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Tragédia de prédio e falta de função social da propriedade

Presenciamos nos últimos dias a tragédia do prédio desabando e triste morte


de muitas pessoas, que pelo fato de não terem teto para viver, pagaram com a vida o
preço da sobrevivência. Isso em tudo contraria o fim de nosso Estado, de nosso
sistema de governo e leis, onde a Constituição Federal dispõe que a propriedade
atenderá a sua função social. Mas há quem fale que não tem lei, que não tem punição,
que é apenas norma programática. Mas não há norma programática na Constituição.
Já na filosofia, houve quem há muito tempo defendia uma sociedade com formas mais
justas de propriedade, como o religioso Tomas More, em sua obra “A Utopia”.
Também vemos pelo mundo fenômenos de propriedades mais justas, como os
judaicos “kibutz” e mesmo troca de casas ou partes delas, em Europa e EUA. Fato é
que vivemos uma busca de status, como ensina filósofo atual Alain de Bottom, e se
antes vivíamos o necessário, hoje buscamos o luxo desnecessário. Isso nos leva a
desigualdade, marca de um rico país chamado Brasil.

No desespero as pessoas buscarão formas alternativas de propriedade. Mesmo


um Estado alternativo, com suas regras próprias, com o seu direito das ruas, como
escreveu o sociólogo Boaventura de Souza Santos. Fato é que vemos cada vez mais a
importância dos órgãos de Assistência Social, e que se deve ter medidas preventivas
para a segurança também. A Defesa Civil também tem de mostrar sua ação e junto a
Judiciário adotar medidas que evitem novas tragédias. Não é de hoje que a Filosofia
busca formas mais justas de propriedade, e a lei reflete em muito isso. A nossa
Constituição é social, mas tristemente não é aplicada. Fiz minha monografia em 2004,
sobre o tema da função social da propriedade, que resultou atualmente em livro, e
mesmo assim o tema 14 anos depois se vê atualíssimo.

Por outro lado, comentários revelam que fatos envolvendo alguns prédios em
São Paulo, habitados por “sem teto”, resultam de jogadas de proprietários que de
comum acordo com “sem tetos”, processam o Município com intuito de receber
indenização por desapropriação, o que seria mais vantajoso economicamente que
vender entulhos ou demolir o prédio. Assim vemos mais uma vez, em certos casos, o
jeitinho brasileiro aproveitar-se dos pobres para favorecer os ricos, ou os proprietários
de grandes imóveis, e fatalmente com as vidas de pessoas em jogo. Isso envolvendo
um jogo de liminares judiciais e aumentos de preços de indenizações, e tudo, bem
como de processos de “sem tetos” para permanecerem em imóveis condenados, com
grande risco de suas vidas. Por fim, vemos o prédio que desmoronou como um tapa na
cara de nossa sociedade desigual e injusta, isso há 2400 anos após Platão idealizar sua
República, e 2000 anos após Jesus Cristo falar da bem aventurança dos pobres e da
importância do amor para com o próximo. Que possamos pensar em formas mais
justas de propriedade e que cumpram sua função social.

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