Sunteți pe pagina 1din 8

COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS.

Estudo de Caso de um Melhoramento de Solos Colapsíveis com


Compactação
Ilço Ribeiro Junior
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, Cuiabá, Brasil,
ilco.ribeiro@cba.ifmt.edu.br

Marcos Massao Futai


Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil, futai@usp.br

RESUMO: Este trabalho estuda um caso de tratamento de solo colapsível por remoção e
compactação realizado na década de 50, na argila porosa de São Paulo. O objetivo é utilizar os
conceitos de solos não-saturados para explicar esse tratamento de fundação em solo colapsível. O
tratamento foi feito para servir de fundação para um reservatório enterrado. A obra funciona até
hoje sem nunca ter sofrido nenhum dano. Para entender o comportamento do solo foram realizados
ensaios de caracterização, compressão edométrica com controle de sucção, curvas de retenção,
microscopia eletrônica em amostras de solo natural e compactada com proctor normal. Os ensaios
de compressão confinada foram realizadas com diferentes sucções e mantidas constantes durante o
carregamento. Esses dados foram utilizados para traçar a curva de plastificação em função da
variação da sucção (LC). Comparando as duas curvas LC (natural e compactado) verificou-se que a
região elástica do solo compactado é muito maior que do solo natural. A LC do solo compactado é
bastante vertical, o que reflete menor influência da sucção. Ensaios edométricos duplos alcançam a
ordem de 30% da deformação específica. No solo compactado praticamente não foi observado
colapso.

PALAVRAS-CHAVE: Solos Porosos; Colapso; Compactação; Sucção.

1 INTRODUÇÃO de um grande reservatório d’agua – o


Reservatório da Consolação, na cidade de São
O solo colapsível obrigatoriamente apresenta Paulo, com capacidade de 50.000 m³
uma estrutura metaestável, estrutura porosa, (VARGAS, 1951).
caracterizada por um elevado índice de vazios, Este trabalho tem o objetivo de reanalizar o
e a condição não saturada. Para este tipo de solo histórico caso de obra do resevatório da
entrar em efetivo colapso, duas condições Consolação, hoje chamado pela SABESP de
básicas devem ser satisfeitas: a diminuição da “reservatório velho”, confrontando os
sucção, que é indizuda pelo aumento de teor de resultados realizados na década de 50 com
umidade e a atuação de um estado de tensão ensaios realizados atualmente em laboratório,
crítico. levando em conta a mecânica dos solos não
O método mais utilizado no mundo todo para saturados.
se construir edificações com emprego de
fundações superficiais sobre terrenos porosos e 2 ESTUDO DE CASO HISTÓRICO
colapsíveis é a remoção da camada superficial e
sua recolocação com compactação. Segundo 2.1 As argilas porosas da Cidade de São
Vargas (1993), este método foi introduzido no Paulo
Brasil pelo IPT em 1944 na construção dos
hangares da Escola da Aeronáutica de A cidade de São Paulo está localizada sobre
Pirassununga. A solução de compactar o solo uma bacia sedimentar Terciária. Os solos mais
foi novamente adotada, logo após, na fundação superficiais foram submetidos a um processo de

1
COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS.

laterização, dando origem aos solos vermelhos, rija, o solo era amontoado em trechos não
porosos, ricos em óxido de ferro, que cobrem as abertos e posteriormente redepositadas na faixa
partes mais altas da cidade, com um espessura escavada em camadas sucessivas de 20 cm de
média de 10 m. espessura, sendo o qual eram necessárias 20
Segundo Vargas (1951) e Massad et al. passadas com o rolo compressor pé de carneiro
(1992), abaixo da camada de argila vermelha (rolo + água + lastro = 5 t), até que atingisse a
porosa, existe uma camada de argila rija cota da base da fundação.
vermelha ou amarela, com transição gradativa.
Estas duas camadas devem ser tratadas como
solos de origem distinta, com diferentes
propriedades de engenharia. No horizonte
inferior à argila vermelha porosa podem haver
presença de concreções limoníticas, advindas
do processo de lixiviação.

2.2 Reservatório da Consolação

No início da década de 50, o conhecimento


sobre solos porosos, colapsíveis era quase nulo.
A obra do reservatório da Consolação, com
capacidade de 50.000 m³, marcou de vez o
início das investigações sobre estes tipos de Figura 1. Perfil do terreno do reservatório da Consolação
solos. (apud VARGAS, 1951).
Vargas (1951) relata que a base do
reservatório deveria ficar, devido às exigências Foi-se realizado o devido controle
da rede, em uma cota tal que as sapatas de tecnológico das camadas de compactação do
fundação dos muros iriam repousar sobre uma aterro, sendo realizada uma prova de carga
camada de argila porosa vermelha muito direta sobre placa para avaliar o ganho de
compressível, com 2,5m de espessura (e0 = 1,5 e capacidade de suporte. Verifica-se na Figura 2
wnat = 35 a 40%). que a tensão de ruptura (σrup) do terreno natural
A argila vermelha porosa, que capeia os era de 160 kPa, sendo a tensão admissível
espigões da cidade de São Paulo, tem no local (σadm) nas sapatas da ordem de 80 kPa. Com a
do reservatório da Consolação, 10 m de compactação, pode-se admitir uma σadm da
espessura, situada entre as cotas 790 e 780, ordem de 250 kPa, pois a prova de carga foi
como apresenta a Figura 1. O autor relata ainda levada à 550 kPa sem apresentar ruptura.
sobre a tradicional dificuldade que era em (VARGAS, 1951).
construir edifícios sobre aquela região, uma vez
que os problemas de fundações eram vindos Tensão (kPa)
dessa camada compressível e colapsível. 00 200 400 600
Para resolver os problemas da
compressibilidade e do colapso nestes solos
Recalque (mm)

porosos, Vargas (1951) optou por escavar a Prova de Carga sobre


argila porosa ao longo das sapatas contínuas Terreno compactado
10
dos muros laterais do reservatório (cujas
dimensões externas são de 100 x 75 m² e altura Prova de Carga sobre
correspondente a cerca de 7 m de altura d’água) Terreno natural
e recompô-la por meio de compactação, afim de
reduzir seus vazios e, consequentemente, sua 20
compressibilidade. Figura 2. Provas de carga direta em placa (apud
A área da fundação foi escavada até a argila VARGAS, 1951).
3 CARACTERÍSTICAS DO SOLO

2
COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS.

defloculante podem ser classificadas


Os solos analisados neste trabalho foram texturalmente como solos argilosos com
coletados no terreno ao lado do reservatório da presença de silte. Como mostra a Figura 3, as
Consolação. A cota do local de coleta é 790 m. amostras AM 01, AM 02, AM 03, obtiveram 63
Foram coletados 3 blocos com amostras %, 62 % e 55 % de argila, respectivamente.
indeformadas, nas profundidades de 2,0 m, 5,5 As amostras AM 01 e AM 02 apresentaram
m, 6,5 m, chamadas de AI 01, AI 02, AI 03, granulometrias próximas, podendo concluir que
respectivamente. As amostras amolgadas foram não há mudança textural até os 5,5 m de
coletadas em sacos com 20 kg, a cada profundidade. Após esta profundidade o solo se
profundidade, sendo elas denominadas AM 01, torna pouco mais arenoso.
AM 02 e AM 03. As curvas granulométricas que foram
realizadas sem o uso do defloculante podem ser
3.1 Ensaios de caracterização classificadas como solos silte arenosos.
O uso do defloculante é fundamental para
As amostras amolgadas não foram secas ao ar, este tipo de solo, cujo estado é de profunda
pois Vargas (1982) alerta que o efeito da intemperização.
secagem reduz a plasticidade de alguns solos
tropicais. Mitchell e Sitar (1982), citam que 2 100
90
efeitos devem estar relacionados a secagem
80
prévia da amostra: 1) formação de agregados e
70
cimentações por óxido de ferro e alumínio; e 2)
60
perda de água de minerais argílicos hidratados,
as50
sendo em alguns casos, este efeito irreversível. s
a AM 01 - C/ Defloc.
p40
Foi preservado a umidade de campo por AM 02 - C/ Defloc.
%30
apresentar haloisita em sua composição AM 03 - C/ Defloc.
20 AM 01 - S/ Defloc.
mineralógica. AM 02 - S/ Defloc.
10
Observa-se na Tabela 1 os valores dos AM 03 - S/ Defloc.
0
índices físicos “in situ”. Nota-se que o teor de 0,0001 0,001 0,01 0,1 1 10 100
umidade de campo é crescente com a Diâmetro dos grãos (mm)
profundidade, o peso específico do solo é Figura 3. Curvas granulométricas do solo com e sem o
praticamente constante, o peso específico dos uso do defloculante.
grãos é maior à superfície e descresce com a
profundidade, sendo este, reflexo dos minerais Na Figura 4 estão apresentados os limites de
que constituem as partículas de solo. O índice Atterberg, a umidade de campo e o perfil de
de vazios não varia muito com a profundidade, sondagem a percurssão (SPT). Os resultados
obtendo-se valor médio de 1,3. O grau de obtidos nesta pesquisa foram plotados sobre os
saturação se encontra numa faixa entre 70 e resultados apresentados por Vargas, (1992),
75%. referentes ao estudo por ele realizado nestas
argilas porosas na Consolação/Paulista na
Tabela 1. Índices físicos e índices de estado das amostras década de 60.
coletadas em campo. Os ensaios realizados recentemente
AM W γ γs e S apresentam plasticidade superior às
campo
(kN/m3 (kN/m3 (%)
(%) apresentadas na década de 60, principalmente
) )
AM01 33,32 16,0 27,95 1,34 70,0 nas camadas de 5,5 e 6,5 m. Marinho et al.
AM02 36,38 16,2 27,1 1,28 75,1 (1998) obtiveram resultados próximos aos
AM03 38,28 16,3 27,12 1,34 73,2 obtidos nesta pesquisa. A Classificação deste
solo pelo sistema unificado é MH.
As curvas granulométricas foram realizadas
com e sem o uso de defloculante, podendo
assim avaliar o grau de impemperismo. As
curvas granulométricas com o uso do

3
COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS.

Observa-se a obediência deste solo compôr-se


na região observada por Vargas (1951). No
ramo úmido, as 3 amostras têm exatamente o
mesmo comportamento, próximo da saturação
de 90%. Com os dados de wcampo apresentados
da Tabela 1, pode-se constatar na Figura 5, que
no campo, estes solos quando compactados,
devem sofrer uma pequena secagem para atingir
a wot.

Figura 4. Perfil de umidade de campo, variação dos


Limites de Atterberg e SPT,(apud VARGAS,1992)

Para o ensaio de compactação Proctor


normal, tomou-se também a precaução de
utilizar amostras sem secagem prévia. Devido
às características da amostra, procedeu-se o
ensaio com reutilização de amostras. As
amostras foram denominadas de AC 01, AC 02,
AC 03, referentes às profundidades de 2,0 m, Figura 5. Áreas referentes às curvas de compactação de
5,5 m, 6,5 m, respectivamente. laboratório e campo, (Apud VARGAS, 1951). Curvas
Observa-se na Tabela 2, que os wot, e e S dos ensaios de compactação Próctor normal.
praticamente são constantes ao longo da
profundidade. Já o γd e o γs variam um pouco 3.2 Curvas de retenção de água
com a profundidade.
As curvas de retenção de água foram obtidas
Tabela 2. Índices físicos e índice de estado do solo por meio de três técnicas: placa de sucção,
compactado na umidade ótima. placa de pressão e papel filtro. Os solos foram
AM Wot γd γs e S umedecidos no início do ensaio e realizados
(%) (kN/m3 (kN/m3 (%)
ensaios com trajetória de secagem. Durante o
) )
AC 01 34,4 13,7 27,95 1,040 92,0
ensaio foram medidas as contrações, o que
AC 02 34,5 13,9 27,10 1,039 92,3 permitiu traçar curvas com umidade
AC 03 34,3 13,6 27,12 1,040 92,1 volumétrica.
Foram realizados ensaios de retenção de
Na Figura 5, estão apresentados os água no solo para as amostras indeformadas (AI
resultados obtidos por Vargas (1951), onde ele 01, AI 02, AI 03) e compactadas (AC 01, AC
tras as regiões de curvas por ele obtido. Nota-se 02, AC 03), nas profundidades já apresentadas
que a região onde os resultados da compactação anteriormente.
em campo se encontram acima da região das Os resultados são apresentados na Figura 6a,
curvas de compactação em laboratório. Estão 6b e 6c, onde relaciona-se w (teor de umidade
também apresentadas nesta mesma Figura, as gravimétrico), S (grau de saturação) e θ (teor de
curvas de compactação obtidas no atual estudo. umidade volumétrico), respectivamente.

4
COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS.

As curvas de retenção de água das amostras 50


indeformadas apresentam claramente a 45 (a)
40
bimodalidade, onde se observa praticamente 35
dois pontos de entrada se ar. A primeira marca a 30
) 25
desaturação dos macroporos e a segunda dos (%20
microporos. Observa-se nas Figuras 6a, 6b e 6c, w15

e, com os valores apresentados na Tabela 3 que, 10 AI-01


AI-03
AI-02
AC-01
5
para os solos indeformados, os θs variam mais 0
AC-02 AC-03

entre si, ψb1 é crescente com a profundidade e 100 0,0 0,1 1,0 10,0 100,0 1000,0 10000,0 100000,0

ψb2 e ψr são praticamente constantes com a


90 (b)
80
profundidade. Já para os solos compactados, θs 70
) 60
, ψb1, ψb2, θb2 e ψr são praticamente constantes (% 50
com a profundidade. S 40

Mesmo não apresentando bimodalidade 30


20 AI-01 AI-02
nítida quando comparado às amostras 10 AI-03 AC-01
AC-02 AC-03
indeformadas, os solos compactados 0
60 0,0
apresentam ainda uma pequena 0,1 1,0 10,0 100,0 1000,0 10000,0 100000,0
(c)
macroporosidade induzida pela estrutura 50

laterizada. 40
Observa-se na Figura 7a e 7b, imagens por )
(%30
MEV das amostras indeformadas e ?
20
compactadas, respectivamente, onde a
AI-01 AI-02
macroporosidade no solo compactado é em 10 AI-03 AC-01
AC-02 AC-03
quantidade inferior ao solo indeformado, mas 0
existe, em pequena quantidade, devido à 0,0 0,1 1,0 10,0 100,0 1000,0 10000,0100000,0

ligação um “peds” de argila a outro, oriundo do Sucção (kPa)

processo de compactação. Figura 6. Curvas de retenção de água das amostras


Futai e Suzuki (2006) estudaram curvas de indeformados e compactadas.
retenção de solos tropicais naturais e alertam
que, para descobrir a tendência bimodal oculta
nas curvas dos solos tropicais, devem-se
normalizar as curvas por: Θ = (θ- θr)/(θsat- θr)
e Ψ/Ψ. A diferença entre estas curvas
normalizadas deve-se ao comportamento
bimodal.

Tabela 3. Índices físicos e índice de estado do solo


compactado na umidade ótima. (a)
AM θs ψb1 ψb2 θb2 ψr
(%) (kPa) (kPa) (%) (kPa)
AI 01 47 2 3000 34 25000
AI 02 52 7 4000 32 25000
AI 03 53 10 4000 31 25000 TEDS
AC 01 49 2 3000 42 25000
AC 02 50 2 4000 41 25000
AC 03 51 2 4000 41 25000
θs – Teor de umidade volumétrico saturado. TEDS
ψb1 – Sucção referente à desaturação dos macroporos.
ψb2 – Sucção referente à desaturação dos microporos.
(b)
θb2 – Teor de umidade vol. do 2º pto de desaturação.
ψr – Sucção referente à desaturação dos macroporos. Figura 7. MEV das amostras indeformadas e
compactadas, respectivamente.

5
COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS.

O solo apresentou contração ao longo da ensaios de compressão edométrica com sucção


trajetória de tensões de secagem. A Figura 8a e controlada.
8b mostra esta variação de deformação Segundo Jennings e Knight (1957), o
volumétrica ao longo da variação de sucção. colapso pode ser observado com ensaios
Observa-se na Figura 8a que, para a AI 01, não edométricos duplos entre as amostras idênticas
houve variação de deformação volumétrica até saturadas e na umidade natural. A diferença
a sucção de 100 kPa. Para as amotras AI 02 e entre elas expressa a colapsividade.
AI 03, esta variação foi nula até os 600 kPa. Nas Figuras 9a (AM 01 – 2,0m), 9b (AM 02
Acima destas sucções, as amostras – 5,5m) e 9c (AM 03 – 6,5m), observa-se que o
apresentaram retração de comportamento solo com umidade natural ou umidade ótima
constante e linear com logarítmo da sucção. possuem tensões de pré adensamentos (p0)
Como visto na Figura 8b, as amostras maiores que nos estados saturados, o que é
compactadas apresentam expansão volumétrica correto, uma vez que a p0 é função da sucção.
da ordem de 3%, até uma sucção da ordem de Quando a sucção entra na composição,
600 kPa. Para sucções acima desta, as amostras costuma-se chamar de tensão de pré
se comportam com redução de volume ou adensamento virtual (p0*), uma vez que ela é
contração. concedida pelo acréscimo de sucção.
Tanto para as amostras indeformadas, quanto A compactação dos solos reduzem
as compactadas, para as sucções acima de consideravelmente a compressibilidade em
10.000 kPa, os valores de contração das solos porosos, aumentando sua capacidade de
amostras divergem um pouco entre si. suporte.
Para estudar a influência da estrutura do
4 solo, foram realizados ensaios com o solo em
2
(a) estado de “lama”, com teor de umidade
0 próximo ao limite de liquidez, desfazendo os
)
%
( -2
PEDS da estrutura. Observam-se nas Figuras
v
Η 9a, 9b e 9c que estes solos obtiveram tensões de
-4
AI-01 pré adensamento (p0) muito inferiores às
-6 AI-02 saturadas. Cruz et al. (1994), relata que solos
AI-03
-8 com este tipo de comportamento, mesmo
4 sofrendo destorroamento da amostra, possue
2
(b) rigidez estrutural que só é quebrada totalmente
na pressão equivalente a intersecção dos dois
0
) escoamentos, trecho este não observado para o
%
( -2
v
Η
níveis de carregamentos dos ensaios propostos.
-4
AC-01
O colapso nas amostras indeformadas
-6 AC-02 ocorreram somente na AI 01 (2,0 m), com derca
AC-03 de 30 % da deformação específica do solo, para
-8
0,0 0,1 1,0 10,0 100,0 1000,0 10000,0100000,0 o teor de umidade que o solo se encontrava no
Sucção (kPa) momento da coleta. Para as amostras AI 02
(Figura 9b) e AI 03 (Figura 9c), as amostras não
Figura 8. Variação volumétrica dos solos indeformados e apresentaram colapso por este método, mas se
compactados ao longo da variação de sucção matricial.
comportaram como solos porosos e altamente
compressíveis.
3.3 Compressibilidade e Colapsividade dos
Para as amostras compactadas AC 01, AC 02
solos
e AC 03, os colapsos foram da ordem de 5%,
7% e 12%, respectivamente, da deformação
A compressibilidade dos solos foi estudada no
específica, e a compressibilidade menor que
seu estado indeformado e compactado, sob
50% quando comparadas às amostras
diversos estados: saturados, umidade natural,
umidade ótima. Foram realizados alguns

6
COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS.

indeformadas, para os teores de umidade Tensão (kPa)


0,1 1 10 100 1000 10000
referentes ao ponto ótimo da curva de Próctor. 0
Afim de averiguar o quanto a sucção é 0,05 (a)
responsável por diminuir a compressibilidade 0,1

dos solos, foram realizados alguns ensaios com )


0,15

sucção controlada. A técnica utilizada neste e0 0,2


+
1( 0,25
ensaio foi a translação de eixos, onde impõe-se /e
?
0,3
a sucção através de uma pressão de ar numa 0,35
célula edométrica fechada. Espera-se a 0,4 AC_sat_01 AC_wót_01 AI_sat_01
AI_wnat_01 RM_WL_01
equalização da saída de água durante todo o 0,45
0 1 10 100 1000 10000
ensaio. Esta célula é adaptável à prensa de 0
Bishop convencional para ensaios de 0,05
(b)
adensamento. 0,1

A compressibilidade dos solos saturados, )


0,15
0e 0,2
tanto no estado indeformado, quanto no +
1( 0,25
compactado são superiores aos ensaios /e
? 0,3
realizados com sucção controlada, como mostra 0,35
as Figuras 10a e 10b, respectivamente. 0,4 AC_sat_02 AC_wót_02 AI_sat_02
AI_wnat_02 RM_WL_02
Na Figura 10a, com apenas 50 kPa já confere 0,45 0 1 10 100 1000 10000
uma p0* maior que p0. Isso ocorre com a 0

dessaturação dos macro poros, com sucções de 0,05


(c)
0,1
até 10 kPa, como observa-se nas curvas de
0,15
retenção (Figura 6). Acima das sucções de 50 )
0e 0,2
kPa até a faixa analizada de 400 kPa, o ganho +0,25
1(
/e
de rigidez vs sucção ocorre com gradiente bem ? 0,3
menor, uma vez que os solos não sofrem grande 0,35
0,4 AC_sat_03 AC_wót_03 AI_sat_03
perda de umidade volumétrica. AI_wnat_03 RM_WL_03
0,45
Para os solos compactados, um certo ganho Figura 9. Compressibilidade edométrica e colapsividade
de rigidez também é observado à sucção de 50 em amostras indeformadas e compactadas.
kPa. Isso comprova a leve dessaturação
ocorrida nas curvas de retenção destes solos, à Tensão (kPa)
0 1 10 100 1000 10000
sucções menores que 10 kPa, ocorridas pela 0
dessaturação dos vazios entre os TEDS (a)
0,05
compactados. Observa-se ainda que para as
sucções de 100 kPa e 400 kPa, a )
0,1
compressibilidade dos solos compactados é e0
+0,15
1(
praticamente a mesma. Na curva de retenção /e
? 0,2
dos solos compactados, para este nível de
variação de sucção, não ocorre variação de teor 0,25
AI_sat_01 AI_SC_50 kPa
de umidade volumétrico, que só volta a ocorrer 0,3
AI_SC_100 kPa AI_SC_400 kPa

com magnitude acima dos 3000 kPa. 0

0,05 (b)
0,1

) 0,15
0e
+
1(
/e 0,2
?
0,25
AC_sat_01 AC_SC_50 kPa
AC_SC_100 kPa AC_SC_400 kPa
0,3
Figura 10. Ensaios de compressão edométrica com
sucção controlada.

7
COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS.

Os ensaios com sucção controlada abrem o da sucção (LC). Comparando as duas curvas LC
horizonte para aplicar trajetórias de tensões que (natural e compactado) verificou-se que a
caminham no espaço elástico e no estado de região elástica do solo compactado é muito
plastificação dos solos. A Figura 11 mostra a maior que do solo natural. A LC do solo
curva LC (load – collapse) do solo indeformado compactado é bastante vertical, o que reflete
e compactado. As regiões à esquerda das curvas menor influência da sucção. Ensaios
pertencem ao regime elástico. Quando este edométricos duplos alcançam a ordem de 30%
regime é vencido, a curva caminha para a da deformação específica, para umidade
direita, plastificando o solo. A região elástica encontrada em campo. No solo compactado
do solo compactado é muito maior que a do praticamente não foi observado colapso.
solo indeformado. O caso histórico do Revervatório da
Consolação (década de 50) funciona até hoje
450
LC indeformada
sem nunca ter sofrido nenhum dano.
400 LC compactada
350
)
a 300
P
k
( AGRADECIMENTOS
o 250
ã
çc
u 200 Os autores agradecem à CAPES pelo apoio
S
150
financeiro.
100
50
0
REFERÊNCIAS
0 200 400 600 800 1000
Tensão Pré adensamento Virtual (kPa) Cruz, P.T.; Ferreira, R.C.; Peres, J.E.E. (1994) Análise de
Figura 8. Variação volumétrica dos solos indeformados e alguns fatores que afetam a colapsividade dos solos
compactados ao longo da variação de sucção matricial. porosos. COBRAMSEF, X.: Foz do Iguaçu. ABMS,
p. 1127-1134.
Futai, M.M.; Suzuki, S. (2006). Curvas de retenção de
4 CONCLUSÃO água e funções de permeabilidade de solos tropicais
naturais. COBRAMSEG: Curitiba. ABMS.
Pode-se concluir que o tratamento de Jennings, J.E.B.; Knight, K. The additional settlement of
melhoramento do solo poroso e colapsível com foundations due collapse of structure of sand subsoils
on wetting. ISSMFE, 4º. v.1, pp. 316-319.
compactação tras melhores significativas para a
Marinho, F.A.M.; Vargas, M.; Vilar, O.M. (1998)
fundação, aumentando a rigidez do solo e Relation between suction and collapse for a brazilian
diminuindo sua compressibilidade. porous clay. UNSAT'98: Beijing, International
Os ensaios de caracterização confirmaram Academic. v. 1, p. 243-248.
que a amostra é uma argila, laterítica com Massad, F.M.; Pinto, C.S.; Nader, J.J. (1992) Resistência
porosidade alta, e alta plasticidade. e deformabilidade. In: Negro Jr., A. (Org.). Solos da
Cidade de São Paulo. São Paulo. ABMS/NSP.
Nos ensaios de curvas de retenção podemos Mitchell, J.K. e Sitar, N. (1982). Engineering Properties
constatar que o solo indeformado apresenta of Tropical Residual Soils, Journal of Geotechnical
macro e micro poros. Os macro poros são Engineering, ASCE, Vol. 109, Nº 04, p. 656-683.
dessaturados com pressões de sucção até 10 Vargas M. (1951). Fundação sobre aterro compactado.
kPa. Já os micro poros exigem pressões acima Boletim da Repartição de águas e esgotos – RAE, ano
13, junho, nº 23, p. 51-60.
de 4000 kPa. Os solos compactados apresentam Vargas M. (1992). Evolução dos conhecimentos. In:
um pequeno índice de macro poro, causado Negro Jr., A. (Org.). Solos da Cidade de São Paulo.
talvez pelo vazio entre 2 TEDS. O ponto de São Paulo. ABMS/NSP.
dessaturação destes solos atingem também os
4000 kPa.
As compressões confinadas com sucção
controlada, mostram o comportamento da
compressibilidade às diversas pressões de
sucção. Esses dados foram utilizados para traçar
a curva de plastificação em função da variação

S-ar putea să vă placă și