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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DOMINGOS SEQUEIRA

PROVA ESCRITA DE PORTUGUÊS maio 2018


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11º ANO DE ESCOLARIDADE
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Duração da prova: 50 minutos – 1ª parte
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Indique de forma legível a versão da prova.

Utilize apenas caneta ou esferográfica de tinta azul ou preta.


Não é permitida a consulta de dicionário.
Não é permitido o uso de corretor. Deve riscar aquilo que pretende que
não seja classificado.
Para cada resposta, identifique o grupo e o item.
Apresente as suas respostas de forma legível.
Ao responder, diferencie corretamente as maiúsculas das minúsculas.
Apresente apenas uma resposta para cada item.
As cotações encontram-se no final de cada questão.

GRUPO I - A [40 pontos]


[Conteúdo: 24 pontos / Estruturação do discurso e correção linguística: 16 pontos]
Texto A
Lê o seguinte excerto de Os Maias, de Eça de Queirós.
Era toda forrada, paredes e teto, de um brocado amarelo, cor de botão de ouro; um tapete de veludo, do mesmo
tom rico, fazia um pavimento de ouro vivo sobre que poderiam correr nus os pés ardentes de uma deusa amorosa
- e o leito de dossel, alçado sobre um estrado, coberto com uma colcha de cetim amarelo bordada a flores de ouro,
envolto em solenes cortinas também amarelas de velho brocatel, - enchia a alcova, esplêndido e severo, e como
5 erguido para as voluptuosidades grandiosas de uma paixão trágica do tempo de Lucrécia ou de Romeu. E era ali
que o bom Craft, com um lenço de seda da Índia amarrado na cabeça, ressonava as suas sete horas, pacata e
solitariamente.
Mas Maria Eduarda não gostou destes amarelos excessivos. Depois impressionou-se, ao reparar num painel
antigo, defumado, resultando em negro do fundo de todo aquele ouro - onde apenas se distinguia uma cabeça
10 degolada, lívida, gelada no seu sangue, dentro de um prato de cobre. E para maior excentricidade, a um canto, de
cima de uma coluna de carvalho, uma enorme coruja empalhada fixava no leito de amor, com um ar de meditação
sinistra, os seus dois olhos redondos e agourentos... Maria Eduarda achava impossível ter ali sonhos suaves.
Carlos agarrou logo na coluna e no mocho, atirou-os para um canto do corredor; e propôs-lhe mudar aqueles
brocados, forrar a alcova de um cetim cor-de-rosa e risonho.
15 - Não, venho-me a acostumar a todos esses ouros... Somente aquele quadro, com a cabeça, e com o sangue...
Jesus, que horror!
- Reparando bem - disse Carlos - creio que é o nosso velho amigo S. João Baptista.
Abraçou-a pela cinta, sorriam um ao outro. Então Carlos, com os olhos mergulhados nos dela, disse-lhe
baixinho, e implorando:
20 - Ainda não vimos a saleta de banho...
Maria Eduarda deixou-se levar assim enlaçada pelo salão, depois através da sala de tapeçarias onde Marte e
Vénus se amavam entre os bosques. Os banhos eram ao lado, com um pavimento de azulejo, avivado por um
velho tapete vermelho da Carmânia. Ele, tendo-a sempre abraçada, pousou-lhe no pescoço um beijo longo e
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lento. Ela abandonou-se mais, os seus olhos cerraram-se, pesados e vencidos. Penetraram na alcova quente e cor
25 de ouro: Carlos ao passar desprendeu as cortinas do arco de capela, feitas de uma seda leve que coava para dentro
uma claridade loura: e um instante ficaram imóveis, sós enfim, desatado o abraço, sem se tocarem, como
suspensos e sufocados pela abundância da sua felicidade.
- Aquela horrível cabeça! - murmurou ela.
Carlos arrancou a coberta do leito, escondeu a tela sinistra. E então todo o rumor se extinguiu, a solitária casa
30 ficou adormecida entre as árvores, numa demorada sesta, sob a calma de julho...
Eça de Queirós, in Os Maias, cap. XIII, Porto, Livros do Brasil, 2014.

1. Explicita o significado simbólico de dois objetos que impressionaram negativamente Maria


Eduarda. (20 pontos)

2. Refira a funcionalidade deste excerto, relacionando-o com o título da obra. (20 pontos)

GRUPO III – 50 pontos

«A política, a vida financeira, a literatura, o jornalismo, a diplomacia, a administração pública


representam-se em jantares, saraus, serões e corridas de cavalos; assim se configura uma vasta crónica
social, anunciada no subtítulo “Episódios da Vida Romântica” […].» Carlos Reis

Elabore uma apreciação crítica as personagens da crónica de costumes, da obra Os Maias,


de Eça de Queirós, num texto com 200 a 300 palavras, tendo em conta as orientações que se
seguem:

 INTRODUÇÃO: explique, em duas ou três frases, o que é a crónica de costumes


relacionando com o subtítulo da obra.

 DESENVOLVIMENTO - parte 1: escolha uma ou duas personagens que considere mais


relevantes e interessantes, na sua opinião, para a crítica de costumes, justificando as suas
opções com argumentos válidos.
 DESENVOLVIMENTO - parte 2: aprecie criticamente essas personagens:
 a atualidade das críticas;
 as estratégias utilizadas para seduzir e captar a atenção dos leitores;
 a intenção ou o objetivo do autor ao criar cada uma das personagens;
 outros aspetos que o entusiasmaram ou que o enfastiaram…

 CONCLUSÃO - breve síntese do que foi apresentado e reforço do ponto de vista pessoal:
 Sintetize, em uma ou duas frases, o que foi dito no desenvolvimento.
 Esclareça, numa só frase, e em conclusão, se lhe agradaram e/ou se o aborreceram as
personagens que mencionou;
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Proposta de correção

Grupo I

Texto A

1. No momento em que surgem, quando está prestes a consumar-se a relação amorosa, os


objetos que provocaram desagrado a Maria Eduarda afiguram-se funestos, de mau
presságios, sendo indícios da tragédia futura tanto o painel com a “a cabeça lívida, degolada,
gelada no seu sangue” de S. João Batista, como a coruja empalhada, cujos olhos, “redondos e
agoirentos”, se fixavam no “leito de amor, com ar de meditação sinistra”.

2.

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