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O Grafo do Desejo é, das estruturas de Lacan, aquela que se faz mais presente ao logo de

sua obra. Lacan comenta essa construção principalmente nos Seminários 5, 6, 9 e 16 e no


artigo Subversão do Sujeito e Dialética do desejo no Inconsciente Freudiano.1 Contudo,
espanta notar quão poucas obras têm sido dedicadas a essa estrutura, ainda mais se
compararmos àquelas dedicadas aos quatro discursos e ao nó borromeano. E, Alfredo
Eidelsztein, é responsável pelas duas obras mais extensas sobre o assunto, um capítulo de
seu livro Modelos, Esquemas y Grafos em la Enseñanza de Lacan publicado em 1992 e
a segunda, o objeto da presente resenha, O Grafo do Desejo, o qual constitui-se da reunião
das aulas ditadas para o curso de pós-graduação ministrado na Faculdade de Psicologia
da Universidade de Buenos Aires, no ano de 1993, publicado em 2007. Eidelsztein tratará
de desenvolver nessa obra os principais temas que subjazem ao grafo, bem como
interpretações próprias fundamentadas na teoria lacaniana. Dividiremos o livro em duas
partes, as três primeiras aulas em se trata da introdução à temática do grafo e as outras
doze aulas onde Eidelsztein tratará de expor o grafo do desejo propriamente.

Mas, afinal, o que é um grafo? O leitor de Lacan já deve estar acostumado às referências
constantes de Lacan ao ramo da matemática, um grafo é mais uma dessas. Um grafo é
uma estrutura composta de lugares e relações entre lugares, basicamente, vértices e
arestas. Acontece que no grafo de Lacan encontramos arestas que não relacionam dois
vértices, precisamente, todas as seis extremidades das três linhas principais que compõe
o grafo, Eidelsztein insere aí, então, sua primeira inovação teórica, dirá que o grafo possui
a mesma estrutura de um de “oito interior”, um oito que possui um anel dentro do outro.
Essa tese é necessária para sustentar que o grafo possui o estatuto da definição matemática
da teoria dos grafos. Definido o grafo como um oito interior, Eidelsztein situa no interior
do anel interior, um buraco, “equivalente espacial do objeto a”. Ilustra-se, assim, a
segunda inovação teórica do autor, o grafo do desejo serve para introduzir o objeto a na
teoria lacaniana. Como se trata de um grafo do desejo e tendo objeto a como objeto causa
do desejo, esse conceito lacaniano deveria tomar lugar ali.

1
Encontramos menção ao grafo em todos os outros seminários a partir do Seminário 5, à exceção daqueles
de número 17, 19, 20 e 23 e 25.
Feita essa introdução pelas matemáticas, Eidelsztein passará a um segundo campo do
saber em ação no grafo do desejo, a linguística moderna, precisamente, dois teóricos
muito presentes no ensino lacaniano, Saussure e Jakobson. Merece destaque nessa parte
a retomada de um texto de Jakobson menos citado por comentadores, trata-se do artigo
sobre os comutadores linguísticos intitulado: Los conmutadores, las categorias verbales
e el verbo ruso (Ensayos de l geral). É sobe esse artigo que Lacan constrói sua teoria sobre
o sujeito do enunciado e o sujeito da enunciação, sendo o segundo operando como um
comutador (shifter).

Por fim, nessa parte introdutória ao grafo, o autor lança mão da relação entre necessidade,
demanda e desejo. A necessidade, tal como Lacan a trata, remete a uma existência animal
ou a um momento mítico do indivíduo quando uma carência era remetida a uma carência
do organismo, colocado no campo da linguagem, o sujeito passar a ter uma relação
necessária com uma referência alienada, o Outro, desde aí, não se trata mais da satisfação
de uma necessidade, mas de uma demanda, por definição, demanda de amor. Mas, nessa
demanda, algo se furta à satisfação. É precisamente uma defasagem entre o desejo e a
demanda onde se inscreve o desejo. O desejo situado como uma defasagem nos leva à
citação lacaniana “que o desejo seja articulado, é precisamente a razão não seja
articulável”.

Passada essa parte introdutória, chegamos propriamente ao grafo lacaniano. O grafo


compõe-se de quatro fazes (abaixo), Eidelsztein, contrariamente a Zizek (1992), propõe
as fazes anteriores à última como artifícios didáticos, não existem como tais. A partir daí,
o autor seguirá, então, a dinâmica de exposição do artigo Subversão do sujeito e dialética
no inconsciente freudiano (Lacan, 1998):

- Grafo 1: Também designada por célula elementar. A primeira fase do grafo serve a
representar o deslizamento da cadeia significante até o ponto de basta; diferentemente de
Saussure, não há, em Lacan, a correspondência unívoca entre significado e significante,
em vez disso, conforme a sucessão de significantes, os significantes já ditos ganham
sentido a partir daqueles que veem posteriormente, assim, o sentido acontece só depois
(après-coup). Eidelsztein associará, ainda, o laço entre A e s(A) ao “círculo infernal da
demanda”. O Outro (A) é tido, aqui, como um sítio prévio de significantes desde os quais
o sujeito se vê assujeitado na constituição de seu mundo ou sua realidade. Desse modo, o
Outro é aquele que interpreta a necessidade mítica do recém-nascido (ou que se tornará
sujeito, visto que $ é o produto dessa primeira fase) instalando aí um circuito de demanda.
Tal circuito fundamenta-se na repetição, desse modo, o vetor de ida A-s(A) e o de retorno
s(A)-A metaforizam, no grafo, essa relação.

- Grafo 2: Nessa construção é inserido um sub nível [m-i(a)] e, inversamente à primeira


fase, o $ agora é ponto de partida do vetor direcionado à esquerda e o ponto de chega é o
I(A) – lê-se ideal do eu. Eidelsztein propõe uma chave de leitura sobre o ideal do eu, qual
seja, esse conceito não trata exatamente de um eu idealizado, mas, a figura que em sua
autoridade, onipotência ou idealidade é coberta por um significante é o Outro, assim, o
autor propõe que leiamos I(A) como ideal do Outro, introduzindo, dessa maneira, a
alienação do eu quanto a um Outro. Esse Outro colocado como ideal possui uma gênese.
É no estágio do espelho onde devemos buscá-la. A operação de fixação da imagem do
eu, i(a), pelo eu, m, é efetuada sob a chancela do Outro que aponta no espelho quem é
aquela imagem refletida, o bebê. Esse Outro, também chamado por Lacan de Outro
primordial, é representado pela mãe. Vemos aí que, contrariamente à filosofia de um
Fichte ou de filósofos que colocam o Eu como o dado mais imediato, o eu é, sobretudo,
adquirido, captado pelo bebê através de uma instância alheia, o Outro. Nesse momento,
a realidade do bebê, ou a cadeia significante em s(A)-A, passa a ser mediada por um “eu”
colocado ali por um “Outro”, surgindo, com isso, a ilusão da autonomia ou
autodeterminação do eu.

- Grafo 3: a pergunta. Pelos grafos anteriores, vimos que o sujeito pode se quedar atado
a cada uma dessas fazes; no circuito da demanda pelo grafo 1 e a identificação à imagem,
sustentada pelo Outro, em seu poder de chancelar um eu, cuja gênese nos remete ao
estágio do espelho, no grafo 2. Para essa terceira fase, Eidelsztein trata-se de uma
pergunta sobre o desejo: “que deseja?”. Porém, ao desejo, como fruto de uma defasagem
na demanda, somente se pode acessá-lo pelas entrelinhas do discurso, pelos tropeços,
pelos lapsos, quando, na falta ou na confusão da fala, algo aponta para uma dimensão
latente no discurso. Precisamente, essa dimensão, que em todo caso não pode ser acessada
diretamente (pois o desejo está nas estrelinhas por definição), marca o tratamento
psicanalítico e o lugar do inconsciente ou do fantasma inconsciente – grafado nessa
terceira fase por $◊a. Por essa via, vemos que, acessar a fantasia inconsciente ou a outra
cena envolve, envolve a vacilação, tanto da cadeia significante quanto dos ideais.
Contudo, devemos entender que, embora o fantasma funcione como uma engrenagem do
desejo – o desejo não opera senão pela gramática do fantasma ($◊a) –, ele não é, senão,
uma moldura que permite ao sujeito desejar, e não propriamente um objeto de desejo ou
uma modo de alcançar esse objeto, daí Eidelsztein dizer de duas modalidades do desejo:
como desejo insatisfeito (na vertente histérica) e como desejo impossível (na obsessiva).

- a) Grafo 4: a pulsão ($◊D). Eidelsztein oferece um chave de leitura sobre o algoritmo


de pulsão que nos parece especialmente útil. Lacan, no artigo sobre a subversão do sujeito,
propõe trabalhar o matema da pulsão em relação ao Outro (A). Desde aí Eidelsztein
sugere que, se o Outro pode ser tomado como o tesouro significante, isto é, o significante
em seu eixo sincrônico (“a multiplicidade das combinações significantes, aliás
absolutamente abreviadas, elididas, diríamos até purificadas quanto à significação”
(Lacan, 1999, p. 121)), o algoritmo da pulsão, toma o aspecto diacrônico ou gramatical
do significante, sendo que o sujeito, nesse caso, seria como o sujeito de uma oração, de
uma gramática que organiza o catálogo pulsional. No entanto, um sujeito que sofre a ação:
“na fórmula da puslão, o sujeito nunca está localizado; e quanto o sujeito se localiza, terá
que ser como a e nunca como $” (p. 167) – o que Eidelsztein parece sugerir é que, sempre
quando se tratar da pulsão, o sujeito entra em cena como o sujeito da passiva gramatical,
é aquele que sofre a ação da demanda instaurada pelo Outro (A).

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A topologia omite a forma, em psicanálise as formas não cumprem uma função


determinante. Na topologia, medida de tamanho e distância não é levada em conta.
Permite trabalhar uma relação nova entre interior e exterior. A topologia subverte a
relação sujeito-objeto. A topologia opera com a noção de invariantes, os invariantes são
as propriedades estruturais. (11-13).

Introdução do conceito de letra no grafo. Ferramenta ideal para opor significante e letra.
Um analista não escuta, um analista lê (16).
O grafo do desejo é a introdução do objeto a no ensino de Lacan. A estrutura fundamental
do grafo é o objeto a.

“Onde isso estava devo advir como sujeito”.

Faltou o autor colocar aqui a questão do pai. Grafo 2

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