa que melhor correlaciona o estabeleci- mas de saúde identificados.
mento e sua função: d) Prestar assistência integral, respondendo de forma contínua e
a) Centro de saúde: presta assistência à saúde de determinada racionalizada à demanda, organização espontânea, da Unidade de
população valendo-se de procedimentos mais simplificados, praticamente Saúde da Família, na comunidade, no domicílio e o acompanhamento
sem incorporações de equipamentos. no atendimento nos serviços de referência ambulatorial ou hospitalar.
b) Policlínica: tipo de serviço que apresenta atendimento ambulatorial
especializado concentrando-se nas cidades de médio e grande porte e nas 40 - Consiste na complementação da renda familiar, com recursos da
regiões economicamente mais desenvolvidas, atua no nível da atenção União, para melhoria da alimentação e das condições de saúde e nutrição.
secundária na modalidade ambulatorial. Trata-se do programa de saúde:
c) Pronto-socorro: estabelecimento voltado para a assistência médica em a) Brasil Sorridente.
regime de internação. b) Cartão Nacional de Saúde.
d) Hospital: estabelecimento com pequena incorporação de tecnologias, c) Política Nacional de Alimentação e Nutrição.
atua no nível primário de d) Bolsa Alimentação.
atenção.
41 - O objetivo é facilitar o atendimento, possibilitando uma identificação
35 - Assinale a alternativa incorreta a respeito do PSF: mais rápida do paciente, a
a) A estratégia do PSF foi iniciada em junho de 1991, com a implantação do marcação de consultas e exames e melhorar o acesso aos medicamentos
Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). pela rede do SUS. Trata-se
b) Em janeiro de 1994, foram formadas as primeiras equipes de Saúde da do programa:
Família. a) HumanizaSUS.
c) A proporção média é de um Agente Comunitário de Saúde para 1000 b) Sistema de Informação da Atenção Básica.
pessoas acompanhadas. c) Banco de preços em Saúde-AIDS.
d) Deve prestar atendimento de bom nível, prevenindo doenças, evitando d) Cartão Nacional de Saúde.
internações desnecessárias e melhorando a qualidade de vida da popula-
ção. 42 - Tem a função de monitorar os indicadores de saúde das populações, a
partir de informações dos agentes e das equipes de Saúde da Família.
36 - “...Em conseqüência, a atuação do Estado no setor passa cada vez Trata-se do programa:
mais a ser regida pela lógica que define sua competência como sendo por a) Sistema de Informação da Atenção Básica.
excelência medidas de caráter coletivo, da esfera da Saúde Pública, ca- b) Programa Saúde da Família.
bendo ao setor privado, em larga medida financiado pela Previdência c) Cartão Nacional de Saúde.
Social, a assistência médica individual. E nesse processo, progressivamen- d) Projeto Expande.
te, o setor público vai assumindo um caráter suplementar, tendo de suprir a
ausência do setor privado onde este não tem interesse por inviabilidade de 43 - Lançado em 2001 e desenvolvido juntamente com as Secretarias de
retorno econômico...” utilizando-se deste trecho retirado do livro “Saúde no Assistência à Saúde e Secretaria Executiva, ambos do Ministério da Saúde.
Brasil” de Amélia Cohn e Paulo E. Elias é possível afirmar: Tem como principal objetivo estruturar a integração da assistência oncoló-
a) Está havendo uma inversão do inicialmente proposto, uma vez que o gica no Brasil a fim de obter um padrão de alta qualidade na cobertura da
setor público está cada vez mais atuando supletivamente, papel este que população. Trata-se do programa:
deveria ser função do setor privado. a) Programa Saúde da Família.
b) Não há qualquer problema com esta divisão, uma vez que o financiador b) ReforSUS.
é o SUS o atendimento é feito de forma igualitária. c) Projeto Expande.
c) Isto foi uma verdade até 1988 que com o novo texto constitucional colo- d) Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero e de Mama -
cou o setor privado em sua função de suplente do sistema público. Viva Mulher.
d) O lucro não é o principal objetivo do setor privado uma vez que assume
papéis que inviabilizam muitas vezes este ganho. 44 - O Bolsa Família é um programa de transferência de renda destinado
às famílias em situação de
37 - Assinale a alternativa correta a respeito da lei 8142: pobreza, com renda per capita até _________ mensais. Assinale a alterna-
a) Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre tiva que melhor preenche a
as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da lacuna:
saúde. a) R$ 100,00.
b) Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da b) R$ 200,00.
saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. c) R$ 50,00.
c) Dispõe sobre licitação e contratos da Administração. d) R$ 150,00.
d) Da nova redação ao artigo 177 da Constituição Federal, alterando e
inserindo parágrafos. 45 - Em relação à participação da comunidade no SUS, pode-se afirmar
que a legislação vigente:
38 - Reunir-se-á a cada quatro anos com a representação de vários seg- a) Prevê a participação somente dos usuários do SUS.
mentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes b) Prevê somente a participação dos usuários do SUS e dos representantes
para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, dos poderes públicos.
convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo c) Não contempla a representação dos profissionais de saúde.
Conselho de Saúde. Trata-se: d) Determina que os Conselhos de Saúde constituam a instância de partici-
a) Conselho Nacional de Secretários de Saúde. pação da comunidade.
b) Conferencia de Saúde.
c) Conselho de Saúde. 46 - Fazem parte do segmento lucrativo do setor privado de saúde, exceto:
d) Ministério da Saúde. a) Medicina de grupo.
b) Cooperativas médicas.
39 - Assinale a alternativa incorreta a respeito do PSF: c) Planos de administração.
a) Identificar os principais problemas de saúde e situações de risco aos d) Instituições originalmente organizadas pelas diversas comunidades de
quais a população que ela atende está exposta. imigrantes.

Conhecimentos Específicos 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
47 - Presta assistência à saúde de determinada população valendo-se de
procedimentos mais simplificados, praticamente sem incorporação de 55 - É uma instância colegiada do Sistema Único de Saúde:
equipamentos e contando de forma permanente apenas com recursos (A) Ministério da Saúde;
humanos de nível elementar ou médio. Essa descrição é de: (B) Fundo Municipal de Saúde;
a) Posto de saúde. (C) Conferência de Saúde;
b) Centro de saúde. (D) Secretaria de Assistência à Saúde;
c) Policlínica ou posto de assistência médica. (E) Secretaria de Vigilância à Saúde.
d) Pronto-socorro.
56 - Segundo a Lei nº 8142/90, que dispõe sobre a participação da comu-
48 - Qual é a porcentagem, aproximada, da participação da esfera federal nidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), a Conferência de
nos gastos públicos em Saúde deve reunir-se a cada:
saúde? (A) ano;
a) 10 a 20%. (B) dois anos;
b) 30 a 40%. (C) três anos;
c) 50 a 60%. (D) quatro anos;
d) 70 a 80%. (E) cinco anos.

49 - Assinale a alternativa que indica qual a principal causa de mortalidade 57 - A realização das funções de controle e avaliação em saúde devem ser
no país: feitas:
a) Neoplasias. (A) pela Presidência da República;
b) Doenças do aparelho circulatório. (B) por todos os níveis do sistema de saúde;
c) Doenças do aparelho respiratório. (C) pelo órgão específico do Ministério da Saúde;
d) Causas externas (homicídio, suicídio). (D) pelos governos estaduais;
(E) pelos conselhos comunitários.
50 - Não é uma atuação do SUS a execução da ação:
a) De vigilância sanitária. 58 - Segundo a Norma Operacional da Assistência à Saúde - NOAS
b) De saúde do idoso. 01/2002 -, os municípios poderão habilitar-se à gestão do sistema de saúde
c) De saúde do trabalhador. de forma:
d) NDA (A) plena;
(B) semiplena;
51 - Para receberem os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS), os (C) plena somente em relação à atenção básica ampliada;
Municípios, Estados e Distrito Federal deverão contar com, exceto: (D) semiplena somente em relação à atenção básica ampliada;
a) Fundo de saúde. (E) semiplena somente em relação à atenção terciária.
b) Conselho de saúde.
c) Plano de saúde. 59 - Segundo a Lei nº 8080/90, constitui um critério para o estabelecimento
d) Perfil demográfico da região. de valores a serem
transferidos a estados, Distrito Federal e municípios:
52 - Segundo a Lei nº 8080/90, que regulamenta o Sistema Único de Saúde (A) participação paritária dos usuários no conselho de saúde;
(SUS), a participação da iniciativa privada na assistência à saúde é: (B) prioridade para o atendimento hospitalar;
(A) livre; (C) desempenho técnico, econômico e financeiro no período atual;
(B) obrigatória; (D) eficiência na arrecadação de impostos;
(C) minoritária; (E) perfil epidemiológico da população a ser coberta.
(D) prioritária;
(E) proibida. 60 - As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionaliza-
da e hierarquizada e constituem um sistema único que visa:
53 - Segundo a Norma Operacional da Assistência à Saúde - NOAS (A) o atendimento voltado para atividades preventivas;
01/2002 -, a responsabilidade do Ministério da Saúde sobre a política de (B) o atendimento integral, com prioridade para as atividades preventi-
alta complexidade se traduz, entre outras, nas seguintes atribuições, EX- vas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
CETO: (C) apenas ações de promoção da saúde;
(A) definição de normas nacionais; (D) apenas ações de prevenção secundária;
(B) definição de incorporação dos procedimentos a serem ofertados à (E) o atendimento voltado apenas para as atividades assistenciais.
população pelo Sistema Único da
Saúde; 61 - NÃO se inclui entre os objetivos do Sistema Único de Saúde:
(C) transferência para os Estados da definição do elenco de procedimentos (A) identificação dos fatores determinantes da saúde;
de alta complexidade; (B) formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos
(D) controle do cadastro nacional de prestadores de serviços; econômico e social, a redução de riscos de doenças e de outros agravos;
(E) formulação de mecanismos voltados à melhoria da qualidade dos (C) assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção,
serviços prestados. proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações
assistenciais e das atividades preventivas;
54 - A Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde (SUS) - (D) divulgação dos fatores determinantes da saúde;
NOB/96 identifica quatro papéis básicos do gestor federal, EXCETO: (E) participação prioritária da iniciativa privada na assistência à saúde.
(A) exercer a gestão do SUS, no âmbito nacional;
(B) promover as condições e incentivar o gestor estadual com vistas ao
desenvolvimento dos GABARITO
sistemas municipais, de modo a conformar o SUS-Estadual; 01. E
(C) fomentar a harmonização, a integração e a modernização dos 02. C
sistemas estaduais compondo, 03. E
assim, o SUS-Nacional; 04. B
(D) centralizar todas as ações de saúde no âmbito nacional; 05. D
(E) exercer as funções de normalização e de coordenação no que se 06. E
refere à gestão nacional do 07. B
SUS. 08. C

Conhecimentos Específicos 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
09. D C) Pelos princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação
10. A do cuidado, do vínculo e continuidade.
11. B D) Pela integralidade, responsabilização, humanização da eqüidade e da
12. A participação social.
13. C E) Todas as alternativas anteriores completam o enunciado.
14. D
15. D 03. No papel da Vigilância Sanitária encontramos como causa de
16. C preocupação a Leptospirose, uma zoonose que ocorre em várias
17. B regiões. Sobre esta zoonose é INCORRETO afirmar que:
18. B A) A transmissão ao homem pode ocorrer por exposição direta ou indireta à
19. A urina de animais infectados, através do contato
20. C com água e lama contaminadas.
21. A B) Entre os animais de companhia, o cão é uma fonte comum de infecção e
22. D tem sido identificado como elemento na transmissão de leptospiras ao
23. B homem.
24. A C) Os agentes causadores da Leptospirose animal são os mesmos da
25. B Leptospirose humana.
26. A D) O cão quando vacinado não transmite Leptospirose.
27. D E) A transmissão de pessoa a pessoa é muito rara.
28. D
29. C 04. Em consonância com a Lei Federal nº8080/1990 e considerando as
30. B diretrizes de Constituição Federal na descentralização político-
31. C administrativa, com direção única em cada esfera de governo ocorre-
32. B rá:
33. C A) Com ênfase na descentralização dos serviços para o município.
34. B B) Pela regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde.
35. C C) Em função da capacitação de pessoal técnico.
36. A D) A partir da resolutividade dos conselhos administrativos hospitalares.
37. A E) As alternativas A e B completam o enunciado.
38. B
39. B 05. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver os
40. D serviços de saúde e a estes, aplica-se o princípio da direção:
41. D Autárquica.
42. A Hospitalar.
43. C Única.
44. A Paralela.
45. D E) Consorciada.
46. D
47. B 06. Analise abaixo as atribuições comuns da União, Estados, Municí-
48. D pios e Distrito Federal no âmbito administrativo, considerando a Lei
49. B Federal nº8080/1990:
50. B I. Organização e coordenação do sistema de informação de saúde.
51. D II. Administração dos recursos orçamentários e financeiros destinados, em
52. A cada ano, à saúde.
53. C III. Elaboração e atualização periódica do plano de saúde.
54. D IV. Fomentar, coordenar e executar programas e projetos estratégicos e de
55. C atendimento emergencial.
56. D Estão corretas apenas as alternativas:
57. B A) I, II e III B) I, II, III e IV C) I, III e IV D) II, III e IV E) I e II
58. A
59. E 07. O Pacto pela Saúde/2006 promove a consolidação do SUS e na
60. B estruturação de prioridades, o Pacto pela Vida estabelece para a
61. E Saúde do idoso:
1. Promoção do envelhecimento ativo e saudável.
PROVA SIMULADA II 2. Atenção integral e integrada à saúde de pessoa idosa.
3. Estímulo às ações intersetoriais, visando a integralidade da atenção.
01. Considerando as competências estabelecidas no Regulamento da
4. A implantação de serviços de atenção domiciliar.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária, são serviços submetidos ao
5. O acolhimento preferencial em unidades de saúde respeitando o critério
controle e fiscalização sanitária, EXCETO:
de risco.
A) Os serviços realizados em regime de internação.
Pode-se afirmar que a quantidade de itens corretos é igual a:
B) Todos os serviços voltados para a atenção ambulatorial, seja de rotina
A) 1 B) 2 C) 3 D) 4 E) 5
ou de emergência.
C) A engenharia genética pelas fontes de radiação e outros processos.
08. A Lei Orgânica de Saúde (Lei nº8080/90) define que a saúde tem
D) Os serviços de apoio diagnóstico e terapêutico.
como fatores determinantes e condicionantes: alimentação, moradia,
E) Aqueles serviços que impliquem à incorporação de novas tecnologias.
saneamento básico, meio ambiente, trabalho, renda, educação, trans-
porte, lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. Neste sentido,
02. A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de
promover a saúde é:
saúde, no âmbito individual e coletivo que abrangem a promoção e a
A) Atuar para mudar positivamente os elementos considerados determinan-
proteção da saúde. Tal prática é desenvolvida:
tes na situação saúde/doença.
A) Através do exercício de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e
B) A promoção à saúde depende do acesso à informação, de direitos
participativas sob a forma de trabalho em equipe.
sociais, de praticar princípios que caracterizam uma
B) Pelo contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde.

Conhecimentos Específicos 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
sociedade democrática como a eqüidade, a solidariedade, o respeito aos (B) Equidade – o SUS deve promover a justiça social, traduz-se no trata-
direitos e à justiça social. mento igual para todos, investir mais onde e para quem as necessidades
C) As propostas de integralidade podem ser buscadas, no caso da promo- forem maiores;
ção, eximindo a aproximação das pessoas e a (C) Universalidade – significa que o SUS deve atender a todos, sem distin-
cultura popular. ções ou restrições, oferecendo toda a atenção necessária, com um custo
D) As alternativas A e B estão corretas. limite para cada paciente;
E) As alternativas A, B e C estão corretas. (D) Hierarquização – A maioria das necessidades em saúde da população é
resolvida nos serviços das maternidades, das policlínicas, dos prontos-
09. Por controle social, entende-se em saúde, a participação da socie- socorros e hospitais. Algumas situações, porém, necessitam de serviços
dade civil no planejamento, implementação, com equipamentos e profissionais com outro potencial de resolução, como
monitoramento e avaliação dos serviços. Este é um princípio garanti- na Atenção Primária à Saúde com ou sem equipes de Saúde da Família;
do pela Constituição Federal e regulamentado: (E) Regionalização – orienta a centralização das ações e serviços de saú-
A) Pela Lei nº6.259/1975 da Vigilância Epidemiológica. D) Em função do de, dificultando a pactuação entre os gestores. Tem como objetivo garantir
Pacto pela Saúde – 2006. o direito à saúde da população, reduzindo desigualdades sociais e territori-
B) Pela Lei nº8.142/1990 da participação na Gestão do SUS. E) Pelas ais.
Diretrizes Operacionais do Pacto pela Vida.
C) Através das competências gerais da ANVISA. 15. O SUS – Sistema Único de Saúde – é um conjunto de ações e serviços
de saúde prestados por órgãos e instituições públicas. É um dos objetivos
10. Torna-se fundamental a elaboração de uma política de Vigilância do SUS:
Sanitária respaldada em princípios básicos, como: A) Atender exclusivamente à parcela mais pobre da população.
A) O reconhecimento do direito inalienável que tem todas as pessoas à B) Extinguir os hospitais particulares.
saúde. C) Assistir às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e
B) A obrigação do Estado frente aos direitos das pessoas. recuperação da saúde.
C) A obrigação do Estado face a uma atuação disciplinada e determinada D) Desafogar a superlotação dos hospitais particulares.
em função de abusos. E) Arrecadar recursos para financiar a previdência social.
D) A inclusão de gastos no controle de doenças veiculadas e definidas pela
Vigilância Sanitária. 16. A integralidade é um princípio fundamental do SUS e significa:
E) As alternativas A e B estão corretas. A) Ter todos os recursos necessários ao atendimento em uma única Unida-
de de Saúde.
11. Um dos objetivos da regulação do SUS é B) Atender a todos sem qualquer tipo discriminação.
(A) garantir a efetividade do atendimento nos serviços de urgência e emer- C) Garantia de acesso a todos os níveis de complexidade do Sistema de
gência, propiciando reciclagem aos profissionais. Saúde.
(B) tornar os serviços de saúde de um município autônomos em relação à D) Que a sociedade deve participar das decisões do SUS.
Programação Pactuada e Integrada. E) União de todas as esferas do governo para gerir o SUS.
(C) tornar o planejamento de saúde mais flexível.
(D) economizar recursos de alta complexidade. Nas questões que se seguem, assinale:
(E) organizar e garantir o acesso da população a ações e serviços em C – se a proposição estiver correta
tempo oportuno, de forma ordenada e equânime. E – se a mesma estiver incorreta

12. Segundo a Lei n.o 8.080/90, o SUS é constituído por 17. O Pacto pela Saúde é um conjunto de reformas institucionais pactuado
(A) serviços de saúde próprios, exclusivamente. entre as três esferas de gestão (União, estados e municípios) do Sistema
(B) serviços de saúde próprios e entidades filantrópicas, exclusivamente. Único de Saúde, com o objetivo de promover inovações nos processos e
(C) ações e serviços de saúde, prestados exclusivamente por órgãos de instrumentos de gestão. Sua implementação se dá por meio da adesão de
saúde estaduais. municípios, estados e União ao Termo de Compromisso de Gestão (TCG),
(D) ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas que, renovado anualmente, substitui os anteriores processos de habilitação
federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das e estabelece metas e compromissos para cada ente da federação.
fundações mantidas pelo Poder Público.
(E) serviços de saúde próprios e organizações sociais, exclusivamente.
18. As transferência dos recursos também foram modificadas, passando a
13. O Sistema de Único de Saúde (SUS), no Brasil, é responsável pelo ser divididas em seis grandes blocos de financiamento (Atenção, Básica,
cuidado à saúde de todos os brasileiros. Considerando que o sistema é Média e Alta Complexidade da Assistência, Vigilância em Saúde, Assistên-
universal e equânime, podemos afirmar que: cia Farmacêutica, Gestão do SUS e Investimentos em Saúde).
(A) Todos os brasileiros possuem direito de ser atendidos no SUS, sem
distinção de raça, credo, classe social, escolaridade ou qualquer outra 19. A Atenção Básica considera o sujeito em sua singularidade, na comple-
característica; xidade, na integralidade e na inserção sócio-cultural e busca a promoção
(B) Somente os brasileiros menores de 80 anos possuem direito de serem de sua saúde, a prevenção e tratamento de doenças e a redução de danos
atendidos no SUS, os acima de 80 anos devem recorrer à justiça para ou de sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver
serem atendidos; de modo saudável.
(C) Os deputados, senadores e demais políticos possuem preferência no
atendimento pelo SUS, na frente dos demais brasileiros; 20. Visando à operacionalização da Atenção Básica, definem-se como
(D) O SUS está organizado para atender somente à população pobre, já as áreas estratégicas para atuação em todo o território nacional a eliminação
classes, média e alta, não podem utilizar o SUS e precisam adquirir planos da hanseníase, o controle da tuberculose, o controle da hipertensão arteri-
ou seguros privados de saúde; al, o controle do diabetes mellitus, a eliminação da desnutrição infantil, a
(E) O SUS é estruturado para atender somente às pessoas com doença saúde da criança, a saúde da mulher, a saúde do idoso, a saúde bucal e a
simples, segundo a Lei Orgânica da Saúde, 8080/90. Os demais doentes, promoção da saúde. Outras áreas serão definidas regionalmente de acordo
mais graves, deverão procurar a justiça para garantir o seu atendimento. com prioridades e pactuações definidas nas CIBs.

14. Marque a opção com a definição CORRETA para os princípios e diretri- 21. As condições de trabalho, de moradia, de alimentação, do meio ambi-
zes do SUS. ente e de lazer, dentre outras, determinam nossa maior ou menor saúde.
(A) Descentralização – esse princípio define que o sistema de saúde se
organize tendo uma única direção, com um único gestor em cada esfera de
governo;

Conhecimentos Específicos 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
22. A Promoção da Saúde é uma das estratégias do setor saúde para obrigação de prover atenção à saúde, ou seja, é impossível tornar todos
buscar a melhoria da qualidade de vida da população. Seu objetivo é pro- sadios por força de lei.
duzir a gestão compartilhada entre usuários, movimentos sociais, trabalha-
dores do setor sanitário e de outros setores, produzindo autonomia e co- 31. Integralidade - A atenção à saúde inclui tanto os meios curativos
responsabilidade. quanto os preventivos; tanto os individuais quanto os coletivos. Em outras
palavras, as necessidades de saúde das pessoas (ou de grupos) devem
23. A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), aprovada em 30 de ser levadas em consideração mesmo que não sejam iguais às da maioria.
março de 2006, dá diretrizes e aponta estratégias de organização das
ações de promoção da saúde nos três níveis de gestão do Sistema Único 32. Eqüidade - Todos devem ter igualdade de oportunidade em usar o
de Saúde (SUS) para garantir a integralidade do cuidado. sistema de saúde; como, no entanto, o Brasil contém disparidades sociais e
regionais, as necessidades de saúde variam. Por isso, enquanto a Lei
Orgânica fala em igualdade, tanto o meio acadêmico quanto o político
24. No SUS, a estratégia de promoção da saúde é retomada como uma consideram mais importante lutar pela eqüidade do SUS.
possibilidade de enfocar os aspectos que determinam o processo saúde-
adoecimento em nosso País – como, por exemplo: violência, desemprego, 33. Participação da comunidade - O controle social, como também é
subemprego, falta de saneamento básico, habitação inadequada e/ou chamado esse princípio, foi melhor regulado pela Lei nº 8.142. Os usuários
ausente, dificuldade de acesso à educação, fome, urbanização desordena- participam da gestão do SUS através das Conferências de Saúde, que
da, qualidade do ar e da água ameaçada e deteriorada; e potencializam ocorrem a cada quatro anos em todos os níveis, e através dos Conselhos
formas mais amplas de intervir em saúde. de Saúde, que são órgãos colegiados também em todos os níveis. Nos
25. Na Constituição Federal de 1988, o estado brasileiro assume como Conselhos de Saúde ocorre a chamada paridade: enquanto os usuários
seus objetivos precípuos a redução das desigualdades sociais e têm metade das vagas, o governo tem um quarto e os trabalhadores outro
regionais, a promoção do bem de todos e a construção de uma socie- quarto.
dade solidária sem quaisquer formas de discriminação. Tais objetivos
marcam o modo de conceber os direitos de cidadania e os deveres do 34. Descentralização político-administrativa - O SUS existe em três níveis,
estado no País, entre os quais a saúde (BRASIL, 1988). também chamados de esferas: nacional, estadual e municipal, cada uma
com comando único e atribuições próprias. Os municípios têm assumido
26. No esforço por garantir os princípios do SUS e a constante melhoria dos papel cada vez mais importante na prestação e no gerenciamento dos
serviços por ele prestados, e por melhorar a qualidade de vida de sujeitos e serviços de saúde; as transferências passaram a ser "fundo-a-fundo", ou
coletividades, entende-se que é urgente superar a cultura administrativa seja, baseadas em sua população e no tipo de serviço oferecido, e não no
fragmentada e desfocada dos interesses e das necessidades da sociedade, número de atendimentos.
evitando o desperdício de recursos públicos, reduzindo a superposição de
ações e, conseqüentemente, aumentando a eficiência e a efetividade das 35. Hierarquização e regionalização - Os serviços de saúde são divididos
políticas públicas existentes. em níveis de complexidade; o nível primário deve ser oferecido
diretamente à população, enquanto os outros devem ser utilizados apenas
27. Nesse sentido, a elaboração da Política Nacional de Promoção da quando necessário. Quanto mais bem estruturado for o fluxo de referência
Saúde é oportuna, posto que seu processo de construção e de implanta- e contra-referência entre os serviços de saúde, melhor a sua eficiência e
ção/implementação – nas várias esferas de gestão do SUS e na interação eficácia. Cada serviço de saúde tem uma área de abrangência, ou seja, é
entre o setor sanitário e os demais setores das políticas públicas e da responsável pela saúde de uma parte da população. Os serviços de maior
sociedade – provoca a mudança no modo de organizar, planejar, realizar, complexidade são menos numerosos e por isso mesmo sua área de
analisar e avaliar o trabalho em saúde. abrangência é mais ampla, abrangência a área de vários serviços de menor
complexidade.
28. A Organização Mundial de Saúde define como promoção da saúde o
processo que permite às pessoas aumentar o controle e melhorar a sua
36. O controle social na gestão do SUS se dará através das seguintes
saúde. A promoção da saúde representa um processo social e político, não
instâncias colegiadas, nos termos da Lei Federal 8.142/1990:
somente incluindo ações direcionadas ao fortalecimento das capacidades e
1. Conferência de Saúde.
habilidades dos indivíduos, mas também ações direcionadas a mudanças
2. Conselho de Saúde.
das condições sociais, ambientais e econômicas para minimizar seu impac-
3. Conselho de Classe Médica.
to na saúde individual e pública. Entende-se por promoção da saúde o
4. Comissões Tripartite de Gestores.
processo que possibilita as pessoas aumentar seu controle sobre os deter-
5. Conselho Nacional de Vigilância Sanitária e Epidemiológica.
minantes da saúde e através disto melhorar sua saúde, sendo a participa-
Pode-se afirmar com base no enunciado, que a quantidade de alternativas
ção das mesmas essencial para sustentar as ações de promoção da saúde
corretas é igual a:
(HPA, 2004)
A) 5
29. A Secretaria de Vigilância em Saúde - SVS do Ministério da Saúde (MS) B) 4
é responsável nacionalmente por todas as ações de vigilância, prevenção e C) 3
controle de doenças. As atividades da Secretaria incluem a coordenação de D) 2
programas de: (i) prevenção e controle das doenças transmissíveis de E) 1
relevância nacional, como aids, dengue, malária, hepatites virais, doenças
imunopreveníveis, leishmaniose, hanseníase e tuberculose; (ii) o Programa 37. São princípios do Sistema Único de Saúde:
Nacional de Imunizações (PNI); (iii) investigação de surtos de doenças; (iv) I. Universalidade.
coordenação da rede nacional de laboratórios de saúde pública; (v) gestão II. Integralidade.
de sistemas de informação de mortalidade, agravos de notificação obrigató- III. Participação comunitária.
ria e nascidos vivos, (vi) realização de inquéritos de fatores de risco, (vii) IV. Eqüidade.
coordenação de doenças e agravos não-transmissíveis e (viii) análise de V. Regionalização.
situação de saúde, incluindo investigações e inquéritos sobre fatores de Marque a opção correta:
risco de doenças não transmissíveis, entre outras ações. A) apenas a I, II e IV estão corretas
B) apenas a I, III e V estão corretas
Quanto aos princípios do SUS: C) apenas a II, III e IV estão corretas
D) apenas a II, IV e V estão corretas
E) apenas a III, IV e V estão corretas
30. Universalidade - "A saúde é um direito de todos", como afirma a
Constituição Federal. Naturalmente, entende-se que o Estado tem a 38. Em relação aos Princípios e Diretrizes do Sistema Único de Saúde,
quando descreve a “assistência, entendida como conjunto articulado e

Conhecimentos Específicos 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coleti- que se destinam a controlar determinantes, riscos e danos à saúde de
vos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do populações que vivem em determinados territórios, garantindo a integrali-
sistema” está se referindo à: dade da atenção, o que inclui tanto a abordagem individual como coletiva
A) autonomia. dos problemas de saúde.
B) integralidade. 47. A Vigilância em Saúde, visando à integralidade do cuidado, deve inse-
C) participação comunitária. rir-se na construção das redes de atenção à saúde, coordenadas pela
D) prevenção da doença. Atenção Primária à Saúde. As redes de atenção à saúde consistem em
E) promoção da saúde. estruturas integradas de provisão de ações e serviços de saúde institucio-
nalizados pela política pública, em um determinado espaço regional, a partir
Nas questões que se seguem, assinale: do trabalho coletivamente planejado e do aprofundamento das relações de
C – se a proposição estiver correta interdependência entre os atores envolvidos.A integralidade é compreendi-
E –se a mesma estiver incorreta da como a garantia de acesso a todos os serviços indispensáveis para as
necessidades de saúde, adequando a competência dos profissionais ao
39. O Pacto pela Vida está constituído por um conjunto de compromissos quadro epidemiológico, histórico e social da comunidade e do usuário. A
sanitários, expressos em objetivos de processos e resultados e derivados Atenção Primária à Saúde caracteriza-se por um conjunto de ações de
da análise da situação de saúde do País e das prioridades definidas pelos saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a prote-
governos federal, estaduais e municipais. Significa uma ação prioritária no ção da saúde, a prevenção de agravos, danos e riscos, o diagnóstico, o
campo da saúde que deverá ser executada com foco em resultados e com tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde, tendo a estratégia de
a explicitação inequívoca dos compromissos orçamentários e financeiros Saúde da Família como prioridade para sua organização.
para o alcance desses resultados. 48. São requisitos básicos para o ingresso no serviço público do Município:
I - a nacionalidade brasileira ou equiparada;
40. O Pacto pela Vida é o compromisso entre os gestores do SUS em II - o gozo dos direitos políticos;
torno de prioridades que apresentam impacto sobre a situação de III.- a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
saúde da população brasileira. A definição de prioridades deve ser IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
estabelecida através de metas nacionais, estaduais, regionais ou V - a idade mínima de dezoito anos; e
municipais. Prioridades estaduais ou regionais podem ser agregadas VI - ser julgado apto em inspeção de saúde por serviço médico competente.
às prioridades nacionais, conforme pactuação local. Os esta-
dos/região/município devem pactuar as ações necessárias para o 49. Ao entrar em exercício, o funcionário nomeado para o cargo de provi-
alcance das metas e dos objetivos propostos. mento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de até dois
anos, durante o qual sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação
41. A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, para desempenho do cargo, observados os seguintes requisitos:
no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da I - idoneidade moral;
saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação II - assiduidade;
e a manutenção da saúde. É desenvolvida por meio do exercício de práti- III - disciplina; e
cas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob forma de IV - produtividade.
trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios bem delimitados,
pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamici-
dade existente no território em que vivem essas populações. Utiliza tecno- 50. Pelo exercício irregular de as atribuições, o funcionário responde civil,
logias de elevada complexidade e baixa densidade, que devem resolver os penal e administrativamente.
problemas de saúde de maior frequência e relevância em seu território. É o
contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. Orienta-se RESPOSTAS
pelos princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação do 01. D 11. E 21. C 31. C 41. C
cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da responsabilização, 02. A 12. D 22. C 32. C 42. C
da humanização, da equidade e da participação social. 03. E 13. A 23. C 33. C 43. C
04. B 14. A 24. C 34. C 44. C
42. A Atenção Básica considera o sujeito em sua singularidade, na comple- 05. C 15. C 25. C 35. C 45. C
xidade, na integralidade e na inserção sócio-cultural e busca a promoção 06. D 16. C 26. C 36. D 46. C
de sua saúde, a prevenção e tratamento de doenças e a redução de danos 07. E 17. C 27. C 37. A 47. C
ou de sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver 08. D 18. C 28. C 38. B 48. C
de modo saudável. 09. B 19. C 29. C 39. C 49. C
10. E 20. C 30. C 40. C 50. C
43. A Atenção Básica tem a Saúde da Família como estratégia prioritária
para sua organização de acordo com os preceitos do Sistema Único de ___________________________________
Saúde.
___________________________________
44. A promoção da saúde, como uma das estratégias de produção de ___________________________________
saúde, ou seja, como um modo de pensar e de operar articulado às demais
políticas e tecnologias desenvolvidas no sistema de saúde brasileiro, con- ___________________________________
tribui na construção de ações que possibilitam responder às necessidades ___________________________________
sociais em saúde.
_______________________________________________________
45. No SUS, a estratégia de promoção da saúde é retomada como uma _______________________________________________________
possibilidade de enfocar os aspectos que determinam o processo saúde-
adoecimento em nosso País – como, por exemplo: violência, desemprego, _______________________________________________________
subemprego, falta de saneamento básico, habitação inadequada e/ou _______________________________________________________
ausente, dificuldade de acesso à educação, fome, urbanização desordena-
da, qualidade do ar e da água ameaçada e deteriorada; e potencializam _______________________________________________________
formas mais amplas de intervir em saúde.
_______________________________________________________

46. A Vigilância em Saúde tem como objetivo a análise permanente da _______________________________________________________


situação de saúde da população, articulando-se num conjunto de ações _______________________________________________________

Conhecimentos Específicos 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ ______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________

Conhecimentos Específicos 28 A Opção Certa Para a Sua Realização

S-ar putea să vă placă și