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Mariana Villa Nova Correia – Universidade Federal da Bahia – 2016.

RESUMO DE DIREITO FINANCEIRO


PELO LIVRO DE KIYOSHI HARADA

ATIVIDADE FINANCEIRA
Conceito:

o As atividades financeiras tutelam as necessidades públicas.


o Regime da despesa pública  consiste no pagamento em dinheiro de bens e
serviços necessários à realização do bem comum.
o A atividade financeira do Estado visa a busca do dinheiro e sua aplicação para
consecução das necessidas públicas primárias, que são aquelas de interesse geral,
satisfeitas exclusivamente pelo processo do serviço público.
o Assim, podemos conceituar a atividade financeira do Estado como sendo a atuação
estatal voltada para obter, gerir e aplicar os recursos financeiros necessários à
consecução das finalidades do Estado que, em última análise, se resumem na
realização do bem comum.

Fins:

o A finalidade última do Estado é a realização do bem comum, e para isso o Estado


precisa prover e aplicar os recursos financeiros.
o Satisfação das necessidas coletivas – cabe ao poder político a escolha dessas
necessidas coletivas, encampando-as como necessidas públicas e,
consequentemente, inseri-las no ordenamento jurídico, disciplinando-as a níveis
constitucional e legal.
o Necessidade pública  tudo aquilo que imcube ao Estado prestar em decorrência
de uma norma jurídica. É aquela de interesse geral, satisfeita pelo regime de
direito público. Quanto maior a gama de necessidades públicas, maior será a
intensidade da atividade financeira do Estado.
o Estado mínimo X Estado-intervencionista
o Atualmente, a atividade financeira do Estado está vinculada à satisfação de três
necessidas públicas básicas: a prestação de serviços públicos, o exercício regular
do poder de polícia e a intervenção do domínio econômico.

Serviços Públicos:

o CF – art. 21, X, XI, XII, XIII, XV, XXII, XXIII


o Art. 175 da CF  cabe ao poder público a prestação de serviços públicos, na forma
da lei, diretamente ou sob o regime de concessão ou permissão, sempre por meio
de licitação.
o Decorrem dos objetivos nacionais, que resultam de decisão do poder político,
baseada na realidade conjuntural da nação. Daí por que as necessidades coletivas
ora são consideradas necessidades públicas, ora não.

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o A numerosidade de serviços públicos, bem como sua variedade, dependem sempre


da maior ou menor intervenção do Estado neste ou naquele campo.
o Serviço público não se confunde com serviço ao público. Do ponto de vista jurídico,
nem tudo que o Estado faz ou deva fazer configura serviço público, mas só aquele
prestado sob o regime de direito público, o regime administrativo, informado pelos
princípios da supremacia e da indisponibilidade do interesse público.

Poder de polícia:

o CTN, art. 78: “atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando


direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em
razão do interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades
econômicas dependentes de concessão ou autorização de Poder Público, à
tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
coletivos”.
o É o poder de regulamentação de que está investido o Estado, desempenhado pelo
órgão competente. É discricionário, mas tem por limite a lei. É a atividade inerente
do poder público que objetiva, no interesse geral, intervir na propriedade e na
liberdade dos indivíduos, impondo-lhes comportamentos comissivos ou omissivos,
nos limites da lei.
o Corresponde à modalidade denominada polícia administrativa, que objetiva a
manutenção da ordem pública em geral, atuando preventivamente, de forma a
evitar possíveis infrações legais.

Intervenção no domínio econômico:

o CF garante a livre iniciativa, mas esta está limitado por outros valores (expressos
na forma de princípios) também expressos na Constituição.
o O Estado intervém na atividade econômica por meio de seu poder normativo. Ex.:
leis de combate ao abuso do poder econômico, proteção ao consumidor, critério
especiais de tributação para prevenção de desequilíbrios da concorrência.
o O Estado estimula ou desestimula determinada atividade econômica pelo exercício
do seu poder de polícia.
o Planejamento econômico é impositivo apenas para o setor público, sendo apenas
recomendado para o setor privado. O chamado dirigismo econômico global acha-
se, pois, abolido pela ordem constitucional vigente.
o Intervencionismo econômico se baseia na formulação de uma ordem econômica
justa.

Ciência das Finanças:

o Estudo da atividade financeira do Estado sob o ponto de vista teórico, que se


desdobra em receita, despesa, orçamento e crédito público, visando municiar os
agentes públicos de elementos necessários à formulação da política financeira do
Estado.

DIREITO FINANCEIRO
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Conceito:

o O Direito Financeiro é o ramo do Direito Público que estuda a atividade financeira


do Estado sob o ponto de vista jurídico. Seu objeto material é o mesmo da Ciência
das Finanças, ou seja, a atividade financeira do Estado. Enquanto esta estuda esses
desdobramos sob o ponto de vista especulativo, o Direito Financeiro disciplina
normativamente toda a atividade financeira do Estado, compreendendo todos os
aspectos em que se desdobra. Ambas as ciências tem o mesmo objeto,
diferenciando-se uma da outra apenas pela forma pela qual cada uma delas estuda
esse mesmo fenômeno. Por isso, são ciências afins, que se distinguem pelo método
de investigação científica peculiar a cada uma delas. Uma é ciência teórica; outra,
ciência prática ou aplicada.

Autonomia do Direito Financeiro:

o Alguns autores ainda consideram como mera divisão do Direito Administrativo,


mas a grande maioria concebe-o como ramo autônomo.
o Existência de princípios jurídicos específicos, não aplicáveis a outros ramos do
Direito.

Relacionamento com os demais ramos do Direito:

o Direito Constitucional
o Direito Administrativo
o Direito Tributário

DESPESAS PÚBLICAS
Conceito:

o Despesas públicas são necessárias para o funcionamento dos serviços públicos.


o Ainda sobrevivem alguns processos de funcionamento de serviços públicos sem
despesa pública na área de prestação de serviços esporádicos.
o Aliomar Baleeiro  em primeiro lugar, designa o conjunto de dispêndios do
Estado, ou de outra pessoa de direito público, para o funcionamento dos serviços
públicos; mas pode também significar a aplicação de certa quantia, em dinheiro,
por parte da autoridade ou agente público competente, dentro duma autorização
legislativa, para execução de fim a cargo do governo.
o Dispêndio relacionado com uma finalidade de interesse público.

Necessidades:

o As despesas públicas estão relacionadas com a formulação do elenco de


necessidades de uma sociedade, a serem satisfeitas pelo serviço público. Por isso o
plano de ação governamental deve ter legitimidade perante a sociedade.
o Primeiramente elegem-se as prioridades da ação governamental para, depois,
estudar os meios de obtenção de recursos financeiros necessários ao atingimento
das metas politicamente estabelecidas.

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o As despesas públicas são aprovadas pelo Parlamento, passando a integrar o


orçamento annual, cuja execução se dá com observância de normas constitucionais
e legais pertinentes.
o O exame das despesas consignadas permitirá identificar o programa de governo e,
por conseguinte, possibilitará revelar, com clareza, em proveito de que grupos
sociais e regiões, ou para solução de que problemas e necessidades funcionará o
aparelhamento estatal.

Classificação:

o Periodicidade das despesas: despesas ordinárias (constituem a rotina dos serviços


públicos e que são renovadas anualmente, a cada orçamento) e despesas
extraordinárias (atendem serviços de caráter esporádico, oriundos de conjunturas
excepcionais e que por isso não se renovam todos os anos).
o Produtividade: despesas produtivas (criam utilidades por meio da atuação estatal,
ex.: atividade policial); despesas reprodutivas (representam aumento de
capacidade produtora do país, ex.: construção de escolas, estradas, hidroelétricas)
e despesas improdutivas (despesas inúteis).
o Competência constitucional de cada entidade política: despesas federais, despesas
estaduais e despesas municipais.1
o Aspecto econômico: despesa-compra (realizada para compra de produtos e
serviços, ex.: aquisição de bens de consumo, folha de pagamento do funcionalismo)
e despesa-transferência (não corresponde à aplicação governamental direta,
limitando-se a criar rendimentos para os indivíduos sem qualquer contraprestação
destes, ex.: juros da dívida pública, pensões).
o Critério legal de classificação – lei nº 4.320/64, recepcionada pela CF – art.
12: despesas correntes (abrangem as de custeio, que correspondem às
dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as
destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis - §
1º e as transferências correntes, que correspondem às dotações para
despesas sem contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para
contribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação de outras
entidades de direito público ou privado - § 2º) e despesas de capital
(abragem: os investimentos, que correspondem, entre outros, às dotações
para planejamento e execução de obras - § 4º; as inversões financeiras, que
são conformes às dotações para aquisição de imóveis, aquisição de títulos
representativos de capital de empresas em funcionamento, constituição ou
aumento de capital de entidades ou empresas que visem a objetivos
comercial ou financeiros - § 5º e transferência de capital, que são correlatas
às dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas
de direito público ou privado devam realizar, independentemente de
contraprestação direta em bens ou serviços, bem como as dotações para
amortização da dívida pública - § 6º).

1 O autor critica essa classificação, visto que existem matérias de competência comum e outras de
competência concorrente, alem do fato de na prática reinar, com relativa frequência, superposição
de serviços públicos, implicando a duplicação ou triplicação desses serviços para o mesmo fim,
independentemente da repartição constitucional de competências.

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Execução:

o Nenhuma despesa pode ser realizada sem previsão orçamentária – CF, art. 167, II.
o A abertura de crédito suplementar ou especial depende de autorização legislativa e
da indicação dos recursos correspondentes (superávit, anulação de outra dotação
e operações de crédito) – CF, art. 167, V.
o É vedada a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma
categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia
autorização legislativa – CF, art. 167, VI.
o Sendo a despesa uma das faces da mesma moeda, integrando o orçamento ao lado
da receita, deve manter posição de equilóbrio em relação a esta último. Se isso não
acontece, como no Brasil não está acontecendo nos últimos anos, o déficit público
cresce.
o A realização de despesas, além de observar os princípios constitucionais
pertinentes, deve ser presidida pelo princípio da legalidade. Sua realização sem
observância de normas legais poderá resultar para o agente público no crime de
responsabilidade, na forma da Lei nº 1.079/50 e do Decreto-lei nº 201/67, que
define o crime de responsabilidade do prefeito. Outrossim, ordenar ou permitir a
realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento constitui ato de
improbidade administrativa, segundo o art. 10, IX, da Lei nº 8.429/92, punível na
forma do art. 12, II da mesma Lei.
o Os procedimentos legais estão previstos na Lei nº 4.320/64. Estados e Municípios
podem elaborar as leis de execução orçamentária, desde que respeitem as normas
gerais contidas na citada lei federal, que tem natureza de lei complementar do
ponto de vista material.
o A primeira providência para efetuar uma despesa é seu prévio empenho, que
significa o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado
obrigação de pagamento pendente de implemento de condição (art. 58). Visa
garantir os diferentes credores do Estado, na medida em que representa
reserva de recursos na respectiva dotação inicial ou no saldo existente.
o A segunda etapa é a da liquidação, que consiste na verificação do direito
adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos
comprobatórios do respectivo crédito (art. 63). Da mesma forma que o
empenho, a liquidação nada cria, limitando-se a tornar líquida e certa a
obrigação preexistente.
o A terceira etapa é a ordem de pagamento, que outra coisa não é senão o
despacho da autoridade competente determinando o pagamento da despesa
(art. 64).
o Finalmente, temos a etapa (quarta) do pagamento, que, uma vez efetivado
em decorrência de regular liquidação da despesa e por ordem da autoridade
competente (art. 62), extingue a obrigação de pagar.

Pagamento de precatório (*):

o Em relação aos pagamentos de débitos oriundos de condenação judicial, além dos


procedimentos acima, devem-se observar os requisitos previstos no art. 100 e
parágrafos da CF.

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Execução de despesas extraordinárias (*):

o Despesas extraordinárias são aquelas imprevisíveis e urgentes, tendo como fontes


a arrecadação de tributos de natureza temporária (abertura de crédito
extraordinário), seguindo o art. 41, III, da Lei nº 4.320/64, recepcionada pela CF.
o CF, art. 167, § 3º: “A abertura de crédito extraordinário somente será admitida
para atender despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorres de guerra,
comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.”

Despesas públicas na Lei de Responsabilidade Fiscal:

o Com a finalidade de coibir os gatos desmesurados no âmbito dos três Poderes e


nas três esferas políticas, a Lei de Responsabilidade Fiscal estatuiu normas severes
para a sua realização. Os arts. 15 a 24 do Capítulo IV da LRF cuidam das despesas
públicas.

RECEITAS PÚBLICAS
Conceito:

o Como despesa pública pressupõe receita, pode-se dizer que receita pública é o
ingresso de dinheiro aos cofres públicos do Estado para atendimento de suas
finalidades.
o O conceito de receita pública não se confunde com o de entrada. Todo ingresso de
dinheiro aos cofres públicos é uma entrada, mas nem todo ingresso corresponder a
uma receita pública – existem as “entradas de caixa”, provisórias que vem ser
oportunamente devolvidas.
o Ingressos de dinheiro aos cofres do Estado para atendimento de suas finalidades
mediante aplicação desses recursos pelo regime da despesa pública, isto é,
aplicação dos recursos financeiros ingressados de conformidade com as diversas
dotações fixadas na Lei Orçamentária Anual.

Classificação:

o Regularidade: receitas extraordinárias (auferidas em caráter excepcional e


temporário, em função de determinada conjuntura – empréstimos compulsórios e
impostos extraordinários –e não são fontes perenes de receitas) e receitas
ordinárias (ingressam com regularidade, por meio do normal desenvolvimento da
atividade financeira do Estado. Constituem fonte regular e permanente de recursos
financeiros necessários ao atendimento das despesas públicas).
o Origem: receita originária (advém da exploração, pelo Estado, da atividade
econômica) e receita derivada (caracterizada pelo constrangimento legal para sua
arrecadação. São os tributos, as penas pecuniárias, o confisco e as reparações de
guerra).
o Classificações de Jèze e de Seligman, referidas por Aliomar Baleeiro (*).

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o Classificação legal, pela Lei nº 4.320/64, art. 11º e parágrafos 2: receitas


correntes (abarcam as decorrentes do poder impositivo do Estado – tributos
em geral – bem como aquelas decorrentes da exploração de seu patrimônio e
as resultantes de exploração de atividades econômicas, vide § 1º) e receitas
de capital (compreendem as provenientes de realização de recursos
financeiros oriundos de constituição de dívidas; as oriundas de conversão
em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de
direito públicou ou privado destinados a atender a despesas de capital e,
ainda, o superávit do orçamento corrente – vide § 2º).

Receitas originárias:

o São aquelas que resultam da atuação do Estado, sob o regime de direito privado, na
exploração da atividade econômica. São as resultantes do domínio privado do
Estado. De fato, possui o Estado, ao lado de bens públicos, os chamados bens
dominicais (terras, prédios, empresas, etc) que são passíveis de alienação, bem
como de administração pelo regime de direito privado, tal qual faria um particular.
o Advém da exploração de seu patrimônio mobiliário, imobiliário e das receitas
industriais e comerciais.
o Fontes: receitas patrimoniais (geradas pela exploração do patrimônio do Estado,
seja esse mobiliário ou imobiliário) e receitas industriais, comerciais e de serviços
(geradas pelo Estado no exercício da atividade empresarial, com o desempenho de
atividade econômica com finalidade nitidamente lucrativa).

Receitas derivadas:

o O Estado, em virtude de seu poder de autoridade, pode retirar de seus súditos


parcelas de suas riquezas para a consecução de seus fins, visando ao bem-estar
geral. É o jus imperii do Estado que lhe faculta impor sobre as relações econômicas
praticadas pelos particulares, assim como sobre seus bens, o tributo que, na
atualidade, se constitui em principal fonte da receita pública.
o Integram também esse quadro de receitas as multas e penalidades pecuniárias
aplicadas por autoridades administrativas ou pelo juiz.

Receitas públicas na Lei de Responsabilidade Fiscal:

o A Lei de Responsabilidade Fiscal, que veio à luz para, dentre outras coisas,
promover o equilíbrio das contas públicas, traçou normas rígidas no que tange às
receitas e despesas públicas. No que se refere às receitas, a LRF estatuiu os
requisitos da responsabilidade na gestão fiscal.

ORÇAMENTO
Conceito:

2 Nesse ponto, resumi apenas a parte que o professor Paulo Pimenta comentou em sala.

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o É uma peça que contém a aprovação prévia da despesa e da receita para um


período determinado.
o Atualmente, o orçamento deixou de ser mero documento de caráter contábil e
administrativo para espelhar toda a vida econômica da Nação, constituindo-se em
um importante instrumento dinâmico do Estado a orientar sua atuação sobre a
economia.
o O orçamento público deve levar em conta os interesses da sociedade, sempre
refletindo um plano de ação governamental. É também um instrumento
representativo da vontade popular.
o Aliomar Baleeiro  “o orçamento é considerado o ato pelo qual o Poder
Legislativo prevê e autoriza ao Poder Executivo, por certo período e em pormenor,
as despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins
adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das
receitas”.
o Problema: entre nós, o orçamento, longe de espelhar um plano de ação
governamental, referendado pela sociedade, tende mais para o campo da ficção.
Tanto é que a União já ficou duas vezes sem orçamento aprovado, como resultado
de divergências entre o Parlamento e o Executivo em torno de algumas prioridades
nacionais, sem que isso tivesse afetado a rotina governamental.

Natureza jurídica:

o Não há unanimidade acerca da natureza jurídica do orçamento.


o Duguit  é um mero ato administrativo em relação às despesas, porque basta
simples operação administrativa e, em relação à receita tributária, assume
característica de lei em sentido material, porque gera, abstrata e genericamente,
obrigações aos contribuintes.
o Jèze  o orçamento tem caráter de ato-condição na parte referente à receita, uma
vez que funcionaria como condição para deflagração dos efeitos contidos em seu
bojo. Não basta apenas a previsão legal, mas necessário é que os agentes públicos
pratiquem atos jurídicos tendentes à realização efetiva de recursos dando, a cada
ano, eficácia à lei.
o A própria Constituição Federal confere ao orçamento a natureza de lei (art. 165, III
e §§ 5º, 6º e 8º).
o O § 8º prescreve que “a lei orçamentária não conterá dispositivo estranho à
previsão da receita e à fixação da despesa”.
o O art. 166 e parágrafos estabelecem um regime peculiar de tramitação do projeto
de lei orçamentária, de iniciativa do Executivo, sem, contudo, exigir quorum
qualificado para sua aprovação, daí sua natureza de lei ordinária.
o Portanto, entre nós, o orçamento é uma lei ânua, de efeito concreto, estimando as
receitas e fixando as despesas, necessárias à execução da política governamental.

Processo legislativo:

o As leis orçamentárias – de plano plurianual, de diretrizes orçamentárias e de


orçamentos anuais – são de iniciativa do Poder Executivo (art. 165 da CF), cabendo
ao Presidente da República enviar ao Congresso Nacional os respectivos projetos
de lei e as propostas (art. 84, XXIII, CF).

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o O Poder Judiciário e o Ministério Público elaborarão suas propostas orçamentárias


dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias (art. 99, § 1º e
art. 127, § 3º, da CF).
o Os projetos de leis orçamentárias são apreciados pelas duas Casas do Congresso
Nacional na forma de regimento comum, sendo examinados por uma comissão
mista permanente de Senadores e Deputados, que emitirá o parecer. Cabe à mesma
comissão receber as emendas consignando o parecer acerca delas para ulterior
apreciação pelo Plenário das duas Casas (art. 166, §§ 1º e 2º, CF).
o O cabimento de emendas obedece a critérios peculiares previstos nos §§ 3º e 4º do
art. 166 da CF, sendo bem amplo o poder de atuação dos parlamentares.

Aspectos políticos:

o O orçamento é o principal instrumento de intervenção estatal.


o Ele espelha um instrumento representativo do consentimento dos contribuintes,
através de seus representantes.
o O orçamento reflete o plano de ação do governo, sempre elaborado com base em
uma decisão política.

Aspectos econômicos:

o Instrumento de otimização dos recursos financeiros, obrigando o administrador a


exercitar maior racionalidade econômica.

Princípios orçamentários:

o São aqueles voltados especificamente à matéria orçamentária e são encontráveis


na própria CF, de forma expressa ou implícita.
o Princípio da exclusividade: art. 165, § 8º, CF. Proibição de matéria estranha à
previsão da receita e à fixação da despesa, exceções feitas para a autorização para
abertura de créditos suplementares e contratação de operadores de crédito.
o Princípio da programação: decorre dos arts. 48, II e IV, e 165, § 4º, da CF. O
orçamento deve ter conteúdo e forma de programação.
o Princípio do equilíbrio orçamentário: cabe ao orçamento equilibrar a economia. No
passado, era considerado regra de ouro das finanças públicas. Foi banido da CF,
hoje tem outro entendimento.
o Princípio da anualidade: arts. 48, II; art. 165, III, § 5º e art. 166. Importância da
periodicidade. A tradição brasileira determina o período de um ano – no Brasil,
tem sido ano-calendário.
o Princípio da unidade: exigência de orçamento uno. Contudo, existe uma
multiplicidade de documentos orçamentários – há, assim, uma unidade de
orientação política, de sorte que todos os orçamentos se estruturem
uniformemente, ajustando-se a um método único, vale dizer, articulando-se com o
princípio da programação.
o Princípio da universalidade: as parcelas da receita e da despesa devem figurar em
bruto no orçamento, isto é, sem quaisquer deduções. Sentido de globalização
orçamentária.
o Princípio da legalidade: a Administração Pública subordina-se às prescrições
legais.

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o Princípio da transparência orçamentária: § 6º, art. 165 da CF. O projeto de lei


orçamentária será acompanhado de demonstrativos do efeito, sobre as receitas e
despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de
natureza financeira, tributária e creditícia.
o Princípio da publicidade orçamentária: art. 37 e art. 166, § 7º, CF.
o Princípio da não vinculação de receita de impostos (art. 167, IV): os impostos
destinam-se a prover a execução de obras públicas e serviços públicos gerais (a CF
prevê exceções).
o Princípio da especialidade dos incentivos fiscais: § 6º do art. 150, CF. Necessidade
de lei específica.
o Princípio da responsabilidade na gestão fiscal: art. 11 da LRF, base no art. 151, I, da
CF.

Leis orçamentárias: Pág. 134

o Orçamento plurianual  resulta das necessidades ditadas pela política


governamental. O orçamento anual já não basta para assegura a execução do
plano de governo como um todo que, geralmente, implica a execução de obras e
serviços de duração prolongada. § 1º do art. 165 da CF.
o Lei de Diretrizes Orçamentárias  § 2º do art. 165. Metas e prioridades da
administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício
financeiro subsequente. É anual e orienta a elaboração do orçamento anual, sendo
por isso anterior a ele. Deve dispor sobre alterações na legislação tributária, pois
essas alterações refletirão na previsão de receitas a serem consignadas no
orçamento annual; segue-se pois que as isenções e incentivos fiscais, em geral, só
poderão ser concedidos antes do advento dessa lei de diretrizes. Essa lei deve
estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiai de fomento – os
financiamentos oficiais têm papel estratégico no desenvolvimento do Estado. Ela
tem ainda como finalidade dispor sobre o equilíbrio entre receitas e despesas, bem
como traçar critérios e forma de limitação de empenho a ser efetivada sempre que
houver perigo de não alcançar as metas fiscais. Serão estabelecidas, em Anexo, as
metas anuais relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e
montante da dívida pública para o exercício a que se referirem e para os dois
seguintes, tendo em vista a preservação do princípio do equilíbrio orçamentário,
como instrumento para o equilíbrio da economia nacional3.
o Orçamento anual  abarca o orçamento fiscal (receitas e despesas) referente aos
três Poderes da União, fundos, órgãos e entidades da administração direta e
indireta, fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, além do orçamento
de investimentos das empresas estatais, bem como o orçamento da seguridade
social. Caráter dinâmico-operativo. § 5º, art. 165, CF. Atuação do princípio da
universalidade. O orçamento anual é compreendido dentro do exercício financeiro,
que se coincide com o ano-calendário (1 de janeiro a 31 de dezembro).
o OBS.: o orçamento anual assume características de um programa de ação do
governo interagindo com a lei do PPA e a LDO. A lei do PPA define o plano
estratégico do governo a longo prazo, que fica mais no plano abstrato. A LDO
seleciona as estratégias a serem implementadas. Aquela representa estratégia

3 Obs.: Relatório Bimestral Resumido da Execução Orçamentária (arts. 52 e 53)

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enquanto esta representa a tática. A LDO estabelece um elo entre o PPA e a LOA
que confere ao PPA um caráter dinâmico-operativo disponibilizando os recursos
financeiros para a execução do plano estratégico definido pela LDO.
O autor destaca ainda que o orçamento anual regulado na Constituição é
meramente autorizativo, e não impositivo. Apesar do princípio da legalidade, a
execução de despesa previamente autorizada pelo Legislativo não significa
obrigatoriedade de o Executivo exaurir a verba orçamentária prevista nas
diferentes dotações. Por isso existem costumeiras diferenças enormes entre o
orçado e o efetivamente executado. Orçamento impositivo (DÚVIDA, PÁG. 141
PDF).

Lei complementar – Lei nº 4.320/64

o CF – art. 165, § 9º
o § 2º, art. 35 – ADCT

Instituição de fundos

o Art. 165, § 9º, II – CF


o Constituição veda a vinculação da receita de impostos a órgãos, despesas e fundos,
daí a necessidade de autorização legislativa específica para a constituição de cada
fundo. (art. 167)
o Não existe ainda lei complementar a respeito.

Crime de responsabilidade (art. 85 da CF e art. 10 da Lei nº 1.079/50)

Fiscalização e controle dos orçamentos:

o Orçamento como instrumento fiscalizador da atividade financeira do Estado, com o


escopo de coibir os abusos dos governantes.
o Princípio da legalidade é de observância impositiva no âmbito da Administração
Pública.
o Mecanismos de rigorosa fiscalização: art. 70
o Controlar a execução orçamentária significa acompanhar e obter condições para,
se for o caso, otimizar os meios de arrecadação da receita pública, de um lado, e
adotar medidas de contenção de gastos, de outro lado, ainda no decorrer do
exercício.
o Controle externo  sempre feito pelo Poder Legislativo (Congresso Nacional,
Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais) com o auxílio dos respectivos
Tribunais de Contas.
o Sob o prisma da legalidade impõe-se a verificação dos requisitos necessários à
realização da despesa, isto é, ao gastar o dinheiro público o administrador deve
observar rigorosamente as autorizações e as limitações da lei orçamentária sob
execução. Nada pode ser pago sem previsão orçamentária nem além dos créditos
orçamentários ou adicionais (art. 167, II, CF), sob pena de caracterização do crime
de responsabilidade. A realização da despesa pública impõe, ainda, a observância
do procedimento estabelecido na LRF, arts. 58 e seguintes.
o Sob o enfoque da legitimidade, a fiscalização examina o mérito do ato praticado
pelo agente público para detectar possível desvio de finalidade.

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o Fiscalização contábil: exame da contabilidade que outra coisa não é senão uma
técnica de controle numérico, mediante o registro sistemático das verbas
arrecadadas e despendidas.
o Fiscalização financeira: verificação de entrada e saída de dinheiro.
o Fiscalização orçamentária: alude à correta execução do orçamento.
o Fiscalização operacional: observância de procedimentos legais para a arrecadação
de recursos financeiros, ou para a liberação de verbas.
o Fiscalização patrimonial: é a própria execução orçamentária. As alterações
patrimoniais devem ser objetos de fiscalização permanente para sua preservação e
atendimento das finalidades públicas.
o Controle interno  fiscalização exercida pelo sistema de controle interno de cada
Poder. Art. 74 da CF.
o Controle privado  (ou controle social ou controle popular), art. 74 § 2º.
Orçamento como instrumento de cidadania e a cidadania se faz presente também
pelo orçamento.

Tribunal de Contas da União:

o Origem no Decreto nº 966-A, de 1980.


o Não tem atividade jurisdicional – o Tribunal julga contas, dando uma decisão
técnica, considerando-as regulares ou irregulares. Natureza meramente
administrativa.
o As contas julgadas pelo Tribunal de Contas podem ser reapreciadas pelo Poder
Judiciário, através do princípio da inafastabilidade de jurisdição.
o Nada impede de o Congresso Nacional, por uma decisão política, aprovar as contas
apesar do parecer contrário de seu órgão técnico auxiliar.
o Sede no DF, com jurisdição em todo o território nacional.
o Composto de nove Ministros e tem quadro de pessoal próprio.
o Escolha desses ministros: 1/3 pelo Presidente, com a aprovação do Senado
Federal, sendo dois alternadamente entre auditores e membros do Ministério
Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os
critérios de antiguidade e merecimento; 2/3 pelo Congresso Nacional.
o Atribuições: art. 71 da CF.

Tribunais de contas nos Estados e Municípios:

o Art. 75 da CF.
o Art. 31, § 4º  vedação da criação de novos Tribunais, Conselhos ou órgãos de
Contas Municipais.
o As disposições dos arts. 70 a 74 são aplicáveis, no que couber, aos Tribunais
Estaduais, Distritais e Municipais, bem como aos Tribunais e Conselhos de Contas
dos Municípios.
o Tribunais de Contas do Estados  7 membros (Conselheiros).
o Os Tribunais de Conta, em geral, cumprem a missão de auxiliar do Poder
Legislativo no controle externo, quer emitindo parecer prévio sobre as contas
anuais dos Chefes dos Poderes Executivos, quer julgando as contas dos
administradores em geral, quer encetando inspeções e auditorias sustando a
execução de atos ilegais, quer aplicando sanções aos responsáveis pela ilegalidade

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das despesas ou irregularidades de contas, quer, enfim, dando início aos processos
de responsabilização a serem aplicados pelas instâncias próprias. São órgãos
técnicos de natureza não jurisdicional.

CRÉDITO PÚBLICO
Conceito:

o Outras nomenclaturas: empréstimo público e dívida pública.


o Sentido duplo  tanto as operações em que o Estado toma dinheiro como aquelas
em que fornece pecúnia.
o O empréstimo público não aumenta o patrimônio estatal, por representar mera
entrada de caixa com a correspondência no passivo. A cada soma de dinheiro que o
Estado recebe, a título de empréstimo, corresponde uma contrapartida no passivo,
traduzida pela obrigação de restituir dentro de determinado prazo. Os
empréstimos públicos representam, pois, meras “entradas de caixa” ou
“movimentos de fundos”, constituindo-se em um dos meios de obtenção de fundos
pelo Estado. A Lei nº 4.320/64 inclui os recursos financeiros obtidos de
empréstimos públicos no rol de receitas (art. 11).

Natureza jurídica (três vertentes):

o A) Simples ato de soberania – resultante do poder de autodeterminação e de auto-


obrigação do Estado, insusceptível de qualquer tipo de controle, mesmo o
jurisdicional, que pudesse compelir o Poder Público devedor ao seu cumprimento.
Daí o direito de o Estado, unilateralmente, modificar as condições do empréstimo
público. Essa tese não tem sustenção nos dias atuais.
o B) Resultado de um ato legislativo – tudo já estaria disciplinado, inclusive seu
regime jurídico, restando ao mutante, tão só, a faculdade de aderir àquilo que
legalmente estiver estabelecido.
o C) Contrato – tese da maioria da doutrina. Crédito público é um contrato que
objetiva a transferência de certo valor em dinheiro a uma entidade pública
para ser restituído, acrescido de juros, dentro de determinado prazo
ajustado. Contrato de natureza pública.

Classificação:

o Empréstimo perpétuo e empréstimo temporário


o Dívida pública flutuante: contraída a curtos prazos para satisfazer necessidades
momentâneas, provenientes de despesas imprevistas.
Dívida pública fundada: contraída a longo prazo, ou até sem prazo certo e sem
obrigação de resgate com pagamento de prestação de juros. Destina-se a financiar
investimentos rentáveis e duráveis. O não pagamento, pelos Estados e Municípios,
da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, sem motivo de força maior,
enseja, respectivamente, a intervenção da União e do Estado, nos termos dos arts.
34, V, a e 35, I, da CF.

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o Empréstimos internos: aquele que o Estado obtém no âmbito de seu espaço


territorial.
Empréstimos externos: quando o Estado celebra o contrato em moeda estrangeira,
com uma pessoa não nacional.
o Créditos compulsórios: obtido sem anuência do prestamista, visto que se assenta
no ato de autoridade, no poder de império do Estado, ou seja, nos princípios
tributários. A maioria dos autores destaca seu caráter híbrido e anômalo, devendo
ser combatido.
Créditos voluntários: contraído sob a égide do princípio da autonomia da vontade.
O elemento volitivo é essencial.
o Classificação constitucional
Operações de crédito por antecipação de receita: modalidade de empréstimo que o
Estado promove com o objetivo de suprir o déficit de caixa. São empréstimos de
curto prazo a serem devolvidos no mesmo exercício financeiro. A Constituição até
abre exceção ao princípio da vedação da vinculação do produto da arrecadação dos
impostos a órgãos, fundos ou despesas, permitindo a utilização de receitas futuras
como instrumento de garantia (art. 167, IV).
Operações de crédito em geral: empréstimos de longo prazo que objetivam
atender, em geral, despesas de capital.

Crédito forçado:

o Três principais técnicas: (a) retenção dos depósitos de dinheiro que as pessoas
fizeram nas instituições bancárias ou financeiras; (b) empréstimo assentado em
um fato gerador de tributo, dando ao particular a opção entre pagar o tributo ou
emprestar um múltiplo do valor deste; (c) uso do poder de imprimir curso forçado
a bilhetes bancários ou cédulas do Tesouro.

Crédito voluntário:

o Prêmios de reembolso  diferença entre o valor nominal do título e o real nas


emissões abaixo do par.
o Juros progressivos  taxa de juros irá aumentando na proporção do aumento do
prazo de resgate do título público, de sorte a estimular o credor a não reclamar o
reembolso do capital.
o Moeda e empréstimos indexados  correção monetária (????).
o Títulos da dívida pública
o Lotos  técnica de distribuição de prêmios promovendo o resgate antecipado de
títulos sorteados. Método de atrair a subscrição de seus títulos públicos.
o Conversão  troca por outro de menor juro ou o resgate imediato.

Crédito público na Constituição Federal:

o Competência da União para estabelecer normas gerais sobre o Direito Financeiro


(art. 24, I e §1º). Na ausência de normas gerais da União, os Estados exercem a
competência supletiva dessa matéria (§ 2º). Estados, Municípios e DF detêm
competência legislativa para dispor sobre a matéria nos limites do interesse
regional ou local, obedecidas as normas gerais.

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o Cabe à União a fiscalização das operações de crédito em geral (art. 21, VIII), a qual
detém competência privativa para legislar sobre a política de crédito (art. 22, VII).
o Princípio da legalidade. Art. 48, II (cabe ao Congresso Nacional dispor, entre outras
coisas, sobre operações de crédito, díivda pública e emissões de curso forçado) - §
8º do art. 165. O princípio da legalidade do crédito público implica a observância
das leis de aplicação no âmbito nacional (normas gerais de Direito Financeiro,
diretrizes orçamentárias, política de créditos, concessão de garantia pelas
entidades públicas etc.). Cada lei de efeito concreto, emanada da entidade política
interessada, há de conformar-se com as disposições de leis nacionais e,
eventualmente, com as Resoluções do Senado Federal.
o Senado tem papel de controlador da dívida pública (art. 52).
o Art. 151, II  é vedado à União tributar a renda das obrigações da dívida pública
dos Estados, do DF e dos Municípios em níveis superiores aos que fixar para suas
obrigações. Com isso fica assegurado o tratamento isonômico aos títulos da dívida
pública federais, estaduais e municipais.
o Art. 163, II, III e IV  legislador complementar dispor sobre a dívida pública
externa e interna, balizando, desde logo, o campo de sua disciplinação que vai
desde a matéria concernente à prestação de garantias pelas entidades públicas até
a fiscalização financeira da administração pública direta e indireta.
o § 1º do art. 164  Banco Central
o § 6º do art. 165 e art. 167  ler e tal
o Art. 34, V, a
o Art. 35

PRECATÓRIO
o Requisitos do art. 100 da CF.
o Débitos são requisitados pelo Presidente do Tribunal que proferiu a decisão
exequenda, por meio de precatório que é inserido pela entidade política devedora,
na ordem cronológica de apresentação.
o O precatório entregue até o dia 1º de julho deve ter o respectivo valor consignado
no orçamento do exercício seguinte, para pagamento atualizado até o final desse
exercício, dentro da rigorosa ordem cronológica de sua apresentação (§ 5º).
o Cabe ao Presidente do Tribunal determinar o pagamento, segundo as
possibilidades do depósito, e autorizar, a requerimento do credor preterido no seu
direito de precedência, o sequestro da quantia necessária à satisfação do débito (§
6º).
o Esgotados os recursos orçamentários, não está o Executivo obrigado a solicitar
abertura de crédito adicional suplementar para atendimento dos precatórios.
Nessas hipóteses, cabe à Administração Pública demonstrar perante o órgão
judiciário competente a impossibilidade de cumprir a decisão judicial.
Teoria da impossibilidade material.
o Ordem cronológica de apresentação dos precatórios, contudo, quando se tratar de
créditos de natureza alimentar, dá-se prioridade, sob pena de ferir o princípio da
moralidade da Administração Pública.
o Art. 33 do ADCT  desencadeou o “calote constitucional”

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o Emenda Constitucional nº 30, de 2000  acréscimo do art. 78 ao ADCT.


o Art. 97 – EC nº 62/2009.

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