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Estado tem duas formas de obter receita: ou explora o seu patrimônio ou explora
patrimônio de terceiro.
Quando obtém dinheiro explorando seu próprio patrimônio receita originária;
quando obtém dinheiro explorando patrimônio de terceira pessoa (poder de império, poder
extroverso) receita derivada (direito tributário cuida desta).
1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL
CF não cria tributo; o máximo que a CF faz é determinar o rol dos tributos que devem
ser instituídos, e este rol é exemplificativo.
FUNDOS DE PARTICIPAÇÃO:
Materiais => matérias que não podem ser objeto de reforma por EC são as cláusulas
pétreas.
EC suprimiu a repartição de receita tributária; afronta cláusula pétrea? SIM, pois afronta
a forma federativa (cláusula pétrea reflexa ou indireta). Papel da repartição é dar tratamento
equânime ao federalismo fiscal.
EC pode reforçar uma limitação ao poder de tributar (o que não pode é suprimir).
Circunstanciais =>
EC pode inserir tributo na CF? SIM. Nada obsta, desde que observe os limites
determinados pelo CF (então, é possível EC inconstitucional, pois advém de um poder
constituinte derivado).
Ex1: EC 39/02 inseriu art. 149-A (COSIP).
Ex2: EC 41/03 inseriu o §1º (Estado, DF e M podem instituir contribuição para o
custeio do regime previdenciário de seus servidores).
EC pode criar tributo? SIM, se o tributo pode ser instituído por meio de lei e por MP,
por questões de hierarquia constitucional, ela poderia instituir tributo.
Ellen Gracie: EC pode criar tributo, desde que defina FG, BC e contribuintes (ou seja,
EC deve desenvolver o papel da própria lei).
Lei 8212/91:
Art. 45 e 46: prazo decadencial e prescricional de contribuições previdenciárias 10
anos de decadência e 10 anos de prescrição.
Contribuição previdenciária é uma espécie de tributo; então, deve observar o regime
jurídico tributário. CF: prescrição e decadência devem ser tratadas por LC. Lei 8212 é LO.
Esta matéria foi levada à repercussão geral STF: Súmula vinculante nº 8
(inconstitucionalidade dos art. 45 e 46 da lei 8212/91).
Regra: efeito ex tunc MAS houve modulação dos efeitos do controle de
constitucionalidade (lei 9868/99): a partir desta decisão, STF decidiu com efeito ex nunc.
Contra a não obediência de súmula vinculante, cabe reclamação.
COMUM ==> Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas neste artigo.
CONCORRENTE ==> União legisla sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados. Inexistindo lei federal, os Estados exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. A superveniência de lei federal sobre
normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Para que cooperativa adquira personalidade jurídica, depende do registro.
Lei 8934/94 (lei de registro público das empresas mercantis) cooperativa deve ser
registrada na Junta Comercial (há 27, uma em cada Estado). Ou seja, compete ao Estado os atos
de registro.
Então, na ausência de lei federal, pode haver LC estadual dando tratamento adequado.
Se houver LC federal subsequente art. 24, §4º, CF.
CADE (lei 8884/94) visa evitar concentrações econômicas que afetam a concorrência
(monopólios, cartéis).
LC é competente para instituir tributo, desde que haja previsão expressa na CF. Ex: art.
148, CF (empréstimo compulsório).
Se MP, após ser editada, já passa a ter eficácia jurídica, o mesmo se dá aos impostos?
MP deve respeitar a dinâmica tributária dos impostos, ou seja, se um imposto observa o
princípio da anterioridade, MP deve respeitar.
Ex: MP editada para majorar imposto que não observa a anterioridade (IOF). CN
rejeitou a MP passados 120 dias. Mas o contribuinte já está arrecadando com tributo majorado
(e o CN vetou a medida). CN deve editar um decreto legislativo para determinar os efeitos desta
MP (se perduram, se são retraídos).
STF: MP é competente para instituir e majorar tributo, desde que dentro dos limites
estabelecidos pela própria CF.
2) DECRETO EXECUTIVO
Poder regulamentar ou normativo, que passa a ser um poder administrativo conferido
aos Chefes do Executivo para editar ato para o fiel cumprimento de uma lei.
Então, via de regra o decreto não pode inovar a ordem jurídica, mas sim ser utilizado
para fins de regulamentação.
Art. 84, IV, CF.
Decretos autônomos: força normativa pode ser de uma norma geral abstrata (lei) –
inovação de ordem jurídica (exceção).
Art. 84, VI, CF (Presidente pode organizar o funcionamento da administração pública
federal).
Decreto regulamentar
Há tributos que possuem natureza jurídica fiscal e outras que possuem natureza
extrafiscal (e o mesmo tributo pode ter as duas naturezas).
Natureza fiscal: finalidade meramente arrecadatário.
Natureza extrafiscal: finalidade regulatória, econômica ou social.
CF, com o fito de preservar a extrafiscalidade e evitar que passasse ao crivo do CN,
determinou no art. 153, §1º que o Executivo pode alterar determinadas alíquotas de alguns
impostos:
II
IE
IPI
IOF
Nem todos são extrafiscais (IPI e IOF: não necessariamente). Então, só pode alterar com
finalidade extrafiscal.
Presidente precisa fundamentar, pois o ato é vinculado.
Art. 177, §4º, I, “b”, CF: também cabe ao decreto executivo para alterar as alíquotas
das CIDE-COMBUSTÍVEIS e ICMS-COMBUSTÍVEL, dentro dos limites estabelecidos na lei.
Lei que regulamenta a CIDE-COMBUSTÍVEIS é a lei 10336/01.
Ou reduz ou chega ao limite determinado pela lei.
Se Presidente resolver exorbitar seu poder regulamentar (não observa a lei e majora a
alíquota ou reduz sem motivação), cabe ao CN exclusivamente sustar esse ato (art. 49, V, CF) –
outro exemplo de controle repressivo de constitucionalidade.
ICMS: alíquota máxima nas operações interestaduais (para evitar guerra fiscal) e
alíquota mínima nas operações internas (distribuição equânime de concorrência).
ITCMD: alíquota máxima.
IPVA: alíquota mínima.
4) CONVÊNIOS
Acordos firmados entre as Secretarias de Fazenda com intuito de conceder benefícios
fiscais mútuos bem como a redução de alíquotas.
Convênios mais importantes são os firmados entre os Estados (em razão do ICMS) e
entre Municípios (em razão do ISS).
Não é obrigado a fazer parte do convênio (somente se tiver interesse econômico em
comum).
Finalidade: tentar remediar a chamada “guerra fiscal” (cada Estado procura atrair
investimento para a sua região).
CF, no art. 155, §4º, IV, determina que, se a LC autorizar dispor a respeito, o ICMS
poderá ter incidência monofásica sobre combustíveis ICMS é imposto plurifásico: desde a
produção até o consumidor final ele incide em todas as cadeias; em se tratando de combustíveis,
LC poderá estabelecer alíquota que incide em somente uma fase.
Se a LC autorizar (art. 155, §2º, XII, g), caberá aos convênios à definição das alíquotas.
§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte: Commented [P7]: XII - cabe à lei complementar:
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o
imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua
Federal, nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte: finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no
a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por produto; inciso X, b;
b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem, incidindo sobre X - não incidirá (o ICMS):
o valor da operação ou sobre o preço que o produto ou seu similar alcançaria em uma venda b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo,
em condições de livre concorrência; inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele
derivados, e energia elétrica;
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III,
b. Commented [P8]: § 2.º O imposto previsto no inciso II
(ICMS) atenderá ao seguinte:
XII - cabe à lei complementar:
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e
do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais
Perguntas: serão concedidos e revogados.
Commented [P9]: princípios da irretroatividade e da
1) O Direito Tributário cuida da receita originária. Certo ou errado? anterioridade tributárias
2) O que é competência tributária negativa?
3) De todos os entes federativos, Município presta a maior parte dos serviços (e
supletivamente os Estados), mas quem mais arrecada é a União. Como sanar este
desequilíbrio?
4) Diferencie repartição de receita tributária direta de repartição de receita tributária
indireta.
5) Cite os impostos da U, E e M que não se repartem.
6) Em que hipótese a arrecadação do IR vai toda para o Estado/DF/Município?
7) 20% da arrecadação dos impostos residuais instituídos pela União são repassados aos
Municípios. Certo ou errado?
8) Qual a porcentagem de arrecadação do ITR é repassada aos Municípios?
9) A porcentagem de IPVA e ICMS arrecadados que é repassada ao Município no qual o
veículo é licenciado ou a operação é realizada é a mesma em ambos os casos. Certo ou
errado?
10) Explique de que forma são repassados os 48% do arrecadado com IPI e IR.
11) Do IPI arrecadado, são repassados de 10% a 20% aos Estados e DF, proporcional às
exportações de produtos industrializados. Certo ou errado?
12) Quanto de CIDE arrecadado é repassado ao Estado? E quanto deste vai para o
Município? Explique.
13) EC suprimiu a repartição de receita tributária; isto afronta cláusula pétrea?
14) EC pode inserir tributo na CF? E criá-lo?
15) Cite três funções da LC em âmbito de Direito Tributário.
16) É possível existência de conflito no plano lógico, uma vez que toda competência é
haurida na CF?
17) O prazo decadencial e prescricional de contribuições previdenciárias é de 10 anos.
Certo ou errado? Por quê?
18) Os Estados poderiam exercer uma competência legislativa dissertando sobre o
tratamento adequado ao ato cooperativo das sociedades cooperativas?
19) Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo
de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União,
por lei, estabelecer normas de igual objetivo. Certo ou errado?
20) LC é competente para instituir tributo?
21) Sobre o que LO deve tratar?
22) MP pode instituir impostos inominados?
23) Atualmente, MP pode majorar todos os impostos federais. Certo ou errado?
24) MP editada para majorar imposto que não observa a anterioridade (IOF). CN rejeitou a
MP passados 120 dias. Mas o contribuinte já está arrecadando com tributo majorado (e
o CN vetou a medida). O que fazer?
25) Quando o Executivo pode alterar alíquota de tributo?
26) O que são convênios? Por que são exceções ao princípio da legalidade estrita em
matéria tributária?
27) Cabe à lei complementar definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o
imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade. Certo ou errado?
28) As alíquotas do ICMS poderão ser reduzidas ou restabelecidas por meio de convênio,
não se lhes aplicando os princípios da irretroatividade e da anterioridade tributárias.
Certo ou errado?