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Liderança Cristã: Na perspectiva dos Objetivos

Resumo

Quem preside sem projetos e não segue objetivos, não é líder. Líder não é título é
condição. Liderar pessoas para Cristo é colocá-las em direção ao objetivo proposto
por Cristo. Não se lidera grupos sem liderar indivíduos e nunca se deve desprezar a
individualidade de cada ser humano que se pensa em liderar. É necessário e
imprescindível conhecer não só cada pessoa a ser liderada, mas, também conhecer
minuciosamente os objetivos a serem alcançados. Caso haja negligência da parte
do líder de qualquer um destes aspectos relacionados aos objetivos da liderança,
seus liderados serão como ovelhas que não tem pastor.

Abstract

Who presides over without projects and it does not follow objectives, is not leader.
Leader is not heading is condition. To lead people for Christ is to place them in
direction to the objective considered for Christ. One does not lead groups without
leading individuals and if of it never must disdain the individuality of each human
being that if thinks about leading it. It is necessary and essential to know each person
not only to be led, but, also to know minutely the objectives to be reached. In case
that it has recklessness of the part of leader of any one of these aspects related to
the objectives of the leadership, led its will be as sheep that shepherd does not have.

Palavras-chave: Líder, liderança, conceito, objetivo, alvo, proposta, cristã.

1. Introdução

O que inicialmente será apresentado é a definição de liderança, porque definir


também é apresentar características, podendo assim nortear o diálogo estabelecido
neste artigo. É interessante lembrar que será apresentada uma perspectiva cristã da
liderança, sendo assim, faremos uso das demonstrações bíblicas, dos objetivos que
ela apresenta, com a finalidade de melhor esclarecimento. Não é intenção desse
trabalho apresentar um formato para a condição de líder, mas, apresentar subsídios
que possam servir como referenciais para identificar determinadas posturas e
melhorar a compreensão da qualidade do líder cristão. Será fundamentado, neste
ultimo, conceitos que abrirão caminhos para a análise proposta.

Bem sabemos que pré-concepções estão sempre presentes em nossas


manifestações, escritas ou faladas. No entanto, adiantaremos que embora haja
opiniões contrárias, e respeitamos isso. Não acreditamos que haja uma "receita" ou
uma "forma" para se "fazer" um líder, como muitos costumam propagar. Somos da
idéia de que tudo faz parte de um processo, que é coisa muito individualizada e
pode ser extremamente diferenciado de ser humano para ser humano. Cremos que
subsídios teológicos, administrativos, interpessoais e até espirituais, podem somar, e
muito, como ferramentas no exercício da liderança cristã, mas, não são o bastante.

Uma outra observação que não poderíamos deixar de apresentar é que as


colocações e análises que serão apresentadas levarão em consideração mais as
propostas da tradição judaico-cristã do que as colocações da crítica literária ou da
crítica da história, prendendo-se ao fato de que o público alvo dessa análise segue a
esta tradição.

Omitiremos relatos detalhados de alguns fatos bíblicos que serão apresentados, na


intenção de levar o amado leitor a procurar as explanações reais da Bíblia, evitando
que ele estacione apenas nos textos que colocaremos. É intencional também não
apresentar uma versão específica da Bíblia por motivos variados, inclusive para não
induzir o leitor à aquisição de certas versões/traduções, tendo em vista que não
temos compromisso comercial com nenhum grupo desta natureza.

A proposta da análise aqui só será compreendida se o leitor concluir toda a leitura e


se possível fazer uma releitura num processo de segmentação. Toda idéia
apresentada será retomada em cada passo e na conclusão deste trabalho. Não
entraremos em questões profundamente administrativas, porque este diálogo deve
ocupar uma obra específica, mas, nos ateremos ao que propomos em nosso tema,
que consiste em ver o líder a partir dos objetivos do trabalho que lhe é confiado.

A aspiração deste trabalho é ainda fugir um pouco do que já se tem bastante nos
livros sobre liderança. Líder, nesta perspectiva, é um reflexo do cuidado de Deus
para com os seus. Como já mencionamos, não vamos apresentar uma forma de
fabricação de líder, mas, o que o Senhor Deus queria com os seus quando
designava alguém para os governar.

2. Breve Análise do Conceito de Líder e Liderança

A visão popular de um líder é a de um indivíduo forte, alto, voz firme, quase sempre
de boa aparência, inteligência destacada no grupo e de coragem expressa. Essas
são características que popularmente se acredita apontar uma pessoa pronta para
liderar. Mas, será que estas características definem um líder? Sem querer fazer
comparações melindrosas, parece muito com características de "delegado" ou
"sargento".

Dentro do conceito de líder pode-se encontrar: o líder de um grupo em competição,


ou seja, aquele que mais se destaca no que requer a competição, o famoso "01" ou
primeiro lugar. Encontramos ainda o líder em vendas, se tratando de produtos
comerciais. Há também o líder que é aquele indivíduo que tem como exercício,
práticas inerentes ao trato com ser humano, com finalidade especificamente de
conduzir, dirigir, guiar, presidir ou governar para uma ação ou um ideal, um indivíduo
representativo de uma sociedade ou grupo.

Hoje, a procura por informações na Internet pelos assuntos de interesse geral, é


grandessíssima. Considerando essa situação encontramos um conceito de líder que
é apresentado por um dicionário on-line que chama a atenção e expõe:
“representante de uma corrente de opinião”1. O que nos leva a raciocinar na filosofia
da liderança. Não se deve pensar que esta é uma liderança específica e que os
demais líderes não tenham que pensar numa corrente de idéia ou juízo ou mesmo
nas ações que meandreiam a papel do líder, porque é em função de uma forma de
enxergar o mundo e o futuro das coisas que caracterizam o ato de liderar.
Independente do tipo de ação de liderança sendo elas teológicas, administrativas ou
política, carrega consigo um juízo ou visão de mundo e relacionam o mundo que o
cerca com seus objetivos, planejando suas ações de liderança usando-o como
1
<http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx> Acessado em 08 de agosto de 2006.
referência, para auxílio ou transtorno.

O exercício de liderar em si possui conceito próprio, apesar de conter a implicância


das ações do líder. Liderança é propriamente a função do líder, conceito mais
comum e simplista, mas, há um conceito que coloca a liderança como forma de
dominação baseada no prestígio pessoal e aceita pelos dirigidos2. Esta proposta
justifica a análise anterior que trata da aceitação da proposta do líder pelos
liderados, caso isto não aconteça, a função não se enquadra no conceito.

Na visão central destes conceitos há uma relevância de extrema importância, “não


há líder sem liderado” e “não há liderança sem objetivo a ser alcançado”. Qualquer
situação que alguém possa delimitar como liderança e fuja destes princípios não é
liderança. Aquele ou aquela que se diz líder e seus liderados não o seguem, não é
líder; ou mesmo quem diz ser líder e não sabe para onde levar seus liderados, não é
líder. Em suma, quem preside sem projetos e não segue objetivos, não é líder. Líder
não é título é condição. Havendo um rei, pastor, gerente ou chefe; que seus
seguidores preferem e consideram mais o que um de seus colegas apresentam
como o melhor para eles, contrariando o que o suposto líder propôs ou estabeleceu;
pode ter certeza, este rei, pastor, gerente ou chefe está com a sua liderança
comprometida e deve rever seus objetivos ou esclarecê-los.

3. Analisando o Conceito de Liderança Cristã

Quando se tratou acima do conceito de liderança visou-se a liderança no sentido


geral. Os conceitos de liderança não serão deixados de lado aqui no conceito de
liderança cristã. O diferencial é exatamente esta palavra “Cristã”. É exatamente o
emprego deste vocábulo associado à função líder que determina os propósitos e o
conceito de liderança cristã.

Não será criado um novo conceito a partir daqui, mas, relacionar o conceito geral já
existente e associar às propostas de Cristo para, em fim, chegarmos a entender o
conceito de liderança na perspectiva cristã.

Como foi apresentado acima o conceito de líder que será nosso objeto de análise
através dos objetivos; será aquele indivíduo que tem como exercício, práticas
inerentes ao trato com ser humano, com finalidade especificamente de conduzir,
dirigir, guiar, presidir ou governar para uma ação ou um ideal, um indivíduo
representativo de uma sociedade ou grupo. A finalidade nada mais é do que
objetividade direcionada e ordenada, ou seja, um fim a ser alcançado. Bom, conduzir
é levar alguém a um destino pré-determinado. Como se deve associar o conceito ao
termo “cristã”, chegamos a concluir que esta finalidade de conduzir deverá estar
ligada aos objetivos de Cristo. Se um líder tem objetivos cristãos deverá conduzir
seus liderados aos alvos apresentados por Jesus. No caso de alguém liderar e não
ter intencionalmente atitudes relativas aos propósitos cristãos não faz liderança
cristã. Quando alguém se propõe a entregar-se para a liderança da Igreja de Cristo
deve, sem resignação alguma, não só apresentar, como também conhecer as
minúcias e ser praticante das posturas cristã.

Alguém pode dizer “Mas é tão complexo liderar! Como as coisas podem ser
2
BUENO, Francisco da Silveira, Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, 11ª Ed.– FENAME, RJ,
1976.
resumidas apenas em conceito?”. Tem toda razão! É por esse motivo que estamos
mudando a perspectiva do estudo da liderança; não só para mudar de estilo, mas
sim porque estamos lidando com ser humano, e não há nada mais complexo aqui na
terra do que o ser humano. Se liderança cristã é conduzir alguém aos alvos
estabelecidos por Cristo para a sua Igreja, não devemos nos esquecer que esse
“alguém” é um ser humano com localização histórica, cultural e social.

A grande maioria dos livros que tratam de liderança aborda muito o conjunto das
pessoas, mas, desprezam a individualidade e de que a inserção de cada liderado
passa pela individualidade. Não se pode considerar que o ser humano é um produto
de fabricação em série, como se existisse um padrão de humano e os demais
estivessem com “problemas de fabricação”. Cada indivíduo possui peculiaridades e,
em nenhum outro lugar do mundo será encontrado outro idêntico a ele, nem mesmo
dentro do grupo onde ele sobrevive. Com isso deve-se pensar liderança cristã
atuando em indivíduos separados e em grupo, lembrando que ele nunca será do
grupo se não for inserido no contexto do grupo. Quem opera liderança na
perspectiva da boa aparência e do bom comportamento para compor seu grupo de
liderados é seletista e não entendeu as propostas de Cristo nem mesmo o objetivo
geral que é a salvação da humanidade. É tolerante que se queira que cada um
tenha um bom comportamento e aparência aprazível podendo até mesmo ser parte
de um objetivo específico, mas, nenhuma destas características será válida se não
estiverem associadas à proposta da salvação que é o objetivo geral.

5. Alguns Líderes na Bíblia Vistos através dos Objetivos.

Quando Deus queria levar seu povo a um determinado lugar, sempre designava
alguém para ir adiante. Observa-se isto quando chamou a Abraão, Moisés, Josué,
os juízes e cada rei de Israel. A verdade é que Deus nunca deixou seu povo
desorientado. Cada um que era designado sabia quais coordenadas deveria seguir
para a execução do serviço. Não é diferente com a Igreja. Da mesma forma e com o
mesmo cuidado Ele designa e dá as instruções, através de sua palavra, aos líderes
que conduzem sua amada Igreja ao destino certo.

Em cada um destes momentos, tanto no Israel antigo, nos dias da Igreja Primitiva
quanto nos momentos atuais da Igreja universal de Cristo; percebemos o quão
intensamente Deus dispensa o seu cuidado sobre seu povo.

De posse da vontade de Deus, compreendemos os objetivos a serem alcançados


pelo líder, ou seja, o líder conduz seus liderados ao alvo estabelecido pelo Líder
maior.

As referências mais lógicas à liderança na história de Abraão é o surgimento de uma


nação, possivelmente de um modelo de povo para os demais e a outra é a ser um
canal de benção. Para este propósito os passos que Abrão tinha que seguir primeiro
era gerar um filho. Neste momento ele teve seu primeiro desafio. Por quê? Porque
ele tinha uma esposa estéril. O homem escolhido por Deus não podia fazer muita
coisa diante daquela situação, não havia medicina que podia ajudar. Abrão com a
sugestão de sua esposa tomara sua primeira decisão precipitada, embora apoiado
numa tradição que legitimava seu comportamento; não era este o caminho apontado
por Deus para ele, em suma, toda história pode ser lida em Gênesis do capítulo 12
ao 25.
Uma nação modelo não poderia passar a existir segundo os meios existentes
porque, desta forma, não seria um novo modelo.

O que deveria ser compreendido por Abrão em primeiro momento era que Deus
havia reprovado os modelos antigos, ou seja, para os propósitos que o SENHOR
estabeleceu, as coisas deveriam mudar; acontecer de uma outra forma, a que Ele
planejou.

Nações abençoadas. No fim das “contas” por causa dele as outras nações seriam
abençoadas. Pensar em Abraão como um canal de benção para as outras nações
não é levá-lo ao nível de intercessor, mas, a um referencial ou ponto de partida. As
etapas a serem seguidas era de ser aquele que confiou no todo poderoso a ponto de
depositar nas mãos dEle as coisas de maior valor que alguém pode oferecer, sua
vida e a de quem mais ama. Neste caminho não podemos desprezar uma outra
série de fatores que também podem ter influenciado na ação de Abraão bem como
na ação divina e ainda, possíveis elucidações quanto ao propósito messiânico.

Não é uma tarefa muito fácil confirmar nos textos sagrados que alguém tenha tido
mais tempo efetivo como líder que Moisés. Ele possivelmente tenha passado todas
as fazes que um líder pode passar.

A chamada de Moisés também foi acompanhada de objetivos bem determinados da


parte de Deus, a saber: libertar um povo de seu sofrimento e conduzir um povo a um
determinado lugar (Ex 3.7,8).

Para cumprir cada propósito, o Senhor Deus fez um planejamento. Com Sua imensa
sabedoria, sabia exatamente as etapas que Moisés deveria seguir. Embora Moisés
tenha entendido que não tinha capacidade; a resposta para ele foi praticamente
“faça como vou te mandar”.3

Como o primeiro propósito era de libertar o povo da servidão, a instrução de Deus foi
que ele fosse aos filhos de Israel, que ainda não era nação constituída, notificar que
o que Senhor Deus havia de fazer por eles. A postura divina foi bastante
diplomática, pois a segunda orientação foi tentar dialogar com faraó a fim de que
deixasse os descendentes de Israel sair para cultuar ao seu Deus. Com esta
orientação veio o primeiro desafio de Moisés; o interessante é que o próprio Deus
preveu para Moisés que o líder do Egito não aceitaria a saída dos hebreus
passivamente. Bom! O desenrolar dos fatos pode ser acompanhado nos capítulos 3
a 15 de Êxodo.

O que se deve fixar com esse exemplo de Moisés em alcançar os propósitos divinos
é que o líder, neste momento, seguiu passo a passo cada seguimento do plano
divino para que o alvo fosse atingido.

O outro ponto marcante da missão de liderança em Moisés foi conduzir o povo em


direção à terra prometida. Estes foram os momentos mais marcantes na vida de
Moisés enquanto líder, porque nesta fase da liderança ele teria que convencer o
3
Há leitores que são possuidores de conhecimentos bastante apurados no nível crítico e somos de
acordo com todas as posturas analíticas responsáveis. No entanto, este trabalho foca as questões
literais como estão no texto bíblico de tradução em português do Brasil, não aplicando as
possibilidades da crítica literária na sua essência, mas reforço, damos valor considerável à postura da
crítica.
povo de que era capaz de fazê-los chegar à terra prometida. Cada vez que surgia
uma dificuldade a capacidade de Moisés era colocada em dúvida. O alvo era bem
claro “chegar a terra”, mas, havia intrinsecamente outra coisa a ser realizada, o povo
teria que deixar para trás todas as tendências religiosas adquiridas no Egito; chegar
à terra era o segundo momento de um duplo objetivo; a mudança de paradigma
religioso que estava ancorado em seus sentimentos também fazia parte do plano
divino.

Para que o povo chegasse com uma nova mentalidade o próprio Deus encarregou-
se de apresentar novas regras de vida entregando-as a Moisés em forma de
decálogo.

Depois de ter em mãos estas regras e detalhá-las em suas minúcias à vontade de


Deus, através da Aliança, restava tornar esses ditames parte do viver de cada
indivíduo constituidor da nação de Israel; não era para eles serem apenas um povo
mas uma nação eleita, escolhida, diferente das demais. Caminhando com estes
passos eles chegariam ao objetivo de seu líder. Reforçamos novamente, passos. Foi
necessário seguir passos bem elaborados e com definições precisas para chegar ao
destino desejado.

As regras dadas por Deus a Moisés, de acordo com o plano divino, tornaram-se a
Lei para os israelitas, aconteceu mais que um simples conjunto de regras morais; ela
tornou-se elemento da cultura e agente regulador da cultura subjetiva do povo.

Depois desta longa caminhada pelo deserto, pouquíssimos daqueles que saíram do
Egito viveram o suficiente para verem a terra prometida. Uma nova geração chegou
à Canaã. Com a aproximação da terra e a morte de Moisés um outro líder foi
designado por Deus para fazer com que o povo entrasse na terra, Josué. Não havia
outro homem que, naquele momento, tivesse condições de levar o povo a entrar a
terra mais que Josué, por isso Deus o escolheu. Para melhor esclarecimento basta
observar a atitude dele quando foi espiar a terra (Nm 14 1-9). Naquele momento ele
demonstrou que queria chegar até o fim, ou seja, alcançar os objetivos traçados por
Deus desde a saída do Egito. A mensagem divina para Josué foi semelhante à que
Moisés tinha recebido, as etapas eram menores mas, não se pode considerar que
eram mais simples. “...o SENHOR falou a Josué, filho de Num, servo de Moisés,
dizendo: Moisés, meu servo, é morto: levanta-te pois agora, passa este Jordão, tu e
todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel.(Js 1.1-2). Atravessar o
Jordão e entrar à terra podendo ainda ser observado a postura que o Senhor Deus
demonstrou, com interesse expresso, animando-o com uma palavra de total apoio
“Nenhum se susterá diante de ti, todos os dias da tua vida: como fui com Moisés,
[assim] serei contigo: não te deixarei nem te desampararei (Js 1.5). Conhecendo a
fidelidade de Deus, Josué sem questionamentos aceitou e colocou-se à disposição
do SENHOR. O objetivo neste momento era entrar na terra, ela já havia sido
alcançada, agora era só entrar e tomar posse. Atravessar o rio seria o primeiro
obstáculo a ser superado, porém antes atravessar o Jordão para entrarem e
tomarem posse, foi novamente exortado pelo SENHOR, ele e o povo, a praticarem a
lei, “as regras”, que havia sido acordado no início da aliança. Neste momento era
uma nova geração que estava chegando a terra, daqueles que saíram do Egito
apenas Josué e Calebe entraram na terra, com isso, houve a necessidade de
reforçar as declarações da Lei.
É realmente emocionante a reação do povo para com Josué, um pouco diferente
com relação à acontecida com Moisés. Depois dele ter declarado a vontade do
SENHOR para com eles; suas declarações foram tão seguras e confiantes que o
povo assim declarou “Tudo quanto nos ordenaste faremos, e aonde quer que nos
enviares iremos” (Js 1.16). Depois de uma tão significante aceitação agora era só
preparar-se e ir em frente. Qualquer líder ficaria muito feliz em ouvir de seus
liderados uma declaração como esta feita a Josué. Na verdade o povo sabia em
quem estavam confiando, sabia que Deus iria honrar a posição do líder que Ele
mesmo escolheu.

Josué em relação ao povo não teve dificuldades, todos sabiam, neste momento,
quais eram os objetivos divinos, com isso, era apenas seguir o plano. A história de
Josué e a entrada na terra prometida podem ser conferidas no livro de Josué.

É notável que há muitas outras coisas a serem analisadas e avaliadas na liderança


de Josué, mas, não há, neste trabalho, espaço para tão grande análise, com isso
resumiremos no que já apresentamos.

Estabelecidos na terra, o povo ficou com uma necessidade muito grande de ter
adiante deles alguém para os liderar. Vários juízes apresentavam-se em variados
momentos, principalmente diante da possibilidade de uma nova escravidão. Entre
estes juizes não poderíamos deixar de apresentar uma proposta de análise,
segundo os objetivos, do juizado de Gideão.

Gideão tem um momento de liderança bastante particular. Ele não era alguém que
tivesse, aos olhos do povo, condições de ser representante. Pobre e menor entre os
seus irmãos, qualidades que em sua cultura o desfavorecia de forma considerável
(Juízes 6.15). Mas, como Deus não tem a mesma forma de ver que os homens;
diante do clamor desesperado do povo que sofria penosamente a opressão
midianita, se propõe a atender as suplicas chamando a Gideão para, através de sua
liderança, livrá-los da servidão.

Como todo e qualquer ser humano, Gideão passou por um momento de dúvida,
certamente por causa de sua condição social. Ele não acreditava na possibilidade de
ser a pessoa que Deus usaria para libertar a Israel da opressão, procurou respostas
para confirmar sua escolha para a tarefa de libertar o povo. No capítulo 6 dos
versículos 36 ao 40 do livro de Juízes encontramos os meios utilizados por Gideão
para confirmar sua escolha. Confirmada a sua escolha, passou-se ao processo da
execução dos planos para atingir o alvo estabelecido. Uma guerra estava para ser
travada, mas, não havia exercito para liderar, um passo inicial seria a escolha do
grupamento para a batalha. Gideão chamou ao povo para a guerra e eram cerca de
trinta e dois mil os que se apresentaram para a guerra, porém, para os propósitos
que o SENHOR havia estabelecido era muito o povo que estava com ele.
Observando postura divina adotada diante dos que se apresentaram para guerra,
nós vemos que para Deus o que interessa é unicamente os alvos a serem atingidos
pois, com esta postura vemos que o povo escolhido, por motivos que o próprio Deus
estabeleceu, era em número que não podia convencer que sairia vencedor de
qualquer guerra, mas, como já dissemos, o prisma da visão de Deus é
tetradimensional, o SENHOR enxerga propriedades que em ocasião alguma
conseguimos alcançar. Deus não queria apenas levar o povo de Israel a vencer os
midianitas; o que nós podemos alcançar é que também desejava recuperar para si o
reconhecimento do povo de que é o único Deus e todo poderoso. Deus se
manifestou diante das necessidades de Israel, mas, não foi uma atitude autônima no
sentido que Ele tenha se oferecido para tal, mas, foi diante do clamor do povo que
se apresentou. Para alcançar estes objetivos usou seu instrumento humano, Gideão.
Trezentos homens, nem um homem se quer a mais. Foi exatamente com este
número que Deus libertou o povo e foi bem claro quanto tomou esta postura “a fim
de que Israel se não glorie contra mim, dizendo: A minha mão me livrou.” (Juízes
7.2). Algumas pessoas podem naquele momento ter pensado que seria suicídio lutar
com tão pouca gente, no entanto, depois de seguirem a ordem de Gideão, se
espelharem nas suas atitudes; a vitória veio sobre eles, para glória de Deus e
libertação do povo; era exatamente o que estava estabelecido como alvo pelo
Grande Líder. Não haveria vitória para os hebreus se Gideão não tomasse uma
postura de obediência e submissão, e mais, ele mesmo poderia ostentar sua
condição de escolhido, mas não foi esta a postura dele; buscou respostas,
orientação e ajuda.

Mais adiante ficará fácil entender certas circunstâncias do momento de cada


liderança, na verdade o sucesso de cada líder e os problemas que enfrentaram, são
peculiares de situações, que se pode entender, causadas por imposição das
relações entre líder e liderados; entraremos com mais ênfase neste assunto na
conclusão.

Todas as nações circunvisinhas a Israel tinham um representante, um rei ou


governante, porém eles não tinham. Samuel foi inquirido a prover um rei para a
nação. Embora não concordasse com a postura do povo e ainda exortasse a eles
para as possíveis conseqüências de um reinado humano; com a autorização divina,
proveu um rei para o povo. Há uma série de coisas que influenciaram para a escolha
de um rei naquele momento, porém este deve ser um estudo específico.

No tempo dos reis de Israel vários reis reinaram, mas, nem todos governaram, uns
ficaram famosos por sua beleza, outros pela valentia e ainda outros pela rebeldia.
No entanto por exercer um bom governo poucos se destacaram. Dentre os que se
destacaram é necessário pensar nos propósitos. Os reis que entraram nos
propósitos divino, ou seja, naquilo que o Senhor havia proposto para Israel desde a
sua saída do Egito. Quando entramos neste filtro da liderança passa-se pela
percepção de que os nomes mais famosos da história dos governantes de Israel na
realidade não são representativos o suficiente, a ponto de ser destaque. Contudo, há
reis que foram considerados pelo autor dos livros históricos como: “fez o que era
reto perante o Senhor” (I Reis 22.43). Há dois lados a serem vistos quando
pensamos em governar e, em nenhum momento pode-se perder a noção de que é
da visão judaico-cristã que a liderança deve ser vista neste artigo. Pensando desta
forma o propósito é levar o povo a chegar-se a Deus para o considerarem e adorá-lo
como Senhor de suas vidas e servi-lo. O Outro é a relação diplomática com o
público interno e externo ao reinado, no entanto não é oportuno falar deste objetivo,
embora seja extremamente inerente à liderança, mas, foge do nosso rumo. Alguns
escritores preferem avaliar a liderança deste momento como “liderança direcional” 4
visando as decisões que podem dar direção ou desviar dos alvos pré estabelecidos.

4
HYBELS, Bill, Liderança Corajosa. Ed Vida. Tradução de James Monteiro dos Reis, Cap. 7, pg 144
Para levar o povo a servir ao Senhor, todas as ferramentas já existiam, desde o
momento que fizeram aliança com Deus. Com a decadência moral e ética da nação
houve um desvio de direção e, o rei que porventura quisesse fazer com que
retornassem a servir ao Senhor deveria retomar a ênfase no cumprimento da Lei. Se
fosse caso de idolatria, tomar a postura de retirar as altos, se fosse caso de mistura
com filhas dos pagãos era apresentar a proposta do matrimônio justo diante do
Senhor, em suma, reforçar as propostas da aliança juntamente com seus castigos.
Alguns reis como Davi, Salomão (apenas no início de seu reinado) e depois da
divisão da nação Asa e etc (confira nos livros de I e II Reis e Crônicas), foram
classificados como bons reis.

Para encerrar a perspectiva de liderança dentro dos textos bíblicos é forçoso entrar
nos textos do Novo Testamento e olhar de perto o ministério de liderança de Jesus.
Nunca alguém, enquanto líder, conseguiu ser tão diretivo e ousado como Jesus;
basta olharmos Jesus a partir dos objetivos seus aqui na terra e chegaremos à
conclusão de que ele é líder por excelência, um exemplo a ser seguido. Quando
nasceu, Jesus passou por caminhos de crescimento como as demais crianças de
sua época e na sua biografia bíblica ele é sujeito passivo até que surge com cerca
de doze anos de idade aventando com doutores. Nesta ocasião, Maria, sua mãe; e
José, seu padastro, deixam o menino em uma das festas de Israel, pensando que
retornaria para casa com os outros parentes. Depois de três dias voltaram para
procurá-lo e o encontraram lá no templo, entre os doutores, ouvindo-os e
questionando-os; quando chegaram a ele maravilhados por terem encontrado o seu
filho e dizendo sobre a aflição que Jesus havia causado neles. Mas, diante da
proposta da vinda de Cristo aqui no mundo, que não era apenas ser um bom filho
para a sua mãe, a resposta dada por Jesus define inicialmente que ele tinha
propósitos específicos para alcançar, e possivelmente pretendia iniciar cedo; ”estar
na casa de meu Pai”, “cuidar das coisas de meu Pai”. Estas são as expressões que
correspondem à resposta de Jesus aos seus pais terrenos e, embora adolescente,
sabia exatamente por onde deveria caminhar para que seus propósitos fossem
alcançados.

Uma fatalidade da vida humana retira Jesus de cena novamente. É possível que
Jesus tenha assumido a condição de chefe do lar depois da morte de José. Esses
quase vinte anos trabalhando para o sustento da família não foram capazes de
retirar da vida de Jesus Cristo os propósitos de sua vida, ele tinha que cumprir seu
papel social, mas, jamais se render ao desdém da vida. Esta fase da vida de Jesus é
bastante explorada com uma série de conjecturas, porém, uma coisa é certa, ela
tinha uma profissão e trabalhava nela, por um bom tempo, andava com José e ficou
conhecido por “filho do carpinteiro” ou “o Carpinteiro” (Mt 13,55; Mc 6.3).

Jesus enquanto salvador da humanidade deveria entregar sua vida em sacrifício


substituto, como indica a aliança. Mas, morrer apenas não seria o bastante para
conduzir alguém à salvação. Então ele se propôs a preparar pessoas, dando-lhes a
mensagem salvadora e capacitando-os a propagarem esta mensagem bem como
direcionar as pessoas a manterem-se salvos. Ele mesmo não estaria fisicamente
presente, não obstante, estaria em outras formas sensíveis; na verdade sua
presença vai além; ela se consta dentro de cada mente, cada coração com a
mensagem impregnada e correspondente no ser total. Este era e está sendo o
caminho para o alcance do seu propósito geral, a salvação da humanidade. A
riqueza, o poder político, os paradigmas religiosos e os problemas sociais, não
tiveram forças suficientes para retirarem da mente de Jesus o que ele deveria fazer
para alcançar seu alvo e o seu “golpe” final seria humilhar-se na morte de cruz.

Há uma série de outros líderes apresentados na Bíblia sagrada tais como Pedro,
Paulo, Tiago entre outros, porém, o que impede de mencioná-los é a falta de espaço
neste trabalho.

Ficará aqui a proposta para o leitor se dedicar à pesquisa bíblica dentro destes
meandros da liderança, ou seja, passar a enxergar a liderança bíblica a partir dos
objetivos. Se for vista desta forma será mais compreensiva as atitudes de cada
liderança. Não é possível entender as posturas determinados líderes se não
tivermos a capacidade de vermos os seus objetivos; a oposição ou a crítica, não
podem desconsiderar que por trás de cada postura há uma intenção final, esta, de
alguma forma, prende-se ao objetivo geral de cada liderança.

6. Conclusão

Depois de conceituar líder, liderança, liderança cristã e apresentar alguns exemplos


intra Bíblia; algumas das coisas que marcaram nossa jornada textual foram as
análises através dos objetivos proposta neste artigo. Cada situação apresentada
teve sua peculiaridade; sucessos e insucessos são resultados de observância ou
inobservância de princípios que regem as ações básicas de liderança. Qual a
diferença entre Moisés e Josué enquanto líder? Embora Moisés tivesse muito amor
pelos hebreus a ponto de cometer um homicídio e se entregar à morte por eles é
possível que tenha faltado nele alguma coisa que não faltou em Josué. Josué era
hebreu, vivia entre eles e em nenhum momento de sua vida esteve afastado do seu
povo; ele conhecia em minúcias as possibilidades de atitudes de um hebreu; sabia
como cada um poderia se comportar em determinadas ocasiões. Moisés não errou
por não conhecer aos hebreus como Josué; na oportunidade da retirada de Israel
ele era a pessoa mais indicada para liderar o povo, porque ele conhecia
sumariamente os hebreus e também os egípcios e Josué apenas os hebreus. Onde
queremos chegar? O líder deve ser do meio do povo, nunca estranho a ele. Deve
sair de dentro do grupo porque, desta forma, saberá exatamente como lidar com
cada pessoa individualmente. Um líder que chega para liderar alguém que não
conhece, nunca poderá esperar resultados imediatos, com certeza eles não
chegarão até que ele se torne um do grupo. É interessante lembrar a postura de um
pastor presidente de igreja quando numa reunião entre seus obreiros fez um pedido
à assembléia dizendo: “se algum dia vocês não me quiserem mais como pastor de
vocês só peço uma coisa. Gostaria que vocês escolhessem o próximo pastor de
entre vocês, não tragam alguém de fora”. Pode parecer um pouco ditador e
egocêntrico, mas, na verdade é mais zelo e amor por seu rebanho. Pessoas de
outro grupo, embora tenham um objetivo geral idêntico, os específicos podem
contrariar.

Quer ser um bom líder? Estabeleça seus objetivos, torne-os claros, conheça seus
liderados individualmente ou convoque pessoas que você conhece, que esteja entre
eles e treine-os para te auxiliarem.

Não haverá liderança se o líder não tiver objetivos a serem alcançados. Imagine
alguém em uma praça querendo sair e andar, com várias ruas à sua frente e ele não
saber onde ir. Com certeza será como uma folha que o vento leva.
Não há uma igreja forte se seu líder não estabelece metas para serem atingidas
periodicamente. Mesmo que as metas não sejam atingidas completamente, mas, a
igreja permanecerá em constante atividade. Igreja sem projeto de vida é uma igreja
morta e seus cultos são como um ciclo vicioso, não causando mudança significativa
em seus membros. É mórbido o viver de um grupo que tem um líder que não
estabelece alvos em sua liderança.

Não se pode desconsiderar que a igreja local deva criar departamentos de acordo
com seu contingente de membros e congregados, porém, os departamentos não
podem viver individualmente como se fossem uma igreja dentro da igreja, cada um
vivendo seu “mundinho”, jovens, senhoras, senhores, crianças, ministério de ensino,
como se as funções não tivessem nenhuma relação entre si. O projeto de vida da
igreja deve, sem reservas, envolver todos os departamentos, tornando-os
codependentes. A igreja é um organismo vivo; nenhum corpo funciona se seus
órgãos nem trabalham sincronizados.

Resta entender que o exemplo de Jesus é o modelo a ser seguido, nem mesmo a
morte foi capaz de impedir que seus projetos fossem concluídos, aliás, sabendo da
ousadia e dimensão de seus projetos incluiu a sua morte e ressurreição como o
motor que move seu objetivo geral, a salvação da humanidade.

7. Bibliografia

BUENO, Francisco da Silveira. Dicionário Escolar da Língua Portuguesa. 11ª


Ed.– FENAME. RJ. 1976.

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Médicas. 1995.

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KESSLER, Nemuel & CÂMARA, Samuela. Administração Eclesiástica. 3 ed.


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ed. Rio de Janeiro. Campus. 1997.

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MAC, John; JÚNIOR, Arthur e outros. Redescobrindo o Ministério Pastoral:


moldando o ministério contemporâneo aos preceitos bíblicos. 3 ed. CPAD. RJ. 1999.

<http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx> Acessado em 08 de agosto de


2006.

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