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Marly Rodrigues Imagens do passado

Aberto o processo de tombamento, o Condephaat procurou em favor da construção de um simulacro desenraizado do passa-
embargar as obras já iniciadas, o que provocou uma forte reação do paulistano mas diretamente relacionado à mentalidade ufanis-
da Sociedade Brasileira de Educação. Em contraposição às esca- ta e conservadora prevalecente na autoritária década de 1970, o
vações em desenvolvimento, o Conselho determinou a realização que mais uma vez enfatizou que a construção da memória se faz a
de um levantamento topográfico e de pesquisas arqueológicas que partir do presente.
possibilitasse a ampliação do conhecimento a respeito dos primei- Em contrapartida, foi com o apoio de entidades de preserva-
ros séculos de ocupação do planalto pelos portugueses. ção ambiental, imprensa e membros da sociedade civil que o Con-
Desenvolveu-se a partir daí uma disputa jurídica na qual o selho logrou preservar Morro Grande." no bairro de Caucaia do
Condephaat não contou com nenhum apoio político: suas deter- Alto, em Cotia, área florestal e de mananciais, embora isso contra-
minações foram desrespeitadas, as obras continuaram e, com elas, riasse enormes interesses econômicos, e do próprio governo do
a destruição dos documentos materiais existentes na área, em cla- Estado, que ali pretendia construir um aeroporto. Em maio de 1978,
ra demonstração de que a memória é uma questão de poder. A em meio ao desenvolvimento das discussões sobre Caucaia, es-
polêmica ganhara a imprensa, mas não a opinião pública, cuja pers- gotou-se a gestão do colegiado. Por pressão política, um novo
pectiva preservacionista não incluía a valorização dos sítios arqueo- conjunto de representantes seria empossado apenas em agosto e,
lógicos, o que manteve a discussão restrita a um grupo afeto às
embora em sua maioria permanecesse favorável à preservação da
lides do patrimônio.
área, o tombamento só seria decidido em 1980.
O Pátio do Colégio colocaria o Condephaat diante de novas
Outro caso, da Estação da Luz, exemplifica a vulnerabilidade
questões - como o valor dos documentos arqueológicos e a au- I
das ações preservacionistas diante de interesses manifestos em
tenticidade dos documentos-monumentos -, assuntos que, como I!
diferentes instâncias do poder público. Diante da ameaça de des- ,I
outros, não seriam efetivamente enfrentados. Entretanto, verificou-
truição daquele edifício, a Folha de SPaulo, em editorial, tomou a
se nesse caso a ampliação do universo teórico presente no posí-
defesa dos bens culturais em geral e, em especial, criticou o des-
cionamento oficial. Referindo-se a ele, Ulpiano Bezerra de Mene-
caso e a omissão do governo diante daquela importante referên-
ses86 afirmou que do ponto de vista teórico, o Pátio do Colégio
cia urbana; aparentemente, dizia o jornal, as autoridades haviam
ajudaria a definir certas orientações do órgão. Assim, a qualidade
tomado medidas que agrediam a integridade da Estação sem ou-
documental dos sítios arqueológicos passou a ser valorizada, bem
vir o Condephaat, tornando-o, assim, frágil e quase ínoperante."
como reconhecida a importância dos estudos geográficos na ava-
O tombamento foi, nesse caso, o instrumento adequado para
liação de determinados bens.
sustar a pretensão da Rede Ferroviária Federal de realizar na Esta-
Com o endosso das autoridades, o prefeito Olavo Setúbal e o
ção - edifício já protegido por lei municipal, pois incluído na 28-
governador Paulo Egydio Martins, um documento - que possibili-
200 - obras descaracterizadoras que não apenas adaptavam as ins- I'1
taria reconstruir as formas sociais de convivência e produção dos
primeiros séculos da cidade e, além disso, a reconstituição de um
87 Processo de Tombamento n.20.519/78, Centro de Documentação do Con-
espaço específico, a igreja jesuítica do século XVII - seria destruído
dephaat.
88 Folha deS.Paulo, 8.1.1977, in Processo de Tombamento n.20097/76, Centro de
86 Entrevista concedida 'I autora em 11.2.1992. Documentação do Condephaat.

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talações às necessidades da conexão ferrovias-metrô, mas criavam ciente do que a Estação representava para o patrimônio paulista - e
no interior da Estação, aproveitando o alto pé-direito, novos es- o Condephaat, "que não há de interferir com rigores injustificados" .91

paços destinados à exploração comercial. A estratégia de retirada aí implícita foi também utilizada pelo
A decisão de tombar a Estação da Luz mais uma vez colocou relator do processo, Cyro I. Correa de Oliveira Lyra, com base em
a questão da fragilidade do Condephaat diante de interesses di- outros argumentos, os do conhecimento arquitetônico e das ver-
versos - tanto mais poderosos quanto mais a cidadania não seja sões oficiais da história. O conselheiro, após reconhecer os atri-
exercida plenamente. O Condephaat sofreu pressões advindas de butos artísticos, arquitetônicos, históricos e paisagísticos do edifí-
setores contrários ao tombamento, que acabaram por provocar cio, acabava por atribuir-lhe expressão apenas regional.
constrangimentos entre os governos federal e estadual.
Peça indispensável do acervo cultural do Estado de São Paulo,
A Assembléia do Estado de São Paulo, em agosto de 1976,
a Estação não se vincula a fatos memoráveis da história brasileira e
enviara ao presidente da República, Gal. Ernesto Geisel, uma
nem é dotada de excepcional valor artístico, não possuindo portan-
moção'" na qual solicitava fosse encaminhado o tombamento do to aquelas qualidades que motivassem seu tombamento pelo
edifício pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacio- Patrimônio Histórico e Artístico Nacional."
nal, no que foi atendida. Esse órgão, porém, aceitaria as pressões
do Ministério dos Transportes que, em ofício enviado ao ministro O condicionamento da importância cultural à hierarquia dos
da Educação e Cultura, Ney Braga, apresentava os fatos e solicita- poderes públicos ou, se preferível, aos limites da história local ou
va que o processo de tombamento fosse sustado, pois o uso do regional - argumento largamente utilizado em situações de difícil
edifício não se coadunava com o de um monumento tornbado.?" solução - não foi apenas uma saída política, mas também revelou
A idéia de inadequação do uso ao status conferido pelo tom- que os critérios vigentes no órgão federal continuavam voltados à
bamento nascera da prática oficial de preservação que sacralizara construção de uma tradição nacional que, alcançando apenas o
como "senso comum" o uso cultural das edificações tombadas. século XVIII, rompia a própria concepção moderna de nação, uni-
Esse argumento tornava ainda mais delicada a situação do Iphan, dade que, tendo fronteiras culturais e territoriais definidas, possui
pois ia de encontro a um dos aspectos de sua ortodoxia. A posi- também uma continuidade temporal na qual o patrimônio tem o
ção final do órgão federal já fora sugerida em um dos primeiros papel de mediar as dimensões do tempo e estabelecer parte ela
informes constantes do processo de tombamento, no qual o chefe memória histórica. A Estação da Luz seria tombada pelo Condephaat
da Seção de Arte do Iphan observava que o "tombamento não em 1976, mas o secretário da Cultura homologaria a decisão elo
implica em coibir expansões e alterações compatíveis, desde que Conselho apenas em 1982, quando os ventos da abertura já sopra-
não afetem o caráter essencial da edificação" e acenava com a pos- vam fortes na política. Em março de 1979, a mudança de governo e
sibilidade de um acordo entre a Rede - uma vez que esta estava do Conselho Deliberativo do Condephaat resultou em mudanças
de orientação dos trabalhos do órgão. O corpo de conceitos que
89 Moção n.104, de autoria do deputado João Lázaro de Almeida Prado, aprova-
da em sessão de 17.8.1976, in Processo de Tombamento, n.20.097/76, p.14, 91 Informação 207, Processo n.944-T-76/Iphan, in Processo de Tombamento
Centro de Documentação do Condephaat. n.20.097/76, p.140, Centro de Documentação do Condephaat.
90 Aviso n.18/SG/DSI/MT, in Processo de Tombamento, n.20.097/76, p.137-8. 92 Processo de Tombamento n.20.097/76, p.147-8.

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até então parecia tender a consubstanciar-se em uma nova prática os "ciclos" econômicos - bandeirista, torna-viagem, açucareiro,
do Conselho - que, em alguns momentos, rompera o isolamento cafeeiro, primeira industrialização, crise do café, segunda indus-
que o caracterizava aproximando-o dos movimentos preservacio- trialização, desenvolvimentismo e pós-desenvolvimentisrno -
nistas da sociedade - foi sendo colocado em segundo plano. como referenciais para a classificação da produção arquitetônica
Tratava-se, tanto quanto possível, de agilizar as ações de pro- paulista." O trabalho seria aceito pelos conselheiros como contri-
• teção sem criar constrangimentos entre as esferas da administração buição, mas não como estabelecedor de critérios operacionais. Não
pública e de torná-Ias de domínio público, de modo a garantir obstante, em 1983, ele seria utilizado como base para a organiza-
dividendos políticos e eleitoeiros. ção da exposição que o Condephaat promoveu para divulgar sua
Ruy Ohtake, arquiteto escolhido para presidir o Conselho, atuação no Museu de Arte de São Paulo (MASP), por ocasião do tom-
contando com o apoio político do secretário da Cultura, Antonio bamento daquele edifício. Esse tombamento e o do edifício da PAU,
da Cunha Bueno, se empenharia em criar para o órgão uma ima- na Cidade Universitária, USP, projetos contemporâneos, comple-
gem pública de eficiência; para isso, lançaria mão de expedientes tariam a representação da História da Arquitetura brasileira no uni-
administrativos, como a transferência de funcionários de outros verso do patrimônio paulista.
órgãos públicos para o Conselho, a realização de convênios e a O Condephaat se orientaria pela busca de racionalidade e
divulgação do patrimônio por meio de filmes, exposições, cursos, eficiência, o que, em parte, explica a visão pragmática e tecnicista
seminários e publicações. Entre essas, foram editados Boletim, que de atuação então assumida pelo órgão e bem exemplificada no
divulgava as atividades cotidianas do Condephaat, Documentos, estudo de tombamento de Santana de Parnaíba.
focalizando bens tombados, além de, Cidades Históricas, série de O estudo de tombamento estabeleceu critérios gerais cuja
oito cartazes, e um volume de Monografias, publicação de caráter consideração conjunta, entendiam os técnicos, permitiria definir
técnico, dedicado a Santana de Parnaíba." todo e qualquer centro histórico: homogeneidade, isto é, a har-
Do ponto de vista dos conceitos, voltariam a predominar os monia entre as edificações e as relações espaciais; densidade, en-
de patrimônio histórico e de monumento histórico. Embora nas tendida como concentração de edificações de alto valor histórico-
referências o patrimônio aparecesse quase sempre classificado cultural; qualidade, expressando as características de formas,
como "cultural", sua valorização privilegiaria critérios arquitetônicos materiais e técnicas construtivas do acervo construído."
e da história oficial. Ohtake procuraria também instrumentalizar o
trabalho técnico. Nesse sentido, promoveu o inventário fotográfico 94 O trabalho de inventário foi coordenado pelo arquiteto Gustavo Neves da
de bens e um estudo de critérios de tombamento. Esse apontava Rocha; Júlio Katinsky, professor da FAU-USP, apresentou ao conselho o docu-
mento "Critérios de tombamento de bens arquitetônicos no Estado ele São
Paulo", que complementaria o inventário. Reunião de Conselho, Ata n.483,
93 Boletim teve 5 números, entre maio de 1979 e julho de 1980. Relatório de 9.9.1981, e n.484, de 16.9.1981, Centro de Documentação do Condephaat. O
Gestão, maio de 1979 - julho de 1980, v.J, Centro de Documentação do Con- mesmo texto, com o título "Critérios ele classificação de bens arquitetônicos do I,
dephaat. O Conselho, em colaboração com o Instituto dos Arquitetos do Bra- Estado de São Paulo", consta do Processo n.20.954/79, Seção ele Protocolo elo Il
sil, promoveu cursos e seminários para profissionais e estudantes de patrimônio. Condephaat.
Um deles, "Preservação de bens culturais: políticas e experiências", realizado 95 Trabalho coordenado por Rosa Castro, com consultoria ele Gustavo Neves ela
em agosto de 1980, contou com a participação de Pier Luigi Cervelatti, respon- Rocha, Sérgio Zaratin e Rui Granziera (São Paulo (Estado), 1982). Processo de
sável pela preservação da cidade de Bolonha. Tombamento n.2l.946/82, Centro de Documentação 'do Condephaat.

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J
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Analisava-se, assim, um cenário do passado desprovendo-o qual também participaram profissionais e estudantes de outras
da dinâmica cultural, das relações atuais entre ele e as pessoas especialidades. O Encontro tinha por objetivo definir uma política
que ali viviam. O estudo propunha a revitalização de Santana de de preservação de bens culturais a ser defendida pelos arquitetos e
Parnaíba por meio de um plano completo de intervenção urbana refletiu o clima reinante durante o processo de abertura política, no
cujos programas pretendiam orientar as medidas das autoridades qual segmentos organizados da sociedade procuravam defender
públicas locais, também no que se referia ao uso e ocupação do direitos e estabelecer canais que possibilitassem maior participa-
solo. Do ponto de vista turístico, propunha-se a dinamização das ção nas decisões de interesse público.
atividades socioeconômicas e culturais ali já desenvolvidas, e, no Considerando o patrimônio parte da memória da sociedade
que se refere à participação popular, previa-se a criação de um brasileira, os participantes criticaram a excessiva centralização das I
Conselho Comunitário. Visando agilizar o atendimento aos mora- decisões e dos instrumentos de preservação nas mãos do Estado,
dores quanto às normas estabelecidas para reformas, restaurações o que acabava por favorecer interesses políticos particulares e por
e novas construções no entorno da área tombada, o Condephaat alijar a população das decisões. I
instalou um escritório na cidade. Entre as propostas aprovadas no Arquímemóría" havia a de '" 'I
Essa iniciativa foi posterior às tramitações de tombamento criação de entidades civis de defesa do patrimônio, reconhecidas I
I

desenvolvidas sem a participação da população local e não logrou oficialmente. Outras reivindicações, como o direito dos residen-
"conscientízá-la" da importância da manutenção do que se acre- tes nos centros históricos aí continuarem a residir após estes te-
ditava ser sua herança cultural; o escritório do Condephaat pre- rem sido restaurados, a priorização do uso dos bens restaurados
tendia orientar as intervenções nos antigos edifícios mas as refor- para fins sociais, a adoção de instrumentos de preservação ativa-
mas e descaracterizações continuaram a acontecer à revelia das listagem, cadastramento, incentivos fiscais -, a discussão de crité-
autoridades, quadro que, repetindo-se em outras localidades rios de preservação tendo em vista as condições socioculturais do
tombadas, revelava mais a inadequação dos procedimentos país, em especial o crescimento das cidades, e a revisão da legis-
preservacionistas que a incompreensão atribuída às populações. lação pertinente realçavam a inadequação das práticas preservacío-
O Condephaat insistia em soluções técnicas que, por desco- nistas ao presente e mostravam que a memória começava a ser
nhecerem a rede imaginária na qual se sustentavam os significa- entendida como um fato social e um direito. Juntavam-se a essas
dos simbólicos dos bens, foram, muitas vezes, ineficazes. Além reivindicações outras, como a promoção de encontros interdisci-
disso, o conceito de patrimônio como representação do passado plinares, expressão do entendimento do patrimônio como objeto
circunscrita aos limites de testemunho estático mostrava-se ana- cuja complexidade ultrapassava os limites do conhecimento ar-
crônica mesmo entre o público, que começara a perceber o quitetõnico e urbanístico e da preservação como campo de atua-
patrimônio como elemento propiciador de uma melhor qualidade ção de diferentes especialidades das ciências humanas.
de vida. As conclusões do Encontro apontaram para o estabelecimen-
Essa perspectiva fora expressa nas discussões e conclusões to de novas formas de atuação, pelas quais o patrimônio pudesse
do I Encontro Nacional de Arquitetos sobre a Preservação de Bens
Culturais - Arquimemória, realizado em São Paulo, em 1981, do 96 jornal da Tarde, 28.7.198l. Texto aprovado na plenária final. Arquivo IAB-SP.

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ser usado como arma de resistência pelos cidadãos na luta em de- que alguns burocratas decidam elevar à condição de obra significa-
fesa do direito de morar ou de preservar os referenciais de memória tiva do patrimônio histórico uma propriedade para que ela tenha
contidos nas "pedras das cidades". Procurava-se politizar a fina- seu valor confiscado pelo governo.

lidade da ação preservacionista oficial de há muito orientada para


os campos pseudoneutros do passado e da técnica e vista por A defesa da supremacia do direito privado sobre o público
seus executores como missão que protegia indistintamente toda encontra forte argumento no desequilíbrio da situação resultante
1I
a sociedade. do tombamento, ato jurídico que impede o uso pleno da capaci-
A multiplicidade e diversidade de interesses inclusos na pala- dade construtiva e, portanto, do valor imobiliário, sem oferecer
I
I
vra sociedade, as contradições e a crise da ação preservacíonista nenhuma compensação ao proprietário dos bens tombados; além
vieram à tona de modo violento no episódio da Avenida Paulista. disso, a partir do ato oficial, o proprietário permanece o único res-
Alguns meses antes do término da administração Paulo Maluf no ponsável pela manutenção de um bem de interesse público, pois
I
governo do Estado, o secretário Cunha Bueno afastou-se da pas- não conta com nenhum incentivo do Estado.
II
ta, em razão de sua candidatura a um cargo eletivo, e foi substituí- É compreensível, portanto, que o tombamento seja defensá-
1
do por João Carlos Martins. vel apenas no plano cultural, o que o torna anacrônico e frágil, e
Durante sua gestão, o Condephaat pretendeu tombar imóveis que a preservação apareça diante de uma parcela da sociedade
remanescentes da ocupação da Avenida Paulista, marco urbanísti- como inimiga do presente e do progresso. A falsa oposição entre
co de reconhecida significação na história da capital, intenção que passado e progresso - em nome do qual, tomado difusamente
geraria um episódio, a destruição dos antigos casarões daquela via. como interesse de toda a sociedade, é justificada a destruição da
A idéia, ventilada por uma entrevista em que Ohtake afirmou memória - deita suas raízes nos limites da prática preservacionista
estarem as casas da Paulista incluídas no amplo levantamento
bens culturais que o Condephaat vinha realizando, levou os pro-
de
f que insiste em negar a lógica do sistema capitalista, o lucro, como
estratégia necessária à própria eficácia de sua finalidade. Nesse
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prietários dos imóveis - seis dos quais já haviam recebido a noti-
ficação de abertura de processo de tombamento - a iniciar demo-
lições antes mesmo da expedição dos respectivos alvarás pela
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!
I
1
sentido, a ação de proteger bens culturais desenvolvida pelo po-
der público assume feições, ao mesmo tempo, quixotescas e des-
truidoras, uma vez que abstrai o fato dos bens incluírem a quali-
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prefeitura. O tombamento nessa área altamente valorizada apre- I dade de mercadorias e, como tal, estarem submetidos às leis do
sentava-se como uma medida bastante delicada por contrariar in- mercado. Esse é mais um fator que coloca como desafio máximo
teresses imobiliários de monta. da ação preservacionista oficial a busca de uma prática que tradu-
As demolições tiveram forte repercussão junto à opinião pú- za as possibilidades de manutenção do passado no presente.
blica. Um artigo publicado em uma revista semanal?' ao mesmo
tempo desmoralizava as medidas de proteção aos bens culturais e
l
~
A maciça demolição, da noite para o dia, foi, de qualquer for-
ma, traumatizante. Transeuntes, atônitos diante da violência da
criticava rudemente a legislação por permitir destruição, concentraram-se nas calçadas e aplaudiram uma es-
pontânea manifestação de protesto que, realizada diante dos des-
97 "O grande desastre", Veja, 30.6.1982. troços de um dos casarões, se iniciou indagando:

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r~J.

Marly Rodrigues Imagens da passado

Que povo será este


sem memória?
Que povo será este
se destroem sua história?
Que homem é este que anula
o trabalho e a vida
de um outro tempo
de um outro homem?"

Além de ampla cobertura do caso Paulista, a imprensa publi-


cou inúmeras opiniões de profissionais criticando a atuação da Se-
cretaria de Cultura, do Condephaat e o instituto jurídico do tom-
bamento, sugerindo que em seu lugar fosse adotada a listagem e
estabelecidos incentivos fiscais e isenções tributárias e, até mes-
mo, a indenização ao proprietário de bens tombados de forma a
estimular a preservação. Modesto Carvalhosa" considerou que "o
desastre cultural ocorrido na Avenida Paulista foi fruto da dema-
gogia cultural da Secretaria de Cultura", que objetivava finalida-
des propagandísticas. Fábio Magalhães, então diretor da Pinaco-
teca, apontou a "neurose de tombamentos" que assolara São Paulo
e a convicção de que

não se perpetua a memória cultural de um país através de decretos


ou atos administrativos, mas sim com a conscientização da popula-
ção que passará a conservar os imóveis mais signlficativos.'?"

Por sua vez, João Carlos Martins manifestou publicamente


intenções de "reestruturar a filosofia de trabalho do Condephaat'"?'
- para torná-Ia mais atuante e creditado junto à comunidade e a
entidades profissionais de arquitetos - e também de fazer uma
revisão da legislação, tarefa com a qual se propuseram a colabo-

98 Versos de Neuza Cardoso. Folha de S.Paulo, 24.6.1982.


99 Folha de SPaulo, 24.6.1982.
100 Ibidem.
101 Ibidem. Atendendo à solicitação do secretário, Rui Ohtake lhe entrega uma
minuta de revisão da Legislação de Tombamento que não chegou a ser apre-
Residência n.1.079 da Avenida Paulista, demolida em 1983. Foto Hugo Segawa, ciada pela Procuradoria do Estado, Processo n.22.300/82, Seção de Protoco-
1983. Acervo Condephaat. lo, Condephaat.

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l'"~~'"

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II1
í
rar Modesto Carvalhosa e Benedito Lima de Toledo. Na carta ao se no "solo criado", nele considerando o "direito intrínseco" do I1

secretário em que comunicavam essa decisão, eles criticavam a proprietário - construir para fins residenciais, obedecidas as res-
displicência do governo em relação às "sugestões feitas pela so- trições da legislação municipal, uma área no máximo igual à do
lote - e o "direito complementar", isto é, o direito de construir uma
ciedade civil, a fim de buscar mecanismos para a preservação do
área determinada que pode ser desloca da para outro terreno, o
patrimônio histórico" e afirmavam ser sua intenção propor
que permitiria transações comerciais entre particulares e entre estes
a representação efetiva da sociedade civil nos órgãos administrati- e o poder municipal, pela desapropriação, possibilidade que lili
vos e consultivos ligados à preservação cultural, representantes es- ensejaria um estoque de solo urbano para fins públicos.'?' I,

ses que deverão ser eleitos e indicados pelas entidades ligadas ao No episódio da Paulista, mais uma vez, ficou evidenciado que li
interesse cornunitário.!" não faltavam propostas para a formulação de uma política
preservacionista, mas sim a vontade política de tratar o passado
I
As linhas gerais da proposta de Carvalhos a e Lima de Toledo
-alteração das normas tributárias, instituição da listagem e do "solo
como parte integrante do presente, objeto cujo poder de materia-
lizar a memória e referenciar a construção de identidades guarda
li,!
11
criado" - assemelhavam-se às apresentadas por Jorge Wilheim, grande potencial político. A legislação e a estrutura do Condephaat Ir
I
profissional de larga experiência na área de planejamento urbano permaneceram inalteradas enquanto cresceram as dificuldades de
li
e ex-secretário da Economia e Planejamento do Estado de São preservação das representações materiais da cultura, parte da qual
Paulo, no período em que a Emplasa desenvolveu estudo sobre parece fadada ao desaparecimento enquanto o Estado, peça de fun-
patrimônio ambiental urbano e sobre "solo criado". damental importância para sua conservação, não for permeável aos
Wilheim começava por considerar que a preservação de bens ventos arejantes do exercício crescente da cidadania e da raciona-
culturais não era "mero respeito por coisas do passado", mas "um lização administrativa, elementos essenciais para a elaboração de
cuidado em melhorar as condições de vida do futuro, dando a estas uma política de preservação, e os profissionais do patrimônio não
um significado mais denso e seguro". Em seu entender, tendo em se perceberem enquanto profissionais da memória.
vista a preservação, os bens culturais podiam ser classificados em No plano interno, a destruição dos casarões recolocou as dis-
três categorias: os de valor histórico, os de valor estético-cultural cussões de ordem conceitual, mas, sobretudo, as de ordem legislativa,
e os de valores de referência. e criou sério constrangimento entre o secretário da Cultura e o
A listagem dos primeiros caberia ao Condephaat após o esta- Conselho Deliberativo do Condephaat, que, depois de uma crise
belecimento de critérios em conjunto com outras entidades go- de três meses, apresentou a demissão coletiva em setembro de 1982.
vernamentais; os bens de referência seriam apontados pela popu- Após longas negociações envolvendo proprietários, empre-
lação mobilizada em associações de moradores, ou mesmo sários e poder público, o Condephaat realizaria uma experiência
individualmente, e o mecanismo de sua proteção deveria basear- inédita ao autorizar a construção de uma moderna torre comercial
na parte posterior do terreno de um dos casarões remanescentes
102 Folha de SPaulo, 26.6.1982. Nessa oportunidade, Benedito Lima de Toledo e
Modesto Carvalhosa elaboraram uma minuta de lei municipal de preserva-
ção elo patrimônio cultural e ambiental ele São Paulo, na qual estabeleciam 103 Wilheim, J. De como preservar casarões. Folha de SPaulo, 3.7.1982. O artigo
procedimentos como listagem, elireito de uso do solo, incentivo e sanções. O baseia-se nas propostas contidas no livro elo mesmo autor, Projeto São Paulo
trabalho foi anexado ao Processo n.22.300/82, Seção de Protocolo, Conelephaat. - Propostas para a melhoria ela viela urbana.

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E ;;j da Paulista, o de no 37,104 antiga residência de Ernesto Dias Cas-


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QJ tro, construída em estilo renaissance francês no ano de 1935, se-
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go casarão continua a ser visto pelos que por ela transitam como
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de um tempo ideal, para o qual se dirige a nostalgia.
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gistrada em uma pintura mural realizada na empena de um edi-
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:9c: fício situado na Praça Oswaldo Cruz, na qual fundem-se tempos,
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QJ E como representação do tempo coletivo, simbólico, o tempo da
~ ~ memória, fora de qualquer possibilidade de medida cronológi-
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o o, ca. Na parede, o presente é a cortina de vidro azul, ainda em
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< '6 104 Processo de Tombamento n.22104/82, tombada em 1985.

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recriação da paisagem anterior à destruição dos casarões, na qual


se destaca a Casa das Rosas.!"

Tempos de abertura, de 1982 a 1987

o retorno das eleições diretas para o governo do Estado possi-


bilitou o retorno das oposições democráticas aos quadros da ad-
ministração pública, à qual pretendiam imprimir nova dinâmica.
Antonio Augusto Arantes, presidente do Condephaat entre
março de 1983 e outubro de 1984, expressou posteriormente o
clima então vivido:

Eu achava que, como intelectual, tinha que ajudar a dar maior


seriedade aos serviços públicos e usar o capital que havia sido acumu-
lado pelo regime militar, socializar esse capital, equipamentos, acer-
vo de conhecimentos e, se possível, trabalhar no sentido da mudança
de relação entre a sociedade e o Estado.P"

A abertura pretendida envolvia definir mais precisamente o


alcance das ações patrimonialistas. Envolvia também o recriar de
maneiras de convivência e trabalho que possibilitassem ampliar
a participação dos técnicos no cotidiano do Conselho e influir
significativamente na qualidade das decisões técnicas e da orga-
nização do Serviço Técnico de Conservação e Restauro (STCR).
"ir
Por fim, impunha a aproximação entre o Condephaat e a socie- ,..1
dade.
Algumas medidas não previstas na ordem legal que regia o
Conselho pretenderam romper, ao menos temporariamente, os
estreitos limites de sua atuação. Por exemplo, durante a gestão
Aziz Ab'Sáber, de outubro de 1982 a março de 1983, foram nornea-

105 O tema foi escolhido pelos condôminos do edifício, entre outros apresenta-
A representação da antiga avenida sobre lima moderna cortina de vidro, de autoria dos pelo pintor Hughes Christian Desmazieres, por que "mostrava a Paulista
de Hughes C. Desmazieres, procura estabelecer uma continuidade entre o passado de antes" (Rodrigues, 1996. p.20l).
e o presente da Paulista. Foto Marly Rodrigues, 1996. 106 Entrevista concedida à autora em 6.7.1992.

120 121
~"
Marly Rodrigues Imagens do passado

dos "conselhos comunítáríos+" em cidades históricas nas quais o mente considerados compatíveis com a aura de excepcionalidade
Condephaat vinha desenvolvendo trabalhos. Sua função era discutir criada em torno de bens quando de seu tombamento.
os problemas da preservação local com a comunidade, propor so- Estudando o processo!" que tramitava pelo Condephaat, Flá-
luções em conjunto com o Conselho e ampliar a base de apoio às vio Império classificou a interpretação de cultura que norteara o
ações oficiais. Foi também nomeado um "Grupo de Apoio",lU8com- projeto de "altamente folclórica" e "alienada", porque considera-
posto por profissionais altamente especializados, para assessorar va apenas a antiga ocupação do bairro pelos italianos, desconhe-
os conselheiros na resolução de problemas específicos. cendo a dinâmica posterior, marcada por elementos portadores
Das observações de um de seus membros, Flávio Império, de outras experiências culturais, pertencentes a camadas recém-
desenvolveu-se no Conselho"? uma discussão que, nesse perío- urbanizadas, cujas atividades de trabalho dependiam da proximi-
do marcado pela ânsia de democratizar o poder público, refletiu dade com o centro da cidade e dos baixos aluguéis oferecidos pela
sensível mudança de entendimento da ação preservacionista. Tra- transformação de residências unifamiliares em multifamiliares. Além
tava-se do tombamento e restauração da Vila Itororó, conjunto de outras, referentes a influências do entorno na manutenção das
residencial construído durante a década de 1920, na Bela Vista, condições de habitabilidade das antigas edificações, as observa-
em São Paulo. ções de Império suscitaram discussões sobre as limitações ao uso
A Vila, então já habitada por população de baixa renda, esta- do direito de propriedade impostas pelo tombamento e os efeitos
va bastante deteriorada - embora seus aspectos peculiares, decor- sociais das intervenções preservacionistas sobre as populações
rentes do empirismo e da rica imaginação de seu antigo construtor carentes.
e proprietário, se mantivessem - e fora objeto de um projeto de Dessa forma, Império invertia o sentido em geral impresso às
restauração de autoria dos arquitetos Décio Tozzi e Benedito Lima análises dos patrimonialistas e chamaria a atenção para a dinâmi-
de Toledo. A proposta desses experientes profissionais era ocupar ca social e para a historicidade dos objetos culturais. Em sua coloca-
o conjunto com restaurantes, pizzarias, belvederes e ateliês de ar- ção estão implícitas as idéias de que a preservação não envolve
tistas, o que implicava desalojar os moradores, atitude justifica da apenas a consideração do passado, mas, sobretudo, a do presente;
pelo argumento de serem esses usos, cultural e de lazer, tradicional- que o tombamento não autoriza apropriações apenas para uso
cultural; que o patrimônio tem um papel social mais amplo do que
107 Das comissões criadas em Bananal, a regional cio Vale cio Paraíba e a regional representar o passado.
cio Litoral, apenas a primeira funcionou. Na gestão de A. A. Arantes, na O impacto social do tombamento merecera anteriormente uma
reunião de 5.12.1983, o Conselho definiu com maior precisão o perfil dessas observação de Ab'Sáber, o que reforça a idéia de que se processa-
comissões, de modo a subsidiar sua institucionalização. Processo n.22.449/
vam mudanças de ponto de vista quanto à utilização desse institu-
83, Seção de Protocolo do Condephaat.
108 Do "Grupo de apoio" participaram Antonio Augusto Arantes, Paulo Affonso to jurídico:
Leme Machado, Helmut Troppmair, Miguel juliano e Silva, Flávio Império,
José Sebastião Witter, Mauro Vitor e Ernani Silva Bruno. Processo n.22.373/ Tombar por tombar não é atitude nem moral nem socialmente
82, Seção de Protocolo do Condephaat; Reunião de Conselho, Ata no 523, defensável. O tombamento deve ser feito com vistas à restauração
9.11.1982, Centro de Documentação do Condephaat.
109 Reunião de Conselho, Ata n.531, 7.12.1982, Centro de Documentação cio
Condephaat. 110 Guichê n.00019/81; Processo n.22.372/82.

122 123
Marly Rodrigues
Imagens do passado
1

da obra e visando à melhoria das condições de vida dos grupos hu-


os problemas de ordenação do espaço do passado com a ordena-
manos que a habitam.'!'
ção do espaço do presente", 113 o que vale dizer que a preservação
Não se tratava de considerar apenas o reconhecimento oficial, é uma das formas de se manter os elos entre os tempos que com- ~
mas o custo social do ato de proteção oficial, o que remetia à dis- põem a memória da sociedade.
cussão de questões como a da adequação do instituto jurídico do A discussão sobre a Vila Itororó, pela própria composição do
tombamento, a do uso do patrimônio para a revitalízação de áreas Conselho, orientava-se por uma concepção de cultura diversa das
(ÍJ
urbanas e a da importância das múltiplas memórias integrantes da que anteriormente haviam prevalecido. Vista como criação coti- )
,l'
cultura urbana. diana atinente a um espaço determinado, a cultura se tornava parte 1',.}'
Os efeitos da utilização adequada de bens culturais era uma integrante do presente, objeto da ação preservacionista, elemento
das discussões do momento, quase sempre exemplificada pelo constitutivo da qualidade de vida e campo de expressão das con-
projeto de autoria de Lina Bo Bardi, recém-implantado pelo Ser- tradições sociais, no qual estava colocada a memória social, ainda
viço Social do Comércio (SESC),no bairro da Pompéia, que rapida- que como conceito difusamente delineado.
mente se tornara uma referência na cidade e estabelecera uma Essa concepção retomava as discussões sobre a preservação
nova dinâmica nas proximidades de um antigo espaço fabril, do meio ambiente iniciadas na década anterior e, juntamente com
adaptando-o para um centro de convivência no qual se desenvol- a crescente preocupação da sociedade com as condições arnbien-
viam múltiplas atividades de cultura e le para diferentes estra- tais, orientaram mais tarde a extensão das ações preservacionistas
tos da população.
para grandes áreas urbanas, como os bairros]ardins, em São Paulo,
Segundo Flávio Império, após essa experiência, "não dá mais
e reforçaram outras já iniciadas para áreas naturais de porte, como
para a gente se perder em devaneios de pequeno-burgueses que
a Serra do Mar e a da Iuréia.!" Do mesmo modo, embora restrita a
não levam a nada";112isto é, não era possível admitir-se o esta-
menções nos trabalhos técnicos, essa concepção abria espaço para
belecimento de usos voltados ao consumo das camadas médias
a consideração do universo da "cultura popular" como um dos
urbanas sempre dispostas à fruição do "típico" produzido, com
lugares de expressão de memória.
altos custos sociais, em razão de um mercado consumidor; tam-
A partir de 1975, a "cultura popular" foi incluída na redefiní-
bém já não se aceitava sem críticas a destinação dos bens tomba-
ção que se processava nas diretrizes da política de patrimônio do
dos estabelecida pela ortodoxia preservacionista, quase sempre
voltada a ressaltar suas características excepcionais, pelos usos cul-
turais destacados e valorizados de um ponto de vista elitista. 113 Reunião de Conselho, Ata n.531, 7.12.1982, Centro de Documentação do
Condephaat.
A necessidade de impedir a criação de "um campo artificial",
114 O tombamento da Serra do Mar foi proposto em 1977; o Conselho decidiu
de uma "redoma de valores culturais para o quadro do cotidiano"
favoravelmente pelo seu tombamento em 1982, mas apenas em 1985 ele se-
foi mencionada pelo conselheiro Ulpiano Bezerra de Meneses, e ria homologado pelo secretário da Cultura, após estudos de delimitação da
também por Ab'Sáber, ao considerar que ao Conselho cabia "cruzar área tombada, realizados por uma equipe mista de representantes do Conse-
lho Estadual de Meio Ambiente e do Condephaat, liderados pelo Prof. Augusto
111 Entrevista sobre a Vila ltororó. Folha deS.Paulo, 21.11.1982. Humberto Vario Titarelli, vice-presidente do Condephaat. O processo de tom-
112 Reunião de Conselho, Ata n.531, 7.12.1982, Centro de Documentação do bamento do Maciço da Juréia e Rio Verde, n.0306, foi aberto em 1973. O
Condephaat. tombamento foi homologado pelo secretário da Cultura em 1979.

124
125
Marly Rodrigues Imagens do passado

governo federal; o Centro Nacional de Referência Cultural (CNRC)


procurou mapear e qualificar os indicadores da cultura brasileira
'õl
de modo a torná-Ias matéria-prima dos desenhos de produtos in-
'"o.
.c dustriais. Ao ser incorporado pela Fundação Nacional Pró-Memó-
~c ria, em 1979, o CNRC, segundo Miceli.!" já havia contribuído para
o
u acelerar as mudanças no que se refere à doutrina e à renovação
~
Q)
de lideranças do setor de proteção ao patrimônio.
-<u De um modo geral, a ortodoxia preservacionista fragilizara-
"Ci
vi se, não obstante ainda presente no Condephaat, ao lado de outras
o
posturas, parte das quais renovavam as reflexões sobre os critérios
~
o de valorização de bens culturais. Um exemplo é esclarecedor. Em
-o
Q)
>
Q)
parecer datado de 1982 sobre o Mercado Municipal de Campínas,"?
N
< Antonio Augusto Arantes, então assessor do Conselho, utilizou
Q)
-o
como argumento favorável ao tombamento o papel desse bem na
(3
~ dinâmica cultural da cidade; tratava-se de um ponto de encontro

ª
Q
'9·C
u
de todas as camadas sociais, de desenvolvimento
cas comerciais e de formas de sociabilidade.
de certas práti-

. (
I'
,I'!
'"
Q) A organização do trabalho interno também refletiu a disposi-
-oo /(9 lí
ção de renovar, manifesta no Conselho. Os técnicos passaram a
9
Q)
atuar em equipes de trabalho compostas por profissionais repre- r"
'2
o. sentantes de cada área de saber, presentes no STCR; em seu interior,
u5
o
o-. as discussões e o confronto de opiniões foram rompendo a rigi- . ~:\
....•
~ dez dos conhecimentos específicos e abrindo o entendimento da
o
.es
(.Jo
complexidade dos objetos de trabalho cujos desafios tenderam a
2 ser enfrentados interdisciplinarmente.
~
8 Tendo acesso às sessões do Conselho, as opiniões dos técni-
",-
es cos ganharam peso nas decisões, o que os impulsionava a aprofun-
c
a dar e especializar seus conhecimentos. Referindo-se a esse aspec-
E
'"
u
Q)
to, Arantes ressaltou que durante sua gestão a relação com o corpo
-o
C;;
técnico fora colocada desde o princípio "no plano das competên-
o.
'o cias intelectuais", uma vez que o perfil do STCR permitia "estabelecer
2;::l
~
o 115 Miceli, 1984, p.79.
-o
116 Processo de Tombamento n.22.362/82, Centro de Documentação do Conde-
ê phaat.
~

126 127
I~

Marly Rodrigues Imagens do passado

o fluxo de idéias e debates" que construíram a "respeitabilidade do Nesse quadro, o impacto das idéias veiculadas durante o Semi-
nário Cultura, Patrimônio e Preservação foi comparável ao pro-
/
objeto específico, da maneira específica de se tratar esse objeto". 117
vocado anos antes por aquelas expressas por Varine-Bohan. A
I~/
O aperfeiçoamento do pessoal técnico teve grande impulso
/ quando da realização do Seminário Cultura, Patrimônio e Preserva- incorporação de memória entre os conceitos norteadores das ações ~:/}
\/
·/I
I
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I
i
çãO,118em meados de 1983, com o objetivo de fomentar a discussão. .preservacionistas faria surgir propostas de trabalho até então inédi-
\~:.<[, e a troca de experiência entre os estudiosos e profissionais de diver- tas no Condephaat.
sas especialidades e os técnicos. As discussões desenvolvidas re- A disposição dos técnicos ia ao encontro da disposição reno-
sultaram na ampliação do entendimento sobre a importância de vadora da presidência do Conselho, favorecendo o desenvolvimen-
diversos aspectos envolvidos nas mais recentes posturas interna- to de algumas experiências que mostraram a necessidade de revi-
cionais sobre o patrimônio, marcando no STCRa superação, do são das práticas preservacionistas oficiais, cada vez mais distantes
ponto de vista intelectual, da história da arquitetura como refe- das questões suscitadas pela dinâmica da sociedade.
rência básica para a seleção do acervo tombado. A meta privilegiada por Arantes foi a aproximação entre o
Tomando contato com o pensamento de Walter Benjamin e Condephaat e a sociedade. Para tanto, contou com a colaboração
participando de diversas discussões, entre as quais algumas de ca- de uma assessoria específica, de Comunicação e Publicação, o que
ráter técnico, os técnicos passaram a perceber mais claramente as não obstaculizava iniciativas surgi das no STCR,como a de organi-
relações entre preservação e memória; ao mesmo tempo, amadure- zação do Centro de Documentação do Condephaat, no qual está
ceram a antes iniciada crítica da ação preservacionista desenvol- guardado um importante acervo - biblioteca especializada e o
vida pelo Estado e questionaram o posicionamento técnico que, conhecimento gerado no órgão, pesquisas, levantamentos arqui-
com base em um saber específico, entende deter o direito exclu- tetônicos e fotográficos, plantas, processos de tombamento - e que
sivo de decisões de interesse social. atende ao público interno e externo.
O clima de reflexão entre os técnicos coincidiu com a cres- Na mesma época desenvolveram-se iniciativas complemen-
cente valorização da memória e da preservação pela sociedade, tarss aos estudos de tombamento por meio das quais procurou-se
movimento este expresso, entre outras formas, pela busca das raízes ampliar a ação do Condephaat, Entre essas, a desenvolvida em
culturais de grupos étnicos que, reivindicando o direito ao passa- Bananal, cidade do Vale do Paraíba, com o objetivo de criar um
do, procuravam firmar sua cidadania; pela expansão de grupos espaço para que a "comunidade assumisse o papel de sujeito na
defesa e valorização de seu patrímônío"."? Durante o segundo se-
voltados à preservação do meio ambiente; pelo interesse de em-
presas privadas em divulgar sua história e pela organização de mestre de 1983, um grupo de técnicos serviu-se da estrutura esco-
lar daquele município para desenvolver um programa de forma-
arquivos históricos particulares.
ção de professores e discutir com setores da população a
importância da preservação dos edifícios e traçados urbanos 10-
117 Entrevista concedida à autora em 6.7.1992.
118 Parte das conferências, mesas e discussões, então realizadas, foi publicada 119 Bananal, projeto de revitalização - Escolas, Condephaat, mírneografado, in
(Arantes, 1984). A publicação foi uma forma de divulgar as atividades do Caixa s. n., com o mesmo título, Centro de Documentação do Condephaat. O
Conselho; nesse sentido, também foi publicado o trabalho de dois técnicos projeto contou com os técnicos envolvidos no estudo de tombamento, Naira
registrando a cultura japonesa em Mogi das Cruzes, por meio do estudo da Morgado, Marly Rodrigues, Mauricio Galves, Samuel Kruchim, Sonia de Deus
Fábrica de Chá Toldo, Casarão do chá (cf, Kuniyoshi & Pires, 1984).
Rodrigues, e com o apoio de outros, como Tereza Cristina Epitácio. Interrorn-
~
(
!,
128 129
~\ li

~
t, Imagens do passado

I
Marly Rodrigues

cais, tendo como referência os conceitos de patrimônio ambiental


urbano, memória coletiva e identidade, embora por vezes relacio-
~
I nados de forma ainda imprecisa. De qualquer modo, o esforço de
~ utilizá-Ias como justificadores da ação preservacionista revelou a
,
1-;- 'I
'1
'I transformação de mentalidade que se operava no STCR.
i":'

If
Nesse mesmo semestre, com o objetivo de analisar as rela-
ções entre os moradores de Santana de Parnaíba e seu patrimônio,
bem como sua percepção sobre a ação preservacionista do Esta-
do,120a Assessoria de Comunicação e Publicação, criada por Aran-
.1
~ tes, coordenou uma pesquisa que exporia a complexidade da ação
~'"o,
(l)
preservacionista e suas relações com o universo simbólico local.
"O _\I<
c:
O
Os resultados mostrariam que os moradores tinham visões /1'
u
O diferenciadas e fragmentadas dos bens que o Estado pretendia
~
(l) preservar, visões estas situadas entre a valorização do "passado .';1.:,;
u
~
.,j colonial", apreendido pela história oficial, e as memórias das anti-
ui
ci
gas famílias, que se consideravam portadoras da verdadeira cultura
V>
.s1
c,
8
t
'i
local. Todas as visões encontravam-se, porém, na percepção do
espaço público como cenário das festas locais, profanas e religio-
'"ci ~
sas que, em diferentes graus, mobilizavam a todos e constituíam
c:
(l)
u
rituais de acesso dos novos moradores ao espaço privado das fa-
"
,..1

N
00
mílias tradicionais da cidade.
o-.
,.-<
•• Os resultados da pesquisa evidenciaram a falência do mode-
8
O
(l)
lo preservacionista baseado em critérios da história da arquitetura
"O
.D '" e da história nacional e instigaram a busca de formas de interven-
8
9 ção que considerassem a dinâmica das relações entre os morado-
O
u res e os significados por eles atribuídos às manifestações da cultu-
:~ V>

:a
pido no Condephaat em 1984, foi retomado em 1987 por um grupo composto
I ~(l) por técnicos do Sphan, da Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental
u
"," - Cetesb, da Coordenadoria de Normas Pedagógicas e da Universidade de
fl São Paulo (CENP-USP), que deu origem à monografia de Lucena (1991).
'8"
120 A pesquisa "Santana de Pamaíba+rnemória e cotidiano" foi desenvolvida
'"
c,
(l) pelos técnicos Naira I. M. Morgado, Carmem Lúcia M. V. de Oliveira e Celina
"O

'"c:
:3
c:
Kuniyoshi,
Esse trabalho
sob a coordenação
inspirou
do antropólogo
a elaboração
José Guilherme
de uma tese sobre
Cantor Magnani.
a apropriação dos T-
'"
o: significados do patrimônio pela população local (c.f. Morgado, 1987).

131
130
Marly Rodrigues Imogens do passado

ra local, no caso as festas, de modo a se contrabalançar "a tradi- localidades em que o Condephaat atua teria como condição primei-
cional (e inevitável) função de órgão físcalízador'?" exercida pelo ra a mudança do caráter do órgão, tornando-o um organismo volta-
Condephaat. Promovendo o conhecimento sobre sua própria atua- do à pesquisa da memória e à interação com as populações locais.
ção, o Conselho procurava entender os mecanismos culturais que Os temas de reflexão suscitados pelas duas experiências fo- LI

deveriam ser mobilizados para tornar suas ações mais eficientes. rarn considerados na proposta encaminhada, sem resultados, a ~.\rt \i~l
I
Embora nessa fase a tendência do Conselho fosse a de dimi- representantes dos poderes municipais paulistas, em setembro de '/ -r)l

nuir a distância que separava a ação preservacionista dos proces- 1984. Significando o amadurecimento da idéia de necessidade de !f! (6/
ti ~
sos culturais locais, uma política preservacionista que abarcasse o mudança do caráter do Condephaat, essa proposta tinha como ob- / I J ir
conjunto do processo cultural das localidades envolvidas encon- jetivo aliar a criação de conselhos locais a novas funções do Con- .' .
l' /_.
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: (I . \..

trava forte resistência não apenas na estrutura da administração selho, especialment~ no que se refere à assessoria às prefeituras e I

pública, como no interior do próprio Conselho. Ao propor ao cole- ao estabelecimento de planos regionais de preservação, tornan- .' -. o
{~ f

li I .,

gíado uma estratégia de apoio à pesquisa então em desenvolvimento do, deste modo, o órgão mais normativo e menos fiscalizador. J23 l/~j
em Santana de Parnaíba - a exposição "Carnaval em Pamaíba", que A partir de então, os trabalhos referidos alimentaram inúme- iY
pretendia valorizar e divulgar as técnicas de feitura, os artesãos e ras propostas que técnicos e conselheiros encaminharam ao secre- ,4
o significado dos cabeções usados na cidade durante o carnaval -, tário de Cultura visando à redefinição das ações e à melhoria das
uma historiógrafa do Condephaat, Celina Kuniyoshi, foi questiona- condições de atuação do Condephaat.l" Uma delas, apresentada
da quanto à prioridade da iniciativa e a competência de o Conse- a Jorge da Cunha Lima, em junho de 1984, foi a Diretrizes para a
lho realizar essa atívídade.l" Efetivamente incorporados como ex- formulação de uma política de atuação do Condepbaat.
periência pelos que dela participaram, os trabalhos de Bananal e Essa proposta se estruturara ao longo de um processo de dis-
Santana de Parnaíba não tiveram desdobramentos práticos. Isso cussão desenvolvido por técnicos e conselheiros, do qual fizeram
implicaria mudar totalmente a orientação que por tradição basea- parte diagnósticos e análises relativas às dificuldades conceituais
ti>
va as ações patrimonialistas, ampliando-as a partir da considera- e administrativas do Conselho. Ela foi também uma resposta po-
ção do papel dos bens nas dinâmicas culturais de cada localidade. lítica à exclusão do órgão da reorganização em curso na Secretaria
Envolveria, portanto, romper com as bases conceituais da ação da Cultura, embora por ocasião das reformas, em setembro de 1983,
f
preservacionista, a história-memória oficial e a história-memória tivesse sido entregue ao secretário o anteprojeto do decreto que
~ da arquitetura, substituindo-as pelo conceito de memória coleti-
va, adotar novos métodos de trabalho e ampliar o rol das figuras
jurídicas que suportam a proteção oficial. 123 Patrimônio Cultural- Proposta para uma ação conjunta, apresentado no 280
Encontro Estadual de Municípios, realizado em Campos do Jordão, in Secre-
Do ponto de vista político-administrativo, a adoção de uma pos-
taria de Estado da Cultura - Condephaat, Relatório de Gestão, maio 1983/
tura preservacionista que privilegiasse a complexidade cultural das outubro 1984, mimeografado, Centro de Documentação do Condephaat.
124 No final de 1982, o corpo técnico expressou de modo sistemático a preocupa-
'-"~---?,;:·:t21 Relatório de pesquisa "Santana de Parnaíba: memória e cotidiano", p.79, Centro ção de formular uma "política de preservação ... dirigida à produção cultural
de Documentação do Condephaat. em seu conjunto", por meio de documentos que registraram a discussão
122 Reunião de Conselho. Ata n.595, 27.2.1984, IBPC, Arquivo 9.CR, Pasta AD41.1, realizada por três grupos - de legislação, ele preservação e ele balanço elos
s. n. trabalhos; no início do ano seguinte, ampliados e sob o título Trabalhos em

132 133
------------------_~. .."~ =~= • - - -

Marly Rodrigues "Imagens do passado

pretendia reestruturar o Condephaat e ampliar suas atribuições, de da natureza, já que é a apropriação cultural que permite entender,
modo a atender com mais eficácia as tarefas de identificação, pro- por exemplo, artefatos e paisagens". Reconhecendo os conteúdos
teção e valorização do patrimônio cultural paulista, dentro de uma específicos dos bens naturais, o documento propunha defini-Ios
nova conceituação que, ampliada, incluía o conceito de memória. segundo seu caráter específico: formal, relacionado à "relevância
No anteprojeto o patrimônio fora definido amplamente como dos valores estéticos"; ambiental, relacionado à "preservação e
conjuntos urbanos, assentamentos, estruturas arquitetônicas, bens valorização de outros bens culturais"; de documento biológico, tes-
~
..{ naturais e sítios arqueológicos, além de artefatos, obras de arte e temunhos de excepcionalidade ou da tipificação de fenômenos
documentação arquivística, tomados individualmente ou em con- da natureza e seus processos; de documento social, testemunho
junto, dotados de representatividade histórica, artística, técnica, cien- da apropriação social de espaços naturais, ressaltando-se, aí, o
tífica ou afetíva, e dotados de significados para a memória socíal.!" conceito de patrimônio ambiental urbano.
Após breve diagnóstico, a proposta de política de preserva- O Diretrizes'" ampliaria esses conceitos ao estabelecer os
ção expunha as premissas de suas diretrizes. No que se refere aos objetivos do Condephaat a partir da perspectiva de que o patri-
conceitos, reafirmavam o de patrimônio cultural como domínio mônio é um eixo privilegiado de "identidade social" e, assim; serve
da produção de sentido - com prioridade, no âmbito do Conselho, ao "enriquecimento da qualidade de vida pela dimensão política
para a cultura material, entendida esta como vetor das relações que a consciência histórica permite". Sob esse aspecto, a partici-
sociais, isto é, portadora de significados -, o que implicava a não- pação do Estado deveria desenvolver-se segundo três linhas: de
reificação do patrimônio e a impossibilidade de limitar a constituição identificação, de proteção e de valorização do patrimônio cultural.
do patrimônio cultural "oficial" à aplicação de "um rol de critérios O uso da palavra cultural para adjetivar o patrimônio significava
fixos e de sintomas objetivos, representando o gosto e padrões exatamente que se pretendia trabalhar a partir de um conceito es-
culturais dominantes em segmento exclusivo da sociedade". pecífico sobre o qual se compusesse um universo de bens, objetos
Daí decorre que a definição de patrimônio "só deveria ser e paisagens, selecionados por critérios culturais cujo sentido não
possível enquanto conhecimento científico e dar conta da com- seria ~penas testemunhar o passado ou servir de documento para
partimentação e hierarquização da sociedade". Finalmente, no que essa ou aquela disciplina, mas que atendesse o presente, não ape-
se refere aos conceitos, o documento considerava na noção de nas por sua materialidade, mas também pelo esclarecimento do
patrimônio cultural "tanto os produtos da ação humana, quanto universo de representações simbólicas implícito nas relações en-
tre os homens, do qual faz parte a memória. A ação preservacionista
deveria resultar do conhecimento científico e, por meio dele, con-
andamento no STCR, os documentos foram entregues ao presidente do Con-
templar os múltiplos fios que tecem a diferenciação cultural pró-
selho, A. A. Arantes. Em abril de 1984, outro documento sintetizaria as dis-
pria das sociedades contemporâneas.
cussões elos técnicos visando à formulação ele uma política ele preservação:
Contribuição do STCR para a discussão - Formas de atuação elo Conelephaat, Seguiam-se recomendações e propostas de curto e médio al-
Centro de Documentação elo Condephaat. Este último documento foi absor- cance, nas quais se destacava o papel da pesquisa científica como
vielo no Diretrizes para a formulação de uma política de atuação do Conde- instrumento básico de ação, pela qual o Condephaat se articularia
pbaat, representando a posição de técnicos e conselheiros, in Relatório de
aos organismos a ela dedicados, como as universidades. Com base
Gestão, maio 1983/outubro 1984, mimeografado, Centro ele Documentação
do Condephaat.
125 Anteprojeto de decreto, Relatório de Gestão, op. cit. 126 Diretrizes ... , in Relatório de Gestão, op. cit.

134 135
Marly Rodrigues Imagens do passado

na pesquisa, os critérios de prioridade de tombamento deveriam de, mesmo nas frações beneficiadas com a destruição de edificações
levar em conta os valores cognitivos, formais e afetivos dos bens; de importância reconhecida.
em relação aos bens móveis recomendava-se a prevalência do A disposição de reverter essa situação limitava-se, porém, a
caráter excepcional. O documento terminava com recomendações conselheiros e técnicos, como revela o descaso dos poderes esta-
relativas a proteção física, uso e valorização dos bens e os requisi- duais com as inúmeras propostas delineadoras de políticas que
tos institucionais e de funcionamento do órgão, nesse incluídas a buscavam tornar a determinação do patrimônio um elemento di-
criação da carreira de pesquisador como meio da efetiva profis- nâmico do processo social. A dissociação entre expectativas e prá-
sionalização dos técnicos do Conselho e a articulação deste aos ticas aprofundava ainda mais o movimento de constante recome-
demais órgãos da Secretaria. çar sem acúmulo de experiência presente no Condephaat, fator
Ulpiano Bezerra de Meneses, juntamente com outros conse- este resultante da própria estrutura do órgão que conduz à descon-
lheiros e técnicos, participante ativo da elaboração dessa propos-
tinuidade de seu direcionamento.
ta, diz ter sido movido por duas preocupações fundamentais:
Cinco meses após a posse de Modesto de Souza Barros Car-
valhosa na presidência do Conselho, em janeiro de 1985, os con-
a primeira era a criação de uma estrutura que tivesse objetivos me-
selheiros repetiriam um antigo ritual, a discussão das diretrizes de
lhor definidos e que fosse mais eficaz para atingir estes objetivos; e,
atuação do Conselho. O documento base,"? elaborado por Ulpiano
a segunda era a proposta de linhas gerais para que o órgão pudesse
Bezerra de Meneses, reafirmava as perspectivas preservacionistas
desenvolver uma política que orientasse suas ações ao invés de ficar
contidas em seus textos anteriores e no já referido Diretrizes para
nessa atornização do cotidiano."?
a formulação de uma política de atuação para o Condephaat.
Reconhecen io as limitações do tombamento, instituto jurídi-
Como em ocasiões anteriores, a possibilidade de transforma-
co rígido, que deixava à margem "não só a proteção social (uso),
ção do Condephaat seria obstaculizada por falta de apoio político
como também a valorização" dos bens culturais, ele reafirmava a
travestido de falta de recursos materiais e de pessoal. Além das
pesquisa científica como instrumento de ação para o "primeiro e
.fI>
dificuldades inerentes à administração pública e à orientação pre-
insubstituível passo para qualquer programa de preservação". No
dominante nas ações culturais do Estado, que prioriza o espetá-
entender do conselheiro, a pesquisa científica e outros procedimen-
culo, a melhoria das possibilidades de atuação na área de patri-
tos usuais, como as crônicas históricas e o inventário, deveriam
mônio enfrenta o fato de ele envolver a "história acompanhada de
ser interdependentes de modo a permitir a revisão constante do
um suporte material que é valor imobilíário'<!" constituindo este
cadastro de bens a ser organizado, com o auxílio de instrumentos
a interface entre a possibilidade de destruição e de valorização
jurídicos mais flexíveis que o tombamento, como a listagem. Ou-
cultural de um bem. Os interesses do capital prevaleceriam inú-
tros aspectos componentes de uma política de preservação - como
meras vezes sobre os da cultura, o que contribuiria para a ima-
a articulação com organismos de pesquisa e da administração
gem de fragilidade e ineficiência do Condephaat junto à sacie da-
pública, apoio financeiro, ação cultural e pedagógica - também
foram abordados.

127 Entrevista concedida à autora em 11.2.1991.


129 Tombamento e outras formas de preservação, Centro de Documentação do
128 A. A. Arantes, em entrevista concedida à autora em 6.7.1992.
Condephaat.

136 137
Marly Rodrigues Imagens do passado

fi A prática do Condephaat continuaria, porém, dissociada das\


c

~
.D
diretrizes de atuação propostas, embora, em consonância com 0\
6 clima de democratização do período do governo Montoro, o Conse- \
8
lho desenvolvesse algumas ações de grande importância, como o
{l
o
V)
tombamento dos bairros dos Jardins, na capital, por seu valor histó-
V)

1:l
o
rico e ambiental, e outros que, com amplo espaço na mídia, teriam
õ.,
o
mais repercussões políticas que preservacionistas, como a dispu-
2l
c
ta de competências levada a efeito com a prefeitura de São Paulo
2;:J sobre a preservação dos bairros de Santa Ifigênia e Campos Elíseos.
-o
C5 O Condephaat também não teria forças para impedir a demo-
'C;
,'"v lição da Indústria Matarazzo, no bairro paulistano da Água Branca.
'li Embora o imóvel estivesse em estudo de tombamento e se desen-
eo-
V)
volvessem negociações entre o governo e os proprietários, aca-
o
QJ baria por prevalecer o interesse destes que lograram, inclusive,
o-
'"
-o "moldar" a demolição da fábrica promovida da noite para o dia,

6 segundo motivações particulares.
Q)
-o
Do antigo e belo edifício industrial que incorporara pequena
'"u
B
!Z!
parte de um dos estabelecimentos fabris mais antigos do Estado, a
Ô Cervejaria Antárctica, restaram apenas a casa de máquinas e as cha-
"3
'"
c, minés, únicos elementos que, entendiam os proprietários - con-
o
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(/)
trariando a opinião dos técnicos, cuja proposta era o aproveita-
6
Q) mento de todos os edifícios para atender a utilização pretendida
",- pelos lMimeiros, a instalação de um shopping -, deveriam perma-
g
2 ~ necer como documento do passado.
o:l ~
'";:J ..c:
eo Q)
0- A destruição de um significativo lugar de memória da indus-
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8_u§ trialização de São Paulo seria tolerado sem conseqüências para
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;::j ~ seus promotores, num momento em que o Condephaat começa-
~ ~ va a se proclamar defensor da memórià.
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Em um documento.P" a presidência do Conselho reconhecia
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a comunidade como "detentora da memória" e apresentava a his-
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c: .:::: tória como "prerrogativa das camadas dominantes"; em continua-
~ ~
.g ~ 130 Carvalhosa, M., documento sem título, datado de dezembro de 1985, p.5 e 6,
,~ o
-g~ Õ
u... mimeografado, Centro de Documentação do Condephaat.

138 139
Marly Rodrigues Imagens do passado

ção, admitia caber ao conjunto da sociedade participar da prote- Um exemplo, talvez único, de solicitação de tombamento
ção de seus bens, de modo a incentivar "a recuperação e o usu- baseado na valorização da memória de um grupo específico foi
fruto da memória". Nesse quadro, prosseguia, as instituições públi- encaminhado ao Condephaat pelo Sindicato dos]ornalistas de São
cas deveriam criar canais que reorientassem as ações institucionais Paulo. Iniciativa de um ex-preso político, ela significou a possibi-
de valorização de bens culturais segundo a conveniência democrá- lidade de reconhecimento oficial do papel dos grupos que, em
tica "entre interesses, pensamentos e anseias vários", o que incluía passado recente, haviam resistido ao autoritarismo implantado no
a "gestão conjunta entre capital privado e público". país. A solicitação vinculava experiências ainda vivas, memórias
Concluindo, explicitava o objetivo final dessas ações: coletivas, a um espaço e, por meio deste, aos que, em períodos
anteriores, haviam assumido atitudes de resistência política, de
o patrimôniocultural funciona assim como um eixo privilegia-
modo a estabelecer entre passado e presente uma linha de conti-
do de identidade social e, portanto, como enriquecimento da qua-
nuidade, a resistência da esquerda, também prova da resistência
lidade de vida pela dimensão política que a consciência histórica
de um projeto de transformação da sociedade, num momento em
permite. Nessa linha, o objetivo final da ação relativa ao patrimônio
cultural deve ser a reapropriação do sentido pleno da cidadania que este começava a se esvair.
pela contribuição específica que pode ser trazida pela prática cul- Diante da destruição do presídio Tiradentes, na capital paulista,
rural.'!' "um dos mais célebres locais de confinamento de muitos que se
bateram pela liberdade do país", solicitava-se que o arco do por-
A menção à memória e o reconhecimento da dimensão polí- tal, único marco remanescente da antiga edíficação, fosse tomba-
tica do patrimônio não garantiram efetivas transformações do signi- do e transformado em monumento público em "memória de to-
ficado atribuído ao patrimônio pelo Condephaat. Embora a ação dos aqueles que, durante toda a história do Brasil, se colocaram
do Conselho houvesse efetivamente se estendido para represen- ao lado do povo na luta contra o arbítrio e a opressão". 132
tações externas à história oficial, não alcançaria, ao menos plena- O jUomento, de redemocratização, e a presença de pessoas
mente, o campo da memória coletiva, um dos pilares sobre os quais sen-síveis às posições de esquerda no Conselho contribuíram para
se assenta a cidadania. a decisão favorável ao tombamento, o que assinalou um importante
O Condephaat fora estruturado como um órgão instituidor de acréscimo conceitual ao Condephaat. No parecer final, o conse-
parte da memória oficial da sociedade, cuja determinante tem sido, lheiro relator acrescentaria aos significados já atribuídos ao arco
com algumas exceções, a história regional e nacional. Estas, um outro, o de símbolo do "esforço atual para plena redernocrati-
zação do país".133
pretensamente de "todos", são, de fato, dos grupos sociais nelas
representados. Embora essa situação tenda a mudar em razão das A memória coletiva não se tornaria, porém, um critério roti-

próprias mudanças que vêm ocorrendo na escrita da História, o neiramente utilizado na avaliação de bens. Entretanto, com freqüên-

patrimônio tem deixado de representar inúmeras memórias e tam- cia, a necessidade do conhecimento dos objetos de tombamento

bém o Condephaat é pouco solicitado diretamente em relação a isso.


132 Processo de Tombamento n.23.345/85, Centro de Documentação elo
Condephaat.
131 Ibidern, pA.
133 lbidem.

140
141
Marly Rodrigues Imagens do passado

levou os técnicos a buscarem informações que se situam fora do observou-se que as tipologias de edificações de escolas no Estado
campo da memória histórica regional; assim, elementos novos, da refletiam o projeto educacional desenvolvido pelos republicanos
memória individual e coletiva, foram sendo incorporados ao co- no fim do século XIX, o que ampliava o alcance de seu valor histó-
nhecimento dos bens, agregando-se a importância histórica que rico. Isso originou a assinatura de um termo de cooperação técni-
já lhes havia sido conferida pela própria sociedade ao solicitar o ca entre as Secretarias de Estado da Educação e da Cultura para o
reconhecimento oficial. Dois casos exemplificam a preocupação restauro de 166 escolas construídas até 1920.135
com o registro da memória, os projetos Caminho das Tropas e Do projeto fazia parte um programa de "sensibilização da co-
Memória Escolar. munidade escolar'<" que deveria se desenvolver concomitante-
No primeiro, a utilização de um programa de depoimentos mente às obras de restauro, como estratégia de mobilização e cons-
permitiu o registro de histórias de vida de pessoas que desde o cientização, para a preservação de cada unidade. A elas caberia
início até meados deste século haviam se dedicado à atividade tecer sua memória, o passado ainda vivo por meio de objetos e
tropeira. Desse modo, não apenas experiências individuais, mas lembranças, recolhidos entre os que haviam convivido nas esco-
também lembranças ouvidas de antepassados possibilitaram las eleitas para receberem a proteção oficial.
reconstituir a organização das atividades, as funções, os hábitos A História continuaria, porém, a ser o fundamento das ações
que caracterizavam esse grupo profissional, o antigo traçado de do Conselho. Durante a gestão de Modesto Carvalhosa, algumas
estradas, as referências topográficas e de paisagem, a localização menções à necessidade de "conscientizar a população dos verda-
de antigos criatórios e pousos; assim, o chão e as pedras comuns deiros valores que o Condephaat procura preservar" 137 parecem
a muitas vidas puderam ser recolocados como elos remanescen-
tes da cultura predominante em ampla região do sul do Estado, 1984. Posteriormente, se estenderia a outros estados e recebeu o apoio oficial
até há cerca de 50 anos, e, hoje, apenas revivida como tradição dos élgãos envolvidos - Sphan e Secretarias de Estado da Cultura do Paraná,
pelas festas periódicas, verdadeiros rituais que tentam a manuten- Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul -, com a assinatura de um
protocolo de intenções em setembro de 1985, publicado no Diário Oficial do
ção de uma memória que tende a se perder totalmente com o
Estado de São Paulo em 24 de outubro daquele mesmo ano. O objetivo do
desaparecimento desse grupo profissional e com a destruição dos projeto era a identificação e a valorização dos remanescentes da cultura
antigos espaços de desenvolvimento do tropeirismo.P' tropeirista ao longo do antigo Caminho do Viamão.

O Memória Escolar originou-se de um ajuste de cooperação 135 Respectivamente, os documentos: Condephaat, Processo n.01.606/84, publi-
cado no Diário Oficial do Estado de São Paulo em 19.5.1984, e o Termo de
técnica assinado em 1984 entre o Condephaat e a Companhia de
Cooperação assinado em 25.1.1986, durante uma cerimônia pública realiza-
Construções Escolares do Estado de São Paulo (Conesp), visando da no Instituto de Educação Padre Anchieta, em São Paulo.
à adequação das intervenções de manutenção e restauro de anti- 136 Projeto Memória Escolar: arquitetura/história, proposta datada de 7.11.1985,

gos edifícios da rede pública de ensino. Durante as pesquisas, Centro de Documentação do Condephaat. Previa-se a elaboração de progra-
ma didático-pedagógico e elaboração de material de apoio: texto, cartazes e
audiovisuais. Esse projeto também não se desenvolveria. O estudo sobre a
134 A pesquisa sobre o tropeirismo não foi continuada na gestão de Paulo Bas- Escola Pública continuaria a ser desenvolvido em caráter particular pela arqui-
tos, que se seguiu à de Carvalhosa, em 1987. O trabalho começara a se teta Wolff (c.f, Wolff, 1992).
desenvolver em São Paulo por iniciativa de técnicos do atual Instituto do 137 Reunião de Conselho, Ata n.627, 3.3.1985. Centro de Documentação do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, antes IBPC, e do Condephaat, em Condephaat.

142 141
._-

Marly Rodrigues

indicar que, em certos momentos, o Condephaat voltava a perce-


ber-se como portador, ao estilo modernista, da "missão" de salvar
a cultura regional da ação de vândalos.
Tal postura, herdada da tradição elitista brasileira que consi-
dera existirem segmentos da sociedade incapazes de se reconhe- o patrimônio de São Paulo:
cerem como produtores de cultura, contrasta com o discurso de- memórias e história
mocratizante então assumido, embora explique, em parte, a
inexistência de decisões para uma efetiva democratização da me-
mória instituída pelo Estado. Para tanto, seria necessário assumir uma
ação preservacionista, fruto de pressões de segmentos sociais, que
ultrapassasse os limites estabelecidos pela rígida estrutura admi-
nistrativa do poder público, baseada na vontade política de rom-
per com traços marcantes da cultura política brasileira, especial- Considerado pelos antigos romanos como um direito de he-
mente os referentes à mentalidade que rege as relações entre o rança, parte da esfera privada, o patrimônio começa a significar
Estado e a sociedade, dos quais faz parte uma concepção de cida- herança pública a partir do Renascimento e, no século XVIII, tor-
dania restrita ao exercício formal da expressão política. Uma ação nou-se objeto de políticas específicas de proteção.
preservacionista que se tornasse mobilizadora de memórias na qual A noção de patrimônio tem se ampliado e hoje o entende-
elas ainda se encontram vivas, e, por isso, passíveis de preserva- mos como parte da memória da sociedade, um amplo e diversifi-
ção em lugares que, materializando-as, as tornem instrumentos de cado conjunto de bens, no qual se incluem os documentos histó-
reflexão, de crítica e de recriação do presente. " ricos, em geral depositados em arquivos públicos e privados, e o
No período entre 1982 e 1987 o Condephaat atingiria o perfil meio-ambiente. É comum, porém, a palavra patrimônio ser utili-
de atuação possível no quadro da estrutura político-administrati- zada em um sentido restrito, representando apenas o conjunto de
va em que está inscrito e de uma sociedade na qual o direito ao bens tombados pelo poder público, ou ainda, mais restritamente,
passado é, ainda, privilégio de poucos.
o de edificações que receberam a proteção jurídica do tombamento.
A ampliação gradativa do campo conceitual que baliza os tra-
Por meio do patrimônio as sociedades criam formas de re-
balhos do órgão e a extensão de sua competência ao meio ambien-
presentação do passado nas quais se justificam valores que fun-
te, ao mesmo tempo em que deixavam vislumbrar a potencialidade
damentam as relações sociais no presente; ele é um lugar de me-
política do patrimônio, desnudavam os impedimentos à sua ple-
mória que permite compor imagens que sustentam identidades
na realização; essa possibilidade mostrou não se situar apenas no
individuais e coletivas. É, por isso, um campo de disputas simbólicas
campo do conhecimento, mas, também, mais claramente, no da
no qual se refletem as possibilidades de cada segmento social apro-
vontade política dos governantes e da sociedade.
priar-se do passado e manter ou conquistar o acesso pleno aos
direitos sociais, o que o torna também um lugar de esquecimento,
de exclusão, em constante mudança.

145
144
----------------~ -' "

Marly Rodrigues Imagens do passado

o patrimônio elo Estado de São Paulo, até 1987 composto de nação brasileira e os paulistas, pois o bandeirante foi relacionado
cerca ele 260 bens ele reconhecido valor cultural, inclui coleções a momentos crucíais da história nacional. Durante o período colo-
de arte, áreas naturais, logradouros, núcleos e áreas urbanas, além nial, ele alargou as fronteiras e os limites estabelecidos tornaram-
de inúmeros tipos de edificações. Conjunto heterogêneo, cuja se- se limites da nação; a independência, além de ser forjada por um
leção se faz com base, principalmente, na história e na arquitetu- líder paulista, José Bonifácio, também se concretizara em terras
ra, sua composição está também sujeita às renovações que ocor- bandeirantes, às margens do Ipiranga.!
rem nessas áreas de conhecimento. Na opinião ele Bittencourt.? o bandeirante tendeu a tornar-se
No que se refere à história, as tendências que valorizam as- um símbolo nacional. Nos livros didáticos, importantes instrumen-
pectos culturais da sociedade e admitem o conhecimento do pas- tos de divulgação da memória histórica, sua figura foi vinculada
sado como urna recriação parcial apenas recentemente ultrapas- de diferentes modos - desbravador de territórios, disciplinador e
saram o círculo de especialistas para alcançar o do ensino e da guerreiro ou modelador de uma forma de brasilidade -, que corres-
mídía, de forma a impor a multiplicidade de perspectivas possí- ponderam a diferentes conjunturas entre as décadas de 1910 e de
veis sobre o passado. No senso comum, a concepção da história 1930; todos, porém, levavam às crianças o exemplo, interpretado
corno narrativa do passado nacional ou regional não foi comple- como de disciplina e trabalho do povo paulista, que conseguira
tamente rompida, manifestando-se ainda corno' parte do imaginá- transformar sua pobreza inicial em progresso e modernização.
rio que norteia a valoração dos bens culturais, quer pela socieda- O mito bandeirante se afirmaria por vários caminhos e se
de quer pelo Condephaat. prestaria a inúmeras manipulações justificadoras da liderança pre-
A observação do conjunto de bens tombados, pelo menos até tendida pelos pau listas na Federação da República. Na década de
1987, revela esse aspecto, bem como, em menor proporção, anun- 1920, diante da crise de representatividade do regime republicano,
cia o valor que a sociedade começava a atribuir à memória, isto é, agravada pelos movimentos sociais urbanos, ele foi reforçado.
a busca de um "processo psicossocial de representação de ~ pró- Em 1922, ano em que se comemorava o centenário da In-
prio", embora muitas vezes mesclando-a com a própria História, dependência, Afonso d'E, Taunay inaugurou no Museu Paulista,
"operação cognitiva", "forma intelectual ele conhecimento".' As- do qual era diretor, uma sala dedicada à História de São Paulo, e
sim, a memória explicitada até esse período pelo conjunto de bens completou a decoração do saguão dando destaque a estátuas de
tombados é, ainda, marcadamente, a memória-histórica regional, bandeirantes. No edifício da Bolsa de Café, inaugurada em San-
e não a memória da sociedade paulista. tos no mesmo ano, um vitral desenhado por Benedito Calixto
Na composição do patrimônio de São Paulo está também pre- vincula as riquezas de São Paulo, lavoura e indústria, à atuação
sente a tradição construída pela ortodoxia do Sphan, orientada na dos bandeirantes.
história escrita pelo Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Também em 1922, começaria a ser publicada a obra de Taunay,
que, preocupado em escrever uma história ele caráter patriótico e História geral das Bandeiras Paulistas, foi reeditada a Nobiliarquia
cívico, elegeu o bandeirante como figura simbólica ela terra paulista. paulista, de Pedro Taques, e, por iniciativa de Washington Luís, o
Por meio dele se estabeleceram os vínculos entre a formação da
2 Schwarcz, 1989.
1 Meneses, 1992, p.22. 3 Birrencourt, 1990.

146 147
Marly Rodrigues Imagens do passado

Estado passou a publicar a coleção Documentos da História de São Ou rui nas de quanto o progresso rastaqüera não cuidou de
Paulo. Em 1936, quando as elites pau listas davam largos passos conservar, ou precariedades de uma gente dura e ambiciosa, que
ao encontro do que acreditavam ser seu lugar na nação, o candi- menos cuidava das delicias que aventura.'
dato à presidência da República, Armando de Salles Oliveira,
reinterpretou o Monumento às Bandeiras, obra de Brecheret, como De fato, no Estado de São Paulo, o órgão federal se dedicaria a
"uma arrancada bandeirante para a conquista da terra virgem ". tombar os remanescentes da colonização, testemunhos da história
iniciando uma nova etapa de sua obra a serviço da Pátria".' nacional- fortes, casas de trem, de câmara e cadeia, capelas, aldeias
Efetivamente inscrita no imaginário de gerações, a figura do jesuíticas -, e regional, "casas bandeiristas", sedes de fazendas de
bandeirante alimentaria a identidade e o orgulho dos pau listas e café e sobradões, todos de igual importância para a memória da
serviria para distingui-Ias do conjunto dos brasileiros. A pretendi- arquitetura brasileira, posteriormente reconhecidas ex-cfficio pelo
da excelência dos paulistas seria corroborada por outra figura Condephaat. Consagradores de um tempo passado, entendido como
mitológica, a do proprietário de grandes plantações de café, mol- um tempo sem contradições, as representações bandeiristas,
dada como herdeira do espírito desbravador do bandeirante, e, cafesistas e da colonização remetiam à nostalgia da vida rural, com-
mais ainda, passaria a ser considerada como portadora de quali- pondo uma espécie de contraponto à acelerada expansão das ci-
dades que a levaram a influenciar a política nacional como mern- dades pau listas verificada a partir da década de 1960. Em meados
I
bro da Corte e artífice da República. da década seguinte, quando a cultura urbano-industrial definitiva-
Em um período ele ascensão do conservadorismo, como os mente já havia se implantado no Estado, a ortodoxia preservacionista
treze primeiros anos ele atuação do Condephaat, a evocação do começava a ser questionada e as novas tendências historiográficas
bandeirante e do grande cafeicultor atenderia quer à distinção de dissolviam o mito bandeirante e estendiam o entendimento da Histó-
segmentos sociais pau listas, que identificavam sua genealogia com ria como criação que envolve silêncios, singularidades e rupturas, o
a dos bandeirantes, quer às abordagens comemorativas e cívicas universo de bens tombados começaria a absorver novos objetos.
ela cultura e da educação. Entre os primeiros bens móveis tomba- Ao lado das antigas casas e sobradões de taipa e das igrejas e
dos pelo Condephaat, respectivamente em 1969 e 1970, estão as fortes de pedra e cal, começaram a aparecer, entre os bens tom-
obras de Benedito Calixto e Almeida Júnior, autores que consa- bados, a "memória da natureza", como o Maciço da juréia, em
gram os feitos bandeirantes em suas pinturas. Iguape, a Reserva Florestal de Morro Grande, em Cotia, e a Serra
A pretendida excelência da gente paulista representada nas do Mar, que ocupa vários municípios, cujos tombamentos foram
figuras do bandeirante e do cafeicultor já havia orientado a ação decididos pelo conselho, respectivamente, em 1979, 1980 e 1985.
do Sphan em São Paulo. Ao avaliar as edificações passíveis de A "memória da arquitetura" seria reforçada com o tombamento
proteção no Estado, Mário de Andrade, referenciado no barroco, de exemplares contemporâneos, os edifícios da Faculdade de Ar-
observa a "miséria artística tradicional" cujas causas atribui à "con- quitetura e do Museu de Arte de São Paulo, em São Paulo, tomba-
tínua evasão dos Pau listas empreendedores para outras partes do dos pelo conselho em 1981 e 1982, a residência Flávio de Carva-
Brasil, nos sécs. XVII e XVIII", e ao "vertiginoso progresso ocasio- lho, em Valinhos, e a Casa de Vidro, na capital paulista, cujas
nado pelo café". Para ele, restava conservar decisões de tombamento datam de 1982 e 1986.

4 Batista, 1985, p.97-103. 5 Relatório, 16.10.1937, in Andrade, 1981, p.80.

148 149
Marly Rodrigues Imagens do passado

Outras memórias, como a do ensino e do ambiente urbano, Em geral envolvendo valor imobiliário, o patrimônio edificado
teriam lugares consagrados por decisões de tombamento, como a é alvo predileto da destruição provocada por renovações urbanas
do Instituto Caetano de Campos, de 1975, a da antiga Faculdade ou por investimentos particulares. A "reciclagem", como vem sen-
de Farmácia e Odontologia, no bairro paulistano do Bom Retiro, do chamado o ato de aproveitamento de antigas edificações de
de 1982, a da Escola Normal de Campinas, no mesmo ano, a do modo a integrá-Ias ao uso cotidiano, não raro tem provocado per-
Largo da Memória, a do Parque da Independência, ambos de 1975, das relativas à sua representação no quadro da memória social.
e a dos bairros dos Jardins, em 1986, todos na cidade de São Pau- Para isso atuam propostas de uso e projetos arquitetônicos, em
lo. Além dessas, a "memória da moderna indústria", representada especial aqueles voltados às edíficações de grande porte situadas
pelos tombamentos da Fábrica de Tecidos São Luiz, em Itu, deci- em áreas muito valorizadas das cidades. Absorvidas como elemen-
dido em 1983, e dos remanescentes da Indústrias Reunidas F. tos complementares, e muitas vezes como um detalhe de projeto,
Matarazzo, na Água Branca, em 1986. Também seria contemplada muitas edificações de valor histórico tornam-se meras citações do
a "memória da saúde pública", com o tombamento, por exemplo, passado em meio à contemporaneidade dos novos espaços cria-
do edifício do antigo Desinfectório Central, no bairro do Bom dos, servindo de argumento à valorização financeira de empreen-
Retiro, em São Paulo, em 1985. dimentos particulares. O predomínio da reificação dos bens e a
Assim se ampliaria o universo cultural representado no pa- valorização da estética contemporânea sobre a memória estão a
trimônio; inicialmente restrito aos espaços da família, da religião exigir um diálogo mais equilibrado entre presente e passado tam-
e do exercício político-institucional, ele incorporaria o espaço do bém nos projetos de restauro. É por meio deles que se pode ma-
trabalho, áreas naturais, espaços que simbolizam a adoção de novas nipular o complexo universo de símbolos impressos no espaço e
políticas públicas, e o próprio ambiente urbano. Alargar-se-ia, tam- interferir na historicidade dos bens, materializando-a.
bém, o período cronológico abordado, embora aspectos da histó- Do conjunto de bens tombados no Estado de São Paulo, fa-
ria recente, como a ocupação do extremo oeste do Estado, não zem parte poucas memórias de negros, de imigrantes e de traba-
estejam representados no patrimônio. Os bens tombados concen- lhadores. Os remanescentes de sedes de fazendas e ricas mansões
tram-se no litoral e no eixo paralelo a este, o Vale do Paraíba, entre urbanas sombreiam os da senzala, dos cortiços e dos bairros ope-
o Rio de Janeiro e São Paulo; outro eixo, perpendicular ao litoral rários. Desse modo, o patrimônio paulista se apresenta não ape-
em direção a Campinas, confirma a consagração das mais antigas nas como perpetuador da memória, mas também do esquecimen-
\ . áreas de colonização como limites para a localização da memória to oficial. A exclusão atinge não apenas os excluídos, mas remete
histórica paulista. toda a sociedade à idealização do passado como um tempo des-
Desse múltiplo e complexo todo depende parte da formação provido de contradições e diferenças. Além disso, não permite a
de um conjunto de imagens de imensa força na configuração da reflexão sobre as relações hoje vigentes na sociedade, dessa for-
idéia de passado e de presente. Integrante da paisagem, mais que ma reafirmando igualdades idealizadas e camuflando conflitos, o
as outras vertentes do patrimônio, o edificado potencializa a pos- que subtrai dos homens a idéia de possibilidade de transforma-
sibilidade de vinculação entre os tempos da sociedade, pois está ção, razão mesma da memória, da retenção e socialização da ex-
exposto à fruição pública e sua materialidade torna a História uma periência vivida. Assim, o patrimônio vem se configurando como
"verdade" palpável. uma instância acima das injunções do presente, coisa autônoma,

150 151
Marly Rodrigues

que não tem relação com as negociações necessárias ao maior


equilíbrio social.
O silêncio oficial sobre o passado, observa Pollak," não signi-
fica que "memórias subterrâneas" não persistam sustentadas em
famílias e associações, em redes de sociabilidade afetivas ou polí-
ticas, esperando a ocasião oportuna de se expressarem. E é nes-
ses agentes e em suas práticas que reside a dinâmica da memória, Bibliografia
cuja potencialidade deveria ser considerada na gestão que dela
pretende fazer o poder público.
A definição do sentido e a democratização das práticas públi-
cas de proteção da memória social, em especial as do patrimônio
edificado, colocam-se no plano das amplas negociações entre os
membros de uma mesma sociedade. A busca desse sentido impli-
caria o interesse em favorecer a emergência de uma consciência
política que absorvesse o presente como um tempo historicamen-
Livros
te constituído, no qual o passado é projetado como reflexão so-
bre a diferença, o outro, o conflito e a resistência, elementos cons-
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Entrevistas
Abelardo Gomes de Abreu, 24.10.1991
Antonio Augusto Arantes, 6.7.1992

160
161
-===: -- - '- '-"'--"-- -

Imagens do passado
Marly Rodrigues

.~.iiF:1J1Eu..:~·::r
Antonio Luiz Dias de Andrade, 20.9.1991 J.bm~)11tJ:,<5i;:,\ "~~I:::
Aziz Ab'Sáber, 22.1.1992 ~"lt[::né:iE U:p!:ii~l,C:-.,:;.•. ~~ ?:2~lo - Divisão de Redação Oficial e Ar-
Carlos Lemos, 15.10.1991 m::~'~
i"1d~:::a.~
~llI::D:(.~~.S
Lucia P. F. M.Falkenberg, s. d. ~~iÚ:!LlíU:JJiiJ~~
Jllk1U:::lCil!!::a
Luiz Dória, 21.2.1992 i:.::m:i:::::h7'~t".
Mutilo Marx, 30.7.1992 ~=.o::-..:'~ "J:.L" :r "c ;~~I'
r-,!,~•• r -,
Naira 1. M. Morgado e Silvia F. S.Wolff, 4.11.1991 It7':li.Clj,.:c:illv
Nestor Goulart Reis Filho, 14.10.1991 ='=-Úfi,-"~-=-- C..t:'";C:~ 2:c. 0e~tt:~ ~ 9?L. Sio lP3Wo
Raphael Glender, 27.9.1991 ~:-J-'Mi'':'::':::-.J? R0oo:ó.:::; C::::-~-2: B~Cú:.ec2tFC-i
Ulpiano Bezerra ele Meneses, 13.12.1991 :.."S=--::>:-=r-~r:;:.-=:-_:o ce .-\=~o i Pesquisa de História. Daph
Waldisa Russio, 25.4.1984 3:':':":'.[;(.= 6 Facuidade de Arquitetura e Urbanismo
B~~:OiI= do Departamento de Ciências Sociais e Filosofia
Imprensa diária
Bi:;;,;io.:eca do Departamento de História
Diário de São Paulo
l:-,-'~TUtode Estudos Brasileiros, IEB
Diário Oficial do Estado de São Paulo
Folha de S.Paulo
Jornal da Tarde
O Estado de S. Paulo

Periódicos
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Antonio Augusto Arantes
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Arquivos e bibliotecas consultados


Privados
Instituto dos Arquitetos do Brasil - Seção de São Paulo
Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Instituto de Museologia, acervo \'(1aldisa Russio
Planasa - Planejamento e Assessoria Administrativa Ltda.

163
162
»
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Localização de bens tombados 1969-1987

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1 Álvares Machado 28 Cruzeiro juquiá 82 Santana de Parnafba

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2 Americana 29 Cubatão 56 juquitiba 83 Santo André
3 Aparecida do Norte 30 Cunha 57 Lorena 84 Santos
4 Apiaf 31 Descalvado 58 Mauá 85 São Bemardo do Can~o
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IQ
5 Araçariguarna 32 Dumam 59 Miracatu 86 Silo Cartos
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6 Araras
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33
34
Eldorado
Embu
60
61
Mogi das Cruzes
Mongaguá
87
88
São João da Boa Vista
São José do Barreira
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7
8
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Atibaia
Avaré
35
36
Ernbu-Guaçu
Franca
62
63
Natividade da Serra
Paraibuna
89
90
São José do Rio Pardo
São José dos campos
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Bananal
10 37 Guapiara 64 Pedra de Toledo 91 São Luís do Paraitinga
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li Barra cio Turbo 38 Guararerna 65 Peruibe 92 São Miguel Arcanjo ,;r
e ~2
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12 Barueri 39 Guaratlnguetá 66 Piedade 93 São Paulo
13 Batarais 40 Guarujá 67 Pilar do Sul 94 São Roque
14 Birüiba-Mirim 41 Ibiuna 68 Pindamonhangaba 95 São Sebastião
15 Bom Jesus dos Perdões 42 Iguape 69 Pirapora do Bom Jesus 96 São Simão
16 Brodosqui 43 Ilha Dela 70 Plrassununga 97 São Vicente
17 Cabreúva 44 Iperó 71 Porto Feliz 98 Sertãozinho
18 Caçapava 45 lporanga 72 Praia Grande 99 Sete Barras
19 Cachoeira Paulista 46 Iracemópolis 73 Redenção da Serra 100 Silveiras
20 Calamar 47 Jtanhaérn 74 Registro 101 Sorocaba
21 Campinas 48 Itapetiniuga 75 Ribeirão Pires 102 Suzano
22 Cananéia 49 Itapura 76 Ribeirão Preto 103 Tapiraí Fontes.
23 Capâo Bonito 50 ltariri 77 Rio Claro 104 Taubaré
24 Capivari 51 Itu 78 Rio Grande da Serra 105 Tupã rtchç:'io de Bens Tombados até 24 de junho de 1985, Condephaat.
25 Caraguataruba 52 jacaret 79 Salesópolis 106 Ubaruba
~cbç2o de Bens Tombados por ordem cronológica Condephaat.
26 Caraplcutba 53 jacupiranga 80 Santa Branca 107 Valinhos
27 Cotia 54 jundiai 81 Santa Rita do Passa Quatro 108 Xavantes

Desenho. Eduardo de Jesus Rodrigues.

166
167
j :F
Marly Rodrigues Imagens do passado

C.!r~::'::'...:J.ç:1o

Bens tombados e pedidos de estudo 3e ns tombados Município Pedidos arquivados Município


_.\~-\S \"ATURAIS E PAfSAGENS
de tombamento arquivado 1969- 1987 ÁREAS NATURAIS
E PAISAGENS
"2r-qüe das Monções Porto Feliz Bosque Universitário Campinas
Bens tombados Município Pedidos arquivados Município
?",::reira de Varvitos Itú Morro dos Barbosas São Vicente
GESTÃO LUCIA FALKENBERG - jan./1969 a set./1970
I =::JlfÍCIOS ADMINISTRATIVOS
BENS MÓVEIS ~",fício da Câmara Municipal Itanhaém
Obras do pintor Benedito Calixto São Paulo • Anuga Casa de Câmara e Cadeia Atíbaía
Obras cio pintor Alrneida júnior São Paulo • Antiga Casa de Câmara e Cadeia Santos
Obras de arte da Capela do São Paulo ::=>1FÍClOS COMERCIAIS
Hospital das Clínicas ~·~e=do de Santo Amara São Paulo
ÁREAS NATURAIS E PAISAGENS Casa da Alfândega Porto Feliz
Bosque dos jcquitibás Campinas GESTÃO AURELIANO LEITE - jan./1972 a maio/1975
EDIFÍCIOS MILITARES eDIfÍCIOS EDIFfCIOS
Palácio do Imperador Itapura ':-'0 L;STRlAIS FUNERÁRIOS
EDIFÍCIOS RELIGIOSOS , Ruínas do antigo Engenho Cemitério da
Igreja de Santo Antônio São Paulo do Quilombo Santos Irmandade Guaratinguetá
HABITAÇÕES RURAIS dos Passos
Ruínas do Engenho Túmulo de Piracicaba
Solar Novais Cruzeiro
dos Erasmos Santos Prudente de Morais
HAI3ITAÇÕES URBANAS
I . Re:JI Fábrica de Ferro de
Palácio 10 de julho Pindamonhangaba

I
5':;~João de Ipanema Iper6
Casa do Povoador Piracicaba
õJlflCIOS EDIFÍCIOS DE
Solar do Barão de jundiaí jundiaí
!·~=lT~S ASSIST, E SAÚDE
Casa de Rodrigues Alves Guaratinguetá
v""nel da Luz São Paulo Hospital do Zoófilo São Paulo
Solar da Marquesa de Santos São Paulo
• 0-<1 do Trem Bélico Santos
Palacete Palmeira Pindamonhangaba
2:!--:-_-\ÇÕES
Casa de Cândido Portinari Brodósqui
J ~,"-2d:I de Ferro
NÚCLEOS E ÁREAS URBANAS
Núcleo urbano de Cananéia Cananéia I" '-~'-'I
---..." do Brasi'I Bananal
Núcleo urbano de São Sebastião São Sebastião ~T.CI05 EDIFíCIOS
~GIOSOS RELIGIOSOS
GESTÃO LUCIA FALKENBERG - mar./1971 a dez./1971
';:;:0=12 de Nossa Senhora Antiga Igreja
EDIFíCIOS RELIGIOSOS ..::z~v:! .'-forte Campinas da Penha I São Paulo
Igreja de São Gonçalo São Paulo C"-;,,h \"ossa Senhora do Capela da
ÁREAS NATURAIS E PAISAGENS i..:,sL""5D dos Homens Pretos Eldorado Praia da Armação I São 'Sebastião
C":1:"~·~·=;.:O;\ossa Senhora
Parque da Independência São Paulo

GESTÃO AURELlANO LEITE - jan./1972 a maio/1975


::c. ."_C".caro
:';:-!'''- 2: \055a Senhora do PIlar
I São Sebastião
Ribeirão PIres
BENS MÓVEIS ~~2 Senhora
~""05...'3
Sino da Independência São Paulo ::1 -=c.-.: ~·!O!1e I São Paulo
• Coleção artística do Museu de ::':t.~.::o.: .::: '-'11 Sacra de
Arte de São Paulo São Paulo ~~:..~~-i::=:::-.:::de Paula Piracicaba
• Coleção de arte religiosa do Cç.,'" do Sítio Querubírn São Roque
Museu de Arte Sacra São Paulo ,. ~~=r.iY:2tr'..2 de Santana Itanhaérn
• Coleção artística do São Paulo • ~.i='=-" S-:>,,-'<lJ
Senhora da Escada
Museu Paulista São Paulo -= =-~~~d::. anexa Guararema
• Coleção Arqueológica, • ~~':':l ,= Convento de Nossa
Etnográfica e Histórica 'Se::-_:c~ 6 Conceição Itanhaérn
do Museu Paulista São Paulo • :';::-::':Z '3:= 53.0 ~.{jguel São Paulo

168 169
I~...L-J
••.••..•• <.;.;.ZJ: ",.,. .. _~~-

Marly Rodrigues Imagens do passado

:Utrl:':1l:.."'l"~:
Continuação
Município Pedidos arquivados Município \ ::!illl!.::'T~, l::Ol."'1IIX-:;- Município Pedidos arquivados Município
Bens tombados
~ C=5'.;0 1\"ESTOR GOULART REIS FILHO - out./1975 a dez./1975
• Igreja N. S. Rosário e antiga
residência jesuíuca Embu .::.L.!~':::jo.~ ACERVOS,
HABITAÇÕES RURAIS ~';::::L.~~ BENS MÓVEIS
Fazenda Morro Azul lracernápolís :::S--.:l:..-c.::. ':-e Ecucação Biblioteca da
Sítio da Ressaca São Paulo C"''''=:J ::>: Campos São Paulo família Guizardi Taubaté
Sede da Fazenda Santana São Sebastião :-:"i~::-.i.ÇÕES L"RBANAS
• Casa da chácara de -5;:cr~óo- -:.o Conde Moreira Lima Lorena
São Bento (Sítio Morrinhos) São Paulo
ozsrxo NESTOR GOULART REIS FILHO - maio/1976 a maio/1978
• Casa do Tatuapé São Paulo
• Sede da Fazenda Santo Antônio São Roque _'3:'::''-.5 "-,,-TVR.-\.IS ÁREAS NATURAIS
Cotia ~ ?"~'-'JG='iS E PAISAGENS
• Sítio Mandu
Cotia ;;';':'1:'..3 :'\oresul e :Vluseu Jardim do antigo
• Sítio Padre 1nácio
~ ':. de Andrade Rio Claro Palácio Pio XII São Paulo
HABITAÇÕES HABITAÇÕES
:=-'::::r, 6 Luz São Paulo Cama de Anchieta Itanhaérn
URBANAS URBANAS
Casa Souza Leão Tupã Casa de Ramos :::J.:=:C:OS AmllNlSTRATIVOS
de Azevedo Campinas _1._-:-.:i:"~ Forum Araras
Casa do Brigadeiro Tobius Sorocaba Palácio Pio XII São Paulo .õ:::::=:c:OS ESCOLARES BENS MÓVEIS
Casa do Barão de Almeida Lima Capivari Residência de Santos ''::.=~''';::~Porto Seguro São Paulo I Painel de

Casa de Mário de Andradc São Paulo


Dumont
Vila Fortunato São Paulo
:::::::~c:os FUN"ERÁRIOS
Clóvis Graciano

EDIFÍCIOS
I São Paulo

Casa de Prudente de Morais Piracicaba


PARA TEATROS
Santa Branca
Casa do Ajudante Braga -;-'::::-.:110 de Júlio Frank São Paulo I Cine-Teatro
Casa Euclidiana S. José
do Rio Pardo
Carlos Gomes I São SImão
~':::C[OS ~ULlTARES Teatro
Palacete Valim - G. E. Cel.
Carlos Gomes Guaratínguetá
Nogueira Cobra Bananal
:'c.~.:1!ç'U de Itaperna Guarujá
Sobrado júlia Ferraz Atibaia
• Casa de Anhangüera Santana ~-'.ÇÕES
de Parnaíba :::"çz,-:za da Luz São Paulo
I
• Casa Esperança :::::-=~C:05RELIGIOSOS EDIFÍCIOS
(ou do teto pintado) São Sebastião RELIGIOSOS
• Casa natal de Oswaldo Cruz S. Luiz C"';";:c:Í2 dos Aflitos São Paulo Igreja
do Paraitinga de São Benedito Sete Barras
• Sobrado do Barão
de Dourados Rio Claro
=:"-=-±:::!. de Santo
.l...=.t:=.n:o de Guaíbe Guarujá
I I
• Sobrado do Porto Ubatuba !.te::;::::::> de São Bento Sorocaba
I
LOGRADOUROS "'_'2T:'.;ÇÔES RURAIS EDIFíCIOS
Caminho do Mar Cubatãn/
COMERCIAIS
S. Bem. Campo ;.:;0"-"00 de Pedra, sede Edifícios da antiga
Largo da Mernória São Paulo ~ :=ll~ndJ. Grão-Mogol
Relógio Solar Franca
2"_'2:. ..•..
ÇÕES URBANAS
Rio Claro Caixa Econômica

Logradou ros
I Dourado

• Barraca de Euclides da Cunha S. José do


do Rio Pardo
Ci...;;;l Oliveira Costa Taubaté I Sede do Guarujá
Guarujá
GESTÃO AURELlANO LEITE - jan./1972 a maio/1975
Praia CIlIb I
,~"'" do Conde de Pinhal São CarIos
NÚCLEOS E NÚCLEOS E :z."" 6'5 Range! Carnargo Guaratinguetá
ÁREAS URBANAS ÁREAS URBANAS Ec::::t::-D à Rua X..V
Núcleo Urbano de lguape lguape Núcleo Urbano de -.;.o..embro, 143 Jacareí
de Areias Areias "'~::Zoodos Campos Elíseos São Paulo
• Aldeia de Carapicuíba Carapicuíba :;...=:-"5::'-~rrd'a Grassman São Simão

170 171
Marly Radrigues Imagens do passado

Contínuaçâo :.::wrtUII::r.rL.::.:5c

Bens tombados Município Pedidos arquivados Município i .::.,...,,;


l:d:::1o...-,; Município Pedidos arquivados Município
Vila Economizadora São Paulo
;~:;:~~~~~:~~~lt~S
Vila Penteado São Paulo
Imóvel à Rua São Bento, 189, ::"-:~::.écJ~.i.g-"':'l llhabela
antiga residência São Paulo :'.6-::.· ..,:!.:::::5 l~B."""AS
Elias Chaves b:;',·,: 1 ;..-.-.Brigadeiro
GESTÃO NESTOR GOULART REIS FILHO - ago/1978 a abr/1979 =-'::r:: _~ ..C-Y":o. 826 São Paulo
BENS MÓVEIS EDIFfCIOS ~;CC2:::'5 =: .-\RBS URBANAS
PARA ESCOLAS f.-?i.:c.r.:!"2Sc5 humanos
• Imagem
Senhora
de Nossa
da Escada Barueri
EEPG joão Kopke São Paulo .;:e i"" .•::i::-.Z=oo
~,~ '-mano de Iporanga
I Ubatuba
lporanga
LOGRADOUROS GESTÃO RUI OHTAKE - set.!1980 a set./1982
Ruínas de Abarebebê Peruíbe
GESTÃO RUI OHTAKE - maio/1979 a jul./1980
C2ó5 ~!ÓYEIS
."'-='-0 arqurvístico da antiga São Paulo
I BENS MÓVEIS
Acervo do I São Manuel
LOGRADOUROS EDIFfcIOS PARA :S.n;;ç.:-6ri3 dos lmigantes M.H.P.M. da Nóbrega
EXP. E MUSEUS -'.~·o do MAC . USP São Paulo
Maciço da juréia Iguape Conjunto do São Berna rdo
Q.1Z!crze quadros de Batataís
Caminho do Mar do Campo
Z".!::JrU de Cândido Portinari
Reserva floresta I
de Morro Grande Cotia -'-o~'.5".~nJR>"[S E PAISAGENS I I ÁREAS NATURA1S
E PAISAGENS
EDIFfclOS FINANCEIROS EDIFfcIOS
;·:..~.:'e Síqueira Campos São Paulo Árvores antigas I São Carlos
INDUSTRIAIS
;'=:"'1 Florestal de Cantareira Caieira Área de
Bolsa Oficial de Café Santos Edificações e área
:; :-t':::10 Florestal e outros Mangueiral I Taubaté
em torno
do Engenho Itu -::::EC:GOS _-\.D~!lN1STRATIVOS Ilhas de Perufbe
EDIFfClOS
Cemitério
FUNERÁRIOS
da Colônia japonesa Álvares Machado ."_CL'p C:L<3 de Pindamo-
e Guaaú
Núcleos Setoriais
I Peruíbe
S.L. Paralrínga
EDIFfClOS MILITARES EDlFfcIOS C1=a:-J e Cadeia nhangaba
PARA ESCOLAS .:1':L~ Fórurn Avaré Morro de
• Forte da Barra Grande Guarujá EEPG r». Taquanduva I ltanhaém
Heitor Penteado Americana C-"-,,, de Câmara e Cadeia Areias Sitio arqueológico
• Fortaleza de São Felipe Guarujá do Pátio do Colégio I São Paulo
?i':.i..Co da Justiça São Paulo
EDIFfcIOS DE ASSIST.
SOCIAL E SAÚDE ~:"'ClOS EDIFÍCIOS
Prédio da antiga Hospedaria :::.."CO:.. ".?.ES ESCOLARES
dos Imigrantes São Paulo _~.::Cp. E...;;;;rola
Normal Edifício da
ESTAÇõES "I;
:e C:.:Õ: p:n:15 Campinas FACE - USP I São Paulo
Estação Ferroviária Se. Rita do :.:r::i:n m Antiga
Passa Quatro ::06. CSP I São Paulo
Estação Ferroviária Campinas '=,"';'P.-':oda Instituto
Remanescente da j".-:O":Oç30 Pirassununga
antiga Estação do Brás São Paulo '!?:- .:;X) :::'5<..'"013r
Rodrigues Alves São Paulo
:_,,-"_3 - :.... 5? São Paulo
EDIFfCIOS EDIFfClOS
RELIGIOSOS RELIGIOSOS ':::K?~C:OS DE EXPOSIÇÓES EDlFfCiOS DE EXPO.
Igreja de São Benedito S. josé Igreja de N. S. E :}..r_·s~t..S
E MUSEUS
dos Campos Conceição ..t.=.c.g:a ?:Ü:ido das Indústrias São Paulo Museu Arq,
do Embaú Cachoeira Pta.
de Arte Sacra I Campinas
Igreja Matriz c antiga Redenção J.t:..."",-, àe Arte de São Paulo São Paulo
sede da Prefeitura
• Igreja e Mosteiro de São Bento
da Serra
Santos
tI' ?t~..I(=C: do Estado São Paulo

172 173
Marly Rodrigues Imagens do passado

Continuação ~
Be ns tombados Município Pedidos arquivados Município ~
r:: ,:;"""'":lS :-WCL~,dc:s Município I Pedidos arquivados Município

GESTÃO RUY OHTAKE - set./1980 a set.l1982


r .. ~::-..l rióConyento de
~oL5,.-1.. ::o C:a rIDO Mogi das Cruzes
EDIFÍCIOS EDIFÍCIOS :.~-' d:2 Ordem Terceira
DE TEATROS FUNERÁRIOS ~ ~.:_ '5:"9... do Carrno Mogi das Cruzes
Tea tro Pedra II Ribeirão Preto Seminário .:;:=:-,2 à::. Ordem Terceira
dos Laza retos Jaboticabal -:.e :-;. 5:-.1. do Carrno Santos
Teatro Municipal São Paulo Túmulo de =;::-~ :\1atriz de N. SrJ.
Afonso Arinos São Paulo ~ Candelária ltü
EDIFÍCIOS FUNERÁRIOS :grej2 e Convento
Mausoléu do Soldado ~ :-;. Sra. do Carmo Itú
Constitucionalista São Paulo ~.~=e-;:uda Irnaculada
Ca::",,,ição da Luz São Paulo
EDIFÍCIOS EDIFíCIOS
INDUSTRIAIS INDUSTRIAIS "_'--3:-nçõES RURAIS MONUMENTOS
Usina Hidrelétrica Engenho .":.::p Fazenda do Pinhal São Carlos Estátua de Luiz
de Corumbataí Rio Claro Central União Iguape de Souza Queirós Piracicaba
EDIFÍCIOS MILITARES Edifício do antigo _':_::ga sede da Fazenda Casa de Pedra S. B. Campo
Matadouro São Paulo s.:=~Grande Americana
Quartel do Segundo C.!..'2 sede da Fazenda
Batalhão de Guardas São Paulo :-~ecc!e Canito ltapetininga
• Forte de São Tiago Santana [:;.;0. sede da antiga
ou 5"0 João de Parnaiba :-:'2e-:l~ Cafeeira Mato Dentro Campinas
EDIFÍCIOS DE PESQUISAS ~.::.:..=t::.:io da antiga
Instituto Butantã São Paulo :-,.:ec.d:l Dumont Dumont
ESTAÇÕES Sé-i= 6 FazendaCapuava,
Estrada de Ferro Cachoeira i(.z5~ à= Flávio de Carvalho Valinhos
Central do Brasil Paulista s,..~6. Fazenda Santa Eudóxia São Carlos
Estação Barracão Ribeirão Preto Sc-..:.c6. Fazenda Três Pedras Campinas
EDIFÍCIOS EDIFÍCIOS 5t:l~5:2:-•.::2 Lu z ia São Paulo
RELIGIOSOS RELIGIOSOS Cl.oOL ~ Fazenda Resgate Bananal
Basilica Nacional Aparecida Catedral ~~ ±l Fazenda Pau D'Alho S. José
de Aparecida do Norte de São Paulo São Paulo do Barreira
Capela de Nossa S. Luiz Capela N. S. [.::ri::..::ar...:.
do Visconde Oll

Senhora das Mercês do Piratininga do Rosário Guaratinguetá c .:-:::.


ce ~.ronteiro Lobato Taubaté
Catedral Metropolitana Campinas Capela do Menino ~,,=.:c6 Fazenda Conceição Paraibuna
Jesus e Sta. Luzia São Paulo ;..,-.:i.e ~ Fazenda Ponte Alta Redenção
Igreja das Chagas do Seráfico Igreja Ev. da Serra
Pai São Francisco São Paulo Brasil de Guarulhos Guarulhos ~ • S';;CJC ~.~Eri.rn São Paulo
Igreja de São Cristóvão São Paulo Igreja Matriz de GESTÃO RUI OHTAKE - set./1980 a set./1982
s. L. do Paraitinga s. L. Paruitinga !~ =-=-'..:=.-:- .•. coss HABITAÇÕES
Igreja de São Francisco
" _:l.2",..:'i~'..5 URBANAS
da Venerável
':"'OL ::c 3oc;;0 de Mauá Mauá Antiga residência
Ordem dos Frades Menores São Paulo Igreja de
São jerônirno Planalto
de Franco da Rocha I Franco da Roch,

Igreja Nossa Sra. do Rosârio Igreja N. s.


:-"-"'l±l
C"p::5o-~[ór, Casa do Visconde

dos Homens Pretos São Paulo da Ajuda


L, C=~~dor Sarnpaio, 4 e 5 Areias de Cunha Bueno I São Carlos
Caçapava
:.:EEi.::c S2 ?r:!'Ç.! Oswaldo Cruz S. Luíz Edifício à R.
Penha de França
• Capela de Nossa Santana Santuário do
do Paraítlnga Santos Durnont, 431 Araraquara
;-:3Ei::.ü $.c::!ni:> no Largo Imóvel à
Senhora da Conceição de Parnaíba Bom Jesus Trernernbé
l\";:";::;;-<;,; ::" !·\ome Alegre Santos R. Vitória, 595 São Paulo
• Capela de Nossa
Senhora do Pilar Taubaté
.:'''=': : 'l '-5.0 \!iguel, 67 lguape Imóvel à
p R. Capitão Dias, 18

174 175
_.~ ••• ~'~C~

-- - ~ - • __ • __ • -- U·~ ~ ~_-

Marly Rodrigues Imagens do passado

ZoJJ~::.
Continuação

Bens tombados Município Pedidos arquivados Múnicípio I '",,,,,


x::mC:1I::&.; Município Pedidos arquivados Município

Residência à R. Florêncio Palácio Zanine Guaratinguetá I EÓ.3:':l.ÇÓ:::s Rl"R..lJS


de Abreu, 111 São Paulo ~~ :c 8.L"1':i.e.ir2nte São Paulo
Sobrado à Praça
r czsrxo -,\NTONIO AUGUSTO ARANTES - maio/1983 a out./1984
Cel. Esmádio, 82
Sobrado à Rua João Pessoa, 2
Porto Feliz
Areias ~ -,~.0,,5 ".Xf1..iR.-\.ISE PAISAGENS
- J.!= co Botelho
I Guarujá
I BENS MÓVEIS
Acervo da Sta.
Sobrado à Rua das Mercês, 6 Areias
Sobrado do Capo Manuel Casa de Misericórdia I Santos
José da Silveira Silveiras ::ZHE'iClOS ADMINISTRATIVOS
• Casa de Anhangüera, sobrado Santana ::.=:..-:·no Alexandre Mackenzie São Paulo EDIFíCIOS
de Parnaíba ESCOLARES
• Casa de Fronterias Azulejadas Santos
=::);:'005 ESCOLARES Prédio da Escola
• Edifrcio sede do Museu
Industrial Rio Claro
da República Itú
~;;.o Técnico da Unicamp Campinas
• Palácio dos Azulejos Campinas
LOGRADOUROS LOGRADOUROS
::::J,;:r;cms INDUSTRIAIS EDIFfcIOS
RELIGIOSOS
Ponte Pênsil São Vicente Ponte Torta ]undiaí
Jardim e obras
xtatadouro
._J.,:.L~ Capela do Morumbi I São Paulo
:'2 qb :\!ariana São Paulo
de arte entre o Teatro
NÚCLEOS E ÁREAS UHBANAS Municipal e a ~'5-60 da Fábrica de Capela do
Rua Formosa São Paulo -.::-:Y<o< São Luís Itú Município de Cajarnar I Jundiaí
Santana :!:::....'-:::!:5 do amigo Engenho
Centro Histórico
de Parnafba 6. ?-...zeEID Bom Retiro Ubatuba Igreja N. S. do Rosário I ltapetininga
Centro Histórico S. Luiz do NÚCLEOS E
Paraitinga ÁREAS URBANAS ::::J7.CiOS REUGIOSOS
Remanescentes da Vila Município de Embu Embu ~6-," "00..'-<3 Senhora da Ajuda HABITAÇÕES RURAIS
Colonial de São Vicente c x""..;5 pertences São Paulo
e Porto das Naus São Vicente
GESTÃO AZIZ AB'SABER - nov./1982 a mar./1983
~~
:±:s ~éàlos
:Sos:...a Senhora
jacareí
I Fazenda ]ussara I Iguape

:g:-e.:z ôo Senhor Bom Jesus ltú


ÁREAS NATURAIS E PAISAGENS ÁREAS NATURAIS I
E PAISAGENS I =:'!3.c,'.ÇOES RURAIS HABITAÇÕES
Reserva Florestal, Fundação Sarnbaquis Cananéia URBANAS
I
J. P. de Oliveira Costa
Parque Estadual do jaraguá
Campinas
São Paulo
",,:3e ÓJl amigo
E.I!'..3:':..·.r,:Ô::::s
Sítio Ca pão
URBANAS
São Paulo
I Edifício "A Toca"
Imóvel à R. Duque
Rio Claro

Serra de Atibaia ou Itapetinga Atibaia/


de Caxias, 385 Campinas
B. ). Perdizes .Js:c ::c .:::c-:-w.:'l!SU São Paulo I Imóvel à
Serra de Boturuna Pirapora B. Jes./
outros mÓ~i3..
R. Jorge Míranda I São Paulo

1!1
Imóveis do
EDIFÍCIOS COMERCIAIS HABITAÇÓES T:.::n:plifr..g::!. I i 1. 141 e 159 São Paulo I Centro Urbano I Itap. da Serra
URBANAS io:Ii2- ::li:: =="Ál de Itapura Campinas
Edifício do Mercado Municipal Campinas Imóvel à NÚCLEOS E
Av. Liberdade, 899 São Paulo ÁREAS URBANAS
~~
EDIFÍCIOS INDUSTRIAIS
Casa rão do Chá Mogi das
Cruzes
r~
li
Bairro Carioba
Esl. Viária e Jardins -
). Marajoara
Americana

São Paulo
ESTAÇÓES G~:::.-!Ao MODESTO CARVALHOSA - fev./1985 a jan./1987
Estrada de Ferro Central
do Brasil Guaratinguetá
!"W~ ~"'L-::"'ll.~~ ?-\JSAGENS I I ÁREAS NATURAIS
E PAISAGENS
EDIFíCIOS RELIGIOSOS 1i!14IImm!rtm:E lMú:l!CLit-..l Guarujã Grutas Calcáreas íporanga
Igreja de São José da Vila Real Pindarno- [J~ ~Cz~~e
.... Morro da Ponte São Sebastião
nhangaba ~Dl. ':1:fu S:o!i Santos

176 177
Marly Rodrigues Imagens do passado

Continuação ::"'-c::.::-.:.:;.-l:>
-

Bens tombados Município Pedidos arquivados Município


i ae.." tombados Município Pedielos arquivados Município
Parque da Aclimação São Paulo Palmeiras Imperiais jacareí l [1::~q~1
à Av. Paulista, 37 São Paulo
Serra do Mar Apiaí e outros Ribeirão do Pote Salesópolis Prédio à Rua Tenente
Sambaqui, lotearnento Fcpasa, Serra da Boca ima Bragança Pta. I Duarte: 1425 Araraquara
Fazenda Boa Vista Cananéia
I WGR..\DOUROS
EDIFÍCIOS ADMINISTRATIVOS . ?Ú:1re metálica São José do
Antigo Fórum e Cadeia Sertãozinho BENS MÓVEIS Rio Pardo
Edifício do Paço Nóbrega Ubatuba Acervo Documental
! ?::mle pêrisil sobre o

Edifício Saldanha Marinho São Paulo


da Prefeitura ltapetininga
I ~.i:::> Paranapanerna

I ~IO:SU~!ENTOS
Xavantes

EDIFÍCIOS COMERCIAIS EDIFÍCIOS ~·~D:lUmen[O às Bandeiras São Paulo


MILITARES "orul em arco do antigo
Antigo Gabinete de Leitura Rio Claro Imóvel à Presidio Tiradentes São Paulo
R. Saldanha Marinho Campinas
:-;(CLEOS E ÁREAS U~BANAS
EDIFÍCIOS ESCOLARES
Acervo da Estrada
Colégio Sion São Paulo
de Ferro Perus Pirapora/Cajarnar
Edifício do Instituto
Dr. Álvaro Guião
de Educação
Rio Claro I :-;úcJeo urbano
Traçado urbano, vegetação,
Amparo

EDIFÍCIOS DE TEATROS EDIFíCIOS


TEATROS
DE
, ~inh3 demarcatória
::0 Bairro Jardins São Paulo
Teatro Municipal São João Cine-Teatro
.::'::.':-.:!:5: r:chas, guichês e processos, Seção de protocolo do Condephaat. Processos de Tombamento, Centro
ela Boa Vista Cel. Ramalho S. de Parnaíba de Documentação do Condephaat.
EDIFÍCIOS INDUSTRIAIS ~..c.:.c: .~ classificação dos bens segue a data de decisão do colegiado e a upologla utilizada pelo Conselho .

Conjunto Edifícios Kaigai .J.":gllns bens tombados n50 estão listados, uma vez que os processos a eles referentes não foram
Registro HABITAÇÕES
:'J..~lUzzdos na ocasião do levantamento.
URI3ANAS
,) Bens tombados ex-offícto.
Kogyo Kobushiky Kaisha
Edifício, chaminés São Paulo Casas Cuba tão
remanescentes, ramal ferroviário Cel. Joaquim
e locomotiva - I. R. Montenegro
Francisco Mutarazzo
EDIFÍCIOS DE ASSIST. Casa de E. Miragaia S. J. elos
SOCIAL E SAODE Campos
Amigo Desinfectório Central São Paulo Mansão Calfati São Paulo
Hospital e Maternidade Eelifício à
Umberto I São Paulo R. Madalena São Paulo
GESTÃO MODESTO CARVALHOSA - fev./1985 a jan./1987
ESTAÇÕES Vila Dias Campinas
Estação da Fepasa Rio Claro
Estação Ferroviária Mairinque
Prédio da Antiga
Estação Rodoviária Descalvado
EDIFÍCIOS RELIGIOSOS
Convento Santa Clara Taubaté
HABITAÇÕES RURAIS
Casa Grande e Tulha Campinas
Sede da Fazenda Santa Eudóxia São Carlos
HAI3ITAÇÕES URI3ANAS
Casa de Vidro São Paulo

178 179
Composição do cnsell10 1969- 1987
GOVERNO Roberto de Abreu Laudo Natel Paulo Egídio Martins Paulo Salim Mahú André Franco Montoro
Sodrê
jan./1967 a mar./1971 mar./1971 a mar./1975 mar./1975 a mar./1979 mar. 1979 a mar./1983 mar./1983 a mar./1987
Secretaria SCET SCET SCCT 5ÕC SEC
Orlando Zancaner Magalhães Padilha José Mindlln Antonio Henrique da Cunha Bueno João Pacheco Chaves
Paulo Pesca na Max Feffer Ioâo Carlos Martins Jorge da Cunha Lima
Períodos ian .169 a SeLno (3) mar. a dez.n] jan.n2 a maio/75 out. a dez.n5 (9) I"-"'~:;';D I maio 79 a iul./80 I ser.zêü a se'.l82 (14) nov.l82 a mar.l83 (16) mar./83 a out./84 fev.l85 a ian.l87 (8)
Conselho Estadual de Meio José Pedro de
Ambiente - CONSEJ"vlA O. Costa (19)
Cúrta Metropolitana ele São Paulo - CMSP Arnalelo D'A. Florence Arnaldo D'A. Florence Arnaldo D'A. Florence Arnaldo D'A. Florence II~: =~_ .·\..ntonio de O. Antonio de O. Antonio de O. Antonio de O. Piínio de A. Sampaío
.- 'I' Godinho Godinho Godinho Godinho
Conferência Nacional dos IUIJI",-=::;<:-J,j.:i!:- jamíl Nassif Adib jamil Nasslf Adib Jamil Nassif Adib jamn Nassíf Adio Jamil Nassíf Adib
Bispos do Brasil - CNBB
Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB Abelardo G. de Abreu Abelardo G. de Abreu Abelardo G. Eduardo Corona ltriW ~ 'L.-:-'C.::::: Shrrilo de A. Marx Eduardo Kneese Helena Saia Helena Saia Paulo Mendes Bastos
de Abreu (7) de Meio

II
Instituto Histórico e Geográfico de Lucia Falkenberg Lucia Falkenberg Licínio dos Licínio dos [r-.,...UIl; lI.I::::' Iicínio dos Lucia P. F. de Mario Saveli Mario Savelí Lucia P. F. de
Guarujâ-Bertioga - JHGGI3 S. Silva Filho S. Silva filho IW!"~~ S. Silva Filho M. Falkenberg M. Falkenberg
Instituto Histórico e Geogrâflco de Aureltano Leite Aurcliano Leite Aurellano Leite (8) Pedro Brasil ~,.,.-. Ped.o Brasil José Leandro José Leandro José Leandro Mario Savelli
São Paulo - IHGSP Bandecchi ~,ndecch; B. Pimentel B. Pímentel B. Pimenrel
Secretaria de Agricultura e Luiz H. C. L. Oliveira
Abastecimento - SAA
Secretaria
e Tecnologia
de Cultura,
- sccr
Ciência Benedito L de Toledo 1IIJJJf: .; ..~~;
1-
Secretaria de Cultura, Esportes Francisco de A. Sales Alclo Nilo L0550 (5) Aldo Nilo Lossc
e Tu cismo - SCET
Secretaria de Esportes e Turismo - SET Caio Luiz
de Carvalho (20)
Secretaria de Estado da Cultura - SEC
Comissão de Artes Plásticas ~! ·~a '~(.:r :.::'::i:a.:'!.o B. Ulpiano B.
:'-:.' ~.!~::.eses de Meneses (15)
Depto. de Atividades Regionais Carlos A. C. Lemos Augusto H.V. Tirarelli
de Cultura - DARC
Gabinete do Secretário ~: de Alcantara Paulo J. da Randair de A. Marques Eunice R. Durhan Eunice R. Durhan (2])
!·~.::...1.CO Costa Júnior
Serviços de Museus Históricos - SMH (1) Yinícius S. Campos Vinícius S. Campos Vínicíus S. Campos Vinícius S. Campos i:!:eT.m~:
Im~llml1nâtt!~n:::. ? .,'. O:,13.ke Ruy Othake Aziz Ab' Saber Antonio A. Arantes Modesto Carvalhosa
Seco do Patrimônio Histórico e Artístico Luís Saia Luís Saia Luís Saia ee
i\1I~11U!!.':üt:;:c.. .1':.:::-"':" LD. Antonio L.D. Antonio L. D. Antonio L. D . Antonio L. D.
Nacional - SPHAN (2) I!IlIilIIL!tI~ .:.-:..!:'''::.làe de Andrade de Andrade de Andrade de Andrade
Universidade Estadual Paulista - UNESP
Depto. de Ciências Sociais e Antropologia Antonio Carlos Bernardo
Depto. de História Ana Maria M. Corrêa
Depto. de História e Arquitetura
Depto. de Geografia Helmut Troppmair
Universidade Estadual de
Campinas - UN1CAMP
Depro. de Ciências Sociais e Antropologia Geraldo Giovanni
Depto. de História Edgar S. de Decca
Depto. de História da Arquitetura Jorge Coli
Depro. de Geografia Irineu R. dos Santos
Universidade de São Paulo - USP
Depto. de Ciências Sociais e Antropologia Lucío F. F. Kowarik
Depto. de História Nestor Goulart Nesror Goulart Nesror Goularr Nestor Goulart knliIJI~I:il!l!: "'_':'-:l-=-:.':-:-~ Edgar Carone Ulpíano B. Ulpiano B. Ulpiano B.
R. Filho H. Filho R. Filho R. Filho litI·i"IIm:lUllII.i :- :~-~c.e de Meneses de Meneses de Meneses
Depto. de Geografia ~r .,III_;lt~'mUlIl!Ur::'- •.•::: .J-: Lea Goldenstem Augusto Titarelli Augusto Tltarellí (]7) Gil Sodero de Toledc
.'~I~;·'!1".: -. t"::
Depto. ele História da l~nll"~WIQl
%," ,;!ht 4&l!I\l"..!lIl!'i ~=."' ..;.t ~-:f--,--: Eduardo Corona Murilo de A. Marx Mutilo de A. Marx Carlos A. C. Lemos
Arq. e Estética do Projeto 1 -=-.ll~
lnsrüuto de Pré-Históría Paulo Duarte (4) Eurfpedes
de Paula
S.
(6)
Ulpiano
de Meneses
B. I Ulpiano
de Meneses
B. Ilmlllllllltlll"'lnL
~\",lhIlIlIllUlt:.\\w\:.'l: li
:-. ':r.', i»: :. .:.:.:i.i Caio de! Rio Garcia Dorah P. Uchôa Dcrah P. Uchôa Dorah P. Uchôa

SEDE Av. Paulista, 326/1;0 and. Palácio dos Campos Elíseos (out./72 a janfl4) F: iL '-::1r::T'. ::.~~ 39 110:1 '130 ando
(j3n.l69 a oUl.n2) al. Joaquim Eugênio de Lima, 286 (jan.n4 a ag~ li! .IJ!E -z '1 :::::..l:>_:'
W_ 3":-
R. Haddock Lobo, 585, 12' ando (ago./78 a ou[.7II. I
FONTES: São Paulo, Estado, Lei n.JO.247, de 22.10.1968; Decreto 7.516, de 3.2.1976; Decreto 20.955, de 1" 7.1983 e Decreto 22.986 .:r.
de 30.11.]~hlUllIll!lU1rHII~wtlUllllnlliU,,':;ilIjI,.,i":;;.,~U::lu..:!~ ~:r......:l : :.~.

NOTAS, (16) Inativo de setembro a novembro de 1982


(1) Depois de 1979. Departamento Estadual de Museus e Arquivos, DEMA. (6) Até novembro de 1971; Ulpiano B. de Meneses ",fi Ili""'":",,,,,,,, _LI!: .nzae: ~<! :: -.: .l agosto de 1978 (17) Presidente em exercício de dezembro de 1983 a julho de 1984
(2) Até 1970, DPHAN; 1979, II'HAN; 1987, SI'HAN (7) Até março de 1982; [caro de C. Mello, abri! de 72, Eduardo4j"11llll1 IUmlUll:Il"nk ,oL'1!ci ..:I!- : :-.~ .:. :::..íLO de ]979 (8) Inativo de outubro de 84 a fevereiro de 1985
(3) Inativo de setembro de 1970 março de 1971 (8) Até março de 1975; Luis Saia até maio de ]975 . "It!ffi4: '_\'li:;' ::~ ti::::: ~:~." ::~.::) Corona (9) Até dezembro de 1986, Stela G. Carvalhaes
(4) Até abril de 1969; Eurípedes S. de Paula (9) Inativo de março a outubro de 1975 e de dezembro de 19~,I;llIIwu,IIIIlI~~:~~\ITI'IIrl! !li·!I'/.\lllIUlunt:~"..,·
ia::.~~ .ze -:'~: 1 setembro de 1980 (20) Até? , Guilherme W. de Magalhães
(5) Maio de 1971 (0) Até julho de 1977, Antonio de Q. Godinhc iti[l1iU!l\iiThllut~·I.Uild..~lt!..S!:I:S:: 1".t:"::"'-:: ~.~...:. Bardi (21) Até setembro de 1985; Marilda M. Mouteirc
~·::;=HO LIVRO
i=-:,-,-:J!o: 14x21 cm
'-::-:ho: 23 x 44 paicas
Ti.~q;!rofia:Gautineau 10/13,9
2p,,/: Offset 75 gim' (miolo)
Canào Supremo 250 gim' (capa)
;~ "dição: 2000

:QUIPE DE REALIZAÇÃO

?1-dução Gráfica
:::;on Francisco dos Santos (Assistente)

= dição de Texto
N"lson Luís Barbosa (Assistente Editorial)
r:JSio Gonçalves (Preparação de Original)
!~elson Luís Barbosa e
AJaxandre Araújo (Revisão)

E:iitoração Eletrônica
Lcurdes Guacira da Silva Simonelli (Supervisão)
:c"nílson Gonçalves e
L·f, Carlos Gomes (Diagramação)
passava por uma crise política e de identi-
dade, essa idéia foi assumida pelos inte-
s.
lectuais modernistas que buscavam recriar
a nação, sendo concretizada na década de
1930, pelo governo Vargas. Só mais tarde,
na década de 1960, seria absorvida pelo go-
verno paulista.

Essa é, porém, outra fase da história do


patrimônio no Brasil, a qual você está con-
vidado a conhecer nas páginas deste livro:
Boa leitura!

Marly Rodrigues nasceu em São Paulo, gra-


duou-se em História na Universidade de São
Paulo, na qual também obteve o título de
mestre, e doutorou-se em História Social,
na Universidade Estadual de Campinas. Foi
professora do grau médio e coordenadora
de coleções de livros paradidáticos de His-
tória para a Atual Editora. Presentemente
leciona no Curso de Arquitetura e Urbanis-
mo da FAAP.Desde 1982, trabalha no Servi-
ço Técnico de Conservação e Restauro, do
I M P R E S SÃO Conselho de Defesa do Patrimônio Históri-
,~ L~~~~~c1g!u~S!b.b.
Ruodo Mooco, 1921 São Paulo SP
co, Arqueológico, Artístico e Turístico de
Tel.; (11) 6099.9457/6099.9529

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/~~i~~r!~{o~9i~i~l~c!m.br São Paulo - Condephaat.

Capa: Vicente Pimenta

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