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Falar de depressão

A depressão, nas suas várias formas clínicas, assume, hoje em dia, proporções
inimagináveis. Ou talvez nem tanto, por existirem muitos casos diagnosticados
como sendo de depressão, quando, de facto, se trata de outras situações. Ou
por existirem muitas pessoas convencidas que sofrem de depressão porque
tomam anti-depressivos. Ou pela enorme confusão entre uma tristeza saudável
reactiva às situações de vida e uma perturbação do humor com foros de
patologia. Ou, ainda, pela absorção de uma evidência cultural moderna que nos
impele à eliminação rápida e imediata de qualquer emoção desagradável,
definindo essas emoções como doentias.

No entanto, e apesar de tudo, permanece o facto de que cada vez mais pessoas
se encontram medicadas e em tratamento de uma situação depressiva. As
perturbaçõ1es do humor, onde se incluem depressões major, distimias e
bipolaridade exigem, pela sua elevada incidência e, muitas vezes, significativa
gravidade, que os psicólogos se mantenham muito actualizados, do ponto de
vista científico e focados na procura permanente de soluções mais eficazes, mais
rápidas e mais abrangentes.

O que é uma depressão?


A Depressão tem sido uma das perturbações psicológicas mais discutida e
avaliada devido à enorme quantidade de pessoas que afectou, afecta… e, não
tenha dúvidas sobre o futuro, afectará! São uma em cada quatro pessoas que
sofrem de depressão… dá que pensar, não é? Assim, é fácil fazermos contas e
percebermos que existem pessoas que passam por situações como esta, com
muito sofrimento, e sem perceberem que não se trata apenas de tristeza que
persiste em ficar. É importante perceber que para além de tristeza prolongada
e desinteresse, a pessoa deprimida fica sem vontade ou prazer em levar a
cabo actividades que, anteriormente, considerava como agradáveis e sente-se
sem energia ou com cansaço persistente. De uma forma geral, podemos
encontrar queixas relacionadas com as funções vitais do seu organismo.
Assim, dá-se normalmente u1ma modificação do apetite (falta ou excesso de
apetite), as horas de sono também ficam alteradas (sonolência ou perda de
sono) e o desejo sexual diminui gradualmente… atenção a estes sinais que são
muito importantes! Ao mesmo tempo que todo o corpo começa a manifestar a
presença da depressão, é frequente as pessoas deprimidas sentirem-se inúteis
e sem valor, com a auto-estima muito diminuída, terem ideias relacionadas com
a morte, sentirem-se incapazes de iniciar tarefas que desenvolviam com
facilidade.

Se verificar que permanece mais de duas semanas com várias destas queixas
a aborrecerem-no(a)… se calhar, este texto já o(a) está a ajudar a
compreender que poderá estar a precisar de ajuda especializada.

Poderá considerar que já muitas pessoas sentiram algumas destas queixas


ocasionalmente, sobretudo depois de terem passado por situações ou
acontecimentos que as marcaram negativamente. Está correcto esse
pensamento! No entanto, é fundamental estar atento à forma como estas
queixas se podem tornar uma constante na sua vida, começando de forma
gradual… Assim, ficou a saber que a depressão é diferente das mudanças de
humor que todos temos pela permanência dos sintomas que a acompanham.
As companhias indesejáveis que, por vezes, tem associadas são: a ansiedade
e/ou perturbação de pânico.

E, se está a pensar que não tem idade nem tempo para ter depressão
informamo-lo(a) desde já: a depressão não escolhe idades e pode durar desde
alguns meses a alguns anos (infelizmente, com falta de tratamento adequado é
bem possível que a situação se arraste indefinidamente)! De acordo com a sua
duração divide-se em episódica, recorrente ou crónica. A importância do
tratamento desta perturbação relaciona-se também com uma das suas
consequências mais graves: o suicídio. Sabemos que morrem em Portugal, por
ano, 1200 pessoas através de suicídio.

A depressão é mais comum nas mulheres do que nos homens: a Organização


Mundial de Saúde, através de um estudo publicado em 2000 mostrou que 1,9
por cento dos homens tem episódios de depressão unipolar, enquanto nas
mulheres o valor sobe para 3,2 por cento.

Sintomas frequentes
 Humor depressivo durante a maior parte do dia, quase todos os dias
 Diminuição de interesse ou prazer em quase todas as actividades
 Perda de peso (sem dieta) ou aumento de peso significativo
 Diminuição ou aumento do apetite quase todos os dias
 Insónia ou hipersónia (necessidade de dormir muito) quase todos os
dias
 Inibição/lentidão de movimentos
 Agitação
 Náuseas, alterações gastro-intestinais
 Fadiga ou perda de energia quase todos os dias
 Sentimentos de desvalorização ou culpa excessiva quase todos os dias
 Pensamentos recorrentes acerca da morte, ideias de suicídio ou
tentativas de suicídio

Estar deprimido é algo que cada vez mais frequentemente utilizamos para
descrever o nosso estado de tristeza. A depressão é, cada vez mais, vista
como o flagelo das sociedades modernas, adquirindo recentemente, e de forma
meteórica, o estatuto da constipação da saúde mental, pela sua frequência na
nossa população. É amplamente reconhecido pela comunidade psi
(profissionais de saúde mental) que a utilização deste termo como rótulo ou
descritivo é, de um modo geral, abusiva na forma como as pessoas a utilizam.
Surpreendente para muitos será a recente demonstração científica de que este
uso abusivo do diagnóstico de depressão estará presente, também, na
comunidade de profissionais de saúde mental.
Para fazer o diagnóstico de perturbações psicológicas, a maioria destes
profissionais apoia-se no DSM-IV TR, o manual psiquiátrico que contém os
critérios de diagnóstico para as perturbações psicológicas e psiquiátricas.
Quando um cliente reúne um determinado conjunto de critérios, estão criadas
as condições para a atribuição de um dado diagnóstico. Embora para algumas
perturbações estes critérios sejam considerados por vários profissionais como
ambíguos, ou pouco claros, os critérios diagnósticos para a depressão têm
encontrado pouca oposição fundamentada cientificamente. Uma investigação
conduzida recentemente na Universidade de Nova Iorque veio dar credibilidade
a uma corrente de opinião no seio da Psicologia e Psiquiatria que defende que
os critérios do DSM-IV TR para a depressão conduzem a demasiados
diagnósticos falsos-positivos. Na opinião deste grupo de autores, os critérios do
DSM-IV TR estarão elaborados de uma forma insuficientemente específica, o
que leva a que que estados normais de tristeza como consequência de perdas
na vida (ex. viuvez, desemprego, divórcio) sejam diagnosticados de forma
errónea como depressão major.

Face a estas críticas, os autores do DSM-IV TR incluíram um conjunto de


critérios críticos de diagnóstico para a depressão que, pretendia-se, reduziriam
significativamente o número de diagnósticos falso-positivos. O que a
investigação recente conduzida na Universidade de Nova Iorque veio
demonstrar foi que, na verdade, a presença destes critérios críticos em pouco
ou nada veio alterar o número de diagnósticos errados: antes de serem
implementados estes critérios, os diagnósticos falsos-positivos rondavam os
30%; depois da sua implementação, cerca de 95% destes diagnósticos falsos-
positivos continuavam a ser feitos .

Estes resultados têm claras implicações para os intervenientes no contexto da


saúde mental: para os profissionais, implica uma reflexão cuidada acerca da
forma como diagnosticam e tratam casos de depressão; para o Estado implica
uma reflexão sobre o valor anual que se despende em comparticipação de
psicofármacos anti-depressivos potencialmente desnecessários.

Acima de tudo, para os utentes do Serviço Nacional de Saúde, e de serviços de


Psicologia e Psiquiatria privados, convida a alguma precaução na forma como
“compramos” os diagnósticos: muitas vezes levamo-los para casa como rótulos
que dificilmente descolamos de nós, chegando a falar de nós próprios como
pessoas “depressivas”.

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