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Revista Semestral do Nu-Sol — Núcleo de Sociabilidade Libertária
Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais, PUC-SP
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2005
VERVE: Revista Semestral do NU-SOL - Núcleo de Sociabilidade Libertária/
Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais, PUC-SP.
Nº8 ( outubro 2005 - ). - São Paulo: o Programa, 2005 -
Semestral
1. Ciências Humanas - Periódicos. 2. Anarquismo. 3. Abolicionismo Penal.
I. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Estudos
Pós-Graduados em Ciências Sociais.
ISSN 1676-9090
Editoria
Nu-Sol – Núcleo de Sociabilidade Libertária.
Nu-Sol
Acácio Augusto S. Jr., Anamaria Salles, Andre R. Degenszajn, Edson Lopes
Jr., Edson Passetti (coordenador), Eliane Knorr de Carvalho, Guilherme C.
Corrêa, Gustavo Ferreira Simões, Lúcia Soares da Silva, Márcio Ferreira
Araújo. Jr., Martha C. Lossurdo, Natalia M. Montebello, Gilvanildo Avelino,
Salete Oliveira, Thiago M. S. Rodrigues, Thiago Souza Santos.
Conselho Editorial
Adelaide Gonçalves (UFC), Christina Lopreato (UFU), Clovis N. Kassick
(UFSC), Guilherme C. Corrêa (UFSM), Guilherme Castelo Branco (UFRJ),
Margareth Rago (Unicamp), Roberto Freire (Soma), Rogério H. Z. Nascimen-
to (UFPB), Silvana Tótora (PUC-SP).
Conselho Consultivo
Alexandre Samis (Centro de Estudos Libertários Ideal Peres – CELIP/RJ),
Christian Ferrer (Universidade de Buenos Aires), Dorothea V. Passetti
(PUC-SP), Francisco Estigarribia de Freitas (UFSM), Heleusa F. Câmara
(UESB), José Carlos Morel (Centro de Cultura Social – CSS/SP), José Eduar-
do Azevedo (Unip), José Maria Carvalho Ferreira (Universidade Técnica de
Lisboa), Maria Lúcia Karam, Paulo-Edgar Almeida Resende (PUC-SP), Robson
Achiamé (Editor), Silvio Gallo (Unicamp, Unimep), Vera Malaguti Batista
(Instituto Carioca de Criminologia).
ISSN 1676-9090
verve
revista de atitudes. transita por limiares e ins-
tantes arruinadores de hierarquias. nela, não
há dono, chefe, senhor, contador ou progra-
mador. verve é parte de uma associação livre
formada por pessoas diferentes na igualdade.
amigos. vive por si, para uns. instala-se numa
universidade que alimenta o fogo da liberda-
de. verve é uma labareda que lambe corpos,
gestos, movimentos e fluxos, como ardentia.
ela agita liberações. atiça-me!
Atravessando Deleuze
Edson Passetti 42
Élisée Reclus:
idéias úteis para análises geopolíticas contemporâneas
Fabrizio Eva 50
Os pedreiros da anarquia 2
Edgar Rodrigues 64
As damas
Christian Ferrer 143
A grandiloqüência da tolerância,
direitos e alguns exercícios ordinários
Salete Oliveira 276
RESENHAS
Do paleo ao neo-liberalismo:
a empresa com alma
Paulo-Edgar Almeida Resende 295
Maurício Tragtenberg
Antonio José R. Valverde 301
e
desta vez
poemas
de thiago rodrigues
acompanham
as conversações com verve
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Guerra ao Estado: o anarquismo de Stirner e Deleuze
saul newman*
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Guerra ao Estado: o anarquismo de Stirner e Deleuze
I. Crítica ao Estado
Stirner e Deleuze enxergam o Estado como uma abs-
tração que transcende suas diferentes manifestações
concretas, ainda que ao mesmo tempo opere por meio
delas. O Estado é mais do que uma instituição particu-
lar que existe em um determinado período histórico. O
Estado é um princípio abstrato de poder e de autoridade
que sempre existiu em diversas formas, ‘mais do que’
atualizações particulares.
A crítica de Stirner ao Estado demonstra esse ponto
crucial. Para ele, o Estado é uma instituição essencial-
mente opressiva. Entretanto, a rejeição de Stirner ao
Estado vai além de uma crítica a Estados particulares —
como o Estado liberal ou o Estado socialista. Mais do que
isso, ela constitui um ataque ao Estado em si — a pró-
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IV. Resistência
Para Stirner e Deleuze, a dominação do Estado não
opera apenas por meio de teorias de contrato social e
por discursos morais e racionais, mas fundamentalmen-
te por meio do próprio desejo humanista. Se estamos
intrinsecamente atados ao Estado, a questão deve ser
como resistir a essa dominação? Para Stirner e Deleuze,
resistência ao Estado deve ocorrer no nível de nossos pen-
samentos, idéias e fundamentalmente de nossos desejos.
Devemos aprender a pensar além do paradigma do Estado.
A ação revolucionária falhou no passado pois se manteve
aprisionada por esse paradigma. Mesmo as filosofias re-
volucionárias como o anarquismo, que têm como objeti-
vo a destruição do poder do Estado, mantiveram-se apri-
sionadas a concepções essencialistas e estruturas ma-
niqueístas, como Stirner e Deleuze têm demonstrado,
freqüentemente terminam por reafirmar a autoridade.
Talvez a própria idéia de revolução deva ser abandonada.
Talvez a política deva ser a de escapar de estruturas e
identidades essencialistas. Stirner argumenta, por exem-
plo, que a resistência ao Estado deve assumir não a for-
ma de revolução, mas de “insurreição”.
Revolução e insurreição não devem ser consideradas
como sinônimos. A primeira consiste na inversão de con-
dições, das condições estabelecidas ou status, o Estado ou
sociedade, e é, portanto, um ato político e social. A última
possui, de fato, para sua inevitável conseqüência, uma
transformação de circunstâncias, apesar de não começar
por ela mas pelo descontentamento dos homens com eles
mesmos; não é um levante armado, mas um levante de
indivíduos, um levante sem acatar os arranjos que dele
florescem. A revolução almejava novos arranjos; a insur-
reição não nos leva a permitir ser organizados, mas orga-
nizarmos a nós mesmos, e não deposita nenhuma espe-
rança promissora nas ‘instituições’. Não é uma luta con-
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Conclusão
O pensamento anti-estatal de Stirner e Deleuze pode
nos permitir conceituar e desenvolver formas de resis-
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Notas
1
“War on the State: Stirner’s and Deleuze’s anarchism” publicado, originalmente, em
Anarchist Studies, Volume 9, n° 2. Londres, 2003.
2
Andrew Koch. “Max Stirner: The last hegelian or the first poststructuralist” in
Anarchist Studies 5. pp. 95-107.
3
Idem.
4
Jacques Derrida. Spectres of Marx: the State of debt, the work of mourning & the new
International. Tradução de Peggy Kamuf. New York, Routledge, 1994.
5
Max Stirner. The ego and its own. Tradução de Steven Byington. London, Rebel Press,
1993.
6
Idem, p. 229.
7
Ibidem, p. 224.
8
Ibidem, p. 87.
9
Ibidem, p. 228.
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10
Frank Harrison. The modern State: an anarchist analysis. Montreal, Black Rose Books,
1983, p. 62.
11
Max Stirner, op. cit., p. 115.
12
Mikhail Bakunin. Political Philosophy: scientific anarchism. G. P Maximoff (ed.).
London, Free Press of Glencoe, 1984, p. 221.
13
Piotr Kropotkin. The State: its historic role. London, Freedom Press, 1943, p. 9.
Gilles Deleuze. Dialogues. Tradução de Hugh Tomlinson. New York, Columbia
14
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Mikhail Bakunin, op. cit., p. 212.
Ludwig Feuerbach. The essence of christianity. Tradução de George Eliot. New York,
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RESUMO
ABSTRACT
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atravessando deleuze
edson passetti*
*
Professor no Departamento de Política e no Programa de Pós-Graduação em
Ciências Sociais da PUC-SP e Coordena o Nu-Sol. Publicou entre outros livros
Anarquismos e sociedade de controle, São Paulo: Cortez, 2003.
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Notas
1
Gilles Deleuze e Claire Parnet Diálogos. Tradução de Eloísa Araújo Ribeiro.
São Paulo, Escrita, 1998.
2
Gilles Deleuze. “Meu próximo livro vai chamar-se ‘Grandeza de Marx’” in
Peter Pál Pelbart e Suely Rolnick (orgs) Cadernos de Subjetividade/Gilles Deleuze.
Tradução de Martha Gambini. São Paulo, Núcleo de Estudos e Pesquisas da
Subjetividade/PUC-SP, jun. 1996, pp. 26-30.
3
Gilles Deleuze. “Política” in Conversações. Tradução de Peter Pál Pelbart. São
Paulo, 34 Letras, 1992, pp. 207-226.
4
Michel Foucault e Gilles Deleuze. “Introdução geral (às obras filosóficas
completas de Nietzsche)” in Manoel Barros da Motta (org) Michel Foucault.
Arqueologia das ciências e história dos sistemas de pensamento. Coleção Ditos e
Escritos II. Tradução de Elisa Monteiro. Rio de Janeiro, Forense Universitária,
2000, pp. 36-39. Importa ainda indicar a importante entrevista realizada por
ambos à L’arc, em 1972, conhecida por “Os intelectuais e o poder”, In Manoel
Barros da Motta (org) Michel Foucault. Estratégia, poder-saber. Coleção Ditos e
Escritos IV, Trad. Vera Lucia Avellar Ribeiro, Rio de Janeiro, Forense Univer-
sitária, 2003, pp. 37-47.
5
Michel Foucault. “O Anti-Édipo: uma introdução à vida não fascista”. Tradu-
ção de José Fagundes Ribeiro. In Peter Pál Pelbart et al (orgs), op. cit., p. 200.
6
Michel Foucault. A verdade e as formas jurídicas, Tradução de Roberto C. M.
Machado e Eduardo J. Morais. Rio de Janeiro, PUC-Rio/Nau, 1996, pp. 29-
51.
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7
Michel Foucault. “Theatrum Philosophicum” in Manoel B. da Motta (org),
op. cit., p. 230.
8
Daniel Colson. Petit lexique philosophique de l’anarchisme. De Proudhon à Deleuze.
Lyon, Le Livre de Poche, Biblio Essais, 2001.
9
O abecedário de Gilles Deleuze foi um vídeo gravado em VHS por Claire Parnet,
em 1988, e somente veiculado após a morte de Deleuze, segundo acordo entre
ambos. Circula pela Internet a versão original e uma tradução em língua portu-
guesa.
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As idéias de Reclus
Os pontos principais no modo de ser geógrafo (“políti-
co” no sentido mais amplo) de Reclus são os seguintes:
1. as fronteiras devem ser concebidas como móveis
porque são apenas contemporaneamente funcionais.
Quando muda a função ou mudam as escolhas dos grupos
humanos, as fronteiras se deslocam para adequarem-se
às novas funcionalidades;
2. as únicas fronteiras consideráveis são aque-
las que assinalam as diferenciações de hábitos, de
comportamentos e de características dos grupos hu-
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Notas
1
Franco Farinelli. Geografia. Un’introduzione ai modelli del mondo. Torino, Einau-
di, 2003, p. 6.
2
Idem, pp. 96-97.
3
Tzvetan Todorov. Il nuovo disordine mondiale. Milão, Garzanti, 2003, pp. 30-31.
4
Aymeric Chauprade. Introduction à l’analyse géopolitique. Paris, Ellipses, 1999, p.
277.
5
Idem, p. 280.
6
Bertrand Badie. La fine dei territori. Trieste, Asterios, 1996, p. 12.
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7
Jean Mearsheimer. La logica di potenza. Milão, Università Bocconi Editore,
2001, p. 51.
8
Bertrand Badie, 1996, op. cit., p. 48.
9
Cf. Armand Mattelart. Storia dell’utopia planetaria. Torino, Einaudi, 2000.
10
Lucien Febvre. La terra e l’evoluzione umana. Torino, Einaudi, 1980, p. 363.
11
Éliseé Reclus. L’Homme et la Terre. Paris, Fayard, 1990, p. 42.
12
Cf. David Harvey. La crisi della modernità. Milão, EST, 1997.
13
Cf. Jean Gottmann. La politique des États et leur géographie. Paris, Armand
Colin, 1952.
14
Cf. John A. Rapp. “Daoism and Anarchism Reconsidered” in Anarchist Studi-
es, n.6, 1998, pp. 123-151.
15
Élisée Reclus. Nouvelle Géographie Universelle: vol. I. Paris, Hachette, 1876, p.
II.
16
Idem, pp. 7-8.
17
Ibidem, p. 23.
18
Ibidem, p. 5.
19
Ibidem, p. 30.
20
Élisée Reclus, 1990, op. cit., p. 34.
21
Idem, p. 47.
22
Ibidem, p. 34.
23
Cf. Fabrizio Eva. “Geografia contro il potere” in Volontà, n.4, 1992, Milão,
pp. 9-23.
24
Cf. Fabrizio Eva. “De Reclus a Feyerabend: utilizar el anarquismo para
comprender a los seres humanos” in Proceedings of the 4th Critical Geography
International Conference, México, 9-12 Janeiro/2005.
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Resumindo um século de serviços prestados pelos
imigrantes, os pedreiros da anarquia, edificadores de
pedaços do Brasil, produtores de alimentos, panos/rou-
pas, calçados, construíram casas, estradas, pontes e
carruagens para a burguesia, universidades para os
acadêmicos, formaram associações e sindicatos para
reunir seus companheiros de ofício, alfabetizar-se, e a
centenas de filhos dos operários, e ainda dissemina-
ram cultura sociológica, história social e anarquista.
No período de maior intensidade, deflagraram 270
greves, realizaram 80 comemorações, 119 comícios pú-
blicos, 22 grandes passeatas de protesto e de reivindi-
cação, 27 assembléias deliberativas de alto significa-
do, fundaram, dirigiram e sustentaram dezenas de es-
colas de alfabetização, artes e ofícios (além dos grupos
de ensino avulso, periódico), chegaram a ter uma uni-
versidade popular (esta no sindicato dos pintores à rua
da Constituição, 47, sobrado, no Rio de Janeiro, 1904,
com ajuda de alguns intelectuais) e outra universida-
de em São Paulo no ano de 1915 (esta organizada pelo
autodidata Florentino de Carvalho).
Ao todo realizaram doze congressos estaduais para
discutir e traçar os rumos do movimento operário, sete
nacionais e participaram de cinco congressos inter-
nacionais, sendo dois no Rio de Janeiro, no ano de 1915,
um na Argentina, um no Uruguai, um no Ferrol, Espa-
nha, um na França, no final dos anos quarenta.
Aos anarquistas e anarco-sindicalistas coube a tare-
fa de formar quatro colônias experimentais, 14 comuni-
dades de atividades diversas, 55 grêmios e centros de
cultura social, 99 uniões operárias, quatro alianças, 70
cooperativas de socorros mútuos, uma confederação com
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Notas
1
Distingo aqui “autoridade irracional”, invento dos servidores do Estado,
expressão da violência, da desigualdade social, das guerras, de “autoridade
racional”, formada pela razão, pela inteligência, pelo saber, pelo raciocínio
refletido, humanista, igual para todos!
2
Ver Pedro Calmon. História da Civilização Brasileira. São Paulo, Brasiliana, s.d.
3
Idem.
4
O médico Ranulpho Pratas, em seu excelente livro romanceado, Navios Ilumina-
dos, demonstra, com detalhes minuciosos, que no século XX, nas Docas de
Santos, haia uma escravidão sangrando pulmões operários, em plena República
brasileira.
5
Ver Edgar Rodrigues. Socialismo e Sindicalismo no Brasil – 1675-1913. Rio de
Janeiro, Editora Laemmert, 1969.
6
Idem.
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Idem.
8
Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, 16-3-1898.
9
Um dos mais cultos anarquistas portugueses, da Ilha da Madeira, o poliglota
Adriano Botelho, confessou-me, em carta, que o primeiro livro que leu ao chegar
a Lisboa, foi Anarquismo, do Dr. Paul Eltzbacher.
10
No início do século XXI, com novas tecnologias, a Internet etc., os anarquistas
acadêmicos e outros, até 2005, não saíram das avaliações da obra do século XX.
11
Ver Edgar Rodrigues. Os Companheiros – 5. Santa Catarina, Editora Insular,
1998.
12
Não é demais, hoje, dizer-se que enquanto o ensino oficial fala à memória e o
aluno decora as matérias, repetindo-as como um gramofone, o ensino racionalis-
ta (dos anarquistas) fala ao cérebro, à razão, à inteligência, ao raciocínio, despertan-
do e desenvolvendo a opinião própria do estudante, sobre o que vê, ouve, lhe é
ensinado, formando uma personalidade pensante. No ensino oficial o aluno de-
cora e repete o que ouviu; no ensino racionalista, o aluno pensa, define o que lhe
ensinaram e forma sua convicção refletida, própria!
13
Os operários militantes, sindicalistas revolucionários e anarquistas, em todo o
território brasileiro, ultrapassaram os milhares, e não cabem todas suas realiza-
ções em dois textos. Um dia, quem sabe, voltarei ao assunto.
14
Deoclécio Fagundes (Theofilo Ferreira), Astrojildo Pereira e João Castanheira.
15
Voz do Povo. Rio de Janeiro, 1920; A Plebe. São Paulo, 1919; Vanguarda Operária.
São Paulo, 1921; A Lanterna. São Paulo, 1901/1904; A Hora Social. Recife,
1919.
16
Não tenho a pretensão de ter encontrado todos os títulos de jornais.
17
Antonino Dominguez nasceu na Espanha. Operário sapateiro, anarquista, foi
assassinado pelos “Rapazes da Tcheka”, Pedro Bastos (Galileu Sanches) e Eusé-
bio Manjon, orientados por Astrojildo Pereira, José Elias da Silva, João da Costa
Pimenta, Octávio Brandão e o deputado pelo P.C.B. Azevedo Lima, na noite de
13 ou 14 de fevereiro de 1928, no sindicato dos gráficos, à rua Frei Caneca, 4,
sobrado, Rio de Janeiro. Ver Edgar Rodrigues. Os Companheiros. Vol. 1. Rio de
Janeiro, 1994.
18
Ricardo Cipolla, operário sapateiro, tornou-se um dos amigos do jornal A Plebe,
e com outros, em São Paulo, formou o Centro Libertário Terra Livre, nos anos de
1921-1922, para angariar recursos para o jornal, e organizou um espetáculo
teatral no Salão Leal Oberdan, no dia 31 de dezembro de 1922: um sujeito que
andava entre os anarquistas e queria ser policial, espanhol de nascimento, Indalé-
cio Iglesias, matou Ricardo Cipolla a tiros no palco, durante o baile que encerraria
a representação teatral beneficente. Ver Edgar Rodrigues. Os Companheiros. Vol.
5. Santa Catarina, 1998.
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RESUMO
ABSTRACT
The history of the 20th Century in Brazil is told through the liber-
tarian actions of the bricklayers of anarchy, which have invented
free relations among traditions of hierarchy, often praised by mi-
sery — intellectual, above all —, in which workers of this Cen-
tury were submersed. The article describes practices and gives
name to those who effectively result in widening the space for
liberty that remains until today.
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Organização do trabalho
Em quase todos os países do mundo, nomeadamente
aqueles que já foram objeto de um crescimento e de-
senvolvimento econômico significativos, denota-se que
a realidade da organização do trabalho é atravessada,
inexoravelmente, por profundas mudanças no que con-
cerne à divisão do trabalho, à estrutura hierárquica de
autoridade, ao processo de tomada de decisão e ao pro-
cesso de liderança.
O caráter tendencial dessa evolução e, sobretudo, os
contornos e os conteúdos das mudanças que envolvem
a organização do trabalho no contexto da racionalidade
instrumental do capitalismo, levam-me a privilegiar
uma análise centrada na União Européia e em outros
países capitalistas mais desenvolvidos.
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Notas
1
Richard Swedberg. Une histoire de la sociologie économique. Paris, Desclée de Brou-
wer, 1994. Philippe Steiner. La sociologie économique. Paris, La Découverte, 1999.
2
Benoît Lèvesque et al. La nouvelle sociologie économique. Paris, Desclée de Brou-
wer, 2001.
3
Émile Durkheim. A divisão do trabalho social, (vol. 2.), 3ª edição. Lisboa, Editorial
Presença, 1989/1991. Max Weber. Economia y sociedad. Fondo de Cultura Eco-
nómica, México, 1994. Karl Polanyi. La gran transformación. Madrid, La Piqueta,
1989. Mark Granovetter. “Economic action and social structure: the problem
of embeddedness” in American Journal of Sociology. 1985, pp. 481-510.
4
Lewis Mumford. Le mythe de la machine (vol. 2). Paris, Fayard, 1974.
5
Jacques Kergoat et al. Le monde du travail. Paris, La Découverte, 1998.
6
Tasuku Noguchi. “Technologies de pointe et stratégies industrielles au Japon”,
in Travail et Société, vol. 8, nº 4, octobre-décembre. Genebra, OIT/IIES, 1983,
pp. 411-420.
7
José. Maria Carvalho Ferreira. “Novas tecnologias e organização do trabalho” in
Globalizações – novos rumos no mundo do trabalho. Florianópolis/Lisboa, Ed. UFSC/
SOCIUS, 2001, p. 84.
8
William Cavestro. “Automatisation, organisation du travail et qualification dans
les PME: Le cas des machines-outils à commande numérique”, in Sociologie du
Travail, nº4. Paris, Gauthier-Villars, 1984, pp. 434-446.
9
Josiane Boutet. “Quand le travail rationalise la langage”, in Kergoat, 1998, op.
cit., pp. 153-164.
10
José Maria Carvalho Ferreira et al. Manual de psicossociologia das organizações. Alfra-
gide, McGraw-Hill, 2001.
11
Claude Pottier. “La division internationale du travail”in Kergoat, 1998, op.
cit., pp. 310-318.
12
Horst Kern et Michael Schumann. El fin de la división del trabajo. Racionaliza-
ción en la producción industrial. Madrid, Centro de Publicaciones Ministério de
Trabajo y Seguridad Social, 1988.
13
François Eyraud et al. “Développement des qualifications et apprentissage
par l’entreprise des nouvelles technologies: Le cas des MOCN dans l’industrie
mécanique” in Sociologie du Travail, nº 4. Paris. Gauthier-Villars, 1984, pp. 482-
499; William Cavestro, 1984, op. cit.; Takao Nuki. “Les effets de la micro-
117
8
2005
66-74.
18
Harry Braverman. Trabalho e capital monopolista. A degradação do trabalho no
século XX. Rio de Janeiro, Zahar, 1977.
19
Horst Kern e Michael Schumann, 1988, op. cit..
20
Jeremy Rifkin. La fin du travail. Paris, La Découverte, 1996.
21
Serge Paugam. Le salarié de la précarité. Paris, PUF, 2000; Andre Gorz. “Le
travail fantôme” in Kergoat, 1988, op. cit., pp. 30-39.
22
Anne-Marie Grozelier. Pour en finir avec la fin du travail. Paris, Les Editions de
l’Atelier, 1998.
23
Robert Castel. “Centralité du travail et cohésion sociale” in Kergoat, 1988,
op. cit., pp. 50-60.
24
Serge Paugam, 1988, op. cit..
25
Robert Boyer. La théorie de la régulation: une analyse critique. Paris, La Décou-
verte, 1986.
26
Pierre Rosanvallon. La nouvelle question sociale: repenser l’Etat-Providence. Paris,
Seuil, 1995.
27
Naomi Klein. No Logo – O poder das marcas. Lisboa, Relógio D’Água, 2002.
28
Fernando Ferreira Costa. As cooperativas e a economia social. Lisboa, Livros
Horizonte, 1986; Charles Gide. Èconomie sociale. Paris, Sirey, 1905; Peter D.
Hall. “A historical overview of the private nonprofit setor” in Walter Powell
(ed.). The nonprofit setor – a research handbook. New Haven and London, Yale
University Press, 1987.
29
I. Billiard, D. Debordeaux, M. Lurol. Vivre la Précarité – trajectoires et projects
de vie. Paris, Ed. L’aube, 2000; Michel Lallement et Jean-Louis Laville. “Qu’est-
118
verve
Terceiro setor e limiares da autogestão
119
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RESUMO
ABSTRACT
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Vigiar e expelir: bio-fronteiras da individuação...
vigiar e expelir:
bio-fronteiras da individuação e
dispositivos de captura social
salvo vaccaro*
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Vigiar e expelir: bio-fronteiras da individuação...
Notas
1
Ver Michel Foucault. Sécurité, territoire, population. Cours au Collège de France
(1977-1978). Paris, Seuil/Gallimard, 2004.
2
Para uma maior discussão, permitam-me enviá-los a meu trabalho Biopolitica e
disciplina. Milão, Mimesis, 2005.
3
Majid Yar. “Panoptic Power and the Pathologisation of Vision: Critical
Reflections on the Foucauldian Thesis” in Surveillance & Society, I, n.3, 2003, p.
262.
4
Michalis Lianos. “Le contrôle social après Foucault” in Surveillance & Society,
I, n.3, 2003, p. 439.
5
Hille Koskela. “Cam-Era. The Contemporary Urban Panopticon” in Survei-
llance & Society, I, n.3, 2003, p. 299.
6
C. Norris. “From Personal to Digital: CCTV, the Panopticon, and the Techno-
logical Mediation of Suspicion and Social Control” in David Lyon (org.).
Surveillance as Social Sorting: Privacy, Risk and Digital Discrimination. London,
Routledge, 2002, p. 278. Ver também, sobre Echelon, Duncan Campbell. Il
mondo sotto sorveglianza. Milão, Eleuthera, 2002; sobre National Security Agency, a
mega entidade estadunidense preposta ao recolhimento de dados informativos,
James Bamford. L’orecchio di Dio. Roma, Fazi, 2004.
7
Paulo Vaz; Fernanda Bruno. “Types of Self-Surveilance: from Abnormality to
Individuals ‘at risk’” in Surveillance & Society, I, n.3, 2003, p. 284.
8
Robin Williams e Paul Johnson. “Circuits of Surveillance” in Surveillance &
Society, II, n.1, 2004, pp. 1-14, distinguem entre uma vigilância pré-construtiva —
que “recolhe informações sobre cada membro de uma população de indivíduos
cujas ações e aparências corpóreas são observadas e registradas por operadores
no curso da sua função” — e uma vigilância re-construtiva ou inferencial — que
“busca capturar informações que facilitam a identificação de indivíduos cuja
presença e ação corpórea era invisível às tecnologias de observação direta no
lugar e no tempo no qual ocorreu.” Idem, p. 4.
9
O olhar associado a estas tecnologias de bio-vigilância consente mesmo em
inferir aspectos ignorados de elementos esparsos e evanescentes: gestos do
corpo ou do rosto, movimentos dos lábios, traços involuntários, rastros invisí-
veis, cores corpóreas, nos quais, entretanto, percorre a intencionalidade talvez
oculta ao próprio autor. Observar coloca-se em linha direta com identificar.
10
Williams e Johnson revelam como a molécula do DNA é tanto “do corpo”,
quanto “é o corpo”, marcando cada ser humano e expondo-o a uma vigilância
contínua. “Ela captura os indivíduos com a ameaça de uma exposição perma-
nente, alcançando-a, não através do encarceramento, mas através da dispersão
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Vigiar e expelir: bio-fronteiras da individuação...
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Nota
1
Título original: El último malón. N.T.
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Notas
1
Gilles Deleuze. “A Imanência: uma vida” in: Revista Educação & Realidade, v.
27, n. 2. Porto Alegre, jul/dez 2002, p. 14.
2
Gilbert Simondon. “A Gênese do Indivíduo” in Cadernos de Subjetividade.
Tradução de Ivana Medeiros. Reencantamento do Concreto. São Paulo, Huci-
tec, 2003, pp. 99-117.
3
Luis Antonio Baptista. “As cidades da falta” in Saúdeloucura nº 6. Subjetivida-
de. São Paulo, Hucitec, 1997, pp. 170-182.
4
Walter Benjamin, Obras Escolhidas III in Silvia Carvalho Josephson. “Espaços
urbanos e estratégias de hierarquização” in Saudeloucura, n. 6. São Paulo, Ed.
Hucitec, 1997, p. 144.
5
Gilles Deleuze e Félix Guattari. “Acerca do Ritornelo” in Mil Platôs. Esquizo-
frenia e Capitalismo, v. 4. São Paulo, Ed. 34, 1997, pp. 115-170.
6
José Nuno Gil. A imagem-nua e as pequenas percepções. Lisboa, Relógio d’Água,
1996.
7
José Nuno Gil. Les petites perceptions. Texto digitado, p. 4, Tradução livre.
8
Henri Bergson. A Evolução Criadora. Rio de Janeiro, Ed. Delta, 1964.
9
Italo Calvino. As cidades invisíveis. Tradução de Diogo Mainard. São Paulo,
Companhia das Letras, 1990, p. 54.
158
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a alma paradoxal da casa
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Um anjo exterminador
Nina, um dos personagens centrais do romance, che-
ga a Chácara dos Meneses para quebrar a tranqüilidade
de uma paisagem e de uma casa que abriga uma famí-
lia do interior de Minas, imobilizada por hábitos e cos-
tumes tradicionais. A hostilidade manifesta-se logo na
sua chegada, particularmente, por Demétrio, o chefe, o
patrão, o irmão mais velho, expressão de uma família
despótica erigida sob o orgulho do bem da posição e do
dinheiro.22 Nina vem do Rio de Janeiro como esposa de
Valdo, irmão de Demétrio. Para ela, Valdo “representa-
va muitas coisas que jamais tivera: uma família, casa,
uma educação que não conhecia.”23 A casa dos Mene-
ses era tão forte em seus hábitos e costumes e, por isso
mesmo, ficava tão frágil diante do menor contratempo
que quebrasse seu ritmo repetitivo submetido a uma
lei geral que a governava. Nina inconscientemente, pela
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Notas
1
Friedrich Nietzsche. Crepúsculo dos Ídolos. Tradução de Marco Antonio Casa Nova.
Rio de Janeiro, Relume Dumará, 2000, p. 82.
2
Friedrich Nietzsche. A gaia ciência. Tradução de Alfredo Margarido. Lisboa, Gui-
marães Editores, 1996, § 370.
182
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Tragédia em Nietzsche e Lúcio Cardoso
3
Friedrich Nietzsche. Fragmentos finais. Tradução de Flávio R. Kothe. Brasília/São
Paulo, Editora UnB e Imprensa Oficial do Estado, 2002, p. 153.
4
Friedrich Nietzsche. O nascimento da tragédia. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo,
Companhia das Letras, 1998, p. 132.
5
Idem, p. 132.
6
Ibidem, p. 32.
7
Friedrich Nietzsche, 2002, op. cit., p. 151.
8
Friedrich Nietzsche, 1998, op. cit., p. 28.
9
Idem, p. 40.
10
Ibidem, p. 36.
11
Ibidem, p. 36.
12
Ibidem, p. 37.
13
Ibidem, p. 68.
14
Ibidem, p. 31.
15
Ibidem, p. 47.
16
Friedrich Nietzsche, 2000, op. cit., p. 83.
17
Friedrich Nietzsche, 1998, op. cit., p. 69.
18
Idem, p. 142.
Gilles Deleuze. Nietzsche e a filosofia. Tradução de António M. Magalhães. Porto,
19
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2005
26
Ver Friedrich Nietzsche. Aurora. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo,
Companhia das Letras, 2004, § 77.
27
Lúcio Cardoso, 1999, op. cit., pp. 253-254.
28
Idem, p. 264.
29
Ibidem, p. 266.
30
Ibidem, p. 267.
31
Ibidem, p. 268.
32
Ibidem, p. 268.
33
Friedrich Nietzsche, 2004, op. cit., § 78.
34
Friedrich Nietzsche, 2000, op. cit, pp. 70-71.
35
Lúcio Cardoso, 1999, op. cit., p. 270.
36
Idem, p. 270.
37
Ibidem, p. 271.
38
Ibidem, p. 271.
39
Friedrich Nietzsche, 2004, op. cit. § 570.
40
Lúcio Cardoso, 1999, op. cit., p. 271.
41
Friedrich Nietzsche, 2004, op. cit., § 76.
42
Lúcio Cardoso, 1999, op. cit., p. 303.
43
Friedrich Nietzsche, 2004, op. cit., § 76.
44
Lúcio Cardoso, 1999, op. cit., p. 309.
45
Idem, p. 183.
46
Ibidem, p. 271.
47
Ibidem, p. 285.
48
Friedrich Nietzsche, 2004, op. cit., § 240.
49
Betty era uma governanta dos Meneses, a única da casa que estabelecia contato
com Timóteo, até a chegada de Nina.
50
Lúcio Cardoso, 1999, op. cit., p. 56.
51
Idem, p. 56.
52
Michel Foucault. Vigiar e punir. Tradução de Raquel Ramalhete. Petrópolis,
Editora Vozes, 1998, p.164.
184
verve
Tragédia em Nietzsche e Lúcio Cardoso
53
Lúcio Cardoso, 1999, op. cit., p. 250.
54
Idem, p. 481.
55
Gilles Deleuze. “Platão e o simulacro” in Lógica do sentido. Tradução de Luiz
Roberto Salinas Fortes. São Paulo, Editora Perspectiva, 2000, p. 263.
56
Idem, p. 264.
57
Ibidem, p. 268.
58
Lúcio Cardoso, 1999, op. cit., p. 468.
59
Idem, p. 474.
60
Ibidem, p. 477.
61
Ibidem, p. 204.
62
Ibidem, p. 205.
63
Ibidem, p. 463.
64
Ibidem, p. 483.
65
Ibidem, p. 482.
66
Ibidem, p. 482.
67
Ibidem, p. 482.
68
Ibidem, p. 481.
69
Friedrich Nietzsche, 2004, op. cit., § 509.
70
Lúcio Cardoso, 1999, op. cit., p. 481.
71
Idem, p. 484.
72
Ibidem, p. 485.
73
Friedrich Nietzsche, 2004, op. cit., § 382.
185
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RESUMO
ABSTRACT
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Amigos e personagens anarquistas de Eugene O’neill
pietro ferrua*
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Amigos e personagens anarquistas de Eugene O’neill
Notas
1
Pietro Ferrua. “Anarquismo na vida e na obra de Eugene O’Neill”, in Verve, 7. São
Paulo, PEPGCS-PUC/SP, Nu-Sol, 2005, pp. 226-243.
2
Emma Goldman. Living My Life. New York, Knopf, 1934. Escrito na França,
numa casa em Saint-Tropez financiada por Peggy Guggenheim.
3
“The most radiant of the four [Lena’s children] was little Stella, who had always
been my sunbeam in grey Rochester.” Todos os trechos com transcrições no original
foram traduzidos do inglês por Andre Degenszajn.
4
Além de visitar a família várias vezes, ela residiu durante um mês em Rochester,
quando saiu da prisão. Em suas memórias, menciona uma dúzia de nomes de
companheiros e simpatizantes que faziam parte do grupo de O’Neill. Faltam só os
nomes dele, da esposa e de Terry Carlin.
5
A três cartas de O’Neill a Berkman se encontram nos arquivos do Instituto
Internacional de História Social, em Amsterdã, enquanto o restante da cor-respon-
dência de O’Neill está distribuída em 35 bibliotecas norte-americanas e em uma
biblioteca nas Bermudas, onde O’Neill viveu alguns anos.
209
8
2005
6
Ver Eugene O’Neill. Selected Letters of Eugene O’Neill Travis Bogard e Jackson B.
Bryer (org.). New Haven/Londres, Yale University Press, 1988, pp. 232-33.
7
“Romany Marie” era o nome de uma casa de chá onde se reuniam os anarquistas,
no Greenwich Village. O nome vinha do pseudônimo da gerente, Marie Yuster,
uma cigana anarquista, que foi casada com um tal de Marchand. Ela foi gerente da
escola de Arte do Centro Francisco Ferrer de Nova York, onde ensinaram ou
estudaram artistas famosos, como Robert Henri, George Bellows, Joan Sloan,
Marcel Duchamp, Man Ray etc.
8
“Yes, it was a long time since that night at Romany Marie. But I am quite sure that
you don’t remember me better than I do you. I have a very clear picture of in mind
to this day. I had a very deep admiration for you for years, and that meeting was sort
of an unexpected wish fulfillment. As for my fame (God help us!) and your infame,
I would be willing to exchange a good deal of mine for a bit of yours. It is not so
hard to write what one feels as truth. It is damned hard to live it!”
9
Segundo Paul Avrich, sempre muito documentado, a data do falecimento seria
1934. Ver também a nota seguinte.
10
Em Anarchist Voices. An Oral History of Anarchism in America. Princeton, N.J.,
Princeton University Press, 1994, o autor menciona algumas colaborações de Terry
Carlin publicadas no periódico anarquista de Tucker, Liberty, e no de Hippolyte
Havel, Revolt.
11
Arthur & Barbara Gelb. O’Neill. New York, Harper & Brothers, 1962, p. 286.
12
Ver O’Neill, 1988, op. cit., pp. 415-416.
13
“The extra 15 for Terry is okay with me. I’ve been thinking about him a lot. The
ideal thing for him – between us, for I know he’d be offended by the suggestion –
would be a Home – not charity but a decent place where I could pay a reasonable
amount monthly and know he was getting real care...”
Dorothy Commins. What is an Editor? Saxe Commins at Work. Chicago/London,
14
210
verve
Amigos e personagens anarquistas de Eugene O’neill
20
Mantive correspondência, durante os anos 50 e 60, com um deles, Ammon
Hennacy, autor de Autobiography of a Catholic Anarchist. New York, Catholic Worker
Books, 1954, que pretendia ser mais anarquista do que os anarquistas tradicionais,
pois, por exemplo, recusava-se a pagar impostos ao Estado.
21
Nascida na Dinamarca ou na Suécia, cresceu na Inglaterra e emigrou para os
Estados Unidos; não são conhecidos outros dados sobre sua vida.
22
Ver Gelb, 1962, op.cit., p. 362.
No manuscrito da peça, Gertie Vose chama-se Emma. Ver Judith E. Barlow. Final
23
Acts. The creation of Three Late O’Neill Plays. Athens, University of Georgia Press,
1985.
24
Ver Winifried L.Frazer. E.G. and E.G.O. Gainesville, University Presses of
Florida, 1974.
25
“I have grown to love Hutchins. He is a peach”.
26
Ver Pietro Ferrua, 2005, op. cit..
27
Ver nota 14.
28
Ver “TheVisit of Malatesta”, in Eugene O’Neill. The Unfinished Plays. Edited and
annotated by Virginia Floyd. New York, Continuum, 1988, n.8, pp. xxviii-213.
29
Carta de junho, da Califórnia, na página 179 de “Love and Admiration and
Respect”, in The O’Neill Commins Correspondence. Dorothy Commins (org). Du-
rham, Duke University Press, 1986.
30
“Or any book of Emma’s”.
31
“I might have one of my characters in the Cycle dope out for himself an ideal
society which would be similar to Anarchism or Syndicalism.”
211
8
2005
RESUMO
ABSTRACT
212
verve
213
8
2005
stéfanis s. caiaffo*
A geografia afetiva
Primeiro ponto para um programa vital: percorrer tua
metrópole a esmo, sem que tenhas trajeto pré-definido e
sem que tragas um mapa à mão. Para tal programa, uma
sugestão descartável seria encheres o tanque, ou pega-
res o primeiro coletivo, ou dobrares a primeira esquina,
ou simplesmente dares o primeiro passo; enfim, dar-te
logo ao caminho, aquilo que só adquire sentido a partir do
movimento. Posto a caminho, traça teu percurso pelo tempo
que considerares suficientemente confortável ou pruden-
te, tempo-limite; quando chegares neste momento remo-
to de tua errância e estiveres sobre teu tempo-limite, fa-
cilmente estarás cara a cara com a amplitude da metró-
pole que teu discernimento consegue suportar, estarás
corpo a corpo em zonas de confronto direto com aquilo que
te angustia ou fascina, sensações-limite que ostentas
entre determinadas geografias urbanas. No ponto remoto
de tua errância, sobre as fronteiras do considerado confor-
tável ou prudente, aí estarão não só as bordas de tua car-
214
verve
Cartografias da experiência militante
215
8
2005
216
verve
Cartografias da experiência militante
A resistência e o desatino
De que forma poderemos explicar o desatino das me-
trópoles contemporâneas, desatino esse que é expresso
no embotamento da alteridade em egoísmo, da gentile-
za em paranóia, da força em violência, da suavidade em
truculência e da produção em exploração? De que forma
poderemos explicar todo este embotamento das indivi-
217
8
2005
218
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Cartografias da experiência militante
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Cartografias da experiência militante
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Apologia da produção
Enquanto continuarmos presos aos mesmos referen-
ciais, às mesmas questões já tanto pisoteadas e ao mes-
mo tipo de alternativas que daí sempre emergiram, é
certo que não teremos nem mesmo as condições ne-
cessárias para achar qualquer tipo de solução que faça
fomentar a resistência; e isso para não ter que afirmar,
já neste momento, que este tipo de solução, na forma de
uma resposta unitária e messiânica, talvez nem mes-
mo venha ou precise existir. A questão é deixar de lado
o fetiche que produzimos em torno do sempre-o-mesmo,
daqueles mesmos problemas e soluções, das mesmas
doutrinas, idéias e práticas que atravessam uma vida
como se fossem imunes, um vício de recorrência.
Ao contrário, devemos sempre ter o cuidado de incor-
porar e produzir outros e novos desafios, tomando os
encontros como possibilidades de reformulação constan-
te de nossas questões, principalmente as consideradas
fundamentais. Não é questão de retornar sempre às
mesmas perguntas para procurar respondê-las de outra
forma; nunca se chegará a lugar nenhum somente re-
pisando as mesmas antigas questões. É necessário sair
delas, superar antigas perguntas. Quando nossas ques-
tões ou nossos problemas são mal formulados ou já se
tornam senis, não há forma possível de extrair deles
uma solução potente.
Falar em resistir pode ser traduzido como agir com
o intuito de superar, suplantar ou, no mínimo, sabo-
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Protomutantes9
Contra aquela espécie de maçonaria capitalista, mas
também contra a tristeza militante, é preciso reinven-
tar no cotidiano a prática dissidente, uma nova postura,
uma nova forma de preguiça e indolência, de vadiagem
e vagabundagem criativas.10
Se o capital hoje corre com mais pressa, é porque a
multiplicidade da resistência o força a fazê-lo; e justa-
mente no ponto onde o capital adquire sua maior pos-
sibilidade de deslizamento e rarefação, atingindo sua
maior possibilidade de preenchimento, é justamente aí
que já começa a desabar da maneira mais estúpida. O
capitalismo contemporâneo apresenta-se burro de ga-
nância; seu esfumaçar-se o faz constantemente perder
os controles que pretende em si mesmo. E a culpa passa
a ser mesmo nossa, porque somos nós mesmos os seus
frágeis ancoradores.
Os militantes estão ainda perdidos entre os vinis
empoeirados que cantam operetas cubanas ou soviéti-
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Notas
1
Neste ponto, são especialmente interessantes os escritos situacionistas acerca
da cidade. Uma ótima compilação destes textos, antes dispersos, pode ser
encontrada em: Paola B. Jacques (org.). Apologia da Deriva: escritos situacionistas
sobre a cidade. Rio de Janeiro, Casa da Palavra, 2003.
2
Ver Suely Rolnik. “Pensamento, corpo e devir: uma perspectiva ético/estéti-
co/política no trabalho acadêmico” in Cadernos de Subjetividade. v. 1, n.2. São
Paulo, Núcleo de Estudos da Subjetividade do Programa de Estudos Pós-
Graduados em Psicologia Clínica da PUC-SP, 1993, pp. 241-251.
3
Michel Onfray, no projeto de um materialismo hedonista, utiliza a escultura
como modalidade de trabalho a ser levada em conta quando da formulação de
um modo de vida, oferecendo o corpo e a escultura como forma de cuidado de
si. Ver especialmente Michel Onfray. “Estética: pequena teoria da escultura de
si” in A escultura de si: a moral estética. Rio de Janeiro, Rocco, 1995, pp.65-101;
Michel Onfray. “Corpo” in A arte de ter prazer: por um materialismo hedonista. São
Paulo, Martins Fontes, 1999. pp. 99-225.
4
“Um rizoma pode ser rompido, quebrado em algum lugar qualquer, e também
retoma segundo uma ou outra de suas linhas e segundo outras linhas. É impos-
sível exterminar as formigas, porque elas formam um rizoma animal do qual a
maior parte pode ser destruída sem que ele deixe de se reconstruir. Todo rizoma
compreende linhas de segmentaridade segundo as quais ele é estratificado,
territorializado, organizado, significado, atribuído, etc.; mas compreende tam-
bém linhas de desterritorialização pelas quais ele foge sem parar. Há ruptura no
rizoma cada vez que linhas segmentares explodem numa linha de fuga, mas a
linha de fuga faz parte do rizoma.” Gilles Deleuze e Félix Guattari. Mil Platôs:
capitalismo e esquizofrenia. Vol. 1. São Paulo, Editora 34, 1995, p.18.
5
Ver Paula Sibilia. “Natureza” in O Homem Pós-orgânico: corpo, subjetividade e
tecnologias digitais. Rio de Janeiro, Relume Dumará, 2002, pp. 111-156.
6
“O meio não é uma média; ao contrário, é o lugar onde as coisas adquirem
velocidade. Entre as coisas não designa uma correlação localizável que vai de
uma para outra e reciprocamente, mas uma direção perpendicular, um movi-
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mento transversal que as carrega uma e outra, riacho sem início nem fim, que
rói suas duas margens e adquire velocidade no meio.” Gilles Deleuze e Félix
Guattari, 1995, op. cit., p. 37.
7
O tempo, aqui, não pode ser confundido com o horário contado em horas,
minutos, segundos e suas frações. A noção de tempo, quando fixada de acordo
com estas divisões, apresenta-se submetida à rigidez do mensurável e à mate-
mática do concreto. Entendemos a dimensão do tempo, assim como propôs
Henry Bergson, como a duração relativa e precária da vida em sua dimensão
sempre criativa, em sua evolução criadora; este tempo como duração relativa,
por diferentes e sucessivas acelerações e velocidades, marca a essência do corpo
como devir e a substância do real como movimento, processualidade. Ver
Henry Bergson. “Sobre a evolução da vida: mecanismo e finalidade” in A
evolução criadora. Rio de Janeiro, Delta, 1964, pp. 41-120.
8
Ver Hakim Bey. TAZ: zona autônoma temporária. São Paulo, Conrad, 2001.
9
O termo protomutante foi cunhado por Thomas Hanna e posteriormente
atualizado por Roberto Freire na caracterização do personagem Coiote, no
romance homônimo. Ver: Thomas Hanna. Corpos em revolta (uma abertura para o
pensamento somático). Rio de Janeiro, Edições Mundo Musical, 1972; Roberto
Freire. Coiote. São Paulo, Sol e Chuva, 1997.
10
Guy Debord e Hakim Bey apresentam as novas formas de militância mesclan-
do a ação política e a insubmissão com o terrorismo poético e a vagabundagem
criativa; contribuem para pensar a revolta e a dissidência como virtudes hedo-
nistas. Ver Guy Debord. Panegírico. São Paulo, Conrad, 2002; Hakim Bey “Caos:
os panfletos do anarquismo ontológico” in CAOS: terrorismo poético e outros
crimes exemplares. São Paulo, Conrad, 2003.
11
Ver Etienne de La Boétie. Discurso da servidão voluntária. São Paulo, Edições
Sabotagem, s.d.
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Notas
1
Texto apresentado no XXIII Simpósio Nacional de História, promovido pela
Associação Nacional de História (ANPUH).
2
Michel Foucault. Manoel Barros da Motta (org.) Arqueologia das ciências e
história dos sistemas de pensamento. Ditos e escritos II. Tradução de Elisa Montei-
ro. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 2000, p. 312.
3
Idem, p. 325.
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4
Gilles Deleuze. Conversações, 1972-1990. Tradução de Peter Pál Pelbart. Rio
de Janeiro, Ed. 34, 1992, p. 145.
5
Michel Foucault & Richard Sennet. “Sexualidad y Soledad” in Foucault y la
ética. Buenos Aires, Editorial Biblos, 1988, p. 174.
6
Friedrich Nietzsche. A gaia ciência. Tradução de Paulo César de Souza. São
Paulo, Companhia das Letras, 2001, p. 263.
7
Michel Foucault. A Hermenêutica do Sujeito. Tradução de Márcio Alves da
Fonseca e Salma Tannus Muchail. São Paulo, Martins Fontes, 2004, p. 162.
8
Gilles Deleuze, 1992, op. cit., p. 224.
9
Epicteto apud Michel Foucault, 2004, op. cit., p. 171.
10
Frédéric Gros. Foucault: a coragem da verdade. Tradução de Marcos Marcionilo.
São Paulo, Parábola Editorial, 2004, p. 164.
11
Idem, p. 23.
12
Friedrich Nietzsche. Além do bem e do mal: prelúdio a uma filosofia do futuro.
Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo, Companhia das Letras, 1992, p.
69.
13
Idem, p.163.
14
Friedrich Nietzsche, 2001, op. cit., p. 253.
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RESUMO
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This article presents two differents ways of saying the truth and
affirming the existence through the mask of hypocrite and of Cynic
philosopher.
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Notas
1
Este artigo foi publicado na Revue de l’Université de Bruxelles (1-2, 1984, pp. 297-
317) numa edição monográfica dedicada à “razão penal”. Publicado em espanhol
pela revista espanhola Archipiélago Nº 3, em um dossiê sobre “O peso da justiça”, em
1989.
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Isto não significa que com o desaparecimento do sistema penal desapareçam as
dificuldades ou se resolvam determinados problemas que coloca a sociedade civili-
zada: exclusões, desigualdades, relações de força entre as pessoas e os grupos etc.
3
Uma apresentação abrangente do abolicionismo pode ser vista em Louk Huls-
man e Jacqueline Bernat de Celis. Peine perdues, le système pénal en question, Le Centu-
rion, Paris, 1982 (o livro foi traduzido para o espanhol com o título Sistema penal y
seguridad ciudadana: hacia una alternativa, Ariel, Barcelona, 1984). [A publicação em
português, Penas perdidas: o sistema penal em questão. Tradução de Maria Lúcia
Karam. Niterói, Luam, 1993, encontra-se esgotada aguardando nova edição.
N. E.]
4
Fique claro que distinguimos explicitamente o sistema de seus administradores:
polícia, tribunais, prisões... Nossa reflexão política se dirige contra o próprio siste-
ma, na medida em que funciona à margem das pessoas que o fazem atuar.
5
Ver U.N. Publications, New York, 1975. Conference Paper A/Conf. 56/4, p.16.
6
Muitos acontecimentos vitimizadores não são imputados a um autor mal-intenci-
onado, mas são interpretados por outros marcos de referência.
7
Nils Christie. Limits to Pain. Oxford, Martin Robertson, 1981.
8
É possível admitir, em termos gerais, que menos de 1% dos fatos “criminalizáveis”
é denunciado à polícia. Contrariamente ao que se poderia pensar, os que não se
denunciam não são pequenos delitos, e sim casos sérios, inclusive muito graves. O
estudo deste fenômeno tende a sistematizar-se nos Estados Unidos, no Canadá e
em certos países da Europa, como nos Países Baixos. Uma pesquisa de vitimização
realizada na Alemanha, entre funcionários de uma grande empresa, apresentou este
resultado surpreendente: entre 800 atos teoricamente puníveis, atestados por esses
funcionários, somente um foi denunciado à polícia.
9
Consultar especialmente o livro de P. Robert e C. Faugeron. Les forces cachées de la
justice. Paris, Le Centurion, 1980. Destacamos, também, que os critérios para filtrar
os fatos castigáveis não permanecem constantes. Os trabalhos do L.A. 313 (antigo
Serviço de estudos penais e criminológicos) de Paris mostram concretamente que deter-
minados fatos entram ou não no aparato penal em função da sua capacidade de
trabalho em um dado momento. Quando a máquina penal não pode absorver os
casos que lhe são enviados, os expulsa. Ainda por cima, os critérios de seleção dos
fatos considerados puníveis não são os mesmos em cada jurisdição, como tampouco
para um mesmo tipo de delito, o que supõe uma negação prática da descrição
teórica da lei penal. Por exemplo, no Tribunal de Paris o sistema penal acolhe os
assuntos rotulados como “roubo” numa porcentagem muito maior se o autor não
tem domicílio fixo, se não tem trabalho ou se é um estrangeiro que não regularizou
sua situação administrativa, todos critérios alheios à lei penal.
10
Por exemplo, nos Países Baixos houve apenas 600 condenações por abuso de
confiança em 1980, enquanto que as situações deste tipo são extraordinariamente
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Notas
1
Michel Foucault. “As manhãs cinzentas da tolerância” in Manuel Barros da
Motta (org.) Estética: Literatura, pintura e cinema. Ditos e escritos III. Tradução
de Inês Autran Dourado Barbosa. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 2001,
pp. 371-373.
2
Idem, p. 371.
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3
Os trechos utilizados aqui foram retirados da íntegra do texto da Declaração de
Princípios da Tolerância, cuja tradução do francês para o português foi feita pela
Profª. Dra. Odete Medavar (Faculdade de Direito-USP), realizada por inicia-
tiva da Universidade de São Paulo, por ocasião do Seminário Ciências, Cientis-
tas e Tolerância e publicada originalmente pela FFLCH-USP em 1997. Por
ora, atenho-me a trechos presentes no preâmbulo.
4
Discurso é prática, como já apontou Michel Foucault, ver em especial,. A
ordem do discurso. Tradução de Salma Tannus Muchail. São Paulo, Edições Loyo-
la, 1996. Utilizo-me de sua reflexão acerca da vontade de verdade apoiada
sobre o suporte institucional. Ainda que Foucault aponte nesta discussão su-
portes ligados à literatura, práticas econômicas, sistema penal e pedagogia, a
discussão tecida aqui se concentra nos dois últimos.
5
Ao trabalhar com esta hipótese, Foucault a desdobra em três dimensões, a
primeira na qual a função do poder político reinsere sem cessar uma relação de
força, em uma espécie de guerra silenciosa, nas instituições, linguagens e cor-
pos; uma segunda na qual se instauram no interior da paz as lutas do poder, com
o poder e pelo poder, ressaltando que quando se escreve a história da paz e de
suas instituições está se escrevendo a história de outras guerras; por fim a
terceira dimensão cuja decisão final provém da guerra na qual a prova final
provém de uma eqüalização entre armas, juízes e política. “O fim do político
seria a derradeira batalha, isto é, a derradeira batalha suspenderia afinal, e afinal
somente, o exercício do poder como guerra continuada.” Michel Foucault. Em
defesa da sociedade: curso no Collége de France (1975-1976). Tradução de Maria
Ermantina Galvão. São Paulo, Martins Fontes, 1999, p. 23.
6
Michel Foucault, Apud. George Gros (org.) Foucault, a coragem de verdade.
Tradução de Marcos Marcionilo. São Paulo, Parábola Editorial, 2004, p. 24.
7
A este respeito ver Zélia Maria Mendes Biasoli-Alves e Roseli Fischiman
(orgs.). Crianças e adolescentes: construindo uma cultura da tolerância. São Paulo,
Editora da Universidade de São Paulo, 2001. Publicação das discussões tecidas
no Seminário Internacional Ciência, Cientistas e a Tolerância (USP/UNES-
CO), ocorrido em São Paulo, em novembro de 1997, marcando no Brasil a
criação da Rede das Américas e Caribe para a Tolerância e a Solidariedade,
integrando-se às Redes regionais da Unesco do Mediterrâneo e Mar Negro
(Barcelona), Pacífico Asiático (Kwainju) e África (Dakar).
8
Este material, também, faz parte do anexo da publicação do Seminário Inter-
nacional Ciência, cientistas e a tolerância. Zélia Maria Mendes Biasoli-Alves e
Roseli Fischiman (orgs.). Idem.
9
No material impresso cada tema vem acompanhado de uma ilustração que
reproduz sob a forma de desenho infantilizado a imagem de representação
atribuída a cada significado.
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Do paleo ao neo-liberalismo: a empresa com alma
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Professor no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Coordenador
do Núcleo de Análise de Conjuntura Internacional (NACI) da PUC/SP.
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como prática política acácio augusto
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NU-SOL
Publicações do Núcleo de Sociabilidade Libertária, do Programa de
Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da PUC-SP.
hypomnemata
Boletim eletrônico mensal, 1999-2005
vídeos
Libertárias, 1999
Foucault-Ficô, 2000
Um incômodo, 2003
Foucault, último, 2004
CD-ROM
Um incômodo, 2003 (artigos e intervenções artísticas do Simpósio Um
incômodo)
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Berkman
Colombo
Enckell
Livros
Edson Passetti (org.). Kafka-Foucault, sem medos. São Paulo, Ateliê Editorial,
2004.
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Identificação:
Resumo:
Notas explicativas:
Citações:
I) Para livros:
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Revista Verve
www.nu-sol.org
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