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Teresina
2016
Universidade Federal do Piauí
Centro de Ciências da Natureza
Departamento de Matemática
Orientador
Prof. Me. Mário Gomes dos Santos
Teresina
2016
1
Agradecimentos
Primeiramente, quero agradecer a Deus que sempre, em todos os momentos da minha
vida, me deu forças e coragem para alcançar todos os meus propósitos, e até agora, deu
tudo certo!
Estou nalizando um ciclo de muitos que ainda virão, e sei que sempre vou está pre-
parada para encarar, por que me sinto tão abençoada e acompanhada de pessoas que me
apoiam e que torcem por mim.
Não posso deixar de mencionar algumas pessoas que foram importantes nessa cami-
nhada, como: meus pais, Edna e Raimundo, e minha irmã Rayanna, que me viram passar
noites e mais noites sem dormir, estudando e me dedicando.
Enm, só tenho a agradecer por tudo, e que eu continue com a minha missão de
melhorar e transformar a educação do nosso país. Já estou pronta para a próxima etapa.
Partiu!
RESUMO
O objetivo principal desse trabalho é a apresentação dos Teoremas de Menelaus e
de Ceva, e como se relacionam. O primeiro trata da colinearidade de três pontos so-
bre as retas suportes dos lados de um triângulo. O segundo se refere à concorrência de
três segmentos que unem cada vértice a qualquer ponto do lado oposto de um triângulo.
Inicialmente faremos uma breve exposição das biograas e obras dos criadores desses te-
oremas, os matemáticos, Menelaus (ano 100 d.c) e Ceva (1648), que apesar de 15 séculos
de diferença de seus nascimentos, tem seus nomes interligados a esses dois importantes
teoremas. Destacaremos de forma pontual algumas denições básicas de geometria eucli-
diana, relacionadas aos triângulos, como: proporcionalidade de segmentos, congruência e
semelhança de triângulos, cálculo de áreas e trigonometria. Depois será exposto, de forma
detalhada para facilitar o entendimento dos alunos e professores do ensino médio, as di-
ferentes apresentações e demonstrações do Teorema de Menelaus e de Ceva, mostrando
que são elementares e de fácil assimilação pelos os alunos, motivando, assim, a abordagem
desse tema em sala de aula. Ao nal faremos outras considerações sobre os teoremas, com
a nalidade de mostrar sua abrangência, e apresentaremos algumas aplicações de questões
de concursos e de olimpíadas relacionadas com os Teoremas de Menelaus e de Ceva.
4
ABSTRACT
The main objective of this work is the presentation of theorems of Menelaus and Ceva,
and how they relate. The rst addresses the collinearity of three points on the straight
brackets of the sides of a triangle. The second relates to competition three segments
joining each vertex to any point on the opposite side of a triangle. Initially we will
make a brief presentation of the biographies and works of the creators of these theorems,
mathematicians, Menelaus (year 100 a.c) and Ceva (1648), who despite 15 centuries of
their births dierence, have their names linked to these two important theorems . We
highlight in a timely manner some basic denitions of Euclidean geometry, related to
triangles, such as proportionality segments, congruence and similarity of triangles, areas
of calculus and trigonometry. Then it will be exposed in detail to facilitate understanding
of students and high school teachers, the various presentations and demonstrations of
Menelaus theorem and Ceva, showing that they are elementary and easy assimilation by
the students, motivating thus approach this issue in the classroom. At the end we will
make further consideration of the theorems, in order to show its scope, and present some
applications contests issues and Olympics of Mathematics related to theorems of Menelaus
and Ceva.
5
Lista de Figuras
1.1 Segmento AB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.2 ~
Semirreta AB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.3 Semirretas opostas ~
AB e ~
AC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.4 Segmentos consecutivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.5 Segmentos colineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.6 Segmentos adjacentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.7 Adição de segmentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.8 Segmentos múltiplos e submúltiplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.9 Divisão de um segmentos por um ponto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.10 Unicidade do ponto divisor interior um segmento . . . . . . . . . . . . . . 20
1.11 Unicidade do ponto divisor exterior um segmento . . . . . . . . . . . . . . 20
1.12 Proporcionalidade: área-base . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.13 Razão: área-base . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
0 0 0
1.14 Congruência dos triângulos ABC e A B C . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
0 0 0
1.15 Caso LAL de congruência dos triângulos ABC e A B C . . . . . . . . . . 22
0 0 0
1.16 Caso ALA de congruência dos triângulos ABC e A B C . . . . . . . . . . 23
0 0 0
1.17 Caso LLL de congruência dos triângulos ABC e A B C . . . . . . . . . . . 24
0 0 0
1.18 Caso LAA0 de congruência dos triângulos ABC e A B C . . . . . . . . . . 24
0 0 0
1.19 Caso de congruência especial dos triângulos ABC e A B C . . . . . . . . . 25
0 0 0
1.20 Triângulos ABC e A B C semelhantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
0 0 0
1.21 Caso de semelhança AA dos triângulos ABC e A B C . . . . . . . . . . . 26
0 0 0
1.22 Caso de semelhança LAL dos triângulos ABC e A B C . . . . . . . . . . . 27
0 0 0
1.23 Caso de semelhança LLL dos triângulos ABC e A B C . . . . . . . . . . . 27
∠ABC
b Ângulo denido pelos pontos A, B e C
m(∠ABC)
b Medida do ângulo denido pelos pontos A, B e C
4ABC Triângulo denido pelos pontos A, B e C
∼
= Congruentes
∼ Semelhante
k Paralelo
Sumário
RESUMO 4
ABSTRACT 5
Introdução 11
1 Alguns conceitos da geometria euclidiana 14
1.1 Alguns elementos da geometria plana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2 O Teorema de Menelaus 29
2.1 Enunciados do Teorema de Menelaus - Versão simples . . . . . . . . . . . . 29
2.1.1 Demonstração da versão simples do Teorema de Menelaus . . . . . 30
2.1.2 Demonstração via Teorema de Tales . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.1.3 Demonstração via áreas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2.1.4 Demonstração via semelhança de triângulos . . . . . . . . . . . . . 33
2.2 Enunciados do Teorema de Menelaus - Versão completa . . . . . . . . . . . 35
2.2.1 Demonstração da versão competa do Teorema de Menelaus . . . . . 35
3 O Teorema de Ceva 37
3.1 Enunciado do Teorema de Ceva - Versão simples . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.1.1 Demonstrações da versão simples do Teorema de Ceva . . . . . . . 37
3.1.1.1 Demonstração via Teorema de Menelaus . . . . . . . . . . 38
3.1.1.2 Demonstração via áreas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.1.1.3 Demonstração via Teorema de Tales e semelhança de tri-
ângulos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.1.1.4 Demonstração do Teorema de Ceva trigonométrico via Lei
dos senos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3.2 Enunciado do Teorema de Ceva - Versão completa . . . . . . . . . . . . . . 42
3.2.1 Demonstração da versão completa do Teorema de Ceva . . . . . . . 42
5 Considerações nais 52
Referências 54
11
Introdução
8
Conforme MACEDO (2014) , nas ultimas décadas, teoremas como o de Menelaus e o
de Ceva, foram excluídos dos livros didáticos do Ensino Básico sem qualquer justicativa,
levando, naturalmente, as escolas abandonarem seus estudos. Contudo, as demonstrações
de tais teoremas são de fácil entendimento e, portanto, perfeitamente adequadas ao nível
de conhecimento básico, e renegá-los aos alunos, principalmente do Ensino Médio, priva-os
de conhecer conceitos que podem facilitar as resoluções de diversos problemas propostos
em vestibulares concorridos no país, como os das escolas militares, Instituto Militar de
Engenharia (IME) e Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), e nas diversas olimpía-
das de Matemática existentes.
Este trabalho, além de contribuir com ensino da geometria, tem como foco atingir o
maior número de alunos e professores do ensino médio, e também mostrar que é possível
trabalhar as demonstrações do Teorema de Menelaus e de Ceva tendo somente como pré-
requisito o conhecimento básico de geometria euclidiana, ministrado no ensino médio.
A escolha deste tema justica-se pelo interesse em motivar os docentes para impor-
tância da abordagem desses teoremas em sala de aula, desde a citação, às construções de
diversas formas de demonstrações do Teorema de Menelaus e de Ceva, contribuindo para
desenvolvimento do conhecimento teórico e prático dos alunos.
7
Segundo POSAMENTIER e SALKIND (1996, apud MARTINS , 2015, p.36), diz que:
7
Já, para EVES (1972, apud MARTINS , 2015, p.36), os teoremas de Menelaus e
Ceva são teoremas poderosos que lidam de forma elegante com muitos problemas sobre
colinearidade de pontos e concorrência de retas. E, MUNIZ NETO (2013, apud MAR-
7
TINS , 2015, p.36), arma que tem que dá muita importância a esses dois teoremas
clássicos, pois servem de base para demonstrar diversos outros teoremas e resolver uma
série de problemas de olimpíadas de Matemática.
14
Segundo SILVA (2015) , o Teorema de Menelaus é assim denominado em razão de
seu descobridor, o astrônomo e geômetra Menelaus de Alexandria, nascido por volta do
ano 70 dC, em Alexandria, no Egito antigo. Apesar de existirem poucos registros de
trabalhos daquela época, notou-se que Menelaus teve grande inuencia na evolução da
trigonometria esférica e na astronomia. Participou da Escola de Alexandria, uma das
maiores escola de matemática da antiga civilização mediterrânea. Também, desenvolveu
vários tratados, observações astronômicas, livros sobre geometria, trabalhos sobre trigo-
nometria, textos sobre mecânica e estudos sobre aceleração da gravidade.
Por volta do ano 100 dC, Menelaus escreveu O Livro das Proposições Esféricas, foi o
único que chegou até os dias atuais, com tradução em árabe, sendo considerado o trabalho
mais antigo sobre trigonometria esférica. O escrito possui três volumes. O Livro III faz
uma abordagem sobre o desenvolvimento da trigonometria esférica. É neste trabalho que
encontramos o teorema que leva o seu nome, uma valiosa contribuição para geometria de
todos os tempos. Com a divulgação de sua obra, pelos matemáticos, Pappus (290 - 347)
e Proclus (412 - 485), seu nome se tornou mais conhecido. Supõe-se que Menelaus tenha
morrido por volta de 130 dC, em Alexandria.
espaço e tempo para desenvolver suas pesquisas e estudos nas áreas das ciências, especi-
almente Geometria e Hidráulica.
Em 1670, Ceva entra na Universidade de Pisa, e por dois anos, tentou resolver o pro-
blema da quadratura do circulo, mesmo sem sucesso, continuou suas pesquisas. Após sua
estadia em Pisa, em 1678, publica a obra: De lineis retos se invicem secantibus statica
constructio, (estática da construção das linhas retas que cortam outra), contendo o Teo-
rema de Ceva, que surgiu com a percepção de que a expressão demonstrada por Menelaus,
também poderia resolver os problemas relacionados às cevianas. Naquela época, este tra-
balho não teve tanta repercussão, até que o matemático francês Joseph Diaz Gergonne
(1771-1859), revendo o trabalho de Ceva, reconheceu a importância do mesmo, sendo
considerado o mais importante resultado da geometria sintética do triângulo no período
compreendido entre a Matemática da antiga Grécia e o século XIX.
Por serem simples e de abordagem prática para as aulas de Matemática no Ensino Mé-
dio, a primeira demonstração foi desenvolvida utilizando o Teorema de Tales. Já segunda
demonstração é explicada com auxilio da relação entre áreas. Por m, apresentamos uma
demonstração via semelhança de triângulos.
Apesar de ser um trabalho simples, mas sem desprezar o rigor matemático, esperamos
proporcionar algum aprendizado e alcançar o maior número de alunos e professores do
Ensino Médio.
Em razão do objetivo deste trabalho ser o resgate dos teoremas de Menealus e de Ceva,
estamos considerando que o leitor está familiarizado com os conceitos básicos da Geome-
tria Euclidiana Plana, as ideias de ponto, reta e plano; as denições de ângulos, tipos de
ângulos e ângulos denidos por uma transversal a duas retas paralelas; as denições de
triângulos e tipos de triângulos e segmentos.
Observação 2:
i) Os pontos A e B são as extremidades do segmento AB e os pontos que estão entre
A e B são pontos internos do segmentos AB .
ii) Se os pontos A e B coincidem, o segmento é nulo.
14
Alguns elementos da geometria plana 15
−→ −→
Observação 3. O ponto A é a origem da semirreta AB e AB = AB∪{X|B está entre A e X},
conforme gura 1.2 abaixo:
−→ −→
Observação 4: Se A está entre B e C, as semirretas AB e AC são ditas semirretas
opostas, conforme gura 1.3 abaixo:
Denição 3: Dois segmentos de reta são consecutivos se, e somente se, uma extremidade
de um deles é também extremidade do outro, ou seja, uma extremidade de um coincide
com uma extremidade do outro.
Denição 4: Dois segmentos de reta são ditos colineares se, e somente se, estão na mesma
reta.
Alguns elementos da geometria plana 16
ii) Se um segmento é maior que o outro, sua medida é maior que deste outro. Ou seja,
AB > CD ⇔ AB > CD
iii) A um segmento soma está associado uma medida que é a soma das medidas dos
segmentos parcelas. Ou seja, RS = AB + CD ⇔ RS > AB + CD
Denição 9: A razão entre dois segmentos é igual a razão dos números que exprimem
as medidas com a mesma unidade.
AB AB mu m
= = =
CD CD nu n
Denição 10: ( Divisão de um segmento interiormente): Diz-se que o ponto M
divide interiormente um segmento AB na razão k (k > 0) quando M é interior ao seg-
MA
mento e =k ( Figura 1.9 ).
MB
Denição 12: Dois segmentos são proporcionais a dois outros segmentos se à razão dos
dois primeiros é igual à razão dos outros dois. Indica-se está proporção de segmentos por
AB A0 B 0
AB : CD = A0 B 0 : C 0 D0 ou = 0 0
CD CD
AB A0 B 0
Observação 6: Na proporção de segmentos = 0 0, chamamos AB e C 0 D0 de
CD CD
extremos e os termos CD e A0 B 0 , de meios.
AB A0 B 0
= 0 0 ⇔ AB · C 0 D0 = CD · A0 B 0
CD C D
AB A0 B 0
× (b · d) = 0 0 × (b · d) ⇔ AB · C 0 D0 = CD · A0 B 0
CD CD
CD C 0 D0 CD C 0 D0 CD AB C 0 D0 A0 B 0 AB + CD A0 B 0 + C 0 D 0
= 0 0 ⇔ +1= 0 0 +1⇔ + = 0 0 + 0 0 ⇔ =
AB AB AB AB AB AB AB AB AB A0 B 0
AB A0 B 0 AB A0 B 0 AB CD A0 B 0 C 0 D0 AB + CD A0 B 0 + C 0 D 0
= 0 0 ⇔ +1= 0 0 +1⇔ + = 0 0 + 0 0 ⇔ =
CD C D CD C D CD CD C D C D CD C 0 D0
Já o segundo será
Alguns elementos da geometria plana 19
CD C 0 D0 CD C 0 D0 CD AB C 0 D0 A0 B 0 CD − AB C 0 D 0 − A0 B 0
= 0 0 ⇔ −1= 0 0 −1⇔ − = 0 0 − 0 0 ⇔ =
AB AB AB AB AB AB AB AB AB A0 B 0
CD − AB C 0 D 0 − A0 B 0 AB − CD A0 B 0 − C 0 D 0
⇔ · (−1) = 0 0
· (−1) ⇔ =
AB AB AB A0 B 0
AB A0 B 0 AB A0 B 0 AB CD A0 B 0 C 0 D0 AB − CD A0 B 0 − C 0 D 0
= 0 0 ⇔ −1= 0 0 −1⇔ − = 0 0 − 0 0 ⇔ =
CD C D CD C D CD CD C D C D CD C 0 D0
AB A0 B 0 AB + CD AB A0 B 0
I) = 0 0 ⇔ 0 0 = =
CD CD A B + C 0 D0 CD C 0 D0
AB A0 B 0 AB − CD AB A0 B 0
II) = 0 0 ⇔ 0 0 = =
CD CD A B − C 0 D0 CD C 0 D0
Demonstração. AB , CD, A0 B 0 , C 0 D0 segmentos tal que, nessa ordem, formem a
Seja
AB A0 B 0 AB CD
seguinte proporção = 0 0 . Permutando os meios, teremos 0 0 = 0 0 .
CD CD AB CD
AB + A0 B 0 CD + C 0 D0
Aplicando a denição 14, teremos: = . Agora, permutando os
0 0
A00B 00 C 0 D0
AB + A B AB AB
meios, obtemos:
0 0
= = 0 0 . Já, no segundo caso, considere AB , CD,
CD + C D CD CD
A0 B 0 , C 0 D0 segmentos tal que, nessa ordem, formem a seguinte proporção
AB A0 B 0 AB CD
= 0 0 . Permutando os meios, teremos 0 0 = 0 0 . Aplicando a deni-
CD CD AB CD
AB − A0 B 0 CD − C 0 D0
ção 14, teremos:
0B0
= 0 D0
. Agora, permutando os meios, obtemos:
A C
AB − A0 B 0 AB A0 B 0
= = .
CD − C 0 D0 CD C 0 D0
MA + MB M 0A + M 0B AB AB
= 0
⇔ = 0 ⇔ M B = M 0B ⇔ M ≡ M 0
MB MB MB MB
NB − NA N 0B − N 0A AB AB
= ⇔ = ⇔ N B = N 0B ⇔ N ≡ N 0
NB N 0B NB N 0B
Portanto, M e N são pontos únicos que dividem o segmento AB interiormente e exteri-
ormente, respectivamente, na razão k.
Lema 1: Os triângulos com alturas iguais têm áreas proporcionais às medidas das bases
dos triângulos.
1 1
SABC = · h · BC e SDEF = · h · EF
2 2
Alguns elementos da geometria plana 21
Proposição 2: Dados um triângulo 4ABC e um ponto P que não pertence a nenhum dos
−→ SP AB BL
seus lados, se a semirreta AP intercepta o segmento BC no ponto L, então = .
SP AC LC
Demonstração. Conforme gura 1.13 abaixo existem dois casos (a) e (b):
SP AB AP SP AC SP AB SP AC
= = ⇔ =
SP BL PL SP LC SP BL SP LC
SP AB SP BL BL
= =
SP AC SP LC LC
Alguns elementos da geometria plana 22
0 0 b b0
AB ≡ A B
A ≡ A
4ABC ≡ 4A0 B 0 C 0 se AC ≡ A0 C 0 b≡B
B c0
BC ≡ B 0 C 0
b c0
C≡C
Exemplo 6: Os triângulos 4ABC e 4A0 B 0 C 0 são congruentes pelo caso LAL, conforme
a gura 1.15 abaixo.
Observação 8: A notação usada para o caso LAL de congruência dos triângulos 4ABC
0 0 0
e 4A B C , será:
0 0 b c0
AB ≡ A B
=⇒ =⇒ B ≡ B
b≡A
A b0 LAL 4ABC ≡ 4A0 B 0 C 0 def BC ≡ B 0 C 0
AC ≡ A0 C 0
b c0
C≡C
congruentes dois ângulos e um lado adjacente a esses ângulos, então eles são congruentes.
Exemplo 7: Os triângulos 4ABC e 4A0 B 0 C 0 são congruentes pelo caso ALA, conforme
a gura 1.16 abaixo.
Observação 9: A notação usada para o caso ALA de congruência dos triângulos 4ABC
0 0 0
e 4A B C , será:
b c0 0 0
B ≡ B
=⇒ =⇒ AB ≡ A B
BC ≡ B 0 C 0 ALA 4ABC ≡ 4A0 B 0 C 0 def b≡A
A b0
AC ≡ A0 C 0
b c0
C≡C
Exemplo 8: Os triângulos 4ABC e 4A0 B 0 C 0 são congruentes pelo caso LLL, conforme
a gura 1.17 abaixo.
Observação 10: A notação usada para o caso LLL de congruência dos triângulos 4ABC
0 0 0
e 4A B C , será:
Alguns elementos da geometria plana 24
0 0 b b0
AB ≡ A B
=⇒ =⇒ A ≡ A
AC ≡ A0 C 0 LLL 4ABC ≡ 4A0 B 0 C 0 def b≡B
B c0
BC ≡ B 0 C 0
b c0
C≡C
Exemplo 9: Os triângulos 4ABC e 4A0 B 0 C 0 são congruentes pelo caso LAA0 , conforme
a gura 1.18 abaixo.
Observação 11: A notação usada para o caso LAA0 de congruência dos triângulos
0 0 0
4ABC e 4A B C , será:
0 0 b c0
BC ≡ B C
=⇒ =⇒ C ≡ C
c0
b≡B
B LAA0 4ABC ≡ 4A0 B 0 C 0 def AB ≡ A0 B 0
AC ≡ A0 C 0
b b0
A≡A
Alguns elementos da geometria plana 25
Exemplo 10: Os triângulos 4ABC e 4A0 B 0 C 0 são congruentes pelo caso especial, con-
forme a gura 1.19 abaixo.
Corolário 6: Dois triângulos são semelhantes se os três ângulos são ordenadamente con-
gruentes e se os lados homólogos são proporcionais.
Observação 12: Lados homólogos são lados opostos a ângulos ordenadamente congru-
entes.
Exemplo 11: A gura 1.20 mostra que os dois triângulos ABC e A0 B 0 C 0 são semelhantes.
b b0
A ≡ A
4ABC ∼ 4A0 B 0 C 0 se b≡B
B c0
b c0
C≡C
Alguns elementos da geometria plana 26
a b c
e também
0
= 0 = 0 = k, (k é a razão de semelhança)
a b c
Corolário 7 (1o Caso de congruência − AA): Se dois triângulos possuem dois ângulos
ordenadamente congruentes, então eles são semelhantes
Observação 14: A notação usada para o caso AA de semelhança dos triângulos 4ABC
0 0 0
e 4A B C , conforme a gura 1.21, será:
(
A b0
b≡A
=⇒ 4ABC ∼ 4A0 B 0 C 0
B c0
b≡B
Corolário 8 (2o Caso de congruência − LAL): Se dois triângulos possuem dois lados
correspondentes ordenadamente proporcionais e os ângulos compreendidos entre esses la-
dos são congruentes, então eles são semelhantes.
Observação 15: A notação usada para o caso LAL de semelhança dos triângulos 4ABC
e 4A0 B 0 C 0 , conforme a gura 1.22, será
Bb≡B c0
AB BC =⇒ 4ABC ∼ 4A0 B 0 C 0
0 0
= 0 0
AB BC
Alguns elementos da geometria plana 27
Corolário 9 (3o Caso de congruência − LLL): Se dois triângulos têm lados homólo-
gos proporcionais, então eles são semelhantes.
Observação 16: A notação usada para o caso LLL de semelhança dos triângulos 4ABC
e 4A0 B 0 C 0 , conforme a gura 1.23, será:
AB AC BC
= = =⇒ 4ABC ∼ 4A0 B 0 C 0
A0 B 0 A0 C 0 B0C 0
a b c
= = = 2R
sen A
b sen B
b sen C
b
interna de um triângulo divide o lado oposto em partes proporcionais aos lados adjacentes.
A
A
N
B B C L
C L
29
Enunciados do Teorema de Menelaus - Versão simples 30
A A
(I) M (II)
B B
C L C L
←→
Demonstração. Para o caso I, traçaremos o segmento BD paralelo à reta NL que in-
tercepta o prolongamento do lado AC no ponto D. Note que podemos usar o Teorema
de Tales, os segmentos paralelos BD e MN cortam as secantes AB e AD em partes
proporcionais. Então, teremos:
NA MA NA MD
= ⇔ · =1 (2.1)
NB MD NB MA
Agora, tomando os segmentos paralelos NL e BD sobre as transversais BL e M D,
pelo Teorema de Tales, teremos:
CD BC M C + CD CL + BC
= ⇔ =
MC CL MC CL
Como M C + CD = M D e CL + BC = BL, teremos:
MD BL LB M C
= ⇔ · =1 (2.2)
MC CL LC M D
Enunciados do Teorema de Menelaus - Versão simples 31
NA MD LB M C N A LB M C
· · · =1·1⇔ · · =1
NB MA LC M D N B LC M A
←→
Já, para o caso II, traçaremos o segmento AD paralelo à reta N L, com D no segmento
BC . Pelo Teorema de Tales, os segmentos AD e N L coram as secantes BN e BL em
partes proporcionais. Assim teremos:
BA BD BA + AN BD + DL
= ⇔ =
AN DL AN DL
Como, BA + AN = BN e BD + DL = BL, teremos:
BN BL N A LB
= ⇔ · =1 (2.3)
AN DL N B LD
Analogamente, tomando os segmentos paralelos AD e MN cortados pelas transversais
AM e DL, pelo Teorema de Tales, teremos:
AC DC AC + CM DC + CL
= ⇔ =
CM CL CM CL
Como, AC + CM = AM e DC + CL = DL, teremos:
AM DL M C LD
= ⇔ · =1 (2.4)
CM CL M A LC
Multiplicando, membro a membro, as igualdades 2.3 e 2.4, obtemos:
N A LB M C LD N A LB M C
· · · =1·1⇔ · · =1
N B LD M A LC N B LC M A
A A
N N
M M
Z Y
B C L B X L
Demonstração. Observe que o ponto M não pertence a nenhum dos lados do triân-
←→
gulo ∆LAB e como a semirreta LM intercepta o segmento AB no ponto N, então pela
Proposição 2, temos que:
SM AL SM BL NA SM AL Y
= ⇔ = = (2.5)
NA NB NB SM BL X
←−→
Note também que, asemirreta AM intercepta o segmento BL no ponto C, então pela
Proposição 2, temos que:
SM AB SM AL BC SM AB Z
= ⇔ = =
BC LC LC SM AL Y
BC + LC SM AB + SM AL Z +Y
⇔ = = (2.6)
LC SM AL Y
Agora observe que os triângulos ∆ABM e ∆M BC h1 em re-
que tem a mesma altura
lação às bases AM e M C respectivamente, o mesmo ocorrendo para os triângulos ∆AM L
e ∆M CL que possuem altura h2 em relação às mesmas bases. Então, pelo Lema 1, temos
que:
SM AB SM BC SM BC MC
= ⇔ =
MA MC SM BA MA
SM AL SM CL SM CL MC
= ⇔ =
MA MC SM AL MA
MC SM BC SM CL
⇔ = =
MA SM AB SM AL
MC SM BC + SM CL X
⇔ = = (2.7)
MA SM AB + SM AL Z +Y
Multiplicando, membro a membro, as igualdades 2.5, 2.6 e 2.7, obtemos:
NA LB MC Y Z +Y X
· · = · · =1
NB LC MA X Y Z +Y
Enunciados do Teorema de Menelaus - Versão simples 33
M
A
(I) (II)
A
N
M
P
P
B L C
C L B
(ii) Os triângulos ∆AM N ∼ ∆CP M possuem um um ângulo oposto pelo vértice e dois
NA MA NA MC
ângulos altermos internos. Assim, temos: = ⇔ · =1 (2.9)
PC MC P C MA
Multiplicando, membro a membro, as igualdades 2.8 e 2.9, e simplicando o valor
comum P C, teremos:
LB P C NA MC N A LB M C
· · · =1·1⇔ · · =1
LC N B P C MA N B LC M A
Já, para o caso II, temos que das semelhanças entre os triângulos:
Enunciados do Teorema de Menelaus - Versão simples 34
LB M C NA P B N A LB M C
· · · =1·1⇔ · · =1
LC P B P C MA N B LC M A
Demonstração. Agora, demonstraremos este teorema usando semelhança em triângulos
retângulos.
R
N
ha
hb
Q M
P
B hc L
Observe que:
(vi) 4CP M ∼ 4AQM , pois possuem um ângulo oposto pelo vértice e um ângulo reto.
MC hc
Portanto, temos: = . (2.13)
MA ha
Enunciados do Teorema de Menelaus - Versão completa 35
(vii) 4BRN ∼ 4AQN , pois possuem um ângulo oposto pelo vértice e um ângulo reto.
NA ha
Portanto, temos: = . (2.14)
NB hb
Multiplicando, membro a membro, as relações 2.12, 2.13 e 2.14, obtemos:
LB MC NA hb hc ha N A LB M C
· · = · · ⇔ · · =1
LC MA NB hc ha hb N B LC M A
Diante do exposto, seguiremos, agora com a demonstração do Teorema de Menelaus
na versão completa.
N A LB M C
· · =1 (2.8)
N B LC M A
R
N
h1
h2
Q M
P
B h3 L
(ix) 4CP M ∼ 4AQM , pois possuem um ângulo oposto pelo vértice e um ângulo reto.
MC h3
Portanto, temos: = . (2.17)
MA h1
(x) 4BRN ∼ 4AQN , pois possuem um ângulo oposto pelo vértice e um ângulo reto.
NA h1
Portanto, temos: = . (2.18)
NB h2
LB MC NA h2 h3 h1 N A LB M C
· · = · · ⇔ · · =1
LC MA NB h3 h1 h2 N B LC M A
P A LB M C
· · =1 (2.9)
P B LC M A
Comparando 2.8 e 2.9, temos que:
PA NA
=
PB NB
Pela denição 16, da unicidade do pontodivisor, os pontos P e N coincidem, logo
P = N. Portanto, os pontos N, L e M são colineares.
3 O Teorema de Ceva
Apresentaremos, neste capitulo, três demonstrações da versão simples do Teorema de
Ceva e uma demonstração da versão completa, que trata da concorrência de segmentos
das retas que unem cada vértice de um triangulo a um ponto situado sobre a reta suporte
do lado oposto.
N M
B C
As demonstrações que serão apresentadas podem ser trabalhada no ensino médio, pois
envolve relação entre áreas, Teorema de Tales, Semelhança de Triângulos e Trigonometria.
As quatro demonstrações serão desenvolvidas a seguir.
37
Enunciado do Teorema de Ceva - Versão simples 38
A A A
(b)
(a)
N M N M
P P P
C B C B C
B
L L L
←−−→
Ao aplicar o Teorema de Menelaus no triângulo 4ABL e a transversal N P C , conforme
a gura 3.2(a) teremos:
N A CB P L
· · =1 (3.1)
N B CL P A
←−−→
Agora, aplicando o Teorema de Menelaus no triângulo 4ALC e a transversal BP M ,
conforme a gura 3.2(b) teremos:
P A BL M C
· · =1 (3.2)
P L BC M A
Multiplicando 3.1 e 3.2, membro a membro, teremos:
N A CB P L P A BL M C N A LB M C
· · · · · =1·1⇔ · · =1
N B CL P A P L BC M A N B LC M A
Observe que o ponto P não pertence a nenhum dos lados do triângulo 4ABC . Como
←→
a semirreta CP intercepta o segmento AB no ponto N, então pela Proposição 2, temos
que:
NA LB MC Y Z X
· · ⇔ · · =1
NB LC MA X Y Z
D A E
N M
B C
NA AD
= (3.6)
NB BC
Observe, também, que os triângulos 4EM A ∼ 4BM C , pois os pares de ângulos,
∠E AM
b e ∠M CB b , ∠AEM
b e ∠M BC b são congruentes e AE k BC . Logo, pelo Teorema
de Tales, temos:
MC CB
= (3.7)
MA AE
E pela Proposição 2, os triângulos 4AEP ∼ 4LBP e também os triângulos 4DAP ∼
4CLP . Aplicando o Teorema de Tales, nos dois casos, teremos:
AP EA
= (3.8)
PL LB
e
AP AD
= (3.9)
PL LC
De 3.8 e 3.9, temos que:
EA AD LB AE
= ⇔ = (3.10)
LB LC LC AD
Multiplicando as igualdades 3.7 e 3.10 e simplicando, teremos:
N A M C LB AD CB AE NA AE N A M C LB
· · = · · ⇔ = ⇔ · · =1
N B M A LC CB AE AD NB AD N B M A LC
O Teorema de Ceva também pode ser apresentado na sua forma trigonométrica.
Enunciado do Teorema de Ceva - Versão simples 41
sen ∠ACN
b sen ∠B AL
b sen ∠C BM
b
· · =1
sen ∠B CN
b sen ∠LAC
b sen ∠M AB
b
N M
B C
BP AP sen M BA
b AP
= ⇔ = (3.11)
sen B AL
b sen M BA
b sen B AL
b BP
BP CP sen B CN
b BP
= ⇔ = (3.12)
sen B CN
b sen C BM
b sen C BN
b CP
PC AP sen C AL
b PC
= ⇔ = (3.13)
sen C AL
b sen ACN
b sen ACN
b PA
Multiplicando membro a membro as igualdades 3.11, 3.12 e 3.13 ,teremos:
! ! !
sen M BA
b sen B CN
b sen C AL
b AP BP PC
· · = · ·
sen B AL
b sen C BN
b sen ACN
b BP CP PA
! ! !
sen ACN
b sen B AL
b sen C BM
b PA BP CP
⇔ · · = · ·
sen B CN
b sen LAC
b sen M BA
b BP PC AP
sen ACN
b sen B AL
b sen C BM
b
⇔ · · =1
sen B CN
b sen LAC
b sen M BA
b
Enunciado do Teorema de Ceva - Versão completa 42
N A LB M C
· · =1
N B LC M A
D A E
(a)
N M
B C
NA AD NA AD
= ⇔ = (3.14)
NB CB NB CB
o
2 ) 4BP C ∼ 4EP D. Logo, teremos:
LB AE LB AE
= ⇔ = (3.15)
LC AD LC AD
Enunciado do Teorema de Ceva - Versão completa 43
o
2 ) 4M AE ∼ 4CM B . Logo, teremos:
MC CB MC CB
= ⇔ = (3.16)
MA AE MA AE
Multiplicando as relações 3.14, 3.15 e 3.16, membro a membro e simplicando,teremos:
NA LB MC AD AE CB N A LB M C
· · = · · ⇔ · · =1
NB LC MA CB AD AE N B LC M A
N A LB M C
· · =1
N B LC M A
Então as cevianas AL, BM e CN concorrem no mesmo ponto P.
Considere um ponto P, tal que esse ponto seja interseção das cevianas AL eBM .
E seja Q o ponto formado pela ceviana traçada a partir do vértice C até o lado AB do
triângulo 4ABC , passando pelo ponto P, conforme a gura 3.7
Q M
B C
QA LB M C
Note que é valido que: · · =1
QB LC M A
N A LB M C
Por hipótese, temos que: · · =1
N B LC M A
QA NA
Logo, dessas relações, teremos que : =
QB NB
Pela denição 16, da unicidade do ponto divisor, temos que: Q = N.
44
Aplicações do Teorema de Menelaus 45
2.EC
D
E
α P
α
β β C
A
Solução:
N
M
P
θ
E θ
D B C
Solução:
c a bc
= ⇒ AN =
AN b − AN a+c
b bc b(a − c)
Daí, M N = AM − N A = − ⇒ MN = . Aplicando o teorema de
2 a+c 2(a + c)
Menelaus ao triângulo BCN , em relação ao terno de pontos colineares D , P e M , obtemos
Aplicações do Teorema de Ceva 47
b(a − c)
P B M N DC P B 2(a + c) a + c
· · =1⇔ · · =1
P N M C DB PN b c
2
P B b(a − c) 2 a + c
⇔ · · · =1
P N 2(a + c) b c
PB a − c
⇔ · =1
PN c
PB a−c
⇔ · =1
BN − P B c
PB c
⇔ =
BN − P B a−c
⇔ P B · (a − c) = (BN − P B) · c
⇔ a · P B − c · P B = c · BN − c · P B
⇔ a · P B = c · BN
⇔ BC · P B = AB · BN
PB AB
⇔ =
BN BC
Como N é o pé da bissetriz interna relativa ao vértice B, então ∠ABP ≡ ∠N BC .
BP AB
Sabendo que ∠ABP ≡ ∠N BC e = , segue que os triângulos 4ABP e 4CBN
BN BC
são semelhantes pelo caso AA. Logo, ∠BP A ≡ ∠ACB .
Solução:
P A M B QC 4 y 9 36y 36
· · =1⇔ · · ·=1⇔ =1⇔ = 1 ⇔ 6z = 36 ⇔ z = 6
P B M C QA z y 6 6yz 6z
PA QA 4 6 2
Logo, o segmento PB mede 6cm. Note que = = = = . Então, pelo
PB QC 6 9 3
Teorema de Tales, P Q k BC . Como BQ é bissetriz interna então ∠P BQ ≡ ∠QBC
e ∠QBC ≡ ∠BQP , pois são altermos internos. Logo, o triângulo 4BP Q é isósceles.
Portanto, x = 6, ou seja, o segmento P Q mede 6cm.
Aplicações do Teorema de Ceva 49
Atividade 5 (Canadá 1998): Seja 4ABC um triangulo com ∠BAC = 40◦ e ∠ABC =
60◦ . Sejam D e E pontos sobre os lados AC e AB , respectivamente, tais que ∠CBD = 40◦
◦
e ∠BCE = 70 . Se os segmentos BD e CE se intersectam no ponto F , mostre que
←→ ←→
AF ⊥BC .
o
40o
20
G
E
F
X 70o
C
A
D
40o − X 10o
Solução:
Note que:
◦
(i) Se ∠ABC = 60 e ∠CBD = 40◦ , então ∠ABD = ∠ABC − ∠CBD = 60◦ − 40◦ =
20◦ , ou seja, ∠ABD = 20◦ .
◦
(ii) Como a soma dos ângulos internos do triângulo 4ABC é igual a 180 e sabendo
◦ ◦ ◦
que, se ∠BAC = 40 e ∠ABC = 60 , então ∠ACB + ∠BAC + ∠ABC = 180 ⇔
◦ ◦ ◦ ◦
∠ACB + 40 + 60 = 180 ⇔ ∠ACB = 80 .
◦
(iii) Se ∠ACB = 80 e ∠BCE = 70◦ , então ∠ACE = ∠ACB − ∠BCE = 80◦ − 70◦ =
10◦ , ou seja, ∠ACE = 10◦ .
←→ ←→
G o ponto de interseção entre as retas AF e BC e ∠BAG = x. Então ∠CAG =
Seja
∠BAC − ∠BAG = 40◦ − x. Pelo Teorema de Ceva trigonométrico, obtemos:
Como sen 40◦ = 2. sen 20◦ cos 20◦ , e sen 70◦ = cos 20◦ , então temos:
sen x. sen 10◦ .2. sen 20◦ . cos 20◦ = sen(40◦ − x). cos 20◦ . sen 20◦
⇔ 2. sen x. sen 10◦ = sen(40◦ − x)
1
⇔ sen x. sen 10◦ = . sen(40◦ − x)
2
1
Como sen 30◦ = , temos:
2
sen x. sen 10◦ = sen 30◦ . sen(40◦ − x)
cos(A − B) − cos(A + B)
E como sen A · sen B = , obtemos:
2
Solução:
−−→
Seja P a interseção das retas BC e EF . Armamos que P ∈ BC\BC .
Aplicação do Teorema de Menelaus e de Ceva 51
F B EA DC F B EA DB
· · =1⇔ · = (4.1)
F A EC DA F A EC DA
Agora, ao aplicar o Teorema de Menelaus ao triângulo 4ABC , em relação ao terno de
pontos colineares F , E e P , obtemos:
F B EA P C F B EA PB
· · =1⇔ · = (4.2)
F A EC P B F A EC PC
DB PB DB PC
Das igualdades (4.1) e (4.2), teremos: = ⇔ = (4.3)
DC PC DC PB
AB AC DC
Pelo Teorema da bissetriz interna aplicado ao 4ABC , temos: = ⇔ =
DB DC DB
AC
(4.4)
AB
AC PC PB PC
De (4.3) e (4.4), obtemos: = ⇔ = (4.5)
AB PB AB AC
←→
Com essa relação de proporção (4.5), concluímos que AP é bissetriz externa do triân-
gulo 4ABC relativa ao vértice A. Somando os seguintes ângulos, obtemos a seguinte
igualdade:
6
De acordo com DE FREITAS (2015) , a versão simples do teorema de Menelaus, é
válida parcialmente, pois a recíproca é falsa. Um contraexemplo simples ocorre quando
os pontos L, M e N são médios dos lados do triângulo ABC. Neste caso, os pontos não
7
são colineares, mas o produto das razões é igual a um. Contudo, MARTINS (2015) ,
arma que, se o professor ou o aluno têm ciência dessa particularidade e toma o devido
cuidado no momento da resolução de um problema, pode aplicar o teorema recíproco de
Menelaus na sua versão simples.
Esperamos que realmente esta dissertação motive os docentes para abordagem desses
teoremas em sala de aula, desde a compreensão da aplicação dos conceitos nas situações
problemas, às construções de diversas formas de demonstrações do Teorema de Menelaus
e de Ceva, contribuindo desta forma para desenvolvimento do conhecimento teórico e
52
53
9 Mentor. (2015, junho 16). Teorema da bissetriz externa: Demonstração. 2015 [Video
le].
54
Referências 55