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CRUZEIRO-SP
2018
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CRUZEIRO-SP
2018
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Banca Examinadora:
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Orientadora: Profª Esp. Érica Andréia Cortez Monteiro
CRUZEIRO – SP
2018
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AGRADECIMENTOS
À Deus, por me permitir concluir meu sonho e me dar a certeza de que tudo já havia
sido planejado por ele, por me permitir saúde nesse tempo de curso e pelos
constantes desafios, que me possibilitou realizar este trabalho com determinação e
por se mostrar sempre presente em minha vida.
À minha orientadora Prof.ª Esp. Érica Andréia Cortez Monteiro pela: atenção,
carinho, paciência, orientação e apoio que me ajudaram a concluir este trabalho.
Agradeço aos meus familiares e todos que me auxiliaram sempre que eu necessitei,
em especial a minha mãe minha companheira da vida e da faculdade, que só me
motivou a concluir meu sonho.
RESUMO
ABSTRACT
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 09
2 PRÁTICAS DE LEITURA....................................................................................... 23
2.1 INCENTIVANDO A LEITURA .............................................................................. 23
2.2 TIPOS DE LEITURA ........................................................................................... 30
2.3 BENEFICIOS DA LEITURA................................................................................. 33
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 47
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 48
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INTRODUÇÃO
papel do professor?
Aventa-se a hipótese de que através da leitura o aprendizando torna-se capaz
de compreender e extrair sentidos, adquire consciência fonológica, obtém
identificação das relações fonema - grafema e habilidades de codificação e
decodificação.
Defende-se, também, a hipótese de que a leitura impulsiona o aprendizando a
ampliar seus conhecimentos já existentes, seus pensamentos, suas decisões, suas
ações e relações com a sociedade da qual pertence, mas também com o diferente e
o desconhecido.
O objetivo geral do trabalho é mostrar a contribuição da leitura em sala de
aula para formação do aluno e qual o papel do professor. Pretende-se para tanto
descrever a prática de leitura em sala de aula, além de identificar os benefícios da
leitura em sala de aula como meio de construção e reconstrução do conhecimento, a
fim de que esses dados sirvam de apoio às propostas metodológicas de exploração
das práticas de leitura na escola como recursos didáticos a ser utilizados para o
processo de aprendizagem, sugeridos no contexto do presente trabalho.
A relevância da pesquisa possui tripla dimensão: científica, social e pessoal.
No que concerne ao conhecimento científico, qualquer estudo que se
preocupe em estudar e mostrar os benefícios da leitura como meio de aquisição de
conhecimentos ou que ampliem as abordagens já existentes, é pertinente, pois é
através da prática da leitura em sala de aula, que estaremos apostando em uma
nova postura das escolas, dos professores e na transformação existencial dos
alunos que estarão a todo o momento praticando a leitura significativamente.
Em razão das lacunas ainda existentes, em um amplo processo da utilização
da leitura como meio para construção e reconstrução do saber, a presente pesquisa
objetiva contribuir com métodos para a melhor exploração da leitura em sala de aula,
sendo atrativa, facilitando a compreensão da importância da leitura para o
conhecimento, e que somente por ela todo indivíduo torna-se sociável, livre, critico,
participativo e conhecedor de seus direitos e deveres dentro da sociedade da qual
pertence.
Como aluna de pedagogia e por amar leitura, a pesquisa contribuirá com
informações úteis à educação, sobre leitura e seus benefícios do qual é algo
transformador e continuo para o desenvolvimento da aprendizagem. Tal convicção
deve-se ao fato de a pesquisadora ter a leitura como a base para a obtenção de
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1 CULTURA DA LEITURA
Para Koch (2009, p.25), a leitura é um ato social entre dois sujeitos, leitor e
autor, que interagem entre si, obedecendo aos objetivos e as necessidades
socialmente determinados.
É uma atividade na qual se leva em conta os conhecimentos do leitor, exige
mais que o conhecimento do código linguístico, uma vez que o texto não é apenas
um produto de codificação e o leitor não é apenas um leitor passivo ou somente
aquele que decodifica os signos. Exige a intensa participação do leitor, pois ele
aplica ao texto seus conhecimentos armazenados e adquiridos, facilitando a
construção de sentidos.
É por meio da leitura, e de várias leituras, que o leitor passa a levantar
críticas, formular hipóteses e compreender melhor o que está escrito. Ler é muito
mais que passar os olhos sobre as letras, é uma prática criadora de sentidos.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs – (1997), o
trabalho com a leitura tem a finalidade de formar leitores competentes, capazes de
compreender o que leem e que identifiquem os elementos implícitos, estabelecendo,
assim, relações entre o texto que leem e outros que já foram lidos e que estejam
atentos à diversidade de sentidos que podem ser atribuídos ao texto.
Kleiman (2011, p. 25) afirma que quanto mais conhecimento textual o leitor
obter, quanto maior a sua exposição a todo tipo de texto, será mais fácil a sua com-
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preensão. E que para uma leitura satisfatória esses conhecimentos que formam
parte do conhecimento prévio devem ser utilizados durante a leitura.
Nesta mesma linha de pensamento, Solé (1998, p. 39) afirma que a leitura é
um processo de interação entre o leitor e o texto. Esse processo conta com a
presença de um leitor ativo que processa e examina o texto com o objetivo de guiar
sua leitura, ou seja, sempre lemos com uma finalidade, a leitura é o processo com o
qual compreendemos a linguagem escrita.
Nesta compreensão intervêm tanto a forma e o conteúdo do texto, como o
leitor e seus conhecimentos prévios, conhecimentos estes, que possibilitam ao leitor
fazer inferências de significados que resultam em uma melhor compreensão do
texto.
É um processo interno, mas deve ser ensinado.
Conforme indica a mesma autora, a interpretação do texto envolve determinar
as ideias principais que ele contém e que, embora um autor elabore um texto para
comunicar determinados conteúdos, a ideia ou as ideias principais construídas pelo
leitor dependem dos seus objetivos de leitura e de seus conhecimentos prévios.
Além do que já foi mencionado, é importante destacar que para uma boa
leitura é imprescindível que o leitor esteja comprometido, que mantenha um
posicionamento crítico e reflexivo a respeito do que lê.
Desse modo, o leitor cria um processo de interação com o texto, permitindo-
se ultrapassar as barreiras dos códigos e dos símbolos, dando lugar a uma relação
da qual não pretende desprender-se.
Pois a leitura capacita ao leitor a ampliação de conhecimentos e possibilita a
evolução social do indivíduo, formando cidadãos críticos, uma condição
indispensável para o exercício da cidadania
Assim, pode-se dizer que o processo de leitura, compreensão e interpretação
de texto é uma atividade a ser praticada com o intuito de abrir o leque do
conhecimento do leitor.
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É lendo que nos tornamos leitores e não aprendendo primeiro para poder
ler depois. Não é legítima instaurar uma defasagem nem no tempo, nem
na natureza da atividade entre aprender a, “ler é ler"... Não se ensina a
ler com a nossa ajuda... A ajuda lhe vem do confronto com as
proporções dos colegas com quem está trabalhando, porém é ela quem
desempenha a parte inicial de seu aprendizado (JOLIBERT, 1994, p 14).
o cidadão possui para lutar tantas injustiças por ele sofridas. Enfim, eis a importância
do ato de ler.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais da Língua Portuguesa
(BRASIL, 2001, p.11) O trabalho com leitura tem como finalidade a formação de
leitores competentes e consequentemente, a formação de escritores, pois a
possibilidade de produzir textos eficazes tem sua origem na prática de leitura,
espaço de construção da intertextualidade e fonte de referências modalizadoras. A
leitura, por um lado, nos fornece a matéria-prima para a escrita: O que escrever por
outro, contribui para a constituição de modelos: Como escrever.
A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de
construção do significado do texto, a partir dos seus objetivos do seu conhecimento
sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a língua: características do
gênero, do portador, de sistema de escrita, etc. Não se trata simplesmente de extrair
informação da escrita, decodificando-a letra por letra, palavra por palavra. Trata-se
de uma atividade que implica, necessariamente, compreensão na qual os sentidos
começam a ser constituídos antes da leitura dita.
Nos dias atuais, a leitura fluente envolve uma série de outras estratégias
como seleção, antecipação, interferência e verificação sem as quais não é possível
rapidez e proficiência.
E o uso desses procedimentos que permite controlar o que vai sendo lido,
tomar decisões diante de dificuldades de compreensão arriscar-se diante do
desconhecido, buscar no texto a comprovação das suposições feitas.
Um leitor competente é alguém que, por iniciativa própria, é capaz de
selecionar, dentre os trechos que circulam socialmente aquele que podem atender a
uma necessidade sua, formar alguém que compreenda o que lê; que possa
aprender a ler também o que não está escrito, identificando elementos implícitos;
que estabeleça relações entre o texto que lê e outros textos já lidos.
A leitura na escola tem sido fundamentalmente, um objeto de ensino. Para
que possa constituir também objeto de aprendizagem, é necessário que faça sentido
para o aluno. Se a escola pretende converter a leitura em objeto de aprendizagem
deve preservar sua natureza e sua complexidade, sem descaracterizá-la.
Se o objetivo é formar cidadãos capazes de compreender os diferentes textos
com os quais se defrontam, é preciso organizar o trabalho educativo para que
experimentem e aprendam isso na escola. É preciso, portanto, oferecer-lhes os
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textos do mundo: não se formam bons leitores solicitando aos alunos que leiam
apenas durante as atividades na sala de aula, apenas no livro didático, apenas
porque o professor pede. O trabalho com a diversidade textual, sem ela pode-se
ensinar a ler, mas certamente não se formarão leitores competentes.
criança, desde cedo, faz a leitura do mundo que rodeia, sem ao menos conhecer
palavras, frases ou expressões, pois é próprio do ser humano desejar o conhece
decifrar a curiosidade, de modo a refletir novos conhecimentos. Assim, o processo
de leitura e escrita inicia-se antes da escolarização. A criança o adquire no âmbito
familiar e em seu convívio no meio social o interesse pelo ato de ler e de escrever.1
Para tanto as crianças são inseridas no meio escolar, na verdade sem ao
menos saber o porquê de ter que frequentá-lo ou, seja para elas é uma relação
obrigatória, a qual a escolha é feita pelos adultos que os mandam passar grande
parte de seu dia em um ambiente até então desconhecido, onde tudo é planejado e
organizado pelos adultos. Quando, inicia a leitura todas as instruções e referência
ministradas pelo professor e ao aluno cabe se adaptar cumprindo as exigências e os
processos de trabalho que lhe são impostos. Isto causa desmotivação, pois os
discentes não possuem opções para construir uma leitura criativa que tende inseri-
los no fantástico mundo da leitura, consequentemente no mundo da escrita.
É lendo que nos tornamos leitores e não aprendendo primeiro para poder
ler depois. Não é legítima instaurar uma defasagem nem no tempo, nem
na natureza da atividade entre aprender a, “ler é ler"... Não se ensina a
ler com a nossa ajuda... A ajuda lhe vem do confronto com as
proporções dos colegas com quem está trabalhando, porém é ela quem
desempenha a parte inicial de seu aprendizado (JOLIBERT, 1994, p 14).
2 PRÁTICAS DE LEITURA
Fazer a criança e o jovem tomar gosto pela leitura é um dos grandes desafios
dos educadores e pais do século XXI.
Uma das vantagens do incentivo à leitura, é que poderemos fazer das
crianças pessoas livres para escolherem a que tipo de leitura vão dedicar-se, em
que momento lerão.
Apesar que o hábito de ler não é uma realidade para boa parte dos
brasileiros.
Segundo Fronckowiak (2010, p. 4), a literatura deve ser apresentada às
crianças de forma agradável, com um tom de descoberta de diversão, precisa ser
atrativa, dinâmica, confundir-se com brincadeira para primeiro conquistar o leitor,
depois, através da própria leitura a criança vai percebendo seus benefícios, viagens
e as descobertas possíveis através da leitura.
Toda essa dimensão tão rica da literatura voltada para as crianças não pode
ser simplificada como mero artigo de alfabetização, pois isso mataria o leitor,
evidenciaria a leitura como atividade escolar e não como atividade lúdica, prazerosa
e para a vida.
Segundo a autora, quando o trabalho com a literatura desde o princípio é
voltado para alfabetização, há uma confusão entre o dever e o prazer, confusão esta
que acaba por afastar as crianças da literatura, pois muitas delas associam a leitura
ao dever escolar somente, criando uma barreira em relação à leitura, pois esta
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passa a ser considerada apenas como algo escolar, que não é para ser levado além
dos muros da escola.
dela, uma leitura ao desejo do aluno, na qual ele tenha autonomia para buscar,
escolher o assunto e a obra, tenha acesso à elas, tenha o direito de parar de ler se
julgar que não está interessante e poder ter à mão opções com variedades de
assuntos, gêneros, autores, enfim que o aluno tenha a possibilidade de ler por
prazer.
Ainda que a leitura não seja dirigida, em nenhum aspecto, o leitor sempre vai
se beneficiar dela, pois o contato com as palavras, com os assuntos, com as figuras,
com os diferentes gêneros, com toda riqueza que uma obra literária pode
proporcionar vai além da mera transmissão de informação.
Para Coelho (2000), o “maravilhoso”, sempre foi o centro atrativo da literatura
infantil, atuando como encantamento para as crianças, porém ressalta que os
estudos dirigidos pela psicologia e psicanálise, atribuem mais que isso ao
maravilhoso contido nos contos e na literatura infantil de uma maneira geral, essa
corrente acrescenta aos benefícios da literatura para crianças, o fato de a criança
com o auxílio da leitura se preparar para a passagem do egocentrismo, o eu
absoluto, para o sociocentrismo, quando a criança já é capaz de tirar o foco somente
de si e dividi-lo com os outros, “é quando, inconscientemente, a criança tenta
construir sua própria imagem ou identidade e se depara com os muitos estímulos ou
interdições aos seus impulsos, etc., etc.” (COELHO, 2000, p. 54)
Essa divisão entre boas e más, belas ou feias, poderosas ou fracas, delimita
para as crianças os opostos, exemplificando como as coisas funcionam na vivência
diária e de certa maneira levando-as a optar por um lado, fazer uma escolha, como
se estivessem vivendo a situação, se identificando ou não com determinados
personagens, atuando assim na formação da criança e de sua formulação em
relação a si mesma e ao mundo.
Ler amplia a compreensão de mundo da criança, auxilia-a nas transições e
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Assim também ocorre com a literatura infantil, ela atua nessa mediação
através das palavras, apresentando experiências com as quais as crianças ainda
não tiveram contato, deixando-as livres para ir além de acordo com suas
possibilidades e necessidades. A criança vai se apropriando das formas de
perceber, organizar e estruturar seu mundo, sua realidade também através das
histórias que ouve, assim como das relações sociais a que forem sendo expostas,
“[...] a interação com membros mais maduros da cultura que já dispõem de uma
linguagem estruturada, é que vai provocar esse salto qualitativo para o pensamento
verbal. ” (OLIVEIRA, 1997, p. 47), essas interações se mantém ativas através de
seus relatos orais que se transformaram na literatura infantil.
É importante ler textos, mas não só textos que transmitem através das
palavras mensagens, como também ler os símbolos por exemplo, ler uma figura,
desenho o que aquela gravura está transmitindo, o leitor que realmente ler poderá
ser capaz de emitir mensagens através de um texto representado por figuras entre
outras.
Sabemos que existe vários tipos de textos, que nós nos deparamos no nosso
dia a dia, textos longos e breves, mas sempre com o objetivo de transmitir uma
mensagem, uma ideia, para tanto existe textos que nós muita das vezes sentimos
desestimulados pelo conteúdo por ser um pouco extenso, principalmente quando
tem um contexto distante da realidade do leitor.
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É preciso que a escola seja um espaço que promova, por meio de uma
gama de textos com diferentes funções sociais, o letramento do aluno,
para que ele se envolva nas práticas de uso da língua – sejam de leitura,
oralidade e escrita (BRASIL, PCN, 1997. v.1, p.50).
leitura e a escrita.
Sobre isso, menciona que “aprender a ler e escrever e, além disso, fazer uso
da leitura e da escrita transforma o indivíduo a outro estado ou condição sob vários
aspectos: social, cultural, cognitivo, linguístico, entre outros” (SOARES, 2003, p.38).
Fregonezi (1999) relata que as novas tendências para o ensino de Língua
Portuguesa ainda não chegaram às salas de aula, pois o ensino predominante de
leitura parte da utilização de textos chatos e desestimulantes aos alunos, com isso, o
aluno não adquiri a capacidade de refletir, e ainda, não se sente envolvido e
motivado a ler. O autor cita que o ensino de Língua Portuguesa deve buscar uma
nova perspectiva, a qual “o objeto linguagem passa a ser visto não como mais um
produto a ser dissecado, a ser analisado e sim um processo” (Fregonezi, 1999,
p.35), ou seja, o estudo de linguagem procura o homem que esta na linguagem, pois
segundo o autor “ler é mais que decodificar, é mais que reconhecer sinais, para ler
bem é preciso não ler só palavras, mas as entrelinhas e o próprio mundo que as
contém” (FREGONEZI,1999, p.69-70).
Diante dessas acepções, Rojo (2002, p.7) menciona que:
Assim, é de extrema importância que tal instituição contribua para a sua formação
referente à competência leitora, para que eles não sejam marginalizados
socialmente, e deste modo, consigam posteriormente agir ativamente em meio ao
seu contexto histórico social.
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3 A LEITURA E A ESCOLA
Neste capitulo veremos como a leitura pode ser aplicada dentro da sala de
aula, sua relação com a formação de novos leitores em ambiente escolar e o papel
do docente nesse processo.
Para isso utilizaremos obras de Martins (2003), Lucyk (2003), Piletti (2000),
Geraldi (2003), Kleiman (1996; 2005), Lajolo (2004), Yunes (1985), Vygotsky (1984),
Brasil (1997), Mantencio (2000) , Jolibert (1994), Freire (1999), Lerner (2002),
Antunes (2001) e Silva (1998).
Para o autor o mesmo coloca como responsável direta pela formação de bons
leitores, e isto é fundamental para que nós professores procurarmos dinamizar esta
busca de novos conhecimentos de nossos alunos, através do ato de ler.
A prática de leitura em sala de aula está longe do que deveríamos ter,
preocupa-se apenas em fazer o aluno ler textos que não têm qualquer significado,
pois estão distantes de sua realidade comportamento a que os alunos respondem
mecanicamente, reproduzindo apenas as questões propostas pelos livros didáticos.
Segundo Geraldi (2003, p.28), nos textos colocados á disposição dos
estudantes por grande parte dos livros didáticos pode-se constatar que tais textos
não respondem a qualquer "para quê". Consequentemente o único para que lê-lo
que o estudante descobre de imediato é responder as questões formuladas a título
de interpretação. As leituras realizadas em outras disciplinas são menos artificiais do
que as realizadas nas aulas de língua portuguesa, pois está um pouco mais claro
para o aluno ou "para quê" extrair informações do texto, ainda que a resposta tenha
sido autoritária e artificialmente imposta pelo processo escolar.
Entretanto para estimular a participação ativa do aluno na leitura de textos
cabe a nós professores a responsabilidade de estabelecer em sala de aula,
situações abertas e flexíveis que além de possibilitarem a interação professor/classe
abram caminhos para a interação aluno/texto.
Para Piletti (2000, p.26), o diálogo do professor com a classe é importante,
porque vai estabelecer um caminho de mão dupla, isto é a troca de experiência
entre professor aluno, fazendo com que cresçam juntos.
Kleiman (2005, p.33) a compreensão de um texto é um processo que se
caracteriza pela utilização de conhecimento prévio, o leitor utiliza na leitura o que ele
sabe o conhecimento adquirido ao longo de sua vida.
É mediante a interação de diversos níveis de conhecimento com o linguístico,
o textual o conhecimento de mundo, que o leitor consegue construir o sentido do
texto.
Podemos dizer que sem conhecimento prévio não haverá entendimento da
leitura.
O aluno poderá torna-se ciente da necessidade de fazer da leitura uma
atividade caracterizada pelo engajamento e uso do conhecimento, em vez de uma
mera recepção passiva.
Sabendo como o conhecimento adquirido determina, durante a leitura, as
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Ao ser inserida na escola, a criança passa a ser orientada pelo educador, que
através de suas práticas pedagógicas apresenta a ela o mundo das palavras,
portanto, cabe a ela criar situações e gerar incentivos para que a prática da leitura
seja efetivada, formulando projetos que insira a criança em sua própria realidade,
despertando interesse e a curiosidade por tal prática.
No entanto, as práticas metodológicas utilizadas pelos professores se
restringem a fase cognitiva apresentada pelas crianças, sem que favoreçam o seu
desenvolvimento. É necessário aplicar novos métodos que ultrapassem nível de
conhecimento de tais crianças (por exemplo: o silábico) apostando na construção
cooperativa do currículo educacional, o que contribui para uma aula mais interativa e
criativa.
Muitos pais apoiam à concepção tradicional não compreendido a liberdade
dada às crianças durante a construção da aprendizagem. Entretanto, essas novas
práticas pedagógicas aplicadas colocam a crianças em conflito, estimulando-as e
desinibindo o seu interesse em aprender.
Portanto, a leitura não é apenas um meio de decifrar, silabar e oralizar
palavras, mas deve sim ser uma forma de desenvolver seu hábito, transformando as
crianças em leitores assíduas, que gostam e saibam ler, pois o aprendizado não é
rígido através de imposições.
A concorrer para essa meta, é fundamental que se estabeleça objetivos as
práticas de leitura em todos os níveis escolares.
O professor, como mediador deve propiciar atividades práticas que se
fundamentem nessa lógica, criando diferentes momentos de leituras alicerçadas,
estratégias capazes de promover diferentes graus de letramento.
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Além disso, todo momento, o professor deve deixar claro que ler é um
exercício muito amplo e pode tornar os indivíduos mais justos e solidários.
Gostar de ler resulta da prática de leitura, pelo contato que se tem com os
livros e pelo estímulo que é oferecido aos alunos. A sala de aula deve ser o
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O docente deve trabalhar com textos do contexto real dos alunos, para daí
sim, iniciar a leitura de forma prazerosa e criativa, contando juntamente com os
demais professores, pois a leitura está presente em todas as matérias.
Há estudos sobre as dificuldades que envolvem a leitura, desde os problemas
sobre não leitores, até as dificuldades dos que só decifram os códigos e não
desenvolvem a compreensão.
Para a real compreensão do que é lido, ou seja, o entendimento do
significado, da mensagem passada, pode-se seguir os princípios sugeridos por
Silva, quando explica alguns identificadores considerados importantes para a língua:
conhecimento das palavras, raciocínio na leitura (inclusive capacidade para interagir
e fazer relações e ainda arriscar proposições), capaz de identificar a mensagem
principal do texto.
Silva (1998, p. 36) “enfatiza a importância da reflexão durante o ato de ler,
considerando este um fenômeno ou uma experiência ligada ao inconsciente. ”
Portanto, pode-se sintetizar a ideia do autor que a reflexão através da leitura
dará origem a uma tomada de posição do leitor, levando-o a refletir sobre seu ato de
existir, ajudando-o na busca da verdade e fazendo-o participar da renovação cultural
que é fator inerente ao desenvolvimento do ser humano.
É de grande importância fazer da escola um ambiente que incentive os alunos
à prática da leitura, de métodos que auxiliem o objetivo de se fazer alunos/leitores e
críticos, contando com a participação dos professores das diversas disciplinas, já
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que a leitura está presente em todas as áreas. Fazendo a escola como ambiente de
leitores e também de seres pesquisadores, segundo Lerner:
CONCLUSÂO
REFERÊNCIAS
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BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fada. São Paulo. Editora Paz e
terra S/A, 1980.
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Editora Moderna Ltda, 2000.
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Janeiro: Paz e Terra, 1982.
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______, Ângela, O impacto da leitura para o aprendiz adulto. Revista Pátio, 2005
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VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. Trad. José Cipolla Neto et alii. São
Paulo, Livraria Martins Fontes, 1984.