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NÁUTICA

Materiais compostos na
indústria náutica brasileira Divulgação Acobar

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queÊcomp›emÊesteÊconjuntoÊdeÊprodutosÊsejamÊutilizados,ÊhojeÊemÊdia,ÊnasÊmaisÊ
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Jorge Nasseh *

V
oltando um pouco no tempo, o registro mais antigo deira com revestimento de fibra de vidro. No final da década
que se tem de um barco construído em plástico re- de 70, com a produção comercial local de vários produtos
forçado data de 1937. O feito pode ser creditado a da linha do plástico reforçado, é que algumas embarcações
Ray Greene, que, simplesmente testando alguns materiais, de pequeno porte passaram a ser totalmente construídas em
viu que era possível fabricar embarcações mais eficientes do fiberglass. Hoje em dia quase que a totalidade das embarca-
que as que eram construídas na época, quando a madeira ções de recreio produzidas em todo o mundo, variando de
era o material predominante na indústria de barcos de re- 12 a 150 pés, são construídas com este conjunto de mate-
creio. Depois de algumas experiências, o uso de materiais riais e, deste total, a fibra de vidro e a resina poliéster são os
compostos começou a ser frequente em pequenas embarca- produtos mais utilizados entre os fabricantes.
ções militares que serviram durante a II Guerra Mundial, Embora o mercado náutico seja dependente do uso ir-
e logo depois do final da guerra se iniciou a produção de restrito do plástico reforçado, o volume comercializado no
pequenas embarcações entre 16 e 20 pés, construídas total- setor náutico não é expressivo quando comparado com ou-
mente em fiberglass. tras aplicações como as indústrias da construção civil, de
No Brasil, somente a partir da década de 60 é que o uso energia, transporte e corrosão. Entretanto, o uso destes ma-
do plástico reforçado passou a ser difundido nesta indústria teriais na construção de barcos de recreio tem tido uma só-
e algumas embarcações da época mesclavam o uso de ma- lida participação na estatística do uso de plástico reforçado.

REVISTA COMPOSITES & PLÁSTICOS DE ENGENHARIA 54


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Ao contrário de outros países desenvolvidos, onde o
clima não proporciona a utilização de embarcações duran-
te todo o ano, o Brasil, com a temperatura média anual em
torno de 24°C, tem um dos maiores potenciais náuticos
do mundo. O país tem 7.480 km de extensão de costa ao
longo de 17 estados e um número imenso de rios, lagos,
represas e hidrovias que somam 32 mil 550 km de águas
navegáveis, possuindo o segundo maior conjunto de águas
interiores do planeta.
A indústria de construção de barcos no Brasil é repre-
sentada pela Acobar - Associação Brasileira dos Constru-
tores de Barcos e seus Implementos, fundada em 19 de
dezembro de 1975 e que possui em seu quadro empresas
das mais variadas atividades do setor náutico, tais como
estaleiros, fabricantes de implementos, revendedores, dis-
tribuidores, lojas, prestadores de serviços, fabricantes de
motores, operadores de marinas, oficinas e equipamentos.
A Associação congrega os maiores e mais importantes es-
taleiros do mercado, responsáveis por 75% da produção da
indústria nacional. Atualmente, o setor náutico brasileiro
é responsável por milhares empregos diretos e indiretos,
na sua maioria em empresas de médio e pequeno portes,
pulverizadas por todo o país.
Com base nas estatísticas realizadas nos últimos anos o
mercado brasileiro conta com 151 fabricantes de embarca-
ções, 39 fabricantes de botes, 257 fabricantes de acessórios
náuticos, 283 fabricantes e revendedores de equipamentos
de pesca, e 111 fabricantes e revendedores de material es-
Acobar portivo e à vela. Trata-se de um setor formado, em sua gran-
de maioria, por pequenas e médias empresas, espalhadas
por todo o país e que se destaca pelo uso intensivo da mão- Divulgação Acobar
de-obra, devido a sua produção quase artesanal.
A fabricação de embarcações construídas em plástico reforçado vem
Como grande parte de outros segmentos que mantêm crescendo anualmente em uma taxa próxima de 5% ao ano
forte concentração fabril perto de áreas de produção indus-
trial de matéria-prima, a maior parte do registro de barcos
produzidos em material composto se encontra na região mos 10 anos tem decrescido ano a ano. Algumas das razões
Sudeste, em particular com maior densidade nos estados para este declínio, também encontrado em todos os outros
de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Estes três países, têm sido a falta de estrutura para guarda e o alto cus-
estados representam um total de 70% de registros efetua- to de manutenção que estas embarcações geram.
dos nos últimos anos. Entretanto, boa parte dos estados do Outro ponto importante a ser notado no mercado de
Nordeste tem aumentado a sua participação na instalação construção de barcos, é que o comprimento médio dos bar-
de novas empresas na área de construção e manutenção de cos tem crescido a cada ano. Em estatísticas fornecidas pela
embarcações em plástico reforçado. Certamente, as maiores NMMA (National Marine Manufacturing Association) dos
dificuldades que os fabricantes instalados nestas áreas têm EUA, o comprimento médio dos barcos comercializados
experimentado são os custos de transporte e tempo de esto- nos últimos 10 anos subiu de 26 para 32 pés. A frota brasi-
cagem dos produtos da linha do plástico reforçado. leira de esporte e lazer é formada, em sua maior parte, por
O total da frota nacional de embarcações de esporte e re- embarcações projetadas e construídas para navegação em
creio acima de 14 pés fabricadas em plástico reforçado con- baías, estuários, águas interiores e águas abrigadas e cerca
ta com mais de 63 mil unidades, conforme números estatís- de 85% da frota é composta por barcos de até 32 pés.
ticos apurados em 2006. Incluindo nesta estatística barcos Demograficamente estima-se que 90% das embarcações
menores ou fabricados em outros materiais como alumínio, estejam localizadas no litoral e apenas 10% no interior, sen-
madeira ou termoplásticos, estes total de aproximadamente do a maior concentração de registros localizados na região
180 mil unidades. Entre as embarcações acima de 14 pés, Sudeste. O local de maior incidência se encontra no litoral
a maior parte deles é propulsionada a motor. Embora os norte do estado de São Paulo, nas localidades de Santos,
valores de unidades comercializadas incluam a construção São Sebastião e Ilha Bela e no sul do litoral do Rio de Janei-
de pequenos barcos monotipos a vela, o total de barcos a ro, que compreende Angra dos Reis e Paraty. Um dos maio-
vela representa somente pouco mais de 15% do total da res fatores que acarretam a maior concentração de barcos
frota existente hoje. Embora o esporte a vela seja um dos nestas regiões é a possibilidade de se contar com estrutura
melhores meios de propaganda do setor de embarcações de formal de apoio, que compreende marinas, clubes e locais
recreio, o número total de barcos a vela fabricados nos últi- para reparo e manutenção. Embora estas regiões abriguem

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te do valor, composto por equipamentos,
eletrônicos e motorização é fornecido por
terceiros. Do preço final de venda de uma
embarcação aproximadamente 18% se re-
fere ao valor do casco e, deste total, 8% é o
volume de material composto utilizado na
sua produção. A produção de embarcações
construídas em plástico reforçado vem
crescendo anualmente em uma taxa próxi-
ma a de 5% ao ano, embora os últimos dois
anos tenham registrado um aumento mé-
dio de 8%. Em valores atualizados do ano
de 2007, o valor aproximado de embarca-
ções comercializadas foi de 470 milhões de
dólares sendo que deste total 9.8 milhões

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de dólares se referem a exportações.
Dos barcos menores que 18 pés, a par-
ticipação do uso de material composto no
preço final do produto representa 8%, en-
O total da frota nacional de embarcações de esporte e recreio acima de 14 pés fabricadas quanto para barcos acima de 32 pés a par-
em plástico reforçado conta com mais de 63 mil unidades, conforme números estatísticos ticipação chega a 11%. Dentro da estrutura
apurados em 2006 de materiais utilizados na indústria náuti-
ca, 95% dos barcos são produzidos com
a maior parte da frota de embarcações, muitos outros es- resinas à base de poliéster com reforço de fibra de vidro, e a
tados têm aumentado o investimento na geração de infra- maior parte destas resinas são de base ortoftálica. O reforço
estrutura o que demonstra certo crescimento de fabricantes tradicional dos barcos em plástico reforçado ainda é a fi-
em outras regiões do país. Para navegação e utilização em bra de vidro nas versões convencionais de mantas e tecidos.
águas internas, em represas, rios e lagoas, a distribuição de Barcos entre 14 e 25 pés são, na maior parte das vezes, cons-
embarcações ainda assim tem maior concentração nos esta- truídos pelo processo de spray-up (laminação por projeção)
dos do Sudeste, embora já exista grande concentração em com a utilização de fios roving e resina poliéster. Embora
estados da região Centro-Oeste e Nordeste. este processo seja utilizado desde os primórdios desta in-
O mercado brasileiro é atendido por uma ampla rede de dústria, ele ainda produz laminados eficientes e econômicos
revendedores de barcos, motores, acessórios, equipamentos para barcos de pequeno porte que são produzidos em escala
náuticos e oficinas de manutenção e reparo, e a sua distri- de produção. Nos barcos acima de 25 pés parte dos reforços
buição geográfica reflete a localização das maiores frotas de utilizados ainda são as combinações intercaladas de mantas
embarcações no território brasileiro. Nos últimos anos, a e tecidos de fibra de vidro através do processo de laminação
questão do planejamento e regulamentação para a implan- manual (hand lay-up).
tação de estruturas de apoio náutico e projetos de acesso à Dentre as ações técnicas do mercado náutico está o
costa voltou a ganhar destaque, pois o desenvolvimento da Selo de Conformidade Acobar, que é uma marca de iden-
indústria náutica está ligado à facilidade de apoio a esta ati- tificação criada para que o consumidor saiba que está com-
vidade. Os estados do Rio de Janeiro e São Paulo abrigam prando um barco construído a partir de critérios rígidos de
a maioria das estruturas de apoio náutico, sendo 34 % ba- qualidade. O Selo de Conformidade leva em conta o com-
seadas em São Paulo e 28% no Rio de Janeiro. A estrutura promisso técnico e ético do fabricante, concedido apenas
total do mercado de apoio a indústria de construção de bar- àquelas embarcações construídas de acordo com a norma
cos conta segundo as últimas estatísticas, com 1.518 lojas de da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)
equipamentos náuticos, 654 iate clubes, marinas e garagens NBR 14574. O trabalho de confecção da norma - Requisitos
náuticas e 1.242 oficinas de manutenção. para a Fabricação de Embarcações em Plástico Reforçado
A participação da mão-de-obra direta no custo de fabri- com Fibra de Vidro - durou seis anos sob a coordenação da
cação de embarcações de esporte e lazer varia entre 30% Acobar e ABNT, e contou com a participação de mais de 20
e 40%, sendo que embarcações maiores são proporcional- engenheiros e técnicos ligados à construção de barcos em
mente mais intensivas em mão-de-obra. Pela densidade plástico reforçado.
média e tamanho de embarcações registradas é possível es-
timar que cada embarcação requer a necessidade de cinco * Jorge Nasseh é vice-presidente da Acobar – Associação
empregos diretos e três empregos indiretos, o que significa Brasileira dos Construtores de Barcos e seus Implementos
que para cada 1.000 embarcações fabricadas no Brasil são
necessários o uso de 8.000 postos de trabalho.
Como qualquer outra atividade, a indústria náutica de
hoje em dia passou a utilizar grande parte de sua força de
trabalho para a montagem de barcos. Somente 40% do valor
de uma embarcação é construída pelo estaleiro. O restan- www.acobar.com.br

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