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Resumo
Quem preside sem projetos e não segue objetivos, não é líder. Líder não é título é
condição. Liderar pessoas para Cristo é colocá-las em direção ao objetivo proposto
por Cristo. Não se lidera grupos sem liderar indivíduos e nunca se deve desprezar a
individualidade de cada ser humano que se pensa em liderar. É necessário e
imprescindível conhecer não só cada pessoa a ser liderada, mas, também conhecer
minuciosamente os objetivos a serem alcançados. Caso haja negligência da parte
do líder de qualquer um destes aspectos relacionados aos objetivos da liderança,
seus liderados serão como ovelhas que não tem pastor.
Abstract
Who presides over without projects and it does not follow objectives, is not leader.
Leader is not heading is condition. To lead people for Christ is to place them in
direction to the objective considered for Christ. One does not lead groups without
leading individuals and if of it never must disdain the individuality of each human
being that if thinks about leading it. It is necessary and essential to know each person
not only to be led, but, also to know minutely the objectives to be reached. In case
that it has recklessness of the part of leader of any one of these aspects related to
the objectives of the leadership, led its will be as sheep that shepherd does not have.
1. Introdução
A aspiração deste trabalho é ainda fugir um pouco do que já se tem bastante nos
livros sobre liderança. Líder, nesta perspectiva, é um reflexo do cuidado de Deus
para com os seus. Como já mencionamos, não vamos apresentar uma forma de
fabricação de líder, mas, o que o Senhor Deus queria com os seus quando
designava alguém para os governar.
A visão popular de um líder é a de um indivíduo forte, alto, voz firme, quase sempre
de boa aparência, inteligência destacada no grupo e de coragem expressa. Essas
são características que popularmente se acredita apontar uma pessoa pronta para
liderar. Mas, será que estas características definem um líder? Sem querer fazer
comparações melindrosas, parece muito com características de "delegado" ou
"sargento".
Não será criado um novo conceito a partir daqui, mas, relacionar o conceito geral já
existente e associar às propostas de Cristo para, em fim, chegarmos a entender o
conceito de liderança na perspectiva cristã.
Como foi apresentado acima o conceito de líder que será nosso objeto de análise
através dos objetivos; será aquele indivíduo que tem como exercício, práticas
inerentes ao trato com ser humano, com finalidade especificamente de conduzir,
dirigir, guiar, presidir ou governar para uma ação ou um ideal, um indivíduo
representativo de uma sociedade ou grupo. A finalidade nada mais é do que
objetividade direcionada e ordenada, ou seja, um fim a ser alcançado. Bom, conduzir
é levar alguém a um destino pré-determinado. Como se deve associar o conceito ao
termo “cristã”, chegamos a concluir que esta finalidade de conduzir deverá estar
ligada aos objetivos de Cristo. Se um líder tem objetivos cristãos deverá conduzir
seus liderados aos alvos apresentados por Jesus. No caso de alguém liderar e não
ter intencionalmente atitudes relativas aos propósitos cristãos não faz liderança
cristã. Quando alguém se propõe a entregar-se para a liderança da Igreja de Cristo
deve, sem resignação alguma, não só apresentar, como também conhecer as
minúcias e ser praticante das posturas cristã.
Alguém pode dizer “Mas é tão complexo liderar! Como as coisas podem ser
2
BUENO, Francisco da Silveira, Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, 11ª Ed.– FENAME, RJ,
1976.
resumidas apenas em conceito?”. Tem toda razão! É por esse motivo que estamos
mudando a perspectiva do estudo da liderança; não só para mudar de estilo, mas
sim porque estamos lidando com ser humano, e não há nada mais complexo aqui na
terra do que o ser humano. Se liderança cristã é conduzir alguém aos alvos
estabelecidos por Cristo para a sua Igreja, não devemos nos esquecer que esse
“alguém” é um ser humano com localização histórica, cultural e social.
A grande maioria dos livros que tratam de liderança aborda muito o conjunto das
pessoas, mas, desprezam a individualidade e de que a inserção de cada liderado
passa pela individualidade. Não se pode considerar que o ser humano é um produto
de fabricação em série, como se existisse um padrão de humano e os demais
estivessem com “problemas de fabricação”. Cada indivíduo possui peculiaridades e,
em nenhum outro lugar do mundo será encontrado outro idêntico a ele, nem mesmo
dentro do grupo onde ele sobrevive. Com isso deve-se pensar liderança cristã
atuando em indivíduos separados e em grupo, lembrando que ele nunca será do
grupo se não for inserido no contexto do grupo. Quem opera liderança na
perspectiva da boa aparência e do bom comportamento para compor seu grupo de
liderados é seletista e não entendeu as propostas de Cristo nem mesmo o objetivo
geral que é a salvação da humanidade. É tolerante que se queira que cada um
tenha um bom comportamento e aparência aprazível podendo até mesmo ser parte
de um objetivo específico, mas, nenhuma destas características será válida se não
estiverem associadas à proposta da salvação que é o objetivo geral.
Quando Deus queria levar seu povo a um determinado lugar, sempre designava
alguém para ir adiante. Observa-se isto quando chamou a Abraão, Moisés, Josué,
os juízes e cada rei de Israel. A verdade é que Deus nunca deixou seu povo
desorientado. Cada um que era designado sabia quais coordenadas deveria seguir
para a execução do serviço. Não é diferente com a Igreja. Da mesma forma e com o
mesmo cuidado Ele designa e dá as instruções, através de sua palavra, aos líderes
que conduzem sua amada Igreja ao destino certo.
Em cada um destes momentos, tanto no Israel antigo, nos dias da Igreja Primitiva
quanto nos momentos atuais da Igreja universal de Cristo; percebemos o quão
intensamente Deus dispensa o seu cuidado sobre seu povo.
O que deveria ser compreendido por Abrão em primeiro momento era que Deus
havia reprovado os modelos antigos, ou seja, para os propósitos que o SENHOR
estabeleceu, as coisas deveriam mudar; acontecer de uma outra forma, a que Ele
planejou.
Nações abençoadas. No fim das “contas” por causa dele as outras nações seriam
abençoadas. Pensar em Abraão como um canal de benção para as outras nações
não é levá-lo ao nível de intercessor, mas, a um referencial ou ponto de partida. As
etapas a serem seguidas era de ser aquele que confiou no todo poderoso a ponto de
depositar nas mãos dEle as coisas de maior valor que alguém pode oferecer, sua
vida e a de quem mais ama. Neste caminho não podemos desprezar uma outra
série de fatores que também podem ter influenciado na ação de Abraão bem como
na ação divina e ainda, possíveis elucidações quanto ao propósito messiânico.
Não é uma tarefa muito fácil confirmar nos textos sagrados que alguém tenha tido
mais tempo efetivo como líder que Moisés. Ele possivelmente tenha passado todas
as fazes que um líder pode passar.
Para cumprir cada propósito, o Senhor Deus fez um planejamento. Com Sua imensa
sabedoria, sabia exatamente as etapas que Moisés deveria seguir. Embora Moisés
tenha entendido que não tinha capacidade; a resposta para ele foi praticamente
“faça como vou te mandar”.3
Como o primeiro propósito era de libertar o povo da servidão, a instrução de Deus foi
que ele fosse aos filhos de Israel, que ainda não era nação constituída, notificar que
o que Senhor Deus havia de fazer por eles. A postura divina foi bastante
diplomática, pois a segunda orientação foi tentar dialogar com faraó a fim de que
deixasse os descendentes de Israel sair para cultuar ao seu Deus. Com esta
orientação veio o primeiro desafio de Moisés; o interessante é que o próprio Deus
preveu para Moisés que o líder do Egito não aceitaria a saída dos hebreus
passivamente. Bom! O desenrolar dos fatos pode ser acompanhado nos capítulos 3
a 15 de Êxodo.
O que se deve fixar com esse exemplo de Moisés em alcançar os propósitos divinos
é que o líder, neste momento, seguiu passo a passo cada seguimento do plano
divino para que o alvo fosse atingido.
Para que o povo chegasse com uma nova mentalidade o próprio Deus encarregou-
se de apresentar novas regras de vida entregando-as a Moisés em forma de
decálogo.
As regras dadas por Deus a Moisés, de acordo com o plano divino, tornaram-se a
Lei para os israelitas, aconteceu mais que um simples conjunto de regras morais; ela
tornou-se elemento da cultura e agente regulador da cultura subjetiva do povo.
Depois desta longa caminhada pelo deserto, pouquíssimos daqueles que saíram do
Egito viveram o suficiente para verem a terra prometida. Uma nova geração chegou
à Canaã. Com a aproximação da terra e a morte de Moisés um outro líder foi
designado por Deus para fazer com que o povo entrasse na terra, Josué. Não havia
outro homem que, naquele momento, tivesse condições de levar o povo a entrar a
terra mais que Josué, por isso Deus o escolheu. Para melhor esclarecimento basta
observar a atitude dele quando foi espiar a terra (Nm 14 1-9). Naquele momento ele
demonstrou que queria chegar até o fim, ou seja, alcançar os objetivos traçados por
Deus desde a saída do Egito. A mensagem divina para Josué foi semelhante à que
Moisés tinha recebido, as etapas eram menores mas, não se pode considerar que
eram mais simples. “...o SENHOR falou a Josué, filho de Num, servo de Moisés,
dizendo: Moisés, meu servo, é morto: levanta-te pois agora, passa este Jordão, tu e
todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel.(Js 1.1-2). Atravessar o
Jordão e entrar à terra podendo ainda ser observado a postura que o Senhor Deus
demonstrou, com interesse expresso, animando-o com uma palavra de total apoio
“Nenhum se susterá diante de ti, todos os dias da tua vida: como fui com Moisés,
[assim] serei contigo: não te deixarei nem te desampararei (Js 1.5). Conhecendo a
fidelidade de Deus, Josué sem questionamentos aceitou e colocou-se à disposição
do SENHOR. O objetivo neste momento era entrar na terra, ela já havia sido
alcançada, agora era só entrar e tomar posse. Atravessar o rio seria o primeiro
obstáculo a ser superado, porém antes atravessar o Jordão para entrarem e
tomarem posse, foi novamente exortado pelo SENHOR, ele e o povo, a praticarem a
lei, “as regras”, que havia sido acordado no início da aliança. Neste momento era
uma nova geração que estava chegando a terra, daqueles que saíram do Egito
apenas Josué e Calebe entraram na terra, com isso, houve a necessidade de
reforçar as declarações da Lei.
É realmente emocionante a reação do povo para com Josué, um pouco diferente
com relação à acontecida com Moisés. Depois dele ter declarado a vontade do
SENHOR para com eles; suas declarações foram tão seguras e confiantes que o
povo assim declarou “Tudo quanto nos ordenaste faremos, e aonde quer que nos
enviares iremos” (Js 1.16). Depois de uma tão significante aceitação agora era só
preparar-se e ir em frente. Qualquer líder ficaria muito feliz em ouvir de seus
liderados uma declaração como esta feita a Josué. Na verdade o povo sabia em
quem estavam confiando, sabia que Deus iria honrar a posição do líder que Ele
mesmo escolheu.
Josué em relação ao povo não teve dificuldades, todos sabiam, neste momento,
quais eram os objetivos divinos, com isso, era apenas seguir o plano. A história de
Josué e a entrada na terra prometida podem ser conferidas no livro de Josué.
Estabelecidos na terra, o povo ficou com uma necessidade muito grande de ter
adiante deles alguém para os liderar. Vários juízes apresentavam-se em variados
momentos, principalmente diante da possibilidade de uma nova escravidão. Entre
estes juizes não poderíamos deixar de apresentar uma proposta de análise,
segundo os objetivos, do juizado de Gideão.
Gideão tem um momento de liderança bastante particular. Ele não era alguém que
tivesse, aos olhos do povo, condições de ser representante. Pobre e menor entre os
seus irmãos, qualidades que em sua cultura o desfavorecia de forma considerável
(Juízes 6.15). Mas, como Deus não tem a mesma forma de ver que os homens;
diante do clamor desesperado do povo que sofria penosamente a opressão
midianita, se propõe a atender as suplicas chamando a Gideão para, através de sua
liderança, livrá-los da servidão.
Como todo e qualquer ser humano, Gideão passou por um momento de dúvida,
certamente por causa de sua condição social. Ele não acreditava na possibilidade de
ser a pessoa que Deus usaria para libertar a Israel da opressão, procurou respostas
para confirmar sua escolha para a tarefa de libertar o povo. No capítulo 6 dos
versículos 36 ao 40 do livro de Juízes encontramos os meios utilizados por Gideão
para confirmar sua escolha. Confirmada a sua escolha, passou-se ao processo da
execução dos planos para atingir o alvo estabelecido. Uma guerra estava para ser
travada, mas, não havia exercito para liderar, um passo inicial seria a escolha do
grupamento para a batalha. Gideão chamou ao povo para a guerra e eram cerca de
trinta e dois mil os que se apresentaram para a guerra, porém, para os propósitos
que o SENHOR havia estabelecido era muito o povo que estava com ele.
Observando postura divina adotada diante dos que se apresentaram para guerra,
nós vemos que para Deus o que interessa é unicamente os alvos a serem atingidos
pois, com esta postura vemos que o povo escolhido, por motivos que o próprio Deus
estabeleceu, era em número que não podia convencer que sairia vencedor de
qualquer guerra, mas, como já dissemos, o prisma da visão de Deus é
tetradimensional, o SENHOR enxerga propriedades que em ocasião alguma
conseguimos alcançar. Deus não queria apenas levar o povo de Israel a vencer os
midianitas; o que nós podemos alcançar é que também desejava recuperar para si o
reconhecimento do povo de que é o único Deus e todo poderoso. Deus se
manifestou diante das necessidades de Israel, mas, não foi uma atitude autônima no
sentido que Ele tenha se oferecido para tal, mas, foi diante do clamor do povo que
se apresentou. Para alcançar estes objetivos usou seu instrumento humano, Gideão.
Trezentos homens, nem um homem se quer a mais. Foi exatamente com este
número que Deus libertou o povo e foi bem claro quanto tomou esta postura “a fim
de que Israel se não glorie contra mim, dizendo: A minha mão me livrou.” (Juízes
7.2). Algumas pessoas podem naquele momento ter pensado que seria suicídio lutar
com tão pouca gente, no entanto, depois de seguirem a ordem de Gideão, se
espelharem nas suas atitudes; a vitória veio sobre eles, para glória de Deus e
libertação do povo; era exatamente o que estava estabelecido como alvo pelo
Grande Líder. Não haveria vitória para os hebreus se Gideão não tomasse uma
postura de obediência e submissão, e mais, ele mesmo poderia ostentar sua
condição de escolhido, mas não foi esta a postura dele; buscou respostas,
orientação e ajuda.
No tempo dos reis de Israel vários reis reinaram, mas, nem todos governaram, uns
ficaram famosos por sua beleza, outros pela valentia e ainda outros pela rebeldia.
No entanto por exercer um bom governo poucos se destacaram. Dentre os que se
destacaram é necessário pensar nos propósitos. Os reis que entraram nos
propósitos divino, ou seja, naquilo que o Senhor havia proposto para Israel desde a
sua saída do Egito. Quando entramos neste filtro da liderança passa-se pela
percepção de que os nomes mais famosos da história dos governantes de Israel na
realidade não são representativos o suficiente, a ponto de ser destaque. Contudo, há
reis que foram considerados pelo autor dos livros históricos como: “fez o que era
reto perante o Senhor” (I Reis 22.43). Há dois lados a serem vistos quando
pensamos em governar e, em nenhum momento pode-se perder a noção de que é
da visão judaico-cristã que a liderança deve ser vista neste artigo. Pensando desta
forma o propósito é levar o povo a chegar-se a Deus para o considerarem e adorá-lo
como Senhor de suas vidas e servi-lo. O Outro é a relação diplomática com o
público interno e externo ao reinado, no entanto não é oportuno falar deste objetivo,
embora seja extremamente inerente à liderança, mas, foge do nosso rumo. Alguns
escritores preferem avaliar a liderança deste momento como “liderança direcional” 4
visando as decisões que podem dar direção ou desviar dos alvos pré estabelecidos.
4
HYBELS, Bill, Liderança Corajosa. Ed Vida. Tradução de James Monteiro dos Reis, Cap. 7, pg 144
Para levar o povo a servir ao Senhor, todas as ferramentas já existiam, desde o
momento que fizeram aliança com Deus. Com a decadência moral e ética da nação
houve um desvio de direção e, o rei que porventura quisesse fazer com que
retornassem a servir ao Senhor deveria retomar a ênfase no cumprimento da Lei. Se
fosse caso de idolatria, tomar a postura de retirar as altos, se fosse caso de mistura
com filhas dos pagãos era apresentar a proposta do matrimônio justo diante do
Senhor, em suma, reforçar as propostas da aliança juntamente com seus castigos.
Alguns reis como Davi, Salomão (apenas no início de seu reinado) e depois da
divisão da nação Asa e etc (confira nos livros de I e II Reis e Crônicas), foram
classificados como bons reis.
Para encerrar a perspectiva de liderança dentro dos textos bíblicos é forçoso entrar
nos textos do Novo Testamento e olhar de perto o ministério de liderança de Jesus.
Nunca alguém, enquanto líder, conseguiu ser tão diretivo e ousado como Jesus;
basta olharmos Jesus a partir dos objetivos seus aqui na terra e chegaremos à
conclusão de que ele é líder por excelência, um exemplo a ser seguido. Quando
nasceu, Jesus passou por caminhos de crescimento como as demais crianças de
sua época e na sua biografia bíblica ele é sujeito passivo até que surge com cerca
de doze anos de idade aventando com doutores. Nesta ocasião, Maria, sua mãe; e
José, seu padastro, deixam o menino em uma das festas de Israel, pensando que
retornaria para casa com os outros parentes. Depois de três dias voltaram para
procurá-lo e o encontraram lá no templo, entre os doutores, ouvindo-os e
questionando-os; quando chegaram a ele maravilhados por terem encontrado o seu
filho e dizendo sobre a aflição que Jesus havia causado neles. Mas, diante da
proposta da vinda de Cristo aqui no mundo, que não era apenas ser um bom filho
para a sua mãe, a resposta dada por Jesus define inicialmente que ele tinha
propósitos específicos para alcançar, e possivelmente pretendia iniciar cedo; ”estar
na casa de meu Pai”, “cuidar das coisas de meu Pai”. Estas são as expressões que
correspondem à resposta de Jesus aos seus pais terrenos e, embora adolescente,
sabia exatamente por onde deveria caminhar para que seus propósitos fossem
alcançados.
Uma fatalidade da vida humana retira Jesus de cena novamente. É possível que
Jesus tenha assumido a condição de chefe do lar depois da morte de José. Esses
quase vinte anos trabalhando para o sustento da família não foram capazes de
retirar da vida de Jesus Cristo os propósitos de sua vida, ele tinha que cumprir seu
papel social, mas, jamais se render ao desdém da vida. Esta fase da vida de Jesus é
bastante explorada com uma série de conjecturas, porém, uma coisa é certa, ela
tinha uma profissão e trabalhava nela, por um bom tempo, andava com José e ficou
conhecido por “filho do carpinteiro” ou “o Carpinteiro” (Mt 13,55; Mc 6.3).
Há uma série de outros líderes apresentados na Bíblia sagrada tais como Pedro,
Paulo, Tiago entre outros, porém, o que impede de mencioná-los é a falta de espaço
neste trabalho.
Ficará aqui a proposta para o leitor se dedicar à pesquisa bíblica dentro destes
meandros da liderança, ou seja, passar a enxergar a liderança bíblica a partir dos
objetivos. Se for vista desta forma será mais compreensiva as atitudes de cada
liderança. Não é possível entender as posturas determinados líderes se não
tivermos a capacidade de vermos os seus objetivos; a oposição ou a crítica, não
podem desconsiderar que por trás de cada postura há uma intenção final, esta, de
alguma forma, prende-se ao objetivo geral de cada liderança.
6. Conclusão
Quer ser um bom líder? Estabeleça seus objetivos, torne-os claros, conheça seus
liderados individualmente ou convoque pessoas que você conhece, que esteja entre
eles e treine-os para te auxiliarem.
Não haverá liderança se o líder não tiver objetivos a serem alcançados. Imagine
alguém em uma praça querendo sair e andar, com várias ruas à sua frente e ele não
saber onde ir. Com certeza será como uma folha que o vento leva.
Não há uma igreja forte se seu líder não estabelece metas para serem atingidas
periodicamente. Mesmo que as metas não sejam atingidas completamente, mas, a
igreja permanecerá em constante atividade. Igreja sem projeto de vida é uma igreja
morta e seus cultos são como um ciclo vicioso, não causando mudança significativa
em seus membros. É mórbido o viver de um grupo que tem um líder que não
estabelece alvos em sua liderança.
Não se pode desconsiderar que a igreja local deva criar departamentos de acordo
com seu contingente de membros e congregados, porém, os departamentos não
podem viver individualmente como se fossem uma igreja dentro da igreja, cada um
vivendo seu “mundinho”, jovens, senhoras, senhores, crianças, ministério de ensino,
como se as funções não tivessem nenhuma relação entre si. O projeto de vida da
igreja deve, sem reservas, envolver todos os departamentos, tornando-os
codependentes. A igreja é um organismo vivo; nenhum corpo funciona se seus
órgãos nem trabalham sincronizados.
Resta entender que o exemplo de Jesus é o modelo a ser seguido, nem mesmo a
morte foi capaz de impedir que seus projetos fossem concluídos, aliás, sabendo da
ousadia e dimensão de seus projetos incluiu a sua morte e ressurreição como o
motor que move seu objetivo geral, a salvação da humanidade.
7. Bibliografia
HYBELS, Bill. Liderança Corajosa. Ed Vida. Tradução de James Monteiro dos Reis
KOUZES, J.M; POSNER, B.Z. O desafio da liderança. Trad. por Ricardo Inofosa. 2.
ed. Rio de Janeiro. Campus. 1997.