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INTRODUÇÃO À PSICANÁLISE:
Teoria e técnica
MÓDULO II
MÓDULO II
II – A Pulsão ou Impulso
Instinto
É um esquema de comportamento característico de
uma espécie animal, que varia muito pouco de um
sujeito para o outro. É transmitido geneticamente e
parece atender a uma finalidade.
Pulsão ou Impulso
Catexia
É a quantidade de energia psíquica que se dirige ou se
liga à representação mental de uma pessoa oucoisa.
Isso quer dizer que o impulso e sua energia são considerados como fenômenos
intrapsíquicos. Aquilo que é catexizado são as diversas lembranças, pensamentos e
fantasias do objeto, que compreendem o que chamamos representações mentais ou
psíquicas.
Podemos ilustrar nossa definição de catexia, por meio do exemplo, da criança
pequena cuja mãe, assim como é esperado, é a principal fonte de gratificação. Com
isso, queremos dizer que a mãe é um objeto altamente catexizado.
O aluno deve compreender que as fases a serem descritas não são tão distintas
uma da outra quanto nossa apresentação esquemática pode transparecer. Na realidade,
cada fase se confunde com a seguinte e as duas se superpõem, de modo que a
transição de uma para a outra é muito gradual. Pela mesma razão, os períodos
assinalados como duração de cada fase devem ser entendidos como muito próximos.
Fase oral – Nos primeiros meses de vida, o bebê experimenta fome e frustração
na ausência do seio e a descarga que satisfaz a necessidade de tensão quando o seio
está presente. Tensão e fome forçam o reconhecimento e a aceitação de pessoas no
mundo externo. Segundo Freud, então, a primeira percepção psicológica de um objeto
surge da intensa necessidade fisiológica de uma experiência familiar que proporciona
gratificação e alivia a tensão.
A resposta da mãe à criança é decisiva para lançar as fundações para a base
mais rudimentar e essencial do desenvolvimento posterior de relações de
objetoeacapacidadeparaingressarnomundodossereshumanos.Elasetornao
primeiro objeto de amor para o bebê, no sentido em que é reconhecida como fonte da
gratificação da fome e a provedora do prazer erótico que o bebê obtém a partir do sugar.
Se um relacionamento confiável e afetuoso foi estabelecido entre mãe e filho
durante os primeiros meses de vida, o palco está preparado para o desenvolvimento de
relacionamentos confiáveis e afetuosos com outras pessoas ao longo da vida.
Ao contrário, quando o vínculo inicial mãe-bebê e a experiência de alimentação
são perturbados, está estabelecida a base para problemas subsequentes na área de
relações de objeto. Se a mãe não está disponível durante a fase inicial de sucção do
estágio oral, a frustração pode ser tão intensa que o bebê cresce com desejos intensos
de ser alimentado e cuidado poroutros.
Se a fixação ocorre durante a fase de morder do estágio oral, por exemplo, a
criança pode ser atormentada por tendências agressivas orais ao longo da vida. Estes
impulsos podem ser manifestados em um apetite voraz ou uma tendência a fazer
comentários mordazes sobre os outros, os quais são destrutivos para os
relacionamentos.
Fase anal
Fase Uretral
Embora Freud não discutisse o estágio psicossexual uretral
em profundidade, alguns clínicos pensam que ele apresenta relevância
particular para questões de desempenho e controle. O estágio uretral é
geralmente visto como transitório entre os estágios anal efálico.
Fase Fálica
Por volta dos três anos, a criança entra no estágio fálico, no
qual o pênis ou o clitóris é a zona erógena principal. O estágio fálico do
desenvolvimento psicossexual anuncia a chegada do nível edípico do
desenvolvimento, no qual os relacionamentos tornam-se mais
complicados do que no passado. A ênfase passa para relacionamentos
triangulares ao invés de diádicos.
O estágio fálico é também caracterizado por maior tolerância de ambivalência e
a habilidade de suportar frustração na ausência de objetos significativos devido à
capacidade de manter uma representação interna do objeto ausente.
Outro grande contraste entre os estágios psicossexuais pré-genitais do
desenvolvimento e o estágio fálico é a natureza da atividade libidinal da criança. Nos
estágios: oral e anal, tais atividades são, em sua maior parte, autoeróticos, no sentido de
que os impulsos sexuais da criança são voltados na direção do seu própriocorpo.
Na fase fálica o prazer é ainda obtido no próprio corpo, mas este período de
desenvolvimento é também caracterizado pela tarefa fundamental de encontrar
umobjeto de amor que estabelecerá padrões posteriores de escolha de objeto na
vidaadulta.
As fases - oral e anal são geralmente chamadas de pré-genitais ou pré- fálicas.
A fase fálica penetra na organização sexual adulta da puberdade. Essa fase adulta é
conhecida como fase genital.
Fase genital
A teoria da energia psíquica nos fornece uma explicação do que acontece nessas
modificações. Presumimos que a libido que catexizou o objeto ou a modalidade de
gratificação da fase anterior se desprende dele gradualmente a catexiza, em seu lugar, o
objeto ou modalidade de gratificação da fase seguinte.
Assim, a libido que primeiramente catexizou o seio, ou, para ser mais precisa, a
representação psíquica do seio, catexiza depois as fezes, e ainda mais tarde o pênis.
Podemos dizer então, que há um fluxo da libido de objeto para objeto e de uma fase de
gratificação para outra, durante o curso do desenvolvimento psicossexual, fluxo que
segue um curso que é provavelmente determinado geneticamente em forma ampla, mas
que pode variar consideravelmente de pessoa para pessoa.
Temos razões para acreditar, no entanto, que nenhuma catexia libidinal seja
abandonada. A maior parte da libido pode fluir para outros objetos, mas certa quantidade,
pelo menos, permanece normalmente ligada ao objeto original. A esse fenômeno, isto é,
à persistência de catexia libidinal de um objeto de tenra infância ou meninice na vida
posterior, denomina-se “fixação” da libido.
Por exemplo, um menino pode permanecer fixado em sua mãe e desse modo ser
incapaz, na vida adulta, de transferir suas afeições a outra mulher, como deveria
normalmente ser capaz de fazer. Além disso, a palavra “fixação” pode se referir a um
modo de gratificação. Assim, falamos de pessoas que estão fixadas às modalidades de
gratificação oral ouanal.
A regressão se relaciona com a fixação, uma vez que de fato, quando sucede a
regressão, geralmente ela se faz para um objeto ou fase do desenvolvimento ao qual o
sujeito já se fixara. Se um novo prazer se mostra insatisfatório e é abandonado, o sujeito
tende naturalmente a retornar aquele que já foi experimentado eaceito.
Logo retornará depois do nascimento deste, nesse caso, o objeto mais primitivo
de gratificação libidinal para o qual a criança regrediu foi o polegar, enquanto que a fase
mais remota foi à sucção.