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Ciclo Básico de Medicina

Anatomia I
1. Sistema Cardiorrespiratório
2. Osteologia, Artrologia, Miologia, Angiologia, Nevrologia
E. Tiroide e Mama

João Pedro C. M.

2015/2016
Caro Colega que nesta Unidade Curricular enverga pela primeira vez, antes de mais gostaria de
desejar os parabéns pela tua entrada neste Curso! Foi sem dúvida uma grande conquista que
merece ser celebrada! Desejo-vos e aos alunos já familiares com a disciplina muito boa sorte e
um ano letivo cheio de sucessos.

Quanto a esta Sebenta, a mesma foi concebida com o intuito de ser um instrumento de apoio
às aulas e ao estudo relativo à matéria avaliada nos primeiros 2 testes (e também à que só é
avaliada em exame). Esta reúne informação de diversos locais mas apresenta como fonte
principal a matéria lecionada pelos Docentes e Regente da Cadeira durante as aulas. Sempre
que um tópico não tiver sido baseado unicamente na matéria mencionada na aula, será
indicado o local onde o mesmo foi encontrado, se este for conhecido.

Queria, finalmente, adereçar os meus sinceros agradecimentos aos alunos Ana Sofia Viveiros e
Miguel Guerreiro Pacheco pela disponibilidade que demonstraram para ocupar o lugar de
Revisores desta sebenta, com o intuito de eliminar a maioria dos erros que me possam ter
escapado. De qualquer forma é de salientar que a sebenta pode conter erros pelo que peço
que tenham atenção na leitura e utilização da mesma.

Saudações Académicas

João Pedro Cordeiro Matos


Anatomia I
1. Sistema Cardiorrespiratório
Lecionado por: Dr.ª Emília Santos

Este capítulo foi grandemente baseado nos já existentes PowerPoints concebidos pela Dr.ª
Emília, apresentando ainda diversas notas e complementos lecionados no decorrer das aulas.

Conteúdo
• Coração ........................................................................................................................2
o Pericárdio ........................................................................................................... 14
• Laringe ....................................................................................................................... 17
• Traqueia ..................................................................................................................... 27
• Brônquios .................................................................................................................. 31
• Pulmões ..................................................................................................................... 35
o Pleuras ................................................................................................................ 42
1 Coração | Sistema Cardiorrespiratório

Coração
Localização:
Mediastino – região da cavidade torácica delimitada lateralmente pelos pulmões e
pleura respetiva.
Limites:
o Superiormente: -1ª Costela o Inferiormente: -Diafragma
-Esterno
-Clavícula
Estruturas do Mediastino:
o Timo (órgão linfoide secundário onde ocorre a maturação dos Linfócitos T)
o Coração
*Grandes Vasos – Artéria Aorta,
o Pericárdio
Artéria Pulmonar, Veias Cavas e
o Traqueia
Veias Pulmonares
o Grandes Vasos*
Nota: O Mediastino Superior
Zonas do Mediastino:
encontra-se separado do Mediastino
Inferior por um plano imaginário
transversal que se estende do Ângulo
Mediastino Superior Esternal (Página 55) e o Disco
Intervertebral entre T4 e T5.
T4
T5

Mediastino Inferior e Médio


Mediastino Inferior (Localização do Coração)

Mediastino Inferior e Anterior Mediastino Inferior e Posterior

Projeção Anterior do Mediastino – Área Précordial (forma quadrilátera):

A - 2º Espaço Intercostal Direito, a 1 cm do Bordo Direito do


Esterno (Foco de Auscultação da Válvula Aórtica)

B – 5ª Articulação Condroesternal Direita, na Margem Direita


do Esterno (Foco de Auscultação da Válvula Tricúspide)

C – 5º Espaço Intercostal Esquerdo, a 8 cm da Linha Médio-


Esternal (Foco de Auscultação da Válvula Mitral)

D – 2º Espaço Intercostal Esquerdo, a 2 cm do Bordo


Esquerdo do Esterno (Foco de Auscultação da Válvula Pulmonar)

2 João Pedro C. M.
Sistema Cardiorrespiratório | Coração 1

Projeção Posterior do Mediastino – Da Vértebra D4 à D7

Orientação do Coração:

• Grande Eixo: dirigido para baixo, para a frente e para a esquerda.


• Base: localizada em cima, atrás e à direita.
• Vértice/Ponta/Ápex: localizado em baixo, à frente e à esquerda.

Configuração Externa – em forma de pirâmide:


• Base (posterior);
• Vértice;
• Face Diafragmática (inferior);
• Face Esternocostal (anterior);
• Face Pulmonar Direita;
• Face/Bordo Pulmonar Esquerdo.

Base:

- Encontra-se em continuidade com a Face Diafragmática. Fixa-se à Parede Torácica


Posterior pelas Grandes Veias (as 4 V. Pulmonares + as 2 V. Cavas).

Corresponde a:

• Parede Posterior da Aurícula Esquerda;


• Parede Posterior da Aurícula Direita;
• Grandes Veias (extremidades proximais).

Apresenta (da direita para a esquerda):

1. Sulco Terminalis Cordis/Sulco de His;


2. Orifício das Veias Cavas Superior e Inferior;
3. Sulco Interauricolar posterior;
4. Orifícios das Veias Pulmonares Direitas;
5. Impressão Esofágica (localizada na Parede Posterior da Aurícula Esquerda);
6. Orifícios das Veias Pulmonares Esquerdas.

Sulco Terminalis Cordis

Orifícios das Veias Pulm. Drt

Orifícios das Veias Pulm. Esq


Orifícios das Veias Cavas

Impressão Esofágica
(localizada na Parede Posterior da A.E.)

Sulco Interauricolar Posterior

João Pedro C. M. 3
1 Coração | Sistema Cardiorrespiratório

Vértice:

-Projeção Anterior: 5º Espaço Intercostal Esquerdo, na Linha Médio-Clavicular (a 8-9


cm da Linha Médio-Esternal).
-Corresponde ao: Ventrículo Esquerdo.

Face Diafragmática:

- Face Inferior que assenta sobre o Diafragma.


-Está separada da Base do Coração pelo Sulco Auriculoventricular (onde se localiza o
Seio Coronário).

Corresponde a:

• Ventrículo Esquerdo;
• Ventrículo Direito (apenas a uma pequena porção deste).

Nota: Os Ventrículos estão separados nesta face pelo Sulco Interventricular Posterior.

Face Esternocostal:

- Face anterior que se relaciona com a Parede Torácica Anterior (ou seja com o Esterno
ao meio e as Costelas lateralmente).

Corresponde a:

• Ventrículo Direito;
• Aurícula Direita (apenas a uma porção desta);
• Ventrículo Esquerdo (apenas a uma porção deste).

Nota: Os Ventrículos estão separados nesta face pelo Sulco Interventricular Anterior.

Face Pulmonar Direita:

- Face convexa que se relaciona com o Pulmão Direito.

Corresponde a:

• Aurícula Direita.

Face/Bordo Pulmonar Esquerdo:

- Colapsa na sístole, convertendo-se num bordo (face na diástole, bordo na sístole).


-Relaciona-se com o Pulmão Esquerdo.

Corresponde a:

• Ventrículo Esquerdo;
• Aurícula Esquerda (apenas a uma pequena porção desta).

4 João Pedro C. M.
Sistema Cardiorrespiratório | Coração 1

Sulcos das Faces externas do Coração:


o Sulco Auriculoventricular/Coronário – circunda o coração, segundo um plano
perpendicular ao maior eixo do coração. Separa as Aurículas dos Ventrículos e relaciona-se
com as Artérias Coronárias (em geral) e com o Seio Coronário (em particular).
o Sulcos Interventriculares:
 Anterior;
 Posterior.
Separam os Ventrículos e são contínuos entre si ao nível do Ápex
o Sulco Interauricular – apenas visível a nível posterior, separando as Aurículas.

Crux do coração – ponto de interseção entre o Sulco Auriculoventricular e o Sulco


Interventricular Posterior. Pertence por isso à região posterior do coração.

Configuração Interna:
Apresenta 4 cavidades:

 Aurícula Direita;
 Aurícula Esquerda;
 Ventrículo Direito;
 Ventrículo Esquerdo.

As cavidades são separadas por septos:

 Septo Interauricular – identificável externamente pelo Sulco Interauricular, é


responsável por separar as aurículas.
 Septo Interventricular – identificável externamente pelos Sulcos Interventriculares
Anterior e Posterior, é responsável por separar os Ventrículos.

As cavidades do mesmo lado comunicam pelos Orifícios Auriculoventriculares e são


separados por Válvulas:

 Válvula Tricúspide (3 valvas*) – separa as cavidades direitas que comunicam pelo


Orifício Auriculoventricular Direito
 Válvula Mitral (2 valvas*) – separa as cavidades esquerdas que comunicam pelo
Orifício Auriculoventricular Esquerdo
* Também chamadas de Folhetos
Septo Interauricular: em cardiologia (não uses esse termo
em Anatomia), são estruturas unidas
-Traduz-se exteriormente pelo Sulco Interauricular.
entre si à periferia e que
Apresenta 2 faces: trabalham em conjunto para
Face direita (voltada para a Aurícula Direita): formar uma válvula funcional.

 Fossa Oval (antes de nascer apresenta-se como Buraco/Forâmen oval) ;


 Anel de Vieussens – circunferência da Fossa Oval;
 Válvula da Fossa Oval – Membrana da Fossa Oval (após o nascimento).

João Pedro C. M. 5
1 Coração | Sistema Cardiorrespiratório

Face esquerda (voltada para a Aurícula Esquerda):

 Saliência correspondente á Fossa Oval;


 Prega semilunar.

Septo Interventricular:

-Localiza-se abaixo do Septo Interauricular.


-Corresponde no exterior aos Sulcos Interventriculares Anterior e Posterior.
-Apresenta uma Forma Triangular, com a base superior (próxima das Válvulas
Auriculoventriculares) e o vértice inferior (voltado para o Ápex).

Apresenta 2 porções:

 Porção Superior – é uma porção membranosa (menos espessa e atravessada pelo


Ramo Esquerdo do Feixe de His);
 Porção Inferior – é uma porção muscular.

Aurículas (características gerais):

 São posteriores e superiores em relação aos Ventrículos;


 Separadas pelo Septo Interauricular;
 Menores que os Ventrículos (e a Aurícula Direita é maior que a Aurícula Esquerda);
 Irregularmente Cuboides (6 faces);
 Paredes finas e lisas (a da Aurícula Sireita é mais irregular que a da Aurícula
Esquerda);
 Sem colunas carnudas de 1ª ordem.

1.) Aurícula Direita:


o Parede Posterior:
 Crista Terminalis – corresponde externamente ao Sulco Terminalis Cordis,
e estende-se do Orifício da Veia Cava Superior para o da Veia Cava Inferior;
 Tubérculo Intervenoso de Lower – espessamento da Parede Posterior da
Aurícula Direita, abaixo do Orifício da Veia Cava Superior e acima da Fossa
Oval, que dirige o sangue da Veia Cava Superior para o Orifício
Auriculoventricular Direito (no desenvolvimento embrionário também é
responsável por dirigir o sangue da Veia Cava Inferior para o Forâmen
Oval).
o Parede Anterior:
 Orifício Auriculoventricular Direito – provido da Válvula Tricúspide
o Parede Interna/Septal:
 Septo Interauricular (ver secção anterior sobre a Face Direita do Septo)
o Parede Externa:
 Músculos Pectíneos/Colunas Carnudas de 2ª e 3ª ordem.

6 João Pedro C. M.
Sistema Cardiorrespiratório | Coração 1

o Parede Superior:
 Orifício da Veia Cava Superior (apresenta uma localização póstero-
superior na Aurícula e uma orientação para baixo e para a frente);
 Orifício do Apêndice Auricular Direito – este apêndice funciona como
reservatório de sangue e como glândula endócrina que liberta um
marcador consoante a volémia atual.
o Parede Inferior:
 Orifício da Veia Cava Inferior – orientado para cima e para trás, em
direção à Fossa Oval (com importância a nível fetal).É encerrado pela
Válvula de Eustáquio – prolonga-se em direção à parede interna/septal
pela Fita do Seio e continua-se posteriormente pela Crista Terminalis;
 Orifício do Seio Coronário – encerrada pela Válvula de Thebésius.

Esta Aurícula dividida em 2 espaços pela Crista Terminalis:


 Seio Venoso – de paredes lisas, apresenta uma localização mais posterior, entre os
Orifícios das Veias Cavas.
 Apêndice Auricular – anterior e superior à Crista Terminalis coberta de Músculos
Pectíneos, esta “bolsa” abraça a raiz da Artéria Aorta.

2.) Aurícula Esquerda:


o Parede Posterior:
 Orifícios das 4 Veias Pulmonares
 Saliência Correspondente à Impressão Esofágica – entre os orifícios
esquerdos e direitos das 4 Veias Pulmonares.
o Parede Anterior:
 Orifício Auriculoventricular Esquerdo – provido da Válvula Mitral.
o Parede Interna/Septal:
 Septo Interauricular (ver secção anterior sobre a Face Esquerda do Septo).
o Parede Externa:
 Orifício do Apêndice Auricular Esquerdo.
o Parede Superior:
 Relacionada com os Troncos Arteriais – tronco da Artéria Pulmonar e da
Artéria Aorta.
o Parede Inferior:
 Apresenta o relevo do Seio Coronário.

Músculos Pectíneos/Colunas Carnudas:

o De 1ª Ordem ou Músculos Papilares/Pilares


 Apresentam 2 extremidades – uma livre (onde se inserem as cordas
tendinosas) e uma aderente às paredes do coração.
o De 2ª Ordem
 Apresentam 2 extremidades aderentes às paredes do coração e são livres
na restante extensão.
o De 3ª Ordem
 Apresentam-se como saliências nas paredes do coração.

João Pedro C. M. 7
1 Coração | Sistema Cardiorrespiratório

Cordas Tendinosas:

Classificadas consoante o local da Valva onde se inserem em:


o De 1ª Ordem – Bordo Aderente da valva; Nota: Cada músculo
o De 2ª Ordem – Face Parietal/Ventricular da valva; Pilar recebe pelo menos
o De 3ª Ordem – Bordo Livre da valva. 2 cordas tendinosas.

Ao conjunto dos Músculos Pectíneos e das Cordas Tendinosas dá-se o nome de


Aparelho Sub-válvular e tem como função manter a unidirecionalidade do fluxo de
sangue ao nível das válvulas auriculoventriculares.

Orifícios Auriculoventriculares:

o Direito: Apresenta a Válvula Tricúspide


o Esquerdo: Apresenta a Válvula Mitral

Cada válvula é constituída por valvas que apresentam:

o Face Parietal/Ventricular – voltada para as Cavidades Ventriculares (ventricular),


quando fechada a válvula, e para as Paredes ventriculares (Parietal) quando aberta.
o Face Axial/Auricular – face visível quando olhamos o Orifício Auriculoventricular
de cima;
o Bordo Aderente;
o Bordo Livre.

Cada Válvula Auriculoventricular apresenta um conjunto de valvas posicionadas de


forma diferente:
o Válvula Tricúspide: o Válvula Mitral:
 Valva Anterior;  Valva Anterior/Aórtica;
 Valva Posterior;  Valva Posterior.
 Valva Septal.

Orifícios Arteriais:

-Com 3 Válvulas Sigmoides/Semilunares que formam 1 Válvula Funcional;


Forma das Válvulas: Ninho de Pomba

Cada Válvula Sigmóidea tem:

o Face Superior/Parietal (concava);


 Seio de Valsalva (cada válvula sigmoide tem um Seio de Valsalva
associado) – o esquerdo e o direito da Válvula Aórtica são os locais de
origem das Artérias Coronárias Esquerda e Direita
o Face Inferior/Axial;
o Bordo Aderente;
o Bordo Livre que apresenta:
 Nódulo de Morgagni (nas Válvulas Pulmonares);
 Nódulo de Arantius (nas Válvulas Aórticas).

8 João Pedro C. M.
Sistema Cardiorrespiratório | Coração 1

Cada válvula funcional apresenta um conjunto de Válvulas Sigmóideas posicionadas de


forma diferente:
o Válvula Aórtica: o Válvula Pulmonar:
 Válvula Sigmóidea Esquerda  Válvula Sigmóidea Esquerda
 Válvula Sigmóidea Direita  Válvula Sigmóidea Direita
 Válvula Sigmóidea Posterior  Válvula Sigmóidea Anterior

Ventrículos (características gerais):

 São anteriores e inferiores às Aurículas;


 Separadas pelo Septo Interventricular;
 Em forma de Pirâmide Triangular/Cone
 O vértice corresponde ao Ápex do Coração e a base corresponde ao respetivo
Orifício Auriculoventricular;
 Paredes espessas com presença de Músculos Pectíneos e 1ª, 2ª e 3ª Ordem.

1.) Ventrículo Direito – tem a forma de uma pirâmide triangular:


o Parede Antero-Superior:
 Pilar Anterior;
 Infundíbulo/Cone Arterial – constitui o trato de saída do Ventrículo
Direito, e localiza-se no ângulo supero-externo. As suas paredes são lisas;
 Crista Supraventricular – separa o Orifício Auriculoventricular Direito do
Orifício Pulmonar;
 Trabécula Septomarginal/Banda moderadora – Músculo Pectíneo de 2ª
ordem que num aumento abrupto de pressão do Ventrículo Direito
impede a distensão excessiva da sua parede. Dá passagem ao Ramo
Direito do Feixe de His. Une o septo ao Pilar Anterior da Parede
Ventricular Anterior.
o Parede Inferior:
 Pilar Posterior.
o Parede Posterior:
 Pilar Septal.
o Vértice:
 Colunas Carnudas (de 2ª e 3ª Ordem) .

2.) Ventrículo Esquerdo – tem a forma de um cone (e é 3x mais espesso que o V.D.):
Vestíbulo Aórtico – trato de saída do Ventrículo Esquerdo, posterior em relação ao
Cone Arterial do Ventrículo Direito.
o Parede Anterior:
 Pilar Anterior.
o Parede Posterior:
 Pilar Posterior.
o Parede Interna
o Vértice – constitui o ápex do coração.

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1 Coração | Sistema Cardiorrespiratório

Estrutura do Coração:
o Miocárdio – músculo cardíaco;
o Endocárdio – membrana interior que reveste as cavidades;
o Epicárdio – membrana externa que reveste o músculo cardíaco.

Esqueleto Cardiaco:
Resulta da União de 4 anéis de tecido conjuntivo fibroso, localizados em redor das
válvulas, no plano auriculoventricular.

Apresenta 4 orifícios correspondentes às válvulas e sofre 2 espessamentos em redor


do orifício aórtico que se denominam de Trígonos Fibrosos Esquerdo e Direito.

Funções do esqueleto cardíaco:

o Manter a integridade da estrutura cardíaca;


o Ponto de inserção para a musculatura auricular e ventricular, para as cúspides
(válvulas sigmóideas/semilunares) e valvas;
o Permitir o isolamento elétrico das Aurículas e dos Ventrículos, sendo o Feixe
de His a única conexão entre os 2 grupos musculares.

Vascularização Arterial:
A Irrigação do Coração é proveniente das 2 Artérias Coronárias (primeiros colaterais da
Artéria Aorta). Estas são vasos que circulam ao nível do epicárdio. Apenas os vasos de
pequeno calibre resistem às contrações cardíacas, “afundando-se” no miocárdio.

Artéria Coronária Esquerda

Origem: Seio de Valsalva Esquerdo da Artéria Aorta.


Trajeto: Caminha sobre a forma de Tronco Comum entre o Tronco Pulmonar e o
Apêndice Auricular Esquerdo.

Terminação: Bifurca-se, no Sulco Auriculoventricular, dando origem a 2 artérias.


Ramos Terminais:
1. Artéria Interventricular Anterior
Trajeto: Percorre o Sulco Interventricular até atingir o Ápex.
Ramo Terminal: Artéria Interventricular posterior (em 10% dos casos)
Ramos Colaterais:
• Artérias Septais (dão vasos que entram no septo interventricular)
o Irrigam os 2/3 anteriores do Septo Interventricular;
o Irrigam o Feixe de His.
• Artéria do Cone Arterial do Ventrículo Direito.
• Artérias Diagonais
o Irrigam a Face Anterior do Ventrículo Esquerdo.

10 João Pedro C. M.
Sistema Cardiorrespiratório | Coração 1

2. Artéria Circunflexa
Trajeto: Percorre o Sulco Auriculoventricular, pela esquerda, até atingir a Crux
do Coração.
Ramo Terminal: Artéria Interventricular Posterior (raramente).
Ramos Colaterais:
• Artérias Obtusas Marginais
o Artéria Marginal Esquerda – situa-se em relação direta com a
Face Pulmonar Esquerda.
• Artéria do Nódulo Sinusal (em 40% dos casos).

Artéria Coronária Direita

Origem: Seio de Valsalva Direito da Artéria Aorta.


Trajeto: -1ª Porção: Entre o Tronco Pulmonar e o Apêndice Auricular Direito até ao
bordo direito.
-2ª Porção: No sulco auriculoventricular.
-3ª Porção: A partir da inflexão que sofre na crux do coração passando a
percorrer o Sulco Interventricular Posterior (esta porção já
constitui a Artéria Interventricular Posterior).
Terminação: Na Crux do Coração continuando-se pelo seu Ramo Terminal.
Ramo Terminal: Artéria Interventricular Posterior (em 90% dos casos).
Ramos Colaterais:
1. Artéria do Nódulo Sinusal (em 60% dos casos);
2. Artéria do Nódulo Auriculoventricular (corresponde à 1ª Artéria Septal);
3. Artérias Agudas Marginais
o Artéria Marginal Direita.
4. Artérias Septais
o Irrigam o 1/3 posterior do Septo Interventricular

Drenagem Venosa:
É feita por veias epicárdicas que podem ou não drenar para o Seio Coronário.

Veias Tributárias (que drenam para o Seio Coronário):

o Grande Veia Cardíaca – Inicia-se no Ápex e acompanha a Artéria


Interventricular Anterior ao longo do Sulco Interventricular Anterior. Ao
atingir o Sulco Auriculoventricular dirige-se para a esquerda
acompanhando a Artéria Circunflexa até que chega ao Seio Coronário para
onde drena.
o Veia Cardíaca Média – Inicia-se no Ápex e ascende pelo Sulco
Interventricular Posterior acompanhando a Artéria Interventricular
Posterior. Ao chegar à Crux do Coração desemboca no Seio Coronário.

João Pedro C. M. 11
1 Coração | Sistema Cardiorrespiratório

o Pequena Veia Cardíaca – Inicia-se no Sulco Auriculoventricular e


acompanha a Artéria Coronária Direita, contorna o Coração pela direita
chegando À Crux e desemboca no Seio Coronário.

o Veia Cardíaca Posterior – Tem um trajeto ascendente na Margem


Esquerda do Coração, acompanhando a Artéria Marginal Esquerda até
atingir o Sulco Auriculoventricular, desembocando no Seio Coronário.

2 Grupos de Veias Cardíacas (não drenam para o Seio Coronário):

o Veias Cardíacas Anteriores


 Localização e local drenado: Face anterior do Ventrículo Direito.
 Local para onde drenam: Aurícula Direita.
o Veias de Thebésius
 Localização e local drenado: Aurícula Direita, Ventrículo Direito e
às vezes Aurícula Esquerda.
 Local para onde drenam: cavidades cardíacas.

Drenagem Linfática:
Acompanha as Artérias Coronárias.
Drena para 2 Grupos Ganglionares:
o Gânglios Braquiocefálicos – À frente dos Troncos Braquiocefálicos Venosos;
o Gânglios Intertraqueobrônquicos – ao nível da bifurcação da Traqueia.

Inervação:
A Inervação do coração é proveniente de:

o Nervo Vago (Inervação Parassimpática);


o Tronco Simpático Látero-vertebral (Inervação Simpática).

A partir dos supramencionados nervos formam-se 2 Plexos Nervosos:

o Plexo Cardíaco Superficial – entre o Arco Aórtico e o Tronco Pulmonar;


o Plexo Cardíaco Profundo – entre o Arco Aórtico e a bifurcação da Traqueia.

Sistema Cardio-Netor
-É uma via constituída por células musculares cardíacas modificadas.

-É responsável pelo automatismo do coração  Consegue gerar e propagar o


estímulo elétrico responsável pela contração muscular do miocárdio.

Curiosidade: Embora qualquer célula cardíaca consiga gerar impulsos, o Nódulo


Sinusal é o responsável por gerar o impulso, atuando como Pacemaker do coração.

12 João Pedro C. M.
Sistema Cardiorrespiratório | Coração 1

-O Sistema Cardio-Netor é constituído por nódulos, feixes e ramos subendocárdicos:

• Nódulo Sino-Auricular/Sinusal
o Pacemaker do Coração;
o Localizado na extremidade superior da Crista Terminalis, na junção da
Veia Cava Superior com a Aurícula Direita.
• Nódulo Auriculoventricular
o Localiza-se no Triangulo de Kock que é delimitado por:
 Limite Inferior: Orifício do Seio Coronário.
 Limite Anterior: Folheto Septal da Válvula Tricúspide.
 Limite Posterior: Fita do Seio.
• Feixe de His
o Continua o impulso concentrado no Nódulo Auriculoventricular;
o Atravessa o Trígono Direito;
o Acompanha a Porção Membranosa do Septo Interventricular;
o Divide-se em 2 ramos: um Ramo Direito e um Ramo Esquerdo (ramo
este que nasce pela perfuração da Porção Membranosa do Septo
Interventricular).
• Ramo Direito do Feixe de His
o Destina-se ao Ventrículo Direito;
o Desloca-se pela Margem da Parede Direita do Septo Interventricular
até ao Ápex percorrendo também a Trabécula Septo-marginal até à
base do músculo papilar anterior do Ventrículo Direito;
o Termina originando a Rede Subendocárdica de Purkinje.
• Ramo Esquerdo do Feixe de His
o Destina-se ao Ventrículo Esquerdo;
o Desloca-se pela margem da parede esquerda do Septo Interventricular
até ao ápex;
o Divide-se em 2 Ramos: um Anterior e um Posterior;
o Termina originando a Rede Subendocárdica de Purkinje.

Nota: Entre os 2 nódulos não existe um caminho definido pois a diminuta espessura da
parede da aurícula faz com que não sejam necessárias vias específicas para a passagem
do impulso.

Nódulo Sinusal Ramo Posterior do Ramo


Esquerdo do Feixe de His

Nódulo Auriculoventricular Ramo Anterior do Ramo


Feixe de His Esquerdo do Feixe de His
Ramo direito do Feixe de His
A figura apenas representa o trajeto geral do Sistema Cardio-Netor de forma
simplificada e não apresenta a Rede Subendocárdica de Purkinje.

João Pedro C. M. 13
1 Coração | Sistema Cardiorrespiratório

Pericárdio
Saco fibro-seroso que envolve o Coração e a porção inicial dos Grandes Vasos.

Componentes:
Cavidade Virtual – • Pericárdio Fibroso (externo)
cavidade sem
o Membrana de tecido conjuntivo;
conteúdo. No entanto,
o Delimita o Mediastino Médio;
no caso das
membranas serosas
o Está associado ao Pericárdio Parietal e serve como reforço dessa
apresenta uma membrana por ser mais resistente.
pequena quantidade • Pericárdio Seroso (interno) – Descrição completa na Pág. 15
de líquido que lubrifica o É constituído por 2 folhetos em continuidade um com o outro;
as superfícies e evita o o Entre os 2 folhetos existe uma Cavidade Virtual – cavidade sem
seu atrito – no caso do conteúdo que no caso das Membranas Serosas apresenta um liquido
pericárdio chama-se que lubrifica as superfícies minimizando o atrito.
líquido pericárdico.

Funções do Pericárdio:
• Manter a posição do Coração (atua como Meio de Fixação);
• Minimizar o atrito causado pelo seu movimento.

Pericárdio Fibroso – Forma Cónica:


Base:

• Aderente ao Diafragma;
• O seu grande eixo é dirigido para a frente e para a esquerda.

Vértice:

• Aderente à túnica adventícia dos Grandes Vasos.

Face Anterior:

• Apresenta 2 porções:
o Retro-pulmonar – mais lateral, relacionando-se com a Face Interna dos
Pulmões;
o Extra-Pulmonar – mais central, relacionando-se com a Parede Torácica
Anterior/Face Posterior do Esterno.

Face Posterior:

• Relaciona-se com os órgãos do Mediastino Posterior.

Bordos Laterais:

• Relacionam-se com: Pleuras, Pulmões, Nervos Frénicos e vasos.

14 João Pedro C. M.
Sistema Cardiorrespiratório | Coração 1

Pericárdio Seroso:
Apresenta 2 folhetos:

• Folheto/Pericárdio Visceral – folheto que se encontra em contacto direto com o


órgão, aderindo ao Epicárdio;
• Folheto/Pericárdio Parietal – folheto que resulta da reflexão do Pericárdio Visceral
e se encontra mais afastado do órgão, revestindo a Face Interna do Pericárdio
Fibroso.

Os folhetos estão em continuidade através da sua reflexão, apresentando entre si a


Cavidade Pericárdica (é uma Cavidade Virtual).

A reflexão ocorre a 2 níveis:

• Posterior:
o Ocorre em redor das Veias Cavas Superior e Inferior e das Veias
Pulmonares;
o Apresenta a forma de um “J” invertido;
o Origina na Face Posterior da Aurícula Esquerda (externamente) o Seio
Obliquo Pericárdico ou Fundo de Saco de Haller, entre as Veias
Pulmonares Esquerdas e as Direitas.
• Superior:
o Ocorre em redor da Artéria Aorta e da Artéria Pulmonar.

Entre as 2 zonas de reflexão, e a separar os pedículos arteriais dos pedículos venosos


existe uma passagem chamada de Seio Transverso de Theile.

Meios de Fixação do Pericárdio:

• Ligamentos Vertebro-pericárdicos – ligam o Pericárdio às Vertebras;


• Ligamentos Esterno-pericárdicos
o Superior – une o pericárdio às primeiras Cartilagens Costais e ao Manúbrio
Esternal (Ver Página 55);
o Inferior – une o pericárdio ao Processo Xifoide (Ver Página 55).
• Ligamentos Freno-pericárdicos – ligam o Pericárdio ao Diafragma:
o Anteriores;
o Laterais.
Nota de Compreensão: Ao Longo da sebenta
Vascularização Arterial aparecerão diversos exemplos de artérias e outras
estruturas que se encontram no singular. Pede-se,
É feita por ramos das: no entanto, que o colega tenha atenção à
dualidade existente no corpo humano e portanto
• Artéria Torácica Interna; ao facto de que muitas das estruturas designadas
• Artéria Pericardicofrénica; no singular possuam uma “variante” esquerda e
• Artéria Musculofrénica; uma direita. Assim sendo na totalidade existe mais
• Artérias Frénicas Inferiores; que 1 mas serão sempre/na maioria das vezes
• Artéria Aorta Torácica. referidas pelo singular.

João Pedro C. M. 15
1 Coração | Sistema Cardiorrespiratório

Drenagem Venosa:

• Veias do Sistema Ázigos (Ver Página 119);


• Veia Torácica Interna;
• Veias Frénicas Superiores.

Inervação:
A inervação é feita por ramos do:

• Nervo Vago (também chamado de X Par Craniano ou Pneumogástrico);


• Nervo Frénico;
• Tronco Simpático Latero-Vertebral.

16 João Pedro C. M.
Sistema Cardiorrespiratório | Laringe 1

Laringe Nota: A Laringe faz parte


Localização: não só do Sistema
Respiratório mas também
• Região Anterior do Pescoço, ao nível da Linha Média; do Sistema da Fonação.
• À frente da Faringe;
• Continua-se inferiormente com a Traqueia;
• Abaixo do Osso Hioide (Ver Página 54);
• Projeção Posterior: C3-C6.

Dimensões: 3,5 - 4,5 cm

Meios de Fixação:
• Ligamento Tiro-hióideu/Membrana Tiro-hióideia;
• Músculos Infra-Hióideus;
• Glândula Tiroideia;
• Continuação com a Traqueia;
• Músculos Faríngeos.

Constituição Anatómica:

• Cartilagens (9) – formam o “esqueleto” do órgão articulando-se entre si.


• Ligamentos – Apresentam como funções:
o Unir as cartilagens;
o Formar as Cordas Vocais (que vão abrir ou fechar o orifício de modo a
permitir/impedir a passagem do ar).
• Músculos – Conferem movimento às cartilagens (como as cordas vocais estão fixas a
estas permite também o seu movimento).

1.) Cartilagens
• Tiroideia1
Anteriores 1
• Ímpares e Medianas • Cricoideia 2
• Epiglote3 2
• Aritnoideias 4
Posteriores
• Pares e Laterais • Corniculadas 5
3
• Cuneiformes*
1
5
*As cuneiformes não são visíveis em imagens posteriores das Cartilagens
da Laringe porque se encontram inseridas na espessura da mucosa da 4
Laringe. Também é de referir que não se articulam com as restantes 2
cartilagens.
João Pedro C. M. 17
1 Laringe | Sistema Cardiorrespiratório

Cartilagem Cricoideia

-É a cartilagem mais inferior da Laringe; Nota: Sempre que uma região se encontra
-Constitui o Vértice da Laringe; marcada a tracejado nas imagens abaixo significa
que se refere a algo por trás ou por baixo
-Continua-se abaixo pela Traqueia (mais
relativamente ao ângulo de visão da imagem.
mais especificamente pelo primeiro Anel
da Traqueia, com o qual se encontra conectada através da Membrana Crico-Traqueal.
Incisura Mediana

Facetas Articulares
Placa Cricoideia Aritnoideias
-É posterior
Local de inserção da
-Forma: Quadrilátera
Membrana Crico-Tiroideia
Anel Cricoideu (Bordo Superior do Anel Cricoide)
-É anterior
-Pouco espesso Local de inserção dos
Músculos Crico-Aritnoideus Posteriores
(na Face Posterior – por trás da região apontada)

Local de Inserção da
Músculo Traqueal

Local de inserção dos


Músculos Crico-Aritnoideus Laterais
(Bordo Superior das regiões laterais do Anel Cricoideu)

Local de inserção da
Membrana Crico-Traqueal
(no Bordo Inferior do Anel Cricoideu)

Facetas Articulares Tiroideias

Tubérculo Cricoideu

Músculo Crico-Aritnoideu Posterior

Músculo Crico-Aritnoideu Lateral

Músculo Crico-Tiroideu (porção seccionada)

18 João Pedro C. M.
Sistema Cardiorrespiratório | Laringe 1

Cartilagem Tiroideia

-É a cartilagem mais volumosa.


-O ângulo mediano proeminente da Laringe é chamado de Proeminência Laríngea.
-Localiza-se acima da Cartilagem Cricoide e articula-se com a mesma.
A Cartilagem Tiroideia é descrita como 2 placas/Lâminas Quadriláteras que convergem
na Linha Média e cujo ângulo é aberto para trás. O encontro das duas placas forma a
Proeminência Laríngea (numa vista anterior) e o Ângulo Reentrante da Laringe (numa
vista posterior).

Tubérculos/Processos/Cornos Tiroideus Superiores


(Fixos ao Osso Hioide pelos Ligamentos Tiro-Hioideos Laterais)

Proeminência Laríngea
Tubérculos/Processos/Cornos Tiroideus Inferiores
(Articulam-se com as Facetas Articulares Tiroideias da Cartilagem
Cricoideia através das Facetas Articulares Cricoideias que possuem)

Local de inserção dos


Músculos Tiro-Hioideus
(nas placas para dentro da Linha Obliqua)

Linha(s) Obliqua(s)

Local de inserção dos


Músculos Esterno-Tiroideus e
M. Constritores Inferiores da Faringe
(nas placas para fora e para baixo da linha obliqua)

No Ângulo Reentrante da Cartilagem Tiroideia inserem-se de cima para baixo:

1. Epiglote (com o seu Ligamento Tiro-Epiglótico);


2. Pregas Vestibulares/Falsas Cordas Vocais;
3. Cordas Vocais;
4. Músculos Tiro-Aritnoideus.

Epiglote

-Apresenta a forma de uma raquete.


-É a cartilagem mais móvel.
-Encerra a abertura superior da Laringe durante a deglutição.
-Insere-se no Ângulo Reentrante da Cartilagem Tiroideia através do Ligamento Tiro-
Epiglótico.

João Pedro C. M. 19
1 Laringe | Sistema Cardiorrespiratório

Ligamento Hio-Epiglótico
Impede a mobilidade excessiva da cartilagem fixando-a
ao Osso Hioide.

Ligamento Tiro-Epiglótico

Cartilagens Aritnoideias

Relacionam-se com:

• Na Base: Cartilagem Cricoideia


• No Vértice: Cartilagem Corniculada
Forma: Piramidal
A base apresenta saliências que se designam de processos:
• Processo Muscular (posterior) – dá inserção a:
o Músculos Crico-Aritnoideus Posteriores;
o Músculos Crico-Aritnoideus Laterais;
o Músculos Aritnoideus.
• Processo Vocal (anterior) – dá inserção:
o Em cima: Pregas Vestibulares;
o Em Baixo: Cordas Vocais.

Apresentam ainda na base as Facetas Articulares Cricoides – local que assenta sobre a
Cartilagem Cricoideia (especificamente sobre as Facetas Articulares Aritnoideias).

2.) Ligamentos Ligamentos Tiro-Hioideus Laterais

Ligamento/Membrana Tiro-Hioideia
Mediana

Ligamento/Membrana Crico-Tiroideia

Ligamento Hio-Epiglótico

Ligamento Tiro-Epiglótico

Corda Vocal
Nota: As Pregas Vestibulares não são verdadeiros ligamentos da Laringe.
20 João Pedro C. M.
Sistema Cardiorrespiratório | Laringe 1

3.) Músculos

• Tensores (das cordas vocais):


o Músculos Crico-Tiroideus (2)
• Dilatadores da Glote:
o Músculos Crico-Aritnoideus Posteriores (2)
• Constritores da Glote:
o Músculos Crico-Aritnoideus Laterais (2)
o Músculos Tiro-Aritnoideus (2)
o Músculos Aritnoideus (3)

• Músculos Tensores:
o Músculos Crico-Tiroideus (1 de cada lado)

Inserções:

 Antero-Inferiores: Face Ântero-Externa do Arco Cricoideu e


Tubérculo Cricoideu.
 Postero-superiores: Tubérculos Tiroideus inferiores, no Bordo
Inferior da Cartilagem Tiroideia e na Face Posterior das Lâminas
Quadriláteras da Cartilagem Tiroideia.

Ações:

 Puxa a Cartilagem Tiroideia para a frente fazendo com que exerça


tensão sobre as Cordas Vocais.

• Músculos Dilatadores da Glote:


o Músculos Crico-Aritnoideus Posteriores (1 de cada lado)

Inserções:

 Fossetas da Face Posterior da Placa Cricoideia,


um de cada lado da Linha Média;
 Processos Musculares das Cartilagens
Aritnoideias

Ações:

 Puxam os Processos Musculares em direção à


Linha Média, levando a que os Processos Vocais
se afastem da mesma levando à dilatação do
Orifício Glótico.

João Pedro C. M. 21
1 Laringe | Sistema Cardiorrespiratório

• Músculos Constritores da Glote:


o Músculos Crico-Aritnoideus Laterais (1 de cada lado)

Inserções:

 Posteriores: Processo Muscular da Cartilagem Aritnoideia.


 Anteriores: Bordo Superior da Cartilagem Cricoideia.

Ações:

 Faz com que o Processo Muscular se afaste da Linha Média


levando o Processo Vocal a dirigir-se para a mesma causando a
constrição o Orifício Glótico, podendo mesmo encerrá-lo.

o Músculos Tiro-Aritnoideus (1 de cada lado)

Inserções:

 Posteriores:
• Feixe Interno: Processo Vocal e Face Antero-Externa das
Cartilagens Aritnoideias
• Feixe Externo: Bordo Externo das Cartilagens
Aritnoideias
 Anteriores: Ângulo Reentrante da Cartilagem Tiroideia

Ações:

 Faz com que o Processo Muscular se afaste da linha média levando


o Processo Vocal a dirigir-se para a mesma causando a constrição o
Orifício Glótico. Este deve-se principalmente à ação dos Feixes
Internos.

o Músculos Aritnoideos (2 oblíquos e 1 transverso)

Inserções:

 Feixes Oblíquo:
• Vértice de uma Cartilagem Aritnoideia;
• Processo Muscular da Cartilagem Aritnoideia oposta.
 Feixe Transverso:
• Porção externa das Cartilagens Aritnoideias.

Ações:

 Aproxima as Cartilagens Aritnoideias fazendo-as deslizar sobre as


Facetas Articulares Aritnoideias encurtando o Orifício Glótico.

22 João Pedro C. M.
Sistema Cardiorrespiratório | Laringe 1

Configuração Externa
Forma: Piramidal/Cónica (invertido – a base encontra-se voltada para o topo)

Base - Ligeiramente Vertical.

Limites
• Anterior: Epiglote
• Posterior: Cartilagens Corniculadas e Cuneiformes
• Lateralmente: Lâminas Quadriláteras da Cartilagem Tiroideia e Ligamentos Tiro-
Hioideus.

Vértice – Corresponde à Cartilagem Cricoideia e continua-se com o 1º Anel da Traqueia.

Faces Antero-Laterais – Correspondem às faces da própria Cartilagem Tiroideia e da


Cartilagem Cricoideia.

Face Posterior

Pregas Faringo-Epiglóticas
(Reflexão da parede da Faringe
com o bordo da Epiglote)

Pregas Aritno-Epiglóticas
(Reflexão da Epiglote com as
Cartilagens Aritnoideias)
Base da Laringe
Incisura Inter-Aritnoideia
(Pequena depressão localizada
entre as Pregas Aritno-Epiglóticas)

Recessos/Seios Piriformes Proeminência da Cartilagem Cricoideia


(Localiza-se abaixo das Pregas Faringo-Epiglóticas (É uma saliência resultante da presença da
e para fora das Pregas Aritno-Epiglóticas) Cartilagem Cricoideia)

Prega Glosso-Epiglótica Mediana

Valécolas
(Depressões localizadas entre as pregas assinaladas)

Pregas Glosso-Epiglóticas Laterais

João Pedro C. M. 23
1 Laringe | Sistema Cardiorrespiratório

Configuração Interna
A Laringe apresenta 3 zonas:

• Supra-Glótica (ou Vestíbulo da Laringe);


• Glótica;
• Infra-Glótica.

Glote/Orifício Glótico – orifício/área delimitada pelas Cordas Vocais.

Zona Glótica – espaço compreendido entre as Pregas Vestibulares e as Cordas Vocais,


sendo a Glote o limite inferior desta zona.

Glote ≠Zona Glótica

Conceito Bidimensional Conceito Tridimensional

Zona Supra-Glótica – região localizada acima das Pregas Vestibulares.

Zona Infra-Glótica – região localizada abaixo das Cordas Vocais/Glote.

Ventrículos da Laringe – reentrâncias laterais que ocorrem entre as Pregas Vestibulares e


as Cordas Vocais, ou seja, na Zona Glótica.

Irrigação Arterial
A irrigação da Laringe é feita através de 3 artérias distintas:

• Artéria Laríngea Superior (2) – ramo da Artéria Tiroideia Superior que por sua vez
é ramo da Artéria Carótida Externa. No seu trajeto ela perfura a Membrana Tiro-
Hioideia. É responsável por irrigar a Região Supra-Glótica.
• Artéria Crico-tiroideia (2) – ramo da Artéria Tiroideia Superior que por sua vez é
ramo da Artéria Carótida Externa. Irriga a Região Infra-Glótica e atravessa a
Membrana Crico-Tiroideia.
• Artéria Laríngea Posterior (2) – ramo da Artéria Tiroideia Inferior que também é
ramo da Artéria Subclávia. Durante o seu trajeto acompanha o Nervo Recorrente.

Drenagem Venosa (in Grays Anatomy for Students, 2nd Edition)


A drenagem venosa da Laringe é feita por 2 veias distintas:

• Veia Laríngea Superior que drena para a Veia Tiroideia Superior, que por sua vez
drena para a Veia Jugular Interna.
• Veia Laríngea Inferior que drena para a Veia Tiroideia Inferior, que por sua vez
drena para o Tronco Braquiocefálico Venoso (Esquerdo ou Direito dependendo do
lado a que nos referimos).

24 João Pedro C. M.
Sistema Cardiorrespiratório | Laringe 1

Inervação

• Sistema Nervoso Simpático


• Nervo Laríngeo Inferior/Recorrente – inerva todos os músculos laríngeos à
exceção do Músculo Crico-Tiroideu. Dá-se lhe o nome Recorrente porque é um
ramo do Nervo Vago (X par craniano) que se inflete (o esquerdo passando por
baixo da Crossa da Aorta e o direito passando por baixo da Artéria Subclávia
Direita) tomando um trajeto oposto ao do Nervo Vago (o N. Vago é descendente e
o Nervo Laríngeo Recorrente é ascendente).
• Nervo Laríngeo Superior – origina um ramo externo que inerva o Musculo Crico-
Tiroideu e um ramo interno que perfura a Membrana Tiro-Hioideia e inerva
sensitivamente a mucosa laríngea.

João Pedro C. M. 25
1 Laringe | Sistema Cardiorrespiratório

26 João Pedro C. M.
Sistema Cardiorrespiratório | Traqueia 1

Traqueia
Canal músculo-cartilagíneo constituído por Anéis Cartilagíneos sobrepostos entre si
(incompletos atrás, constituindo as saliências da face externa do canal), Ligamentos Anulares
(a unir os Anéis, constituem as depressões dessa mesma face) e Músculo Traqueal (músculo
liso que completa os anéis atrás encerrando o canal). Este canal é revestido interiormente por
mucosa que histologicamente é designada por epitélio simples pseudoestratificado ciliado
(algo que não te interessa saber até à Unidade Curricular HBD I do 2º semestre).

Localização
• É um órgão cérvico-torácico.
• Projeta-se desde C6, onde termina a laringe, até ao 2º Espaço Intercostal terminando
em bifurcação dando origem aos Brônquios Principais.
• A sua porção cervical vai desde C6 até ao Orifício Torácico Superior, a partir do qual a
porção torácica se estende até ao 2º Espaço intercostal.

Orientação
• De cima para baixo;
• De frente para trás.

Tamanho

• Diâmetro Interno: 1,4 - 1,5 cm


• Comprimento: 11 - 12 cm

Relações

Região Cervical:
* Esta estrutura é constituída por:
Superiores: • Artéria Carótida Comum/Primitiva1 (+ interna)
• Veia Jugular Interna (+ externa)
• Cartilagem Cricoide da Laringe. • Nervo Vago, localizado atrás, entre as 2:

Laterais:

• Glândula Tiroideia (lobos); 1


Nota: A Artéria Carótida Comum ou
• Pedículo Vasculonervoso do pescoço*; Primitiva origina-se na Crossa da
• Nervos Laríngeos Inferiores/Recorrentes Aorta/Arco Aórtico (à esquerda) ou no
(estes N. têm uma posição póstero-lateral). Tronco Braquiocefálico Arterial (à direita)
dirigindo-se para a região lateral do
Anteriores: pescoço. Durante parte do seu trajeto
constitui o Pedículo Vasculonervoso do
• Glândula Tiroideia (istmo/corpo); Pescoço (de cada lado) dividindo-se mais
• Músculo Esterno-Tiroideu (mais profundo); tarde em Artéria Carótida Externa e
• Músculo Esterno-Hioideu (mais superficial). Artéria Carótida Interna, passando esta
última a fazer parte do pedículo após a
bifurcação.

João Pedro C. M. 27
1 Traqueia | Sistema Cardiorrespiratório

Posteriores:

• Esófago;
• Coluna Cervical – C6 e C7 (mais posteriormente);
• Nervos Laríngeos Inferiores/Recorrentes (tem uma posição póstero-lateral).

Orificio Torácico Superior*

Anteriores:

• Incisura Jugular (depressão localizada no Bordo Superior do Manubrio


Esternal);
• Vasos com origem na Crossa da Aorta (organizados da Drt para a Esq):
o Tronco Braquiocefálico Arterial Direito (origina a Carotida Comum Drt);
o Artéria Carótida Comum Esquerda;
o Artéria Subclávia Esquerda;
• Tronco Braquiocefálico Venoso Esquerdo;
• Tronco Braquiocefálico Venoso Direito;

Posteriores:
* Este Orifício é delimitado por:
• 1ª Vertebra Torácica (T1); • Anteriormente: Incisura Jugular;
• Esófago. • Posteriormente: 1ª Vértebra Torácica;
• Lateralmente: 1ª Costela (de cada lado).
Laterais: É de salientar ainda que este orifício é inclinado e a
sua abertura olha para cima e para a frente.
• 1ª Costela;
• Nervo Frénico;
• Nervo Vago;
• Vértice dos Pulmões.

Região Torácica

Anteriores:

• Artéria Aorta Ascendente;


• Veia Cava Superior;
• Coração;
• Timo;
• Parede Tóracica Anterior (mais anteriormente).

Posteriores:

• Esófago;
• Coluna Torácica (mais posteriormente);
• Artéria Aorta Torácica Descendente (primeira porção desta).

28 João Pedro C. M.
Sistema Cardiorrespiratório | Traqueia 1

Laterais Esquerdos:

• Crossa da Aorta;
• Artéria Aorta Torácica Descendente;
• Artéria Pulmonar Esquerda;
• Brônquio Principal Esquerdo;
• Pulmão e Pleura Esquerdos.

Laterais Direitos:

• Crossa da Veia Ázigos;


• Brônquio Principal Direito
• Artéria Pulmonar Direita;
• Pulmão e Pleura Direitos.

Bifurcação Traqueal/Carina Traqueal (Ao nível do 2º Espaço Intercostal)

Anteriores:

• Tronco da Artéria Pulmonar.


• Restante semelhante à Região Torácica.

Posteriores:

• Esófago;
• Coluna Torácica (mais posteriormente).

Laterais:

• Semelhantes à Porção Torácica.

A bifurcação ocorre abaixo da Crossa da Aorta, sendo que tem continuidade com os
Brônquios Principais.

Irrigação Arterial:
A vascularização da traqueia é feita pelas seguintes artérias:

• Artérias Tiroideias Inferiores Direita e Esquerda – colaterais das Artérias


Subclávias.
• Artérias Bronquicas Direita (1) e Esquerdas (2) – colaterais da Artéria Aorta
Torácica Descendente.
• Artérias Esofágicas – ramos da Artéria Aorta Descendente.

Drenagem Venosa:

• Veias Tiroideias Inferiores;


• Ramos esofágicos e Bronquicos – drenam diretamente para as Veias Ázigos.

João Pedro C. M. 29
1 Traqueia | Sistema Cardiorrespiratório

Drenagem Linfática:

• Gânglios Paratraqueais;
• Gânglios Intertraqueobronquicos;
• Gânglios Cervicais.

Inervação:
• Parassimpática:
o Nervo Vago/X par Craniano;
o Nervo Glossofaringeo/IX Par Craniano.
• Simpática:
o Cadeia Simpática/Tronco Simpático Látero-vertebral.

30 João Pedro C. M.
Sistema Cardiorrespiratório | Brônquios 1

Brônquios
A bifurcação da Traqueia origina os Brônquios Principais que se ramificam n vezes até
formarem os Bronquíolos Respiratórios. A um conjunto de Bronquíolos Respiratórios com
os Alvéolos Pulmonares (que constituem Sacos Alveolares) dá-se o nome de Ácino, sendo
este a unidade funcional respiratória.

Extrapulmonares – secção dos Brônquios Principais que se encontra fora do


Pulmão (desde a bifurcação da Traqueia até ao Hilo Pulmonar)

Brônquios

Intrapulmonares – incluem toda a Segmentação Brônquica que se encontra


dento dos Pulmões

Hilo Pulmonar – local por onde entram e saem as estruturas vasculonervosas e outras
(Brônquios) no Pulmão.

Pedículo Pulmonar – conjunto de estruturas que atravessa o Hilo pulmonar e por ele entra
no Pulmão.

Constituição do Pedículo Pulmonar:

• Artéria Pulmonar (1);


• Veias Pulmonares (2);
• Brônquio Principal (1);
• Artérias Brônquicas (2 Esquerdas e 1 Direita);
• Veias Brônquicas ;
• Vasos Linfáticos;
• Estruturas Nervosas.

Localização
• No Mediastino Superior, de cada lado da bifurcação da Traqueia;
• O Brônquio Principal Esquerdo abaixo da Crossa da Aorta;
• O Brônquio Principal Direito abaixo da Crossa da Ázigos;
• Atrás do Tronco Pulmonar, das Artérias Pulmonares e da Parede Torácica Anterior;
• À frente do esófago, da Artéria Aorta Torácica Descendente (à esquerda) e da Coluna
Vertebral.

Dimensões
Brônquio Principal Direito: Brônquio Principal Esquerdo:

• Comprimento: 2,5 cm • Comprimento: 5 cm


• Calibre: 1,5 cm • Calibre: 1,1 cm

João Pedro C. M. 31
1 Brônquios | Sistema Cardiorrespiratório

Direção:
Brônquio Principal Direito: Mais verticalizado, orientado de forma mais semelhante à
direção da Traqueia.

Brônquio Principal Esquerdo: Mais Horizontal devido à Crossa da Aorta, fazendo um


maior ângulo com a Traqueia.

Nota: Devido às suas Dimensões (Calibre principalmente) e Orientações à uma maior


tendência para que os corpos estranhos se alojem no Brônquio Principal Direito.

Relações:

Origem

Anteriores:

• Artéria Pulmonar e sua bifurcação (em Artérias Pulmonares Esquerda e


Direita);
• Veias Pulmonares;
• Aurícula Esquerda.

Laterais Esquerdas:

• Crossa da Aorta.

Laterais Direitas:

• Crossa da Veia Ázigos.

De cada lado da origem/Brônquios Principais

Anteriores:

• Veias Pulmonares;
• Coração e Pericárdio.

Laterais Esquerdas:

• Crossa da Aorta;
• Artéria Aorta.

Laterais Direitas:

• Crossa da Veia Ázigos;


• Veia Ázigos.

Também se relacionam com os Vasos Pericardicofrénicos e Nervos Frénicos.

32 João Pedro C. M.
Sistema Cardiorrespiratório | Brônquios 1

Relações relativas das estruturas do Pediculo Pulmonar no Hilo Pulmonar Direito:

O Brônquio Principal Direito ocupa uma posição posterior. Imediatamente à frente


encontramos a Artéria Pulmonar Direita e à frente desta a Veia Pulmonar Direita
Superior. Atrás do Brônquio localiza-se a Artéria Bronquica Direita e abaixo dele
localizam-se Ganglios Linfáticos e a Veia Pulmonar Direita Inferior.

Relações relativas das estruturas do Pediculo Pulmonar no Hilo Pulmonar Esquerdo:

O Brônquio Principal Esquerdo ocupa uma posição posterior. Acima deste


encontramos a Artéria Pulmonar Esquerda e à frente do Brônquio a Veia Pulmonar
Esquerda Superior. Atrás do Brônquio localizam-se as Artérias Bronquicas Esquerdas
e abaixo dele localizam-se Ganglios Linfáticos e a Veia Pulmonar Esquerda Inferior.

Brônquios Intra-Pulmonares e Segmentação Brônquica:


• Brônquios Principais (dividem-se em):
o Brônquios Lobares (que se dividem em):
 Brônquios Segmentares (que se dividem em):
• ….
o Bronquíolos Respiratórios
Traqueia
Brônquios Principais

Brônquios Lobares

Brônquios Segmentares

Assim sendo:
1. Brônquio Principal Direito:
1.1. Brônquio Lobar Direito Superior:
1.1.1. Brônquio Segmentar Apical;
1.1.2. Brônquio Segmentar Anterior;
1.1.3. Brônquio Segmentar Posterior.
1.2. Brônquio Lobar Direito Médio:
1.2.1. Brônquio Segmentar Interno;
1.2.2. Bronquio Segmentar Externo.
1.3. Brônquio Lobar Direito Inferior:
1.3.1. Brônquio Segmentar Superior ou de Nelson;
1.3.2. Brônquio Segmentar Basal Interno ou Paracardíaco;
1.3.3. Brônquio Segmentar Basal Externo;
1.3.4. Brônquio Segmentar Basal Anterior;
1.3.5. Brônquio Segmentar Basal Posterior.

João Pedro C. M. 33
1 Brônquios | Sistema Cardiorrespiratório

2. Brônquio Principal Esquerdo:


2.1. Brônquio Lobar Esquerdo Superior:
2.1.1.Tronco Superior ou Culminal:
2.1.1.1. Brônquio Segmentar Ápico-Posterior;
2.1.1.2. Brônquio Segmentar Anterior.
2.1.2.Tronco Inferior ou Lingular:
2.1.2.1. Brônquio Segmentar Lingular-Superior;
2.1.2.2. Brônquio Segmentar Lingular-Inferior.
2.2. Brônquio Lobar Esquerdo Inferior:
2.2.1. Brônquio Segmentar Superior ou de Nelson;
2.2.2. Brônquio Segmentar Basal Antero-Interno ou Paracardíaco;
2.2.3. Brônquio Segmentar Basal Externo;
2.2.4. Brônquio Segmentar Basal Posterior.

Nota: Os Brônquios Segmentares dirigem-se para segmentos específicos dos pulmões de igual
nome, ou seja, há correspondência entre a Segmentação Brônquica e a Segmentação Pulmonar.

B. L. Direito Superior
B. S. Apical B. L. Esquerdo Superior
B. S. Apico-Posterior
B. S. Posterior
B. S. Anterior
B. S. Anterior

B. S. Superior ou de Nelson
(por trás do Brônquio Lobar)

B. L. Direito Médio
Tronco Culminal
B. S. Externo Tronco Lingular

B. S. Interno B. S. Lingular Superior


B. L. Direito Inferior
B. S. Lingular Inferior
B. S. Basal Anterior B. L. Esquerdo Inferior

B. S. Basal Externo B. S. Basal Antero-Interno

B. S. Basal Externo
B. S. Basal Posterior
B. S. Basal Posterior
B. S. Basal Interno
B. S. Superior ou de Nelson
(por trás do Brônquio Lobar)

34 João Pedro C. M.
Sistema Cardiorrespiratório | Pulmões 1

Pulmões
Localização

• São órgãos Cérvico-Torácicos (o vértice tem uma localização cervical e o restante


órgão tem uma localização torácica), pares e assimétricos de consistência
esponjosa, que se encontram revestidos pela respetiva Pleura (Membrana Serosa).
• Situam-se na Caixa Torácica de cada lado do Coração.
• Delimitam lateralmente o Mediastino.

Configuração Externa
Os Pulmões juntos têm a forma de um cone, sendo que individualmente constituem
um segmento deste.

Cada pulmão é constituído por:

• 2 Faces:
o Face Externa ou costal;
o Face Mediastinica/Interna.
• 3 Bordos:
o Bordo Anterior – relacionado com a Parede Torácica Anterior;
o Bordo Posterior – relacionado com a Coluna Vertebral;
o Bordo Inferior – que corresponde à circunferência da hemibase do pulmão.
• Vértice;
• Base – assenta sobre o diafragma.

Face Externa/Costal:

Lobo Superior do Pulmão Direito


Lobo Superior do Pulmão Esquerdo
Fissura Horizontal do Pulmão Direito

Fissura Obliqua do Pulmão Esquerdo


Lobo Médio do Pulmão Direito ou Grande Fissura Pulmonar Esquerda

Fissura Obliqua do Pulmão Direito ou


Grande Fissura Pulmonar Direita Lobo Inferior do Pulmão Esquerdo

Lobo Inferior do Pulmão Direito

• O Pulmão é dividido em Lobos Pulmonares por sulcos chamados de Fissuras


Pulmonares (mais aparentes na face externa/costal).
• Como está relacionada com os arcos intercostais apresenta Impressões Costais na
superfície pulmonar.
• Esta face é convexa.

João Pedro C. M. 35
1 Pulmões | Sistema Cardiorrespiratório

Face Mediastínica/Interna

• Relaciona-se com o Mediastino.


• Apresenta o Hilo Pulmonar (Ver Página 31).

1.) Pulmão Esquerdo

Sulco da Artéria Subclávia Esquerda


Sulco do Esófago e da Traqueia
Impressão do Tronco Braquiocefálico V. Esq
Bordo Posterior
(Insere-se nas goteiras costovertebrais*) Sulco da 1ª Costela

Hilo Pulmonar Impressão do Arco Aórtico


Área para o Timo
Impressão da Artéria Aorta
Torácica descendente Bordo Anterior

Ligamento Pulmonar Impressão Cardíaca

Incisura Cardíaca
Impressão do Esófago

Língula
Bordo Inferior

*Goteiras Costovertebrais – sulcos que


ocorrem de cada lado da coluna vertebral
entre as vértebras e as costelas

2.) Pulmão Direito


Goteira da Artéria Subclávia Direita

Impressão da Traqueia
Impressão do Tronco Braquiocefálico V. Drt Impressão do Esófago

Impressão da Veia Cava Superior


Crossa da Veia Ázigos
Impressão do Timo
Impressão da Veia Ázigos

Hilo Pulmonar
Impressão do Esófago
Impressão Cardíaca
Bordo Posterior
Bordo Anterior

Bordo Inferior Ligamento Pulmonar

Goteira da Veia Cava Inferior

36 João Pedro C. M.
Sistema Cardiorrespiratório | Pulmões 1

Ligamento Pulmonar – zona de reflexão da pleura que rodeia o Hilo Pulmonar e se


prolonga para baixo. Desta partem fibras que se fixam no Pericárdio Fibroso, servindo
como um dos Meios de Fixação do Pulmão.

Bordos, Fissuras e Lobos Pulmonares:

O Bordo Anterior do Pulmão Esquerdo localiza-se mais desviado para a esquerda.


Apresenta a Incisura Cardíaca e, abaixo desta, a Língula (que é um prolongamento do
parênquima pulmonar) mas não apresenta interrupções resultantes de qualquer fissura
pulmonar. Este bordo separa a Face Externa da Face Interna. Relaciona-se com a Parede
Torácica Anterior.
Nos Bordos Posterior e Inferior do Pulmão Esquerdo é possível visualizar uma
interrupção causada pela Grande Fissura Pulmonar Esquerda.
O Bordo Anterior do Pulmão Direito apresenta uma interrupção resultante da
Fissura Horizontal do Pulmão Direito. Este bordo encontra-se mais próximo da Linha
Média que o Bordo Anterior do Pulmão oposto. Relaciona-se com a Parede Torácica
Anterior. O Bordo Anterior do Pulmão Direito é mais oblíquo do que o Posterior.
A Fissura Oblíqua do Pulmão Direito interseta o Bordo Posterior e em baixo, na
base, a 2 níveis: na Face Mediastínica e na Face Externa/Costal. Separa os Lobos Superior e
Médio do Lobo Inferior no Pulmão Direito.
A Fissura Horizontal do Pulmão Direito separa o Lobo Superior do Lobo médio no
respetivo pulmão.
A Fissura Oblíqua do Pulmão Esquerdo também interseta a base do Pulmão a
nível mediastínico e a nível externo/costal separando o Pulmão em Lobos Superior e
Inferior.
As Fissuras Pulmonares convergem todas no Hilo Pulmonar do Pulmão respetivo.

Vértices

• Projetam-se 2,5 cm acima do Orifício Torácico Superior;


• Relacionam-se com a Coluna Cervical.

Bases

• Assentes no Diafragma;
• São delimitados pelo Bordo Inferior do Pulmão;
• Relacionam-se através do Diafragma com diversos Órgãos Abdominais.

Relações das Bases dos Pulmões

• Base do Pulmão Direito:


o Fígado.
• Base do Pulmão Esquerdo:
o Estomago;
o Baço.

João Pedro C. M. 37
1 Pulmões | Sistema Cardiorrespiratório

Territórios Pulmonares

Lobo Superior (Pulmão Esquerdo)


Segmento Pulmonar Culminal Apico-Posterior
Face Externa/Costal
Segmento Pulmonar Culminal Anterior
Lobo Superior (Pulmão Direito)
Segmento Pulmonar Lingular Superior
Segmento Pulmonar Apical
Segmento Pulmonar Lingular Inferior
Segmento Pulmonar Posterior
Lobo Inferior (Pulmão Esquerdo)
Segmento Pulmonar Anterior
Segmento Pulmonar Superior/de Nelson
Lobo Inferior (Pulmão Direito)
Segmento Pulmonar Basal Antero-Interno
Segmento Pulmonar Superior/de Nelson
Segmento Pulmonar Basal Externo
Segmento Pulmonar Basal Anterior
Segmento Pulmonar Basal Posterior
Segmento Pulmonar Basal Externo

Segmento Pulmonar Basal Posterior Lobo Médio (Pulmão Direito)


Segmento Pulmonar Basal Interno Segmento Pulmonar Interno Lobo Superior (Pulmão Esquerdo)
Segmento Pulmonar Externo Segmento Pulmonar Culminal Apico-Posterior
Lobo Superior (Pulmão Direito)
Segmento Pulmonar Apical Segmento Pulmonar Culminal Anterior

Segmento Pulmonar Posterior Segmento Pulmonar Lingular Superior

Segmento Pulmonar Anterior Segmento Pulmonar Lingular Inferior

Lobo Médio (Pulmão Direito)


Segmento Pulmonar Interno
Lobo Inferior (Pulmão Esquerdo)
Segmento Pulmonar Superior/de Nelson
Segmento Pulmonar Externo
Segmento Pulmonar Basal Antero-Interno
Lobo Inferior (Pulmão Direito)
Segmento Pulmonar Basal Posterior
Segmento Pulmonar Superior/de Nelson
Segmento Pulmonar Basal Externo
Segmento Pulmonar Basal Interno Face Mediastínica/Interna
Segmento Pulmonar Basal Anterior

Segmento Pulmonar Basal Posterior

Segmento Pulmonar Basal Externo

Os Segmentos Pulmonares Riscados apresentam-se assim por não ser visíveis na face em questão.

Relativamente aos segmentos riscados da legenda da Face Mediastínica o mesmo se aplica no


entanto a imagem apresenta também a base do Pulmão e por isso estes encontram-se na imagem. É
de notar no entanto que a base do pulmão não faz parte da Face Mediastínica.

38 João Pedro C. M.
Sistema Cardiorrespiratório | Pulmões 1

Artéria Pulmonar Nota: Apresenta uma porção intra-pericárdica inicial e uma extra-pericárdica.
Origem:
• Infundíbulo/Cone Arterial do Ventrículo Direito, onde se localiza também a Válvula
Pulmonar;
• Posiciona-se mais anteriormente e à esquerda relativamente à origem da Artéria Aorta
• Tamanho (na origem):
o Comprimento: 4,5-5,5 cm o Diâmetro: 3 cm

Terminação:
• Em bifurcação dando origem às Artérias Pulmonares Esquerda e Direita.

Relações
• Intra-Pericárdicas:
o Anteriores:
 Pericárdio.
o Laterais Esquerdas:
 Apêndice Auricular Esquerdo.
o Laterais Direitas:
 Artéria Aorta Ascendente.
o Posteriores:
 Seio Transverso de Theile;
 Tronco Comum da Artéria Coronária Esquerda.
• Extra-Pericárdicas:
o Superiores:
 Crossa da Aorta;
o Anteriores:
 Timo;
 Parede Torácica Anterior;
 Pulmões e Pleuras.
o Posteriores:
 Bifurcação da traqueia (posterior e ligeiramente direita);
 Veias Pulmonares (principalmente as Esquerdas);
 Esófago (mais posteriormente).
o Laterais Esquerdas:
 Vasos Pericardicofrénicos;
 Nervo Laríngeo Inferior;
 Pulmão e Pleura Esquerdos.
o Laterais Direitas:
 Veia Cava Superior;
 Crossa da Aorta;
 Pulmão e Pleura Direitos.
• Na Bifurcação:
A bifurcação da Artéria Pulmonar ocorre para baixo para a frente e para a esquerda da
bifurcação da Traqueia (que se localiza na Linha Médio-Esternal).

João Pedro C. M. 39
1 Pulmões | Sistema Cardiorrespiratório

Ramos Terminais
• Artéria Pulmonar Esquerda, mais curta e mais vertical por um lado devido ao
local de bifurcação ser mais lateralizado para a esquerda e por outro lado
devido à posição ocupada pelo Brônquio Principal Esquerdo que se encontra a
ser cavalgado pela Crossa da Aorta. Assim sendo a Artéria Pulmonar Esquerda
ao ser mais vertical permite posicionar-se corretamente em conjunto com as
restantes estruturas acabando por entrar no Hilo Pulmonar acima do Brônquio.
• Artéria Pulmonar Direita, mais horizontal (devido ao facto de que a Crossa da
Aorta se localiza acima desta) e mais comprida (pois a Bifurcação do Tronco da
Artéria Pulmonar se localiza desviado para a Esquerda da Linha Média).

Artérias Brônquicas
• São ramos da Artéria Aorta Torácica Descendente;
• Dirigem-se para os respetivos Brônquios;
• Normalmente existem 2 Artérias Brônquicas Esquerdas (Superior e Inferior) e 1 Artéria
Brônquica Direita (no entanto existem variantes anatómicas menos comuns);
• Tem um trajeto posterior ao dos Brônquios Principais (na porção do trajeto que os
acompanha);
• Ramificam-se acompanhando a ramificação dos Brônquios até chegarem a todas as
unidades funcionais;
• Tem como função a vascularização do tecido pulmonar;
• Retornam ao Coração sob a forma de Veias Brônquicas de trajeto semelhante às
artérias percursoras;
• Localização no Hilo Pulmonar (Ver página 33).

Veias Pulmonares

• Origem: Ácinos, de onde partem estruturas que se vão anastomosar* n vezes até
formar 2 Veias Pulmonares (por Pulmão), uma superior e uma inferior;
• Localização no Hilo Pulmonar: (Ver Página 33);
• Drenam para 3 territórios:
*Anastomose – união de estruturas
o Para-Alveolar;
p.e. de 2 vasos sanguíneos distintos
o Para-Bronquial;
o Sub-Pleural.

Drenagem Linfática
Existem 3 reservatórios principais para a drenagem linfática dos pulmões:

• Peri-Lobular – na zona de transição entre os diferentes Lobos Pulmonares;


• Bronco-Vascular – Localizam-se próximos das estruturas vasculares que
acompanham a ramificação dos Brônquios;
• Sub-pleural – na periferia do órgão abaixo da Pleura.

40 João Pedro C. M.
Sistema Cardiorrespiratório | Pulmões 1

Os Gânglios Intra-Pulmonares (localizados nas bifurcações brônquicas) vão dirigir a


sua linfa para os Gânglios Hilares.

Para além dos gânglios e reservatórios já referidos os lobos drenam para outros
gânglios:

Lobos Superior e Médio Direitos Lobo Inferior Direito

Drenam também para Drena também para

Gânglios Latero-Traqueais Direitos Gânglios Intertraqueobrônquicos


Gânglios Latero-Esofágicos

Lobo Superior Esquerdo


Região Superior Região Inferior

Drena também para Drena também para

Gânglios Pré-Aórticos Gânglios Pré-Aórticos


Gânglios Latero-Traqueais Esquerdos Gânglios Intertraqueobrônquicos

Lobo Inferior Esquerdo

Drena também para

Gânglios Intertraqueobrônquicos

Inervação:

• Parassimpática:
o Nervo Vago/X par Craniano;
o Nervo Glossofaringeo/IX Par Craniano.
• Simpática:
o Cadeia Simpática/Tronco Simpático Látero-Vertebral.

Tomografia Toraco-Pleuro-Pulmonar:
Projeção do limite inferior dos Pulmões:

o Anterior: 6ª Costela
o Posterior: 10ª Costela

Projeção do limite inferior da Pleura Parietal:

o Anterior: 10ª Costela


o Posterior: 12ª Costela

Linha Médio-Esternal Linha Médio-Clavicular


João Pedro C. M. 41
1 Pulmões | Sistema Cardiorrespiratório

Pleuras
Membranas Serosas que revestem os Pulmões.

Como Membranas Serosas que são, apresentam 2 folhetos, em continuidade um com o outro,
que delimitam uma cavidade virtual, neste caso denominada de cavidade pleural.

Pleura Visceral – acompanha as impressões da superfície pulmonar (p.e. fissuras).Como se


encontra intimamente relacionada com o parênquima pulmonar os 2 tornam-se difíceis de
distinguir. É também de salientar a sua elevada elasticidade.

Sofre reflexão em redor do Hilo Pulmonar e


ligeiramente abaixo, no Ligamento
Pulmonar, originando

Pleura Parietal – tem uma dimensão constante e muito maior que o respetivo Pulmão. Não é
tão aderente e emite prolongamentos que se vão ligar a outros órgãos como por exemplo o
Ligamento Pulmonar que se insere no Pericárdio Fibroso. Para além disso a Pleura Parietal, ao
nível da Base do Pulmão relaciona-se intimamente com o Diafragma.

Seio Costo-Frénico – Ângulo de transição entre a Grelha Costal e o Diafragma.

Recesso Costo-Frénico/Costo-Diafragmático – nome dado à “reflexão” da Pleura Parietal que


ocorre nos Seios Costo-Frénicos .

Classificação da Pleura Parietal quanto à localização:

• Pleura Diafragmática – Reveste a Base dos Pulmões e está em relação direta com o
Diafragma. É também onde se localiza o Recesso Costo-Frénico.
• Pleura Cervical – Em relação com o vértice do Pulmão. Aqui localiza-se o Aparelho
Suspensor da Pleura.
• Pleura Mediastínica – Reveste a Face Mediastínica. Tem as mesmas relações que os
Pulmões nesta região. Os acidentes anatómicos do Pulmão não condicionam nenhuma
deformação nesta Pleura. O Ligamento Pericárdico fixa-se aqui e também aqui se
localiza o Ligamento Pulmonar de onde partem fibras direcionadas para o Pericárdio.
• Pleura Costal – Relaciona-se com a Grelha Costal e inferiormente relaciona-se com os
Seios Costo-Frénicos.

Meios de Fixação:
• Aparelho Suspensor da Pleura, constituído por:
o Ligamento Vértebro-Pleural – do Corpo de T2 até à Pleura;
o Ligamento Transverso-Pleural – do Processo Transverso de C7 até à Pleura;
o Ligamento Costo-Pleural – da 1ª Costela até à Pleura.
• Ligamentos Pericárdicos;
• Ligamentos Pulmonares.
42 João Pedro C. M.
Anatomia I
2.1 Osteologia
Lecionado por: Dr. Armando Medeiros

Gostaria de expressar os meus sinceros agradecimentos à aluna Ana Sofia Viveiros por
amavelmente ceder os seus apontamentos relativos ao tema de Osteologia e sem os quais a
conceção deste capítulo não seria possível.

Conteúdo
• Introdução Inicial à Osteologia ............................................................................ 44
• Ossos do Tronco ...................................................................................................... 46
o Coluna Vertebral .............................................................................................. 46
o Osso Hioide........................................................................................................ 54
o Esterno ............................................................................................................... 55
o Costelas .............................................................................................................. 56
o Osso Coxal ......................................................................................................... 60
2.1 Osteologia

Introdução Inicial à Osteologia


Principais Funções dos Ossos:
• Sustentação do corpo;
• Proteção contra impactos – vários ossos protegem órgãos importantes do corpo
humano (ex. ossos do crânio protegem o Encéfalo, Caixa Torácica protege as
Vísceras Torácicas);
• Atuação fundamental na locomoção – atuam sob a forma de um sistema de
alavancas convertendo o movimento dos músculos em “movimento útil”;
• Armazenamento Mineral – o tecido ósseo é responsável por armazenar alguns
minerais importantes como o fosfato e cálcio. Quando são necessários por parte
do organismo, os ossos “libertam-nos” de modo a permitir a homeostasia;
• Produção de elementos figurados do sangue;
• Armazenamento de Energia – os triglicerídeos são armazenados nos adipócitos,
alguns dos quais se encontram no interior dos ossos a constituir a Medula Óssea
Amarela.

Sistema Esquelético
• Ossos – estruturas constituídas por tecido conjuntivo muito rígido e
mineralizado. É constituído por fibras de colagénio, proteoglicanos e
elementos minerais como o cálcio. São peças esbranquiçadas e duras que se
unem aos demais através de articulações.
• Cartilagem – também designado como tecido amortecedor é um tecido
branco/acizentado que reveste a superfície do osso ao nível das articulações
protegendo-o (ao diminuir o atrito entre as superfícies). Possui uma enorme
capacidade de resistência à carga e permite o amortecimento e fácil contacto
das superfícies ósseas. A cartilagem é constituída por matriz extracelular
(proteoglicanos e colagénio) e por células (condrocitos e condroblastos) que
controlam a manutenção da matriz. É um tecido avascular.

Sistemas de Classificação dos Ossos e seus Constituintes:

• Consoante a Forma e Dimensões dos Ossos:

o Ossos Longos – apresentam 2 extremidades denominadas Epífises, e um corpo


denominado de Diáfise. Entre os 2 encontra-se a Metáfise. Desta categoria
fazem parte ossos como a Tíbia, o Fémur, o Úmero e a Fíbula;
o Ossos Chatos, Planos ou Laminares – são encontrados onde é necessária a
proteção de tecidos moles do corpo ou de haver uma extensa inserção
muscular. Exemplos destes incluem a escápula e os ossos do crânio;
o Ossos Curtos – apresentam uma forma cuboide, espessura variável mas a sua
largura e comprimento são relativamente semelhantes. Os ossos do Carpo e
do Tarso fazem parte deste grupo;

44 João Pedro C. M.
Osteologia 2.1

o Ossos Irregulares – possuem uma caracterização muito específica não


havendo relação nenhuma entre as suas dimensões. Desta categoria fazem
parte os ossos do ouvido e as vértebras. São constituídos por osso esponjoso
revestido por uma fina camada de osso compacto;
o Ossos Alongados – são ossos longos mas achatados que não apresentam canal
central;
o Ossos Pneumáticos – são ossos ocos, com cavidades cheias de ar e revestidas
por mucosa apresentando um peso reduzido em relação ao seu volume;
o Ossos Sesamoides – estão presentes no interior de alguns tendões em que há
considerável fricção, tensão ou stress físico. Normalmente são pequenos e
arredondados. Os ossos sesamoides fornecem aos tendões apoio extra e
reduzem a pressão sobre os restantes tecidos. Para além disso, funcionam
também como uma alavanca para os tendões flexores.
• Consoante a Direção dos Ossos – podemos considerar 2 tipos de direção:
o Absoluta/Inerente – é característica do próprio osso:
 Retilínea;
 Encurvada/Em arco;
 Em forma de S (itálico).
o Relativa – diz respeito à direção que o osso adquire quando articulada no
esqueleto:
 Vertical;
 Horizontal;
 Oblíqua.

• Relativamente às Saliências/Processos localizados nos Ossos, estes podem ser:

o Não Articulares – permitem a inserção de ligamentos e de músculos. Podem


ser de 3 tipos:
 Processos – proeminentes;
 Tuberosidades – pouco proeminentes e de superfície irregular;
 Bossas – pouco proeminentes, pequenas e largas.
o Articulares – superfícies que se articulam com outros ossos.

• Relativamente às Cavidades localizadas nos Ossos, estas podem ser:

o Não Articulares – Podem ser de 3 tipos:


 Inserções – dão inserção a músculos e tendões;
 Receção – alojam órgãos:
o Goteiras;
o Sulcos;
o Fossas.
 Ampliação:
o Seios – cavidades no interior da face que amplificam o som e
que aquecem e humificam o ar;
o Células.
o Articulares – articulam-se com outros ossos.

João Pedro C. M. 45
2.1 Osteologia

Ossos do Tronco
Coluna Vertebral
Estrutura constituída por 33 vértebras que se estendem desde o Crânio até à Pelve. Esta pode
ser dividida em 5 regiões consoante a morfologia das Vértebras:
• Cervical – 7 Vértebras Cervicais (C1-C7);
• Torácica/Dorsal – 12 Vértebras Torácicas/Dorsais (T1-T12 ou D1-D12);
• Lombar – 5 Vértebras Lombares (L1-L5);
• Sagradas – 5 Vértebras Sagradas (S1-S5);
• Coccígea – 4 Vértebras Coccígeas.

Funções da coluna Vertebral:

• Proteger a Medula Espinhal e os Nervos Espinhais;


• Suportar o peso do Corpo;
• Fornece um eixo parcialmente rígido e flexível para o Corpo e um pivô para a
Cabeça, mantendo-a ereta;
• Exerce um papel importante na postura e locomoção;
• Serve de ponto de fixação para as Costelas, para a Cintura Pélvica e para os
Músculos do Dorso;
• Proporciona flexibilidade para o Corpo, podendo refletir-se para a frente, para trás
e para os lados e ainda girar sobre o eixo de maior dimensão.

Características Gerais das Vértebras


Com exceção da C1 e C2, todas as Vértebras apresentam 7 elementos básicos:

• Corpo Vertebral – é a maior parte da Vértebra. É único e mediano e corresponde à


porção mais anterior da Vértebra (ou seja, é anterior ao Canal Vertebral). É
representado como um segmento aproximadamente cilíndrico, que apresenta uma
face inferior, uma superior e uma circunferencial. Tem função de sustentação.
• Processo Espinhoso – prolongamento mediano e posterior, em forma de espinha,
que se situa no ângulo de união das Lâminas, no Arco Vertebral.
• Processo Transverso – são 2 prolongamentos laterais, direito e esquerdo, que se
projetam transversalmente de cada lado. Estão unidos ao Processo Espinhoso
através da Lâmina e ao Corpo Vertebral através do Pedículo.
• Processos Articulares – são em número de 4, 2 superiores e 2 inferiores. São
Arco Vertebral

saliências que se destinam à articulação de Vértebras adjacentes.


• Lâminas – são 2, uma direita e uma esquerda, responsáveis por ligar o Processo
Espinhoso ao Processo Transverso.
• Pedículos – são 2 porções mais estreitas (uma direita e uma esquerda) que ligam o
Processo Transverso ao Corpo Vertebral. Também fazem a conexão do Arco
Vertebral ao Corpo Vertebral. (Buracos Intervertebrais – Página 51)
• Forâmen Vertebral – situa-se posteriormente ao Corpo Vertebral e é delimitado
póstero-lateralmente pelo Arco Vertebral. Nota: Buraco=Forâmen

46 João Pedro C. M.
Osteologia 2.1

Canal Vertebral – canal formado pelo conjunto dos Forâmen Vertebrais sobrepostos (quando
as vértebras se dispõem na coluna). Dentro deste situa-se a Medula Espinhal.

Classificação Morfológica das Vértebras: (in Pina)


Comuns
Isólogas
Típicas ou Verdadeiras Especiais
Heterólogas
Vértebras
Alomórficas
Atípicas ou Soldadas
Alotróficas

Vértebras Típicas ou Verdadeiras – São Vértebras independentes.

• Isólogas – Assemelham-se às Vértebras esquemáticas.


o Comuns – Deste grupo fazem parte C3, C4, C5, T2, T3, T4, T5,T6, T7, T8,
T9, L1, L2, L3 e L4.
o Especiais – Aqui inserem-se C6, C7, T1, T10, T11, T12 e L5.
• Heterólogas – Diferem ligeiramente das Vértebras esquemáticas. São portanto
o Atlas (C1) e o Áxis (C2).

Vértebras Atípicas ou Soldadas – São Vértebras em que houve alterações da forma ou


do desenvolvimento, afastando-se das Vértebras esquemáticas.

• Alomórficas – Caracterizadas por apresentarem alterações na forma: Sacro e


Cóccix.
• Alotróficas – Vértebras que sofreram alterações no desenvolvimento:
Vértebras Cranianas*.

Vértebras Cranianas – Conceito pertencente à Teoria Vertebral do Crânio que afirma que os Ossos do
Crânio são, na realidade, Vértebras que sofreram alterações morfológicas durante o desenvolvimento
embrionário.

(Nota da “pessoa que está a escrever essa sebenta mas não tem o descaramento de se chamar um
autor” – esta informação não apresenta qualquer relevância para Anatomia I uma vez que não se
considera a existência de vértebras cranianas como parte da matéria pelo que a mesma não é
avaliada na presente Unidade Curricular. Assim sendo mantenho aqui esta curiosidade para melhor
compreensão da informação presente acima proveniente do Pina).

João Pedro C. M. 47
2.1 Osteologia

Características específicas dos grupos vertebrais:


1. Vértebras Cervicais
• Corpo Vertebral pouco desenvolvido (uma vez que só suporta o peso da
cabeça não necessita que esta estrutura apresente excessiva robustez).
o Face Superior – apresenta lateralmente 2 Processos
Unciformes/Semilunares que limitam os movimentos de rotação
do Pescoço
o Face Inferior – apresenta 2 goteiras que se articulam com os
Processos Unciformes da Vértebra seguinte.
• O Forâmen Vertebral apresenta uma forma triangular (triangulo isósceles).
• Os Processos Transversos apresentam um orifício designado de Forâmen
Transversário, localizado entre as 2 raízes de inserção destre processo no
corpo vertebral, o qual dá passagem à Artéria Vertebral.
• Os Processos Transversos apresentam ainda 2 tubérculos (um anterior e um
posterior) entre os quais se localiza um sulco que dá passagem ao Nervo
Espinhal. Este sulco localiza-se apenas na Face Superior.
• As Lâminas possuem forma retangular (retângulo horizontal).
• A C7 apresenta um Processo Espinhoso muito desenvolvido C7
e (segundo o Pina) um Forâmen Transversário pouco desenvolvido.
• O Processo Espinhoso é bifurcado/bitubercular (exceto em C7).
• Os Processos Articulares têm uma orientação quase horizontal.
• C6 apresenta um Tubérculo Anterior muito desenvolvido – Tubérculo Carótico (Pina).
Processo Espinhoso (Bifurcado)
Vértebra Cervical (C3) – Vista Inferior

Lâminas
Facetas Articulares Inferiores
Pedículo
Forâmen Transversário
Tubérculo Posterior Processo
Tubérculo Anterior Transverso

Goteira que se articula com o Processo Unciforme


Corpo Vertebral (Face Inferior)
Vértebra Cervical (C4) – Vista Superior

Corpo Vertebral (Face Superior)


Processos Unciformes
Processo Tubérculo Anterior
Transverso Tubérculo Posterior
Forâmen Transversário
Pedículo
Faceta Articular Superior
Lâminas
Processo Espinhoso (Bifurcado)

48 João Pedro C. M.
Osteologia 2.1

1.1 Vértebras Cervicais – Características Individuais:


1.1.1 C1 – Atlas:
o Não tem Corpo Vertebral sendo portanto, uma Vértebra incompleta.
o Não apresenta Lâminas nem Pedículos.
o Tem um Arco Anterior e um Posterior:
o Arco Anterior:
 Apresenta um Tubérculo Anterior, na sua Face Anterior.
 Apresenta uma Faceta Articular para o dente do Áxis na
sua Face Posterior.
o Arco Posterior:
 Não apresenta Processo Espinhoso, estando no seu lugar
o Tubérculo Posterior.
o Apresenta Massas Laterais (uma esquerda e uma direita):
o Face Superior – apresenta uma Faceta Articular (Cavidade
Glenóidea) em forma de palmilha que se articula com o
Côndilo Occipital.
o Face Inferior – Tem uma Faceta Articular plana/ovalar que se
articula com C2 (Áxis).
o Face Lateral – dá inserção ao Processo Transverso.
Tubérculo Anterior
Arco Anterior
C1 – Vista Superior

Faceta Articular para o Dente do Áxis


Faceta Articular para o Côndilo Occipital
(Cavidade Glenóidea)
Processo Transverso
Forâmen Transversário
Massa Lateral
Arco Posterior
C1 – Vista Inferior

Tubérculo Posterior

Faceta Articular para a Massa Lateral do Áxis

1.1.2 C2 – Áxis:
o Da parte superior do seu corpo destaca-se o Processo Odontoide
também chamado de Dente do Áxis ou Apófise Odontoidea.
o Tem um Processo Espinhoso rudimentar.
o A porção mais volumosa do osso é anterior e cilíndrica e é a esta
porção que está fixo o Dente do Áxis (à sua região anterior).
o O Áxis apresenta uma Faceta Articular Anterior para o Atlas e uma
Faceta Articular Posterior para o Ligamento Transverso.
o O restante das suas características é idêntico às demais Vértebras
Cervicais.

João Pedro C. M. 49
2.1 Osteologia

Dente do Áxis
Faceta Articular Anterior do Dente
(para o Arco Anterior do Atlas)
Pedículo
Faceta Articular Superior
(Para a Faceta Inferior da Massa Lateral do Atlas)
Processo Transverso
Faceta Articular Inferior
(Para C3)
Corpo Vertebral

Faceta Articular Posterior do Dente


(para o Ligamento Transverso do Atlas)

Forâmen Transversário

2. Vértebras Torácicas/Dorsais
• O Corpo Vertebral apresenta (Semi)Facetas Articulares nas suas Faces Laterais
(uma de cada lado) que se articulam com as Cabeças das Costelas:
o T1 – Apresenta uma Faceta completa superiormente (para a 1ª
Costela) e 1 semifaceta inferiormente (para a 2ª Costela).
o T2-T9 – Apresentam 2 Semifacetas, uma superior e outra inferior.
o T 10 – Apresenta uma Semifaceta Superior.
o T11 e T12 – Apresentam ambas 1 Faceta completa (para a 11ª e
12ª Costelas)
• O Forâmen Vertebral apresenta uma forma circular;
• O Processo Espinhoso é comprido, e obliquo para trás e para baixo.
• Os Processos Transversos têm uma Faceta Articular Anterior que se articula,
no seu vértice, com as Tuberosidades/Tubérculo das Costelas.
• Os Processos Articulares dispõem-se verticalmente:
o Superiores – encontram-se voltados para trás;
o Inferiores – encontram-se voltados para a frente.
• As Lâminas apresentam uma forma quadrilátera em posição vertical.
• T11 e T12 não apresentam Facetas Articulares nos Processos Transversos (Pina).

Corpo Vertebral
Semifaceta Superior
T6 – Vistas Superior e Lateral

Pedículo

Processo Articular Superior


Processo Transverso
Faceta Articular Anterior
(para a Tuberosidade das Costelas)
Semifaceta Inferior
Lâmina
Processo Articular Inferior
Processo Espinhoso

50 João Pedro C. M.
Osteologia 2.1

3. Vértebras Lombares
• O Corpo Vertebral é mais volumoso e robusto em forma de Rim (reniforme)
para poder suportar o Tronco.
• O Forâmen Vertebral apresenta uma forma triangular (triângulo equilátero).
• O Processo Espinhoso é volumoso e horizontal, retangular e espesso.
• As Lâminas são retangulares, no sentido vertical.
• Os Processos Transversos são volumosos e apresentam Processos Acessórios.
• Nos Processos Acessórios fixam-se músculos e os Ligamentos
Intertransversários.
• Os Processos Articulares são verticais:
o Superiores – virados para dentro, com Processos Mamilares;
o Inferiores – virados para fora.
• L5 apresenta Processos Articulares Inferiores planos (in Pina).

Corpo Vertebral
Pedículo
Processo Acessório

Processo Transverso

Processo Articular Superior


Lâmina
Processo Mamilar
Processo Espinhoso

4. Vértebras Sagradas/Sacro
• O Sacro resulta da união de 5 Vértebras Sagradas.
• Apresenta uma forma de pirâmide invertida, de vértice inferior e base superior.
• Apresenta 2 Asas.
• O Vértice do Sacro apresenta uma Faceta Articular que se articula com a Base
do Cóccix e constitui a terminação inferior do Canal Sacral.
• Face Anterior:
o É côncava.
*Buracos Intervertebrais – o Apresenta 4 Linhas Transversais que resultam da fusão dos Discos
Buracos localizados entre Intervertebrais entre as Vértebras Sagradas.
os Pedículos aquando da o Tem 8 Forâmen Sagrados Anteriores que se encontram nas
sobreposição das Vértebras extremidades das linhas transversais (1 de cada lado da linha). Os
Buracos Sagrados correspondem aos Buracos Intervertebrais*.
• Faces Laterais:
o Apresentam uma superfície articular em forma de Pavilhão
Auricular para o Osso Coxal.

João Pedro C. M. 51
2.1 Osteologia

• Face Posterior:
o É convexa.
Promontório – o Apresenta 3 cristas:
Bordo Anterior da  Crista Mediana – resulta da fusão dos Processos Espinhosos e
superfície articular termina inferiormente em bifurcação. Abaixo desta bifurcação
de S1. Nesta zona encontra-se o Hiato Sagrado. Este é delimitado lateralmente
forma-se um pelos Cornos do Sacro.
ângulo entre a Face  Cristas Intermédias – resultam da fusão dos Processos
Anterior do Sacro e Acessórios.
L5.  Cristas Laterais – resultam da fusão dos Processos Transversos.
• Às depressões localizadas entre a Crista Mediana e as Cristas
Intermédias dá-se o nome de Goteiras Sagradas.
• Base do Sacro:
o Corresponde à Face Superior de S1.
o Nela existe uma superfície articular onde se insere o Disco
Intervertebral que se localiza entre este e L5.
o Por detrás desta superfície existe o Orifício Superior do Canal
Sagrado.
o Apresenta 2 Processos Articulares salientes que se articulam com
os Processos Articulares Inferiores de L5.

5. Vértebras Coccígeas/Cóccix
• O cóccix resulta da sobreposição das 4 Vértebras Coccígeas.
• A sua Base articula-se com o Sacro.
• A sua Face Anterior é côncava e a sua Face Posterior é convexa.
• Possui 4 Cornos:
o 2 Verticais;
o 2 Horizontais – denominados de Processos Transversos do Cóccix,
estes dão inserção a ligamentos.
• O Vértice inferior é livre e dá inserção à Rafe Ano-Coccígea.
• As margens laterais dão inserção aos Ligamentos Sacrotuberosos e
Sacroespinhosos e ao Músculo Coccígeo.
Base do Sacro
Sacro - Vistas Anterior e corte sagital mediano

Canal Sagrado
Processo Articular Superior
Hiato Sagrado
Asa do Sacro

Promontório
Sacro

Forâmen Sagrados Anteriores

Linhas Transversais
Processo Transverso
do Cóccix
Cóccix

52 João Pedro C. M.
Osteologia 2.1

Processo Articular Superior


(Provido de Faceta Articular)
Tuberosidade Sagrada
Superfície Articular
(Para o Osso Coxal)
Crista Sagrada Lateral
Crista Sagrada Intermédia
Crista Sagrada Mediana
Forâmen Sagrados Posteriores
Corno do Sacro
Processo Transverso do Cóccix

Corno Vertical do Cóccix


Hiato Sagrado

Curvaturas da Coluna

Lordose Cervical – Concavidade Posterior

Nota: As Cifoses são curvaturas


primárias, e desenvolvem-se na fase
Cifose Torácica - Concavidade Anterior
embrionária. As Lordoses, curvaturas
secundárias, desenvolvem-se conforme
se adquire a postura ereta.

Lordose Lombar – Concavidade Posterior

Cifose Sacral - Concavidade Anterior

Coluna Vertebral – Vista Lateral

João Pedro C. M. 53
2.1 Osteologia

Osso Hioide
Osso ímpar e mediano localizado na Região Cervical anteriormente à Coluna Vertebral (C3/C4).

Apresenta 1 Corpo e 2 extremidades.

Apresenta 4 saliências:

• Grandes Cornos (2) – as saliências maiores e mais laterais.


• Pequenos Cornos (2) – as saliências mais pequenas e mais centrais.

Não se encontra fixo nem se articula com nenhum outro osso. Assim sendo os seus Meios de
Fixação incluem unicamente músculos e ligamentos (por exemplo o Ligamento/Membrana
Tiro-Hioideia.

Pequenos Cornos
Grandes Cornos
Corpo
Osso Hioide – Vista Anterior

54 João Pedro C. M.
Osteologia 2.1

Esterno
Osso Impar e mediano, em forma de Espada de Gladiador.

Segmentos do Esterno:
O Esterno pode ser dividido em 3 segmentos:
A transição entre estes condiciona
• Manúbrio Esternal, a porção superior e mais volumosa;
um ângulo saliente anteriormente:
• Corpo do Esterno, a porção média;
Ângulo do Esterno/de Louis.
• Processo Xifoide, a porção inferior.

Características morfológicas:
O esterno apresenta 2 faces, 2 /bordos laterais e 1 bordo sup. e 1 extremidade inf.:
Face Anterior •
o Ligeiramente convexa devido ao Ângulo Esternal.
o Relaciona-se com a Parede Torácica Anterior.
• Face Posterior:
o Relaciona-se com o Pericárdio.
• Bordos Laterais:
o Apresentam várias Incisuras Articulares Condrais (em número de 7*,
*4 correspondem a de cada lado), no Manúbrio Esternal (1) e no Corpo do Esterno (6), as
Facetas Articulares quais se articulam com as Cartilagens Costais das 7 primeiras Costelas:
e as restantes 3 a  1ª Costela – Articula-se com o Manúbrio;
Semifacetas.  2ª Costela – Articula-se com o Manúbrio e o Corpo do Esterno,
no Ângulo Esternal;
 3ª-7ª Costelas – Articulam-se com o Corpo do Esterno.
o Apresentam incisuras não articulares, em número de 6
correspondentes aos espaços intercostais.
• Bordo Superior:
o Apresenta a Incisura Jugular.
o De cada lado da incisura jugular apresenta 1 Incisura Clavicular.
• Extremidade inferior:
o Corresponde ao Processo Xifoide. Incisura Jugular
Esterno – Vista Anterior
Esterno – Vista Lateral

Manúbrio Esternal
Ângulo Esternal

Corpo do Esterno

Processo Xifoide
João Pedro C. M. 55
2.1 Osteologia

Costelas
Classificação:
Espalmadas (1ª e 2ª)  apresentam
• Quanto à Morfologia: uma Face Infero-Medial e uma
Supero-Lateral.
Legitimas (com 2 superfícies articulares)
Enroscadas (3ª - 10ª) apresentam
Típicas uma Face Externa e uma Face Interna
Espúrias (com 1 superfície articular) – 11ª e 12ª
Costelas
1ª Costela – é achatada.
2ª Costela – possui um Tubérculo
Atípicas – 1ª, 2ª, 11ª e 12ª
para o Músculo Serratus Anterior
11ª e 12ª Costelas – não apresentam
colo nem tuberosidade da costela

• Quanto à aderência ao Esterno:

Esternais ou Verdadeiras – Articulam-se com as Cartilagens Costais próprias que


se inserem no Esterno, sendo portanto a 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª e 7ª Cartilagens
Costais.
Costelas Aderentes – Aderem ao Arco Costal Suprajacente, e
através deste, indiretamente, ao Esterno. Deste grupo
fazem parte a 8ª, 9ª e 10ª Costelas que partilham a
Asternais ou Falsas mesma Cartilagem Costal
Flutuantes – A Cartilagem Costal a partir da sua
extremidade anterior não adere, direta ou indiretamente,
ao Esterno. A 11ª e a 12ª Costelas pertencem a esta
categoria
Constituição
Uma Costela tipo possui um corpo e duas extremidades, anterior e posterior:

• Extremidade Anterior:
o Apresenta uma Faceta Articular escavada (para a Cartilagem Costal) que se
articula com a Cartilagem Costal. Esta vai desde a Extremidade Anterior da
Costela até ao Esterno.
• Extremidade posterior (a mais volumosa):
o Apresenta a Cabeça e o Colo da Costela:
 Cabeça da Costela:
• É constituída por 1 Crista Mediana e 2 Semifacetas Articulares
(acima e abaixo da Crista). A Crista articula-se com o Disco
Intervertebral e as Semifacetas da Costela com as Semifacetas dos
Corpos Vertebrais.
 Colo da Costela:
• Porção estreita da Costela que se caracteriza por fazer a transição
entre a Cabeça e a Tuberosidade/Tubérculo Costal.

56 João Pedro C. M.
Osteologia 2.1

o Possui uma Tuberosidade Costal que se articula com o Processo Transverso da


Vértebra.
o A 11ª e 12ª Costelas não apresentam Tuberosidade Costal.
o Quanto ao número de raízes:
 As primeiras 10 Costelas articulam-se com a Coluna Vertebral por 2
raízes: a Cabeça e a Tuberosidade.
Nota: A extremidade
 A 11ª e 12ª Costelas articulam-se apenas por uma raiz, a Cabeça.
posterior das Costelas
localiza-se num plano
6ª Costela – Vista Posterior

superior ao da Tuberosidade Costal


Semifaceta
extremidade anterior
Superior da Costela
e à medida que
descemos (o nº da Crista Mediana
costela aumenta) a Semifaceta Inferior
diferença entre os da Costela
planos aumenta.
Cabeça da Costela
Colo da Costela
Faceta Articular (para o Processo Transverso da Vértebra)

• Corpo da Costela:
o Apresenta 2 faces e 2 bordos:
 Face Lateral:
• É convexa.
• Encontra-se relacionada com os tecidos moles.
 Face Medial:
• É concava.
• Relaciona-se com a Pleura (do lado correspondente).
 Bordo Superior.
 Bordo Inferior:
Razão pela qual na colocação • Apresenta o Sulco/Goteira Costal onde se encontram alojados
de drenos na Região Torácica, (de cima para baixo):
Na realidade, o Sulco Costal o
a perfuração da Parede o Veia Intercostal;
faz parte não só do plano
Torácica faz-se sempre no o Artéria Intercostal;
(inferior) da Face Medial
Bordo Superior da Costela. o Nervo Intercostal.
como também do plano do
Bordo Inferior das Costelas.

Ângulo Costovertebral – Ângulo relativo entre as Costelas e a Coluna Vertebral


condicionado pela implantação da 1ª estrutura na 2ª.

João Pedro C. M. 57
2.1 Osteologia

Curvatura das Costelas


As Costelas apresentam curvaturas distintas com base em 3 referências distintas:

• Segundo as Faces:
o Face Externa – é convexa.
o Face interna – é concava.
• Segundo o Eixo Longitudinal – curvatura de torsão:
o Entre o Tubérculo e o Ângulo Posterior da Costela, a Face Externa está
virada para baixo e para trás.
o Na porção média da Costela, a Face Externa está voltada estritamente para
fora.
o Depois do Ângulo Anterior a Face Externa encontra-se voltada cima e para
a frente.
• Segundo os Bordos:
o Ao colocarmos a Costela sobre uma mesa/suporte plano a mesma
apresenta uma curvatura que impede que toda ela assente sobre este ao
mesmo tempo .

Particularidades Individuais das Costelas

• 1ª Costela – devido à sua orientação, não apresenta Face Externa nem Interna, mas
sim uma Face Superior e uma Face Inferior. Na Face Superior encontram-se 2 Sulcos:
o Sulco Anterior – relaciona-se com a Veia Subclávia;
o Sulco Posterior – relaciona-se com a Artéria Subclávia.
Estes sulcos encontram-se separados pelo Tubérculo do Músculo Escaleno Anterior,
onde se insere o Músculo do mesmo nome. Esta Costela não apresenta Sulco Costal, a
Cabeça da Costela tem uma Faceta Articular única e a Face Superior da extremidade
anterior da Costela apresenta uma superfície rugosa, onde se vai inserir o Ligamento
Costoclavicular (abordado com mais detalhe em Anatomia II).
• 2ª Costela – também não apresenta Sulco Costal e na sua Face Súpero-Lateral
apresenta a Tuberosidade do Músculo Serratus Anterior, onde se inserem os Músculos
Escaleno Posterior e o Serratus Anterior.
• 11ª e 12ª Costela – estas 2 Costelas caracterizam-se por: 1.) apresentar uma face
única na Cabeça da Costela; 2.) ausência do Tubérculo da Costela; 3.) não apresentar
curvatura de torsão. As 2 últimas Costelas distinguem-se entre si pelo facto de a 12ª
Costela ser mais pequena e não apresentar Ângulo da Costela.

Cartilagens Costais
São 12 pares, designados da mesma forma que as Costelas (por números ordinais
consoante a sua disposição de cima para baixo).

58 João Pedro C. M.
Osteologia 2.1

Cada Cartilagem Costal apresenta 2 faces, 2 bordos e 2 extremidades:

• Face Externa:
o É convexa.
• Face Interna:
o É côncava.
• Extremidade Posterior:
o Articula-se com a extremidade anterior da respetiva Costela;
• Extremidade Anterior:
o Nas 7 primeiras esta insere-se diretamente no Esterno.
o No caso da 8ª, 9ª e 10ª Cartilagens Costais, a extremidade medial
insere-se na Cartilagem Costal suprajacente.
o A 11ª e 12ª Cartilagens Costais apresentam a extremidade anterior
livre.

Costelas

Cartilagens Costais

João Pedro C. M. 59
2.1 Osteologia

Osso Coxal
Em número de 2. Em conjunto com o Sacro constituem a Bacia.

É composto por 3 partes: Osso Coxal PT-PT = Osso do Quadril PT-BR

• Ílion:
o Constitui os 2/3 superiores do Osso Coxal.
o Localiza-se acima do Acetábulo.
o Possui uma Faceta Articular que se articula com a superfície articular lateral do
Sacro.
o É no Ílion que se localiza a Tuberosidade Ilíaca.
o Apresenta o Corpo (mais volumoso e inferior) e a Asa (mais superior e espalmada).
• Ísquion:
o Constitui o 1/3 inferior e Posterior, estando atrás do Forâmen Obturador (Pág. 62).
o É constituído por um Corpo e um Ramo:
 Corpo do Ísquion – é a porção mais superior do Ísquion e une-se ao Ílion e
ao Ramo Superior do Púbis.
 Ramo do Ísquion – estende-se desde o Corpo do Ísquion até ao Ramo
Inferior do Púbis.
o A margem posterior do Ísquion apresenta a Espinha Isquiática, proeminência que
separa as Grande Incisura Ciática da Pequena Incisura Ciática.
• Púbis:
o Constitui o 1/3 inferior e anterior, estando à frente do Forâmen Obturador.
Tuberosidade Ilíaca o É constituído por um Corpo e 2 Ramos:
Faceta Articular  Corpo do Púbis:
(Para o Sacro) • É achatado.
Ilíon • Articula-se com o Púbis do outro Osso Coxal através da Sínfise Púbica.
Asa do
Ílion • Apresenta a Crista Púbica que termina lateralmente no Tubérculo
Púbico.
Corpo
 Ramo Superior ou Horizontal do Púbis:
do Ílion
Corpo do • Localiza-se póstero-lateralmente ao Corpo do Púbis e une-o ao Ílion e ao
Púbis Corpo do Ísquion (numa região que, na Face Externa do Osso Coxal,
Ísquion
corresponde ao Acetábulo).
• A margem superior do Ramo Superior é denominada Crista Pectínea e é
Ísquion
uma das referências que delimita a Abertura Pélvica Superior.
Ramo do Ísquion
Ramo Inferior do Púbis • A Crista Pectínea continua-se ântero-medialmente pela Crista Púbica
(pertencente ao Corpo do Púbis).
Corpo do Púbis
Ramo Superior do Púbis
 Apresenta o Sulco Obturador que resulta do afastamento dos bordos anterior
e posterior do Forâmen Obturador a nível superior.
 Ramo Inferior ou Obliquo do Púbis:
• Tem uma localização latero-inferior em relação ao Corpo do Púbis.
• Termina em união com o Ramo do Ísquion.

60 João Pedro C. M.
Osteologia 2.1

Ramo Ísquio-Púbico – estrutura resultante da união do Ramo Inferior/Oblíquo do Púbis com o


Ramo do Ísquion.

Faces
A matéria referente a esta secção
O Osso Coxal apresenta 2 faces: das Faces do Osso Coxal não é
grande importância em Anatomia I.
• Face Interna:
o Linha Arqueada – saliência obliqua que se estende desde a Crista Ilíaca até ao
Púbis, dividindo a Face Interna em 2 partes:
1.  Superior – constituída pela Fossa Ilíaca, dá inserção ao Músculo Ilíaco.
2.  Inferior – apresenta de cima para baixo;
1. Tuberosidade Ilíaca;
3. Linha
2. Faceta Articular para o Sacro;
Arqueada
4. 3. Superfície plana e quadrilátera;
4. Buraco Obturado.
• Face Externa:
o Acetábulo – localizado na porção média da Face Externa do Osso Coxal, é
responsável por receber a Cabeça do Fémur constituindo assim a Articulação
Coxo-Femoral. Apresenta diversos acidentes anatómicos:
1. Superfície Lunata – porção articular do Acetábulo, em forma de semi-
lua, que circunda a Fossa Acetabular. Articula-se com a Cabeça do
Fémur
2. Fossa Acetabular – porção não articular do Acetábulo que apresenta
uma posição central na estrutura. Constitui o Fundo da Cavidade
Superfície Glútea
Acetabular.
3. Margem/Limbo do Acetábulo – corresponde ao rebordo circular,
saliente e irregular que delimita o Acetábulo. Apresenta 3 incisuras
II. que correspondem aos pontos de fusão das 3 porções do Osso Coxal:
I.
• Incisura Ísquio-Púbica /Acetabular – situa-se entre o Ísquion e
III. 3. o Púbis (inferiormente). É a maior e mais constante das 3
1. Incisura incisuras. É preenchida pelo Ligamento Transverso Acetabular.
2.
Acetabular • Incisura Ílio-Púbica – situa-se anteriormente e resulta da fusão
do Ílion e do Púbis no desenvolvimento embrionário.
• Incisura Ílio-Ísquiática – situa-se posteriormente e resulta da
Acetábulo fusão do Ílion e do Ísquion no desenvolvimento embrionário.
Buraco Obturador o Superfície Glútea – localizada acima do Acetábulo. Apresenta 3 linhas
salientes:
I. Linha Glútea Posterior;
II. Linha Glútea Anterior;
III. Linha Glútea Inferior.
Estas separam os locais de Inserção dos Músculos Glúteos.

João Pedro C. M. 61
2.1 Osteologia

Buraco Obturador

• Orifício localizado abaixo do acetábulo que se encontra circunscrito por:


o Superiormente: Acetábulo
o Inferiormente: Ramo Ísquio-Púbico
o Anteriormente: Púbis
o Posteriormente: Ísquion
• É ocupado por uma membrana, a Membrana Obturadora, que o encerra em toda a
sua extensão exceto na Goteira Infra-Púbica/Sulco Obturador, local atravessado pelos
Vasos e Nervos Obturadores.

Bordos do Osso Coxal:


O Osso Coxal apresenta 4 bordos:

• Bordo Anterior (apresenta de cima para baixo):


1. Espinha Ilíaca Ântero-Superior;
2. Incisura do Nervo Cutâneo Femoral Lateral/Femuro-Cutânea;
3. Espinha Ilíaca Ântero-Inferior;
Crista Ilíaca
4. Incisura do Músculo Psoas-Ilíaco;
5. Eminência Ílio-Púbica;
6. Crista Pectínea;
7. Tubérculo Púbico; 1.
8. Bordo Superior do Púbis; 2. a.
9. Ângulo do Púbis. 3. b.
4. c.
• Bordo Posterior (apresenta de cima para baixo):
5.
a. Espinha Ilíaca Póstero-Superior; d.
6. e.
b. Incisura Inominada;
7.
c. Espinha Ilíaca Póstero-Inferior; f.
d. Grande Incisura Ciática; g.
Superfície Sinfisial
e. Espinha Isquiática;
f. Pequena Incisura Isquiática; Ramo Ísquio-Púbico Sulco Obturador
g. Tuberosidade Isquiática.
• Bordo Superior:
o Crista Ilíaca – encontra-se delimitada anteriormente pela Espinha Ilíaca
Ântero-Superior e posteriormente pela Espinha Ilíaca Ântero-Inferior.
Apresenta um Lábio Interno, um Lábio Externo, uma Zona Intermédia e o
Tubérculo Ilíaco (do lado externo).
• Bordo Inferior (de frente para trás):
o Superfície Sinfisial (da Sínfise Púbica);
o Ramo Isquio-Púbico.

62 João Pedro C. M.
Osteologia 2.1

Ângulos do Osso Coxal:


o Ângulo Ântero-Superior – corresponde à Espinha Ilíaca Ântero-Superior;
o Ângulo Póstero-Superior – corresponde à Espinha Ilíaca Póstero-Superior;
o Ângulo Ântero-Inferior – corresponde ao Ângulo do Púbis;
o Ângulo Póstero-Inferior – corresponde à Tuberosidade Isquiática.

Peculiaridades da Bacia:
• A Bacia pode ser dividida em Grande Bacia e Pequena Bacia: Bacia=Pelve
o Grande Bacia – delimitada pelas fossas ilíacas e pelas asas do Sacro;
o Pequena Bacia – delimitada pelas restantes estruturas da bacia e por 2
Orifícios/ Estreitos da Bacia. Grande Bacia
Pequena Bacia/Escavação Pélvica Orifício Superior da
Orifício Inferior da Escavação Pélvica
Escavação Pélvica

• A Bacia apresenta 2 orifícios delimitados por diferentes estruturas:


o Orifício Superior da Escavação Pélvica ou Estreito Superior da Bacia:
 É delimitado por uma linha imaginária que passa por:
• Promontório;
(De Trás para a Frente)

• Linha Terminal do Sacro;


• Linha Arqueada do Osso Coxal;
• Eminencia Íleo-Púbica;
• Crista Pectínea;
• Bordo Superior do Púbis.
o Orifício Inferior da Escavação Pélvica ou Estreito Inferior da Bacia:
 É delimitado por uma linha imaginária que passa por:
(De Trás para a Frente)

• Cóccix;
• Ligamento Sacrotuberoso;
• Tuberosidade Isquiática;
• Ramo Ísquio-Púbico;
• Sínfise Púbica.

• A Bacia Feminina e a Bacia Masculina são ligeiramente diferentes em termos das


dimensões e disposição das estruturas:
Bacia Feminina: Bacia Masculina:

• Diâmetro maior (Bacia + larga); • Diâmetro menor (Bacia + estreita);


• Bacia mais baixa; • Bacia mais alta;
• Buraco Obturador triangular; • Buraco Obturador oval;
• Ossos Coxais mais abertos; • Ossos Coxais mais fechados;
• Sínfise Púbica mais baixa e mais • Sínfise Púbica mais alta e mais
larga. estreita.

João Pedro C. M. 63
2.1 Osteologia

64 João Pedro C. M.
Anatomia I
2.2 Artrologia
Lecionado por: Dr. Armando Medeiros

Para uma descrição mais detalhada deste capítulo, consultar o Livro Esperança Pina da
Locomoção.

Gostaria de expressar os meus sinceros agradecimentos à aluna Ana Sofia Viveiros por
amavelmente ceder os seus apontamentos relativos ao tema de Artrologia e sem os quais a
conceção deste capítulo não seria possível.

Conteúdo
• Introdução Inicial à Artrologia ............................................................................. 66
• Articulações do Tronco........................................................................................... 67
o Artrologia da Coluna Vertebral..................................................................... 67
o Artrologia do Tórax .......................................................................................... 71
o Artrologia da Bacia .......................................................................................... 73
2.2 Artrologia

Introdução Inicial à Artrologia


Articulação – conexão entre 2 ou mais peças esqueléticas (ossos ou cartilagens).

Elementos Constituintes de uma Articulação:

• Superfícies Articulares;
• Cartilagem Articular (pode ser do tipo Hialina, Fibrocartilagem ou Elástica);
• Labrum ou Debrum Articular – estrutura cartilagínea que serve de expansão para as
superfícies articulares, com o intuito que permitir um melhor encaixe entre os ossos
(existe por exemplo na Articulação Coxo-Femoral);
• Menisco ou Disco;
• Meios de União – cápsula e ligamentos;
• Membrana Sinovial – membrana serosa que reveste interiormente a articulação e
permite não só a melhor mobilidade da mesma como também a nutre, lubrifica e
fornece oxigénio.
(Não é obrigatória a presença de todos os elementos supramencionados numa
articulação. Algumas apresentam alguns, outras apresentam outros.)

Tipos de Articulações:
• Articulações Imóveis/Sinartroses/Assinoviais/Adiartroses:
o Fibrosas ou Sinfibroses:
 Suturas:
• Dentadas;
• Escamadas;
• Planas;
• Esquindileses.
 Gonfoses;
 Sindesmoses.
o Cartilaginosas:
 Sincondroses – a estrutura básica é: Osso-Cartilagem-Osso;
 Sínfises ou Anfiartroses- a estrutura básica é: Osso-Cartilagem-Disco-
Cartilagem-Osso.
• Articulações Móveis/Sinoviais/Diartroses:
o Concordantes:
 Artródias ou planas;
 Enartroses ou Esferoides;
 Trocartroses ou Trocoides;
 Trocleartroses ou Gínglimos (em forma de roldana);
 Condilartroses ou Elípticas (em forma de côndilo – saliência elíptica);
 Efipiartroses ou Sela (de cavalo).
o Discordantes:
 Meniscartroses (apresentam um menisco);
 Heteroartroses.

66 João Pedro C. M.
Artrologia 2.2

Articulações do Tronco
Artrologia da Coluna Vertebral
Articulações entre os Corpos Vertebrais:
Tipo: Sínfises/Anfiartroses

Disco Intervertebral – estrutura bicôncava localizada entre os corpos


vertebrais. Apresenta 2 zonas distintas:
1.
1. Anel Fibroso (periférico) – de fibrocartilagem;
2. Núcleo Pulposo (central) . 2.

Meios de União:

• Ligamento Longitudinal Anterior – vai desde o Processo Basilar do Occipital e


Tubérculo Anterior do Atlas até à Face Anterior de S2-S3 percorrendo sempre
a face anterior da Coluna Vertebral. Apresenta diferentes larguras ao longo do
seu percurso na Coluna Vertebral sendo mais estreito nas Regiões Cervical e
Lombar e mais largo na Região Torácica.
• Ligamento Longitudinal Posterior – percorre a superfície posterior da
Coluna Vertebral, dentro do Canal Vertebral. Superiormente
continua-se com a Membrana Tectória (ao nível de C2), que se insere
no Bordo Anterior do Forâmen Occipital. Inferiormente termina ao
percorrer a Face Posterior das 2 primeiras Vértebras Coccígeas. Este
Ligamento forma arcadas que se inserem e abraçam os Discos
Intervertebrais (apresentam a forma de uma cruz).

Nota: Nas Vértebras Cervicais existem ainda as Articulações Unco-Vertebrais entre os


Processos Unciformes dos Corpos Vertebrais e as incisuras adjacentes. São artródias e
reforçadas por uma Cápsula Articular.

Articulações dos Processos Articulares (Zigapofises):


Tipo: Artródias (Nas Vértebras Cervicais)
Artródias (Nas Vertebras Torácicas)
Condilartroses Rudimentares (Nas Vértebras Lombares)

Meios de União:
• Cápsula Articular – envolve a Articulação;
• Ligamento Anterior;
Exceto nas Vértebras Cervicais
• Ligamento Posterior .
(Apenas o Ligamento Posterior é bem desenvolvido.)

Apresentam Membrana Sinovial.

João Pedro C. M. 67
2.2 Artrologia

Lâminas – Meios de União:

• Ligamento Flavum/Amarelo – são ligamentos pares que vão


desde a Face Anterior da Lâmina até ao Bordo Superior da
Lâmina subajacente.

Processos Espinhosos – Meios de União:


• Ligamentos Interespinhosos – são finos e quase membranosos,
ligam os Processos Espinhosos adjacentes. Localizam-se ao
longo de toda a Coluna, desde a Região Cervical até ao Cóccix.
• Ligamento Supraespinhoso – une os vértices dos Processos
Espinhosos de C7 a L4. Desde a Crista Média do Occipital até à
C7, este ligamento sofre um alargamento constituindo assim o
Ligamento da Nuca, que apresenta uma forma triangular
irregular. Processo Espinhoso
Lâmina
Processos Transversos – Meios de União:
• Ligamentos Intertransversários – unem os Processos Transversos das
Vértebras. Existem apenas na Região Lombar e Torácica sendo a
primeira região, a que apresenta as variantes mais desenvolvidas deste
ligamento.
Nota: Na região Torácica estes ligamentos unem os vértices dos
Processos Transversos. Na região Lombar eles unem os Processos
Acessórios aos Processos Transversos.

Articulações Sacrovertebrais:

• Articulação Sacrovertebral Propriamente Dita


Tipo: Sínfise
Superfícies Articulares: A Articulação Sacrovertebral
Propriamente Dita é semelhante às
o Face Inferior do Corpo de L5;
restantes Articulações entre Corpos
o Base do Sacro.
Vertebrais e a Articulação
• Articulação Sacrovertebral Lateral Sacrovertebral Lateral é semelhante às
Tipo: Condilartrose Rudimentar Articulações entre Processos
Superfícies Articulares: Articulares das Vértebras Lombares.

o Processos Articulares Inferiores de L5;


o Processos Articulares de S1.
• Ligamentos à distância da Articulações Sacrovertebrais:
o Ligamento Ílio-Lombar – Insere-se nos Processos Transversos de L4 e L5, na
Asa do Sacro, na zona póstero-superior da Crista Ilíaca e na Asa Ilíaca.

68 João Pedro C. M.
Artrologia 2.2

Ligamento Ílio-lombar
Articulação Sacrococcígea:
Tipo: Sínfise/Anfiartrose (Pág. 73) Ligamento Sacroilíaco Anterior
Superfícies Articulares: (Pág. 73) Grande Forâmen Ciático
• Faceta Inferior (Ápex) do Sacro; (Pág. 73) Ligamento Sacro-Espinhoso
• Faceta Superior (Base) do Cóccix. (Pág. 73) Pequeno Forâmen Ciático
Meios de União: (Pág. 73) Ligamento Sacro-Tuberoso
Ligamentos Sacrococcígeos Anteriores
• Ligamento Interósseo; Ligamento Sacrococcígeo Lateral
• Ligamentos Sacrococcígeos Anteriores – unem as Faces Anteriores do Sacro e do
Cóccix.
• Ligamentos Sacrococcígeos Posteriores – unem as Extremidade Inferior da Crista
Sagrada Mediana e dos Hiatos Sagrados às Faces Posteriores da 2ª e 3ª Vértebras
Coccígeas.
• Ligamentos Sacrococcígeos Laterais – apresentam 2 feixes:
o Feixe Medial – une o Corpo do Sacro ao Corno Vertical do Cóccix.
o Feixe Lateral – estende-se da margem lateral do Sacro ao ápice do Corno
Lateral do Cóccix.

Articulações entre o Atlas e o Áxis:

• Articulação Atlanto-Axial Propriamente Dita:


Tipo: Heteroartrose
Superfícies Articulares:
o Facetas Articulares Inferiores do Atlas;
o Facetas Articulares Superiores do Áxis.
Meios de União:
o Ligamento Atlanto-Axoideu Anterior;
o Ligamento Atlanto-Axoideu Posterior;
o Ligamentos Atlanto-Axoideus Laterais – envolvem a articulação formando
uma cápsula rudimentar que se insere em redor das Facetas Articulares
Inferiores do Atlas e Superiores do Áxis.

Apresentam Membrana Sinovial.

• Articulação Atlanto-Odontoideia:
Tipo: Trocartrose
Superfícies Articulares:
o Facetas Articulares Anterior e Posterior do Dente do Áxis;
o Anel Osteofibroso  Arco Anterior do Atlas
 Ligamento Transverso do Atlas

João Pedro C. M. 69
2.2 Artrologia

Meios de União:
o Ligamento Transverso Occipital (superior) – insere-se no
Bordo Anterior do Forâmen Occipital.
o Ligamento Transverso do Atlas – insere-se nas Faces
Ligamento Cruciforme Internas das Massas Laterais do Atlas, estando em
contato com a Faceta Articular Posterior do Dente do Áxis.
o Ligamento Transverso Axoideu (inferior) – insere-se na
Face Posterior do Corpo do Áxis. (Visível ao remover a Membrana Tectória)

Esta articulação apresenta uma Membrana Sinovial Anterior e uma Membrana


Sinovial Posterior para a articulação do Dente com o Ligamento Transverso do Atlas.

Articulações entre a Coluna Vertebral e o Crânio:


Ligamento Apical/Suspensor
• Articulação Atlanto-Occipital Ligamento Atlanto-Occipital Anterior
Tipo: Bicondilartrose Ligamentos Alares
Superfícies Articulares:
o Facetas Articulares Superiores do Atlas;
Em forma de Palmilha
o Côndilos do Occipital
Meios de União: (Visível ao remover os Ligamentos Cruzados)

o Capsula Articular.

• Ligamentos Atlanto-Occipitais:
o Anterior (1) – estende-se da margem anterior do Forâmen Occipital à margem
superior do Arco Anterior do Atlas.
o Posterior (1) – estende-se da margem posterior do Forâmen Occipital à
margem superior do Arco Posterior do Atlas.
o Laterais (2) – inserem-se superiormente no contorno dos Côndilos Occipitais e,
inferiormente, no rebordo das Superfícies Articulares do Atlas.
• Ligamentos Occipito-Axoideus:
o Membrana Tectória – prolongamento superior do Ligamento
Longitudinal Posterior. Vai desde a Face Posterior do Dente
do Áxis até ao Bordo Anterior do Forâmen Occipital.
o Ligamentos Occipito-Odontoideus:
 Ligamento Apical/suspensor – insere-se no Vértice do Dente do Áxis e
no Bordo Anterior do Forâmen Occipital. Ocupa uma posição mediana.
 Ligamentos Alares – limitam o movimento da articulação. Inserem-se
na Face Interna dos Côndilos Occipitais e no contorno do Dente do
Áxis.

70 João Pedro C. M.
Artrologia 2.2

Artrologia do Tórax
Articulações Costovertebrais:
• Articulações Costovertebrais Propriamente Ditas:
Tipo: Artródias
Superfícies Articulares:
o “Faceta Articular”/”2 Semifacetas Articulares e uma Crista Mediana”
localizadas na Cabeça da Costela (dependendo da Costela em questão);
o “Faceta Articular Completa no Corpo de uma Vértebra”/”2 Semifacetas
Articulares em Vértebras adjacentes separadas pelo Disco Intervertebral”
(dependendo da(s) Vértebra(s) em questão).
Meios de União:
o Capsula Articular (Pouco Desenvolvida).
o Ligamento Costovertebral Anterior/Radiário – insere-se em
redor da Face Anterior da Cabeça e em redor da(s) (Semi)Facetas.
o Ligamento Costovertebral Posterior – insere-se na Face Posterior
do Colo da Costela e no Corpo Vertebral suprajacente, atrás da(s)
(Semi)Faceta(s).
o Ligamento Interósseo – insere-se entre a Crista Mediana e o
Disco Intervertebral.
Apresentam Membrana Sinovial.

• Articulações Costotransversárias:
Tipo: Artródias
Superfícies Articulares:
o Faceta Articular do Tubérculo da Costela;
o Faceta Articular do Processo Transverso da Vértebra correspondente.
Meios de União:
o Capsula Articular (Pouco Desenvolvida).
o Ligamento Costo-Transversário Posterior – insere-se na
extremidade do Processo Transverso e no Tubérculo da Costela.
o Ligamento Costo-Transversário Superior – insere-se na
margem superior do Colo da Costela e na margem inferior do
Processo Transverso da Vértebra suprajacente.
o Ligamento Costo-Transversário Inferior – insere-se no bordo
inferior do Processo Transverso e no Bordo Inferior da
Tuberosidade/Tubérculo Costal.
o Ligamento Costo-Transversário Interósseo
Apresentam Membrana Sinovial.

João Pedro C. M. 71
2.2 Artrologia

Articulações Esterno-Condro-Costais:

• Articulações Condro-Costais:
Tipo: Gonfoses
Superfícies Articulares:
o Faceta Articular escavada/côncava na Extremidade Anterior da Costela;
o Saliência que penetra na Faceta Costal, na Extremidade Lateral da Cartilagem
Costal.
Meios de União:
o A fixação destas 2 estruturas resulta da união entre o pericôndrio que reveste
a Cartilagem Costal e o periósteo que reveste a Costela.

• Articulações Condro-Esternais:
Tipo: Sincondrose (1ª articulação)
Artródias (2ª à 7ª articulações)
Superfícies Articulares:
o Incisuras Articulares Condrais, nos Bordos Laterais do Esterno;
o Extremidades Anteriores das Cartilagens Costais.
Meios de União:
o Capsula Articular – insere-se em redor das superfícies
articulares.
o Ligamento Radiário Anterior – reforça a Cápsula
anteriormente, inserindo-se na Cartilagem Costal e na
Face Anterior do Esterno
o Ligamento Radiário Posterior – reforça a Cápsula
posteriormente e insere-se na Cartilagem Costal e na
Face Posterior do Esterno.
o Ligamento Interósseo – insere-se entre a Cartilagem
Costal e na Incisura Articular do Esterno.

Apresentam Membrana Sinovial rudimentar, podendo encontrar-se 1 ou 2


dependendo de se o Ligamento Interósseo se encontra a dividir a cavidade articular ou
não.

72 João Pedro C. M.
Artrologia 2.2

Artrologia da Bacia
Articulação Sacroilíaca:
Tipo: Sínfise/Anfiartrose Ligamento Sacroilíaco Posterior
Superfícies Articulares:
Ligamento Sacro-Tuberoso
• Faceta Articular Lateral do Sacro; Ligamento Sacro-Espinhoso
• Faceta Articular (do Ílion) no Osso Coxal.
Meios de União: Nesta secção estão apenas mencionadas as inserções mais importantes dos ligamentos.
• Capsula Articular – insere-se em redor das superfícies articulares do Sacro e do Osso
Coxal.
• Ligamento Sacroilíaco Anterior (Imagem da Página 69) – insere-se na Asa do Sacro e
no Osso Coxal (no Ílion).
• Ligamento Sacroilíaco Posterior – disposto em 4 feixes que unem a Face Posterior do
Sacro ao Ílion.
• Ligamento Ílio-Lombar – insere-se nos Processos Transversos de L4 e L5 e na Crista
Ilíaca, Fossa Ilíaca e Asa do Sacro. (A classificação deste ligamento como Meio de União
é polémica no entanto este serve indubitavelmente de reforço à articulação.)
• Ligamento Interósseo – insere-se na Tuberosidade Ilíaca e na Tuberosidade Sagrada.

Ligamentos da Bacia:
Ligamento Sacro-Tuberoso (Imagem da página 69) – estende-se do Ísquion e Ílion à região
Sacrococcígea da Coluna Vertebral. Superiormente insere-se nas Espinhas Ilíacas Póstero-
Superior e Póstero-Inferior, na porção mais posterior da Superfície Glútea (atrás da Linha
Glútea Posterior), medialmente insere-se nos Bordos Laterais do Sacro e do Cóccix e
inferiormente na Tuberosidade Isquiática.
Ligamento Sacro-Espinhoso (Imagem da página 69) – apresenta uma forma triangular e situa-
se anteriormente ao Ligamento Sacro-Tuberoso. A base do triângulo insere-se nas margens
laterais do Sacro e do Cóccix e o vértice insere-se na Espinha Isquiática.
A Interseção destes dois ligamentos origina 2 Orifícios:

Grande Forâmen Ciático: Pequeno Forâmen Ciático:


(Imagem da Página 69) (Imagem da Página 69)
Orifício delimitado por: Orifício delimitado por:
• Grande Incisura Ciática; • Pequena Incisura Ciática;
• Ligamento Sacro-Tuberoso; • Ligamento Sacro-Tuberoso;
• Ligamento Sacro-Espinhoso (abaixo). • Ligamento Sacro-Espinhoso (acima).

Este orifício é cruzado por diversas estruturas: Este orifício dá passagem a:


• Músculo Piriforme; • Músculo Obturador Interno;
• Vasos e Nervos Glúteos Superiores; • Vasos e Nervos Pudendos Internos.
• Vasos e Nervos Glúteos Inferiores;
• Nervo Ciático.

João Pedro C. M. 73
2.2 Artrologia

Sínfise Púbica – localizada entre os 2 Púbis.


Tipo: Sínfise/Anfiartrose
Superfícies Articulares:
• Superfície Sinfisial de ambos os Púbis.
Apresenta Disco Interósseo. Sínfise Púbica
Meios de União:
• Ligamento Superior – na porção superior da Sínfise Púbica, inserindo-se em ambos os
Tubérculos Púbicos.
• Ligamento Inferior ou Arqueado – na porção inferior da Sínfise Púbica, e Ramos
Ísquio-Púbicos. Une os Bordos Inferiores das Superfícies Sinfiseais.
• Ligamento Posterior – na porção posterior da Sínfise Púbica.
• Ligamento Anterior – na porção anterior da Sínfise Púbica.

Membrana Obturadora
Tecido fibroso que encerra o Buraco Obturador na sua quase totalidade, sendo que apenas o
Sulco Obturador não se encontra “tapado”. Assim sendo este sulco converte-se num canal, o
Canal Obturador por onde passam os Vasos e Nervos Obturadores.

A Membrana Obturadora é reforçada superficialmente pela Fita Subpúbica que se insere no


Ligamento Transverso do Acetábulo e no Corpo do Púbis.

Ligamento Transverso do Acetábulo

Canal Obturador

Membrana Obturadora

74 João Pedro C. M.
Anatomia I
2.3 Miologia
Lecionado por: Professor António Bernardes

Neste capítulo, para determinados músculos são feitas referências às páginas do Netter (6ª
Edição) onde os mesmos se encontram, bem como o seu nome em inglês para uma pesquisa
mais eficiente.

Conteúdo
• Introdução Inicial à Miologia ................................................................................ 76
• Miologia do Pescoço ................................................................................................ 77
• Fáscias do Pescoço.................................................................................................. 84
• Músculos do Tronco ............................................................................................... 85
o Músculos da Região Posterior....................................................................... 85
o Músculos que unem a Parede do Tórax ao Membro Superior .............. 90
o Músculos Costais ............................................................................................. 91
o Diafragma .......................................................................................................... 92
o Músculos da Parede Antero-Lateral do Abdómen.................................... 93
• Aponevroses dos Músculos da Parede Antero-Lateral do Abdómen........... 95
• Fáscias e Aponevroses da Paredes Antero-Lateral e Posterior do Abdómen
..................................................................................................................................... 97
• Pontos Fracos da Parede Abdominal .................................................................. 99
• Pregas Umbilicais e Fossas Inguinais .............................................................. 102
2.3 Miologia

Introdução Inicial à Miologia

Contração Lenta (p.e. Músculo Liso do Intestino Delgado –


Involuntários movimentos peristálticos)

Contração Rápida (p.e. Músculo Estriado Cardíaco)


Classificação

Voluntários – músculo estriado esquelético (movem o esqueleto)

Superficiais ou subcutâneos – inserem-se na face profunda da pele (p.e.


Músculo Platisma)
Localização
Profundo ou subaponevrótico – inserem-se “abaixo” (profundamente)
relativamente à aponevrose

Topo a Topo – a inserção da fibra muscular encontra-se em continuidade


com o tecido fibroso

Peniforme – tendão central de onde partem fibras musculares para ambos


os lados em forma de pena
Inserções
(em tendões) Semi-peniforme – tendão de onde partem fibras musculares em forma de
pena para um lado apenas

Digástrico – caracterizado pela existência de um Tendão Intermediário que


se localiza entre fibras musculares de um mesmo músculo

Aponevroses – estruturas fibrosas que dão inserção e/ou revestem músculos

Bainhas Sinoviais Tendinosas –


De inserção – dão inserção a músculos
encontram-se à volta dos
tendões (a revesti-los). É
Aponevroses constituída por 2 folhetos
De revestimento – envolvem o(s) músculo(s) (membrana serosa) e produz
líquido sinovial que permite o
deslizamento e nutre o tendão.
Tendões – “aponevroses” de forma mais estreita e mais comprida

Nota: Uma mesma aponevrose pode servir de revestimento para um músculo e de inserção
para outro mas, nunca serve de ambos para um só músculo.

Bainhas Fibrosas – espessamento localizado da fáscia superficial que faz com que os tendões
se relacionem com os ossos (não ficando soltos).

76 João Pedro C. M.
Miologia 2.3

Miologia do Pescoço
O pescoço divide-se em 4 regiões:

• Região Lateral:
o Plano Superficial:
 Músculo Platisma;
 Músculo Esternocleidomastóideu.
o Plano Profundo:
 Músculos Escalenos;
 Músculo Elevador da Escápula;
 Músculo Reto Lateral da Cabeça.

• Região Anterior:
o Músculos Supra-hioideus:
 Músculo Digástrico;
 Músculo Estilo-Hioideu;
 Músculo Milo-Hioideu;
 Músculo Geni-Hioideu.
o Músculos Infra-hioideus:
o Plano Superficial:
 Músculo Esterno-Hioideu;
 Músculo Omo-Hioideu.
o Plano Profundo:
 Músculo Tiro-Hioideu;
 Músculo Esterno-Tiroideu.

• Região Pré-vertebral:
 Músculo Longo do Pescoço;
 Músculo Longo da Cabeça;
 Músculo Reto Anterior da Cabeça.

• Região da Nuca:
o Grupo Superficial:
 Músculo Trapézio;
 Músculo Esplénio da Cabeça;
 Músculo Esplénio Cervical;
 Músculo Semi-Espinhoso da Cabeça;
 Músculo Longíssimo da Cabeça;
o Grupo Profundo:
 Músculo Grande Reto Posterior da Cabeça;
 Músculo Pequeno Reto Posterior da Cabeça;
 Músculo Oblíquo Superior da Cabeça;
 Músculo Obliquo Inferior da Cabeça.

João Pedro C. M. 77
2.3 Miologia

Região Lateral

Músculo Platisma (N. 25 – “Platysma Muscle”)

Inserções:
• Região Infra-Clavicular, na pele profunda;
• Margem inferior da Mandibula.

Ação:
• Baixar a pele do Mento.

Músculo Esternocleidomastoideu

Inserções:
• Superior: Processo Mastoideu (do Osso Temporal);
• Inferior: Manúbrio Esternal e Clavícula.

Trajeto das Fibras: obliquo, dirigindo-se para baixo, para dentro e para a frente.

Ações:
• Inclinação Lateral;
• Rotação;
• Inspiração (acessório);
• Flexão da Cabeça (os 2 em simultâneo).

Músculos Escalenos (N. 30 – “Scalene Muscles”):

• Músculo Escaleno Anterior

Inserções:
• C3-C6;
• 1ª Costela (separando a Artéria da Veia Subclávia).

Ações:
• Flexão Lateral do Pescoço;
• Rotação;
• Inspiração.

• Músculo Escaleno Médio

Inserções:
• C2-C7;
• 1ª Costela (posteriormente à Artéria Subclávia) e 2ª Costela (inconstante).

Ações:
• Flexão Lateral do Pescoço;
• Inspiração.

78 João Pedro C. M.
Miologia 2.3

• Músculo Escaleno Posterior

Inserções:
• C4-C6;
• 2ª Costela e 1ª Costela (inconstante).

Ações:
• Flexão Lateral do Pescoço;
• Inspiração.

Músculo Reto Lateral da Cabeça M. Elevador da


(N. 30 – “Rectus Capitis Lateralis Muscle”)
Escápula
Inserções:
• Processo Jugular do Osso Occipital; M. Escaleno Post.
• Processo Transverso do Atlas. M. Escaleno Médio
M. Escaleno Ant.
Ação:
• Flexão Lateral da Cabeça.

M. Esternocleidomastoideu
Músculo Elevador da Escápula

Inserções:
• Processos transversos de C1-C4;
• Ângulo Superior da Escápula.

Ações:
• Flexão do Pescoço;
• Elevação da Escápula.

Região Anterior

• Músculos Supra-Hioideus

Músculo Digástrico (do tipo digástrico)

Inserções:
• Incisura Mastoide;
• Fossas Digástricas, no bordo inferior da Face Interna da Mandibula.

Trajeto das Fibras: oblíquo, dirigindo-se para baixo, para dentro e para a frente até ao
Anel Fibroso (que se fixa no Osso Hioide) e a partir dai é oblíquo antero-medialmente
até às Fossas.

Ações:
• Feixe Anterior: Baixa a Mandibula;
• Feixe Posterior: Eleva o Osso Hioide.

João Pedro C. M. 79
2.3 Miologia

Músculo Estilo-Hioideu
M. Digástrico
Inserções:
• Processo Estiloide do Osso Temporal;
• Bordo Superior do Osso Hioide.
M. Estilo-Hioideu

Músculo Milo-Hioideu M. Milo-Hioideus


Anel Fibroso
Inserções:
• Linha Milo-Hioideia da Face Interna da Mandibula;
• Bordo Superior do Osso Hioide. M. Geni-Hioideus

Músculo Geni-Hioideu (o mais profundo dos Supra-Hioideus)

Inserções:
• Espinhas Mentonianas da Face interna da Mandíbula;
• Face Anterior (in Adolfo) do Osso Hióide.
M. Milo-Hioideus

• Músculos Infra-Hioideus – Plano Superficial

Músculo Esterno-Hioideu

Inserções:
• Bordo Inferior do Osso Hioide;
• Manúbrio Esternal e Clavícula.

Músculo Omo-Hioideu
M. Omo-Hioideu
Inserções:
M. Tiro-Hioideu
• Bordo Inferior do Osso Hioide (lateralmente ao Esterno-Hioideu);
• Bordo Superior da Escápula.

• Músculos Infra-Hioideus – Plano Profundo

Músculo Tiro-Hioideu

Inserções:
• Bordo Inferior do Osso Hioide;
• Cartilagem Tiroideia (acima da Linha Oblíqua).
M. Esterno-Tiroideu
Músculo Esterno-Tiroideu M. Esterno-Hioideu

Inserções:
• Cartilagem Tiroideia (abaixo da Linha Oblíqua);
• Face Posterior do Manúbrio Esternal.

80 João Pedro C. M.
Miologia 2.3

Região Pré-Vertebral

Músculo Longo do Pescoço

Inserções:
• Corpos Vertebrais de C1 (Atlas) até T3;
• Margem inferior da Mandibula.

Apresenta 3 Porções:
• Porção Oblíqua Descendente;
• Porção Oblíqua Ascendente;
• Porção Longitudinal.

Ação:
• Flexão Anterior e Lateral do Pescoço. M. Longo da
Cabeça M. Reto Anterior
Músculo Longo da Cabeça da Cabeça

Inserções:
• Processo Basilar do Osso Occipital;
• Processos Transversos de C3-C6.

Ação:

• Flexão Anterior e Lateral da Cabeça e Pescoço.

Músculo Reto Anterior da Cabeça

Inserções:
• Processo Basilar do Osso Occipital;
M. Longo do Pescoço
• Processo Transverso do Atlas.

Ações:
• Flexão da Cabeça (os 2 em simultâneo);
• Lateralização da Cabeça.

Região da Nuca

• Grupo Superficial

Músculo Trapézio

• Apenas a porção cervical deste músculo se enquadra na Região da Nuca


• Mais superficial de todos;
• Ver Página 85

João Pedro C. M. 81
2.3 Miologia

Músculo Esplénio da Cabeça (N. 29, 171, 172, 175 – “Splenius Capitis Muscle”)

Inserções:
• Processo Mastoideu;
• C7-T5.

Trajeto das Fibras: obliquo, dirigindo-se para baixo, para dentro e para trás. As suas
ações são contrárias às do Músculo Esternocleidomastoideu uma vez que a direção das
fibras é oposta.

Ações:
• Extensão da Cabeça;
• Lateralização da Cabeça;
• Rotação da Cabeça.

Músculo Esplénio Cervical (N. 171, 172, 175 – “Splenius Cervicis Muscle”)

Inserções:
• Processo Transverso do Atlas;
• C7-T5.

Ações:
• Extensão do Pescoço;
• Rotação do Pescoço.

Músculo Semi-Espinhoso da Cabeça (N. 172, 173, 175 – “Semispinalis Capitis Muscle”)

Inserções:
• Osso Occipital;
• Processos Transversos de C3-T5.

Ações:
• Extensão da Cabeça;
• Rotação da Cabeça.

Músculo Longíssimo da Cabeça (N. 172, 175 – “Longissimus Capitis Muscle”)

Inserções:
• Processo Mastoide;
• Processos transversos de C4-C7.

Ações:
• Extensão da Cabeça;
• Rotação da Cabeça;
• Inclinação Lateral da Cabeça.

82 João Pedro C. M.
Miologia 2.3

Músculo Longíssimo Cervical (N. 172 – “Longissimus Cervicis Muscle”)

Inserções:
• Processos Transversos de C3-T5.

Ação:
• Extensão do Pescoço.

• Grupo Profundo:

Músculo Grande Reto Posterior da Cabeça


(N. 172, 173, 175 – “Rectus Capitis Posterior Major Muscle”)
Inserções:
• Osso Occipital;
• Processo Espinhoso do Áxis.

Ações:
• Extensão, Inclinação e Rotação da Cabeça;

Músculo Pequeno Reto Posterior da Cabeça


(N. 172, 173, 175 – “Rectus Capitis Posterior Minor Muscle”)
Inserções:
• Osso Occipital;
• Tubérculo Posterior do Atlas.

Ação:
• Extensão da Cabeça.

Músculo Oblíquo Superior da Cabeça (N. 172, 173, 175 – “Obliquus Capitis Superior Muscle”)

Inserções:
• Osso Occipital;
• Processo Transverso do Atlas.

Ações:
• Lateralização (individualmente) e extensão (os 2 em simultâneo) da Cabeça.

Músculo Oblíquo Inferior da Cabeça (N. 172, 173, 175 – “Obliquus Capitis Inferior Muscle”)

Inserções:
• Processo Transverso do Atlas;
• Processo Espinhoso do Áxis.

Ação:
• Auxiliar da Rotação do Pescoço.

João Pedro C. M. 83
2.3 Miologia

Fáscias do Pescoço

• Fáscia Superficial – por debaixo da pele, envolve o M. Esternocleidomastoideu à frente,


e o M. Trapézio atrás.
• Fáscia dos Músculos Infra-Hioideus – envolve os Músculos Infra-Hioideus (vai de um
M. Omo-Hioideu ao outro).
• Fáscia Pré-Traqueal – começa na região da Laringe, envolve a Glândula Tiroide e vai
até ao Tórax.
• Fáscia Carotídea – são 2 e envolvem o respetivo Pedículo Vasculonervoso do Pescoço.
• Fáscia Bucofaringea – situa-se atrás da Faringe e do Esófago.

• Fáscia Alar – situa-se atrás da Fáscia Bucofaringea e estende-se de uma Fáscia


Carotídea até à outra.
• Fáscia Pré-Vertebral – envolve os Músculos Pré-Vertebrais e os Músculos da Nuca.

Fáscia Pré-Traqueal

Fáscia dos Músculos Infra-Hioideus


Fáscia Superficial

Fáscia Bucofarígea

Fáscia Carotídea

Fáscia Alar Fáscia Pré-Vertebral

84 João Pedro C. M.
Miologia 2.3

Músculos do Tronco
Músculos da Região Posterior
• Plano Superficial:

Músculo Trapézio (Relaciona-se a um nível inferior com o M. Latissimus Dorsal)

Inserções:
• Base do Trapézio:
o Osso Occipital;
o Ligamento da Nuca;
o Processos Espinhosos de C7-T12;
• Vértice do Trapézio:
o Clavícula; M. Trapézio
o Acrómio da Escápula.

Apresenta 3 tipos de Fibras:


• Fibras Oblíquas Descendentes;
• Fibras Oblíquas Ascendentes;
• Fibras Horizontais.

Trajeto: Fibras partem da Linha Média para a Clavícula e para a Escápula

Ações:
• Elevação dos Ombros;
M. Latissimus Dorsal
• Retração da Escápula;
• Inclinação Lateral da Cabeça;
• Extensão da Cabeça e do Pescoço;
• Rotação da Escápula.

Músculo Latissimus Dorsal


Nota: O M. Latissimus Dorsal em
Inserções:
conjunto com o M. Subescapular e
• Mediais:
com o M. Teres Major (ambos de
o Processos Espinhosos de T7-L5;
Anatomia II) constitui a Parede
o Crista Sagrada Média;
Posterior da Axila.
o Aponevrose Lombar.
• Laterais:
o Sulco Intertubercular do Úmero.

Ações:
• Adução do Membro Superior;
• Extensão do Úmero;
• Rotação Medial do Membro Superior.

João Pedro C. M. 85
2.3 Miologia

Músculo Romboide

Inserções:
• Mediais: M. Pequeno Romboide
o Ligamento da Nuca; M. Grande Romboide
o Processo Espinhoso de C7;
o Processos Espinhosos de T1-T5.
• Laterais:
o Bordo Medial da Escápula.

Ações:
• Adução da Escápula;
• Elevação da Escápula.
O M. Romboide pode ser dividido em:
• Grande Romboide • Pequeno Romboide
o Inserções Mediais: o Inserções Mediais:
 Ligamento da Nuca  Processo Espinhoso de T1-T5
 Processo Espinhoso de C7
Ambos se inserem lateralmente no Bordo Medial da Escápula.

Músculo Serratus Posterior Superior

Inserções:
• Mediais:
o Ligamento da Nuca;
o Processos espinhosos de C7-T3;
• Laterais:
o Primeiras 4 Costelas – através de 4 tendões individuais, um para cada (não
se inserindo nos espaços intercostais), o que dá ao músculo uma forma
serrilhada.

Ações: M. Serratus
• Elevação das Costelas; Posterior Superior
• Inspiração.

M. Serratus
Músculo Serratus Posterior Inferior
Posterior Inferior
Inserções:
• Mediais: T11-L3;
• Laterais: Últimas 4 Costelas – através de 4 tendões individuais, um para cada
(não se inserindo nos espaços intercostais), o que dá ao músculo uma forma
serrilhada.

Ações:
• Baixa as Costelas;
• Expiração.

86 João Pedro C. M.
Miologia 2.3

• Plano Profundo/Das Goteiras Vertebrais:


o Músculos Sacrocostais:

 Músculo Eretor da Espinha

Inserções Comuns: É uma grande massa


muscular resultante da
• Sacro;
união de 3 músculos.
• Crista Sagrada Média;
• Tuberosidade Íliaca;
• Ligamento Sacro-Tuberoso;
• Processos Espinhosos das Vértebras Lombares.

Trifurca-se na Região Lombar em:

 Músculo Ílio-Costal/Iliocostocervical (o mais lateral)

Inserções Particulares:
• Ângulos Posteriores das Costelas.
Estende-se do Sacro até C3-C6.

 Músculo Longíssimo do Tórax/Dorsal/Torácico

Inserções Particulares:
• Processos Transversos das Vértebras Lombares e Torácicas;
• Costelas.

Ações:
• Extensão do Tronco;
• Inclinação Lateral.

 Músculos Espinhais

Inserções Particulares:
• Processos Espinhosos de todas as Vértebras;

Ações:
• Extensão do Tronco;
• Inclinação Lateral.

o Músculos Raquirraquidianos: (N. 173 – “Multifidus Muscle”)


(N. 173 – “Semispinalis Muscle”)
 Músculo Transversário Espinhoso
(N. 173 – “Rotadores Muscle”)
• Divide-se em 3 Partes: Semi-espinhoso, Multifidus, e Rotadores.
• Estende-se desde o Sacro até ao Áxis.
• Estende-se desde os Processos Espinhosos até aos Processos
Transversos.

João Pedro C. M. 87
2.3 Miologia

 Músculos Inter-Espinhais (N. 173 – “Interspinalis Muscle”)


• Situam-se (no espaço) entre os Processos Espinhosos, 2 em cada espaço
(1 esquerdo e 1 direito).
• Não existem na Região Torácica.

 Músculos Inter-Transversários (N. 173 – “Intertransversarius Laterales Muscle”)


• Existem na Região Cervical e na Região Lombar.
• Na maioria das vezes ausentes na Região Torácica. Em certos casos,
encontram-se presentes mas, pouco desenvolvidos.
• Inseridos no espaço entre os Processos Transversos das Vértebras, 2 em
cada espaço.

Músculo Quadrado Lombar

Inserções:
o Bordo Inferior da 12ª Costela;
o Processos Transversos de L1-L4;
o Ligamento Ílio-Lombar e Crista Ilíaca.

Apresenta 3 tipos de Feixes (condicionados pelas suas inserções):


• Feixes Costo-Transversários;
• Feixes Ílio-Costais;
• Feixes Ílio-Transversários.

Ações:
• Expiração (ao baixar a 12ª Costela);
• Lateralização da Coluna.

Músculo Psoas

Inserções:
• Discos Intervertebrais, Corpos Vertebrais e Processos Transversos de T12-L5;
• Pequeno Trocânter do Fémur  inserção partilhada com o Músculo Ilíaco por
constituir ,em conjunto com este, o M. Psoas-Ilíaco.

Trajeto das Fibras: descendente, unindo-se ao Músculo Ilíaco para formar o Músculo
Psoas-Íliaco (o que ocorre abaixo da Espinha Ilíaca Ântero-Inferior).

Ações:
• Flexão da Coxa;
• Rotação Lateral da Coxa.
:
Nota: No caso de uma fratura no colo do Fémur, a coxa posiciona-se “rodada para
fora” uma vez que só atua sobre esta o Músculo Psoas (responsável por este
movimento). Tal acontece porque os Músculos que contrariam a ação do Músculo
Psoas perdem a capacidade de exercer a sua função devido ao local onde se inserem.

88 João Pedro C. M.
Miologia 2.3

Músculo Pequeno Psoas

Inserções:
• T12-L1;
• Eminência Ílio-Púbica.

Músculo Ilíaco

Inserções:
• 2/3 superiores da Fossa Ilíaca;
• Pequeno Trocânter do Fémur  inserção partilhada com o Músculo Psoas ao
constituir o M. Psoas-Íliaco.

Músculo Psoas-Ilíaco

• Resulta da união do Músculo Psoas com o Músculo Ilíaco inferiormente à Espinha


Ilíaca Ântero-Inferior.
• Insere-se no Pequeno Trocânter do Fémur inferiormente.

M. Quadrado Lombar

M. Pequeno Psoas

M. Psoas

M. Ilíaco

M. Psoas-Ilíaco

João Pedro C. M. 89
2.3 Miologia

Músculos que unem a Parede do Tórax ao


Membro Superior
Músculo Grande Peitoral

Inserções:
• Mediais:
o Clavícula;
o Esterno;
o Primeiras 5 Cartilagens Costais;
o Fáscia do Músculo Reto Abdominal.
• Lateral:
o Crista do Grande Tubérculo do Úmero.

Ações: Fáscia Clavi-Peitoral:


• Adução do Braço; Localiza-se entre o M. Grande Peitoral e o
• Flexão do Braço; M. Pequeno Peitoral.
• Rotação Medial do Braço;
Insere-se na Clavícula superiormente e
• Inspiração.
inferiormente dirige-se para o Bordo
Inferior do Pequeno Peitoral.
Músculo Pequeno Peitoral
Reveste o M. Subclávio e o M. Pequeno
Inserções: Peitoral.
• Processo Coracoide da Escapula;
• Face Externa da 3ª, 4ª e 5ª Costelas. Entre o Subclávio e o Pequeno Peitoral a
mesma forma uma membrana denominada
de Membrana Costo-Coracoideia.
Músculo Subclávio
Abaixo do Pequeno Peitoral forma ainda o
Inserções: Ligamento Suspensor da Axila.
• Face Inferior da Clavícula;
• Extremidade anterior da Face Superior da 1ª Costela.
M. Subclávio
Fáscia
Músculo Serratus Anterior
Clavi-Peitoral
(N. 245, 413 – “Serratus Anterior Muscle”)
Inserções:
• Bordo Interno da Escápula; M. Grande
• Primeiras 8-9 Costelas. Peitoral
Trajeto: Fibras contornam lateralmente o Tórax. M. Pequeno
Peitoral
Ações: M. Serratus Anterior
• Aproxima e Fixa a Escápula às Costelas;
• Desloca a Escápula para a frente projetando também o Ângulo Inferior para a
frente.

90 João Pedro C. M.
Miologia 2.3

Músculos Costais
Músculos Intercostais (como o nome indica, ocupam os Espaços Intercostais)

Inserções:
• Bordo Inferior da Costela;
• Bordo Superior da Costela seguinte.

São 3 por espaço intercostal:


Nota: As estruturas que
 Músculo Intercostal Externo (N. 188 – “External Intercostal Muscle”)
constituem a Parede Torácica ao
nível dos Espaços Intercostais são • Começa junto à Coluna e acaba ao nível das Cartilagens
de fora para dentro: Costais.
• A partir das Cartilagens Costais continua-se com a
• Músculo Intercostal Externo; Membrana Intercostal Externa até ao Bordo Lateral do
• Músculo Intercostal Médio; Esterno.
• Músculo Intercostal Interno;
• Fáscia Endotorácica;  Músculo Intercostal Médio (N. 188 – “Internal Intercostal Muscle”)
• Pleura Parietal. • Começa junto ao Esterno e acaba ao nível dos Ângulos
Posteriores das Costelas.

• Músculo Intercostal Interno (N. 188 – “Innermost Intercostal Muscle”)


• Começa a cerca de 5 cm do Bordo do Esterno e termina
aproximadamente ao nível dos Ângulos das Costelas.
• Prolonga-se até à Coluna Torácica pela Membrana
Intercostal Interna.

Músculos Elevadores das Costelas (na região Posterior do Tórax)


(N. 173 – “Levatores Costarum Muscle”)
• Vão do Processo Transverso da Vértebra até à Costela abaixo ou até mesmo 2
Costelas abaixo.
• Estão por fora do Tórax.

Músculos Subcostais (N. 254 – “Subcostal Muscles”)

• Tomam inserção nos Ângulos Posteriores das Costelas e dirigem-se para a


Costela abaixo ou 2 Costelas abaixo, onde se inserem.
• Estão por dentro do Tórax.

Músculo Transverso do Tórax (N. 187 – “Transversus Thoracis Muscle”)

• Estão por dentro das Costelas junto ao Esterno.

Inserções:

• Face interna da 3ª-6ª Cartilagens Costais;


• Face Posterior do Esterno (a um nível inferior ao da anterior inserção).

João Pedro C. M. 91
2.3 Miologia

Diafragma Nota: A Inervação do Diafragma é


• Separa o Tórax do Abdómen. feita pelo Nervo Frénico.
• Músculo fino que desenha uma curva ampla (projetada para cima)  Isto implica que
por detrás das últimas Costelas já se encontre a Cavidade abdominal. Este facto explica
a razão de o Estomago, Baço e Fígado se encontrarem na Cavidade Abdominal e ao
mesmo tempo parcialmente “envolvidos” pela Caixa Torácica.

O diafragma apresenta inserções de 3 tipos:

• Costais – ao nível das 6 últimas Costelas;


• Esternais – ao nível do Processo Xifoide;
• Lombares – à frente de Músculos Lombares como o Quadrado Lombar e o Psoas.
(O diafragma insere-se nas estruturas acima referidas através da sua Porção
Folíolo Direito
Muscular.)
Orifício da V. C. I.
Folíolo Anterior
O Diafragma apresenta 2 porções com características distintas:
Folíolo Esquerdo
• Porção Tendinosa/Fibrosa/Central ou Centro Frénico;
• Porção Muscular/Periférica.

Porção Fibrosa ou Centro Frénico Orifício do Esófago

• Tem a forma de um trevo por apresentar 3 folíolos:


o Folíolo Anterior; Lig. Arqueado Mediano
Aorta Abd.
o Folíolo Esquerdo; Lig. Arqueado Lateral
Pilar Esq.
o Folíolo Direito.
Lig. Arqueado Medial Pilar Dto.
Diafragma – Face Inferior
• Sofre 2 Espessamentos (não são constantes em todos os indivíduos podendo cada
um apresentar 1, 2 ou nenhum destes espessamentos):
o Fita Oblíqua – vai do Folíolo Direito ao Anterior. Passa atrás (e por dentro)
do Orifício da Veia Cava Inferior.
o Fita Arqueada – vai do Folíolo Esquerdo ao Direito. Passa à frente (e por
fora) do Orifício da Veia Cava Inferior.

Porção Muscular/Periférica
• As Inserções Lombares do diafragma fazem-se pela Porção Muscular através de
Ligamentos Arqueados:
o Ligamentos Arqueados Laterais (2) – passam à frente do M. Quadrado
Lombar. Vão da 12ª Costela ao respetivo Processo Transverso de L1;
o Ligamentos Arqueados Mediais (2) – passam à frente do Músculo Psoas.
Vão do Processo Transverso de L1 ao Corpo de L2;
o Ligamento Arqueado Mediano (1) – deixa passar atrás a Artéria Aorta
Abdominal. Insere-se nas Vertebras Lombares sob a forma de Pilares:
 Pilar Direito – vai de L1-L3;
 Pilar Esquerdo – vai de L1 a L2.

92 João Pedro C. M.
Miologia 2.3

Músculos da Parede Antero-Lateral do Abdómen


Músculo Reto Abdominal (É do tipo digástrico apresentando 3-4 tendões
intermédios. O mais constante é o que se situa ao nível do Umbigo.)

Inserções:
• Face anterior da 5ª, 6ª e 7ª Cartilagens Costais;
• Bordo Superior do Púbis entre o Tubérculo Púbico e o Ângulo do Púbis.
M. Oblíquo Externo (cortado)
Dimensões:
• Largura ao nível da Inserção Superior: 7-8 cm;
• Largura ao nível da Inserção Inferior: 3-4 cm.

Músculo Piramidal (É um músculo vestigial, anterior ao M. Reto


Abdominal.)
M. Reto Abdominal
Inserções:
M. Oblíquo Interno
• Linha Média, entre o Umbigo e o Púbis;
• Púbis. M. Piramidal

Músculo Oblíquo Externo (É um músculo largo que ajuda a assegurar o revestimento


da Parede Antero-Lateral do Abdómen. Em comparação com os Músculos Oblíquo Interno
e Transverso Abdominal, que também participam no revestimento desta parede, o M.
Obliquo Externo é o mais superficial.)

Inserções:
• Últimas 8 Costelas;
• Aponevrose do Oblíquo Externo;
• Crista Ilíaca.

Ações:
• Flexão e Rotação Contralateral do Tronco;
• Flexão Anterior do Tronco (os 2 em simultâneo).

Músculo Oblíquo Interno (É um músculo largo que ajuda a assegurar o revestimento


da Parede Antero-Lateral do Abdómen.)

Apresenta 3 tipos de fibras:


• Fibras Superiores;
• Fibras Intermédias;
• Fibras Inferiores;

Trajeto das Fibras: Obliquo em várias direções (dependendo do tipo de fibras)


Inserções Comuns:
• Crista Ilíaca;
• Aponevrose Lombar.

João Pedro C. M. 93
2.3 Miologia
Músculo Obliquo Externo

Inserções Particulares: Músculo Obliquo Interno


• Fibras Superiores: Músculo Transverso
o Últimas 3 Costelas. Abdominal
• Fibras Intermédias;
o Aponevrose do Músculo Oblíquo Interno.
• Fibras Inferiores:
o Bainha do Reto;
o Crista Pectínea (inconstante – 6% dos casos*1).

Ações:
• Flexão e Rotação Homolateral do Tronco;
• Flexão Anterior do Tronco (os 2 em simultâneo).

Músculo Transverso Abdominal (É um músculo largo que ajuda a assegurar o


revestimento da Parede Antero-Lateral do Abdómen. É o mais interno dos 3 que
constituem esta parede.)

Trajeto das Fibras: Horizontal, de trás para a frente.

Inserções:
• Aponevrose Lombar;
• Últimas 5 Costelas;
• Crista Ilíaca e Ligamento Inguinal;
• Aponevrose do Músculo Transverso;
• Bainha do Reto;
• Crista Pectínea (inconstante – 12% dos casos*2).

Ações:
• Redução do Perímetro Abdominal levando ao aumento da pressão intra-
abdominal;
• Expiração Forçada.

*2 – As fibras do Músculo Transverso Abdominal descem para a Crista Pectínea (em 12%
da população) constituindo a Foice Inguinal. Sempre que as fibras do Músculo Oblíquo
Interno se inserem na Crista Pectínea (nos 6% da população) - *1 – então estas unem-se
às que formam a Foice Inguinal formando uma estrutura chamada de Tendão
Conjunto. Este tendão reforça a região onde se encontra.

94 João Pedro C. M.
Miologia 2.3

Aponevroses dos Músculos da Parede Antero-Lateral do


Abdómen
Aponevrose do Músculo Oblíquo Externo

• É aponevrose de inserção ao Músculo Obliquo Externo;


• É aponevrose de revestimento ao Músculo Reto Abdominal (é anterior a este
revestindo-o à frente).
• Origina a Linha Branca ao unir-se com a aponevrose que se localiza atrás do Músculo
Reto Abdominal (que é a Aponevrose do Músculo Transverso associada à metade
posterior da Aponevrose do Músculo Obliquo Interno);
Linha Branca – estrutura de tecido fibroso que se estende desde o Processo
Xifoide até à Sínfise Púbica entre os 2 Músculos Retos Abdominais. É resultante
da união das aponevroses que revestem anterior e posteriormente o Músculos
Retos Abdominais.
• Termina ao nível do Bordo Anterior do Osso Coxal, sob a forma de um espessamento
chamado de Ligamento Inguinal:
Meios de Fixação do Ligamento Inguinal:

• Espinha Ilíaca Ântero-Superior; Lig. Inguinal


• Tubérculo Púbico.
Lig. Lacunar
Quanto ao trajeto do Ligamento Inguinal:

 No terço lateral, o Ligamento Inguinal passa à frente do Músculo Psoas.


 No terço intermédio, este Ligamento passa à frente do Nervo, Artéria e
Veia Femorais.
 No terço medial este reflete-se/emite fibras em direção à Crista Pectínea,
fibras estas que admitem uma forma triangular e se designam de
Ligamento Lacunar.
Ligamento Lacunar – conjunto de fibras que se originam no Ligamento
Inguinal e se dirigem para a Crista Pectínea.

O Ligamento Lacunar tem a forma de um triângulo:

• Vértice – fixa-se ao Tubérculo Púbico;


• Base (lado oposto ao vértice) – aproxima-se da Veia Femoral;
• Restantes Lados – Correspondem ao Ligamento Inguinal
(Anteriormente) e à Crista Pectínea (Posteriormente).
Espinha Ilíaca A.S. Anterior
M. Psoas-Ilíaco Lig. Inguinal
Nervo
Nervo Femoral
Femoral ArtériaFemoral
Artéria Femoral
(Pág. 98) Lig. Ilio-Pectíneo Veia Femoral
Anel Femoral Lig. Lacunar
• v Posterior Tubérculo Púbico

• A Aponevrose do Obliquo Externo apresenta acima do Ligamento Inguinal um buraco


denominado de Orifício Inguinal Superficial. (Ver Página 100)

João Pedro C. M. 95
2.3 Miologia

Aponevrose do Músculo Oblíquo Interno


• Nos ¾ superiores da Parede Abdominal Anterior, ao chegar ao Músculo Reto
Abdominal (lateralmente) esta aponevrose divide-se em 2 partes:
o Uma anterior que passa à frente do Músculo e se une à Aponevrose do
Músculo Obliquo Externo;
o Uma Posterior que passa atrás do Músculo Reto Abdominal e se une à
Aponevrose do Músculo Transverso Abdominal.
• No ¼ inferior da Parede Abdominal Anterior, esta aponevrose passa apenas à frente
do Músculo Reto Abdominal.

Aponevrose do Músculo Transverso Abdominal


• Nos ¾ superiores da Parede Abdominal Anterior passa atrás do Músculo Reto
Abdominal;
• No ¼ inferior da Parede Abdominal Anterior passa à frente do Músculo Reto
Abdominal;
• Origina a Linha Arqueada:

Linha Arqueada – corresponde ao limite inferior da aponevrose posterior ao


Músculo Reto Abdominal. Localizada no limite inferior dos ¾ superiores da
Aponevrose do M. Transverso Abdominal.

Corte Transversal da Parede Abdominal Anterior nos ¾ superiores:


Músculo Oblíquo Externo
Aponevrose do Oblíquo Externo Linha Branca
Músculo Oblíquo Interno
Aponevrose do Oblíquo Interno Anterior

Posterior
Músculo Reto Abdominal
Aponevrose do Transverso Abdominal
Músculo Transverso Abdominal
Corte Transversal da Parede Abdominal Anterior no ¼ Inferior:

Aponevrose do Oblíquo Externo Linha Branca Músculo Oblíquo Externo


Anterior Músculo Oblíquo Interno
Aponevrose do Oblíquo Interno

Posterior
Músculo Reto Abdominal
Aponevrose do Transverso Abdominal
Músculo Transverso Abdominal

96 João Pedro C. M.
Miologia 2.3

Fáscias e Aponevroses da Paredes Antero-Lateral e


Posterior do Abdómen

• Fáscia Subcutânea Adiposa;

• Fáscia Superficial do Abdómen – camada mais consistente que a Fáscia Subcutânea


Adiposa, situada no Abdómen, na espessura da Fáscia Subcutânea Adiposa.

• Aponevrose Lombar (porção inferior da Aponevrose Tóraco-Lombar):


É constituída por 3 folhetos:
o Folheto Posterior – insere-se nos Processos Espinhosos das Vértebras e passa
atrás do Músculo Eretor da Espinha.
o Folheto Médio – insere-se nos Processos Transversos das Vértebras e passa
entre o Músculo Eretor da Espinha e o Músculo Quadrado Lombar.
o Folheto Anterior – insere-se nos Processos Transversos das Vértebras e passa
à frente do Músculo Quadrado Lombar e atrás do Músculo Psoas.

• Aponevrose da Parede Abdominal Antero-Lateral:


Constituída por:
o Aponevrose do Obliquo Externo;
o Aponevrose do Oblíquo Interno;
o Aponevrose do Transverso Abdominal.

• Fáscia Transversalis – membrana fibrosa que reveste o Músculo Transverso Abdominal


internamente e o Peritoneu (Ver Página 102) externamente.
Meios de Fixação:
o Superior: Diafragma;
o Região Lombar: Aponevrose Lombar;
o Inferiormente:
 1/3 Medial: Crista Pectínea;
 1/3 Intermédio: Passa à frente dos Vasos Femorais constituindo a Bainha
Anterior dos Vasos Femorais;
 1/3 Lateral: une-se à Fáscia Ilíaca (fáscia que reveste o M. Psoas-Ilíaco).
Reforços da Fáscia Transversalis:
o Longitudinais:
 Ligamento Interfoveolar – origina-se na Linha Arqueada e dirige-se para o
Ligamento Ílio-Púbico;
 Ligamento do Henle – origina-se na Linha Arqueada e dirige-se para a
Crista Pectínea.
o Transversal:
 Ligamento Ílio-Púbico – vai desde a Espinha Ilíaca Antero-Superior até ao
Tubérculo Púbico (tem os mesmos locais de inserção do Ligamento
Inguinal mas, enquanto o Ligamento Inguinal pertence à Aponevrose do
Obliquo Externo, o Ligamento Ílio-Púbico pertence à Fáscia Transversalis
sendo portanto o Ílio-Púbico mais profundo que o Inguinal).

João Pedro C. M. 97
2.3 Miologia

• Ligamentos dependentes das Aponevroses Abdominais:


o Ligamento Inguinal;
o Ligamento Lacunar;
o Ligamento Ílio-Púbico;
o Ligamento Ílio-Pectíneo – separa a Artéria Femoral do Nervo Femoral. Vai
desde o Ligamento Inguinal até à Eminência Ílio-Púbica. É dependente da
Fáscia do Músculo Psoas-Ilíaco;
o Ligamento Pectíneo – Vai desde a Eminência Ílio-Púbica até ao Púbis,
revestindo a Crista Pectínea. É o mais consistente da região onde se insere.

Lig. Interfoveolar

Lig. Ílio-Púbico

Lig. Pectíneo

Anel Femoral – Vista Posterior

98 João Pedro C. M.
Miologia 2.3

Pontos Fracos da Parede Abdominal


Orifício/Anel Femoral

• Orifício por onde passam, de dentro para fora, a Veia e a Artéria Femorais.

Limites:
• Anteriores:
o Ligamento Ílio-Púbico (mais profundamente);
o Ligamento Inguinal (mais superficialmente).
• Posterior:
o Aponevrose do Músculo Pectíneo.
• Medial:
o Ligamento Lacunar.
• Lateral:
o Ligamento Ílio-Pectíneo.

Triângulo Lombar Inferior

• Pavimentado pelo Músculo Obliquo Interno e pelo Músculo Transverso Abdominal.


• Este ponto fraco pode dar origem a Hérnias Lombares.

Delimitado por:
• Músculo Oblíquo Externo;
• Crista Ilíaca;
• Músculo Latissimus Dorsal.

Triângulo Lombar Superior

• Pavimentado exclusivamente pelo Músculo Transverso Abdominal.


• Este ponto fraco pode dar origem a Hérnias Lombares.
• Este triângulo é perfurado pelos Nervos e Vasos Subcostais.
• É mais fraco que o Triangulo Lombar Inferior por só ser pavimentado pelo Transverso.
• É mais profundo que o Triângulo Lombar Inferior.

Limites:
• Posterior:
o Músculo Eretor da Espinha.
• Inferior:
o Músculo Oblíquo Interno.
• Superiores:
o 12ª Costela;
o Músculo Serratus Posterior Inferior

João Pedro C. M. 99
2.3 Miologia

Canal Inguinal

• Trajeto localizado na Parede Abdominal Anterior acima do Ligamento Inguinal.


• É percorrido pelo Ligamento Teres/Redondo do Útero (na mulher) e pelo Cordão
Espermático (no homem).
• É delimitado anteriormente pelo Orifício Inguinal Superficial e posteriormente pelo
Orifício Inguinal Profundo:
Limites do Orifício Inguinal Superficial:
*Ligamento Inguinal
• Pilar Externo; Fibras Intercr. Pilar Int.
Refletido – conjunto de
• Pilar Interno;
fibras que se refletem a
• Fibras Intercrurais; Pilar Ext. Lig. Ing. Ref. partir do Ligamento
• Ligamento Inguinal Refletido*.
Orifício Inguinal Superficial Dto. Inguinal em direção à

Limites do Orifício Inguinal Profundo: linha média e ao M. Reto


Abdominal.
• Supero-Externos:
o Músculo Oblíquo Interno;
o Músculo Transverso Abdominal.
• Mediais:
o Ligamento Interfoveolar; * Os Bordos foram representados como
o Vasos Epigástricos. Orifício Inguinal faces para simplificar a visualização das
• Inferior: Profundo Paredes Ant. e Post.
Bordo Superior*
o Ligamento Ílio-Púbico. Parede Posterior

• O Canal Inguinal é constituído por 2 Paredes:


o Parede Anterior:
 Aponevrose do Obliquo Externo.
Parede Anterior
o Parede Posterior:
Bordo Inferior*
 1/3 Interno: Orifício Inguinal
• Fáscia Transversalis; Superficial
• Peritoneu;
• Ligamento de Henle;
• Ligamento Inguinal Refletido;
• Foice Inguinal (inconstante – 12% dos casos);
• Tendão Conjunto (inconstante – 6% dos casos).
 1/3 Médio:
• Fáscia Transversalis; É o 1/3 mais fraco da Parede Posterior.
• Peritoneu.
 1/3 Externo:
• Fáscia Transversalis;
• Peritoneu;
• Vasos Epigástricos Inferiores;
• Ligamento Interfoveolar.

100 João Pedro C. M.


Miologia 2.3

• O Canal Inguinal é constituído por 2 Bordos:


o Bordo Superior:
 Músculo Obliquo Interno;
 Músculo Transverso Abdominal.
o Bordo Inferior:
 Ligamentos Ílio-Púbico e Inguinal.

• Através do Canal Inguinal podem originar-se Hérnias Inguinais.

Hérnias Inguinais:

• Indiretas – quando atravessam o Orifício Inguinal Profundo.


• Diretas – quando atravessam a Parede Posterior do Canal Inguinal,
diretamente de trás para a frente.

Nota: Estas hérnias descem para oo Escroto


Nota: Escroto (no
(nohomem)
homem)ououpara
paraooGrande
Grande
Lábio respetivo (na mulher). Esta
Lábio Esta situação
situação pode
pode levar
levar aa uma
uma reação
reação
inflamatória (normalmente mais severa na
inflamatória na mulher)
mulher) que
que obriga
obriga aauma
uma
cirurgia de
cirurgia de emergência.
emergência.

Mecanismos de Prevenção de Hérnias Inguinais


• Direção/trajeto do Canal Inguinal – é oblíquo para baixo, para a frente e
para dentro ao invés de ter um só sentido;
• Variação do Calibre do Canal por Contração Muscular – o canal pode
diminuir de calibre por contração do Músculo Oblíquo Externo;
• Mecanismo de Cortina – descida do Músculo Oblíquo Interno e
Transverso Abdominal em direção ao Ligamento Inguinal provocada pela
contração destes músculos.
• Mecanismo de Esfíncter – a contração do Músculo Obliquo Interno e do
Transverso Abdominal permite fechar o Orifício Inguinal Profundo.

Umbigo

Umbigo • É uma cicatriz reforçada por:


Lig. Teres Hepático o Extremidades Superiores das Pregas Umbilicais Mediana e Intermédias/Mediais;
o Ligamento Teres Hepático (involução da Veia Umbilical) que cruza a circunferência
(Umbigo);
o Fáscia Umbilical (espessamento da Fáscia Transversalis) que cobre todo o Umbigo
(internamente).
Situações que favorecem o aparecimento de Hérnias Umbilicais: Lig. Teres Hepático

• O Ligamento Teres Hepático inserir-se no bordo da circunferência;


• A Fáscia Umbilical não cobrir toda a altura da cicatriz.
Pregas Umbilicais Mediais Umbigo
Prega Umbilical Mediana Fáscia Umbilical
Fáscia Umbilical
Pregas Umbilicais Mediais
Prega Umbilical Mediana

João Pedro C. M. 101


2.3 Miologia

Pregas Umbilicais e Fossas Inguinais


São estruturas resultantes das irregularidades internas do Peritoneu.

Pregas Umbilicais – 5 saliências longitudinais na Parede Anterior da Cavidade


Abdominal, abaixo da linha imaginária que une as 2 Cristas Ilíacas:

• Prega Umbilical Mediana (1) – saliência resultante da presença do Úraco (cordão


fibroso, vestígio embrionário) e vai desde o Vértice da Bexiga até ao Umbigo.
• Pregas Umbilicais Intermédias/Mediais (2) – causadas pelas Artérias Umbilicais (que
se transformam em cordões fibrosos*).
• Pregas Umbilicais Laterais (2) – saliências provocadas pela existência dos Vasos
Epigástricos Inferiores.

Fossas Inguinais – depressões condicionadas pelo Peritoneu localizadas entre as


Pregas Umbilicais:

• Externas (2) – onde se localizam os Orifícios Inguinais Profundos.


• Mediais (2) – Corresponde à Parede Posterior do Canal Inguinal.
• Internas (2) – Localizadas de cada lado da Prega Umbilical Mediana, medialmente às
Pregas Umbilicais Mediais.
Peritoneu – Membrana Serosa
* Na realidade, as Artérias Umbilicais não se encontram
que reveste internamente a
completamente obstruídas (e portanto não são cordões
Cavidade Abdominal e envolve
fibrosos em toda a sua extensão). A obstrução das
todas as estruturas nela
mesmas ocorre apenas após estas darem como Ramo
existentes (com exceção dos
Colateral as Artérias Vesicais Superiores.
ovários, na mulher).

Fáscia Transversalis Peritoneu


Artéria Umbilical
(obstruída e convertida em Prega Umbilical Medial
Cordão Fibroso)
Prega Umbilical Lateral
Vasos Epigástricos Inferiores

Fossa Inguinal Externa


Prega Umbilical Mediana
Úraco
Fossa Inguinal Interna

Fossa Inguinal Medial

102 João Pedro C. M.


Anatomia I
2.4 Angiologia
Lecionado por: Professor António Bernardes

Conteúdo
• Artérias .................................................................................................................... 104
o Introdução inicial às Artérias ..................................................................... 104
o Estruturas Fetais que Degeneram............................................................. 105
o Artérias do Tronco ......................................................................................... 106
• Veias ......................................................................................................................... 115
o Introdução inicial às Veias .......................................................................... 115
o Veias do Tronco .............................................................................................. 116
• Linfáticos ................................................................................................................. 123
o Introdução inicial aos Linfáticos ................................................................ 123
o Vasos Linfáticos do Tronco .......................................................................... 124
o Grupos Ganglionares do Tronco ................................................................ 126
2.4 Artérias | Angiologia

Artérias
Introdução inicial às Artérias
Artérias – Canal Músculo-Membranoso, que transporta sangue do coração para a periferia.

As artérias apresentam 3 camadas/túnicas:

• Intima – endotélio;
• Média – músculo-elástica;
• Adventícia – Tecido conjuntivo.

As artérias dividem-se em ramos:

• Ramos Colaterais – ramificações que nascem da artéria no decorrer do seu percurso.


Podem ser:
o Recorrentes – ramo colateral que após a sua origem toma um trajeto
contrário ao trajeto do vaso principal.
o Diretos – ramo colateral com o mesmo trajeto/trajeto semelhante ao do vaso
principal.
• Ramos Terminais – ramos que nascem da terminação de uma artéria.

Quanto ao calibre as artérias dividem-se em:

• Artérias de Grande Calibre;


O calibre varia em função dos órgãos que a
• Artérias de Médio Calibre;
artéria irriga e não do tamanho real da artéria.
• Artérias de Pequeno Calibre.

Quanto à direção, as artérias podem ser:

• Retilíneas (ex. Artérias do Pescoço);


• Helicoidais (ex. Artérias do Útero).

Anastomoses - Uniões entre vasos. Compensam eventuais problemas de circulação (se um


vaso se obstruir e apresentar uma anastomose viável para lá do local de obstrução, o vaso que
se encontra anastomosado com o obstruído vai fornecer sangue à região irrigada
anteriormente pela artéria inviável impedindo a morte desses tecidos).

Existem vários tipos de anastomoses:

• Inosculação;
• Transversal;
• Convergência;
• Longitudinal;
• Por Vaso Aberrante.

104 João Pedro C. M.


Angiologia | Artérias 2.4

Estruturas Fetais que Degeneram

• Veia Umbilical – estrutura que vai desde o umbigo até à Face Inferior do Fígado. Por
este vaso circula sangue arterial para o feto. Degenera formando o Ligamento Teres
Hepático.

• Canal Venoso – estende-se da Face Inferior do Fígado à Veia Cava Inferior. Degenera
formando o Ligamento Venoso.

• Orifício/Forâmen Oval – Degenera ao formar a Membrana da Fossa Oval que oclui a


Fossa Oval.

• Canal Arterial – Localizado entre a Artéria Pulmonar e a Artéria Aorta. Degenera


formando o Ligamento Arterial.

• Artérias Umbilicais (2) – terminam no Umbigo. Degenera formando os Ligamentos


Umbilicais Intermédios.

Canal Arterial

Canal Venoso Forâmen Oval

Veia Umbilical

Artérias Umbilicais

João Pedro C. M. 105


2.4 Artérias | Angiologia

• Artérias do Tórax;
Artérias do Tronco • Artérias do Abdómen;
• Artérias da Escavação Pélvica.
Artéria Aorta
Origem:
• Base do Ventrículo Esquerdo.
Trajeto:
• Inicialmente é oblíqua para cima e para a direita (Aorta Ascendente);
• Depois muda de direção para a esquerda e para trás, descrevendo uma
curvatura de concavidade voltada para baixo (Aorta Horizontal/Crossa da
Aorta);
• Torna-se descendente (nesta porção descendente inicial encontra-se afastada
para a esquerda da linha média) e percorre o Tórax, aproximando-se da linha
média. Atravessa o Orifício Aórtico do Diafragma à frente da Coluna Vertebral
(Aorta Descendente);
• Termina ao nível do Disco Intervertebral que separa a 4ª e 5ª Vértebras
Lombares.
A Artéria Aorta é denominada de Artéria
Relações:
Aorta Torácica ou Artéria Aorta Abdominal
• Aorta Ascendente: dependendo da sua localização:
o Anteriores:
 Esterno; Artéria Aorta Torácica – Porção da Artéria
 Timo; Aorta que vai do Ventrículo Esquerdo até ao
 Pericárdio. Orifício Aórtico do Diafragma. Compreende a
o Laterais Esquerdas: Aorta Ascendente, a Horizontal e a Torácica
 Artéria Pulmonar. Descendente.
o Laterais Direitas:
Artéria Aorta Abdominal – Porção da Artéria
 Veia Cava Superior.
Aorta que tem início no Orifício Aórtico do
o Posteriores:
Diafragma e Termina na bifurcação da Aorta
 Aurícula Direita;
a nível do Disco Intervertebral entre L4 e L5.
 Artéria Pulmonar Direita.
• Aorta Horizontal:
o Superiores:
 Tronco Braquiocefálico Venoso Esquerdo;
 Tronco Braquiocefálico Arterial;
 Artéria Carótida Comum Esquerda;
 Artéria Subclávia Esquerda.
o Inferiores:
 Brônquio Principal Esquerdo;
 Nervo Recorrente Esquerdo (inicialmente contorna a AH por baixo);
 Ligamento Arterial.
o Anteriores:
 Nervo Frénico Esquerdo;
 Nervo Vago Esquerdo;
 Pulmão Esquerdo;

106 João Pedro C. M.


Angiologia | Artérias 2.4

 Pleura Esquerda.
o Posteriores:
 Traqueia;
 Nervo Laríngeo Recorrente Esquerdo;
 Esófago;
 Canal Torácico.
• Aorta Torácica Descendente metade superior):
o Anteriores:
 Veias Pulmonares Esquerdas;
 Brônquio Principal Esquerdo;
 Artéria Pulmonar Esquerda.
o Posteriores (não mencionadas):
 Cabeça das Costelas;
 Cadeia Simpática Latero-Vertebral.
o Laterais Esquerdas (não mencionadas):
 Pulmão Esquerdo;
 Pleura Esquerda.
o Laterais Direitas (não mencionadas):
 Esófago;
 Canal Torácico;
 Corpos Vertebrais.
• Aorta Torácica Descendente (metade inferior):
o Anteriores:
 Esófago.
o Posteriores:
 Corpos Vertebrais;
 Veia Hemiázigos e Hemiázigos Acessória;
 Canal Torácico.
o Laterais Esquerdas:
 Pulmão e Pleura Esquerdos.
o Laterais Direitas:
 Pulmão e Pleura Direitos.
• Aorta Abdominal:
o Anteriores:
 Tronco Celíaco;
 Corpo do Pâncreas;
 Artéria Mesentérica Superior;
 3ª Porção do Duodeno (D3);
 Veia Renal Esquerda;
 Plexo Celíaco.
o Posteriores:
 Coluna Vertebral e Ligamento Longitudinal Anterior.
o Laterais Direitas:
 Pilar Direito do Diafragma;
 Cisterna Quilífera;

João Pedro C. M. 107


2.4 Artérias | Angiologia
*Ramos do Tronco Celíaco:
Nota: Muitas vezes não
• Artéria Hepática:
estão indicadas todas as  Veia Cava Inferior.
artérias na imagem por Ramos Colaterais:
o Laterais Esquerdas:
impossibilidade de o Artéria Gastro-Duodenal:
 Pilar Esquerdo do Diafragma;
esquematizar (ex. dá  Glândula Suprarrenal Esquerda;  A. Gastro-Epiploica Dta.;
para ver mais A.  A. Pancreático-Duodenal
 Rim Esquerdo;
Intercostais Posteriores Anterior e Superior;
 Ângulo Duodeno-Jejunal;
na imagem abaixo mas  A. Pancreático-Duodenal
indica-las torna o  4ª Porção do Duodeno (D4);
Posterior e Superior.
esquema mais confuso).  Veia Mesentérica Inferior;
o Artéria Supraduodenal;
 Uréter.
(Nota: A Artéria Hepática continua-se pela
Ramos Colaterais: Hepática Própria mas esta não é um ramo da
• Artéria Aorta Ascendente: A. Hepática, é a sua continuação.)
o Artérias Coronárias Direita e Esquerda. o Artéria Gástrica Dta. (ramo da
• Artéria Aorta Horizontal: Hepática Própria).
o Tronco Braquiocefálico Arterial; • Artéria Esplénica:
o Artéria Carótida Comum Esquerda; Ramos Colaterais (in Netter):
o Artéria Subclávia Esquerda. o Artéria Dorsal Pancreática;
o Artéria Grande Pancreática;
• Aorta Torácica Descendente:
o Artéria da Cauda do Pâncreas;
o Viscerais (vascularizam as vísceras torácicas):
o Artérias Gástricas Curtas;
 Ramos Pericárdicos;
o Artéria Gastro-Epiploica Esq..
 Ramos Mediastínicos;
 Artérias Brônquicas; • Artéria Gástrica Esquerda.
 Artérias Esofágicas Médias.
o Parietais (vascularizam principalmente a parede do Tórax):
 Artérias Intercostais Posteriores (9 de cada lado, da 3ª à 11ª Costelas) –
caminham no Sulco Costal de trás para a frente entre os M. Intercostal
Interno e Médio. Cada uma origina um Ramo Dorso-Espinhal (próximo da
origem) e um Ramo Cutâneo Lateral (a meio do trajeto) terminando em
união com as Artérias Intercostais Anteriores; A. Lombares
A. Frénica Inferior
 Artéria Subcostal (1 de cada lado) – Vascularizam a 12ª Costela;
A. Capsular Média
 Artérias Frénicas Superiores (não mencionado).
• Aorta Abdominal:
o Viscerais (vascularizam as vísceras abdominais):
 Impares:
• Tronco Celíaco* (1º Ramo Visceral);
• Artéria Mesentérica Superior;
• Artéria Mesentérica Inferior.
 Pares:
• Artérias Capsulares/Suprarrenais Médias;
• Artérias Renais;
• Artérias Testiculares/Ováricas (♂/♀).
o Parietais (vascularizam a Parede Abdominal e o Diafragma):
Ramos das A. Frénicas Inf.:  Artérias Frénicas Inferiores - vascularizam o Diafragma em conjunto com
o A. Suprarrenais Superiores; as Artérias Musculofrénicas e as Pericardicofrénicas. A. Sagrada Média
o A. Recorrentes Esofágicas.  Artérias Lombares (4 por lado) – vascularizam a Parede Posterior do Abdómen.
A. Ilíaca Comum
108 João Pedro C. M.
Angiologia | Artérias 2.4

Ramos Terminais:
• Artérias Ilíacas Comuns (2) – Ver Página 112;
• Artéria Sagrada Média – desce em próxima relação com L5, Sacro e Cóccix. Pode
ser Ramo Terminal da Artéria Aorta ou Ramo Colateral da A. Ilíaca Comum Esq.
Tronco Braquiocefálico Arterial

Origem:

• Aorta Horizontal (é colateral desta).

Trajeto:

• Obliquo para cima e para a direita (compensando o desvio para a esquerda a


Artéria Aorta Horizontal) para dar origem aos seus terminais.
• Comprimento do trajeto: 4-5 cm

Ramos Terminais: A. Carótida Comum Dta.


A. Subclávia Dta.
• Artéria Carótida Comum Direita;
• Artéria Subclávia Direita.

Artérias Subclávias (Esquerda e Direita)


Tronco Braquiocefálico Arterial
Origem:

• Artéria Subclávia Esquerda: É Ramo Colateral da Aorta Horizontal.


• Artéria Subclávia Direita: É Ramo Terminal do Tronco Braquiocefálico Arterial,
nascendo ao nível da Articulação Esterno-Condro-Clavicular.

Trajeto:

• Descrevem um trajeto em arco, côncavo para baixo, passam por cima da 1ª


Costela e terminam ao nível do Bordo Externo da 1ª Costela.

Relações:

• 1ª Porção (1/3 mais próximo da origem):


Artéria Subclávia Direita:
o Anteriores:
 Nervo Frénico Direito;
 Nervo Vago Direito;
 Veia Jugular Interna Direita;
 Veia Subclávia Direita.
o Posteriores: Nervo Recorrente=Nervo Laríngeo Recorrente
 Nervo Recorrente Direito;
 Pleura Direita.

João Pedro C. M. 109


2.4 Artérias | Angiologia

Artéria Subclávia Esquerda:


o Anteriores:
Músculos Escalenos Anteriores
 Tronco Braquiocefálico Venoso Esquerdo;
 Nervo Frénico Esquerdo;
 Nervo Vago Esquerdo;
 Veia Jugular Interna Esquerda;
 Veia Subclávia Esquerda.
o Posteriores:
 Canal Torácico;
 Esófago.

• 2ª Porção (no cruzamento do M. Escaleno Anterior com os Vasos Subclávios):


o Anteriores:
 Músculo Escaleno Anterior;
 Veia Subclávia.
o Posterior:
 Plexo Braquial.

• 3ª Porção (para fora do cruzamento do M. Escaleno Anterior com os Vasos


Subclávios):
o Anterior:
 Veia Subclávia.
o Posterior: A. Vertebral
 Plexo Braquial. A. Tiro-Cervical

Ramos Colaterais: A. Costo-Cervical

• Artéria Vertebral (1º Ramo);


• Artéria Torácica Interna; Colaterais da 1ª Porção
A. Torácica Interna
• Artéria Tiro-Cervical;
A. Subclávia
• Artéria Costo-Cervical; Colateral da 2ª Porção A. Escapular Dorsal
• Artéria Escapular Dorsal. Colateral da 3ª Porção

Ramos Terminais:

• Artéria Axilar.

Artéria Vertebral (N. 137 – “Vertebral Artery”)

Origem:
• Ramo Colateral da 1ª Porção da Artéria Subclávia.

Trajeto:
• Ascendente Retilíneo, atravessa os Buracos Transversários das Vértebras
Cervicais, terminando na base do Crânio em anastomose com a Artéria
Vertebral do lado oposto.

110 João Pedro C. M.


Angiologia | Artérias 2.4

Ramo Terminal:
• Tronco Basilar.

Artéria Torácica Interna (N. 187 – “Internal Thoracic Artery”)

Origem:
• Ramo Colateral da 1ª Porção da Artéria Subclávia.

Trajeto:
• Dirige-se para baixo, longitudinalmente, e posição paramediana, ligeiramente
para fora relativamente ao Esterno, passando por trás das Cartilagens Costais,
em íntima relação com as mesmas.
Ramos Colaterais:
• Artérias Intercostais Anteriores – fazem um trajeto análogo à A. Intercostais
Posteriores mas iniciando-se na Parede Torácica Anterior. Terminam em
anastomose com as Artérias Intercostais Posteriores;
• Artéria Pericardicofrénica;
• Ramos Esternais.
Ramos Terminais:
• Artéria Musculofrénica;
• Artéria Epigástrica Superior.

Tronco Tiro-Cervical – Destina-se ao pescoço.


(N. 32, 33 – “Thyrocervical Trunk”)
Origem:
• Ramo Colateral da 1ª Porção da Artéria Subclávia.
Trajeto:
• Ascendente, alcançando o Pescoço.
Ramos Terminais:
• Artéria Tiroideia Inferior – vasculariza a Tiroide;
• Artéria Cervical Transversa – vai para fora e para trás, cruzando
horizontalmente o Pescoço;
• Artéria Supraescapular – vai para cima e para trás, cruzando por cima o Bordo
Superior da Escápula, chega à Face Posterior e vasculariza os músculos da
Região Superior da Escápula.

Tronco Costo-Cervical (N. 137 – “Costocervical Trunk” – Imagem idêntica à da Pág. Anterior)
Origem:
• Ramo Colateral da 2ª Porção da Artéria Subclávia.

João Pedro C. M. 111


2.4 Artérias | Angiologia

Ramos Terminais:
• Artéria Cervical Profunda;
• Artéria Intercostal Superior – é descendente e dá origem às primeiras 2
Artérias Intercostais Posteriores (para a 1ª e 2ª Costelas).

Artéria Escapular Dorsal – Irriga os Músculos Romboides, Latissimus Dorsal e Trapézio.


(N. 414 – “Dorsal Scapular Artery”)
Origem:
• Ramo Colateral da 3ª Porção da Artéria Subclávia.
Trajeto:
• Dirige-se para trás, passando por cima do Ângulo Superior da Escápula e vem
junto ao Bordo Interno da Escápula por detrás desta.

Artérias Ilíacas Comuns

Origem:

• Ramo Terminal da Aorta Abdominal ao nível do Disco Intervertebral entre L4-L5.

Trajeto:

• Oblíquo para baixo e para fora terminando em bifurcação ao nível da


Articulação Sacro-Ilíaca.
Ramo Terminal:
A. Ilíaca Comum
• Artéria Ilíaca Interna;
• Artéria Ilíaca Externa. A. Ilíaca Interna

A. Ilíaca Externa

Artérias Ilíacas Externas

Origem:

• Ramo Terminal das Artérias Ilíacas Comuns ao nível da Articulação Sacro-Ilíaca.

Trajeto:

• Descendente e Oblíquo, caminha ao longo do Músculo Psoas Ilíaco até atingir o


Ligamento Inguinal/Anel Femoral, onde termina.

Relações (in várias fontes):

• Internas:
o Veia Ilíaca Externa.

112 João Pedro C. M.


Angiologia | Artérias 2.4

• Externas:
o Direitas:
 Cego;
 Ansas Intestinais.
o Esquerdas:
 Colon Sigmoide.
• Posteriores:
o Músculo Psoas;
o Veia Ilíaca Externa.
• Antero-Internas:
o Ambas:
 Ureter;
 Veia Circunflexa Comum;
 Vasos Testiculares (♂)/Ováricos(♀);
 Canal Deferente (♂)/Ligamento Redondo(♀).
o Esquerda:
 Colon Sigmoide.
o Direita:
 Ílio Terminal;
 Cego.
Ramos Colaterais (N. 259)

• Artéria Circunflexa Ilíaca Profunda – nasce próximo do Ligamento inguinal.


Sobe até à Espinha Ilíaca Antero-Superior e percorre a Crista Ilíaca terminando
em anastomose com a Artéria Ílio-Lombar;
• Artéria Epigástrica Inferior – irriga a Parede Abdominal Anterior em conjunto
com outras Artérias.
Ramo Terminal (N. 259)

• Artéria Femoral.

Artérias Ilíacas Internas - Vaso curto de grande calibre que se destina a vascularizar os
órgãos da Escavação Pélvica.

Origem:

• Ramo Terminal das Artérias Ilíacas Comuns ao nível da Articulação Sacro-Ilíaca.

Ramos (N. 259, 381)

• Intra-Pélvicos:
o Parietais:
 Artéria Ilío-Lombar;
 Artéria Sagrada Lateral Superior;
 Artéria Sagrada Lateral Inferior.

João Pedro C. M. 113


2.4 Artérias | Angiologia

o Viscerais:
 Artéria Umbilical – vai para a Face Superior da Bexiga, originando a
Artéria Vesical Superior e só depois é que forma os Ligamentos
Umbilicais Intermédios, que têm um trajeto ascendente;
 Artéria Vesical Inferior – origina a Artéria Prostática e a Artéria
Vesico-Deferencial (no homem);
 Artéria Retal Média;
 Artéria Uterina;
 Artérias Vaginais.
• Extra-Pélvicos:
o Artéria Obturadora – sai pelo Forâmen Obturado, por cima da membrana
Obturadora (no Canal Obturador) dividindo-se em 2 ramos na Face Externa
da referida Membrana;
o Artéria Pudenda Interna;
o Artéria Glútea Superior – sai pelo Forâmen Grande Ciático, por cima do
Músculo Piriforme, e vasculariza os Músculos Glúteos;
o Artéria Glútea Inferior – sai pelo Forâmen Grande Ciático, por baixo do
Músculo Piriforme, e vasculariza os Músculos Glúteos.

Artérias Pudendas Internas (N. 376, 380, 381 – “Internal Pudendal Artery”)
Origem:

• Ramo das Artérias Ilíacas Internas.

Trajeto:

• Sai da Escavação Pélvica pelo Forâmen Grande Ciático, contorna a Espinha


Isquiática (por fora), e entra no Períneo pelo Forâmen Pequeno Ciático,
dirigindo-se, junto da Tuberosidade Isquiática e dos Ramos Isquio-Púbicos, para
Bordo Inferior da Sínfise Púbica (local da raiz dos Órgãos Genitais).

Ramos Colaterais:

• Artérias Retais Inferiores;


• Artéria Perineal – vasculariza os tecidos moles do Períneo; O Períneo é de Anatomia II.
♂ • Artéria do Bolbo do Pénis; Períneo – Zona mais inferior da Escavação Pélvica que
• Artérias Vestibulares; compreende Pele, Tecidos Moles e Gordura.

• Artéria do Bolbo Vestibular;
• Artéria Uretral. Tem como limites:
Ramo Terminal:
• Limites Laterais: Tuberosidades Isquiáticas;
• Artéria Profunda do Pénis; • Limite Anterior: Bordo Inferior da Sínfise Púbica;
♂ • Limite Posterior: Vértice do Cóccix;
• Artéria Dorsal do Pénis;
• Artéria Profunda do Clitóris; • Limite Superior: Músculo Elevador do Ânus;
♀ • Limite Inferior: Pele.
• Artéria Dorsal do Clitóris

114 João Pedro C. M.


Angiologia | Veias 2.4

Veias
Introdução inicial às Veias
Veias – Canal Músculo-Membranoso, que transporta sangue da periferia para o Coração.

As artérias apresentam 3 camadas/túnicas:

• Intima – endotélio;
• Média – músculo-elástica;
• Adventícia – Tecido conjuntivo.

Ao contrário das Artérias, as Veias resultam da anastomose de Veias de menor dimensão. Para
além disso chamam-se de Aferentes/Afluentes a Veias que se anastomosam a outras de
calibre maior no decorrer do seu percurso (ou seja quando as veias tem um posicionamento
semelhante à dos Ramos Colaterais nas Artérias, com a exceção que neste caso o sangue vem
dos afluentes para a Veia em questão e no caso das Artérias o sangue vai da Artéria em
questão para os Ramos Colaterais).

Quanto à Situação das Veias, estas podem ser classificadas em:

• Superficiais – são supra-aponevróticas e numerosas.


• Profundas – acompanham as Artérias Principais e estão na relação de 2 Veias por cada
Artéria (com algumas exceções: p.e. na Coxa as artérias de maior calibre são
acompanhadas por uma só veia – 1 Artéria Femoral para 1 Veia Femoral).

Ao contrário da Bomba Cardíaca que é responsável pelo impulsionamento do sangue do


Coração para a Periferia durante a Circulação Arterial, a Circulação Venosa conta com a Bomba
Muscular, sistema que se baseia na contração dos músculos para que se dê o aumento da
pressão sanguínea nos vasos e se gere assim movimento do sangue venoso.

O sistema de Bomba Muscular é também auxiliado pela existência de Válvulas Unidirecionais


(constituídas por Valvas) no interior das Veias que permitem, como o nome indica, um fluxo
unidirecional do sangue.

Varizes – varizes dilatadas e tortuosas que resultam de um possível mau funcionamento das
Válvula, o que leva a um aumento da pressão nas paredes das Veias causando assim a sua
dilatação.

João Pedro C. M. 115


2.4 Veias | Angiologia

Veias do Tronco
Veias Ilíacas Externas (N. 260 – “External Iliac Veins”)
Origem:

• Ao nível do Anel Femoral, por continuação da Veia Femoral.

Trajeto:

• Acompanham o trajeto das Artérias Ilíacas Externas;

Terminação:

• Ao nível da Articulação Sacro-Ilíaca em Confluência com as Veias Ilíacas Internas


dando origem às Veias Ilíacas Comuns.

Veias Aferentes:

• Veia Circunflexa Ilíaca Profunda;


• Veia Epigástrica Inferior;
• Veias Púbica – provêm da região posterior do Púbis.

Veias Ilíacas Internas (N. 260, 381 – “Internal Iliac Veins”)


Trajeto:

• Acompanham o trajeto das Artérias Ilíacas Internas.

Terminação:

• Ao nível da Articulação Sacro-Ilíaca em Confluência com as Veias Ilíacas Externas


dando origem às Veias Ilíacas Comuns.
Veias Aferentes

• Intra-Pélvicas:
o Parietais:
 Veias Ílio-Lombares;
 Veias Sagradas Laterais Superiores e Inferiores.

o Viscerais:
 Veias Vesicais – provêm do Plexo Venoso Pré-Vesical;
♂  Veias Prostáticas – provêm do Plexo Venoso Pré-Prostático;
 Veias Retais Médias;

 Veias Uterinas;
 Veias Vaginais.
• Extra-Pélvicos:
o Veia Obturadora;
o Veia Pudenda Interna;
o Veias Glúteas Superiores;
o Veias Glúteas Inferiores.

116 João Pedro C. M.


Angiologia | Veias 2.4

Veias Ilíacas Comuns (N. 260, 314 – “Common Iliac Veins”)

Origem:

• Ao nível da Articulação Sacro-Ilíaca, por união das Veias Ilíacas Externas e


Internas.

Trajeto:

• Acompanham o trajeto das Artérias Ilíacas Comuns, sendo que a Veia Ilíaca Comum
Direita se encontra atrás da Artéria homónima mas, a Veia Ilíaca Comum Esquerda
se encontra mais próxima da linha média do que a Artéria de mesmo nome (isto
deve-se à descentralização da Veia Cava Inferior);

Terminação:

• Ao nível do Bordo Lateral de L5, em união, formando a Veia Cava Inferior.

Veias Aferentes:

• Veia Ílio-Lombar;
• Veia Sagrada Média – ao contrário da Artéria homónima esta drena sempre para a
Veia Ilíaca Comum Esquerda.

Veia Cava Inferior

Origem:

• Bordo Lateral de L5, por confluência das Veias Ilíacas Comuns.

Trajeto:

• Ascendente, na Região Abdominal acompanhando a Artéria Aorta Abdominal (à sua


Direita), cruza o Orifício da Veia Cava Inferior (do Diafragma) e mantem o seu
trajeto ascendente na Região Torácica.
Tríade Portal –
Terminação: Conjunto formado
Veia Cava Inferior pela Veia Porta, Canal
• Face Inferior da Aurícula Direita drenando para esta. Hepático e Artéria
Hepática Própria.
Relações: Veia Porta
• Anteriores:
Canal Hepático
o Fígado;
Artéria Hepática
o 3ª Porção do Duodeno (D3);
Própria
o Cabeça do Pâncreas;
o Veia Porta (e com a restante Tríade Portal mas principalmente a Veia);
o Vasos Cólicos.

João Pedro C. M. 117


2.4 Veias | Angiologia

• Laterais Esquerdas:
o Pilar Direito do Diafragma (ocupa uma posição póstero-esquerda);
o Artéria Aorta.
• Laterais Direitas:
o Rim Direito;
D2
o Glândula Suprarrenal Direita;
o Ureter Direito; D3
o 2ª Porção do Duodeno (D2).
• Posteriores:
o Pilar Direito do Diafragma (ocupa uma posição póstero-esquerda);
o Corpos Vertebrais (e Discos Intervertebrais) ;
o Cadeia Simpática Latero-Vertebral;
o Músculo Psoas; Veia Cava Inferior
o Artérias Lombares. Cadeia Simpática Latero-Vertebral
Músculo Psoas
Veias Aferentes
• Parietais:
o Veias Lombares (4 de cada lado); Disco Intervertebral (entre L3 e L4)
o Veias Frénicas Inferiores. V. Frénicas Inferiores
• Viscerais:
V. Hepáticas
o Veia Testicular/Ovárica Direita (♂/♀);
V. Suprarrenal Dta.
o Veias Renais;
V. Renais
o Veias Hepáticas; V. Testicular/Ovárica
o Veia Suprarrenal Direita. V. Lombares (Dtas.)

Sistema Porta – Constituído por uma Veia existente entre 2 sistemas de Capilares.

Veia Porta

Origem:

• Atrás do Colo do Pâncreas por anastomose da Veia Mesentérica Superior


com a Veia Esplénica (e em certos casos ainda com a Veia Mesentérica
Inferior).

Dimensões: V. Porta

• Calibre: 1cm
V. Gástrica Esquerda
• Comprimento: 8cm V. Gástrica Direita
V. Esplénica
Trajeto:
V. Mesentérica Sup.
• Oblíquo para cima e para a direita.

118 João Pedro C. M.


Angiologia | Veias 2.4

Terminação:

• Próxima do Fígado (abaixo deste), em bifurcação. Origina assim o Ramo Esquerdo


e o Ramo Direito.
V. Porta
Relações:

• Anteriores:
o Canal Hepático Comum (localizada mais à direita);
o Artéria Hepática Própria (localizada mais à esquerda).
• Posteriores: A. Hepática Própria
o Veia Cava Inferior. Canal Hepático Comum

Veias Aferentes:

• Veia Pancreático-Duodenal Posterior e Superior;


• Veia Gástrica Esquerda;
• Veia Gástrica Direita;
• Veias Para-Umbilicais (casos raros).

Sistema Ázigos – Sistema de Veias que drena vários locais do organismo diretamente para
a Veia Cava Superior.

Veia Ázigos
Origem:

• Ao nível da Parede Posterior do Abdómen à direita da Coluna Vertebral,


pela união da Veia Subcostal Direita com a Veia Lombar Ascendente
Direita.

Trajeto:

• Ascendente, à direita da Coluna Lombar;


• Cruza o Diafragma entre o Pilar Principal e o Pilar Acessório Direito;
• Alcança o Tórax (sempre em trajeto ascendente) passa por trás do Pediculo
Pulmonar, depois inflete-se por cima do Brônquio Principal Direito (formando a
Crossa da Veia Ázigos).

Terminação: V. Intercostal Superior Direita

• Em anastomose com a Veia Cava Inferior (une-se à sua Face Posterior).

Veias Aferentes:
V. Intercostais Direitas
• Veia Intercostal Superior Direita;
V. Azigos
• Veias Intercostais Direitas;
• Veia Hemiázigos;
• Veia (Hemi-)Ázigos Acessória*.

João Pedro C. M. 119


2.4 Veias | Angiologia

Veia Hemiázigos

Origem:

• Ao nível da Parede Posterior do Abdómen à esquerda da Coluna Vertebral,


pela união da Veia Subcostal Esquerda com a Veia Lombar Ascendente
Esquerda.

Trajeto:

• Ascendente, à esquerda da Coluna Lombar;


• Cruza o Diafragma e continua a ascender ao longo do Tórax;
• Alcança T8, muda de direção passando à frente da Coluna Vertebral em direção à
Veia Ázigos.

Terminação:

• Em anastomose com a Veia Ázigos.

Veias Aferentes:

• 3-5 Últimas Veias Intercostais Esquerdas.

*Em muitos Tratados de Anatomia esta veia é


Veia (Hemi)Ázigos Acessória
denominada “Acessory Hemiazygos Vein”. O Professor
Origem: no entanto dá-lhe o nome de Veia Ázigos Acessória.

• Veia Intercostal Superior Esquerda (localizada à esquerda da Coluna


Vertebral).

Trajeto:

• Inicialmente é estritamente descendente, à esquerda da Coluna Vertebral,


passando depois à frente da mesma em direção à Veia Ázigos.

Terminação:

• Em anastomose com a Veia Ázigos.


Veia Cava Inferior
Veias Aferentes:

• 4-8 Primeiras Veias Intercostais Esquerdas.


V. (Hemi)Ázigos Acessória
V. Hemiázigos
V. Ázigos

120 João Pedro C. M.


Angiologia | Veias 2.4

Anastomoses Porto-Cava – Sistema de Veias que caso necessário, serve de união entre
a Veia Porta e os Aferentes das Veias Cavas Superior e Inferior. No entanto, estas Veias em
situações normais não funcionam como Anastomoses Porto-Cava, tendo como função única a
drenagem dos órgãos associados.

Em situações normais o sangue drenado do intestino segue o seguinte percurso:

Capilares intestinais
Esquemas das Anastomoses
Veia Porta
Porto Cava baseados nos da
Capilares Hepáticos Sebenta “O Martins”.

Veias Hepáticas

Veia Cava Inferior

Aurícula Direita (Coração)


No Caso de Cirrose Hepática os Capilares Hepáticos encontram-se obstruídos pela fibrose e o
Sangue deixa de poder passar do Fígado para a Veia Cava Inferior. De modo a evitar que haja
acumulação de sangue na Veia Porta, o mesmo passa a circular por vias alternativas que
acabam por funcionar como anastomoses.
Anastomoses Porto-Cava Esofágicas – conjunto de veias que une as Veias
Gástricas (aferentes da Veia Porta) às Veias Frénicas Inferiores e às Veias Ázigos
(aferentes das Veias Cavas). Estas anastomoses geram a formação de
Veia Porta Varizes Esofágicas que aquando de
movimentos mais bruscos (ex. vómito)
Veias Gástricas
podem sofrer hemorragias.
Veias Esofágicas Inferiores

Veias Frénicas Inferiores Sistema Ázigos

Veia Cava Inferior Veia Cava Superior


Anastomoses Porto-Cava Para-Umbilicais – conjunto de veias que une o
Ramo Esquerdo da Veia Porta às Veias Epigástricas, veias que drenam naturalmente
para as Veias Cavas.
Ramo Esquerdo da Veia Porta
Estas anastomoses provocam a
formação de Varizes na Parede Veias Para-Umbilicais
Abdominal.
Umbigo

Veia Epigástrica Superior Veia Epigástrica Inferior Veias Epigástricas Superifiais

Veia Torácica Interna Veia Femoral

Veia Subclávia Veia Ilíaca Externa

Tronco Braquiocefálico Venoso Veia Ilíaca Comum

Veia Cava Superior Veia Cava Inferior

João Pedro C. M. 121


2.4 Veias | Angiologia

Anastomoses Porto-Cava Retais – conjunto de veias localizadas na parede do


Reto e que unem a Veia Retal Média (aferente da Mesentérica Inferior) com as Veias
Retais Inferiores (aferentes da Veia Pudenda Interna) e Retais Médias (aferentes das
Ilíacas Internas).

Veia Porta

Veia Esplénica

Veias Mesentérica Inferior

Veia Retal Superior

Veia Retal Média Veia Retal Inferior

Veia Ilíaca Interna Veia Pudenda Interna

Veia Ilíaca Comum

Veia Cava Inferior

Anastomoses Porto-Cava Retro-Peritoneais – conjunto de veias que unem


as Veias Colicas às Veias Lombares (que são aferentes da Veia Cava Inferior).

Veia Porta

Veia Mesentérica Superior Veia Esplénica

Veias Mesentérica Inferior

Veias Cólicas

Veias Retro-Peritoneais

Veias Lombares

Veia Cava Inferior

122 João Pedro C. M.


Angiologia | Linfáticos 2.4

Linfáticos
Introdução inicial aos Linfáticos
Sistema Linfático – conjunto de Vasos e Gânglios Linfáticos com a função de defesa e
transporte de linfa intersticial e moléculas de grande Calibre que não conseguem ser
reabsorvidas pelos capilares sanguíneos e se mantêm no espaço intersticial.

Linfa – líquido semelhante ao plasma, rico em proteínas e outras macromoléculas.

Vasos Linfáticos – vasos altamente permeáveis, capazes de absorver resíduos celulares e


outras macromoléculas e proteínas que não são reabsorvidos pelos capilares sanguíneos. São
também permeáveis à passagem de células e micro-organismos. Têm uma grande quantidade
de Válvulas.

Gânglios Linfáticos – dilatações na rede de Vasos Linfáticos que se subdividem em 2 partes:

• Medula – é central;
• Córtex – é periférico.

Os Gânglios são estruturas que apresentam vários aferentes (entradas), podendo ser 3 ou mais,
e apenas 1 eferente (saída).

Nos Gânglios ficam retidas células malignas e micro-organismos (evitando a sua propagação
pelo organismo), e por isso só é natural que dentro destas estruturas seja possível
encontrarem-se linfócitos. Se infetarem, os Gânglios Linfáticos podem aumentar de volume.

Nota: Linfadenectomia – operação


Órgãos Linfoides Primários: cirúrgica na qual são extraídos Gânglios
Linfáticos de um local específico ao
• Medula Óssea; paciente - p.e. em casos de tumor do
• Timo. Estomago retiram-se pelo menos 15 dos
Gânglios em redor do Estomago, com 3
intuitos:
Órgãos Linfoides Secundários:
1. Estudar o Tumor;
• Gânglios Linfáticos;
2. Diminuir a probabilidade de
• Tecido Linfático Difuso;
reincidência desse timor;
• Nódulos Linfáticos;
3. Aumentar a sobrevida.
• Anel Linfático Faríngeo – Amígdalas/Tonsilas;
• Baço.

João Pedro C. M. 123


2.4 Linfáticos | Angiologia

Vasos Linfáticos do Tronco


Canal Torácico

Origem:

• Cisterna Quilífera, localizada no Abdómen à frente dos Corpos Vertebrais e


atrás da Artéria Aorta.

Trajeto:

• Ascendente, sempre próximo da Coluna Vertebral.


• Atravessa o Diafragma, mantendo o seu trajeto vertical na Região Torácica
(durante o seu trajeto torácico passa obliquamente à frente da Coluna Vertebral);
• Ao alcançar o Orifício Superior do Tórax, inflete-se para a frente e para a
esquerda (Crossa do Canal Torácico) dirigindo-se a partir dai para a sua
terminação.

Terminação:

• Na confluência da Veia Subclávia Esquerda com a Veia Jugular Interna Esquerda.

Faz a Drenagem Linfática de:

• Membros Inferiores;
• Abdómen;
• Metade Esquerda da Cabeça; Canal Torácico
• Metade Esquerda do Pescoço;
• Metade Esquerda do Tórax;
• Membro Superior Esquerdo.

Vasos Aferentes:

• Tronco Broncomediastínico Esquerdo;


o Drena a metade esquerda do Tórax.
• Tronco Jugular Esquerdo;
o Drena a metade esquerda da Cabeça e Pescoço.
• Tronco Subclávio Esquerdo;
o Drena o Membro Superior Esquerdo.
• Troncos Intestinais e Troncos Lombares. Cisterna Quilífera
o Drena o Abdómen e Membros Inferiores.

Canal Linfático Direito – Homólogo direito do Canal Torácico.

Terminação:

• Na confluência da Veia Subclávia Direta com a Veia Jugular Interna Direita

124 João Pedro C. M.


Angiologia | Linfáticos 2.4

Faz a Drenagem Linfática de:

• Metade Direita da Cabeça;


• Metade Direita do Pescoço;
• Metade Direita do Tórax;
• Membro Superior Direito.

Vasos Aferentes:
Muitas Vezes o Canal Linfático
• Tronco Broncomediastinico Direito; Direito não existe uma vez que
o Drena a metade direita do Tórax. os seus afluentes drenam
• Tronco Jugular Direito; individualmente no local de
o Drena a metade direita da Cabeça e Pescoço. terminação da estrutura.
• Tronco Subclávio Direito.
o Drena o Membro Superior Direito.

João Pedro C. M. 125


2.4 Linfáticos | Angiologia

Grupos Ganglionares do Tronco


1. Gânglios Pélvicos – presentes na Escavação Pélvica
• Gânglios Ilíacos Internos;
• Gânglios Ilíacos Externos;
• Gânglios Ilíacos Comuns;
• Gânglios Ilíacos Pré-Sagrados.

2. Gânglios Abdominais
• Gânglios Pré-Aórticos:
o Gânglios Celíacos – Relacionados com o Tronco Celíaco.
Dividem-se em 3 grupos:
 Gânglios Gástricos;
 Gânglios Hepáticos;
 Gânglios Pancreático-Esplénicos.
Drenam para:
 Troncos Intestinais – Dirigem-se para a Cisterna Quilífera.

o Gânglios Mesentéricos Superiores – Relacionados com o local de origem


da Artéria Mesentérica Superior. Recebem linfa do Intestino Delgado e
Metade Direita do Cólon.
Dividem-se em 3 grupos:
 Gânglios Periféricos;
 Gânglios Intermédios;
 Gânglios Centrais.
Drenam para:
• Troncos Intestinais – Dirigem-se para a Cisterna Quilífera.

o Gânglios Mesentéricos Inferiores – Relacionados com o local de origem da


Artéria Mesentérica Inferior. Recebem linfa da Metade Esquerda do Cólon
e Reto.
Dividem-se em 2 grupos:
 Gânglios Mesentéricos:
• Gânglios Periféricos;
• Gânglios Intermédios;
• Gânglios Centrais.
 Gânglios Mesocólicos:
• Gânglios Epicólicos;
• Gânglios Periféricos;
• Gânglios Intermédios;
• Gânglios Centrais.
Drenam para:
• Troncos Intestinais – Dirigem-se para a Cisterna Quilífera.

• Gânglios Latero e Retro-Aórticos – Recebem linfa dos Rins, Testículos e Ovários.


126 João Pedro C. M.
Angiologia | Linfáticos 2.4

3. Gânglios Torácicos (N. 235):


• Parietais:
o Gânglios Torácicos Internos;
o Gânglios Intercostais;
o Gânglios Diafragmáticos.
• Viscerais:
o Gânglios Intertraqueobrônquicos;
o Gânglios Mediastínicos;
o Gânglios Braquiocefálicos.

Gânglios Celíacos

G. Mesentéricos Sup.

G. Mesentérico Inf.

G. Látero-Aórticos

G. Ilíacos Comuns
G. Ilíacos Internos
G. Ilíacos Pré-Sagrados
G. Ilíacos Externos

João Pedro C. M. 127


2.4 Linfáticos | Angiologia

128 João Pedro C. M.


Anatomia I
2.5 Nevrologia
Lecionado por: Professor António Bernardes

Conteúdo
• Introdução inicial à Nevrologia .......................................................................... 130
• Nervos Encéfalo-Espinhais ................................................................................. 131
• Sistema Nervoso Vegetativo ................................................................................ 139
o Sistema Toraco-Abdomino-Pélvico ............................................................ 141
2.5 Nevrologia

Introdução inicial à Nevrologia


Encéfalo
Central (SNC)
Medula Espinhal
Sistema Nervoso
Nervos Cranianos/Encefálicos (12 pares) – abandonam
Periférico (SNP) o SNC por orifícios localizados no Crânio
Nervos Raquidianos/Espinhais (31 pares) – abandonam
o SNC através dos Buracos Intervertebrais

O Sistema Nervoso é constituído por Neurónios (célula nervosa). Estas células apresentam:

• Corpo Celular – apresenta o núcleo da célula e é onde se localizam os organelos da


mesma. O aglomerado de Corpos Celulares constitui a Substância Cinzenta.
A localização dos Corpos Celulares nos diversos Órgãos do SNC é diferente:
• Encéfalo – localiza-se à periferia e nos Núcleos Cinzentos Centrais.
• Medula Espinhal – localizam-se ao centro, dispondo-se em forma de “H”.

• Axónio – prolongamento maior e único que parte do Corpo Celular. O aglomerado de


Axónios constitui a Sustância Branca.
A localização dos Axónios nos diversos Órgãos do SNC é diferente:
• Encéfalo – localiza-se ao centro.
• Medula Espinhal – localizam-se à periferia, em redor do “H”.

• Dendrites – prolongamentos mais pequenos e numerosos que partem do Corpo


Celular.

Os Nervos podem ser classificados em: *Fazem parte do “Sensory-somatic nervous system” (ao contrário dos
neurovegetativos que pertencem ao “Autonomic nervous system”).

Nervos Cranianos/Encefálicos – (12 pares) do Encéfalo


Encéfalo-Espinhais*
Nervos Raquidianos/Espinhais – (31 pares) da Medula Espinhal
Nervos
Invólucros dos Nervos:
• Epinervo – camada exterior que
Neurovegetativos (Nervos Involuntários)
envolve vários Fascículos;
• Perinervo – camada que envolve
um fascículo (conj. de axónios);
Funções dos Nervos: • Endonervo – camada que envolve
cada axónio.
• Sensitivos – responsáveis pela sensibilidade em geral;
• Sensoriais – relacionados com a sensibilidade dos órgãos dos sentidos;
• Motores: Nota: O mesmo nervo pode transportar
o Somáticos – responsáveis pelas ações voluntárias; simultaneamente Inervação Somática
o Vegetativos – responsáveis pelas ações involuntárias; (Voluntária) e Vegetativa (involuntária).
o Secretores – responsáveis pela excreção das secreções glandulares (involuntário).

130 João Pedro C. M.


Nevrologia 2.5

Nervos Encéfalo-Espinhais
Nervo Vago/X Par Craniano

Tipo: Nervo Misto


Origem:
• Medula Oblongata, localizada no Tronco Cerebral.
Trajeto:
• Sai do Crânio pelo Forâmen Jugular;
• Desce posteriormente à Artéria Carótida (Interna acima e mais abaixo, Comum) e
*Ocorre uma à Veia Jugular Interna (constituindo em conjunto com estas o Pedículo/Feixe
rotação do Trato Vasculonervoso do Pescoço);
Digestivo próximo • Nervo Vago Direito: Passa à frente da Artéria Subclávia Direita, entre esta e o
do Estomago no Tronco Braquiocefálico Venoso Direito (dá aqui Nervo Recorrente Laríngeo Direito);
desenvolvimento • Nervo Vago Esquerdo: Passa entre a Crossa da Aorta o Tronco Braquiocefálico
embrionário. Isto Venoso Esquerdo (dá aqui Nervo Recorrente Laríngeo Esquerdo);
leva a que haja a • Os 2 Nervos Vagos continuam o seu trajeto descendente, acompanhando o
alteração na Esófago e ao atingir a sua porção média dividem-se formando o Plexo Esofágico;
localização dos • Mais abaixo o Plexo rearranja-se formando novamente 2 troncos:
Nervos Vagos o Nervo Vago Anterior* – anterior Nervo Vago Esquerdo;
após o Plexo o Nervo Vago Posterior* – anterior Nervo Vago Direito.
esofágico. • O Nervo Vago Anterior ao alcançar o Estomago passa a percorrer a Pequena
Curvatura do Estomago até alcançar o Antro.
N. Vago Dto.
Terminação: N. Vago Esq.
• Ao nível do Colon Transverso.

Ramos:
• Nervo Vago Anterior:
o Ramo Hepático;
o Ramos Gástricos;
o Ramos Celíacos. Plexo Esofágico
• Nervo Vago Posterior: N. Vago Anterior
o Ramos Gástricos; N. Vago Posterior
o Ramos Celíacos. Ramo Celíaco
Ramos Gástricos
Inerva: Ramo Hepático
• Laringe e Faringe;
• Traqueia e Brônquios;
• Pulmões;
• Coração; Vista Anterior Vista Posterior
• Todas as Vísceras localizadas acima do Colon Transverso excetuando as
Glândulas Suprarrenais. O Cólon também é inervado pelo Nervo Vago (até ao
Ângulo Esplénico) bem como o Jejuno-Ílio.

João Pedro C. M. 131


2.5 Nevrologia
N. Recorrente Laríngeo Esquerdo
N. Recorrente Laríngeo Direito
• Nervo Recorrente Laríngeo
Origem:
• Nervo Recorrente Direito: Ramo Colateral do Nervo Vago, ao Nível da
Artéria Subclávia
• Nervo Recorrente Esquerdo: Ramo Colateral do Nervo Vago, nasce à
frente da Crossa da Aorta.

Trajeto:

Ascendente (no caso do Recorrente Esquerdo contorna por baixo o Arco
Aórtico antes de iniciar o seu trajeto ascendente e no caso do Direito
Vista Posterior contorna por baixo a Artéria Subclávia Direita), entre a Traqueia e o
Esófago, em direção à Laringe;
O N. Recorrente Laríngeo • Ao atingir o Músculo Constritor Inferior da Faringe torna-se profundo.
M. Constritor Inferior da Faringe
Esquerdo é mais comprido Inervação:
N. Recorrente Laríngeo Direito
que o Direito.
• Músculos Laríngeos (à exceção do Músculo Crico-Tiroideu).

Nervo Frénico
Tipo: Nervo Misto Nervo Frénico Esquerdo
Origem: Nervo Frénico Direito

• União dos Ramos Anteriores dos Nervos Espinhais de C3, C4 e C5.

Trajeto:

• Desce na Face Anterior do Músculo Escaleno Anterior;


• Entra no Tórax pelo Orifício Superior do Tórax/Opérculo Torácico;
• Passa à frente da Artéria Subclávia, entre esta e a Veia;
• Passa a relacionar-se com o Vértice do Pulmão;
• Nervo Frénico Direito: Passa muito próximo da Veia Cava Superior (entre esta e o
Pulmão Direito);
• Nervo Frénico Esquerdo: Passa à frente da Crossa da Aorta e atrás do Tronco
Braquiocefálico Venoso;
• Continuam o seu trajeto descendente, passando à frente do Pedículo Pulmonar.
• Encontram-se com o Pericárdio (para o qual enviam ramos) e continuam a descer
na sua proximidade;
• Nervo Frénico Direito: sendo mais vertical, atravessa o Diafragma numa posição
mais mediana que o Esquerdo;
• Nervo Frénico Esquerdo: afasta-se da Linha Média devido ao contorno esquerdo
do Coração ser mais proeminente para a esquerda. Atravessa, por isso, o
Diafragma mais afastado da Linha Média que o Nervo Frénico Direito.

Terminação:

• Ao nível do Diafragma (abaixo deste).

132 João Pedro C. M.


Nevrologia 2.5

Ramos Colaterais:

• Ramo Pericárdicos;
• Ramos para a Cúpula da Pleura;
• Ramos para a Região subdiafragmática do Peritoneu.
Inerva:
Devido à sua Localização e
• Diafragma – inervação motora;
Inervação quando há uma dor
• Pericárdio;
no Diafragma, esta tende a
• Cúpula da Pleura;
irradiar para o Ombro.
• Peritoneu (porção Subdiafragmática).

Nervos Espinhais
Nota: Cada Nervo Espinhal é responsável por
Origem: inervar um Dermátomo do Corpo.

• União das Raízes Anterior (ou Motora) e Posterior (ou Sensitiva) provenientes da
Medula Espinhal, ao nível do Buraco Intervertebral.
Raiz Anterior
Trajeto:
Nervo Espinhal
• Curto, na proximidade do Buraco Intervertebral. Raiz Posterior
Ramo Anterior
(Provida de
Terminação: Ramo Posterior Gânglio Espinhal)
• Em Bifurcação originando um Ramo Posterior (ou Dorsal) e um Ramo Anterior
(ou Ventral).

1. Plexo Cervical O Plexo Cervical é matéria de


Origem: Anatomia III.

• União dos Ramos Anteriores de C1-C4.

Inervação:
• Região Cervical (Sensitiva);
• Músculos da Região Cervical;
• Metade Superior da Região Escapular (sensitiva).

2. Plexo Braquial O Plexo Braquial é matéria de


Anatomia II.
Origem:
• União dos Ramos Anteriores de C5-T1.

Inervação:
• Membro Superior (Sensitiva e Motora);
• Metade inferior da Região Escapular (Sensitiva);
• Diversos músculos da proximidade da Cintura Escapular.

João Pedro C. M. 133


2.5 Nevrologia

3. Nervos Intercostais (e Subcostal)


Origem:

• Ramos Anteriores de T1 – T11 (cada um destes origina 1 N. Intercostal);


• Ramo Anterior de T12 (no caso do Nervo Subcostal).

Trajeto:

• Caminham com a Artéria e a Veia Intercostais no Espaço Intercostal,


passando entre o Músculo Intercostal Interno e o Músculo Intercostal
Médio.
• Ao chegar à Região Lateral do Tórax emite um ramo colateral, o Ramo
Nervos Intercostais Cutâneo Lateral;
• Continua o seu trajeto até alcançar a Linha Média da Parede Toraco-
Abdominal Anterior;
• Os Nervos Intercostais 7º-11º e o Subcostal têm um trajeto mais oblíquo
permitindo que alcancem a Parede Abdominal Anterior no final do seu
trajeto;
• Terminam o seu trajeto emitindo os Ramos Cutâneos Anteriores (Ramo
Terminal) ao nível do Bordo Lateral do Esterno.

Inervação (in Netter):

• Músculos Intercostais, Transverso do Tórax, Serratus Posterior Superior,


Ramos Cutâneos
Laterais Serratus Posterior Inferior;
• Músculos da Parede Abdominal – M. Reto Abdominal, Obliquo Interno
Ramos Cutâneos e Externo, Transverso Abdominal.
Anteriores • Pele da região abrangida pelo seu trajeto.
(A Inervação destes músculos é feita por Nervos Intercostais específicos
e não por todos ao mesmo tempo, p.e. o Reto abdominal é inervado
pelos intercostais de T7-T11 e Subcostal.)
4. Plexo Lombar
Origem:
• União dos Ramos Anteriores de L1-L4 recebendo também um Ramo de
T12.

Localização: L1
L2
• Entre o Músculo Psoas e o Músculo Quadrado Lombar.
L3
N. Ílio-Hipogástrico
Ramos Colaterais: L4
N. Ílio-Inguinal
• Nervo Ílio-Hipogástrico; N. Genito-Femoral (cortado)
• Nervo Ílio-Inguinal; N. Cutâneo Femoral Lateral
N. Femoral
• Nervo Génito-Femoral;
N. Obturador
• Nervo Cutâneo Femoral Lateral.

134 João Pedro C. M.


Nevrologia 2.5

Ramos Terminais:

• Nervo Obturador;
• Nervo Femoral.

• Nervo Ílio-Hipogástrico
Tipo: Nervo Misto
Origem:
• Ramo Colateral do Plexo Lombar – Ramo Anterior de L1;

Trajeto:
• Encontra-se inicialmente entre o M. Quadrado Lombar e o M. Psoas;
• Entra na espessura da Parede Abdominal Ântero-Lateral entre os
Músculos Oblíquo Interno e Transverso Abdominal;
• Passa por cima da Crista Ilíaca e perfura o Músculo Obliquo Interno ao
alcançar a Espinha Ilíaca Ântero-Superior, caminhado entre o Músculos
Oblíquo Externo e Interno;
• Passa por cima do Trajeto Inguinal (sem o percorrer);
• Na Região Hipogástrica perfura o Músculo Oblíquo Externo alcançando o
Tecido Celular Subcutâneo e a Pele.

Inervação:
• Região Hipogástrica.

• Nervo Ílio-Inguinal
Tipo: Nervo Misto
Origem:
• Ramo Colateral do Plexo Lombar – Ramo Anterior de L1;

Trajeto:
• Encontra-se inicialmente entre o M. Quadrado Lombar e o M. Psoas;
• Entra na espessura da Parede Abdominal Ântero-Lateral entre os
Músculos Oblíquo Interno e Transverso Abdominal;
• Ao alcançar o Orifício Inguinal Profundo, encontra o Cordão
Espermático/Ligamento Redondo do Útero (♂/♀), acompanha-o,
atravessando o Canal Inguinal até alcançar os Testículos/Grandes Lábios
(♂/♀).

Inervação:
• Bolsas Testiculares (♂);
• Raiz do Pénis (♂);
• Grandes Lábios (♀).

João Pedro C. M. 135


2.5 Nevrologia

• Nervo Génito-Femoral
Tipo: Nervo Misto

Origem:

• Ramo Colateral do Plexo Lombar – Ramos Anteriores de L1 e L2;

Trajeto:

• Atravessa o Músculo Psoas e desce à frente deste terminando em


bifurcação.

Ramos Terminais:

• Ramo Genital – percorre o trajeto inguinal inervando o Escroto (♂) e os


Grandes Lábios (♀);
• Ramo Femoral – inerva a raiz da coxa sensitivamente.

• Nervo Cutâneo Femoral Lateral


Tipo: Nervo Sensitivo

Origem:

• Ramo Colateral do Plexo Lombar – Ramos Anteriores de L2 e L3;

Trajeto:

• Passa entre o Quadrado Lombar e o Músculo Psoas;


• Seguidamente desce à frente do Músculo Ilíaco;
• Depois passa pela Incisura do Nervo Cutâneo Femoral Lateral (no Osso
Coxal) alcançando a raiz da coxa.

Inervação:

• Face Antero-Externa da Coxa (sensitivamente).

• Nervo Obturador (in Anatomia II - Carolina V. Monteiro)


Tipo: Nervo Misto

Origem:

• Ramo Terminal do Plexo Lombar – Ramos Anteriores de L2, L3 e L4;

Trajeto:

• Desce à frente da Articulação Sacro-Ilíaca, junto ao Bordo Interno do


Músculo Psoas;
• Sai pela Bacia através do Buraco Obturado, pela Goteira Infra-Púbica
onde termina em bifurcação.

136 João Pedro C. M.


Nevrologia 2.5

Ramos Terminais:

• Ramo Anterior;
• Ramo Posterior.

• Nervo Femoral (in Anatomia II - Carolina V. Monteiro)


Tipo: Nervo Misto

Origem:
• Ramo Terminal do Plexo Lombar – Ramos Anteriores de L2, L3 e L4;

Trajeto:
• Passa entre o Músculo Psoas e o Músculo Quadrado Lombar;
• Desce junto ao Bordo Externo do Músculo Psoas;
• Passa por trás e por baixo do Ligamento Inguinal, ao nível do Anel
Femoral (separado deste pelo Ligamento Ílio-Pectíneo) onde termina.

Ramos Terminais:
• Nervo Cutâneo Femoral Anterior Medial; Inervam a Região Anterior
• Nervo Cutâneo Femoral Anterior Intermédio; da Coxa.
• Ramo para o M. Quadricípite Femoral – motor;
• Nervo Safeno – inerva as Regiões Antero-Interna da Perna e Interna do Pé.

5. Plexo Sagrado – apresenta uma forma triangular (vértice voltado para o Grande
Forâmen Ciático).

Origem:
• União dos Ramos Anteriores de L4-S3 (no caso das Vértebras Sagradas,
os Ramos Anteriores saem pelos Forâmen Sagrados Anteriores).

Localização:
• Na Escavação Pélvica, à frente do Músculo Piriforme.

Ramos Colaterais: Os Ramos Colaterais e


Terminal do Plexo Sagrado
• Nervo para o M. Piriforme;
são matéria de Anatomia II.
• Nervo Glúteo Superior;
• Nervo Glúteo Inferior;
• Nervo Cutâneo Femoral Posterior;
• Nervo para o M. Obturador Interno;
• Nervo para o M. Quadrado Femoral.

Ramo Terminal:
• Nervo Ciático.

João Pedro C. M. 137


2.5 Nevrologia

6. Plexo Pudendo

Origem:

• União dos Ramos Anteriores de S2-S4 (no caso das Vértebras Sagradas,
os Ramos Anteriores saem pelos Forâmen Sagrados Anteriores).

• Nervo Pudendo
Trajeto:

• Sai da Escavação Pélvica pelo Grande Forâmen Ciático;


• Contorna a Espinha Isquiática;
• Entra novamente na Escavação Pélvica (mais especificamente no
Períneo) pelo Forâmen Pequeno Ciático;
• Caminha na Face Interna da Tuberosidade Isquiática e dirige-se
para a Sínfise Púbica.

Ramos:

• Nervos Retais Inferiores;


• Nervo Perineal – inerva da pele do da Região Genital;
• Nervo Dorsal do Pénis/do Clitóris (♂/♀).

7. Plexo Coccígeo

Origem:

• União dos Ramos Anteriores de S4 e S5 e do Nervo Coccígeo.

Inervação:

• Músculo Elevador Do Ânus (em conjunto com o Nervo Pudendo);


• Músculo Coccígeo (em conjunto com o Nervo Pudendo);
• Pele da Região do Cóccix.
T12
L1

L2
Plexo Lombar L4
L3 L5
L4 S1

L5 S2
S1
Plexo Sagrado S3
S2
S3 S4
S4
S5 Plexo Coccígeo S5
Co1

Nervo Pudendo Nervo Coccígeo

138 João Pedro C. M.


Nevrologia 2.5

Sistema Nervoso Vegetativo


Ambos os sistemas nervosos (somático e vegetativo) têm 3 tipos de Neurónios:

• Aferentes/Sensitivos – trazem a informação da periferia


Localização dos seus Constituintes Celulares no Sistema Nervoso Vegetativo:
o Corpos Celulares – nos Gânglios Espinhais (dilatação da Raiz Posterior que
origina o Nervo Espinhal);
o Axónios – dentro e fora da Medula Espinhal.
Localização dos seus Constituintes Celulares no Sistema Nervoso Somático:
o Corpos Celulares – nos Gânglios Espinhais (dilatação da Raiz Posterior que
origina o Nervo Espinhal);
o Axónios – fora da Medula Espinhal e no seu limiar.

• Conectores/Pré-Ganglionares/Intercalares – localizados no SNC, estabelecem a união


entre os Neurónios Sensitivos e os Motores
Localização dos seus Constituintes Celulares no Sistema Nervoso Vegetativo:
o Corpos Celulares – na Medula Espinhal;
o Axónios – saem pela Raiz Anterior/Motora, entram no Nervo Espinhal e dirige-
se para a Cadeia Simpática Latero-Vertebral.
Localização dos seus Constituintes Celulares no Sistema Nervoso Somático:
o Corpos Celulares – dentro da Medula Espinhal;
o Axónios – dentro da Medula Espinhal.

• Eferentes/Pós-Ganglionares/Motores – trazem informação do centro (SNC) para a


periferia.
Localização dos seus Constituintes Celulares no Sistema Nervoso Vegetativo:
o Corpos Celulares – nos Gânglios da Cadeia Simpática Latero-Vertebral ou em
Gânglios Periféricos;
o Axónios – fora da Medula Espinhal.
Localização dos seus Constituintes Celulares no Sistema Nervoso Somático:
o Corpos Celulares – dentro da Medula Espinhal;
o Axónios – Saem da Medula Espinhal pelas Raízes Anteriores em direção ao seu
destino.

Gânglio Espinhal
(Na Raiz Posterior)
Legenda:
Gânglios Aferentes; Cadeia Simpática
Raiz Anterior Latero-Vertebral
Gânglios Conetores;
Gânglios Eferentes. Sistema Nervoso Somático Sistema Nervoso Vegetativo

Nota: As Fibras do Sistema Nervoso “Somato-Sensorial” existem em conjunto com as fibras


do Sistema Nervoso Vegetativo nos Nervos Cranianos e nos Raquidianos.

João Pedro C. M. 139


2.5 Nevrologia

Localização dos Corpos Celulares dos Neurónios Conectores no Sistema Nervoso Vegetativo:

• Parassimpáticos – localizam-se em 2 locais distintos:


o Tronco Cerebral – os seus axónios saem com os Nervos Cranianos;
o Coluna Lombar – os seus axónios saem com os Nervos de S2, S3 e S4.
• Simpático – Localizados ao longo de toda a Medula Espinhal.
• Entéricos – Localizam-se na Parede do Tubo Digestivo. Nota: O Sistema Nervoso Simpático
prepara o organismo para uma
emergência (p.e. aumento da Frequência
Cardíaca). O Parassimpático conserva e
restabelece a energia do organismo.
Trajeto do Impulso Nervoso no Sistema Nervoso Vegetativo:

Neurónio da Víscera

Gânglio da Cadeia Latero-Vertebral (não faz sinapse)

Ramo Comunicante Branco

Nervo Espinhal

Gânglio Espinhal

Fica na Medula Sobe até ao Hipotálamo

Diferenças entre os Neurónios Simpáticos e o Parassimpáticos:


1. Local dos Núcleos (mencionado anteriormente);
2. Nervos que “transportam” esses Neurónios – no Parassimpático os que vêm da
Medula Oblongata são transportados pelo Nervo Vago e os que vêm da Medula
Lombar são transportados pelo Nervo Pudendo. Já Cadeia Simpática Latero-Vertebral
é a principal estrutura “transportadora” de neurónios do Sistema Nervoso Simpático.
3. Comprimentos dos neurónios Pré e Pós-Ganglionares – os Neurónios Conectores do
Sistema Nervoso Parassimpático são mais compridos porque começam no Tronco
Cerebral/Medula Lombar e vão terminar na própria Parede das Vísceras, enquanto os
do Sistema Nervoso Simpático começam na Cadeia Simpática Latero-Vertebral e
terminam nos Gânglios Pré-Vertebrais e Justa-Viscerais.

140 João Pedro C. M.


Nevrologia 2.5

Sistema Toraco-Abdomino-Pélvico
Cadeia Simpática Latero-Vertebral
Cadeia Simpática Latero-Vertebral
Forma:

• Apresenta dilatações que lhe conferem a forma de um rosário.


• As dilatações correspondem a Gânglios de Corpos Celulares de Neurónios Eferentes.

Trajeto:

• Descendente, em posição paramediana, de cada lado da Coluna Vertebral.


• À medida que descem, estas cadeias aproximam-se da Linha Média, unindo-se ao
nível do Cóccix.
A Cadeia Simpática e os seus
Ramos Colaterais (podem ser aferentes ou eferentes): colaterais são apenas
responsáveis pela Inervação
• Ramos Comunicantes Brancos;
Simpática dos órgãos. A
• Ramos Comunicantes Cinzentos;
parassimpática vem do Nervo
N. Torácicos • Nervos Torácicos;
Vago e da Medula Lombar.
(para o Plexo Cardiaco) • Nervos Esplâncnicos Torácicos;
R. Comunicantes • Nervos Esplâncnicos Lombares;
Brancos e Cinzentos • Nervos Esplâncnicos Sagrados.

• Nervos Comunicantes Brancos - Unem a Cadeia Simpática Latero-


Vertebral à Medula Espinhal e contêm Neurónios Aferentes e Eferentes

• Nervos Comunicantes Cinzentos - Unem a Cadeia Simpática Latero-


Vertebral à Medula Espinhal e contêm apenas Neurónios Eferentes (à Cadeia
Simpática Latero-Vertebral).

• Nervos Torácicos - Abandonam as Cadeias Simpáticas Latero-Vertebrais


(1º-5º Gânglios) e dirigem-se para os Órgãos Torácicos.
Formam Vários Plexos:
• Plexo Pulmonar – Inerva os Pulmões;
• Plexo Cardíaco – inerva o Coração;
• Plexo Esofágico – Inerva o Esófago.

• Nervos Esplâncnicos Torácicos - Nascem no Toráx e dirigem-se para o


Abdómen de modo a inervar os órgãos digestivos. São constituídos
exclusivamente por Neurónios Eferentes.
Ao todo são 3:
N. Último Esplâncnico Torácico
N. Pequeno Esplâncnico Torácico • Nervo Grande Esplâncnico Torácico – resulta da união das raízes do
N. Grande Esplâncnico Torácico 5º-9º Gânglios;
Os Nervos Esplâncnicos são • Nervo Pequeno Esplâncnico Torácico – resulta da união das raízes do
Constituídos apenas por 10º-11º Gânglios;
Neurónios Pré-Ganglionares. • Nervo Último Esplâncnico Torácico – resulta da raiz do 12º Gânglio.

João Pedro C. M. 141


2.5 Nevrologia

Os Nervos Esplâncnicos Torácicos vão para os Gânglios Pré-Aórticos, mais


especificamente para o Plexo Celíaco (onde se situam os Corpos Celulares dos
Neurónios Eferentes) que depois vão emitir ramos para o Fígado, Pâncreas,
Estomago, Rim.

• Nervos Esplâncnicos Lombares - Nascem dos Gânglios de L1-L4 e


inervam o Intestino Delgado e o Cólon.

• Nervos Esplâncnicos Sagrados – Estes nervos vêm da porção sagrada


da Cadeia Simpática Latero-Vertebral e inervam o a Bexiga e Órgãos Genitais.

Gânglios e Plexos Pré-Vertebrais e Justa-Viscerais


• Localizam-se fora da Medula Espinhal e fora da Cadeia Simpática Latero-Vertebral, à
frente da Aorta.
• São Gânglios de Corpos Celulares de Neurónios Eferentes.

Existem diversos Plexos Pré-Vertebrais e Justa-Viscerais:

• Plexo Celíaco;
• Plexo Intermesentérico;
• Plexo Mesentérico Inferior;
• Plexo Hipogástrico Superior;
• Plexos Hipogástricos Inferiores;
• Plexos Viscerais.

• Plexo Celíaco – Conjunto de nervos e gânglios (de neurónios eferentes)


localizados à frente da Aorta e em redor do Tronco Celíaco.
É formado por diversos Gânglios:
• Gânglios Celíacos – A estes chegam diversos nervos:
o Vértice Externo: recebe o Nervo Grande Esplâncnico Torácico;
o Vértice Interno: recebe o Ramo Celíaco do Nervo Vago;
o Bordo Superior (côncavo) – recebe o Nervo Frénico;
o Bordo Inferior (convexo) – recebe o Nervo Pequeno
Esplâncnico Torácico.
• Gânglios Aórtico-Renais;
• Gânglio Mesentérico Superior;
• Gânglio Frénico.

• Plexo Intermesentérico – Situado à frente da Aorta, no intervalo


compreendido entre a origem da Artéria Mesentérica Superior e da Artéria
Mesentérica Inferior.

142 João Pedro C. M.


Nevrologia 2.5

• Plexo Mesentérico Inferior – Situado na Raiz da Artéria Mesentérica


Inferior.

• Plexo Hipogástrico Superior – Nasce à frente do Promontório, na


bifurcação das Artérias Ilíacas Comuns.

• Plexos Hipogástricos Inferiores – São 2 e situam-se próximo dos


Vasos Ilíacos Internos, de cada lado da Escavação Pélvica.
Recebe nervos simpáticos e parassimpáticos provenientes de locais distintos:
• Nervos simpáticos: do Tronco Simpático Latero-Vertebral;
• Nervos Parassimpáticos: da Medula Lombar (através dos Nervos
Pudendos).
Destes Plexos partem nervos para o Reto e para o controlo da micção.

• Plexos Viscerais – Localizados na Parede do Intestino:


• Plexo Intermientérico: entre as 2 Camadas Musculares do Intestino;
• Plexo Submucoso: abaixo da Camada Submucosa do Intestino.

Plexo Intermientérico

Plexo Submucoso

Plexo Celíaco

Plexo Intermesentérico
Plexo Mesentérico Inferior

Plexo Hipogástrico Superior

Plexos Hipogástricos Inferiores

João Pedro C. M. 143


2.5 Nevrologia

144 João Pedro C. M.


Anatomia I
E. Tiroide e Mama
Lecionado por: Professor António Bernardes

Gostaria de expressar os meus sinceros agradecimentos aos alunos Miguel Oliveira e Sara
Rodrigues por tão amavelmente cederem os apontamentos relativos a Tiroide e Mama
(respetivamente).

Conteúdo
• Tiroide ...................................................................................................................... 146
• Mama........................................................................................................................ 148
E Tiroide

Tiroide
Glândula Endócrina.

Localização: Anterior aos primeiros Anéis da Traqueia.

Forma: Apresenta a forma de um U ou H;

Conformação Externa:
A Tiroide apresenta:

• Lobos (2) – massas laterais da Tiroide. Apresentam 3 faces:


o Face Ântero-Lateral;
o Face Medial;
o Face Posterior.
• Istmo (1) – estrutura central que une os 2 lobos (inconstante).
• Lobo Piramidal – prolongamento em forma de Dedo Luva (inconstante) resultante da
migração embrionária da Tiroide desde a base da Língua até ao local atual.

Relações:

• Lobo Lateral:
o Face Ântero-Lateral:
 Músculos Infra-Hioideus (mais diretamente com o M. Esterno-Tiroideu).
o Face Posterior:
 Pedículo/Feixe Vasculonervoso do Pescoço.
o Face Medial:
 Glândulas Paratiroides;
 Nervo Laríngeo Recorrente;
 Esófago;
 Traqueia.

Irrigação Arterial:
• Artéria Tiroideia Superior – ramo da Artéria Carótida Externa ou da Comum;
• Artéria Tiroideia Inferior – ramo do Tronco Tiro-Cervical.

Drenagem Venosa:
• Veias Tiroideias Superiores – drenam para a Veia Jugular Interna;
• Veias Tiroideias Médias – drenam para a Veia Jugular Interna;
• Veias Tiroideias Inferiores – drenam para o Tronco Braquiocefálico Venoso.

146 João Pedro C. M.


Tiroide E

Drenagem Linfática:

• Gânglios do Compartimento Central – são os Gânglios de 1ª Linha (a linfa da Tiroide


vem diretamente para estes Gânglios):
Compartimento Central – área triangular
o Gânglios Pré-Laríngeos;
no Pescoço, de base no Osso Hioide e
o Gânglios Pré-Traqueais;
Vértice a apontar para a Incisura Jugular.
o Gânglios Para-Traqueais/Recorrenciais.
• Gânglios de 2ª Linha (recebem a linfa proveniente dos Gânglios de 1ª linha):
o Gânglios Submentonianos;
o Gânglios Mediastínicos;
o Gânglios Jugulares.

Glândulas Paratiroides – pequenas glândulas de cor amarelo ocre em nº variado


(normalmente 4, mas podem ser 1, 2, 4, 8 ou 12) localizadas posteriormente aos Lobos
Laterais da Tiroide. Estas podem ser facilmente visíveis ou estar numa posição subcapsular* ou
quase totalmente intratiroideia.

*Constituição Anatómica da Tiroide


(Não mencionado)
• Cápsula Fibrosa – externa, envolve a Tiroide e emite
septos para o seu interior;
• Parênquima Tiroideu – com função glandular.

V. Tiroideias Superiores Glândulas Paratiroides

Lobo Piramidal A. Tiroideias Inferiores


A. Tiroideias Superiores

Lobo Lateral Dto. V. Tiroideias Médias

Istmo
Lobo Lateral Esq.

V. Tiroideias Inferiores

João Pedro C. M. 147


E. Mama

Mama
Saliência arredondada da Parede Abdominal Anterior derivada de glândulas sudoríparas
modificadas.

Localização:

• Parede Anterior do Tórax à frente da Fáscia do Músculo Grande Peitoral (ao qual está
fixa posteriormente).
Mamilo – saliência localizada na Face
Anterior da Mama, onde convergem os
Constituição Anatómica: Ductos Mamários. É uma estrutura com
A mama apresenta 3 tipos de estruturas distintas: muito pigmentada (assim como a Auréola).

• Tecido Epitelial Secretor – constituído por uma rede de 15 a 20 Lig. Suspensor


lobos que libertam as suas secreções no Canal Lactífero. da Mama
Durante o seu trajeto este canal apresenta uma dilatação Ampola
denominada de Ampola. Estes canais convergem todas no
Mamilo*;
• Tecido Adiposo – envolve o Tecido Glandular conferindo
volume à Mama;
• Tecido Conjuntivo Fibroso – septos que envolvem o Tecido
Glandular. Este constitui o Ligamento Suspensor da Mama,
estrutura que atrofia (perdendo resistência e elasticidade) com Canal Lactífero
o tempo ou em condições específicas como a gravidez. Tecido Adiposo
Lobos Glândulares

Desenvolvimento Embrionário:
Cristas mamárias – espessamentos longitudinais que se estendem da Axila até à Região
Púbica, responsáveis pela formação da Mama. Estas estruturas atrofiam (pela 7ª semana
de gestação) em toda a sua extensão exceto na região do Tórax onde se formam os 2
mamilos.

Se a regressão for incompleta pode ocorrer:

• Politelia – existência de Mamilos Supranumerários. Não gera qualquer complicação.


• Polimastia – existência de várias glândulas. Estas podem gerar tumores malignos.

Irrigação Arterial:

• Artéria Torácica Interna – ramo da Artéria Subclávia;


• Ramos da Artéria Axilar.

Drenagem Venosa:
• Veia Torácica Interna

148 João Pedro C. M.


Mama E

Drenagem Linfática:
A drenagem da Mama faz-se de forma sequencial:

Vasos Interlobares A Drenagem Linfática faz-se de vasos


mais profundos (V. Interlobares) para
Vasos Interductais plexos mais Superficiais (Plexo
Aureolar – próximo da Auréola). A
Plexo Subaureolar
partir destes, a linfa dirige-se para
Plexo Aureolar Gânglios com localizações variadas.

Mais Comuns: Menos Comuns:


• Gânglios Axilares; • Gânglios Subclaviculares;
• Gânglios Torácicos Internos. • Gânglios Subdiafragmáticos;
• Gânglios Interpeitorais;
• Gânglios localizados na Mama Contralateral.

Drenagem Linfática por quadrantes:

Normalmente: Em alguns casos:

Gânglios Torácicos Internos (28%)


Gânglios Torácicos Internos

Gânglios Axilares (33%)


Gânglios Axilares

Quadrantes Externos Quadrantes Internos Quadrantes Externos Quadrantes Internos


(Mama Direita) (Mama Direita)

Nota: A drenagem também pode ser feita pela Face Posterior através do Músculo Grande
Peitoral mas é algo muito raro.

João Pedro C. M. 149

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