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David Hume

De acordo com os termos usados por Hume, nós entendemos o mundo


através de duas vias: (1) Ideias; e (2) Impressões.

(1) Impressões.

As impressões seriam nossas percepções mais vívidas e


fortes, por exemplo, nossas sensações. Quando eu vejo o notebook na
minha frente, eu tenho a impressão em minha mente desse computador.
Essa impressão é vívida, pois eu estou em contato direto com aquilo que
me cria essa impressão. Eu tenho uma experiência com o objeto da
minha impressão. As impressões podem ser caracterizadas como
sensações, que são frutos da experiência que tenho dos meus sentidos
com objetos externos; ou reflexões, que são frutos da experiência que
tenho dos meus sentimentos, ou seja, são objetos internos a nós.

(2) Ideias.

As ideias, por sua vez, são os objetos que estão em nossa mente sem
que tenhamos naquele momento um contato direto com as impressões
dela. As ideias seriam impressões menos vívidas, mais tênues. Por
exemplo, quando eu penso na bicicleta que eu tinha quando criança,
ainda que eu feche os olhos e quase sinta o vento em meus cabelos ao
pedalar aquela bicicleta, essa impressão que eu tenho é menos vívida
que a do meu notebook, que está agora na minha frente. Os objetos da
minha memória (como a bicicleta) não são objetos presentes nas minhas
impressões (como o notebook), esses objetos da nossa mente seriam as
ideias.
Podemos distinguir dois tipos de ideias: as simples e as complexas. As
ideias simples são aquelas que são cópias diretas de impressões que
tivemos. A da bicicleta, por exemplo, é uma ideia simples, pois eu tive
uma impressão com essa bicicleta no passado, mas hoje eu só tenho a
ideia dessa bicicleta, que é a memória dela.

As ideias complexas, por sua vez, são objetos da nossa imaginação.


Pensem em Pégaso, o famoso cavalo alado da mitologia grega. Nós – e
ninguém – teve a impressão direta de um cavalo com asas. Mas ele é
objeto de nossos pensamentos, e entendemos qualquer frase que fala
sobre Pégaso. Por exemplo, conseguimos entender a frase “Pégaso era o
cavalo alado de Belerofonte”. Como podemos entender essa ideia, se
nunca tivemos uma impressão direta com ela? Porque a ideia que temos
de Pégaso é fruto da imaginação, é uma ideia complexa. A imaginação,
para Hume, é a faculdade que é capaz de manipular as ideias simples,
gerando ideias complexas. Por exemplo, eu entendo o que é “cavalo” e o
que é “asas”, pois já tive experiência com um cavalo e com um animal
com asas, como um pássaro. Tenho assim a ideia simples de cavalo e a
ideia simples de asas, que é uma cópia da impressão que eu tive ao ter
o contato com esses animais. A imaginação, por sua vez, permite-me
misturar essas ideias simples e formar uma nova, a ideia complexa de
cavalo alado.

A faculdade da imaginação nos permite também misturar ideias


complexas com uma outra ideia simples e formar uma ideia mais
complexa ainda. Por exemplo, a ideia que tenho de Pégasos rosa. Temos
a ideia complexa de Pégasos (que é uma mistura das ideias simples de
cavalo e de asas) e adicionamos mais uma ideia simples, a ideia simples
de ter a coloração rosa. Obtemos, pela imaginação, uma nova ideia
complexa: a ideia de cavalo alado com pelagem cor de rosa.

Eis que Hume apresenta o famoso argumento da decomposição para


defender o que ele chama de Princípio da Cópia. Se podemos decompor
nossos pensamentos em ideias simples, copiadas de alguma sensação
que já tivemos, então todas as nossas ideias são cópias de nossas
impressões (ou percepções mais vívidas). Aparentemente, todas as
ideias que temos podem, de fato, ser decompostas em ideias simples,
ideias que são cópias diretas das impressões. Portanto, (esse é o
princípio da cópia) todas nossas ideias são cópias de nossas impressões.

Outro argumento que Hume apresenta para defender o princípio da


cópia é o da impossibilidade de formarmos ideias sem que haja uma
sensação, ou impressão, pelo qual essa ideia é uma cópia. Se não
podemos formar ideias acerca de sensações que jamais tivemos, então
todas as nossas ideias são cópias de nossas impressões. De fato, não
podemos formar ideias acerca de sensações que nunca tivemos, isto é,
de impressões que nunca tivemos.

Como funciona as conexões entre as ideias que formamos? Hume afirma


que são de três modos:

.
Semelhança: Quando vemos um retrato, por exemplo, formamos a
ideia desse retrato, mas naturalmente pensamos no objeto original, que
é retratado. Isso acontece por que conectamos a ideia do retrato com a
ideia do objeto retratado através da semelhança.

Contiguidade: Já quando pensamos em um cômodo de uma casa,


como um quarto, nós pensamos também acerca dos outros cômodos.
Nós sempre pensamos que para todo espaço qualquer A existe um
espaço maior B no qual A pertence a B. Isso acontece por que a ideia
que temos de A se conecta com a ideia que formamos de B através da
contiguidade. O mesmo acontece com o tempo, por exemplo, quando
pensamos em um certo momento no tempo, quando formamos a ideia
desse momento, sempre pensamos nos momentos anteriores e
posteriores a ele, formamos a ideia desses momentos.

Causalidade: Quando pensamos em causas e efeitos, nós pensamos


através da conexão de ideias regidas pela causalidade. Por exemplo,
pense quando jogamos uma pedra em uma poça com a água em
repouso. Nós temos a ideia dessa ação de jogar a pedra.
Automaticamente nós conectamos essa ideia ao seu efeito, a
perturbação da água que estava em repouso. Conectamos a ideia do
efeito, que é a perturbação da água em repouso, com a ideia da sua
causa, que é atirarmos a pedra na poça d’água.

Hume pensa que através desses três princípios de conexões, ou


associações entre ideias, nós seremos capazes de explicar como
funciona nosso processo de compreensão. Temos assim uma resposta
para a pergunta de como entendemos o mundo. A resposta seria que
nosso processo de entendimento é composto por impressões e ideias, e
nós conectamos as ideias de três modos. Esses modos determinam
como entendemos as coisas. Hume dará especial atenção para o terceiro
modo de que conectamos as ideias, o princípio de causalidade. De
acordo com ele, é através desse princípio que fundamentamos todos os
nossos conhecimentos científicos, pois sempre supomos que todo evento
na natureza são causados por alguma coisa, e a ciência pretende
descrever e fornecer as leis que regem a conexão entre esses eventos..

Como nós justificamos os nossos conhecimentos? Hume oferece dois


tipos de justificações e diz como elas se comportam. De acordo com sua
explicação, todo o conhecimento humano é dividido em relações de
ideias e questões de fato.

 Relações de Ideias

conhecimentos a priori que temos, que determinamos sua verdade pela


simples operação do pensamento, independente do que possa existir em
qualquer parte do universo. Por exemplo, sabemos que todo triângulo
tem três lados, ou que o quadrado da hipotenusa de um triângulo é igual
a soma dos quadrados de seus dois lados apenas pelo raciocínio. Não
precisamos da experiência para descobrir que essas afirmações são
verdadeiras

 Questões de fato
O conhecimento baseado em questões de fato são aqueles das ciências
empíricas, ou aqueles que que temos no dia a dia sobre o mundo. Trata-
se de conhecimento a posteriori, que só podemos determinar sua
verdade através da experiência. Ou seja, não podemos saber se
afirmações que são questões de fato são verdadeiras ou falsas apenas
pensando sobre elas, tal com ocorre na matemática por exemplo. Como
sabermos se a afirmação de que Napoleão tinha um cavalo branco, é
verdadeira ou falsa? Não podemos determina a veracidade desta
afirmação apenas pensando sobre isso, precisamos de que alguém tenha
visto o cavalo de Napoleão para determinar se a afirmação é verdadeira
ou falsa.

Quando fazemos afirmações de questões de fatos, só podemos


determinar seus valores de verdade de modo a posteriori. Ou seja,
apenas através da experiência sabemos se elas são verdadeiras ou
falsas. Mas há um certo tipo de questões de fatos que não nos é
permitido conferir todos os casos, através de experiência, para sabermos
se de fato a afirmação é verdadeira ou falsa. Pense, por exemplo, na
afirmação que todos os seres humanos são mortais. Acreditamos que
essa afirmação é verdadeira em virtude de todas as vezes que vimos
seres humanos morrerem, além de que todos os relatos que chegaram
até nós parecem confirmar essa tese. No entanto, nós nunca poderíamos
investigar todos os seres humanos para constatar se essa afirmação é
verdadeira ou falsa. Daqui a 100 anos nascerá um ser humano, mas nós
já supomos que ele.

Hume afirma que as questões de fato não-presentes estão


fundamentadas nos princípios da causalidade. Entre os três modos de
conectarmos as ideias, um deles é a causalidade. Ela nos permite
compreender como o mundo se organiza em causas e efeitos. Assim, a
nossa justificação para afirmações desse tipo se sustenta nesse
princípio.

Hume afirma que a causalidade é baseada nas experiências passadas.


Nós observamos e tivemos várias experiências de dois eventos sempre
ocorrerem em uma certa conjunção: soltar um objeto no ar, ele cair ao
chão; pôr a mão no fogo e sentir o calor; etc. Supomos, desse modo,
que o primeiro evento (o evento A) causa o segundo evento (o evento
B). Deste modo afirmamos que o evento B é efeito do evento A, que é
sua causa. Nós pressupomos então que há uma relação entre esses
eventos.

Hume foi um dos primeiros a observar o que chamamos de inferências


indutivas. Inferências indutivas são aquelas que a partir de experiências
passadas ou presentes (que seriam as premissas do nosso argumento),
tentamos inferir uma conclusão que trata de casos gerais ou faça
previsões. Por exemplo:

1. Observamos no passado que se algo é um ser humano, então


ele morreu.
2. Observamos no presente que se algo é um ser humano, então
ele morre.
3. Logo, todos os humanos (de hoje ou do futuro) são mortais.

As premissas (1) e (2) tratam de observações, experiências que fizemos


no passado. A partir delas nós tentamos garantir que a proposição (3) é
verdadeira. O mesmo ocorre, por exemplo, com as leis científicas. Os
cientistas se baseiam em diversas observações e experimentos
cuidadosamente feitos para que então se conclua algo geral acerca do
comportamento de certos aspectos da natureza, e com isso fazer
previsões.

Sabemos como as questões de fatos não-presentes funcionam: através


de argumentos indutivos. Como vimos anteriormente, argumentos
indutivos são aqueles que as premissas se baseiam em observações
feitas no passado ou no presente e que tentam inferir uma conclusão
acerca de casos gerais ou fazer previsões. Temos então que as questões
de fatos não-presentes se justificam pelo princípio de causalidade, e a
causalidade se baseia na indução (e já sabemos como ela funciona), mas
quais as justificativas para aceitarmos a indução? Como nos
assegurarmos que a indução é um bom método para conhecermos a
realidade? Pensando sobre isso Hume apresenta um dos principais
problemas da filosofia, o Problema da Indução: Como justificamos as
inferências indutivas?

Para entendermos o problema da indução, melhor começarmos por


mostrar como a indução se diferencia da dedução. Vejamos o exemplo
de um argumento dedutivo e de um argumento indutivo:

Argumento Dedutivo
(A) Se algo é um ser humano, então é mortal.
(B) Sócrates é um ser humano.
(C) Sócrates é mortal.

Argumento Indutivo
(1) Observamos no passado que se algo é um ser humano, então ele
morreu.
(2) Observamos no presente que se algo é um ser humano, então ele
morre.
(3) Logo, todos os humanos (de hoje ou do futuro) são mortais.

O que diferencia esses dois argumentos? A sua validade. Nos


argumentos dedutivos válidos, em todos os casos que assumirmos que
suas premissas são verdadeiras, teremos de assumir que suas
conclusões são verdadeiras também. Por exemplo, vamos supor que (A)
e (B) são verdadeiras. Podemos rejeitar (C)? Não, é impossível, pois (A)
e (B) implicam (C). Se rejeitarmos (C) isso significa que ou (A) ou (B)
são falsas (mas nós já assumimos que são verdadeiras). Já nos
argumentos indutivos válidos, ainda que aceitemos que as premissas (1)
e (2) são verdadeiras, a conclusão (3) poderia ser falsa. As premissas de
argumentos indutivos só ajudam a garantir maior probabilidade da
conclusão ser verdadeira. Assim, enquanto em argumento dedutivos
dizemos que a conclusão preserva o valor de verdade das premissas (ou
seja, necessariamente, se as premissas são verdadeiras a conclusão
também será); em argumentos indutivos as premissas aumentam a
probabilidade da conclusão ser verdadeira.
Hume notou que os argumentos indutivos oferecem conclusões
contingentes, pois ainda que assumirmos suas premissas, a conclusão
sempre pode ser falsa (ou seja, são questões de fato). Isso traria
preocupações tanto para o nosso dia a dia como também para a ciência.
Para o nosso dia a dia por que grande parte das inferências que fazemos
são indutivas. E para a ciência por que elas se baseiam nessas
inferências para formular leis científicas. No entanto, não há fortes
garantias de que as conclusões são verdadeiras – garantias essas que as
inferências dedutivas oferecem. Hume então pensa em algum modo de
tornar as inferências indutivas em dedutivas. Fazer isso implica que
poderíamos salvar do campo das incertezas as inferências indutivas.
Vejamos como poderia ser feito:

(1) Observamos no passado que se algo é um ser humano, então ele


morreu.
(2) Observamos no presente que se algo é um ser humano, então ele
morre.
(PUN) A natureza mantém sua uniformidade no tempo.
(3) Logo, todos os humanos (de hoje ou do futuro) são mortais.

Hume adiciona (PUN) como premissa, que seria o Princípio de


Uniformidade da Natureza (PUN). Ou seja, a natureza mantém uma
uniformidade no tempo, de modo que suas regularidades, que ocorreram
no passado ou no presente, não se alteram no futuro. Se aceitarmos (1),
(2) e (PUN), podemos inferir dedutivamente a conclusão (3). Ou seja, se
as premissas forem verdadeiras, então a conclusão é verdadeira. Eis que
temos uma aparente solução. Transformamos um argumento indutivo
em um argumento dedutivo.

No entanto, continua Hume sua investigação: O que garante que o PUN


é verdadeiro? Eis que ele se encontra em um beco sem saída. Tentamos
justificar a indução adicionando uma premissa que tornaria o argumento
inicial, que era indutivo, em um argumento dedutivo. No entanto, só
podemos garantir essa premissa indutivamente. Aceitamos o Princípio de
Uniformidade da Natureza por que aceitamos o seguinte raciocínio:
(4) Observamos no passado que a natureza se manteve uniforme.
(5) Observamos no presente que a natureza se manteve uniforme.
(PUN) Logo, a natureza mantém sua uniformidade no tempo.

O raciocínio para garantirmos que o PUN é verdadeiro é um raciocínio


indutivo. Ou seja, estamos sendo circulares.

O que garante então a indução? Hume então percebe que formamos


inferências indutivas não por garantias racionais, mas por questões
psicológicas. Nós o fazemos por que temos o hábito de fazer. O hábito
de vermos regularidades no mundo nos fazem dar adesão para
induções, mas não existe garantias racionais para esse método.

Hume foi um dos principais expoentes do empirismo, principal corrente


filosófica que se opunha ao racionalismo. Enquanto o racionalismo
tentava fundamentar na razão o papel predominante para aquisição de
conhecimentos substanciais acerca da realidade; o empirismo diz que
são nossos sentidos que têm esse papel fundamental. A análise que
Hume oferece do nosso entendimento, com a distinção entre ideias e
impressões, e que todas ideias são cópias de impressões, deixa claro sua
posição empirista. Nossas ideias são determinadas em virtude das
experiências que tivemos. Se não tivéssemos essas experiências, jamais
formaríamos ideias, haja vista que são essas experiências que nos
permitem formar impressões, e as ideias simples são cópias das
impressões que temos. Então todo conhecimento que temos sobre o
mundo será, em última instância, baseado nas impressões que tiramos
das experiências que tivemos.

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