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Psicanálise a antropologia: aproximação e/ou distanciamento

Vitor Brito de Almeida1

A antropologia e a psicanálise têm em comum o lugar que ocupam no campo das


ciências humanas. As duas em sua intencionalidade deixam em suspenso qualquer prestensão
de desvendar o Homem e, ao contrário, move seu esforço para as margens do monumento
civilizatório para “deixar aparecer” o que, ao se revelar, se esconde. Como sugere as
investigações da psicanálise sobre o inconsciente, a etnografia também suspira uma fineza.

Em que consistiria, portanto, a diferença entre antropologia e psicanálise? Essa


semelhança de “fineza” se coloca em quais termos, e até que ponto e densidade? Será que o
distancimento se deve apenas a uma abordagem micro-macro? Talvez não seja bem assim.

Durante um certo tempo de minha formação, acreditei que a qualidade da diferença


entre as duas áreas fossem puramente de alcance: a antropologia englobaria os níveis mais
macro da composição das coletividades humanas e a psicanálise trataria dos níveis mais
subjetivos da cultura. Ainda não sei se posso descartar totalmente esta hipótese, mas entendo
que não seja uma afirmação tão satisfatória.

Neste ensaio proporei alguns breves apontamentos a respeito da simetria entre


antropologia e psicanálise, tendo como ponto de partida a questão da leitura que cada uma
engendra e os problemas a ela atrelados. Entende-se por leitura a análise, a dinâmica
intersubjetiva, a extrapolação da objetividade a partir do reconhecimento da linguagem como
ficção. Além da leitura proponho também a questão da posição, referirindo-me às
singlularidades das duas áreas, os lugares que cada uma ocupa e os vetores pelo qual se
direcionam em “sentido-para”. Para discutir a leitura identifico o contexto de análise clínica
proposta por Lacan, da explicitação do desejo, o desejo do analista, e o reconhecimento de uma
estrutura do inconsciente a partir dos significantes; o contexto da pesquisa de campo e produção
da etnografia e o princípio da alteridade como produto da cultura e, ao mesmo tempo, como

1
Graduando do curso de Licenciatura em Ciências Sociais, 2014.1 (UFPI)
aquilo que possibilita a construção do conhecimento antropológico/etnográfico. Me deterei
mais à leitura do que à posição.

A antropologia se coloca em relação à linguagem no ponto em que as significações


se entrelaçam capilarmente ou, como sugere Geertz a partir da inspiração de Weber, constituem
uma teia de significações (cultura). A leitura que a antropologia faz é situacional, a partir do
cotidiano daquele que fala e desse falante em relação ao outros (porém, relativamente, mesmos).
As relações são estabelecidas pelos próprios “nativos”. O “esquema analítico” se deixa ver por
detrás da rede.

A psicanálise, de forma particular, olha para esse sujeito sob uma outra perspectiva,
porém. não antagônica em relação à antropologia. Ela faz o movimento da singularidade das
significações feitas pelo sujeito, na substituição de um objeto por outro, na dinâmica do desejo.
Sua leitura é necessariamente no rumo do extranormativo – entendimento de que os “objetos
da cultura’ são significados de forma múltipla e singular. O analista em relação ao analisando
deve deixá-lo falar, e a própria fala indicaria as estruturas do inconsciente. Este sujeito da
psicanálise se move por diferentes níveis de significância.

Sobre a questão da posição, ela não se amputa do que propus sobre leitura. A
posição que cada uma ocupa tem a ver com o processo histórico no qual se inserem e as lacunas
epistemológicas a que se propõem problematizar. Focault aponta as duas numa relação de
vetores perpendiculares. Isso implicaria, a partir das tradições, problematizações de qualidades
simétricas, no sentido de “dissolução do homem” ou “contra-ciência”. Porém, ao mesmo tempo,
níveis diferentes de localização. A psicanálise tem a casa simbólica e a clínica como habitat. A
antropologia tem o território, do “cultivo”, das representações como olhar privilegiado.

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