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ILHÉUS – BAHIA
2017
BÁRBARA GABRIELE RODRIGUES BRITO
ILHÉUS – BAHIA
2017
O ÊXITO DO PLANO DE METAS E O APROFUNDAMENTO DAS
DESIGUALDADES REGIONAIS, COM ÊNFASE NO CASO NORDESTINO
RESUMO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 5
2 CONTEXTO HISTÓRICO DO PLANO DE METAS DE JK ........................................................ 6
3 O PLANO DE METAS ...................................................................................................................... 8
3.1 O PLANO DE METAS PROPRIAMENTE DITO ................................................................... 9
3.2 A IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE METAS......................................................................... 12
4 O ÊXITO DO PLANO DE METAS E O APROFUNDAMENTO DAS DESIGUALDADES
REGIONAIS......................................................................................................................................... 13
4.1 A CRIAÇÃO DA SUDENE ...................................................................................................... 15
5 O NORDESTE EM NÚMEROS .................................................................................................... 16
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................... 18
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................. 19
1 INTRODUÇÃO
O período que precedeu o governo de Juscelino Kubitschek, popularmente
conhecido como JK, bem como a criação e implantação do Plano de Metas foi
marcado por agitações político-sociais que propiciaram ao Brasil mudanças
importantes que por vezes tornaram-se perenes, como é caso das desigualdades
regionais, que pouco foram lembradas durante os governos de Vargas. Apesar de
sua preocupação e esforços para o desenvolvimento nacional – como a criação de
uma Assessoria Econômica – somente em seu último governo (1951-1954)
preocupou-se com esta pauta, projetando assim, em 1953, a Superintendência do
Plano de Valorização da Amazônia (SPVEA), desde 1966 denominada
Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).
Embora não tenham tido efeitos conclusivos imediatos à criação, todos esses
feitos contribuíram vastamente para que se criasse uma mentalidade de aceitação à
necessária intervenção estatal e também à abertura ao capital transnacional para o
desenvolvimento nacional que viria a acontecer na década de 1950.
Após sua posse, a única forma de manter-se no poder é através do apoio das
massas populares, e assim o fez. Em seu primeiro dia de mandato, anunciou o
Plano de Metas, projeto este que mexeria com toda a estrutura social, fazendo com
que todos os atores sociais adaptassem aos novos tempos de “Ordem e Progresso”
com pleno respeito as instituições democráticas (LAFER, CPDOC| FGV).
3 O PLANO DE METAS
O Programa de Metas rompe com tudo o que tinha ocorrido no país até o
momento em relação à industrialização. Se antes, esse processo ocorria de maneira
desordenada e primordialmente com capital nacional, agora, será estratégico e
planejado por entidades competentes e abrirá as portas para a entrada de grupos
econômicos estrangeiros. Marca-se assim o nascimento de um desenvolvimentismo
fascinante e palpável, em detrimento do nacionalismo getulista.
3.1 O PLANO DE METAS PROPRIAMENTE DITO
Meta Síntese – Brasília – a cidade foi construída num tempo recorde e estima-se
que as despesas com a construção da cidade tenham sido da ordem de 250 a 300
bilhões de cruzeiros, em preços de 1961, ou seja, Brasília mobilizou 2,3% do
Produto Nacional Bruto.
4%
20%
43%
3%
30%
Como causa imediata da criação do órgão, pode-se citar uma nova seca, a de
1958, que aumentou o desemprego rural e o êxodo da população. Igualmente
relevante foi uma série de denúncias que revelaram os escândalos da "indústria das
secas", denunciava-se que o latifúndio e seus coronéis – a oligarquia agrária
nordestina – tinham capturado o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas
(DNOCS), criado em 1945, da mesma forma como anteriormente tinham dominado a
Inspetoria de Obras Contra as Secas, de 1909 (OLIVEIRA, CPDOC| FGV).
5 O NORDESTE EM NÚMEROS
Tabela 3 – Taxa de fecundidade total por regiões brasileiras nos anos de 1940,1950
e 1960
Anos Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Norte Brasil
1940 7,15 5,69 5,65 6,36 7,17 6,16
1950 7,50 5,70 5,70 6,86 7,97 6,21
1960 7,36 5,89 5,89 6,74 8,56 6,28
Fonte: Moura & Teixeira (1997)
Tabela 4 – Proporção PIB (%) por região brasileira de 1939, 1949 e 1959
Região 1939 1949 1959
Norte 2,6 1,7 2,0
Nordeste 16,7 13,9 14,4
Sudeste 63,3 67,6 65,1
Sul 13,3 15,1 16,2
Centro-Oeste 3,1 3,2 4,6
Fonte: Adaptado de Cano (1981)
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
BRUM, Argemiro J.. Desenvolvimento Econômico Brasileiro. 16. ed. Petrópolis: Fidene, 1996. 94-
121 p.
CABRAL, Renan. 1959. DAS IDEIAS À AÇÃO, A SUDENE DE CELSO FURTADO – OPORTUNIDADE
HISTÓRICA E RESISTÊNCIA CONSERVADORA. Universidade Federal de Pernambuco: Cadernos do
Desenvolvimento vol. 6 (8), maio de 2011.
CANO. Wilson; Desequilíbrios Regionais e Concentração Industrial no Brasil 1930-1970, Tese de livre
docência apresentada ao departamento de economia e planejamento econômico do instituto de filosofia e
ciências humanas da universidade Estadual de Campinas. Campinas. Ago 1981.
FURTADO, Celso. O longo amanhecer. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999. 116 p.
LAFER, Celso. Programa de Metas. In: CPDOC/FGV. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, CPDOC.
MOURA. Hélio A. de; TEIXEIRA. Pery. Tendências recentes do crescimento populacional DOSSIÊ
NORDESTE I, Estud. av. vol.11 no. 29 São Paulo Jan./Apr. 1997.
OLIVEIRA, Lúcia Lippi. A criação da Sudene. In: CPDOC/FGV. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas,
CPDOC.
SAMPAIO JÚNIOR, Plínio de Arruda. Entre a Nação e a Barbárie. Rio de Janeiro: Vozes, 1999. 254 p. Cap.
5: Progresso Técnico e desenvolvimento em Celso Furtado, p. 169-200.
SKIDMORE; Thomas; E. Entreato agonizante (1961). Brasil de Getúlio Vargas a Castelo Branco (1930-
1964). coordenada de Ismênia Tunes Dantas. 10.ed.Rio de Janeiro: Paz e Terra,1992.