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O controle mais rigoroso sobre todas as etapas de produção dos empreendimentos é uma das
consequências do desaquecimento do mercado imobiliário e do encolhimento da margem de
lucro das construtoras. É natural que, nesse contexto mais adverso, a tolerância com desperdício
de materiais, com retrabalhos, atrasos de cronograma e patologias pós-obra diminua, assim
como aumente a preocupação com a racionalização de processos, com a inovação tecnológica e
com o aumento da produtividade. Se o desempenho dos engenheiros coordenadores já era
importante para o sucesso das obras, agora se tornou ainda mais crítico. Aos profissionais que
atuam nos canteiros, são cada vez mais exigidos conhecimento técnico, visão gerencial,
liderança e responsabilidade.
Ele conta que, atualmente, a dificuldade dos diretores de construtoras é justamente fazer com
que os engenheiros mais jovens saiam do escritório para rodar as obras. "O profissional ideal é
aquele que consegue conciliar a teoria e as metodologias para gerir processos com a visão
prática e a disposição para vivenciar a obra", diz Bigucci.
Encontrar esse perfil nem sempre é fácil. Primeiro porque muitos dos profissionais que se
formam nas universidades não se interessam pelo trabalho em campo e acabam seguindo para
outras áreas, como o mercado financeiro. Depois, porque a faculdade é apenas uma parte da
formação e nem sempre contempla disciplinas importantes para os tempos atuais, sobretudo
relacionadas à gestão empresarial, de pessoas e de empreendimentos. "De modo geral, a
abordagem das universidades tem sido extremamente tecnicista, propiciando uma formação
segmentada com pequena visão sistêmica e com pouca ênfase à formação do engenheiro
enquanto gestor", comenta Souza.
Desafios cotidianos
Para os engenheiros de canteiro, lidar com toda essa responsabilidade torna-se ainda mais
complicado diante da escassez de mão de obra qualificada e da demanda por encurtar os prazos
de execução e por atender a orçamentos limitados. "Há também a necessidade de quebra de
paradigmas relacionada à cultura construtiva, o que traz barreiras e dificuldades na implantação
de novos processos", pontua Hugo Graziani de Oliveira Zauli, engenheiro da Patrimar
Engenharia. Cabe ressaltar que o gestor da obra é uma figura essencial na motivação,
capacitação de pessoas e preparação do ambiente da obra para a introdução de novas
tecnologias.
Zauli destaca que outro grande desafio do dia a dia é a necessidade de adequação às
exigências de sustentabilidade e de saúde e segurança do trabalho, que fazem com que os
processos sejam feitos sob forte exigência documental e de equipamentos. Não deixa de ser um
fator de pressão sobre os engenheiros a grande expectativa dos clientes, que adquirem cada vez
mais conhecimento e exigem um trabalho de melhor qualidade.
"Quando desvios são detectados, a tendência é responsabilizar o engenheiro da obra. Ainda que
de forma injusta, esse é um fator cultural com os quais os engenheiros precisam saber lidar", diz
Milton Bigucci Júnior. Mas, se por um lado a cobrança é enorme e crescente, por outro lado, hoje
já se dispõe de instrumentos de controle capazes de rastrear erros, sejam de planejamento, de
orçamento ou da obra. "Desse modo há mais transparência e fica mais fácil identificar se o
problema da obra é decorrente única e exclusivamente de falha do engenheiro ou se é resultado
de um planejamento mal-elaborado, de falhas no orçamento, ou mesmo de uma compra mal
realizada", continua Bigucci.
Avaliação de desempenho
A OR, por sua vez, utiliza uma ferramenta de planejamento chamada Programa de Ação, onde
são pactuados os desafios e metas de cada integrante para o decorrer do ano. "Ao fim de cada
ciclo, temos a avaliação de desempenho desse Programa, além de uma avaliação de
alinhamento à cultura da empresa", conta Márcio Pellegrini, diretor de Engenharia da
construtora.
Plano de carreira
Estagiários ou trainees
Engenheiros residentes
Coordenadores de obras
Podem administrar mais de uma obra simultaneamente. Devem dispor de conhecimentos sobre
gestão mais aprofundados. Recomenda-se que o profissional possua cursos de especialização,
como MBA em gerenciamento de projetos e pós-graduação.
Gerentes ou superintendentes
Mais comum em empresas de maior porte, esse posto requer, além das habilidades já citadas e
do conhecimento técnico e gerencial, um profundo conhecimento sobre valores, práticas e
objetivos da construtora. Normalmente atinge-se essa função quando se tem bastante tempo de
casa. Atua mais próximo das diretorias, auxiliando em ações estratégicas.
Diretor técnico
É o responsável técnico pelas obras de uma construtora. Com auxílio dos gerentes sob seu
comando - planejamento, orçamento, projetos etc. -, toma decisões de maior relevância para a
execução dos empreendimentos, como, por exemplo, escolha de sistemas construtivos, partidos
arquitetônicos e estruturais, tecnologias inovadoras, equipamentos de grande porte. Falando
estritamente em engenharia, esse é o topo da carreira, uma vez que os profissionais de níveis
hierárquicos superiores se ocupam mais da gestão estratégica da empresa e de suas relações
institucionais.
Critérios de avaliação
A voz do profissional
Aprendizagem na prática
Antecipando riscos
esforço para execução de outro tipo de solução. Isso exigiu contratações imediatas,
apresentação de orçamentos, e ações para minimizar os impactos no cronograma."
Desafios do engenheiro de obras
Gestão de recursos humanos
Controle de processos