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COMO PENSAR SOCIOLOGICAMENTE?

Cristina Barbosa

Este resumo visa desenvolver alguns comentários tendo por base trabalhos
sociológicos, cujas temáticas principais concebem a arte como fruto da interação social.
Especificamente os textos são: um artigo intitulado a “Arte como ação coletiva” que
consta publicado no livro Uma teoria da ação coletiva, do sociólogo americano Howard
Becker (1977); o segundo texto, uma resenha feita por Jordão Horta Nunes, intitulada
“Músicos de jazz em atividade: interação, performance e construção de repertório”, esta
resenha foi feita a partir do livro Do you know...?, de autoria de Robert R. Faulkner e
Howard Becker (2009).
Howard Becker, pianista, é um intelectual norte-americano reconhecido
mundialmente no campo das ciências sociais. Robert R. Faulkner é trompetista e
professor de sociologia na Universidade de Massachusetts. Ambos são músicos de jazz
com experiência em performance e estudiosos de renome. Suas pesquisas somam
contribuições valorosas pela ótica do interacionismo simbólico e uma perspectiva
sociológica de base fenomenológica.
No livro Uma teoria da ação coletiva, o sociólogo americano Howard Becker
relata que por muitos anos foi aluno do sociólogo Everett Hughes na Universidade de
Chicago, e que ele lhe ensinou muitas coisas, mas essencialmente, lhe ensinou a como
pensar sociologicamente.
Na prática da sociologia aprender a „pensar sociologicamente‟ não significa
apenas adquirir determinados conhecimentos ou instrumentos científicos, mas, observar
a realidade a partir de uma perspectiva mais ampla. Seria a tomada de consciência sobre
a relação entre o indivíduo e a sociedade como resultado da ação coletiva. A prática da
sociologia não deve ter por objetivo conceber o que seria a essência de qualquer tipo de
fato social ou de arte, a fim de evitar analisar a realidade a partir da opinião pessoal e
dos valores do pesquisador.

Para o pensamento sociológico é importante compreender que a sociedade não


se apresenta de determinada forma por acaso. É relevante desenvolver a visão objetiva
do investigador, ao ser capaz de perceber e conectar os contextos que envolvem a
realidade social com os interesses em disputa, os dilemas e as relações de poder.
No artigo intitulado a “Arte como ação coletiva”, o sociólogo Howard Becker
(1976), levanta uma crítica acerca de muitos trabalhos sociológicos ou sobre arte que
falam “de organizações ou sistemas sem referência às pessoas cujas ações coletivas
constituem a organização ou o sistema”. Critica quando nestes escritos a arte é citada
como “produto social” ou se referem às “estruturas sociais”, sem, no entanto, fazer
nenhuma referência às ações e ao trabalho de um grupo de pessoas que produzem essas
estruturas.

Becker compreende o trabalho artístico como ação coletiva, a qual funciona


imbricada em um complexo sistema de cooperação e elos cooperativos. No qual, o
artista atua no centro de uma ampla rede, onde outras pessoas realizam atividades em
cooperação que são essenciais para o resultado final da obra de arte. Enfatiza sobre o
papel das convenções musicais e das redes sociais que as envolvem para compreender o
mundo da música.

Ambos, Becker e Faulkner, descrevem como as convenções artísticas baseiam


todas as decisões referentes às obras produzidas em um determinado ambiente artístico
e é isso que torna a arte possível em vários sentidos. Em resumo, as convenções
artísticas definem os materiais a serem utilizados na produção da obra. E também
podem influir nas negociações que acontecem na dinâmica rede de interações e
produções artísticas. Ditam os meios pelos quais as abstrações irão influenciar as
experiências ou a expressão das ideias. E que apesar de padronizadas, as convenções
artísticas, raramente são rígidas e imutáveis. As pesquisas realizadas por estes autores,
que tem por premissa a arte como fruto da interação social, oferecem uma compreensão
dos sistemas de convenções e estruturas de laços cooperativos existentes nos mais
variados espaços, nos diversos mundos da arte.

Para Becker, na perspectiva da sociologia da música há duas questões centrais a


serem refletidas pelo investigador, que são pensar: “como uma música é escolhida para
ser tocada” e “em que meio social essa opção é feita”. E afirma que os mundos da
arte/das músicas refletem a sociedade em toda sua amplitude e complexidade.

Na resenha feita por Jordão Horta Nunes, intitulada “Músicos de jazz em atividade:
interação, performance e construção de repertório”, as ideias de Becker e Faulkner se

fundem e ampliam uma compreensão sociológica das redes de produção e consumo da


música, a partir das interações que fazem parte das condições de trabalho dos grupos de
jazz em busca de espaços para tocar. Daí os autores relatam de forma bem humorada as
diversas situações em que os músicos criam e recriam seus repertórios, a partir de um
conjunto de convenções presentes nas práticas musicais comuns e nos acontecimentos
que servem de base para a investigação sociológica.
Ao entender a arte como uma ocupação, os autores focam na observação de uma
série de atividades comuns à formação profissional de um músico, como aprender,
ensaiar, treinamentos para aprimoramento técnico-musical, compor, arranjar,
apresentar-se só ou em grupo. As diversas práticas que envolvem a execução pública de
composições ou arranjos em contextos diversos, tias como bares, festas, boates, por
exemplo.
Mostram que os músicos de jazz numa dinâmica colaborativa vivenciam conflitos,
negociam e improvisam o caminho para uma performance bem-sucedida. Contam como
numa prática comum do músico de jazz, eles por vezes precisam tocar com outros
músicos que não conhecem, sem ter tido ensaios prévios e ainda assim conseguem tocar
diferentes gêneros musicais juntos, com poucas notações musicais para guiá-los.
A análise sociológica tem como ponto de partida a vivência dos músicos de jazz
em ação tocando em grupo em locais públicos, e o modus operandis que utilizam para
agenciar coletivamente a constituição do repertório musical, tendo as músicas (songs),
os executantes (performers), as situações de execução e o repertório de trabalho, como
algumas das muitas tipologias que dão coesão a ação coletiva. Como base nas tipologias
os autores aprofundam seus conhecimentos ao observar e analisar de forma objetiva a
realidade social dos músicos realizando o trabalho de tocar na noite. Estão incorporadas
a estes estudos, as tradições sociológicas interacionistas, as redes de convenções e
interações sociais no mundo da música desenvolvidas por Becker. Os trabalhos dos
músicos e sociólogos, Rob Faulkner e Howie Becker, são referências para compreender
as redes de relações sociais e artísticas que impulsionam a produção dos repertórios e
sobre a história social do jazz na contemporaneidade.
REFERÊNCIAS

Becker, Howard (1976) “Arte como ação coletiva” in: Uma teoria da ação coletiva. Rio de

Janeiro, Zahar, pp. 205-222.

Nunes, Jordão H. (2012) “Músicos de jazz em atividade: interação, performance e construção

do repertório”, Contemporânea, v.2, n.1, pp. 257-263.

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