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Experiência
ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL “JOÃO DA MATA”
POMBAL-PB
OUTUBRO - 2013
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..................................................................................................1-2
OBJETIVOS.................................................................................................................2-3
MÉTODOS E MATERIAL.......................................................................................3-5
RESULTADOS.........................................................................................................5
ANÁLISE E DISCUSSÃO.........................................................................................5
CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................,,......................5-6
REFERÊNCIAS.......................................................................................................6
1. INTRODUÇÃO
O Projeto: EJA: Leitura e escrita – Possibilidades e Inclusão surgiu da
necessidade de melhoria da aprendizagem de leitura e escrita dos alunos da 7ª e 8ª séries
do ensino EJA (Educação de Jovens e Adultos). Da necessidade de sensibilizar o aluno
para o gosto pela leitura e a escrita dos mais variadas tipologias textuais, possíveis de
serem lidas durante a duração do curso. Desejando que os educandos se envolvam
totalmente com o tema do projeto e as atividades escolhidas para o mesmo.
A relação entre a leitura e a escrita e sua apropriação é fundamental no processo
educativo favorecendo ao aluno o aprendizado de conhecimentos elaborados ao longo
da história da humanidade. Contudo, a aprendizagem da leitura e escrita não ocorre de
forma natural ou espontânea, demandando situações pedagógicas específicas que, na
atualidade, são desenvolvidas e disponibilizadas majoritariamente na escola (KLEIN,
s/d). Assim, é função da escola fornecer os instrumentos necessários para que o
educando consiga se apropriar dos conhecimentos que extrapolem o cotidiano.
Neste contexto iniciamos o projeto: EJA: Leitura e escrita - Possibilidades e
Inclusão. A qual está inserida a comunidade da Escola Estadual de Ensino Fundamental
“João da Mata”, com objetivos e estratégias que promovem a sensibilidade do educando
da EJA para apropriação da leitura e da escrita. Foram desenvolvidas várias atividades
em sala de aula nesse sentido. Na tentativa de aplicar de forma prática e tangível os
conteúdos necessários a melhoria do processo de ensino aprendizagem.
Portanto o foco principal desse projeto foi à melhoria da leitura e da escrita de
alunos que na sua grande maioria passaram bastante tempo sem estudar e que se sentiam
despreparados e desmotivados por ficaram fora de sala de aula. Passavam assim a
pensar que não recuperariam a aprendizagem “esquecida”. Não foi fácil convencê-los de
que poderia recuperar o tempo perdido e se tornarem leitores e escritores capazes; mas
esse projeto foi a chave para abrir as mentes e os alunos envolvidos no projeto
perceberem que só precisavam de um estímulo para mostrar todo seu potencial.O
envolvimento do aluno no estudo ativo depende de que o ensino seja organizado de tal
forma que as “dificuldades”, na forma de perguntas, subjetivos na mente do aluno,
provoquem nele uma “tensão” e vontade de superá-las. (LIBÂNEO, 1994, p. 95)
Por conseguinte este trabalho consistiu num estudo de caso realizado na Escola
Estadual de Ensino Fundamental “João da Mata”, nas salas de 7ª e 8ª séries da EJA,
onde foi desenvolvido um projeto de intervenção visando colaborar com o processo de
apropriação da leitura e escrita dos alunos.Para isso é muito importante usarmos
metodologias que alcancem as necessidades dos alunos, principalmente no processo de
apropriação da leitura e da escrita, pois assim os alunos terão contato com diversas
atividades; possibilitando-os uma visão crítica diante das situações cotidianas. Portanto,
o projeto desenvolvido, buscou promover um contato maior do aluno com a ler e a
cultura letrada, tendo contato com diferentes obras de autores variados aumentando seu
estado de letramento.
Desses alunos envolvidos no projeto, 60% tinham parado de estudar a mais de
quatro anos, 20% deixaram de frequentar a escola a menos de dois anos e os outros 20%
de jovens que deixaram o ensino regular para ingressaram no curso EJA. A maior
dificuldade é adequar o planejamento para os diversos níveis de aprendizagem
encontrados na turma.
Partindo desse pressuposto, foi elaborado o projeto com o intuito de conduzir os
alunos a novas experiências no mundo da leitura e da escrita, para que pudessem sair da
rotina, com aulas diferenciadas, não apenas copiar e ler sem muito significado.
Consequentemente os motivos que nos levam a propor esse projeto sem dúvida é a
busca da sensibilização do aluno para o aprendizado da leitura e da escrita; com
perspectivas de que os mesmos sejam capazes de ler e escrever bem a língua
portuguesa. Sendo um leitor e escritor capazes de entender a finalidade, estrutura, e a
função social da língua. Desenvolvendo a competência linguística e discursiva. Nosso
projeto tenta acima de tudo promover habilidades e competências que não foram
desenvolvidas pelo não ingresso na escola por parte dos educandos da EJA.
Finalmente a pesquisa demonstrada nesse projeto se destina a professores de
língua portuguesa, alunos e pessoas interessadas no tema: Leitura e Escrita no curso
EJA (Educação de Jovens e Adultos). Sabemos que o tema sempre tem algo mais anos
ensinar. Portanto é essencial continuarmos na busca de novas metodologias e estratégias
para atingir os alunos e os tornar leitores e escritores competentes. Desejamos que o
projeto seja contínuo, nas demais séries do curso EJA e em anos posteriores; sendo
também uma base para outros trabalhos na área de leitura e escrita.
2. OBJETIVOS
Este relatório tem como objetivo descrever as atividades realizadas durante o
Projeto: EJA: Leitura e escrita – Possibilidades e Inclusão. Que foi desenvolvido na
Escola Estadual de Ensino Fundamental “João da Mata”, Pombal - PB; com os alunos
das 7ª e 8ª séries “C” do turno noite, com total de 56 alunos; cada ano letivo com
duração de seis meses. A primeira etapa entre os meses de fevereiro a julho e a segunda
entre julho a dezembro de 2013.
Nosso maior choque foi entre os meses de abril e maio na qual o número de
faltas era bem elevado e comprometia o desempenho da disciplina por isso mais um
motivo para o desenvolvimento do projeto. Ocorrendo o mesmo com as novas turmas
da segunda etapa. Depois da experiência do projeto podemos perceber a queda no
número de faltas e retorno de alunos que temiam não serem capazes de continuar o
estudo e ter progresso, melhorando o desempenho no processo de ensino aprendizagem.
Nosso objetivo é podermos estar contribuindo para o desenvolvimento da
linguagem escrita e da leitura. Através deste projeto realizado, pode-se afirmar que as
abordagens pedagógicas utilizadas em sala de aula da EJA devem considerar que a
maioria dos alunos deixou de frequentar o ensino regular por diversos motivos, na
verdade, aprenderam a viver nem sempre de forma muito suave, tornando fundamental
que a escola apresente uma forma de aprender e ensinar diretamente ligada à realidade
dos mesmos. Como também desenvolveremos a aprendizagem leitora e de escrita
construindo ações que permitam reconhecer o valor da leitura e da escrita como fonte de
conhecimento, prazer e cidadania.
Consequentemente se a escola não oferece um suporte, um sentido novo para a
vida desse aluno, ele se sente novamente excluído dos grupos sociais. É preciso ensinar
refletindo sobre a vida. As histórias riquíssimas precisam ser palco do espetáculo da
aprendizagem, ampliando a produção de sentido no ato de ler e escrever, levando o
aluno a participar de um processo lúdico onde se desenvolva um pensamento autônomo
e crítico. Pois o aluno deve ser o sujeito de sua própria educação. Não (...) objeto dela.
(FREIRE, 1983). Assim, pode transformá-la e com seu trabalho, pode criar um mundo
próprio (FREIRE, 1983, p. 30).
Por conseguinte nosso objetivo é desenvolver estratégias que sensibilize o aluno
para a importância da leitura e da escrita no cotidiano. Fermentando a prática da leitura
extraclasse, e a leitura efetiva de diferentes autores e títulos. Como também o
conhecimento e uso de vários gêneros textuais na aquisição da leitura e escrita.
Considerando a força transformadora que a leitura e a escrita possuem;
iniciamos o Projeto: EJA: Leitura e Escrita – Possibilidades e Inclusão, com a
comunidade da Escola Estadual de Ensino Fundamental “João da Mata”, no segmento
EJA – segunda fase, com objetivos e metodologias que envolveram toda comunidade
escolar desse segmento.
O nosso objetivo final é que os alunos concluam o EJA, capacitados, não apenas
aptos à decodificação de palavras simples, mas tornando-se cidadãos capazes de ler e
interpretar a língua materna como também o mundo em sua volta. Como também
conhecer e saber utilizar os meios adequados que promovem cidadania e comunicação
ativa para melhor utilização do conhecimento linguístico, de mundo e na formação para
o mercado de trabalho.
3. MÉTODOS E MATERIAL
Este projeto será desenvolvido através de pesquisas e leituras de livros que falam
sobre leitura e escrita e da importância de ambos para desenvolvimento das habilidades
e competências dos alunos em qualquer série ou ano. Percebemos que o primordial seria
propor aos alunos novas metodologias de leitura e escrita através de oficinas, idas à
biblioteca e atividades em sala de aula e extraclasse.
No início do ano letivo de 2013, ficamos responsáveis pelas turmas do curso
EJA noturno. De início já tinha certa experiência, pois ano passado pudemos trabalhar
com turmas com dificuldades de aprendizagem. Só que este ano foi extremamente
desafiador visto que nos deparamos com alunos que tinham parado de estudar a vários
anos e que pensavam que não conseguiriam chegar ao termino do curso e alunos surdos
com um déficit de aprendizagem em leitura e escrita sem contar as dificuldades de
falarem outra língua (Libras).
Nesse contexto alguns alunos chegaram a confessar que sentiam medo, e que
eram incapazes de aprender algo. Pudemos constatar que a maioria nem sabiam ler ou
mesmo produzir um texto, menos ainda nas questões ligadas à morfossintaxe. Alguns
nunca tinham tido acesso a livros ou até mesmo não sentiam prazer ou gosto pela
leitura. Achando-a enfadonha e chata. Outro grande desafio foi conseguir incentivar
alunos surdos a lerem e escreverem desde a decodificação de uma letra a uma
compreensão do que fosse uma frase ou mesmo um texto. As dificuldades eram
imensas.
Nesse contexto se fez necessárias mudanças nas metodologias de trabalho do
processo de ensino/aprendizagem. E também novas estratégias para o desenvolvimento
de práticas educativas eficientes, capazes de provocar mudanças de atitudes no
educando. Em vista dessas dificuldades percebemos que deveríamos fazer um trabalho
diferenciado com essas turmas. Ajudando-as a não só desenvolver a leitura e a escrita,
mas como também alimentar a autoestima, o desejo e o gosto processo de
aprendizagem. Proporcionando-as interação, inclusão e sociabilização. Provendo meios
através da linguagem oral e escrita por meio de atividades diferenciadas.
Por conseguinte tentamos nos preparar para lidar com essa situação.
Pesquisamos situações semelhantes, lemos textos sobre o como desenvolver leitura no
EJA, lemos outros matérias que tratavam do tema. Sabemos que um dos principais
problemas na educação de Jovens e Adultos (EJA), é a dificuldade da maioria dos
alunos de ler e produzir textos. E isso acaba sendo um dos maiores entraves para o
desenvolvimento da construção crítica do saber. Para tanto compreender e adquirir
conhecimento sem domínio da leitura e da escrita é uma tarefa impossível.
Portanto a leitura e a escrita são partes essências para o aluno ter acesso às várias
áreas do conhecimento acadêmico e de mundo, sendo um cidadão ativo e participe nas
inter-relações sociais. Dessa maneira interagindo com várias formas de aprendizagem
tanto, tecnológica, como linguística e social. Formar leitores críticos e reflexivos tem
sido o grande desafio do ensino de língua portuguesa.
Nessa perspectiva a receita para se ler e escrever bem é simplesmente se dedicar
ao desejo e o prazer de gostar de leitura e escrita. E isso pode ser desenvolvido em sala
de aula ou até na biblioteca, ou no pátio da escola. Com atividades dinâmicas e com uso
de obras de autores conhecidos ou não; dramatização de peças teatrais, leituras
compartilhadas, visita a biblioteca; leitura e apresentação em sala; pesquisa e produção
de texto; correção das produções e visitas ao laboratório de informática. A partir dessas
atividades passamos a promover a leitura e a escrita efetivamente
Consequentemente devemos trabalhar a língua nos seus mais diversos aspectos:
morfossintáticos, semânticos, sociolinguístico e estilístico; para desenvolvimento da
leitura e da escrita. Nessa perspectiva concordamos com Luís Fernando Veríssimo
quando propõe que: “[...] a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação
e que deve ser julgada exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da
gramática, para evitar os vexames mais gritantes...” (Luís Fernando Veríssimo).
Nesse projeto tentamos primar pelo respeito à variedade padrão da língua
materna. Buscando ampliar o conhecimento linguístico, mas sempre abrindo espaço
para que os alunos expressassem seu conhecimento de mundo. Proporcionando
situações comunicativas produtivas que propuseram ao educando expor suas dúvidas
em tanto nos debates como em narrativas.
Nesse caso o projeto ideal seria aquele que nos ajudasse a alcançar as metas
necessárias para desenvolver a leitura e a escrita dos alunos trabalhados. Adaptamos as
atividades de acordo com o nível de aprendizagem da turma, no intuito de atingir as
metas desejadas. As atividades seguiram um cronograma adequado à série e a
necessidade das mesmas. Propomos um cronograma de atividades divididas por meses
que iria de fevereiro a junho na primeira etapa do curso e de julho a dezembro que
culminaria com o termino do curso. Visto que o curso EJA é de seis meses integrais.
A seguir o cronograma:
MESES ATIVIDADES
FEVEREIRO Apresentação do projeto. Leitura e escrita de textos com o
tema: cultura, cidadania e aprendizagem.
MARÇO Tipologias textuais: Narração, descrição, argumentação,
injunção, exposição.
ABRIL Gêneros textuais: entrevista, entrevista de emprego, currículo,
questionário, debate regrado, peça, teatral, tela, conto, poema,
entre outros.
MAIO Acentuação gráfica, sinais de pontuação, vocabulário,
ortografia e pesquisa em dicionários.
JUNHO Coesão e coerência.
BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação
linguística. São Paulo: 3 ed., Parábola Editorial, 2007.