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Quinta-feira • 17 de maio de 2018 • •1

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960
17 maio 2018
Ano 18
quinta-feira
e 0.70 iva incluído
Diretor: Luís Baptista-Martins
semanário

BELMONTE
Dias Rocha dá
pelouros à oposição
PS deixa sede histórica
na Guarda
Amândio Melo, candidato in- Confrontado com «aumento exponencial» da renda,
dependente apoiado pelo PSD/ partido vai sair da Rua Francisco dos Prazeres e está à
MPT, e Luís António Almeida, procura de novo espaço no centro da cidade Pág.5
eleito pela mesma coligação,
passaram a ser vereadores a
meio tempo na Câmara ____ 5

GUARDA
Terminal rodo
ferroviário a concurso
Álvaro Amaro considera que a
abertura deste concurso é «o
primeiro passo» para fazer da
cidade um centro logístico es-
tratégico __________________ 20

AUTOESTRADAS
Anunciados protestos
semanais contra
portagens na A23
e A25
Introduzidas nas autoestradas
da região em dezembro de 2011,
as portagens têm gerado uma
série de ações de protesto. A
última aconteceu na Guarda na
sexta-feira e mobilizou cerca de
500 viaturas _______________ 4

Aprender a ler e escrever no final da vida

ALMEIDA Desde finais de fevereiro que os utentes do Centro Cultural, Social e Desportivo da Ramela (Guarda) ganharam uma
Aldeia Histórica nova ocupação: aprender a ler e a escrever graças a um projeto de alfabetização implementado por Vanda Sá Rodri-
em festa _____________ gues, finalista de Animação Sociocultural no IPG, com a ajuda de uma professora do ensino básico Pág.6
11
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 2• • Quinta-feira • 17 de maio de 2018
navalha
Ensiguarda
É ainda uma escola jovem, 11 anos ape-
da
nas, mas a Ensiguarda tem vindo a ganhar
destaque no mundo do ensino profissional.
Além da boa formação que dá aos seus
fio
alunos e a capacidade de entrar no merca-
do de trabalho, a escola administrada pela
Fundação João Bento Raimundo está atenta
no
às necessidades da comunidade escolar e
criou uma residência de estudantes. Um
espaço moderno, com áreas de lazer e de
estudo, que vem dar melhores condições aos
alunos de fora do concelho que vêm para a
Guarda estudar.
UBI
Pela primeira vez a Bênção das Pastas
na Universidade da Beira Interior (UBI) vai
deixar de ser uma cerimónia exclusivamente
católica para incluir outros credos religiosos.
Uma opção acertada, pois a academia covi-
lhanense está cada vez mais internacionali-
zada e a sua dimensão multicultural passa
também pela diversidade religiosa. Esta é
uma forma de incluir todas as pessoas e
culturas, numa cerimónia em que os cerca
de 900 finalistas da UBI comemoram a
conclusão do curso.
Dias Rocha
Não é todos os dias que maioria e opo-
sição assumem o compromisso de trabalhar
em conjunto pelo seu concelho. Mas é assim
em Belmonte, onde António Dias Rocha (PS)
e Amândio Melo (independente eleito pelo
PSD/MPT) mandaram a política às urtigas e
aliaram-se para lidar com os problemas do
município. É verdade que o segundo já foi
vice-presidente do primeiro e os interesses
de Belmonte voltou a juntá-los num execu-
tivo de maioria absoluta.
Eduardo Cabrita
O plano de combate aos fogos de
verão está inacreditavelmente atrasado.
O governo definiu metas na planificação
que o ministro da Administração Interna
tem protelado. A limpeza dos terrenos foi
uma medida definida como urgente mas o
vasto território e a falta de financiamento
leva a que, mesmo com adiamento da obri-
gatoriedade, ainda esteja muito aquém do
previsto. Os meios de combate voltam a ser
considerados escassos, os meios aéreos
ainda não estão contratados (deviam estar
32 mas a tutela só contratou, todavia, 13).
Há falta de equipamento para os GIPS.
Mas a desorientação do Governo não fica
por aqui. Os planos operacionais distritais
deviam ter sido apresentados até segunda-
feira, mas nem vê-los, o único distrito onde
isso aconteceu foi Leiria.
CARA
ENTREVISTA
A P E R F I L
CARA
Paulo Amaral
«Os bombeiros Presidente da Federação de Bombeiros
da Guarda
estão como
Naturalidade: Mêda
Idade: 54 anos
sempre estiveram:
Profissão: Consultor/ formador
Currículo: Mestre em Sistemas de Informação
operacionais e
Geográfica (SIG) pela UBI; pós-graduação em
Termalismo na UBI. Adjunto do presidente
da Câmara da Mêda de 1994 a 1998, ano em
que assumiu o lugar de vereador em regime
preparados para
de permanência. Permaneceu nesta função
até 2009 com os pelouros de Termalismo,
Turismo, Feiras e Mercados, Património, Am-
biente, Espaços Verdes e apoio à presidência.
dar resposta cabal
De 2001 a 2009 foi presidente do Conselho de
Administração da ADL- Águas de Longroiva,
Empresa Municipal e diretor executivo das
Termas do Cró (Sabugal). Frequentou uma
às emergências»
pós-graduação em Administração e Políticas
Públicas na Escola Superior de Altos Estudos
do Instituto Superior Miguel Torga (Coimbra).
Desde 2006 que é presidente da direção
da Associação Humanitária dos Bombeiros
P – O que pensa das alterações Voluntários de Meda, tendo sido eleito, em
feitas pelo Governo para combater 2015, presidente da Federação Distrital dos
os fogos este ano? Bombeiros da Guarda. É ainda primeiro
R – Havia que mudar al- secretário da Assembleia-Geral da Liga de
guma coisa. O cenário Bombeiros Portugueses.
dantesco ocorrido
em 2017 merecia que Livro preferido: “O Principezinho”, de Antoine
de Saint-Exupéry
algo fosse feito em
respeito e memória
às vítimas. As medi- Filme preferido: “Match-Point”, de Woody
Allen
das propostas pelos
bombeiros, através
da Liga, mereceram
Hobbies: Conviver com os verdadeiros amigos
aceitação por parte
do Governo. A saber: P - Está à espera de uma época tão
mais equipas de inter- difícil como a do ano passado?
venção permanente R – Espero sinceramente que não.
(120) – criadas 78; Espero que as medidas tomadas, e a tomar,
equipamentos Indi- na planificação e na sensibilização tragam
viduais de proteção; frutos. Mas espero sobretudo, pese em-
aumento das gratifi- bora a área que possa arder, esta não
cações aos bombeiros seja acrescida com vítimas humanas,
(o maior exército de já basta para a história do país.
voluntários afetos ao
dispositivo) e a Liga P - Na sua opinião, o que é pre-
participar a tempo e ciso fazer para que os incêndios
horas nas diretivas op- não sejam tão devastadores como
eracional e financeira têm sido?
são sinais evidentes de R – É preciso reforçar a
mudança. Também não vigilância, os meios, mais e mel-
somos alheios às alter- hor informação (meteorológica
ações no que concerne a e outras), mais eficácia nas co-
prevenção florestal, aos municações como o SIRESP-GL e
meios e mecanismo em uso. sobretudo a coordenação serão
fatores de melhoria da eficácia. A
P - No caso do distrito da Guarda, consciência cívica e a responsabi-
como estão as corporações de bom- P - Quais são as principais carências lidade social são também fatores
beiros? nesta época de incêndios? a ter em conta, já que nós, bombeiros,
R – As estruturas dos bombeiros estão R – São a necessidade de renovação dos estamos preparados.
como sempre estiveram: operacionais e equipamentos individuais, a longevidade
preparadas para dar resposta cabal às dos veículos de combate, a continuidade da P - O relatório sobre a tragédia de
emergências que forem aparecendo. melhoria dos apoios aos homens e mulheres Pedrógão revela desorganização, falta
que integram o DECIR (Dispositivo Especial de meios e falha nas comunicações. Há
P - O facto de haver Equipas de In- de Combate a Incêndios Rurais), a neces- demasiadas entidades a atuar em caso
tervenção Permanente (EIP) em todos sidade de integração de um oficial de ligação de incêndio? O que é preciso corrigir
os concelhos é um bom princípio? emanado dos bombeiros e que a Autoridade para um combate mais eficaz?
R – Sem dúvida! Constituem uma mais- Nacional de Proteção Civil (ANPC) seja cada R - É necessário que as forças de segu-
valia para os concelhos que agora também vez mais coordenação e não comanda- rança da Proteção Civil interajam entre si e
se veem contemplados por essas equipas, mento. Deixo aqui o meu sincero apreço ao sejam coordenadas de forma a evitar casos
num reforço da eficácia no socorro e pro- comandante distrital, António Fonseca, pela como aquele a que se refere. A ligação do
teção civil. De salientar que, excetuando o forma cordata e profissional com que trata oficial de ligação trará ao teatro operacional
concelho de Trancoso, contemplado com os comandantes e os bombeiros do distrito. a fórmula mais adequada no comanda-
duas equipas – Trancoso e Vila Franca das Pessoalmente, parece-me que a reforma da mento. É também preciso mais e melhor
Naves –, é necessário no futuro reforçar floresta deveria ter em conta as dificuldades prevenção e ainda um contínuo incentivo
estas EIP também nos concelhos onde há que o interior e os proprietários (população aos bombeiros, que dão sempre o melhor
mais do que uma Associação Humanitária envelhecida) atravessam, dando-lhes incen- de si. “Não sabemos se regressamos, mas
de Bombeiros. tivos para cuidar e prevenir. vamos”, é o nosso lema.

Je suis tipo corrupta
opinião
Fidélia Pissarra
Reza a fábula que certo escorpião, por não saber
nadar, convenceu um elefante a transportá-lo para o
outro lado do rio, comprometendo-se a não o picar.
Quando o elefante sentiu uma picada e confrontou o
escorpião com a sua desonestidade, este terá replicado
“a natureza é a natureza. Esta é a minha!” Moral da
estória: no fundo, no fundo, tudo se resumirá a cada
um agir de acordo com a sua própria natureza.
Num mundo de endeusamento da imagem,
mesmo que virtual, em que qualquer subterfúgio nos
surge como legítimo para aceder ao Olimpo, acaba-
mos todos por ser escorpiões e elefantes. Escorpiões
quando nos julgamos os mais espertos (mesmo que
acabemos a ser arrastados pelo cadáver do elefante
para o fundo do rio), pretendendo chegar onde não
temos capacidade para ir. Elefantes quando, querendo
agradar a todos, preferimos ser ingénuos, preterindo
a inquietação do ceticismo a favor do conforto da
credulidade. Se alguém nos paga o almoço sem haver
aniversário, dá-nos sempre para acreditar que é por
gostar muito de nós. Sabem tão bem uns almoços
de borla! Haja quem se disponha a pagar que, quem
queira receber, não faltará.
Seria bom é que, qual escorpião, cada um assu-
misse a sua própria natureza em vez de dissimulá-la
com discursos moralistas. Assim tipo aqueles de-
putados que nos acusavam de abusar do sistema,
dos apoios sociais, enquanto nos ludibriavam com
moradas fictícias e diplomas forjados… Ou tipo
aqueles governantes e respetiva corte banqueira – ou
aqueles banqueiros e respetiva corte governativa – a
acusar-nos de viver acima das nossas possibilidades
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enquanto tratavam de assegurar a aquisição de um
Bugatti!
De evitar seria também não cair na candura do
elefante e deixarmos de restringir a uma classe, a
um grupo, a um regime, características próprias da
espécie humana, ou seja, de todos nós. Quem nunca
pagou “um favor” (a funcionário, médico, professor,
enfermeiro, inspetor…) com um queijito que atire
a primeira pedra. Foi sempre coisa pouca, sem im-
portância, retorquirão. Pode ter sido, só que tudo é
relativo, logo a quantidade e a importância também.
Em termos de proporcionalidade, dar um queijo a um
qualquer funcionário, por uma “simples” ultrapassa-
gem na lista de espera, ou um jeitito num qualquer
documento, equivalerá a quanto por uma lei à medida?
Um, dois milhões de euros? Pois é, só pela dimensão
da “coisa”, tendemos a considerar um “queijito” uma
mera manifestação de agrado e os milhões corrupção.
Ai, esta nossa mania de só valorizar coisas em grande!
Depois não consideramos corrupção o “agradecer”
com um “queijito” ou peculato levar para casa umas
canetitas lá do serviço. Valham-nos os códigos, civil e
religioso, que aferem da ilicitude e imoralidade destas
coisas. Resta-nos assim a possibilidade de – os que
não somos políticos, banqueiros, empresários, os que
só temos tamanho para corrupções de charcutaria e
acesso a umas canetitas – podermos dormir descan-
sados. Exatamente com o mesmo descanso com que
dormirão aqueles, dos milhões, a quem chamamos
corruptos. Mas só se forem apanhados com a boca
na botija. Até lá, continuarão, impunemente, a ser os
ídolos da canalha.
Quinta-feira • 17 de maio de 2018 • •3
editorial Luís Baptista-Martins
baptista-martins@ointerior.pt
A capitalidade
cultural
A candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura 2027
é um «desafio» e uma «oportunidade». Um desafio porque a
dimensão de uma candidatura a Capital Cultural eleva a cidade
a um patamar de grande excecionalidade e, através da cultura,
imprime uma metamorfose e a transformação da urbe; uma
oportunidade porque implica dinâmicas, projetos e ideias que
vão muito para além da própria capitalidade cultural, determinam
mutações socias e contribuem decisivamente para a promoção
do desenvolvimento socioeconómico. E o bem-estar dos cida-
dãos – que poderão fruir da programação exigente e vivenciar
as dinâmicas inerente ao processo e porque a cultura é suporte
do desenvolvimento sustentável. A vitalidade que o processo
de candidatura a Capital Europeia da Cultura pode imprimir na
cidade determinarão a Guarda de amanhã.
Até 2021 serão conhecidas as diversas candidaturas. A esco-
lha final deverá assentar em critérios subjetivos, mas facilmente
percetíveis. A «dimensão europeia» é um dos vetores de seleção e,
porventura, um dos argumentos mais relevantes da candidatura: A
Guarda é uma pequena cidade, mas uma cidade aberta, «transfron-
teiriça» e virada para a Europa, pela sua proximidade geográfica,
mas também pelas suas relações com o exterior, inclusive por ser
um distrito de intensa emigração, em especial para a Europa. A
vida cultural da cidade e a sua identidade, os seus equipamentos,
o património construído, a tradição e a história deverão ser outros
predicados a considerar, mas em qualquer dos cenários, para além
do enorme esforço que implica uma candidatura com estas carac-
terísticas (a dez anos), a capacidade mobilizadora dos guardenses,
da região e de agregação junto de outras cidades que possam ser
parte do processo serão determinantes.
A candidatura está ainda na sua fase inicial e ainda não foi
assumida (adotada) pela cidade – terá de ser convenientemente
divulgada, essencialmente na Guarda e na região –, as pessoas
ainda não interpretaram a sua relevância, a sua dimensão e o seu
impacto. Até à putativa escolha, será um caminho difícil, que terá
de ser feito por muita gente, com outras cidades e com muito
entusiasmo, profissionalismo e dinheiro, cujo desenlace pode
nem ser o da designação de Capital Europeia, mas o caminho,
per si, marcará a Guarda dos próximos anos. O sucesso desse
caminho passará por todos os que são parte do processo, o atual
presidente da Câmara e o seu executivo, bem como os seguintes,
os integrantes da “comissão” investida, as instituições da cidade
e os cidadãos que terão de ser envolvidos. Neste contexto, o jornal
O INTERIOR estará, como sempre, ao lado das boas ideias e dos
projetos relevantes para o futuro da Guarda e da região, como o é
o da candidatura a Capital Europeia da Cultura – e, desde já, não
podemos deixar de registar que entre os integrantes da “comissão”
estão alguns colaboradores ou antigos colaboradores de O INTE-
RIOR como André Barata, João Mendes Rosa ou Victor Afonso, e
um ex-jornalista deste jornal, o vereador da Cultura Victor Amaral.
E lamentar que a autarquia tenha excluído, pelo menos para já, o
mais proeminente criador e animador cultural da Guarda: Américo
Rodrigues.
Muito para além do sucesso imediato do processo de seleção,
a capitalidade será uma conquista por aquilo que possa transformar,
renovar e desenvolver. A Cultura é a mais importante forma de
desenvolvimento da sociedade e é, indiscutivelmente, o suporte, a
base, das grandes mutações sociais.
4• • Quinta-feira • 17 de maio de 2018

Ações de protesto semanais

contra portagens na A23
e A25
Sara Guterres
Introduzidas nas
autoestradas da região
em dezembro de 2011,
as portagens têm
gerado uma série de
ações de protesto. A
última aconteceu na
Guarda.
Em marcha lenta e com a
mão na buzina desde a rotunda
do G até à rotunda da Brigada de
Trânsito, na Guarda, foi assim que
cerca de 500 automobilistas pro-
testaram contra as portagens na
A23 e A25 na tarde de sexta-feira.
Os cartazes com recados dirigidos
ao Governo também não faltaram
porque a luta pelas SCUT está
longe de acabar. Doravante serão
realizadas, semanalmente, ações
idênticas na Beira Interior.
«Tomámos agora mesmo a
decisão. Todas as semanas ire-
mos realizar ações deste tipo em
várias cidades e localidades da
região. Em cada segunda-feira da-
remos conta à comunicação social
onde iremos fazê-la nessa sema-
na», disse Luís Garra, dirigente da
União dos Sindicatos de Castelo
Branco (USCB), numa conferência
de imprensa realizada no final
do protesto. E, tendo em conta
os últimos desenvolvimentos, foi
também decidido «não realizar,
para já, a ação em Lisboa» que
estava prevista para dia 26, ante-
cipou o dirigente, acrescentando
que a deslocação à capital «está
na ordem do dia e assim que haja
o agendamento da Assembleia da
República lá iremos». Do que não
há dúvidas é que haverá uma «for-
te representação» no Parlamento
no dia em que for agendada a dis-
cussão e votação das propostas de
resolução já entregues, garantiu o
sindicalista, adiantando que vá-
SG
Testemunhos de
quem sente na
pele o peso das
portagens
Quatro deslocações por
semana da Guarda a Castelo
Branco são o suficiente para
Carlos Canhoto, que dá aulas
na Escola Superior de Artes
Aplicadas no Politécnico de
Castelo Branco e no Con-
servatório, sentir «alguma
repercussão» no seu orça-
mento. «A opção da estrada
nacional acaba por ser muito
mais lenta e mais arriscada»,
afirma o professor, para quem
Dezenas de viaturas em marcha lenta pela Guarda a autoestrada não devia ter
custos para o utilizador. «Ela
rias autarquias já demonstraram confirmem também a disponi- me para a região» e neste mo-
já foi paga muitas vezes e
apoio a essa manifestação. bilidade de um autocarro para mento há empresas instaladas no
continua a ser através do IRS,
Segundo Luís Veiga, do Mo- ir a Lisboa», ambiciona o em- Parque Industrial do Tortosendo
do IVA, de todos os impostos
vimento dos Empresários pela presário. Mas como nesta luta que «estão a refletir seriamente
sobre a circulação e depois
Subsistência do Interior, das todos os esforços são poucos, se vão manter-se» na região. «A
ainda é paga 4/5/6 vezes pelos
21 Câmaras Municipais que também as Juntas de Freguesia matéria prima não é da região e o
mesmos utilizadores que são,
integram as Comunidades Inter- da região foram convidadas a grande mercado também não está
no fundo, os trabalhadores que
municipais das Beiras e Serra da associar-se ao protesto: «O que aqui. O escoamento é via maríti-
têm que utilizar o automóvel
Estrela e da Beira Baixa «já rece- quer dizer que, eventualmente, ma e área, pelo que estão a pen-
para se deslocar e os pequenos
bemos a solidariedade da maior ultrapassaremos o número de sar deslocalizar-se», alerta Luís
empresários», lamenta Carlos
parte», tendo neste momento 21 autocarros», acredita Luís Veiga, acrescentando que se isso
Canhoto, acrescentando que
as confirmações das autarquias Veiga, para quem o Governo acontecer «são várias centenas de
«não há alternativas». «A auto-
do Fundão, Proença-a-Nova, «está perfeitamente enganado postos de trabalho eliminados e é
estrada foi construída porque
Belmonte, Covilhã e Manteigas. e tem que nos ouvir». uma crise económico-social que
era necessária e, portanto, é
«Esperemos que proximamente O empresário alerta que as vai aparecer na Cova da Beira,
um bem público que não tem
as restantes se manifestem e portagens são um «prejuízo enor- nomeadamente na Covilhã».
que ser portajado», considera.
Da mesma opinião par-
Abolição das portagens com impacto «muito significativo» tilha Honorato Robalo, cujos
pais moram numa freguesia
nas contas públicas contígua à Guarda e se antes,
para os visitar, podia usar a
À margem da inauguração da residência de Governo está a analisar os resultados da política autoestrada sem custos, hoje
estudantes da Fundação João Bento Raimundo, que implementou, «sempre com a maior atenção paga dois euros por duas
na Guarda, o ministro do Planeamento e das possível à situação das empresas e do emprego, viagens. «Quando nos pedem
Infraestruturas reconheceu que a redução de e naturalmente ao transporte de mercadorias no proximidade com as pessoas
15 por cento nos preços das portagens, feita em contexto destas regiões». O governante declarou que estão isoladas no mundo
agosto de 2016, «foi significativa» e «já permitiu ainda que os movimentos de utentes terão que rural a realidade é que tenho
poupar dezenas de milhões de euros aos uten- reconhecer que o Governo fez a primeira «altera- que contornar e fazer mais
tes». Contudo, a sua abolição está descartada, ção importante com a redução das portagens já sete quilómetros», exempli-
pois teria um impacto «muito significativo» nas realizada» e está a analisar «o que se pode fazer fica o enfermeiro, alertando
contas públicas. para reforçar as políticas que favoreçam a mobi- para o estado de degradação
Ainda assim, Pedro Marques garante que o lidade das empresas e do emprego» no interior. em que se encontra a EN18.

VILAR FORMOSO

Obras de ligação da A25 à espanhola A62 arrancam no verão

Estão para breve as obras de ligação
da A25 à auto-estrada espanhola A62,
em fase de conclusão nas proximidades
de Fuentes de Oñoro. Quando esta jun-
ção estiver concluída os automobilistas
deixarão de cruzar a fronteira terrestre
de Vilar Formoso e vão passar ao largo
da vila raiana.
«Em junho ou julho, mais ou me-
nos, devemos ter a obra em condições
de começar», afirmou o ministro do
Planeamento e das Infraestruturas
na Guarda, na quinta-feira à margem
da inauguração da residência da En-
siguarda. Segundo Pedro Marques, a
conclusão da obra, que será feita em
coordenação com o Governo espanhol,
está prevista para 2019. «É uma das
principais ligações» de Portugal ao
país vizinho e «ambicionada há mui-
tos anos», sublinhou o governante,
para quem esta via tornar-se-á «muito
importante para a competitividade
económica global da região Centro e
em particular da região da Guarda».
A ligação entre a A25 (Vilar Formoso/
Aveiro) e a A62 (Autovia de Castilla)
tem uma extensão de cerca de 3,5
quilómetros e um preço base de 14,9
milhões de euros, indicou a Infraestru-
turas de Portugal (IP) quando lançou o
concurso para a empreitada, em julho
de 2015.
Na altura, a empresa adiantou que
o projeto de execução inclui a execução
de um nó de ligação a Almeida e Vilar
Formoso e também um nó de ligação
em Fuentes de Oñoro (Espanha), «no
qual parte dos ramos de entrada e saída
se localizam em território português».

PS à procura de nova sede na Guarda
Depois da alteração histórica
na Federação, com a eleição do
presidente mais jovem de sempre,
Pedro Fonseca, o PS da Guarda
está agora a lidar com outra
mudança profunda: a de ter que
procurar uma nova sede.
Tudo porque o partido e a
proprietária do imóvel da Rua
Francisco dos Prazeres não
chegaram a acordo sobre o
novo valor da renda e no local
já se anuncia que o espaço está
para arrendar. As negociações
decorriam desde o final do ano
passado com os responsáveis do
Departamento de Património do
partido, que recusaram pagar
o «aumento exponencial» da
renda apresentado pela dona do
edifício. «O PS pagava 100 euros
e teria que passar a pagar 600
euros, o que é incomportável
para a Federação, cujo orça-
mento mensal é inferior a esse
montante», disse Pedro Fonseca
INOVAÇÃO
UBI vai trabalhar no projeto da “fábrica
do futuro” da Peugeot Citroën
A “fábrica do futuro” que a
Peugeot Citroën, do grupo francês
PSA, está a projetar para Man-
gualde vai incorporar tecnologia
desenvolvida na Universidade da
Beira Interior (UBI).
A instituição faz parte do
projeto “Indtech 4.0 - Novas tec-
nologias para fabricação inteli-
gente”, que junta a multinacional
francesa a empresas tecnológicas
e universidades portuguesas com
vista à promoção da eficiência
e flexibilidade dos processos
produtivos. A procura destas
soluções no contexto da Indús-
tria 4.0/Factories of the Future
representa um investimento
global de 9,2 milhões de euros
no desenvolvimento de “Sistemas
Robóticos inteligentes”, “Sistemas
de avançados de inspeção” e
“Sistemas autónomos de movi-
mentação”, que irão contribuir
para a “Fábrica Digital”. Na UBI
a investigação será liderada por
quatro docentes da Faculdade
Quinta-feira • 17 de maio de 2018 • •5
LM
Dias Rocha
distribui pelouros
pela oposição AR
a O INTERIOR, adiantando que
o partido está a ter o mesmo
problema noutras estruturas
distritais.
O dirigente lamenta que
não tenha sido possível chegar a
um entendimento, dada «a carga
histórica» do espaço para os
socialistas da Guarda, mas não
havia alternativa. «O PS estava
ali há 44 anos, desde o início. Eu
gostava muito que a sede por lá
continuasse mas não é possível
face ao aumento brutal da renda»,
assume o presidente da Federa-
ção, que soube deste diferendo
na «passagem de testemunho»
do antecessor António Saraiva.
Por enquanto, os socialistas ain-
da permanecem na sede mas já Todos os membros do executivo de Belmonte assumem pelouros
procuram uma alternativa, que
Ana Eugénia Inácio tribuição de pelouros irá per- jardins, limpeza, manutenção das
pode passar pelo arrendamento
mitir que o executivo seja «mais redes viárias, gestão do patrimó-
ou a aquisição de um novo espaço.
útil à população, e com certeza nio cultural e turístico e educação.
«A preferência será para espaços
“open space” na área central da
Amândio Melo, vamos criar melhores condições Por sua vez Luís António Almeida
cidade», acrescenta o dirigente.
candidato de diálogo entre nós». Devido à assume a pasta da relação com
independente apoiado «experiência» que adquiriu ao entidades ligadas à justiça e
pelo PSD/MPT, e Luís longo «de muito anos» como pela ligação com colectividades
António Almeida, autarca, Amândio Melo explicou e associações. Já António Dias
eleito pelo mesmo que «não podia ficar de fora Rocha tem a coordenação geral,
movimento, passaram e recusar-me a participar». A planeamento estratégico, gestão
DR
a ser vereadores a meio proposta de Dias Rocha foi vista financeira, obras públicas, desen-
tempo no Município de pelo vereador como um forma volvimento económico e acção
Belmonte. de «juntar esforços, conhecimen- social, turismo, desporto, fundos
tos e experiências adquiridas e comunitários e actividades eco-
O presidente da Câmara de vividas neste município», tendo nómicas, reabilitação urbana,
Belmonte anunciou na última reu- recordado que foi eleito como urbanismo, habitação e saúde e
nião do executivo a redistribuição independente «e por isso não te- licenciamentos particulares.
de pelouros. Esta reorganização, nho qualquer compromisso com António Manuel Rodrigues,
que inclui a atribuição de pelou- nenhuma força política, mas sim também vice-presidente, tem
ros à oposição, foi aprovada por com as populações do concelho». os pelouros da segurança e pro-
unanimidade. António Dias Rocha acredita tecção civil, contra-ordenações,
de Engenharia: Fernando Santos
Amândio Melo, candidato que a colaboração entre antigos gestão de infraestruturas mu-
(que será o investigador princi-
independente apoiado pelo PSD/ adversários resultará «num tra- nicipais, trânsito e transportes
pal), António Espírito Santo e José
MPT, e Luís António Almeida, balho positivo e construtivo», e Sofia Fernandes assume os
Páscoa, todos do Departamento
eleito pelo mesmo movimento, uma ideia também partilhada pelouros da juventude e tempos
de Eletromecânica; e Luís Alexan-
passaram a ser vereadores a por Amândio Melo, que recorda livres, comissão de protecção
dre, do Departamento de Infor-
meio tempo. «A disputa eleitoral que Dias Rocha foi eleito «com de crianças e jovens, violência
mática. Segundo a universidade,
acabou e o povo já escolheu, maioria, e que nem precisava doméstica, reinserção social de
este é um dos maiores projetos
agora queremos trabalhar na de recorrer aos vereadores da jovens e adultos. O despacho
de investigação de sempre a que
defesa das nossas populações e no oposição». A nova distribuição da distribuição de tarefas pela
a UBI está ligada e resultará num
desenvolvimento do concelho», de pelouros ditou que Amândio vereação refere que as funções
investimento direto de quase 900
justificou António Dias Rocha a Melo fica responsável pela gestão de Sofia Fernandes vão ser exe-
mil euros na instituição. O Indtech
O INTERIOR. Questionado sobre e direcção dos recursos humanos cutadas com carácter de repre-
4.0 envolve ainda a Active Space
se esta é uma estratégia para dos serviços municipais, parques, sentação institucional.
Technologies - Atividades Aero-
eliminar a oposição, o autarca
espaciais (Coimbra), a Critical
Manufacturing (Maia), a Nead-
afirma que «isso não faz qual-
quer sentindo», adiantando que
PSD «surpreendido»
vance- Machine Vision (Braga),
se trata de «duas pessoas com
a RARI - Construções Metálicas, Quem não esperava por este entendimento era Luís d’Elvas.
bastante experiência autárquica
Engenharia, Projetos e Soluções O presidente da concelhia do PSD de Belmonte confessa ter tido
e que em boa hora aceitam o
Industriais (Moita), a MOTOFIL – conhecimento da notícia com «surpresa total» e que esta é uma
desafio que lhes propus». Para o
Robotics (Ílhavo) e as universida- questão que «nunca se equacionou», nem durante a campanha
edil esta decisão «não é nada de
des do Porto e de Trás-os-Montes eleitoral, pelo que também «não está a ser violado nenhum acordo».
anormal» e mostra «a maneira
e Alto Douro (Vila Real). O projeto Com esta reviravolta, Luís d’Elvas admite que o campo político do
séria como estamos a enfrentar
conta também com a participação PSD «fica menorizado» em Belmonte com o «comprometimento dos
os problemas que a Câmara vai
da Agência para o Investimento vereadores da oposição com a acção do executivo», mas espera, no
atravessando no dia-a-dia».
e Comércio Externo de Portugal entanto, «encontrar uma plataforma de entendimento que permita
Antónia Dias Rocha diz-se
(AICEP). não defraudar as pessoas que acreditaram em nós».
ainda «convicto» que esta redis-
6• • Quinta-feira • 17 de maio de 2018
S para aprender a ler
Sociedade
GUARDA
Fase
Intermunicipal do
Concurso Nacional
de Leitura na
BMEL
A Biblioteca Municipal
Eduardo Lourenço, na Guarda,
recebe na terça-feira a fase
intermunicipal das Beiras e
Serra da Estrela do Concurso
Nacional de Leitura.
A prova tem destina-se
aos alunos do 1º, 2º, 3º CEB e
secundário apurados na fase
concelhia realizada em abril.
Os participantes vão ter de
prestar provas de competên-
cias ao nível da expressão
escrita e oral, sendo apurados
dois concorrentes em cada
nível de ensino para partici-
parem na final nacional. Este
concurso vai já na 12ª edição
e é organizado pelo Plano Na-
cional de Leitura (PNL), em
parceria com a Direção-Geral do
Livro, dos Arquivos e das Biblio-
tecas (DGLAB), as autarquias e a
Rede das Bibliotecas Escolares.
GUARDA
Nabais Caldeira
lança livro sobre
a Mocidade
Portuguesa
“A minha chama da Mo-
cidade” é o título do livro que
António Nabais Caldeira apre-
senta sábado (16 horas) na
Biblioteca Municipal Eduardo
Lourenço, na Guarda.
Com prefácio de Jorge H.
Rangel, presidente da Assem-
bleia-Geral do “Guião – Centro
de Estudos Portugueses”, a
obra é o relato das vivências
do autor, que foi graduado na
Mocidade Portuguesa, naquela
organização na Guarda e no
país, refletindo sobre os factos
históricos que marcaram a so-
ciedade portuguesa no século
XX. O livro será apresentado
por Joaquim Manuel da Fonse-
ca, diretor executivo do Rádio
Clube de Monsanto. A inicia-
tiva assinalará igualmente o
82º aniversário da fundação da
Mocidade Portuguesa.
Nunca se é muito velho
e a escrever
Sara Guterres
Desde finais de
fevereiro que os utentes
do Centro Cultural,
Social e Desportivo
da Ramela (Guarda)
ganharam uma nova
ocupação: aprender a
ler e a escrever. A ideia
partiu de Vanda Sá
Rodrigues, finalista de
Animação Sociocultural
no IPG, que ao fazer um
levantamento percebeu
que a maioria dos
utentes era iletrada.
A estudante conta
com a ajuda de uma
professora do ensino
básico.
O relógio marcava 14h15 e, na
sala, já estavam dez alunos prontos
para iniciar os trabalhos. Segunda-
feira no Centro Cultural, Social e
Desportivo da Ramela, no concelho
da Guarda, foi dia de aprender a
letra “P”. Nesta “escola” a tarefa de
Vanda Sá Rodrigues, estudante de
Animação Sociocultural no IPG, e
de uma professora voluntária, que
pediu para não ser identificada, é
ensinar os utentes da instituição a
aprenderem a ler e a escrever.
Como na escola primária,
também aqui há alunos com mais
dificuldades e outros com mais
facilidade em aprender. A única
coisa que não escasseia é força
de vontade para saber mais: «A
diretora técnica diz que eles estão
sempre a olhar para o relógio, é
quase como ver as crianças quan-
do vão para a escola», adianta a
animadora, acrescentando que
os aprendizes «gostam muito»
das aulas. Dos sete dias da sema-
na há três – segundas, quartas e
sextas-feiras – dedicados à alfa-
betização e o projeto já começa
a dar frutos. «Na Páscoa tivemos
uma boa surpresa, pois uma uten-
te escreveu o seu nome sozinha.
Foi ótimo porque é alguém que
precisa mesmo. Olhou para mim
e começou a chorar», recorda,
emocionada, Vanda Sá Rodrigues,
para quem esse «é um dos pontos
fortes» deste trabalho que está a
ser acompanhado por Ana Lopes,
a sua orientadora de estágio. «Po-
demos não ter o maior sucesso,
mas que pelo menos um deles
consiga identificar e escrever o
seu nome, acho que já é positivo»,
sublinha a finalista.
SG
Projeto de alfabetização terminará em junho, quando Vanda Sá Rodrigues concluirá o estágio
Mas nem só de rosas se faz nível da visão», refere a futura poderia haver muito mais se o
o caminho e também há obstá- animadora, que lamenta que este projeto continuasse», considera
culos difíceis de combater: «Os projeto não tenha continuidade. Vanda Sá Rodrigues. Na sua opi-
problemas maiores são a idade «Não é em 400 horas de estágio nião a iniciativa poderia continuar
porque todos eles têm entre 80 que vamos conseguir saber se há «se houvesse outras instituições
e 90 anos, e as dificuldades a sucesso. Já sentimos que há, mas interessadas, fazer parcerias e
contactar a Câmara Municipal
Maria de Fátima abandonou a escola ou até professores que estejam
aposentados e tivessem vontade
por causa das reguadas de ajudar». O ponto de partida
deu-se no fim de fevereiro e a
mentora do projeto contava com
Com 67 anos, Maria de Fátima foi uma das aprendizes que mais
cedo terminou os seus afazeres escolares. Depois de aprender a letra
17 alunos, «mas como as pessoas
“P” e de cantar o “PA, PE, PI, PO, PU” em sintonia com os colegas,
têm que tratar das hortas e dos
animais» há dias em que são oito
socorreu-se de um auxiliar de memória para escrever o seu nome.
ou dez e noutros a sala enche com
Incentivada pelas professoras e por Vanda Sá Rodrigues, agarrou
no lápis e, letra a letra, escreveu Fátima sem copiar. «Vamos ver se
15 pessoas, refere.
«Alguns sentem dificuldades
consigo. Queria mesmo aprender a escrever o meu nome», confessa
nos exercícios porque vamos
a “aluna”, que abandonou a escola porque a professora lhe batia.
fazendo revisões e perdem o fio à
«Andei lá dois ou três meses. E não era só a mim, também batia às
meada», acrescenta a animadora,
outras crianças», lembra. Mas não eram só reguadas que levava: «Se
que ajuda em tudo, embora a pre-
disséssemos alguma coisa mal também nos batia na cabeça com uma
paração das aulas seja responsa-
vara», acrescenta. Dessa altura não guarda as melhores recordações,
bilidade da professora. «Quando
mas diz com orgulho que aprendeu os algarismos e as letras, «só
não está, tento dar continuidade
não sei é juntá-las e não consigo ler», queixa-se Maria de Fátima.
ao seu trabalho para que não haja
Os sorrisos de orelha a orelha após a lição não deixam margem
muita diferença», declara. Quem
para dúvidas: todos gostaram do que fizeram. «Já aprendi o meu
inicialmente não se convenceu
nome e algumas letras», revela Lídia da Costa, de 73 anos, segundo
que os utentes seriam recetivos ao
a qual «a gente não sabia fazer nada e agora já vamos fazendo al-
projeto foi António Neto. Contudo,
guma coisinha». Numa situação diferente está Ana Etelvina, de 88
hoje o presidente da direção do
anos, e a filha, que fazem exercícios mais avançados. «Só tenho a
Centro tem uma opinião dife-
terceira classe. Ainda sei muito, mas alguma coisa já esquecida vou
rente: «Foi uma mais-valia para
reavivando aqui», sublinha Ana Etelvina, para quem as professoras e
a instituição e para eles. Levam
a animadora «nos levam com muita paciência». Apesar da evolução
isto tão a sério que se preocupam
registada nas últimas décadas, Portugal continua no topo da tabela
no cumprimento do horário e na
dos países europeus com maior taxa de analfabetismo. Tendo em
feitura dos trabalhos», constata o
conta dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) baseados no
dirigente, que aplaude os utentes
Censos de 2011, estimava-se que houvesse cerca de meio milhão
que, «já com 80 ou 90 anos, con-
de analfabetos no nosso país. A maioria é idosa e vive em zonas do
seguem ter boa memória, ouvir,
interior. Mas existem outros 30 mil que estão em idade ativa, ou seja,
aprender e ser recetivos ao que a
com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos.
professora lhes ensina».

Carlos Peixoto
exibe apoios na
apresentação das
listas à Distrital
Eleições para a Distrital do PSD da Guarda estão marcadas
para 9 de junho e vão ser disputadas pelos atuais deputados
sociais-democratas no Parlamento
«Nós não queremos ser generais sem passar pelos outros postos, subimos degrau a degrau», afirmou Carlos Peixoto
Luis Martins
Carlos Peixoto fez uma
prova de força, na sexta-feira,
na apresentação das suas listas
para os diferentes órgãos da
Distrital do PSD. O atual líder
social-democrata da Guarda
recandidata-se a um terceiro
mandato e num auditório do
Paço da Cultura sobrelotado
resumiu em poucas palavras o
seu programa de ação: «Que-
remos intervir, agir, atuar,
combater, pensar o partido e
o território, ajudar as pessoas
e ganhar eleições», disse, não
sem deixar alguns recados para
a sua adversária, a também
deputada na Assembleia da
República Ângela Guerra.
«Não admitimos que apou-
quem o que andámos a fazer,
pois trabalhámos muito. O PSD
não perdeu uma eleição nestes
últimos quatro anos e aumen-
támos sempre o número de vo-
tos», declarou. Carlos Peixoto
recordou ainda que começou
«na base, não logo no topo» do
partido. «Nós não queremos
ser generais sem passar pelos
outros postos, subimos degrau
a degrau. Eu esforcei-me para
estar aqui», sublinhou o can-
didato, atual vice-presidente
da bancada do PSD na Assem-
bleia da República. Além das
listas à Assembleia Distrital,
liderada pelo histórico Júlio
Sarmento; ao Conselho de
Auditoria Financeira (Peres
de Almeida), ao Conselho de
Jurisdição (Denise Fragona) e à
Comissão Política Permanente,
a que preside, Carlos Peixoto
divulgou os elementos do Con-
selho Distrital Estratégico, um
órgão que vai trabalhar com a
comissão política para apre-
sentar um programa político
«para o distrito» com vista às
legislativas de 2019.
Esta estrutura é constituí-
da por Anabela Sardo (profes-
sora da ESTH do IPG), António
Robalo (presidente da Câmara
do Sabugal), Dulcineia Catarina
Moura (coordenadora da Asso-
ciação Territórios do Côa), Gil
Barreiros (antigo presidente
LM
da Federação de Bombeiros
do Distrito da Guarda), Helena
Saraiva (professora ESTG do
IPG), Hugo Fernandes (técnico
superior do IEFP), João Pinto
(diretor executivo da Associa-
ção de Beneficiência Popular
de Gouveia), Luís Aragão (en-
genheiro civil), Luís Caetano
(antigo vereador da Câmara de
Seia), Sabina Duarte (técnica
da Acriguarda), Sara Campos
(médica em Seia), Seguro Pe-
reira (advogado), Teresa Paiva
(professora ESTG do IPG) e Rita
Figueiredo (chefe de departa-
mento na Câmara da Guarda).
Cada um vai coordenar uma área
temática e apresentar propostas
para o futuro da região.
Na comissão política dis-
trital João Prata concorre ao
cargo de secretário, enquanto
Carlos Condesso e Fernan-
do Andrade candidatam-se a
vice-presidentes. Este sábado
será a vez de Ângela Guerra
formalizar a sua candidatura
à Distrital e revelar as suas
listas. As eleições realizam-se
a 9 de junho.
Quinta-feira • 17 de maio de 2018 •
GUARDA
Inaugurada residência de
estudantes da Ensiguarda
Já foi inaugurada a residên-
cia de estudantes da Fundação
João Bento Raimundo, que tem
capacidade para acolher 107
estudantes da escola profis-
sional Ensiguarda.
A cerimónia aconteceu na
sexta-feira e contou com a pre-
sença do ministro do Planea-
mento e das Infraestruturas,
que não poupou elogios àquele
estabelecimento de ensio. «Era
mais fácil pensar que encon-
traríamos as melhores escolas
nas grandes cidades, mas não,
esta está aqui na Guarda»,
afirmou Pedro Marques. Para
o governante o caminho para
alcançar a coesão, tão falada
atualmente, faz-se através da
«aposta nas cidades de média
dimensão», como a Guarda,
o que irá permitir «desen-
volver toda a região e reforçar
a competitividade». E a nova
residência é exemplo disso
mesmo, pois é um trabalho
«para todos os concelhos aqui
à volta», considerou Pedro
Marques.
Com um custo de 1,3 mil-
hões de euros não compar-
ticipados, a nova residência já
MERCEDES
Mercedes-Benz Classe A
foi lançado na sexta-feira
O novo Mercedes-Benz
Classe A foi lançado na sex-
ta-feira num Sunset Classe
A que decorreu, ao mesmo
tempo, nas instalações da
Finiclasse na Guarda e Viseu.
Durante o fim-de-semana o
concessionário teve as portas
abertas para um teste drive
a este modelo. O novo Mer-
cedes-Benz Classe A mantém
o mesmo aspeto dinâmico
que já o caracteriza, mas agora
com argumentos tecnológicos
nunca vistos neste segmento.
Redefine totalmente o luxo
moderno na classe de veículos
compactos e revoluciona o
design interior. Tecnologica-
mente, o novo Classe A não
só ocupa o primeiro lugar
•7
acolhe 97 alunos e com esta
obra a Fundação João Bento
Raimundo, proprietária da
Ensiguarda, procura oferecer
aos seus estudantes uma res-
posta a nível social e educativo.
«Não tem sido fácil o percurso,
mas depois de superadas as
dificuldades, valeu a pena por
estes 450 alunos», reconheceu
o diretor-geral da escola, cujo
lema é «dizer é fazer». João
Bento Raimundo aproveitou
a cerimónia para reforçar que
a Ensiguarda «é uma escola
de formação e educação de
valores, uma escola democráti-
ca. É com este espírito que
conseguimos chegar aonde
chegamos».
Aberta há 11 anos, atual-
mente a Ensiguarda tem cerca
de 450 alunos provenientes
de 24 concelhos de cinco dis-
tritos. Números que também
agradam ao presidente da
Câmara da Guarda. Para Álvaro
Amaro, «mais alunos significa
mais economia, mais emprego
e possibilidade de fixar pes-
soas», tendo acrescentado que
«esta escola é diferente pela
qualidade».
Empresas
DR
graças ao MBUX – Mercedes-
Benz User Experience – como
também oferece uma grande
variedade de funções que
anteriormente estavam reser-
vadas apenas para os veículos
da classe de luxo. Em determi-
nadas situações de condução,
pela primeira vez, o modelo
tem capacidade para conduzir
de forma semiautónoma, en-
quanto os faróis MULTIBEAM
LED estão disponíveis como
equipamento opcional. Todas
as versões do novo Classe A
estão equipadas com os novos
e eficientes motores Diesel e a
gasolina. Embora a Mercedes-
Benz tenha mantido a aparên-
cia desportiva, a utilidade do
modelo aumentou.
8• • Quinta-feira • 17 de maio de 2018
Concurso de acesso
a cursos técnicos
superiores profissionais
Até ao próximo dia 10 de Junho está
aberto o prazo da primeira fase do concur-
so de acesso a cursos técnicos superiores
profissionais (CTeSP) do Instituto Poli-
técnico da Guarda (IPG), para o ano letivo
2018/2019.
A estes cursos (CTeSP) ministrados nas
Escolas Superiores que integram o Instituto
Politécnico da Guarda têm acesso os titula-
res de um curso de ensino secundário ou de
habilitação legalmente equivalente; os que
tenham sido aprovados nas provas espe-
cialmente adequadas, destinadas a avaliar
a capacidade para a frequência do ensino
superior dos maiores de 23 anos.
De referir que podem igualmente
candidatar-se ao acesso aos cursos técnicos
superiores profissionais os titulares de um
diploma de especialização tecnológica, de
um diploma de técnico superior profissio-
nal ou de um grau de ensino superior; os
estudantes que concluam os cursos de for-
mação profissional de nível secundário ou
equivalente nas escolas e noutras entidades
que integrem a rede do IPG têm prioridade
na ocupação de até 50% das vagas que se-
jam fixadas nos cursos técnicos superiores
profissionais ministrados pelo IPG e para
os quais reúnam as condições de ingresso.
O ingresso em cada CTeSP é ainda condi-
cionado, à verificação das condições de
ingresso fixadas nos despachos de registo
de criação dos cursos.
Na segunda e terceira fases do concur-
so (que terão lugar, respetivamente, entre
11 de Junho/15 de Julho e 13 de Agosto a
14 de Setembro) serão admitidos candida-
tos até ao número máximo de vagas que
sobrarem das fases anteriores, às quais
Decorre até 25 de Julho o prazo para a submissão de comunicações
Fórum sobre toponímia
Evidenciar a toponímia como referência
de valores históricos, culturais e memória
coletiva de factos, personalidades, tradi-
ções ou legados identitários é o objetivo do
“Fórum sobre Toponímia” que o Instituto
Politécnico da Guarda vai promover a 26 de
Outubro de 2018.
“Se a toponímia tem uma importância
inquestionável na delimitação de espaços,
permite, por outro lado, apreender a matriz
de um povo, a organização sócio geográfica, o
desenho da malha urbana de épocas passa-
das, o conhecimento e investigação de sítios
históricos ou arqueológicos, o papel do povo
na salvaguarda da atribuição de nomes que
a tradição consolido”, refere a Organização
deste Fórum, que vai já na sétima edição.
“O estudo e valorização da toponímia
Oficinas de animação sociocultural
A Escola Superior de Educação, Comu-
nicação e Desporto está a promover, até ao
próximo mês de junho, um ciclo de oficinas
em animação sociocultural.
Este programa de oficinas, dinamizadas
por profissionais com experiência consiste na
realização de propostas formativas sobre as
diversas áreas ou temáticas úteis no dia-a-dia
da Animação Sociocultural, tendo sido deline-
ado no âmbito do protocolo de cooperação as-
sinado entre o Instituto Politécnico da Guarda
acrescerão eventuais vagas resultantes de
candidatos admitidos e não matriculados
nas fases anteriores;
Os candidatos podem apresentar can-
didatura a um ou mais CTeSP ministrados
pelo IPG, até ao limite de quatro devendo,
no entanto, ser identificadas no boletim
de candidatura, as respetivas prioridades.
As candidaturas são apresentadas ex-
clusivamente online, no endereço http://
www.ipg.pt/TESP/candidatura.aspx.
Os candidatos poderão obter informa-
ções e esclarecimentos nos Serviços Acadé-
micos do Instituto Politécnico da Guarda ou
nos Serviços Administrativos/Académicos
da Escola Superior que leciona o curso a
que se candidata, bem como na página da
Internet, em http://www.ipg.pt/TESP/ . As
matrículas e inscrições, da primeira fase,
decorrerão no período de 25 de Junho a
15 de Julho.
permitem, um melhor conhecimento de cada
aldeia, cada vila e cada cidade. Assim, ao pro-
mover este Fórum, o Instituto Politécnico da
Guarda pretende contribuir para um melhor
conhecimento do País, dos valores históricos,
culturais, sociais e políticos a ele associados” é
ainda afirmado a propósito desta iniciativa que
pretende ter um âmbito nacional.
Os interessados em apresentar comuni-
cações devem efetuar a submissão dos seus
trabalhos até 25 de Julho de 2018 (http://
www.ipg.pt/toponimia/comunicacoes.
aspx) enquanto as pessoas interessadas em
participar devem fazer a sua inscrição (gra-
tuita mas obrigatória) até 25 de Setembro.
Outras informações complementares
estão disponíveis em www.ipg.pt/toponi-
mia.
e a APDASC – Associação Portuguesa para o
Desenvolvimento da Animação Sociocultural.
A escolha das oficinas teve também
em atenção o espaço geográfico onde nos
integramos e as necessidades sentidas pelos
profissionais que se encontram no terreno,
procurando assim responder às suas carên-
cias formativas.
Para acesso ao programa detalhado e às
inscrições, os interessados devem consultar
o site www.esecd.ipg.pt.
Conferência Internacional
sobre Cibersegurança
No Instituto Politécnico da Guar-
da vai decorrer no próximo dia 23
de Maio uma Conferência Inter-
nacional de Cibersegurança,
organizada pela Unidade Téc-
nico Científica de Informática.
Como foi referido a propó-
sito desta iniciativa, o “mundo
digital e globalizado permite de
um modo fácil e colaborativo que
utilizadores e organizações criem, par-
tilhem dados por e entre diversas redes,
verificando-se deste modo um crescimento
exponencial do volume de dados”.
Contudo têm surgido, ao longo destas
últimas décadas, algumas dificuldades de
armazenamento, leitura, tratamento e segu-
rança de dados, face ao tipo e aos formatos
utilizados criando novos desafios na área
Candidaturas a Mestrados
A primeira fase de candidaturas ao
concurso de acesso a cursos do 2º Ciclo
(Mestrados) do Instituto Politécnico da
Guarda está a decorrer até ao próximo dia
10 de Junho
Podem candidatar-se ao acesso aos
ciclos de estudos conducentes ao grau
de mestre, sujeitos às limitações quanti-
tativas indicadas no e edital de abertura,
os titulares do grau de licenciado ou
equivalente legal; os titulares de um grau
académico superior estrangeiro, conferido
na sequência de um 1º ciclo de estudos
organizado, de acordo com os princípios
do Processo de Bolonha, por um estado
aderente a este Processo; os titulares de
um grau académico superior estrangeiro,
que seja reconhecido, como satisfazendo
os objetivos do grau de licenciado, pelo
órgão técnico-científico estatutariamente
competente; os detentores de um currículo
escolar, científico ou profissional que seja
reconhecido, como atestando a capacidade
para realização deste ciclo de estudos, pelo
órgão técnico-científico estatutariamente
competente.
O acesso aos cursos de mestrado de
Educação, obrigatórios para ingresso na
profissão (Mestrado em Ensino do 1.º Ciclo
do Ensino Básico e de Português e História
e Geografia de Portugal no 2.º Ciclo do
Ensino Básico; Mestrado em Ensino do 1.º
Ciclo do Ensino Básico e de Matemática e
Ciências Naturais no 2.º Ciclo do Ensino
Básico, Mestrado em Educação Pré-escolar
e Ensino do 1º ciclo do Ensino Básico),
Seminário sobre Voluntariado
Na Escola
Superior de Tec-
nologia e Gestão
(ESTG) do Insti-
tuto Politécnico
da Guarda decor-
reu, no passado
dia 8 de Maio, um
Seminário subor-
dinado ao tema
“Voluntariado”.
O programa
incluiu a apre-
sentação, pela
Direção da ESTG,
do projeto “Queres ser Voluntário por um
dia?”, a intervenção de Filipa Barroso (atual
Miss Portuguesa) com o tema “Voluntaria-
do: a Beleza por uma Causa”, uma comunica-
ção de Armanda Morgado e Ricardo Capelo
Especial Ensino
das ciências da computação, forçan-
do os cientistas e investigadores
a desenvolver novas tecnologias.
No mundo globalizado e
digital, dos dias de hoje, a lei-
tura, o tratamento, a segurança
e a privacidade da informação
tornaram-se uma grande preo-
cupação de organizações e países;
como podemos proteger, analisar,
recuperar, aceder, transmitir e assegurar
a segurança dos dados nos próximos anos?
Estas são, aliás, algumas das questões que
serão analisadas no decorrer desta Confe-
rência Internacional sobre segurança.
A inscrição nesta conferência (que terá
lugar no Auditório dos Serviços Centrais
do IPG, a partir das 9 horas) é gratuita mas
obrigatória.
está sujeito às seguintes condicionantes:
é condição geral de ingresso nos ciclos de
estudos conducentes ao grau de mestre em
cada uma das especialidades dos mestrados
supra referidos, o domínio oral e escrito da
língua portuguesa e o domínio das regras
essenciais da argumentação lógica e crítica.
Competirá ao júri avaliar do cumprimento
desta condição geral podendo seguir a me-
todologia que considere mais adequada, de
entre provas escritas ou orais, entrevistas
ou provas documentais, ou uma combina-
ção destas. É condição específica para o
ingresso num ciclo de estudos conducente
ao grau de mestre numa das especialidades
atrás referidas, ser titular da licenciatura
em Educação Básica.
O processo de candidatura decorre ex-
clusivamente online. Os candidatos poderão
obter informações e esclarecimentos nos
Serviços Académicos do IPG ou nos servi-
ços administrativos da Escola que leciona
o curso a que se candidata, sendo ainda
disponibilizada informação em: http://
www.ipg.pt/website/candidatos_mestra-
dos_geral.aspx
(Centro Social, Cultural e Recreativo do
Lamegal) sobre “SER Voluntário de coração”
e ainda uma intervenção intitulada “Volun-
tariado Internacional: uma experiência em
primeira mão”, por Vanessa Rei (Psicóloga).
 Quinta-feira • 17 de maio de 2018 • •9

INCÊNDIOS
Fornos e Figueira em projeto piloto
de avaliação de queimadas
Fornos de Algodres e Fi-
gueira de Castelo Rodrigo são
alguns dos nove municípios que
vão participar num projeto pi-
loto de desenvolvimento de um
sistema de avaliação de queimas
de amontoados de combustível
florestal e autorização de quei-
Continua troca
concelhos prioritários até final
de junho e aos restantes até
outubro. O programa baseia-se de argumentos
por causa do
na monitorização de padrões
anormais de incêndios rurais,
na definição de objetivos e indi-
cadores de nível local e no esta-
belecimento de procedimentos

madas.
O objetivo é «registar pedi-
dos de queimas para verificar se
há condições» para realizar-se
ou não esta ação, disse na segun-
da-feira o coordenador do Plano
Nacional da Defesa da Floresta
contra Incêndios, Rui Almeida,
na apresentação do Programa
Nacional de Redução de Ignições
de Incêndios Rurais. Além dos
dois municípios do distrito da
Guarda, os restantes envolvidos
são Monchique (Algarve), Mafra
(distrito de Lisboa), Valongo
e Arouca (Porto), Portalegre
(Alentejo), Caminha (Viana do
Castelo) e Oleiros (Castelo Bran-
co). O projeto será alargado aos
Hotel Turismo
específicos para as diferentes
causas de fogos.
Também pretende criar
alertas em zonas com muitos
incêndios rurais, definir com-
promissos com as entidades lo- PSD não aceita que o contrato de concessão não tenho acontecido na
cais para o controlo de ignições Guarda, mas PS diz que é apenas uma tentativa de «lançar fumaça»
e usar ações nomeadamente
AR
de sensibilização, fiscalização
e vigilância para cada tipo de
causa e para cada local. Está
igualmente prevista a criação
de um número de apoio para
informação sobre condições,
nomeadamente meteorológicas,
para a realização das queimas e
queimadas, formas de reduzir os
combustíveis, como ramos secos
ou restos de culturas.

GOUVEIA
Santinho Pacheco alerta para escassez
de recursos humanos no Centro de Saúde
DR

Contrato de concessão foi assinado na passado dia 3, em Lisboa

Santinho Pacheco ques-
tionou o Governo, através da
Assembleia da República, sobre
a falta de recursos humanos no
Centro de Saúde de Gouveia.
Num requerimento, o de-
putado socialista refere ter tido
conhecimento, a 12 de abril, que
um dos técnicos de radiologia
que prestava serviço naquela
unidade tinha sido deslocado
para o Hospital Nossa Senhora
da Assunção, em Seia. «Como
consequência, o horário de fun-
cionamento do Raio-X em Gou-
veia foi reduzido em prejuízo
dos utentes deste concelho e da
região», denuncia. Questionado
o Conselho de Administração da
Unidade Local de Saúde (ULS)
da Guarda, o eleito foi informado
«que a situação era provisória
e temporária, já que a transfe-
rência ficara a dever-se ao facto
de uma técnica de radiologia de
Seia estar de baixa por doença e
ser necessário assegurar os ser-
viços de Imagiologia aos utentes
da cidade vizinha». No entanto,
Santinho Pacheco lembra que
a Saúde foi «tema central» na
última Assembleia Municipal,
realizada a 30 de abril: «Não foi
só a radiologia que preocupou
os autarcas, mas também os
recursos humanos, os médicos
à beira da idade da reforma,
as instalações deficientes e os
postos médicos nas freguesias,
tudo parecendo estar em crise
e isso é preocupante», alerta,
considerando que a tutela tem
que «tranquilizar a população
e responder ao alarmismo ali-
mentado politicamente».
Assim, o deputado, numa
pergunta dirigida ao ministro
da Saúde, Adalberto Campos
Fernandes, quer saber para
quando está prevista «a coloca-
ção de um segundo técnico de
radiologia – ou o regresso do que
foi transferido temporariamente
para Seia – para retomar o ante-
rior horário de funcionamento
do Raio-X». Santinho Pacheco
pergunta ainda se os gouveenses
podem «estar tranquilos quanto
à renovação geracional dos mé-
dicos em serviço» no concelho
de Gouveia e se «está prevista
a colocação de pessoal auxiliar,
enfermeiros e médicos» naquela
unidade de saúde.
Ana Eugénia Inácio
A tão desejada assinatura do
contrato de concessão do Hotel
Turismo aconteceu no passado
dia 3, mas a polémica continua. O
PSD não aceita que a formalização
do contrato tivesse acontecido
em Lisboa e não na Guarda, longe
dos holofotes, mas para o PS tais
argumentos não são «mais que
uma cortina de fumo», considerou
Eduardo Brito à margem a última
reunião de Câmara, realizada na
segunda-feira.
Recordando que até ao Go-
verno de António Costa «nada
foi deito» para a reabertura da
unidade, o vereador socialista
afirmou que os sociais-demo-
cratas revelam «um sentimento
de culpa e frustração por não
ter encontrado uma solução e
quando assim é lança-se fumaça».
Também Pedro Fonseca declarou
que no PS «valorizamos mais a
obra do que a festa», sendo que o
«importante» é que o Hotel Turis-
GUARDA
Serviço de Cardiologia assinala “Mês do Coração”
O Serviço de Cardiologia do
Hospital Sousa Martins, na Guar-
da, está a comemorar o “Mês do
Coração” com várias atividades
para alertar os cidadãos para as
doenças cardiovasculares e os
mo seja uma questão «resolvida».
Mas para Carlos Chaves Monteiro,
vice-presidente da Câmara, que
presidiu à sessão na ausência de
Álvaro Amaro, a argumentação
da oposição é «balofa e trivial»
e fez com que a Guarda «fosse
descriminada num processo em
que todos participámos». E acres-
centou que «por ação do PS ficou
ensombrado um ato que era bom
para a Guarda».
Chaves Monteiro explicou
que «tivemos dois eventos nacio-
nais associados à Feira Ibérica de
Turismo, onde também esteve
presente a Secretária de Estado»,
pelo que entende que teria sido
oportuno a assinatura do contra-
to nessa altura. Aos jornalistas
Eduardo Brito falou também da
FIT, que considera «um evento
importante» mas diz não estar «a
ter as consequências que devia»
em termos de turismo. «A Guarda
não se está a aproximar dos con-
celhos vizinhos, como a Covilhã e
Viseu, na captação de turismo»,
lamentou, dando como exemplo
fatores de risco.
O programa começou na
passada quarta-feira com uma
palestra sobre “Como cuidar do
seu coração” e até ao final de maio
estão programados rastreios
o centro histórico, que «conti-
nua muito desertificado e sem
acontecimentos estruturantes
à vista». Uma crítica que o vice-
presidente da Câmara rejeitou
justificando que «o aumento de
turistas é cada vez maior e tem
vindo a crescer desde 2014». De
resto, Carlos Chaves Monteiro
contrapôs que se a cidade não
conseguisse captar turismo «ne-
nhum investidor teria interesse
em reabrir o hotel».
Nesta sessão de Câmara o
PS voltou a lembrar a necessi-
dade da Guarda ter um pavilhão
multiusos, sugerindo a aquisição
das antigas instalações da Del-
phi, «que seriam uma excelente
localização». Sobre este assunto,
o vice-presidente do município
explicou que «estamos a fazer
um estudo da localização» e entre
«os locais possíveis» está a antiga
fábrica da Delphi e a zona do Rio
Diz, adiantou. Mas como se trata
de um «investimento elevado» só
avançará se tiver apoio comunitá-
rio, avisou Chaves Monteiro.
(amanhã na Escola Secundária
da Sé, sábado para a população da
cidade no Jardim José de Lemos e
no dia 23 no IPG), uma atividade
de exercício físico e a “Marcha
pelo Coração” no dia 26.
10 • • Quinta-feira • 17 de maio de 2018
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GUARDA
Ser Capital da Cultura «não pode ser
uma festa efémera»
Cristina Farinha, membro do júri
de seleção e monitorização das Capitais
Europeias da Cultura para a Comissão
Europeia, veio à Guarda explicar os seis
critérios necessários para uma «boa
candidatura».
Do aspeto financeiro à abrangência
territorial e até europeia, a responsável
chamou a atenção para a necessidade de
se apostar num projeto «de longo prazo»
e que mostre que a Guarda é uma cidade
«virada para o futuro e de dimensão
europeia», sem descurar as suas carac-
AMBIENTE
Lince pode voltar à Serra da Malcata
daqui a quatro anos
O ministro do Ambiente disse es-
perar que daqui a quatro anos o lince
comece a ser introduzido na Reserva
Natural da Serra da Malcata e adiantou
que esse objetivo está a mobilizar um
investimento de meio milhão de euros.
«Se trouxermos o lince agora e o
introduzirmos não tem condições para
aqui poder viver. Por isso, em conjunto
com as Câmaras de Penamacor e do
Sabugal, desde há um ano que estamos
a trabalhar com esse objetivo», disse
João Pedro Matos Fernandes na passada
sexta-feira, em Penamacor. O governante
adiantou que se trata de um trabalho
terísticas locais. A cidade está a prepa-
rar a candidatura a Capital Europeia da
Cultura 2027, cujos processos devem
ser apresentados até 2021. Por sua vez,
Amaral Lopes, coordenador da comissão
de candidatura, também avisou que este
projeto «não pode ser uma festa efémera.
A cultura tem que ser uma aposta dura-
doura e consolidada. Ainda temos muito
que trabalhar, sobretudo na capacidade
de mobilizar todos, mesmo todos». A
sessão decorreu na passada quarta-feira
a propósito do Dia da Europa.
«moroso» porque é preciso preparar os
terrenos e controlar a febre hemorrágica
dos coelhos. «Quando conseguirmos isso,
e o objetivo é com meio milhão de euros
em cinco anos chegarmos aí, um ano já
passou, e daqui a quatro anos haverá
condições para introduzir o lince na Ser-
ra da Malcata», anunciou. O governante
defendeu ainda que são necessários três
coelhos por hectare para que o lince
possa viver na Malcata e, neste momento,
os valores são de apenas 0,5 coelhos por
hectare. «Falta criar condições para que,
em primeiro lugar, o coelho possa aqui
viver», concluiu.
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Almeida viaja até à época
das Invasões Francesas
Vila amuralhada volta a ser baluarte da resistência luso-inglesa aos avanços das tropas de Napoleão
amanhã e sábado no âmbito do ciclo “12 em Rede | Aldeias em Festa”
Almeida viaja até à época
das Invasões Francesas amanhã
e sábado para evocar o tema
“1810 e os Mistérios da Queda de
Almeida: lembrando o Tenente-
Rei Francisco Bernardo da Costa
e Almeida e o seu tempo…”.
A atividade acontece no âm-
bito do programa de animação
“12 em Rede | Aldeias em Festa”
a desenvolver nas 12 Aldeias His-
tóricas de Portugal. A vila amu-
ralhada será o palco da segunda
iniciativa deste ciclo e durante
dois dias voltará a ser um baluarte
da resistência luso-inglesa aos
avanços das tropas de Napoleão.
A História conta que este braço-
de-ferro terminou com a explosão
do paiol, a 26 de agosto de 1810,
e a consequente capitulação da
praça. É esse episódio, e a con-
denação à morte do Tenente-Rei
Francisco Bernardo da Costa e
Almeida, «por cometer fraqueza
e mostrar desânimo», que cons-
Cerco e condenação à morte do Tenente-Rei Francisco Bernardo da Costa e Almeida são o guião da festa
tituem o guião da iniciativa. A
par de factos históricos, serão
contadas as pequenas estórias, de
perdas e de glórias, de amores e
desamores, reais e do imaginário.
A gastronomia de época irá aliar-
se à gastronomia contemporânea,
resultando num misto de sabores
e saberes oferecido pelo Tenente-
Rei aos seus convivas. A doçaria
tradicional e um piquenique da
época de oitocentos são outros
momentos altos.
Tudo começa amanhã (14
horas) com uma exposição sobre
a personagem central desta festa,
Quinta-feira • 17 de maio de 2018 •
DR
o Tenente-Rei Francisco Bernardo
da Costa e Almeida. À noite reali-
za-se um jantar à época nos Quar-
téis Velhos (inscrições limitadas
aos lugares existentes através do
telefone 271 571 229), seguido
de um beberete e sarau cultural.
No sábado há um workshop de
• 11
doçaria tradicional, jogos de
simulação, um piquenique no
jardim e outras diversões, um
concerto (18h30) em memória do
Tenente-Rei pelo Orfeão Dr. João
Antunes, de Condeixa-a-Nova. À
noite terá lugar uma visita ence-
nada pela Aldeia Histórica com
dois percursos a partir da Praça
da República. Depois de Almeida,
o ciclo “12 em Rede | Aldeias em
Festa” prosseguirá em Sortelha (1
e 2 de junho), Linhares da Beira
(13 a 15 de julho), Marialva (20
a 22 de julho), Castelo Novo (27
a 29 de julho), Castelo Rodrigo
(31 de agosto e 1 de setembro),
Castelo Mendo (14 e 15 de
setembro), Trancoso (5 a 7 de
outubro), Idanha-a-Velha (1 a
4 de novembro), Monsanto (9 a
11 de novembro) e, finalmente,
Belmonte (7 a 9 de dezembro). O
projeto é promovido pela Associa-
ção de Desenvolvimento Turístico
Aldeias Históricas de Portugal.
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12 • • Quinta-feira • 17 de maio de 2018
GNR
Segurança rodoviária é tema dos
“Serões na Guarda”
Hoje haverá “Serões na
Guarda” sobre o tema da Se-
gurança Rodoviária. A sessão,
promovida pelo Comando
Territorial da GNR da Guarda,
está marcada para as 21h30
no café-concerto do Teatro
Municipal da Guarda (TMG).
EMPRESAS
SUV da BMW postos à prova
no Matos & Prata X
Clientes e amigos do con-
cessionário Matos & Prata
têm a oportunidade de ex-
plorar o potencial todo-o-
terreno dos SUV BMW este
fim-de-semana. O 3º Matos &
Prata – Evento X é organizado
pelo Clube Escape Livre entre
Castelo Branco e Idanha-a-
Nova.
A iniciativa é aberta a to-
dos os clientes Matos & Prata
com modelos X da marca
alemã e vontade de rece-
ber uma dose aventureira
q.b., além de ter um fim-de-
semana em família e amigos,
num programa recheado de
trilhos desafiantes, momen-
tos paisagísticos, culturais e
gastronómicos. O programa
começa na manhã de sábado,
SABUGAL
EDP melhora serviço em Rebelhos
A EDP Distribuição, através
da Área de Rede e Clientes Serra
da Estrela, procedeu à substitui-
ção do posto de transformação de
Rebelhos, localidade pertencente
à freguesia de Bendada (Sabugal).
Segundo a empresa, a obra teve
um custo total de cerca de 13 mil eu-
ros e consistiu na substituição, «por
evidência de alguma obsolescência,
do posto de transformação que até
agora garantia a distribuição de
energia elétrica em baixa tensão».
Além dos expetáveis ganhos em
termos do reforço da qualidade do
serviço prestado, esta intervenção
permitiu também um melhor en-
quadramento urbanístico da nova
infraestrutura.
FUNDÃO
Pedido registo de indicação geográfica
protegida para a cereja
A Cerfundão requereu o
registo da denominação “Cereja
do Fundão” com Indicação Geo-
gráfica Protegida (IPG), tendo
sido aberto o respetivo proce-
dimento de oposição nacional.
Segundo o documento, as
declarações de oposição ao
pedido de registo podem ser
apresentadas por qualquer
pessoa singular ou coletiva
com interesse legítimo e es-
Num ambiente informal
e de proximidade, com a
participação de entidades
civis, pretende-se «chamar a
população local a participar
neste debate conjunto em
forma de tertúlia». A entra-
da é livre.
no concessionário Matos &
Prata em Castelo Branco, com
pequeno-almoço e reunião de
briefing. Por terras da Beira
Baixa o percurso far-se-á fora
de estrada até às Termas de
Monfortinho e ao almoço no
Hotel Fonte Santa. Segue-se
uma visita guiada ao Parque
Icnológico de Penha Garcia e
uma tarde de animação antes
de um jantar medieval. No do-
mingo realiza-se uma visita
guiada à Aldeia Histórica de
Idanha-a-Velha, seguida de
um novo percurso até Idanha-
a-Nova para visitar o espólio
cultural e etnográfico do Cen-
tro Museu Raiano. O almoço
de encerramento é precedido
da entrega de troféus Spal aos
participantes.
DR
tabelecida ou residente em
Portugal, devendo ser formali-
zadas através do preenchimen-
to do modelo de declaração de
oposição disponibilizado no
Balcão Único da Direção-Geral
de Agricultura e Desenvol-
vimento Rural (DGADR). As
declarações podem ser reme-
tidas por correio, sob registo,
ou entregues nos serviços da
DGADR.
Estátua com cerca
de dois metros em
honra de Nossa
Senhora da Ajuda
Figura em granito foi colocada junto à EN324, entre Valverde e Pereiro
(Pinhel), para assinalar a ermida de Nossa Senhora da Ajuda
SG
Sara Guterres
Seguindo a Estrada Nacional
324, entre as freguesias de Val-
verde e Pereiro, no concelho de
Pinhel, eis que surge uma estátua
em granito de Nossa Senhora da
Ajuda. Com cerca de dois metros
de altura, a figura foi colocada
em cima de um barroco naquele
cruzamento para assinalar uma
ermida muito procurada pelos
devotos e populares da região.
E a verdade é que o espaço
está repleto de história. Natural
do Pereiro, Carlos Pereira conta
que «algures no tempo» a capela
foi erguida naquele local, mas
com as Invasões Francesas ficou
em ruínas e perdeu interesse: «A
fronteira de Portugal com Castela
distava cerca de dois quilómetros
desta capela e, nas suas investi-
das, os espanhóis acabaram por
retirarem Nossa Senhora com o
pretexto de a levarem para Es-
panha», recorda o habitante. No
Estátua tem 1,80 metros e custou cerca de quatro mil euros
entanto, depois de atravessarem
o rio Côa, «e como do lado de lá Carlos Pereira. E esse terá sido o O investimento de cerca de
já era Espanha, eles deixaram a ponto de partida para a Comissão quatro mil euros, esse, foi feito
imagem na Malhada Sorda», em da Nossa Senhora da Ajuda avan- com «a esmola dos crentes da
Almeida. História à parte, em çar com a colocação da estátua ermida, da Nossa Senhora»,
1981, um grupo de habitantes naquele local. «A ideia até partiu adiantou António Martins, um
da freguesia, na altura Pereiro, um pouco de nós», sublinha Artur dos três elementos da Comis-
Gamelas e Mangide, juntou-se Martins, mordomo da festa deste são da Nossa Senhora da Ajuda.
para reconstruir a capela. «Em ano. «Achámos que a ermida «Tudo o que está aqui é fruto
boa hora o fizeram. Eu tinha 14 estava pouco sinalizada, quase daquilo que é conseguido nas
anos e também colaborei na ajuda ninguém tinha conhecimento várias festas ou convívios que
da requalificação e há dezenas deste local. Então falámos com a vão sendo feitos», refere o res-
de anos que fazemos a festa em Comissão e decidimos que tínha- ponsável, para quem a estátua
honra à Nossa Senhora da Ajuda», mos que sinalizar de alguma for- poderá chamar a atenção de «al-
revela o popular. ma aquele cruzamento», justifica gumas pessoas, principalmente
Na sua opinião, a imagem no o jovem. A dimensão e a forma dos emigrantes». Colocada há
alto da ermida, junto à estrada, foram discutidas, chegou mesmo cerca de 15 dias, a imagem seria
«dá muito mais visibilidade» ao a ponderar-se uma pintura, «mas benzida no domingo, mas como
local. «Sempre há algum movi- depois optámos pelo granito, já «foi tudo em cima da hora», a
mento das pessoas que passam, que estamos numa zona granítica cerimónia terá lugar em agosto
que veem e há qualquer coisa que e com pedreiras à volta», referiu por ocasião da festa, antecipou
lhes chama à atenção», acredita Artur Martins. o elemento da Comissão.
PINHEL
Congresso Municipal da Educação debate sucesso escolar
O auditório da Câmara de Pi- Durante os trabalhos haverá sete na Oliveira (delegada regional da
nhel acolhe amanhã e no sábado o painéis temáticos e uma mesa Direção Geral de Estabelecimentos
Congresso Municipal da Educação redonda sobre “Políticas locais Escolares) e Manuela Pargana
sobre a temática do sucesso escolar. de promoção do sucesso escolar”. Silva (coordenadora nacional da
O encontro, cuja sessão de Entre os oradores convidados Rede de Bibliotecas Escolares). O
abertura está agendada para estão José Verdasca (coordena- diretor-geral de Educação, José
as 14 horas de sexta-feira, tem dor do Programa Nacional de Vítor Pedroso, vai encerrar o con-
como público-alvo professores, Promoção do Sucesso Escolar), gresso organizado pelo município,
educadores e outros profissio- Teresa Calçada (Comissária do Agrupamento de Escolas de Pinhel
nais ligados à área da educação. Plano Nacional de Leitura), Cristi- e a Rede de Bibliotecas Escolares.

Opinião
OVO DE COLOMBO
Milva (Maria Ilva Biocalti)
Joana C. Pereira
Sempre que tenho vontade
de ouvir obras para canto do
compositor argentino Astor
Piazzola procuro saber, de todas
as vezes, se existe uma versão
interpretada pela grande cantora
italiana Milva.
Milva é dona de certas
características que, a meu ver,
a tornam na intérprete ideal das
personagens fortes de Piazzola:
a sua voz grave, cheia, redonda,
mas também brilhante, a sua
intensidade dramática, a sua
musicalidade natural aliada a
uma força de carácter que lhe é
totalmente transparente. Milva
domina efetivamente a perso-
nagem, a música e o palco.
A voz desta cantora é de uma
qualidade rara e parece ter sido
feita com a finalidade precisa de
cantar as lindíssimas obras de
“nuevo tango” (uma categoria
de tango que adota influências
do jazz e da música clássica) do
TMG
Dança contemporânea inclusiva
no pequeno auditório
O TMG recebe amanhã
(21h30) “Doesdicon”, uma criação
da reconhecida coreógrafa Tânia
Carvalho concebida especialmen-
te para o grupo
Dançando com a Diferença.
Estreado no ano passado no
Teatro Viriato, neste espetáculo,
com direção artística de Hen-
rique Amoedo, os movimentos
fixos são depois libertados, não
para apagar esses mesmos mo-
vimentos, mas para os entender.
O coletivo Dançando com a Dife-
rença é originário da Madeira e
CONCERTO
Joana Serrat no Sabugal
Joana Serrat, uma das mais
interessantes e premiadas can-
tautoras espanholas, atua sá-
bado (21h30) no auditório
municipal do Sabugal.
Vencedora do prémio “Pop-
Eye” para melhor álbum nacional
com o disco “Dear Great Canyon”
PINTURA
João Salcedas expõe no Museu de Lanifícios
A exposição de pintura “A
Covilhã em aguarelas”, de João
Salcedas, vai ser inaugurada no
sábado (17 horas), no Museu de
Lanifícios.
Trata-se de uma seleção
de 60 aguarelas, sobre papel
fabriano, que mostram, de forma
livremente poética e inspirado-
ra, pessoas, lugares e detalhes
singulares de diversos pontos
da cidade em diferentes perí-
DR
compositor argentino.
A música é, em si, intensa e
apaixonada, mas Milva consegue
ampliar ainda mais esse efeito
com a sua força interpretativa.
Sempre equilibrando a força
e a garra dos clímax musicais
com secções de suavidade e de
vulnerabilidade, ela conduz as
linhas melódicas de uma forma
tocante que potencia ao máximo
a experiência auditiva do ouvinte,
inebriando-o.
dedica-se a trabalhos com uma
forte componente de inclusão
social pela arte e que incluem
bailarinos portadores de defici-
ência. O grupo conta com mais
de 20 coreografias de diferentes
criadores, tendo apresentado o
seu trabalho em mais de 20 países
com grande reconhecimento do
público e da crítica especializada.
Em palco vão estar Bernardo Gra-
ça, Diogo Freitas, Isabel Teixeira,
Joana Caetano, Maria João Pereira,
Nuno Borba, Sara Rebolo e Telmo
Ferreira.
(2014), a intérprete e composito-
ra regressou em 2016 com o ál-
bum “Cross the Verge”, produzido
por Howard Bilerman, produtor
do aclamado disco “Funeral”, dos
Arcade Fire, e onde participam
músicos como Neil Halstead (Slo-
wdive e Mojave 3).
odos do ano, mas que também
nos elucidam sobre o amor que
este artista autodidata tem pela
Covilhã. Entre 2017 e 2018, o
pintor covilhanense produziu
estes trabalhos ao ar livre para
melhor captar a atenção dos
transeuntes e estimular uma
resposta emotiva ao seu proces-
so de criação artística. A mostra
está patente até 15 de julho e a
entrada é livre.
EFEMÉRIDE
Museus em festa na região
O tema “Museus hiperco-
nectados: novas abordagens,
novos públicos”, escolhido pelo
ICOM, é o mote das celebrações
do Dia Internacional dos Museus
assinalado amanhã na região.
Na Guarda, a efeméride é
comemorada amanhã com uma
feira do livro, diversos ateliês e
visitas guiadas no museu local
(na foto). No sábado acontece a
Noite Europeia dos Museus que
inclui uma caminhada até ao
castro do Tintinolho, atividade
complementada com uma con-
ferência do especialista Pedro
Carvalho. Todas estas iniciativas
têm acesso gratuito mediante
inscrição prévia por telefone
(271213460 ou 962101842)
ou email (museu.guarda@mun-
guarda.pt). Já o Museu do Côa,
em Vila Nova de Foz Côa, estará
de portas abertas amanhã para
visitas gratuitas e orientadas ao
edifício e às alas museológica
e técnica. No sábado, o músico
César Prata, socorrendo-se de
objetos sonoros e de diversos
instrumentos, dará vários pe-
quenos concertos em diferentes
espaços do museu inspirados na
terra, fogo, água e ar.
CINEMA
Mostra Judaica em Belmonte até domingo
A Judaica – Mostra de Cin-
ema e Cultura está de regresso
a Belmonte entre sexta e do-
mingo.
A quarta edição da extensão
deste ciclo começa amanhã (16
horas) com a apresentação em
livro das comunicações apresen-
tadas no colóquio da mostra do
ano passado e que foi dedicado à
temática “Belmonte. Inquisição,
Criptojudaismo, Marranismo”. A
ESTREIA
Aluna do Conservatório da Covilhã
toca em Paris
Quinta-feira • 17 de maio de 2018 •
Na Covilhã, o Museu de
Lanifícios tem entrada livre
para as exposições e inaugura a
mostra de pintura “A Covilhã em
aguarelas”, de João Salcedas. O
workshop “E-têxteis: eletrónica
têxtil” e o seminário “Comunica-
ção por luz visível: uma tecnolo-
gia emergente em museus” são
outras atividades programadas
para amanhã. No domingo terá
início, na Goldra, um programa
de percursos pedestres pelo
património industrial e agro-
pastoril sob o lema “Covilhã,
sessão será seguida de uma de-
gustação de produtos kosher. Da
programação cinematográfica
deste ano destaque para a inicia-
tiva “Escolas e Famílias” com a
projeção do filme “O Último Voo
de Petr Ginz”, de Sandra Dickson
contra a negação do Holocausto,
amanhã (10 horas), no auditório
municipal. Nessa noite (21h30)
será também exibido “Negação”,
de Mick Jackson, um dos filmes
DR
• 13
DR
cidade-fábrica”. A participação
é livre e gratuita. Em Gouveia o
Dia Internacional dos Museus é
assinalado amanhã. No Museu
da Miniatura Automóvel haverá
várias atividades lúdico-pedagó-
gicas para os mais pequenos dos
jardins-de-infância do concelho.
Já no Museu Municipal de Arte
Moderna Abel Manta propõe as
iniciativas “Memórias de outros
tempos”, “Herbário Imaginário”
e um ateliê livre de desenho, ins-
pirado na exposição temporária
“A Maior Flor do Mundo”.
mais esperados desta mostra
e que será apresentado no au-
ditório municipal. “O Jardim da
Esperança”, de Niki Caro (sába-
do, 21h30), e o documentário
“Meus Amigos Judeus”, de Daniel
Nave (domingo, 16 horas), são
outras propostas desta extensão
da Judaica. Todas as sessões de
cinema (palestras e sessões cul-
turais) são gratuitas e abertas
ao público.
Julieta Jerónimo, aluna de
piano do Conservatório de Mú-
sica da Covilhã, vai tocar dia 25,
em Paris, no Concerto de Jovens
Pianistas na Fundação Calouste
Gulbenkian.
A aluna da classe da pro-
fessora Ana José Carrolo foi
convidada pela AvA Musical
Editions e pelo pianista Bruno
Belthoise. Dedicado à músi-
ca portuguesa, neste recital
participam estudantes dos
conservatórios da região de
Paris e jovens pianistas dos
Conservatórios da Covilhã,
Aveiro e Barcelos. Na ocasião
será apresentado o quinto vo-
lume da coleção de partituras
“Compositores Portugueses/
Reportório para Pianistas”.
14 • • Quinta-feira • 17 de maio de 2018 Publicidade

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 Quinta-feira • 17 de maio de 2018 • • 15

Sp. Covilhã garante

Ficha de Jogo
Árbitro: Bruno Esteves (AF Setúbal)
Árbitros assistentes: Rui Teixeira e Rui
Cidade

manutenção
E. Santos Pinto,
Covilhã
Sp. Covilhã.................. 1
Vítor São Bento, João Dias, Zarabi,
Joel Vital (Sunday Abalo, 44’), Paulo
Henrique, Makouta, Gilberto, Renato
Empate com o Penafiel na última jornada selou continuidade do emblema serrano Reis, Reinildo (Vitó, 84’), Fatai e Seidi
(Onyeka, 73’)
na IIª Liga após um campeonato muito irregular Treinador: José Augusto
Filipe Pinto - Foto Académica
Penafiel....................... 1
Tiago Rocha, Kalindi, João Paulo, Luís
Pedro, José Gomes, Vasco Braga,
Romeu, (Hélio, 77’), Ludovic, Márcio
(Fábio Fortes, 54’), Gustavo (Tiago,
67’) e Fábio Abreu
Treinador: Armando Evangelista

Golos: Reinildo (31’) e Fábio Fortes

(90’)

Ação disciplinar: Cartão amarelo para

Gustavo (65’)

mas a mancha de Tiago Rocha fez

Os “leões da serra” entraram no jogo para ganhar e garantiram a manutenção
O Sp. Covilhã garantiu a ma-
nutenção na IIª Liga com um em-
pate a uma bola na receção ao
Penafiel na última jornada da prova.
Os serranos entraram em campo
para ganhar e assumiram o con-
trolo do jogo, frente a um Penafiel já
sem hipótese de subir de escalão e
que se apresentou sem intensidade.
Agressivos na pressão e com
maior domínio do meio campo,
os locais fizeram o primeiro aviso
num cabeceamento de Zarabi, e
pouco depois Fatai atirou à fig-
ura do guardião visitante. Mas a
primeira ocasião flagrante foi dos
nortenhos, quando, aos 10’, Gus-
tavo cruzou e Márcio, na cara de
Vítor São Bento, rematou a rasar
a barra. Os covilhanenses, com as
linhas mais subidas, continuaram a
toada rematadora, embora faltasse
pontaria na finalização. Só aos 31’
é que marcaram, numa jogada em
que Renato Reis entrou pela dire-
ita, fintou, ludibriou José Gomes e
cruzou para o segundo poste, onde
Reinildo cabeceou certeiro. Antes
do intervalo, Gilberto ainda tentou
a sorte, de longe, mas a bola passou
ao lado do poste.
No segundo tempo, o Penafiel
surgiu com o bloco mais subido,
enquanto o Covilhã passou a ser
mais calculista e a jogar mais
compacto para aproveitar os
espaços concedidos para dilatar
a vantagem, o que esteve pre-
stes a acontecer aos 51’, quando
Adul Seidi acertou no poste e na
recarga rematou ao lado. Neste
período a melhor oportunidade
foi dos serranos, quando Fatai
aguentou a pressão e rematou,
a bola rasar o poste. Contudo, aos
90’, o Penafiel chegou à igualdade.
Romeu cruzou e Fábio Fortes, na
área e sem oposição, só teve de
desviar para o fundo das redes. Já
nos descontos, os durienses esti-
veram à beira da reviravolta, mas
Fábio Abreu acertou no poste e na
recarga viu Sunday Abalo fazer o
corte em cima da linha de golo. O
Sp. Covilhã termina o campeonato
na 15ª posição, com 47 pontos,
três pontos acima da linha de
despromoção, numa das piores
épocas dos últimos anos.

NATAÇÃO PUB

Jovens guardenses vencem

em torneio de absolutos
O Clube de Natação da
Guarda (CNG) alinhou com três
atletas infantis, seis juvenis e
quatro juniores no torneio de
meio-fundo da Sertã, realizado no
sábado, e destinado a absolutos.
Apesar da diferença etária,
os guardenses conseguiram dois
primeiros lugares e três segun-
dos em termos individuais, ten-
do vencido ainda a estafeta de
4x100 metros livres masculina.
Por equipas o CNG terminou na
quarta posição de uma prova
do calendário da Associação
de Natação Interior Centro em
que participaram cerca de 100
atletas em representação de nove
clubes. Os guardenses já tinham
obtido excelentes resultados no
Torneio Regional de Fundo, que
teve lugar em Torres Novas no
primeiro fim-de-semana de maio.
Nesta competição para atletas
dos escalões infantil e juvenil
os guardenses conseguiram um
título de campeão regional, três
segundos lugares e um terceiro
lugar. Estes desempenhos dão
boas perspetivas para o Regional
de Absolutos, no início de julho
em Reguengos de Monsaraz, e
para o Nacional de Juvenis e Abso-
lutos no final desse mês no Jamor.

KICKBOXING
Título universitário para aluna do IPG
DR
Liliana Gonçalves, alu-
na de Desporto do Institu-
to Politécnico da Guarda,
conquistou no domingo o
título nacional universitá-
rio de kickboxing Lowkick
(categoria de 56 quilos). A
competição decorreu em
Braga numa organização
da Federação Académica
do Desporto Universitário
e da Associação Académica
da Universidade do Minho.
16 • • Quinta-feira • 17 de maio de 2018
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NOTÁRIO
José Carlos Travassos Relva
CERTIFICO que, por escritura de 11 de Maio de 2018, exarada a fls. 144 do livro de notas
para escrituras diversas número 373 - P, do Notário José Carlos Travassos Relva, com Tribunal Judicial da Comarca da Guarda
instalações na Rua Mouzinho de Albuquerque, nº 8, na Guarda, ANTÓNIO BERNARDO Juízo de Competência Genérica de Pinhel
SARAIVA e mulher MARIA FERNANDA DA APRESENTAÇÃO FERREIRA SARAIVA, Palácio da Justiça • Av. Frederico Ulrich
6400-378 Pinhel
casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais da freguesia de Pêra do Telef: 271410180 Fax: 271090239 Mail : pinhel.judicial@tribunais.org.pt
Moço, deste concelho, onde residem na Rua Principal, lugar de Menoita, com exclusão
de outrem declararam-se donos e legítimos possuidores dos seguintes imóveis: ANÚNCIO
NÚMERO UM Processo: 81/18.0T8PNH Interdição/Inabilitação Referência: 26092436
PRÉDIO RÚSTICO, composto de lerra de pastagem, com a área de dezasseis mil Data: 09-05-2018
metros quadrados, denominado e sito em Ladeira, na freguesia de Pêra do Moço, deste
Requerente: Ministério Público
concelho, a confrontar do norte com caminho, do sul com Virgílio da Ressurreição, do
Requerido: Vitor Manuel Soares
nascente com Manuel Saraiva da Costa e do poente com herdeiros de Amândio Luís
Marques, inscrito na matriz respectiva em nome de Antero Nunes Ferreira - cabeça de Faz-se saber que foi distribuída neste Tribunal, a ação de Interdição/Inabilitação em
casal da herança de - sob o artigo 1334, com o valor patrimonial actual de 11,94 euros, que é requerido Vitor Manuel Soares, filho de Maria Soares, nascido em 09-10-1963,
O de IMT de 186,00 euros e o atribuído de cinco mil euros, descrito na competente BI - 10237025, com residência em domicílio: Lar de Idosos do Lamegal, Travessa do
Conservatória do Registo Predial sob o número cento e noventa, da mesma freguesia Parque de Merendas, N4, Lamegal, 6400-232 Lamegal, para efeito de ser decretada
a sua interdição por anomalia psíquica.
três de dois de Abril de mil novecentos e noventa e um.
Que este bem foi por eles adquirido, no estado de casados, pelo ano de mil novecentos e A Juiz de Direito,
conhecida no lugar de Rapoula, na mesma freguesia de Pêra do Moço. Dr(a). Nádia Meneses Tavares Afonso
NÚMERO DOIS
PRÉDIO RÚSTlCO, composto de terra de pastagem, com a área de quatro mil O Oficial de Justiça,
novecentos e noventa metros quadrados, denominado e sito em Ladeira, na freguesia
de Pêra do Moço, deste concelho, a confrontar do norte com José Ferreira, do sul João Pintassilgo
com José João Gonçalves e do nascente e poente com José Alves, inscrito na matriz
respectiva em nome de Antero Nunes Ferreira - cabeça de casal da herança de - sob o O Interior, nº 960 de 17/05/2018
artigo 1287, com o valor patrimonial actual de 3,14 curos, o de IMT de 48,85 euros e o
atribuído de mil e quitlhentos curos, descrito na competente Conservatória do Registo
Predial sob o número cento e dezoito, da mesma freguesia de Pêra do Moço, registado
a favor de José Marques Jorge Ferreira e mulher Elsa Maria de Sousa e Maria Iliana
Marques Ferreira da Silva e marido José Ferreira da Silva, pela apresentação dezallove
de três de Junho de mil novecentos e oitenta e oito.
NÚMERO TRÊS Tribunal Judicial da Comarca da Guarda
PRÉDIO RÚSTICO, composto de terra de batata com macieiras, pinhal e pastagem, Juízo de Competência Genérica de Pinhel
com a área de quatro mil novecentos e noventa metros quadrados, denominado e sito Palácio da Justiça • Av. Frederico Ulrich
6400-378 Pinhel
em Vale dos Cepos, na freguesia de Pêra do Moço, deste concelho, a confrontar do
Telef: 271410180 Fax: 271090239 Mail : pinhel.judicial@tribunais.org.pt
norte e nascente com Antero Nunes Ferreira, do sul com caminho público e do poente
com Teresa de Jesus Ferreira, inscrito na matriz respectiva em nome de Antero Nunes ANÚNCIO
Ferreira - cabeça de casal da herança de - sob o artigo 1353, com o valor patrimonial
Processo: 82/18.9T8PNH Interdição/Inabilitação Referência: 26090296
actual de 19,48 euros, o de lMT de 303,33 euros e o atribuído de três mil e quatrocentos
Data: 09-05-2018
euros, descrito na competente Conservatória do Registo Predial sob o número cento
e trinta, da mesma freguesia de Pêra do Moço, registado a favor de José Marques Requerente: Ministério Público
Jorge Ferreira e mulher Elsa Maria de Sousa e Maria Iliana Marques Ferreira da Silva
e marido José ferreira da Silva, pela apresentação dezanove de três de Junho de mil
novecentos e oitenta e oito.
Requerido: Rui Augusto de Carvalho Belo
Faz-se saber que foi distribuída neste Tribunal, a ação de Interdição/Inabilitação em
que é requerido Rui Augusto de Carvalho Belo, filho de Albertino Augusto Belo e
Que estes dois bens foram por eles adquiridos, no estado de casados, pelo ano de de Maria Amália de Carvalho Belo, nascido em 24-10-1981, natural da freguesia de
mil novecentos e noventa e seis, por compra verbal a José Marques Jorge Ferreira Azevo (Pinhel), Cartão Cidadão - 136605036ZY1, com residência em domicílio: Rua
e rnulher EIsa Maria de Sousa, com última residência conhecida na Rua do Viveiro, da Lameira, Nº 11, Madalena - Azevo, 6400-146 Azevo, para efeito de ser decretada
número quatro, rés-do-chão esquerdo, em Estoril, Cascais e Maria lliana Marques a sua interdição por anomalia psíquica.
Ferreira da Silva e marido José ferreira da Silva, com última residência conhecida no
lugar de Rapoula, freguesia de Pera do Moço, concelho da Guarda. A Juiz de Direito,
Que, assim, possuem estes bens em nome próprio, convictos de que lhes pertencem, há
mais de vinte anos e desde então e ininterruptamente os possuem como coisa própria Dr(a). Nádia Meneses Tavares Afonso
e exclusiva, cultivando-os, colhendo os frutos e fazendo as obras de conservação
necessárias, posse que sempre exerceram, com conhecimento e à vista de toda a O Oficial de Justiça,
gente, sem oposição de quem quer que seja, sendo, por isso uma posse pacífica,
contínua, pública e de boa fé, pelo que os adquiriram por usucapião, não tendo Maria Manuela B. T. Sampaio
todavia, dado o modo de aquisição, documento que lhes permitam fazer prova do
O Interior, nº 960 de 17/05/2018
seu direito de propriedade.
Guarda, 11 de Maio de 2018.
O Notário
Tribunal Judicial da Comarca da Guarda
(José Carlos Travassos Relva) Juízo de Competência Genérica de Pinhel
Palácio da Justiça • Av. Frederico Ulrich
O Interior, nº 960 de 17/05/2018 6400-378 Pinhel
Telef: 271410180 Fax: 271090239 Mail : pinhel.judicial@tribunais.org.pt
ANÚNCIO
Processo: 84/18.5T8PNH Interdição/Inabilitação Referência: 26098400
Data: 11-05-2018
Tribunal Judicial da Comarca da Guarda Requerente: Ministério Público
Juízo de Competência Genérica de Pinhel Requerido: Paulo Jorge Martins Silva
Palácio da Justiça • Av. Frederico Ulrich Faz-se saber que foi distribuída neste Tribunal, a ação de Interdição/Inabilitação em que
6400-378 Pinhel
é requerido Paulo Jorge Martins Silva, filho de Orlindo da Silva e de Maria Amália Alves
Telef: 271410180 Fax: 271090239 Mail : pinhel.judicial@tribunais.org.pt
Martins, nascido em 01-09-1979, Cartão Cidadão - 131920243ZY2, com residência
ANÚNCIO Rua da Fonte, S/n, Freixinho, 6400-231 Lamegal, para efeito de ser decretada a sua
Processo: 85/18.3T8PNH Interdição/Inabilitação Referência: 26095424 interdição por anomalia psíquica.
Data: 10-05-2018 A Juiz de Direito,
Requerente: Ministério Público
Requerido: Ernesto Fernandes Páscoa
Dr(a). Nádia Meneses Tavares Afonso
Faz-se saber que foi distribuída neste Tribunal, a ação de Interdição/Inabilitação em
O Oficial de Justiça,
que é requerido Ernesto Fernandes Páscoa, filho de António Francisco de Páscoa
e de Delmina de Jesus Fernandes, nascido em 09-07-1970, Cartão Cidadão -
114198381ZZ9, com residência em domicílio: Adm Estrela, Rua Silva Gouveia, Nº 27, Maria Manuela B. T. Sampaio
6400-455 Pinhel, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. O Interior, nº 960 de 17/05/2018
A Juiz de Direito,
Dr(a). Nádia Meneses Tavares Afonso
O Oficial de Justiça,
João Pintassilgo
O Interior, nº 960 de 17/05/2018
Filipe Pinto
Fotojornalista
Escadas do Quebra Costas, Nº 2 • 6200-170 COVILHÃ
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E-mail: filipepintofoto@sapo.pt • fotoacademica@hotmail.com

FUTEBOL
NDS é campeão distrital
em infantis, iniciados e
juvenis
O Núcleo Desportivo e So-
cial (NDS), da Guarda-Gare,
continua a somar troféus nas
competições da AF Guarda e
esta época festejou o título de
campeão distrital nos escalões
de infantis, iniciados e juvenis,
que se juntaram à taça do tor-
neio de abertura no escalão de
juniores.
Te r m i n a d a a é p oc a , o
histórico clube da cidade mais
alta, que privilegia a formação
e as camadas jovens, conquistou
quatro das cinco competições
oficiais em que participou. Com
apenas duas derrotas na tem-
porada, a equipa de infantis
sagrou-se bicampeã distrital,
enquanto os iniciados também
só perderam dois dos 24 jogos
disputados. Por sua vez, os ju-
venis alcançaram ao longo da
época 16 vitórias, um empate
e uma derrota. Atualmente o
NDS tem cerca de 200 atletas a
praticar futebol, divididos por
sete escalões, desde as escol-
inhas à formação. Segundo a
direção do clube, «a aposta nas
escolinhas é a forma encontrada
para o obter mais sucesso no
futuro».
FUTEBOL DISTRITAL
Desportivo de Gouveia
conquista Taça de Honra
O Desportivo de Gouveia
venceu a Taça de Honra da As-
sociação de Futebol da Guarda e
confirmou o apuramento para a
Taça de Portugal, a par do Tran-
coso, segundo classificado do
Distrital da Iª Divisão.
No sábado, em Manteigas,
os gouveenses derrotaram o
campeão Sp. Mêda no desempa-
te por grandes penalidades após
uma igualdade a duas bolas no
final do tempo regulamentar. O
encontro no campo eng. Bar-
jona de Freitas decorreu sem
grandes ocasiões de golo, com
os gouveenses a colocarem-se
em vantagem a meio do pri-
meiro tempo, tendo ampliado
o marcador pouco depois. O re-
sultado não sofreu alterações
até aos 90’, mas quando toda
a gente pensava que a taça já
não escapava ao Gouveia, o Sp.
Mêda fez das tripas coração e
aproveitou os cinco minutos
de tempo de compensação
concedidos pelo árbitro para
empatar e adiar o desfecho da
partida para as grandes pe-
nalidades. Aqui a sorte sorriu
aos serranos, que marcaram
cinco penáltis – o veterano
capitão Quim Teixeira converteu
o último – contra quatro dos
medenses. À noite realizou-se
a habitual gala da AF Guarda,
durante a qual foram homena-
DR
Infantis
Iniciados
Juvenis
DR
geados os campeões distritais
de futebol e futsal da época
que agora finda. São eles o NDS
(infantis, iniciados e juvenis),
Sp. Sabugal (juniores), Celori-
cense (IIª Divisão) e Sp. Mêda
(Iª Divisão). No futsal foram
distinguidas a equipa feminina
do Guarda 2000 e a ACD Soito
(Iª Divisão).
Quinta-feira • 17 de maio de 2018 •
RESISTÊNCIA
Estrela Grande Trail em Manteigas
Manteigas recebe no fim-
de-semana mais uma edição do
Estrela Grande Trail, uma prova
de resistência com quatro per-
cursos de diferente dificuldade,
entre os 15 e 109 quilómetros
de extensão, sendo que a cor-
rida principal apresenta 6.300
KARATE
AEKS e Centro Bushido da Guarda
no pódio em Coimbra
Os karatecas da Guarda
conseguiram bons resultados no
Torneio da Queima das Fitas, re-
alizado no sábado em Coimbra.
Gonçalo Guerra (Associ-
ação Egitaniense de Karate
Shotokan), na foto, alcançou o
primeiro lugar em kata inicia-
dos e a colega de equipa Íris
Fonseca foi terceira em kata
cadetes. Do Centro Bushido
da Guarda José Barreiros foi
segundo em kata e kihon Ip-
PENTATLO MODERNO
Provas nacionais na Covilhã
A Covilhã recebe no fim-
de-semana os campeonatos
nacionais de sub-15 e 17 anos,
o Torneio Universitário e o Open
Serra da Estrela de tetratlo/
triatlo moderno e laser run. No
sábado tem lugar a prova de
esgrima no pavilhão do Clube
Desportivo da Covilhã (CDC),
seguido do Open Serra da Es-
XCO
Mário Costa e Joana Monteiro imparáveis
no Fundão
Mário Costa (na foto) e
Joana Monteiro venceram, no
domingo, a terceira prova da
Taça de Portugal de XCO BTT.
A dupla da Brújula Bike
Racing Team somou o terceiro
triunfo consecutivo em três
provas pontuáveis para o troféu.
Mário Costa dominou a cor-
rida masculina e terminou com
3m40s de vantagem sobre o
segundo classificado, Ricardo
Marinheiro (Quinta das Arcas/
Jetclass/Xarão). O terceiro, a
5m12s, foi o brasileiro Rubens
Valeriano (Sense Factory Racing).
Mário Costa lidera a geral da Taça,
com mais 15 pontos que Ricardo
• 17
metros de acumulado positivo.
São esperados 1.100 atletas
numa competição organizada
pelo município de Manteigas,
a empresa Trilhos Coragem e a
ADIRAM - Associação de Desen-
volvimento Integrado da Rede
Aldeias de Montanha.
DR
pon e Duarte Simão terminou
no terceiro lugar em kata e
kumite. Por sua vez, Nuno
Rodrigues foi segundo em
kata e Luísa Frutuoso terceira
em kihon Ippon. Do mesmo
clube, Iris Ferreira, Rodrigo
Nabais e Mariana Frutuoso não
conseguiram lugares de pódio,
tal como Pedro Pereira, atleta
do Centro de Artes Marciais da
Guarda, outro dojo da União de
Karate Shotokan das Beiras.
trela - Estafeta Triatle (tiro, na-
tação e corrida). O domingo
começa com a natação e inclui
a competição de laser run e o
Open Serra da Estrela daquela
modalidade. A organização é do
Penta Clube da Covilhã, com o
apoio da autarquia, da Federação
Portuguesa de Pentatlo Moderno
e do, que cede o pavilhão.
Marinheiro. Nas senhoras, Joana
Monteiro também cortou a meta
em solitário, deixando a segunda,
Maaris Meier (Maiatos/Reab-
norte), a 27 segundos. A espanho-
la Lúcia Vázquez (ProRebordosa/
LROpticas/RJGroup) fechou o
pódio. Na geral, Joana Monteiro
comanda com 24 pontos de van-
tagem sobre Lúcia Vázquez. A
prova de XCO do Fundão era
de categoria internacional C2 e
foi organizada pelo município,
clube BTTGardunha, Federação
Portuguesa de Ciclismo e Union
Cycliste Internationale (UCI). O
percurso de 4.200 metros foi
traçado no Parque do Convento.
18 • • Quinta-feira • 17 de maio de 2018
opinião
Pedro Narciso
Coimbra –G
Os elogios ao turismo, à descentralização e
às medidas de discriminação positiva do interior
são, por estes dias, maiores do que aqueles que
recebem as sessões fotográficas de Irina Shayk
em lingerie. Tivesse esta divina trindade conta
de Instagram e o número de fiéis seguidores já
nos governaria por conta da colecta líquida de
likes. Qual Xau Tira Nódoas da política da coesão
territorial, elimina a ineficiência do Estado, é
catalisador de Tuk-Tuks e tem enzimas ativas de
rejuvenescimento demográfico. Nesse contexto
e de forma coerente, uma das ideias é passar
a denominar a região de Turismo do Centro de
“Coimbra- Centro”.
Uma ampliação e mudança de nome do “Por-
tugal dos Pequenitos” com a devida instalação à
escala das ocorrências mais significativas nesse
território de mar, serra, neve, sol, xisto, areia e
com tanta afinidade como são o surf da Nazaré e
os adufes da Idanha, só pode ser uma boa ideia.
Uma ida ao “Little Portugal” poupará dinheiro nas
portagens, curvas para o Piodão e visualização
de eucaliptais queimados. Pena que esta medida
inviabilize a promoção turística do IP3 caso a
morte assistida venha a avançar.
Mas a questão deveras estruturante nesta
faixa da Guarda é o Hotel Turismo, em que o PS
atira com pedras e o PSD responde com rockets.
Saber porque tem de existir mão do Estado para
insuflar vida artificial ao espaço, quem o desen-
volverá, sob que condições, quando abrirá portas
ou com que garantia, são “peaners”. Importante é
saber onde se assinou o contrato. Isso sim é uma
questão vital para o concelho, que merece toda
a estratégia política e linhas escritas associadas.
Num momento em que as portagens são mais
caras que atravessar o Atlântico numa “low cost”,
e a minha carteira se contorce sempre que um
eleito deslocado nos visita e entra numa estação
dos CTT, entendo que Lisboa foi uma ótima opção.
Com a política no zénite,  é realmente um
mistério insondável a alienação do povo. Aposto
mesmo que já ninguém dorme só de pensar na
festa da cerimónia de lançamento da primeira
pedra da obra. Para evitar problemas deste tipo
sugiro a zona desmilitarizada do paralelo 38, já
que parece ter efeitos afrodisíacos nesta altura do
ano, tal o grau de envolvimento entre os líderes
coreanos.
Para ocupação do território deslocam-se
funcionários, subsidiam-se, são majorados,
movem-se institutos… Medidas com grande
efetividade prática como temos constatado em
políticas semelhantes, nomeadamente na cap-
tação de clínicos para o interior do país. Uma
forma justíssima de tratar todos aqueles que
decidiram resistir ao apelo do litoral. No mínimo
sugiro que todos os que venham “repovoar”
este interior – que nalguns casos começa logo
poucos quilómetros depois do mar – sejam mo-
nitorizados com pulseira eletrónica e sujeitos a
descargas elétricas, não vão esses malandros
trabalhar em Oliveira do Hospital e ir dormir a
Coimbra-Centro.
Na Guarda o parque de campismo está
fechado e é a base de serviços de apoio de uma
multinacional de recursos humanos, o Caldeirão
tem uma piscina ancorada há um ano (demago-
gos vão dizer que foi eleitoralismo), as telas tapa
vergonhas da Praça Velha já não disfarçam nada,
mas está tudo bem. A Guarda bem que podia
cantar “I’m not your toy”…mas de facto é.
agoradigoEU
opinião
Albino Bárbara Marx – 200 anos depois
Os 200 anos do nascimento de Karl Marx são um bom momen-
to para perceber que o pensador foi um dos principais arquitetos da
atual ciência social, pois, goste-se ou não, as condições económicas
e a luta de classes foram e ainda são agentes transformadores da
sociedade. E se para Hegel nada no mundo é estático e da realidade
faz-se filosofia, já Marx inverte a dialética hegeliana colocando o
tema do movimento histórico que constitui o mundo, fazendo a
filosofia incidir sobre a realidade.
Marx debatia, na sua tese de doutoramento em Filosofia “Diferen-
ças de filosofia da natureza em Demócrito e Epicuro”, as teorias entre
o atomismo e a felicidade numa análise crítica que mais tarde usou
para deduzir que a religião «é criada pela fabulação dos homens» e,
como é uma situação corrente do espírito, irá defini-la como o «ópio
do povo». Segundo Friedrich Engels, no discurso fúnebre daquele que
foi considerado apátrida, «ele lutou com uma tenacidade e um sucesso
com quem poucos puderam rivalizar. Marx foi o homem mais odiado
e mais caluniado do seu tempo. E morreu amado, reverenciado por
milhões de trabalhadores revolucionários e embora possa ter muito
adversário não teve nenhum inimigo pessoal».
Com a frase que se segue, Marx define tudo aquilo que é
designado historicamente por marxismo: «Sem sombra de dúvida,
a vontade do capitalista consiste em encher os bolsos, o mais que
possa. E o que temos a fazer não é divagar acerca da sua vontade,
mas investigar o seu poder, os limites desse poder e o carácter
desses limites».
Segundo Roman Rosdolsky, muito da agenda de Marx ficou
por desvendar, pois, além de “O Capital”, poderia ter sido acrescen-
tado um livro sobre o Estado, outro sobre o trabalho assalariado e
outro sobre a globalização.
Duzentos anos passados e algumas perguntas colocam-se:
ANOTAÇÕES
Património agonizante…
opinião
Hélder Sequeira
O Ano Europeu do Património Cultural está a ser celebrado,
pela primeira vez, por iniciativa da União Europeia, balizado pelos
objetivos da promoção da diversidade e do diálogo interculturais
e da coesão social.
Como foi divulgado, esta é uma oportunidade para a «rea-
lização de iniciativas envolvendo as comunidades, os cidadãos,
as organizações, as entidades públicas e privadas, contribuindo
para uma maior visibilidade da cultura e do património e para o
reconhecimento da sua importância e do seu caráter transversal em
todos os setores da sociedade». Se atentarmos numa especificação
mais pormenorizada dos objetivos verificamos que eles apontam
para incentivar uma abordagem centrada nos cidadãos, inclusiva,
prospetiva, integrada e transetorial; promover modelos inovadores
de governação e de gestão a vários níveis do património cultural
que envolvam diferentes partes interessadas; realçar o contributo
positivo do património cultural para a sociedade e para a economia;
promover estratégias de desenvolvimento local na perspetiva da
exploração do potencial do património cultural através da promoção
do turismo cultural sustentável.
O conceito de património não se circunscreve atualmente
à conceção que prevalecia há algumas décadas anos atrás,
resumindo-o a monumentos, às coleções de pintura, às esculturas
e a palácios. «A memória coletiva de uma determinada população
estende-se aos territórios onde vive, aos seus monumentos, aos
vestígios do passado e do presente, aos seus problemas, à cultura
material e imaterial e às pessoas».
Assim, o património edificado é uma das várias abordagens
que podem ser efetuadas de entre a definição mais lata de patri-
mónio cultural. É, aliás, a este nível que têm sido cometidos os
maiores atentados, perante a indiferença e a impunidade de quem,
por direito, tinha obrigação de atuar.
Essa apatia começa, como tivemos já a oportunidade de
escrever neste jornal, no próprio cidadão comum, conquistado
por um doentio comodismo que orienta os seus padrões culturais
no limitado horizonte do quotidiano profissional ou dos amenos
diálogos e discursos (convenientes) dos círculos de convívio e lazer.
Escasseia a sensibilidade cívica…
Na Guarda, os pavilhões que outrora pertenceram ao Sanatório
O que é ser marxista? Tem a esquerda capacidade de propor um
novo projeto político mesmo percebendo a dificuldade de enfrentar
o presente ciclo político?
As respostas só podem ser estas: A esquerda pode e deve
reformular-se, entendendo os conceitos das atuais transformações
económicas, sociais e políticas neste mundo globalizado, deixando
de viver na superioridade da gestão da coisa pública, pois se o não
fizer será vencida pelos liberais que vão sempre perguntar o que é
mais eficaz: o privado ou o público.
A falência de todo o sistema soviético trouxe ao de cima a
“contrarrevolução” liberal, qual balão de oxigénio, que após a crise
demonstra toda a sua fragilidade numa política condenada ao fra-
casso. O atual papel da esquerda é, sem dúvida, propor uma nova
metodologia capaz de ultrapassar todas as frustrações individuais,
transformando-as em exigências coletivas, pois se o liberalismo fez
do seu combate a individualização, a esquerda terá agora o papel
de reconstruir todo processo reivindicativo coletivo.
E a reflexão determina que a esquerda atual vai ter de moldar-
se exigindo outro e melhor destino tendo por base o estudo e a
compreensão da História.
Duzentos anos depois do nascimento de Marx percebe-se
que o mundo evoluiu, sendo que o marxismo, enquanto doutrina
política, continua atualizadíssimo e, sem querer falar em revisio-
nismo, sempre direi que a esquerda europeia assemelha-se cada
vez mais ao milenar iogurte.
É que, além dos bebíveis, existem ainda o de pedaços e o de
aromas. Em Portugal com a bendita da geringonça passou-se a
utilizar e a consumir este último. Com a particularidade de não ser
genuíno. A esquerda portuguesa parece ter assumido definitiva-
mente a marca branca.
Sousa Martins são um exemplo dessa falta de sensibilidade cívica e
outrossim do desleixo continuado de entidades oficiais ou da incapaci-
dade reivindicativa (de sucessivas administrações) para contrariarem o
caminho da ruína e destruição conducente a “um túmulo de memória”.
Uma atitude tanto mais criticável quanto o Sanatório foi uma
instituição que marcou o desenvolvimento da cidade durante a
primeira metade do passado século; a passagem (amanhã, dia 18
de maio) de mais um aniversário da sua inauguração é um bom
pretexto para voltarmos a sublinhar, uma vez mais, o estado de
ruína deste património citadino.
A inauguração (inicialmente prevista para 28 de abril e depois
para 11 de maio) dos três pavilhões que integravam o Sanatório
ocorreu a 18 de maio de 1907, com a presença do rei D. Carlos e da
Rainha D. Amélia, que materializou nesta instituição de tratamento
da tuberculose a homenagem a Sousa Martins, atribuindo-lhe o
nome daquele clínico, cuja ação e dinamismo ela tinha já evocado
numa intervenção pública, no seio da Associação Nacional aos
Tuberculosos, realizada em 1889.
«Aos dezoito dias do mês de Maio de mil novecentos e sete, num
dos edifícios recentemente construídos no reduto da antiga Quinta do
Chafariz, situada à beira da estrada número cinquenta e cinco, nos
subúrbios da cidade da Guarda, estando presentes Sua Majestade
a Rainha Senhora Dona Amélia (...), procedeu-se à solenidade da
abertura da primeira parte dos edifícios do Sanatório Sousa Martins
e da inauguração deste estabelecimento da Assistência Nacional aos
Tuberculosos, fundada e presidida pela mesma Augusta Senhora (...)».
Assim ficou escrito no auto que certificou a cerimónia inau-
gural da referida estância de saúde, da qual, por muitos e diversos
motivos, resta hoje uma pálida imagem.
O Sanatório foi, durante décadas, o grande cartaz de propa-
ganda da Guarda, “a cidade da saúde”; hoje, o que resta está com
péssimo prognóstico e certamente nem os “ares” do Ano Europeu
do Património Cultural, nem os objetivos anteriormente menciona-
dos vão minorar a “doença” ainda com cura…
Na Guarda do património e da cultura o estado de degradação
dos Pavilhões D. António de Lencastre e Rainha D. Amélia exige e
merece medidas concretas e eficazes de defesa e salvaguarda, pois
fazem parte da história da cidade e da história da saúde em Portugal.
 Quinta-feira • 17 de maio de 2018 • • 19

opinião
mitocôndrias e quasares
opinião A Tailândia continua na moda
António Costa
antoniomanuelcosta@gmail.com

Novas teorias
Com a entrada no século XX, os conceitos que antes eram considerados
imutáveis transformaram-se em processos dinâmicos e foram a semente que
originou uma nova revolução só comparável à representada por Copérnico.
A física, encarregada de revelar os mecanismos íntimos do compor-
tamento da matéria, foi uma das áreas científicas onde se produziu uma
profunda revisão dos fundamentos sobre os quais se erguera. Dois homens,
cada um por si, resolveram explicar tanto a composição da matéria, como as
DR
grandes estruturas do Universo. Sem poderem convergir até agora ambas as
visões, Albert Einstein e Max Planck foram os representantes das duas teorias
que, embora divergentes, explicam por si quer o muito grande, quer o muito
pequeno. A partir da relatividade geral apareceu outra teoria relacionada com
o Universo: a do “Big Bang”. Esta teoria indica que todo o Universo teve a sua
origem num ponto, tratando-se de uma construção que foi sendo modelada
a partir dos enunciados da teoria da relatividade geral de Einstein. Portanto,
não é uma criação isolada de um cientista, mas o produto da investigação e
especulações de inúmeros investigadores.
Joana Dente* eles surgiram, é imperdível.
Teoria do campo unificado • Advertências: as temperaturas são (mesmo)
A teoria do campo unificado sugere que um evento num determinado Ainda que para muitos muito elevadas, podendo, entre os meses de maio e
campo pode induzir outro num campo diferente. Um exemplo desta hipótese já não fosse novidade, a junho, atingir os 40 graus centígrados; regatear os
é o achado de Maxwell que, por causa de uma experiência realizada por verdade é que a Tailândia preços é imperativo, pois, desde táxis e Tuk Tuk, a
Faraday em 1831, descobriu que os campos magnéticos induziam correntes passou a estar na moda produtos de mercados e lojas, o valor pedido é sempre
elétricas. Desta maneira, juntaram-se eletricidade e magnetismo, fenómenos para os portugueses quan- superior ao valor real; nos táxis, há que pedir sempre
não relacionadas até então. Entre a Física de partículas e a Cosmologia pre- do, de há uns anos para cá, para se utilizar o taxímetro ou regatear o preço em caso
tende construir-se uma ponte semelhante mediante certas explicações que sucessivas figuras públicas de recusa; estar sempre de sobreaviso com aborda-
produziriam a ansiada aproximação de ambos os campos. começaram a deslocar-se massivamente para este gens para vendas de produtos ou pacotes de viagens.
destino turístico, partilhando momentos nas redes • Melhor altura para visitar: novembro a fevereiro.
Supersimetria e modelo padrão sociais que descrevem como «únicos». • Um mercado: Chatuchak Weekend Market, que
A Supersimetria ainda não foi verificada, mas faz parte de modelos E a Tailândia merece mesmo o protagonismo: é é um dos maiores mercados da Ásia, com milhares de
teóricos atuais, especialmente em teorias de campo unificado. As recentes um destino muito diversificado, onde é possível fazer lojas de T-U-D-O o que se possa imaginar. Abre aos
experiências realizadas com o Grande Acelerador de Hadões (LHC), em 2010, turismo de natureza, de praia ou de cidade. Cada uma sábados e aos domingos das 6 às 18 horas.
procuram a sua confirmação. A Supersimetria supõe a unificação das quatro das hipóteses mais cativante e surpreendente do que • Um restaurante: Blue Elephant Restaurant, um
forças, tal como são descritas nos primeiros momentos do “Big Bang”. Um a outra. De facto, a Tailândia tem recantos naturais restaurante de comida tailandesa requintada, numa
dos modelos que guia este trabalho é o Modelo Padrão, que comtempla impressionantes, praias deslumbrantes e cidades cos- mistura de tradicional e moderno. Sugiro a escolha
três destas forças, deixando de lado a gravidade, pelo que muitos julgam mopolitas e vibrantes. Dadas as facilidades de conexão do menu de degustação. Alerto, todavia, que não é
necessário ampliar o modelo. e a diversidade de meios de transporte disponíveis, um restaurante barato (mas é em conta, sendo que o
não é difícil experimentar todas essas opções numa sabor compensa!). Nota: é necessário reservar com
Teorias das Super Cordas única visita. antecedência.
A teoria da Supersimetria está subjacente à moderna teoria das Super Ainda assim, na falta de tempo, Banguecoque • Um bar: à noite, subir ao 63º andar do Lebua
Cordas. Em nenhuma destas teorias existem previsões teóricas baseadas na justifica, só por si, uma visita. Hotel, onde se encontra o Sky Bar, e apreciar bem a
experimentação nem em observações, mas elas têm um forte enraizamento Deixo algumas dicas e recomendações para quem vista sobre a cidade e o rio. Trata-se do “rooftop bar”
matemático e possuem algo que é fundamental para muitos cientistas: queira visitar a cidade: que entrou na rodagem do filme “The Hangover Part
elegância. Talvez estranhemos um pouco que este conceito seja usado em • Pontos positivos: no geral, os preços são bai- II”. Nota: exige “dress code”.
áreas distantes das artes, mas, quando mergulhamos em espaços infinitos, xos; a entrada e permanência na Tailândia não carece
confirmamos certamente que tudo tem a ver com tudo. de visto para os titulares de passaporte português; Vai?
Os primeiros avanços nesta direção foram realizados em 1968. A teoria a gastronomia é muito rica e diversificada, de fácil Boa viagem!
estabelecia que as partículas elementares eram compostas por minúsculas agrado para o palato dos portugueses; as massagens
cordas que vibravam, tal como vibram as cordas de um instrumento musical. tailandesas estão disponíveis a cada esquina, a preços * @pitangaboss
A cada forma de vibração corresponderia uma partícula diferente, sendo que irrecusáveis; e a experiência dos Tuk Tuk, no país onde Jurista / Makeup Artist / Fashion Stylist
as formas descritas eram muito pequenas, tanto que não podem ser observa-
das. Outra particularidade descrita era o facto de viajarem a uma velocidade
superior à luz. Mas a teoria apresentava alguns desajustes, como anomalias
matemáticas, além de não resolver o problema da gravidade, que continuava
preterido. Alguns anos depois a teoria começou a ganhar força criando mais Participe no espaço do leitor.
dimensões, mais seis além das quatro conhecidas, e descrevendo cinco
variantes da teoria, o que resultou na chamada Teoria de Tudo.
Diga de sua justiça.
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20 • • Quinta-feira • 17 de maio de 2018
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GUARDA
Terminal rodo ferroviário a concurso
O concurso público para a
concessão de exploração do ter-
minal rodo-ferroviário da Guarda
foi publicado a 3 de maio em
“Diário da República” (DR).
Com este procedimento, a
Infraestruturas de Portugal (IP)
pretende adjudicar a «explora-
ção de bens do domínio público
ferroviário, com a área de 22.170
metros quadrados no terminal
ferroviário da Guarda, para a
realização de cargas, descargas e
armazenamento de mercadorias
transportadas por caminho-de-
ferro». A concessão será por cinco
anos com a possibilidade de re-
novação por períodos sucessivos
de um ano até um limite de duas
renovações. Quanto aos critérios
de adjudicação, o documento ex-
plica que será feita de acordo com
«o critério do preço mais elevado
para a concessão de exploração,
considerando-se este como o va-
lor mensal que o concorrente se
dispõe a pagar por todo o período
de concessão, não podendo esse
preço contratual ser inferior a
1.679,00 euros por mês».
A Plataforma Rodo-Ferrovi-
ária da Guarda localiza-se a 30
minutos da fronteira de Vilar
Formoso, exatamente na con-
fluência de várias linhas, com
a denominada Concordância
das Beiras, que permite fechar
a malha constituída pela Linha
do Norte, a Linha da Beira Alta
e a Linha da Beira Baixa. Atu-
almente este terminal possui
quatro linhas ferroviárias com
cerca de 150 metros (cada uma)
e, apesar de estar inativa, tem
uma capacidade máxima de
parqueamento de cerca de 400
TEU´s (TEU é a unidade que re-
presenta a capacidade de carga
de um contentor de mercadorias)
e acessos rodoviários diretos.
opinião
DR
Para Álvaro Amaro, presiden-
te da Câmara da Guarda, a aber-
tura deste concurso é «o primeiro
passo para uma pretensão antiga»
da autarquia. «O município há
muito reclamava para a cidade
o estímulo à captação de inves-
timento ligado à logística e ao
transporte», sublinha o autarca,
para quem «seria um absurdo que
uma cidade às portas de Espanha,
bem servida de estruturas ferro-
viárias e rodoviárias e com uma
plataforma multimodal, não fosse
vista como um local estratégico
e com um potencial importan-
tíssimo para o desenvolvimento
do país».
publicida
bilhete postal
Giannis
dcabrita@iol.pt
Antetokounmpo Diogo Cabrita
Nasci em Moçambique onde o basquete era um dos desportos rei.
Jogávamos na rua, fazíamos torneios inter bairros e havia a Milu e a Coca
Cola a construir competições. Assim surgiram grandes jogadores como
Mário Albuquerque, Nelson Serra, Eustácio, Dionísio, Henrique Vieira, que
obteriam os títulos de campeão nacional após a integração bem-sucedida
de um milhão de refugiados de África no continente europeu. A vinda de
África é um marco na minha vida. Recordo o dia em que decidimos ir
fazer um piquenique ao rio e fomos mais de cem alunos dos liceus: eram
todos de Angola, Moçambique, Brasil e outros países da América do Sul.
Tínhamos convidado imensa gente, mas de Coimbra foram só o Paulo
e o Afonso. A integração após quatro anos não estava concretizada. No
desporto a situação melhorava, mas os “africanos” dominavam o “Ginásio
Figueirense”, que brilhava a nível nacional, e a Académica que se batia
galhardamente com o Benfica e seus postes americanos. Eram os anos de
1975 e 1976. O contributo africano fez explodir a Ovarense, o Sangalhos
e o Sporting de Lisboa que se sagra campeão nacional com umas torres
portuguesas. Depois vai surgir essa lenda do basquete português que foi
Carlos Lisboa, dando inúmeros títulos ao Benfica.
Giannis Antetokounmpo nasce na Grécia filho de emigrantes de
Lagos (Nigéria). É um menino de 2,11 metros que a NBA descobre no
campeonato grego e que em 2017 ascende a estrela do basquete ameri-
cano. Negro, irmão de mais quatro torres de mais de dois metros, são o
exemplo flagrante da integração que constrói orgulho e elimina barreiras.
Os Antetokoumpo podem projetar na próxima olimpíada o lugar cimeiro
do basquete para a Grécia. Giannis é uma estrela entre as maiores estre-
las da NBA e com uma progressão possível ilimitada, pois é um jovem
jogador. É bonito ver os gregos gritarem pelos filhos de um emigrante que
passou muitas dificuldades no início da sua vinda. É lindíssimo ver como
o desporto pode eliminar o racismo no momento em que um Éder marca
uma taça com um remate. O desporto, se for limpo das claques primárias,
do ululismo das mães histéricas, dos impropérios de pais tontos, filmado
nas bancadas para que vejam as tristes figuras que fazem, é um lugar de
prazer e de fascínio coletivo onde há espaço para integração e tolerância
de todas as diferenças.
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