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DIREITO DO CONSUMIDOR

ATUALIZADO EM 06/05/2017

DIREITO DO CONSUMIDOR1

INTRODUÇÃO

- Direito fundamental. Cláusula pétrea. Norma principiológica. Cláusulas gerais.


Princípio da ordem econômica. Microssistema jurídico multidisciplinar. Normas de
ordem pública. Normas de interesse social. - Consumo = CONSUMIDOR +
FORNECEDOR + PRODUTO OU SERVIÇO.

CONSUMIDOR2 FORNECEDOR PRODUTO OU


SERVIÇO
- PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA - Pessoa física ou Produto móvel ou
- ADQUIRE OU UTILIZA PRODUTOS jurídica, pública ou imóvel, material ou
E SERVIÇOS privada, nacional ou imaterial
- DESTINATÁRIO FINAL (TEORIA estrangeira, entes
FINALISTA MITIGADA: despersonalizados Serviço atividade
VULNERABILIDADE técnica, jurídica, - Produtor, montador, fornecida mediante
fática, informacional ou criador, construtor, remuneração
HIPOSSUFICIÊNCIA). Retira o bem do transformador,
mercado e coloca fim na cadeia de importador, exportador,
produção. Conceito econômico de distribuidor,
consumidor. comerciante, prestador
de serviços
- Consumidor equiparado: - Habitualidade
coletividade lesada na relação de
consumo.

*Aplica-se o CDC ao condomínio de adquirentes de edifício em construção, nas hipóteses


em que atua na defesa dos interesses dos seus condôminos frente a construtora ou
incorporadora. STJ. 3ª Turma. REsp 1.560.728-MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino,
julgado em 18/10/2016 (Info 592).

*#OUSESABER:

1
Essa FUC tem como base o material produzido pelo site Foca no Resumo (https://focanoresumo.com/).
2
*A banca FCC, em 2016, na prova da DPE-BA, propôs o seguinte enunciado: “Sebastião juntou dinheiro
que arrecadou ao longo de 20 anos trabalhando como caminhoneiro para adquirir um caminhão, zero
quilômetros, que passou a utilizar em seu trabalho, realizando fretes no interior do Estado da Bahia. Ainda no
prazo de garantia, o veículo apresentou problemas e ficou imobilizado. Sua esposa, Raimunda,
microempresária do ramo da costura, adquiriu uma máquina bordadeira de valor elevado de uma grande
produtora mundial, que depois de poucas semanas de funcionamento, também apresentou parou de
funcionar.” E considerou correta a seguinte alternativa: “ambos podem ser considerados consumidores,
ainda que não se configurem como usuários finais dos produtos adquiridos, uma vez que, embora o Código
de Defesa do Consumidor adote a teoria finalista, em casos semelhantes, o Superior Tribunal de Justiça já
admitiu a mitigação desta teoria diante da prova da hipossuficiência e do desequilíbrio na relação,
caracterizando hipótese de consumo intermediário.”
*#OUSESABER: Em regra, os contratos do Sistema Financeiro de Habitação, SFH
devem obediência ao CDC. Contudo, se nos contratos de financiamento imobiliário
integrantes do SFH estiver presente cláusula que vincule os contratos ao Fundo de
Compensação de Variação Salarial, FCVS, não haverá relação consumerista,
conforme decidido no REsp 489701 / SP.

- PrincípiosVULNERABILIDADE (todo consumidor é vulnerável),DEVER


GOVERNAMENTAL, HARMONIZAÇÃO DOS INTERESSES(desenvolvimento econômico
e tecnológico + defesa do consumidor), GARANTIA DE ADEQUAÇÃO, EQUILÍBRIO NAS
RELAÇÕES DE CONSUMO, BOA-FÉ OBJETIVA, EDUCAÇÃO E INFORMAÇÃO DOS
CONSUMIDORES, INCENTIVO AO AUTOCONTROLE (necessidade de o Estado
incentivar os próprios fornecedores a tomarem medidas e providências tendentes a
solucionar eventuais conflitos), COIBIÇÃO E REPRESSÃO DOS ABUSOS DE
MERCADO, RACIONALIZAÇÃO E MELHORIA DOS SERVIÇOS PÚBLICOS, ESTUDO
DAS MODIFICAÇÕES DO MERCADO, ACESSO À JUSTIÇA (implícito).

- Boa-fé objetivaestabelece um DEVER DE CONDUTAentre fornecedores e


consumidores no sentido de agirem com lealdade e confiança. É um conjunto de
padrões éticos de comportamento, aferíveis objetivamente, que devem ser seguidos
pelas partes em todas as fases da relação contratual.

FUNÇÃO FUNÇÃO DE CONTROLE FUNÇÃO INTEGRATIVA


INTERPRETATIVA
O juiz deve sempre Visa EVITAR O ABUSO Insere deveres anexos, cuja
prestigiar, diante de DO DIREITO SUBJETIVO, violação é chamada de
convenções e contratos, a limitando condutas e “VIOLAÇÃO POSITIVA DO
TEORIA DA práticas comerciais CONTRATO”, são eles:
CONFIANÇA, segundo a abusivas. Quando não a)Dever anexo de informação;
qual as partes agem com houver lealdade no b)Dever anexo de cooperação
lealdade na busca do exercício do direito (o fornecedor deverá cooperar
adimplemento subjetivo, de forma a para que o consumidor possa
contratual. O juiz deve frustrar a confiança alcançar suas expectativas,
interpretar as cláusulas criada em outrem, o ato facilitando os meios para que
contratuais de modo a será abusivo e o mesmo possa adimplir o
desconsiderar a malícia considerado ilícito. contrato)
da parte que se vale de Art. 187 do CC: também c)Dever anexo de proteção (o
evasivas para criar comete ato ilícito o titular fornecedor deve preservar a
convenções duvidosas, a de um direito que, ao integridade pessoal e
fim de obter vantagens exercê-lo, excede patrimonial do consumidor que,
incomuns; bem como as manifestamente os limites quando violados, geram danos
cláusulas lacunosas ou impostos pelo seu fim materiais e morais – ex.:
imprecisas deverão ser econômico ou social, quando o fornecedor
interpretadas de acordo pela boa-fé ou pelos disponibiliza estacionamento
com o que, normalmente, bons costumes. para os veículos dos clientes,
são entendidas pelos assume o dever, derivado do
indivíduos. princípio da boa-fé objetiva,
de proteger os bens e a
pessoa do usuário).

- BOA-FÉ OBJETIVA E CONTRATOS DE PLANO DE SAÚDEo STJ entende que a


cláusula que exclui tratamento de doenças infectocontagiosas de notificação
compulsória, como a AIDS, é nula porque é abusiva. Plano de saúde não pode limitar
sessões de radioterapia e quimioterapia. É abusiva a cláusula que prevê o não custeio
de prótese, imprescindível para o êxito do procedimento cirúrgico coberto pelo plano,
sendo indiferente se a prótese é ou não importada. Deve ser invalidada a cláusula de
exclusão de transplante.
- A doença preexistente só pode ser oposta pela seguradora ao segurado mediante a
realização de prévio exame médico ou prova inequívoca de sua má-fé.
- É ilegal a estipulação que prevê a submissão do segurado a novo período de
carência, de duração equivalente ao prazo pelo qual perdurou a mora, após o
adimplemento do débito em atraso.
- O STJ NÃO ADMITE O PRAZO DE CARÊNCIA NOS CASOS DE URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA.
- É abusiva a cláusula prevista em contrato de plano de saúde que suspende o
atendimento em razão do atraso do pagamento de uma única parcela.
- Injusta recusa de cobertura = dano moral.
- É abusiva cláusula que prevê a rescisão unilateral do plano de saúde. Contudo, é
possível a rescisão, sem necessidade de ação judicial, dos contratos de consumidores que
estejam com mensalidades em atraso há mais de 2 meses, desde que notificados
previamente.
- O STJ admite a validade de reajustes em razão da mudança de faixa etária, desde que
atendidas certas condições:
a)Previsão no instrumento negocial;
b)Respeito aos limites e demais requisitos estabelecidos na Lei 9.656/98;
c)Observância ao princípio da boa-fé objetiva.
- O plano de saúde tem o dever de informar a cada consumidor, individualmente,
sobre o descredenciamento de médicos e hospitais (dever de informação).

*#OUSESABER: O que é contrato cativo de longa duração? Conforme ensina a


doutrinadora Cláudia Lima Marques, trata-se de uma série de novos contratos ou
relações contratuais que utilizam os métodos de contratação de massa (através de
contratos de adesão ou de condições gerais dos contratos) para fornecer serviços
especiais de mercado, criando relações jurídicas complexas de longa duração,
envolvendo uma cadeia de fornecedores organizados entre si e com uma
característica dominante: a posição de "catividade" ou dependência dos clientes". Um
exemplo que pode ser citado são os contratos de seguro em geral, mormente os de plano
de saúde. Tal expressão já foi utilizada expressamente pelo STJ, no informativo 441.

JURISPRUDÊNCIA DO STJ (PLANOS DE SAÚDE)


SÚMULA 302: É ABUSIVA A CLÁUSULA CONTRATUAL DE PLANO DE SAÚDE QUE
LIMITA NO TEMPO A INTERNAÇÃO HOSPITALAR DO SEGURADO.
É POSSÍVEL A EXCLUSÃO DE ALGUMAS MOLÉSTIAS, CONTANTO QUE SEJA EM
DATA POSTERIOR À VIGÊNCIA DA LEI 9.656/98 OU QUE A MOLÉSTIA SEJA
PREEXISTENTE À CELEBRAÇÃO DO CONTRATO DE SEGURO DE SAÚDE.
A CLÁUSULA É ABUSIVA QUANDO A RECUSA DO TRATAMENTO SE REFERE À
MOLÉSTIA GRAVE OU QUE IMPLIQUE RISCO DE MORTE.
O PLANO DE SAÚDE PODE ESTABELECER AS DOENÇAS QUE TERÃO
COBERTURA, MAS NÃO O TIPO DE TRATAMENTO UTILIZADO PARA A CURA DE
CADA UMA DELAS.
É ABUSIVA A CLÁUSULA CONTRATUAL DE SEGURO DE SAÚDE QUE
ESTABELECE LIMITAÇÃO DE VALOR PARA O CUSTEIO DE DESPESAS COM
TRATAMENTO CLÍNICO, CIRÚRGICO E DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR.
É ABUSIVA A CLÁUSULA CONTRATUAL QUE EXCLUI DE COBERTURA A
COLOCAÇÃO DE “STENT”, QUANDO ESTE É NECESSÁRIO AO BOM ÊXITO DO
PROCEDIMENTO CIRÚRGICO COBERTO PELO PLANO DE SAÚDE.

*Não se aplica o CDC às relações entre as operadoras de planos de saúde constituídas


sob a modalidade de autogestão e seus filiados. Assim, os planos de saúde de autogestão
podem ser considerados como uma exceção à Súmula 469 do STJ: "Aplica-se o Código de
Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde." A operadora de plano privado de
assistência à saúde na modalidade de autogestão é pessoa jurídica de direito privado sem
finalidades lucrativas que, vinculada ou não à entidade pública ou privada, opera plano de
assistência à saúde com exclusividade para um público determinado de beneficiários. A
constituição dos planos sob a modalidade de autogestão diferencia, sensivelmente, essas
pessoas jurídicas quanto à administração, forma de associação, obtenção e repartição de
receitas, dos contratos firmados com empresas que exploram essa atividade no mercado e
visam ao lucro. Em razão disso, não se aplica o CDC ao contrato de plano de saúde
administrado por entidade de autogestão, por inexistência de relação de consumo. STJ. 2ª
Seção. REsp 1.285.483-PB, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 22/6/2016 (Info
588).

*#OUSESABER: A jurisprudência é pacífica, inclusive no STJ, no sentido de que o CDC


não incide nos contratos de locação de imóvel por não se tratar de relação de consumo e
nem prestação de serviço, caracterizando-se, objetivamente, como uma cessão de uso
remunerado. Todavia, no âmbito doutrinário, cumpre destacar as ilações da doutrinadora
Cláudia Lima Marques no sentido da possibilidade de subsunção do CDC para as
hipóteses em que o locador é um profissional na atividade locatícia, sendo viável
juridicamente qualificá-lo como prestador de serviços de moradia.

*Em 1999, João aposentou-se pelo INSS. Em 2000, voltou a trabalhar para uma empresa e
passou a usufruir do plano de saúde coletivo empresarial no qual a empregadora pagava
metade e ele a outra metade das mensalidades. Em 2009, João foi demitido sem justa
causa, mas continuou no plano, assumindo o pagamento integral das mensalidades. Em
2015, João faleceu e Maria continuou no plano, não mais na condição de dependente, mas
sim na de beneficiária principal. Em 2017, contudo, o plano enviou uma carta para Maria
comunicando que havia cessado a sua condição de segurada no plano de saúde coletivo.
O argumento utilizado pelo plano de saúde para cessar a condição de segurada de Maria
foi o de que a sua situação se enquadrava no art. 30 da Lei nº 9.656/98. Maria não
concordou e afirmou que, quando João faleceu, ele estava aposentado, de forma que
deveria incidir a regra do art. 31 da Lei nº 9.656/98. A manutenção de Maria no plano
ocorreu com base no art. 30 ou no art. 31 da Lei nº 9.656/98? Aplica-se o disposto no art.
31 da Lei nº 9.656/98 ao aposentado – e ao grupo familiar inscrito, na hipótese de seu
falecimento – que é contratado por empresa e, posteriormente, demitido sem justa causa.
No caso concreto, Maria terá direito de continuar no plano por tempo indeterminado (regra
do caput do art. 31) ou por prazo determinado (regra do § 1º do art. 31)? Por prazo
determinado. A lei somente assegura ao aposentado a sua manutenção como beneficiário,
sem qualquer restrição temporal, quando houver contribuído para os planos de assistência
à saúde pelo prazo mínimo de 10 anos (regra do caput do art. 31). A vigência do contrato
de seguro saúde iniciou-se em 2000, quando João foi contratado pela empresa X. Em
2009 João foi demitido sem justa causa e continuou como beneficiário do plano de saúde,
assumindo o ônus integral do pagamento das mensalidades, o que fez até a data de seu
óbito, em 2015. Desta feita, tem-se que o tempo de filiação original ao plano foi de 9 anos
(2000 a 2009), mostrando-se, impossível, portanto, a aplicação do art. 31, caput, da Lei,
que exige tempo de contribuição mínimo de 10 anos. Maria alegou que, com a morte de
João, ela o teria sucedido no plano de saúde, devendo, portanto, somar o tempo que João
contribuiu (9 anos) com o tempo que ela também pagou o plano (2 anos, ou seja, de 2015
a 2017). Logo, somando esses dois períodos, haveria mais que 10 anos de contribuição ao
plano. Essa tese foi aceita pelo STJ? NÃO. O art. 31 da Lei expressamente exige que o
APOSENTADO tenha contribuído por prazo mínimo de 10 anos, não prevendo a
possibilidade de haver a soma do período de contribuição do aposentado com seus
eventuais sucessores. João contribuiu por 9 anos para o plano coletivo de assistência à
saúde. Logo, a manutenção do contrato em favor de Maria deve se dar por 9 anos. O
termo inicial para a contagem desses 9 anos de manutenção do contrato não pode ser
considerado a data do óbito de João (2015) mas sim a data em que ocorreu a cessação do
vínculo empregatício (2009), considerando que foi neste momento que nasceu o direito à
manutenção do titular, bem como de sua dependente no plano de saúde. STJ. 3ª Turma.
REsp 1.371.271-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 2/2/2017 (Info 597).

- Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, o Poder Público


manterá assistência jurídica integral e gratuita para o consumidor carente.

MODIFICAÇÃO REVISÃO
PRESTAÇÕES FATOS SUPERVENIENTES EXCESSIVAMENTE
DESPROPORCIONAIS ONEROSOS.
(não há o elemento subjetivo do TEORIA DA BASE OBJETIVA DO NEGÓCIO
CC "necessidade" ou JURÍDICO
"inexperiência"). (não exige a imprevisibilidade do fato superveniente
nem extrema vantagem para o credor).
- Restitutio in integrum o consumidor deve ser ressarcido integralmente.
- Dano moral in re ipsa provada a ofensa, o dano moral presume-se. Responsabilidade
do agente por força do simples fato da violação. Em regra, o simples inadimplemento
contratual não gera dano moral, salvo quando ocasionar transtornos consideráveis, com
repercussão na esfera íntima da vítima (dor, vexame, sofrimento, humilhação que, de
forma anormal, interfira no comportamento psicológico do indivíduo).

Importante!!! Não configura dano moral in re ipsa a simples remessa de fatura de cartão de
crédito para a residência do consumidor com cobrança indevida. Para configurar a existência do
dano extrapatrimonial, é necessário que se demonstre que a operadora de cartão de crédito,
além de ter incluído a cobrança na fatura, praticou outras condutas que configurem dano moral,
como por exemplo: a) reiteração da cobrança indevida mesmo após o consumidor ter
reclamado; b) inscrição do cliente em cadastro de inadimplentes; c) protesto da dívida; d)
publicidade negativa do nome do suposto devedor; ou e) cobrança que exponha o consumidor,
o submeta à ameaça, coação ou constrangimento. STJ. 4ª Turma. REsp 1.550.509-RJ, Rel. Min.
Maria Isabel Gallotti, julgado em 3/3/2016 (Info 579).
- Esse entendimento é mais compatível com a dinâmica atual das formas de pagamento por
meio de cartões e internet, os quais facilitam a circulação de bens, mas, por outro lado, ensejam
fraudes, as quais, quando ocorrem, devem ser coibidas, propiciando-se o ressarcimento do
lesado na exata medida do prejuízo. A banalização do dano moral, em caso de mera cobrança
indevida, sem repercussão em direito da personalidade, aumentaria o custo da atividade
econômica, o qual oneraria, em última análise, o próprio consumidor.

SÚMULAS DO STJ
420INCABÍVEL, EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA, DISCUTIR O VALOR DE
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
402O CONTRATO DE SEGURO POR DANOS PESSOAIS COMPREENDE DANOS
MORAIS, SALVO CLÁUSULA EXPRESSA DE EXCLUSÃO.
388A SIMPLES DEVOLUÇÃO INDEVIDA DE CHEQUE CARACTERIZA DANO
MORAL.
387É LÍCITA A CUMULAÇÃO DAS INDENIZAÇÕES DE DANO ESTÉTICO E DANO
MORAL.
385DA ANOTAÇÃO IRREGULAR EM CADASTRO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO,
NÃO CABE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL, QUANDO PREEXISTENTE LEGÍTIMA
INSCRIÇÃO, RESSALVADO O DIREITO AO CANCELAMENTO.
370CARACTERIZA DANO MORAL A APRESENTAÇÃO ANTECIPADA DE CHEQUE
PRÉ-DATADO.
362A CORREÇÃO MONETÁRIA DO VALOR DA INDENIZAÇÃO DO DANO MORAL
INCIDE DESDE A DATA DO ARBITRAMENTO.
326NA AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL, A CONDENAÇÃO EM
MONTANTE INFERIOR AO POSTULADO NA INICIAL NÃO IMPLICA SUCUMBÊNCIA
RECÍPROCA.
281A INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL NÃO ESTÁ SUJEITA À TARIFAÇÃO
PREVISTA NA LEI DE IMPRENSA.
227A PESSOA JURÍDICA PODE SOFRER DANO MORAL.
37SÃO CUMULÁVEIS AS INDENIZAÇÕES POR DANO MATERIAL E DANO MORAL
ORIUNDOS DO MESMO FATO.
532  Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia
e expressa solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e
sujeito à aplicação de multa administrativa.

#NOVIDADE #SÚMULA #DEFENSORIA #MAGISTRATURA


Súmula 563-STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades
abertas de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários
celebrados com entidades fechadas3.

INFORMATIVO 571 – STJ


O Código de Defesa do Consumidor não é aplicável à relação jurídica entre participantes
ou assistidos de plano de benefício e entidade de previdência complementar fechada,
mesmo em situações que não sejam regulamentadas pela legislação especial. A súmula
321 do STJ só vale para entidades ABERTAS de previdência privada. Para entidades
fechadas não se aplica o CDC. Súmula 321-STJ: O Código de Defesa do Consumidor é
aplicável à relação jurídica entre a entidade de previdência privada e seus participantes.
STJ. 2ª Seção. REsp 1.536.786-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 26/8/2015
(Info 571)

O STJ cancelou a Súmula 321, que possuía a seguinte redação:


Súmula 321-STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável à relação jurídica
entre a entidade de previdência privada e seus participantes.
O entendimento da Súmula 321 foi substituído pelo enunciado 563.

- O dano moral coletivo (não é pacífico) prescinde da prova da dor, sentimento ou abalo
psicológico sofridos pelos indivíduos. Como transindividual, manifesta-se no prejuízo à
imagem e moral coletivas e sua averiguação deve pautar-se nas características próprias as
interesses difusos e coletivos. Ex.: banco paga dano moral coletivo por manter caixa
preferencial em 2º andar de agência.

INVERSÃO DO ÔNUS DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA


PROVA OPE JUDICIS OPE LEGIS
VEROSSIMILHANÇA ou - Arts. 12, §3º, e 14, §3º O FORNECEDOR DEVE
HIPOSSUFICIÊNCIA PROVAR AS EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE
(art. 6º, III) NO FATO DO PRODUTO E DO SERVIÇO.
- Art. 38 QUEM PATROCINA A PUBLICIDADE DEVE
PROVAR A VERACIDADE DAS INFORMAÇÕES
VEICULADAS.

3
*Tal temática foi objeto de questionado na prova da DPE-BA, realizada pela FCC, em 2016, e foi
considerada correta a seguinte alternativa: “aplica-se o CDC às entidades abertas de previdência
complementar e aos serviços remunerados prestados uti singuli, mas não se aplica às entidades fechadas de
previdência complementar e nem aos serviços públicos uti universi.”
- TODO CONSUMIDOR É VULNERÁVEL, MAS NEM TODO CONSUMIDOR É
HIPOSSUFICIENTE.

VULNERABILIDADE HIPOSSUFICIÊNCIA (inversão do ônus da


prova)
Conceito de direito material. Conceito de direito processual.
PRESUNÇÃO ABSOLUTA: o PRESUNÇÃO RELATIVA: precisa ser
consumidor é a parte vulnerável na comprovada no caso concreto diante do
relação de consumo. juiz.

- A inversão do ônus da prova é REGRA DE INSTRUÇÃO: a decisão que determina a


inversão do ônus da prova deve ser proferida na FASE DE SANEAMENTO ou, pelo
menos, assegurar à parte a quem não incumbia inicialmente o encargo a reabertura de
oportunidade para manifestar-se nos autos.
- É nula a cláusula de eleição de foro inserida em contrato de adesão quando gerar maior
ônus para a parte hipossuficiente defender-se ou invocar a jurisdição, propondo a ação de
consumo em local distante daquele em que reside (STJ).
- Responsabilidade SOLIDÁRIA: o consumidor pode intentar a ação contra todos na
cadeia de responsabilidade (todos que foram responsáveis por colocar o produto no
mercado). Exceção: responsabilidade exclusiva do fornecedor imediato ou
comerciante que fizer a pesagem ou a medição do produto e o instrumento utilizado
não estiver aferido segundo os padrões oficiais.
- Não cabe denunciação da lide (procrastinação do feito). Só cabe CHAMAMENTO AO
PROCESSO DO SEGURADOR.
- Responsabilidade solidária das operadoras de saúde por erro médico: se a escolha do
profissional ou hospital é do consumidor (com reembolso), não há responsabilidade da
operadora (seguro-saúde). Contudo, se o profissional ou hospital é credenciado do plano,
há responsabilidade solidária (o hospital, o médico e a operadora do plano de saúde).
- Importante!!! A franqueadora pode ser solidariamente responsabilizada pelos danos
causados pela franqueada aos consumidores. STJ. 3ª Turma. REsp 1.426.578-SP, Rel.
Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 23/6/2015 (Info 569). A franquia, aos olhos do
consumidor, consiste em uma mera intermediação ou revenda de bens ou serviços do
franqueador, que é fornecedor no mercado de consumo, ainda que de bens imateriais. Os
arts. 14 e 18 do CDC, ao falarem em fornecedores, preveem a responsabilização solidária
de todos aqueles que participarem da introdução do produto ou serviço no mercado,
inclusive daqueles que apenas organizem a cadeia de fornecimento pelos eventuais
defeitos ou vícios apresentados. Cabe às franqueadoras a organização da cadeia de
franqueados do serviço, atraindo para si a responsabilidade solidária pelos danos
decorrentes da inadequação dos serviços prestados em razão da franquia.
- Os produtos e serviços oferecidos não poderão acarretar riscos à saúde e à segurança
dos consumidores, salvo aqueles que, pela sua própria natureza, apresentam em si um
RISCO INERENTE (riscos “normais e previsíveis”).
- Em qualquer hipótese, o consumidor tem direito à informação.
- A periculosidade pode ser INERENTE (insegurança normal e previsível), ADQUIRIDA
(defeito de fabricação, de concepção ou por insuficiência de informação) ou EXAGERADA
(não compensam os benefícios, de forma que não podem ser colocados no mercado).
- Princípio da prevençãoo fornecedor conhece a periculosidade do produto,
devendo tomar todas as medidas para que não ocorram danos à saúde e à
segurança.
- Princípio da precauçãose o fornecedor não comprovar que o produto ou serviço
não oferece riscos, não deve introduzi-los no mercado.
- Quando se descobre que o produto foi posto no mercado com algum defeito de
fabricação, o fornecedor deve comunicar os consumidores, chamando de volta os produtos
imprestáveis (recall), mas isso não o isenta da obrigação de indenizar.

RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO E DO SERVIÇO

FATO (ACIDENTE DE CONSUMO) VÍCIO


A utilização do produto ou serviço pode gerar Os produtos ou serviços não
acidentes de consumo. correspondem às expectativas geradas
pelo consumidor.
O prejuízo é extrínseco: não há uma O prejuízo é intrínseco: o bem só está em
limitação da inadequação do produto em si, desconformidade com o fim a que se
mas uma inadequação que gera danos destina.
além do produto.
Ex.: curto-circuito no aparelho de som, que Ex.: a caixa de um aparelho de som não
pega fogo. funciona.
Garantia da incolumidade físico-psíquica Garantia da incolumidade econômica do
do consumidor, protegendo sua SAÚDE E consumidor.
SEGURANÇA.
O produto tem um DEFEITO, que é um vício O produto tem um VÍCIO que o torna
acrescido de um problema extra: gera um inadequado.
dano ao consumidor.
PRESCRIÇÃO. DECADÊNCIA.
NO FATO DO PRODUTO, A COMERCIANTE RESPONSABILIDADE
RESPONSABILIDADE DO COMERCIANTE SOLIDÁRIA (o art. 14 fala em
É DIFERENCIADA(art. 13). “fornecedores”).
NO FATO DO SERVIÇO, A A responsabilidade é objetiva, não
RESPONSABILIDADE DOS havendo diferenciação.
PROFISSIONAIS LIBERAIS É SUBJETIVA.

*Determinada loja adota a seguinte prática: se o produto vendido apresentar algum vício
(popularmente conhecido como "defeito"), o consumidor poderá solicitar a troca da
mercadoria na própria loja, desde que faça isso no prazo de 3 dias corridos, contados da
data da emissão da nota fiscal. Por outro lado, se o consumidor detectar o vício somente
após esse prazo, ele deverá procurar a assistência técnica credenciada e lá irão verificar a
existência do vício e a possibilidade de ele ser reparado ("consertado"). Essa prática é
válida? Sim. É legal a conduta de fornecedor que concede apenas 3 (três) dias para troca
de produtos defeituosos, a contar da emissão da nota fiscal, e impõe ao consumidor, após
tal prazo, a procura de assistência técnica credenciada pelo fabricante para que realize a
análise quanto à existência do vício. A loja conferiu um "plus", ou seja, uma providência
extra que não é prevista no CDC, não sendo, contudo, vedada porque favorece o
consumidor. Vale ressaltar que a política de troca da loja (direito de troca direta do produto
em 3 dias) não exclui a possibilidade de o consumidor realizar a troca, na forma do art. 18,
§ 1º, I, do CDC, caso o vício não seja sanado no prazo de 30 dias. Em outras palavras, a
loja concede uma opção extra, além daquelas já previstas no art. 18, § 1º. STJ. 3ª Turma.
REsp 1.459.555-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 14/2/2017 (Info 598).

RESPONSABILIDADE PELO FATO DO RESPONSABILIDADE PELO FATO DO


PRODUTO SERVIÇO
Art. 12: o fabricante, o produtor, o Art. 14: o fornecedor de serviços responde,
construtor, nacional ou estrangeiro, e o independentemente da existência de
importador respondem, culpa, pela reparação dos danos causados
independentemente da existência de aos consumidores por defeitos relativos à
culpa, pela reparação dos danos causados prestação dos serviços, bem como por
aos consumidores por defeitos decorrentes infomações insuficientes ou inadequadas
de projeto, fabricação, construção, sobre sua fruição e riscos.
montagem, fórmulas, manipulação,
apresentação ou acondicionamento de seus
produtos, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua
utilização e riscos.
§1º o produto é defeituoso quando não §1º o serviço é defeituoso quando não
oferece a segurança que dele fornece a segurança que o consumidor
legitimamente se espera, levando-se em dele pode esperar, levando-se em
consideração as circunstâncias relevantes, consideração as circunstâncias relevantes,
entre as quais: entre as quais:
I – sua apresentação; I – o modo de seu fornecimento;
II – o uso e os riscos que razoavelmente II – o resultado e os riscos que
dele se esperam; razoavelmente dele se esperam;
III – a época em que foi colocado em III – a época em que foi fornecido.
circulação.
§2º o produto não é considerado defeituoso §2º o serviço não é considerado defeituoso
pelo fato de outro de melhor qualidade ter pela adoção de novas técnicas.
sido colocado no mercado.
§3º o fabricante, o construtor, o produtor ou §3º o fornecedor de serviços só não será
importador só não será responsabilizado responsabilizado quando provar:
quando provar: I – que, tendo prestado o serviço, o defeito
I – que não colocou o produto no mercado; inexiste;
II – que, embora haja colocado o produto no II – a culpa exclusiva do consumidor ou de
mercado, o defeito inexiste; terceiro.
III – a culpa exclusiva do consumidor ou de
terceiro.
§4º a responsabilidade pessoal dos
profissionais liberais será apurada
mediante a verificação de culpa.
Art. 13: O comerciante é igualmente
responsável, nos termos do artigo anterior,
quando:
I – O fabricante, o construtor, o produtor ou
o importador não puderem ser identificados;
II – O produto for fornecido sem
identificação clara do seu fabricante,
produtor, construtor ou importador;
III – Não conservar adequadamente os
produtos perecíveis.
Parágrafo único: Aquele que efetivar o
pagamento ao prejudicado poderá exercer
o direito de regresso contra os demais
responsáveis, segundo sua participação na
causação do evento danoso.

- NO FATO DO PRODUTO, A RESPONSABILIDADE DO COMERCIANTE É


DIFERENCIADA (art. 13). Já no FATO DO SERVIÇO, não há essa distinção, pois o art.
14 fala em “FORNECEDOR”.
- No fato do SERVIÇO há responsabilidade diferenciada para o PROFISSIONAL
LIBERAL (subjetiva), enquanto que no fato do produto não há essa diferenciação.

FORNECEDOR REAL FORNECEDOR FORNECEDOR PRESUMIDO


APARENTE
- FABRICANTE - DETENTOR DO NOME, - IMPORTADOR
- PRODUTOR MARCA OU SIGNO - COMERCIANTE DE
- CONSTRUTOR APOSTO NO PRODUTO PRODUTO ANÔNIMO
FINAL

O consumidor prova... O fornecedor prova... (EXCLUDENTES DE


RESPONSABILIDADE)
DANO (ACIDENTE DE - O PRODUTO NÃO FOI COLOCADO NO MERCADO
CONSUMO) - NÃO HÁ DEFEITO
+ - CULPA EXCLUSIVA DO CONSUMIDOR OU TERCEIRO
NEXO CAUSAL Atenção: É ÔNUS DO FORNECEDOR PROVAR AS
EXCLUDENTES (INVERSÃO OPE LEGIS).

- Embora não mencionadas no CDC, o STJ tem admitido a CULPA CONCORRENTE para
reduzir a indenização e o CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR para excluir a
responsabilidade.

FORTUITO INTERNO FORTUITO EXTERNO


É fato imprevisível e inevitável, que se liga à É fato imprevisível e inevitável, mas
organização da empresa, relacionando-se estranho à organização do negócio, não
com os RISCOS DA ATIVIDADE guardando NENHUMA LIGAÇÃO COM A
DESENVOLVIDA PELO FORNECEDOR. ATIVIDADE DO FORNECEDOR. EXCLUI
NÃO EXCLUI A RESPONSABILIDADE! A RESPONSABILIDADE!
- Súmula 187 do STJ: a responsabilidade contratual do transportador, pelo acidente
com passageiro, não é elidida por culpa de terceiro contra o qual tem ação
regressiva. Fortuito interno. Ainda que o acidente seja causado por terceiro ou em
decorrência de má conservação das estradas, há responsabilidade do transportador, por
guardar conexão com a atividade de transporte. É uma obrigação de resultado (o
transportador assume a obrigação de levar o passageiro com segurança ao destino
contratado).
- Súmula 479 do STJ: as instituições financeiras respondem objetivamente pelos
danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados no âmbito
de operações bancárias. Fortuito interno.
- Exemplos de fortuitos externos nos transportes: roubo de mercadoria transportada,
explosão de bomba em estação ferroviária, bala perdida, arremesso de pedra que atinge
passageiro, assalto em posto. Quanto a este último, o dever de segurança de posto de
combustível frente aos seus consumidores diz respeito à qualidade do produto, ao correto
abastecimento e à adequação das instalações. O assalto configura fortuito externo
(exclusão da responsabilidade objetiva). A prevenção de delitos é, em última análise, da
autoridade pública competente. É dever do Estado, a proteção da sociedade (art. 144 da
CF).

- Teoria do risco de desenvolvimento é o risco que não pode ser identificado quando da
colocação do produto no mercado, mas em função de avanços científicos e técnicos, é
descoberto posteriormente, geralmente depois de algum tempo de uso do produto.
Prevalece que NÃO EXCLUI A RESPONSABILIDADE, porque o fornecedor é sempre
responsável pelos efeitos nefastos de seu produto, ainda que este apresente inteira
conformidade com as exigências da tecnologia e da ciência da época da fabricação.

- Teoria da perda de uma chance é a possibilidade de se responsabilizar o autor do dano


decorrente da perda de uma oportunidade de obter uma vantagem ou de evitar um
prejuízo. Exige-se o DANO REAL, ATUAL E CERTO, dentro de um juízo de probabilidade,
e não de mera possibilidade. Ocorre a perda da possibilidade de se buscar posição
mais vantajosa que muito provavelmente se alcançaria, não fosse o ato ilícito
praticado. Ex.: candidato a Vereador que deixa de ser eleito por reduzida diferença de 8
votos após atingido por notícia falsa publicada por jornal. Para se responsabilizar
advogados por condutas negligentes, deve-se analisar as REAIS POSSIBILIDADES DE
ÊXITO DO PROCESSO. Não é o só fato de o advogado ter perdido o prazo para a
contestação ou para a interposição de recursos, que enseja sua automática
responsabilização.
- Não se paga como indenização o valor do resultado final que poderia ter sido
obtido, mas sim uma quantia a ser arbitrada pelo juiz, levando em consideração o
caso concreto.
- A aplicação da teoria da perda de uma chance no caso de erro médico possui algumas
diferenças da aplicação tradicional às demais hipóteses:

TEORIA DA PERDA DE UMA TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE POR


CHANCE CLÁSSICA ERRO MÉDICO
Ocorre quando o agente frustrou a Ocorre quando o médico, por conta de um erro,
oportunidade da pessoa de fez com que a pessoa não tivesse um tratamento
auferir uma vantagem. de saúde adequado que poderia tê-la curado e
evitado a sua morte.
Há sempre certeza quanto à autoria Aqui, a extensão do dano já está definida (a
do fato que frustrou a oportunidade. pessoa morreu), e o que resta saber é se esse
Existe incerteza quanto à dano teve como concausa a conduta do réu.
existência/extensão dos danos.

- NO FATO DO PRODUTO, A RESPONSABILIDADE DO COMERCIANTE É


DIFERENCIADA.

RESPONSABILIDADEDO - CONSERVAÇÃO INADEQUADA DE


PRODUTOS PERECÍVEIS
COMERCIANTE - FABRICANTE, PRODUTOR, CONSTRUTOR E
IMPORTADOR ANÔNIMOS

- A responsabilidade do comerciante é subsidiária ou solidária? Na subsidiária, haveria a


obrigação de executar antes os obrigados principais, o que não ocorre. Se acontecer
quaisquer das hipóteses acima, a responsabilidade será direta do comerciante, seja
porque no não conservou adequadamente os produtos perecíveis (exclusiva), seja porque
o fornecedor é anônimo. Na solidária, o consumidor poderia demandar tanto o comerciante
como os outros fornecedores, o que também não se verifica: se o fornecedor for
identificado, a demanda será necessariamente contra eles. Na hipótese da conservação
inadequada, a responsabilidade é exclusiva.

- A possibilidade de DIREITO DE REGRESSO abrange os ACIDENTE DE CONSUMO


(FATO DO PRODUTO E DO SERVIÇO). Lembrar que é vedada a denunciação da lide.

- NO FATO DO SERVIÇO, A RESPONSABILIDADE DOS PROFISSIONAIS LIBERAIS É


SUBJETIVA.

OBRIGAÇÃO O profissional se obriga a empenhar todos os esforços possíveis


DE MEIO para a prestação de determinados serviços, não existindo
compromisso com a obtenção de um resultado específico.
Responsabilidade SUBJETIVA PURA.
OBRIGAÇÃO O profissional garante a consecução de um resultado final específico.
DE Ex.: na cirurgia estética, o cirurgião se compromete a alcançar um
RESULTADO resultado específico (STJ).
Responsabilidade SUBJETIVA COM CULPA PRESUMIDA
(INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA EM DESFAVOR DO
PROFISSIONAL LIBERAL).
Ex.: basta à vítima demonstrar o dano para que a culpa se
presuma. O cirurgião que deverá provar que não agiu com culpa e
que os eventos danosos decorreram de fatores externos e alheios
à sua atuação durante a cirurgia.

- Se o causador do dano foi um médico sem nenhum vínculo com o hospital, o médico
responde sozinho (subjetiva). Se o dano foi causado por um médico do corpo do hospital,
respondem solidariamente o hospital (objetiva) e o médico (subjetiva). Se o dano foi
causado por um serviço de atribuição do hospital (ex.: higienização), a responsabilidade é
objetiva do hospital.
- Súmula 465 do STJ: RESSALVADA A HIPÓTESE DE EFETIVO AGRAVAMENTO DO
RISCO, A SEGURADORA NÃO SE EXIME DO DEVER DE INDENIZAR EM RAZÃO DA
TRANSFERÊNCIA DO VEÍCULO SEM A SUA PRÉVIA COMUNICAÇÃO.

- Equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento (bystanders: pessoas


estranhas à relação de consumo, mas que sofreram prejuízos em razão do acidente).
Só se aplica à responsabilidade pelo FATO do PRODUTO ou SERVIÇO.

RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO DO PRODUTO E DO SERVIÇO

- Aqui, são sujeitos passivos todos os “FORNECEDORES”, coobrigados e


solidariamente.
- Não há responsabilidade diferenciada para o comerciante.
- OS VÍCIOS DO PRODUTO PODEM SER DE QUALIDADE OU QUANTIDADE.

Torna o produto IMPRÓPRIO ou INADEQUADO ao consumo


VÍCIOS DE QUALIDADE DIMINUEM O VALOR DO PRODUTO
Produtos com FALHA NA INFORMAÇÃO

- Produtos impróprios prazo de validade vencido, deteriorados, alterados, adulterados,


avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos, em
desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação, ou
que se revelem inadequados ao fim a que se destinam.
- NO VÍCIO DE QUALIDADE,O FORNECEDOR TEM O DIREITO DE CONSERTAR O
VÍCIO EM 30 DIAS.

VÍCIOS DE QUALIDADE
O fornecedor dispõe de 30 O vício não foi sanado em 30 Não precisa esperar 30 dias:
DIAS para consertar o dias: - Comprometer a
vício. - SUBSTITUIÇÃO QUALIDADE
As partes podem - RESTITUIÇÃO - Comprometer as
convencionar - ABATIMENTO CARACTERÍSTICAS
(entre 7 E 180 DIAS). Obs.: em qualquer hipóteses, - Diminuir o VALOR
Contratos de pode caber PERDAS E - PRODUTO ESSENCIAL
adesãocláusula DANOS.
convencionado em
separado.
- PRODUTOS IN NATURAserá responsável perante o consumidor oFORNECEDOR
IMEDIATO, EXCETO QUANDO IDENTIFICADO CLARAMENTE SEU PRODUTOR.
Quando também conhecido o produtor, ambos serão responsáveis. A regra continua
sendo a responsabilidade solidária.Obviamente, o fornecedor não poderá se valer do
prazo de 30 dias para sanar o vício.

- Quanto aos VÍCIOS DE QUANTIDADE, o consumidor poderá imediatamente (NÃO


INCIDE O PRAZO DE 30 DIAS) optar por:

ABATIMENTO proporcional do preço


COMPLEMENTAÇÃO do peso ou medida
SUBSTITUIÇÃO do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo
RESTITUIÇÃO imediata da quantidade paga, com correção monetária + perdas e danos

- Aqui também há RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Exceção: responsabilidade


exclusiva do fornecedor imediato ou comerciante quando fizer a pesagem ou a
medição do produto e o instrumento utilizado não estiver aferido segundo os
padrões oficiais.

- RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO SERVIÇO

inadequados para os fins que deles se


esperam
Serviços impróprios não atendem a normas regulamentares
VÍCIOS DE QUALIDADE Diminuição do valor
Falha na informação

- Não há exceção quanto à responsabilidade objetiva para os profissionais liberais (só no


fato do serviço).
- Quando verificado o VÍCIO DO SERVIÇO, o consumidor poderá imediatamente (não
incide o prazo de 30 dias) optar por:

REEXECUÇÃO dos serviços, sem custo adicional e quando cabível


RESTITUIÇÃO imediata da quantidade paga, com correção monetária + perdas e danos
ABATIMENTO proporcional do preço

- NÃO HÁ TRATAMENTO EXPRESSO COM RELAÇÃO AOS VÍCIOS DE QUANTIDADE


DOS SERVIÇOS (DIFERENTE DO VÍCIO DO PRODUTO, QUE PODE SER DE
QUANTIDADE OU QUALIDADE). Nesses casos, a doutrina aplica, por analogia, as
regras para os vícios de quantidade dos produtos (art. 19): abatimento proporcional do
preço, execução do serviço na parte faltante, a restituição imediata da quantia paga.

FATO VÍCIO
- Responsabilidade OBJETIVA - Responsabilidade OBJETIVA
- Inversão do ônus da prova ope - Perdas e danos
legis
- Vítimas equiparadas a PRODUTO
consumidores - Fornecedores
- Qualidade direito de consertar em 30 dias (ou 7
PRODUTO a 180).
- Fabricante, produtor, construtor e - Quantidaderesponsabilidade exclusiva do
importador fornecedor imediato ou comerciante quando
- RESPONSABILIDADE fizer a pesagem ou a medição do produto e o
DIFERENCIADA DO instrumento utilizado não estiver aferido
COMERCIANTE segundo os padrões. Não incide o prazo de 30
dias.
SERVIÇO
- Fornecedor SERVIÇO
- RESPONSABILIDADE - Não incide o prazo de 30 dias.
SUBJETIVA DOS - Só são citados os vícios de qualidade, mas
PROFISSIONAIS LIBERAIS quanto aos de quantidade, usa-se, por analogia, as
regras para os vícios de quantidade dos produtos.

INFORMATIVO 573 - STJ


Não tem direito à reparação de perdas e danos decorrentes do vício do produto o
consumidor que, no prazo decadencial, não provocou o fornecedor para que este pudesse
sanar o vício. STJ. 3ª Turma. REsp 1.520.500-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado
em 27/10/2015 (Info 573).

- O fornecedor deve utilizar componentes ORIGINAIS, ADEQUADOS e NOVOS ou que


mantenham as ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DO FABRICANTE.

-A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos


produtos e serviços não o exime de responsabilidade (teoria do risco da atividade
econômica). O fornecedor não poderá se eximir de sua responsabilidade ao argumento de
que desconhecia o vício de adequação, que tanto por ser quanto à qualidade,
quantidade ou informação dos produtos e serviços. A DEMONSTRAÇÃO DE BOA-FÉ
NO SISTEMA CONSUMERISTA NÃO É CAPAZ DE ELIDIR A RESPONSABILIDADE
PELO DANO CAUSADO AO CONSUMIDOR. Conhecendo o vício ou não, com boa-fé
ou não, o fornecedor será responsabilizado.

- A garantia legal de adequação do produto ou serviço independe de termo expresso,


vedada a exoneração contratual do devedor. A “cláusula de não indenizar” não tem
validade perante o CDC.

- Serviços públicos obrigação de fornecer serviços ADEQUADOS, EFICIENTES,


SEGUROS e, quanto aos ESSENCIAIS, CONTÍNUOS. Responsabilidade OBJETIVA.

JURISPRUDÊNCIA DO STJ SOBRE SERVIÇOS PÚBLICOS


Possibilidade de corte no fornecimento de serviços públicos essenciais (principalmente
energia elétrica e água) em decorrência de inadimplência do consumidor, desde que tenha
aviso prévio.
No tocante às pessoas jurídicas de direito público, pode haver a interrupção
desde que preserve as unidades públicas provedoras de necessidades inadiáveis
da comunidade.
Só é admitida a interrupção do serviço caso o inadimplemento seja atual, não servindo
como meio de compelir o consumidor a pagar débitos pretéritos.
Em casos especiais, como a miserabilidade do consumidor, em respeito ao princípio da
dignidade da pessoa humana, não tem permitido a interrupção do serviço.
Súmula 356: É LEGÍTIMA A COBRANÇA DE TARIFA BÁSICA PELO USO DOS
SERVIÇOS DE TELEFONIA FIXA.
Súmula 407: É LEGÍTIMA A COBRANÇA DA TARIFA DE ÁGUA, FIXADA DE ACORDO
COM AS CATEGORIAS DE USUÁRIOS E AS FAIXAS DE CONSUMO.
O fornecimento das faturas discriminadas será sem ônus para o assinante consumidor,
bastando que seja requerida uma única vez, marcando para a concessionária o momento
a partir do qual o consumidor pretende obter suas faturas com detalhamento.
Não se admite a interrupção em relação às contas de energia elétrica contestadas em
juízo por suposta fraude em medidor.
Súmula 412: A AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO DE TARIFAS DE ÁGUA E
ESGOTO SUJEITA-SE AO PRAZO PRESCRICIONAL ESTABELECIDO NO CÓDIGO
CIVIL.

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

FATO DO PRODUTO OU DO VÍCIO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO


SERVIÇO (DEFEITO)
(ACIDENTE DE CONSUMO)
Prazo PRESCRICIONAL de 5 Prazo DECADENCIAL.
ANOS, iniciando-se sua contagem Produto ou serviço não durável30 DIAS.
a partir do CONHECIMENTO DO Produto ou serviço durável90 DIAS.
DANO E DE SUA AUTORIA. Início da contagemENTREGA EFETIVA DO
Art. 27 do CDC: prescreve em 5 PRODUTO OU DO TÉRMINO DA EXECUÇÃO
anos a pretensão à reparação pelos DOS SERVIÇOS.
danos causados por fato do Nos vícios ocultos, a contagem inicia-se no
produto ou do serviço prevista na MOMENTO EM QUE FICAR EVIDENCIADO O
Seção II deste Capítulo, iniciando- DEFEITO.
se a contagem do prazo a partir do
conhecimento do dano e de sua Obstam a decadência:
autoria. I – A reclamação comprovadamente formulada
pelo consumidor perante o fornecedor de
produtos e serviços até a resposta negativa
correspondente, que deve ser transmitida de
forma inequívoca;
III – A instauração de inquérito civil, até seu
encerramento.

- O LIMITE TEMPORAL PARA O SURGIMENTO DO VÍCIO OCULTO É A VIDA ÚTIL DO


PRODUTO OU SERVIÇO.
- Quanto a “obstam a decadência”, não se sabe se se trata de suspensão ou interrupção,
ou, ainda, de outra modalidade. Frise-se que a interpretação que entende como
suspensão é prejudicial ao consumidor, devendo ser descartada.
- Súmula 477 do STJ: a decadência do art. 26 não é aplicável à prestação de contas
para obter esclarecimentos sobre cobranças de taxas, tarifas e encargos bancários.
- Súmula 412 do STJ: a ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto
sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no CC. Contudo, parece que a posição
majoritária do STJ é no sentido de INTERPRETAR O ART. 27 DE FORMA AMPLA,
APLICANDO O PRAZO DE 5 ANOS SEMPRE QUE HOUVER AÇÃO CONDENATÓRIA
EM RELAÇÃO DE CONSUMO.
- Ao contrário do CC (o prazo se inicia com a violação do direito), no CDC o prazo começa
a correr do conhecimento do dano e de sua autoria.

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Integrantes dos Grupos Societários Responsabilidade


e Controladas SUBSIDIÁRIA
Consorciadas Responsabilidade
SOLIDÁRIA
Coligadas Só respondem por CULPA

- O CDC ADOTOU A TEORIA MENOR DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE


JURÍDICA.

TEORIA MAIOR DA DESCONSIDERAÇÃO TEORIA MENOR DA


DESCONSIDERAÇÃO
INSOLVÊNCIA + CONFUSÃO Basta a INSOLVÊNCIA da pessoa jurídica
PATRIMONIAL OU DESVIO DE para o pagamento de suas obrigações,
FINALIDADE independentemente da existência de
OBJETIVA SUBJETIVA desvio de finalidade ou de confusão
Confusãopatrimonial Desvio de patrimonial.
finalidade
Art. 55 do CC: Em caso de abuso da DIREITO DO CONSUMIDOR
personalidade jurídica, caracterizado pelo Art. 28, §5º do CDC: também poderá ser
desvio de finalidade, ou pela confusão desconsiderada a pessoa jurídica sempre
patrimonial, pode o juiz decidir, a que sua personalidade for, de alguma
requerimento da parte, ou do MP quando lhe forma, obstáculo ao ressarcimento de
couber intervir no processo, que os efeitos prejuízos causados aos consumidores.
de certas e determinadas relações de DIREITO AMBIENTAL
obrigações sejam estendidos aos bens Art. 4º da Lei 9.605/1998: poderá ser
particulares dos administradores ou sócios desconsiderada a pessoa jurídica sempre
da pessoa jurídica. que sua personalidade for obstáculo ao
A Lei do CADE também contempla a teoria ressarcimento de prejuízos causados à
maior. qualidade do meio ambiente.

- O CDC foi o primeiro dispositivo a se referir à desconsideração da personalidade jurídica.


Posteriormente, foi inserida em outras leis (CADE, meio ambiente, CC). Ratio do sistema
protetivo dos consumidores: PODE HAVER DESCONSIDERAÇÃO SEMPRE QUE A
PERSONALIDADE FOR OBSTÁCULO AO RESSARCIMENTO DOS DANOS SOFRIDOS
PELO CONSUMIDOR. Mais recentemente, o CC estabeleceu a desconsideração no art.
50.
- No CC, a desconsideração não pode ser aplicada de ofício (exige-se requerimento da
parte ou do MP).Como as normas consumeristas são de ordem pública, o juiz pode
desconsiderar a personalidade jurídica das empresas DE OFÍCIO, se verificar alguma
das hipóteses do art. 28.
- Para o STJ, o juiz poderá decretar a desconsideração no próprio processo de execução,
não sendo preciso que haja ação específica para tal.
- Desconsideração inversa da personalidade jurídicaafasta-se a autonomia patrimonial
da sociedade para atingir o patrimônio da empresa, de modo a responsabilizar a
pessoa jurídica por obrigações do sócio. Tem ampla aplicação nos casos de divórcio
(quando o marido transfere seus bens para a empresa). Fundamento na interpretação
teleológica.

DAS PRÁTICAS COMERCIAIS

- Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer


forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou
apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o
contrato que vier a ser celebrado.
- A oferta, por si só, já é suficiente para criar um vínculo entre fornecedor e
consumidor, surgindo uma OBRIGAÇÃO PRÉ-CONTRATUAL (princípio da
vinculação contratual da publicidade). Uma vez feita a oferta, não será possível
revogá-la, pois o vínculo já foi estabelecido.
- Os exageros (puffing) não obrigam os fornecedores, por faltar-lhes a precisão.
- Dever geral de informaçãoa oferta e apresentação de produtos ou serviços devem
assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa
sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia,
prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que
apresentam à saúde e segurança dos consumidores. Nos produtos refrigerados,
serão gravadas de forma indelével.
- Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças
de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto. Cessadas
a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por PERÍODO RAZOÁVEL DE
TEMPO, na forma da lei.
- Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome do
fabricante e endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na
transação comercial.
- É PROIBIDA A PUBLICIDADE DE BENS E SERVIÇOS POR TELEFONE, QUANDO A
CHAMADA FOR ONEROSA AO CONSUMIDOR QUE A ORIGINA. Ex.: quando o
consumidor liga pro SAC, o fornecedor não pode oferecer produtos.
- OS FORNECEDORES SÃO RESPONSÁVEIS SOLIDÁRIOS PORATOS DE SEUS
PREPOSTOS OU REPRESENTANTES AUTÔNOMOS.

OPÇÕES DO CONSUMIDOR QUANDO O FORNECEDOR NÃO CUMPRIR A OFERTA


OU PUBLICIDADE
Exigir o cumprimento Aceitar outro produto Rescindir o contrato, com direito
forçado da obrigação ou prestação de serviço à restituição de quantia
equivalente eventualmente antecipada

- Publicidadedeve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a


identifique como tal (princípio da identificação obrigatória da publicidade).Ex.: o
telespectador deve saber quais produtos serão apresentados como merchandising.
- O CDC não proíbe o teaser (“aí vem o filme mais esperado do ano”). É o anúncio do
anúncio.
- O fornecedor deve manter em seu poder, para informação dos legítimos
interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à
mensagem (princípio da transparência da fundamentação).Os exageros (puffing), desde
que não sejam capazes de induzir o consumidor a erro, não sofrem a incidência desse
princípio. Ex.: “o melhor carro do mundo”.
- Todos aqueles que tiveram algum proveito com a publicidade enganosa
respondem, solidariamente, perante o consumidor.
- “Publicidade chamariz”: atrair o consumidor de maneira enganosa a adquirir algum
produto e serviço. Ex.: um fornecedor anuncia determinado produto a preço altamente
competitivo, mas, no momento em que o consumidor vai à loja adquirir o produto é
informado que já havia esgotado o estoque. Assim, outros produtos similares mais caros
serão oferecidos.

PUBLICIDADE ENGANOSA PUBLICIDADE ABUSIVA


Qualquer modalidade de informação ou É abusiva, dentre outras, a
comunicação de caráter publicitário, inteira ou PUBLICIDADE DISCRIMINATÓRIA
parcialmente falsa, ou, por qualquer outro DE QUALQUER NATUREZA, a que
modo, mesmo por omissão, capaz de induzir incite à violência, explore o medo
em erro o consumidor a respeito da natureza, ou a superstição, se aproveite da
características, qualidade, quantidade, deficiência de julgamento e
propriedades, origem, preço e quaisquer experiência da criança, desrespeita
outros dados sobre produtos e serviços.A valores ambientais, ou que seja
publicidade é enganosa por OMISSÃO capaz de induzir o consumidor a se
quando deixar de informar sobre DADO comportar de forma prejudicial ou
ESSENCIAL do produto ou serviço. perigosa à sua saúde ou segurança.
Todas as informações passadas ao
consumidor devem ser verdadeiras.

- O ANUNCIANTE É OBJETIVAMENTE RESPONSÁVEL PELOS DANOS QUE SEU


ANÚNCIO VIER A CAUSAR, SENDO IRRELEVANTE AVERIGUAR A INTENÇÃO (MÁ-
FÉ OU BOA-FÉ). Em contrapartida, A AGÊNCIA DE PUBLICIDADE SÓ SERÁ
RESPONSÁVEL QUANDO TIVER AGIDO COM DOLO OU CULPA.
- O CDCestipulou a imposição de contrapropaganda que será divulgada pelo responsável
da mesma forma, frequência e dimensão e, preferencialmente, no mesmo veículo, local,
espaço e horário.
- O ÔNUS DA PROVA DA VERACIDADE E CORREÇÃO DA INFORMAÇÃO OU
COMUNICAÇÃO PUBLICITÁRIA CABE A QUEM AS PATROCINA. INVERSÃO DO
ÔNUS DA PROVA OPE LEGIS.

INFORMATIVO 573 – STJ


É enganosa a publicidade televisiva que omite o preço e a forma de pagamento do
produto, condicionando a obtenção dessas informações à realização de ligação telefônica
tarifada. STJ. 2ª Turma. REsp 1.428.801-RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
27/10/2015 (Info 573).

DAS PRÁTICAS ABUSIVAS

- Teoria do abuso do direitotambém comete ATO ILÍCITO o titular de um direito


que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu FIM
ECONÔMICO OU SOCIAL, pela BOA-FÉ ou pelos BONS COSTUMES (art. 187 do CC).
- O ATO ABUSIVO DECORRE DO DIREITO SUBJETIVO LÍCITO ATRIBUÍDO AO
TITULAR QUE, AO EXERCÊ-LO, O TORNA ILÍCITO. O PARÂMETRO PARA AFERIR
OS LIMITES DO ABUSO DO DIREITO É O PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA. JÁ O
ATO ILÍCITO NÃO COMPORTA CONTROLE DE ABUSIVIDADE, POIS JÁ É
CONTRÁRIO À LEI DESDE A ORIGEM.

ATO ILÍCITO
SUBJETIVO OBJETIVO OU ABUSO DO DIREITO
Art. 186: aquele que, por ação ou Art. 187: também comete ato ilícito o titular
omissão voluntária, negligência ou de um direito que, ao exercê-lo, excede
imprudência, violar direito e causar manifestamente os limites impostos pelo
dano a outrem, ainda que exclusivamente seuFIM ECONÔMICO OU SOCIAL,
moral, comete ato ilícito. pelaBOA-FÉou pelosBONS COSTUMES.
BASEADO NA CULPA. BASEADO NA CONFIANÇA(DISSOCIADO
- Ação ou omissão (conduta) DA CULPA).
- Culpa lato senso (dolo, negligência, É inicialmente lícito, mas torna-se ilícito
imprudência e imperícia) depois.
- Dano Subespécies:
- Violação culposa de direito alheio - Venire contra factum proprium
- Nexo de causalidade - Supressio (Verwirkung) e surrectio
Nem sempre gera responsabilidade civil. (erwirkung)
- Tu quoque
- Duty to mitigate the loss
- Substancial performance (adimplemento
substancial)
- Violação positiva do contrato(adimplemento
fraco)
- Venire contra factum propriumé abusivo contradizer seu próprio comportamento,
após ter produzido, em outra pessoa, uma legítima expectativa. Cada um dos
comportamentos individualmente considerados é válido, o ilícito está na conduta
considerada de modo global.
- Quando a conduta, a teor do art. 187 do CC, excede manifestamente os limites impostos
pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes, comete ato ilícito
objetivo.
- A fábrica de extrato de tomates Cica fornecia aos produtores rurais sementes
(factum proprium) para, posteriormente, adquirir a safra para industrialização,
porém, posteriormente, recusou-se a comprar a produção (venire). O TJRS condenou
a fábrica a indenizar os danos sofridos pelos agricultores em razão da ofensa à boa-fé
objetiva, mais especificamente pela quebra da confiança.

- Supressioo não exercício de um direito pelo decurso de tempo pode gerar a


expectativa na outra parte de que o direito não mais será exercido. Deste modo, caso
venha a ser exercido, será considerado abusivo e, portanto, ilícito, já que frustrou a
confiança gerada na outra parte de que não seria mais exercido. A configuração da
supressionão depende da análise de dolo ou má-fé do titular do direito, pois o objetivo
do instituto não é punir a inércia do sujeito, mas sim proteger a outra parte, em virtude
da boa-fé objetiva, pela confiança criada na relação.
- Não é suficiente o simples retardamento no exercício do direito, é indispensável
que em virtude do retardamento tenha surgido na outra parte a confiança, em termos
objetivos, de que não mais haveria o seu exercício. 3 requisitos: a omissão no
exercício do direito; o transcurso de um determinado período, geralmente variável e
indícios objetivos de que esse direito não mais seria exercido.

- Surrectioa prática reiterada de certos atos pode gerar no beneficiário a


expectativa de continuidade. A surrectio gera a aquisição do direito subjetivo em razão
de um comportamento continuado. Supressio e surrectio são dois lados da mesma moeda
(quando uma parte perde um direito, sofre supressio; consequentemente, outra
parte ganha algo, ocorrendo a surrectio). Ex.: quando o fornecedor aceita que o
pagamento do financiamento concedido ao consumidor seja efetuado em lugar
diferente do previsto no contrato, por um longo período, gerará a confiança no
consumidor de que o fornecedor não exercitará mais seu direito contratual. Em razão
da inércia do titular, nasce esse novo direito, aquisição do direito subjetivo em razão de um
comportamento continuado.

- Adimplemento substancial do contratopossibilidade de rejeição judicial da


resolução do acordo contratual quando o inadimplemento tem significância diminuta
relativamente às parcelas contratuais regularmente cumpridas no âmbito global do
contrato. O STJ, que parecia somente admitir a teoria quando faltava apenas uma
prestação, em julgado recente, considerou a análise global do contrato e não
simplesmente a falta de uma única parcela.
- Tu quoqueninguém pode invocar normas jurídicas após descumpri-las. Ex.:
exceção do contrato não cumprido. Se a parte não executou a sua prestação no contrato,
não poderá exigir da outra parte a prestação. Assim, não poderá invocar a regra que
descumpriu em seu benefício.

- Violação positiva do contratoo princípio da boa-fé objetiva, em sua função


integrativa, insere deveres anexos ao contrato, como o dever de informação, de
cooperação, de proteção etc. A violação desses deveres é chamada de violação positiva
do contrato.

- Agora, vamos ao rol de práticas abusivas.

1) VENDA CASADA é proibido condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao


fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites
quantitativos.
- Tem-se aceitado como JUSTA CAUSA a justificar os LIMITES QUANTITATIVOS,
principalmente em promoções, ao argumento de que se um consumidor adquirir
todo o estoque, justamente porque não há limitação de quantidade, outro ficará sem
aproveitar a promoção. Atenção: A JUSTA CAUSA SÓ PODE SER UTILIZADA NOS
LIMITES QUANTITATIVOS, NÃO NA VENDA CASADA.
- O STJ considerou que não ofende o direito do consumidor a cobrança de tarifa
mínima, tanto de água, como de telefonia, ainda que o consumidor não tenha
utilizado o serviço ou tenha utilizado a menor, o que seria, de certa forma, uma
imposição de limite mínimo. Há justa causa: necessidade da concessionária manter
disponibilizado o serviço ao consumidor, de modo contínuo e ininterrupto.

2) RECUSA DE ATENDIMENTO é proibido recusar atendimento às demandas dos


consumidores, na exata medidade suas disponibilidades de estoque e, ainda, de
conformidade com os usos e costumes. Ex.: o taxista não pode negar a corrida ao
consumidor por ser pequena a distância a ser percorrida. A recusa de venda é crime contra
as relações de consumo (art. 7º, I, da Lei 8.137/90).

3)FORNECIMENTO DE PRODUTO NÃO SOLICITADO é proibido enviar ou entregar ao


consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço. Os
serviços prestados e os produtos enviados serão considerados amostras grátis.

4)APROVEITAMENTO DA VULNERABILIDADE DO CONSUMIDORé proibido


prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade,
saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou
serviços. Ex.: é abusiva a negativa do plano de saúde em cobrir as despesas de
intervenção cirúrgica de gastroplastia necessária à garantia da sobrevivência do segurado.
5)VANTAGEM EXCESSIVA é proibido exigir do consumidor vantagem manifestamente
excessiva. É excessiva avantagem que ofende os princípios fundamentais do sistema
jurídico a que pertence; restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à
natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual; se
mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e
conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares do
caso.

6) NECESSIDADE DE ORÇAMENTO PRÉVIO E AUTORIZAÇÃO DO CONSUMIDOR é


proibido executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa
do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes. Se
o consumidor não autorizar o serviço e esse for realizado, será considerado amostra
grátis de acordo com o parágrafo único do artigo.

7)REPASSE DE INFORMAÇÃO DEPRECIATIVA, REFERENTE A ATO PRATICADO


PELO CONSUMIDOR NO EXERCÍCIO DE SEUS DIREITOSé proibido repassar
informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus
direitos. A ideia é evitar que o consumidor seja constrangido ao defender seus
direitos.

8)DESCUMPRIMENTO DE NORMAS TÉCNICASé proibido colocar, no mercado de


consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos
órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela ABNT ou outra
entidade credenciada pelo Conmetro.

9)RECUSA DE VENDA INDIRETA é proibido recusar a venda de bens ou a prestação


de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento,
ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais. Aqui, o fornecedor
se recusa a vender o produto ou prestar serviço diretamente ao consumidor,
impondo intermediários.

10)ELEVAÇÃO DE PREÇOS SEM JUSTA CAUSA é proibido elevar, sem justa causa, o
preço de produtos ou serviços. A mudança de valores, além de ser previamente
avisada, deve ser feita de forma amena e gradativa, não causando impacto
surpreendente no consumidor.
- Pode-se cobrar preços diferentes nas vendas com cartão de crédito em relação ao
pagamento a vista? Para a 1ª e a 2ª Turmas do STJ pode. Para a 3ª Turmaa prática é
abusiva: o custo pela disponibilização de pagamento por meio do cartão de crédito é
inerente à própria atividade econômica desenvolvida pelo empresário, destinada à
obtenção de lucro, em nada referindo-se ao preço de venda do produto final. Imputar
mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisão de gastos
advindos do próprio risco do negócio (de responsabilidade exclusiva do
empresário), o que, além de refugir da razoabilidade, destoa dos ditames legais, em
especial do sistema protecionista do consumidor.
11)NECESSIDADE DE PRAZO PARA CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO é proibido
deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu
termo inicial a seu exclusivo critério.

12)APLICAÇÃO DE REAJUSTE DIVERSO DO PREVISTO EM LEI OU NO


CONTRATO é proibido aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou
contratualmente estabelecido.

- O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor ORÇAMENTO


PRÉVIOdiscriminando o valor da mão de obra, dos materiais e equipamentos a serem
empregados, as condições de pagamento, bem com as datas de início e término dos
serviços.SALVO ESTIPULAÇÃO EM CONTRÁRIO, O VALOR ORÇADO TERÁ
VALIDADE PELO PRAZO DE 10 DIAS, contado de seu recebimento pelo consumidor.
Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e somente
pode ser alterado mediante livre negociação das partes. O consumidor não responde
por quaisquer ônus ou acréscimos decorrentes da contratação de serviços de
terceiros não previstos no orçamento prévio.

- No caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao regime de controle ou


de tabelamento de preços, os fornecedores deverão respeitar os limites oficiais sob pena
de não o fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida em excesso,
monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento
do negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.

- Cobrança de dívidas na cobrança de débitos, O CONSUMIDOR INADIMPLENTE


NÃO SERÁ EXPOSTO A RIDÍCULO, EM SERÁ SUBMETIDO A QUALQUER TIPO DE
CONSTRANGIMENTO OU AMEAÇA.
- O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor
igual ao DOBRO DO QUE PAGOU EM EXCESSO, acrescido de correção monetária e
juros legais, salvo hipótese deENGANO INJUSTIFICÁVEL. Engano justificável 
devolução simples (não em dobro).
- O STJ acrescenta outra condição: má-fé ou má-fé ou culpa. Cláudia Lima Marques
critica: o CDC só falou em “ausência de engano justificável”, o STJ não deveria ter
acrescentado outra condição.

COBRANÇA DE PAGAMENTO INEXISTÊNCIA DE MÁ-FÉ (4ª TURMA)


QUANTIA EFETIVO DA ENGANO OU MÁ-FÉ E CULPA
INDEVIDA QUANTIA JUSTIFICÁVEL (2ª TURMA)
INDEVIDA

- A cobrança não pode ter sido oriunda de CLÁUSULA POSTERIORMENTE


DECLARADA NULA (o fornecedor exerceu seu direito regularmente quando cobrou o
convencionado na cláusula), de POSICIONAMENTO CONTROVERTIDO NOS
TRIBUNAIS ou de MÁ INTERPRETAÇÃO DA LEI.
- Em todos os documentos de cobrança de débitos apresentados ao consumidor, deverão
constar o nome, o endereço e o número de inscrição no CPF ou no CNPJ do fornecedor do
produto ou serviço correspondente.
- Súmula 322 do STJ: para a repetição de indébito, nos contratos de abertura de
crédito em conta corrente, não se exige a prova do erro.

- Banco de dados o consumidorterá acesso às informações existentes em cadastros,


fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as
suas respectivas fontes.
- Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em
linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas
referentes a período superior a 5 anos.

*Importante!!! O termo inicial do prazo de permanência de registro de nome de consumidor


em cadastro de proteção ao crédito (art. 43, § 1º, do CDC) inicia-se no dia subsequente ao
vencimento da obrigação não paga, independentemente da data da inscrição no cadastro.
Assim, vencida e não paga a obrigação, inicia-se no dia seguinte a contagem do prazo de
5 anos previsto no §1º do art. 43, do CDC, não importando a data em que o nome do
consumidor foi negativado. STJ. 3ª Turma. REsp 1.316.117-SC, Rel. Min. João Otávio de
Noronha, Rel. para acórdão Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 26/4/2016 (Info
588).

*O que acontece se o órgão mantenedor do cadastro restritivo (ex: SERASA) enviar a


notificação para um endereço errado, ou seja, um endereço que não seja o do
consumidor? Neste caso, o consumidor terá que ser indenizado, mas quem pagará a
indenização? O consumidor deverá propor a ação contra o credor (ex: loja onde foi feita a
compra) ou contra o órgão mantenedor do cadastro e que enviou a notificação? Depende: •
Se o credor informou o endereço certo para o órgão mantenedor do cadastro e este foi
quem errou: a responsabilidade será do órgão mantenedor. • Se o credor comunicou
o endereço errado do consumidor para o órgão mantenedor do cadastro e este enviou
exatamente para o local informado: a responsabilidade será do credor. Veja, no entanto,
uma situação diferente julgada pelo STJ: É passível de gerar responsabilização civil a
atuação do órgão mantenedor de cadastro de proteção ao crédito que, a despeito da
prévia comunicação do consumidor solicitando que futuras notificações fossem remetidas
ao endereço por ele indicado, envia a notificação de inscrição para endereço diverso.
Neste caso concreto, o consumidor informou ao órgão mantenedor do cadastro que seu
endereço estava errado no banco de dados e pediu para ser comunicado no endereço
certo em futuras notificações. Apesar disso, o órgão mandou novamente para o endereço
errado. STJ. 3ª Turma. REsp 1.620.394-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado
em 15/12/2016 (Info 597).
- A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser
comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele.
- O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros,
poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de 5 dias úteis,
comunicar a alteração aos eventuais destinatários das informações incorretas.
- Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao
crédito e congêneres são considerados ENTIDADES DE CARÁTER PÚBLICO.
- Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão
fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que
possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.

JURISPRUDÊNCIA DO STJ SOBRE OS ARQUIVOS DE CONSUMO


Súmula 404: É DISPENSÁVEL O AVISO DE RECEBIMENTO NA CARTA DE
COMUNICAÇÃO AO CONSUMIDOR SOBRE A NEGATIVAÇÃO DE SEU NOME EM
BANCOS DE DADOS E CADASTROS.
- Basta a prova do envio da comunicação ao endereço do consumidor. Não precisa ser via
AR.
AUSÊNCIA DE COMUNICAÇÃO PRÉVIA DA INSCRIÇÃO = DANO MORAL.
Mas se há outras inscrições anteriores e a dívida é devida, a falta de comunicação de
nova inscrição não gera danos morais. Somente há suspensão do registro até que seja
cumprido o requisito da comunicação.
A COMUNICAÇÃO TEM QUE SER ANTES DA INSCRIÇÃO.
Súmula 359: CABE AO ÓRGÃO MANTENEDOR DO CPC A NOTIFICAÇÃO DO
DEVEDOR ANTES DE PROCEDER À INSCRIÇÃO. Assim, a comunicação é obrigação
do órgão, não do credor.
A RESPONSABILIDADE PELA RETIRADA DO NOME DO CONSUMIDOR É DO
FORNECEDOR, quando quitada a dívida.
É preciso distinguir duas situações: uma, quando, por iniciativa do credor, o registro
negativo consta em cartório de protesto de títulos; e outra, no caso de inclusão em órgãos
cadastrais. Na primeira situação, quando se tratar de PROTESTO DE TÍTULOS
(necessário para a cobrança judicial de cártula), a responsabilidade por dar baixa no
cartório é do DEVEDOR e não do credor.
A segunda situação é diversa. A responsabilidade pela retirada do nome do devedor
de cadastro de inadimplentes é do CREDOR, se a ele deu causa, ou seja, se teve a
iniciativa de promover a inscrição no órgão cadastral.
A RESPONSABILIDADE PELA INSCRIÇÃO IRREGULAR É DO FORNECEDOR E NÃO
DO ARQUIVISTA.
O Sistema de Informação de Crédito do Banco Central (SCR) é equiparado aos órgãos de
restrição de crédito como a Serasa e o SPC, pois se trata de um cadastro oficial no qual
as instituições financeiras são obrigadas a registrar toda sua movimentação contábil.
A simples inscrição irregular já é por si só suficiente para configurar o dano moral,
não havendo necessidade da prova do prejuízo sofrido (in re ipsa). Por outro lado, o
dano material, em decorrência da inscrição indevida, não pode ser apenas alegado,
devendo estar provado nos autos.
Não se admite a negativação do consumidor que não emitiu o cheque sem fundos,
mesmo sendo titular da conta conjunta.
O simples ERRO NO VALOR INSCRITO da dívida, em órgão de proteção ao crédito,
não tem o condão de causar dano moral ao devedor.
Para permitir o cancelamento ou a abstenção da inscrição do nome do consumidor é
necessário a presença concomitante de 3 elementos:
1) A existência de ação proposta pelo devedor, contestando a existência integral ou
parcial do débito;
2) A efetiva demonstração de que a cobrança indevida se funda em jurisprudência
consolidada do STF ou do STJ (houve uma certa relativização, exigindo apenas “fumaça
do bom direito”);
3) O depósito do valor referente à parte incontroversa do débito ou que seja prestada
caução idônea.
Súmula 380: A SIMPLES PROPOSITURA DA AÇÃO DE REVISÃO DO CONTRATO
NÃO INIBE A CARACTERIZAÇÃO DA MORA DO AUTOR.
Não cabe dano moral por falta de comunicação quando a informação é acessível ao
público (Diários Oficiais, ex.: execução fiscal/Cartórios de protesto).
Se o consumidor possui negativação anterior, não cabe dano moral por uma nova
inscrição indevida.
Súmula 385: DA ANOTAÇÃO IRREGULAR EM CADASTRO DE PROTEÇÃO AO
CRÉDITO, NÃO CABE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL, QUANDO PREEXISTENTE
LEGÍTIMA INSCRIÇÃO, RESSALVADO O DIREITO AO CANCELAMENTO.
Súmula 323: A INSCRIÇÃO DO NOME DO DEVEDOR PODE SER MANTIDA NOS
SERVIÇOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO ATÉ O PRAZO MÁXIMO DE 5 ANOS,
INDEPENDENTEMENTE DA PRESCRIÇÃO DA EXECUÇÃO.

Ausência de Inscrição irregular Erro no valor Retirada do Protesto de


comunicação prévia inscrito nome títulos
ÓRGÃO CREDOR - CREDOR Devedor
MANTENEDOR
Dano moral, salvo Dano moral (in re Não causa
quando ipsa), salvo quando dano moral.
preexistente preexistente
legítima inscrição legítima inscrição,
(suspensão do ressalvado o
registro até o direito ao
cumprimento da cancelamento.
comunicação)

Súmula 548-STJ: Incumbe ao credor a exclusão do registro da dívida em nome do devedor


no cadastro de inadimplentes no prazo de cinco dias úteis, a partir do integral e efetivo
pagamento do débito. STJ. 2ª Seção. Aprovada em 14/10/2015, DJe 19/10/2015.

INFORMATIVO 571 – STJ


Há interesse de agir na ação em que o consumidor postula o cancelamento de múltiplas
inscrições de seu nome em cadastro negativo de proteção ao crédito, mesmo que somente
uma ou algumas delas ultrapassem os prazos de manutenção dos registros previstos no
art. 43, §§ 1º e 5º, do CDC. STJ. 4ª Turma. REsp 1.196.699-RS, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 22/9/2015 (Info 571).
- Nem toda dívida inscrita em cadastro negativo de proteção ao crédito (a exemplo do SPC
e Serasa) é igual, pois cada uma delas apresenta características próprias que as diferem
das demais, tais como as partes contratantes, o valor da obrigação, a data de vencimento,
as garantias contratuais e até eventual foro para dirimir as questões decorrentes do
negócio. Assim, como cada dívida pode gerar uma inscrição distinta, vislumbra-se ser
possível que o devedor inadimplente, sob os mais variados fundamentos, questione
individualmente cada registro.

INFORMATIVO 568 - STJ


Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF) é um cadastro que reúne
informações sobre pessoas que emitiram cheques e que estes foram devolvidos por falta
de provisão de fundos, por conta encerrada ou por prática espúria. O CCF é organizado e
mantido pelo Banco do Brasil, mas abrange informações sobre os cheques de todos
os bancos. Assim, por exemplo, se João emite um cheque do Itaú e o beneficiário não
consegue descontá-lo porque não havia fundos, o próprio Itaú irá comunicar esse fato ao
Banco do Brasil, que irá incluir o nome do emitente no CCF. É indispensável que o
emitente do cheque seja notificado antes de ser incluído no CCF. A inclusão no CCF sem
prévia notificação pode ensejar indenização por danos morais. O Banco do Brasil, na
condição de gestor do CCF, NÃO tem a responsabilidade de notificar previamente o
devedor acerca da sua inscrição no aludido cadastro, tampouco legitimidade
passiva para as ações de reparação de danos diante da ausência de prévia
comunicação. A responsabilidade pela inclusão do emitente no CCF é do banco
sacado. Logo, ele é que tem responsabilidade pela notificação prévia do emitente e,
caso isso não seja feito, ele é que tem o dever de indenizar o lesado. STJ. 2ª Seção.
REsp 1.354.590-RS, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 9/9/2015 (Info 568).
- Segundo a Resolução, a instituição financeira, ao recusar o pagamento de cheque por
motivo que enseje a inclusão de ocorrência no CCF, deve providenciar a referida inclusão
no prazo de 15 dias, contados da data de devolução do cheque.
- O emitente do cheque precisa ser avisado antes de sua inclusão no CCF? SIM. A
abertura de qualquer cadastro, ficha, registro e dados pessoais ou de consumo referentes
ao consumidor deverá ser comunicada por escrito a ele (§ 2º do art. 43 do CDC).
- O CCF, por ser de consulta restrita, não pode ser considerado como banco de
dados públicos para o fim de afastar o dever de proceder à prévia notificação
prevista no art. 43, § 2º, do CDC. Assim, é indispensável que o emitente do cheque seja
notificado antes de ser incluído no CCF.

- Os órgãos públicos de defesa do consumidor manterão cadastros atualizados de


reclamações fundamentadas contra fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-
lo pública e anualmente. A divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou não pelo
fornecedor.

DA PROTEÇÃO CONTRATUAL

- Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se


não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo,
ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a
compreensão de seu sentido e alcance. Ex.: deve ser remetida cópia da apólice
contratada ao segurado, ainda que a celebração do contrato tenha se dado por via
telefônica (STJ).

- Interpretação favorávelAS CLÁUSULAS CONTRATUAIS SERÃO INTERPRETADAS


DE MANEIRA MAIS FAVORÁVEL AO CONSUMIDOR. Decorrência da presunção de boa-
fé dos consumidores. Ex.: cabe ao fornecedor realizar no consumidor exames prévios
ao contrato para detectar doenças preexistentes ou provar que o mesmo
intencionalmente ocultou a doença (STJ).
- No CC, a interpretação favorável restringe-se aos contratos de adesão com
cláusulas ambíguas ou contraditórias. No CDC, a interpretação é favorável a todos
os consumidores, pouco importanto se as cláusulas são ambíguas ou
contraditórias.
- As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos
relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução
específica.Ex.: quando o fornecedor entrega um orçamento ao consumidor, ele é obrigado
a prestar o serviço pelo modo e pelo preço orçado. Mas, nesse caso, o consumidor só
poderá exigir a prestação no prazo de validade do orçamento (10 dias, se outro não tiver
sido estipulado pelas partes).

- Direito de arrependimento o consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7


DIASa contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço,
sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer FORA DO
ESTABELECIMENTO COMERCIAL, especialmente por telefone ou a domicílio.É
imotivado: não depende de qualquer vício do produto ou justificativa do
consumidor.
- Interpretar assim: quando o recebimento do produto/serviço for posterior à
conclusão do contrato, a contagem do prazo deverá se iniciar na data do efetivo
recebimento da mercadoria ou do serviço, pois somente nesse momento é que o
consumidor terá condições de verificar se o produto ou serviço atende as suas
expectativas.
- Os valores pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão DEVOLVIDOS DE
IMEDIATO, monetariamente atualizados.
- É NULA A CLÁUSULA QUE IMPÕE MULTA porque trata-se de regular exercício de
direito.
- Cláusulas no sentido de não aplicar o direito de arrependimento são consideradas
não escritas.

- Garantia contratual a garantia contratual é complementar à legal e será conferida


mediante termo escrito. Melhor interpretação: os prazos decadenciais do art. 26 (30 dias
ou 90 dias) só começam a correr depois do prazo de garantia. Ex.: se o fornecedor
concede 1 ano de garantia contratual, ele está garantindo que o produto não apresente
vícios nesse tempo. Caso apresente, o início do prazo de decadência (30 ou 90 dias) para
efetuar a reclamação começará apenas quando expirar o prazo concedido na garantia
contratual, no caso, 1 ano. Diz-se, popularmente, que o consumidor tem a GARANTIA
CONTRATUAL + 30 OU 90 DIAS.
- Leonardo Garcia entende que os prazos decadenciais do art. 26 não são prazos de
garantia legal. A garantia legal, na verdade, garante que os produtos e serviços
colocados no mercado de consumo serão adequados para o fim que se destinam.
Essa é a garantia legal de adequação. No art. 26, temos prazos para fazer
reclamações caso os produtos não sejam adequados. No mesmo sentido, o STJ
entende que os prazos do art. 26 não são prazos de garantia legal. O que há é prazo para
reclamar contra o descumprimento dessa garantia, o qual, em se tratando de vício de
adequação, está previsto no art. 26, sendo de 90 ou 30 dias, conforme seja produto ou
serviço durável ou não.

GARANTIA CONTRATUAL + 30 OU 90 DIASpara fazer reclamações caso os produtos


estabelecida pelo não sejam adequados. Atenção: esses prazos não são a
fornecedor no contrato. garantia legal. São prazos para reclamar contra o
Poderá ser total ou parcial. descumprimento dessa garantia legal (garantia de que os
produtos e serviços colocados no mercado serão
adequados).

- Se o fornecedor insere em termos de garantia que o produto/serviço terá 30 ou 90


dias de garantia, mesmo não sendo sua intenção, acaba concedendo ao consumidor
uma garantia contratual de 30 ou 90 dias. O prazo decadencial só começará a correr
depois desse prazo concedido. Ex.: se for produto durável, 90 dias + 90 dias.
- E se a garantia contratual, por exemplo, só cobrir a parte elétrica da geladeira, mas
houver outro vício sem ser na parte elétrica (não coberto)? O STJ entende que deve-se
discriminar os prazos considerando a cobertura contratual dos vícios (se eles poderiam ser
sanados durante a garantia contratual ou não). Leonardo Garcia discorda e entende que o
consumidor poderá esperar o prazo contratual (prazo contratual + prazo do art. 26). Impor
ao consumidor o ônus de discriminar os vícios que estão cobertos e os que não
estão, para fim de estabelecer a correta contagem do prazo é desfavorável ao
consumidor e à sua defesa. Isso não significa que será estendida a garantia contratual
para todos os vícios. O fornecedor continua podendo estipular garantias parciais. O que
será estendido ao consumidor será a possibilidade de reclamar de vício que não esteja
previsto na garantia contratual (que já estava no produto ou serviço) após o término do
prazo da garantia contratual.
- Somente nos casos de vício oculto é que se aceita o critério da vida útil. Mas, nos
casos em que os vícios são novos, deve-se observar a garantia contratual. Como
saber quando os vícios são ocultos ou novos? Se houver dúvida, cabe ao juiz inverter o
ônus da prova para que o fornecedor prove a origem dos vícios (consumidor
tecnicamente hipossuficiente).
- Se o produto estiver consertando (em posse do fornecedor) ao fim do prazo
contratual, o início do prazo decadencial de 30 ou 90 dias somente se dará quando o
fornecedor entregar o produto ao consumidor.

- DAS CLÁUSULAS ABUSIVASrol exemplificativo de cláusulas nulas de pleno


direito (nulidade absoluta).
- Súmula 381 do STJ: nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de
ofício, da abusividade das cláusulas. Criticar a súmula: as normas do CDC são de
ordem pública e o art. 51 é expresso ao declarar que “são nulas de pleno direito”. O
consumidor é vulnerável na relação com o fornecedor e por isso é necessário permitir que
o juiz intervenha na relação, de ofício, para manter o equilíbrio contratual.

1)CLÁUSULAS DE IRRESPONSABILIDADE cláusulas que impossibilitem, exonerem


ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos
produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos.
- No mesmo sentido o art. 25 (responsabilidade pelo fato e por vício): é vedada a
estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação
de indenizar prevista nesta e nas seções anteriores.
- NAS RELAÇÕES DE CONSUMO ENTRE O FORNECEDOR E O CONSUMIDOR
PESSOA JURÍDICA, A INDENIZAÇÃO PODERÁ SER LIMITADA EM SITUAÇÕES
JUSTIFICÁVEIS.

2)CLÁUSULAS QUE SUBTRAIAM AO CONSUMIDOR A OPÇÃO DE REEMBOLSO DA


QUANTIA JÁ PAGA;

3)CLÁUSULAS QUE TRANSFIRAM RESPONSABILIDADES A TERCEIROScomo a


responsabilidade do fornecedor vem da lei, ele não pode, por meio de cláusula contratual,
transferir a terceiros para se eximir. Ex.: as empresas que oferecem plano de
assistência médica não podem transferir a responsabilidade aos profissionais
credenciados. Porém, caso sejam condenadas, poderão agir em regresso contra o
profissional causador do dano.

4)CLÁUSULAS QUE ESTABELEÇAM OBRIGAÇÕES INÍQUAS, ABUSIVAS, QUE


COLOQUEM O CONSUMIDOR EM DESVANTAGEM EXAGERADA, OU SEJAM
INCOMPATÍVEIS COM A BOA-FÉ OU A EQUIDADE;

*O plano de saúde não pode se recusar a custear exames, internações e tratamentos


hospitalares usando como único argumento o fato de que tais procedimentos foram
solicitados por médico não integrante da rede de atendimento do plano. A cláusula
contratual que prevê o indeferimento de quaisquer procedimentos médicohospitalares, se
estes forem solicitados por médicos não cooperados, deve ser reconhecida como cláusula
abusiva, nos termos do art. 51, IV, do CDC. STJ. 4ª Turma. REsp 1.330.919-MT, Rel. Min.
Luis Felipe Salomão, julgado em 2/8/2016 (Info 588).

*É assegurado ao trabalhador demitido sem justa causa ou ao aposentado que contribuiu


para o plano de saúde em decorrência do vínculo empregatício o direito de continuar no
plano durante certo período com as mesmas condições de cobertura assistencial de que
gozava quando da vigência do contrato de trabalho, desde que assuma o seu pagamento
integral (arts. 30 e 31 da Lei nº 9.656/98). Para isso, no entanto, é necessário que, durante
o vínculo empregatício, ele contribuísse para o pagamento do plano. Quando se fala em
"contribuição" para o plano, isso significa pagamento de mensalidade. Assim, se apenas a
empresa contribuía para o plano, o ex-empregado não terá direito de continuar nele
mesmo que este plano fosse sob a modalidade de coparticipação (quando o usuário,
apesar de não pagar contribuição mensal, paga uma parte do tratamento/consulta).
Resumindo: o empregado que for aposentado ou demitido sem justa causa não terá direito
de ser mantido em plano de saúde coletivo empresarial custeado exclusivamente pelo
empregador - sendo irrelevante se houver coparticipação no pagamento de procedimentos
de assistência médica, hospitalar e odontológica -, salvo disposição contrária expressa em
contrato ou em convenção coletiva de trabalho. STJ. 3ª Turma. REsp 1.594.346-SP, Rel.
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 9/8/2016 (Info 588).

INFORMATIVO 571 – STJ


Ainda que, em contrato de plano de saúde, exista cláusula que vede de forma absoluta o
custeio do serviço de home care (tratamento domiciliar), a operadora do plano será
obrigada a custeá-lo em substituição à internação hospitalar contratualmente prevista,
desde que cumpridos os seguintes requisitos: 1) tenha havido indicação desse tratamento
pelo médico assistente; 2) exista real necessidade do atendimento domiciliar, com
verificação do quadro clínico do paciente; 3) a residência possua condições estruturais
para fazer o tratamento domiciliar; 4) haja solicitação da família do paciente; 5) o paciente
concorde com o tratamento domiciliar; 6) não ocorra uma afetação do equilíbrio contratual
em prejuízo do plano de saúde (exemplo em que haveria um desequilíbrio: nos casos em
que o custo do atendimento domiciliar por dia supera a despesa diária em hospital). STJ.
3ª Turma. REsp 1.378.707-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em
26/5/2015 (Info 564). STJ. 3ª Turma. REsp 1.537.301-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas
Cueva, julgado em 18/8/2015 (Info 571).
- Algumas observações importantes sobre o tema:
1) Em geral, o tratamento domiciliar é mais barato que o tratamento hospitalar, de forma
que, na maioria dos casos, não haveria essa afetação do equilíbrio contratual.
2) Se o plano de saúde não fornecer o home care por não preencher os requisitos acima,
ele deverá continuar mantendo os custos do tratamento hospitalar.
3) Qualquer cláusula contratual ou ato da operadora de plano de saúde que importe em
absoluta vedação da internação domiciliar como alternativa de substituição à internação
hospitalar será abusivo, visto que se revela incompatível com a equidade e a boa-fé,
colocando o usuário (consumidor) em situação de desvantagem exagerada (art. 51, IV, do
CDC).
4) Em caso de recusa indevida no fornecimento do home care, o plano de saúde poderá
ser condenado a pagar indenização por danos morais.
- Os contratos de planos de saúde, além de serem classificados como contratos de
consumo (relação jurídica de consumo), são também contratos de adesão. Como
consequência, a interpretação dessas cláusulas contratuais segue as regras especiais de
interpretação dos contratos de adesão ou dos negócios jurídicos estandardizados.
Assim, havendo dúvidas, imprecisões ou ambiguidades no conteúdo de um negócio
jurídico, deve-se interpretar as suas cláusulas do modo mais favorável ao aderente. O
serviço de home care constitui desdobramento do tratamento hospitalar contratualmente
previsto. Em outras palavras, é uma etapa do tratamento. Daí o STJ ter entendido ser
possível essa obrigação em desfavor dos planos de saúde.

INFORMATIVO 564 - STJ


No caso em que o serviço de home care (tratamento domiciliar) não conste expressamente
do rol de coberturas previsto no contrato de plano de saúde, a operadora ainda assim será
obrigada a custeá-lo em substituição à internação hospitalar contratualmente prevista,
desde que respeitados os seguintes requisitos: 1) tenha havido indicação desse tratamento
pelo médico assistente; 2) o paciente concorde com o tratamento domiciliar; 3) não ocorra
uma afetação do equilíbrio contratual em prejuízo do plano de saúde (exemplo em que
haveria um desequilíbrio: nos casos em que o custo do atendimento domiciliar por dia
supera a despesa diária em hospital). STJ. 3ª Turma. REsp 1.378.707-RJ, Rel. Min. Paulo
de Tarso Sanseverino, julgado em 26/5/2015 (Info 564).

Caracteriza prática abusiva quando o fornecedor de bens e serviços prevê preços mais
favoráveis para o consumidor que paga em dinheiro ou cheque em detrimento daquele que
paga em cartão de crédito. STJ. 2ª Turma. REsp 1.479.039-MG, Rel. Min. Humberto
Martins, julgado em 6/10/2015 (Info 571)4.

*#OUSESABER : O chamado "abono de pontualidade" consiste na prática de oferecer


desconto ao consumidor que paga em dia sua mensalidade. Muito se discutiu a
respeito da abusividade ou não desse benefício, já que, em tese, não se trataria de
desconto, e sim de multa implícita para aquele que pague fora do vencimento aprazado.

O STJ, contudo, em recente julgado, entendeu não haver abusividade nessa prática.
Nesse sentido: (...) São distintas as hipóteses de incidência da multa, que tem por
propósito punir o inadimplemento, e a do desconto de pontualidade, que, ao contrário, tem
por finalidade premiar o adimplemento, o que, por si só, afasta qualquer possibilidade de
bis in idem, seja em relação à vantagem, seja em relação à punição daí advinda. 3.2
Entendimento que se aplica ainda que o desconto seja dado até a data do
vencimento. Primeiro, não se pode olvidar que a estipulação contratual que concede o
desconto por pontualidade até a data de vencimento é indiscutivelmente mais favorável ao
consumidor do que aquela que estipula a concessão do desconto até a data
imediatamente anterior ao vencimento." (RESP 1424814)

*#NOVIDADELEGISLATIVA #MEDIDAPROVISÓRIA: Os estabelecimentos comerciais


(e outros fornecedores de bens ou serviços) podem cobrar mais caro pelo produto
caso o consumidor opte por pagar com cartão de crédito ou com cheque em vez de

4
*Tal entendimento foi objeto de questionamento na prova da DPE-BA de 2016, sendo considerada correta:
“Caracteriza prática abusiva no mercado de consumo a diferenciação do preço do produto em função de o
pagamento ocorrer em dinheiro, cheque ou cartão de crédito.”
pagar com dinheiro? Os fornecedores de bens e serviços podem dar descontos para
quem paga no dinheiro?

ANTES: NÃO. A partir de 27/12/2016: SIM


Isso era considerado prática abusiva. MP 764/16 passou a permitir a prática.

A jurisprudência dizia que: Veja o que diz a MP:


A diferenciação entre o pagamento Art. 1º Fica autorizada a
em dinheiro, cheque ou cartão de diferenciação de preços de bens e
crédito caracteriza prática abusiva serviços oferecidos ao público, em
no mercado de consumo, nociva ao função do prazo ou do instrumento
equilíbrio contratual. de pagamento utilizado.

STJ. 2ª Turma. REsp 1.479.039-MG, Parágrafo único. É nula a cláusula


Rel. Min. Humberto Martins, julgado contratual, estabelecida no âmbito
em 6/10/2015. de arranjos de pagamento ou de
STJ. 3ª Turma. REsp 1.133.410/RS, outros acordos para prestação de
Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em serviço de pagamento, que proíba
16/03/2010. ou restrinja a diferenciação de
preços facultada neste artigo.
Fundamento legal para essa
conclusão do STJ: art. 39, V e X, do
*A MP ainda não foi aprovada. Então,
CDC e no art. 36, § 3º, X e XI, da Lei
no momento da prova, é importante
nº 12.529/2011.
ficar atento ao enunciado da questão.
Pode ser que exijam a MP.

Repare, portanto, que o caput do art. 1º da MP 764/2016 permite expressamente a


diferenciação de preços de bens e serviços em função:
• do prazo. Ex: pagamentos à vista podem ser mais baratos que os realizados a prazo; ou
• do instrumento de pagamento utilizado. Ex: é permitido que o lojista cobre um preço
mais caro se o consumidor optar por pagar em cheque ou cartão em vez de dinheiro.
5)CLÁUSULAS QUE ESTABELEÇAM INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA EM PREJUÍZO
DO CONSUMIDOR;

6)CLÁUSULAS QUE DETERMINEM A UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIA DE


ARBITRAGEM;

7)CLÁUSULAS QUE IMPONHAM REPRESENTANTE PARA CONCLUIR OU REALIZAR


OUTRO NEGÓCIO JURÍDICO PELO CONSUMIDOR o fornecedor, valendo-se da
vulnerabilidade do consumidor, não pode impor representante para celebrar negócio
jurídico em seu nome. Ex.: as “CLÁUSULAS MANDATO” nos contratos bancários
(caso o consumidor fique inadimplente, o banco pode ser constituído como seu
procurador, assinando nota promissória ou emitindo letra de câmbio).
- Súmula 60 do STJ: É NULA A OBRIGAÇÃO CAMBIAL ASSUMIDA POR
PROCURADOR DO MUTUÁRIO VINCULADO AO MUTUANTE, NO EXCLUSIVO
INTERESSE DESTE.
- Todavia,no tocante às administradoras de cartão de crédito, o STJ vem admitindo a
legalidade da cláusula mandato, permitindo à administradora buscar recursos no
mercado para financiar o usuário inadimplente.

INFORMATIVO 570 – STJ


Importante!!! Nos contratos de cartão de crédito, é abusiva a previsão de cláusula-mandato
que permita à operadora emitir título cambial contra o usuário do cartão. STJ. 2ª Seção.
REsp 1.084.640-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 23/9/2015 (Info 570).
- Acepções da expressão cláusula-mandato nos contratos de cartão de crédito: O Ministro
do STJ Marco Buzzi explica que a palavra "cláusula-mandato", inserida nos contratos de
cartão de crédito, pode ter três acepções (sentidos):
a) Cláusula-mandato significa a previsão existente em todos os contratos de cartão de
crédito segundo o qual a administradora do cartão se compromete a honrar, mediante
eventual anuidade e até o limite de crédito estipulado para aquele consumidor, as
despesas feitas por este perante comerciantes ou prestadores de serviços.
b) Cláusula-mandato é a autorização dada pelo consumidor à administradora do cartão de
crédito para que, em seu nome, obtenha recursos no mercado financeiro para saldar
eventuais dívidas e financiamentos advindos do uso do cartão.
c) Cláusula-mandato é a autorização dada pelo consumidor à administradora do cartão de
crédito para que esta emita títulos de crédito em nome do consumidor.
- A primeira acepção (letra "a" acima) está presente em todos os contratos de cartão de
crédito e não desperta nenhuma atenção especial. É uma característica inerente a esse
tipo de pacto. Em outros contratos, contudo, a cláusula-mandato prevê apenas o poder de
emitir título cambial (acepção "c"). Esse, inclusive, é o caso mais comum. Explico o porquê.
Atualmente, a grande maioria das operadoras de cartão de crédito é também instituição
financeira (banco). Logo, elas entendem que não é necessário prever essa autorização
para tomar empréstimos de outras instituições, considerando que, em situação de débito, a
própria operadora do cartão é quem irá emprestar o dinheiro para o usuário do cartão (com
juros).
- A validade da cláusula-mandato há muitos anos é questionada. Os seus críticos afirmam
que ela é abusiva, devendo ser considerada ilícita, nos termos do art. 51, VIII, do CDC e
Súmula 60 do STJ: “Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas
contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: VIII - imponham
representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor”; Súmula 60-
STJ: “É nula a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário vinculado ao
mutuante, no exclusivo interesse deste”.
- O que o STJ entende? A cláusula-mandato, nos contratos de cartão de crédito, é válida
ou não? Depende:
1) Cláusula-mandato que autoriza a administradora a contrair empréstimos para saldar a
dívida do contratante: é válida. A cláusula-mandato que, no bojo do contrato de cartão de
crédito, permite que a administradora do cartão de crédito tome recursos perante
instituições financeiras em nome do contratante para saldar sua dívida é válida. Para o
STJ, a tomada de empréstimo pela administradora do cartão em nome do cliente, para
financiá-lo, é procedimento que atende ao interesse do usuário do cartão de crédito, haja
vista que busca como intermediária, perante o mercado, os recursos necessários ao
financiamento do consumidor/mandante que não teve condições de pagar as despesas
efetuadas. Assim, pelo fato de esse empréstimo ser tomado no interesse do consumidor,
não se aplica a súmula 60 do STJ nem o art. 51, VIII, do CDC.
2) Cláusula-mandato que autoriza a administradora a emitir título cambial contra o
contratante: é abusiva. Nos contratos de cartão de crédito, é abusiva a previsão de
cláusula-mandato que permita à operadora emitir título cambial contra o usuário do cartão.
Essa previsão não traz qualquer benefício ao contratante. Ao contrário, faz com que fique
em uma situação de extrema vulnerabilidade, já que autoriza que seja constituído
unilateralmente um título executivo contra ele, o que reduz, inegavelmente, a sua
capacidade de defesa.

8)CLÁUSULAS QUE DEIXEM AO FORNECEDOR A OPÇÃO DE CONCLUIR OU NÃO O


CONTRATO, EMBORA OBRIGANDO O CONSUMIDOR;

9)CLÁUSULAS QUE PERMITAM AO FORNECEDOR, DIRETA OU INDIRETAMENTE,


VARIAÇÃO DO PREÇO DE MANEIRA UNILATERAL;

10)CLÁUSULAS QUE AUTORIZEM O FORNECEDOR A CANCELAR O CONTRATO


UNILATERALMENTE, SEM QUE IGUAL DIREITO SEJA CONFERIDO AO
CONSUMIDOR;

11)CLÁUSULAS QUE OBRIGUEM O CONSUMIDOR A RESSARCIR OS CUSTOS DE


COBRANÇA DE SUA OBRIGAÇÃO, SEM QUE IGUAL DIREITO LHE SEJA
CONFERIDO CONTRA O FORNECEDOR;
12)CLÁUSULAS QUE AUTORIZEM O FORNECEDOR A MODIFICAR
UNILATERALMENTE O CONTEÚDO OU A QUALIDADE DO CONTRATO, APÓS SUA
CELEBRAÇÃO;

13)CLÁUSULAS QUE INFRINJAM OU POSSIBILITEM A VIOLAÇÃO DE NORMAS


AMBIENTAIS;

14)CLÁUSULAS QUE ESTEJAM EM DESACORDO COM O SISTEMA DE PROTEÇÃO


AO CONSUMIDORNORMA DE ABERTURA. O sistema não se resume ao CDC, mas
também compreende qualquer norma que tutele, ainda que indiretamente, o
consumidor. Ex.: Lei de Economia Popular, Lei de Planos de Saúde etc.

15)CLÁUSULAS QUE POSSIBILITEM A RENÚNCIA DO DIREITO DE INDENIZAÇÃO


POR BENFEITORIAS NECESSÁRIAS.

- Princípio da conservação dos contratosa nulidade de uma cláusula contratual


abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos
esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.

- É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente requerer ao MP que


ajuíze a competente ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que
contrarie o disposto neste código ou de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio
entre direitos e obrigações das partes. Atenção: embora o dispositivo só cite o MP, a
doutrina é uniforme no sentido de admitir que QUALQUER DOS LEGITIMADOS DO ART.
82 PODE INGRESSAR COM AÇÃO COLETIVA PARA O CONTROLE JUDICIAL DE
CLÁUSULA ABUSIVA.
- A diferença entre o controle judicial abstrato e o concreto está na eficácia da sentença,
uma vez que, formulado pedido de controle abstrato, a decisão declaratória da
abusividade da cláusula contratual fará coisa julgada erga omnes (tratando-se de
direitos difusos) ou ultra partes (tratando-se de direitos coletivos). Entretanto,
formulado pedido individual de declaração de abusividade de cláusula contratual, a
coisa julgada somente abrangerá as partes integrantes da relação jurídica
processual.
- Já o controle administrativo das cláusulas abusivas, somente poderá ser feito pelo
MP (por meio do inquérito civil ou do TAC) ou pela administração pública, nos
limites do seu poder de fiscalização e regulamentação. Ex.: Procons aplicando multas,
instaurando processos administrativos, notificando os fornecedores etc.

- CLÁUSULAS NOS CONTRATOS BANCÁRIOS

ENCARGOS DA NORMALIDADE
JUROS Cartão de Súmula 283 do STJ: AS EMPRESAS
REMUNERATÓRIOS crédito ADMINISTRADORAS DE CARTÃO DE
CRÉDITO SÃO INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
E, POR ISSO, OS JUROS
REMUNERATÓRIOS POR ELAS COBRADOS
NÃO SOFREM AS LIMITAÇÕES DA LEI DE
USURA.
Contratos Súmula 382 do STJ: A ESTIPULAÇÃO DE
bancários JUROS REMUNERATÓRIOS SUPERIORES A
12% AO ANO, POR SI SÓ, NÃO INDICA
ABUSIVIDADE.
SFH Súmula 422 do STJ: OS JUROS
REMUNERATÓRIOS NÃO ESTÃO LIMITADOS
NOS CONTRATOS VINCULADOS AO SFH.
CAPITALIZAÇÃO Contratos Capitalização anual: o STJ admite a
DE JUROS bancários e capitalização anual nos contratos com
cartão de instituições financeiras, desde que
crédito previamente pactuados.
SFH É permitida a pactuação de capitalização de
juros com periodicidade mensal nas
operações realizadas pelas entidades
integrantes do SFH.

ENCARGOS MORATÓRIOS
MULTA MORATÓRIA Súmula 285 do STJ: NOS CONTRATOS BANCÁRIOS
POSTERIORES AO CDC INCIDE A MULTA MORATÓRIA
NELE PREVISTA.
Obs.: a multa moratória no CDC não poderá ser superior a 2% do
valor da prestação.
JUROS Súmula 379 do STJ: NOS CONTRATOS BANCÁRIOS NÃO
MORATÓRIOS REGIDOS POR LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA, OS JUROS
MORATÓRIOS PODERÃO SER CONVENCIONADOS ATÉ O
LIMITE DE 1% AO MÊS.
COMISSÃO DE É VÁLIDA A CLÁUSULA QUE PREVÊ A COBRANÇA DA
PERMANÊNCIA COMISSÃO DE PERMANÊNCIA PARA O PERÍODO DE
INADIMPLÊNCIA, DESDE QUE NÃO CUMULADA COM
JUROS REMUNERATÓRIOS, JUROS MORATÓRIOS, MULTA
MORATÓRIA OU CORREÇÃO MONETÁRIA (súmulas 30 e 296
do STJ).
A comissão de permanência só é legal se calculada pela
TAXA MÉDIA DOS JUROS DE MERCADO APURADA PELO
BANCO CENTRAL (súmula 294 do STJ).
Súmula 472 do STJ: a cobrança de comissão de permanência
– cujo valor não pode ultrapassar a soma dos encargos
remuneratórios e moratórios previstos no contrato – exclui a
exigibilidade dos juros remuneratórios, moratórios e da
multa contratual.

-COMO O CDC SE ALICA ÀS INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS, A MULTA MORATÓRIA


ESTÁ ADSTRITA AO PATAMAR MÁXIMO DE 2% DESDE A ENTRADA EM VIGOR DA
LEI 9.298/96 (ART. 52, §1º DO CDC). ALÉM DISSO, A ESTIPULAÇÃO DE JUROS
REMUNERATÓRIOS SUPERIORES A 12% AO ANO, POR SI SÓ, NÃO INDICA
ABUSIVIDADE (SÚMULA 382 DO STJ).
- Art. 52, §1º: as multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu
termo não poderão ser superiores a 2% do valor da prestação (Redação dada pela Lei
9.298/96).
- Súmula 286 STJ: a renegociação de contrato bancário ou a confissão da dívida não
impede a possibilidade de discussão sobre eventuais ilegalidades dos contratos
anteriores.

#SÚMULA #NOVIDADE #PROVAOBJETIVA


Súmula 565-STJ: A pactuação das tarifas de abertura de crédito (TAC) e de emissão
de carnê (TEC), ou outra denominação para o mesmo fato gerador, é válida apenas
nos contratos bancários anteriores ao início da vigência da Resolução-CMN n.
3.518/2007, em 30/4/2008.
Súmula 566-STJ: Nos contratos bancários posteriores ao início da vigência da
Resolução-CMN n. 3.518/2007, em 30/4/2008, pode ser cobrada a tarifa de cadastro
no início do relacionamento entre o consumidor e a instituição financeira.
STJ. 2ª Seção. Aprovadas em 24/02/2016. DJe 29/02/2016.

*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: O cliente paga alguma tarifa bancária quando ele saca


dinheiro de sua conta? Os bancos adotam a seguinte prática contratual: o cliente pode
fazer até quatro saques por mês sem pagar nada. A partir do quinto saque, é cobrada uma
tarifa bancária. Esta prática bancária é válida? SIM. É legítima a cobrança, pelas
instituições financeiras, de tarifas relativas a saques quando estes excederem o
quantitativo de quatro realizações por mês. STJ. 3ª Turma. REsp 1.348.154-DF, Rel. Min.
Marco Aurélio Bellizze, julgado em 13/12/2016 (Info 596)

- CONTRATOS DE GRUPO nos contratos de seguro em grupo o estipulante é


mandatário dos segurados, sendo parte legítima para figurar no polo passivo da
presente ação.
- APÓS O TÉRMINO DO CONTRATO COLETIVO, O CONSUMIDOR NÃO TEM DIREITO
A MANTER O PLANO INDIVIDUAL NAS MESMAS CONDIÇÕES. Aceitar a continuidade
da vinculação da recorrida a seguro de saúde coletivo que nem mesmo existe mais,
mediante o recolhimento de verba simbólica, é providência que visivelmente impede a
preservação do necessário equilíbrio contratual. Não há direito adquirido à
manutenção das condições previstas em contrato de seguro-saúde em grupo
extinto.
- Por sua vez, se o aposentado ou empregado desligado por rescisão ou exoneração
do contrato de trabalho arcar com o pagamento integral, poderá se manter no plano
de saúde nas mesmas condições.

INFORMATIVO 578 DO STJ


A migração de beneficiário de plano de saúde coletivo empresarial extinto para plano
individual ou familiar não enseja a manutenção dos valores das mensalidades previstos no
plano primitivo. STJ. 3ª Turma. REsp 1.471.569-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado em 1º/3/2016 (Info 578).
- Os planos de saúde variam segundo o regime e o tipo de contratação. De acordo com art.
16, VII, da Lei nº 9.656/1998, há três modalidades: a) individual ou familiar; b) coletivo
empresarial e c) coletivo por adesão.
- O plano de saúde individual é aquele em que a pessoa física contrata diretamente com a
operadora ou por intermédio de um corretor autorizado. A vinculação de beneficiários é
livre, não havendo restrições relacionadas ao emprego ou à profissão do usuário em
potencial (art. 3º da RN n. 195/2009 da ANS).
- O plano de saúde coletivo é aquele contratado por uma empresa, conselho, sindicato ou
associação junto à operadora de planos de saúde para oferecer assistência médica e/ou
odontológica às pessoas vinculadas às mencionadas entidades, bem como a seus
dependentes. São dois os regimes de contratação de planos de saúde coletivos: b) o
coletivo empresarial, o qual garante a assistência à saúde dos funcionários da empresa
contratante em razão do vínculo empregatício ou estatutário (art. 5º da RN nº 195/2009 da
ANS); e c) o coletivo por adesão, contratado por pessoas jurídicas de caráter profissional,
classista ou setorial, como conselhos, sindicatos, cooperativas e associações profissionais
(art. 9º da RN nº 195/2009 da ANS).
- Quanto à formação de preços dos serviços de saúde suplementar e ao reajuste das
mensalidades, o cálculo difere entre as três modalidades de plano de saúde. Com efeito,
no plano coletivo empresarial, o empresário ou o órgão público tem condições de apurar,
na fase pré-contratual, qual é a massa de usuários que será coberta, pois dispõe de dados
dos empregados ou servidores, como a idade e a condição médica do grupo. Diante disso,
considerando-se a atuária mais precisa, pode ser oferecida uma mensalidade inferior
àquela praticada aos planos individuais. Ademais, ao se constatar, na execução contínua
do contrato, um desequilíbrio econômico-financeiro devido à alta sinistralidade da massa e
à inflação acumulada no período, pode a operadora, em livre negociação com a
estipulante, pactuar um reajuste que viabilize a manutenção dos serviços de saúde
suplementar. Em outras palavras, o reajuste anual nesse tipo de contratação é apenas
acompanhado pela ANS, para fins de monitoramento da evolução dos preços e de
prevenção de práticas comerciais abusivas, não necessitando, todavia, de sua prévia
autorização. Assim, não havendo mais interesse na prestação dos serviços por qualquer
das partes, os contratos de planos privados de assistência à saúde coletivos podem ser
rescindidos imotivadamente, cumpridas algumas formalidades.
- Por sua vez, no plano de saúde individual ou familiar, não existe livre negociação de
preço sobre a mensalidade que será paga diretamente pelo beneficiário, visto que os
valores praticados devem ser aqueles compatíveis com o mercado e previamente
aprovados pela ANS, mediante notas técnicas, devendo ser cobrados indistintamente de
todos que contratem aquela cobertura específica no mesmo período, segundo a faixa etária
de cada um. Nessa modalidade, o preço e os reajustes anuais são vinculados à prévia
autorização da ANS, não guardando o índice de reajuste correlação com a sinistralidade do
plano de saúde em si, mas com outros parâmetros adotados em metodologia particular.
- Boleto bancárioA COBRANÇA DE TARIFA PELO PAGAMENTO MEDIANTE
BOLETO/FICHA DE COMPENSAÇÃO CONSTITUI ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA
POR PARTE DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRA, pois há dupla remuneração pelo
mesmo serviço, importando em vantagem exagerada dos bancos em detrimento dos
consumidores.

- É abusiva a cláusula contratual que determina, em caso de rescisão de promessa


de compra e venda de imóvel, por culpa exclusiva da construtora/incorporadora, a
restituição de parcelas pagas somente ao término da obra, haja vista que poderá o
promitente vendedor, uma vez mais, revender o imóvel a terceiros e, a um só tempo,
auferir vantagem com os valores retidos, além de que a conclusão da obra atrasada,
por óbvio, pode não ocorrer.
- Não é abusiva cláusula de cobrança de juros compensatórios incidentes em período
anterior à entrega das chaves nos contratos de compromisso de compra e venda de
imóveis em construção sob o regime de incorporação imobiliária.
- Banco não pode exigir assinatura de devedor em contrato em branco.
- NOS CONTRATOS DE CAPITALIZAÇÃO, É VÁLIDA A CONVENÇÃO QUE PREVÊ,
PARA O CASO DE RESGATE ANTECIPADO, O PRAZO DE CARÊNCIA DE ATÉ 24
MESES PARA A DEVOLUÇÃO DO MONTANTE DA PROVISÃO MATEMÁTICA. Não
pode o juiz, com base no CDC, determinar a anulação de cláusula contratual
expressamente admitida pelo ordenamento jurídico pátrio se não houver evidência de que
o consumidor tenha sido levado a erro quanto ao seu conteúdo. No caso concreto, não há
nenhuma alegação de que a recorrente tenha omitido informações aos aplicadores ou
agido de maneira a neles incutir falsas expectativas.

- Cláusula de decaimento nos contratos de compra e venda de MÓVEIS OU


IMÓVEISmediante pagamento em prestações, bem como nas alienações fiduciárias em
garantia, consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a PERDA
TOTAL DAS PRESTAÇÕES PAGASem benefício do credor que, em razão do
inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto alienado.

INFORMATIVO 567, STJ – 2015


Súmula 543-STJ: Na hipótese de resolução de contrato de promessa de compra e
venda de imóvel submetido ao Código de Defesa do Consumidor, deve ocorrer a
imediata restituição das parcelas pagas pelo promitente comprador - integralmente,
em caso de culpa exclusiva do promitente vendedor/construtor, ou parcialmente,
caso tenha sido o comprador quem deu causa ao desfazimento. STJ. 2ª Seção.
Aprovada em 26/8/2015, DJe 31/8/2015 (Info 567).
- O art. 53 do CDC veda a retenção integral das parcelas pagas: Art. 53. Nos contratos de
compra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento em prestações, bem como
nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas
que estabeleçam a perda total das prestações pagas em benefício do credor que, em
razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto
alienado.
- Desse modo, o art. 53 do CDC afirma que é nula de pleno direito a cláusula de
decaimento. Assim, o STJ entende que é justo e razoável que o vendedor retenha parte
das prestações pagas pelo consumidor como forma de indenizá-lo pelos prejuízos
suportados, especialmente as despesas administrativas realizadas com a divulgação,
comercialização e corretagem, além do pagamento de tributos e taxas incidentes sobre o
imóvel, e a eventual utilização do bem pelo comprador.
- Existem precedentes do STJ afirmando que o percentual máximo que o promitente-
vendedor poderia reter seria o de 25% dos valores já pagos, devendo o restante ser
devolvido ao promitente comprador. Nesse sentido: STJ. 2ª Seção. EAg 1138183/PE, Rel.
Min. Sidnei Beneti, julgado em 27/06/2012.
- Em alguns casos, a depender da situação concreta, o promitente-vendedor pode
comprovar que teve gastos maiores que esses 25% (STJ. 3ª Turma. REsp 1258998/MG,
Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 18/02/2014).
- Em contrato de promessa de compra e venda de imóvel submetido ao CDC, é abusiva a
cláusula contratual que determine, no caso de resolução, a restituição dos valores devidos
somente ao término da obra ou de forma parcelada, independentemente de qual das
partes tenha dado causa ao fim do negócio. A restituição dos valores deverá ser imediata,
mesmo que o "culpado" pelo desfazimento do negócio tenha sido o consumidor
(promitente comprador). Qual é o fundamento para essa conclusão? Não existe um
dispositivo no CDC que afirme expressamente que a devolução das parcelas deve ser
imediata. No entanto, para o STJ tais cláusulas violam o art. 51, II e IV, do CDC: Art. 51.
São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento
de produtos e serviços que: II — subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da
quantia já paga, nos casos previstos neste Código; IV — estabeleçam obrigações
consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada,
ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade. Essas cláusulas são abusivas mesmo
se analisado o tema apenas sob a ótica do Código Civil. Isso porque o art. 122 do CC-2002
afirma que são ilícitas as cláusulas puramente potestativas, assim entendidas aquelas que
sujeitam a pactuação “ao puro arbítrio de uma das partes”. Em hipóteses como esta,
revela-se evidente potestatividade, o que é considerado abusivo tanto pelo art. 51, IX, do
CDC, quanto pelo art. 122 do CC/2002.

- Aplicação do princípio da boa-fé objetiva, extirpando qualquer cláusula que


propicie uma desvantagem exagerada ao consumidor. Uma vez rescindido o
contrato, ao consumidor cabe o direito de reaver a QUANTIA QUE PAGOU,
descontado somente um percentual pela participação do fornecedor no contrato
(TAXA DE ADMINISTRAÇÃO) ou por PERDAS E DANOS sofridas por este.
- Muitas construtoras e instituições financeiras praticavam esse abuso. Não é justo admitir
que o consumidor perca tudo o que pagou em um financiamento que eventualmente não
tenha sido concluído. Para o STJ, como não se aplica o CDC aos contratos celebrados
antes de sua vigência, as cláusulas de decaimento anteriores a ele são válidas.
Leonardo Garcia critica: mesmo antes do CDC, a cláusula já era abusiva por simples
interpretação constitucional (dignidade da pessoa humana, função social do
contrato).
- Para o STJ, é abusiva a cláusula que prevê a restituição em forma de carta de
crédito, ficando o consumidor preso ao fornecedor. O consumidor tem direito à
restituição EM DINHEIRO.
- A jurisprudência tem aplicado um percentual de retenção de 5% a 30%,
dependendo do caso concreto, pois, em alguns casos, há uma efetiva usufruição do
bem pelo consumidor, fato que possibilita o fornecedor reter um percentual maior.

- Consórcios em relação aos contratos de consórcios, os consumidores também terão


descontadas as parcelas pagas, a taxa de administração e a vantagem auferida com o
uso do bem (se houver). Porém, há a previsão de um plus: O PREJUÍZO QUE CAUSOU
AO GRUPO DE CONSORCIADOS, SEJA PELA INADIMPLÊNCIA, SEJA PELA
DESISTÊNCIA.

Descontos previstos no art. 53, §2º em razão da desistência do consórcio


PARCELAS TAXA DE VANTAGEM AUFERIDA PREJUÍZOS
PAGAS ADMINISTRAÇÃO COM O USO (SE CAUSADOS AO
HOUVER) GRUPO

- O que o legislador pretendeu com a expressão “os prejuízos que o desistente ou


inadimplente causar ao grupo” foi que o grupo restante não fosse prejudicado com a
eventual saída do consumidor desistente ou indimplente. Mas A SIMPLES SAÍDA DO
CONSUMIDOR NÃO FAZ PRESUMIR OS PREJUÍZOS, QUE DEVEM SER PROVADOS
PELA ADMINISTRADORA. Isso porque, muitas vezes, não há dano, uma vez que a
administradora insere outro consumidor no lugar do desistente.

Devolução de A restituição dos valores pagos, corrigidamente, não deve ser de


parcelas imediato, mas ATÉ 30 DIAS contados a partir do prazo previsto
contratualmente para o encerramento do plano, quando, então,
passarão a correr os juros moratórios.
Taxa de As administradoras de consórcios possuem total LIBERDADE PARA
administração FIXAR A TAXA DE ADMINISTRAÇÃO.
Legitimidade A ASSOCIAÇÃO AUTORA QUE TENHA POR FINALIDADE A
ativa em ACP DEFESA DO CONSUMIDOR PODE PROPOR AÇÃO COLETIVA EM
FAVOR DE PARTICIPANTES QUE TENHAM DESISTIDO DE
CONCÓRCIO DE VEÍCULOS, NÃO SE EXIGINDO TENHA SIDO
INSTITUÍDA PARA A DEFESA ESPECÍFICA DE INTERESSES DE
CONSORCIADOS DE VEÍCULOS, DESISTENTES OU
INADIMPLENTES.
Correção Súmula 35 do STJ: INCIDE CORREÇÃO MONETÁRIA sobre as
monetária prestações pagas, quando de sua restituição, em virtude da retirada ou
exclusão do participante de plano de consórcio.
Correção A ACP é a via apropriada para o reconhecimento de nulidade de
monetária e cláusula abusiva que prevê a devolução sem correção monetária
ACP das prestações pagas pelo consorciado desistente.
Eleição de foro É ABUSIVA CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DE FORO NOS CONTRATOS
DE ADESÃO A GRUPOS DE CONSÓRCIOS. Assim, o foro
competente para processamento da ação de exibição de documento
para instrução revisional de contrato de consórcio não é o eleito no
instrumento, devendo prevalecer o do DOMICÍLIO DO
CONSUMIDOR.
Inadimplência Caso o consumidor já tenha usufruído do bem, as regras incidentes,
após posse do no caso de posterior inadimplemento, são as do Decreto-Lei 911/69,
bem que trata de alienação fiduciária. Assim, o veículo é vendido
extrajudicialmente e havendo ainda saldo negativo, poderá ser
cobrado do consumidor.

- Contrato de adesãoé aquele cujas cláusulas tenham sido APROVADAS PELA


AUTORIDADE COMPETENTE ou ESTABELECIDAS UNILATERALMENTE PELO
FORNECEDOR de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou
modificar substancialmente seu conteúdo.
- A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do
contrato.
- É possível cláusula que preveja a resolução do contrato, desde que a critério do
consumidor. Se optar pela resolução, deverá ser aplicado o §2º do art. 53,
devolvendo-lhe, assim, os valores pagos, monetariamente atualizados, descontadas
as vantagens auferidas.
- Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres
ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo 12, de modo a
facilitar sua compreensão pelo consumidor.
- As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser
redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão. Assim, é
possível limitar os direitos do consumidor, devendo somente a cláusula limitadora
estar em destaque (e desde que a limitação não seja considerada abusiva).
- A CLÁUSULA QUE ALTERAR O PRAZO DE 30 DIAS QUE O FORNECEDOR TEM
PARA SANAR OS VÍCIOS DOS PRODUTOS (ENTRE 7 E 180 DIAS) DEVERÁ SER
CONVENCIONADA EM SEPARADO, COM MANIFESTAÇÃO EXPRESSA DO
CONSUMIDOR.
- Nos contratos de adesão, também se aplicam as disposições do art. 47 em que as
cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.

INFORMATIVO 578 DO STJ


É nula a cláusula inserta por operadora de plano privado de assistência à saúde em
formulário de Declaração de Doenças ou Lesões Preexistentes (Declaração de Saúde)
prevendo a renúncia pelo consumidor contratante à entrevista qualificada orientada por um
médico, seguida apenas de espaço para aposição de assinatura, sem qualquer menção ao
fato de tal entrevista se tratar de faculdade do beneficiário. A inserção de cláusula de
renúncia em declaração de saúde é abusiva por induzir o segurado a abrir mão do direito
ao exercício livre da opção de ser orientado por um médico por ocasião do preenchimento
daquela declaração, notadamente porque se trata de documento que tem o condão de
viabilizar futura negativa de cobertura de procedimento ou tratamento. STJ. 3ª Turma.
REsp 1.554.448-PE, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 18/2/2016 (Info 578).
- O que acontece se a pessoa souber que é portadora de doença ou lesão preexistente,
mas omitir essa informação na declaração de saúde? Haverá uma fraude, que poderá
acarretar a suspensão ou rescisão do contrato, após julgamento em processo
administrativo que tramita na Agência Nacional de Saúde (ANS). Além disso, a operadora
poderá cobrar de volta do beneficiário os gastos que teve com algum tratamento que tenha
sido realizado envolvendo esta doença ou lesão. Existem várias regras envolvendo este
tema. Se quiser aprofundar ou tiver dúvidas específicas, recomendo que consulte a
Resolução Normativa DC/ANS nº 162/2007.
- Nem sempre esta declaração de saúde é muito clara, porque algumas vezes possui
termos médicos que geram dúvidas na pessoa que está preenchendo. Sabendo que isso
pode acontecer, a ANS exige que o contrante seja informado de que, antes de preencher a
declaração, possui o direito de consultar um médico para tirar suas dúvidas.
- A transparência e a informação são deveres dos prestadores de serviços e constituem
direito do consumidor de ter pleno conhecimento acerca do produto ou serviço que está
adquirindo. É o que dispõe o CDC em seus arts. 4º e 6º, os quais devem ser analisados
conjuntamente com a cláusula geral da boa-fé (art. 51).

 DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

- Competência para legislar sobre PRODUÇÃO E CONSUMOUNIÃO, ESTADOS, DF.


- Já a competência para editar normas sobre FISCALIZAÇÃO E CONTROLE de produção
e consumo é concorrente de todos os entes (União, Estados, DF, MUNICÍPIOS).
- O poder de polícia administrativo nas relações de consumo se sujeita às normas
gerais de processo administrativo, em especial à Lei 9.784/99.
- Critérios para a graduação da multa: GRAVIDADE DA INFRAÇÃO, VANTAGEM
AUFERIDA e CONDIÇÃO ECONÔMICA DO FORNECEDOR.
- O PROCON PODE APLICAR MULTA PELO DESCUMPRIMENTO DAS LEIS DE
DEFESA DO CONSUMIDOR. Não poderá aplicar sanção, contudo, se não houver relação
de consumo.
- A multa não visa à reparação do dano sofrido pelo consumidor, mas sim à punição
pela infração às normas que tutelam as relações de consumo.
- Aplicação de multa por órgãos diversos, pelo mesmo fato, constitui bis in idem.

VÍCIOS DE QUANTIDADE OU DE REINCIDÊNCIA NA PRÁTICA DAS


QUALIDADE POR INADEQUAÇÃO OU INFRAÇÕES DE MAIOR GRAVIDADE
INSEGURANÇA DO PRODUTO OU PREVISTAS NO CDC E NA
SERVIÇO (ART. 58) LEGISLAÇÃO DE CONSUMO (ART. 59)
- Apreensão - Cassação de alvará de licença
- Inutilização de produtos - Interdição e suspensão temporária da
- Proibição de fabricação de produtos atividade
- Suspensão do fornecimento de produto - Intervenção administrativa
ou serviço
- Cassação do registro do produto
- Revogação da concessão ou permissão
de uso

- A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem auferida


e a condição econômica do fornecedor, será aplicada mediante procedimento
administrativo, revertendo para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347/1985, os valores
cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais ou municipais de proteção ao consumidor
nos demais casos.
- NÃO É NECESSÁRIO O FIM DO PROCESSO ADMINISTRATIVO PARA A
APLICAÇÃO DAS SANÇÕES (O CDC AUTORIZA A APLICAÇÃO POR MEDIDA
CAUTELAR, ANTECEDENTE OU INCIDENTE). Imagine que existam fundadas
suspeitas de que determinado remédio tenha causado danos à saúde dos
consumidores. Se fosse exigido o fim do processo administrativo, os danos
poderiam se multiplicar.
- Para efeito da reincidência, não prevalece a sanção anterior, se entre a data da decisão
administrativa definitiva e aquela da prática posterior houver decorrido período de tempo
superior a 5 anos.
- A CONTRAPROPAGANDA visa tanto a reparar a verdade da publicidade enganosa,
como a desqualificar a mensagem abusiva, assegurando, ao final, o direito à
informação do consumidor que foi violado.
- Por se tratar de direitos difusos, caberá ação coletiva postulada pelos legitimados do art.
82 do CDC para a obtenção de sentença condenatória obrigando o fornecedor, que
patrocinou a publicidade enganosa ou abusiva, a efetuar a contrapropaganda.

INFORMATIVO 567, STJ - 2015


A pena de multa aplicável às hipóteses de infração das normas de defesa do consumidor
(art. 56, I, do CDC) pode ser fixada em reais, não sendo obrigatória a sua estipulação em
Unidade Fiscal de Referência (UFIR). O art. 57 do CDC, ao estabelecer que a "multa será
em montante não inferior a duzentas e não superior a três milhões de vezes o valor da
Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente que venha a substituí-lo",
apenas define os limites para a fixação da multa. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp
1.466.104-PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 6/8/2015 (Info 567).

INFORMATIVO 566, STJ - 2015


O Procon pode interpretar as cláusulas de um contrato de consumo e, se considerá-las
abusivas, aplicar sanções administrativas ao fornecedor. STJ. 2ª Turma. REsp 1.279.622-
MG, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 6/8/2015 (Info 566).
- Se o Procon não pudesse perquirir (examinar) cláusulas contratuais para identificar as
abusivas ou desrespeitosas ao consumidor, como esse órgão poderia aplicar as sanções
administrativas? O Procon, embora seja órgão administrativo e não detenha jurisdição,
está apto a interpretar cláusulas contratuais, porque a Administração Pública, por meio de
órgãos de julgamento administrativo, pratica controle de legalidade, o que não se confunde
com a função jurisdicional propriamente dita pertencente ao Judiciário.
- Em suma: "além de possível a aplicação de multa, incumbe aos órgãos administrativos de
proteção do consumidor proceder à análise de cláusulas dos contratos mantidos entre
fornecedores e consumidores para aferir situações de abusividade" (STJ. 1ª Turma. REsp
1.256.998/GO, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 22/4/2014).

INFORMATIVOS DE CONSUMIDOR
# INFO 554, STJ – 2015:

 Sistema credit scoring :


*Em relação ao sistema credit scoring, o interesse de agir para a propositura da ação
cautelar de exibição de documentos exige, no mínimo, a prova de: i) requerimento para
obtenção dos dados ou, ao menos, a tentativa de fazê-lo à instituição responsável pelo
sistema de pontuação, com a fixação de prazo razoável para atendimento; e ii) que a
recusa do crédito almejado ocorreu em razão da pontuação que lhe foi atribuída pelo
sistema Scoring. Assim, o consumidor só poderá ingressar com ação cautelar de exibição
de documentos pedindo o extrato de sua pontuação no sistema Crediscore se provar esses
dois requisitos acima. STJ. 2ª Seção. REsp 1.304.736-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 24/2/2016 (recurso repetitivo) (Info 579).
- “Credit scoring”, também chamado de “crediscore” é um sistema ou método utilizado para
analisar se será concedido ou não crédito ao consumidor que pedir a concessão de um
empréstimo ou financiamento. No “credit scoring”, a pessoa que está pedindo o crédito é
avaliada por meio de fórmulas matemáticas, nas quais são consideradas diversas variáveis
como a idade, a profissão, a finalidade da obtenção do crédito etc. Tais variáveis são
utilizadas nas fórmulas matemáticas e, por meio de ferramentas da estatística, atribui-se
uma espécie de pontuação (nota) para a pessoa que está pedindo o crédito. Quanto maior
a nota, menor seria o risco de se conceder o crédito para aquele consumidor e,
consequentemente, mais fácil para ele conseguir a liberação.
- O STJ entendeu que essa prática comercial é LÍCITA, estando autorizada pelo art. 5º, IV
e pelo art. 7º, I, da Lei n. 12.414/2011 (Lei do Cadastro Positivo), que, ao tratar sobre os
direitos do cadastrado nos bancos de dados, menciona indiretamente a possibilidade de
existir a análise de risco de crédito. Vale ressaltar, no entanto, que para o “credit scoring”
ser lícito, é necessário que respeite os limites estabelecidos pelo sistema de proteção do
consumidor no sentido da tutela da privacidade e da máxima transparência nas relações
negociais, conforme previsão do CDC e da Lei n. 12.414/2011.
- A pessoa que tem seus dados registrados no crediscore tem direito de pedir para saber
quais as informações a seu respeito que lá constam? SIM. Apesar de ser possível a
inserção de dados do consumidor no crediscore mesmo sem o seu prévio consentimento,
caso este solicite, a empresa deverá fornecer esclarecimentos sobre as fontes dos dados
considerados (histórico de crédito), bem como sobre as informações pessoais que foram
valoradas (STJ. 2ª Seção. REsp 1419697/RS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino,
julgado em 12/11/2014.
- Súmula 550-STJ: A utilização de escore de crédito, método estatístico de avaliação de
risco que não constitui banco de dados, dispensa o consentimento do consumidor, que terá
o direito de solicitar esclarecimentos sobre as informações pessoais valoradas e as fontes
dos dados considerados no respectivo cálculo.
- O consumidor terá direito de saber a sua pontuação e as informações pessoais utilizadas.
No entanto, nem o consumidor nem ninguém terá direito de saber a metodologia de
cálculo, ou seja, qual foi a fórmula matemática e os dados estatísticos utilizados no “credit
scoring”. Isso porque essa fórmula é fruto de estudos e investimentos, constituindo segredo
da atividade empresarial (art. 5º, IV, da Lei n. 12.414⁄2011: ..."resguardado o segredo
empresarial”). STJ. 2ª Seção. REsp 1.419.697-RS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino,
julgado em 12/11/2014 (recurso repetitivo) (Info 551).
Súmula 550-STJ: A utilização de escore de crédito, método estatístico de avaliação de
risco que não constitui banco de dados, dispensa o consentimento do consumidor, que terá
o direito de solicitar esclarecimentos sobre as informações pessoais valoradas e as fontes
dos dados considerados no respectivo cálculo. STJ. 2ª Seção. Aprovada em 14/10/2015,
DJe 19/10/2015.

* INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA:

É válida a cláusula contratual que transfere ao promitente-comprador a obrigação de pagar


a comissão de corretagem nos contratos de promessa de compra e venda de unidade
autônoma em regime de incorporação imobiliária, desde que previamente informado o
preço total da aquisição da unidade autônoma, com o destaque do valor da comissão de
corretagem. STJ. 2ª Seção. REsp 1.599.511-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino,
julgado em 24/8/2016 (recurso repetitivo) (Info 589). #IMPORTANTE

É abusiva a cobrança pelo promitente-vendedor do serviço de assessoria técnico-


imobiliária (SATI), ou atividade congênere, vinculado à celebração de promessa de compra
e venda de imóvel. STJ. 2ª Seção. REsp 1.599.511-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso
Sanseverino, julgado em 24/8/2016 (recurso repetitivo) (Info 589).

Tem legitimidade passiva "ad causam" a incorporadora, na condição de promitente-


vendedora, para responder a demanda em que é pleiteada pelo promitente-comprador a
restituição dos valores pagos a título de comissão de corretagem e de taxa de assessoria
técnico-imobiliária, alegando-se prática abusiva na transferência desses encargos ao
consumidor. STJ. 2ª Seção. REsp 1.551.968-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino,
julgado em 24/8/2016 (recurso repetitivo) (Info 589).

Prescreve em 3 anos a pretensão do promitente-comprador de restituição dos valores


pagos a título de comissão de corretagem ou de serviço de assistência técnico-imobiliária
(SATI), ou atividade congênere (art. 206, § 3º, IV, CC). STJ. 2ª Seção. REsp 1.551.956-SP,
Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 24/8/2016 (recurso repetitivo) (Info 589).

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