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PÓS GRADUAÇÃO EM ARTE EDUCAÇÃO

PROFESSORA: Edna Maria Cruz Pinho


ALUNA: Jessica Toneloto Mendes

BIBLIOGRAFIA: LIMAVERDE, Patrícia. Pedagogia ecossistêmica: educação


transdisciplinar da Escola Vila. Fortaleza: Editora da Vila, 2015. Disponível
em:<http://www.escolavila.com.br>

A presente obra “Pedagogia ecossistêmica: educação transdisciplinar da Escola Vila”


retrata uma reforma do pensamento a partir do diálogo entre o saber pedagógico,
práticas, experiências docentes, gestão democrática e participativa da escola criativa e a
educação complexa transdisciplinar.
O principal objetivo da Escola Vila é trabalhar com os alunos os Valores
Humanos, a Cultura de Paz, a Consciência Ecológica e a Cidadania,
tornando-o consciente da responsabilidade de suas atitudes para com o
Planeta e comprometido com a busca de alternativas para a melhoria da
qualidade da vida na Terra. (p.139)

“A Educação atual permanece intacta no tempo, imobilizada e inerte às mudanças da


contemporaneidade. Para ela, o tempo parou. Mudar exigiria muito desta instituição
enraizada ao longo da Modernidade”. (p.29)
De certo modo as autoras referem que há algo desequilibrado nas instituições escolares
que vão além dos problemas sociais e econômicos.
Esse desequilíbrio tem origem em um sistema de pensamentos e
comportamentos manifestados no interior e através dos indivíduos. Esse
sistema de pensamentos e comportamentos é perpetuado através da formação
que os indivíduos recebem, utilizando-se para isso, inclusive, das instituições
escolares. Essas instituições, por sua vez, são regidas por uma cultura
dominante, “eleita”, e que tem como base, um paradigma. (p.39)

Pensar na educação como forma de controle e utilizar o racionalismo como aparelho


para o livre-arbítrio:
Um dos principais problemas paradigmáticos que residem na base do
pensamento moderno está na ideia do racionalismo como instrumento para
liberdade e, com isso, nasce formas de controle buscando que a razão possa
exercer seu papel soberano. Esse controle se dá não apenas em relação aos
comportamentos dos indivíduos, mas também nos seus modos de ser, de
viver e de pensar. A disciplina, enquanto imposição de normas e de ordem
atua diretamente sobre os comportamentos e nas mentalidades dos
indivíduos. (p.45)

Eis que surge a transdisciplinaridade que extrapola o domínio das disciplinas,


alcançando as artes, as tradições, as relações sociais, as relações com a natureza e a
relação do ser humano consigo próprio. (p.53)
Em 1981 foi fundada a Escola Vila na cidade de Fortaleza. Originada a partir da
iniciativa de diferentes famílias preocupadas com uma educação mais criativa e integral
coordenada pela fundadora, Fátima Limaverde, a Escola Vila assentou sua prática
pedagógica em uma Teia Curricular, nos atos de currículo e cenários de aprendizagem
inter/transdisciplinares.
A metodologia de trabalho da Escola Vila
Os alunos da Escola VILA estão sempre organizados em grupos. A disposição
das mesas e cadeiras na sala de aula já facilita essa organização e as orientações dos
trabalhos desenvolvidos na sala de aula ou nos demais cenários de aprendizagem da
escola também têm como foco a aprendizagem colaborativa. A definição dos grupos é
semanal e proposta pelo professor da turma. As atividades propostas por ele são
desenvolvidas nesses grupos, promovendo um espaço legítimo na sala de aula para o
desenvolvimento de importantes habilidades de convivência: respeito e valorização à
diversidade de opiniões; espírito de equipe; aprendizagem colaborativa; distribuição de
tarefas; autorregulação do grupo; mediação de conflitos.
O Currículo Ecossistêmico da Escola Vila é disposto em forma de Teia,
facilitando a interligação dos conteúdos com diferentes áreas do conhecimento em
contextos de atos do currículo e cenários de aprendizagem. O “pano de fundo” de todos
os trabalhos, na Vila, são os projetos que cada turma desenvolve a partir de temáticas
comuns a todas elas. Assim, cada turma desenvolve seu projeto a partir das demandas e
interesses particulares, mas, ao mesmo tempo, em diálogo com todas as outras turmas
que também desenvolvem seus projetos com uma temática comum.
Visando oferecer um recurso pedagógico que facilitasse os processos de
Trabalho com Projetos Inter/transdisciplinares, foram desenvolvidos diversos materiais
didáticos que possuem um caráter aberto, participativo e provocador. Tais materiais são
coleções de livros que interligam conhecimentos de diferentes áreas em uma mesma
atividade, permitindo ainda a conexão com os contextos dos projetos. O material
didático da Escola Vila facilita ainda o trabalho em grupo, pesquisas e a construção ou
apropriação dos saberes.
A maioria dos cenários de aprendizagem da Escola Vila transcende o espaço
físico da sala de aula. Todos os dias os alunos trabalham em pelo menos um laboratório
e realizam no mínimo uma aula integrativa.
Os laboratórios retomam o sentido original da palavra Laboratorium, do latim,
que significa “lugar de trabalho”. Os oito laboratórios da Escola Vila são cenários de
aprendizagem, onde os professores e os alunos trabalham juntos, com um objetivo
comum, envolvendo conhecimentos de diferentes áreas. São eles: Horta, Farmácia Viva,
Pomar, Jardim, Fauna, Manutenção, Tecnologias Alternativas e Saúde e Alimentação.
Todos esses ambientes são organizados de forma a conter ferramentas, utensílios e
outros instrumentos que permitem a exploração e elaboração de produtos do trabalho.
Durante o desenvolvimento dessas atividades práticas nos laboratórios são realizadas,
também, pesquisas que visam complementar os saberes necessários à sua execução,
permitindo aí um espaço não somente da aplicação dos conteúdos disciplinares, mas
também de interligação desses conteúdos com os desejos dos atores, alunos e
professores, com os contextos culturais e as questões sociais e ambientais do entorno.
As aulas integrativas diárias, por sua vez, legitimam um espaço exclusivamente voltado
à expressão criativa, ao autoconhecimento e desenvolvimento de habilidades manuais.
As Aulas Integrativas também possuem espaços próprios como o Ateliê de Artes, Ateliê
de Artesanato, Estúdio de Música, Salão de Teatro e de Corpo. Professores específicos
dessas áreas trabalham orientando as atividades desenvolvidas nesses cenários de
aprendizagem.
Outro ponto chave dentro do esquema curricular da escola é a formação dos
professores. Os professores da Escola Vila participam de uma formação continuada que
envolve um sistema intensivo de oficinas, três semanas no ano, além de um sábado por
mês e encontros quinzenais de planejamento e avaliação de projetos. A formação
continuada é essencial para que os professores se empoderem de uma prática
pedagógica significativa tanto para os alunos quanto os próprios docentes. Além disso,
devido às particularidades da Pedagogia Ecossistêmica da Escola Vila, com trabalhos
em grupos, projetos inter/transdisciplinares e diferentes cenários de aprendizagem, sem
uma formação substancial não seria possível a plena execução de todas as atividades. O
trabalho da Escola Vila é foco de estudo e pesquisas de diferentes universidades do
Brasil e outros países. O alcance de sua prática pedagógica, para além da formação
significativa e cidadã dos alunos, mobiliza mudança de atitudes e condutas na vida de
professores e familiares dos alunos. A Escola Vila tem como slogan uma frase que pode
traduzir um dos principais objetivos de sua ação pedagógica e que vem se efetivando
durante as mais de três décadas de trabalho: “Construindo um Mundo Melhor.”
Deste modo observamos que a preocupação com a educação tem mobilizado
pesquisadores, professores, os quais vêm procurando fundamentar e intervir nessas
práticas educativas. As propostas citadas pela autora refletem atuações (práticas
educativas) baseadas nas necessidades psicológicas dos alunos ou em suas necessidades
e problemas ambientais, comunitários e sociais. Quando discutidos em sala de aula,
notamos que para que estas propostas sejam implantadas é necessário que haja um
compromisso maior dos educadores envolvidos no processo. Bem como não podemos
nos esquecer que a família tem um papel importante neste movimento. Também
notamos que há necessidade de autonomia do professor que na maioria das vezes não
tem devido há vários fatores intervenientes como a própria gestão escolar enraizada nos
modelos tradicionais.
A trajetória inovadora da Escola Vila pode servir de referência para outras
escolas atingirem desejadas melhorias nos projetos e práticas educativas, nos valores e
relações humanas. A obra nos permite entender mais sobre o funcionamento da
instituição, suas dificuldades e as formas de superá-las é a porta de entrada para
pensarmos em propostas plurais que valorizem a diversidade, o multiculturalismo e
potencial humano.
E se fossemos pensar em multiculturalismo podemos introduzir as ideias de
Canclini (2013) que faz crítica aos movimentos sociais que permanecem usando formas
tradicionais de comunicação (orais, de produção artesanal ou em textos escritos que
circulam de mão em mão) refere que as novas tecnologias trazem à tona novas
ferramentas de produção e novos espaços de leitura de textos que diminuem as
distâncias e que revelam a multiculturalidade. Também critica a educação escolar que
segue mantendo-se estagnada, na qual alguns educadores ainda pensam na televisão
como a grande inimiga da escola.
Se formos aprofundar um pouco mais sobre a modernidade que Canclini relata
na América Latina, observamos que ela vai de encontro com o que Morin (1987) afirma
sobre a expansão do poder industrial que trouxe à sociedade moderna, avanços além de
tecnológicos e científicos. Trouxe consigo um novo modo de pensar, uma nova cultura
pautada na obtenção de riquezas, a partir dos lucros e necessidade de crescimento
pessoal através do consumo. Tanto Canclini quanto Morin fazem uma crítica aos
sistemas políticos vigentes e sobre como eles afetam a comunicação e principalmente a
educação das populações.
Desta maneira podemos pontuar as discussões realizadas em sala sobre as
demandas que surgem desse panorama de crise que a sociedade atual vive e que
apresenta uma fase de transição de paradigma, questionando o paradigma dominante, e
buscando compreender melhor as complexidades da vida humana, a possibilidade de
um novo paradigma, que se apresenta como emergente.
A autora refere que a educação transdisciplinar procura, através da convivência
com as diferenças, desenvolver a capacidade da mudança de pontos de vista e do
respeito às divergências. Do mesmo modo como há diferentes realidades produzidas por
diferentes percepções do mundo, há diferentes verdades relacionadas a um mesmo fato.
E todas elas compõem um único mosaico, estruturando uma realidade social comum,
embora não consensual. No ato de conviver, não só percebemos que o outro pode ser
diferente como também acabamos por assumir a responsabilidade de sermos diferentes
também, em relação ao outro. Ao propor uma ideia, o aluno desenvolve a capacidade de
argumentar, mesmo sabendo que os outros têm o direito de divergir e, quando a
divergência ocorre, o aluno deve aprender a refletir sobre ela, não se limitando apenas a
refutá-la.
Assim a transdisciplinaridade parte da perspectiva de trabalhar a ligação
existente entre diversos tipos de conhecimento por meio de projetos que conseguem
conectar os conhecimentos já institucionalizados com os encontrados na própria vida.
Transdisciplinar é o que está além, entre as disciplinas e, portanto, o que está entre as
descobertas a serem feitas pelas ciências são as demandas que a escola criativa contribui
para perceber.
Podemos pensar nessa definição de trabalho educativo transdisciplinar como um
princípio de humanização dos indivíduos, ou seja, é a formação como seres humanos
conectados com seu ambiente. É uma proposta muito esperançosa, mas isso requer que
haja uma mudança na humanidade já existente, que tem sido produzida historicamente e
que se encontra em uma cultura que ainda, pode se dizer, que relutam certas mudanças.
Na atualidade, muitos são os desafios que uma instituição de ensino necessita
romper diante das inúmeras transformações, propiciar a participação ativa dos alunos
nas atividades educativas em geral, potencializar, nos educandos, sujeitos protagonistas
de sua formação. No aspecto da formação continuada de professores, estimular uma
construção coletiva, a partir das necessidades dos docentes.
Refletir sobre educação criativa e no que ela proporciona é algo esplêndido,
pois conforme Limaverde (2015) as escolas criativas criam novas realidades
educacionais, valorizam os educandos, docentes, comunidade, conhecimento e a vida.
As transformações nos processos de ensino e aprendizagem, relações interpessoais e nas
relações com o conhecimento possibilitam o desenvolvimento dos potenciais criativos e
inovadores da instituição, das aprendizagens, ampliação da consciência e do nível de
percepção dos sujeitos.
Outras Bibliografias:
CANCLINI, N. G. Culturas híbridas. São Paulo: Edusp, 2013.

MORIN, E. Cultura de Massas no século XX: o espírito do tempo, neurose. São


Paulo: Forense Universitária, 1987. 204 p.

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